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DIREITO ADMINISTRATIVO Bens Públicos Livro Eletrônico 2 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Apresentação .................................................................................................................4 Bens Públicos .................................................................................................................5 1. Conceito ......................................................................................................................5 2. Classificação ..............................................................................................................6 3. Características ......................................................................................................... 16 3.1. Inalienabilidade ...................................................................................................... 16 3.2. Impenhorabilidade ................................................................................................. 16 3.3. Imprescritibilidade .................................................................................................17 3.4. Impossibilidade de Oneração ................................................................................. 18 4. Uso de Bens Públicos por Particular ....................................................................... 20 4.1. Normal e Anormal ................................................................................................ 20 4.2. Comum e Privativo ............................................................................................... 20 5. Intervenção do Estado na Propriedade .....................................................................23 5.1. Competência ..........................................................................................................23 5.2. Modalidades ..........................................................................................................23 5.3. Intervenção Restritiva ...........................................................................................24 5.4. Intervenção Supressiva: Desapropriação...............................................................25 5.5. Desapropriação por Sanção ou Confiscatória ....................................................... 28 5.6. Competência .........................................................................................................29 5.7. Sujeitos Ativos da Desapropriação ........................................................................29 5.8. Sujeitos Passivos da Desapropriação ................................................................... 30 5.9. Bens Desapropriáveis ........................................................................................... 30 5.10. Procedimento de Desapropriação ........................................................................ 31 5.11. Indenização ...........................................................................................................33 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 3 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO 5.12. Espécies de Desapropriação ................................................................................35 5.13. Direito de Extensão ..............................................................................................39 5.14. Tredestinação ......................................................................................................39 5.15. Retrocessão .........................................................................................................39 Mapa Mental ................................................................................................................. 41 Questões de Concurso ..................................................................................................42 Gabarito .......................................................................................................................73 Gabarito Comentado .....................................................................................................74 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 4 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO ApresentAção Olá, amigo(a)! Hoje vamos ver um dos temas mais fáceis do Direito Administrativo. É um tema que gosto bastante. Não é uma aula maçante! Não temos muitos artigos de lei para analisar, nem tanta jurisprudência, igual a outros te- mas. Vamos ver alguns conceitos doutrinários. Isso é o mais importante. É importante saber também o conceito de bens públicos e seu regime jurídico, bem como quais são os bens que pertencem à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios. Vamos juntos! “ACREDITAR é essencial Mas ter ATITUDE é o que faz a DIFERENÇA.” O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 5 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO BENS PÚBLICOS 1. ConCeito O que é um bem público? E qual a importância de saber a quem pertence o bem? É consi- derado bem público ou de particular? A importância está no regime jurídico a que o bem estará sujeito, pois se for considerado bem público terá um regime especial. Se você, por exemplo, bate seu carro em outro e não quer pagar o prejuízo, o dono do outro carro poderá entrar com uma ação judicial. Uma vez que ganhe o processo, o juiz iniciará a fase de cumprimento da sentença (“execução”); se não houver pagamento espontâneo, poderá haver determinação de penhora de um bem que é seu para pagar o valor da condenação. Essa penhora é uma espécie de “venda forçada” de um bem seu por ordem judicial. Já que há recusa em cumprir a sentença, pode-se chegar a esse ponto. De outro modo, se você tem um terreno e permite que alguém o ocupe durante um prazo, esse terceiro poderá adquirir o bem pela usucapião, passando a ser o dono do terreno que era seu. Se você quiser pegar um bem seu (casa ou carro) e dar como garantia de dívida junto ao banco, poderá também. No entanto, nada disso poderá acontecer com os bens públicos. Não há penhora, não há usucapião e não podem ser dados em garantia de dívida. Viu a importância de saber se o bem é público ou não? Mas, então, o que vem a ser bem público? Temos dois conceitos: da lei e da doutrina. O Código Civil de 2002 apresenta o seguinte conceito: Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito pú- blico interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Para a doutrina, bem público são todos os bens vinculados à prestação de um serviço pú- blico, seja o bem pertencente à pessoa de direito público ou privado. Dessa forma, devemos fazer a observação de que o ordenamento jurídico brasileiro fixou um conceito mais restrito, considerando bens públicos somente aqueles pertencentes às pessoas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquerA indenização será paga mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 37 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO A Lei n. 10.257/1991 regulamenta os arts. 182 e 183 da CF. Para essa modalidade de desapropriação exige-se que o Município tenha editado plano diretor, destacando-se que ele é obrigatório para Municípios com mais de 20.000 habitantes (§ 1º, art. 182, CF). Nessa espécie de desapropriação, o Município procederá à aplicação do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU) progressivo no tempo, mediante a majoração da alíquota pelo prazo de cinco anos consecutivos (art. 7º, Lei n. 10.257/1991). Decorridos cinco anos de cobrança do IPTU progressivo sem que o proprietário tenha cumprido a obrigação de parcelamento, edificação ou utilização, o Município poderá proce- der à desapropriação do imóvel, com pagamento em títulos da dívida pública (art. 8º, Lei n. 10.257/1991). 5.12.3. Desapropriação por Sanção ou Confiscatória O art. 243 da CF assim dispõe: Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas cul- turas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 81, de 2014) Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e re- verterá a fundo especial com destinação específica, na forma da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 81, de 2014) Trata-se de modalidade de desapropriação com caráter punitivo ao proprietário que explo- ra o cultivo de plantas psicotrópicas, desse modo, não se adequando o uso de sua propriedade à função social. O STF entende que a desapropriação deve ser estendida a toda a propriedade, mesmo que o cultivo seja em apenas parte dela.6 6 O entendimento sufragado no acórdão recorrido não pode ser acolhido, conduzindo ao absurdo de expropriar-se 150 m2 de terra rural para nesses mesmos 150 m2 assentar-se colonos, tendo em vista o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos. 6. Não violação do preceito veiculado pelo art. 5º, LIV, da Constituição do Brasil e do chamado princípio da proporcionalidade.” (RE n. 543.974, Rel. Min. Eros Grau, Tribunal Pleno, julg. 26/3/2009, DJe-99, divulg. 28/5/2009, publ. 29/5/2009, Ement. Vol. 2.362- 08, p. 1.477 RTJ, Vol. 209-01, p. 395) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 38 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Essa forma de desapropriação é regida pela Lei n. 8.257/2001, sendo de competência da União. 5.12.4. Desapropriação Indireta Ocorre quando o patrimônio particular passa para o domínio estatal sem a observância dos procedimentos legais. O fundamento legal para a desapropriação indireta está previsto no art. 35 do Decreto-Lei n. 3.365/1941: Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas e danos. Desse modo, se o Poder Público veio a incorporar determinado patrimônio privado, confe- rindo-lhe destinação pública, restará apenas a propositura de ação judicial para a fixação da indenização. O STJ decidiu que, após a entrada em vigor do Código Civil de 2002, é de dez anos o prazo de prescrição aplicável nas ações de desapropriação indireta. O Tribunal entendeu que incide nessas hipóteses o mesmo prazo previsto para o usucapião extraordinário por posse-trabalho, previsto no parágrafo único do art. 1.238 do Código, observadas as regras de transição previs- tas no art. 2.028 da Lei. 5.12.5. Desapropriação por Zona Consiste na ampliação da expropriação às áreas que se valorizem extraordinariamente em consequência da obra ou do serviço público. O Decreto-Lei n. 3.365/1941, no art. 4º, especifi- ca que a desapropriação poderá abranger a área contínua necessária ao desenvolvimento da obra a que se destina, e as zonas que se valorizam extraordinariamente, em consequência da realização do serviço. Em qualquer caso, a declaração de utilidade pública deverá compreen- dê-las, mencionando-se quais as indispensáveis à continuação da obra e as que se destinam à revenda. A presente forma de desapropriação visa auferir aproveitamento econômico decorrente de obra pública anteriormente realizada. Trata-se de desapropriação que tem por fundamento a utilidade pública. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 39 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO 5.13. direito de extensão O direito de extensão consiste no direito do expropriado de exigir que a desapropriação e a respectiva indenização se estendam à totalidade do bem, quando o remanescente permanecer sem aproveitamento econômico. Tal direito deve ser manifestado pelo expropriado durante as fases administrativa ou judi- cial do procedimento de desapropriação. Não se admite o pedido após o término da desapro- priação. 5.14. tredestinAção A tredestinação ocorre quando o Poder Público confere destinação diversa da prevista ini- cialmente ao bem desapropriado. A tredestinação pode ser: • Lícita: a tredestinação continua sendo uma destinação pública; • Ilícita: a destinação é diversa e não visa o interesse público, cabendo retrocessão (direi- to de preferência do ex-proprietário de reaver o bem objeto de tredestinação ilícita). 5.15. retroCessão Trata-se do direito conferido ao expropriado de reivindicar que o bem retorne ao seu patri- mônio, caso a Administração não dê destinação pública ao bem desapropriado. A retrocessão surge quando há desinteresse superveniente do Poder Público pelo bem que desapropriou. Muitos autores veem na retrocessão direito de natureza pessoal, na medida em que o caso será resolvido em perdas e danos. Há profunda divergência doutrinária e jurisprudencial acerca da natureza da retrocessão, se seria de direito real ou pessoal. Nessa corrente (direito pessoal) está José dos Santos Carvalho Filho (2009). Para Celso Antônio Bandeira de Mello (2007), trata-se de instituto de natureza de direito real, não se podendo negar ao ex-proprietário o direito de reaver o bem. Destaca o autor que esse é o entendimento majoritário da jurisprudência pátria. Uma terceira corrente também ecoa em nossa doutrina. Para os que perfilham essa dire- ção, a retrocessão teria natureza mista (pessoa e real), pois caberia ao expropriado a ação de O conteúdodeste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 40 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO preempção ou preferência (de natureza real) ou, se preferir, perdas e danos. Maria Sylvia (2010) é adepta dessa teoria, porém, afirma que, com o novo Código Civil e a redação de seu art. 519, é provável que volte a prevalecer a tese da retrocessão como direito real. Obs.: � só haverá direito à retrocessão no caso de tredestinação ilícita. Jurisprudência ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. ENTE PÚBLICO. RODOVIA. FAIXA DE DOMÍNIO. TENDA. USO POR PARTICULAR. SÚMULAS 5 E 83/STJ. 1. Cuida-se, na origem, de Ação de Reintegração de Posse proposta pelo DAER/RS, autar- quia estadual, contra possuidor de tenda às margens da rodovia RS-040, Km 76-860, situ- ada na faixa de domínio. (...) 5. É inquestionável que, mesmo existindo concessão do serviço público a terceiros, tal fato não retira a legitimidade do poder público concedente relativamente à utilização dos instrumentos processuais para a retomada da posse do bem público, pois conserva os direitos inerentes à propriedade. 6. Ademais, a jurisprudência do STJ afirma que, nos casos em que o imóvel objeto do litígio é público, a discussão da posse em ação possessória decorre do próprio direito de propriedade, razão pela qual deve-se permitir o manejo de institutos processuais de natu- reza possessória pelos entes públicos. (...) 7. Em casos como o apreciado nestes autos, é legítimo ao ente estatal propor demanda para discutir a reintegração de posse de bem público ocupado por particulares, conside- rando que o direito de posse do recorrido decorre do direito de propriedade do Estado sobre a rodovia. 8. Exigir do poder público o exercício de poder de fato sobre a coisa para legitimar o manejo de Ações Possessórias, especialmente nos casos da utilização das margens de rodovias pelos particulares para fins privados, inviabilizaria a realização de política pública relacionada à segurança e conservação das vias públicas. (REsp 1766791/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/11/2018, DJe 19/11/2018) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 41 de 140www.grancursosonline.com.br MAPA MENTAL Federais Uso comum Art. 20, CF Art. 26, CF Todos podem usar Estaduais Uso especial Vinculação a serviço adm. Quanto à titularidade Quanto à natureza Municipais Dominicais Não tem destinação especial CLASSIFICAÇÃO Somente legitimado usa Conforme destinação principal Normal e anormal Comum e privativo Qualquer pessoa pode usar Desacordo com destinação principal USO PELO PARTICULAR CARACTERÍSTICAS Inalienáveis Não é absoluto Não “vender” Não usocapião Não pode ser dado em garantia Não penhorar Imprescritíveis Impenhoráveis Não oneráveis BENS PÚBLICOS O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 42 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO QUESTÕES DE CONCURSO Questão 1 (CESPE/2017/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR MUNICIPAL) A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item. Situação hipotética: a associação de moradores de determinado bairro de uma capital brasi- leira decidiu realizar os bailes de carnaval em uma praça pública da cidade. Nessa situação, a referida associação poderá fazer uso da praça pública, independentemente de autorização, mediante prévio aviso à autoridade competente. Questão 2 (CESPE/2017/TJ-PR/JUIZ DE DIREITO) Em relação aos bens públicos, assinale a opção correta. a) O ordenamento jurídico brasileiro permite que pertençam a particulares algumas áreas nas ilhas oceânicas e costeiras. b) Por serem abertos a uma utilização universal, o mercado municipal e o cemitério público são considerados bens de uso comum do povo. c) Em face do atributo da inalienabilidade, os bens públicos dominicais não podem ser aliena- dos. d) Quando o tribunal de justiça consente o uso gratuito de determinada sala do prédio do foro para uso institucional da defensoria pública local, efetiva-se o instituto da permissão de uso de bem público. Questão 3 (CESPE/2017/SE-DF/APOIO ADMINISTRATIVO) A respeito da gestão patrimo- nial, julgue o item subsequente. A alienação de um bem móvel pode ocorrer mediante permuta entre entidades da administra- ção pública. Questão 4 (CESPE/2016/TCE-PR/ANALISTA DE CONTROLE) Determinado órgão da ad- ministração pública pretende disponibilizar, mediante contrato por prazo determinado, uma área do prédio de sua sede — um bem público — para um particular instalar refeitório destinado aos servidores desse órgão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 43 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Nessa situação, de acordo com a doutrina pertinente, o instituto legalmente adequado para se disponibilizar o uso privativo do bem público por particular é a a) concessão de uso. b) cessão de uso. c) autorização de uso. d) concessão de direito real de uso. e) permissão de uso. Questão 5 (CESPE/2016/TCE-PR/ANALISTA DE CONTROLE) Acerca da alienação de bens pela administração pública, assinale a alternativa correta. a) A alienação de bens imóveis desafetados da administração pública direta para outro órgão da administração pública far-se-á por contratação direta, uma vez que a licitação é inexigível. b) Não é possível a alienação de bens da administração pública direta. c) Não é possível a alienação de bens imóveis da administração pública direta, mesmo que desafetados. d) É possível a alienação de bens móveis e imóveis da administração pública direta, desde que haja autorização legislativa. e) É possível a alienação de bens móveis desafetados da administração pública direta se hou- ver demonstração de interesse público, avaliação prévia do bem e prévia licitação. Questão 6 (CESPE/2012/PC-AL/DELEGADO DE POLÍCIA) Os terrenos de marinha são exemplos de bens dominicais. Questão 7 (CESPE/2016/TJ-DFT/JUIZ DE DIREITO) Bens dominicais são aqueles que po- dem ser utilizados por todos os indivíduos nas mesmas condições, por determinação de lei ou pela própria natureza do bem. Questão 8 (CESPE/2015/TCE-RN/ADMINISTRADOR) O ato mediante o qual a administra- ção pública consente a utilização privativa de uso de bem público por um particular é ato unilateral e, como regra, discricionário e precário. 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Questão 11 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) De acordo com a doutrina domi- nante, caso uma universidade tenha sido construída sobre parte de uma propriedade particu- lar, a União, assim como ocorre com os particulares, poderá adquirir o referido bem imóvel por meio da usucapião, desde que sejam obedecidos os requisitos legais. Questão 12 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Situação hipotética: a União decidiu construir um novo prédio para a Procuradoria Regional da União da 2ª Região para receber os novos advogados da União. No entanto, foi constatado que a única área disponível, no centro do Rio de Janeiro, para a realização da referida obra estava ocupada por uma praça pública. Nessa situação, não há possibilidade de desafetação da área disponível por se tratar de um bem de uso comum do povo, razão por que a administração deverá procurar por um bem dominical. Questão 13 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Se os membros de uma comuni- dade desejarem fechar uma rua para realizar uma festa comemorativa do aniversário de seu bairro, será necessário obter da administração pública uma permissão de uso. Questão 14 (CESPE/2015/TCU/PROCURADOR) Caso a administração pública tenha cele- brado contrato de permissão de uso de imóvel com entidade sem fins lucrativos pelo prazo de dez anos e promova a rescisão contratual antes do termo fixado, entende o STJ que a providên- cia demanda prévio processo administrativo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 45 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 15 (CESPE/2015/TJ-PB/JUIZ DE DIREITO) Segundo a jurisprudência do STJ, são impenhoráveis os bens pertencentes à sociedade de economia mista que presta serviço públi- co, independentemente de sua finalidade e do fato de esses bens estarem ou não afetados à prestação de serviço público. Questão 16 (CESPE/2015/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL) Com relação aos bens públicos, assinale a opção correta. a) A inalienabilidade é característica tanto dos bens de uso comum do povo como dos bens dominicais e dos de uso especial. b) A CF admite que os estados, o DF e os municípios, bem como os órgãos da administração direta e indireta de todos os entes federativos, participem no resultado da exploração de recur- sos minerais no âmbito de seu respectivo território. c) As terras devolutas são bens públicos que não possuem afetação pública nem foram incor- porados ao domínio privado. d) Os terrenos de marinha são as áreas que, banhadas pelas águas de mar ou de rios navegá- veis, integram o patrimônio dos diversos entes federativos e cuja utilização, por particulares, somente é admitida mediante permissão de uso. e) Devido ao fato de os bens públicos de uso comum se destinarem à utilização geral pelos indivíduos, é vedada a cobrança de remuneração pela utilização desse tipo de bem. Questão 17 (CESPE/2015/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) São bens públicos de uso comum do povo aqueles especialmente afetados aos serviços públicos, como, por exemplo, aeroportos, escolas e hospitais públicos. Questão 18 (CESPE/2015/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO) É juridicamente impossível a prescrição aquisitiva de imóvel público rural por meio de usucapião constitucional pró-labore. Questão 19 (2012/FCC/TRE-CE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) O bem públi- co de uso especial a) pode ser utilizado pelos indivíduos, mas essa utilização deverá observar as condições pre- viamente estabelecidas pela pessoa jurídica interessada. 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Em janeiro deste ano, Maurício procurou aconselhar-se com advogado, que verificou a situação dominial do terreno, cons- tatando tratar-se de propriedade registrada em nome do Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS. Diante de tal situação, o referido posseiro a) deve solicitar à Secretaria do Patrimônio da União – SPU a declaração de aforamento do imóvel, passando a recolher o foro anual. b) faz jus à usucapião do terreno, visto que se trata de imóvel particular da entidade autárqui- ca. c) não possui direito subjetivo de permanecer no imóvel, pois o princípio da boa-fé não é opo- nível ao interesse público. d) tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que comprove não ser proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural. e) deve requerer ao INCRA a abertura de processo de legitimação de posse, visto tratar-se de ocupante de terra devoluta. Questão 21 (2016/FCC/PGE-MT/PROCURADOR) Acerca do regime jurídico dos bens públi- cos, é correto afirmar: a) Os bens de uso especial, dada a sua condição de inalienabilidade, não podem ser objeto de concessão de uso. b) Chama-se desafetação o processo pelo qual um bem de uso comum do povo é convertido em bem de uso especial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 47 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO c) A investidura é hipótese legal de alienação de bens imóveis em que é dispensada a realiza- ção do procedimento licitatório. d) Os bens pertencentes ao Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas (Lei Federal n. 11.079/2004), embora possam ser oferecidos em garantia dos créditos do parceiro privado, mantém a qualidade de bens públicos. e) Os bens pertencentes às empresas públicas são públicos, diferentemente dos bens perten- centes às sociedades de economia mista. Questão 22 (2016/FCC/PREFEITURA DE CAMPINAS-SP/PROCURADOR) Caio estabele- ceu-se, com animus domini, em praça pública abandonada pelo Município. Decorridos mais de 20 anos, semoposição das pessoas que frequentavam o local, requereu fosse declarada usucapida a área. Tal praça constitui bem a) de uso comum do povo, suscetível de usucapião, em caso de abandono pelo poder público. b) de uso especial, insuscetível de usucapião, assim como os de uso comum do povo e os dominicais. c) dominical, suscetível de usucapião, ainda que conserve tal qualificação. d) de uso comum do povo, insuscetível de usucapião, diferentemente dos bens de uso espe- cial e dos dominicais. e) de uso comum do povo, insuscetível de usucapião, assim como os de uso especial e os dominicais. Questão 23 (2016/FCC/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA/PROCURADOR MUNICIPAL) Uma or- ganização social firmou contrato de gestão para prestação de serviços de saúde em uma de- terminada unidade hospitalar. Não obstante a gestão das atividades, é necessário trespassar à organização social o imóvel onde funciona o hospital, o que pode se dar mediante outorga de a) permissão de uso, ato que poderá viger por prazo indeterminado, mas que cessará conco- mitantemente com a extinção do contrato de gestão, caso não tenha sido extinto antes. b) concessão de direito real de uso, ato unilateral para o qual é inexigível a licitação, já que inviável a competição, diante da prévia existência do contrato de gestão. c) concessão de uso, ato que transmite a posse das dependências hospitalares por prazo indeterminado, enquanto perdurar o contrato de gestão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 48 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO d) permissão de uso, contrato que transfere posse à organização social, dispensando-se autorização legislativa em razão da vigência do contrato de gestão. e) concessão de uso com dispensa de licitação, tendo em vista que os atos e contratos que autorizam o uso privativo de bens públicos prescindem de licitação. Questão 24 (2012/FCC/TRT-20ª REGIÃO/SE/JUIZ DO TRABALHO) Os bens públicos são classificados em a) de uso especial e de uso comum do povo, considerados de domínio privado do Estado, e os de domínio público, também denominados bens dominicais. b) de uso comum do povo, de uso especial e dominicais, todos inalienáveis, imprescritíveis e impenhoráveis, salvo as terras devolutas. c) de uso comum do povo ou privativos do Estado, conforme a forma de aquisição da proprie- dade pelo Poder Público. d) de uso especial, de uso comum do povo e dominicais, estes últimos alienáveis observadas as exigências da lei. e) de uso especial e de uso comum do povo, sendo apenas os de uso especial passíveis de utilização pelo particular sob a forma de concessão ou permissão de uso. Questão 25 (2011/FCC/TCM-BA/PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS) Os denominados terrenos de marinha são bens de a) titularidade da União, de natureza dominial, passíveis de utilização pelo particular sob regi- me de enfiteuse ou aforamento. b) titularidade dos Estados-membros, insuscetíveis de utilização pelo particular. c) titularidade da União, de uso especial, destinados à segurança de fronteiras. d) propriedade particular, reservados, e objeto de servidão compulsória à União. e) domínio dos Estados-membros, passíveis de utilização pelo particular mediante regime de pagamento de foro ou laudêmio. Questão 26 (2015/FCC/TRT-15ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO) O regime jurídico de direito público que protege os bens públicos imóveis identifica-se, dentre outras características, pela imprescritibilidade, que a) guarnece os bens de uso comum e os bens de uso especial, mas é excepcionado dos bens dominicais, pois estes são considerados os bens privados da Administração pública e, portanto, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 49 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO não podem se eximir de se submeter ao regime jurídico comum, como expressão do princípio da isonomia. b) impede que os particulares adquiram a propriedade dos bens públicos por usucapião, in- dependentemente do tempo de permanência no imóvel e da boa-fé da ocupação, mas não se aplica a eventuais ocupantes que possuam natureza jurídica de direito público, pelo princípio da reciprocidade. c) impede a aquisição de bens públicos, independentemente de sua classificação, por usuca- pião, o que se aplica a particulares e pessoas jurídicas de direito público e privado, mas tam- bém se presta à proteção do patrimônio em face de qualquer instituto que venha a representar a subtração dos poderes inerentes à propriedade pública. d) determina que o poder público pode promover ações para ressarcimento de danos e res- ponsabilização dos envolvidos indefinidamente, com base no ordenamento jurídico vigente, no caso de ocupações multifamiliares irregulares, que gerem ou tenham gerado efeito favelizador da área. e) aplica-se reciprocamente à Administração pública e aos administrados, na medida em que aquela também não pode regularizar suas ocupações por meio de usucapião de bens imóveis pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. Questão 27 (2011/FCC/PGE-MT/PROCURADOR DO ESTADO) Os bens imóveis pertencentes à Administração Pública a) são inalienáveis, quando de uso comum do povo e de uso especial, enquanto mantida a afetação ao serviço público. b) podem ser alienados mediante autorização legal prévia, exceto os bens dominicais. c) são impenhoráveis, exceto os de titularidade de autarquias e fundações. d) não podem ser objeto de subsequente afetação a serviço público, quando anteriormente de uso privativo da Administração. e) podem ser objeto de utilização por particular, total ou parcial, desde que em caráter precá- rio e a título oneroso. Questão 28 (2015/FCC/TJ-AL/JUIZ DE DIREITO) No ano de 1963, o Supremo Tribunal Fede- ral adotou, em sua Súmula, o seguinte enunciado, sob o n. 340: Desde a vigência do Código O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 50 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usu- capião. Independentemente de eventual opinião doutrinária minoritária em sentido contrário, tal con- clusão, atualmente, a) mostra-se superada, eis que a Constituição Federal prevê a não sujeição à usucapião dos bens públicos imóveis, mas o Código Civil admite tal sujeição em relação aos bens públicos dominicais móveis ou semoventes. b) mostra-se superada, eis que vigora novo Código Civil. c) resta compatível com o direito vigente, eis que a Constituição Federal prevê a não sujeição à usucapião dos bens públicos imóveis, e o Código Civil prevê a mesma não sujeição quanto aos bens públicos em geral, sem excepcionar os dominicais. d) mostra-se superada, eis que a Constituição Federal excepciona os bens dominicais da não sujeição à usucapião. e) resta compatível com o direito vigente, eis que a Constituição Federal prevê a não sujeição à usucapião dos bens públicos em geral, superando, nesse ponto, disposição do Código Civil em sentido contrário.Questão 29 (2015/FCC/TCE-AM/AUDITOR) O Estado é proprietário de quase duas dezenas de terrenos localizados em determinado bairro onde a empresa pública responsável pelo