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Profa. Ma. Tânia Trajano
UNIDADE I
Estado, Poder e Cidadania
Ao término da disciplina, você deverá estar apto a:
 discorrer sobre os conceitos básicos da ciência política;
 sua relação com o poder;
 o aparecimento do Estado e suas formas de presença e de governo.
 Todos esses pontos são fundamentais para a formação dos profissionais das áreas de 
comunicação (jornalistas e publicitários) e de marketing, independentemente dos campos
de atuação.
Sobre a nossa disciplina
 Vamos analisar diversos fatos da nossa história, mas nosso foco são os processos 
históricos.
 Como veremos, eles são fundamentais para que compreendamos a dinâmica dos 
acontecimentos políticos a partir da análise do poder e de sua manifestação em 
determinada conjuntura histórica.
 Nesta unidade abordamos diferentes aspectos sobre conceitos básicos da política e 
suas principais teorias.
 Analisamos, ainda, a origem e a natureza do Estado, seus 
tipos, suas características principais e sua relação com 
diversos aspectos que aparecem na construção e na 
composição de um governo.
Sobre a nossa disciplina
Ainda nesta aula vamos analisar as principais teorias políticas:
 Nicolau Maquiavel.
 Thomas Hobbes.
 John Locke.
 Jean-Jacques Rousseau.
 Esses teóricos são fundamentais para compreender a relação entre o Estado e a sociedade 
civil, tendo como um de seus resultados o advento dos regimes políticos.
Sobre a nossa disciplina
Contribuições da filosofia e da ciência política moderna:
 A questão política passou a ser concretamente uma preocupação básica a partir da 
Antiguidade Clássica Grega, com claras contribuições de Sócrates e, principalmente, de 
Platão e de Aristóteles.
 Platão (428 a.C. – 348 a.C.) e seu discípulo Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) são 
considerados os criadores da filosofia política. 
 Platão deixou diversas obras em que discute as bases conceituais da organização política 
e social do Estado, como o diálogo A República, escrito por volta de 370 a.C., em que 
preconizava a estruturação da pólis. 
 Para Aristóteles, a política foi associada à noção de poder e 
nela deve haver a prática da justiça e o ato de julgar.
Conceitos básicos
Por que precisamos estudar esses autores?
 As teorias políticas, principalmente dos clássicos, permanecem e ultrapassam o seu tempo.
 Na prática, isso significa que muitos conceitos desenvolvidos naquele momento, quando se 
pensava na estruturação da organização da vida em sociedade, serviram de base para a 
configuração da ciência política.
 Vamos entender melhor esse processo no decorrer da disciplina. Por ora, uma questão 
importante: os modelos desenvolvidos na Grécia e em Roma foram bem importantes para a 
formação que temos até hoje. 
 Em outras sociedades orientais, como a China Antiga, a Índia 
e a Pérsia, historicamente bem mais antigas do que a 
sociedade grega, a questão política não aparecia de maneira 
direta, como na realidade grega, pois as principais ideias 
daquelas sociedades eram relacionadas à subordinação em 
relação aos valores e às crenças religiosas.
Conceitos básicos
Política
Tem diferentes significados, dependendo do contexto. O termo pode se referir:
 à ação dos governantes;
 às práticas ou atividades exercidas pelos denominados políticos profissionais;
 às práticas das empresas e suas ações administrativas, quando dizem respeito, por 
exemplo, às determinações da diretoria da empresa que caracterizam o que é praticada
por ela;
 às práticas das diversas organizações em sua atuação concreta, como a atuação de uma 
organização educacional ou religiosa;
 a determinados comportamentos, os positivos e os 
considerados problemáticos;
 a tudo o que diz respeito à vida pública.
Conceitos básicos
Política
 No sentido generalizado do termo, como será trabalhado na disciplina, a noção de política é 
aplicada a tudo que diz respeito ao poder, ou mando, ou seja, ao exercício ou à expressão 
do poder, envolvendo relações de poder.
Outra questão importante para entender o conceito:
 A expressão “política” advém da Grécia Antiga, associada à formação da pólis, das cidades-
estado, ou seja, à arte de governar a cidade.
 Na Ágora, com discussões sobre os problemas da pólis em 
praça pública, praticava-se a política. Por isso, na concepção 
grega, a noção de política apresentava duplo sentido: o 
sentido político, enquanto discussão sobre a pólis, e o sentido 
social, isto é, viver em sociedade.
Conceitos básicos
Poder
 Conceito intimamente relacionado ao de política.
 Na teoria política é considerado o fator básico e universal.
 O que isso significa? Que o processo político é definido como a formação, a distribuição e o 
exercício do poder. 
 Assim, podemos dizer que a teoria política estuda a manifestação do poder, relacionada à 
autoridade, força e potência política. 
 O conceito de poder é fundamental, também, para que compreendamos o aparecimento do 
Estado, como analisaremos no final desta unidade.
Conceitos básicos
Poder
Diversos autores analisam essa questão do poder, mas é importante atentar para essa 
definição: na esfera propriamente política, identificamos diferentes formas de poder, que 
interferem nos tipos de relações. Para diversos autores, em uma concepção mais atual e 
mais utilizada, há três tipos ou formas de poder: 
 o poder econômico, que reflete a desigual posse de bens econômicos necessários e posse 
de capital;
 o poder político;
 o poder ideológico.
Conceitos básicos
Relações de poder
 A análise da política e do poder conduz, automaticamente, à compreensão crítica das 
relações de poder.
 Entender essas relações é compreender como ocorrem as relações entre os que detêm o 
poder e os que a ele estão subordinados, em diferentes situações de mando. 
