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DOM ALBERTO
JACINTO FRANCINE
O TRABALHO COM JOGOS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
RIO DE JANEIRO
2023
DOM ALBERTO
JACINTO FRANCINE
 O TRABALHO COM JOGOS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial à obtenção do título especialista em Psicopedagogia e Supervisão Escolar
 
RIO DE JANEIRO
2023
O TRABALHO COM JOGOS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
 Jacinto Francine
Declaro que sou autor(a) jacintofrancine64@gmail.com deste Trabalho de Conclusão de Curso. Declaro também que o mesmo foi por mim elaborado e integralmente redigido, não tendo sido copiado ou extraído, seja parcial ou integralmente, de forma ilícita de nenhuma fonte além daquelas públicas consultadas e corretamente referenciadas ao longo do trabalho ou daqueles cujos dados resultaram de investigações empíricas por mim realizadas para fins de produção deste trabalho.
Assim, declaro, demonstrando minha plena consciência dos seus efeitos civis, penais e administrativos, e assumindo total responsabilidade caso se configure o crime de plágio ou violação aos direitos autorais. (Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços).
RESUMO - O presente artigo tem por objetivo demonstrar como o trabalho com jogos pedagógicos podem ajudar, facilitando ensino-aprendizagem dos discentes, na busca de despertar no aluno o interesse pela aprendizagem dos conteúdos a serem apresentados. Serão dados exemplos, além de fundamentação teórica de grandes autores e pedagogos que mostraram na prática como os jogos são de grande valia no desenvolvimento da aprendizagem das crianças, por serem desafiadores e instigantes e quais são os desafios da inserção dos jogos no currículo da escola, já que na maioria das vezes os jogos não recebem seu valor educativo metodológico, sendo colocado em segundo plano, nos momentos “livres”. Os jogos, quando incorporados à prática educativa, os estudantes podem desenvolver diversas habilidades, pois precisam saber que existem regras, reconhecer a vez do seu oponente, saber ganhar e saber perder, identificar as melhores formas de aprimorar sua atuação a cada partida e o desenvolvimento do raciocínio lógico.
PALAVRAS-CHAVE: Jogos, Aprendizagem, Motivação.
Jacintofrancine64@gmail.com
1 INTRODUCÃO
Este artigo tem por objetivo aprofundar a pesquisa no que tange o trabalho com jogos no processo do ensino-aprendizagem, onde vamos abordar as dificuldades de aprendizagem dos alunos, suas limitações, dificuldades, barreiras em que as famílias encontram para auxiliar as crianças, e mostrar como os jogos pedagógicos podem ser ferramentas extraordinárias para atrair o interesse dos discentes. Onde serão abordados também conceitos teóricos fundamentados com respectivos autores e pedagogos que utilizaram jogos como aliados na prática do processo de ensino.
Os jogos abrem oportunidades ao desenvolvimento das aprendizagens cognitivas e socioemocionais do educando, demonstrando os mais variados processos de expressão, comunicação, socialização, na construção do conhecimento, tendo em vista o desenvolvimento psicomotor. 
Acreditem, muitas famílias e até escolas, não depositam credibilidade no jogo pedagógico como método de ensino. Ficam presos unicamente em livros e apostilas, folhas impressas, dentre outros. Todos são importantes no processo do ensino e aprendizagem, no entanto a utilização dos jogos como recurso pedagógico valoriza e dinamiza o ensino tornando-o atraente para o aluno. Muitas dificuldades de aprendizagem podem ser amenizadas ou até sanadas quando o psicopedagogo insere os jogos pedagógicos em seu trabalho.
 É de suma importância o reconhecimento dos jogos pelo psicopedagogo e este tenta reproduzir e potencializar as habilidades dos alunos, visto que é ainda mais importante que as gestões estejam abertas na ampliação e uso da abordagem dos jogos pedagógicos e incluir mais indivíduos no processo.
