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NÃO PODE FALTAR A DIVERSIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL Ana Leticia Losano Imprimir PRATICAR PARA APRENDER Nosso mundo está em acelerado processo de transformação e vem se tornando cada vez mais plural. Como tais transformações impactam na Educação Infantil? Qual é o papel desse nível educativo na pluralidade e na diversidade existente na nossa sociedade? Qual é o papel do professor da Educação Infantil nesses processos? Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 1/18 Serão dessas importantes perguntas que nos ocuparemos na presente seção. As transformações na nossa sociedade têm um forte impacto nas instituições escolares, em geral, e na Educação Infantil, em particular. A universalização do acesso à educação, junto aos movimentos migratórios recentes e ao estabelecimento da rede global de comunicação, são alguns dos fatores que trouxeram para dentro das salas de aula da Educação Infantil uma multiplicidade de línguas, culturas, estruturas familiares, estilos de aprendizagem e valores de referência (LOURENÇO, 2014). Nesse cenário, a partir da década de 1970, temos assistido a uma mudança do discurso que desloca o foco da igualdade para a diferença: estamos envolvidos num entorno cultural, no qual �ca cada vez mais evidente que somos diferentes, tanto de fato como de direito. Segundo Rosemberg (2014, p. 746), é a emergência do “direito à diferença (diversidade) cultural, o direito de ser, sendo diferente”. Neste ponto, é importante sublinhar que a questão da diversidade não é nova, nem para a humanidade, nem para a educação. A constituição das culturas e das identidades culturais descansa, em partes, na diferenciação de grupos de pessoas, na separação do “eu” do “outro”. O importante é o reconhecimento de que tais identidades e diferenças não são dadas por natureza, mas, sim, criações culturais e sociais que associam as pessoas a posições que tanto as valorizam quanto as desvalorizam (ROSEMBERG, 2014). É nesse ponto que a Educação Infantil e os professores desse nível podem fazer um importante aporte. Nesta seção, começaremos re�etindo sobre como as distintas realidades dos nossos alunos organizam experiências de mundos diferentes para cada um deles. Isso nos levará a compreender que essas realidades in�uenciam fortemente na maneira como a criança compreende a si mesma e entende seu lugar na sociedade. Continuaremos discutindo algumas estratégias que permitem trabalhar a ideia de que existem múltiplas culturas e que nenhuma delas é melhor do que outra. A seguir, estudaremos o papel do professor na valorização da diversidade e �nalizaremos analisando estratégias que promovam o respeito às distintas culturas e sua relação com a compreensão dos fenômenos da natureza. 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 2/18 Ao �nalizar esta seção, você estará em condições de imaginar práticas pedagógicas vinculadas ao ensino de Natureza e Sociedade que valorizem a diversidade. Diego é coordenador pedagógico numa escola de Educação Infantil localizada no interior do estado de São Paulo. A instituição é a maior escola pública da cidade e está localizada num bairro da periferia. A escola atende mais de mil alunos, os quais são, em sua maioria, moradores do bairro. Nos últimos anos, a população do bairro aumentou consideravelmente, devido a dois fatores principais: em primeiro lugar, a migração de famílias vindas de diversas regiões do país para trabalharem na colheita de frutas; em segundo lugar, a expansão do parque industrial da região, o que fez com que trabalhadores de todo o Brasil e de outros países vizinhos se mudassem para a cidade em busca de um trabalho nas diversas fábricas instaladas. Assim, o bairro transformou-se num território multicultural, onde convivem as tradições italianas, trazidas pelos imigrantes no início do século XX, com os costumes e as músicas afro-brasileiras, africanas, japonesas, bolivianas e venezuelanas. Diego gosta muito de observar as crianças durante as aulas e os recreios. Acredita que isso pode ajudá-lo a acompanhar de forma mais adequada os professores na sua tarefa de favorecer os processos de aprendizagem