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DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO PROVAS NO PROCESSO CIVIL CONCEITO As Provas podem ser conceituadas como um conjunto de atos destinados à formação do convencimento do juiz. As provas são, portanto, os meios utilizados para comprovação do fato controvertido. FINALIDADE A finalidade da prova é convencer o magistrado sobre a existência de determinado fato, que assegurará o direito alegado pelo autor. DESTINATÁRIO DA PROVA O destinatário da prova é o juiz, pois, como visto, as provas visam a convencê-lo. Todavia, sob a égide do Princípio da Cooperação, as provas interessam também às partes. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. OBJETO DA PROVA O objeto da prova é o fato controvertido, ou seja, aquele cuja ocorrência (ou não) se busca provar. Art. 374. Não dependem de prova os fatos: I - notórios; II - afirmados por uma parte e confessados pela parte contrária; III - admitidos no processo como incontroversos; IV - em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade. PRINCÍPIO “IURA NOVIT CURIA” Este princípio significa que o juiz conhece o Direito. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO Este princípio reforça a premissa de que o objeto da prova são os fatos. Exceção: Há, contudo, uma exceção: o juiz poderá determinar que a parte prove “direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário”. Art. 376. A parte que alegar direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário provar-lhe-á o teor e a vigência, se assim o juiz determinar. ÔNUS DA PROVA O Ônus da Prova pode ser conceituado como o encargo de produzi-la. REGRA DO ÔNUS DA PROVA Em regra, o ônus da prova cabe à parte que alegou o fato. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO Autor Tem o ônus de provar os fatos constitutivos de seu direito. Réu Tem o ônus de provar os fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito do autor. Terceiros No caso de intervenção de terceiros no processo, estes têm o ônus de provar os fatos que alegarem. Art. 373. O ônus da prova incumbe: I - ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Esta atribuição da lei sobre o ônus probatório é denominada de "OPE LEGIS", que significa que a distribuição do ônus da prova é definida diretamente pela lei. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA O CPC prevê a possibilidade de o juiz distribuir o ônus da prova de forma diversa da regra legal prevista no Art. 373, I e II. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO A inversão judicial do ônus da prova, também chamada de distribuição dinâmica do ônus da prova que é realizada pelo juiz é denominada de “OPE JURIS”. A inversão do ônus da prova determinada pelo juiz poderá ocorrer quando: a) diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade; b) excessiva dificuldade de cumprir o encargo por parte daquele que teria o ônus de provar; c) maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário. OBSERVAÇÃO: Caso o juiz verifique que, diante das hipóteses acima, é o caso de inverter o ônus da prova, ele deverá fazê-lo por meio de decisão fundamentada, e deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir, ou seja, conceda um prazo razoável para que a parte possa comprovar o fato. Art. 373, § 1º Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos do caput ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juiz atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA NO CDC No caso das ações relativas à relação de consumo, prevê o artigo 38, inciso VIII do CDC que: é direito básico do consumidor a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências. Trata-se, portanto, de uma hipótese de inversão “ope legis” (prevista já em lei). PROVA DIABÓLICA (PROVA NEGATIVA ABOSOLUTA) Entende-se por prova diabólica aquela que se torna impossível de se produzir. É o caso da prova negativa absoluta, decorrente de fato indefinido no tempo e no espaço. Exemplo: Provar que nunca viajou para os EUA. É possível provar que não viajou para os EUA, em uma data específica, através de testemunhas que possam atestar onde a pessoa estava (álibi), comprovantes de estadia, etc. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO Em razão da sua impossibilidade, a prova diabólica é afastada em nosso ordenamento jurídico, não sendo a parte obrigada a produzir prova negativa absoluta. PROVA ILÍCITA A doutrina majoritária entende que a prova será ilícita quando violar direitos e garantias fundamentais. A prova ilícita poderá se dar de duas formas: quando for ilegítima ou ilegal. Prova Ilegítima Aquela em que a prova em si é lícita, mas em sua colheita houve violação de direitos fundamentais. Exemplo: Confissão obtida mediante tortura. Prova Ilegal Aquela em que a prova em si é ilegal, ou seja, não é permitida por lei. Exemplo: Interceptação telefônica obtida sem ordem judicial. