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Prévia do material em texto

TU
cU
jU
UMA PALAVRA E VÁRIOS SIGNIFICADOS
Edna dos Santos Oliveira 
Eduardo Alves Vasconcelos
 Romário Duarte Sanches
TUCUJU
Copyright © by Edna dos Santos Oliveira 
Copyright © by Eduardo Alves Vasconcelos 
Copyright © by Romário Duarte Sanches
Copyright © 2022 Editora Cabana 
Copyright do texto © 2022 Edna dos Santos Oliveira
Copyright do texto © 2022 by Romário Duarte Sanches
Copyright do texto © 2022 by Eduardo Alves Vasconcelos
 
Todos os direitos desta edição reservados 
O conteúdo desta obra é de exclusiva responsabilidade dos autores. 
Diagramação, Projeto gráfico e capa: Eder Ferreira Monteiro 
Edição e coordenação editorial: Ernesto Padovani Netto 
Adaptação do texto e Revisão Técnica: Bruna Fernanda Soares de Lima-Padovani 
Revisão do Texto: Romário Duarte Sanches
Imagem de capa e das páginas 1 e 3: plano do porto e praça de Macapá levantado em 1867 por or-
dem do Ilmo. Sr. Vice-Almirante Conselheiro de Guerra Joaquim Raimundo de Lamare, Coman-
dante em Chefe da Força Naval no 3º Distrito. Arquivo Nacional. Fundo Ministério da Marinha.
[2023]
EDITORA CABANA
Res. Paulo Fonteles, Q-B, 24
66640-705 — Belém — PA
Telefone: (91) 99998-2193
cabanaeditora@gmail.com
www.editoracabana.com
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG)
Oliveira, Edna dos Santos.
Tucuju [livro eletrônico]: uma palavra e vários significados / Edna dos Santos Oliveira, 
Eduardo Alves Vasconcelos, Romário Duarte Sanches. – Ananindeua: Cabana, 2023.
60 p. : 19 x 26 cm
Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-89849-78-0
1. Tucuju – Identidade. 2. Índios tucuju – Usos e costumes. I.Vasconcelos, Eduardo Alves. II. 
Sanches, Romário Duarte. III.Título.
CDD 980.41
Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422
O48t
CONSELHO EDITORIAL
Dra. Ana Zavala (Facultadde la Cultura - Montevideo, Uruguay)
 Dra. Adriana Angelita da Conceição (UFSC) 
Dra. Carmem Zeli de Vargas Gil (UFRGS) 
Dra. Cláudia Mortari (UDESC) 
Dr. Francivaldo Alves Nunes (UFPA) 
Dra. Juliana Teixeira Souza (UFRN) 
Dra. Luciana Rossato (UDESC)
 Dr. Marcelo Luiz Bezerra da Silva (UEPA) 
Dr. Márcio Couto Henrique (UFPA) 
Dr. Sandor Fernando Bringmann (UFSC)
COMITÊ CIENTÍFICO
Dr. Adilson Junior Ishihara Brito (UFPA) 
Dra. Edilza Joana Oliveira Fontes (UFPA) 
Dr. Elison Antonio Paim (UFSC) 
Dr. Marcelo de Souza Magalhães (UNIRIO) 
Dra. Mônica Martins Silva (UFSC) 
Dra. Pirjo Kristiina Virtanen (University of Helsinhi, Finfand) 
Dr. Wilian Junior Bonete (UEMG)
APOIO:
AGRADECIMENTOS
Agradecemos o apoio e o incentivo da Universidade do Estado do Amapá 
(UEAP), em especial à Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPESP), 
que proporcionou a publicação desta obra por meio do Edital N°030/2022-
PROPESP/UEAP, vinculado ao Programa de Apoio a Publicações Acadêmicas 
Nacionais e Internacionais.
Su
má
rio
Prefácio - 9
Apresentação - 11
Notas Iniciais - 13
NA TRILHA DO TERMO TUCUJU
Tucuju como topônimos - 15
Tucuju como um povo indígena - 20
REGISTRO & ORIGEM DO TERMO TUCUJU
Registro do termo tucuju nas fontes 
históricas e em Dicionários - 27
Origem do termo tucuju - 28
A IDENTIDADE TUCUJU
O que é identidade? - 34
O que é ser tucuju no Amapá? - 35
APONTAMENTOS FINAIS - 41
GLOSSÁRIO - 42
REFERÊNCIAS - 44
SOBRE OS AUTORES - 51
9
 O livro Tucuju: uma palavra e vários significa-
dos, produzido por pesquisadores que se interes-
sam por estudos amapaenses, constitui-se como 
uma rica obra que possibilita processos amplos de 
discussão do tema como aprofundamento para a 
nossa literatura e, ao mesmo tempo, é um material 
com vistas ao desenvolvimento de trabalhos didá-
ticos para as aulas na educação básica, bem como 
na formação de professores como proposta deco-
lonial para a Amazônia.
 Os escritos dessa obra que busca conhecer e compreender o significa-
do do termo “tucuju” nos leva para uma viagem histórica de aprendizagem 
de nossas raízes, no sentido de entender as origens do uso do termo em suas 
variedades histórica, cultural, linguística e social. 
 Os autores nos proporcionam uma imersão do significado que nos 
conduz ao processo identitário e de reconhecimento do termo, principalmente, 
para o amapaense, que muito passou a utilizá-lo como constituição de sua 
identidade amazônica, se encontrando e, ao mesmo tempo reconstruindo-se 
por meio do termo, pois a ressignificação do termo “tucuju” está presente no 
cenário sociocultural do Amapá, no qual os autores ressaltam em seus escritos 
a fundamentação baseada na memória, nos registros oficiais e nas diferentes 
formas em que o termo vem aparecendo e se reafirmando na linguagem que o 
define na sociedade amapaense, de forma cultural e diversa.
 No que se refere à possibilidade de atividades na educação básica, a 
obra nos contempla com ricas sugestões em que não se fecha como um guia 
ou manual didático, mas como início para as discussões, como um pivô que 
envolve o tema, no qual o aluno protagonista e construtor de seu conheci-
mento poderá explorar com mais densidade, pois tem na obra um instrumen-
to pedagógico de mediação necessária para a aprendizagem.
