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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS – UFAM 
DEPARTAMENTO DE LETRAS-LIBRAS 
PLANO NACIONAL DE FORMAÇÃO DOS PROFESSORES 
DA EDUCAÇÃO BÁSICA – PARFOR 
 
 
DISCIPLINA: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOCENTES ORGANIZADORES: 
 
FÁBIO TADEU CABRAL STOLLER 
HAMILTON PEREIRA RODRIGUES 
IRANVITH CAVALCANTE SCANTBELRUY 
JANDERCLEI DA SILVA VALE 
JOANA ANGÉLICA FERREIRA MONTEIRO 
 
DOCENTES FORMADORES: 
 
CLAYTON BARROS DE SANTANA 
CLEMILTON DE LIMA BARBOSA 
DÉBORA TEIXEIRA ARRUDA 
ÉRIKA VANESSA RIBEIRO MATTOS 
FÁBIO TADEU CABRAL STOLLER 
FRANKLIN NUNES DA SILVA 
GETÚLIO CALDAS PESSOA FILHO 
GUSTAVO LUNA MAIA CORREIA FERNANDES 
HAMILTON PEREIRA RODRIGUES 
IRANVITH CAVALCANTE SCANTBELRUY 
JACKSON DA SILVA VALE 
JANDERCLEI DA SILVA VALE 
JOANA ANGÉLICA FERREIRA MONTEIRO 
JOELMA PINHEIRO DA SILVA 
JOICY SABÓIA DE OLIVEIRA LUNA 
LEONARDO PESSOA DA COSTA 
MARCELO PEREIRA DA COSTA 
MARY ANDREA XAVIER LAGES 
RAIMUNDO DE SOUZA MACEDO 
TATYANA SAMPAIO MONTEIRO 
VANESSA NASCIMENTO DOS SANTOS 
JORLANA SARAIVA DA COSTA 
Hamilton
Realce
Hamilton
Lápis
2 
 
SUMÁRIO 
 
PLANO DE CURSO ...................................................................................................... 4 
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 7 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8 
1. ASPECTOS TÉORICOS DA LIBRAS............................................................................. 9 
1.1 IMPLICAÇÕES POLÍTICAS, CULTURAIS E LINGÜÍSTICAS NA EDUCAÇÃO DE SURDOS. .....9 
1.1.1 Educação Especial .............................................................................................9 
1.1.2 Integração .................................................................................................................10 
1.1.3 Inclusão .....................................................................................................................10 
1.2 LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS – LIBRAS (Conceitos, história, cultura, identidade e 
política) ......................................................................................................................... 12 
1.2.1 Conceito ....................................................................................................................12 
1.2.2 Histórico................................................................................................................ 13 
1.2.3 Cultura ......................................................................................................................15 
1.2.4 Identidade .................................................................................................................17 
1.2.5 Política .................................................................................................................. 20 
1.3 DIFERENÇA CULTURAL E LINGUISTICA ...................................................................... 23 
1.3.1 Conceito Antropológico Da Surdez - Reconhecendo A Diferença ..............................24 
1.3.2 Quem São Os Surdos? ..............................................................................................25 
1.3.3 Nomenclaturas ..........................................................................................................26 
1.3.4 Existe “Uma” Diferença Surda? .................................................................................28 
1.3.5 Mitos Ou Verdade?....................................................................................................28 
1.3.6 Definição dos Termos, Mímica, Gesto, Pantomima e Sinal........................................30 
1.4 ASPECTOS LINGUÍSTICOS E GRAMATICAIS ................................................................. 31 
1.4.1 Estrutura Fonológica .................................................................................................32 
2. ASPECTOS PRÁTICOS DA LIBRAS ........................................................................... 36 
2.1 O SINAL PESSOAL...................................................................................................... 36 
2.2 O ALFABETO MANUAL .............................................................................................. 36 
2.3 NUMERAL CARDINAL ................................................................................................ 37 
2.4 NUMERAL QUANTIDADE ........................................................................................... 37 
2.5 NUMERAL ORDINAL.................................................................................................. 37 
2.6 CONFIGURAÇÕES DE MÃOS ..................................................................................... 38 
2.7 SAUDAÇÕES ............................................................................................................. 39 
2.8 PRONOMES PESSOAIS .............................................................................................. 40 
2.9 EXPRESSÕES INTERROGATIVAS ................................................................................. 41 
2.10 VERBOS .................................................................................................................. 42 
2.11 ADVÉRBIO DE TEMPO ............................................................................................. 45 
2.12 DIAS DA SEMANA ................................................................................................... 47 
2.13 MESES DO ANO ...................................................................................................... 48 
2.14 HORAS (Espaço Tempo) .......................................................................................... 50 
3 
 
2.15 HORAS (Duração do Dia) ......................................................................................... 51 
2.16 CORES .................................................................................................................... 52 
2.17 FRUTAS .................................................................................................................. 54 
2.18 ALIMENTOS ............................................................................................................ 55 
2.19 ANIMAIS ................................................................................................................ 58 
2.20 FAMÍLIA ................................................................................................................. 60 
2.21 ESTADO CIVIL ......................................................................................................... 62 
2.22 SENTIMENTOS E ATITUDES MORAIS ........................................................................ 63 
2.23 AMBIENTE ESCOLAR ............................................................................................... 66 
2.24 SINAIS MONETÁRIOS .............................................................................................. 69 
2.25 SITUAÇÕES DO COTIDIANO ..................................................................................... 73 
2.25.1 Transito ...................................................................................................................73 
2.25.2 Recepção .................................................................................................................74 
2.25.3 Hospital ...................................................................................................................75 
2.25.4 Locais Públicos .........................................................................................................77 
2.25.5 Escola.......................................................................................................................77 
2.25.6 Festa .......................................................................................................................78o sinal, podendo ser o Alfabeto 
Manual, os Numerais ou não. Isto é, nem sempre as 
configurações serão apresentadas através do Alfabeto ou de 
Numerais. 
39 
 
2.7 SAUDAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento ás Pessoas com Surdez (CAS/AM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUAL É O SEU SINAL? 
BOA NOITE! 
ESTOU BEM! 
OI! 
OLÁ! 
PRAZER EM CONHECER! 
TCHAU! 
BOA SORTE! 
QUAL É SUA IDADE? COMO VAI VOCÊ! 
BOM/BEM! 
OK! 
LEGAL! 
40 
 
 
 
2.8 PRONOMES PESSOAIS 
 
15 
 
 
 
 
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento ás Pessoas com Surdez (CAS/AM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
QUAL É O SEU SINAL? 
BOA NOITE! 
ESTOU BEM! 
OI! 
OLÁ! 
PRAZER EM CONHECER! 
TCHAU! 
BOA SORTE! 
QUAL É SUA IDADE? COMO VAI VOCÊ! 
BOM/BEM! 
OK! 
LEGAL! 
41 
 
2.9 EXPRESSÕES INTERROGATIVAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
2.10 VERBOS 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento ás Pessoas com Surdez (CAS/AM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIVULGAR/ANUNCIAR 
TER 
NÃO-TER 
NÃO-GOSTAR 
AMAR 
NAMORAR 
PODER NÃO-PODER 
NÃO-ENTENDER 
DISCUTIR 
ENTENDER 
BRIGAR/BATE-BOCA 
GRITAR 
BRIGAR/LUTA CORPORAL 
43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
 
 
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento ás Pessoas com Surdez (CAS/AM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIVULGAR/ANUNCIAR 
TER 
NÃO-TER 
NÃO-GOSTAR 
AMAR 
NAMORAR 
PODER NÃO-PODER 
NÃO-ENTENDER 
DISCUTIR 
ENTENDER 
BRIGAR/BATE-BOCA 
GRITAR 
BRIGAR/LUTA CORPORAL 
44 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
 
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento ás Pessoas com Surdez (CAS/AM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADVERTIR 
CONFUNDIR 
DESPREZAR 
PREOCUPAR 
MENTIR 
FINGIR 
ODIAR 
OFENDER 
AGRADECER 
FOFOCAR 
FORÇAR/COAGIR 
DISCRIMINAR 
45 
 
 
 
 
2.11 ADVÉRBIO DE TEMPO 
 
 
46 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
 
 
 
2.12 DIAS DA SEMANA 
 
 
48 
 
 
 
2.13 MESES DO ANO 
 
 
 
 
49 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
2.14 HORAS (Espaço Tempo) 
 
 
 
 
51 
 
2.15 HORAS (Duração do Dia) 
 
 
 
 
 
 
 
52 
 
 
 
2.16 CORES 
 
 
53 
 
 
 
 
 
 
54 
 
2.17 FRUTAS 
 
 
 
 
 
 
55 
 
 
2.18 ALIMENTOS 
 
 
 
56 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
 
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento ás Pessoas com Surdez (CAS/AM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ALMOÇO ARROZ VONTADE DE COMER 
BOMBOM BANQUETE 
CARNE BATATA FRITA SORVETE 
BOLACHA
ETE 
CHOCOLATE 
CACHORRO QUENTE 
CHURRASCO FOME 
MACARRÃO OVO 
57 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
2.19 ANIMAIS 
 
 
 
 
 
 
59 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
2.20 FAMÍLIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
 
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento ás Pessoas com Surdez (CAS/AM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAI 
MÂE 
IRMÃO (Ã) 
FILHO (A) 
SOBRINHO (A) TIO (A) 
PRIMO (A) 
HOMEM MULHER 
FAMILIA 
61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
 
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento ás Pessoas com Surdez (CAS/AM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VOVÔ (Ò) 
AFILHADO (A) 
MADRASTA 
PADRASTO 
NETO (A) 
BISAVÔ (Ó) CUNHADO (A) 
SOGRO (A) 
FILHO ADOTIVO (A) 
TRIGÊMEOS 
MADRASTA 
VOVÔ 
62 
 