 Uma abordagem mais completa sobre as relações de poder significa identificar como elas 
ocorrem e quem são seus concretos participantes, ou seja, seus atores e as partes 
politicamente envolvidas.
 Na política, há uma relação na qual um dos lados obtém do 
outro lado determinado comportamento. Na teoria política é 
fundamental procurar as razões que fazem determinados 
agentes sociais controlarem o poder e as relações dele 
emanadas. Vamos analisar melhor isso nos próximos tópicos.
Conceitos básicos
 A melhor compreensão sobre as origens da luta por maior igualdade social tem relação com 
questões sobre a cidadania. 
 Assim, de maneira didática, essa luta origina-se na Antiguidade Clássica, ou seja, no mundo 
grego e no mundo romano.
 Grécia – Ágora – desigualdade social – limitações à participação de determinados setores da 
sociedade daquela época.
 Mundo romano – o conceito de “civitas” nasceu associado ao sentido de cidadão, ou seja, ao 
morador da cidade. Grande poder dos patrícios, camada social dominante, principalmente 
sobre os plebeus, camada social subordinada aos patrícios, e os escravos, situação que 
caracterizava profunda desigualdade social.
 Na fase da República Romana (séc.VI ao I a.C.), desenvolve-
se a citada noção de res publicis, caracterizando um bem
comum, público, como no sentido atual de algo coletivo,
ou seja, republicano.
Origens da luta por maior igualdade social e sua relação com a cidadania
Sobre a noção de política, analise as afirmativas e indique a falsa:
a) No sentido generalizado, a noção de política é aplicada a tudo que diz respeito ao poder 
ou mando.
b) A expressão “política” advém da Grécia Antiga, associada à formação da pólis, das 
cidades-estado, ou seja, à arte de governar a cidade. 
c) Na denominada Ágora, com discussões sobre os problemas da pólis em praça pública, 
ainda não se praticava, propriamente, o que entendemos por política. 
d) Na concepção grega, a noção de política apresentava duplo 
sentido: o sentido político, enquanto discussão sobre a pólis, 
e o sentido social, isto é, viver em sociedade. 
e) Na Grécia já estava colocadaa questão de que todos 
praticam e exercem a política, com diferentes conotações.
Interatividade
Sobre a noção de política, analise as afirmativas e indique a falsa:
a) No sentido generalizado, a noção de política é aplicada a tudo que diz respeito ao poder, 
ou mando.
b) A expressão “política” advém da Grécia Antiga, associada à formação da pólis, das 
cidades-estado, ou seja, à arte de governar a cidade. 
c) Na denominada Ágora, com discussões sobre os problemas da pólis em praça pública, 
ainda não se praticava, propriamente, o que entendemos por política. 
d) Na concepção grega, a noção de política apresentava duplo 
sentido: o sentido político, enquanto discussão sobre a pólis, 
e o sentido social, isto é, viver em sociedade. 
e) Na Grécia já estava colocada a questão de que todos 
praticam e exercem a política, com diferentes conotações.
Resposta
Sobre o uso do termo Estado:
 Na Grécia Antiga, durante muito tempo, não havia a concepção de Estado propriamente 
dita: a prática política referia-se à polis, isto é, à cidade-estado.
 A expressão Estado vem da palavra latina status, que caracteriza determinada situação, 
como estar parado.
 No final da Idade Média, o termo Estado começou a ser aplicado de maneira mais frequente. 
Com o processo de formação da modernidade, na Renascença, o termo Estado foi sendo 
gradativamente adotado. 
 Na obra O Príncipe, de Maquiavel, o termo aparece já 
consolidado, relacionado ao aparecimento do denominado 
Estado Moderno e a uma forma de domínio que, segundo 
o autor, podia aparecer com três tipos: o principado,
o aristocrático e o popular. A afirmação da expressão, 
portanto, deu-se com o advento do Estado Moderno, 
principalmente a partir do século 16.
Origem e natureza do Estado
 Na teoria política há diferentes concepções sobre o significado de Estado, de acordo com 
diversos autores.
 A concepção mais ampla e atualmente mais aplicada sobre o Estado diz respeito ao conjunto 
de órgãos ou de aparelhos administrativos, jurídicos, de segurança, técnicos e políticos, 
propriamente ditos, que atuam em nome de determinados agentes sociais coletivos.
 Para os indivíduos que compõem uma sociedade, de modo 
geral, o Estado aparece como um poder de mando, de 
dominação, e de um governo, mesmo que de forma difusa
e incompleta.
Concepções sobre o Estado
 Desde a Antiguidade Grega encontramos referências indiretas à origem do Estado.
 Para Aristóteles (séc. IV a.C.), em sua clássica obra Política, o Estado existe por natureza. 
Não é, assim, instituído pelos homens e é anterior a cada um dos indivíduos.
 Em outras colocações, o surgimento do Estado é apontado com a dissolução da comunidade 
primitiva e a formação de comunidades mais complexas, derivadas da união de vários 
grupos familiares por razões de sobrevivência.
 Essa forma de concepção apresenta relação com as propostas que serão analisadas na 
contribuição de Jean-Jacques Rousseau.
 Para Marx, em sua obra O Capital, o Estado surgiu quando a 
propriedade coletiva dos meios de produção, basicamente da 
terra, passou a ser privada, o que caracterizou uma nova 
estrutura de classes sociais.
 Para o autor, portanto, o Estado é um instrumento das 
contradições e do antagonismo das classes sociais, refletindo-
as em relação a aspectos econômicos, políticos e culturais.