 Os estudos apresentados, no entanto, iniciam uma discussão no para-
digma decolonial de ensinar, considerando outros pontos de vistas na discussão 
crítica e criativa do processo de aprendizado que faça sentido para o aluno, pois 
faz parte de um termo que envolve sua identidade e ações no convívio cotidiano.
 Ainda cito a relevância da obra para a formação dos professores, 
em amplas licenciaturas, visto que marca uma produção de materiais que 
PRE
FÁ
CIO
10
nos interessa para a discussão do contexto amazônico, criando, assim, um 
repertório de leituras que se aglutinam em um acervo para a proposta de 
uma educação amazônica nas escolas, com vista ao campo, as águas e as 
florestas.
 Vale ressaltar ainda que nossas escolas por séculos reproduziram e ain-
da reproduzem apenas conhecimentos e atividades pré-estabelecidas por mate-
riais que pouco aprofundam nossa realidade em nome do processo universal de 
educação. Ao mesmo tempo, registramos poucas produções com experiências 
regionais à disposição dos professores, e no âmbito da formação dos mesmos, 
na academia e de forma continuada em serviço. Tais materiais fazem diferença 
na formação de professores que se propõem a trabalhar em um estado tão 
diverso com 16 municípios em suas peculiaridades tucuju, tão singulares que 
abrigam a educação de um povo ribeirinho, quilombola e indígena.
 Assim, a obra, nessa perspectiva, contribui para o acervo que muito 
enriquecerá novas experiências educativas, tanto aos professores que atuam 
diretamente na educação básica quanto para os formadores no ensino supe-
rior, no sentido de incentivar outras produções tão valiosas e interessantes 
como a obra Tucuju: uma palavra e vários significados, que nos presenteia 
com uma leitura agradável e leve, com requinte criativo de detalhes no decor-
rer de seu contexto.
Ângela do Céu Ubaiara Brito
Universidade do Estado do Amapá.
11
 A obra Tucuju: uma palavra e vários significados 
é um material de caráter didático-pedagógico que 
visa apresentar o surgimento do termo tucuju, os 
seus significados, os diferentes usos que a palavra 
adquiriu ao longo do tempo na história da Amazônia 
colonial, bem como a ressignificação deste termo 
como marca de identidade do povo amapaense. 
 Considera-se um livro inédito e relevante por ser o 
primeiro material que apresenta uma temática regio-
nal específica dirigido ao contexto escolar. Trata-se de 
uma obra de apoio didático direcionada para os pro-
fessores, que procura mostrar traços da complexida-
de cultural e da construção da identidade amapaense. 
 A proposição de um material como este tem como objetivo principal a 
valorização da história, da memória e da identidade da sociedade amapaense, 
assim como oportunizar aos professores e alunos o contato com a leitura de 
temas que os inserem a partirdo contexto histórico e cultural. Espera-se que o 
livro seja inspirador e propicie um mergulho na história local do Amapá e que 
estimule um novo olhar sobre o que é ser amapaense. 
 Esse material traz sugestões de atividades que o professor(a) pode apli-
car em sala de aula aos seus alunos. Há também ao longo do material vários 
links que direcionam o leitor para livros, áudios e vídeos que tratam de assun-
tos que estão sendo abordados. 
 No que corresponde à estrutura desse material, o livro está orga-
nizado em três capítulos. No primeiro, apontamos, com base em docu-
mentos históricos, o uso do termo tucuju na história da Amazônia. No 
segundo capítulo, discutimos o significado do termo tucuju a partir de 
uma investigação feita em dicionários gerais e técnicos, com uma breve 
discussão sobre a origem do termo. No terceiro capítulo, apresentamos 
como esse termo foi ressignificado e assimilado no cenário artístico-cul-
tural amapaense, passando a ser utilizado pela população local como 
marca identitária. O material é composto, ainda, por uma seção em que 
se apresenta pequenas notas com observações, explicações e referências 
bibliográficas de conteúdos abordados no trabalho; e um glossário com 
alguns termos técnicos encontrados ao longo do material. 
A
pre
sen
ta
ção
12
 Gostaríamos também de registrar que esta obra contou com a co-
laboração de professores da educação básica do estado do Amapá, de di-
ferentes áreas de atuação (História, Língua Portuguesa e Artes), que se 
propuseram a ler e a sugerir modificações ao material para que estivesse 
acessível para os professores. 
 Por fim, gostaríamos de registrar que o livro foi feito com carinho, 
visando ampliar a oferta de informações a nossos professores, alunos e para 
aqueles que querem conhecer mais sobre a origem do termo tucuju e sua rela-
ção com a cultura amapaense.
13
NOTAS 
INICIAIS
Placa na Orla de Macapá. Foto: Arquivo pessoal dos autores.
 O termo tucuju1 tem aparecido nas fontes históricas do século XVII 
para indicar a existência de um povo indígena na Amazônia, sobretudo na re-
gião onde se localiza hoje o Estado do Amapá. Há também registros de seu uso 
como topônimos, referindo-se a nomes de ilhas, pequenos rios ou local (pro-
víncia) onde habitavam os indígenas denominados Tucuju. Mais recentemente, 
o termo é bastante utilizado em Macapá, capital do estado, como um traço 
cultural que marca a identidade dos macapaense. Portanto, é sobre as diversas 
possibilidades que temos para entender a origem e uso do termo tucuju que as 
próximas páginas desse livro irão se debruçar.
¹ O termo tucuju será utilizado em maiúsculo quando referir a um povo, a uma ilha ou a uma província. 
Quando o termo estiver em função adjetiva, vai ser escrito em minúscula.
Árvore de tucumã (Astrocaryum 
tucuma), imagem do livro Palm Trees 
Of The Amazon: And Their Uses de 
Alfred Russel Wallace, Londres 1853.
