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Quais São os Principais Símbolos 
Presentes em A Hora da Estrela?
A Estrela
A estrela é um símbolo 
central em "A Hora da 
Estrela", representando 
a fragilidade e a 
efemeridade da 
existência de Macabéa. 
Este símbolo traduz a 
brevidade da vida da 
protagonista, que brilha 
por um instante e 
rapidamente 
desaparece, como uma 
estrela cadente. A 
estrela não é apenas um 
elemento cósmico; ela é 
uma metáfora da 
insignificância que 
Macabéa sente em sua 
vida urbana. Ao longo 
da narrativa, a vida de 
Macabéa é 
frequentemente 
comparada a este 
fenômeno celestial, 
destacando a 
transitoriedade e o 
anonimato das suas 
experiências diárias. O 
brilho evanescente da 
estrela também evoca a 
noção de esperança e 
de sonhos não 
realizados. Embora 
Macabéa aspire a algo 
mais, suas 
circunstâncias e a 
sociedade que a cerca 
constantemente a 
mantêm em um estado 
de impotência. A 
estrela simboliza essa 
luz distante que nunca 
é totalmente alcançada, 
uma promessa de algo 
mais grandioso que 
nunca se concretiza. 
Dentro do contexto do 
romance, a hora da 
estrela é um momento 
breve em que Macabéa, 
finalmente, ganha 
protagonismo - ainda 
que trágico - no 
desenvolvimento da 
narrativa. Ela é elevada 
por um curto período 
ao centro das atenções 
do leitor, apenas para 
ser levada de volta ao 
anonimato, enfatizando 
o efêmero brilho de sua 
existência. A estrela, 
portanto, é o fio 
condutor que une a 
trajetória de Macabéa 
ao universal, 
mostrando como a vida 
de cada indivíduo, 
embora pareça 
pequena no grande 
esquema das coisas, 
tem sua própria luz e 
escuridão.
Os Pés
Os pés de Macabéa são 
descritos ao longo do 
romance como 
maltratados e 
descalços, servindo 
como símbolo palpável 
de sua pobreza extrema 
e das adversidades 
enfrentadas em sua 
jornada pela vida. Em 
"A Hora da Estrela", os 
pés representam tanto a 
viagem física quanto a 
espiritual de Macabéa, 
evidenciando sua busca 
constante por 
dignidade e 
reconhecimento em um 
mundo que 
frequentemente a 
ignora. Ao longo do 
romance, encontramos 
descrições detalhadas 
dos pés da personagem, 
reforçando sua relação 
íntima com o terreno 
árido e hostil que ela 
precisa enfrentar. Os 
pés descalços de 
Macabéa refletem sua 
vulnerabilidade e 
exposição a um 
ambiente implacável e 
indiferente. Eles são a 
base de sua existência, 
literalmente levando-a 
de um lugar a outro, 
mas também 
simbolizando as marcas 
que a vida dura deixa 
em seu corpo e em sua 
alma. Além disso, os 
pés marcam a 
passagem de Macabéa 
pelo mundo, cada passo 
ecoando sua silenciosa 
resistência frente às 
adversidades. Através 
deste símbolo, 
Lispector aborda temas 
profundos como a luta 
pela sobrevivência, a 
resistência silenciosa 
frente à desigualdade e 
as cicatrizes invisíveis 
deixadas pela opressão 
social. Ao explorar a 
condição humilde de 
Macabéa através de 
seus pés, Clarice 
Lispector nos oferece 
uma janela para 
compreendermos 
melhor os desafios 
enfrentados pelos 
marginalizados na 
sociedade. Os pés não 
são apenas um símbolo 
de pobreza, mas 
também uma ponte 
entre o mundo interno 
de Macabéa, repleto de 
esperanças e 
incertezas, e o mundo 
externo, muitas vezes 
hostil e implacável.
