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Profa. Ma. Tânia Trajano UNIDADE I Estado, Poder e Cidadania Ao término da disciplina, você deverá estar apto a: discorrer sobre os conceitos básicos da ciência política; sua relação com o poder; o aparecimento do Estado e suas formas de presença e de governo. Todos esses pontos são fundamentais para a formação dos profissionais das áreas de comunicação (jornalistas e publicitários) e de marketing, independentemente dos campos de atuação. Sobre a nossa disciplina Vamos analisar diversos fatos da nossa história, mas nosso foco são os processos históricos. Como veremos, eles são fundamentais para que compreendamos a dinâmica dos acontecimentos políticos a partir da análise do poder e de sua manifestação em determinada conjuntura histórica. Nesta unidade abordamos diferentes aspectos sobre conceitos básicos da política e suas principais teorias. Analisamos, ainda, a origem e a natureza do Estado, seus tipos, suas características principais e sua relação com diversos aspectos que aparecem na construção e na composição de um governo. Sobre a nossa disciplina Ainda nesta aula vamos analisar as principais teorias políticas: Nicolau Maquiavel. Thomas Hobbes. John Locke. Jean-Jacques Rousseau. Esses teóricos são fundamentais para compreender a relação entre o Estado e a sociedade civil, tendo como um de seus resultados o advento dos regimes políticos. Sobre a nossa disciplina Contribuições da filosofia e da ciência política moderna: A questão política passou a ser concretamente uma preocupação básica a partir da Antiguidade Clássica Grega, com claras contribuições de Sócrates e, principalmente, de Platão e de Aristóteles. Platão (428 a.C. – 348 a.C.) e seu discípulo Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) são considerados os criadores da filosofia política. Platão deixou diversas obras em que discute as bases conceituais da organização política e social do Estado, como o diálogo A República, escrito por volta de 370 a.C., em que preconizava a estruturação da pólis. Para Aristóteles, a política foi associada à noção de poder e nela deve haver a prática da justiça e o ato de julgar. Conceitos básicos Por que precisamos estudar esses autores? As teorias políticas, principalmente dos clássicos, permanecem e ultrapassam o seu tempo. Na prática, isso significa que muitos conceitos desenvolvidos naquele momento, quando se pensava na estruturação da organização da vida em sociedade, serviram de base para a configuração da ciência política. Vamos entender melhor esse processo no decorrer da disciplina. Por ora, uma questão importante: os modelos desenvolvidos na Grécia e em Roma foram bem importantes para a formação que temos até hoje. Em outras sociedades orientais, como a China Antiga, a Índia e a Pérsia, historicamente bem mais antigas do que a sociedade grega, a questão política não aparecia de maneira direta, como na realidade grega, pois as principais ideias daquelas sociedades eram relacionadas à subordinação em relação aos valores e às crenças religiosas. Conceitos básicos Política Tem diferentes significados, dependendo do contexto. O termo pode se referir: à ação dos governantes; às práticas ou atividades exercidas pelos denominados políticos profissionais; às práticas das empresas e suas ações administrativas, quando dizem respeito, por exemplo, às determinações da diretoria da empresa que caracterizam o que é praticada por ela; às práticas das diversas organizações em sua atuação concreta, como a atuação de uma organização educacional ou religiosa; a determinados comportamentos, os positivos e os considerados problemáticos; a tudo o que diz respeito à vida pública. Conceitos básicos Política No sentido generalizado do termo, como será trabalhado na disciplina, a noção de política é aplicada a tudo que diz respeito ao poder, ou mando, ou seja, ao exercício ou à expressão do poder, envolvendo relações de poder. Outra questão importante para entender o conceito: A expressão “política” advém da Grécia Antiga, associada à formação da pólis, das cidades- estado, ou seja, à arte de governar a cidade. Na Ágora, com discussões sobre os problemas da pólis em praça pública, praticava-se a política. Por isso, na concepção grega, a noção de política apresentava duplo sentido: o sentido político, enquanto discussão sobre a pólis, e o sentido social, isto é, viver em sociedade. Conceitos básicos Poder Conceito intimamente relacionado ao de política. Na teoria política é considerado o fator básico e universal. O que isso significa? Que o processo político é definido como a formação, a distribuição e o exercício do poder. Assim, podemos dizer que a teoria política estuda a manifestação do poder, relacionada à autoridade, força e potência política. O conceito de poder é fundamental, também, para que compreendamos o aparecimento do Estado, como analisaremos no final desta unidade. Conceitos básicos Poder Diversos autores analisam essa questão do poder, mas é importante atentar para essa definição: na esfera propriamente política, identificamos diferentes formas de poder, que interferem nos tipos de relações. Para diversos autores, em uma concepção mais atual e mais utilizada, há três tipos ou formas de poder: o poder econômico, que reflete a desigual posse de bens econômicos necessários e posse de capital; o poder político; o poder ideológico. Conceitos básicos Relações de poder A análise da política e do poder conduz, automaticamente, à compreensão