Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 1 
 
a 
 
 
 Sumário 
 
 
 
 
 
Apresentação 7 
1. Considerações iniciais 8 
1.1. Classificação dos agentes públicos 9 
1.1.1. Classificação de Celso Antônio Bandeira de Mello 9 
1.1.2. Classificação de Hely Lopes Meirelles 11 
2. Disposições preliminares 15 
2.1. Regime Estatutário 15 
2.1.1. Inexistência de direito adquirido à manutenção de regime jurídico 16 
2.2. Regime celetista 17 
2.3. Regime especial 19 
3. Regime jurídico único 22 
3.1. Necessidade de concurso público 23 
3.1.1. Abertura de novo concurso público antes da expiração do prazo de validade de concurso anterior 24 
3.1.2. Falta de identificação do tipo de caderno de questões 24 
3.1.3. Convocação para as demais fases do certame 25 
3.1.4. Convocação de aprovados em processo seletivo 26 
4. Provimento 27 
4.1. Disposições gerais 27 
4.1.1. Direito à posse, em caráter excepcional, mesmo com idade inferior a 18 (dezoito) anos 28 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 2 
 
4.1.2. Aptidão física e gravidez de candidata 29 
4.2. Reserva de vagas aos portadores de deficiência nos concursos públicos 31 
4.2.1. Algumas peculiaridades pertinentes às vagas reservadas aos portadores de deficiência 32 
4.2.1.1. Visão Monocular 33 
4.2.1.2. Pé torto congênito bilateral 33 
4.3. Formas de provimento 33 
4.3.1. Nomeação 34 
4.3.1.1. Comunicação pessoal sobre a nomeação 35 
4.3.1.2. Direito subjetivo à nomeação 36 
4.3.1.3. Candidato aprovado fora das vagas previstas no edital 38 
4.3.1.4. Posse 38 
4.3.1.5. Exercício 40 
4.3.4. Formas de provimento derivado 42 
4.3.5. Promoção 42 
4.3.6. Readaptação 44 
4.3.7. Reversão 45 
4.3.8. Reintegração 47 
4.3.9. Recondução 47 
4.3.10. Aproveitamento 49 
4.4. Estágio probatório 50 
4.5. Estabilidade 52 
4.6. Hipóteses de vacância 56 
5. Remoção e redistribuição 58 
5.1. Remoção 58 
5.2. Redistribuição 60 
5.3. Da substituição 62 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 3 
 
6. Dos direitos e vantagens 63 
6.1. Do vencimento e da remuneração 63 
6.1.1. Perda da remuneração 65 
6.1.2. Reposições e indenizações ao erário 65 
6.2. Vantagens 67 
6.2.1. Indenizações 67 
6.2.1.1. Ajuda de custo 68 
6.2.1.2. Diárias 69 
6.2.1.3. Indenização de transporte 71 
6.2.1.4. Auxílio-moradia 71 
7. Gratificações e adicionais 73 
7.1. Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento 73 
7.2. Gratificação Natalina 73 
7.3. Adicional De Insalubridade 74 
7.4. Adicional de Periculosidade 75 
7.5. Adicional por serviço extraordinário 76 
7.6. Adicional noturno 76 
7.7. Adicional de férias 76 
7.8. Gratificação por encargo de curso ou concurso 77 
8. Férias 79 
9. Licenças 81 
9.1. Licença por motivo de doença em pessoa da família 81 
9.2. Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro 82 
9.3. Licença para o serviço militar 83 
9.4. Licença para atividade política 84 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 4 
 
9.5. Licença para capacitação 85 
9.6. Licença para tratar de interesses particulares 85 
9.7. Licença para o desempenho de mandato classista 87 
9.8. Licença para tratamento da própria saúde 87 
9.9. Licença à gestante, à adotante e licença-paternidade 88 
9.10. Licença por acidente em serviço 89 
10. Dos afastamentos 90 
10.1. Afastamento para servir a outro órgão ou entidade 90 
10.2. Do afastamento para exercício de mandato eletivo 93 
10.3. Do afastamento para estudo ou missão no exterior 94 
10.4. Do afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país 96 
11. Das concessões 98 
11.1. Horário especial ao servidor estudante 98 
11.2. Horário especial ao servidor portador de deficiência 99 
11.3. Matrícula em instituição de ensino congênere no caso de mudança de sede no interesse da 
Administração 100 
12. Do tempo de serviço 101 
13. Direito de Petição 103 
14. Regime disciplinar 105 
14.1. Deveres dos servidores 105 
14.2. Proibições e respectivas penalidades 107 
14.2.1. Proibições que podem ensejar a aplicação da penalidade de advertência, caso tais condutas sejam praticadas 
(destaca-se que se o servidor for reincidente poderá ser punido com a suspensão): 108 
14.2.2. Proibições que podem ensejar a aplicação da penalidade de suspensão (penalidade intermediária), mais grave 
que a advertência e menos grave que a demissão, nos casos de infração: 109 
14.2.3. Proibições que podem ensejar a aplicação da penalidade de demissão, nos casos de infração: 109 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 5 
 