Origem histórica do Estado
 Atualmente, a origem histórica do Estado aparece associada a uma dupla abordagem, 
mencionada a seguir:
a) Abordagem jurídica:
 de acordo com essa abordagem, o Estado surge com o ordenamento legal, responsável 
pela produção das leis e pelo estabelecimento das normas jurídicas. Essa abordagem está 
relacionada à doutrina geral do Estado.
b) Abordagem sociológica (também colocada como uma 
abordagem histórico-estrutural): 
 nessa abordagem, o Estado aparece como uma organização 
que não pode ser dissociada das demais relações de uma 
estrutura social, ou seja, da estrutura econômica e da estrutura 
cultural. Essa abordagem está relacionada à ciência política e 
à doutrina social do Estado.
Origem histórica do Estado
 Todo Estado tem seus correspondentes aparelhos, que constituem o governo: aparelhos 
administrativos, técnicos, jurídicos, políticos e de segurança.
 Na passagem do Estado feudal, caracterizado pela grande descentralização política, para o 
Estado moderno, unificado, houve a ampliação do quadro de funcionários, inclusive com a 
formação do exército nacional, fator que garantiu o absolutismo político.
 O auge dessa característica do Estado moderno absolutista ocorreu na França, com o rei 
Luís XIV, de 1643-1715, denominado “Rei Sol”, com a formação do grande aparato 
administrativo do Estado.
 Não devemos confundir os aparelhos de Estado com o poder 
de Estado. Os aparelhos de Estado dizem respeito a um 
conjunto de órgãos dirigidos pelos mais diversos funcionários 
do governo e que compõem a burocracia do Estado. Esses 
órgãos não detêm o poder, mas exercem esse poder em nome 
de determinada classe social, que controla o Estado.
Aparelhos e órgãos do Estado: constituição do governo
 Os membros que fazem parte do Estado, em determinadas condições históricas específicas, 
podem ganhar certa autonomia, como ocorreu no Brasil, após 1964, com a burocracia civil-
militar, que ocupou o denominado bloco no poder.
 Na realidade política brasileira, com o golpe de 1964, esse bloco político era formado pela 
burguesia nacional e por latifundiários, além de manter relação com a burguesia 
internacional, contando com o apoio dos militares.
 Após 1964, esse bloco no poder passou a ter acentuada autonomia político-econômica sobre 
a sociedade civil e sobre o capital privado, acentuando o poder político do Estado, que foi 
caminhando para uma crescente ditadura.
 Para o sociólogo norte-americano C. Wright Mills, em sua obra 
A elite do poder, essa classe política que se solidifica no poder 
constitui o que ele denominou de “elite do poder”.
Aparelhos e órgãos do Estado: constituição do governo
 Para que exista, de fato, um Estado, são necessários três elementos básicos e 
obrigatoriamente complementares: o povo, o território e a soberania (AZAMBUJA, 2008). 
 O povo está relacionado à ideia de uma nação.
Aqui, cabe uma diferenciação entre as expressões Estado e nação:
 Estado é um conceito político;
 Nação é um conceito cultural, que se refere a uma base e à identificação de valores, práticas 
simbólicas fundamentais e aspirações culturais comuns;
 Estados que englobavam mais de uma nação e cultura, como 
o caso da antiga Iugoslávia, que envolvia, mesmo depois da 
Segunda Guerra Mundial, vários povos, que são 
independentes desde 1991: Sérvia, Croácia, Bósnia-
Herzegovina, Montenegro, Macedônia, Eslovênia e Kosovo;
 Outro exemplo: Catalunha, na Espanha;
 Outras questões importantes: território geográfico
e soberania.
Elementos constitutivos do Estado
 Na teoria política, há diferentes critérios para categorizar os diversos tipos de Estados, dos 
quais destacamos apenas alguns, como o Estado feudal, caracterizado pela grande 
descentralização do poder, à medida que era exercido pelos senhores feudais, da nobreza e 
do alto clero. O oposto foi o Estado absolutista no mundo moderno, defendido por autores, 
como Jacques Bossuet, bispo e teórico francês do século XVII, com base no suposto Direito 
Divino dos Reis. Essa doutrina dava legitimidade ao poder centralizado nas mãos dos 
monarcas sob a alegação de que ele provinha de Deus, como ocorreu, por exemplo, na 
França de Luís XIV.
 Outro tipo de Estado é o representativo, que surgiu como 
resultado da Revolução Francesa e passou a fortalecer o 
poder legislativo, composto por representantes do povo. É 
o que ocorre no Estado brasileiro, no qual esse poder é 
representado pelo Congresso Nacional, constituído pela 
Câmara Federal e pelo Senado da República.
 Outros critérios estabelecema diferença entre o Estado 
religioso e o Estado laico.
Formas ou tipos de Estados
 Há classificações clássicas em relação às formas de governo, porém, a mais utilizada 
atualmente é a que apresenta dois tipos de governo, tendo como referência principal a 
colocação de Maquiavel, em sua obra O Príncipe, apresentada a seguir.
a) Monarquia, que pode ser direta e hereditária, sem parlamentarismo e com 
parlamentarismo, com forte presença do Parlamento, como nos casos da Inglaterra, 
Espanha, Holanda, Suécia, entre outros.
b) República, que pode ser presidencialista, como no Brasil, na 
Argentina, no Chile, no México e nos Estados Unidos, entre 
outros exemplos, ou parlamentarista, que pode ser de 
diferentes modelos, mas sempre com o poder executivo 
exercido por um primeiro-ministro, como nos casos da Itália, 
de Portugal e da Alemanha, entre outras nações.
Formas e classificação de governo
 Sobre a origem: ela está relacionada a agrupamentos políticos que se formaram durante 
movimentos sociais importantes. 
 Alguns desses agrupamentos primordiais, que posteriormente resultaram na formação de 
partidos políticos, surgiram na Inglaterra, no século XVII, com os Tories (conservadores) e 
os Whigs (mais liberais).