crítica das relações de poder. Entender essas relações é compreender como ocorrem as relações entre os que detêm o poder e os que a ele estão subordinados, em diferentes situações de mando. Uma abordagem mais completa sobre as relações de poder significa identificar como elas ocorrem e quem são seus concretos participantes, ou seja, seus atores e as partes politicamente envolvidas. Na política, há uma relação na qual um dos lados obtém do outro lado determinado comportamento. Na teoria política é fundamental procurar as razões que fazem determinados agentes sociais controlarem o poder e as relações dele emanadas. Vamos analisar melhor isso nos próximos tópicos. Conceitos básicos A melhor compreensão sobre as origens da luta por maior igualdade social tem relação com questões sobre a cidadania. Assim, de maneira didática, essa luta origina-se na Antiguidade Clássica, ou seja, no mundo grego e no mundo romano. Grécia – Ágora – desigualdade social – limitações à participação de determinados setores da sociedade daquela época. Mundo romano – o conceito de “civitas” nasceu associado ao sentido de cidadão, ou seja, ao morador da cidade. Grande poder dos patrícios, camada social dominante, principalmente sobre os plebeus, camada social subordinada aos patrícios, e os escravos, situação que caracterizava profunda desigualdade social. Na fase da República Romana (séc.VI ao I a.C.), desenvolve- se a citada noção de res publicis, caracterizando um bem comum, público, como no sentido atual de algo coletivo, ou seja, republicano. Origens da luta por maior igualdade social e sua relação com a cidadania Sobre a noção de política, analise as afirmativas e indique a falsa: a) No sentido generalizado, a noção de política é aplicada a tudo que diz respeito ao poder ou mando. b) A expressão “política” advém da Grécia Antiga, associada à formação da pólis, das cidades-estado, ou seja, à arte de governar a cidade. c) Na denominada Ágora, com discussões sobre os problemas da pólis em praça pública, ainda não se praticava, propriamente, o que entendemos por política. d) Na concepção grega, a noção de política apresentava duplo sentido: o sentido político, enquanto discussão sobre a pólis, e o sentido social, isto é, viver em sociedade. e) Na Grécia já estava colocadaa questão de que todos praticam e exercem a política, com diferentes conotações. Interatividade Sobre a noção de política, analise as afirmativas e indique a falsa: a) No sentido generalizado, a noção de política é aplicada a tudo que diz respeito ao poder, ou mando. b) A expressão “política” advém da Grécia Antiga, associada à formação da pólis, das cidades-estado, ou seja, à arte de governar a cidade. c) Na denominada Ágora, com discussões sobre os problemas da pólis em praça pública, ainda não se praticava, propriamente, o que entendemos por política. d) Na concepção grega, a noção de política apresentava duplo sentido: o sentido político, enquanto discussão sobre a pólis, e o sentido social, isto é, viver em sociedade. e) Na Grécia já estava colocada a questão de que todos praticam e exercem a política, com diferentes conotações. Resposta Sobre o uso do termo Estado: Na Grécia Antiga, durante muito tempo, não havia a concepção de Estado propriamente dita: a prática política referia-se à polis, isto é, à cidade-estado. A expressão Estado vem da palavra latina status, que caracteriza determinada situação, como estar parado. No final da Idade Média, o termo Estado começou a ser aplicado de maneira mais frequente. Com o processo de formação da modernidade, na Renascença, o termo Estado foi sendo gradativamente adotado. Na obra O Príncipe, de Maquiavel, o termo aparece já consolidado, relacionado ao aparecimento do denominado Estado Moderno e a uma forma de domínio que, segundo o autor, podia aparecer com três tipos: o principado, o aristocrático e o popular. A afirmação da expressão, portanto, deu-se com o advento do Estado Moderno, principalmente a partir do século 16. Origem e natureza do Estado Na teoria política há diferentes concepções sobre o significado de Estado, de acordo com diversos autores. A concepção mais ampla e atualmente mais aplicada sobre o Estado diz respeito ao conjunto de órgãos ou de aparelhos administrativos, jurídicos, de segurança, técnicos e políticos, propriamente ditos, que atuam em nome de determinados agentes sociais coletivos. Para os indivíduos que compõem uma sociedade, de modo geral, o Estado aparece como um poder de mando, de dominação, e de um governo, mesmo que de forma difusa e incompleta. Concepções sobre o Estado Desde a Antiguidade Grega encontramos referências indiretas à origem do Estado. Para Aristóteles (séc. IV a.C.), em sua clássica obra Política, o Estado existe por natureza. Não é, assim, instituído pelos homens e é anterior a cada um dos indivíduos. Em outras colocações, o surgimento do Estado é apontado com a dissolução da comunidade primitiva e a formação de comunidades mais complexas, derivadas da união de vários grupos familiares por razões de sobrevivência. Essa forma de concepção apresenta relação com as propostas que serão analisadas na contribuição de Jean-Jacques Rousseau. Para Marx, em sua obra O Capital, o Estado surgiu quando a propriedade coletiva dos meios de produção, basicamente da terra, passou a ser privada, o que caracterizou uma nova estrutura de classes sociais. Para o autor, portanto, o Estado é um instrumento das contradições e do antagonismo das classes sociais, refletindo- as