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO Por regra, não se admite no processo a produção de prova considerada ilícita. CF, Art. 5º LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos. CPC, Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir eficazmente na convicção do juiz. CPP, Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. § 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada Exemplo: O depoimento de uma testemunha, da qual somente se tomou conhecimento através de uma interceptação telefônica ilegal se torna inadmissível. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANAM.T.M. CORDEIRO Exceção à regra: Excepcionalmente, a prova obtida ilicitamente pode ser admitida no processo, quando respeitar os requisitos da proporcionalidade: quando o bem jurídico que se busca proteger for superior ao bem jurídico violado Exemplo: Uma gravação ilegal, por meio da qual se constata o abuso a uma criança. VALORAÇÃO DA PROVA No Brasil adota-se o Sistema da Persuasão Racional, também chamado de Convencimento Motivado (ou Fundamentado) do juiz. Desta forma, o juiz pode atribuir às provas o valor que entender adequado, não havendo uma hierarquia entre as provas. Art. 371. O juiz apreciará a prova constante dos autos, independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da formação de seu convencimento. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO PROVA EMPRESTADA Conforme o artigo 372, o juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. Este processo pode ser de qualquer natureza, cível, criminal, trabalhista, etc. Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO PROVAS EM ESPÉCIE O Código de Processo Civil traz, em seus artigos 384 a 484, os meios de prova tipicamente previstos. Meio de Prova Artigos Ata Notarial Art. 384 Depoimento pessoal Arts. 385 a 388 Confissão Arts. 389 a 395 Exibição de documento ou coisa Arts. 396 a 404 Documental Arts. 405 a 441 Testemunhal Arts. 442 a 463 Pericial Arts. 464 a 480 Inspeção Judicial Arts. 481 a 484 DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO 1) ATA NOTARIAL É o instrumento público no qual o tabelião faz consignar algum fato que presenciou ou cuja ocorrência verificou e se confirmou. Exemplo: Utilização de ata notarial nos procedimentos de Usucapião Extrajudicial, para comprovação da posse e enquadramento do imóvel nos requisitos legais. "Ação de indenização. Dano moral. Recebimento de mensagem por aplicativo. Ausência de prova da origem das mensagens. Prints juntados desacompanhados de ata notarial. Aplicação do artigo 384 do CPC. Alegação de ato indevido praticado por preposto da ré quando da aplicação de injeção. Ausência de provas sobre o alegado. Improcedência da ação. Recurso da autora improvido." (TJ-SP - AC: 10001535320188260012 SP 1000153-53.2018.8.26.0012, Relator: Ruy Coppola, Data de Julgamento: 27/11/2019, 32ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 27/11/2019). DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO 2) DEPOIMENTO PESSOAL O depoimento pessoal é a declaração verbal, realizada perante o juiz, em audiência de instrução e julgamento, colhida em razão do requerimento da parte adversa. Tem por objetivo o esclarecimento de fatos, bem como a obtenção da confissão. 3) CONFISSÃO É a declaração da parte que admite a verdade de um fato contrário ao seu interesse, e favorável à parte contrária. Requisitos da Confissão: a) Capacidade plena do confitente A confissão feita por pessoal absolutamente ou relativamente incapaz é ineficaz. Art. 392, § 1º A confissão será ineficaz se feita por quem não for capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confessados. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO b) Que não haja necessidade de prova escrita (forma especial) Exemplo: Para se provar a propriedade de um imóvel é necessário a matrícula do registro do imóvel perante o CRI. Neste caso não servirá como prova da propriedade a mera confissão c) Direito disponível Art. 392. Não vale como confissão a admissão, em juízo, de fatos relativos a direitos indisponíveis. IRREVOGABILIDADE E ANULABILIDADE DA CONFISSÃO Conforme dispõe o artigo 393 do CPC, a confissão é irrevogável, mas pode ser anulada se decorreu de erro de fato ou de coação. 4) EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO OU COISA É a apresentação, por ordem do juiz, de documento ou coisa que se encontre em poder da parte ou de terceiros, e que se mostra imprescindível para provar um fato alegado no processo. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO Exemplo: A pretende provar determinado fato, que foi registrado pelas câmeras de filmagem de posse da parte contrária, ou de terceiro (um comércio, por exemplo). ESCUSAS LEGÍTIMAS Conforme dispõe o artigo 404 do CPC, é possível à parte recursar-se de apresentar o documento/coisa: Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o documento ou a coisa se: I - concernente a negócios da própria vida da família; II - sua apresentação puder violar dever de honra; III - sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro, bem como a seus parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau, ou lhes representar perigo de ação penal; IV - sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por estado ou profissão, devam guardar segredo; V - subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio do juiz, justifiquem a recusa da exibição; VI - houver disposição legal que justifique a recusa da exibição. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO OBSERVAÇÕES: 1) Caso a parte não apresente o documento, ou o juiz não aceite sua escusa, o juiz considerará como se o documento estivesse sido entregue, e, portanto, que a alegação da parte que requereu a exibição é verdadeira. (CPC, Art. 400) 2) O juiz pode também utilizar-se de medidas coercitivas para a obtenção do documento ou coisa, como, por exemplo, o mandado de busca e apreensão. (CPC, Art. 400, § único) 3) Se o terceiro, citado para entregar o documento/a coisa, descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força policial, sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência, pagamento de multa e outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar a efetivação da decisão. (CPC, Art. 403, § único) Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia provar se: I - o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração no prazo do art. 398 ; DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO II - a recusa for havida por ilegítima. Art. 400, Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o documento seja exibido. Art. 403, Parágrafo único. Se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força policial, sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência, pagamento de multa e outras medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub- rogatórias necessárias para assegurar a efetivação da decisão. 5) PROVA DOCUMENTAL São consideradas provas documentais aquelas que, por si só, puderemcomprovar o fato. Exemplo: Fotografias, vídeos, papel escrito, imagens, certidões, documentos contábeis e empresariais. Art. 422. Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, a cinematográfica, a fonográfica ou de outra espécie, tem aptidão para fazer prova dos fatos ou das coisas representadas, se a sua conformidade com o documento original não for impugnada por aquele contra quem foi produzida. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO Os documentos poderão ser públicos ou particulares. As provas documentais deverão ser apresentadas na Inicial, pelo autor; e na Contestação, pelo réu. Se ocorrerem fatos posteriores à apresentação da Inicial ou da Contestação, ou se houver fatos que somente se tornaram conhecidos depois, as partes poderão juntar os documentos novos (ulteriores), justificando ao juiz o motivo pelo qual não apresentou antes. Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinados a provar suas alegações. Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos. Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5º . DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO ARGUIÇÃO DE FALSIDADE Identificando a falsidade do documento, a parte contrária poderá argui-la ao juiz. Art. 430. A falsidade deve ser suscitada na contestação, na réplica ou no prazo de 15 (quinze) dias, contado a partir da intimação da juntada do documento aos autos. Nesta hipótese, o juiz dará, primeiramente, a oportunidade da parte que apresentou o documento se manifestar ou retirar o documento dos autos. Caso a parte não retire o documento dos autos, o juiz determinará prova pericial para comprovar a falsidade arguida. Art. 432. Depois de ouvida a outra parte no prazo de 15 (quinze) dias, será realizado o exame pericial. Parágrafo único. Não se procederá ao exame pericial se a parte que produziu o documento concordar em retirá-lo. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO DOCUMENTOS ELETRÔNICOS Serão admitidos documentos eletrônicos produzidos e conservados com a observância da legislação específica. (CPC, Art. 441) Se os autos forem físicos, a utilização de documentos eletrônicos dependerá de sua conversão à forma impressa e da verificação de sua autenticidade. (CPC, Art. 439) 6) PROVA TESTEMUNHAL A prova testemunhal consiste no depoimento de uma terceira pessoa sobre os fatos relacionados ao processo. As testemunhas prestarão depoimento pessoalmente em audiência de instrução e julgamento, ou poderão ser ouvidas por Videoconferência, mediante recurso tecnológico de transmissão e recepção de som e imagem, ou por Carta Precatória ou Rogatória, cujo depoimento será reduzido a termo e juntado aos autos. (CPC, Arts. 453, caput e §§ 1º e 2º). DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO As pessoas listadas no artigo 454 serão inquiridas em sua residência ou onde exercerem sua função. Exemplo: Presidente, ministro de estado, ministro do STF, etc. PESSOAS QUE NÃO PODEM SERVIR COMO TESTEMUNHAS O artigo 447 do CPC traz a relação de pessoas que não poderão servir de testemunhas no processo civil, em vitude de INCAPACIDADE, IMPEDIMENTO E SUSPEIÇÃO. OBSERVAÇÃO: Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores, impedidas ou suspeitas. (CPC, Art. 447, § 4º) Art. 447. Podem depor como testemunhas todas as pessoas, exceto as incapazes, impedidas ou suspeitas. § 