 Respectivamente, os dois grupos deram origem aos conhecidos partidos Conservador e 
Trabalhista, que há mais de um século se alternam na indicação do primeiro-ministro inglês 
(BURNS, 1964).
 Outro exemplo de formação dos partidos políticos ocorre na 
França: na pós Revolução Francesa temos a formação de 
diversos grupos políticos na Assembleia Constituinte, como os 
jacobinos (radicais populistas) e os girondinos (apoiadores da 
aristocracia), que mais tarde deram origem aos partidos liberal 
e conservador naquele país.
Estado e partidos políticos
 Nos Estados Unidos, logo após a independência de 1776, houve a formação dos primeiros 
grupos políticos que, no século XIX, deram origem à formação dos principais e atuais 
partidos, o Partido Republicano e o Partido Democrático, entre outros. 
 De modo geral, os partidos políticos têm um programa, ou uma carta programática, em que 
há certa identidade ideológica ou de interesses.
 Atenção: os partidos políticos são organizações que caracterizam a sociedade civil, e não o 
Estado em si.
 Historicamente, o fortalecimento da estrutura partidária ocorreu com o advento da luta pelo 
sufrágio universal, incluindo o voto feminino, e da luta pela democracia parlamentar, que, 
em muitos casos, deu origem ao parlamentarismo. 
 Um aspecto específico diz respeito a determinados Estados 
totalitários e ditatoriais que garantem a existência de partidos 
plenamente controlados pelo poder central, como na
China atual.
Estado e partidos políticos
Segundo Maurice Duverger, há uma classificação dos partidos políticos que se apresentam 
nos tipos descritos a seguir: 
a) Partidos conservadores: organização política já existente e não propõem alterações 
estruturais fundamentais.
b) Partidos reformistas: visam alterações político-sociais, sem grandes alterações estruturais; 
aceitam determinadas reformas políticas, de modo geral, mais liberais.
c) Partidos revolucionários: desejam modificar a organização política e social mais 
abrangente, alterando a essência das bases estruturais, com a proposta de mudanças 
básicas e estruturais significativas.
d) Partidos reacionários: propõem medidas políticas voltadas 
ao passado político, sendo radicalmente contra as reformas 
básicas e alterações fundamentais. De certa maneira, podem 
caracterizar um tipo de retrocesso político.
Estado e partidos políticos
 Referência: Brasil: uma biografia, de Schwarcz e Starling (2018).
No Império brasileiro houve a formação dos grupos políticos:
 1º Reinado (moderados, exaltados e revolucionários);
 2º Reinado – bipartidarismo, com o Partido Liberal e o Partido Conservador, relacionados à 
grande fragilidade e superficialidade ideológica.
 Primeira República ou República Velha (1889-1930) – subdivisão do Partido Republicano em 
Partido Republicano Paulista, Partido Republicano Mineiro, entre outros.
 Em 1922 houve o surgimento do PCB (Partido Comunista Brasileiro), que logo foi reprimido e 
suprimido.
 Na fase getulista (1930-1945), após o golpe de 1937, que deu 
origem ao período ditatorial do Estado Novo, ocorreu a 
dissolução dos partidos políticos. Havia, apenas, os partidos 
clandestinos, como o Integralista (neofascista) e o Comunista.
 Foi durante o governo Vargas que surgiu a Justiça Eleitoral, 
em decorrência de pressões políticas.
Partidos políticos no Brasil 
 O pluripartidarismo voltou no período de redemocratização, de 1945 a 1964. No entanto, 
não se observava uma clara definição ideológica entre os partidos políticos.
 Durante a ditadura civil-militar (1964-1985), com o Ato Institucional n. 2 (AI 2), foram 
permitidos apenas dois partidos: a Arena – Aliança de Renovação Nacional (governamental) 
e o MDB – Movimento da Democracia Brasileira (oposição).
 Com a Constituição de 1988 e com as garantias constitucionais para a formação partidária 
dela decorrentes, o multipartidarismo retornou. Hoje, registra-se a existência de mais de 30 
partidos políticos, de onde decorre grande fragilidade ideológica.
 No confuso quadro partidário atual, há os denominados 
“partidos nanicos” e os denominados “partidos de aluguel”: 
muitos deles participam de um jogo político que serve de 
massa de manobra para os grandes partidos políticos, 
principalmente em épocas eleitorais e na composição do 
Congresso Nacional.
Partidos políticos no Brasil 
Atualmente, a origem histórica do Estado aparece associada a uma dupla abordagem. Quais 
são elas?
a) Abordagem econômica e abordagem social.
b) Abordagem privada e abordagem pública.
c) Abordagem jurídica e abordagem sociológica.
d) Abordagem histórico-estrutural e abordagem histórico-social
e) Abordagem aristocrática e abordagem popular.
Interatividade
Atualmente, a origem histórica do Estado aparece associada a uma dupla abordagem. Quais 
são elas?
a) Abordagem econômica e abordagem social.
b) Abordagem privada e abordagem pública.
c) Abordagem jurídica e abordagem sociológica.
d) Abordagem histórico-estrutural e abordagem histórico-social
e) Abordagem aristocrática e abordagem popular.
Resposta
 Veremos agora os principais conceitos e teorias que fornecem fundamentos para 
entendermos a estrutura política de uma sociedade e seus principais fatores e
processos históricos.
 Começamos com Maquiavel, considerado “o pai da moderna ciência política”.
 Passagem da filosofia política para a ciência política, ao publicar, em 1513, a obra 
O Príncipe, termo que se referia a qualquer governante, de forma genérica.