14.2.4. Proibições que podem ensejar a aplicação da penalidade de demissão e a incompatibilização do servidor 
demitido, para nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 05 (cinco) anos: 109 
14.2.5. Condutas que podem ensejar a demissão ou a destituição de cargo em comissão e implicar a indisponibilidade 
dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo da ação penal cabível: 110 
14.2.6. Condutas que impedem o retorno do servidor público demitido ao serviço público federal: 110 
14.3. Penalidades em espécie 110 
14.3.1. Advertência 111 
14.3.2. Suspensão 111 
14.3.3. Demissão 113 
14.3.3.1. Demissão em decorrência da acumulação ilegal de cargos, empregos e funções públicas 115 
14.4. Aplicação de penalidades e prescrição 118 
14.5. Responsabilidades do servidor 119 
15. Do Processo Administrativo Disciplinar 122 
15.1. Da sindicância 123 
15.2. Do Processo Disciplinar 123 
15.2.1. Fases do processo disciplinar 124 
15.2.1.1. Da instauração 125 
15.2.1.2. Do Inquérito 125 
15.2.1.3. Do Julgamento 128 
15.3. Da Revisão do Processo 129 
16. Da seguridade social do servidor 131 
16.1. Dos Benefícios 133 
16.1.1. Da Aposentadoria 133 
16.1.2. Do Auxílio-Natalidade 135 
16.1.3. Do Salário-Família 136 
16.1.4. Da Pensão 137 
16.1.5. Do Auxílio-Funeral 140 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 6 
 
16.1.6. Do Auxílio-Reclusão 141 
16.1.7. Da Assistência à Saúde 141 
17. RESUMO DE VÉSPERA DE PROVA 143 
18. Questões de Concursos Anteriores - FCC 151 
19. Gabarito - FCC 162 
20. Questões de Concursos Anteriores Resolvidas e Comentadas - FCC 163 
21. Questões de Concursos Anteriores - CESPE 187 
22. Gabarito - CESPE 208 
23. Questões de Concursos Anteriores Resolvidas e Comentadas - CESPE 209 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 7 
 
 
 
 
 Apresentaçãohttps://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 33 
 
 4.2.1.1 Visão monocular 
 
 Atualmente vigora no âmbito do Superior Tribunal de Justiça o entendimento de que a 
deficiência visual, definida no art. 4º , III , do Decreto nº 3298 /99, não implica exclusão do benefício 
da reserva de vaga para candidato com visão monocular (que possui visão em apenas um dos olhos). 
A visão monocular cria barreiras físicas e psicológicas na disputa de oportunidades no mercado de 
trabalho, situação esta que o benefício da reserva de vagas tem o objetivo de compensar. 
 A propósito, com a finalidade de pacificar esse entendimento, o STJ editou a súmula nº 377, 
que assim dispõe: "O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às 
vagas reservadas aos deficientes". 
 
 
 
 4.2.1.2 Pé torto congênito bilateral 
 
 No julgamento do recurso em mandado de segurança nº 31.861∕PE, que ocorreu em 
23∕04∕2013, o Superior Tribunal de Justiça também firmou entendimento de que “os candidatos 
que tenham ‘pé torto congênito bilateral’ têm direito a concorrer às vagas em concurso público 
reservadas às pessoas com deficiência. A mencionada deficiência física enquadra-se no disposto no 
art. 4º, I, do Dec. 3.298/1999”. 
 