15
Tucuju como topônimos
 O termo tucuju começou a circular nos documentos portugueses e eu-
ropeus no primeiro quarto do século XVII, junto ao processo de identificação e 
expulsão dos holandeses e anglo-irlandeses da foz do rio Amazonas. 
 Entre o final do século XVII e início 
do XVIII, a palavra tucuju começa a apa-
recer em fontes históricas que relatavam o 
estabelecimento das missões europeias na 
Ilha do Marajó, Cabo do Norte e médio 
Amazonas (Xingu e Tapajós) e, por con-
ta dessa inserção, há citações sobre mis-
sões e tentativas de missões entre eles em 
cartas e relatos de padres jesuítas como 
Figueira e Antônio Vieira, bem como de 
franciscanos, como Frei de Santa Maria e 
Apolinário da Conceição. 
NA TRILHA DO TERMO 
TUCUJU
FIQUE SABENDO
Em 1637, como parte do proces-
so de ocupação portuguesa da foz 
do Amazonas e da margem norte 
desse rio, foi criada a Capitania 
do Cabo Norte, doada a Bento 
Maciel Parente, entre o rio Vicen-
te Pinzón (atual rio Oiapoque) e 
o cabo norte (acidente geográfico 
na costa do município do Amapá/
AP) até Curupatuba (atual Monte 
Alegre/PA).
16
  
 Nesse período a palavra tucuju foi bastante mencionada para designar 
um povo que viveu em uma ilha ou numa porção de terra da costa norte do 
Amazonas e isso perdurou até o final do século XVIII. 
 No século XIX, Tucuju (ou Tucujus) foi 
comumente empregado para fazer referência 
a uma ilha (ou conjunto de ilhas) do braço 
norte do rio Amazonas. A título de exemplo, 
no Atlas do Império do Brasil, uma obra 
de 1868, o termo tucuju aparece registrado 
como uma grande ilha na foz do Xingu 
“Tucujus ou Gurupá”1.
 A história do termo tucuju, como po-
demos observar, é diversa e, muitas vezes, 
há imprecisas referencialidades relaciona-
das ao povoamento e exploração do médio 
e baixo Amazonas.
 A exploração e o povoamento da Ama-
zônia oriental ocorreram somente no século 
XVII, mesmo que 
algumas fontes his-
tóricas do final do 
século XV apon-
tem que os euro-
peus já conheciam 
uma região, ao sul 
FIQUE SABENDO 
 Os jesuítas eram padres que pertenciam à Companhia de Jesus, uma ordem religiosa 
vinculada à Igreja Católica que tinha como objetivo a pregação do evangelho pelo mundo. Essa 
ordem religiosa foi criada em 1534 pelo padre Inácio de Loyola e foi oficialmente reconhecida 
pela Igreja a partir do papa Paulo III em 1540. A proposta dos padres jesuítas para a divulgação 
do cristianismo era baseada no ensino da catequese. Eles atuaram em diversas partes do mundo e 
destacaram-se no Brasil colônia.
AMAZÔNIA ORIENTAL
A Amazônia oriental é 
composta pelos estados do 
Amapá, Pará, Maranhão, 
Tocantins e Mato Grosso.
FIQUE SABENDO
O Atlas do Império do Brasil foi 
o primeiro atlas produzido em 
nosso país e, portanto, um marco 
da cartografia brasileira. Além 
dos mapas das províncias, retrata 
as questões de fronteiras do 
Brasil, os quadros dos donatários 
das capitanias hereditárias e ainda 
a distribuição dos territórios 
descobertos por eles.
17
das ilhas do Caribe e próxima à linha equinocial, banhada de água doce, tão 
grande como um mar2. Apesar do dito “descobrimento” do rio Amazonas ser 
atribuído aos espanhóis, a sua exploração, porém, coube a outras nações eu-
ropeias e se inseriu nos intentos de portugueses, franceses, ingleses, irlandeses 
e holandeses de se fixarem na Amazônia. 
 Os ingleses, irlandeses e holandeses tentaram se estabelecer, entre o final 
do século XVI e início do XVII, na região compreendida entre a Guiana (porção 
de terra ao norte do rio Amazonas até o Orinoco) e a foz do Xingu (hoje municí-
pios de Porto de Moz e Gurupá, ambos no estado do Pará3). Por volta de 1610, 
os holandeses possuíam feitorias e postos fortificados na região dos Tucuju, en-
tre o rio Jari e o forte de Macapá, na margem setentrional do Amazonas4.
“Conquista do Amazonas” de Antônio Parreiras. Acervo do Museu Histórico do Estado do Pará
 As fontes históricas registram a data de 1596 como sendo a primeira expe-
dição holandesa à Amazônia; de 1600 os primeiros postos destes no Amazonas e o 
primeiro assentamento inglês; e de 1616 o primeiro assentamento anglo-holandês5.
 A variação de uso do termo tucuju reflete a imprecisão dos cronistas da 
época em diferenciar quais fortes e assentamentos dessa região eram ingleses, 
irlandeses ou holandeses e, consequentemente, suas localizações. Essa impre-
cisão ocorre em parte, porque diversos desses assentamentos eram resultados 
de alianças entre colonos dessas nações e, por outra parte, porque esses assen-
tamentos estavam situados em ilhas do Amazonas ou nas margens de rios que 
deságuam no braço norte do rio Amazonas. 
18
 As fontes portuguesas só citam os Tucuju no processo de combate e des-
tituição desses fortes e feitorias. Rio Branco (2008, p. 73-74) explica que “em 
1623, os portugueses, sob o comando dos capitães Bento Maciel Parente e Luís 
Aranha de Vasconcelos [...] apoderaram-se dos fortes holandeses de Muturu e 
Mariocai (Gurupá), na margem direita do Amazonas, e sustentaram vários com-
bates no rio”. No processo de tomada das fortificaçõesholandesas, foi fundado, 
no mesmo sítio do Forte Mariocai, o Forte de Santo Antônio de Gurupá que, 
segundo Rio Branco (2008), se tornou um dos pontos de apoio aos combates e 
tomadas dos demais fortes holandeses e anglo-irlandeses da região.