Em se tratando do aspecto cognitivo, os jogos ainda são mais abrangentes, criando oportunidades para o desenvolvimento do indivíduo nos quesitos; interação social, na afetividade, na evolução da linguagem, na experimentação de possibilidades motoras, apropriação de regras sociais e imersão no universo cultural.
 Os jogos pedagógicos ainda possibilitam a criança a buscar e compreender outros pontos de vista, coordenando ou administrando essas diferenças individuais do pensamento.
Podemos dizer que os jogos pedagógicos são uma transmissão de geração em geração e as crianças os internalizam por meio de sua prática. Os jogos pedagógicos têm sido defendido como recurso na aprendizagem e no desenvolvimento das crianças. Através de jogos empregados com intencionalidade pode-se favorecer o desenvolvimento em diversas áreas importantes para a criança.
Sendo assim, o presente artigo foi desenvolvido através de uma pesquisa bibliográfica com a teoria de diversos autores, com a finalidade de pesquisar e analisar os jogos como meios pedagógicos interligados à produção do conhecimento e à ludicidade, dando ênfase a exploração na construção do conhecimento do aluno, desta maneira diminuindo suas limitações.
Levando em consideração, este artigo vem demonstrar como o trabalho com jogos pedagógicos auxiliam a aprendizagem dos nossos discentes, estimulando habilidades e competências, fazendo com que o trabalho do psicopedagogo seja mais dinamizado e de modo muito mais significativo. Os dados desta pesquisa foram analisados, levando em consideração a concepção dos educadores em relação ao trabalho com os jogos pedagógicos no processo ensino-aprendizagem.
2 DESENVOLVIMENTO
O processo de ensino e aprendizagem ocorre de forma contínua na vida do indivíduo, desde que nasce, seu desenvolvimento até ao final de sua existência. O processo se torna agradável quando é realizado de forma dinâmica e lúdica. Com efeito, vimos que o trabalho com jogos se torna um importante aliado para facilitar o desenvolvimento do indivíduo.
Segundo Vygotsky (apud ROLIM,GUERRA e TASSIGNY, 2008,p.177 ) 
“O brincar relaciona-se ainda com a aprendizagem. Brincar é aprender; na brincadeira, reside a base daquilo que, mais tarde, permitirá à criança aprendizagens mais elaboradas. O lúdico torna-se, assim, uma proposta educacional para o enfrentamento das dificuldades no processo ensino-aprendizagem”.
Os jogos são importantes no desenvolvimento nas mais diversas habilidades dos alunos, que se encontram em processo de formação. Visto que os jogos têm sido defendidos como recurso para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças. Para Friedmann (1996) citados por Almeida e Shigunov e Assmann,1998, p. 35-40). 
Ao realizar uma atividade mais diversificada o comportamento torna-se mais espontâneo. O jogo embora sendo uma brincadeira, envolve certas regras, que podem ser ajustadas pelos próprios participantes. O brinquedo é considerado o objeto de brincadeira. A atividade lúdica e prazerosa compreende todos os conceitos anteriores.
Quando falamos do brincar, asseguramos a importância do lúdico na ação pedagógica, como meio de comunicação da criança com o mundo que o cerca, com o colega e consigo, espontaneamente a criança constrói seu conhecimento na construção criativa e de experiências de aprendizagem que evidenciam um processo, e não apenas um produto.
Para explicar o jogo em sala de aula devemos promover situações que sejam desafiadoras e interessantes, e quando se fala em solução de problemas, permitir aos discentes uma autoavaliação quanto ao seu desenvolvimento, garantindo assim a participação ativa de todos os alunos. 
Alguns educadores identificaram a importância educativa do jogo. Platão, em As Leis (1948), destaca a importância do “aprender brincando”, em oposição à utilização da violência e da repressão. Aristóteles analisa a recreação como descanso do espírito na Ética a Nicômaco (1983) e n’A Política (1966).
Vale lembrar que parte do educador explorar e adaptar situaçõesdo dia-a-dia do aluno às atividades escolares, mas, para isso, é de grande importância que ele domine as ideias e os processos que deseja desenvolver junto as crianças, a fim de que a mesma possa construir seu próprio conhecimento e, além disso, ter a consciência de que os jogos e as atividades propostas são os meios para atingir seus conhecimentos, e não finalidade em si mesma. 