 
 4.3 Formas de provimento 
 Provimento nada mais é que o ato administrativo através do qual é preenchido um cargo 
público, podendo ser originário ou derivado. 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 34 
 
 4.3.1 Nomeação 
 A nomeação é a única forma de provimento originário existente. Pode ser definida como o 
ato administrativo pelo qual a Administração Pública dá ciência ao seu destinatário da necessidade 
de cumprimento de formalidades específicas (a exemplo da apresentação da documentação exigida 
no edital, nos casos de provimento de cargo efetivo), no prazo de até 30 (trinta) dias, para que seja 
formalizada a posse. 
A nomeação é considerada originária porque inicia um vínculo entre o indivíduo e a 
Administração, seja em caráter efetivo ou em comissão. Na nomeação em caráter efetivo, o 
candidato aprovado em concurso público é comunicado de que terá até 30 (trinta) dias para 
providenciar a documentação prevista no edital, formalizando o seu vínculo perante a 
Administração, que ocorre mediante a posse. 
A nomeação não gera qualquer obrigação para o candidato, mas sim o direito subjetivo de 
comparecer à Administração e formalizar o seu vínculo. Assim, caso o candidato não compareça 
perante a Administração no prazo de até 30 (trinta) dias para tomar posse, a nomeação tornar-se-
á sem efeito, não produzindo qualquer obrigação ou imposição de penalidade ao candidato. 
Apesar de a nomeação para cargo de provimento efetivo exigir prévia aprovação em 
concurso público, o mesmo não ocorre em relação às nomeações para cargos em comissão 
(também chamados de cargos de confiança). Nesta última hipótese, tem-se um ato discricionário, 
que sequer precisa ser motivado. 
A autoridade competente tem a prerrogativa de nomear qualquer pessoa para provimento 
de cargo em comissão, servidor ou não. 
Aqui é importante destacar o teor da súmula vinculante nº. 13 do Supremo Tribunal Federal, 
que declara expressamente que 
“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o 
terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido 
em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de 
confiança, ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta, em qualquer 
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, compreendido o ajuste 
mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.” 
Apesar de não constar expressamente em seu texto, o Supremo Tribunal Federal, no 
julgamento da Reclamação 6650, declarou que a contratação de parentes para cargos políticos 
(Ministros, Secretários de Estado e Secretários municipais) não viola a Constituição Federal, pois são 
cargos que devem ser providos por pessoas de extrema confiança da autoridade nomeante. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 35 
 
Nesses termos, o Prefeito de um Município pode nomear sua mãe para ocupar o cargo de 
Secretária Municipal da Fazenda, mas não pode nomear a irmã para ocupar o cargo de Gerente do 
Posto de Saúde “X”, pois este não é considerado cargo político e sim um cargo administrativo. 
Pergunta: Professor Fabiano, suponhamos que José atualmente ocupe o cargo efetivo de 
professor da rede estadual de educação de Minas Gerais e que tenha sido aprovado para o cargo de 
Auditor Fiscal da Receita Federal. Nesse caso, ocorrerá uma nova nomeação para o cargo de AFRFB? 
Sim. Apesar de José já ter sido nomeado, assinado o termo de posse e entrado em exercício 
no cargo de professor, será novamente nomeado para o cargo de AFRFB, pois está se iniciando um 
novo vínculo entre José e a Administração Pública. 
Outra pergunta: E se José, que hoje ocupa exclusivamente o cargo de AFRFB, for aprovado 
em concurso público para o cargo de Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados? Ocorrerá uma 
nova nomeação? 
Pode ter certeza disso. Perceba que os dois cargos públicos são distintos, possuindo 
atribuições diferentes. Apesar de José já possuir um vínculo com a União (RFB), iniciará um novo 
vínculo, com características distintas, a partir do momento que assinar o termo de posse no cargo 
de Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados. 
 
 
 
No concurso público para o cargo de Técnico Judiciário do 
TRE-PE, o CESPE considerou correta a seguinte assertiva: “A 
nomeação para cargo isolado de provimento efetivo depende de 
prévia habilitação em concurso público.” 
 
 
 
 4.3.1.1 Comunicação pessoal sobre a nomeação 
Nos últimos meses, o Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento de que o 
candidato tem direito a ser comunicado pessoalmente sobre a sua nomeação (e-mail, telegrama, 
telefonema etc.), não sendo suficiente a convocação apenas pelo Diário Oficial, principalmente se 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 36 
 