 Nas fontes históricas que tratam da presença dos holandeses na Ama-
zônia, o termo tucuju refere-se a uma das ilhas da foz do Xingu, ou do braço 
norte do Amazonas, onde estes colonos europeus teriam se instalado e man-
tiveram plantação de tabaco e algodão, estabelecendo boas relações com o 
povo indígena dessa localidade. Já ao tratar dos fortes ingleses e irlandeses, 
tucuju refere-se a uma porção de terra, na margem esquerda do Amazonas, 
banhada pelos rios Taurege e Okiari, em que colonos dessas nações teriam se 
instalado e teriam construído dois fortes, o do Torrego (rio Taurege) e Philip 
(rio Okiari). No entanto, não fica evidente, novamente, se as fontes remetem 
a uma porção de terra ou a uma ilha, pois esses dois rios, que correriam nas 
províncias dos Tucuju, desaguariam em frente à ilha de mesmo nome6. É 
preciso considerar, também, a instalação, em 1628, dos assentamentos de 
Purcell (inglês7) e a construção do Forte Cumaú, referido por Williamson 
(1923) como “plantation at Tocujos”8.
 Acuña (1641) identificou a Província dos Tucujus como uma porção de 
terra na margem norte do rio Amazonas9 ao norte do “Rio Genipapo” [Paru] 
já na Capitania de Bento Maciel Parente. Essa referência consta em diversos 
cartógrafos do século XVII e XVIII, apontando para a presença dos Tucuju 
numa região entre a linha do equador e o que seria o rio Jari10.
 O processo de extrusão pelos portugueses dos assentamentos 
holandeses e anglo-irlandeses do baixo Amazonas foi iniciado em 1615, 
com notícias de embarcações inglesas e holandesas nas ilhas da foz do 
Amazonas e findou por volta de 1630, com as campanhas militares de Pedro 
Teixeira11. Inclui-se nesse processo a fundação de Belém e a construção 
do Forte do Presépio, em 1616, que se tornou o ponto estratégico para 
planejamento das investidas portuguesas na foz do Xingu e na margem norte 
19
do rio Amazonas. Dessa forma em meados do século XVII, consolidou-se a 
dominação portuguesa do baixo Amazonas, encerrando, assim, o primeiro 
momento da presença dos Tucuju na história da Amazônia.
 O estabelecimento do território dos Tucuju é incerto, uma vez que são 
citados desde as proximidades do Cumaú (Macapá) à foz do Jari, incluindo aí a 
identificação, no século XIX, da Ilha de Gurupá como sendo aquela dos Tucuju.
 Assim, considerando os relatos de viajantes colonizadores holandesas 
e anglo-irlandesas, há registros de presença dos Tucuju nas missões francisca-
na nas terras do Cabo Norte, nas missões na ilha do Marajó e, ainda, relatos 
sobre a presença desse povo em missões jesuítas francesas na região do rio 
Ounary (Guiana Francesa). 
Mapa de localização do possível território Tucuju, considerando os 
relatos de viajantes colonizadores holandesas e anglo-irlandesas.
 
 Na imagem acima, a cor laranja ilustra a hipótese de ocupação tradi-
cional dos Tucuju e que corresponderia às terras na margem norte do Ama-
zonas que vai de Macapá (a referência são os relatos acerca do forte Cumaú) 
ao rio Jari, incluindo também a presença deles nas ilhas mais próximas ao que 
corresponde ao atual território do Amapá (as principais referências seriam as 
20
supostas localizações dos fortes anglo-irlandeses). Já na cor vermelha, ilustra a 
presença dos Tucuju em áreas que não seriam, em nossa hipótese, seu território 
original. A presença na Ilha do Marajó seria resultado de movimentações pro-
movidas pelos administradores das missões religiosas. Já a presença nas mis-
sões da Guiana Francesa pode ser explicada pelo processo de fugas da violenta 
política indigenista praticada pelos portugueses ou, ainda, pelo aprisionamen-
to, por parte dos franceses, que os teriam levado para a região de Caiena.
Tucuju como um 
povo indígena 
 Na segunda metade do século XVII, há uma relação mais evidente dos 
Tucuju com as terras do Cabo Norte. Nesse período é possível observar a ma-
nutenção de relações desse povo com as nações Nheengaíbas que foram dura-
mente combatidas, uma vez que resistiam à invasão 
de suas terras e à escravidão pelos portugueses. 
As campanhas militares contra esses povos 
deram lugar às investidas missionárias, as 
quais mantiveram a seguinte finalidade: ces-
são dos territórios à coroa portuguesa para 
exploração econômica e captura desses povos 
para mão de obra escrava nos núcleos popu-
lacionais em formação.
 A constituição de missões entre os 
povos indígenas das terras do Cabo Norte 
se tornava, no final do século XVII, uma das 
alternativas de consolidar esse território que era 
disputado com os franceses de Caiena12. Segundo Leite (1945), em 1680, o 
rei de Portugal, Pedro II, recomendou à Companhia de Jesus que:
as primeiras Missões [a serem instaladas] sejam ‘da 
outra banda do rio Amazonas, para a parte do Cabo 
Norte’, não só para a conversão dos índios, mas tam-
bém para conservar essas terras na devida obediência 
e fidelidade (LEITE, 1945, p. 254).
NHEENGAÍBA
A palavra Nheengaíba, termo de 
origem Tupi, tem como signifi-
cado “má língua; a língua ruim, 
imprestável ou incompreensível; 
nome de uma tribo selvagem na 
foz do Amazonas, catequiza-
da pelo Padre Antônio Vieira” 
(SAMPAIO, 1901).