Alguns pontos importantes para entendermos sua obra:
 Ele abordou a política de forma realista e com forte 
embasamento no levantamento de dados e nas
pesquisas históricas.
 Retomou explicações de Aristóteles, analisando a política 
a partir da presença do poder, considerado o objetivo último 
da política, demonstrando que ele pode ser atingido por
diversos meios.
Principais teorias políticas e formação do Estado Nacional
Maquiavel analisa a relação do príncipe ideal com o poder e didaticamente explicita essa 
relação por intermédio de importantes aspectos:
 como adquirir, conservar e manter o poder;
 como ampliar e conquistar maior poder;
 quais são as razões que explicam a perda do poder.
Há maneiras básicas para se adquirir o poder:
 pela “virtù” e pela fortuna;
 pelo uso das próprias armas;
 pelo uso das armas alheias;
 pela perversidade.
Maquiavel
 Para manter-se no poder, o governante deve saber persuadir os cidadãos, mas, se for 
preciso, deve obrigá-los a ceder pela força, ou seja, pelo uso das armas.
 O governante deve também saber dissimular, mas não ser neutro. Deve saber ouvir, mas 
não se submeter. Deve desvincular-seda influência religiosa e ter postura laica.
 Para o pensador italiano, o bom político, ou seja, o príncipe, é aquele que consegue 
identificar os conflitos para melhor atuar sobre eles com eficácia. 
 As explicações de Maquiavel já foram consideradas como argumentos em favor dos 
governantes absolutistas, mas tal colocação não procede, visto que o autor combate em 
seu livro o líder tirano ou despótico, que se utiliza do poder para seu interesse próprio. 
 Em relação ao tipo de governo, Maquiavel admitiu preferência 
pela forma republicana de governo à forma monárquica.
Maquiavel
 Há, praticamente, três principais teorias políticas consideradas contratualistas. São propostas 
teóricas diferentes, mas didaticamente têm por referência e ponto comum variadas análises 
sobre o denominado estado de natureza e as diversas propostas da elaboração de um 
contrato entre os cidadãos e o soberano/Estado. 
 Esses aspectos, que explicam a origem do Estado, serão abordados por diferentes lógicas e 
explicações de três filósofos políticos, cada um com os seus pontos de vista particulares: 
Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau.
Analisando os três autores contratualistas, didaticamente 
podemos dizer que:
 Hobbes defendeu a criação de um Estado absolutista/Locke 
defendeu a criação de um Estado liberal e parlamentarista/ 
Rousseau defendeu a criação de um Estado democrático.
 Vamos entender as principais ideias de cada um nos
próximos tópicos.
Teorias políticas contratualistas
 Para Hobbes, no estado de natureza, os homens vivem em luta permanente, há a guerra de 
todos os homens contra os seus semelhantes.
 Daí decorre a frase “o homem é o lobo do homem”.
 Para o filósofo, o homem no estado de natureza não é um selvagem nem um anormal, mas 
tem sua vida social marcada por discórdias que criam um permanente conflito.
 Os motivos da discórdia? A competição, a desconfiança e a glória.
Qual é a saída?
 Estabelecer um contrato ou um pacto, para colocar fim à 
violência predominante e à continuidade da anarquia. Para 
ele, com o estabelecimento de um contrato social, os homens 
renunciam aos seus direitos, delegando-os a um soberano, 
que passa a ter poder absoluto, o que lança as bases 
racionais para um Estado absolutista, no qual todos os 
indivíduos são súditos de um único governante.
Thomas Hobbes (1588-1679)
 O soberano absolutista governa pelo temor, para o bem da coletividade, pela grande defesa 
da propriedade privada e pelo controle das terras e demais bens.
 Entre as suas obrigações, o soberano deve preservar a fé e a moral cristãs.
 As leis devem ter por base as Sagradas Escrituras e as leis divinas, e o monarca deve evitar 
discussões religiosas, para que a sua soberania não seja abalada.
 Hobbes colocava a política acima da moral e da religião.
 A ausência de uma autoridade absoluta acaba levando à dissolução do Estado, com o 
consequente retorno ao caos do estado de natureza. 
 A teoria desenvolvida por Hobbes deu forma, fundamento e 
estrutura ao absolutismo inglês, que teve forte presença até a 
Revolução Gloriosa, de 1688, que defendeu uma forma liberal 
de Estado.
Thomas Hobbes (1588-1679)
 Locke foi um dos criadores do liberalismo político, com específicas características, aspecto 
que influenciou outros movimentos políticos posteriores.
 Para o autor, no estado de natureza, não há a luta de todos contra todos, conforme defendia 
Hobbes, pois os homens são livres, iguais e dotados de razão e de vontades próprias. 
 Em sua concepção, no estado de natureza, havia perfeita liberdade, igualdade e harmonia, e 
uma pessoa não podia prejudicar os demais. Mas cada um era juiz em causa própria, 
gerando, consequentemente, riscos de paixões e parcialidade, e os interesses individuais 
acabavam muitas vezes ferindo os interesses coletivos. 
 Com o surgimento do dinheiro, da moeda e do 
desenvolvimento do comércio, agravou-se a desigualdade 
social, marcada pela alteração da concentração de renda entre 
os homens. Locke explicitou que havia ausência de leis 
básicas que evitassem o conflito, o que gerava incertezas e 
instabilidades, e gerava um clima de guerra entre os homens.
John Locke (1632-1704)
 Nessa situação, conforme a explicação de Locke, houve a necessidade de se encontrar uma 
solução política: os homens estabeleceram um contrato social, que deu origem à sociedade 
civil e foi a base para o Estado liberal (WEFFORT, 2006). 