em relação a aspectos econômicos, políticos e culturais. Origem histórica do Estado Atualmente, a origem histórica do Estado aparece associada a uma dupla abordagem, mencionada a seguir: a) Abordagem jurídica: de acordo com essa abordagem, o Estado surge com o ordenamento legal, responsável pela produção das leis e pelo estabelecimento das normas jurídicas. Essa abordagem está relacionada à doutrina geral do Estado. b) Abordagem sociológica (também colocada como uma abordagem histórico-estrutural): nessa abordagem, o Estado aparece como uma organização que não pode ser dissociada das demais relações de uma estrutura social, ou seja, da estrutura econômica e da estrutura cultural. Essa abordagem está relacionada à ciência política e à doutrina social do Estado. Origem histórica do Estado Todo Estado tem seus correspondentes aparelhos, que constituem o governo: aparelhos administrativos, técnicos, jurídicos, políticos e de segurança. Na passagem do Estado feudal, caracterizado pela grande descentralização política, para o Estado moderno, unificado, houve a ampliação do quadro de funcionários, inclusive com a formação do exército nacional, fator que garantiu o absolutismo político. O auge dessa característica do Estado moderno absolutista ocorreu na França, com o rei Luís XIV, de 1643-1715, denominado “Rei Sol”, com a formação do grande aparato administrativo do Estado. Não devemos confundir os aparelhos de Estado com o poder de Estado. Os aparelhos de Estado dizem respeito a um conjunto de órgãos dirigidos pelos mais diversos funcionários do governo e que compõem a burocracia do Estado. Esses órgãos não detêm o poder, mas exercem esse poder em nome de determinada classe social, que controla o Estado. Aparelhos e órgãos do Estado: constituição do governo Os membros que fazem parte do Estado, em determinadas condições históricas específicas, podem ganhar certa autonomia, como ocorreu no Brasil, após 1964, com a burocracia civil- militar, que ocupou o denominado bloco no poder. Na realidade política brasileira, com o golpe de 1964, esse bloco político era formado pela burguesia nacional e por latifundiários, além de manter relação com a burguesia internacional, contando com o apoio dos militares. Após 1964, esse bloco no poder passou a ter acentuada autonomia político-econômica sobre a sociedade civil e sobre o capital privado, acentuando o poder político do Estado, que foi caminhando para uma crescente ditadura. Para o sociólogo norte-americano C. Wright Mills, em sua obra A elite do poder, essa classe política que se solidifica no poder constitui o que ele denominou de “elite do poder”. Aparelhos e órgãos do Estado: constituição do governo Para que exista, de fato, um Estado, são necessários três elementos básicos e obrigatoriamente complementares: o povo, o território e a soberania (AZAMBUJA, 2008). O povo está relacionado à ideia de uma nação. Aqui, cabe uma diferenciação entre as expressões Estado e nação: Estado é um conceito político; Nação é um conceito cultural, que se refere a uma base e à identificação de valores, práticas simbólicas fundamentais e aspirações culturais comuns; Estados que englobavam mais de uma nação e cultura, como o caso da antiga Iugoslávia, que envolvia, mesmo depois da Segunda Guerra Mundial, vários povos, que são independentes desde 1991: Sérvia, Croácia, Bósnia- Herzegovina, Montenegro, Macedônia, Eslovênia e Kosovo; Outro exemplo: Catalunha, na Espanha; Outras questões importantes: território geográfico e soberania. Elementos constitutivos do Estado Na teoria política, há diferentes critérios para categorizar os diversos tipos de Estados, dos quais destacamos apenas alguns, como o Estado feudal, caracterizado pela grande descentralização do poder, à medida que era exercido pelos senhores feudais, da nobreza e do alto clero. O oposto foi o Estado absolutista no mundo moderno, defendido por autores, como Jacques Bossuet, bispo e teórico francês do século XVII, com base no suposto Direito Divino dos Reis. Essa doutrina dava legitimidade ao poder centralizado nas mãos dos monarcas sob a alegação de que ele provinha de Deus, como ocorreu, por exemplo, na França de Luís XIV. Outro tipo de Estado é o representativo, que surgiu como resultado da Revolução Francesa e passou a fortalecer o poder legislativo, composto por representantes do povo. É o que ocorre no Estado brasileiro, no qual esse poder é representado pelo Congresso Nacional, constituído pela Câmara Federal e pelo Senado da República. Outros critérios estabelecema diferença entre o Estado religioso e o Estado laico. Formas ou tipos de Estados Há classificações clássicas em relação às formas de governo, porém, a mais utilizada atualmente é a que apresenta dois tipos de governo, tendo como referência principal a colocação de Maquiavel, em sua obra O Príncipe, apresentada a seguir. a) Monarquia, que pode ser direta e hereditária, sem parlamentarismo e com parlamentarismo, com forte presença do Parlamento, como nos casos da Inglaterra, Espanha, Holanda, Suécia, entre outros. b) República, que pode ser presidencialista, como no Brasil, na Argentina, no Chile, no México e nos Estados Unidos, entre outros exemplos, ou parlamentarista, que pode ser de diferentes modelos, mas sempre com o poder executivo exercido por um primeiro-ministro, como nos casos da Itália, de Portugal e da Alemanha, entre outras nações. Formas e classificação de governo Sobre a origem: ela está relacionada a agrupamentos políticos que