Os jogos pedagógicos por si próprio demonstram a sua importância no desenvolvimento da aprendizagem, aumentam a construção do conhecimento, introduzindo no lúdico o prazer de aprender, desenvolvendo a capacidade de iniciação e ação ativa e motivadora no aluno. 
“A estimulação, a variedade, o interesse, a concentração e a motivação são igualmente proporcionados pela situação lúdica...” (MOYLES, 2002, p.21)
Infelizmente, aprender e brincar ainda ocupam momentos distintos na vida de nossos educandos. Recreio lugar para brincar e a sala de aula lugar para estudar. Desta maneira, o lúdico perde seu referencial tendo seu real significado, acompanhando, as exigências de um currículo a ser cumprido.
Vale lembrar sempre que, as nossas crianças necessitam muito mais do que ouvir, escrever e resolver problemas e exercícios que atendam ao currículo proposto no início do ano. Podemos demonstrar aos nossos alunos momentos de harmonia, de brincar, de divertir na busca de um aprendizado com um convívio saudável, vivendo emoções próprias. Assim sendo, colaboraremos na construção da sua individualidade, no seu ser único e pessoal. Vale ressaltar que não podemos esquecer que, ao proporcionarmos estes momentos de atividades prazerosas diferenciadas da rotina no cotidiano, não estamos e nem devemos abandonar os conteúdos a serem repassados dentro do ano letivo.
Um dos objetivos dos jogos é a oportunidade de o indivíduo viver e sentir a auto liberdade. Outra forma de ver é que o jogo não é vida “corrente” nem vida “real”, trata-se de evasão da vida “real”, para uma esfera temporária de atividade com orientação própria. Qualquer criança consegue saber, perfeitamente, quando está “só fazendo de conta” ou quando está “só brincando”. A criança constrói os próprios percursos, cria seus espaços, dentro de uma temporalidade irrestrita, traçada de maneira espontânea. É o que deduz Huizinga: 
O jogo distingue-se da vida “comum” tanto pelo lugar quanto pela duração que se ocupa. É esta é a terceira de suas características principais: o isolamento, a limitação. É “jogado até o fim” dentro de certos limites de tempo e de espaço, possui um caminho e um sentido próprios (1980, p.11).
Mesmo sendo o jogo um recurso que busca divertir, momento de lazer, ele precisa de limites, tempos e espaços a serem respeitados.
Quando levamos os nossos alunos a determinados jogos, devemos tomar alguns cuidados, como por exemplo: antes de levá-los visamos evitar surpresas indesejáveis durante a execução, devemos rever se as questões envolvidas estão corretas e se os jogos não estão faltando nenhuma peça. É preciso que os conteúdos envolvidos nos jogos já sejam de conhecimento dos discentes. Portanto antes que se comece o jogo, propriamente dito é preciso que o psicopedagogo faça uma ressalva dos conteúdos que estarão presentes no jogo, tendo em vista que o aluno perde o interesse se ele não compreende as regras. Para tanto, as regras precisam ser bem claras e de forma um tanto simples a fim de motivar o aluno levando-o a interessar-se pelo desejo de vencer desafios propostos. 
 Dentro da proposta devemos ainda estipular uma pontuação para o jogo, pois valendo pontos isso provoca no educando o sentimento de competição, e por não querer perder, sendo assim, ele se esforça para resolver a problemática do jogo, de forma bastante eufórica, porque o seu objetivo é obter a melhor pontuação e assim vencer o jogo.
Segundo as autoras Rizzi e Haydt (1997, p. 11):
(...) O estudo mais completo sobre a evolução do jogo na criança é de autoria de Jean Piaget, que verificou este impulso lúdico já nos primeiros meses de vida do bebê, na forma do chamado jogo de exercício sensório-motor; do segundo ao sexto ano de vida predomina sob a forma de jogo simbólico, para se manifestar, a partir da etapa seguinte, através da prática do jogo de regras.