dos alunos. Nos últimos dias, ele tem observado algumas situações que o deixaram fortemente preocupado: numa das aulas da pré-escola, viu duas meninas negras se desenharem louras de olhos claros, verdes ou azuis; observou uma menina branca falar para uma boneca negra enquanto brincava na creche: “você é a empregada, não pode ser a princesa”; na aula de Arte e Movimento, enquanto a professora preparava os festejos para a festa junina, percebeu que algumas crianças evitavam formar par com outra, porque “japonês não sabe dançar”. Diego não pode evitar se lembrar de uma vez, quando trabalhava no Ensino Fundamental, que uma mãe veio, muito chateada, conversar com ele porque a professora mandou a �lha dela escrever 50 vezes “Devo sempre chamar minha querida professora de linda” como castigo depois de tê-la chamado de “nojenta”. Ao mesmo tempo, Diego tem observado episódios que o surpreenderam e o deixaram otimista, por exemplo: viu 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 3/18 três crianças que brincavam. Uma delas se machucou e começou a chorar, mas não havia nenhum adulto por perto para consolá-la. Imediatamente, duas meninas foram em seu auxílio, acalentando-a com carinho e palavras: “Não chore! Não chore!”. Observou alunos que, compartilhando seus lanchinhos, aprenderam a comer humitas bolivianas. Notou duas alunas concentradas em nanar as suas bonecas e, para isso, uma ensinou à outra uma música de nanar em tupi. Cada uma dessas cenas provoca profundas inquietações no coordenador pedagógico, as quais ele não consegue resolver facilmente. Gostaria de trabalhar essas situações com os professores e com a comunidade escolar em geral, mas não sabe muito bem como. Indagando sobre essas questões, Diego leu vários livros e artigos sobre a diversidade cultural na Educação Infantil. A partir deles, ele se pergunta: como podemos trazer para a escola as distintas realidades que nossos alunos experimentam nos seus mundos culturais? Qual poderia ser a contribuição dos professores no processo de valorização da diversidade? Quais práticas pedagógicas contribuiriam para desenvolver o respeito à diversidade cultural presente na escola e na comunidade? Particularmente, qual poderia ser o papel do ensino de Ciências nessa empreitada? Como poderíamos ajudar Diego? Comece esses estudos re�etindo sobre a sua própria constituição e note a beleza da diversidade cultural que o constitui. CONCEITO-CHAVE AS DIFERENTES REALIDADES QUE ORGANIZAM AS EXPERIÊNCIAS SOCIAIS DE MUNDO DA CRIANÇA Na seção anterior, vimos que diversas instituições sociais contribuem para o processo de socialização da criança. Cada instituição oferece realidades que organizam as experiências sociais da criança com o mundo. Particularmente, ela contribui para o desenvolvimento das experiências sociais em torno de quem é essa criança e qual é o lugar dela nessa instituição, em particular, e na sociedade, em geral. Na sociedade brasileira, será na família, na educação informal, no 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR…4/18 ambiente de vida, na experiência com os pares, nas músicas que ouve, nas revistas que vê, nas piadas que escuta e nos gestos que identi�ca que a criança construirá o sentido de ser negro, branco, índio, homem, mulher, etc. Portanto, a aprendizagem da realidade social e da identidade começa antes de que ela entre na escola (DIAS, 2012). Podemos assumir, então, que nossos alunos da Educação Infantil já terão alguma referência sobre seu pertencimento social e o dos outros. Nessa direção, existem múltiplos mecanismos simbólicos que contribuem para organizar a experiência social da criança: �lmes e histórias infantis, nos quais a cor preta é um indicador do mal; o único ideal de beleza é o europeu; as mulheres são associadas à delicadeza, e os homens, à virilidade; etc. Será através do contato com esses mecanismos que as crianças criarão “saberes” que as levam, muitas vezes, a rejeitar as diferenças. Diante das atitudes discriminadoras dos seus colegas, muitas crianças se revelam manifestando condutas agressivas. É assim que a comunidade escolar acaba acusando-as de ser violentas sem impor o mesmo procedimento com quem praticou a