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OBSERVAÇÃO, IDENTIFICAÇÃO E COLETA DE CRIPTÓGAMAS TERRESTRES Botânica Criptogâmica ETAPA 1: CAMPO E CARACTERIZAÇÃO DOS GRUPOS BOTÂNICOS A) BRIÓFITAS: Figura 1. Bryum argenteum, popularmente conhecido como musgo-prateado ou musgo-de-calçada, por estar em rachaduras de pedras, muros e calçadas. Esta briófita foi encontrada em uma rua urbana de Itapema-SC. OBSERVAÇÃO MICROSCÓPICA DA BRYOPHYTA COLETADA: Figura 2 e 3. Gametófito do musgo coletado em Itapema-SC no microscópio com a objetiva 4x. Figura 4. Região do caulículo da Briófita no microscópio com a objetiva 4x. Figura 5. Região do caulículo da Briófita no microscópio com a objetiva 10x. As briófitas são plantas de pequeno porte que não possuem tecidos de sustentação e vasos condutores, são plantas avasculares. Podem ser classificadas em três grupos: musgos, hepáticas e antóceros. Esses três grupos têm suas estruturas divididas entre gametófito e esporófito. A fase do gametófito das briófitas é quando produzem gametas. Esta etapa é a mais desenvolvida e que tem maior duração. Podemos dizer que é uma fase haploide (n). Os gametas são células reprodutivas que se fundem no processo de fecundação, dando origem a organismos diploides. Os gameófitos apresentam estruturas semelhantes a raízes, chamadas de rizoides. Este auxilia planta a se fixar no solo. Mas, o rizoide se diferencia das raízes, pois estas estão em plantas vasculares. Além de terem a função de absorver água e sais minerais, que nas briófitas isso ocorre por todo o corpo do gametófito. O gametófito marca a etapa sexuada do ciclo de vida das plantas e algas. Os esporófitos são dependentes dos gameófitos para sua nutrição. Porém, os gametófitos são nutricionalmente independente dos esporófitos. Em resumo, as briófitas não possuem nem folhas e nem caules verdadeiros. Além de não possuírem flores, sementes ou frutos. O ciclo de vida delas é caracterizado pela alternância de gerações, apresentando uma fase gametofítica (que produz gametas) e uma fase esporofítica (que produz esporos). A fase gametofítica é mais desenvolvida e duradoura no ciclo de vida dessas plantas e caracteriza-se por ser uma fase haploide. A fase esporofítica, por sua vez, é diploide e é uma fase de vida passageira. A briófita coletada para observação microscópica era um musgo de tamanho minúsculo, dificultando um pouco o manuseio e preparação. Mas, seu tamanho é consequência da falta de vasos condutores. Sua localização estava em uma calçada úmida do meio urbano. A preferência da briófitas em locais úmidos é para atingir a oosfera, célula sexual feminina formada no oogônio de fungos e de certas algas, pronta para a fertilização. Os anterozoides precisam nadar até a oosfera, para isso precisa haver água. Na coleta não foi possivel localizar o esporófito. Só que durante a observação da amostra no microscópio pude enxergar a ponta do gametófito com uma peculariedade, comprovando ser uma planta do sexo masculino. Como dito acima, as briófitas são plantas de pequeno porte. A falta de vasos condutores afeta o seu crescimento, impossibilitando o transporte de água e nutrientes para distâncias muito longas. Por isso seu porte é pequeno. Outro motivo para o seu tamanho é pelo seu corpo ser muito delgado, o que também dificulta a sustentação de plantas altas. B) PTERIDÓFITAS: Figura 6. Nephrolepis exaltata, popularmente conhecida como samambaia-havaiana ou mini-samambaia. Localizada em uma residência de Itapema-Santa Catarina. OBSERVAÇÃO MICROSCÓPICA DA NEPHROLEPIS EXALTATA: Figura 7 e 8. Folíolo da mini-samambaia coletada em Itapema-SC no microscópio com a objetiva 10x. Figura 9. Corte transversal feita na folha da Nephrolepis exaltata no microscópio com a objetiva 10x. Podem ser observados os vasos condutores da planta. Figura 10. Corte fino (paradérmico) na folha de uma samambaia no microscópio com a objetiva 10x. Figura 11. Soro da Samambaia observado na Lupa. Figura 12. Soro da Samambaia observado no Microscópio. 