1º São incapazes: I - o interdito por enfermidade ou deficiência mental; II - o que, acometido por enfermidade ou retardamento mental, ao tempo em que ocorreram os fatos, não podia discerni-los, ou, ao tempo em que deve depor, não está habilitado a transmitir as percepções; DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO III - o que tiver menos de 16 (dezesseis) anos; IV - o cego e o surdo, quando a ciência do fato depender dos sentidos que lhes faltam. § 2º São impedidos: I - o cônjuge, o companheiro, o ascendente e o descendente em qualquer grau e o colateral, até o terceiro grau, de alguma das partes, por consanguinidade ou afinidade, salvo se o exigir o interesse público ou, tratando-se de causa relativa ao estado da pessoa, não se puder obter de outro modo a prova que o juiz repute necessária ao julgamento do mérito; II - o que é parte na causa; III - o que intervém em nome de uma parte, como o tutor, o representante legal da pessoa jurídica, o juiz, o advogado e outros que assistam ou tenham assistido as partes. § 3º São suspeitos: I - o inimigo da parte ou o seu amigo íntimo; II - o que tiver interesse no litígio. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO § 4º Sendo necessário, pode o juiz admitir o depoimento das testemunhas menores, impedidas ou suspeitas. § 5º Os depoimentos referidos no § 4º serão prestados independentemente de compromisso, e o juiz lhes atribuirá o valor que possam merecer. FATOS QUE A TESTEMUNHA PODE SE RECUSAR A DEPOR O artigo 448 do CPC traz a relação de fatos sobre os quais a testemunha pode se recusar a depor: Art. 448. A testemunha não é obrigada a depor sobre fatos: I - que lhe acarretem grave dano, bem como ao seu cônjuge ou companheiro e aos seus parentes consanguíneos ou afins, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau; II - a cujo respeito, por estado ou profissão, deva guardar sigilo. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO OBSERVAÇÕES: 1) A testemunha deve prestar compromisso de dizer a verdade, sob pena de responder criminalmente por falso testemunho. (CPC, Art. 458 caput e § único) 2) Na hipótese de incapacidade, impedimento ou suspeição da testemunha, a parte contrária poderá contestar aquela testemunha. É a denominada CONTRADITA DA TESTEMUNHA. (CPC, Art. 457) 7) PROVA PERICIAL A prova pericial consiste no meio de prova que exige conhecimentos técnicos ou científicos sobre determinado fato apresentado no processo. Para realização da perícia o juiz nomeará um profissional especializado no assunto que se discute, o denominado Perito, e fixará o prazo para entrega do laudo. (CPC, Art. 465) Ao receber a intimação, o perito apresentará sua proposta de honorários, no prazo de 5 dias, acompanhado de seu currículo e seus contatos. (CPC, Art. 465, § 2º) DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO As partes poderão impugnar o valor dos honorários apresentados pelo perito, hipótese em que o juiz analisará o cabimento da impugnação, podendo manter ou arbitrar outro. (CPC, Art. 465, § 3º) Nos termos do artigo 464, a prova pericial poderá sedar por meio de: Exame Análise que recai sobre pessoas, bem móveis, semoventes e documentos. Vistoria Análise que recai sobre bens imóveis. Avaliação ou Arbitramento Fixação de valor ou percentual em dinheiro. As partes poderão apresentar quesitos (perguntas que serão respondidas pelo perito em seu laudo), bem como nomear Assistentes Técnicos, profissionais da área da perícia, de suas confianças, para acompanhar os trabalhos do perito e auxiliá-las na formulação de quesitos suplementares, após o laudo pericial. (CPC, Art. 466, §§ 1º e 2º e 469) 8) INSPEÇÃO JUDICIAL A Inspeção Judicial é o meio de prova pelo qual o próprio juiz realiza o exame sobre pessoas ou coisas, com o fim de esclarecer os fatos. DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO A Inspeção Judicial pode ser requerida pelas partes, ou determinada de ofício pelo próprio juiz. Art. 481. O juiz, de ofício ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse à decisão da causa. Conforme dispõe o artigo 483, o juiz poderá ir até o local (inclusive assistido por um ou mais peritos – Art. 482) onde se encontre a pessoa ou a coisa a ser inspecionada, quando: I - julgar necessário para a melhor verificação ou interpretação dos fatos que deva observar; II - a coisa não puder ser apresentada em juízo sem consideráveis despesas ou graves dificuldades; III - determinar a reconstituição dos fatos. Exemplo: Inspeção Judicial em pessoa que se encontra internada, para fins de comprovação dos danos causados, objetos da ação de indenização/ou de benefício previdenciário. As partes têm sempre direito a assistir à inspeção, prestando esclarecimentos e fazendo observações que considerem de interesse para a causa. (CPC, Art. 483, § único) DIREITO PROCESSUAL CIVIL CONHECIMENTO E PROCESSO ELETRÔNICO PROC. ELETRÔNICO, SUJEITOS E TUTELAS PROF. JULIANA M.T.M. CORDEIRO Concluída a diligência, o juiz mandará lavrar auto circunstanciado, mencionando nele tudo quanto for útil ao julgamento da causa. (CPC, Art. 484)