“
”
21
 No entanto, a experiência dos Tucuju com as missões religiosas é 
anterior às tentativas malsucedidas da Companhia de Jesus no lago Camonixari, 
no baixo Araguari, em 168713, e das missões franciscanas nos primeiros anos 
de 170014, uma vez que eles foram citados no processo de estabelecimento de 
missões na Ilha do Marajó, como podemos observar na carta de Antônio Vieira, 
de 1659, em que deu notícias, ao Rei D. Alfonso, sobre as missões do Ceará, 
Maranhão, Pará e do Amazonas, fazendo uma detalhada narração do processo 
de conversão das nações Nheengaíbas da “Ilha de Joanes”, explicando que: 
entre os quais [os principais das nações Nheengaí-
bas] também entrou um principal dos Tucujús, que é 
província à parte, na terra firme do rio das Amazo-
nas, defronte da ilha dos Nheengaibas [...] (VIEIRA, 
1925[1659], p. 568).
 Em outra carta, do ano de 1661, Antônio Vieira relata que:
entre os Nheengaíbas está hum filho do mayor Principal 
dos Tocujuz, nação igualmente dilatada, o qual em 
nome de seu pay jurou vassallagem a Sua Magestade 
com os mesmos Nheengaíbas, e debaixo das mesmas 
condições (VIEIRA, 1661 apud BERREDO, 1849 
[1749], p. 459).
 Dessa forma, em 1680, quando Vieira atendeu à demanda imposta por 
D. Pedro II, recomendou ao superior do Colégio Jesuítico do Maranhão, Padre 
Jodoco Peres, que: 
a primeira [missão] que se deve fazer como a Sua Alte-
za deseja, pelo que importa à conservação do Estado, 
é a do Cabo Norte, passando a outra banda do Rio 
das Amazonas, que segundo as minhas antigas notí-
cias deve ser a nação dos tecujus [...] (VIEIRA, 1680 
apud LEITE, 1943, p. 254).
“
”
“
”
“
”
22
 As notícias de Viera eram, possivelmente, aquelas oriundas do seu con-
tato anterior com o principal dos Tucuju entre os Nheengaíbas.
 As missões no Cabo Norte entre os Tucuju foram noticiadas mais 
ao sul deste território. Bettendorf (2010 [1698]) explica que, em 1681, 
“tinha o padre superior Pero Luís em sua primeira viagem para o Cabo 
do Norte praticado os tucujus para se descerem ao Areperipucu”; e o Frei 
Franciscano José de Santa Maria, em carta de 1701, informou que “conse-
gui o que pude, e daí me fui andando para fazer pazes com os Araquizes do 
Jari e os Tucujús do Tuaré15”.
 Apesar do estabelecimento das missões no Cabo Norte e nas ilhas 
do Marajó, as investidas dos franceses na região não cessaram. Há diversas 
correspondências que apontam para relações dos Tucuju, Aruã e outros 
povos indígenas dessas missões com os franceses de Caiena. Entre as cartas 
citadas, estão as de Francisco de Souza Menezes (1685) e de Antônio de 
Albuquerque (1687), os quaisconsta em fontes 
históricas de 1662, referindo-se aos habitantes da foz do rio Amazonas, e em 
fontes de 1763 e 1789, condizente ao grupo Tucuju que integrava a popu-
lação de Portel/PA. Já no Dictionary of Geographical Knowledge (1856), o 
termo tucuju aparece como topônimo, referindo-se a uma ilha desabitada do 
Brasil, próxima à Província do Pará.
Origem do termo tucuju
 A etimologia do termo tucuju não é facilmente recuperável. Encontra-se 
nos trabalhos de Souza (2016) e Canto (2016) a proposição de que o termo é 
de origem tupi, mais especificamente, Nheengatu. Souza (2016, p. 179) entende 
que tucuju é uma “transliteração” de tucumã (palavra de origem Tupi) que 
Professor(a), peça para os seus alu-
nos fazerem uma pesquisa em dife-
rentes dicionários sobre o registro 
do termo tucuju. Em seguida, peça 
para eles criarem um verbete de 
dicionário sobre o termo tucuju a 
partir da pesquisa realizada e dos 
debates realizados em sala de aula. 
PARA LER 
 
Falar Tucuju: desde o tempo do ronca – uma obra de 
João Nobre Lamarão que busca registrar, por meio da 
dicionarização, o modo de falar e a história do povo que vive 
na cidade de Macapá.
29
designa uma espécie de palmeira natural da Amazônia. Já Canto (2016, p. 74) 
explica que tucuju é uma “tradução” da língua Nheengatu, um termo usado 
para denominar uma espécie de árvore espinhosa.
 O aparecimento do termo tucuju em do-
cumentos portugueses, com a finalidade de de-
signar um povo e a região supostamente por 
ele habitada, nos faz supor que sua origem é 
Tupi do século XVII (Língua Geral Amazôni-
ca). Essa suposição parte da observação de que 
diversos povos do baixo Amazonas receberam 
denominações oriundas da Língua Geral Ama-
zônica, como os Nheengaíbas do Marajó, além 
do uso generalizado da denominação tapuia 
para povos de fala não tupi6. 
 Considerando sua origem Tupi, é possível 
fazer um exercício de segmentação do termo 
para tentar identificar seu significado. Assim, 
tucuju poderia ser segmentado em dois ele-
mentos, tucu + ju, em que ju seria relaciona-
do a espinho. Stradelli, em seu Vocabulário 
Português-Nheengatu (2014), define iu como 
“espinho, casta de palmeira anã espinhosís-
sima”7. Enquanto Rodrigues (1905), outro 
importante estudioso de línguas tupi, explica 
que yu significa ‘espinho’ e é um dos elemen-
tos utilizados, por falantes de línguas Tupi, 
para designar e classificar espécies da flora da 
América, por exemplo: 
a) yumakaru ‘mandacaru’, com a composição: yu ‘espinho’ + máà ilha de Santana, descrita por Pinto (1930, p. 279) como 
uma ilha que está localizada entre “a barra inferior do rio Anauerapucu [Vila 
Nova] e a ponta de Matto Grosso, à margem esquerda do Amazonas”. 
3 Houaiss; Villar (2009, p. 1890).
4 Araújo & Araújo (2012) registram a mesma acepção no dicionário Amapês.
5 Chiaradia (2008, p. 654).
6 Um exemplo do uso generalizado de tapuia para diversos povos do baixo 
Amazonas pode ser encontrado na obra Descripção dos Rios Pará e Maranhão, 
de Albernaz II (1640).