sa- neamento está promovendo inúmeras obras. Em razão disso, seu representante entrou em contato com o Estado para solicitar a utilização de um dos imóveis, que é dos poucos de grandes dimensões, como canteiro de obras. Considerando que não se trata de um bairro muito valorizado, a avaliação do uso do referido imóvel não resultou significativa. Como alter- nativa de otimização de gestão imobiliária, a) o Estado pode locar o terreno pelo valor que entender pertinente, independentemente do valor de mercado, tendo em vista que a empresa pública tem necessidade e urgência no uso e, em razão de sua natureza jurídica de direito privado, não se submete ao regime da Lei n. 8.666/1993. b) o Estado pode outorgar permissão de uso onerosa em favor da empresa pública e, como contrapartida, estabelecer obrigação de fazer de modo que, ao invés de remuneração em espécie, a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 51 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO permissionária fique responsável pela guarda e vigilância dos demais terrenos de titularidade do Estado, o que representaria melhor custo-benefício do que a mera precificação do uso. c) a empresa pública pode ocupar temporariamente o terreno, tendo em vista que é concessio- nária de serviço público e, como tal, lhe foram delegados poderes inclusive para desapropria- ção, por meio da lei que rege as concessões públicas e do respectivo contrato firmado com o titular do serviço. d) a empresa pública deve desapropriar o imóvel, tendo em vista que é concessionária de serviço público e, como tal, lhe foram delegados os poderes para tanto. e) o Estado pode alienar onerosamente o imóvel para a empresa pública, independentemente de autorização legal e dispensada a licitação, tendo em vista que se trata de negócio jurídico firmado entre entes integrantes da Administração pública de qualquer esfera da Federação. Questão 30 (2015/FCC/TCE-AM/AUDITOR) Maria Sylvia Zanella di Pietro, na obra Uso Pri- vativo de Bem Público por Particular, assevera que “os bens públicos devem ser disponibiliza- dos de tal forma que permitam proporcionar o máximo de benefícios à coletividade, podendo desdobrar-se em tantas modalidades de uso quantas foram compatíveis com a destinação e conservação do bem”. Esse entendimento dirige-se a) aos bens públicos da categoria de uso especial e aos dominicais, posto que os bens de uso comum do povo já tem destinação intrínseca à sua natureza, não admitindo diversificações, sob pena de ilegalidade. b) a todos os bens públicos, importando a compatibilidade dos usos possíveis com a vocação e utilização precípua de cada um dos bens, admitindo-se diversas modalidades de instrumen- tos jurídicos relacionados ao mesmo substrato material. c) aos bens de uso especial, posto que é essa categoria de bens que serve à coletivida- de, abrigando serviços ou utilidades públicas, diversamente dos bens dominicais, que se prestam ao atendimento de finalidades de interesses privados e dos bens de uso comum do povo, que são de uso difuso e irrestrito a todos. d) aos bens dominicais, que são os bens públicos sem destinação e, portanto, sujeitos ao re- gime jurídico de direito privado, admitindo usos distintos daqueles precipuamente destinados ao atendimento do interesse público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 52 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO e) aos bens públicos afetados formal ou informalmente a uma atividade de interesse público, não se admitindo a compatibilização com usos voltados a interesses de natureza privada, em razão da diversidade de regimes jurídicos. Questão 31 (2010/FCC/MPE-RS/SECRETÁRIO DE DILIGÊNCIAS) Quando a Administração Pública adquire um imóvel para ali ser instalado determinado órgão público, ele é classificado como bem a) de uso particular da Administração. b) de uso especial. c) de uso comum do povo. d) dominical, ou dominial. e) privado, da Administração. Questão 32 (2015/FCC/MPE-PB/AUDITOR) O Ministério Público do Estado da Paraíba ajui- zou ação civil pública contra a Prefeitura de Campina Grande, haja vista a desafetação irregular de bem público. A propósito do tema, considere as seguintes assertivas: I – Na desafetação, o bem é subtraído à dominialidade pública para ser incorporado ao domínio privado, do Estado ou do administrado. II – Os bens dominicais são alienáveis, porém a alienabilidade não é absoluta, já que podem perdê-la pelo instituto da afetação. III – Os bens de uso comum do povo não comportam desafetação, pois, por sua própria natureza, são insuscetíveis de valoração patrimonial. Está correto o que se afirma em a) II e III, apenas. b) I, apenas. c) II, apenas. d) I e II, apenas. e) I, II e III. Questão 33 (2015/FCC/TJ-SC/JUIZ DE DIREITO) Pela perspectiva tão somente das de- finições constantes do direito positivo brasileiro, consideram-se “bens públicos” os per- tencentes a a) um estado, mas não os pertencentes a um território. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 53 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO b) um município, mas não os pertencentes a uma autarquia. c) uma sociedade de economia mista, mas não os pertencentes ao distrito federal. d) uma fundação pública, mas não os pertencentes a uma autarquia. e) uma associação pública, mas não os pertencentes a uma empresa pública. Questão 34 (2015/FCC/TCE-CE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) Asdrúbal havia re- cebido permissão de uso de bem público para a instalação de banca de jornal em praça apra- zível do Bairro das Flores. Após 20 anos no mesmo local, o Município entendeu que a banca de Asdrúbal atrapalhava o trânsito, tendo em vista o crescimento do comércio no bairro. Para retirar a banca de Asdrúbal, o Município deve a) revogar a permissão de uso de bem público, concedendo a Asdrúbal direito à indenização. b) anular a permissão de uso de bem público, não tendo Asdrúbal direito à indenização. c) revogar a permissão de uso de bem público, não tendo Asdrúbal direito à indenização. d) anular a permissão de uso de bem público, concedendo a Asdrúbal direito à indenização. e) proceder à cassação da permissão de uso de bem público, realizando uma apuração de ha- veres para certificar-se de que Asdrúbal terá direito à indenização. Questão 35 (2015/FCC/TCE-CE/AUDITOR) De acordo com a Constituição Federal e a Lei n. 8.666/1993, os bens públicos I – dependem, em regra, de prévia autorização legislativa para alienação. II – são imprescritíveis, o que significa que não são alcançados em execuções por dívidas. III – caracterizam-se como dominicais, quando afetados a finalidade pública. IV – os de uso especial não estão protegidos pela impenhorabilidade. Está correto o que se afirma APENAS em a) III e IV. b) I e III. c) II e III. d) II e IV. e) I. Questão36 (2015/FCC/TCE-CE/PROCURADOR) O Município de Fortaleza decidiu instituir uma feira de produtos orgânicos e sustentáveis em um parque urbano de lazer localizado em O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 54 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO região com grande fluxo de pessoas e de fácil acesso. Pretende, dessa forma, incentivar a prática da sustentabilidade e da preservação do meio ambiente. Idealizou, assim, no espaço destinado a atividades culturais do parque, a instalação de boxes de mesma dimensão. O Mi- nistério Público instaurou inquérito civil para apurar o fato de o projeto ter sido idealizado em um bem de uso comum do povo. Correta orientação jurídica é aquela que a) opina pela ilegalidade do projeto municipal, tendo em vista que o uso privativo de bens pú- blicos está restrito às categorias de bens dominicais e bens de uso especial, sendo inviável, ainda que por meio de licitação, restringir o uso de um bem de uso comum do povo. b) se manifesta pela viabilidade do projeto, desde que o espaço destinado a essa finalidade seja compatível com a finalidade principal do bem de uso comum do povo, podendo a outorga de uso se dar por meio de permissão de uso precedida de licitação, diante da possibilidade de competição entre diversos interessados. c) opina pelo uso pretendido, desde que por meio de concessão de uso, em razão da finalidade da outorga, qual seja, preservação do meio ambiente, ser preponderante em relação ao bem de uso comum do povo. d) recomenda o prosseguimento do projeto, com a outorga, mediante dispensa de licitação, de contrato de permissão de uso com prazo indeterminado, que pode ser revogado a qualquer mo- mento, garantido o livre acesso ao bem de uso comum do povo. e) veda o projeto apenas e tão somente em razão da finalidade do uso privativo permitir re- torno financeiro aos utentes, característica que somente pode estar presente quando não se tratar de bem de uso comum do povo, pois é premissa legal a gratuidade da frequência a bens públicos dessa natureza. Questão 37 (2010/FCC/TCE-AP/PROCURADOR) A imprescritibilidade dos bens públicos a) é aplicável aos bens das empresas públicas, em razão de sua natureza jurídica de direito público. b) não é aplicável aos bens de titularidade das fundações, independentemente do regime jurí- dico das mesmas. c) é aplicável aos bens das sociedades de economia mista, independentemente de sua afeta- ção ao serviço público. d) é aplicável aos bens das autarquias, porque sujeitos ao regime jurídico de direito público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 55 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO e) não é aplicável aos bens de titularidade das pessoas políticas, quando se tratar de usuca- pião. Questão 38 (INSTITUTO AOCP/PREFEITURA DE SÃO BENTO DO SUL-SC/FISCAL DE POS- TURAS/2019) Os bens públicos são tema de análise pelo direito administrativo brasileiro. A respeito deles, assinale a alternativa correta. a) Os bens afetados à prestação de serviços públicos, mesmo que não pertencentes a pessoas jurídicas de direito público, podem ser penhorados. b) Bens dominicais podem ser exemplificados, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças. c) O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. d) Os bens públicos dominicais não podem ser alienados por iniciativa pública ou projeto de lei. Questão 39 (INSTITUTO AOCP/IPM-SP/AGENTE ADMINISTRATIVO/2018) Referente aos bens públicos, assinale a alternativa correta. a) Os bens das empresas públicas prestadoras de serviços públicos se sujeitam à penhora, desde que eles não estejam diretamente ligados à prestação de serviços e desde que a penho- ra não comprometa a execução dessa atividade. b) No tocante aos bens das empresas estatais exploradoras de atividades econômicas, seus bens gozam de todas as garantias conferidas aos bens públicos. c) Os bens públicos estão sujeitos a usucapião, contanto que sejam de uso especial. d) São bens públicos os dominicais, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças. e) Incluem-se entre os bens dos Estados membros, dentre outros, os potenciais de energia hidráulica. Questão 40 (INSTITUTO AOCP/IPM-SP/AGENTE ADMINISTRATIVO/2018) Tendo em vista a legislação, a doutrina e a jurisprudência de Direito Administrativo, assinale a alternativa cor- reta. a) O poder de polícia do Estado, as cláusulas exorbitantes presentes nos contratos adminis- trativos e a definição de privilégios tributários para as pessoas jurídicas de direito público são prerrogativas conferidas à Administração Pública em decorrência do princípio da indisponibi- lidade do interesse público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 56 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO b) Consoante a doutrina, são exceções constitucionais ao princípio da legalidade a edição de medidas provisórias e as situações de estado de defesa e estado de sítio. c) Consubstanciam-se em bens de uso comum do povo os bens que a Administração Pública mantém para o uso normal da população, de uso livre ou gratuito, sendo vedada a cobrança de taxas pelo seu uso. d) São características dos bens públicos a impenhorabilidade, a imprescritibilidade e a onera- bilidade. e) A conveniência e a oportunidade são consideradas elementos nucleares do poder vinculado. Questão 41 (INSTITUTO AOCP/CÂMARA DE MARINGÁ-PR/ADVOGADO/2017) Referente aos bens públicos, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta a(s) INCORRE- TA(S). I – Os edifícios em que se encontram sediados o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, na Praça da Sé, e o Fórum João Mendes Júnior, na Praça João Mendes, são bens de uso espe- cial, pertencentes à Fazenda do Estado, afetados ao uso do Poder Judiciário. II – Os bens de uso comum do povo não perdem essa característica se o Estado regulamentar sua utilização de maneira onerosa. III – Os terrenos e edifícios usados pelo próprio Estado para execução de serviço público espe- cial são considerados bens de uso geral ou uso comum do povo, na medida em que a acessi- bilidade a eles se dá por meio da utilização universal, por toda a população, com livre trânsito em suas dependências. a) I, II e III. b) II e III. c) I e III. d) Apenas II. e) Apenas III. Questão 42 (AOCP/CODEM-PA/ADVOGADO/2017) A Administração, para poder exercer suas atividades, necessita ser detentora de bens que possam garantir a efetividade destas. Tais bens, por sua vez, formam o chamado “domínio público”. Assim, com base na ideia de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 57 de 140www.grancursosonline.com.brGustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO administração, utilização, alienação e características dos bens públicos, assinale a alternativa correta: a) A inalienabilidade dos bens públicos tem caráter absoluto, uma vez que esta é a melhor for- ma de se preservar o patrimônio nacional. b) Para resguardar os interesses públicos, o legislador infraconstitucional vedou a utilização de bens públicos por particulares. c) As terras devolutas, mesmo sendo consideradas bens públicos dominicais, estão sujeitas ao chamado processo discriminatório, o qual objetiva afastar a incerteza jurídica do domínio público ou particular dessas áreas. d) Os bens públicos dominicais são destinados à utilização imediata do povo. Por esse motivo, só podem ser alienados se respeitarem as determinações legais. e) As repartições públicas estão instaladas nos chamados bens de uso comum. Questão 43 (AOCP/EBSERH/ADVOGADO/2016) Sobre os bens públicos, assinale a alterna- tiva correta. a) São bens públicos os de uso comum do povo, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusi- ve os de suas autarquias; os de uso especial, que constituem o patrimônio das pessoas jurídi- cas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades; os dominicais, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças. b) Os bens de uso comum do povo podem ser alienados, observadas as exigências da lei. c) Bens públicos dominicais constituem-se no patrimônio das pessoas jurídicas de direito pú- blico, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades e podem ser alie- nados, observadas as exigências da lei. d) Os bens públicos dominicais são inalienáveis. e) O uso comum dos bens públicos deve ser gratuito. Questão 44 (AOCP/SERCOMTEL S.A TELECOMUNICAÇÕES/ANALISTA/2016) Quanto à destinação, os bens públicos se classificam como: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 58 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO a) bens gerais e bens particulares. b) bens federais, bens estaduais, bens distritais e bens municipais. c) bens inalienáveis e bens impenhoráveis. d) bens de capital, bens de patrimônio e bens de uso. e) bens de uso comum, bens de uso especial e bens dominicais. Questão 45 (AOCP/CASAN/ADVOGADO/2016) Sobre os bens públicos, assinale a alterna- tiva correta. a) É bem público de uso especial: o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. b) A administração pública adquire patrimônio somente pela desapropriação, requisição de coisas móveis consumíveis, aquisição por força de lei ou de processo judicial de execução, investidura. c) São bens públicos de uso comum do povo: rios, mares, estradas, ruas e praças. São bens públicos dominicais: edifícios ou terrenos destinados ao serviço ou estabelecimento da admi- nistração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias. d) O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. e) Os bens públicos são inalienáveis, sem qualquer exceção. Questão 46 (AOCP/EBSERH/ADVOGADO/2015) Assinale a alternativa correta. a) Os rios, mares, estradas, ruas e praças não são bens públicos. b) São bens públicos os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. c) Os bens públicos podem ser alienados, penhorados e onerados. d) A continuidade do serviço público não é um princípio que rege o serviço público. e) Não existem serviços públicos comerciais ou industriais, sendo estes próprios da iniciativa privada. Questão 47 (2017/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGIS- TROS) Com relação aos bens públicos, é correto afirmar que O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 59 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO a) os bens dominicais, não estando afetados à finalidade pública específica, podem ser aliena- dos por meio de institutos do direito privado (compra e venda, doação, permuta) ou do direito público (investidura, legitimação de posse e retrocessão). b) a concessão de uso de bem público dispensa licitação. c) compra, permuta ou doação com encargo de bens imóveis dependerá de interesse público devidamente justificado, prévia avaliação e de licitação na modalidade concorrência. d) são classificados como bens de uso comum do povo aqueles de utilização pública a exem- plo dos imóveis onde se encontram instaladas as repartições públicas da Administração mu- nicipal, estadual ou federal e os museus. Questão 48 (2016/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGIS- TROS) Com relação aos bens públicos imóveis, é correto afirmar: a) Os imóveis públicos rurais, com área maior do que o módulo rural, sujeitam-se à prescrição aquisitiva. b) A alienação de bens imóveis da Administração deverá ser objeto de prévio certame licitató- rio, por tomada de preços. c) A afetação do bem público exige rigorismo formal e só poderá ser realizada de forma ex- pressa, não se admitindo a tácita. d) Os bens de uso comum do povo, enquanto afetados ao Poder Público, não poderão ser ob- jetos de alienação. Questão 49 (2014/CONSULPLAN/CBTU/ADVOGADO) Sobre bens públicos, assinale a al- ternativa INCORRETA. a) Entende-se por bens públicos, os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurí- dicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. b) Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. Da mesma forma, os bens pú- blicos não estão sujeitos a usucapião. c) São bens públicos, os bens de uso comum do povo, além dos bens de uso especial, que são aqueles destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 60 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO d) O uso comum dos bens públicos é, obrigatoriamente, gratuito. A legislação vigente não pos- sibilita qualquer tipo de retribuição (remuneração) para o uso comum de bens públicos. Dessa forma, bens (imóveis) públicos não podem ser alugados ou alienados a terceiros que não se- jam de direito público. Questão 50 (2013/CONSULPLAN/TRE-MG/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRA- TIVA) Determinada empresa pública estadual pretende alienar determinado imóvel de sua pro- priedade, o qual não guarda mais vinculação com o exercício de suas atividades. Sobre o caso, assinale a alternativa correta. a) Como bem de uso especial, o bem da empresa pública é gravado legalmente com cláusula de inalienabilidade. b) Os bens das empresaspúblicas são bens públicos, de modo que não podem ser alienados por meio de contrato de compra e venda. c) Apesar de ser bem privado, a alienação dos bens imóveis das empresas públicas depende de avaliação prévia e licitação na modalidade de concorrência. d) As empresas públicas estaduais, como hierarquicamente subordinadas ao Estado, não pos- suem autonomia financeira e patrimonial, não possuindo, portanto, patrimônio próprio. e) Por ser bem pertencente à pessoa jurídica de direito privado, os bens imóveis das empresas públicas são privados, podendo ser alienados por meio de contrato de compra e venda. Questão 51 (2012/CONSULPLAN/TSE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) De acordo com a classificação dos bens públicos, é correto afirmar que o meio ambiente a) é um bem de uso comum do povo por expressa disposição constitucional. b) é um bem de uso especial por ter uma destinação específica. c) é um bem dominical por não estar afetado a nenhuma finalidade específica. d) não se enquadra em nenhuma classificação, uma vez que não é considerado um bem para o direito brasileiro. Questão 52 (2011/CONSULPLAN/CREA-RJ/ENGENHEIRO CIVIL) Sobre bens públicos, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 61 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO ( ) � São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertence- rem. ( ) � Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. ( ) � Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. ( ) � Os bens públicos dominicais são inalienáveis. A sequência está correta em: a) V, V, V, V b) F, F, F, F c) V, V, V, F d) V, V, F, F e) V, F, V, F Questão 53 (2022/FGV/PC AM/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Em matéria de classificação do bem público quanto à sua destinação, uma Delegacia de Polícia Civil situada no Centro da ci- dade de Manaus é classificada como bem a) de uso especial, que é utilizado para prestação de serviço público pelo Estado aos cidadãos. b) de uso comum do povo, que é utilizado ou colocado à disposição de toda população. c) dominical, que é utilizado no serviço de segurança pública oferecido pelo Estado aos cida- dãos. d) desafetado, que é usado com a finalidade específica de prestação de serviço público pelo Estado aos cidadãos. e) de uso extraordinário, que é utilizado ou colocado à disposição de toda população. Questão 54 (2022/FGV/SENADO FEDERAL/CONSULTOR LEGISLATIVO) A sociedade em- presária Alfa, após processo licitatório, celebrou contrato administrativo com a União receben- do consentimento estatal para utilização especial de bem público consistente em uma lancho- nete no presídio federal Gama, por prazo determinado, realizando investimento financeiro para instalação da lanchonete. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 62 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO No caso em tela, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a modalidade de uso de bem público por particular adotada foi a) concessão de uso. b) autorização de uso. c) permissão de uso. d) concessão de direito real de uso. e) cessão de uso. Questão 55 (2022/FGV/TRT 13ª REGIÃO(PB)/TÉCNICO JUDICIÁRIO) De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, o imóvel próprio onde está instalada a sede do Tribunal Re- gional do Trabalho da Yª Região, por ser um bem público, goza de determinadas prerrogativas decorrentes do regime jurídico de direito público, como por exemplo a) impenhorabilidade e imprescritibilidade. b) alienabilidade incondicionada e impenhorabilidade. c) penhorabilidade e não-onerabilidade. d) inalienabilidade e penhorabilidade condicionada. e) imprescritibilidade e alienabilidade incondicionada. Questão 56 (2022/FGV/PGE SC/PROCURADOR DO ESTADO) João e sua companheira Ma- ria ocupam, irregularmente, há vinte anos, terreno que, de acordo com a matrícula imobiliária, é de propriedade do Estado de Santa Catarina, no qual ergueram a casa em que residem e uma edícula, onde se dedicam à atividade de bar e restaurante. De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: a) João e Maria adquiriram o terreno por usucapião; b) João e Maria têm direito a justa e prévia indenização; c) o terreno e suas acessões e construções compõem bem de família, de modo que João e Maria não podem ser dele desapossados; d) João e Maria não têm direito à indenização pelas acessões e benfeitorias realizadas no ter- reno, dada a natureza precária da ocupação; e) João e Maria têm direito à indenização pela casa, que é bem de família, mas não da edícula, que se destina a uma atividade comercial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 63 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 57 (2022/FGV/TRT 16ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) A associação de moradores do Bairro Alfa obteve consentimento do Município Beta para utilização especial de bem público consistente no fechamento da Rua Gama, no primeiro sábado de junho, das 18h às 23h, para realização de um evento festivo. Sabe-se que o mencionado consentimento ocorreu de forma precária, sem prévia licitação, e atendendo ao interesse daquela coletividade, sem prejuízo ao interesse público. De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, o ato praticado pelo poder público munici- pal consiste em a) concessão de uso. b) permissão de uso. c) autorização de uso. d) concessão de direito real de uso. e) concessão de uso especial transitória. Questão 58 (2022/FGV/CÂMARA DE TAUBATÉ -SP/CONSULTOR LEGISLATIVO) O Muni- cípio Alfa pretende realizar a alienação de determinado bem imóvel, pois verificou, no bojo de processo administrativo, a existência de interesse público devidamente justificado, pois a pro- priedade não é usada há muito tempo para qualquer finalidade pública. No caso em tela, a venda do imóvel será precedida de a) consulta pública, exigirá autorização legislativa e, em regra, dependerá de licitação na mo- dalidade concorrência. b) avaliação, exigirá autorização legislativa e, em regra, dependerá de licitação na modalidade leilão. c) consulta pública, exigirá autorização do Tribunal de Contas e, em regra, não dependerá de licitação. d) avaliação, exigirá autorização do Prefeito e, em regra, não dependerá de licitação. e) consulta pública, exigirá autorização do Prefeito e, em regra, dependerá de licitação na mo- dalidade concorrência. Questão 59 (2022/FGV/PC AM/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) João, professor de direito constitucional, informou aos seus alunos que pertencem à União as terras públicas que, em O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição,sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 64 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO primeiro lugar, não tenham recebido destinação do Poder Público e que jamais integraram o patrimônio de um particular, ainda que este último se encontre irregularmente na sua posse. Para que sejam de propriedade da União, essas terras ainda devem ser indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei. À luz da sistemática constitucional, João referiu-se a) às terras devolutas. b) às terras dominicais. c) aos terrenos de marinha. d) à plataforma continental. e) às terras de preservação, defesa e segurança. Questão 60 (2019/FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/GUARDA CIVIL MUNICIPAL). O Có- digo Civil conceitua que são públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Neste sentido, o mesmo diploma legal estabelece que o uso comum dos bens públicos a) deve ser necessariamente retribuído, por meio de tarifa por parte dos particulares usuários. b) deve ser necessariamente gratuito, já que tais bens pertencem a toda a sociedade de forma genérica. c) deve ser necessariamente oneroso, a fim de que toda a coletividade se beneficie. d) pode ser gratuito ou retribuído, conforme decidir arbitrariamente o Secretário Municipal de Governo. e) pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. Questão 61 (2019/FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/GUARDA CIVIL MUNICIPAL) Em relação aos bens públicos municipais do Município de Salvador, de acordo com o Código Civil e a doutrina de Direito Administrativo, assinale a opção que apresenta exemplos de bens de uso especial. a) Correios e garagem de veículos de transporte coletivo privado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 65 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO b) Postos de saúde, creches e cemitérios municipais. c) Estabelecimentos privados que prestam serviços de educação. d) Praças, estradas e ruas municipais. e) Lagoas, rios e mares que banham a cidade. Questão 62 (VUNESP/PREFEITURA DE POÁ-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2019) Quando um bem público é desativado, deixando de servir à finalidade pública anterior, trata do seguinte instituto de Direito Administrativo: a) retrocessão. b) cessão. c) desafetação. d) afetação. e) reversão. Questão 63 (VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMO- ÇÃO/2019) A respeito dos bens públicos, assinale a alternativa correta. a) As hipóteses de dispensa de licitação para a alienação de bens imóveis estão previstas na Lei n. 8.666/93, devendo o rol ser observado por Estados e Municípios. b) São características da autorização para o uso privativo de bem público a precariedade, a dis- cricionariedade e a prevalência do interesse do Estado em face do interesse do particular. c) Os bens dominicais, em regra, podem ser concedidos em garantia pelo Estado, sendo dis- pensada a autorização legal. d) O domínio eminente refere-se ao direito de propriedade do Estado, compreendendo os bens das pessoas jurídicas de direito público, submetidos ao regime jurídico especial de Direito Ad- ministrativo. e) Os bens das concessionárias de serviços públicos, que estejam afetados à execução da atividade estatal, são impenhoráveis. Questão 64 (VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMO- ÇÃO/2019) Suponha que determinado indivíduo, por onze anos, tenha ocupado um terreno de O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 66 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO propriedade do Município, construído nele a sua residência e um galpão, em que funciona uma oficina mecânica, local onde exerce a sua profissão de mecânico e retira os recursos necessá- rios a sua subsistência. A Administração, após notar o uso do espaço pelo particular sem seu consentimento, notifica-o, solicitando a desocupação da área. Diante da situação hipotética, assinale a alternativa correta. a) O particular tem o direito à propriedade do local, dado que o bem é dominical, não estando afetado a uma finalidade pública específica. b) O particular deve desocupar o espaço, tendo o direito de ser indenizado pelas benfeitorias úteis, necessárias e fundo de comércio. c) O particular tem o direito real de uso do imóvel, caso o terreno ocupado não seja superior a 1.000 m2 (mil metros quadrados). d) O particular tem o direito de permanecer na posse do local, por estar dando ao espaço uma finalidade socialmente útil. e) O particular não tem o direito de permanecer no imóvel e não possui o direito de ser indeni- zado pelas benfeitorias existentes no local. Questão 65 (VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Os bens públicos podem ter utilização especial ou privativa em algumas situações específicas. Suponha a situação em que uma empresa regularmente em operação deseja utilizar bem público, de forma privativa, onde realizará investimentos relevantes para a exploração da sua atividade, privada, mas de interesse público. Nessa situação, o instrumento administrativo mais adequado para preservar os interesses do particular investidor e da Administração é a: a) autorização de uso de bem público, pois é instrumento bilateral, assinado por prazo deter- minado, assegurando ao autorizado direito de indenização em caso de retomada do bem pela Administração. b) concessão de uso especial para fins de moradia e investimentos, pois é esse o instrumento unilateral e precário adequado para a preservação dos interesses do particular na amortização dos investimentos realizados. c) concessão de uso de bem público, a qual formaliza-se por contrato administrativo, portanto, instrumento bilateral, não sendo precário. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 67 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO d) licença de uso de bem público, instrumento unilateral, assinado por prazo determinado, não assegurando ao licenciado direito de indenização em caso de retomada do bem pela Adminis- tração. e) retrocessão, por ser esse o instrumento que permite, de forma gratuita, o uso de bem pú- blico por empresas privadas, para a exploração de atividade econômica de interesse público. Questão 66 (VUNESP/FAPESP/PROCURADOR/2018) A FAPESP deseja transferir alguns bens móveis para uma Faculdade de Medicina Federal, pois eles são necessários ao desen- volvimento de projetos de pesquisa dessa instituição. A transferência desses bens é pura e simples, não estando sujeita a qualquer encargo. Sobre a transferência, é correto afirmar que: a) por se tratar de alienação gratuita de bens móveis depende de autorização legislativa espe- cífica. b) serárealizada por doação e não depende da realização de licitação, porque inexiste compe- tição sendo formalizada por contrato de doação, sem previsão de qualquer encargo. c) deverá ser precedida de licitação na modalidade pregão e somente poderá ser formalizada por meio de termo de transferência. d) está subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, podendo a ava- liação do bem ser realizada após a efetivação da alienação. e) não poderá ser realizada, pois a lei somente permite a transferência de bens entre órgãos ou entidades da Administração Pública da mesma esfera de governo. Questão 67 (VUNESP/PAULIPREV-SP/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2018) No tocante a bem público, é correto afirmar que a: a) alienação de bens imóveis, como regra, dependerá de autorização legislativa, de avaliação prévia e de licitação, realizada na modalidade de concorrência. b) afetação de bem a uso comum dependerá de avaliação prévia, assim como de autorização legislativa ou decreto. c) alienação poderá decorrer de retrocessão, que não se confunde com concessão de uso, porque é forma de alienação hoje admitida apenas para terras devolutas da União, Estados e Municípios. d) afetação e a desafetação de qualquer bem sempre dependerão de lei. e) alienação poderá decorrer de concessão de domínio, que ocorre sempre que a Administra- ção não mais necessita do bem expropriado, e o particular o aceita em retorno. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 68 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 68 (VUNESP/TJ-SP/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PROVI- MENTO/2018) Com relação aos bens públicos, assinale a alternativa correta. a) Os móveis das instalações físicas destinadas à prestação do serviço delegado extrajudicial de notas e registro são bens públicos. b) Os bens públicos não comportam a possibilidade de uso privativo por particulares. c) A inalienabilidade do bem público é absoluta. d) Os bens públicos de uso especial não permitem oneração por meio de hipoteca. Questão 69 (VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2017) Considerando-se o regime jurídico dos bens públicos, pode-se afirmar que: a) a eles não se aplica o princípio da função social da propriedade, em razão do regime de im- penhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade. b) a eles se aplica, com grau diferenciado, o princípio da função social da propriedade, em relação aos bens de uso comum do povo. c) a eles se aplica o princípio da função social da propriedade, em grau diferenciado, em relação aos bens dominiais . d) a eles se aplica o princípio da função social da propriedade que incide indistintamente e com mesmo grau de intensidade, dada sua função normativa, sobre todo o ordenamento jurídico e sobre o domínio público e particular. Questão 70 (VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2017) Sobre a impenhorabilidade dos bens públicos, pode-se afirmar que: a) tem natureza absoluta por decorrerem da inalienabilidade que os caracterizam. b) é absoluta, com exceção da hipótese de concessão de garantia da União em operações de crédito externo, nos termos do artigo 52, VIII, da Constituição Federal de 1988. c) é absoluta, com exceção da hipótese de sequestro de bens ao teor do artigo 100, parágrafo 6º, da Constituição Federal de 1988. d) admite exceção para a hipótese de sequestro de bens, nos termos do artigo 100, parágrafo 6º, da Constituição Federal de 1988, e para a concessão de garantia, em condições especia- líssimas, em operações de crédito externo, cabendo ao Senado Federal dispor sobre limite e concessões, nos termos do artigo 52, VIII, da Constituição Federal de 1988. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 69 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 71 (VUNESP/PREFEITURA DE ALUMÍNIO-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2016) As Escolas Municipais do Município de Alumínio são: a) bens de uso especial e, no tocante ao regime jurídico, são inalienáveis enquanto estiverem afetados. b) bens de uso comum e, no tocante ao regime jurídico, são inalienáveis enquanto estiverem afetados. c) bens dominicais e, no tocante ao regime jurídico, são inalienáveis enquanto estiverem afe- tados. d) bens de uso comum e, no tocante ao regime jurídico, não há qualquer restrição à sua alie- nação. e) bens de uso especial e, no tocante ao regime jurídico, não há qualquer restrição à sua alie- nação. Questão 72 (VUNESP/TJ-SP/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PROVI- MENTO/2016) Para a permuta de bens públicos com particulares, exige-se, necessariamente, a) Decreto-Lei, Decreto Legislativo e interesse público. b) autorização legal, avaliação prévia dos bens a serem permutados e interesse público. c) licitação, vantagens para a Administração Pública e Decreto-Lei autorizando a permuta. d) desafetação dos bens públicos, autorização legal e avaliação dos bens particulares a serem permutados. Questão 73 (VUNESP/CÂMARA DE MARÍLIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2016) Assina- le a alternativa que corretamente discorre sobre os bens públicos sob a perspectiva do direito administrativo pátrio. a) Os bens públicos não são bens de qualquer natureza, porque na categoria de bens públicos se inserem os bens corpóreos, como móveis, imóveis ou semoventes, excluindo-se os incorpó- reos, como créditos, direitos e ações. b) A propósito da titularidade dos bens públicos, há uma particularidade a destacar: os titula- res não são as pessoas jurídicas públicas, e sim os órgãos que as compõem, como o Tribunal de Justiça, a Assembleia Legislativa e o Ministério Público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 70 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO c) São bens municipais aqueles localizados em seu território e que constituam as terras devo- lutas necessárias à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares e os terre- nos de marinha e seus acrescidos. d) São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito pú- blico interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. e) Os bens dominicais são aqueles que se destinam à utilização geral pelos indivíduos, poden- do ser federais, estaduais ou municipais, neles prevalecendo o sentido de destinação pública, pela utilização efetiva destes pelos membros da coletividade. Questão 74 (VUNESP/IPSMI/PROCURADOR/2016) A respeito dos bens públicos, assinale a alternativa correta. a) Os bens dominicais, por não estarem afetados a finalidade pública, estão sujeitos à prescri- ção aquisitiva. b) Os bens públicos podem ser onerados com garantia real, eis que tais garantias possuem o condão de reduzir os riscos das relações travadas entre Administração e agentes privados. c) Os bens de todas as empresas estatais são considerados bens públicos, uma vez que tais pessoas jurídicas compõem a Administração indireta. d) O domínio eminente é a prerrogativa decorrente da soberania que autoriza o Estado a intervir em todos os bens localizadosmeios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 6 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO jurídicas de direito público, quais sejam: a União, os Estados, o DF, os Territórios, os Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público. Para a doutrina, o conceito é abrangente e se refere à destinação do bem. Se é destinado à prestação de serviço público, o bem é público e estará sujeito ao regime jurídico especial. Para concursos, na dúvida, a melhor opção é seguir o texto da lei. Porém, o conceito dado pela doutrina também pode ser considerado correto, quando não confrontado com o conceito legal. 2. ClAssifiCAção Assim como vimos em outras matérias, por questão didática, é comum fazermos a classi- ficação, isto é, a divisão sistemática do assunto. Vamos lá! Quanto à Titularidade QUANTO À TITULARIDADE Federais (art. 20, CF) Estaduais (art. 26, CF) Municipais Federais (da União) – Art. 20 da CF I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; Significa que é um rol exemplificativo. União pode adquirir outros bens. II – as terras devolutas indispensá- veis à defesa das fronteiras, das forti- ficações e construções militares, das vias federais de comunicação e à pre- servação ambiental, definidas em lei; As terras devolutas, em regra, pertencem aos Estados. Somente estas previstas no art. 20 da CF são de titularidade da União. Terra devoluta significa devolvida. Com a proclamação da República e o modelo federativo, as terras da coroa portuguesa que não tiveram desti- nação foram atribuídas, como regra, aos Estados. 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Praias fluviais: começa na área coberta e descoberta regularmente pelas águas do rio, e termina no limite com a vegetação natural ou no ponto em que há alteração do ecossistema. Praia fluvial de rio federal pertence à União. Terrenos marginais: porção de terra banhada pelas correntes nave- gáveis, fora do alcance da influência das marés, que se estende até a distância de 15 metros, medidos horizontalmente para a parte da terra, contados a partir da Linha Média das Enchentes Ordinárias (LMEO). Se o rio é federal, as praias fluviais e os terrenos marginais pertencem à União. Terreno marginal ou reservado, que não se confunde com terreno de marinha, são os que estão às margens dos rios. Vamos visualizar uma imagem para facilitar a compreensão: • Em vermelho: linha média das enchentes ordinárias; • Em amarelo: os terrenos marginais; Em verde: o limite dos terrenos marginais. A partir da linha verde são terrenos particulares. Se o rio é federal, sua praia e terrenos marginais pertencem à União. Súmula n. 479, STF As margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis de expropriação e, por isso mesmo, excluídas de indenização. Assim, o dono da propriedade não recebe indenização pela parcela correspondente ao ter- reno marginal, pois pertencem ao Poder Público. Praia fluvial é praia de rio. Praia é toda porção de terra, após a margem do rio, até o início da vegetação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 8 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Veja, a seguir, uma linda praia fluvial: IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao ser- viço público e a unidade ambiental fede- ral, e as referidas no art. 26, II; – ilhas fluviais (situadas em rios) e as ilhas lacustres (situadas em lagos), quando estiverem nas zonas limítrofes com outros países, pertencem à União. Fora dessa regra, as demais ilhas (fluviais e lacus- tres) pertencem aos Estados (art. 26, III, CF); – ilhas oceânicas (alto-mar) e costeiras (próximas ao continente), salvo as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal – praias marítimas: são da União. Observação: mesmo nas ilhas oceânicas que tenham sede de muni- cípio, as praias e terrenos de marinha são de propriedade da União. Perceba que todas as PRAIAS MARÍTIMAS são da União. Não importa onde estejam. Já as ilhas fluviais e lacustres serão da União se fizerem limites com outros países. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 9 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Quanto às ilhas OCEÂNICAS e COSTEIRAS, via de regra, pertencem à União, salvo se a ilha COSTEIRA for sede de município e, mesmo assim, nessa ilha de município, tendo área de serviço público federal ou de preservação ambiental federal, continuará sendo da União. Por exemplo, a ilha costeira de Florianópolis é sede de município. Então não é da União. Porém, havendo, por exemplo, um parque nacional ou hospital/universidade federal nessa ilha, o terreno continua de propriedade da União. Veja, também, que as praias dessa ilha são da União, pois todas as praias marítimas são de propriedade federal. V – os recursos naturais da pla- taforma continental e da zona econômica exclusiva; – A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial. – A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) compreende uma faixa que se estende das 12 às 200 milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a largura do mar territorial. VI – o mar territorial; – Faixa de 12 milhas marítimas. VII – os terrenos de marinha e seus acrescidos; – São terrenos de marinha, em uma profundidade de 33 (trinta e três) metros, medidos horizontalmente, para a parte da terra, da posição da linha da preamar médio de 1831. Somente são definidos nos terrenos onde se possa sentir a influência das marés. – Os acrescidos de marinha são “Os que se tiverem formado, natural ou artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas, em seguimento aos terrenos de marinha” (arts. 2º e 3º, Decreto-Lei n. 9.760/1946). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.brem seu território. e) A alienação de bens públicos imóveis pressupõe a sua desafetação, existência de justifica- da motivação, autorização legislativa, avaliação prévia e realização de licitação na modalidade tomada de preços. Questão 75 (VUNESP/PREFEITURA DE SERTÃOZINHO-SP/PROCURADOR MUNICI- PAL/2016) Em relação às classificações existentes dos bens públicos, cemitérios públicos, aeroportos e mercados podem ser classificados como: a) bens de domínio público de uso comum. b) bens de domínio público de uso especial. c) bens de domínio privado do Estado. d) bens dominicais da Administração. e) bens de uso comum do povo e de uso especial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 71 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 76 (VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE DESCALVADO-SP/ASSISTENTE DE CO- MUNICAÇÃO/2015) A aquisição de bens imóveis por compra, permuta ou doação com encar- go, em regra, dependerá de interesse público devidamente justificado, prévia avaliação, a) autorização legislativa e concorrência. b) autorização legislativa e tomada de preços. c) lei complementar e concorrência. d) lei ordinária e concurso. e) resolução administrativa e concorrência. Questão 77 (VUNESP/PREFEITURA DE SUZANO-SP/PROCURADOR JURÍDICO/ 2015) “Con- trato administrativo pelo qual o Poder Público atribui a utilização exclusiva de bem de seu domínio a um particular, para que o explore por sua conta e risco, segundo a sua específica destinação” (Hely Lopes Meirelles). Considerando os diferentes tipos de usos de bens públi- cos, é correto afirmar que essa é uma definição de: a) permissão de uso. b) autorização de uso. c) legitimação de posse. d) cessão de uso. e) concessão de uso. Questão 78 (VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Sobre os bens públicos, é correta a seguinte assertiva: a) só se sujeitam ao regime de bens públicos aqueles bens que pertençam a pessoa jurídica de direito público. b) é vedado o uso privativo de bem público de uso comum por particular, salvo se a lei expres- samente autorizar. c) a afetação de bens ao uso comum pode decorrer de ato de vontade de um particular. d) bens públicos de uso comum são aqueles abertos à fruição de todo cidadão, de modo in- condicionado e gratuito. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 72 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 79 (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/FISCAL DE POSTU- RA E ESTÉTICA URBANA/2015) Em um loteamento, o sistema viário público e as praças pú- blicas são bens a) dominiais . b) de uso comum do povo. c) de uso comum do povo e dominiais, respectivamente. d) de uso comum do povo e de uso especial, respectivamente. e) dominiais e de uso especial, respectivamente. Questão 80 (2022/IBFC/DETRAN-AM/TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Os bens públicos po- dem ser os bens de uso comum do povo, de uso especial e dominicais. Sobre o assunto, assi- nale a alternativa que apresenta um bem de uso especial. a) Os rios pertencentes à União b) As ruas pertencentes aos Municípios c) As bibliotecas pertencentes a uma universidade pública (autarquia) d) Os móveis do escritório de uma Sociedade de Economia Mista O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/ibfc https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/detran-am 73 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO GABARITO 1. E 2. a 3. C 4. a 5. e 6. C 7. E 8. C 9. E 10. E 11. C 12. E 13. E 14. C 15. E 16. c 17. E 18. C 19. a 20. d 21. c 22. e 23. a 24. d 25. a 26. c 27. a 28. c 29. b 30. b 31. b 32. d 33. e 34. c 35. e 36. b 37. d 38. c 39. a 40. b 41. e 42. c 43. c 44. e 45. d 46. b 47. a 48. d 49. a 50. c 51. a 52. c 53. a 54. a 55. a 56. d 57. c 58. b 59. a 60. e 61. b 62. c 63. e 64. e 65. c 66. b 67. a 68. d 69. c 70. d 71. a 72. b 73. d 74. d 75. b 76. a 77. e 78. c 79. b 80. c O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 74 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO GABARITO COMENTADO Questão 1 (CESPE/2017/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR MUNICIPAL) A respeito de bens públicos e responsabilidade civil do Estado, julgue o próximo item. Situação hipotética: a associação de moradores de determinado bairro de uma capital brasi- leira decidiu realizar os bailes de carnaval em uma praça pública da cidade. Nessa situação, a referida associação poderá fazer uso da praça pública, independentemente de autorização, mediante prévio aviso à autoridade competente. Errado. Para fazer uso da praça (bem público), tem que ter a autorização do Estado. Questão 2 (CESPE/2017/TJ-PR/JUIZ DE DIREITO) Em relação aos bens públicos, assinale a opção correta. a) O ordenamento jurídico brasileiro permite que pertençam a particulares algumas áreas nas ilhas oceânicas e costeiras. b) Por serem abertos a uma utilização universal, o mercado municipal e o cemitério público são considerados bens de uso comum do povo. c) Em face do atributo da inalienabilidade, os bens públicos dominicais não podem ser aliena- dos. d) Quando o tribunal de justiça consente o uso gratuito de determinada sala do prédio do foro para uso institucional da defensoria pública local, efetiva-se o instituto da permissão de uso de bem público. Letra a. Nada impede que nessas ilhas tenham bens de particulares. CF/88 – Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 75 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO b) Errada. São considerados bem de uso especial. c) Errada. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. d) Errada. O instrumento seria cessão de uso por ser um ato de colaboração entre repartições públicas. Cessão de uso é aquela em que o Poder Público consente o uso gratuito de bem público por órgãos da mesma pessoa ou de pessoa diversa, incumbida de desenvolver atividade que, de algum modo, traduza interesse para a coletividade. Segundo Hely Lopes Meirelles: Cessão de uso é a transferência gratuita da posse de um bem público de uma entidade ou ór- gão para outro, a fim de que o cessionárioo utilize nas condições estabelecidas no respectivo termo, por tempo certo ou indeterminado. É ato de colaboração entre repartições públicas, em que aquela que tem bens desnecessários aos seus serviços cede o uso a outra que deles está precisando. (...) A cessão de uso entre órgãos da mesma entidade não exige autorização legis- lativa e se faz por simples termo e anotação cadastral, pois é ato ordinário de administração através do qual o Executivo distribui seus bens entre suas repartições para melhor atendimento do serviço. (...) Em qualquer hipótese, a cessão de uso é ato de administração in- terna que não opera a transferência de propriedade e, por isso, dispensa registros externos. [2] Questão 3 (CESPE/2017/SE-DF/APOIO ADMINISTRATIVO) A respeito da gestão patrimo- nial, julgue o item subsequente. A alienação de um bem móvel pode ocorrer mediante permuta entre entidades da administra- ção pública. Certo. Entidades da Administração Pública podem fazer permuta (troca) de bens entre si. Questão 4 (CESPE/2016/TCE-PR/ANALISTA DE CONTROLE) Determinado órgão da ad- ministração pública pretende disponibilizar, mediante contrato por prazo determinado, uma área do prédio de sua sede — um bem público — para um particular instalar refeitório destinado aos servidores desse órgão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=7723#_ftn2 76 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Nessa situação, de acordo com a doutrina pertinente, o instituto legalmente adequado para se disponibilizar o uso privativo do bem público por particular é a a) concessão de uso. b) cessão de uso. c) autorização de uso. d) concessão de direito real de uso. e) permissão de uso. Letra a. Por ser CONTRATO, será concessão de uso. Não é o caso de concessão de direito real de uso, pois esse contrato tem fim de fazer regularização fundiária (que não é o caso da questão). Questão 5 (CESPE/2016/TCE-PR/ANALISTA DE CONTROLE) Acerca da alienação de bens pela administração pública, assinale a alternativa correta. a) A alienação de bens imóveis desafetados da administração pública direta para outro órgão da administração pública far-se-á por contratação direta, uma vez que a licitação é inexigível. b) Não é possível a alienação de bens da administração pública direta. c) Não é possível a alienação de bens imóveis da administração pública direta, mesmo que desafetados. d) É possível a alienação de bens móveis e imóveis da administração pública direta, desde que haja autorização legislativa. e) É possível a alienação de bens móveis desafetados da administração pública direta se hou- ver demonstração de interesse público, avaliação prévia do bem e prévia licitação. Letra e. Art. 17 da Lei n. 8.666/1993. a) Errada. Trata-se de caso de licitação DISPENSADA, art. 17 da Lei n. 8.666/1993. b) Errada. Os bens dominicais, se preenchidas as condições legais, podem ser alienados. c) Errada. Estando desafetados, podem ser alienados. d) Errada. Para alienar imóvel, deve haver autorização legislativa, avaliação prévia e licitação pela modalidade concorrência. Para alienar bem móvel, deve haver avaliação prévia e licitação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 77 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 6 (CESPE/2012/PC-AL/DELEGADO DE POLÍCIA) Os terrenos de marinha são exemplos de bens dominicais. Certo. São bens que não têm destinação pública específica, lembrando que são bens pertencentes à União. Questão 7 (CESPE/2016/TJ-DFT/JUIZ DE DIREITO) Bens dominicais são aqueles que po- dem ser utilizados por todos os indivíduos nas mesmas condições, por determinação de lei ou pela própria natureza do bem. Errado. Bem dominical é aquele que não tem destinação pública específica. Questão 8 (CESPE/2015/TCE-RN/ADMINISTRADOR) O ato mediante o qual a administra- ção pública consente a utilização privativa de uso de bem público por um particular é ato uni- lateral e, como regra, discricionário e precário. Certo. Esse ato administrativo pode ser autorização (se for para atender interesse do usuário) ou per- missão (se for para atender interesse da coletividade). Obs.: � sendo concessão de uso, tem natureza de contrato administrativo. Questão 9 (CESPE/2013/TC-DF/PROCURADOR) Julgue o item que se segue acerca de di- reitos dos servidores públicos civis, aposentadorias e pensões, bens públicos e responsabili- dade por atos legislativos. É possível usucapir imóvel rural administrado pela Companhia Imobiliária de Brasília (TERRA- CAP). Errado. Apesar de a TERRACAP (empresa pública distrital) não cuidar da prestação de serviços públi- cos, o STJ entende que os seus bens não podem ser penhorados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 78 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Ementa: DIREITO CIVIL. IMÓVEIS PERTENCENTES À TERRACAP. BENS PÚBLICOS. USUCA- PIÃO. IMPOSSIBILIDADE. “Os imóveis administrados pela Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) são públicos, sendo insuscetíveis de usucapião” (EREsp n. 695.928/JOSÉ DELGA- DO) STJ – EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL EREsp n. 695928 DF 2005/0052227-8 (STJ) Data de publicação: 18/12/2006 Ementa: ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. IMÓVEIS PERTENCENTES À TER- RACAP. BENS PÚBLICOS. USUCAPIÃO. 1. Tratam os autos de embargos de divergência apresentados por Maria Lúcia Pereira dos Santos em face de acórdão proferido em sede de recurso especial que exarou entendimento no sentido de que, embora a TERRACAP possua natureza jurídica privada, gere bens públicos pertencentes ao Distrito Federal, impassíveis de usucapião. Colaciona a embargante julgados oriundos desta Casa em sentido oposto, onde se externa o posicionamento de que os imóveis da TERRACAP integram-se na categoria de bens particulares. 2. Os imóveis administrados pela Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap) são públicos, sendo insuscetíveis de usucapião. 3. Embargos de divergência não provido. STJ – AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL AgRg no REsp 896662 DF 2006/0232792- 8 (STJ) Data de publicação: 17/09/2007 Ementa: Direito civil. Recurso especial. Usucapião. Imóveis pertencentes à Terracap. Bens pú- blicos. Consonância do acórdão recorrido com a mais recente jurisprudência do STJ. A matéria jurídica trazida a debate foi pacificada recentemente pela Corte Especial do STJ, ao conferir aos imóveis administrados pela Terracap condição de terra pública, o que os torna insuscetí- veis de usucapião (EREsp n. 695.928/DF, Rel. Min. José Delgado, DJ de 18/12/2006). A deci- são agravada, portanto, segue a mais nova linha de orientação estabelecida pelo STJ a respeito do tema jurídico, o que mantém irretocável o julgado. Agravo no recurso especial não provido. Questão 10 O uso privativo, ou uso especial privado, consiste no direito de utilização de bens públicos outorgado pela administração tão somente para determinadas pessoasjurídicas, me- diante instrumento jurídico próprio para tal finalidade. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/9035448/embargos-de-divergencia-no-recurso-especial-eresp-695928-df-2005-0052227-8-stj https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/9035448/embargos-de-divergencia-no-recurso-especial-eresp-695928-df-2005-0052227-8-stj https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/13603/agravo-regimental-no-recurso-especial-agrg-no-resp-896662 https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/13603/agravo-regimental-no-recurso-especial-agrg-no-resp-896662 79 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Errado. O uso privativo de bem público pode ser conferido a pessoas físicas ou jurídicas. Questão 11 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) De acordo com a doutrina domi- nante, caso uma universidade tenha sido construída sobre parte de uma propriedade particu- lar, a União, assim como ocorre com os particulares, poderá adquirir o referido bem imóvel por meio da usucapião, desde que sejam obedecidos os requisitos legais. Certo. Olha só! Questão idêntica à 1!!! O Estado pode, sim, adquirir bem do particular por usucapião. O contrário é que não é possível. Mas, no caso da questão, houve uma desapropriação indireta, pois o Estado fez uma obra pública do local e se apossou de uma terra sem observar os procedimentos legais da desapro- priação (isso é desapropriação indireta). Ocorre que esta, com o passar do tempo, configura usucapião. Tanto é que o prazo prescricional para se pleitear indenização por desapropriação indireta é aquele previsto para usucapião extraordinário (REsp n. 1300442/SC), pois ultrapas- sado este o Estado regulariza a posse do bem pelo usucapião. Questão 12 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Situação hipotética: a União decidiu construir um novo prédio para a Procuradoria Regional da União da 2ª Região para receber os novos advogados da União. No entanto, foi constatado que a única área disponível, no centro do Rio de Janeiro, para a realização da referida obra estava ocupada por uma praça pública. Nessa situação, não há possibilidade de desafetação da área disponível por se tratar de um bem de uso comum do povo, razão por que a administração deverá procurar por um bem do- minical. Errado. Todos os bens podem mudar de categoria. Assim, poderia a praça (bem de uso comum) se tornar bem de uso especial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 80 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 13 (CESPE/2015/AGU/ADVOGADO DA UNIÃO) Se os membros de uma comunidade desejarem fechar uma rua para realizar uma festa comemorativa do aniversário de seu bairro, será necessário obter da administração pública uma permissão de uso. Errado. Será autorização de uso, pois o uso é para interesse próprio. Não há um interesse público como “pano de fundo”. Questão 14 (CESPE/2015/TCU/PROCURADOR) Caso a administração pública tenha cele- brado contrato de permissão de uso de imóvel com entidade sem fins lucrativos pelo prazo de dez anos e promova a rescisão contratual antes do termo fixado, entende o STJ que a providên- cia demanda prévio processo administrativo. Certo. ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. PERMISSÃO DE USO DE IMÓVEL POR ASSOCIA- ÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS E DE UTILIDADE PÚBLICA. RESCISÃO QUALIFICADA PELA FIXAÇÃO DE PRAZO. NECESSIDADE DE PROCESSO ADMINISTRATIVO PRÉVIO, MESMO EM CASO DE RESCISÃO POR INTERESSE PÚBLICO. PRECEDENTE. 1. Cuida-se de recurso ordinário interposto contra acórdão que denegou o pleito man- damental de anulação do termo unilateral de rescisão de permissão de uso de imóvel público por associação; alega a recorrente que deveria ter havido a observância do devido processo legal e da ampla defesa no caso. 2. As permissões de uso são, em geral, precárias, unilaterais e discricionárias, porém os autos demonstram que o termo de permissão foi firmado com prazo determinado de 10 (dez) anos (fl. 28), condicionando-o, pois assim se induziu legítima expectativa da asso- ciação de fruição do imóvel pelo prazo estabelecido. A situação enseja a aplicação do parágrafo único do art. 78 da Lei n. 8.666/1993, obrigando a Administração Pública a ofertar processo administrativo prévio à rescisão, com a observância do contraditório e da ampla defesa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 81 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO 3. “Ao outorgar permissão qualificada ou condicionada de uso, a Administração tem que ter em vista que a fixação de prazo reduz a precariedade do ato, constituindo, em con- sequência, uma autolimitação ao seu poder de revogá-lo” (Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Direito Administrativo, 21 ed. São Paulo: Atlas, 2008, p. 657). 