2.21 ESTADO CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
63 
 
2.22 SENTIMENTOS E ATITUDES MORAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
 
 
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento ás Pessoas com Surdez (CAS/AM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INGENUIDADE EDUCADO 
FIDELIDADE 
INIMIZADE 
JUSTIÇA 
RESPONSABILIDADE COMPREENSÃO 
OBEDIÊNCIA 
DECIDIDO 
CORAGEM 
PACIÊNCIA 
TRADICIONAL 
BONDADE OBRIGAÇÃO 
65 
 
 
 
 
 
 
 
66 
 
2.23 AMBIENTE ESCOLAR 
 
 
 
 
 
67 
 
 
 
 
 
42 
 
 
 
 
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento ás Pessoas com Surdez (CAS/AM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EDUCAÇÃO 
EDUCAÇÃO ESPECIAL 
BIBLIOTECA 
APONTADOR 
BORRACHA 
ESCOLA PARTICULAR 
SALA DE AULA 
CADERNO BROCHURA 
CADERNO ESPIRAL 
COLA 
COMPASSO 
LIVRO 
LISTA 
68 
 
 
 
 
 
 
69 
 
2.24 SINAIS MONETÁRIOS 
 
 
 
 
 
 
70 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
 
 
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento ás Pessoas com Surdez (CAS/AM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MOEDA 
PORCENTAGEM PRESTAÇÃO 
JUROS DÓLAR 
LUCRO 
MOEDA 
RETIRADA 
SOMA 
SEGURO PARTICULAR 
71 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
 
 
 
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento ás Pessoas com Surdez (CAS/AM) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
() 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAGAR A VISTA 
PÃO DURO 
IMPOSTO DE RENDA 
VENDER 
PROMOÇÃO 
DESPEDIR-ME UM REAL 
DEZ REAIS CINCO REAIS 
COMPRAR 
72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
73 
 
2.25 SITUAÇÕES DO COTIDIANO 
 
2.25.1 Transito 
 
 
 
 
 
 
 
74 
 
2.25.2 Recepção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
75 
 
2.25.3 Hospital 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
76 
 
 
 
 
 
 
 
 
77 
 
2.25.4 Locais Públicos 
 
 
 
2.25.5 Escola 
 
 
 
 
78 
 
 
 
2.25.6 Festa 
 
 
 
79 
 
2.25.7 Viagens 
 
 
 
 
 
80 
 
REFERÊNCIAS 
 
CAPOVILLA, F. C. e RAFAEL, W.D. Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue 
da Língua de Sinais Brasileiro, Vol. I e II: Sinais de A a Z. São Paulo: Editora da 
Universidade de São Paulo, 2001. 
THOMA, A. da S. A invenção da surdez: cultura, alteridade, identidade e diferença no 
campo da educação. Santa Catarina: Edunisc, 2005. 
 MACHADO, P.C. A política educacional de integração/inclusão: um olhar do 
egresso surdo. Santa Catarina:Editora da UFSC, 2008. 
STROBEL, K. As imagens do outro sobre a cultura surda. Santa Catarina: Editora da 
UFSC, 2008. 
QUADROS, R. De M. Língua de Sinais Brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: 
ArtMed, 2004. 
STUMPF, M. R. Estudos Surdos III. Santa Catarina: Editora Arara Azul, 2008.2.25.7 Viagens ....................................................................................................................79 
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 80 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
PLANO DE CURSO 
 
PLANO DE CURSO 
DADOS SOBRE A DISCIPLINA 
CÓDIGO DISCIPLINA PRÉ-REQUISITO 
IHP123 LÍNGUA BRASILEIRA DE 
SINAIS B 
 
 
CRÉDITOS CARGA HORÁRIA SEMESTRAL ANO LETIVO SEMESTRE 
T P 
60 
 
2015 
 
2 - 4 
 
EMENTA 
História da Língua de Sinais, Legislação e Surdez, Mitos da Língua de Sinais, Ser Surdo, Identidades 
Surdas, Cultura Surda, Filosofias Educacionais de Surdos, Parâmetros Fonológicos da Libras, Alfabeto 
Manual, Datilologia, Pronomes, Batismo do Sinal, Números na Libras, Tempo na Libras, Noções de 
Classificadores, Tipos de Frases. 
 
OBJETIVOS 
Geral: 
 Construir conhecimentos acerca da Língua Brasileira de Sinais, do ser surdo, quebrando o 
estigma da deficiência, através do reconhecimento da sua cultura e das suas identidades; 
 
Específicos: 
 Reconhecer a Libras como língua (e não mera linguagem dos gestos), compreendendo que esta 
se encontra no mesmo status das línguas orais; 
 Conhecer os mitos existentes nas línguas de sinais que permeiam o imaginário ouvinte; 
 Compreender a educação de surdos e as conquistas do movimento surdo; 
 Conhecer a legislação brasileira no que diz respeito às pessoas surdas; 
 Dialogar, em nível básico na Libras, na tentativa de conversação com as pessoas surdas. 
 
 
5 
 
 CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 
Histórico, Legislação e Surdez 
 História da Educação de Surdos; 
 Legislação e surdez: (Lei n°10.098/2000, Lei n°10.436/2002, Decreto n° 5.626/2005); 
O ser surdo 
 A cultura surda; 
 A comunidade surda; 
 As identidades surdas; 
 O movimento surdo. 
Olhando a surdez 
 Aspectos Clínicos; 
 Aspectos Educacionais; 
 Aspectos Sócio-antropológicos. 
Língua ou linguagem? 
 Libras e Língua Portuguesa: estruturas distintas; 
 Língua e Linguagem: língua de sinais ou linguagem de sinais? 
 Português Sinalizado; 
 Parâmetros da Libras; 
 Mitos nas Línguas de Sinais; 
 Bilinguismo e Surdez; 
 Libras: Parâmetros Fonológicos. 
Praticando a Libras / Conversação 
 Alfabeto Manual; 
 Datilologia; 
 Sinais e Palavras; 
 Frases; 
 Vocabulário; 
 Libras em contexto; 
 Diálogos. 
 
ESTRATÉGIAS 
 Cine-fórum; 
 Atividade de Pesquisa; 
 Atividades individuais e em grupos; 
 Leitura e discussão de textos; 
 Aulas expositivas e dialogadas; 
 Palestras com Instrutores surdos; 
 Trabalhos em grupos; 
 Oficinas pedagógicas; 
 Simulação. 
 
AVALIAÇÃO 
Durante a execução do Programa, efetuar-se-ão 03 (dois) Exercícios Escolares (EE) e 01 (uma) Prova 
Final (PF), com pesos 2 e 1, respectivamente. 
 
 
6 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
Básica: 
BRASIL. Decreto n° 5.626, DE 22 de dezembro de 2005. 
_____. Lei n° 10.436 de 24 de abril de 2002. 
CAPOVILLA, Fernando César; RAPHAEL, Walkíria Duarte. Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da 
Língua de Sinais Brasileira, Volume I: Sinais de A a L. 3 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São 
Paulo, 2010. 
CAPOVILLA, Fernando César; RAPHAEL, Walkíria Duarte. Dicionário Enciclopédico Ilustrado Trilíngue da 
Língua de Sinais Brasileira, Volume II: Sinais de M a Z. 3 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São 
Paulo, 2010. 
FELIPE, Tania A. MONTEIRO, Myrna S. Libras em contexto: curso básico: livro do aluno. 5 ed. Brasília: 
MEC/SEESP, 2006. 
GESSER, Audrei. Libras?: que língua é essa? crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da 
realidade surda. São Paulo: Parábola Editoral, 2009. 
QUADROS, Ronice Muller de. KARNOPP, Lodenir Becker. Língua brasileira de sinais: estudos linguísticos. 
Porto Alegre: Artmed, 2004. 
SÁ, Nídia Regina Limeira de. Educação de surdos: a caminho do bilinguismo. Niterói: EDUFF, 1999. 
_____. Cultura, poder e educação de surdos. Manaus: EDUA, 2002. 
_____.Surdos qual escola? Manaus: EDUA/VALER, 2011. 
SKLIAR, Carlos. (org.) A surdez, um olhar sobre a diferença. Porto Alegre: Mediação, 1998. 
STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis: UFSC, 2008. 
THOMA, Adriana da Silva. LOPES, Maura Corcini (orgs.) A invenção da surdez: cultura, alteridade, 
identidade e diferença no campo da educação. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2004. 
Complementar: 
ALBRES, Neiva de Aquino. NEVES, Sylvia Lia Grespan. De sinal em sinal: comunicação em Libras para 
aperfeiçoamento do ensino dos componentes curriculares. São Paulo: FENEIS, 2008. 
ALBRES, Neiva de Aquino. Surdos & inclusão educacional. Rio de Janeiro: Editora Arara Azul, 2010. 
BRASIL. Lei n° 10.098 de 19 de dezembro de 2000. 
_____. Lei n° 12.319 de 01 de setembro de 2012. 
PIMENTA, Nelson. Números na língua de sinais brasileira (DVD). LSBVideo: Rio de Janeiro. 2009. 
PIMENTA, Nelson. QUADROS, Ronice Müller de. Curso de Libras 1. Rio de Janeiro: LSB Vídeo, 2006. 
PIMENTA, Nelson. QUADROS, Ronice Müller de. Curso de Libras 2. Rio de Janeiro: LSB Vídeo, 2006. 
QUADROS, Ronice Müller de (org.) Estudos Surdos I. Petropólis: Editora Arara Azul, 2006. 
QUADROS, Ronice Müller de. PERLIN, Gladis. (org.) Estudos Surdos II. Petrópolis: Editora Arara Azul, 
2007. 
QUADROS, Ronice Müller. Educação de Surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artmed, 1997. 
Dicionário virtual de apoio: http://www.acessobrasil.org.br/libras/ 
Dicionário virtual de apoio: http://www.dicionariolibras.com.br/ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Iranvith Cavalcante 
Scantbelruy 
Professor Coordenador(a) do Curso Chefa do Departamento 
Hamilton
Caixa de texto
7 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 Quando eu aceito a língua de outra pessoa, eu aceito a pessoa. 
Quando eu rejeito a língua, eu rejeitei a pessoa porque a língua é parte 
de nós mesmos. Quando eu aceito a língua de sinais, eu aceito o surdo, 
e é importante ter sempre em mente que o surdo tem o direito de ser 
surdo. Nós não devemos mudá-los, devemos ensiná-los, ajudá-los, 
mas temos que permitir-lhes ser surdo. 
(Terje Basilier) 
 