discriminação. Outras crianças se isolam e acabam sendo etiquetadas com novas marcas de exclusão, como agressivas, esquisitas ou pouco participativas (DIAS, 2012). Entretanto, também há crianças que, mesmo participando de um ambiente hostil, conseguem se autoa�rmar como diferentes “e colaboram para que outras crianças passem a considerar essa uma possibilidade legítima de ser e estar no grupo” (DIAS, 2012, p. 670). Cada uma dessas realidades organiza experiências sociais de mundo completamente diferentes para uma criança. O cenário atual, portanto, nos coloca perante um importante desa�o: a superação dos modelos educativos, cujas características negam a diversidade humana e acabam por excluir crianças provenientes de diferentes segmentos sociais (GUSMÃO, 2011). Tal desa�o supõe que nós, como docentes, compreendamos o que é a diversidade, como ela é construída no nosso mundo e na nossa sociedade 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 5/18 e como essa realidade constrói o outro como sendo diferente. Num país como o Brasil, assumir tal postura é urgente, visto que diversidade e desigualdade se encontram associadas. Segundo Rosemberg (2014, p. 748), Nesse cenário de desigualdades, as crianças fazem parte de realidades muito diferentes, que organizam diversas experiências sociais de mundo. EXEMPLIFICANDO Um exemplo de como a diversidade se associa à desigualdade se constata quando se percebe que índios, negros e alunos da periferia e do campo são apontados como aqueles que vivenciam o fracasso escolar. Diversos pesquisadores têm sugerido explicações, as quais, frequentemente, apontam para os próprios sujeitos ou para as suas condições sociais como as principais causas da problemática. Contudo, esse olhar não permite compreender por que, apesar das baixas quali�cações, dos problemas de disciplina e das repetências, esses alunos insistem em retornar à escola. É justamente esse fato que desmente, em parte, o argumento de que a “falta de interesse, inadaptação, maus resultados seriam su�cientes para afastá- los da escola” (GUSMÃO, 2011, p, 35). Poder compreender as experiências dessas populações e o que a escola representa para elas requer desenvolver outros olhares que considerem que tanto os alunos como os professores são sujeitos socioculturais e que a escola possui uma dimensão normativa – em termos de espaço, regras, normas e obrigações – mas também uma dimensão relacional – em termos de afetividade, descobertas e acontecimentos. Assim, compreender as diferentes realidades que a despeito da diminuição da extrema pobreza que vem ocorrendo, somos ainda um país com intensas desigualdades. Além disso, os segmentos sociais que auferem menor renda são também os que usufruem de menor benefício das políticas públicas e menor participação política. Isto é, no contexto do Brasil contemporâneo, a meta da construção de uma sociedade menos desigual, mais justa no plano econômico persiste com intensidade. “ 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 6/18 organizam as experiências sociais das crianças dessas populações “diferentes” requer que nos perguntemos: quem é diferente? Como? Quando? Por quê? (GUSMÃO, 2011). A partir de tais re�exões é necessário que todos os professores, incluindo os da Educação Infantil, compreendam as realidades dos alunos não em termos simplistas, como da favela, de rua, pobre ou caiçara, mas tendo em mente o que isso quer dizer dentro da nossa sociedade. É necessário que nos perguntemos quais mitos, preconceitos e valores existem no nosso mundo social – e dentro da escola – diante de tais sujeitos, para que possamos compreender qual é a trajetória que eles estão percorrendo e como esses mitos, preconceitos e valores deixam marcas de discriminação e de negação neles (GUSMÃO, 2011). LEVAR A CRIANÇA A COMPREENDER QUE EXISTEM MUITAS CULTURAS DISTINTAS E NENHUMA É MELHOR QUE A OUTRA A exploração das diversas realidades que organizam as experiências sociais dos alunos da Educação Infantil e a re�exão em torno da diversidade e a necessidade de respeitá-la e desenvolver os valores de tolerância e convivência dentro da escola nos levam a re�etir sobre diversas estratégias que têm o potencial de levar a criança a compreender o multiculturalismo e, nesse processo, aprender que nenhuma cultura é superior ou melhor do que outra. REFLITA Antes de continuar com a leitura da seção, propomos um exercício de re�exão: imagine que você já é professor da Educação Infantil e quer trabalhar algumas atividades orientadas especi�camente para discutir com os alunos a diversidade cultural, enfatizando que não existe uma cultura que seja superior à outra. Quais atividades consideraria mais adequadas? Por quais razões? 