10x As pteridófitas são um grupo de plantas vasculares e sem sementes que possuem como representantes principais as samambaias e avencas. Já as briófitas são de pequeno porte que não possuem tecidos de sustentação. Há duas diferenças entre as Briófitas e as Pteridófitas. Enquanto a primeira não possuem vasos condutores e sua fase de ciclo de vida predominante é a gametófita. A segunda possuem vasos condutores de seiva e sua fase predominante é a esporofítica. As pteridófitas são plantas que gostam de lugares escuros e úmidos. Por conta disso é fácil encontrá-las na Mata Atlântica e na Floresta Amazônica. Mas, graças aos seus vasos condutores, elas se adaptam a diversos ambientes, por esse motivo são utilizadas como plantas ornamentais por muitas pessoas. Mas, seus gostos por lugares úmidos se dão pela sua forma de reprodução, que necessita de água para a movimentação do anterozoide. Fazendo com que não se tornem independentes da água. Outro fato interessante sobre as pteridófitas é uma fase diploide e dominante em seu ciclo chamado de esporófito. É nela que as plantas têm raízes verdadeiras, caules e folhas. Por isso, essa fase tem um papel fundamental em sua estrutura. Nas imagens 13 e 14 abaixo, podemos observar como é a estrutura das pteridófitas e briófitas, respectivamente: Figura 13. Estrutura das pteridófitas. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br /biologia/briofitas.htm. Figura 14. Estrutura das briófitas. Disponível em: http://blogdoprofessoracursosena.blogspot.com/2015/08/reino-plantae.html https://brasilescola.uol.com.br/ http://blogdoprofessoracursosena.blogspot.com/2015/08/reino-plantae.html Abaixo podemos observar o crescimento das fases gametófito e esporófito nos musgos: Figura 15. fase de gametófito do musgo e a fase de esporófito crescendo sobre o gametófito feminino. Disponível em: https://escolakids.uol.com.br/ciencias/ciclo-vida-das-briofitas.htm Nas imagens feitas pelo microscópio, do corte transversal, pode se concluir que nas pteridófitas haviam os vasos condutores, diferentemente do musgo que tinha ausencia. Já no corte paradérmico, foi observado o xilena nas pteridófitas. Responsável pelo controle hídrico da planta. https://escolakids.uol.com.br/ciencias/ciclo-vida-das-briofitas.htm ETAPA 2- DIVERSIDADE DE PLANTAS CRIPTÓGAMAS. BRIÓFITAS DE SANTA CATARINA Antóceros Anthocerotaceae Dendrocerotaceae Notothyladaceae Hepáticas Aneuraceae Aytoniaceae Balantiopsidaceae Calypogeiaceae Cephaloziaceae Cephaloziellaceae Cephaloziaceae Cephaloziellaceae Chonecoleaceae Dumortieraceae Frullaniaceae Geocalycaceae Herbertaceae Jamesoniellaceae Jungermanniaceae Lejeuneaceae Lepicoleaceae Lepidoziaceae Lophocoleaceae Marchantiaceae Metzgeriaceae Pallaviciniaceae Pelliaceae Plagiochilaceae Porellaceae Radulaceae Trichocoleaceae Musgos Adelotheciaceae Amblystegiaceae Anomodontaceae Bartramiaceae Brachytheciaceae Bruchiaceae Bryaceae Calliergonaceae Calymperaceae Catagoniaceae Cryphaeaceae Daltoniaceae Dicranaceae Ditrichaceae Entodontaceae Ephemeraceae Erpodiaceae Eustichiaceae Fabroniaceae Fissidentaceae Funariaceae Grimmiaceae Hedwigiaceae Helicophyllaceae Hookeriaceae Hylocomiaceae Hypnaceae Lembophyllaceae Lepyrodontaceae Leskeaceae Leucobryaceae Leucodontaceae Leucomiaceae Meteoriaceae Mniaceae NeckeraceaeOrthodontiaceae Orthotrichaceae Phyllogoniaceae Pilotrichaceae Plagiotheciaceae Polytrichaceae Pottiaceae Prionodontaceae Pterobryaceae Ptychomitriaceae Ptychomniaceae Pylaisiadelphaceae Rhachitheciaceae Rhacocarpaceae Rhizogoniaceae Rigodiaceae Rutenbergiaceae Sematophyllaceae Sphagnaceae Splachnaceae Stereophyllaceae Thuidiaceae Tabela 1. Briófitas de Santa Catarina. Gráfico 1. Porcentagem das briófitas de Santa Catarina. PTERIDÓFITAS DE SANTA CATARINA Anemiaceae Aspleniaceae Athyriaceae Blechnaceae Anemia Asplenium Athyrium Austroblechnum - Hymenasplenium Deparia Blechnum - - Diplazium Cranfillia - - - Lomaria - - - Lomaridium - - - Neoblechnum - - - Parablechnum - - - Salpichlaena - - - Telmatoblechnum Cyatheaceae Cystopteridaceae Dennstaedtiaceae Dicksoniaceae Alsophila Cystopteris Blotiella Dicksonia Cyathea - Dennstaedtia Lophosoria Sphaeropteris - Histiopteris - - - Hypolepis - - - Microlepia - - - Pteridium - Didymochlaenaceae Dryopteridaceae Equisetaceae Gleicheniaceae Didymochlaena