7 A relação de correspondência de ju com iu parte do pressuposto que a letra 
 no século XVIII poderia ser utilizada com o valor sonoro que tem no por-
tuguês atual, mas também era usada para a semivogal, ora representada por 
 ora por .
8 Maray açu refere-se a marajá ou marajá-açú, também chamado de tucum bravo.
9 Stradelli (2014, p. 503)
10 Rodrigues (1905, p. 65).
11 Stradelli (2014, p. 507)
12 Dias (1858, P. 177)
13 Stradelli (2014, p. 524)
Raízes de uma paxiúba (Iriartea 
exorhiza), imagem do livro Palm 
Trees Of The Amazon: And Their 
Uses de Alfred Russel Wallace, 
Londres 1853.
34
O que é identidade?
 É importante também observar a relação entre identidade e memó-
ria para compreender como o termo tucuju é atualizado e usado pela so-
ciedade amapaense. Hall (1987) entende identidade como uma “celebração 
móvel”, isto é, formada e transformada constantemente em decorrência 
dos sistemas culturais que nos rodeiam. Já Woodward (2000) considera 
que toda afirmação de identidade busca sua legitimação em “um suposto 
e autêntico passado”, na maioria das vezes, passado glorioso, como forma 
de validar uma identidade reivindicada.
 A construção da identidade produz 
um processo que se instala através da lin-
guagem e se ancora na memória. O regis-
tro do passado na memória é a base para 
a sustentação da identidade presente. 
Assim, construir uma identidade implica 
revisitar e atualizar a memória do grupo 
social, de forma a construir um elo que 
legitime essa identidade. 
a identidade 
TUCUJU
IDENTIDADE
É o conjunto de traços culturais com 
os quais conseguimos diferenciar 
pessoas ou grupos de pessoas. Esses 
traços podem ser compartilhados 
ou não e estão armazenados na 
memória individual e coletiva. 
35
 Essa memória, considerada coletiva, remete ao processo de reconstru-
ção do passado vivido e experimentado por um grupo social, isto é, compre-
ende que as recordações e buscas por lembranças não são individuais1. Outra 
forma de memória é da ordem da história, uma vez que os fatos vividos ga-
nham a necessidade de serem narrados/escritos quando estes estão distantes 
e correm risco de esquecimento ou de serem perdidos com o tempo por não 
haver mais possibilidade de suporte na memória de um grupo. 
O que é ser tucuju no Amapá?
 A construção da identidade tucuju está relacionada à separação do 
Amapá do Estado do Pará, com o qual dividia uma identidade nortista, regional, 
ribeirinha, sem caracterização distintiva do ponto de vista cultural, até a imple-
mentação do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá (PDSA). 
 O PDSA além de prever uma mudança de práticas e de paradigmas 
na gestão pública, também buscava promover investimentos em produção 
cultural local, visando divulgação das tradi-
ções genuinamente amapaenses, tais como 
a música, a história, a literatura do/sobre o 
Amapá, e orientou a criação de equipamentos 
representativos da cultura ribeirinha (Museu 
Sacaca), afrodes-
cendente (Centro 
de Cultura Ne-
gra) e indígena 
(Museu Kuahí, 
feiras indígenas).
 Nesse período, ainda que se tenha inves-
tido na cultura local, não se tem registro do ter-
mo tucuju com referência à identidade cultural, 
tampouco encontra-se registro na memória de 
produtores, artistas e personalidades envolvidas 
com a cultura local, como declara o poeta e com-
positor Joãozinho Gomes: 
FIQUE SABENDO
O Amapá se  tornou oficialmente 
um estado no ano de 1988, quan-
do adquiriu autonomia a partir das 
disposições estabelecidas pela nova 
Constituição Federal, promulgada 
naquele mesmo ano. Seu primeiro 
governador foi Anibal Barcelos que 
tomou posse em 1991.
PROGRAMA DE 
DESENVOLVIMENTO 
SUSTENTÁVEL DO AMAPÁ
O Programa de Desenvolvimento 
Sustentável do Amapá – PDSA – é 
um programa de desenvolvimento 
socioeconômico e cultural do Ama-
pá com o uso sustentável dos seus 
recursos naturais e humanos. E foi 
implementado entre 1995 e 2002.
36
Perguntei a algumas pessoas e todas me disseram não 
ter lembranças de essa identidade relacionada aos tu-
cuju ser antiga, todos acham que ela apareceu na dé-
cada de 1990. 
 Dessa forma, na busca de identificar o processo de construção dessa 
identidade, parece-nos conveniente traçar o caminho de emergência e de ressig-
nificação do termo tucuju no cenário sociocultural amapaense, tendo como base 
a memória, os registros oficiais e as diferentes formas de aparição do termo.
 Assim, em meado de 1990, observa-se com maior frequência o uso do 
termo tucuju fazendo referência à identidade amapaense, ou mais propriamente, 
macapaense. Essa hipótese é corroborada pela fala de Joãozinho Gomes: 
Quando eu cheguei aqui em 1991 eu não escutava [o 
termo tucuju], eu fui escutar mais pra cá, a partir de 
1995, 1996... por aí. 
 Enquanto Val Milhomen, em entrevista, narra que: 
[...] pelo que me lembro, eu ouvi a primeira vez esse 
termo, acredito em [19]95, quando chegamos na FUN-
DECAP2, havia um manuscrito de um livro que o Está-
cio Vidal Picanço queria publicar sobre uma pesquisa 
dele sobre um povo… sobre a origem do povo tucuju.