 Segundo as autoras, as três categorias dos jogos são caracterizadas segundo sua evolução nas fases do desenvolvimento em que vão surgindo: 
1) Jogo de exercício sensório-motor: através dos exercícios motores de maneira simples executado pela criança. Ela faz gestos repetitivos e movimentos simplificados na busca do prazer funcional, explorando corpo e domínio.
2) Jogo simbólico: ocorre nas fases entre 02 e 06 anos, o aparecimento do lúdico se dá com o jogo simbólico, ou seja, com a imaginação, a imitação e a ficção se fazendo presentes com a função de satisfação pessoal. Modificando a realidade de acordo com seus desejos, auxiliando a criança na compreensão e resolução de seus conflitos afetivos, a inverter papeis, a compensar suas necessidades, reproduzindo situações vivenciadas.
"O jogo simbólico se desenvolve a partir dos esquemas sensório-motores que, à medida que são interiorizados, dão origem à imitação e, posteriormente, à representação". (RIZZI e HAYDT, 1997, p. 12).
3) Jogo de regras: aparecem por volta dos 05 anos de idade, desenvolvendo principalmente entre 07 e 12 anos, alongando-se por toda vida. São jogos relacionados a regras, onde as crianças jogam juntas, segundo regras preestabelecidas, elas assumem papéis interdependentes, opostos ou cooperativos, no planejamento de estratégias para obter melhor desempenho. 
O jogo de regras ajuda na troca de experiência, a necessidade de argumentar para defender as próprias ideias, auxiliando a capacidade de ouvir o outro, de superar contradições e conflitos.
Segundo Marega (2010), a atividade lúdica envolvendo os jogos não deve estar esvaziada dos conteúdos, no momento da brincadeira a criança se apropria do mundo que a cerca, aproximando a mesma da realidade, sendo uma maneira de inseri-la como sujeito ativo no convívio social.
3 CONCLUSÃO
Ao término da pesquisa, foi possível ressaltar como os jogos podem trazer resultados positivos e vantajosos ao trabalho do psicopedagogo, contribuindo significativamente ao desenvolvimento global dos alunos.
Desta forma um novo olhar para o trabalho psicopedagógico será possível, porque devemos estar na busca constante de estratégias metodológicas que despertem o interesse dos alunos. 
Por conseguinte, este trabalho tem o objetivo de contribuir com a educação, demonstrando que os jogos ajudam de forma significativa no processo de ensino-aprendizagem, de forma diferenciada, dinâmica e atrativa. Através das atividades lúdicas o psicopedagogo pode atuar na identificação das possíveis dificuldades com a finalidade de colaborar com a elaboração de conceitos; reforçar conteúdos; promover a sociabilidade; trabalhar a criatividade, o espírito de competição e cooperação. 
Diante disto, podemos afirmar que o assunto jogos pedagógicos é uma questão sobre a qual temos muito a discutir para garantir uma boa formação aos nossos alunos, de forma integral.
Destarte este trabalho continuará contemplando o processo de ensino e aprendizagem na expectativa de que os resultados até aqui apresentados sirvam de subsídio para o psicopedagogo que atuam com a educação, engrandecendo a atividade do profissional e despertando no discente o interesse e o gosto pelos conteúdos propostos.
4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CHATEAU, Jean. O jogo e a criança. (Guido de Almeida, trad.). São Paulo: Summus Editorial, 1987.
KISHIMOTO, Tizuko Morchida (Org.). Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 2. ed. São Paulo: Cortez, 1997.
REGO. Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. 3. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo, imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores.Michael Cole et AL (Org. ). 4 Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1987.
PIAGET, J. A formação do símbolo na criança: imitação, jogo, imagem e representação. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.
Klein M. Contribuições à psicanálise. São Paulo: Mestre Jou; 1981. 
Winnicott DW. O brincar e a realidade. Rio de Janeiro: Imago; 1975.
Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB; 2010

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