tiver sido aprovado fora do número de vagas e, da data de homologação do certame à data de 
convocação, tiver decorrido prazo razoável de tempo. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO. DIREITO DO CANDIDATO APROVADO EM CONCURSO PÚBLICO 
A SER COMUNICADO PESSOALMENTE SOBRE SUA NOMEAÇÃO. 
O candidato tem direito a ser comunicado pessoalmente sobre sua nomeação no caso em 
que o edital do concurso estabeleça expressamente o seu dever de manter atualizados 
endereço e telefone, não sendo suficiente a sua convocação apenas por meio de diário 
oficial se, tendo sido aprovado em posição consideravelmente fora do número de vagas, 
decorrer curto espaço de tempo entre a homologação final do certame e a publicação da 
nomeação. Nessa situação, a convocação do candidato apenas por publicação em Diário 
Oficial configura ofensa aos princípios da razoabilidade e da publicidade. 
A existência de previsão expressa quanto ao dever de o candidato manter atualizado seu 
telefone e endereço demonstra,ainda que implicitamente, o intuito da Administração 
Pública de, no momento da nomeação, entrar em contato direto com o candidato aprovado. 
Ademais, nesse contexto, não seria possível ao candidato construir real expectativa de ser 
nomeado e convocado para a posse em curto prazo. 
Assim, nessa situação, deve ser reconhecido o direito do candidato a ser convocado, bem 
como a tomar posse, após preenchidos os requisitos constantes do edital do certame. 
(Precedente citado: AgRg no RMS 35.494-RS, DJe 26/3/2012. AgRg no RMS 37.227-RS, Rel. 
Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 6/12/2012). 
 
 
 4.3.1.2 Direito subjetivo à nomeação 
Durante muito tempo discutiu-se no âmbito do Poder Judiciário se os candidatos aprovados 
em concurso público, dentro do limite de vagas inicialmente oferecidas no edital, possuíam direito 
líquido e certo à nomeação durante a validade do certame. 
Prevalecia o entendimento de que mesmo aprovado dentro do número de vagas inicialmente 
disponibilizadas, o candidato somente possuía expectativa de direito em relação à nomeação, isto 
é, a Administração Pública não estava obrigada a realizar a nomeação por se tratar de ato 
discricionário. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 37 
 
Entretanto, o entendimento doutrinário e jurisprudencial começou a ser alterado nos últimos 
anos, consequência direta das milhares de ações ajuizadas no Poder Judiciário e que exigiam a 
nomeação de candidatos aprovados dentro do número de vagas oferecidas em concursos públicos. 
No julgamento do Recurso Extraordinário nº 598.099/MS (cuja decisão foi publicada em 
03/10/2011), de relatoria do Ministro Gilmar Mendes, o Supremo Tribunal Federal pacificou o 
entendimento sobre o assunto, afirmando que “o direito à nomeação surge quando se realizam as 
condições fáticas e jurídicas. São elas: previsão em edital de número específico de vagas a serem 
preenchidas pelos candidatos aprovados no concurso; realização do certame conforme as regras do 
edital; homologação do concurso; e proclamação dos aprovados dentro do número de vagas 
previstos no edital em ordem de classificação por ato inequívoco e público da autoridade 
administrativa competente”. 
Desse modo, prevalece atualmente o entendimento de que se o candidato foi aprovado em 
concurso público dentro do número de vagas oferecidas pelo edital, deverá ser obrigatoriamente 
nomeado pela respectiva entidade ou órgão público. Entretanto, compete à Administração Pública 
decidir o momento mais conveniente e oportuno para realizar a nomeação, desde que dentro do 
prazo de validade do certame. 
Nas palavras do Ministro Relator Gilmar Mendes, somente em situações excepcionalíssimas 
a Administração Pública estaria desobrigada de realizar a nomeação de candidato aprovado dentro 
do número de vagas e desde que comprovadas as seguintes circunstâncias: 
I. Superveniência - eventuais fatos ensejadores de uma situação excepcional devem ser 
necessariamente posteriores à publicação de edital do certame público; 
II. Imprevisibilidade - a situação deve ser determinada por circunstâncias extraordinárias à 
época da publicação do edital; 
III. Gravidade – os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser extremamente 
graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento 
efetivo das regras do edital; 
IV. Crises econômicas de grandes proporções; Guerras; Fenômenos naturais que causem 
calamidade pública ou comoção interna; 
V. Necessidade – a administração somente pode adotar tal medida quando não existirem 
outros meios menos gravosos para lidar com a situação excepcional e imprevisível. 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 38 
 