 
Pensar na surdez requer penetrar no mundo do surdo, um mundo do qual 
fazem parte muitas famílias, escolas, enfim, pessoas que de certas formas convivem 
com os surdos. Os surdos como cidadãos possuem deveres e direitos que precisam ser 
respeitados, direitos esses para os que possuem audição são normais ou tão básicos que 
passam despercebidos. 
São os direitos de poder expressar seus sentimentos; de explicar a dor que 
está sentindo e ser atendido; direito de receber informação; direito a concorrer em 
concursos públicos, direito a vagas no mercado de trabalho, ou mais simples ainda: o 
direito de assistir um telejornal ou uma peça teatral e compreender dentro de sua própria 
língua (Libras), sem dúvida não é fácil ser estrangeiro, principalmente dentro de sua 
própria família, escola, cidade, sociedade e país. No entanto, esta situação pode 
modificar a medida que as pessoas de diversos segmentos sociais se dispuserem a 
conhecer a Língua Brasileira de Sinais. 
Propusemos compartilhar de forma pedagógica e sistematizada, um pouco 
do mundo dos surdos, sua língua, cultura, identidade, e a estrutura da Libras, 
salientando que a Libras não é o português com sinais. Certamente, sua participação 
proporcionará para a expansão desta fantástica língua, com absoluto respeito as 
minorias e suas diferenças linguística e cultural, contribuindo com a inclusão familiar, 
social, e educacional do sujeito surdo. É esta a nossa meta. 
 
 
 
 
8 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Os surdos podem comunicar-se mais facilmente e com maior 
precisão pela Língua de Sinais, porque o cérebro deles se 
adapta para esse meio e, se forçados a falar, nunca conseguirão 
uma linguagem eficiente e serão duplamente deficientes. 
(Oliver Sacks) 
 
Os surdos não devem ser considerados portadores de deficiência física, e 
sim formadoresde uma comunidade linguística minoritária. Assim como qualquer outro 
grupo pequeno com relação a população geral, eles têm identidade, cultura e uma língua 
própria. O que os diferencia das demais pessoas, e das outras minorias, é que ser Surdo 
não significa ter nascido em algum lugar determinado ou integrar uma família especifica 
com as mesmas características. 
O surdo é possuidor de uma língua com modalidade viso-espacial, cuja 
expressão e recepção se diferencia das demais línguas, ou seja, línguas de modalidade 
oral-auditiva. As línguas de sinais, são línguas naturais das comunidades surdas no 
mundo, no Brasil temos a Língua Brasileira de Sinais (Libras) pertencente a 
comunidade surda brasileira. Também possuem regras gramaticais próprias e 
possibilitam o desenvolvimento cognitivo da pessoa surda, favorecendo o acesso deste 
aos conceitos e conhecimento existentes na sociedade em que vive. 
No Brasil existem duas línguas de sinais: a LIBRAS (Língua Brasileira de 
Sinais) e a LSKB (Língua de Sinais Kaapor) da tribo indígena Urubus-Kaapor que 
vivem na floresta amazônica no estado do Maranhão. Não existe uma língua de sinais 
universal, cada país tem a sua própria língua de sinais, dentro destas há dialetos que as 
tornam diferentes umas das outras, inclusive no Brasil a Libras, sofre variações 
linguísticas devido o regionalismo, da mesma forma que ocorre na língua português. 
 
 
 
 
9 
 
1. ASPECTOS TÉORICOS DA LIBRAS 
 
1.1 IMPLICAÇÕES POLÍTICAS, CULTURAIS E LINGÜÍSTICAS NA 
EDUCAÇÃO DE SURDOS. 
 
Situar as implicações relacionadas a política educacional, é preciso buscar 
no movimento de integração/inclusão e na política de educação especial, diretrizes que 
contemplam a educação de surdos no atual contexto neoliberal, e as limitações dessas 
diretrizes no cotidiano escolar, enfocando as concepções de surdez e de surdo na 
abordagem de educação que atendam as especificidades do estudante surdo. 
 
1.1.1 Educação Especial 
 
No século XIX, a Educação Especial sustentava o paradigma de que as 
formações de algumas pessoas com alguma “enfermidade” deveriam ser orientadas no 
sentido de prepará-las para a sociedade, exigindo um ensino que os adaptasse aos 
padrões sociais já estabelecidos pelos grupos majoritários, tendo como base a concepção 
que estava na visão medicalizada do fazer pedagógica que as instituições desenvolviam 
com uso de práticas terapêuticas no processo de ensino aprendizagem. Ainda hoje, a 
Educação Especial desempenha esse modelo, ou seja, o modelo médico da deficiência 
para tentar melhorar as pessoas com deficiência adequando-as aos padrões da sociedade. 
1960, é considerado o ápice da Educação Especial, onde centros, escolas, 
oficinas tinham suas atividades relacionadas mais a caridades, a beneficência a 
medicalização, cuja função tem sido mais normalizadora, retendo a pessoa com 
deficiência por mais tempo, e ao mesmo tempo ensinando menos. Ao substituindo seu 
trabalho pedagógico pela terapêutica de reabilitação, abdica de sua função de Escola, e 
reforça seu caráter ideológico pois mesmo frequentando uma Escola seu aluno continua 
tendo pouca oportunidade de acesso ao conhecimento. Tal fato tem justificado baixa 
expectativa pedagógica nas Escolas Especiais. 
A educação das crianças especiais é um problema educativo como é também 
o da educação de classes populares, a educação rural, a das crianças de rua, a dos 
presos, dos indígenas, dos analfabetos e etc.. É certo que os grupos mencionados têm 
uma especificidade que os diferencia, mas também há um fator que os a semelha: são 
10 
 
grupos classificados como minorias, sofrendo exclusão parecidas nos processos 
educativos. 
 
1.1.2 Integração 
 
Deu-se o início no final de 1960, esse movimento atribuiu as pessoas com 
deficiência o direito as pessoas com deficiência o direito à vivencia de padrões comuns 
à cultura dos grupos majoritários, procurando os inserir na educação, trabalho, família, 
lazer. Entre 1970 e 1980, os ideais de inserção no modelo social persistiam, tal modelo 
resultou na integração visando atingir a questão da escolarização das pessoas com 
deficiência. Porém, os alunos com necessidades especiais teriam que se adaptar para 
serem inseridos na escola regular. No entanto, as escolas regulares devem expandir a 
oportunidade de aprendizagem a todos os indivíduos, favorecendo a integração, 
implementando novos programas e currículos, investindo na formação de professores e 
novos suportes se fortalecendo como instituição de ensino. A integração educacional da 
a todos o direito à educação em ambientes menos restritos, porém, a divergência 
assenta-se na eficácia do desenvolvimento dos alunos considerados deficientes o que 
parece convergir com a realidade apresentada. Tal movimento solidificou-se em 1980, e 
não atendeu aos reais direitos das pessoas com deficiência não questionando na 
sociedade que se manteve sem mudanças, continuando assim a exigir a adaptação dos 
deficientes à ordem social. 
 
1.1.3 Inclusão 
 
O movimento de inclusão tem a pretensão de uma nova sociedade propondo 
mudanças na consciência e na estruturação social, uma sociedade que caibam realmente 
todas as pessoas, com novos princípios como: celebração das diferenças, direito de 
pertencer, valorização da diversidade humana, igual importância das minorias, 
cidadania com qualidade de vida. Até época anterior mantinha-se o modelo de adaptar o 
indivíduo à sociedade, contudo o movimento inclusivo inverte essa proposição 
definindo que a sociedade também se adapte aos sujeitos. Sassaki (1997, p.42) diz que a 
inclusão é um processo de construção através de transformações pequenas e grandes, 
em ambientes físicos e na mentalidade das pessoas e do próprio portador de 
necessidades especiais. 
11 
 
 
Percebe-se que tal processo não inclui o sujeito surdo com sua 
diferença, diferenças esta que se encontra no campo linguístico e não 
físico. (J.A.Monteiro). 
 
 
A prática da inclusão se baseia em princípios diferentes, na aceitação das 
diferenças individuais, valorização de cada pessoa. Estudo tem demonstrado que a 
política de inclusão surgiu ante o movimento integracionista e a partir da Declaração de 
Salamanca (1994), que recomenda a adoção do princípio de educação inclusiva, mais 
em forma de política do que de lei, matriculando todas as crianças em escolas regulares, 
independentemente de suas condições físicas, sociais, emocionais, intelectuais, 
linguísticas e entre outras. De acordo com Werneck (1997, p. 16) aconteceram no Brasil 
diversos eventos de inclusão, onde se discutiram na verdade a integração confundindo-a 
com a inclusão. 
Não basta inserir um aluno que apresente peculiaridade em relação aos 
demais na sala de aula, ignorando suas necessidades; neste caso a escola precisa ser 
questionada, a produção de saberes, as organizações pedagógicas para todos e não 
somente para aqueles que provem da educação especial que também será revisada e não 
eliminada. Na sociedade inclusiva, a escola se conscientiza de que ela só é escola 
quando for capaz de ter todos dentro dela, no entanto, é quase impossível que a escola 
dê conta de todo e qualquer tipo de aluno. 
Refletindo sobre os movimentos acima cabe perguntar: A escola se sente 
capaz de lidar com as diferenças? Como a educação regular tem produzido suas 
práticas educativas em relação às diferenças linguísticas, políticas e culturais? 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
1.2 LINGUA BRASILEIRA DE SINAIS – LIBRAS (Conceitos, história, cultura, 
identidade e política) 
 
1.2.1 Conceito 
 
Mesmo quando estiveram banidas da educação dos surdos, as Línguas de 
Sinais despertavam o interesse dos educadores. Como surgiram? Quando? Porque não 
existe uma língua de sinais única para todos os surdos do mundo? Essas são as mesmas 
perguntas que fazemos com relação a própria existência da linguagem humana. Talvez o 
acontecimentoda Torre de Babel possa servi como símbolo dessa busca de respostas. 
A Libras (Língua Brasileira de Sinais) é a língua natural usada pela maioria 
dos Surdos do Brasil, como toda Língua de Sinais, é uma língua de modalidade gestual-
visual por utilizar, como canal ou meio de comunicação movimentos gestuais e 
expressões faciais percebidos pela visão; portanto, diferencia-se da Língua Portuguesa 
que é uma língua de modalidade oral-auditiva por utilizar o canal de comunicação, 
sons articulados percebidos pela audição. Porém, as diferenças não se encontram 
somente na utilização de canais diferentes, a maior diferença está na estrutura 
gramatical entre as duas línguas. 
 