se formaram durante movimentos sociais importantes. Alguns desses agrupamentos primordiais, que posteriormente resultaram na formação de partidos políticos, surgiram na Inglaterra, no século XVII, com os Tories (conservadores) e os Whigs (mais liberais). Respectivamente, os dois grupos deram origem aos conhecidos partidos Conservador e Trabalhista, que há mais de um século se alternam na indicação do primeiro-ministro inglês (BURNS, 1964). Outro exemplo de formação dos partidos políticos ocorre na França: na pós Revolução Francesa temos a formação de diversos grupos políticos na Assembleia Constituinte, como os jacobinos (radicais populistas) e os girondinos (apoiadores da aristocracia), que mais tarde deram origem aos partidos liberal e conservador naquele país. Estado e partidos políticos Nos Estados Unidos, logo após a independência de 1776, houve a formação dos primeiros grupos políticos que, no século XIX, deram origem à formação dos principais e atuais partidos, o Partido Republicano e o Partido Democrático, entre outros. De modo geral, os partidos políticos têm um programa, ou uma carta programática, em que há certa identidade ideológica ou de interesses. Atenção: os partidos políticos são organizações que caracterizam a sociedade civil, e não o Estado em si. Historicamente, o fortalecimento da estrutura partidária ocorreu com o advento da luta pelo sufrágio universal, incluindo o voto feminino, e da luta pela democracia parlamentar, que, em muitos casos, deu origem ao parlamentarismo. Um aspecto específico diz respeito a determinados Estados totalitários e ditatoriais que garantem a existência de partidos plenamente controlados pelo poder central, como na China atual. Estado e partidos políticos Segundo Maurice Duverger, há uma classificação dos partidos políticos que se apresentam nos tipos descritos a seguir: a) Partidos conservadores: organização política já existente e não propõem alterações estruturais fundamentais. b) Partidos reformistas: visam alterações político-sociais, sem grandes alterações estruturais; aceitam determinadas reformas políticas, de modo geral, mais liberais. c) Partidos revolucionários: desejam modificar a organização política e social mais abrangente, alterando a essência das bases estruturais, com a proposta de mudanças básicas e estruturais significativas. d) Partidos reacionários: propõem medidas políticas voltadas ao passado político, sendo radicalmente contra as reformas básicas e alterações fundamentais. De certa maneira, podem caracterizar um tipo de retrocesso político. Estado e partidos políticos Referência: Brasil: uma biografia, de Schwarcz e Starling (2018). No Império brasileiro houve a formação dos grupos políticos: 1º Reinado (moderados, exaltados e revolucionários); 2º Reinado – bipartidarismo, com o Partido Liberal e o Partido Conservador, relacionados à grande fragilidade e superficialidade ideológica. Primeira República ou República Velha (1889-1930) – subdivisão do Partido Republicano em Partido Republicano Paulista, Partido Republicano Mineiro, entre outros. Em 1922 houve o surgimento do PCB (Partido Comunista Brasileiro), que logo foi reprimido e suprimido. Na fase getulista (1930-1945), após o golpe de 1937, que deu origem ao período ditatorial do Estado Novo, ocorreu a dissolução dos partidos políticos. Havia, apenas, os partidos clandestinos, como o Integralista (neofascista) e o Comunista. Foi durante o governo Vargas que surgiu a Justiça Eleitoral, em decorrência de pressões políticas. Partidos políticos no Brasil O pluripartidarismo voltou no período de redemocratização, de 1945 a 1964. No entanto, não se observava uma clara definição ideológica entre os partidos políticos. Durante a ditadura civil-militar (1964-1985), com o Ato Institucional n. 2 (AI 2), foram permitidos apenas dois partidos: a Arena – Aliança de Renovação Nacional (governamental) e o MDB – Movimento da Democracia Brasileira (oposição). Com a Constituição de 1988 e com as garantias constitucionais para a formação partidária dela decorrentes, o multipartidarismo retornou. Hoje, registra-se a existência de mais de 30 partidos políticos, de onde decorre grande fragilidade ideológica. No confuso quadro partidário atual, há os denominados “partidos nanicos” e os denominados “partidos de aluguel”: muitos deles participam de um jogo político que serve de massa de manobra para os grandes partidos políticos, principalmente em épocas eleitorais e na composição do Congresso Nacional. Partidos políticos no Brasil Atualmente, a origem histórica do Estado aparece associada a uma dupla abordagem. Quais são elas? a) Abordagem econômica e abordagem social. b) Abordagem privada e abordagem pública. c) Abordagem jurídica e abordagem sociológica. d) Abordagem histórico-estrutural e abordagem histórico-social e) Abordagem aristocrática e abordagem popular. Interatividade Atualmente, a origem histórica do Estado aparece associada a uma dupla abordagem. Quais são elas? a) Abordagem econômica e abordagem social. b) Abordagem privada e abordagem pública. c) Abordagem jurídica e abordagem sociológica. d) Abordagem histórico-estrutural e abordagem histórico-social e) Abordagem aristocrática e abordagem popular. Resposta Veremos agora os principais conceitos e teorias que fornecem fundamentos para entendermos a estrutura política de uma sociedade e seus principais fatores e processos históricos. Começamos com Maquiavel, considerado “o pai da moderna ciência política”. Passagem da