 4.3.1.3 Candidato aprovado fora das vagas previstas no edital 
 
No julgamento do mandado de segurança nº 17.886∕DF, que ocorreu em 11∕09∕2013, o 
Superior Tribunal de Justiça decidiu que “o candidato aprovado fora das vagas previstas no edital 
não tem direito subjetivo à nomeação, ainda que surjam novas vagas durante o prazo de validade 
do certame, seja em decorrência de vacância nos quadros funcionais seja em razão da criação de 
novas vagas por lei. Isso porque, dentro do parâmetro fixado em repercussão geral pelo STF, os 
candidatos aprovados em concurso público, mas inseridos em cadastro de reserva, têm apenas 
expectativa de direito à nomeação”. 
Nesses casos, compete à Administração, no exercício do seu poder discricionário (juízo de 
conveniência e oportunidade), definir as condições do preenchimento dos seus cargos vagos. 
De fato, o atual entendimento do Supremo Tribunal Federal, expressamente manifestado 
através do recurso extraordinário nº 598.099∕MS (DJe 10∕08∕2011), de relatoria do Ministro Gilmar 
Mendes (com repercussão geral), também é no sentido de que somente os candidatos aprovados 
dentro do número de vagas previstas no edital possuem direito líquido e certo à nomeação, salvo 
no caso de preterição na ordem de classificação e nomeação de outras pessoas que não aquelas que 
constam da lista classificatória de aprovados no certame público. 
 
 
 4.3.1.4 Posse 
Conforme destacado anteriormente, a posse ocorrerá no prazo improrrogável de até 30 
(trinta) dias contados da publicação do ato de nomeação. 
A contagem do prazo se inicia no dia subsequente ao da publicação do referido ato e é 
ininterrupta. Assim, se o candidato foi nomeado no dia 12 de março de 2014, o prazo final para 
tomar posse é o dia 11 de abril de 2014. 
Em se tratando de nomeação de alguém que já seja servidor (que fora aprovado em concurso 
público para outro cargo) e que se enquadre, na data de publicação do ato de provimento, em 
algumas das situações listadas a seguir, o prazo de 30 dias será contado após o término do 
impedimento; 
1ª) gozo de licença por motivo de doença em pessoa da família; 
2º) gozo de licença para o serviço militar ou para capacitação; 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 39 
 
3ª) férias; 
4ª) participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de 
pós-graduação stricto sensu no País; 
5ª) júri e outros serviços obrigatórios por lei; 
6ª) licença: 
7ª) gozo de licença à gestante, à adotante e à paternidade; 
8ª) licença para tratamento da própria saúde; 
9ª) licença por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; 
10) esteja participando de competição desportiva nacional ou convocação para integrar 
representação desportiva nacional, no País ou no exterior; 
11) esteja em deslocamento para nova sede em virtude de remoção, redistribuição, requisição 
ou cessão. 
O artigo 13 da Lei 8.112/90 estabelece que “a posse dar-se-á pela assinatura do respectivo 
termo, no qual deverão constar as atribuições, os deveres, as responsabilidades e os direitos 
inerentes ao cargo ocupado, que não poderão ser alterados unilateralmente, por qualquer das 
partes, ressalvados os atos de ofício previstos em lei”. 
 
 
É através da posse que ocorre a investidura do servidor no 
cargo público. Fique atento a essa informação, pois é muito 
comum você encontrá-la em provas de concursos públicos. 
 
A posse é o ato pelo qual o candidato, após prévia aprovação em concurso público, declara 
formalmente o interesse em estabelecer um vínculo jurídico com a Administração.Esse mesmo 
raciocínio se aplica para aqueles que foram nomeados para cargos em comissão, já que a investidura 
no cargo também ocorrerá através da posse. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 40 
 
 
(Técnico Administrativo/TRE AM/FCC) Só haverá posse nos 
casos de provimento de cargo por nomeação. Assertiva 
considerada correta pela banca examinadora. 
 
Para responder às questões de prova, é imprescindível que você tenha conhecimento das 
seguintes informações sobre a posse: 
1ª) poderá ocorrer mediante procuração específica; 
2ª) só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação, portanto, tratando-se 
de provimento derivado (aproveitamento, reversão, promoção, reintegração etc.) não há que 
se falar em posse; 
3ª) no ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu 
patrimônio, além de declaração quanto ao exercício, ou não, de outro cargo, emprego ou 
função pública; 
4ª) a posse dependerá de prévia inspeção médica oficial, portanto, só poderá ser empossado 
aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo. 
 
 
Para responder às questões do CESPE: Só haverá posse nos 
casos de provimento de cargo por nomeação 
(Administrador/MEC – UNIPAMPA/CESPE). Assertiva 
correta. 
 