É Universal? 
Há várias línguas de sinais no mundo, a mais comum é a Língua de Sinais Americana. 
Cada país tem a sua própria língua gestual. Por exemplo: 
 Brasil - Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) 
 Portugal - Língua Gestual Portuguesa (LGP) 
 Angola - Língua Angolana de Sinais (LAS) 
 Moçambique - Língua Moçambicana de Sinais (LMS) 
É comum pressupor que as línguas de sinais sejam versões sinalizadas das línguas orais; 
por exemplo: 
 LIBRAS é a versão sinalizada do português; 
 A S L é a versão sinalizada do inglês; 
 L J S é a versão sinalizada do japonês. 
Embora haja semelhanças ou aspectos comuns devido a um certo contágio 
linguístico, as línguas de sinais são autônomas, não derivando das orais e possuem 
peculiaridades que as distinguem umas das outras e das línguas orais. Muitos pensam 
13 
 
que a Língua de Sinais, é igual em todo o mundo, esse pensamento baseia-se em alguns 
conceitos como: 
 Comunicação por gestos é intuitiva e uma vez que não exige aprendizagem, 
deveria ser a mesma para todos os surdos; 
 A comunidade surda, ao redor do mundo, é uma minoria, certamente utiliza um 
único tipo de comunicação; 
 É uma comunicação icônica (uma representação da realidade, por ícones), a sua 
representação deverá ser a mesma em todo o mundo. 
A língua de sinais é uma língua natural, com léxico e gramática próprios. 
Cada comunidade de surdos desenvolveu a sua língua de sinais, ao longo dos tempos, 
assim como cada comunidade de ouvintes desenvolveu a sua língua oral. É possível 
encontrar países com mais de uma língua de sinais. 
Exemplo Brasil 
 
 LIBRAS ou LBS 
 KLS - língua de sinais que é utilizada pelos índios Urubus-Kaapor na Floresta 
Amazônica no Estado do Maranhão. 
As línguas de sinais são criações espontâneas do ser humano e se 
aprimoram exatamente da mesma forma que as línguas orais. Nenhuma língua é 
superior ou inferior a outra, cada língua se desenvolve e expande na medida da 
necessidade de seus usuários. A língua de sinais é tão natural e tão complexa quanto as 
línguas orais, dispondo de recursos expressivos suficientes para permitir aos seus 
usuários expressar-se sobre qualquer assunto, em qualquer situação, domínio do 
conhecimento e esfera de atividade. Mais importante, ainda: é uma língua adaptada à 
capacidade de expressão dos surdos. Por outro lado, a Língua de Sinais, embora seja 
a língua natural dos surdos, não é a língua materna de qualquer surdo. 
 
1.2.2 Histórico 
 
No período de 1500 a 1855, já existiam muitos surdos no Brasil, nessa 
época a educação era precária. Em 1855 Eduardo Huet professor surdo francês, chega 
ao Brasil sob beneplácito do imperador D.Pedro II, com a intenção de abrir uma escola 
para surdos. 
14 
 
Em 1857 foi fundada a primeira escola para surdos no Rio de Janeiro – Brasil, o 
“Imperial Instituto dos Surdos-Mudos”, hoje, “Instituto Nacional de Educação de 
Surdos”– INES, no dia 26 de setembro. 
Em 1911, um decreto muda as condições do ensino no INES, o método oral puro é 
adotado. Mesmo assim os Surdos continuaram usando os sinais fora da sala de aula. 
Em 1929, no dia 15 de abril, foi fundado os Instituto Santa Terezinha em Campinas/Sp. 
Mudou para São Paulo em 1933. Só atendia meninas surdas ate 1970. 
Em 1952, I Núcleo Educacional para Crianças Surdas, hoje, EMEE – Heler Keller, em 
São Paulo. 
Em 1954, em 18 de outubro foi criado o IESP, hoje conhecido como DERDIC. 
Em 1958, teve início o atendimento a crianças Surdas nas Secretarias Estaduais de 
Ensinos. O estado de São Paulo foi o primeiro a implantar o atendimento chamado de 
Classes Especiais. 
Em 1970, o Oralismo predomina na educação de Surdos. Causando prejuízo na Cultura 
Surda e o empobrecimento da Língua de Sinais, e a falta de acesso às informações 
sociais. 
No ano de 1986 chega ao Brasil a Comunicação Total. 
Em 1994, passa-se a utilizar a abreviação LIBRAS, criada pela própria comunidade 
surda do Brasil 
Em 24 de Abril de 2002, há dez anos, nosso país dava um importante passo. Era 
reconhecida a Língua Brasileira de Sinais pela Lei 10.436. LIBRAS é o resultado da 
mistura da língua de sinais francesa com a Língua de Sinais brasileira antiga, já usada 
pelos surdos das várias regiões do Brasil. 
Em 24 de Abril de 2002, a lei nº 10. 436 reconhece a Língua Brasileira de Sinais 
(LIBRAS) como meio legal de comunicação e expressão. 
Em 22 de Dezembro de 2005, o Decreto nº 5.626, regulamentando a Lei nº 10. 436. 
A Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos – FENEIS, 
define a Língua Brasileira de Sinais – Libras, como a língua materna dos surdos 
brasileiros e, como tal, poderá ser aprendida por qualquer pessoa interessada pela 
comunicação com esta comunidade. Como língua, está composta de todos os 
componentes pertinentes às línguas orais, como gramática, semântica, pragmática, 
sintaxe e outros elementos preenchendo, assim, os requisitos científicos para ser 
considerado instrumento linguístico de poder e força. Possui todos elementos 
classificatórios identificáveis numa língua e demanda prática para seu aprendizado, 
15 
 
como qualquer outra língua. É uma língua viva e autônoma, reconhecida pela 
linguística. 
Segundo Sánchez (1990, p.17) a comunicação humana “é essencialmente 
diferente e superior a toda outra forma de comunicação conhecida. Todos os seres 
humanos nascem com os mecanismos da linguagem específicos da espécie, e todos 
desenvolvem normalmente, independentes de qualquer fator racial, social ou cultural”. 
Uma demonstração desta afirmação se evidencia nas línguas oral-auditiva (usadas pelos 
ouvintes) e nas línguas viso-espacial (usadas pelos surdos). Os estudos linguísticos e 
neurológicos são irrefutáveis e contundentes no sentido de provar que a organização 
cerebral da linguagem, quer oral, quer gestual, é exatamente a mesma. As evidências 
são de tal ordem que só um preconceito insano justifica a insistência na oralização de 
crianças surdas. 
Se a língua de sinais é organizada no cérebro da mesma forma que a língua 
oral, então, do ponto de vista biológico, a língua de sinais é uma língua natural, o seu 
aprendizado tem um período crítico, que corresponde ao período entre 2 e 3 anos de 
idade. E, se tem um período crítico, então as crianças surdas estão iniciando muito tarde 
o seu aprendizado. Na maioria dos casos não há uma comunicação satisfatória entre o 
surdo e a família ouvinte, iniciando-se aí, o processo de exclusão. 
 
A voz dos surdos são as mãos e os corpos que pensam, sonham e expressam. 
As línguas de sinais envolvem movimentos que podem parecer sem sentido 
para muitos, mas que significam a possibilidade de organizar as ideias, 
estruturar pensamentos e manifestar o significado da vida dos surdos. Pensar 
sobre a surdez requer penetrar no mundo dos surdos e ouvir as mãos que com 
alguns movimentos nos dizem o que fazer para tornar possível o contato entre 
os mundos envolvidos. Permita-se ouvir estas mãos. Somente assim será 
possível mostrar aos surdos como eles podem ouvir o silencio da palavra. 
 (Ronice Muller de Quadros) 
 
1.2.3 Cultura 
 
Quando falamos sobre cultura muitas coisas podem vir a nossa mente, há 
diferentes culturas e diferentes modos de conceituar cultura,depende do espaço onde 
ela é discutida. Aqui, neste espaço usaremos o termo cultura para expressar “jeitos de 
ser e estar no mundo”, e ressaltaremos os jeitos de ser e estar no mundo do povo 
surdo, ou seja, a Cultura Surda. Podemos dizer com as palavras de Sá ((p.01, 2006) que 
“Cultura”, é definida como um campo de forças subjetivas que dá sentido (s) ao grupo). 
16 
 
O embate acontece exatamente porque existe a Cultura Surda e é a Língua de Sinais a 
marca subjetiva que dá sentido (s) a esta cultura. 
Dessa maneira, os elementos mais importantes da cultura podem ser 
destacados com as habilidades dos sujeitos para construir sua identidade em usar a 
linguagem. O essencial é entender que a cultura surda é como algo que penetra na pele 
do povo surdo, que participa das comunidades surdas, compartilha algo em comum, 
suas normas, valores e comportamentos. Dessa forma a cultura não vem pronta porque 
ela sempre se modifica e atualiza, mostrando claramente que ela não surge com o 
homem sozinho e sim das produções coletivas que decorrem do desenvolvimento 
cultural experimentado por suas gerações passadas. 
No século XXI, mais do que nunca, tem-se dado extremo valor à estética do 
corpo e da linguagem, mesmo que ocultamente tem-se mantido o paradigma da alta e da 
baixa cultura. O discurso que ecoa é que: surdos são pessoas que ouvem com ouvidos 
defeituosos, se pudéssemos concertar os ouvidos eles estariam ouvindo. Neste sentido 
também se pode dizer que os negros são pessoas brancas que possuem pele escura, se 
pudessem concertar a pele eles seriam brancos. Ou, as mulheres são homens com 
genitálias erradas e por aí vai. É como se o surdo precisasse entrar na linha da 
normalização para serem iguais a maioria (falar, ver, ouvir e andar) para fazer parte de 
uma cultura dita padrão e serem considerados incluídos na sociedade. 
A cultura surda é também híbrida e mestiça, pois não se encontra isolada no 
mundo, está sempre em contato direto com outras culturas e evolui da mesma forma que 
o pensamento humano. Há narrativas normalizantes que põem os surdos como pessoas 
subculturas, no entanto, a contradição acontece nas narrativas surdas, elas revelam que 
pessoas surdas não vivem de adaptação ou reabilitação, vivem em evolução, criam 
meios de ser e de estar no mundo, como qualquer ser humano faz. Possuem a 
necessidade de estar em permanente contato com outros surdos, não porque os ouvintes 
não os compreendem, mas pela força da identificação cultural, pela força da 
subjetividade que os atrai como um imã da mesma forma que acontece com outros 
grupos sociais. 
 