filosofia política para a ciência política, ao publicar, em 1513, a obra O Príncipe, termo que se referia a qualquer governante, de forma genérica. Alguns pontos importantes para entendermos sua obra: Ele abordou a política de forma realista e com forte embasamento no levantamento de dados e nas pesquisas históricas. Retomou explicações de Aristóteles, analisando a política a partir da presença do poder, considerado o objetivo último da política, demonstrando que ele pode ser atingido por diversos meios. Principais teorias políticas e formação do Estado Nacional Maquiavel analisa a relação do príncipe ideal com o poder e didaticamente explicita essa relação por intermédio de importantes aspectos: como adquirir, conservar e manter o poder; como ampliar e conquistar maior poder; quais são as razões que explicam a perda do poder. Há maneiras básicas para se adquirir o poder: pela “virtù” e pela fortuna; pelo uso das próprias armas; pelo uso das armas alheias; pela perversidade. Maquiavel Para manter-se no poder, o governante deve saber persuadir os cidadãos, mas, se for preciso, deve obrigá-los a ceder pela força, ou seja, pelo uso das armas. O governante deve também saber dissimular, mas não ser neutro. Deve saber ouvir, mas não se submeter. Deve desvincular-seda influência religiosa e ter postura laica. Para o pensador italiano, o bom político, ou seja, o príncipe, é aquele que consegue identificar os conflitos para melhor atuar sobre eles com eficácia. As explicações de Maquiavel já foram consideradas como argumentos em favor dos governantes absolutistas, mas tal colocação não procede, visto que o autor combate em seu livro o líder tirano ou despótico, que se utiliza do poder para seu interesse próprio. Em relação ao tipo de governo, Maquiavel admitiu preferência pela forma republicana de governo à forma monárquica. Maquiavel Há, praticamente, três principais teorias políticas consideradas contratualistas. São propostas teóricas diferentes, mas didaticamente têm por referência e ponto comum variadas análises sobre o denominado estado de natureza e as diversas propostas da elaboração de um contrato entre os cidadãos e o soberano/Estado. Esses aspectos, que explicam a origem do Estado, serão abordados por diferentes lógicas e explicações de três filósofos políticos, cada um com os seus pontos de vista particulares: Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau. Analisando os três autores contratualistas, didaticamente podemos dizer que: Hobbes defendeu a criação de um Estado absolutista/Locke defendeu a criação de um Estado liberal e parlamentarista/ Rousseau defendeu a criação de um Estado democrático. Vamos entender as principais ideias de cada um nos próximos tópicos. Teorias políticas contratualistas Para Hobbes, no estado de natureza, os homens vivem em luta permanente, há a guerra de todos os homens contra os seus semelhantes. Daí decorre a frase “o homem é o lobo do homem”. Para o filósofo, o homem no estado de natureza não é um selvagem nem um anormal, mas tem sua vida social marcada por discórdias que criam um permanente conflito. Os motivos da discórdia? A competição, a desconfiança e a glória. Qual é a saída? Estabelecer um contrato ou um pacto, para colocar fim à violência predominante e à continuidade da anarquia. Para ele, com o estabelecimento de um contrato social, os homens renunciam aos seus direitos, delegando-os a um soberano, que passa a ter poder absoluto, o que lança as bases racionais para um Estado absolutista, no qual todos os indivíduos são súditos de um único governante. Thomas Hobbes (1588-1679) O soberano absolutista governa pelo temor, para o bem da coletividade, pela grande defesa da propriedade privada e pelo controle das terras e demais bens. Entre as suas obrigações, o soberano deve preservar a fé e a moral cristãs. As leis devem ter por base as Sagradas Escrituras e as leis divinas, e o monarca deve evitar discussões religiosas, para que a sua soberania não seja abalada. Hobbes colocava a política acima da moral e da religião. A ausência de uma autoridade absoluta acaba levando à dissolução do Estado, com o consequente retorno ao caos do estado de natureza. A teoria desenvolvida por Hobbes deu forma, fundamento e estrutura ao absolutismo inglês, que teve forte presença até a Revolução Gloriosa, de 1688, que defendeu uma forma liberal de Estado. Thomas Hobbes (1588-1679) Locke foi um dos criadores do liberalismo político, com específicas características, aspecto que influenciou outros movimentos políticos posteriores. Para o autor, no estado de natureza, não há a luta de todos contra todos, conforme defendia Hobbes, pois os homens são livres, iguais e dotados de razão e de vontades próprias. Em sua concepção, no estado de natureza, havia perfeita liberdade, igualdade e harmonia, e uma pessoa não podia prejudicar os demais. Mas cada um era juiz em causa própria, gerando, consequentemente, riscos de paixões e parcialidade, e os interesses individuais acabavam muitas vezes ferindo os interesses coletivos. Com o surgimento do dinheiro, da moeda e do desenvolvimento do comércio, agravou-se a desigualdade social, marcada pela alteração da concentração de renda entre os homens. Locke explicitou que havia ausência de leis básicas que evitassem o conflito, o que gerava incertezas e instabilidades, e gerava um clima de guerra entre os homens. John Locke (1632-1704) Nessa situação, conforme a explicação de Locke, houve a necessidade de se encontrar uma solução