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características biológicas dos aparelhos reprodutores feminino e masculino, bem como ao seu 
funcionamento, de modo que, o conceito de sexo, como visto, não define a identidade de 
gênero. Em uma perspectiva não meramente biológica, portanto, mulher trans mulher é. 
Estabelecido entendimento de mulher trans como mulher, para fins de aplicação da Lei n. 
11.340/2006, vale lembrar que a violência de gênero é resultante da organização social de 
gênero, a qual atribui posição de superioridade ao homem. A violência contra a mulher nasce 
da relação de dominação/subordinação, de modo que ela sofre as agressões pelo fato de ser 
mulher. 
Com efeito, a vulnerabilidade de uma categoria de seres humanos não pode ser resumida à 
objetividade de uma ciência exata. As existências e as relações humanas são complexas e o 
Direito não se deve alicerçar em argumentos simplistas e reducionistas. 
Assim, é descabida a preponderância de um fator meramente biológico sobre o que realmente 
importa para a incidência da Lei Maria da Penha, com todo o seu arcabouço protetivo, inclusive 
a competência jurisdicional para julgar ações penais decorrentes de crimes perpetrados em 
situação de violência doméstica, familiar ou afetiva contra mulheres. (STJ - REsp 1977124/SP. 
Data do Julgamento:05/04/2022. Data da Publicação:22/04/2022. Órgao Julgador: SEXTA 
TURMA. Relator: Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ) 
 
As alternativas “b” e “c” trazem ponderações a respeito da assistência 
qualificada à vítima de violência doméstica, que é um tema bastante em voga. Diversas 
Defensorias Públicas têm, cada vez mais, reforçado o papel institucional de defesa das 
mulheres vítimas de violência doméstica, o que possibilita a sua atuação como 
assistente qualificada da vítima. Essa figura visa preservar os interesses da vítima, 
garantindo ainda que sua voz e seus desejos sejam respeitados. 
A DPE-MG inclusive aderiu, em junho de 2023, a uma nota técnica firmada por 
várias Defensorias Públicas Estaduais, defendendo a importância da atuação da 
Defensoria na assistência qualificada às mulheres em situação de violência doméstica3. 
A figura da assistência qualificada à vítima, nome dado pela doutrina e 
jurisprudência ao que está previsto no artigo 27 da Lei 11.340/2006, visa garantir 
participação ativa da vítima no processo penal. 
Art. 27. Em todos os atos processuais, cíveis e criminais, a mulher em situação de violência 
doméstica e familiar deverá estar acompanhada de advogado, ressalvado o previsto no art. 19 desta Lei. 
 
3 https://defensoriasti-
my.sharepoint.com/personal/jady_costa_defensoria_mg_def_br/_layouts/15/onedrive.aspx?id=%2Fpersonal%2Fja
dy%5Fcosta%5Fdefensoria%5Fmg%5Fdef%5Fbr%2FDocuments%2FI%20NT%20NUDEMs%20%2D%20assist%C3%AA
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