 
 
 
17 
 
1.2.3.1 Como a cultura surda é transmitida? 
 
Devido à proibição de compartilhar uma língua cultural do povo surdo em 
resultado emitido pelo Congresso Internacional de Educadores de Surdos, ocorrido em 
Milão na Itália, no ano de 1880, o uso de língua de sinais foi definitivamente banido, e 
foi imposta a metodologia oralista nas escolas de surdos. Como as crianças surdas não 
podiam participar das atividades na comunidade surda, sendo o espaço inicialmente 
compartilhado era os dormitórios das instituições e asilos, onde as famílias dos sujeitos 
surdos os deixavam em regime de internato, até que estivessem aptos para retornar ao 
convívio familiar, o que só acontecia invariavelmente na idade adulta. 
Muitas vezes o processo de transmissão cultural de surdos, só ocorre na vida 
de muitos somente na idade adulta, a maioria dos surdos é famílias ouvinte, às vezes 
nem frequentam as escolas de surdos por imposição da família, ficando sem contato por 
muito tempo com a comunidade surda. O que gera falha no desenvolvimento psico-
social e cognitivo por falta de contato com seus pares. A cultura surda exprime valores, 
que muitas vezes se originaram e foram transmitidas pelos sujeitos surdos de geração 
passada, por seus líderes bem-sucedidos através das associações de surdos. Embora o 
termo cultura surda seja usados frequentemente, isso não significa que todas as pessoas 
surdas do mundo compartilham a mesma cultura. Para compreender por que existe uma 
cultura surda é fundamental entrar em contato com esta cultura deixando de lado pré-
conceitos que se costuma fazer antes uma língua viso-espacial. 
 
1.2.4 Identidade 
 
Identidade: É o conjunto de caracteres próprios e exclusivos com os quais se podem 
diferenciar pessoas. 
 
Algumas definições 
Para a Sociologia: Identidade é o compartilhar de várias idéias e ideais de um 
determinado grupo. 
 
Para Antropologia: Identidade consiste na soma nunca concluída de um aglomerado 
de signos, referências e influências que definem o entendimento relacional de 
determinada entidade percebida pela diferença. 
 
 
 
 
18 
 
1.2.4.1 Como a medicina identifica o surdo? 
 
 
Classificação das Perdas Auditivas 
 
A) De 25 a 40 Decibéis – Surdez Leve 
B) De 41 a 55 Decibéis - Surdez Moderada 
C) De 56 a 70 Decibéis - Surdez Acentuada 
D) De 71 a 90 Decibéis - Surdez Severa 
E) De Acima de 91 Decibéis - Surdez Profunda 
F) Anacusia 
 
O modelo clinico terapêutico procura ver a surdez como uma patologia que, 
se não tratada, ocasionará outras deficiências ou incapacidades, investem em recursos 
técnicos, em aparelhos sonoros para que o aprendizado da fala se torne vital a vida 
humana, perpetuando assim a tradicional forma do Oralismo, cujo discurso propõe a 
superação da surdez e a aceitação social do surdo por meio da oralização, banindo, 
portanto, a língua de sinais dos modelos educacionais. 
Neste conceito, o surdo é visto como um deficiente, um ser incapaz, cujo 
temo expresso é: "deficiente auditivo". 
 
1.2.4.2 Como o surdo se identifica? 
 
 Ser surdo é uma questão de vida. Não se trata de uma 
deficiência, mas de uma experiência visual. Desta experiência visual 
surge a cultura representada pela Língua de Sinais, pelo modo 
diferente de ser, de se expressar, de conhecer o mundo, de entrar nas 
artes, no conhecimento cientifico e acadêmico. 
(Gladis Perlin, 2000, p.218) 
 
Trata-se de uma identidade fortemente marcada pela política surda. São 
mais presentes em surdos que pertencem à comunidade surda e apresentam 
características culturais como: 
 Experiência visual que determina formas de comportamento, cultura, língua. 
 Carregam consigo a Língua de Sinais: Eles têm um costume bastante presente 
que os diferencia dos ouvintes e que caracteriza a diferença surda: a captação da 
19 
 
mensagem é visual e não auditiva o envio de mensagens não usa o aparelho 
fonador, usa as mãos. 
 Aceitam-se como surdos, sabem que são surdos e assumem um comportamento 
de pessoas surdas. Entram facilmente na política com identidade surda, onde 
impera a diferença: necessidade de intérpretes, de educação diferenciada, de 
Língua de Sinais. 
 Passam aos outros surdos sua cultura, sua forma de ser diferente; 
 Tem suas comunidades, associações, e/ou órgãos representativos e 
compartilham entre si suas dificuldades, aspirações, utopias. 
 Tem preferência em se relacionar com seus semelhantes fortalecendo sua 
identidade. É no contato com seus pares que se identificam com outros surdos e 
encontram relatos de problemas e histórias semelhantes às suas: uma dificuldade 
em casa, na escola, normalmente atrelada à problemática da comunicação. 
Identidade surda, é estar no mundo visual e desenvolver sua experiência na 
Língua de Sinais. Os surdos que assumem a identidade surda são representados por 
discursos que os veem capazes como sujeitos culturais, uma formação de identidade que 
só ocorre entre os espaços culturais surdos. 
 
1.2.4.3 As Identidades Surdas em Questão 
 
O que vai determinar a identidade surda é sempre a experiência visual. 
Neste em vista desta característica distinguimos a identidade ouvinte da identidade 
surda. 
 Identidades Surdas Híbridas: surdos que nasceram ouvintes e com o tempo 
alguma doença, acidente, os deixaramsurdos. Dependendo da idade em que a 
surdez chegou, conhecem a estrutura do português falado. Usam língua oral ou 
língua de sinais para captar a mensagem. Esta identidade também é bastante 
diferenciada, alguns deixam de usar a língua oral e usam somente a Língua de 
Sinais. 
 Identidades Surdas Flutuantes: Os surdos que não tem contato com a 
comunidade surda. Para Karol Paden são outra categoria de surdos, visto não 
contarem com os benefícios da cultura surda. Não participam da comunidade 
surda, associações e lutas políticas. 
20 
 
 Identidades Surdas Embaçadas: São outro tipo que podemos encontrar diante 
da representação estereotipada da surdez ou desconhecimento da surdez como 
questão cultural. 
 Identidades surdas de transição: Estão presentes na situação dos surdos que 
devido a sua condição social viveram em ambientes sem contato ou se afastam 
da identidade surda. Vivem no momento de transito entre uma identidade a 
outra. Se a aquisição da cultura surda não se dá na infância, normalmente a 
maioria dos surdos precisa passar por este momento de transição, visto que 
grande parte deles são filhos de pais ouvintes. 
 Identidades Surdas de Diáspora: Divergem das identidades de transição. Estão 
presentes entre os surdos que passam de um país a outro, ou, de um Estado 
brasileiro a outro, ou ainda de um grupo surdo a outro. Ela pode ser identificada 
como o surdo carioca, o surdo brasileiro, o surdo norte americano. É uma 
identidade muito presente e marcada. 
 Identidades intermediárias: Geralmente identificada como sendo surda. Essas 
pessoas têm outra identidade, pois tem uma característica diferente, sua captação 
de mensagens não é totalmente na experiência visual que determina a identidade 
surda. 
 Identidade inconformada: É a qual o surdo não consegue captar a 
representação da identidade ouvinte, hegemônica, e se sente numa identidade 
subalterna. 
As identidades surdas são multifacetadas, fragmentadas, em constante 
mudança; jamais se encontra uma identidade mestra, um foco. Os surdos passam a 
serem surdos através da experiência visual, de adquirir certo jeito de ser surdo, não 
podem ser um grupo de identidade homogênea. Sua identidade se constitui no 
interior da cultura surda. Está em situação de dependência, de necessidade do outro 
surdo (PERLIN, 1998, p. 53). Há que se respeitar as diferentes identidades. 
 
1.2.5 Política 
 
Os surdos são organizados social e politicamente, possuem um estilo de 
viver que é próprio de quem usa a visão como meio principal de obter conhecimento. 
Tem suas comunidades, associações, ou órgãos representativos e compartilham entre si 
suas dificuldades, aspirações, utopias. 
21 
 
 
1.2.5.1 Política Linguística 
 
A política linguística é o reconhecimento da representação da Língua de 
Sinais na vida do sujeito surdo. Os surdos brasileiros resistiram à tirania do poder que 
tentou silenciar as mãos dos surdos, mas que, felizmente fracassou. As associações dos 
surdos, sempre mantiveram intercambio por meio de redes possibilitando contato entre 
os surdos do país inteiro. 
As festas, os jogos, os campeonatos, as sedes organizadas, são formas de 
interação social e linguística que não aparecem nas escolas de surdos (muito menos nas 
escolas regulares), este fato simboliza movimento de resistência a um sistema que poda, 
que determina, que lesa a formação da comunidade surda brasileira. 
A política linguística ainda acredita no caráter instrumental da Língua 
Brasileira de Sinais na educação de surdos. Dessa forma, instaura-se as negociações, um 
campo que vai além, abrindo espaço, lugares e objetivos híbridos. Os surdos não 
precisam negar a língua portuguesa, assim como os ouvintes não precisam negar a 
língua de sinais. Não significa que a educação de surdos terá as duas línguas, mas que 
as duas línguas estarão em espaços de negociação. 
 