política: os homens estabeleceram um contrato social, que deu origem à sociedade civil e foi a base para o Estado liberal (WEFFORT, 2006). No contrato social proposto por Locke, não há a perda dos direitos naturais, como em Hobbes. Os homens delegam o poder a um governante, que tem seu poder limitado pelo Parlamento. O poder do Estado civil advém desse pacto, de um consentimento e, portanto, é legítimo, e os direitos naturais são garantidos e defendidos pela força comum, decorrente do acordo político. O Estado civil surgido desse concerto de forças é que confere legitimidade ao Parlamento, que por sua vez controla o poder executivo e garante a defesa da propriedade privada. Locke propôs a divisão dos poderes do Estado: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. John Locke (1632-1704) Para Rousseau, no estado de natureza, “os homens nascem bons e livres, mas a sociedade os torna perversos”. Em outros termos, segundo a sua visão, no estado natural, os homens viviam felizes e livres, até o surgimento da propriedade privada da terra. Rousseau não atacou a desigualdade natural proveniente da idade, da saúde e da inteligência, mas teceu vários comentários críticos diante da desigualdade decorrente dos privilégios. Segundo o autor, para evitar a continuidade do conflito e o acirramento da desigualdade, teve de ser estabelecido um contrato social, por meio do qual os homens renunciaram às suas vontades particulares em favor da coletividade. Jean-Jacques Rousseau (1712-1770) Os homens transferiram o poder a um soberano, que, por meio de leis, teve o dever de expressar a vontade geral, conceito importante na teoria de Rousseau. O que é a vontade geral? Não é a vontade de todos, mas expressa o interesse predominante e mais coletivo, que fica acima dos interesses individuais. Trata-se de um postulado que serviu de base para o princípio da democracia burguesa. Rousseau defendeu a democracia direta (ou participativa), mantida pelas assembleias, configurada como a forma mais perfeita de democracia. No entanto, considerou que tal proposta só seria possível em uma sociedade de reduzidas proporções, em pequenos Estados e comunidades. O filósofo rejeitava o regime representativo, constituído por deputados, mas entendia que ele era a única saída prática em sociedades mais complexas, desde que o soberano estivesse subordinado aos interesses do povo e o Estado respeitasse a vontade geral. Jean-Jacques Rousseau (1712-1770) Montesquieu (1689-1755) Defendeu: a limitação do poder do Estado, em pleno regime absolutista. Defendeu a liberdade religiosa e combateu a escravidão. Retomou e propôs, como forma de controlar o poder dos monarcas, a clássica divisão entre os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. Foi severo crítico do poder absolutista e da Igreja, principalmente do Papa, e defendeu a monarquia constitucional, relacionada a uma aristocracia liberal. Defendia a eleição dos cidadãos considerados mais capazes para governar, visto que, segundo ele, a grande maioria da sociedade não tinha aptidão para governar-se diretamente, havendo a necessidade de eleger os representantes para compor o poder Legislativo, considerado pelo autor, da mesma forma para John Locke, o principal poder do Estado. As ideias de Montesquieu influenciaram a posterior Constituição dos Estados Unidos e a formação dos Estados da América Latina que se tornaram independentes no século XIX, mesmo sendo repúblicas. Outras contribuições teóricas sobre aspectos da política Alexis de Tocqueville (1805-1859) O temabásico da sua obra foi o tipo de democracia implantada naquela época, nos EUA. Considerou que aquele país, bem novo, tinha resolvido o problema político da liberdade democrática, pois havia a soberania do povo, por intermédio da prática da democracia direta, fortemente inspirada em Rousseau. Os deputados faziam as leis, mas havia constante vigilância direta, por parte dos conselhos ou comunas populares, o que configurava, segundo o autor, uma soberania popular. Destacou o princípio básico que encontrou naquele país: liberdade individual era a base da liberdade coletiva. O freio para possíveis abusos estava na consciência religiosa, relacionada ao ideal do trabalho e à vida coletiva, caracterizada pela influência da prática religiosa presbiteriana. Conclusões feitas por Tocqueville foram historicamente alteradas, em grande medida em decorrência do escravismo, que levou ao conflito entre o norte e o sul durante a Guerra de Secessão (Guerra Civil dos EUA, entre 1861 e 1865). Outras contribuições teóricas sobre aspectos da política Karl Marx (1818-1883) Na sua obra, o filósofo alemão tece uma longa crítica ao modo de produção capitalista e às sociedades a ele relacionadas. As demais abordagens de outras formas de sociedades históricas, como a feudal, analisadas por Marx, serviram para melhor poder comparar e criticar o capitalismo. Como a produção teórica desse pensador é bem extensa, aqui serão abordadas apenas as principais ideias em relação às suas considerações sobre importantes aspectos políticos, como o Estado. Ao analisar o Estado, Marx estabelece uma importante relação com o aparecimento das classes sociais, destacando como as classes que são consideradas dominantes se apossaram dos meios materiais de produção e do controle das armas. Essas são características fundamentais, segundo ele, para se compreender a realidade capitalista. Outras contribuições teóricas sobre aspectos da política Segundo Marx, o Estado