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 7/18 Para responder a essas perguntas, podemos nos basear no estudo de Dias (2012), que realizou uma pesquisa com professoras da Educação Infantil, as quais, a partir da participação em cursos de formação que tinham ênfase na diversidade étnico- racial, começaram a mobilizar saberes para construir um currículo que contemple tal abordagem. A autora assinala a importância de desenvolver experiências de aprendizagem nas quais as crianças possam se apropriar dos conhecimentos culturais e cientí�cos produzidos por múltiplos grupos étnico-raciais. Essa a�rmação é particularmente relevante quando pensamos no ensino de Natureza e Sociedade na Educação Infantil: ao conhecer a sabedoria botânica dos povos originários, a maneira integral de compreender o corpo humano da cultura africana, por nomear só dois simples exemplos, estamos criando condições para que nossos alunos aprendam ciência, valorizem suas próprias culturas e as dos outros e consigam ter uma relação diferente com eles mesmos e com os outros. Dias (2012) propõe algumas atividades com o potencial de atingir esses objetivos, e as divide em três grupos: Trabalho com o desenvolvimento da linguagem: utilização da linguagem engajada, leitura de livros conhecidos sob novos prismas (por exemplo, o que aconteceria se mudássemos uma personagem? O que aconteceria se a história transcorresse no Brasil ou na Amazônia?), produção de livros como material didático e realização de entrevistascom pessoas de diversos grupos étnicos. Trabalho com o desenvolvimento artístico: realizar dramatizações, confeccionar cartazes que retratem pessoas de diferentes origens étnico-raciais (podem ser construídos a partir de recortes de revistas ou desenhados pelas crianças), pedir para as crianças ilustrarem livros e desenharem histórias com personagens negros e confeccionar bonecas negras. Trabalho com o desenvolvimento corporal: atividades que destaquem as características físicas por meio de conversas, des�les, momentos de “pentear” os cabelos, fotogra�as e diálogos, utilizar o espelho como recurso para a apreciação das características físicas, atividades com músicas de distintas culturas e que envolvam o canto e a dança.3 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 8/18 FOCO NA BNCC A BNCC coloca em um lugar de destaque as atividades que favoreçam nos alunos a apropriação de saberes e conhecimentos desenvolvidos por diversas culturas. Particularmente, uma das dez competências gerais da Educação Básica aponta nessa direção: Podemos ver, então, nos documentos curriculares que orientam a prática docente na educação básica, como a compreensão da diversidade cultural, o contato com as diversas vivências e os conhecimentos gerados por diferentes culturas e a tolerância e o respeito, se vinculam, também, com a possibilidade de o aluno compreender as relações próprias do mundo do trabalho e traçar um projeto de vida alinhado aos seus interesses e às suas experiências. A CONTRIBUIÇÃO DO PROFESSOR PARA A VALORIZAÇÃO DA DIVERSIDADE NA ESCOLA A seção anterior deixou clara a importante contribuição que do professor em prol da valorização da diversidade na Educação Infantil. Temos, então, que a educação escolar e a ação dos professores são fatores-chave para fomentar valores democráticos de respeito, tolerância e inclusão, em que a discriminação racial, sexual, étnica ou de qualquer outra forma não esteja presente. Nesse contexto, nos perguntamos: quais podem ser os princípios que orientam as ações docentes destinadas a valorizar a diversidade na escola? Conhecendo tais princípios, será mais fácil planejar, implementar e avaliar práticas docentes nessa