1.2.5.2 Comunidade Surda 
 
Convém ressaltar que as comunidades de surdos não são consideradas 
apenas espaços de lazer, entretenimento, práticas de esportes. A comunidade surda é, 
sobretudo, um espaço de articulação política na busca pelo reconhecimento da surdez 
como diferença. 
Partindo desse pressuposto, Skliar (1999, p.23) declara que: "a surdez não 
é uma questão de audiologia senão de epistemologia”. É nesse sentido que a surdez, 
os surdos, podem ser vistos como criando uma diferença política. Segundo Oliver Sack, 
a surdez em si não é o infortúnio; o infortúnio sobrevém com o colapso da 
comunicação e da linguagem (“Vendo Vozes”, p 130). Nos casos mais extremos, um 
surdo não estimulado pode se tornar igual a um deficiente mental. 
Não basta ser surdo para fazer parte da comunidade e cultura de surdos. A 
maioria dos surdos por ser filhos de pais ouvintes, muitos deles não sabem a LIBRAS e 
22 
 
não tem contato com as associações e com os surdos, podendo se tornar o que os surdos 
definem como DA. Os surdos que estão engajados na causa política da comunidade 
surda, costumam fazer distinção entre surdos e DA. O termo deficiente estigmatiza a 
pessoa pois a mostra pelo que ela não tem em relação às outras pessoas ditas normais. 
Por este motivo o termo SURDO é o mais aceito por sua comunidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
1.3 DIFERENÇA CULTURAL E LINGUISTICA 
 
Contrario ao modo como muitos definem a surdez (um impedimento auditivo), 
pessoas surdas definem-se em termos culturais e linguísticos. 
(Wrigley, 1996,p13). 
 
 
A população surda compartilha o fato de serem linguística e culturalmente 
diferentes da população ouvinte. As Línguas de Sinais existem de forma natural em 
comunidades linguística de pessoas surdas. 
UNESCO em 1984, declarou que: a Língua de Sinais, deve ser reconhecida 
como sistema linguístico legítimo e merecer o mesmo status com os outros sistemas 
linguísticos (Wrigley, 1996, p. 13). 
Quando os pais (ouvintes) recebem o diagnóstico de surdez severa ou profunda 
de seu bebe, logo medos e frustações lhes vêm ao encontro, muitas das vezes as pessoas 
que passam essa informação são profissionais despreparados, os quais incita os pais a 
investirem em outro filho, como se o filho portador de surdez fosse um caso perdido, o 
que leva muitas pais a desistirem de seus filhos surdos. 
Neste caso, o profissional precisa saber trabalhar com a família, e não trabalhar a 
família. Do mesmo modo precisam trabalhar com o surdo e não trabalhar o surdo; um 
sujeito não se trabalha, mas compartilha, interage, neste caso busca-se a compreensão 
do sujeito na sua diferença cultural e identidade. No entanto ocorre o contrario em 
relação ao surdo, a partir da descoberta da surdez esse passa a ser visto como se seu 
corpo fosse apenas constituído pela ORELHA, levando a família e profissionais a 
buscarem a normalização dessa parte do corpo, a partir dai, o surdo é regredido a um 
pedaço do corpo, que passa a ser marcado e circunscrito na suposta normalidade, 
medido, mensurado e subordinado à logica do suposto corpo normal, consistindo em 
um tratamento de remissão de seu sintoma, esta concepção marca o destino da pessoa e 
seus familiares. 
A detecção precoce da surdez com encaminhamento da família para o 
esclarecimento quanto ao papel que a Língua de Sinais pode desempenhar na 
comunicação com seu filho surdo é um recurso acessível e fundamental, mas ainda não 
é reconhecido pelos órgãos responsáveis pela saúde publica. 
É indispensável que a criança surda e sua família possam desenvolver uma 
linguagem comum e fluente no tempo real, ou seja, na mesma idade cronológica em que 
faz a criança ouvinte. Uma família bem orientada e que tenha acesso a Língua de Sinais, 
24 
 
junto com seu filho surdo, não vai necessitar de recursos extraordinários para dar-lhe 
uma boa educação. 
Muitas crianças surdas são encaminhadas a avaliações neurológicas, tais 
limitações geram marcas na construção da identidadee em sua qualidade de vida. 
Outros passam sua existência privados de uma comunicação plena e simbólica. Ao 
prosseguir com a meta da oralização , os primeiros anos fundamentais para aquisição de 
uma língua de forma natural, é negado ao surdo que precisa aprender o português em 
consultório fonoaudiólogo, um ambiente artificial, não se tornando falante da língua 
portuguesa e nem usuário da língua de sinais, ficando sua comunicação bastante restrita 
a uma simbologia privada. 
 
1.3.1 Conceito Antropológico Da Surdez - Reconhecendo A Diferença 
 
Pensar em uma educação para surdos que considere suas características sociais, 
descartando a patologia e aproximação do surdo com o modelo ouvinte, é tarefa que 
ultimamente vem sendo realizada, porem ainda esta longe de ser consenso entre os 
envolvidos, pois a forma de pensar essa educação esta ligada a outras representações, 
como marcas, traços, significantes [...], alem disso a visão socioantropológica da surdez 
ainda esta em construção. Este conceito atribui a surdez uma noção diferente da 
proposta pela visão clinica. Dois aspectos contribuem para o fortalecimento da 
perspectiva socioantropológica da surdez: 
a) a existência de uma comunidade que se articula e se identifica pelo uso de uma 
língua própria – a Língua de Sinais – formando portanto uma comunidade 
lingüística. 
b) A confirmação de algumas características dos filhos surdos de pais surdos que 
os diferenciam dos surdos filhos de pais ouvintes, habilidade de aquisição de 
uma segunda língua e da escrita. 
A diferença apresentada sobre a surdez e o surdo não devem ser entendidas em oposição 
ao conceito de normalidade. A diferença é sempre diferença, não deixa de ser diferença, 
não representa um momento não desejado na vida da pessoa, pois sua construção é 
histórica, social e política. 
 
 
 
25 
 
1.3.2 Quem São Os Surdos? 
 
Um dia minha filha perguntou: Mãe como é ser Surdo? 
Confesso que ate aquele momento não havia pensado como era, como é, como seria ou 
como deveria ser um Surdo, a pergunta me virou de pernas para o ar. Não pude dar uma 
resposta exata naquele momento para não usar termos que posteriormente não tivesse 
valência quanto ao conceito sobre a pergunta realizada. A partir desse momento então, 
comecei a questionar-me e a pesquisar sobre o que era ser Surdo. (Monteiro. J.A) 
O que vem a ser Surdo? Ser surdo é uma questão de vida. Não se trata de uma 
deficiência, mas de uma experiência visual. Desta experiência surge a cultura visual 
representada pela Língua de Sinais, pelo modo diferente de ser, de se expressar, de 
conhecer o mundo, de entrar nas artes, no conhecimento cientifico e acadêmico. (Perlin, 
2003ª,p.218). A maioria das pessoas surdas, no contato com outros surdos, desenvolve a 
Língua de Sinais. Porem, os quer viverem isolados ou em locais onde não exista uma 
comunidade surda, apenas se comunicam por gestos. Existem surdos que por imposição 
familiar ou opção pessoal preferem utilizar a língua oral (fala). 
No entanto, no decorrer do último século os surdos foram tratados como deficientes 
auditivos e, em decorrência, receberam atendimento clínico, visando torná-los o mais 
possível próximo dos ditos normais. Surgiu assim, no âmbito educacional e social, uma 
corrente muito disseminada – (a oralista), acreditava que a criança surda deveria 
centrar-se na aprendizagem da linguagem oral. A utilização do sistema gestual (natural 
dos surdos) foi renegado por praticamente todos, que entendiam ser o mesmo um 
conjunto de gestos desordenados, limitados a expressões concretas e embotador da 
linguagem oral. O grande fracasso escolar e as dificuldades de integração dos surdos, 
além de novas pesquisas nas áreas de linguística, sociologia, educação etc. levaram, 
entretanto, muitos a repensar esta posição. Com a confirmação científica, feita em 1960, 
por Stokoe, linguista americano, de que a língua de sinais é uma língua com regras e 
gramática própria (BRITO, 1995; SACKS, 1980; et all), a língua de sinais passou a ter 
outro valor, significando, como as demais línguas, ela tem um período crítico de 
aquisição (de zero a três anos), para que neurolingüisticamente o cérebro possa 
desenvolver plenamente suas funções, e, após os 12 anos, as sequelas causadas pela 
falta de aquisição de uma língua são permanentes e irrecuperáveis (FERNANDES, 
1996). 
 