 
 4.3.1.5 Exercício 
 Exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público ou da função de 
confiança. No primeiro caso, o agente terá o prazo máximo de 15 (quinze) dias para entrar em 
exercício. Em relação à função de confiança, o exercício será imediato, coincidindo com a data de 
publicação do ato de designação. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 41 
 
Essa regra somente será excepcionada quando o servidor estiver em licença ou afastado por 
qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do 
impedimento, que não poderá exceder a trinta dias da publicação. 
ATENÇÃO: O exercício de função de confiança não exige nomeação prévia, mas somente uma 
simples designação. Desse modo, não ocorre uma nova posse, sendo suficiente que o servidor entre 
em exercício na nova função. 
Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em razão das atribuições pertinentes aos 
respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas e 
observados os limites mínimos e máximos de seis horas e oito horas diárias, respectivamente. 
Com a assinatura do termo de posse, o agente torna-se servidor. Todavia, é com o efetivo 
exercício que se inicia a contagem dos prazos para o surgimento de direitos relacionados ao tempo 
de serviço, a exemplo de férias, estabilidade, algumas licenças etc. 
Assim, caso o servidor recém empossado não entre em exercício no prazo máximo de 15 
(quinze) dias, ocorrerá a sua exoneração. 
 
 
Lembre-se sempre de que à autoridade competente do órgão ou 
entidade para onde for nomeado ou designado o servidor 
compete dar-lhe exercício. 
 
O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido removido, 
redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no 
máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para a retomada do efetivo 
desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o 
deslocamento para a nova sede. 
Exemplo: suponhamos que você, atualmente domiciliado na cidade de Belo Horizonte/MG, 
decida tentar o concurso do TSE para o cargo de Analista Judiciário – área administrativa. Dois anos 
depois, já tendo sido aprovado, nomeado, empossado e entrado em exercício, você decide participar 
do Concurso Nacional de Remoção para disputar uma remoção para a cidade de Belo Horizonte 
(TRE/MG). Se você tiver êxito no concurso de remoção, o Tribunal Superior Eleitoral lhe concederá 
um prazo, que pode variar entre 10 (dez) e 30 (trinta) dias contados da publicação do ato de 
remoção, para que você entre em exercício no TRE/MG. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 42 
 
Trata-se de ato discricionário, portanto, somente diante do caso em concreto é que o 
Tribunal Superior Eleitoral (seu órgão de origem) determinará o prazo que será concedido ao 
servidor para o respectivo “deslocamento”. 
O mesmo acontece nos diversos órgãos e entidades da Administração Pública Federal ao 
realizarem concursos internos de remoção, a exemplo do MDIC, CGU, Receita Federal do Brasil, INSS, 
entre outros. É claro que cada órgão ou entidade possui suas próprias regras internas, que são 
disponibilizadas aos servidores através de um edital. 
Se você estiver “desesperado” para começar a trabalhar no novo órgão de destino, a 
legislação permite que você decline (abra mão) desse prazo e reinicie as suas atividades no dia 
seguinte à publicação do ato. 
Desconheço alguém que tenha declinado desse prazo, mas lembre-se de que é possível ... 
 
 
 4.3.4 Formas de provimento derivado 
Provimento derivado é aquele que pressupõe a existência de um vínculo anterior entre o 
servidor e a Administração. No artigo 8º da Lei 8.112/90 estão arroladas como formas de provimento 
derivado a promoção, a readaptação, a reversão, o aproveitamento, a reintegração e a recondução. 
 
 4.3.5 Promoção 
A promoção pode ser definida como a forma de provimento derivado pela qual o servidor, 
ocupante de cargo público em um nível ou classe específica, é provido em cargo de nível ou classe 
superior, integrante da mesma carreira. 
A Lei 8.112/90 não define ou conceitua a promoção, apenas declara que “a promoção não 
interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento na carreira a partir da data 
de publicação do ato que promover o servidor”. 
Para que você possa visualizar a organização de um cargo de carreira, observe a estrutura dos 
cargos de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil e Auditor Fiscal do Trabalho, regulamentados 
pela Lei nº 12.808∕2013 (a carreira passou por alteração recente, mas optei por deixar como 
exemplo a estrutura da carreira anterior, para ficar mais fácil a visualização). 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 43 
 