4. “Na hipótese de rescisão por interesse público (art. 78, XII, da Lei n. 8.666/1993), deve haver oportunidade de manifestação ao contratado, motivação e caracterização do interesse público, bem como a apuração de perdas e danos, se for do interesse do con- tratado”. Precedente: RMS n. 27.759/SP, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 24.9.2010. Recurso ordinário provido. (RMS n. 43.300/MT, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 22/10/2013, DJe 29/10/2013) Questão 15 (CESPE/2015/TJ-PB/JUIZ DE DIREITO) Segundo a jurisprudência do STJ, são impenhoráveis os bens pertencentes à sociedade de economia mista que presta serviço públi- co, independentemente de sua finalidade e do fato de esses bens estarem ou não afetados à prestação de serviço público. Errado. PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO DE TÍTULO EXTRAJUDICIAL. PENHORA EM BENS DE SOCIE- DADE DE ECONOMIA MISTA QUE PRESTA SERVIÇO PÚBLICO. A sociedade de economia mista tem personalidade jurídica de direito privado e está sujeita, quanto à cobrança de seus débitos, ao regime comum das sociedades em geral, nada importando o fato de que preste serviço público; só não lhe podem ser penhorados bens que estejam diretamente comprometidos com a prestação do serviço público. Recurso especial conhecido e provido. (REsp n. 176.078/SP, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/12/1998, DJ 08/03/1999, p. 200) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 82 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 16 (CESPE/2015/TRF-5ª REGIÃO/JUIZ FEDERAL) Com relação aos bens públicos, assinale a opção correta. a) A inalienabilidade é característica tanto dos bens de uso comum do povo como dos bens dominicais e dos de uso especial. b) A CF admite que os estados, o DF e os municípios, bem como os órgãos da administração direta e indireta de todos os entes federativos, participem noresultado da exploração de recur- sos minerais no âmbito de seu respectivo território. c) As terras devolutas são bens públicos que não possuem afetação pública nem foram incor- porados ao domínio privado. d) Os terrenos de marinha são as áreas que, banhadas pelas águas de mar ou de rios navegá- veis, integram o patrimônio dos diversos entes federativos e cuja utilização, por particulares, somente é admitida mediante permissão de uso. e) Devido ao fato de os bens públicos de uso comum se destinarem à utilização geral pelos indivíduos, é vedada a cobrança de remuneração pela utilização desse tipo de bem. Letra c. São consideradas bens dominicais. a) Errada. Os bens dominicais podem, se preenchidas as condições legais, ser alienados. b) Errada. Será nos termos da Lei. Art. 20, § 1º É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração. d) Errada. São bens da União. e) Errada. O uso pode ser gratuito ou remunerado. Questão 17 (CESPE/2015/DPU/DEFENSOR PÚBLICO) São bens públicos de uso comum do povo aqueles especialmente afetados aos serviços públicos, como, por exemplo, aeroportos, escolas e hospitais públicos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 83 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Errado. Se afetados aos serviços públicos, são considerados bens de USO ESPECIAL. Questão 18 (CESPE/2015/DPE-PE/DEFENSOR PÚBLICO) É juridicamente impossível a prescrição aquisitiva de imóvel público rural por meio de usucapião constitucional pró-labore. Certo. Não se admite qualquer forma de usucapião sobre bens públicos. Questão 19 (2012/FCC/TRE-CE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) O bem públi- co de uso especial a) pode ser utilizado pelos indivíduos, mas essa utilização deverá observar as condições pre- viamente estabelecidas pela pessoa jurídica interessada. b) é destinado a fins públicos, sendo essa destinação inerente à própria natureza desse bem, como ocorre, por exemplo, com as estradas e praças. c) possui regime jurídico de direito público, aplicando-se, a essa modalidade de bem, institutos regidos pelo direito privado. d) possui regime jurídico de direito privado, portanto, passível de alienação. e) está fora do comércio jurídico do direito privado, ainda que não mantenha essa afetação Letra a. a) Certa. Nada impede que particulares usem bem de uso especial desde que não prejudique sua finalidade essencial. b) Errada. Estradas e praças são bens de uso comum do povo. c) Errada. Aplicam-se as regras do direito público (impenhorabilidade, imprescritibilidade, ina- lienabilidade, não onerabilidade) d) Errada. Seguem as regras de direito público. Não podem ser alienados. e) Errada. Se for desafetado, torna-se em dominical, passível, assim, de alienação se preencher as condições que a lei exige. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 84 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 20 (2016/FCC/SEGEP-MA/PROCURADOR DO ESTADO) Em janeiro de 1993, Mau- rício Quevedo passou a residir em terreno urbano que lhe fora vendido “de boca” por outro pos- seiro antigo, ali construindo sua residência, um barraco de aproximadamente setenta metros quadrados, ocupando dois terços do terreno assim adquirido. Em janeiro deste ano, Maurício procurou aconselhar-se com advogado, que verificou a situação dominial do terreno, constatan- do tratar-se de propriedade registrada em nome do Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS. Diante de tal situação, o referido posseiro a) deve solicitar à Secretaria do Patrimônio da União – SPU a declaração de aforamento do imóvel, passando a recolher o foro anual. b) faz jus à usucapião do terreno, visto que se trata de imóvel particular da entidade autárquica. c) não possui direito subjetivo de permanecer no imóvel, pois o princípio da boa-fé não é opo- nível ao interesse público. d) tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que comprove não ser proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural. e) deve requerer ao INCRA a abertura de processo de legitimação de posse, visto tratar-se de ocupante de terra devoluta. Letra d. Essa é uma questão muito excepcional. Veja a seguinte legislação: MP n. 2.220/2001, Art. 1º Aquele que, até 22 de dezembro de 2016, possuiu como seu, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, até duzentos e cinquenta metros quadrados de imóvel público situado em área com características e finalidade urbana, e que o utilize para sua moradia ou de sua família, tem o direito à concessão de uso especial para fins de moradia em relação ao bem objeto da posse, desde que não seja proprietário ou concessionário, a qualquer título, de outro imóvel urbano ou rural. (Redação dada pela Medida Provisória n. 759, de 2016) Trata-se de uma legislação que criou esse direito de concessão de direito real de uso. Fique tranquilo(a), isso só cairá no seu concurso se porventura o edital pedir (muito raro). Resolvi manter essa questão na nossa lista só para você saber que existe essa hipótese na legislação. Vamos em frente. 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Letra c. a) Errada. Nada impede de o Estado conceder uso de bens de uso especial aos particulares. b) Errada. Essa questão não está totalmente errada. Com efeito, trata-se de um caso de de- safetação. Mas o conceito de desafetação significa quando um bem muda sua categoria, que não é ape- nas nesse caso. c) Certa. Lei n. 8.666/1993, Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguin- tes normas: I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativapara órgãos da administração direta e en- tidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos: d) investidura; § 3º Entende-se por investidura, para os fins desta lei: (Redação dada pela Lei n. 9.648, de 1998) I – a alienação aos proprietários de imóveis lindeiros de área remanescente ou resultante de obra pública, área esta que se tornar inaproveitável isoladamente, por preço nunca inferior ao da avalia- ção e desde que esse não ultrapasse a 50% (cinquenta por cento) do valor constante da alínea “a” do inciso II do art. 23 desta lei; (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 86 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO II – a alienação, aos legítimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Público, de imóveis para fins residenciais construídos em núcleos urbanos anexos a usinas hidrelétricas, desde que con- siderados dispensáveis na fase de operação dessas unidades e não integrem a categoria de bens reversíveis ao final da concessão. (Incluído pela Lei n. 9.648, de 1998) d) Errada. A resposta está na Lei das PPPs, Lei n. 11.079/2005. A fim de dar garantia nos contratos de parceria público privada, a citada lei permite a cria- ção de um fundo garantidor; bens que eram públicos são transferidos a esse fundo, que tem natureza privada. Lembre-se que, de acordo com o Código Civil, se a pessoa é de direi- to privado, os bens são privados. Lembre-se também de que, para o Estado transferir bens públicos a pessoas de direito privado, tem que preencher todos os requisitos previstos em lei (bem desafetado, autorização legislativa etc.) Art. 16. Ficam a União, seus fundos especiais, suas autarquias, suas fundações públicas e suas em- presas estatais dependentes autorizadas a participar, no limite global de R$ 6.000.000.000,00 (seis bilhões de reais), em Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas – FGP que terá por finalidade prestar garantia de pagamento de obrigações pecuniárias assumidas pelos parceiros públicos fe- derais, distritais, estaduais ou municipais em virtude das parcerias de que trata esta Lei. (Redação dada pela Lei n. 12.766, de 2012) § 1º O FGP terá natureza privada e patrimônio próprio separado do patrimônio dos cotistas, e será sujeito a direitos e obrigações próprios. Mais uma questão bem fora do padrão, mas veja que é um concurso para procurador que exige muito conhecimento de Direito Administrativo. e) Errada. Os bens das duas empresas estatais são Privados. Mas... Os bens das empresas públicas ou sociedades de economia mista prestadoras de serviço público e que estejam afetados a essa finalidade são considerados bens públicos. Já os bens das estatais exploradoras de atividade econômica são bens privados, pois, atuando nessa qualidade, sujeitam-se ao regramento previsto no art. 173, da Carta Magna, que determina, em seu § 1º, II, a submissão ao regime jurídico próprio das empresas privadas. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO, EM PARTE, PELA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL, MAS IMPROVIDO. (REsp 37.906/ES). Questão 22 (2016/FCC/PREFEITURA DE CAMPINAS-SP/PROCURADOR) Caio estabeleceu- -se, com animus domini, em praça pública abandonada pelo Município. Decorridos mais de 20 anos, sem oposição das pessoas que frequentavam o local, requereu fosse declarada usu- capida a área. Tal praça constitui bem a) de uso comum do povo, suscetível de usucapião, em caso de abandono pelo poder público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 87 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO b) de uso especial, insuscetível de usucapião, assim como os de uso comum do povo e os dominicais. c) dominical, suscetível de usucapião, ainda que conserve tal qualificação. d) de uso comum do povo, insuscetível de usucapião, diferentemente dos bens de uso especial e dos dominicais. e) de uso comum do povo, insuscetível de usucapião, assim como os de uso especial e os dominicais. Letra e. Nenhum bem público pode ser objeto de usucapião. Sem exceção. Questão 23 (2016/FCC/PREFEITURA DE SÃO LUÍS-MA/PROCURADOR MUNICIPAL) Uma organização social firmou contrato de gestão para prestação de serviços de saúde em uma de- terminada unidade hospitalar. Não obstante a gestão das atividades, é necessário trespassar à organização social o imóvel onde funciona o hospital, o que pode se dar mediante outorga de a) permissão de uso, ato que poderá viger por prazo indeterminado, mas que cessará concomi- tantemente com a extinção do contrato de gestão, caso não tenha sido extinto antes. b) concessão de direito real de uso, ato unilateral para o qual é inexigível a licitação, já que inviável a competição, diante da prévia existência do contrato de gestão. c) concessão de uso, ato que transmite a posse das dependências hospitalares por prazo inde- terminado, enquanto perdurar o contrato de gestão. d) permissão de uso, contrato que transfere posse à organização social, dispensando-se autorização legislativa em razão da vigência do contrato de gestão. e) concessão de uso com dispensa de licitação, tendo em vista que os atos e contratos que autorizam o uso privativo de bens públicos prescindem de licitação. Letra a. Quando uma entidade privada, sem fins lucrativas, se qualifica como organização social, pode receber bens públicos mediante permissão de uso. É o que prevê a Lei n. 9.637/1998: Art. 12. Às organizações sociais poderão ser destinados recursos orçamentários e bens públicos necessários ao cumprimento do contrato de gestão. § 3º Os bens de que trata este artigo serão destinados às organizações sociais, dispensada licita- ção, mediante permissão de uso, consoante cláusula expressa do contrato de gestão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 88 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 24 (2012/FCC/TRT-20ª REGIÃO/SE/JUIZ DO TRABALHO) Os bens públicos são classificados em a) de uso especial e de uso comum do povo, considerados de domínio privado do Estado, e os de domínio público, também denominados bens dominicais. b) de uso comum do povo, de uso especial e dominicais, todos inalienáveis, imprescritíveis e impenhoráveis, salvo as terras devolutas. c) de uso comum do povo ou privativos do Estado, conforme a forma de aquisição da proprie- dade pelo Poder Público. d) de uso especial, de uso comum do povo e dominicais, estes últimos alienáveis observadas as exigências da lei. e) de uso especial e de uso comum do povo, sendo apenas os de uso especial passíveis de utilização pelo particular sob a forma de concessão ou permissão de uso. Letra d. a) Errada. A questão trocou os conceitos. Os bens de uso comum e especial são considerados de domínio público e os dominicais é que são considerados de domínio privado. b) Errada. Terras devolutas também são inalienáveis. c) Errada. O conceito que a questão apresentou parabem de uso comum não está correto. Ser um bem de uso comum não tem a ver com a forma de aquisição, mas, sim, com sua destina- ção. d) Certa. Os bens dominicais podem ser alienados se preencherem as condições legais. e) Errada. Todos os bens públicos podem ser utilizados pelos particulares. Questão 25 (2011/FCC/TCM-BA/PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS) Os denominados terrenos de marinha são bens de a) titularidade da União, de natureza dominial, passíveis de utilização pelo particular sob regi- me de enfiteuse ou aforamento. b) titularidade dos Estados-membros, insuscetíveis de utilização pelo particular. c) titularidade da União, de uso especial, destinados à segurança de fronteiras. d) propriedade particular, reservados, e objeto de servidão compulsória à União. 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Questão 26 (2015/FCC/TRT-15ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO) O regime jurídico de direito público que protege os bens públicos imóveis identifica-se, dentre outras características, pela imprescritibilidade, que a) guarnece os bens de uso comum e os bens de uso especial, mas é excepcionado dos bens dominicais, pois estes são considerados os bens privados da Administração pública e, por- tanto, não podem se eximir de se submeter ao regime jurídico comum, como expressão do princípio da isonomia. b) impede que os particulares adquiram a propriedade dos bens públicos por usucapião, in- dependentemente do tempo de permanência no imóvel e da boa-fé da ocupação, mas não se aplica a eventuais ocupantes que possuam natureza jurídica de direito público, pelo princípio da reciprocidade. c) impede a aquisição de bens públicos, independentemente de sua classificação, por usuca- pião, o que se aplica a particulares e pessoas jurídicas de direito público e privado, mas tam- bém se presta à proteção do patrimônio em face de qualquer instituto que venha a representar a subtração dos poderes inerentes à propriedade pública. d) determina que o poder público pode promover ações para ressarcimento de danos e responsa- bilização dos envolvidos indefinidamente, com base no ordenamento jurídico vigente, no caso de ocupações multifamiliares irregulares, que gerem ou tenham gerado efeito favelizador da área. e) aplica-se reciprocamente à Administração pública e aos administrados, na medida em que aquela também não pode regularizar suas ocupações por meio de usucapião de bens imóveis pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 90 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Letra c. A proteção constitucional contra a figura da usucapião se refere a todos os bens públicos (de uso comum, especial e dominicais), sem exceção. Uma pessoa administrava não pode usuca- pir bem de outra pessoa estatal. Qualquer questão dizendo que bem público admite usucapião está errada. Não importa qual o bem (natureza), de quem é o bem e qual o motivo (assenta- mento rural, para pessoas de baixa renda etc.) Questão 27 (2011/FCC/PGE-MT/PROCURADOR DO ESTADO) Os bens imóveis pertencen- tes à Administração Pública a) são inalienáveis, quando de uso comum do povo e de uso especial, enquanto mantida a afetação ao serviço público. b) podem ser alienados mediante autorização legal prévia, exceto os bens dominicais. c) são impenhoráveis, exceto os de titularidade de autarquias e fundações. d) não podem ser objeto de subsequente afetação a serviço público, quando anteriormente de uso privativo da Administração. e) podem ser objeto de utilização por particular, total ou parcial, desde que em caráter precário e a título oneroso. Letra a. a) Certa. Sendo bens de uso comum ou especial, não podem ser alienados. b) Errada. A questão trocou. Se for bem dominical e preencher as condições que a lei prevê, poderá ser alienado. c) Errada. Todos os bens públicos são impenhoráveis. d) Errada. Todos os bens podem mudar de categoria. Um bem dominical (desafetado) pode se tornar bem de uso comum ou especial (desafetado). e) Errada. Podem ser utilizados em caráter não precário também, por exemplo, quando o uso for concedido mediante concessão de uso. Questão 28 (2015/FCC/TJ-AL/JUIZ DE DIREITO) No ano de 1963, o Supremo Tribunal Fe- deral adotou, em sua Súmula, o seguinte enunciado, sob o n. 340: Desde a vigência do Código O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 91 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Civil, os bens dominicais, como os demais bens públicos, não podem ser adquiridos por usu- capião. Independentemente de eventual opinião doutrinária minoritária em sentido contrário, tal con- clusão, atualmente, a) mostra-se superada, eis que a Constituição Federal prevê a não sujeição à usucapião dos bens públicos imóveis, mas o Código Civil admite tal sujeição em relação aos bens públicos dominicais móveis ou semoventes. b) mostra-se superada, eis que vigora novo Código Civil. c) resta compatível com o direito vigente, eis que a Constituição Federal prevê a não sujeição à usucapião dos bens públicos imóveis, e o Código Civil prevê a mesma não sujeição quanto aos bens públicos em geral, sem excepcionar os dominicais. d) mostra-se superada, eis que a Constituição Federal excepciona os bens dominicais da não sujeição à usucapião. e) resta compatível com o direito vigente, eis que a Constituição Federal prevê a não sujeição à usucapião dos bens públicos em geral, superando, nesse ponto, disposição do Código Civil em sentido contrário. Letra c. A CF/1988 estabelece que nenhum bem público pode ser adquirido por usucapião. Art. 183. Aquele que possuir como sua área urbana de até duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 3º Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Código Civil, Art. 102. Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. Questão 29 (2015/FCC/TCE-AM/AUDITOR) O Estado é proprietário de quase duas dezenas de terrenos localizados em determinado bairro onde a empresa pública responsável pelo sa- neamento está promovendo inúmeras obras. Em razão disso, seu representante entrou em contato com o Estado para solicitar a utilização de um dos imóveis, que é dos poucos de gran- des dimensões, como canteiro de obras. Considerando que não se trata de um bairro muito valorizado, a avaliação do uso do referido imóvel não resultou significativa. Como alternativa de otimizaçãode gestão imobiliária, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 92 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO a) o Estado pode locar o terreno pelo valor que entender pertinente, independentemente do valor de mercado, tendo em vista que a empresa pública tem necessidade e urgência no uso e, em razão de sua natureza jurídica de direito privado, não se submete ao regime da Lei n. 8.666/1993. b) o Estado pode outorgar permissão de uso onerosa em favor da empresa pública e, como contrapartida, estabelecer obrigação de fazer de modo que, ao invés de remuneração em espécie, a permissionária fique responsável pela guarda e vigilância dos demais terrenos de titularidade do Estado, o que representaria melhor custo-benefício do que a mera precificação do uso. c) a empresa pública pode ocupar temporariamente o terreno, tendo em vista que é concessio- nária de serviço público e, como tal, lhe foram delegados poderes inclusive para desapropria- ção, por meio da lei que rege as concessões públicas e do respectivo contrato firmado com o titular do serviço. d) a empresa pública deve desapropriar o imóvel, tendo em vista que é concessionária de serviço público e, como tal, lhe foram delegados os poderes para tanto. e) o Estado pode alienar onerosamente o imóvel para a empresa pública, independentemente de autorização legal e dispensada a licitação, tendo em vista que se trata de negócio jurídico firmado entre entes integrantes da Administração pública de qualquer esfera da Federação. Letra b. a) Errada. O estado poderia até locar o imóvel, mas deveria observar o valor de mercado. b) Certa. É a melhor opção entre as demais. Trata-se de contrapartida da empresa no lugar de remuneração. c) Errada. A empresa estatal concessionária não recebe poderes para declarar a desapropria- ção. Quanto mais de entidades públicas. d) Errada. A empresa estatal concessionária não recebe poderes para declarar a desapropria- ção. Quanto mais de entidades públicas. e) Errada. Se o Estado quisesse alienar o imóvel, deveria ter autorização legislativa (art. 17 da Lei n. 8.666/1993). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 93 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 30 (2015/FCC/TCE-AM/AUDITOR) Maria Sylvia Zanella di Pietro, na obra Uso Pri- vativo de Bem Público por Particular, assevera que “os bens públicos devem ser disponibiliza- dos de tal forma que permitam proporcionar o máximo de benefícios à coletividade, podendo desdobrar-se em tantas modalidades de uso quantas foram compatíveis com a destinação e conservação do bem”. Esse entendimento dirige-se a) aos bens públicos da categoria de uso especial e aos dominicais, posto que os bens de uso comum do povo já tem destinação intrínseca à sua natureza, não admitindo diversificações, sob pena de ilegalidade. b) a todos os bens públicos, importando a compatibilidade dos usos possíveis com a vocação e utilização precípua de cada um dos bens, admitindo-se diversas modalidades de instrumen- tos jurídicos relacionados ao mesmo substrato material. c) aos bens de uso especial, posto que é essa categoria de bens que serve à coletivida- de, abrigando serviços ou utilidades públicas, diversamente dos bens dominicais, que se prestam ao atendimento de finalidades de interesses privados e dos bens de uso comum do povo, que são de uso difuso e irrestrito a todos. d) aos bens dominicais, que são os bens públicos sem destinação e, portanto, sujeitos ao re- gime jurídico de direito privado, admitindo usos distintos daqueles precipuamente destinados ao atendimento do interesse público. e) aos bens públicos afetados formal ou informalmente a uma atividade de interesse público, não se admitindo a compatibilização com usos voltados a interesses de natureza privada, em razão da diversidade de regimes jurídicos. Letra b. a) Errada. Tais características são atribuídas a todos os bens públicos (dominicais, uso espe- cial e uso comum). b) Certa. O uso dos bens públicos deve ser disponibilizado de tal forma que permita proporcio- nar o máximo de benefícios à coletividade. c) Errada. Tais características são atribuídas a todos os bens públicos (dominicais, uso espe- cial e uso comum). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 94 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO d) Errada. Tais características são atribuídas a todos os bens públicos (dominicais, uso espe- cial e uso comum). e) Errada. Mesmo que estejam afetados, os bens públicos podem ser usados por particulares, desde que não prejudiquem o interesse coletivo. Questão 31 (2010/FCC/MPE-RS/SECRETÁRIO DE DILIGÊNCIAS) Quando a Administração Pública adquire um imóvel para ali ser instalado determinado órgão público, ele é classificado como bem a) de uso particular da Administração. b) de uso especial. c) de uso comum do povo. d) dominical, ou dominial. e) privado, da Administração. Letra b. Bens de uso especial são aqueles destinados à prestação dos serviços administrativos. Questão 32 (2015/FCC/MPE-PB/AUDITOR) O Ministério Público do Estado da Paraíba ajui- zou ação civil pública contra a Prefeitura de Campina Grande, haja vista a desafetação irregular de bem público. A propósito do tema, considere as seguintes assertivas: I – Na desafetação, o bem é subtraído à dominialidade pública para ser incorporado ao domínio privado, do Estado ou do administrado. II – Os bens dominicais são alienáveis, porém a alienabilidade não é absoluta, já que podem perdê-la pelo instituto da afetação. III – Os bens de uso comum do povo não comportam desafetação, pois, por sua própria natureza, são insuscetíveis de valoração patrimonial. Está correto o que se afirma em a) II e III, apenas. b) I, apenas. c) II, apenas. d) I e II, apenas. e) I, II e III. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 95 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Letra d. I. Errado. Com a desafetação, o bem não é incorporado ao domínio privado, quanto mais do administrado. A desafetação é o bem mudar de categoria (uso comum ou especial para bem dominical), continuando o bem a ser público. III. Errado. Todos os bens podem mudar de categoria, inclusive bem de uso comum pode ser desafetado. Questão 33 (2015/FCC/TJ-SC/JUIZ DE DIREITO) Pela perspectiva tão somente das de- finições constantes do direito positivo brasileiro, consideram-se “bens públicos” os per- tencentes a a) um estado, mas não os pertencentes a um território. b) um município, mas não os pertencentes a uma autarquia. c) uma sociedade de economia mista, mas não os pertencentes ao distrito federal. d) uma fundação pública, mas não os pertencentes a uma autarquia.e) uma associação pública, mas não os pertencentes a uma empresa pública. Letra e. a) Errada. Sendo um território criado, será pessoa jurídica de direito público, portanto, os seus bens serão públicos. b) Errada. Por ser a autarquia pessoa de direito público, os seus bens são considerados públicos. c) Errada. Bem de sociedade de economia mista é bem privado. d) Errada. Por ser a autarquia pessoa de direito público, os seus bens são considerados públicos. e) Certa. As associações públicas são entidades que surgem para administrar um consórcio público, que é a reunião de entes da Federação. Segundo o Código Civil, as associações públi- cas terão natureza de autarquia, assim seus bens serão considerados públicos. Já os bens das empresas públicas são considerados privados. Questão 34 (2015/FCC/TCE-CE/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO) Asdrúbal havia re- cebido permissão de uso de bem público para a instalação de banca de jornal em praça apra- zível do Bairro das Flores. Após 20 anos no mesmo local, o Município entendeu que a banca O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 96 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO de Asdrúbal atrapalhava o trânsito, tendo em vista o crescimento do comércio no bairro. Para retirar a banca de Asdrúbal, o Município deve a) revogar a permissão de uso de bem público, concedendo a Asdrúbal direito à indenização. b) anular a permissão de uso de bem público, não tendo Asdrúbal direito à indenização. c) revogar a permissão de uso de bem público, não tendo Asdrúbal direito à indenização. d) anular a permissão de uso de bem público, concedendo a Asdrúbal direito à indenização. e) proceder à cassação da permissão de uso de bem público, realizando uma apuração de ha- veres para certificar-se de que Asdrúbal terá direito à indenização. Letra c. Por ser a permissão um ato administrativo precário, pode ser revogado a qualquer momento, sem direito à indenização. Questão 35 (2015/FCC/TCE-CE/AUDITOR) De acordo com a Constituição Federal e a Lei n. 8.666/1993, os bens públicos I – dependem, em regra, de prévia autorização legislativa para alienação. II – são imprescritíveis, o que significa que não são alcançados em execuções por dívidas. III – caracterizam-se como dominicais, quando afetados a finalidade pública. IV – os de uso especial não estão protegidos pela impenhorabilidade. Está correto o que se afirma APENAS em a) III e IV. b) I e III. c) II e III. d) II e IV. e) I. Letra e. I. Certo. Para serem alienados, os bens públicos, imóveis, dependerão de autorização legisla- tiva. II. Errado. Imprescritibilidade significa que não podem ser adquiridos por usucapião. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 97 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO III. Errado. Bens dominicais são aqueles que não estão afetados à finalidade pública. IV. Errado. Os bens públicos, seja qual for a sua categoria, não estão sujeitos à penhora. Questão 36 (2015/FCC/TCE-CE/PROCURADOR) O Município de Fortaleza decidiu instituir uma feira de produtos orgânicos e sustentáveis em um parque urbano de lazer localizado em região com grande fluxo de pessoas e de fácil acesso. Pretende, dessa forma, incentivar a prática da sustentabilidade e da preservação do meio ambiente. Idealizou, assim, no espaço destinado a atividades culturais do parque, a instalação de boxes de mesma dimensão. O Mi- nistério Público instaurou inquérito civil para apurar o fato de o projeto ter sido idealizado em um bem de uso comum do povo. Correta orientação jurídica é aquela que a) opina pela ilegalidade do projeto municipal, tendo em vista que o uso privativo de bens públi- cos está restrito às categorias de bens dominicais e bens de uso especial, sendo inviável, ainda que por meio de licitação, restringir o uso de um bem de uso comum do povo. b) se manifesta pela viabilidade do projeto, desde que o espaço destinado a essa finalidade seja compatível com a finalidade principal do bem de uso comum do povo, podendo a outorga de uso se dar por meio de permissão de uso precedida de licitação, diante da possibilidade de competição entre diversos interessados. c) opina pelo uso pretendido, desde que por meio de concessão de uso, em razão da finalidade da outorga, qual seja, preservação do meio ambiente, ser preponderante em relação ao bem de uso comum do povo. d) recomenda o prosseguimento do projeto, com a outorga, mediante dispensa de licitação, de contrato de permissão de uso com prazo indeterminado, que pode ser revogado a qualquer mo- mento, garantido o livre acesso ao bem de uso comum do povo. e) veda o projeto apenas e tão somente em razão da finalidade do uso privativo permitir retorno financeiro aos utentes, característica que somente pode estar presente quando não se tratar de bem de uso comum do povo, pois é premissa legal a gratuidade da frequência a bens públi- cos dessa natureza. Letra b. O fato de ser um bem de uso comum não impede que algumas áreas possam ser usadas em caráter exclusivo pelo particular. No caso da questão, mediante permissão de uso, pois o uso é destinado a interesse da coletividade. E, havendo vários interessados, deve ser feita a licitação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 98 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Todos os bens públicos podem ser usados em caráter exclusivo pelos particulares, mediante autorização, permissão ou concessão de uso. Questão 37 (2010/FCC/TCE-AP/PROCURADOR) A imprescritibilidade dos bens públicos a) é aplicável aos bens das empresas públicas, em razão de sua natureza jurídica de direito público. b) não é aplicável aos bens de titularidade das fundações, independentemente do regime jurí- dico das mesmas. c) é aplicável aos bens das sociedades de economia mista, independentemente de sua afeta- ção ao serviço público. d) é aplicável aos bens das autarquias, porque sujeitos ao regime jurídico de direito público. e) não é aplicável aos bens de titularidade das pessoas políticas, quando se tratar de usuca- pião. Letra d. a) Errada. Sendo os bens das empresas estatais, não estão protegidos quanto à impenhorabi- lidade. b) Errada. Todos os bens das fundações são considerados bens públicos. c) Errada. Se for afetado à prestação de serviço público, os bens das estatais poderão ser pe- nhorados. d) Certa. Sendo os bens das autarquias públicos, não podem ser penhorados. e) Errada. As pessoas políticas são a União, os estados, o DF e os municípios. Seus bens são considerados bens públicos, assim, não podem ser penhorados. Questão 38 (INSTITUTO AOCP/PREFEITURA DE SÃO BENTO DO SUL-SC/FISCAL DE POS- TURAS/2019) Os bens públicos são tema de análise pelo direito administrativo brasileiro. A respeito deles, assinale a alternativa correta. a) Os bens afetados à prestação de serviços públicos, mesmo que não pertencentes a pessoas jurídicas de direito público, podem ser penhorados. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius SantosAlves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 99 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO b) Bens dominicais podem ser exemplificados, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças. c) O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. d) Os bens públicos dominicais não podem ser alienados por iniciativa pública ou projeto de lei. Letra c. a) Errada. A afetação é o ato ou o fato que transfere determinado bem da categoria do domí- nio privado do Estado para a natureza de bem do domínio público e, concomitantemente a essa transferência, todo o ônus dos bens dessa natureza. Logo, os bens afetados, mesmo que pertencentes às pessoas jurídicas de direito privado, ainda conservam as características da inalienabilidade, impenhorabilidade, imprescritibilidade e impossibilidade de oneração. b) Errada. Os rios, mares, estradas, ruas e praças são bens de uso comum do povo. c) Certa. É o que estabelece o art. 103 do Código Civil: Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. d) Errada. Os bens dominicais não têm destinação específica, podendo ser alienados, observa- das as exigências legais (são bens desafetados). Questão 39 (INSTITUTO AOCP/IPM-SP/AGENTE ADMINISTRATIVO/2018) Referente aos bens públicos, assinale a alternativa correta. a) Os bens das empresas públicas prestadoras de serviços públicos se sujeitam à penhora, desde que eles não estejam diretamente ligados à prestação de serviços e desde que a penho- ra não comprometa a execução dessa atividade. b) No tocante aos bens das empresas estatais exploradoras de atividades econômicas, seus bens gozam de todas as garantias conferidas aos bens públicos. c) Os bens públicos estão sujeitos a usucapião, contanto que sejam de uso especial. d) São bens públicos os dominicais, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças. e) Incluem-se entre os bens dos Estados membros, dentre outros, os potenciais de energia hidráulica. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 100 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Letra a. a) Certa. O STJ vem admitindo a penhora de bens de empresas públicas (em sentido lato) pres- tadoras de serviço público apenas se estes não estiverem afetados à consecução da atividade – fim (serviço público) ou se, ainda que afetados, a penhora não comprometer o desempenho da atividade. Essa lógica se aplica às empresas privadas que sejam concessionárias ou per- missionárias de serviços públicos. (STJ -REsp 1070735/RS) b) Errada. Conforme já explicado na alternativa “a”, os bens não afetados à consecução da atividade – fim, podem ser penhorados. c) Errada. Em regra, os bens públicos não podem sem adquiridos por usucapião, pois são im- prescritíveis. d) Errada. Os rios, mares, estradas, ruas e praças são bens de uso comum do povo. e) Errada. De acordo com o art. 176 da CF, os potenciais de energia hidráulica são bens perten- centes à União. Art. 176. As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráu- lica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e per- tencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra. Questão 40 (INSTITUTO AOCP/IPM-SP/AGENTE ADMINISTRATIVO/2018) Tendo em vista a legislação, a doutrina e a jurisprudência de Direito Administrativo, assinale a alternativa cor- reta. a) O poder de polícia do Estado, as cláusulas exorbitantes presentes nos contratos adminis- trativos e a definição de privilégios tributários para as pessoas jurídicas de direito público são prerrogativas conferidas à Administração Pública em decorrência do princípio da indisponibi- lidade do interesse público. b) Consoante a doutrina, são exceções constitucionais ao princípio da legalidade a edição de medidas provisórias e as situações de estado de defesa e estado de sítio. c) Consubstanciam-se em bens de uso comum do povo os bens que a Administração Pública mantém para o uso normal da população, de uso livre ou gratuito, sendo vedada a cobrança de taxas pelo seu uso. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 101 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO d) São características dos bens públicos a impenhorabilidade, a imprescritibilidade e a onera- bilidade. e) A conveniência e a oportunidade são consideradas elementos nucleares do poder vinculado. Letra b. a) Errada. Essas prerrogativas decorrem do princípio da supremacia do interesse público sobre o interesse privado. b) Certa. Celso Antônio Bandeira de Mello (2004) apresenta como exceção ao princípio da legalidade: as medidas provisórias, o estado de defesa e o estado de sítio. Isso porque, para o autor, a MP não é lei. Tem apenas força de lei. Um ato que só tem força de lei por fazer o que seria feito por lei, seria, então, exceção ao princípio da legalidade. Já o estado de sítio e defesa porque são situações excepcionais por meio de Decreto, ato administrativo, criando obriga- ções. Assim, essas situações não seriam leis em sentido estrito, mas criam obrigações. c) Errada. Segundo o art. 103 do Código Civil os bens de uso comum do povo podem ser utili- zados de forma gratuita ou retribuída: Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. d) Errada. São características dos bens públicos: a impenhorabilidade, a imprescritibilidade e a impossibilidade de oneração. e) Errada. Esses são elementos do poder discricionário, não vinculado. Questão 41 (INSTITUTO AOCP/CÂMARA DE MARINGÁ-PR/ADVOGADO/2017) Referente aos bens públicos, analise as assertivas e assinale a alternativa que aponta a(s) INCORRE- TA(S). I – Os edifícios em que se encontram sediados o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, na Praça da Sé, e o Fórum João Mendes Júnior, na Praça João Mendes, são bens de uso espe- cial, pertencentes à Fazenda do Estado, afetados ao uso do Poder Judiciário. II – Os bens de uso comum do povo não perdem essa característica se o Estado regulamentar sua utilização de maneira onerosa. III – Os terrenos e edifícios usados pelo próprio Estado para execução de serviço público es- pecial são considerados bens de uso geral ou uso comum do povo, na medida em que a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 102 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO acessibilidade a eles se dá por meio da utilização universal, por toda a população, com livre trânsito em suas dependências. a) I, II e III. b) II e III. c) I eIII. d) Apenas II. e) Apenas III. Letra e. A letra “e” é o gabarito, pois apenas o item III está incorreto. I – Certo. Conforme estabelece o art. 99 do CC: Art. 99. II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou esta- belecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; II – Certo. Segundo o art. 103 do Código Civil os bens de uso comum do povo podem ser utili- zados de forma gratuita ou retribuída (onerosa): Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. III – Errado. Como já visto no Item I, os terrenos e edifícios usados pelo próprio Estado para execução de serviço público são bens públicos especiais. Questão 42 (Q914948/AOCP/CODEM-PA/ADVOGADO/2017) A Administração, para poder exercer suas atividades, necessita ser detentora de bens que possam garantir a efetividade destas. Tais bens, por sua vez, formam o chamado “domínio público”. Assim, com base na ideia de administração, utilização, alienação e características dos bens públicos, assinale a alternativa correta: a) A inalienabilidade dos bens públicos tem caráter absoluto, uma vez que esta é a melhor for- ma de se preservar o patrimônio nacional. b) Para resguardar os interesses públicos, o legislador infraconstitucional vedou a utilização de bens públicos por particulares. c) As terras devolutas, mesmo sendo consideradas bens públicos dominicais, estão sujeitas ao chamado processo discriminatório, o qual objetiva afastar a incerteza jurídica do domínio público ou particular dessas áreas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 103 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO d) Os bens públicos dominicais são destinados à utilização imediata do povo. Por esse motivo, só podem ser alienados se respeitarem as determinações legais. e) As repartições públicas estão instaladas nos chamados bens de uso comum. Letra c. a) Errada. A inalienabilidade não é absoluta. Enquanto afetados, os bens públicos são abso- lutamente inalienáveis, ou seja, não poderá acontecer sua transferência para terceiros. Nesse sentido, dispõe o art. 100 do Código Civil que os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial (bens afetados) são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. Assim, havendo a desafetação, pode ocorrer a alienação do bem. b) Errada. Obedecidas as exigências legais, todos os bens públicos, qualquer que seja sua natureza – de uso comum, de uso especial ou dominical -, são passíveis de uso especial por particulares, desde que a utilização consentida pela Administração não os leve à inutilização ou à destruição. c) Certa. A ação discriminatória visa à separação das terras públicas e particulares. Tem por objetivo apartar o que é devoluto daquilo que legitimamente incorporou-se ao patrimônio par- ticular. d) Errada. Os bens públicos dominicais não têm destinação específica, podem ser alienados, observadas as exigências legais. e) Errada. As repartições públicas fazem parte dos bens especiais. Questão 43 (Q1246304/AOCP/EBSERH/ADVOGADO/2016) Sobre os bens públicos, assi- nale a alternativa correta. a) São bens públicos os de uso comum do povo, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusi- ve os de suas autarquias; os de uso especial, que constituem o patrimônio das pessoas jurídi- cas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades; os dominicais, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças. b) Os bens de uso comum do povo podem ser alienados, observadas as exigências da lei. c) Bens públicos dominicais constituem-se no patrimônio das pessoas jurídicas de direito pú- blico, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades e podem ser alie- nados, observadas as exigências da lei. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 104 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO d) Os bens públicos dominicais são inalienáveis. e) O uso comum dos bens públicos deve ser gratuito. Letra c. a) Errada. A alternativa trocou o conceito de todos os bens públicos: Art. 99. São bens públicos: I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como ob- jeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. b) Errada. Os bens que podem ser alienados são os bens dominicais. Art. 100. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. c) Certa. Esse é o correto conceito de bens dominicais: Art. 99. São bens públicos: III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como ob- jeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. d) Errada. Os bens dominicais podem ser alienados: Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. e) Errada. O uso pode ser gratuito ou retribuído: Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. Questão 44 (AOCP/SERCOMTEL S.A TELECOMUNICAÇÕES/ANALISTA/2016) Quanto à destinação, os bens públicos se classificam como: a) bens gerais e bens particulares. b) bens federais, bens estaduais, bens distritais e bens municipais. c) bens inalienáveis e bens impenhoráveis. d) bens de capital, bens de patrimônio e bens de uso. e) bens de uso comum, bens de uso especial e bens dominicais. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 105 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Letra e. O artigo 99 do Código Civil utilizou o critério da destinação do bem para classificar os bens públicos: Art. 99. São bens públicos: I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como ob- jeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Questão 45 (AOCP/CASAN/ADVOGADO/2016) Sobre os bens públicos, assinale a alterna- tiva correta. a) É bem público de uso especial: o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. b) A administração pública adquire patrimônio somente pela desapropriação,https://www.grancursosonline.com.br 10 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Os recursos da Plataforma Continental e da Zona Econômica Exclusiva – ZEE, são da UNIÃO. Os recursos que lá estão são federais. Mas o que vem a ser essas áreas? Vamos ilustrar para facilitar: A plataforma continental compreende o solo e subsolo. O que está ali depositado pertence à União. A ZEE compreende uma faixa de 12 às 200 milhas marítimas (aproximadamente 370 km): O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 11 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Quanto ao mar territorial, é um território brasileiro. Compreende a extensão de 12 milhas marítimas (aproximadamente 22 km). Tudo que acontecer no mar territorial está acontecendo em território brasileiro. Se, por exemplo, uma pessoa nasce nesse território, é brasileiro nato, pois nasceu em “solo” brasileiro. Se um crime acontece em embarcação no mar territorial, ocorreu um crime em território brasileiro. Em resumo, é uma porção do mar considerado território brasileiro. VIII – os potenciais de energia hidráulica; São as fontes que produzem a energia por meio da água e pertencem à União. Sua utilização, para fins de exploração industrial, está sujeita ao sistema de autorizações e concessões. IX – os recursos minerais, inclusive os do subsolo; Podem estar na superfície ou no subsolo. Nas duas hipóteses pertence à União. A pesquisa, exploração ou aproveitamento necessitam de uma autori- zação e concessão pela União mesmo em terras privadas. X – as cavidades naturais sub- terrâneas e os sítios arqueoló- gicos e pré-históricos; – cavernas e grutas; – Os sítios arqueológicos e pré-históricos são locais onde se encontram ves- tígios de civilizações pré-históricas. XI – as terras tradicional- mente ocupadas pelos índios. Essas terras pertencem à União. Veja: art. 231, § 1º, da Constituição Federal. Questão 1 (2019/CESPE/TJ-PA/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO) As terras devolutas são a) terras de propriedade da União que não têm afetação específica e que, portanto, são consi- deradas disponíveis. b) terras públicas que estão afetadas a um uso público, mas que ainda não foram arrecadadas por ações discriminatórias. c) terras públicas ou privadas localizadas em faixas de fronteira, reservas indígenas ou terre- nos de marinha. d) terras públicas ou privadas consideradas indispensáveis à defesa de fronteira e à preserva- ção ambiental. e) terras públicas não incorporadas a patrimônio particular e que não estejam afetadas a qual- quer uso público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 12 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Letra e. Bens dominicais ou dominiais são bens de domínio privado ou bens do patrimônio disponível que não possuem uma destinação específica. É um bem público (União, Estado, DF ou muni- cípio) mas que não são destinados para uso da coletividade, nem vinculados a prestação de atividades administrativas. São exemplos: os terrenos de marinha e seus acrescidos; terras devolutas; terrenos marginais. Estaduais São aqueles que estão previstos no art. 26 da CF. Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, excluídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União. A atribuição de bem estadual é praticamente por exclusão. O que não for da União ou de município será do Estado. Municipais Bens municipais não tiveram capítulo específico na CF. Pertencem aos municípios aqueles bens em suas linhas territoriais e que não sejam de titularidade da União ou dos Estados. Quanto à Natureza QUANTO À NATUREZA Bem de uso comum do povo Bens de uso especial Bens dominicais/dominiais O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 13 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Bem de uso comum do povo Destinados ao uso comum e geral de toda a comunidade. Ex.: rios, os mares, as estradas, ruas e praças. Bens de uso especial Destinam-se à prestação dos serviços administrativos. São bens vinculados ao exercício de alguma atividade administrativa. Ex.: os edifícios ou terrenos desti- nados a serviço ou estabelecimento da Administração, veículos oficiais, prédios públicos, bibliotecas públi- cas, terras tradicionalmente ocupa- das pelos índios. Bens dominicais ou dominiais (bens de domínio privado ou bens do patrimônio disponível). não possuem uma destinação especí- fica. É um bem público (União, Estado, DF ou município) mas que não são destinados para uso da coletividade, nem vinculados a prestação de ativi- dades administrativas. Ex.: terrenos de marinha e seus acrescidos; terras devolutas; terre- nos marginais; um lote que a União tenha e não está usando para nada, nem é para uso da sociedade (“um terreno ocioso”). Os bens de uso comum do povo e os de uso especial são bens públicos com destinação pú- blica específica (afetados) e, portanto, são inalienáveis enquanto conservarem essa qualifica- ção, na forma em que a lei dispuser. Os bens dominicais, por não terem destinação específica, podem ser alienados respeitadas as exigências legais. No caso de bens imóveis (art. 17, I, Lei n. 8.666/1993). A afetação é o ato ou fato por meio do qual um bem, não vinculado a um fim específico, passa a sofrer destinação ao fim público, se tornando bem de uso comum do povo ou de uso especial. A desafetação ocorre por meio de ato em que um determinado bem vinculado ao uso cole- tivo ou ao uso especial tem suprimida essa destinação pública. Portanto, o ato de afetação significa dar destinação pública a um bem que não tinha tal destinação. E a desafetação é retirar a destinação pública do bem. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 14 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Afetados Inalienáveis enquanto conservarem essa qualificação. Sem destinação específica Podem ser alienados respeitadas as exigências legais. BENS DE USO COMUM DO POVO E BENS DE USO ESPECIAL BENS DOMINICAIS Afetação ou desafetação pode ser expressa ou tácita. Será expressa quando decorrer de lei ou de ato administrativo. Será tácita quando resultar da atuação da Administração Pública, porém sem manifestação expressa a respeito, ou de fato da natureza, o que pode ocorrer, por exemplo, quando a Administração Pública determina a instalação de umarequisição de coisas móveis consumíveis, aquisição por força de lei ou de processo judicial de execução, investidura. c) São bens públicos de uso comum do povo: rios, mares, estradas, ruas e praças. São bens públicos dominicais: edifícios ou terrenos destinados ao serviço ou estabelecimento da admi- nistração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias. d) O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. e) Os bens públicos são inalienáveis, sem qualquer exceção. Letra d. a) Errada. A alternativa apresentou o conceito de bem dominical. Art. 99 CC III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como ob- jeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 106 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO b) Errada. As formas de aquisição de patrimônio pela Administração Pública são: usucapião, de- sapropriação, perda ou confisco, acessão, aquisição causa mortis, arrematação e adjudicação. c) Errada. Os edifícios ou terrenos destinados ao serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias são bens especiais. d) Certa. De fato, o uso pode ser gratuito ou retribuído: Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. e) Errada. Os bens dominicais podem ser alienados, além dos bens desafetados. Art. 101. Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. Questão 46 (AOCP/EBSERH/ADVOGADO/2015) Assinale a alternativa correta. a) Os rios, mares, estradas, ruas e praças não são bens públicos. b) São bens públicos os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. c) Os bens públicos podem ser alienados, penhorados e onerados. d) A continuidade do serviço público não é um princípio que rege o serviço público. e) Não existem serviços públicos comerciais ou industriais, sendo estes próprios da iniciativa privada. Letra b. a) Errada. Os rios, mares, estradas, ruas e praças são bens públicos de uso comum. b) Certa. Esse é o correto conceito de bens públicos dominicais: Art. 99 CC III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como ob- jeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. c) Errada. Em regra, os bens públicos são a inalienáveis, impenhoráveis, imprescritíveis e im- penhoráveis. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 107 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO d) Errada. A continuidade é um princípio do serviço público que significa que os serviços públi- cos não devem sofrer interrupção. e) Errada. Pode haver serviços públicos comerciais ou industriais. Por exemplo, as sociedades de Economia Mista (ex: Banco do Brasil) e as Empresas Públicas (ex: Correios, Caixa) são ser- viços públicos comerciais. Questão 47 (2017/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGIS- TROS) Com relação aos bens públicos, é correto afirmar que a) os bens dominicais, não estando afetados à finalidade pública específica, podem ser aliena- dos por meio de institutos do direito privado (compra e venda, doação, permuta) ou do direito público (investidura, legitimação de posse e retrocessão). b) a concessão de uso de bem público dispensa licitação. c) compra, permuta ou doação com encargo de bens imóveis dependerá de interesse público devidamente justificado, prévia avaliação e de licitação na modalidade concorrência. d) são classificados como bens de uso comum do povo aqueles de utilização pública a exem- plo dos imóveis onde se encontram instaladas as repartições públicas da Administração mu- nicipal, estadual ou federal e os museus. Letra a. A letra a está CORRETA. Os bens públicos dominiais, também chamados de dominicais ou, ainda, bens do patrimônio disponível, apesar de integrarem o patrimônio público, não se encon- tram afetados para nenhum fim, podendo ser, ainda, alienados a qualquer tempo. Com efeito, os bens dominiais possuem as características da impenhorabilidade, da imprescritibilidade e impossibilidade de oneração; no entanto, são bens alienáveis. A alienação pressupõe, como regra geral, autorização legislativa e licitação. Portanto, a inalienabilidade dos bens públicos é RELATIVA. Nada obstante, além da possibilidade de alienação, sob o crivo do regime público, é possível a ocorrência de permuta, dação em pagamento e doação. Ademais, os bens domini- cais admitem a formalização de seu uso por meio de institutos do direito privado (ex.: locação, enfiteuse, concessão de direito real de uso). A letra b está INCORRETA, pois sendo contratos administrativos, as concessões de uso de bem público recebem a incidência normativa própria do instituto, ressaltando a desigualdade O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 108 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO das partes contratantes e a aplicação das cláusulas de privilégio decorrentes do direito públi- co. Desse modo, deve ser realizada licitação prévia para a seleção do concessionário que apre- sentar as melhores condições para o uso do bem público. Será inexigível, porém, o procedimento quando a hipótese não comportar regime de normal competição entre eventuais interessados. A inexigibilidade, entretanto, deve ser considerada como exceção. Tratando-se de contrato ad- ministrativo, o prazo deve ser determinado, extinguindo-se direitos e obrigações quando do advento do termo final do acordo (Carvalho Filho, 2016). Igualmente, a letra c está INCORRETA. Nos termos do art. 17 da Lei n. 8.666/1993, em regra, a alienação de bens imóveis da Administração Pública está subordinada à existência de inte- resse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e dependerá de autoriza- ção legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência. Contudo, a adoção de licitação na modalidade concorrência será dispensada, entre outros casos, quando se tratar de: (i) doação, permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da administração pública, de qualquer esfera de governo, ressalvado o disposto nas alíneas f, h e i; (ii) permuta, por outro imóvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X do art. 24 desta Lei; Por fim, a letra d também está INCORRETA, pois os bens de uso comum do povo são aqueles que, por lei ou em face de sua natureza, são destinados ao uso da coletividade, sem distinção de usuários, limitação de horários e remuneração, tais como ruas, rios navegáveisou flutuá- veis, praias naturais e mar. Ressalta-se, por oportuno, que o conceito apresentado foi o de bens de uso especial, que são compreendidos como sendo aqueles destinados à execução dos serviços públicos, a exemplo de um edifício onde esteja instalada uma cadeia pública, uma repartição pública etc. Questão 48 (2016/CONSULPLAN/TJ-MG/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGIS- TROS) Com relação aos bens públicos imóveis, é correto afirmar: a) Os imóveis públicos rurais, com área maior do que o módulo rural, sujeitam-se à prescrição aquisitiva. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 109 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO b) A alienação de bens imóveis da Administração deverá ser objeto de prévio certame licitató- rio, por tomada de preços. c) A afetação do bem público exige rigorismo formal e só poderá ser realizada de forma ex- pressa, não se admitindo a tácita. d) Os bens de uso comum do povo, enquanto afetados ao Poder Público, não poderão ser ob- jetos de alienação. Letra d. A letra a está INCORRETA. São características dos bens de uso comum e de uso especial a inalienabilidade, a imprescritibilidade, a impenhorabilidade e a impossibilidade de oneração. A inalienabilidade significa que os bens públicos, enquanto estiverem afetados ao uso comum ou especial, não podem ser objeto de alienação. Por sua vez, a imprescritibilidade dos bens públicos significa que não corre a prescrição contra esses bens, isto é, não se admite a usu- capião dos bens públicos. Já a impenhorabilidade significa que esses bens não podem ser penhorados para assegurar o pagamento das dívidas contraídas pelo Poder Público, porque a Constituição assegura que os créditos contra a Fazenda Pública se submetem ao regime dos precatórios ou das requisições de pequeno valor, previsto no art. 100 da CF. Por último, a impossibilidade de oneração possui o mesmo fundamento da impenhorabilidade, uma vez que esses bens não podem ser ofertados como garantia na obtenção de empréstimos pelo fato de a Constituição assegurar que os créditos contra a Fazenda Pública se submetem ao regime dos precatórios ou das requisições de pequeno valor. De igual forma, a letra b está INCORRETA, pois, como visto na questão anterior, por força do art. 17, inciso I, da Lei n. 8.666/1993, em regra, a alienação de bens imóveis públicos depende de licitação na modalidade CONCORRÊNCIA. Por sua vez, a letra c também está INCORRETA. Celso Antônio Bandeira de Mello conceitua afetação como “a preposição de um bem a um dado destino categorial de uso comum ou es- pecial, assim como a desafetação é sua retirada do referido destino. Os bens dominicais são bens não afetados a qualquer destino público”. A afetação pode ocorrer independentemente de qualquer conduta estatal, como ocorre com os bens que são naturalmente afetados, como os rios e os mares; por lei ou por ato administrativo que determine a destinação de um bem O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 110 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO dominial ou de uso especial ao uso público, como a afetação de um terreno não edificado por lei municipal, como praça pública. Os bens que são naturalmente afetados ao uso comum do povo não podem ser desafetados, uma vez que são insuscetíveis de valoração. São, portanto, bens revestidos com a inalienabilidade absoluta (ex.: praias e rios). Por sua vez, os bens que venham a ser afetados por lei, ato administrativo ou fato administrativo são bens relativamen- te inalienáveis, ou ainda, de alienabilidade condicionada, haja vista que deixam a categoria de inalienáveis e passam a ser passíveis de alienação quando perdem a sua destinação comum ou especial e passam a integrar a categoria de bens dominicais. Por fim, a letra d é a única CORRETA. Conforme acima exposto, e levando em consideração o art. 100 do Código Civil, os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. Questão 49 (2014/CONSULPLAN/CBTU/ADVOGADO) Sobre bens públicos, assinale a al- ternativa INCORRETA. a) Entende-se por bens públicos, os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurí- dicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. b) Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. Da mesma forma, os bens pú- blicos não estão sujeitos a usucapião. c) São bens públicos, os bens de uso comum do povo, além dos bens de uso especial, que são aqueles destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias. d) O uso comum dos bens públicos é, obrigatoriamente, gratuito. A legislação vigente não pos- sibilita qualquer tipo de retribuição (remuneração) para o uso comum de bens públicos. Dessa forma, bens (imóveis) públicos não podem ser alugados ou alienados a terceiros que não se- jam de direito público. Letra a. A Letra a está CORRETA, haja vista ser a mera reprodução do art. 98 do Código Civil. De igual forma, a Letra b também está CORRETA, uma vez que corresponde à literalidade do art. 100 do Código Civil. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 111 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Por sua vez, a Letra c está CORRETA. Realmente, os bens públicos podem ser classificados em bens de uso comum do povo (art. 99, I, CC/2002), que são aqueles que se destinam à utilização geral pelos indivíduos, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; e também em bens de uso especial, aqui incluídos os bens diretamente afetados à prestação dos serviços adminis- trativos e públicos (art. 99, II, CC/2002), como os prédios em que funcionam as repartições pú- blicas, as viaturas policiais, os quartéis militares etc. Ressalte-se que o fato de não terem sido mencionados os bens dominicais não torna a assertiva incorreta, porquanto não se afirmou que apenas aqueles seriam os bens públicos. Por fim, a Letra d é a única INCORRETA. Os bens públicos de uso comum podem se sujeitar a alguma forma de retribuição (art. 103 do CC/2002). Costuma-se citar o exemplo da cobrança efetuada a motoristas para que possam estacionar seus automóveis em algumas vias públi- cas. Trata-se de retribuição pecuniária pela utilização transitória de bens públicos de uso co- mum do povo (ruas, avenidas, praças etc.). Questão 50 (2013/CONSULPLAN/TRE-MG/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA ADMINISTRA- TIVA) Determinada empresa pública estadual pretende alienar determinado imóvel de sua pro- priedade, o qual não guarda mais vinculação com o exercício de suas atividades. Sobre o caso, assinale a alternativa correta. a) Como bem de uso especial, o bem da empresa pública é gravado legalmente com cláusula de inalienabilidade. b) Os bens das empresas públicas são bens públicos, de modoque não podem ser alienados por meio de contrato de compra e venda. c) Apesar de ser bem privado, a alienação dos bens imóveis das empresas públicas depende de avaliação prévia e licitação na modalidade de concorrência. d) As empresas públicas estaduais, como hierarquicamente subordinadas ao Estado, não pos- suem autonomia financeira e patrimonial, não possuindo, portanto, patrimônio próprio. e) Por ser bem pertencente à pessoa jurídica de direito privado, os bens imóveis das empresas públicas são privados, podendo ser alienados por meio de contrato de compra e venda. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 112 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Letra c. Primeiramente, devemos atentar que a presente questão foi elaborada no ano de 2013 e, por- tanto, antes do advento da Lei n. 13.303/2016, responsável por estabelecer o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Com efeito, considerando o ano de elaboração da presente questão, temos que esta deveria ser respondida com base na Lei n. 8.666/1993. Nesse contexto, das assertivas apresentadas, apenas a Letra c está CORRETA. A alienação de imóveis pertencentes à Administração Direta, em regra, além de necessitar de avaliação prévia e licitação na modalidade concorrência, deve ser precedida de AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA. Por outro lado, tratando-se de empresas públicas e sociedades de economia mista e suas sub- sidiárias, nos termos do art. 17, I, da Lei n. 8.666/1993, será necessária (apenas) AVALIAÇÃO PRÉVIA e licitação na modalidade concorrência. Nesse sentido, vejamos: Art. 1º, Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse públi- co devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos [...]. Por oportuno, cabe ressaltar que, com o advento da nova legislação (Lei n. 13.303/2016), não há mais qualquer distinção entre a alienação de bens móveis e imóveis, quando promovida pelas empresas públicas e sociedade de economia mista, não havendo sequer a previsão de que essa alienação ocorra obrigatoriamente mediante concorrência, apenas de ser obrigatória a realização de licitação, por força, inclusive, do regime constitucional. Nesse sentido: Art. 49. A alienação de bens por empresas públicas e por sociedades de economia mista será pre- cedida de: I – avaliação formal do bem contemplado, ressalvadas as hipóteses previstas nos incisos XVI a XVIII do art. 29; II – licitação, ressalvado o previsto no § 3º do art. 28. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 113 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 51 (2012/CONSULPLAN/TSE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) De acordo com a classificação dos bens públicos, é correto afirmar que o meio ambiente a) é um bem de uso comum do povo por expressa disposição constitucional. b) é um bem de uso especial por ter uma destinação específica. c) é um bem dominical por não estar afetado a nenhuma finalidade específica. d) não se enquadra em nenhuma classificação, uma vez que não é considerado um bem para o direito brasileiro. Letra a. A letra a é a única alternativa, uma vez que, nos termos do art. 225 da Constituição Federal de 1988, todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações. Por decorrência lógica, todas as demais assertivas estão INCORRETAS e dispensam maiores comentários. Questão 52 (2011/CONSULPLAN/CREA-RJ/ENGENHEIRO CIVIL) Sobre bens públicos, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas: ( ) � São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertence- rem. ( ) � Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. ( ) � Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. ( ) � Os bens públicos dominicais são inalienáveis. A sequência está correta em: a) V, V, V, V b) F, F, F, F c) V, V, V, F d) V, V, F, F e) V, F, V, F O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 114 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Letra c. A afirmativa I corresponde à literalidade do art. 98 do Código Civil e, portanto, é VERDADEIRA. De igual forma, a afirmativa II representa o disposto no art. 100 do CC, razão pela qual também é VERDADEIRA. Já a afirmativa III corresponde à literalidade do art. 102 e, portanto, também é VERDADEIRA. Por sua vez, a afirmativa IV é a única FALSA, pois, nos termos do art. 101 do Codex Civil, os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências legais. Como vimos, os bens dominicais (ou dominiais ou bens do patrimônio disponível), apesar de integrarem o patrimônio público, não se encontram afetados para nenhum fim, podendo ser, ainda, alienados a qualquer tempo. Os bens dominiais possuem as características da impe- nhorabilidade, da imprescritibilidade e impossibilidade de oneração; no entanto, conforme já assinalado, são bens alienáveis. A alienação pressupõe, como regra geral, autorização legisla- tiva e licitação, razão pela qual a doutrina afirma que os bens dominiais possuem como carac- terística a inalienabilidade relativa. Questão 53 (2022/FGV/PC AM/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) Em matéria de classificação do bem público quanto à sua destinação, uma Delegacia de Polícia Civil situada no Centro da ci- dade de Manaus é classificada como bem a) de uso especial, que é utilizado para prestação de serviço público pelo Estado aos cidadãos. b) de uso comum do povo, que é utilizado ou colocado à disposição de toda população. c) dominical, que é utilizado no serviço de segurança pública oferecido pelo Estado aos cida- dãos. d) desafetado, que é usado com a finalidade específica de prestação de serviço público pelo Estado aos cidadãos. e) de uso extraordinário, que é utilizado ou colocado à disposição de toda população. Letra a. a) Certa. Os bens de uso especial destinam-se à prestação dos serviços administrativos. São bens vinculadosao exercício de alguma atividade administrativa. 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Desafetação ocorre por meio de ato em que um determinado bem vinculado ao uso coletivo ou ao uso especial tem suprimida essa destinação pública. Questão 54 (2022/FGV/SENADO FEDERAL/CONSULTOR LEGISLATIVO) A sociedade em- presária Alfa, após processo licitatório, celebrou contrato administrativo com a União receben- do consentimento estatal para utilização especial de bem público consistente em uma lancho- nete no presídio federal Gama, por prazo determinado, realizando investimento financeiro para instalação da lanchonete. No caso em tela, de acordo com a doutrina de Direito Administrativo, a modalidade de uso de bem público por particular adotada foi a) concessão de uso. b) autorização de uso. c) permissão de uso. d) concessão de direito real de uso. e) cessão de uso. Letra a. No caso em tela, trata-se de concessão de uso, vejamos os conceitos das alternativas: Concessão de uso: Contrato administrativo com prazo determinado e não poder ser revogado a critério da Administração Pública. • Pode ser para interesse público ou do particular. • Exige licitação O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 116 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Autorização de uso: Ato discricionário e precário. Pode ser condicionada (com prazo). • Interesse predominantemente particular. • Dispensa licitação Permissão de uso: Ato discricionário e precário. Pode ser condicionada (com prazo) • Interesse predominantemente público. • Em regra, exige licitação Concessão de direito real de uso: transferência de uso (remunerado ou gratuito) de terreno público para o particular, é realizado mediante contrato. Cessão de uso: Trata-se de transferência gratuita de um bem público de um órgão para outro. . Questão 55 (2022/FGV/TRT 13ª REGIÃO(PB)/TÉCNICO JUDICIÁRIO) De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, o imóvel próprio onde está instalada a sede do Tribunal Re- gional do Trabalho da Yª Região, por ser um bem público, goza de determinadas prerrogativas decorrentes do regime jurídico de direito público, como por exemplo a) impenhorabilidade e imprescritibilidade. b) alienabilidade incondicionada e impenhorabilidade. c) penhorabilidade e não-onerabilidade. d) inalienabilidade e penhorabilidade condicionada. e) imprescritibilidade e alienabilidade incondicionada. Letra a. São características dos bens públicos a impenhorabilidade e a imprescritibilidade. Impenhorabilidade: A Administração Pública submete-se a um processo de execução espe- cial, na forma do CPC. Trata-se de um processo de execução próprio, via precatórios, regido pelo art. 100 da Constituição Federal, não se admitindo a penhora de bens públicos. Imprescritibilidade: Não podem ser adquiridos mediante usucapião (arts. 183 da CF e 102 do CC). Usucapião é a aquisição de uma propriedade em razão de ter ficado na posse de uma pro- priedade como se dono fosse durante o prazo previsto em lei. Com isso, a pessoa passa a ser proprietária mediante uma declaração judicial. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 117 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 56 (2022/FGV/PGE SC/PROCURADOR DO ESTADO) João e sua companheira Ma- ria ocupam, irregularmente, há vinte anos, terreno que, de acordo com a matrícula imobiliária, é de propriedade do Estado de Santa Catarina, no qual ergueram a casa em que residem e uma edícula, onde se dedicam à atividade de bar e restaurante. De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça: a) João e Maria adquiriram o terreno por usucapião; b) João e Maria têm direito a justa e prévia indenização; c) o terreno e suas acessões e construções compõem bem de família, de modo que João e Maria não podem ser dele desapossados; d) João e Maria não têm direito à indenização pelas acessões e benfeitorias realizadas no ter- reno, dada a natureza precária da ocupação; e) João e Maria têm direito à indenização pela casa, que é bem de família, mas não da edícula, que se destina a uma atividade comercial. Letra d. Conforme vimos anteriormente, os bens da Administração Pública são imprescritíveis e não podem ser adquiridos mediante usucapião, ainda a esse respeito vejamos o entendimento do STJ: JURISPRUDÊNCIA Súmula 619: A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias. Questão 57 (2022/FGV/TRT 16ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO/OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR) A associação de moradores do Bairro Alfa obteve consentimento do Município Beta para utilização especial de bem público consistente no fechamento da Rua Gama, no primeiro sábado de junho, das 18h às 23h, para realização de um evento festivo. Sabe-se que o mencionado consentimento ocorreu de forma precária, sem prévia licitação, e atendendo ao interesse daquela coletividade, sem prejuízo ao interesse público. De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, o ato praticado pelo poder público munici- pal consiste em O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 118 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO a) concessão de uso. b) permissão de uso. c) autorização de uso. d) concessão de direito real de uso. e) concessão de uso especial transitória. Letra c. Conforme vimos anteriormente na autorização de uso o ato unilateral é discricionário, precário e não há a necessidade de realizar licitação. Trata-se de Interesse predominantemente privado. Questão 58 (2022/FGV/CÂMARA DE TAUBATÉ -SP/CONSULTOR LEGISLATIVO) O Muni- cípio Alfa pretende realizar a alienação de determinado bem imóvel, pois verificou, no bojo de processo administrativo, a existência de interesse público devidamente justificado, pois a pro- priedade não é usada há muito tempo para qualquer finalidade pública. No caso em tela, a venda do imóvel será precedida de a) consulta pública, exigirá autorização legislativa e, em regra, dependerá de licitação na mo- dalidade concorrência. b) avaliação, exigirá autorização legislativa e, em regra, dependerá de licitação namodalidade leilão. c) consulta pública, exigirá autorização do Tribunal de Contas e, em regra, não dependerá de licitação. d) avaliação, exigirá autorização do Prefeito e, em regra, não dependerá de licitação. e) consulta pública, exigirá autorização do Prefeito e, em regra, dependerá de licitação na mo- dalidade concorrência. Letra b. A resposta da questão está na nova lei de licitações (14.133/2021), vejamos o que dispões sobre o tema o referido dispositivo legal: Art. 76. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas: I – tratando-se de bens imóveis, inclusive os pertencentes às autarquias e às fundações, exigirá autorização legislativa e dependerá de licitação na modalidade leilão (...). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 119 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 59 (2022/FGV/PC AM/ESCRIVÃO DE POLÍCIA) João, professor de direito constitu- cional, informou aos seus alunos que pertencem à União as terras públicas que, em primeiro lugar, não tenham recebido destinação do Poder Público e que jamais integraram o patrimônio de um particular, ainda que este último se encontre irregularmente na sua posse. Para que sejam de propriedade da União, essas terras ainda devem ser indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à pre- servação ambiental, definidas em lei. À luz da sistemática constitucional, João referiu-se a) às terras devolutas. b) às terras dominicais. c) aos terrenos de marinha. d) à plataforma continental. e) às terras de preservação, defesa e segurança. Letra a. No caso apresentado, João referiu-se às terras devolutas. Vejamos o art. 20 da CF/88: Art. 20. São bens da União: II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei. As terras devolutas, em regra, pertencem aos Estados. Somente estas previstas no art. 20 da CF são de titularidade da União. Terra devoluta significa devolvida. Com a Proclamação da República e o modelo federativo, as terras da coroa portuguesa que não tiveram destinação foram atribuídas, como regra, aos Estados. Questão 60 (2019/FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/GUARDA CIVIL MUNICIPAL) O Código Civil conceitua que são públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pesso- as jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Neste sentido, o mesmo diploma legal estabelece que o uso comum dos bens públicos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 120 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO a) deve ser necessariamente retribuído, por meio de tarifa por parte dos particulares usuários. b) deve ser necessariamente gratuito, já que tais bens pertencem a toda a sociedade de forma genérica. c) deve ser necessariamente oneroso, a fim de que toda a coletividade se beneficie. d) pode ser gratuito ou retribuído, conforme decidir arbitrariamente o Secretário Municipal de Governo. e) pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. Letra e. Para a doutrina, o conceito de bem público é abrangente e se refere à destinação do bem. Se é destinado à prestação de serviço público, o bem é público e estará sujeito ao regime jurídico especial. Para concursos, na dúvida, a melhor opção é seguir o texto da lei. Porém, o conceito dado pela doutrina também pode ser considerado correto, quando não confrontado com o conceito legal. O Código Civil de 2002 apresenta o seguinte conceito: Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito pú- blico interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Art. 103. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabeleci- do legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. Questão 61 (2019/FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/GUARDA CIVIL MUNICIPAL) Em relação aos bens públicos municipais do Município de Salvador, de acordo com o Código Civil e a doutrina de Direito Administrativo, assinale a opção que apresenta exemplos de bens de uso especial. a) Correios e garagem de veículos de transporte coletivo privado. b) Postos de saúde, creches e cemitérios municipais. c) Estabelecimentos privados que prestam serviços de educação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 121 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO d) Praças, estradas e ruas municipais. e) Lagoas, rios e mares que banham a cidade. Letra b. Quanto à natureza, os bens públicos podem ser classificados como de uso comum do povo, de uso especial ou bens dominicais. Abaixo coloco um quadro comparativo para melhor com- preensão: Bem de uso comum do povo destinados ao uso comum e geral de toda a comunidade. Ex.: rios, os mares, as estradas, ruas e praças. Bens de uso especial Destinam-se à prestação dos servi- ços administrativos. São bens vinculados ao exercício de alguma atividade administrativa. Ex.: os edifícios ou terrenos destinados a ser- viço ou estabelecimento da Administração, veículos oficiais, prédios públicos, bibliotecas públicas, terras tradicionalmente ocupadas pelos índios. Bens dominicais ou dominiais (bens de domínio privado ou bens do patrimônio dis- ponível). não possuem uma destinação espe- cífica. É um bem público (União, Estado, DF ou município) mas que não são destinados para uso da coletividade, nem vinculados a pres- tação de atividades administrativas. Ex.: terrenos de marinha e seus acrescidos; terras devolutas; terrenos marginais; um lote que a União tenha e não está usando para nada, nem é para uso da sociedade (“um ter- reno ocioso”). Como podemos perceber, os bens de uso comum do povo e os de uso especial são bens pú- blicos com destinação pública específica (afetados) e, portanto, são inalienáveis enquanto conservarem essa qualificação, na forma em que a lei dispuser. Os bens dominicais, por não terem destinação específica, podem ser alienados respeitadas as exigências legais. No caso de bens imóveis (art. 17, I, Lei n. 8.666/1993). Questão 62 (VUNESP/PREFEITURA DE POÁ-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2019) Quando um bem público é desativado, deixando de servir à finalidade pública anterior, trata do seguinte instituto de Direito Administrativo: a) retrocessão. b) cessão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 122 de 140www.grancursosonline.com.brGustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO c) desafetação. d) afetação. e) reversão. Letra c. a) Errada. A retrocessão trata do direito conferido ao expropriado de reivindicar que o bem retorne ao seu patrimônio, caso a Administração não dê destinação pública ao bem desapro- priado. A retrocessão surge quando há desinteresse superveniente do Poder Público pelo bem que desapropriou. b) Errada. A cessão se dá quando os bens públicos municipais de uso especial podem ser uti- lizados por particulares, de acordo com o interesse da Administração Pública. c) Certa. A desafetação ocorre por meio de ato em que um determinado bem vinculado ao uso coletivo ou ao uso especial tem suprimida essa destinação pública. Portanto, o ato de afeta- ção significa dar destinação pública a um bem que não tinha tal destinação. E a desafetação é retirar a destinação pública do bem. d) Errada. A afetação é o ato ou fato por meio do qual um bem, não vinculado a um fim espe- cífico, passa a sofrer destinação ao fim público, tornando-se bem de uso comum do povo ou de uso especial. e) Errada. A reversão é instituto da Lei 8.112/90. É o retorno à atividade de servidor aposentado por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentado- ria; ou no interesse da Administração, desde que tenha solicitado a reversão, a aposentadoria tenha sido voluntária, estável quando na atividade. Além disso, só é possível caso a aposenta- doria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação e haja cargo vago. Questão 63 (VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - REMO- ÇÃO/2019) A respeito dos bens públicos, assinale a alternativa correta. a) As hipóteses de dispensa de licitação para a alienação de bens imóveis estão previstas na Lei n. 8.666/93, devendo o rol ser observado por Estados e Municípios. b) São características da autorização para o uso privativo de bem público a precariedade, a dis- cricionariedade e a prevalência do interesse do Estado em face do interesse do particular. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 123 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO c) Os bens dominicais, em regra, podem ser concedidos em garantia pelo Estado, sendo dis- pensada a autorização legal. d) O domínio eminente refere-se ao direito de propriedade do Estado, compreendendo os bens das pessoas jurídicas de direito público, submetidos ao regime jurídico especial de Direito Ad- ministrativo. e) Os bens das concessionárias de serviços públicos, que estejam afetados à execução da atividade estatal, são impenhoráveis. Letra e Conforme a jurisprudência do STJ, se o bem estiver afetado, mediante o princípio da continui- dade do serviço público, tais bens não podem ser penhorados. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. EMPRESA CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. PENHORA ONLINE. AUSÊNCIA DE RISCO À CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO. POSSI- BILIDADE. 1. Não há óbice à penhora online de ativos financeiros de empresa concessio- nária de serviço público quando não está demonstrado que o ato constritivo possui o condão de interromper a prestação do serviço público. 2. A jurisprudência desta Corte tem admitido até mesmo a penhora dos ônibus da empresa de transporte de passageiros. A fortiori, é de ser permitida a penhora de dinheiro. No recurso especial, interposto com base na alínea a do permissivo constitucional, a recorrente alega violação aos arts. 10, V, da Lei n. 7.783/1989, 100 do CC, 649, I, e 678, parágrafo único, do CPC/1973, 17, caput, da Lei n. 8.666/93, 35 a 37 da Lei n. 8.987/95, asseverando que: a) por ser concessionária de serviço público de transporte coletivo de passageiros, tanto seus bens quanto sua renda são impenhoráveis, razão pela qual “as penhoras online via Bacenjud deverão ser conside- radas nulas, desbloqueadas e devolvidas” (fl. 483); b) o prejuízo advindo da constrição judicial, bem como da posterior alienação ou adjudicação, poderá prejudicar a continui- dade do serviço público prestado (fl. 484); c) os “bens públicos são inalienáveis (...) enquanto tiverem afetação pública, ou seja, destinação pública” (fl. 486); e d) considerando que é “concessionária de transporte público de passageiros e que os bens constritos (rendas) afetam a continuidade da prestação da atividade pública, não poderiam jamais ter sido alvo de penhora, dado que, como já dito, são bens de concessionárias públicas, inalienáveis e, por O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 124 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO conseguinte, absolutamente impenhoráveis” (fl. 488). Em suas contrarrazões, a recorrida pugna pelo não conhecimento do recurso ou, alternativamente, pelo seu não provimento. O recurso foi inadmitido pela decisão de fls. 503/504. Interposto agravo, a este foi dado provimento, sendo determinada sua reautuação como recurso especial (fls. 544/545). É o relatório. Passo a decidir. Inicialmente, cumpre esclarecer que o presente recurso subme- te-se à regra prevista no Enunciado Administrativo n. 3/STJ, in verbis: “Aos recursos inter- postos com fundamento no CPC/2015 (relativos a decisões publicadas a partir de 18 de março de 2016) serão exigidos os requisitos de admissibilidade recursal na forma do novo CPC”. A recorrente defende tese segundo a qual, dada a sua condição de concessionária de serviço público, seus bens e rendas são absolutamente impenhoráveis, “por serem bens públicos de uso especial utilizados no transporte de passageiros”. Em seu entender, a constrição judicial é vedada em respeito aos princípios da continuidade do serviço público e da supremacia do interesse coletivo. Nesse sentido, pleiteia o desbloqueio dos valores constritos, “culminando com a devolução de R$ 9.588,66 (nove mil, quinhentos e oitenta e oito reais e sessenta e seis centavos)” (fl. 491). A esse respeito, o Tribunal de origem registrou o seguinte (fls. 465/467): “Como visto, a partir da lógica do princípio da continuidade do serviço público (prestado, no caso, sob o regime de concessão), deter- mina o Código que a penhora recaia, preferencialmente, sobre as rendas da empresa. Na hipótese de restar frustrada essa tentativa, cabe a penhora ‘sobre determinados bens’. No caso em apreço, a penhora atingiu módica quantia depositada em conta bancária da empresa (R$ 9.588,66). Logo, foi observada a ordem legal acima entabulada. Saliento, outrossim, inexistir evidência de que o bloqueio desses valores constitua óbice à continui- dade da atividade empresarial da embargante (o transporte público de passageiros), de modo que não se vislumbra afronta ao princípio da continuidade do serviço público. Diver- samente do que foi arguido em razões recursais, não constitui fato notório que a atividade de transporte de passageiros é deficitária, pelo que deveria ter sido devidamente demons- trado pela parte embargante. À míngua de outros elementos, não se pode concluir que a empresa apresenta frágil condição econômico-financeira. Friso, noutro giro, que não há notícia de que se tenha procedido à penhora dos ônibus utilizados para a prestação do serviço público, o que corrobora a conclusão de que não há risco à continuidade do serviço público. De qualquer sorte, consigno que a jurisprudência desta Corte tem admi-tido mesmo a penhora de ônibus da empresa (...). Ora, se a própria penhora dos veículos O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 125 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO utilizados para a prestação do serviço de transporte público é admitida, é de ser permitida, a fortiori, a penhora de dinheiro. Ademais, note-se que a essencialidade do serviço de transporte público, defendida pela recorrente, não está em questão, pois o ponto decisivo é que a penhora online realizada no feito executivo a par de estar autorizada por lei - não acarreta perigo à continuidade da prestação do serviço. O mesmo se verifica em relação às alegações de que a alienação de bens públicos só pode ser feita nos moldes do art. 17 da Lei n. 8.666/93, de que o Poder Público concedente deve ser ouvido antes do pracea- mento (art. 678, parágrafo único, do CPC) e de que o Poder Público concedente pode impe- dir a alienação judicial de acervo penhorado da concessionária (arts. 35 a 37 da Lei n. 8.987/95). Isso porque não se trata, aqui, da alienação de bem público, mas apenas da penhora de dinheiro de concessionária de serviço público. Tampouco calha a invocação do princípio da supremacia do interesse público, porquanto não se divisa, como já repi- sado, risco à continuidade do serviço público.” Verifica-se, pois, que o entendimento con- signado no acórdão recorrido, atento às peculiaridades do caso concreto, guarda conso- nância com a orientação desta Corte Superior, no sentido que os bens das concessionárias de serviço público são penhoráveis, desde que a constrição judicial não comprometa a execução do serviço público. Ilustrativamente: TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL CONTRA CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. BEM ESSENCIAL À EXECUÇÃO DO SERVIÇO. IMPENHORABILIDADE. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça se orientou no sentido de que são penhoráveis os bens das concessionárias, desde que a constrição judicial não comprometa a execução do serviço público. Espécie em que o bem penho- rado e levado à hasta pública (imóvel sede da empresa pública, onde funciona toda a área administrativa) é essencial à prestação do serviço público. Agravo regimental desprovido. (AgRg no AREsp 439.718/AL, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/03/2014, DJe 19/03/2014) Em consequência, acolher a pretensão recursal, para efeito de reputar que o bem constrito encontra-se vinculado à regular prestação de serviço público, concluindo por sua impenhorabilidade, implica o revolvimento da matéria fático- -probatória, providência essa inviável em sede de recurso especial a teor do óbice da Súmula 7/STJ. Nesse sentido: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. BENS. IMPENHORABILIDADE. SÚMULA 7/STJ. 1. Cuida-se de Agravo em Recurso Especial interposto contra acórdão que afastou a penhora, no atual estágio do procedimento, uma vez que nem sequer houve a O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 126 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO liquidação, além de assentar a impenhorabilidade dos bens de sociedade de economia mista que sejam necessários à continuidade do serviço público. 2. Pretende a recorrente o reconhecimento da impenhorabilidade dos valores depositados em conta-corrente, que, segundo ela, são destinados exclusivamente à execução do serviço público. 3. Não se conhece da alegada ofensa ao art. 535 do CPC quando a parte limita-se a apresentar ale- gações genéricas no sentido de que o Tribunal a quo não apreciou todas as questões levantadas, sem indicar concretamente em que consistiu a suposta omissão. Aplicação da Súmula 284/STF. 4. No que tange à questão da impenhorabilidade dos bens afetados ao serviço público, o julgado recorrido não diverge da orientação do STJ, segundo a qual são impenhoráveis os bens de sociedade de economia mista prestadora de serviço público, desde que destinados à prestação do serviço ou que o ato constritivo possa comprometer a execução da atividade de interesse público (cf. AgRg no REsp 1.070.735/RS, Rel. Minis- tro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 18.11.2008; AgRg no REsp 1.075.160/AL, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, Primeira Turma, julgado em 10.11.2009; REsp 521.047/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 20.11.2003). 5. Hipó- tese na qual o acórdão recorrido afastou, nessa fase do procedimento, a determinação da penhora, não tendo, por conseguinte, analisado a natureza dos bens que a recorrente busca proteger, nem a sua vinculação à regular prestação do serviço público, o que lhe caberá demonstrar no momento processual oportuno. Dessarte, é impossível conhecer, no Recurso Especial, da imprescindibilidade à execução do serviço público dos valores que se pretendem resguardar, sob pena de ofensa à Súmula 7/STJ: “A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial”. 