26 
 
1.3.3 Nomenclaturas 
 
 Deficiência Auditiva: Termo técnico usado na área da saúde e, algumas vezes, 
em textos legais. Refere-se a uma perda sensorial auditiva. Não designa o grupo 
cultural dos surdos. 
 O que é a deficiência auditiva? É apenas uma perda sensorial, por isto as 
pessoas com problemas de audição têm potencialidade igual à de qualquer 
ouvinte. Comunicação com liberdade e segurança. Para os surdos a língua de 
sinais é fundamental, pois só através dela podem se comunicar. 
 Surdo-Mudo: Provavelmente a mais antiga e incorreta denominação atribuída 
ao surdo, e infelizmente ainda utilizada em certas áreas e divulgada nos meios de 
comunicação, principalmente televisão, jornais e rádio. 
O fato de uma pessoa ser surda não significa que ela seja muda. A mudez é 
uma outra deficiência, totalmente desagregada da surdez. São minorias os surdos 
que também são mudos. Fato é a total possibilidade de um surdo falar, através 
de exercícios fonoaudiólogos, aos quais chamamos de surdos oralizados. 
Também é possível um surdo nunca ter falado, sem que seja mudo, mas apenas 
por falta de exercício. 
Por isso, o surdo só será também mudo se for constatada clinicamente 
deficiência na sua oralização, impedindo-o de emitir sons. Fora isto, é um erro 
chamá-los de surdo-mudo. Apague esta ideia! 
 O que é o Surdo-Mudo? Erro social dado ao tato de que o surdo vive num 
‘’silêncio” rotulado pela própria sociedade (por falta de conhecimento do real 
significado das duas palavras). 
 Mudez: problema ligado à voz. 
 Surdez: dificuldade parcial ou total no que se refere à audição 
 
 
1.3.3.1 Desmistificando Os Estereótipos 
 
 Nem todos os surdos fazem leitura labial - Então paciência é fundamental 
 Nem todos os surdos sabem Língua de Sinais - Por diferente motivos, alguns 
surdos não aprendem a língua de Sinais por não gostarem, ou a família nunca 
incentivou, muitos que moram no interior simplesmente não tem contato com 
outros surdos que saibam Libras... 
“Os surdos não são mudos” 
É comum ouvirmos de pessoas leigas a expressão “surdo-mudo”. Aqui há um equívoco 
que precisa ser esclarecido. 
27 
 
O pensamento parece lógico: é de senso comum que aprendemos a falar ouvindo. Logo, 
se não ouvem, os surdos não aprendem a falar. Mas o termo “mudo” não surge 
necessariamente dessa relação. Mudo é aquele que não faz uso de seu aparelho fonador 
para a fala ou qualquer outra manifestação vocal. Pessoas ou crianças psicóticas, por 
exemplo, podem apresentar mudez como um sintoma de sua alteração psíquica. Há 
ainda aqueles que, por serem acometidos por câncer na laringe, fazem uma 
laringectomia (cirurgia para a retirada do órgão responsável pela produção sonora da 
fala), tornando-se temporariamente “mudos”, pois, ainda assim, podem reaprender a 
falar usando outras estratégias, como a voz esofágica (produzida pelo esôfago). 
Se não acometidas por alterações psíquicas e/ou orgânicas que interfiram em suas 
pregas vocais, pessoas surdas podem sim produzir sonorização vocal. Ainda que se 
comuniquem pela Língua de Sinais e não saibam falar, apresentam vocalizações ao 
sinalizar e usam a voz quando estão em perigo. Além disso, podem desenvolver a 
linguagem oral por meio de um processo terapêutico fonoaudiólogo. 
Vale a dica: A terminologia “mudo” relacionada aos surdos nasceu na antiguidade, 
quando se acreditava que uma pessoa só teria condição de humanidade se houvesse a 
fala. Foi preciso a comprovação científica de que o surdo possui uma laringe funcional 
para que acreditassemem seu potencial para falar e, ainda assim, a Língua de Sinais 
exerce, por aqueles surdos que não possuem a linguagem oral, a mesma função de 
linguagem que a fala, sendo forma legítima e natural de comunicação e expressão de 
pessoas surdas. 
Assim, retire do seu vocabulário a expressão “surdo-mudo” e passe a se referir às 
pessoas com perda de audição somente como surdos. 
Pensando no individuo surdo, acreditamos que seja importante para este como sujeito: 
crescer, desenvolver-se, amadurecer, construir e constitui-se inserido numa língua 
própria e natural. Ao permitir que a criança surda tenha a oportunidade de se 
desenvolver de forma análoga à das crianças ouvintes, estará respeitando sua língua, sua 
diferença. Uma criança que não escuta possui as mesmas condições de aprendizagem 
que uma criança ouvinte, porem o acesso a linguagem se dará por meio do canal visual. 
No entanto, para que o surdo possa desenvolver-se, não basta apenas permitir que use 
sua língua, é preciso promover integração e inclusão com sua cultura. 
 
 
28 
 
1.3.4 Existe “Uma” Diferença Surda? 
 
“Se a questão da identidade é fundamental para a compreensão da pessoa humana, no 
caso da pessoa surda a diferença - não escutar - não pode ser o único traço capaz de 
identificá--lá”. 
(Luís Behares, 2000) 
 
 
A surdez deve ser reconhecida como apenas mais um aspecto das infinitas 
possibilidades da diversidade humana, pois ser Surdo não é melhor ou pior do que ser 
ouvinte, é apenas diferente. 
“O Surdo tem o direito de viver assim e o mundo tem dever de aceitar sua diferença”. 
PIMENTA ( 2001, p.24) 
 
Seguindo esse raciocínio, considero também de igual importância a 
compreensão de LIBRAS pelos profissionais da educação que têm como tarefa a 
inclusão social dos surdos, na aquisição de uma educação plena com necessidades 
específicas sem serem privados de informações e atividades só por serem surdos 
 
 
1.3.5 Mitos Ou Verdade? 
 
O primeiro e grande mito que é necessário desfazer é o fato de muitos acreditarem que a 
língua de sinais é universal, ou seja, igual no mundo inteiro. Ela não é, e se diferencia 
em cada país. 
Exemplos: 
Língua de Sinais 
Brasileira 
 
(Libras); 
Língua de Sinais 
Portuguesa 
 
(LGP - Língua Gestual Portuguesa); 
Língua de Sinais 
Holandesa 
 
(SLN – Sign Languege of 
Netherlands); 
Língua de Sinais 
Americana 
 
(ASL – American Sign Language); 
Língua de Sinais 
Argentina 
 
(LSA - Lengua de Senas Argentina); 
29 
 
Língua de Sinais 
Britânica 
 
(BSL - British Sign Language); 
Língua de Sinais Chilena 
 
(JSL Lengua de Senas Chilena); 
Língua Francesa de 
Sinais 
 
(LSF Langue des Signes Française) 
etc. 
Cavalcanti (1999) comenta que existe um forte mito de monolinguismo no país, onde 
comunidades indígenas, imigrantes e até comunidades surdas estão sendo excluídas. 
A autora alerta que o país tem cerca de 203 línguas: 170 línguas indígenas, 30 línguas 
de imigrantes, 1 língua de sinais brasileira (Libras) e 1 língua de sinais Kaapor brasileira 
(LSKB) e, é claro, a língua portuguesa. Nota-se que o Brasil não é um país monolíngue, 
visto que estes povos existem e mantêm suas línguas vivas, uma pluralidade linguística 
e heterogeneidade cultural. Os índios Urubu-Kaapor utilizam a LSKB que não apresenta 
relação estrutural ou lexical com a LIBRAS, devido à inexistência de contato entre 
ambas. 
 
Quadros e Karnopp (2004, p 31-37) descrevem alguns mitos: 
 
 “A língua de sinais seria uma mistura de pantomima e gesticulação concreta, 
incapaz de expressar conceitos abstratos”. Isso é outro erro cometido pelas 
pessoas, elas pensam que os sinais são concretos, que são apenas gestos, mas os 
sinais são palavras na relação entre o significado arbitrário na relação entre o 
significado e o significante, de modo visual. Os sinais expressam sentimentos, 
emoções, inclusive ideias abstratas. 
 “Haveria uma falha na organização gramatical da língua de sinais, sendo 
um pidgin
2
 sem estrutura própria, subordinado e inferior às línguas orais”. Isto 
não é verdade, pois a língua de sinais é uma língua de fato, e também independe 
de língua oral. As línguas de sinais são autônomas e apresentam o mesmo 
estatuto linguístico identificado nas línguas faladas, ou seja, dispõe dos mesmos 
níveis linguísticos de análise e é tão complexa quanto às línguas faladas. 
 “As línguas de sinais derivariam da comunicação gestual espontânea dos 
ouvintes”. Está errado, as línguas de sinais são tão complexas quanto outras 
línguas orais, muitas vezes as pessoas acham que sabem a língua de sinais 
porque sinalizam alguns gestos e sinais. 
 “As línguas de sinais, por serem organizadas espacialmente, estariam 
representadas no hemisfério direito do cérebro, uma vez que esse hemisfério é 
responsável pelo processamento de informação espacial, enquanto que o 
esquerdo, pela linguagem” (p.36). É possível perceber que há semelhança na 
representação da linguagem e na espacialização hemisférica entre pessoas surdas 
30 
 
e ouvintes, pois o hemisfério esquerdo é o principal responsável pelas funções 
de linguagem de seres humanos, então os surdos têm sua língua de sinais própria 
que demonstra funções linguísticas assim como os ouvintes. Eles utilizam as 
funções viso-espaciais, que é de hemisfério direito, da mesma maneira que 
ouvintes visualizam. 
 
É possível perceber que estes mitos passaram muitos anos no pensamento das pessoas, e 
o que hoje se tem feito é provar que a língua de sinais é uma língua natural. 
 
1.3.6 Definição dos Termos, Mímica, Gesto, Pantomima e Sinal. 
 
Mímica: arte de imitar, de exprimir o pensamento por meio de gestos; gesticulação que 
procura traduzir os pensamentos ou sentimentos. 
 
Gesto: movimento do corpo, especialmente da cabeça e dos braços, para exprimir 
ideias; sinal; mímica; movimentos da fisionomia, da cabeça e dos braços, com que o 
orador comenta ou dramatiza o discurso. 
 
Pantomima: É um teatro gestual que faz o menor uso possível de palavras e o maior 
uso de gestos. É a arte de narrar com o corpo. É uma modalidade cênica que se 
diferencia da expressão corporal e da dança, basicamente é a arte objetiva da mímica, é 
um excelente artifício para comediantes, cômicos, clowns, atores e bailarinos. 
 
Sinal: tudo o que faz lembrar ou representar uma coisa, um fato ou um fenômeno 
presente, passado ou futuro; demonstração exterior do que se pensa, do que se quer; 
aceno, gesto; traço ou conjunto de traços que têm um sentido convencional. 
Os sinais pertencem ao conjunto de unidades que formam unidades maiores, como 
frases, textos etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
1.4 ASPECTOS LINGUÍSTICOS E GRAMATICAIS 
 
 
Língua: conjunto do vocabulário e de regras gramaticais, existente em toda língua no 
mundo. Por exemplo: inglês, português, LIBRAS. 
 