Arachniodes Equisetum Dicranopteris - Bolbitis - Gleichenella - Ctenitis - Sticherus - Dryopteris - - - Elaphoglossum - - - Lastreopsis - - - Megalastrum - - - Mickelia - - - Olfersia - - - Parapolystichum - - - Polybotrya - - - Polystichum - - - Stigmatopteris - - Hemidictyaceae Hymenophyllaceae Isoetaceae Lindsaeaceae Hemidictyum Abrodictyum Isoetes Lindsaea - Crepidomanes - - - Didymoglossum - - - Hymenophyllum - - PTERIDÓFITAS DE SANTA CATARINA Lycopodiaceae Lygodiaceae Marattiaceae Marsileaceae Austrolycopodium Lygodium Danaea Regnellidium Diphasiastrum - Eupodium - Huperzia - Marattia - Lycopodiella - - - Lycopodium - - - Palhinhaea - - - Phlegmariurus - - - Pseudolycopodiella - - - Nephrolepidaceae Ophioglossaceae Osmundaceae Plagiogyriaceae Nephrolepis Botrypus Osmunda Plagiogyria - Cheiroglossa - - - Ophioglossum - - Polypodiaceae Psilotaceae Pteridaceae Saccolomataceae Alansmia Psilotum Acrostichum Saccoloma brasiliense Campyloneurum - Adiantum Saccoloma elegans Ceradenia - Argyrochosma - Cochlidium - Ceratopteris - Grammitis - Cheilanthes - Lellingeria - Doryopteris - Leucotrichum - Hecistopteris - Melpomene - Hemionitis - Microgramma - Lytoneuron - Moranopteris - Myriopteris - Niphidium - Pellaea - Pecluma - Pityrogramma - Phlebodium - Polytaenium - Pleopeltis - Pteris - Serpocaulon - Radiovittaria - Terpsichore - Tryonia areniticola - Zygophlebia - Tryonia myriophylla - - - Vittaria - Salviniaceae Schizaeaceae Selaginellaceae Tectariaceae Azolla Actinostachys pennula Selaginella Tectaria Salvinia Schizaea - - PTERIDÓFITAS DE SANTA CATARINA Thelypteridaceae Woodsiaceae - - Amauropelta Woodsia - - Christella - - - Cyclosorus - - - Goniopteris - - - Meniscium - - - Pelazoneuron - - - Steiropteris - - - Tabela 2. Pteridófitas de Santa Catrina. Gráfico 2. Porcentagem das pteridófitas de Santa Catarina. Valores de referência do gráfico das pteridófitas: Valores Soma de Contagem de Anemiaceae 1 Soma de Contagem de Aspleniaceae 2 Soma de Contagem de Athyriaceae 3 Soma de Contagem de Blechnaceae 9 Soma de Contagem de Cyatheaceae 3 Soma de Contagem de Cystopteridaceae 1 Soma de Contagem de Dennstaedtiaceae 6 Soma de Contagem de Dicksoniaceae 2 Soma de Contagem de Didymochlaenaceae 1 Soma de Contagem de Dryopteridaceae 13 Soma de Contagem de Equisetaceae 1 Soma de Contagem de Gleicheniaceae 3 Soma de Contagem de Hemidictyaceae 1 Soma de Contagem de Hymenophyllaceae 7 Soma de Contagem de Isoetaceae 1 Soma de Contagem de Lindsaeaceae 1 Soma de Contagem de Lycopodiaceae 8 Soma de Contagem de Lygodiaceae 1 Soma de Contagem de Marattiaceae 3 Soma de Contagem de Marsileaceae 1 Soma de Contagem de Nephrolepidaceae 1 Soma de Contagem de Ophioglossaceae 3 Soma de Contagem de Osmundaceae 1 Soma de Contagem de Plagiogyriaceae 1 Soma de Contagem de Polypodiaceae 17 Soma de Contagem de Psilotaceae 1 Soma de Contagem de Pteridaceae 18 Soma de Contagem de Saccolomataceae 2 Soma de Contagem de Salviniaceae 2 Soma de Contagem de Schizaeaceae 2 Soma de Contagem de Selaginellaceae 1 Soma de Contagem de Tectariaceae 1 Soma de Contagem de Thelypteridaceae 7 Soma de Contagem de Woodsiaceae 1 Após análise dos dados obtidos referentes as briófitas e pteridófitas do Estado de Santa Catarina, pode ser constatado que o mesmo é rico em biodiversidade dessas plantas. Esse grande número se dá pelo clima do de Santa Catarina ser muito úmido, sendo assim um local que as plantas criptogâmicas buscam como habitat. Além da umidade, o Estado catarinense conta com vários ecossistemas diferentes. Desde litorais até serras. Garantindo uma vegetação bem distinta e diversa entra si, para todos os gostos. As tabelas tiveram que ser comprimidas para o trabalho não ficar muito longo, mas há ainda mais variedades de briófitas e pteridófitas no Estado estudado. Sem contar as algas que aparecem nas praias sulistas. Sendo assim, Santa Catarina é rico em biodiversidade de flora. REFERÊNCIAS: Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 26 mai. 2023. GASPER, André. Pteridófitas de Santa Catarina, Brasil: diversidade, distribuição geográfica e variáveis ambientais. [manuscrito] 2012. http://floradobrasil.jbrj.gov.br/