 VALOR DO SUBSÍDIO em R$ 
CARGOS CLASSE PADRÃO EFEITOS FINANCEIROS A PARTIR DE 
 1o JUL 2010 1o JAN 2013 1o JAN 2014 1o JAN 2015 
 IV 19.451,00 20.423,55 21.403,88 22.516,88 
Auditor- ESPECIAL III 18.910,61 19.856,14 20.809,23 21.891,31 
Fiscal da II 18.576,24 19.505,05 20.441,29 21.504,24 
Receita I 18.247,78 19.160,17 20.079,85 21.124,01 
Federal do IV 17.545,94 18.423,24 19.307,55 20.311,54 
Brasil B III 17.201,90 18.062,00 18.928,97 19.913,28 
 II 16.864,61 17.707,84 18.557,82 19.522,82 
 I 16.533,93 17.360,63 18.193,94 19.140,02 
Auditor- V 15.898,01 16.692,91 17.494,17 18.403,87 
Fiscal do IV 15.586,28 16.365,60 17.151,15 18.043,01 
Trabalho A III 15.280,67 16.044,70 16.814,85 17.689,22 
 II 14.981,05 15.730,10 16.485,15 17.342,37 
 I 13.600,00 14.280,00 14.965,44 15.743,64 
 
A investidura (posse) no cargo de AFRFB ocorrerá na CLASSE A – PADRÃO I, onde o titular do 
cargo permanecerá,pelo prazo mínimo de um ano, até obter o direito à progressão para o PADRÃO 
II. 
A primeira promoção do servidor ocupante do cargo de AFRFB somente ocorrerá na mudança 
da CLASSE A-V para a CLASSE B-I. 
Atenção: O desenvolvimento do servidor em sua carreira dar-se-á através da promoção e da 
progressão. Esta última não pode ser considerada uma forma derivada de provimento, pois é a 
simples passagem do servidor do padrão em que se encontra para o imediatamente superior, dentro 
da mesma classe. 
As mudanças de padrão ocorridas dentro da mesma classe são meras progressões, essenciais 
para que ocorra a promoção. Entretanto, não podem ser consideradas formas de provimento. 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 44 
 
 
(FCC/Técnico Judiciário – TRT - 11ª Região) Flora é servidora 
pública federal e, por preencher os requisitos legais, foi 
recentemente, promovida. Sua promoção foi concedida em 10 de 
outubro de 2016 e, um mês depois, ou seja, em 10 de novembro 
de 2016, ocorreu a publicação do ato de promoção. Nos termos 
da Lei n° 8.112/1990, a promoção: 
a) não interrompe o tempo de exercício, que será contado no 
novo posicionamento na carreira a partir de 10 de novembro de 
2016. 
b) interrompe o tempo de exercício, sendo contado no novo 
posicionamento na carreira a partir de 10 de outubro de 2016. 
c) não interrompe o tempo de exercício, que será contado no 
novo posicionamento na carreira a partir de 10 de outubro de 
2016. 
d) interrompe o tempo de exercício, sendo contado no novo 
posicionamento na carreira a partir de 10 de novembro de 2016. 
e) interrompe o tempo de exercício, sendo contado no novo 
posicionamento na carreira a partir de 01 de novembro de 2016, 
ou seja, no primeiro dia do mês seguinte à promoção. 
Gabarito: “a”. 
 
 4.3.6 Readaptação 
A readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades 
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, sempre 
comprovada em inspeção médica. 
Trata-se da atribuição de novas responsabilidades compatíveis com a limitação física ou 
psíquica sofrida pelo servidor, desde que não se justifique a licença para tratamento de saúde ou 
aposentadoria, verificada em inspeção médica que informará as condições de readaptação: seus 
termos, prazo e embasamento legal. 
Nos termos do § 2º, artigo 24, da Lei 8.112/1990, a readaptação deverá respeitar as seguintes 
condições: 
1ª) efetivada em cargo de atribuições afins; 
2ª) deverá ser respeitada a habilitação exigida para o exercício do cargo; 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 45 
 
3ª) o nível de escolaridade dos cargos deve ser o mesmo; e 
4ª) os vencimentos devem ser equivalentes. 
 Na hipótese de inexistência de cargo vago a fim de que seja realizada a readaptação, o 
servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga. 
 Exemplo: Imaginemos um servidor que atualmente exerça as funções de telefonista em 
determinado órgão público, mas que, em virtude de uma grave e rara doença, seja obrigado a reduzir 
drasticamente o seu volume de fala durante o dia. 
Nesse caso, o servidor não poderá mais continuar exercendo as funções de telefonista, mas 
poderá ser readaptado para uma função de digitador, por exemplo, que não exige a utilização da 
voz com frequência. Eis a denominada readaptação. 
A readaptação poderá ser revista a qualquer momento, após nova avaliação pericial, a pedido 
do servidor ou da autoridade administrativa competente, quando houver melhora das condições 
de saúde ou adequação do local de trabalho às limitações físicas ou psíquicas. 
 