 No contrato social proposto por Locke, não há a perda dos direitos naturais, como em 
Hobbes. Os homens delegam o poder a um governante, que tem seu poder limitado
pelo Parlamento. 
 O poder do Estado civil advém desse pacto, de um consentimento e, portanto, é legítimo,
e os direitos naturais são garantidos e defendidos pela força comum, decorrente do
acordo político. 
 O Estado civil surgido desse concerto de forças é que confere 
legitimidade ao Parlamento, que por sua vez controla o poder 
executivo e garante a defesa da propriedade privada.
 Locke propôs a divisão dos poderes do Estado: o Legislativo, 
o Executivo e o Judiciário.
John Locke (1632-1704)
 Para Rousseau, no estado de natureza, “os homens nascem bons e livres, mas a sociedade 
os torna perversos”.
 Em outros termos, segundo a sua visão, no estado natural, os homens viviam felizes e livres, 
até o surgimento da propriedade privada da terra.
 Rousseau não atacou a desigualdade natural proveniente da idade, da saúde e da 
inteligência, mas teceu vários comentários críticos diante da desigualdade decorrente
dos privilégios.
 Segundo o autor, para evitar a continuidade do conflito e o 
acirramento da desigualdade, teve de ser estabelecido um 
contrato social, por meio do qual os homens renunciaram às 
suas vontades particulares em favor da coletividade.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1770)
 Os homens transferiram o poder a um soberano, que, por meio de leis, teve o dever de 
expressar a vontade geral, conceito importante na teoria de Rousseau. 
 O que é a vontade geral? Não é a vontade de todos, mas expressa o interesse predominante 
e mais coletivo, que fica acima dos interesses individuais. Trata-se de um postulado que 
serviu de base para o princípio da democracia burguesa. 
 Rousseau defendeu a democracia direta (ou participativa), mantida pelas assembleias, 
configurada como a forma mais perfeita de democracia. No entanto, considerou que tal 
proposta só seria possível em uma sociedade de reduzidas proporções, em pequenos 
Estados e comunidades. 
 O filósofo rejeitava o regime representativo, constituído por 
deputados, mas entendia que ele era a única saída prática em 
sociedades mais complexas, desde que o soberano estivesse 
subordinado aos interesses do povo e o Estado respeitasse a 
vontade geral.
Jean-Jacques Rousseau (1712-1770)
Montesquieu (1689-1755)
 Defendeu: a limitação do poder do Estado, em pleno regime absolutista. Defendeu a 
liberdade religiosa e combateu a escravidão. Retomou e propôs, como forma de controlar o 
poder dos monarcas, a clássica divisão entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.
 Foi severo crítico do poder absolutista e da Igreja, principalmente do Papa, e defendeu a 
monarquia constitucional, relacionada a uma aristocracia liberal. 
 Defendia a eleição dos cidadãos considerados mais capazes 
para governar, visto que, segundo ele, a grande maioria da 
sociedade não tinha aptidão para governar-se diretamente, 
havendo a necessidade de eleger os representantes para 
compor o poder Legislativo, considerado pelo autor, da 
mesma forma para John Locke, o principal poder do Estado.
 As ideias de Montesquieu influenciaram a posterior 
Constituição dos Estados Unidos e a formação dos Estados 
da América Latina que se tornaram independentes no século 
XIX, mesmo sendo repúblicas.
Outras contribuições teóricas sobre aspectos da política
Alexis de Tocqueville (1805-1859)
 O temabásico da sua obra foi o tipo de democracia implantada naquela época, nos EUA. 
Considerou que aquele país, bem novo, tinha resolvido o problema político da liberdade 
democrática, pois havia a soberania do povo, por intermédio da prática da democracia 
direta, fortemente inspirada em Rousseau.
 Os deputados faziam as leis, mas havia constante vigilância direta, por parte dos conselhos 
ou comunas populares, o que configurava, segundo o autor, uma soberania popular.
 Destacou o princípio básico que encontrou naquele país: 
liberdade individual era a base da liberdade coletiva. O freio 
para possíveis abusos estava na consciência religiosa, 
relacionada ao ideal do trabalho e à vida coletiva, 
caracterizada pela influência da prática religiosa presbiteriana.
 Conclusões feitas por Tocqueville foram historicamente 
alteradas, em grande medida em decorrência do escravismo, 
que levou ao conflito entre o norte e o sul durante a Guerra de 
Secessão (Guerra Civil dos EUA, entre 1861 e 1865).
Outras contribuições teóricas sobre aspectos da política
Karl Marx (1818-1883)
 Na sua obra, o filósofo alemão tece uma longa crítica ao modo de produção capitalista e 
às sociedades a ele relacionadas. As demais abordagens de outras formas de sociedades 
históricas, como a feudal, analisadas por Marx, serviram para melhor poder comparar e 
criticar o capitalismo. 
 Como a produção teórica desse pensador é bem extensa, aqui serão abordadas apenas as 
principais ideias em relação às suas considerações sobre importantes aspectos políticos, 
como o Estado.
 Ao analisar o Estado, Marx estabelece uma importante relação 
com o aparecimento das classes sociais, destacando como as 
classes que são consideradas dominantes se apossaram dos 
meios materiais de produção e do controle das armas. Essas 
são características fundamentais, segundo ele, para se 
compreender a realidade capitalista.
Outras contribuições teóricas sobre aspectos da política
 Segundo Marx, o Estado está a serviço da classe dominante e reflete as contradições dessa 
classe, que se manifestam principalmente nas relações econômicas, e que precisa contar 
com o apoio de práticas culturais e políticas para se manter no poder. 
 Marx valorizou e partiu da realidade econômica, mas relacionou-a ao mundo político
e cultural.