A Cidade
A cidade, como 
apresentada em "A Hora 
da Estrela", é um dos 
cenários mais 
significativos e 
funciona como um 
símbolo de opressão e 
anomalia social. Para 
Macabéa, a selva de 
concreto representa 
uma teia labiríntica de 
desafios, tanto 
emocionais quanto 
físicos. Esta cidade 
desumana, com suas 
estruturas austera e 
suas ruas indiferentes, 
emoldura a vida da 
protagonista, 
contribuindo para sua 
sensação constante de 
deslocamento e 
insignificância. O modo 
como a cidade é 
apresentada na obra 
reflete as críticas de 
Lispector à sociedade 
urbana e à maneira 
como ela pode alienar e 
desumanizar os 
indivíduos. Para 
Macabéa, a cidade é ao 
mesmo tempo local de 
esperança e de 
frustração. Cada 
esquina se torna uma 
barreira a ser cruzada, 
e cada multidão 
representa um mar de 
rostos indiferentes aos 
seus sofrimentos e 
sonhos. A cidade, como 
símbolo, destaca a 
desigualdade social 
gritante, onde raras 
oportunidades são 
eclipsadas por uma 
sensação avassaladora 
de anonimato. A 
arquitetura e a vida 
urbana parecem 
conspirar para tornar 
Macabéa invisível, uma 
personagem riscando 
seu caminho através de 
paisagens sem alma. 
Além disso, a cidade 
simboliza a luta diária 
pela sobrevivência em 
meio a uma sociedade 
que raramente presta 
atenção às tragédias 
silenciosas que se 
desenrolam em suas 
ruas. É um espaço 
marcado pela falta de 
empatia, onde sonhos 
como o de Macabéa se 
chocam com a 
realidade dura e muitas 
vezes impiedosa. 
Através da 
representação da 
cidade, Lispector 
também comenta sobre 
o ritmo moderno, que 
frequentemente 
esmaga a sensibilidade 
e o singular das 
experiências humanas, 
substituindo-as por 
uma existência 
homogênea e sem 
identidade.
O Anônimo
A ausência de um nome 
completo e distinto 
para Macabéa realça de 
forma pungente a sua 
condição de anonimato 
e invisibilidade social. 
Em "A Hora da Estrela", 
ao ser referida 
simplesmente como "a 
moça", Macabéa se 
torna um símbolo das 
massas marginalizadas 
e esquecidas. Este 
simbolismo reforça a 
ideia de que sua 
individualidade foi 
apagada pela luta 
constante pela 
sobrevivência em um 
mundo que a trata 
como uma figura 
insignificante. A 
escolha de Lispector de 
não nomear 
completamente a 
personagem é uma 
crítica poderosa à 
maneira como a 
sociedade 
frequentemente 
desumaniza os menos 
favorecidos, reduzindo-
os a meros números ou 
estatísticas sem se 
importar com suas 
histórias ou 
individualidades. O 
anonimato de Macabéa 
serve como um 
lembrete doloroso das 
consequências de viver 
em uma sociedade que 
falha em reconhecer o 
valor inerente de cada 
ser humano, 
independentemente de 
sua condição 
econômica ou 
localização geográfica. 
A partir desse ponto de 
vista, a escolha de 
Lispector de manter 
Macabéa sem nome 
ressoa como um apelo 
para que o leitor 
reconheça a 
humanidade por trás de 
cada rosto 
desconhecido 
encontrado 
diariamente nas ruas 
lotadas das cidades. É 
um chamado à empatia 
e à necessidade de ver o 
outro não apenas como 
parte de uma multidão, 
mas como um indivíduo 
único com sonhos, 
medos e esperanças 
próprias. Além disso, a 
ausência de um nome 
específico permite que 
Macabéa represente 
qualquer um, 
ampliando o alcance da 
mensagem de Lispector 
e convidando o leitor a 
refletir sobre as 
realidades cotidianas 
que muitas vezes 
passam despercebidas. 
O anonimato aqui não é 
apenas um símbolo de 
opressão, mas também 
de resistência 
silenciosa à 
homogeneização 
imposta pela sociedade 
moderna.

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