direção. Mais uma vez, podemos nos apoiar nos aportes de Dias (2012), que detectou quatro princípios que as professoras da Educação Infantil mobilizavam para orientar seu trabalho com a diversidade étnico-racial: Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. — BRASIL, 2017, p. 41 “ 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 9/18 1. O educador precisa ter coragem para trabalhar esse tema: trabalhar, de maneira explícita, temáticas vinculadas à diversidade requer que os professores assumam um compromisso ético e político. Particularmente, requer romper com tradições curriculares centradas unicamente nas tradições europeias – que estão muito enraizadas nas instituições escolares – para dar lugar aos conhecimentos afro-brasileiros e indígenas, considerando-os tão importantes quanto os de origem europeia. 2. A importância do lúdico nas práticas vinculadas à diversidade étnico- racial: ao longo desta disciplina, enfatizamos a importância das brincadeiras para o trabalho com diversas temáticas e perspectivas na Educação Infantil. O trabalho com a valorização da diversidade não é uma exceção. Assim, as brincadeiras são uma oportunidade ímpar para que a criança experimente diversas linguagens e reconheça o mundo físico e cultural no qual está inserido. Neste ponto, a autora traz uma ideia muito relevante para o trabalho na Educação Infantil: Esta será a mais importante contribuição da Educação Infantil para a valorização da diversidade: que os alunos, através de atividades lúdicas, cheguem a conhecer os diferentes patrimônios culturais, com suas linguagens e seus estilos, para que, assim, construam novos olhares sobre eles mesmos e os outros e valorizem a diversidade de heranças culturais que os rodeiam. 3. A ideia de diferença deve ser compreendida como algo positivo: ao trabalhar a ideia de que as diferenças que observam entre eles e seus colegas é uma coisa positiva, o professor questionará os discursos e as práticas sociais – profundamente estendidas nas nossas sociedades – que estabelecem hierarquias entre as pessoas. Quando os professores e as instituições escolares abraçam esse princípio, eles podem questionar outros espaços sociais e a si Não se trata aqui de falar para os pequenos sobre os malefícios da escravidão no Brasil ou de como é feio discriminar, deve-se buscar no patrimônio cultural brasileiro referências que as levem a conhecer a história e a cultura afro-brasileira e indígena de modo que as valorizem. — DIAS, 2012, p. 666 “ 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 10/18 mesmos a respeito do tratamento dado à diferença. Esse exercício é particularmente importante para oferecer oportunidades nas quais as crianças compreendam que as experiências com a diferença são, simultaneamente, particulares e coletivas. Ou seja, isso permite que as crianças compreendam que a diferença entre duas pessoas se constitui na relação entre elas ou entre grupos sociais, não sendo uma marca de algum grupo especí�co. 4. A importância de oferecer elementos para que a criança construa sua identidade de modo positivo e não impor uma identidade a ela: já temos ressaltado em várias oportunidades que a criança não é um sujeito passivo que simplesmente reproduz ou assimila as características do seu grupo cultural. Considerá-la um sujeito ativo e re�exivo signi�ca, ademais, considerar que ela tem um papel importante na construção da sua identidade cultural, étnica e sexual. Assim, como docentes, não podemos obrigar as crianças a assumirem uma identidade, seja ela qual for. Portanto, ainda que nossas intenções sejam boas, no sentido de procurar que uma criança negra se aceite e sinta orgulho de si mesma e de seus antepassados, essa identidade não pode ser imposta. O papel do professor é outro: fornecer elementos positivos para que as crianças de diversas etnias, culturas e gêneros possam se apoiar na construção da sua identidade. ASSIMILE Já temos assinalado que os signi�cados em torno da diferença (quem é diferente, quando, por que e como) são construídos socialmente na interação entre pessoas. Quando assumimos essa perspectiva e consideramos que nós, enquanto docentes, também somos seres sociais e, portanto, carregamos