 Considerando as informações dos entrevistados, o termo tucuju passa 
a ser usado constantemente a partir de 1990, em publicações científicas, ar-
tísticas e culturais, como em letras de músicas, 
poemas, peças publicitárias locais, campanhas 
institucionais, entre outros gêneros de divulga-
ção. Vale destacar que o termo também começa 
a ser utilizado para nomear lugares, produtos e 
pratos de comida regional, estabelecimentos co-
merciais, eventos culturais, e até mesmo como 
sobrenome de artistas locais. Nesse mesmo pe-
“ ”
“
”
FIQUE SABENDO
Estácio Vidal Picanço foi um his-
toriador macapaense, autor do li-
vro Informações sobre a História 
do Amapá 1500-1900, publicado 
pela Imprensa Oficial de Macapá, 
em 1981. 
“
”
37
ríodo, por exemplo, identificamos a criação da Confraria Tucuju (1996), uma 
organização da sociedade civil, destinada a “resgatar a memória da cidade, 
de seus moradores e preservar as tradições 
culturais de Macapá”, com o objetivo de 
valorizar a identidade “da nossa cultura, 
para preservar o folclore, incentivar a arte 
e fazer história”3.
 Outro fato que impulsionou o uso e a 
identificação do termo tucuju como iden-
tidade cultural do Amapá está atrelado à 
circulação da música Jeito Tucuju4, lança-
da em 1997, com a interpretação do Gru-
po Senzalas. No entanto, a música ganhou 
maior destaque a partir dos anos 2000 por 
meio de uma campanha institucional do 
Governo do Estado do Amapá, na qual fi-
gurava como trilha sonora. 
 Em entrevista, Joãozinho Gomes 
relata que: 
Jeito tucuju 
 
Joãozinho Gomes
Val Milhomem
Quem nunca viu o Amazonas 
Nunca irá entender a vida de um povo 
De alma e cor brasileiras 
Suas conquistas ribeiras 
Seu ritmo novo 
 
Não contará nossa história 
Por não saber ou por não fazer jus 
Não curtirá nossas festas tucujú 
Quem avistar o Amazonas nesse 
momento 
E souber transbordar de tanto amor 
Esse terá entendido o jeito de ser do 
povo daqui 
 
Quem nunca viu o Amazonas 
Jamais irá compreender a crença de 
um povo 
Sua ciência caseira 
A reza das benzedeiras 
O dom milagroso 
 
Clique no fone a baixo
para ouvir esta musica.
Capa do Álbum Amapá – Amazônia – Brasil
(CLIQUE NA IMAGEM PARA ESCUTAR O ÁLBUM)
GRUPO SENZALAS
Grupo musical criado em 1997 pelos artistas 
Amadeu Cavalcante, Val Milhomen, Zé Mi-
guel e Joãozinho Gomes (formação inicial).
https://open.spotify.com/album/64RV5GFp43ffTQ65LCMny8?si=sFCWtTegQxSrVQbhH3nTFghttps://www.youtube.com/watch?v=QN6nLXLl4y0
38
“[a música] Jeito Tucuju foi gravada em 1997, mas ela 
veio ganhar destaque anos depois, porque ela fez parte 
de um comercial do governo e aí ela tocou muito. Foi 
quando as pessoas tiveram acesso a ela”. 
 Com isso, ele acredita que essa propaganda tenha dado maior visibili-
dade à música, fazendo com que o uso do termo tucuju se propagasse entre a 
população amapaense, sobretudo a macapaense. 
 A partir da circulação da música, a identidade tucuju foi tomando den-
sidade e consolidando-se em movimentos culturais, inserções midiáticas, obras 
literárias, composições musicais, dentre outros 
mecanismos de apropriação e de disseminação do 
processo identitário. O movimento de construção 
dessa identidade, portanto, é relativamente recen-
te, com aproximadamente 30 anos, desde seu iní-
cio até sua consolidação nos dias de hoje. 
 Ao longo desses anos, a divulgação, 
produção, incentivo e fomento de atividades 
artístico-culturais (Encontro dos Tambores, 
Ao fazer um pequeno passeio pela cidade da Macapá é possível observar a consoli-
dação da identidade tucuju evidenciada, por exemplo, no nome de estabelecimentos 
comerciais, na culinária, nas manifestações artísticas, na TV etc. 
Professor(a), peça para seus 
alunos observarem nas ruas e nos 
entornos do bairro onde moram 
ou própria rede de internet, isto 
é, nas redes sociais, se há algum 
estabelecimento, placas, prato de 
comida, nome de pessoas, grupos 
musicais, artistas em geral em que 
a palavra tucuju esteja presente. 
“
”
39
Missa do Quilombo, Ciclo do Marabaixo etc.) constituíram ações governa-
mentais de propagação regional e nacional da identidade local. Insere-se nes-
sas ações, a revitalização de espaços históricos, como Largo dos Inocentes, 
ponto de referência do surgimento da cidade, Museu Joaquim Caetano da 
Silva, Museu Sacaca, Mercado do Povo da Floresta etc. 
 Nesse sentido, foram várias as investidas de valorização das tradições, 
buscando legitimação em uma memória histórica, inclusive com a (re)vivência 
de práticas culturais. No âmbito da construção identitária, portanto, as me-
mórias histórica e coletiva também ganharam evidência, constituindo a base 
da identidade tucuju. 
 Como observado ao longo desta seção, a propagação do termo tucuju 
assumiu com bastante força a acepção de identidade amapaense, sobretudo 
macapaense, ou seja, tucuju é relativo ao que é do Amapá.
PARA ASSISTIR
Cartografia Sentimental Tucuju 
é uma obra audiovisual experi-
mental dirigida por Cleber Braga 
e realizada em parceria com o 
coletivo Tenebroso Crew no ano 
de 2021, na capital do Amapá. O 
trabalho retrata a vida, modos, 
jeitos e sabores de Macapá. 
Assista ao documentário
clicando na TV a baixo.
https://www.youtube.com/watch?v=fT0ND7snDWc
40
Professor(a), faça um debate com a turma sobre o que é a identidade Tucuju. Em 
seguida, peça a seus alunos que produzam textos sobre o que a identidade Tucuju 
representa para eles e para os amapaenses. Por fim, peça que eles compartilhem 
seus textos com a turma.