está a serviço da classe dominante e reflete as contradições dessa classe, que se manifestam principalmente nas relações econômicas, e que precisa contar com o apoio de práticas culturais e políticas para se manter no poder. Marx valorizou e partiu da realidade econômica, mas relacionou-a ao mundo político e cultural. O Estado é, assim, o lugar no qual se reflete determinado índice de dominância, pois ele exprime todas as contradições, todos os embates, todas as necessidades e todos os interesses sociais. Em sua obra, esse aspecto conflituoso foi chamado de luta de classes pelo autor, caracterizada como o motor das transformações históricas, processo chamado de “materialismo dialético”. Para Marx, o Estado não supera nem anula as contradições sociais, mas as reflete. Marx contou com a colaboração de outro autor alemão, F. Engels (1820-1895), na confecção da obra Manifesto do Partido Comunista, de 1848, e em parte na elaboração dos últimos capítulos de O Capital. Outras contribuições teóricas sobre aspectos da política Leia a afirmativa: Em sua concepção, no estado de natureza, havia perfeita liberdade, igualdade e harmonia, e uma pessoa não podia prejudicar os demais. Qual dos autores estudados defende essa proposta? a) Thomas Hobbes. b) John Locke. c) Jean-Jacques Rousseau. d) Alexis de Tocqueville. e) Karl Marx. Interatividade Leia a afirmativa: Em sua concepção, no estado de natureza, havia perfeita liberdade, igualdade e harmonia, e uma pessoa não podia prejudicar os demais. Qual dos autores estudados defende essa proposta? a) Thomas Hobbes. b) John Locke. c) Jean-Jacques Rousseau. d) Alexis de Tocqueville. e) Karl Marx. Resposta Max Weber (1864-1920) Para Weber, a política é uma atividade geral do ser humano visto que aparece relacionada às diferentes formas de poder e de mando. Segundo o autor, a “política está presente em toda a história” e em todas as organizações sociais, com diferentes características. De acordo com o sociólogo, “a política é anterior ao Estado”, pois está relacionada à presença do mando, do domínio ou poder, com suas específicas características (WEBER, 1963). Dois conceitos centrais: 1. O uso ou o monopólio legítimo da força. 2. A formação de um aparato administrativo e burocrático. Outras contribuições teóricas sobre aspectos da política Há dois importantes aspectos do pensamento weberiano relacionados à política: os tipos de poder (legal, tradicional e carismático); a questão política da legalidade e da legitimidade do poder de um governante. Para Weber, o Estado é autônomo, mas suas partes têm que estar racionalmente articuladas e bem controladas por seu aparato administrativo. Outras contribuições teóricas sobre aspectos da política Estado democrático de direito Figura e situação jurídica na qual todos que vivem sob tal tipo de Estado estão submetidos ao poder do Direito. Essa situação está relacionada a um claro respeito às normas vigentes e aos direitos fundamentais, válidos para todos os cidadãos. É um tipo de Estado conduzido pelas leis que tem por base a vontade do povo e por princípio o Direito como fundamento. Nesse sentido, as leis devem valer para todos, o que caracteriza a soberania popular e a participação nas decisões fundamentais. O Estado de Direito recebeu as influências emanadas do liberalismo do século XVIII e os efeitos das revoluções burguesas, como a Revolução Francesa. Isso significa que todos os cidadãos se submetem ao princípio da legalidade e são preservadas as liberdades individuais. O poder do Estado é limitado pelas normas jurídicas, que garantem a sua estabilidade. Estado e sociedade civil: regimes políticos e prática da cidadania Estado democrático de direito É denominado de Estado democrático, porque, em princípio, todo poder emana do povo: esse é um fundamento jurídico básico. Isso é o que está claramente colocado no artigo 1 da Constituição Federal do Brasil. Esse aspecto está diretamente relacionado ao fato de que deve prevalecer o princípio da justiça social. Em princípio, é isso que garante os direitos fundamentais, ou seja, os direitos civis, políticos e sociais, o que representa a prática da igualdade e justiça sociais, significando, portanto, que o poder jurídico garante os direitos de todos os cidadãos. É claro que tudo o que foi explicado dá-se no plano teórico jurídico, que deve ser, entretanto, confrontado com a concreta e conjuntural realidade de cada momento histórico. Regimes políticos e prática da cidadania Estado de exceção Essa outra figura jurídica representa e caracteriza uma anormalidade social e constitucional, na qual há a suspensão ou restrição dos direitos básicos, o que caracteriza a efetiva concentração de poderes, aspecto que indica a presença de medidas autoritárias. No Estado de exceção há, portanto, a limitação da liberdade dos cidadãos, como a suspensão da liberdade de reunião e de associação, além da presença explícita da censura (BOBBIO, 2010). Há alguns tipos de Estado de exceção, por vezes legitimados pelas leis, paradoxalmente. Um é o denominado Estado de defesa, ou de emergência: previsto na Constituição Federal, é decretado pelo Presidente da República, por 30 dias, após autorização formal do Congresso Nacional. Outro tipo de Estado de exceção é o denominado Estado de sítio, decretado pelo Presidente da República, por 30 dias, diante de específicas situações extraordinárias. Estado e sociedade civil: regimes políticos e prática da cidadania O que deve ser entendido por regime político? Como