 O Estado é, assim, o lugar no qual se reflete determinado índice de dominância, pois ele 
exprime todas as contradições, todos os embates, todas as necessidades e todos os 
interesses sociais.
 Em sua obra, esse aspecto conflituoso foi chamado de luta de 
classes pelo autor, caracterizada como o motor das 
transformações históricas, processo chamado de 
“materialismo dialético”. Para Marx, o Estado não supera 
nem anula as contradições sociais, mas as reflete.
 Marx contou com a colaboração de outro autor alemão, 
F. Engels (1820-1895), na confecção da obra Manifesto do 
Partido Comunista, de 1848, e em parte na elaboração dos 
últimos capítulos de O Capital.
Outras contribuições teóricas sobre aspectos da política
Leia a afirmativa:
Em sua concepção, no estado de natureza, havia perfeita liberdade, igualdade e harmonia, e 
uma pessoa não podia prejudicar os demais.
Qual dos autores estudados defende essa proposta?
a) Thomas Hobbes.
b) John Locke. 
c) Jean-Jacques Rousseau.
d) Alexis de Tocqueville.
e) Karl Marx.
Interatividade
Leia a afirmativa:
Em sua concepção, no estado de natureza, havia perfeita liberdade, igualdade e harmonia, e 
uma pessoa não podia prejudicar os demais.
Qual dos autores estudados defende essa proposta?
a) Thomas Hobbes.
b) John Locke. 
c) Jean-Jacques Rousseau.
d) Alexis de Tocqueville.
e) Karl Marx.
Resposta
Max Weber (1864-1920)
 Para Weber, a política é uma atividade geral do ser humano visto que aparece relacionada 
às diferentes formas de poder e de mando. Segundo o autor, a “política está presente em 
toda a história” e em todas as organizações sociais, com diferentes características.
 De acordo com o sociólogo, “a política é anterior ao Estado”, pois está relacionada à 
presença do mando, do domínio ou poder, com suas específicas características
(WEBER, 1963).
Dois conceitos centrais:
1. O uso ou o monopólio legítimo da força.
2. A formação de um aparato administrativo e burocrático.
Outras contribuições teóricas sobre aspectos da política
Há dois importantes aspectos do pensamento weberiano relacionados à política:
 os tipos de poder (legal, tradicional e carismático);
 a questão política da legalidade e da legitimidade do poder de um governante.
 Para Weber, o Estado é autônomo, mas suas partes têm que estar racionalmente articuladas 
e bem controladas por seu aparato administrativo.
Outras contribuições teóricas sobre aspectos da política
Estado democrático de direito
 Figura e situação jurídica na qual todos que vivem sob tal tipo de Estado estão submetidos 
ao poder do Direito.
 Essa situação está relacionada a um claro respeito às normas vigentes e aos direitos 
fundamentais, válidos para todos os cidadãos.
 É um tipo de Estado conduzido pelas leis que tem por base a vontade do povo e por princípio 
o Direito como fundamento.
 Nesse sentido, as leis devem valer para todos, o que caracteriza a soberania popular e a 
participação nas decisões fundamentais.
 O Estado de Direito recebeu as influências emanadas do 
liberalismo do século XVIII e os efeitos das revoluções 
burguesas, como a Revolução Francesa. Isso significa que 
todos os cidadãos se submetem ao princípio da legalidade e 
são preservadas as liberdades individuais. O poder do Estado 
é limitado pelas normas jurídicas, que garantem a
sua estabilidade.
Estado e sociedade civil: regimes políticos e prática da cidadania
Estado democrático de direito
 É denominado de Estado democrático, porque, em princípio, todo poder emana do povo: 
esse é um fundamento jurídico básico.
 Isso é o que está claramente colocado no artigo 1 da Constituição Federal do Brasil. Esse 
aspecto está diretamente relacionado ao fato de que deve prevalecer o princípio da
justiça social.
 Em princípio, é isso que garante os direitos fundamentais, ou seja, os direitos civis, políticos 
e sociais, o que representa a prática da igualdade e justiça sociais, significando, portanto, 
que o poder jurídico garante os direitos de todos os cidadãos.
 É claro que tudo o que foi explicado dá-se no plano teórico 
jurídico, que deve ser, entretanto, confrontado com a concreta 
e conjuntural realidade de cada momento histórico.
Regimes políticos e prática da cidadania
Estado de exceção
 Essa outra figura jurídica representa e caracteriza uma anormalidade social e constitucional, 
na qual há a suspensão ou restrição dos direitos básicos, o que caracteriza a efetiva 
concentração de poderes, aspecto que indica a presença de medidas autoritárias.
 No Estado de exceção há, portanto, a limitação da liberdade dos cidadãos, como a 
suspensão da liberdade de reunião e de associação, além da presença explícita da 
censura (BOBBIO, 2010).
 Há alguns tipos de Estado de exceção, por vezes legitimados 
pelas leis, paradoxalmente. Um é o denominado Estado de 
defesa, ou de emergência: previsto na Constituição Federal, é 
decretado pelo Presidente da República, por 30 dias, após 
autorização formal do Congresso Nacional.
 Outro tipo de Estado de exceção é o denominado Estado de 
sítio, decretado pelo Presidente da República, por 30 dias, 
diante de específicas situações extraordinárias.
Estado e sociedade civil: regimes políticos e prática da cidadania
O que deve ser entendido por regime político? Como eles aparecem no cenário político? 
 Os regimes políticos, também chamados por alguns autores de sistemas políticos, 
basicamente refletem a relação que há entre o Estado e a sociedade civil. Esse é o principal 
aspecto que explicita o aparecimento dos regimes políticos.