Linguagem: Capacidade que o homem e animais possuem para se comunicar, expressar 
seus pensamentos. 
Libras é uma língua - E não uma linguagem, percebam a diferença: 
 
O QUE É LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS? 
 
 
A LIBRAS é a língua da comunidade surda brasileira. Tem suas regras 
gramaticais próprias, possibilitando assim, o desenvolvimento linguístico da pessoa 
surda, favorecendo o seu acesso aos conhecimentos existentes na sociedade. 
Os sinais são formados a partir de parâmetros, como a combinação do movimento das 
mãos com um determinado formato num determinado lugar, podendo este lugar, ser 
uma parte do corpo ou um espaço em frente ao corpo. 
Os parâmetros da LIBRAS são: 
Configuração das mãos; 
Locação; 
32 
 
Movimentos; 
Orientação das mãos; 
Expressão facial e/ou corporal. 
Nesta combinação se obtém o sinal. Portanto, produzir sinais é combinar esses 
parâmetros para a formação das frases e textos num determinado contexto. 
 
PRODUÇÃO, EXPRESSÃO E RECEPÇÃO 
 
LÍNGUA ORAL: (oral-auditiva) Principal característica: linearidade,ou seja, 
os ouvintes produzem os fonemas (oraliza) um de cada vez. 
Produção e Expressão: Aparelho fonador, voz 
Recepção: Audição 
 
 
LÍNGUA DE SINAIS: (motora-espaço-visual) Principal característica: 
simultaneidade, os parâmetros primários realizados ao mesmo tempo, com 
expressões faciais, por exemplo. 
Produção e Expressão: Mãos, Expressão facial 
Recepção: Olhos (visão) 
 
 
1.4.1 Estrutura Fonológica 
 
 
 
 
 
 
 
 
Libras 
Estudo das menores unidades que 
compõem os sinais. 
Ex: Sabado - Aprender 
Português 
Estudo das menores unidades que 
compõem as palavras. 
Ex: Bola - Cola 
33 
 
 
 
 
ICONICIDADE E ARBITRARIEDADE 
 
Iconicidade: Consiste na faculdade de um signo poder representar de forma 
“figurativa” o objeto tomado como referente. 
 
Arbitrariedade: Significa que não há motivos para que os termos da relação sejam 
esses e não outros. São termos que não mantêm nenhuma semelhança com o dado da 
realidade que representam. 
 
 
Sinais Icônicos Sinais Arbitrários 
 
 
PARES MÍNIMOS NA LIBRAS 
 
Sinais que se opõem quanto à Configuração de mão 
34 
 
 ÁRVORE BANDEIRA 
 
 
 
Sinais que se opõem quanto ao Movimento 
 PESQUISAR PERGUNTAR 
 
 
 
Sinais que se opõem quanto à Locação 
 ROSEO CONVERSAR 
 
 
 
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS NA LÍNGUA DE SINAIS 
 
 
Os principais fatores desencadeantes deste processo são: cultural, 
35 
 
geográfico, econômico e social. Neles estão contidas as explicações para as 
variações. Se ignorarmos estes pormenores, deixaremos de reconhecer os 
sotaques da Língua de Sinais e suas variantes. 
 
Variação entre países: NOME 
 
 ASL LIBRAS 
 
 
Variação regional da Libras: VERDE 
 
 
 MANAUS SÃO PAULO CURITIBA 
 
 
 
 
Variação Social: AJUDAR 
 
 
 
 
 
 
36 
 
2. ASPECTOS PRÁTICOS DA LIBRAS 
 
 
2.1 O SINAL PESSOAL 
 
Cada pessoa pode ter seu sinal em Libras. O ato de “dar um sinal” a uma pessoa 
recebe o nome de batismo. Possuidora de um sinal próprio, a partir daí, sempre que for 
apresentada a um surdo, esta pessoa soletrará seu nome através da datilologia e 
apresentará o seu sinal. Este sinal, geralmente dado por um surdo. 
 
2.2 O ALFABETO MANUAL 
 
A datilologia (alfabeto manual): usada para expressar nomes de pessoas, lugares 
e outras palavras que não possuem sinal, estará representada pelas palavras separadas 
por hífen. Ex.: M-A-R-I-A, H-I-P-Ó-T-E-S-E. 
37 
 
2.3 NUMERAL CARDINAL 
 
O Número Cardinal é usado 
 em: número do telefone, 
 número da caixa postal, 
número da casa, número da conta no banco...etc. 
Ex: 
1) Número seu telefone qual? 
 
2) Meu número é.............. 
 
1) Ônibus ir CENTRO número qual? 
2) Depender onde você ir.
 
1) Ir perto TEATRO AMAZONAS!
 
2) Ônibus número 605. 
 
 
 
2.4 NUMERAL QUANTIDADE 
 
Há diferenças na configuração de mão e no posicionamento dos números de 1 a 
4. Quantidade de canetas na mesa, quantidade de pessoas presentes, quantidade de 
ônibus....etc. 
Ex: 
1) Sala de aula ter 43 alunos 
2) Eu ter 2 canetas 
 
3) Cima da mesa ter 5 pratos 
4) Faltar aula ontem 3 alunos 
 
 
2.5 NUMERAL ORDINAL 
 
Os números ordinais são usados em situação de ordem e tem a mesma configuração de 
mão dos cardinais com movimentos diferenciados. 
 
11 
 
 
 
 
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento ás Pessoas com Surdez (CAS/AM) 
 NUMERAL QUANTIDADE 
Há diferenças na 
configuração de mão e 
no posicionamento dos 
números de 1 a 4. 
Quantidade de canetas 
na mesa, quantidade de 
pessoas presentes, 
quantidade de 
ônibus....etc. 
 
 
Ex: 
1) Sala de aula ter 43 alunos 
2) Eu ter 2 canetas 
3) Cima da mesa ter 5 pratos 
4) Faltar aula ontem 3 alunos 
 
NUMERAIS ORDINAIS ................ 
 
 
 
 
 
 
 
 1) Eu morar apartamento 3° andar 
 2) Conseguir 6° lugar corrida 
 3) Fila banco eu 11° 
 
CONFIGURAÇÕES DE MÃOS 
 
Os sinais são formados a partir da combinação do 
movimento das mãos com um determinado formato, 
que chamamos configuração de mãos de LIBRAS, 
em um determinado lugar, podendo este lugar ser 
uma parte do corpo ou espaço em frente ao corpo. 
Ao todo são 61 configurações. 
 
 
 
1º 2º 3º 
 As configurações de mãos são as formas apresentada das 
mãos, na hora de fazer o sinal, podendo ser o Alfabeto 
Manual, os Numerais ou não. Isto é, nem sempre as 
configurações serão apresentadas através do Alfabeto ou de 
Numerais. 
11 
 
 
 
 
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento ás Pessoas com Surdez (CAS/AM) 
 NUMERAL QUANTIDADE 
Há diferenças na 
configuração de mão e 
no posicionamento dos 
números de 1 a 4. 
Quantidade de canetas 
na mesa, quantidade de 
pessoas presentes, 
quantidade de 
ônibus....etc. 
 
 
Ex: 
1) Sala de aula ter 43 alunos 
2) Eu ter 2 canetas 
3) Cima da mesa ter 5 pratos 
4) Faltar aula ontem 3 alunos 
 
NUMERAIS ORDINAIS ................ 
 
 
 
 
 
 
 
 1) Eu morar apartamento 3° andar 
 2) Conseguir 6° lugar corrida 
 3) Fila banco eu 11° 
 
CONFIGURAÇÕES DE MÃOS 
 
Os sinais são formados a partir da combinação do 
movimento das mãos com um determinado formato, 
que chamamos configuração de mãos de LIBRAS, 
em um determinado lugar, podendo este lugar ser 
uma parte do corpo ou espaço em frente ao corpo. 
Ao todo são 61 configurações. 
 
 
 
1º 2º 3º 
 As configurações de mãos são as formas apresentada das 
mãos, na hora de fazer o sinal, podendo ser o Alfabeto 
Manual, os Numerais ou não. Isto é, nem sempre as 
configurações serão apresentadas através do Alfabeto ou de 
Numerais. 
38 
 
2.6 CONFIGURAÇÕES DE MÃOS 
 
Os sinais são formados a partir da combinação do movimento das mãos com um 
determinado formato, que chamamos configuração de mãos de LIBRAS, em um 
determinado lugar, podendo este lugar ser uma parte do corpo ou espaço em frente ao 
corpo. Ao todo são 61 configurações. 
As configurações de mãos são as formas apresentada das mãos, na hora de fazer 
o sinal, podendo ser o Alfabeto Manual, os Numerais ou não. Isto é, nem sempre as 
configurações serão apresentadas através do Alfabeto ou de Numerais. 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
 
Centro de Capacitação de Profissionais da Educação e de Atendimento ás Pessoas com Surdez (CAS/AM) 
 NUMERAL QUANTIDADE 
Há diferenças na 
configuração de mão e 
no posicionamento dos 
números de 1 a 4. 
Quantidade de canetas 
na mesa, quantidade de 
pessoas presentes, 
quantidade de 
ônibus....etc. 
 
 
Ex: 
1) Sala de aula ter 43 alunos 
2) Eu ter 2 canetas 
3) Cima da mesa ter 5 pratos 
4) Faltar aula ontem 3 alunos 
 
NUMERAIS ORDINAIS ................ 
 
 
 
 
 
 
 
 1) Eu morar apartamento 3° andar 
 2) Conseguir 6° lugar corrida 
 3) Fila banco eu 11° 
 
CONFIGURAÇÕES DE MÃOS 
 
Os sinais são formados a partir da combinação do 
movimento das mãos com um determinado formato, 
que chamamos configuração de mãos de LIBRAS, 
em um determinado lugar, podendo este lugar ser 
uma parte do corpo ou espaço em frente ao corpo. 
Ao todo são 61 configurações. 
 
 
 
1º 2º 3º 
 As configurações de mãos são as formas apresentada das 
mãos, na hora de fazer

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