nossos próprios signi�cados e experiências em torno da diversidade e diferença, �ca claro que nosso olhar e nosso fazer não são neutros. Em consequência, precisamos desenvolver uma postura de alerta e de questionamento constante da nossa prática e das nossas atitudes. Tal olhar envolve perceber que, mesmo nos apoiando em valores humanitários, é lamentável imaginar que, por nossos alunos serem negros, 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 11/18 eles devem aprender a dançar e tocaro tambor porque isso é “próprio” da sua cultura; é lamentável, também, negar a uma criança negra a partilha de uma dança portuguesa porque se acredita que não existem portugueses negros, ou a�rmar que na sua sala de aula não há crianças negras ou imigrantes, porque assim o professor consegue ver a todos os alunos por igual, e não é racista (GUSMÃO, 2011). Os quatro princípios apresentados nesta seção podem ajudar você a re�etir sobre essas atitudes e a imaginar práticas que consigam trabalhar de maneira autêntica a diversidade e a alteridade. A respeito da contribuição do professor na valorização da diversidade na escola, é importante re�etir sobre mais um ponto: embora muitas práticas de valorização das identidades e da diversidade se situem no âmbito escoar, outras políticas – de natureza redistributiva – precisam, também, ser desenvolvidas em outras esferas de atuação. Isso é importante porque, muitas vezes, se depositam expectativas desmesuradas na escola e nos professores. Acredita-se que eles produzirão um novo cidadão não racista, não sexista, não xenófobo, não classista, não homofóbico, etc., quando muitas das desigualdades que sofrem esses grupos sociais são causadas por problemas estruturais que excedem à escola. Isso não é a�rmar que a escola e os professores não têm nenhum papel nessa problemática. Tal como temos estudado, é tudo ao contrário. De fato, como professores, podemos desenvolver estratégias de revisão e de renovação curricular; eliminar a invisibilidade, depreciação ou hostilidades para com o outro – negro, indígena, mulher, bebê, etc.; não �car calados quando presenciamos situações de hostilidade entre nossos alunos ou entre membros da instituição. Contudo, o que temos que saber é que essas estratégias de combate ao racismo, sexismo, homofobia, etc. não eliminam as desigualdades estruturais de acesso a bens materiais que esses grupos sofrem (ROSEMBERG, 2014). Portanto, como professores, mas também como cidadãos, precisamos nos comprometer em outras esferas – comunitárias e políticas – para combater essas desigualdades. 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 12/18 O RESPEITO ÀS DIFERENÇAS CULTURAIS E SOCIAIS E A COMPREENSÃO DOS FENÔMENOS DA NATUREZA As seções anteriores indicaram a importância de a Educação Infantil promover ações de respeito à diversidade. Na presente seção, conectaremos todas essas re�exões explicitamente com o ensino de Natureza e Sociedade. Podemos começar dizendo que cada grupo cultural tem desenvolvido, ao longo da sua história, compreensões sobre os fenômenos naturais. A pergunta que se coloca, considerando a necessária formação em valores democráticos, tolerantes e cidadãos, é como articular tais ideias com os conhecimentos provenientes do fazer cientí�co. Como professores de Ciências da Educação Infantil, precisamos encontrar maneiras de ensinar que valorizem a história, a cultura e os sabres desenvolvidos pelos diversos grupos culturais dos quais nossos alunos são membros. Assim, o ensino de Ciências é também um componente curricular que pode contribuir para promover relações sociais éticas entre nossos estudantes. Para poder produzir essa articulação, é necessário gerar “um diálogo entre diferentes sistemas simbólicos, a �m de produzir convivência respeitosa no meio educativo” (VERRANGIA, 2010, p. 6). Concretamente, como professores, estamos diante do desa�o de criar um diálogo entre os conhecimentos cientí�cos e os conhecimentos tradicionais provenientes das diversas matrizes étnicas dos nossos alunos. O que se procura é que, através da abordagem de práticas culturais de diversas origens, os alunos respeitem suas raízes culturais e, simultaneamente, aprendam ciências. Verrangia (2010), considerando a matriz africana e afro-brasileira no ensino de Ciências, propõe um conjunto de atividades divididas em três grandes eixos: oralidade, ancestralidade e corporeidade. Dar destaque à oralidade: uma das marcas mais signi�cativas do patrimônio da cultura da origem africana é a transmissão oral de conhecimentos. Contos e provérbios são utilizados para transmitir a �loso�a e as raízes culturais de um povo. Cada um deles é criado a partir da observação da natureza, do ambiente e das relações entre as pessoas. Assim, elas podem ser aproveitadas no ensino 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 13/18 de Ciências, já que abordam a origem da vida, os fenômenos naturais, os animais, as plantas, as relações entre seres vivos e não vivos, a saúde, a produção de alimentos, etc. É possível aproveitar essa dimensão da matriz africana para introduzir temáticas que serão estudadas, o que estimulará os alunos a conhecerem essas perspectivas culturais. Dar destaque à ancestralidade: os conhecimentos tradicionais de matriz africana podem ser de alta relevância para discutir os signi�cados de envelhecer, com sua dimensão biológica e cultural. Em lugar de compreender as pessoas mais velhas como aquelas que já não fazem parte da cadeia produtiva, práticas culturais da matriz africana podem ser o contexto ideal para analisar as relações entre o envelhecimento e a aquisição de conhecimentos, assim como o favorecimento da convivência e da aprendizagem intergeracional. Tarefas que já temos proposto várias vezes ao longo desta disciplina, como o plantio e o cuidado de hortas, podem ser pensadas em colaboração com pessoas mais velhas, as quais podem transmitir conhecimentos a respeito de tais práticas. Dar destaque à corporeidade: a matriz africana mantém uma visão do corpo humano integral e considerado dentro do seu contexto social muito diferente daquela que costuma ser destacada desde as ciências naturais – que separa e analisa as partes anatômicas e os sistemas �siológicos. O trabalho com essas perspectivas pode ajudar para que os alunos construam relações de respeito com o seu corpo e o dos outros. FOCO NA BNCC Três campos de experiências propostos pela BNCC parecem particularmente vinculados com os três eixos propostos por Verrangia (2010). O destaque na oralidade aparece mencionado no eixo Escuta, fala, pensamento e imaginação, quando se a�rma a importância de promover experiências nas quais as crianças possam falar e ouvir histórias e narrativas orais como uma importante via para que elas se constituam como sujeito singular e pertencente a um grupo social. Já a 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 14/18 corporeidade ganha relevância no eixo Corpo, gestos e movimentos, no qual se a�rma que o corpo das crianças “é o partícipe privilegiado das práticas pedagógicas de cuidado físico, orientadas para a emancipação e a liberdade, e não para a submissão” (BRASIL, 2017, p. 41). Chegamos ao �nal da seção e, também, da disciplina. Ao longo destas páginas, você teve a oportunidade de re�etir sobre a problemática da diversidade na Educação Infantil e os desa�os que ela coloca para os professores e para o ensino de Ciências. Tais conhecimentos serão centrais para que se possa desenvolver práticas docentes que favoreçam a tolerância, o respeito e a construção de uma sociedade mais democrática. FAÇA A VALER A PENA Questão 1 Ana é uma professora da Educação Infantil que este ano decidiu propor a seguinte atividade para seus alunos: contou uma história, cujo personagem era negro. A seguir, seus alunos realizaram a dramatização da história, a ilustraram e, �nalmente,desenharam uma nova história com o mesmo personagem. O trabalho de Ana re�ete: a. Um trabalho que favorece a compreensão da diversidade cultural, focado no desenvolvimento artístico dos seus alunos. b. Um trabalho que favorece a compreensão da diversidade cultural, focado nos conhecimentos escolares. c. Um trabalho que não pode favorecer o tratamento da diversidade cultural, visto que ele só pode ser abordado a partir do desenvolvimento da linguagem. d. Um trabalho que não fomenta a compreensão da diversidade cultural, visto que ela só pode ser abordada a partir do desenvolvimento corporal. e. Um trabalho que não permite avançar na compressão da diversidade cultural na Educação Infantil, visto que o enfoque não é interdisciplinar. Questão 2 Considere as palavras pronunciadas por uma professora de Educação Infantil: 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 15/18 As palavras da professora re�etem especi�camente: Agora ele se identi�ca como negro, mas ele teve de aprender isso, ele teve de construir isso (…) A gente faz um trabalho, falando da cultura, falando do preconceito, mas a gente não fala para a criança: ‘Olha você é negro, viu?’