6. Agravo Regimental não provido. (AgRg no AREsp 37.545/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/02/2012, DJe 13/04/2012) (grifou-se) Diante do exposto, com base no art. 932, III, do CPC/2015, c/c o art. 255, § 4º, I, do RISTJ, não conheço do recurso especial. Publique- -se. Intimem-se. Brasília (DF), 1º de agosto de 2017. MINISTRO MAURO CAMPBELL MAR- QUES Relator (STJ - REsp: 1678078 SC 2017/0056819-9, Relator: Ministro MAURO CAM- PBELL MARQUES, Data de Publicação: DJ 03/08/2017) Questão 64 (VUNESP/TJ-RS/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/REMO- ÇÃO/2019) Suponha que determinado indivíduo, por onze anos, tenha ocupado um terreno de propriedade do Município, construído nele a sua residência e um galpão, em que funciona uma O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 127 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO oficina mecânica, local onde exerce a sua profissão de mecânico e retira os recursos necessá- rios a sua subsistência. A Administração, após notar o uso do espaço pelo particular sem seu consentimento, notifica-o, solicitando a desocupação da área. Diante da situação hipotética, assinale a alternativa correta. a) O particular tem o direito à propriedade do local, dado que o bem é dominical, não estando afetado a uma finalidade pública específica. b) O particular deve desocupar o espaço, tendo o direito de ser indenizado pelas benfeitorias úteis, necessárias e fundo de comércio. c) O particular tem o direito real de uso do imóvel, caso o terreno ocupado não seja superior a 1.000 m2 (mil metros quadrados). d) O particular tem o direito de permanecer na posse do local, por estar dando ao espaço uma finalidade socialmente útil. e) O particular não tem o direito de permanecer no imóvel e não possui o direito de ser indeni- zado pelas benfeitorias existentes no local. Letra e É o que estabelece a Súmula 619 do STJ: A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e ben-feitorias. Questão 65 (VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA/2018) Os bens públicos podem ter utilização especial ou privativa em algumas situações específicas. Suponha a situação em que uma empresa regularmente em operação deseja utilizar bem público, de forma privativa, onde realizará investimentos relevantes para a exploração da sua atividade, privada, mas de interesse público. Nessa situação, o instrumento administrativo mais adequado para preservar os interesses do particular investidor e da Administração é a: a) autorização de uso de bem público, pois é instrumento bilateral, assinado por prazo deter- minado, assegurando ao autorizado direito de indenização em caso de retomada do bem pela Administração. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 128 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO b) concessão de uso especial para fins de moradia e investimentos, pois é esse o instrumento unilateral e precário adequado para a preservação dos interesses do particular na amortização dos investimentos realizados. c) concessão de uso de bem público, a qual formaliza-se por contrato administrativo, portanto, instrumento bilateral, não sendo precário. d) licença de uso de bem público, instrumento unilateral, assinado por prazo determinado, não assegurando ao licenciado direito de indenização em caso de retomada do bem pela Adminis- tração. e) retrocessão, por ser esse o instrumento que permite, de forma gratuita, o uso de bem pú- blico por empresas privadas, para a exploração de atividade econômica de interesse público. Letra c. A concessão de uso é o contrato administrativo pelo qual a Administração Pública faculta a terceiros a utilização privativa de bem público, para que a exerça conforme a sua destinação. Sua natureza é a de contrato de direito público, sinalagmático, oneroso ou gratuito, comutativo e realizado intuitu personae. Tendo em vista que a empresa deseja utilizar bem público, de for- ma privativa, e realizará investimentos relevantes para a exploração da sua atividade, privada, mas de interesse público, estaremos diante da concessão de uso. Questão 66 (VUNESP/FAPESP/PROCURADOR/2018) A FAPESP deseja transferir alguns bens móveis para uma Faculdade de Medicina Federal, pois eles são necessários ao desen- volvimento de projetos de pesquisa dessa instituição. A transferência desses bens é pura e simples, não estando sujeita a qualquer encargo. Sobre a transferência, é correto afirmar que: a) por se tratar de alienação gratuita de bens móveis depende de autorização legislativa espe- cífica. b) será realizada por doação e não depende da realização de licitação, porque inexiste compe- tição sendo formalizada por contrato de doação, sem previsão de qualquer encargo. c) deverá ser precedida de licitação na modalidade pregão e somente poderá ser formalizada por meio de termo de transferência. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 129 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO d) está subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, podendo a ava- liação do bem ser realizada após a efetivação da alienação. e) não poderá ser realizada, pois a lei somente permite a transferência de bens entre órgãos ou entidades da Administração Pública da mesma esfera de governo. Letra b. É possível que haja tal transferência e, de acordo com a Lei n. 8.666/1993, art. 17, a alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e, quando móveis, dependerá de avaliação prévia e de licitação, dispensada esta nos casos de doação, permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, após avaliação de sua oportunidade e conveniência socioeconômica, relativa- mente à escolha de outra forma de alienação. Questão 67 (VUNESP/PAULIPREV-SP/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2018) No tocante a bem público, é correto afirmar que a: a) alienação de bens imóveis, como regra, dependerá de autorização legislativa, de avaliação prévia e de licitação, realizada na modalidade de concorrência. b) afetação de bem a uso comum dependerá de avaliação prévia, assim como de autorização legislativa ou decreto. c) alienação poderá decorrer de retrocessão, que não se confunde com concessão de uso, porque é forma de alienação hoje admitida apenas para terras devolutas da União, Estados e Municípios. d) afetação e a desafetação de qualquer bem sempre dependerão de lei. e) alienação poderá decorrer de concessão de domínio, que ocorre sempre que a Administra- ção não mais necessita do bem expropriado, e o particular o aceita em retorno. Letra a. De acordo com a Lei n. 8.666/1993, art. 17, a alienação de bens da Administração Pública, su- bordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e, O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 130 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da Administração direta e entidades autárquicas e fundacionais e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, depen- derá de avaliação prévia e de licitação na modalidade concorrência. Questão 68 (VUNESP/TJ-SP/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS - PRO- VIMENTO/2018) Com relação aos bens públicos, assinale a alternativa correta. a) Os móveis das instalações físicas destinadas à prestação do serviço delegado extrajudicial de notas e registro são bens públicos. b) Os bens públicos não comportam a possibilidade de uso privativo por particulares. c) A inalienabilidade do bem público é absoluta. d) Os bens públicos de uso especial não permitem oneração por meio de hipoteca. Letra d. a) Errada. Os móveis das instalações físicas destinadas à prestação do serviço delegado ex- trajudicial de notas e registro são bens particulares destinados à prestação de serviço público. b) Errada. São admitidas, pela legislação, algumas hipóteses em que particulares podem usu- fruir privativamente de certo bem público, mediante remuneração ou não. A utilização do bem público pelo particular deve necessariamente ser reduzida a instrumento por escrito e é pre- cária, em regra, pois o interesse público exige prerrogativas a favor da Administração, como a faculdade de revogar uma autorização previamente concedida. c) Errada. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis en- quanto conservarem a sua qualificação e na forma em que a Lei determinar. Além do mais, os bens públicos dominicais podem ser alienados, desde que observadas as exigências da Lei. d) Certa. São características dos bens das duas modalidades integrantes do domínio público do Estado a inalienabilidade e, como decorrência desta, a imprescritibilidade, a impenhorabili- dade e a impossibilidade de oneração. Segundo o autor Hely Lopes Meirelles: Não importa, por igual, o fim a que se destine a garantia real. Desde que os bens públicos das enti- dadesestatais são insuscetíveis de penhora, sendo a penhora consectário legal da execução para a satisfação do crédito, objeto da garantia real, ressalta a impossibilidade de constituir-se penhor ou hipoteca sobre bens e rendas públicas de qualquer natureza ou procedência (...). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 131 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 69 (VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2017) Considerando-se o regime jurídico dos bens públicos, pode-se afirmar que: a) a eles não se aplica o princípio da função social da propriedade, em razão do regime de im- penhorabilidade, inalienabilidade e imprescritibilidade. b) a eles se aplica, com grau diferenciado, o princípio da função social da propriedade, em re- lação aos bens de uso comum do povo. c) a eles se aplica o princípio da função social da propriedade, em grau diferenciado, em rela- ção aos bens dominiais . d) a eles se aplica o princípio da função social da propriedade que incide indistintamente e com mesmo grau de intensidade, dada sua função normativa, sobre todo o ordenamento jurídico e sobre o domínio público e particular. Letra c. a) Errada. Quanto ao regime jurídico dos bens públicos, os de uso comum e especial são impe- nhoráveis, inalienáveis e imprescritíveis, e os bens dominicais são impenhoráveis e imprescri- tíveis. A função social é aplicada não somente aos bens particulares, mas também aos bens públicos. b) Errada. A função social da propriedade se aplica a todos os bens públicos, independente- mente do regime jurídico que possuem, mas somente nos bens dominicais é aplicada de for- ma diferenciada, por não terem destinação pública específica. c) Certa. Por pertencer à Administração Pública, mas não possuir destinação específica, a fun- ção social não pode ser aplicada da mesma forma que nos demais. d) Errada. A função social da propriedade se aplica a todos os bens públicos, indepen- dentemente do regime jurídico que possuem, mas somente nos dominicais é aplicada de forma diferenciada, por não terem destinação pública específica, portanto, não é aplicada indistintamente e com o mesmo grau de intensidade. Questão 70 (VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2017) Sobre a impenhorabilidade dos bens públicos, pode-se afirmar que: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 132 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO a) tem natureza absoluta por decorrerem da inalienabilidade que os caracterizam. b) é absoluta, com exceção da hipótese de concessão de garantia da União em operações de crédito externo, nos termos do artigo 52, VIII, da Constituição Federal de 1988. c) é absoluta, com exceção da hipótese de sequestro de bens ao teor do artigo 100, parágrafo 6º, da Constituição Federal de 1988. d) admite exceção para a hipótese de sequestro de bens, nos termos do artigo 100, parágrafo 6º, da Constituição Federal de 1988, e para a concessão de garantia, em condições especialíssimas, em operações de crédito externo, cabendo ao Senado Federal dispor sobre limite e concessões, nos termos do artigo 52, VIII, da Constituição Federal de 1988. Letra d. Quanto ao regime jurídico dos bens públicos, a respeito da impenhorabilidade, que consiste na proibição de os bens públicos serem oferecidos como garantia para cumprimento de obri- gações, sabemos que decorre da inalienabilidade, mas não é absoluta. A execução contra a Fazenda Pública segue o regime especial dos precatórios, conforme art. 100 da CF/1988, mas a própria CF/1988 determina exceção à impenhorabilidade, admitindo sequestro de bens e concessão de garantia, nos termos do mesmo art. 100, § 6º. Questão 71 (VUNESP/PREFEITURA DE ALUMÍNIO-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2016) As Escolas Municipais do Município de Alumínio são: a) bens de uso especial e, no tocante ao regime jurídico, são inalienáveis enquanto estiverem afetados. b) bens de uso comum e, no tocante ao regime jurídico, são inalienáveis enquanto estiverem afetados. c) bens dominicais e, no tocante ao regime jurídico, são inalienáveis enquanto estiverem afe- tados. d) bens de uso comum e, no tocante ao regime jurídico, não há qualquer restrição à sua alie- nação. e) bens de uso especial e, no tocante ao regime jurídico, não há qualquer restrição à sua alie- nação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 133 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Letra a. Os bens de uso especial visam à execução dos serviços administrativos e dos serviços públi- cos em geral utilizados pela Administração. Ex.: repartições públicas, escolas, universidades, hospitais, aeroportos, veículos oficiais etc. Questão 72 (VUNESP/TJ-SP/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/PROVI- MENTO/2016) Para a permuta de bens públicos com particulares, exige-se, necessariamente, a) Decreto-Lei, Decreto Legislativo e interesse público. b) autorização legal, avaliação prévia dos bens a serem permutados e interesse público. c) licitação, vantagens para a Administração Pública e Decreto-Lei autorizando a permuta. d) desafetação dos bens públicos, autorização legal e avaliação dos bens particulares a serem permutados. Letra b. Quanto às licitações, tendo por base a Lei n. 8.666/1993, o art. 17 determina que a alienação de bens da Administração Pública deverá se subordinar à existência de interesse público devidamen- te justificado e será precedida de avaliação. No caso de bens imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da Administração direta e entidades autárquicas e fundacionais. Para to- dos, será necessária também uma avaliação prévia, sendo a licitação normalmente dispensada. Portanto, necessariamente, exige-se o interesse público, a autorização legal e a avaliação prévia dos bens. Questão 73 (VUNESP/CÂMARA DE MARÍLIA-SP/PROCURADOR JURÍDICO/2016) Assina- le a alternativa que corretamente discorre sobre os bens públicos sob a perspectiva do direito administrativo pátrio. a) Os bens públicos não são bens de qualquer natureza, porque na categoria de bens públicos se inserem os bens corpóreos, como móveis, imóveis ou semoventes, excluindo-se os incorpó- reos, como créditos, direitos e ações. b) A propósito da titularidade dos bens públicos, há uma particularidade a destacar: os titula- res não são as pessoas jurídicas públicas, e sim os órgãos que as compõem, como o Tribunal de Justiça, a Assembleia Legislativa e o Ministério Público. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 134 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO c) São bens municipais aqueles localizados em seu território e que constituam as terras devo- lutas necessárias à defesa das fronteiras, das fortificaçõese construções militares e os terre- nos de marinha e seus acrescidos. d) São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito pú- blico interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. e) Os bens dominicais são aqueles que se destinam à utilização geral pelos indivíduos, poden- do ser federais, estaduais ou municipais, neles prevalecendo o sentido de destinação pública, pela utilização efetiva destes pelos membros da coletividade. Letra d. a) Errada. Segundo Hely Lopes Meirelles, os bens públicos, em sentido amplo, são todas as coisas corpóreas ou incorpóreas, imóveis, móveis e semoventes, créditos, direitos e ações que pertençam, a qualquer título, às entidades estatais, autarquias, fundações e paraestatais. b) Errada. A personalidade jurídica é o atributo reconhecido a toda pessoa (natural ou jurídica) para que possa atuar no plano jurídico (titularizando as mais diversas relações) e reclamar uma proteção jurídica. O Tribunal de Justiça, a Assembleia Legislativa e o Ministério Público não possuem personalidade jurídica, pois são órgãos, e por essa razão não são titulares de seus bens, estes pertencem à pessoa jurídica que aqueles integram. c) Errada. As terras devolutas não são bens do Município. De acordo com a CF/1988, art. 20, II, são bens da União as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, defini- das em lei. Logo mais, dispõe no art. 26 que se incluem entre os bens dos Estados as terras devolutas não compreendidas entre as da União. d) Certa. De acordo com o Código Civil, art. 98, são públicos os bens do domínio nacional per- tencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. e) Errada. Os bens dominicais constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 135 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 74 (VUNESP/IPSMI/PROCURADOR/2016) A respeito dos bens públicos, assinale a alternativa correta. a) Os bens dominicais, por não estarem afetados a finalidade pública, estão sujeitos à prescri- ção aquisitiva. b) Os bens públicos podem ser onerados com garantia real, eis que tais garantias possuem o condão de reduzir os riscos das relações travadas entre Administração e agentes privados. c) Os bens de todas as empresas estatais são considerados bens públicos, uma vez que tais pessoas jurídicas compõem a Administração indireta. d) O domínio eminente é a prerrogativa decorrente da soberania que autoriza o Estado a intervir em todos os bens localizados em seu território. e) A alienação de bens públicos imóveis pressupõe a sua desafetação, existência de justifica- da motivação, autorização legislativa, avaliação prévia e realização de licitação na modalidade tomada de preços. Letra d. a) Errada. Os bens públicos, ainda que dominicais e desafetados, não se sujeitam à prescrição aquisitiva. b) Errada. Conforme já mencionei acima, os bens públicos não podem ser gravados com direi- tos reais de garantia (hipoteca, anticrese e penhor). c) Errada. A corrente majoritária entende e considera bens públicos somente os bens per- tencentes às pessoas jurídicas de direito público. Bens públicos (das entidades públicas) são todos os bens móveis ou imóveis pertencentes à União, Estados, Distrito Federal, Muni- cípios e suas respectivas autarquias e associações públicas. d) Certa. Domínio eminente é a prerrogativa decorrente da soberania que autoriza o Estado a intervir, de forma branda ou drástica, em todos os bens que estão localizados em seu território, com o objetivo de implementar a função social da propriedade e os direitos fundamentais. e) Errada. O erro se encontra na modalidade, que não é tomada de preços, e sim por concorrên- cia ou leilão, consoante disposto na Lei n. 8.666/1993. Questão 75 (VUNESP/PREFEITURA DE SERTÃOZINHO-SP/PROCURADOR MUNICI- PAL/2016) Em relação às classificações existentes dos bens públicos, cemitérios públicos, aeroportos e mercados podem ser classificados como: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 136 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO a) bens de domínio público de uso comum. b) bens de domínio público de uso especial. c) bens de domínio privado do Estado. d) bens dominicais da Administração. e) bens de uso comum do povo e de uso especial. Letra b. São bens de uso especial aqueles afetados a uma destinação específica. Fazem parte do apa- relhamento administrativo, sendo considerados instrumentos para execução de serviços pú- blicos, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da Administra- ção Federal, Estadual, Territorial ou Municipal, inclusive o de suas autarquias. Questão 76 (VUNESP/CÂMARA MUNICIPAL DE DESCALVADO-SP/ASSISTENTE DE CO- MUNICAÇÃO/2015) A aquisição de bens imóveis por compra, permuta ou doação com encar- go, em regra, dependerá de interesse público devidamente justificado, prévia avaliação, a) autorização legislativa e concorrência. b) autorização legislativa e tomada de preços. c) lei complementar e concorrência. d) lei ordinária e concurso. e) resolução administrativa e concorrência. Letra a. Segundo a Lei n. 8.666/1993, art. 17, a alienação de bens da Administração Pública, subordi- nada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e, quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da Administração direta e entidades autárquicas e fundacionais. Para todos, inclusive as entidades paraestatais, depen- derá de avaliação prévia e de licitação na modalidade concorrência. Questão 77 (VUNESP/PREFEITURA DE SUZANO-SP/PROCURADOR JURÍDICO/ 2015) “Con- trato administrativo pelo qual o Poder Público atribui a utilização exclusiva de bem de seu O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 137 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO domínio a um particular, para que o explore por sua conta e risco, segundo a sua específica destinação” (Hely Lopes Meirelles). Considerando os diferentes tipos de usos de bens públi- cos, é correto afirmar que essa é uma definição de: a) permissão de uso. b) autorização de uso. c) legitimação de posse. d) cessão de uso. e) concessão de uso. Letra e. A concessão de uso é o contrato administrativo pelo qual a Administração Pública faculta ao particular a utilização privativa de bem público, para que a exerça conforme a sua destinação. Sua natureza é a de contrato de direito público, sinalagmático, oneroso ou gratuito, comutativo e realizado intuitu personae. Questão 78 (VUNESP/TJ-SP/JUIZ SUBSTITUTO/2015) Sobre os bens públicos, é correta a seguinte assertiva: a) só se sujeitam ao regime de bens públicos aqueles bensescola pública em determinado prédio público desocupado ou quando determina a mudança dessa escola, dei- xando o referido prédio novamente desocupado, sem nenhuma destinação, ou, ainda, quando um terreno põe abaixo um prédio público que sediava uma Secretaria de Estado. AFETAÇÃO DESAFETAÇÃO Dar destinação pública a um bem que não tinha tal destinação Retirar a destinação pública de um bem Tácita Expressa Tácita Expressa O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 15 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 2 (2019/CESPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO) O poder públi- co estadual instalou escola em determinado imóvel público abandonado. Após a instalação e o efetivo uso público do bem, o imóvel será caracterizado como bem público a) dominical, tacitamente desafetado. b) de uso especial, tacitamente afetado. c) de uso comum do povo, tacitamente afetado. d) de uso especial, expressamente desafetado. e) de uso comum do povo, expressamente desafetado. Letra b. Segundo o Código Civil, a escola instalada em imóvel público constitui bem especial, que já apresenta a natureza de bem afetado sem ter ocorrido nenhum ato formal ou lei para tal. Art. 99. São bens públicos: I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como ob- jeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 16 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO 3. CArACterístiCAs CARACTERÍSTICAS DOS BENS PÚBLICOS Inalienabilidade Impenhorabilidade Impossibilidade de oneração Imprescritibilidade 3.1. inAlienAbilidAde Impossibilidade de se transferir a terceiros. O Estado não tem a mesma liberdade do par- ticular para alienar seus bens (ex.: vender, doar, fazer permuta). Ele está sujeito a várias restri- ções legais. Mas essa característica não é absoluta! Quais são as condições para ocorrer a alienação? Tratando-se de bem afetado, ele precisa ser previamente desafetado para que possa ser alienado. Isso significa que, enquanto afe- tados, os bens públicos são absolutamente inalienáveis, ou seja, não poderá acontecer sua transferência para terceiros. Nesse sentido, dispõe o art. 100 do Código Civil que os bens pú- blicos de uso comum do povo e os de uso especial (bens afetados) são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. Em termos mais claros, desafe- tados esses bens – isto é, suprimindo sua destinação – eles podem ser alienados, desde que sejam atendidas as exigências legais, conforme veremos mais adiante. 3.2. impenhorAbilidAde A Administração Pública submete-se a um processo de execução especial, na forma do CPC. Trata-se de um processo de execução próprio, via precatórios, regido pelo art. 100 da Constituição Federal, não se admitindo a penhora de bens públicos. 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Usucapião é a aquisição de uma propriedade em razão de ter ficado na posse de uma pro- priedade como se dono fosse durante o prazo previsto em lei. Com isso, a pessoa passa a ser proprietária mediante uma declaração judicial. Porém, uma pessoa pode ocupar bem público por 5, 10, 50 anos ou mais e não poderá ad- quirir esse bem por usucapião. Questão 3 (2015/FCC/TRT-15ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO) O regime jurídico de direito público que protege os bens públicos imóveis identifica-se, dentre outras características, pela imprescritibilidade, que a) guarnece os bens de uso comum e os bens de uso especial, mas é excepcionado dos bens dominicais, pois estes são considerados os bens privados da Administração pública e, por- tanto, não podem se eximir de se submeter ao regime jurídico comum, como expressão do princípio da isonomia. b) impede que os particulares adquiram a propriedade dos bens públicos por usucapião, in- dependentemente do tempo de permanência no imóvel e da boa-fé da ocupação, mas não se aplica a eventuais ocupantes que possuam natureza jurídica de direito público, pelo princípio da reciprocidade. c) impede a aquisição de bens públicos, independentemente de sua classificação, por usuca- pião, o que se aplica a particulares e pessoas jurídicas de direito público e privado, mas O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 18 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO também se presta à proteção do patrimônio em face de qualquer instituto que venha a repre- sentar a subtração dos poderes inerentes à propriedade pública. d) determina que o poder público pode promover ações para ressarcimento de danos e res- ponsabilização dos envolvidos indefinidamente, com base no ordenamento jurídico vigente, no caso de ocupações multifamiliares irregulares, que gerem ou tenham gerado efeito favelizador da área. e) aplica-se reciprocamente à Administração pública e aos administrados, na medida em que aquela também não pode regularizar suas ocupações por meio de usucapião de bens imóveis pertencentes a pessoas físicas ou jurídicas de direito privado. Letra c. Comentários: A proteção constitucional contra a figura da usucapião se refere a todos os bens públicos (de uso comum, especial e dominicais), sem exceção. Uma pessoa administrava não pode usucapir bem de outra pessoa estatal. Qualquer questão dizendo que bem público admi- te usucapião está errada. Não importa qual o bem (natureza), de quem é o bem e qual o motivo (assentamento rural, para pessoas de baixa renda etc.) 3.4. impossibilidAde de onerAção Não podem incidir direitos reais de garantia como, por exemplo, hipoteca e penhor. Silvio Rodrigues (1980) ensina que aque pertençam a pessoa jurídica de direito público. b) é vedado o uso privativo de bem público de uso comum por particular, salvo se a lei expres- samente autorizar. c) a afetação de bens ao uso comum pode decorrer de ato de vontade de um particular. d) bens públicos de uso comum são aqueles abertos à fruição de todo cidadão, de modo in- condicionado e gratuito. Letra c. a) Errada. Sujeitam-se ao regime de bens públicos os bens das pessoas jurídicas de direito privado, sejam estatais ou concessionárias de serviço público, as quais prestam tais serviços; quando o bem está afetado, torna-se impenhorável exatamente para garantir a continuidade da prestação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 138 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO b) Errada. É permitido o uso privativo de bem público de uso comum por particular. Pode perfeitamente um particular usar bem público de uso comum, de forma privativa, em de- terminadas situações, por meio de autorização ou permissão de uso. c) Certa. A afetação de bens públicos decorre de “fato administrativo”, assim, basta analisar a finalidade pública dada ao bem, que pode decorrer diretamente do Estado (ato administrativo formal) ou até pelo uso dos indivíduos em geral (fato jurídico de diversa natureza). d) Errada. O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for esta- belecido legalmente pela entidade a cuja Administração pertencerem. Questão 79 (VUNESP/PREFEITURA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP/FISCAL DE POSTU- RA E ESTÉTICA URBANA/2015) Em um loteamento, o sistema viário público e as praças públicas são bens: a) dominiais . b) de uso comum do povo. c) de uso comum do povo e dominiais, respectivamente. d) de uso comum do povo e de uso especial, respectivamente. e) dominiais e de uso especial, respectivamente. Letra b. São exemplos de bens públicos de uso comum do povo as ruas, as praças, os logradouros públicos, as estradas, os mares, as praias etc. Em regra, são colocados à disposição da popu- lação gratuitamente. Questão 80 (2022/IBFC/DETRAN-AM/TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Os bens públicos po- dem ser os bens de uso comum do povo, de uso especial e dominicais. Sobre o assunto, assi- nale a alternativa que apresenta um bem de uso especial. a) Os rios pertencentes à União b) As ruas pertencentes aos Municípios c) As bibliotecas pertencentes a uma universidade pública (autarquia) d) Os móveis do escritório de uma Sociedade de Economia Mista O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/bancas/ibfc https://www.qconcursos.com/questoes-de-concursos/institutos/detran-am 139 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Letra c. Quanto à sua natureza, os bens são classificados como: I – os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II – os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimen- to da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III – os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Quanto aos rios e as ruas, estes são bens de uso comum do povo. Acerca dos móveis do es- critório de uma Sociedade de Economia Mista, trata-se de bens particulares. Logo, são bens especiais as bibliotecas pertencentes a uma universidade pública (autarquia), por se destina- rem a um fim específico. Gustavo Scatolino Atualmente é procurador da Fazenda Nacional. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito Administrativo e Processo Administrativo. Ex-assessor de ministro do STJ. Aprovado em vários concursos públicos, dentre eles, analista judiciário do STJ, exercendo essa função durante cinco anos, e procurador do Estado do Espírito Santo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Apresentação Bens Públicos 1. Conceito 2. Classificação 3. Características 3.1. Inalienabilidade 3.2. Impenhorabilidade 3.3. Imprescritibilidade 3.4. Impossibilidade de Oneração 4. Uso de Bens Públicos por Particular 4.1. Normal e Anormal 4.2. Comum e Privativo 5. Intervenção do Estado na Propriedade 5.1. Competência 5.2. Modalidades 5.3. Intervenção Restritiva 5.4. Intervenção Supressiva: Desapropriação 5.5. Desapropriação por Sanção ou Confiscatória 5.6. Competência 5.7. Sujeitos Ativos da Desapropriação 5.8. Sujeitos Passivos da Desapropriação 5.9. Bens Desapropriáveis 5.10. Procedimento de Desapropriação 5.11. Indenização 5.12. Espécies de Desapropriação 5.13. Direito de Extensão 5.14. Tredestinação 5.15. Retrocessão Mapa Mental Questões de Concurso Gabarito Gabarito Comentado AVALIAR 5: Página 140:hipoteca é o direito real que recai sobre um imóvel, um navio ou um avião, que, embora não entregues ao credor, o asseguram, preferentemente, do cumprimento da obrigação. Assim sendo, não paga a dívida, cabe ao credor o direito de excutir o bem dado em garantia para que, com o produto apurado em praça, seja feito o pagamento, preferentemente e com exclusão dos outros credores, que só terão direito às sobras, se houver. O penhor é o direito real de garantia sobre coisa móvel alheia cuja posse, no penhor co- mum, é transferida ao credor, que fica com o direito de promover a sua venda judicial e preferir no pagamento a outros credores, caso a dívida não seja paga no vencimento. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 19 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Então, por exemplo, grosso modo, para ficar bem claro, a União não pode pegar um emprés- timo com um banco e dar o prédio do Ministério da Fazenda em garantia. Não pode hipotecá- -lo, pois se não pagar a dívida, o imóvel dado será transferido ao banco. Em resumo, os direitos reais de garantia sobre bens existentes no Código Civil não podem incidir nos bens públicos. Questão 4 (2018/VUNESP/TJ-SP/TITULAR DE SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS/ PROVIMENTO) Com relação aos bens públicos, assinale a alternativa correta. a) Os móveis das instalações físicas destinadas à prestação do serviço delegado extrajudicial de notas e registro são bens públicos. b) Os bens públicos não comportam a possibilidade de uso privativo por particulares. c) A inalienabilidade do bem público é absoluta. d) Os bens públicos de uso especial não permitem oneração por meio de hipoteca. Letra d. a) Errada. Os móveis das instalações físicas destinadas à prestação do serviço delegado ex- trajudicial de notas e registro são bens particulares destinados à prestação de serviço público. b) Errada. São admitidas, pela legislação, algumas hipóteses em que particulares podem usu- fruir privativamente de certo bem público, mediante remuneração ou não. A utilização do bem público pelo particular deve necessariamente ser reduzida a instrumento por escrito e é precá- ria, em regra, pois o interesse público exige prerrogativas a favor da Administração, como, por exemplo, a faculdade de revogar uma autorização previamente concedida. c) Errada. Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, en- quanto conservarem a sua qualificação, na forma que a Lei determinar. Além do mais, os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da Lei. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 20 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO d) Certa. São características dos bens das duas modalidades integrantes do domínio público do Estado a inalienabilidade e, como decorrência desta, a imprescritibilidade, a impenhorabilidade e a impossibilidade de oneração. Segundo o autor Hely Lopes Meirelles, “não importa, por igual, o fim a que se destine a garantia real. Desde que os bens públicos das entidades estatais são insuscetíveis de penhora, sendo a penhora consectário legal da execução para a satisfação do crédito, objeto da garantia real, ressalta a impossibilidade de constituir-se penhor ou hipoteca sobre bens e rendas públicas de qualquer natureza ou procedência (...)”. 4. uso de bens públiCos por pArtiCulAr 4.1. normAl e AnormAl O uso normal é o que se dá de acordo com a destinação principal. Ex.: rua aberta à circu- lação. Já o uso anormal é o que ocorre em desconformidade com a destinação principal como, por exemplo, ginásio esportivo para show musical; estacionamento usado para festa. 4.2. Comum e privAtivo O uso comum é aquele diante do qual todos podem, igualmente, utilizar o bem, dispensan- do, em regra, manifestação prévia do Poder Público. O uso privativo de bem público consiste na utilização, em caráter exclusivo, de um bem pú- blico pelo particular, mediante consentimento estatal prévio. Assim ocorre quando o particular deseja utilizar um dos boxes em mercados municipais; colocar mesas de restaurante em via pública; instalar bancas de revista e jornal nos calçadões e nas praças etc. Em provas do CESPE pode aparecer uso especial como sinônimo de uso privativo. O uso privativo de bens públicos pode ser de bens afetados (uso comum e especial) ou de não afetados (dominicais). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 21 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Os bens afetados podem ser utilizados pelo particular mediante autorização, permissão ou concessão de uso. Autorização de USO Permissão de USO Concessão de USO Ato discricionário e precário. Pode ser condicionada (com prazo). Ato discricionário e precário. Pode ser condicionada (com prazo). Contrato administrativo. Sendo contrato, terá prazo determinado e não poder ser revogado a critério da Administração Pública. Interesse predominantemente particular. Interesse predominantemente público. Pode ser para interesse público ou do particular. Dispensa licitação. Em regra, exige licitação. Exige licitação porque é contrato. Bens não afetados podem ser utilizados mediante locação, arrendamento, comodato, enfi- teuse, concessão de direito real de uso. Uso de bens públicos por particulares Bens não afetados (dominicais) Locação Arrendamento Comodato Enfiteuse Concessão de direito real de uso Autorização Permissão Concessão Bens afetados (de uso comum e especial) Uso normal Uso anormal Uso comum Uso privativo O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 22 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 5 (2018/VUNESP/PC-SP/DELEGADO DE POLÍCIA) Os bens públicos podem ter utilização especial ou privativa em algumas situações específicas. Suponha a situação em que empresa regularmente em operação deseja utilizar bem público, de forma privativa, onde realizará investimentos relevantes para a exploração da sua atividade, privada, mas de inte- resse público. Nessa situação, o instrumento administrativo mais adequado para preservar os interesses do particular investidor e da Administração é a a) autorização de uso de bem público, pois é instrumento bilateral, assinado por prazo deter- minado, assegurando ao autorizado direito de indenização em caso de retomada do bem pela Administração. b) concessão de uso especial para fins de moradia e investimentos, pois é esse o instrumento unilateral e precário adequado para a preservação dos interesses do particular na amortização dos investimentos realizados. c) concessão de uso de bem público, a qual formaliza-se por contrato administrativo, portanto, instrumento bilateral,não sendo precário. d) licença de uso de bem público, instrumento unilateral, assinado por prazo determinado, não assegurando ao licenciado direito de indenização em caso de retomada do bem pela Adminis- tração. e) retrocessão, por ser esse o instrumento que permite, de forma gratuita, o uso de bem pú- blico por empresas privadas, para a exploração de atividade econômica de interesse público. Letra c. A concessão de uso é o contrato administrativo pelo qual a Administração Pública faculta a terceiros a utilização privativa de bem público, para que a exerça conforme a sua destinação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 23 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Sua natureza é a de contrato de direito público, sinalagmático, oneroso ou gratuito, comutativo e realizado intuitu personae. Tendo em vista que a empresa deseja utilizar bem público, de for- ma privativa, e realizará investimentos relevantes para a exploração da sua atividade, privada, mas de interesse público, estaremos diante da concessão de uso. 5. intervenção do estAdo nA propriedAde 5.1. CompetênCiA A intervenção na propriedade é estabelecida pela CF, que dispõe, em seu art. 22, I, II e III, que a competência para legislar sobre o direito da propriedade, desapropriação e requisição é da União Federal. Contudo, a competência para legislar sobre as restrições e o condicionamento ao uso da propriedade divide-se entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. A competência para legislar sobre desapropriação é da União, mas para promover a desapro- priação, a competência é comum. Promover a desapropriação significa efetivá-la. EXEMPLO Entrar com a ação judicial; pagar a indenização. 5.2. modAlidAdes Conforme aponta a doutrina, a intervenção do Estado na propriedade pode admitir duas formas básicas: a intervenção restritiva e a intervenção supressiva. A intervenção restritiva ocorre quando o Estado impõe restrições e condicionamentos ao uso da propriedade sem retirá-la de seu dono. São modalidades: a servidão administrativa, a requisição, a ocupação temporária, as limitações administrativas e o tombamento. Já a intervenção supressiva ocorre quando o Estado, utilizando o princípio da supremacia do interesse público, transfere coercitivamente para si a propriedade de terceiro, em nome do interesse público. A modalidade dessa intervenção é a desapropriação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 24 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO 5.3. intervenção restritivA Servidão administrativa Direito real que autoriza o Poder Público a usar a propriedade imóvel para permitir a execução de obras e serviços de interesse coletivo. Ex.: instalação de redes elétricas e implementação de gaso- dutos. Pode incidir sobre bens públicos e particulares. Instituída por acordo ou sentença judicial. Não há autoexecutoriedade. Em regra, é permanente. Pode ser extinta, por exemplo, se a coisa gravada desaparece. Em regra, não há indenização. Requisição O Estado utiliza bens móveis, imóveis e serviços particulares em situação de perigo público imi- nente. Ex.: requer carro de particular para captura de quadrilha em fuga. Fundamento constitucional: arts. 5º, XXIII, e 170, III, da CF e também o inciso XXV do art. 5º da CF. Se houver direito à indenização, será posterior. Possui autoexecutoriedade, dispensando autorização prévia do Poder Judiciário. É extinta depois que a situação de perigo desaparece. Ocupação temporária Ocorre quando o Poder Público deixam alocados, em algum terreno desocupado, máquinas, equi- pamentos, barracões de operários etc. Pode haver indenização quando a ocupação decorre de obras e serviços vinculados a processo de desapropriação. Limitação administrativa São determinações de caráter geral que o Poder Público impõe a pessoas indeterminadas. Pode consistir em obrigações positivas (imposição da limpeza de terreno), negativas (impedimento de construir além de determinado número de pavimentos) ou permissivas (ingresso de agentes da vigilância sanitária), para o fim de condicionar as propriedades ao atendimento da função social. Instituída por leis ou por atos normativos. Fundamento constitucional: arts. 5º, XXIII, e 170, III, da CF. Em regra, não há indenização. Tombamento É a forma de intervenção na propriedade, em que o Poder Público protege o patrimônio cultural brasileiro, com a finalidade de preservar a memória nacional. Regulamentado pelo Decreto-Lei n. 25/1937. Incide sobre bens móveis e imóveis. Quanto à vontade o tombamento pode ser: a) voluntário: quando o proprietário consente o tombamento, seja este por meio de pedido que ele mesmo formula ou se concorda com a notificação que lhe é dirigida pelo Poder Público no sentido de tombamento do bem. b) compulsório: quando o Poder Público inscreve o bem como tombado, apesar da resistência e do incon- formismo do proprietário. Quanto à eficácia: a) provisório: quando estiver em curso o processo administrativo, instaurado pela notificação. b) definitivo: depois de concluído o processo administrativo de inscrição no livro do tombo. É possível ser desfeito, mediante manifestação do Poder Público de ofício ou em razão de solicitação do proprietário ou de outro interessado. – Deve haver inscrição no registro de imóveis. – Proprietário deve conservar o bem tombado. – Em regra, não há indenização. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 25 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Questão 6 (CESPE/TJ-CE/JUIZ/2012) A servidão administrativa, direito real que autoriza o Poder Público a usar propriedade alheia para permitir a execução de obras e serviços de inte- resse público, gera, como regra, a obrigação de indenizar o proprietário. Errado. Não há, como regra, direito à indenização na servidão administrativa. Questão 7 O tombamento, forma de intervenção do Estado na propriedade privada, tem por objetivo a proteção do patrimônio histórico e artístico, podendo atingir bens móveis ou imó- veis, materiais ou imateriais, mas não bens públicos. Errado. Tombamento pode atingir bens públicos. 5.4. intervenção supressivA: desApropriAção Desapropriação é o procedimento pelo qual o Poder Público retira a propriedade do par- ticular, transferindo-a para si, ou para terceiros, por razões de utilidade pública, necessidade pública, ou de interesse social. A Constituição garante o direito de propriedade em seu art. 5º, inciso XXII. Mais adiante, estabelece que a propriedade atenderá a sua função social (inciso XXIII). XXII – é garantido o direito de propriedade; XXIII – a propriedade atenderá a sua função social; O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 26 de 140www.grancursosonline.com.brGustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO A desapropriação é forma originária de aquisição de propriedade, porque não decorre de nenhum título anterior, tornando-se o bem expropriado insuscetível de reivindicação, bem como a liberação de quaisquer ônus que sobre ele incidissem (ex.: hipoteca), ficando eventuais credores sub-rogados no preço. 5.4.1. Fundamentos da Desapropriação O art. 5º, inciso XXIV, determina que a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, mediante justa e prévia indeniza- ção em dinheiro, ressalvados os casos previstos na Constituição. Portanto, são três tipos diferentes de desapropriação: • necessidade pública; • utilidade pública; • interesse social. 5.4.2. Desapropriação por Necessidade Pública A necessidade pública decorre de situações de emergência, em que é imprescindível a intervenção imediata do Estado com a necessária transferência inadiável de bens de terceiros para o Poder Público. O art. 5º do Decreto-Lei n. 3.365/1941 apresenta algumas situações em que ocorre neces- sidade pública: segurança nacional, defesa do Estado, socorro público em caso de calamidade, salubridade pública, entre outras. 5.4.3. Desapropriação por Utilidade Pública A utilidade pública ocorre nas situações em que é conveniente a transferência do bem para o Estado. O art. 5º do Decreto-Lei n. 3.365/1941 apresenta algumas situações em que ocorre neces- sidade pública: criação e melhoramento de centros de população, seu abastecimento regu- lar de meios de subsistência, criação e melhoramento de centros de população, seu O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 27 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO abastecimento regular de meios de subsistência, abertura, conservação e melhoramento de vias ou logradouros públicos; a execução de planos de urbanização; o parcelamento do solo, com ou sem edificação, para sua melhor utilização econômica, higiênica ou estética; a cons- trução ou ampliação de distritos industriais, entre outras. 5.4.4. Desapropriação por Interesse Social O interesse social consiste nas situações em que mais se destaca a função social da pro- priedade. A Lei n. 4.132/1962 determina que a desapropriação por interesse social será decre- tada para promover a justa distribuição da propriedade ou condicionar o seu uso ao bem-estar social. A desapropriação por interesse social comporta três espécies: • desapropriação por interesse social genérica; • desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária; • desapropriação por interesse social – desapropriação urbanística. DESAPROPRIAÇÃO POR INTERESSE SOCIAL Genérica Fins de reforma agrária Urbanística Bem-estar social Denominamos desapropriação genérica, uma vez que não terá disciplina própria, ao con- trário do que ocorre com as demais: desapropriação para fins de reforma agrária e desapro- priação urbanística. Essa forma de desapropriação é de competência de todos os entes fede- rativos, União, Estados, DF e Municípios. A desapropriação de terras rurais, para fins de reforma agrária, é caso típico de interesse social, pois busca condicionar o uso da terra à sua função social, cuja competência é exclusiva da União. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 28 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Somente a União pode desapropriar imóveis rurais para reforma agrária. A desapropriação de imóveis rurais para fins de reforma agrária, que tem como fundamen- to o interesse social, é disciplinada pelos arts. 184 a 191 da CF, pela Lei n. 8.629/1993, arts. 18 a 23 do Estatuto da Terra (Lei n. 4.504/1964), e seu procedimento judicial, regido pela Lei Com- plementar n. 76/1993. A desapropriação urbanística tem como pano de fundo o interesse social, de competência dos Municípios, originada pela Constituição de 1988, em seu art. 182: § 4º que possui o caráter de punir o proprietário que não utiliza a propriedade urbana conforme sua função social. 5.5. desApropriAção por sAnção ou ConfisCAtóriA Trata-se de modalidade de desapropriação com caráter punitivo ao proprietário que explo- ra o cultivo de plantas psicotrópicas, não adequando o uso de sua propriedade à função social. Sua fonte constitucional está no art. 243 da CF. INTERVENÇÃO RESTRITIVA Intervenção do Estado na propriedade INTERVENÇÃO SUPRESSIVA Servidão administrativa Requisição Ocupação temporária Limitações administrativas Tombamento Desapropriação Necessidade pública Utilidade pública Interesse social Por sanção ou confiscatória O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 29 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO 5.6. CompetênCiA A competência para legislar sobre desapropriação é privativa da União, nos termos do art. 22, II, da Constituição. A competência para declarar a utilidade pública ou o interesse social do bem, visando à fu- tura desapropriação, é da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como de pessoas administrativas que tenham recebido essa atribuição por lei (ex.: DNIT e ANEEL). União, Estados, DF e Municípios podem desapropriar por interesse social, mas a desapro- priação por interesse social para fins de reforma agrária é privativa da União. Quanto à desapropriação de imóveis urbanos não aproveitados de forma adequada (art. 182, CF), a competência é exclusiva do Município. A competência executória se refere à atribuição para promover efetivamente a desapro- priação, providenciando todas as medidas e exercendo as atividades que culminarão na trans- ferência da propriedade, é mais ampla, alcançando, além das entidades da Administração direta e indireta, os agentes delegados do Poder Público, como os concessionários e permis- sionários. Competências na desapropriação: • Para legislar: somente a União; • Para declarar: todos os entes federativos, eventualmente, demais pessoas administra- tivas; • Para executar: todos os entes federativos, eventualmente, demais pessoas administra- tivas e particulares. 5.7. sujeitos Ativos dA desApropriAção Entes políticos superiores1 podem desapropriar bens de outros entes da Federação, desde que haja autorização legislativa. Desse modo, a União pode desapropriar bens dos Estados, 1 Utilizamos a expressão superiores em destaque porque, na verdade, não há uma hierarquia propriamente dita entre os Entes Políticos (União, Estados, DF e Municípios). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 30 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO do Distrito Federal e dos Municípios; os Estados podem desapropriar bens dos Municípios; os bensda União não são passíveis de expropriação; os Municípios e o Distrito Federal não têm poder de desapropriar os bens das demais entidades federativas. 5.8. sujeitos pAssivos dA desApropriAção O sujeito passivo da desapropriação é a pessoa que terá o bem expropriado. Pode ser uma pessoa física ou jurídica, pública ou privada. O art. 2º, § 2º, do Decreto-Lei n. 3.365/1941 prevê que os bens do domínio dos Estados, dos Municípios, do Distrito Federal e dos Territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas, em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa. Percebe-se que os entes federativos menores não detêm competência para desapropriar bens de outros entes federativos. 5.9. bens desApropriáveis Em regra, a desapropriação pode recair sobre qualquer espécie de bem com conteúdo patrimonial, podendo ser móvel ou imóvel, corpóreo ou incorpóreo. Admite-se que a desapro- priação incida sobre: o espaço aéreo; o subsolo; as ações, quotas ou direitos de qualquer so- ciedade etc. Contudo, existem bens que não podem ser desapropriados, como a moeda corrente do País e os chamados direitos personalíssimos, tais como a honra, a liberdade, a cidadania etc. Questão 8 (CESPE/OAB/2009) A desapropriação, que consiste na transferência de proprie- dade de terceiro ao Poder Público, tem por objeto bens móveis ou imóveis, corpóreos ou incor- póreos, públicos ou privados2. 2 Certo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 31 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO 5.10. proCedimento de desApropriAção O procedimento administrativo de desapropriação é composto de duas fases distintas: fase declaratória e fase executória. Na fase declaratória, o Poder Público expõe (declara) a existência de um dos pressupostos constitucionais para a desapropriação (necessidade pública, utilidade pública ou interesse so- cial); na fase executória, são adotadas as providências para consumar a transferência do bem do patrimônio particular para o Poder Público. José dos Santos aponta a divergência doutrinária sobre a possibilidade de desapropriação do cadáver, inclinando-se para a corrente que admite a desapropriação para pesquisa científica e proteção à sociedade. É possível a desistência do processo de desapropriação, caso não persistam os motivos que provocaram a sua iniciativa. A desistência pode ocorrer, inclusive, no decorrer da ação judicial. Com a desistência, terá direito o expropriado à indenização por todos os prejuízos causa- dos pelo expropriante. No entanto, não pode se opor à desistência.3 5.10.1. Fase Declaratória/Prazo de Caducidade Na declaração expropriatória devem constar: a) a descrição precisa do bem a ser desapro- priado; b) a finalidade da desapropriação; c) o dispositivo legal da lei expropriatória que autori- za tal hipótese de desapropriação. Após o ato de declaração, a indenização somente abrange as benfeitorias necessárias. As benfeitorias úteis serão indenizadas quando o proprietário for autorizado pelo Poder Pú- blico. Não são passíveis de indenização as benfeitorias voluptuárias feitas após a referida declaração. Com a expedição do decreto, declarando a utilidade pública, necessidade pública ou o inte- resse social, as autoridades competentes podem penetrar no prédio objeto da declaração, sen- do possível o recurso à força policial no caso de resistência do proprietário. Ademais, inicia-se a contagem do prazo para ocorrência da caducidade do ato, tendo ainda por efeito a indicação do estado em que se encontra o bem objeto da desapropriação. 3 RE n. 99.528, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento em 29/11/1988, Primeira Turma, DJ 20/3/1992). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 32 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO No caso de declaração de utilidade ou necessidade pública, o decreto expropriatório cadu- ca no prazo de cinco anos (art. 10, Decreto-Lei n. 3.365/1941)4, contado da data da expedição do decreto, se a desapropriação não for efetivada mediante acordo ou sentença judicial nesse prazo. Vale dizer, possui a Administração, desde o ato declaratório, cinco anos para dar início à fase executória da desapropriação. Ocorrendo a caducidade, somente decorrido um ano po- derá ser o mesmo bem objeto de nova declaração. Após esse período, o Poder Público poderá expedir novo decreto declaratório da utilidade pública ou do interesse social na desapropria- ção do mesmo bem. Na hipótese de desapropriação por interesse social, o prazo de caducidade é de dois anos, também contado a partir da expedição do decreto (art. 3º, Lei n. 4.132/1962). Não consta da Lei n. 4.132/1962 a estipulação de prazo para nova declaração após a caducidade, quando o motivo da desapropriação for por interesse social. Destaca a doutrina que esse prazo refere-se não apenas à efetivação da desapropriação, mas também, às providências de aproveitamento do bem expropriado, diferindo da desapropriação por utilidade ou necessidade pública pre- vistas no Decreto-Lei n. 3.365/1941. No entanto, entende o STF que ocorre a caducidade do próprio direito, sendo vedada nova declaração de interesse social sobre o mesmo bem. Caducidade: Necessidade ou utilidade pública: cinco anos – nova declaração – um ano; Interesse social: dois anos – nova declaração – não é possível (STF). 5.10.2. Imissão Provisória na Posse Ocorre quando o expropriante passa a ter a posse provisória do bem antes da finalização da ação de desapropriação. Para tanto, deve haver declaração de urgência e depósito prévio (art. 15 do Decreto-Lei n. 3.365/1941). A alegação de urgência, que não poderá ser renovada, obrigará o expropriante a requerer a imissão provisória dentro do prazo improrrogável de 120 (cento e vinte) dias. Excedido este 4 Súmula n. 23 do STF. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 33 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO prazo não será concedida a imissão provisória. A imissão provisória na posse será registrada no registro de imóveis competente. (§§ 2º, 3º e 4º do art. 15 do Decreto-Lei n. 3.365/1941). O expropriante tem direito subjetivo à imissão provisória, não podendo o juiz denegar o requerimento, desde que cumpridos os pressupostos acima indicados. O desapropriado, ainda que discorde do preço oferecido, do arbitrado ou do fixado pela sentença, poderá levantar até 80% (oitenta por cento) do depósito feito (§ 2º, art. 33, Decreto-Lei n. 3.365/1941). Para tanto, exige-se prova de propriedade, de quitação de dívidas fiscais que recaiam sobre o bem expropriado, e publicação de editais, com o prazo de 10 dias, para conhe- cimento de terceiros. Se o juiz verificar que há dúvida fundada sobre o domínio, o preço ficará em depósito, ressalvada aos interessados a ação própria para disputá-lo (art. 34, Decreto-Lei n. 3.365/1941). O direito ao levantamento independe da concordância do expropriado. 5.11. indenizAção Conforme o texto constitucional, a indenizaçãodeve ser prévia, justa e em dinheiro. Base de cálculo Percentual (%) Início do pagamento Juros moratórios Valor da indenização fixado na sentença. Até seis por cento ao ano. (Medida Provisória n. 2.183-56/2001). A partir de 1º de janeiro do exercício seguinte àquele em que o paga- mento deveria ser feito. Juros compen- satórios Diferença entre o valor ofertado em juízo e o valor fixado na sentença (Medida Provisória n. 2.183-56/2001). STF – diferença apurada entre 80% do preço ofertado em juízo e o valor do bem fixado na sen- tença (ADI n. 2.332). 12% ao ano. Até 6% ao ano. Teve eficácia sus- pensa pelo STF (ADI n. 2.332). Imissão provisória na posse do bem pelo expropriante. Honorários Advocatícios Diferença entre o valor ofertado em juízo e o valor fixado na sentença (Medida Provisória n. 2.183-56/2001). Meio e cinco por cento do valor da diferença entre o ofertado pelo expropriante e o fixado na sentença. (Medida Provisória n. 2.183 - 56/2001). ------- O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 34 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO ADI n. 2.332 MC/DF. O STF suspendeu a eficácia da expressão “não podendo os honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinquenta e um mil reais)” do § 1º do art. 27 do Decreto-Lei n. 3.365, em sua nova redação, mas manteve o percentual de meio e cinco por cento. Se no bem desapropriado haver fundo de comércio, só haverá sua inclusão no valor da in- denização se o expropriado também for o proprietário do fundo. Se for terceiro o proprietário do fundo de comércio, deverá promover ação autônoma contra o expropriante (art. 26, Decreto-Lei n. 3.365/1941) (REsp n. 704.726/RS, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julg. em 15/12/2005). 5.11.1. Indenização Mediante Títulos da Dívida Agrária e Títulos da Dívida Pública Como dito anteriormente, a indenização deve ser prévia, justa e em dinheiro. No entanto, essa regra comporta exceções: Forma de desapropriação Indenização Resgate Para fins de reforma agrária. Imóvel não cumpre função social (CF, art. 184). – Títulos da dívida agrária, com cláu- sula de preservação do valor real. – Resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão. Para fins urbanísticos (CF, art. 182, § 4º, III). – Títulos da dívida pública; – Emissão anteriormente aprovada pelo Senado Federal. – Resgate de até dez anos, em par- celas iguais e sucessivas. – Assegurado o valor real da indeni- zação e os juros legais. Confiscatória (art. 243, CF). Não há indenização. Questão 9 (MINISTÉRIO PÚBLICO/PR/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2011) São requisitos constitucionais para proceder-se a desapropriação a prévia e justa indenização em dinheiro, salvo dos casos de expropriação para reforma agrária e para urbanização, hipóteses em que a indenização pode ser paga com títulos da dívida agrária e da dívida pública municipal5. 5 Certo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 35 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO 5.12. espéCies de desApropriAção 5.12.1. Desapropriação para fins de Reforma Agrária – Interesse Social A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos (art. 186, CF): I – aproveitamento racional e adequado; II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho; IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. A desapropriação para fins de reforma agrária é modalidade de desapropriação por interes- se social de competência da União e disciplinada pelos arts. 184 a 191 da CF. Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. Trata-se de desapropriação incidente sobre imóveis rurais que não estejam cumprindo sua função social. O expropriante nesta hipótese é exclusivamente a União, e a indenização será em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro (§ 1º, art. 184, CF). Por determinação constitucional, são isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária (§ 5º, art. 185). Na esteira do comando constitucional que autoriza a desapropriação para fins de reforma agrária, foi editada a Lei n. 8.629/1993, que regulamenta o dispositivo constitucional referente ao assunto. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Lucas Vinicius Santos Alves - 05885123543, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://www.grancursosonline.com.br 36 de 140www.grancursosonline.com.br Gustavo Scatolino Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO Conforme a Constituição, são insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária (art. 185, CF): I – a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não pos- sua outra; II – a propriedade produtiva. Basta que qualquer desses requisitos se verifique para que a imunidade objetiva prevista no art. 185 da Constituição atue plenamente, em ordem a pré-excluir a possibilidade jurídica de a União Federal valer-se do instrumento extraordinário da desapropriação-sanção. A pequena e a média propriedades rurais podem ser desapropriadas por interesse social para reforma agrária, se o proprietário possuir outra propriedade rural. Também podem ser desapro- priadas por outro fundamento (necessidade, utilidade ou interesse social). 5.12.2. Desapropriação Urbanística – Interesse Social Art. 182, § 4º É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal, do proprietário do solo urbano não edificado, subutili- zado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento, sob pena, sucessivamente, de: I – parcelamento ou edificação compulsórios; II – imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo; III – desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais. Tal hipótese de desapropriação possui caráter sancionatório e pode ser aplicada ao pro- prietário de solo urbano que não atenda à exigência de promover o adequado aproveitamento de sua propriedade, nos termos do plano diretor do Município. O expropriante, nessa hipótese, será o Município, segundo as regras gerais de desapropria- ção estabelecidas em lei federal.