eles aparecem no cenário político? Os regimes políticos, também chamados por alguns autores de sistemas políticos, basicamente refletem a relação que há entre o Estado e a sociedade civil. Esse é o principal aspecto que explicita o aparecimento dos regimes políticos. De um lado, há a presença dos diversosórgãos e das diversas instituições que caracterizam o Estado e, do outro lado, há as organizações e a dinâmica da sociedade civil. Devemos avaliar: como e por que ocorre essa relação entre esses dois polos. Devemos analisar qual é o peso que provém do Estado e qual é o peso que provém da sociedade civil. Essa é a compreensão principal para entendermos a formação e a caracterização dos regimes políticos. Regimes políticos: democrático, liberal, autoritário e totalitário Regimes abertos Regime democrático. Apresenta grande participação das organizações da sociedade civil, o que acarreta maior abertura política e valorização da cidadania. Nesse tipo de regime político, a democracia pode se expressar de maneira direta, como aparece na proposta de Rousseau, ou de maneira representativa, por intermédio de processos de escolha de representantes da sociedade civil, que delegam autoridade a seus representantes eleitos. Regime liberal. Caracteriza-se pela menor presença das organizações da sociedade civil diante do Estado, mas ainda preserva e valoriza a cidadania. No regime liberal também ocorre a presença de organizações da sociedade civil que defendem e praticam a cidadania. Nesse regime político, pode ocorrer a democracia representativa, que, dependendo dos processos históricos e da distribuição do poder, corre o risco de se transformar em uma espécie de oligarquia monopolizada por uma elite, o que pode deturpar o regime político liberal. Principais tipos de regimes políticos Regimes fechados Regime autoritário. Há considerável controle das organizações da sociedade civil e presença significativa do Estado, com controle e interferência sobre a prática da cidadania. O regime autoritário pode caminhar para o regime totalitário. Nesse tipo de regime político diversas organizações da sociedade civil passam a receber a interferência de determinações emanadas do Estado, fato que interfere na prática mais direta da cidadania. Regime totalitário. Há grande controle das organizações da sociedade civil e forte poder e presença do Estado. Essa situação, em geral, caracteriza as denominadas ditaduras. Nesse tipo de regime político, o Estado exerce total controle sobre a sociedade civil. Não se respeitam as características da cidadania. Principais tipos de regimes políticos No Brasil tivemos períodos autoritários durante a fase republicana, como o Estado Novo, de Getúlio Vargas (1937-1945), e a ditadura militar, que vigorou por 21 anos (1964-1985), mas não vivenciamos o regime totalitário. Houve, entretanto, um aspecto contraditório durante o período militar. O aspecto curioso é que, na Constituição de 1967, a Constituição da fase ditatorial, havia referências a aspectos da cidadania que, concretamente, eram ignorados ou não eram praticados nem respeitados pelo Estado. O regime autoritário e o regime totalitário caracterizam os Estados de Exceção. Principais tipos de regimes políticos Em relação aos regimes políticos, devemos verificar o conjunto das relações que concretamente ligam entre si as várias partes que compõem o Estado e a sociedade civil, inclusive observando como o Estado atua diante das questões da cidadania e da presença ou não das organizações da sociedade civil. A Revolução Industrial e suas consequências sociais e políticas, principalmente advindas do século 18, de modo geral, abriram, historicamente, os regimes políticos, principalmente em decorrência da ascensão ao poder por parte da burguesia. Principais tipos de regimes políticos Com base no que foi visto em termos de regimes políticos, pode-se dizer que o totalitarismo de esquerda e de direita são: a) Diferentes, posto que o totalitarismo de esquerda não é tão radical quanto o de direita. b) Diferentes, posto que o totalitarismo de direita não é tão radical quanto o de esquerda. c) Similares e temerosos, uma vez que ambos demonstraram privar o indivíduo de liberdades essenciais. d) Meritório, elogiável, do ponto de vista do desenvolvimento político e econômico. e) Meritório, elogiável, no sentido da necessária união da sociedade para que a nação possa ser governada. Interatividade Com base no que foi visto em termos de regimes políticos, pode-se dizer que o totalitarismo de esquerda e de direita são: a) Diferentes, posto que o totalitarismo de esquerda não é tão radical quanto o de direita. b) Diferentes, posto que o totalitarismo de direita não é tão radical quanto o de esquerda. c) Similares e temerosos, uma vez que ambos demonstraram privar o indivíduo de liberdades essenciais. d) Meritório, elogiável, do ponto de vista do desenvolvimento político e econômico. e) Meritório, elogiável, no sentido da necessária união da sociedade para que a nação possa ser governada. Resposta BOBBIO, N. Estado, governo e sociedade: fragmentos de um dicionário político. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2017. BOBBIO, N. Estado, governo e sociedade: para uma teoria geral da política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. BOBBIO, N. O futuro da democracia: uma defesa das regras do jogo. 13. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2015. BURNS, E. McNall. 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