‘PARA CONHECER UM POUCO MAIS’
Nessa seção, segue uma lista de notas com observações e explicações acerca dos assuntos abor-
dados nesse material, bem como as referências consultadas na elaboração dessa obra.
1 Halbwachs (2006).
2 Fundação Estadual de Cultura do Amapá (FUNDECAP).
3 Alves (2016).
4 Música composta por Joãozinho Gomes e Val Milhomem, em 1997. Segundo 
entrevista concedida ao Ruy Godinho, autor do livro Então, foi assim?, a letra 
da música foi escrita como resposta às críticas feitas ao Amapá por um colega 
de trabalho de Val Milhomem, que afirma não ter saneamento básico, muita 
violência urbana, serviço de Internet é precário, etc.
41
 A partir da discussão proposta nesse texto, é possível compreender o 
termo tucuju a partir de três significados: 
(i) um povo indígena extinto da Amazônia Colonial, que teria 
habitado uma região compreendida entre o rio Vila Nova, no 
Amapá, e o rio Tueré, no Pará; 
(ii) termo toponímico referente a uma ilha no braço norte do 
Amazonas, que ora aparece nas fontes históricas como a ilha de 
Gurupá (PA), ora aparece identificada como a ilha de Santana 
(AP); 
(iii) palavra utilizada para se referir à identidade cultural do povo 
amapaense.
 Quanto ao último significado, podemos observar que o termo tucuju 
acomoda as memórias histórica e coletiva, favorecendo a valorização das 
práticas culturais tradicionais do Amapá que traduzem “o jeito de ser do 
povo daqui”.
 Para finalizar, esperamos que este material possa contribuir para a 
prática docente de forma plural, proporcionando o respeito e o conhecimento 
sobre a diversidade cultural amazônica, sobretudo as diferentes identidades 
do povo amapaense. 
apontamentos 
finais
42
Capuchinhos
Religiosos da ordem de São Francisco. 
Atuaram no Brasil do período colonial 
ao imperial junto aos indígenas. 
Cartógrafo 
Especialista em traçar cartas/mapas 
geográficas.
 
Cronista
Indivíduo que escreve crônica – 
gênero literário que consiste no 
relato dos fatos da vida cotidiana. 
Nos primeiros anos do Brasil, os 
cronistas escreviam textos de caráter 
informativos. Essas crônicas, em 
geral, consistiam em depoimentos e/
ou relatos de viagem. 
Étnico 
Relativo a etnia, característico de um 
país, que designa os habitantes de 
uma região. 
Etnônimo
Refere-se à palavra que designa o 
nome de povo, grupo. 
Etimologia
Campo do conhecimento que se 
dedica a investigar e determinar a 
origem das palavras e o modo como 
elas se formaram. 
Extrusão
Refere-se a uma saída forçada, 
expulsão. 
Feitorias
Feitorias eram os entrepostos 
comerciais, geralmente próximo a 
um porto, nas colônias das potências 
europeias.
Fonética
Campo da Linguística que estuda e 
classifica os sons produzidos pela fala 
humana.
glossário
43
Fonte
Materiais/registros dos quais são retiradas 
informações para a elaboração de uma 
pesquisa. 
Interventor 
Pessoa indicada diretamente pelo pre-
sidente da república para assumir o 
governo do estado. 
Linguística
Ciência que tem como objeto de estu-
do a linguagem humana. 
Missões 
Aldeamentos/povoados indígenas 
criados e administrados por padres je-
suítas no Brasil Colônia. O principal 
objetivo era catequizar as populações 
indígenas. 
Missionário
São representantes de uma religião que 
saem de suas terras de origem para fa-
lar sobre sua religião em outras regi-
ões. Normalmente, quando falamos 
de missionários, no contexto brasilei-
ro, estamos nos referindo aos cristãos 
(católicos ou evangélicos). 
Província 
Divisão territorial, política, adminis-
trativa usada em diversos países. No 
contexto de colonização, os cronistas 
utilizavam esse termo para designar 
uma região habitada por um ou mais 
povos indígenas, por exemplo, Pro-
víncia dos Tucuju. No Brasil Imperial, 
correspondia a cada uma das grandes 
divisões administrativas do território, 
governadas por um presidente, por 
exemplo, Província do Grão-Pará. 
Topônimo 
Trata-se do nome próprio de um lu-
gar (rio, vila, cidade, rua etc.).
Transliteração 
Processo de substituir um sistema de 
escrita por outro.
44
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WILLIAMSON, James Alexander. English Colonies in Guiana and on the Amazon 
(1604-1668). London: Oxford, 1923.
51
Edna dos Santos Oliveira possui doutorado em Letras (Linguística) 
pela Universidade de São Paulo (USP), com mestrado em Linguística pela 
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP); atua como professo ra na 
Universidade do Estado do Amapá (UEAP) e tem experiência em Sociolin-
guística e Etnolinguística, com ênfase em comunidades afrodes cendentes no 
Amapá.
Eduardo Alves Vasconcelos possui doutorado em Linguística pela 
Univer sidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com mestrado em Linguís-
tica pela Universidade de Brasília (UnB); atua como professor na Universida-
de Federal do Amapá (UNIFAP), campus Santana, e tem experiência na área 
de Teoria e Análise Linguística, com ênfase em estudos de línguas indígenas 
brasileiras.
Romário Duarte Sanches possui doutorado em Letras (Linguísti-
ca) pela Universidade Federal do Pará (UFPA), com mestrado pela mes-
ma institui ção; atua como professor na Universidade do Estado do Amapá 
(UEAP) e na Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Tem experiência 
em Dialetologia, Sociolinguística e Contato Linguístico, com ênfase em va-
riação linguística.
sobre os 
autores
[2023]
EDITORA CABANA
Res. Paulo Fonteles, Q-B, 24
66640-705 — Belém — PA
Telefone: (91) 99998-2193
cabanaeditora@gmail.com
www.editoracabana.com
Tipografia:
Adorn Expanded Sans
Adorn Condensed Sans
Sabon LT Pro
Formato:
19x26de Libanio da Silva, 1895.
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66640-705 — Belém — PA
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