. Não. Acho que isso a criança constrói. Fazendo um trabalho positivo que mostre para ela que ser negro não é negativo, pelo contrário, que a gente tem muita coisa legal, e a gente tem de trabalhar com essas coisas. — (DIAS, 2012, p. 667)“ a. A coragem da professora ao tratar a diversidade étnico-racial na sua sala de aula. b. O trabalho lúdico desenvolvido para trabalhar a diversidade étnico-racial na sua sala de aula. c. O trabalho que a professora realiza para que a ideia de diferença seja considerada como algo positivo na sua sala de aula. d. O trabalho da professora pode oferecer elementos que colaborem para a construção da identidade racial de modo positivo na sua sala de aula. e. As enormes di�culdades que todo professor enfrenta quando decide trabalhar a diversidade na sua sala de aula. Questão 3 Estevam é um professor da Educação Infantil que está construindo e cuidando, junto aos seus alunos, de uma pequena horta no quintal da escola. Ele decidiu chamar o Seu Joaquim, avô da sua aluna Carolina, que possui uma basta experiência no cultivo de plantas e hortaliças, tendo ganhado seu pão com essa atividade durante a vida toda. Quando Seu Joaquim vai para a escola, ele ensina aos alunos como plantar, qual a distância entre as sementes, como cuidar da terra, etc. Nesse momento, Estevam aproveita para conversar com seus alunos sobre algumas noções importantes ,tais como as partes da planta e as condições para seu crescimento. O trabalho de Estevam re�ete: a. A intenção de estabelecer um diálogo entre conhecimentos tradicionais e cientí�cos, misturando e confundindo ambos os tipos de conhecimentos. b. A intenção de estabelecer um diálogo entre conhecimentos tradicionais e cientí�cos, dando destaque aos conhecimentos que as pessoas mais idosas da comunidade possuem e à aprendizagem intergeracional. c. A intenção de estabelecer um diálogo entre conhecimentos tradicionais e cientí�cos, dando privilégio para os tradicionais em detrimento dos cientí�cos. 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 16/18 REFERÊNCIAS BENTO, M. A. S. Educação infantil, igualdade racial e diversidade: aspectos políticos, jurídicos, conceituais. São Paulo: CEERT, 2012. Disponível em: https://bit.ly/3dyKO8V. Acesso em: 8 out. 2020. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: MEC, 2017. Disponível em: https://bit.ly/39MT6ZQ Acesso em: 8 out. 2020. DIAS, L. R. Formação de professores, educação infantil e diversidade étnico-racial: saberes e fazeres nesse processo. Revista Brasileira de Educação, v. 17, n. 51, p. 661-674, set.-dez. 2012. Disponível em: https://bit.ly/3sTcawY. Acesso em: 8 out. 2020. 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A intenção de estabelecer um diálogo entre conhecimentos tradicionais e cientí�cos, dando privilégio para os cientí�cos em detrimento dos tradicionais. e. A intenção de que seus alunos vejam as aplicações dos conhecimentos adquiridos na escola na vida cotidiana. 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 17/18 https://bit.ly/3dyKO8V https://bit.ly/39MT6ZQ https://bit.ly/3sTcawY VERRANGIA, D. Conhecimentos tradicionais de matriz africana e afro-brasileira no ensino de Ciências: um grande desa�o. Revista África e Africanidades, n. 8, p. 1- 14, 2010. Disponível em: https://bit.ly/3dud8Jm. Acesso em: 8 out. 2020. 0 V e r a n o ta çõ e s 11/11/2024, 13:46 lddkls211_nat_soc https://www.colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=danialvesmg%40gmail.com&usuarioNome=DANIELLA+ALVES+DE+ANDRADE+GUIMARAES+RODRIGUES&disciplinaDescricao=NATUR… 18/18 https://bit.ly/3dud8Jm