De um lado, há a presença dos diversosórgãos e das diversas 
instituições que caracterizam o Estado e, do outro lado, há as 
organizações e a dinâmica da sociedade civil. Devemos avaliar:
 como e por que ocorre essa relação entre esses dois polos. 
Devemos analisar qual é o peso que provém do Estado e qual 
é o peso que provém da sociedade civil. Essa é a 
compreensão principal para entendermos a formação e a 
caracterização dos regimes políticos.
Regimes políticos: democrático, liberal, autoritário e totalitário
Regimes abertos
 Regime democrático. Apresenta grande participação das organizações da sociedade civil, o 
que acarreta maior abertura política e valorização da cidadania. Nesse tipo de regime 
político, a democracia pode se expressar de maneira direta, como aparece na proposta de 
Rousseau, ou de maneira representativa, por intermédio de processos de escolha de 
representantes da sociedade civil, que delegam autoridade a seus representantes eleitos.
 Regime liberal. Caracteriza-se pela menor presença das 
organizações da sociedade civil diante do Estado, mas ainda 
preserva e valoriza a cidadania. No regime liberal também 
ocorre a presença de organizações da sociedade civil que 
defendem e praticam a cidadania. Nesse regime político, pode 
ocorrer a democracia representativa, que, dependendo dos 
processos históricos e da distribuição do poder, corre o risco 
de se transformar em uma espécie de oligarquia monopolizada 
por uma elite, o que pode deturpar o regime político liberal.
Principais tipos de regimes políticos
Regimes fechados
 Regime autoritário. Há considerável controle das organizações da sociedade civil e presença 
significativa do Estado, com controle e interferência sobre a prática da cidadania. O regime 
autoritário pode caminhar para o regime totalitário.
 Nesse tipo de regime político diversas organizações da sociedade civil passam a receber a 
interferência de determinações emanadas do Estado, fato que interfere na prática mais direta 
da cidadania.
 Regime totalitário. Há grande controle das organizações da 
sociedade civil e forte poder e presença do Estado. Essa 
situação, em geral, caracteriza as denominadas ditaduras. 
Nesse tipo de regime político, o Estado exerce total controle 
sobre a sociedade civil. Não se respeitam as características
da cidadania.
Principais tipos de regimes políticos
 No Brasil tivemos períodos autoritários durante a fase republicana, como o Estado Novo, de 
Getúlio Vargas (1937-1945), e a ditadura militar, que vigorou por 21 anos (1964-1985), mas 
não vivenciamos o regime totalitário. 
 Houve, entretanto, um aspecto contraditório durante o período militar. O aspecto curioso é 
que, na Constituição de 1967, a Constituição da fase ditatorial, havia referências a aspectos 
da cidadania que, concretamente, eram ignorados ou não eram praticados nem respeitados 
pelo Estado.
 O regime autoritário e o regime totalitário caracterizam os 
Estados de Exceção.
Principais tipos de regimes políticos
 Em relação aos regimes políticos, devemos verificar o conjunto das relações que 
concretamente ligam entre si as várias partes que compõem o Estado e a sociedade civil, 
inclusive observando como o Estado atua diante das questões da cidadania e da presença 
ou não das organizações da sociedade civil.
 A Revolução Industrial e suas consequências sociais e políticas, principalmente advindas do 
século 18, de modo geral, abriram, historicamente, os regimes políticos, principalmente em 
decorrência da ascensão ao poder por parte da burguesia.
Principais tipos de regimes políticos
Com base no que foi visto em termos de regimes políticos, pode-se dizer que o totalitarismo de 
esquerda e de direita são:
a) Diferentes, posto que o totalitarismo de esquerda não é tão radical quanto o de direita.
b) Diferentes, posto que o totalitarismo de direita não é tão radical quanto o de esquerda.
c) Similares e temerosos, uma vez que ambos demonstraram privar o indivíduo de
liberdades essenciais.
d) Meritório, elogiável, do ponto de vista do desenvolvimento político e econômico.
e) Meritório, elogiável, no sentido da necessária união da sociedade para que a nação possa 
ser governada.
Interatividade
Com base no que foi visto em termos de regimes políticos, pode-se dizer que o totalitarismo de 
esquerda e de direita são:
a) Diferentes, posto que o totalitarismo de esquerda não é tão radical quanto o de direita.
b) Diferentes, posto que o totalitarismo de direita não é tão radical quanto o de esquerda.
c) Similares e temerosos, uma vez que ambos demonstraram privar o indivíduo de
liberdades essenciais.
d) Meritório, elogiável, do ponto de vista do desenvolvimento político e econômico.
e) Meritório, elogiável, no sentido da necessária união da sociedade para que a nação possa 
ser governada.
Resposta
 BOBBIO, N. Estado, governo e sociedade: fragmentos de um dicionário político. Rio de 
Janeiro: Paz e Terra, 2017.
 BOBBIO, N. Estado, governo e sociedade: para uma teoria geral da política. Rio de Janeiro: 
Paz e Terra, 1987.
 BOBBIO, N. O futuro da democracia: uma defesa das regras do jogo. 13. ed. São Paulo: 
Paz e Terra, 2015.
 BURNS, E. McNall. História da Civilização Ocidental. 2. ed. Porto Alegre: Editora Globo, 
1965.
 SCHWARCZ, L. M.; STARLING, H. M. Brasil: uma biografia. 
2. ed. São Paulo: Companhia das letras, 2018.
 WEFFORT, F. C. (org.). Os clássicos da política. 14. ed. São 
Paulo: Ática, 2006.
 WEFFORT, F. C. O populismo na política brasileira. 2. ed. Rio 
de Janeiro: Paz e Terra, 1980.
Referências
ATÉ A PRÓXIMA!

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