 
 
Para responder às questões do CESPE: Após 4 anos de 
exercício, Paulo foi acometido de uma lesão por esforço 
repetitivo, pois estava exercendo uma função que demandava 
muita digitação. Após inspeção médica, ele foi remanejado para 
outro cargo de atribuições compatíveis com o problema de 
saúde que o atingiu. Nesse caso, constatou-se a forma derivada 
de provimento readaptação (Técnico Judiciário/TRE 
GO/CESPE). Assertiva correta. 
 
 
 4.3.7 Reversão 
 A reversão pode ser definida como o retorno à atividade de servidor que já se encontrava 
aposentado. A Lei 8.112/90 menciona expressamente duas modalidades distintas de reversão: 
1ª) de ofício, quando, por Junta Médica Oficial, forem declarados insubsistentes os motivos 
que ensejaram a aposentadoria do servidor; 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 46 
 
2ª) a pedido do próprio servidor, desde que seja de interesse da Administração (ato 
discricionário) e cumpridos os requisitos estabelecidos expressamente no inciso II do artigo 
25 da Lei 8.112/90, a saber: 
a) Tenha solicitado a reversão; 
b) A aposentadoria tenha sido voluntária; 
c) Tenha adquirido estabilidade quando na atividade; 
d) Tenha se inativado voluntariamente nos cinco anos anteriores à solicitação; 
e) Haja cargo vago. 
A reversão a pedido do servidor foi incluída definitivamente em nosso ordenamento jurídico 
através da Medida Provisória 2.225-45, de 04 de setembro de 2001, como consequência da grande 
quantidade de aposentadorias que ocorreram no âmbito da Administração Pública no fim da década 
de 90, fruto das novas regras constitucionais impostas aos servidores. 
Assim, a Administração decidiu criar um instrumento que possibilitasse aos servidores 
arrependidos o retorno à ativa, desde que cumpridas as condições legais. 
A reversão dar-se-á no mesmo cargo, classe e nível em que ocorreu aposentadoria, ou 
equivalente, no caso de reorganização ou transformação da estrutura do cargo. Está sujeita à 
existência de dotação orçamentária e financeira no respectivo órgão ou entidade. 
 
 
A reversão de ofício, que ocorre independentemente da vontade 
do servidor, irá concretizar-se mesmo que não exista vaga 
disponível no órgão ou entidade. Nesse caso, o servidor que 
estava aposentado em virtude de um problema de saúde irá 
exercer as suas funções como excedente até o surgimento de 
uma vaga. 
 
 Por outro lado, a reversão a pedido do servidor somente poderá ser deferida pela 
Administração caso exista vaga no momento da análise do pedido. 
O servidor que reverter à atividade, no interesse da administração, somente terá nova 
aposentadoria com os proventos calculados com base nas regras atuais, se permanecer em atividade 
por, no mínimo, cinco anos. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 47 
 
 
Para responder às questões do CESPE: Após 4 anos de 
aposentadoria, uma junta médica oficial declarou 
insubsistentes os motivos da aposentadoria de Paulo e este 
retornou à atividade, caracterizando-se, assim, a reversão 
(Técnico Judiciário/TRE GO/CESPE). Assertiva correta. 
 
 4.3.8 Reintegração 
 
É a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado ou no cargo resultante 
de sua transformação, quando invalidada sua demissão por decisão administrativa ou judicial, com 
ressarcimento de todas as vantagens a que teria direito se estivesse trabalhando. 
Se o cargo anteriormente ocupadotiver sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade até 
que seja adequadamente aproveitado em outro cargo com atribuições e vencimentos afins. 
Por outro lado, encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante, se estável, será 
reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, ou aproveitado em outro cargo, ou, 
ainda, posto em disponibilidade. 
A reintegração somente alcança o servidor estável e está sujeita à prescrição quinquenal, que 
será contada da data da publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado, 
quando o ato não for publicado (artigo 110, inciso I, da Lei 8.112/90). 
 
 
(Técnico Administrativo/TRE AM/FCC) Armando, Técnico 
Judiciário do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas 
(estável), foi reinvestido no cargo anteriormente ocupado, 
diante da invalidação da sua demissão por decisão 
administrativa, com ressarcimento de todas as vantagens. Nos 
termos da Lei nº 8.112/90, ocorreu a reintegração. Assertiva 
considerada correta pela banca examinadora. 
 
 
 4.3.9 Recondução 
É o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em decorrência de 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 48 
 
(a) inabilitação em estágio probatório em outro cargo federal; 
(b) desistência de exercício em cargo federal no período do estágio probatório; ou 
(c) reintegração do anterior ocupante. 
É muito comum você encontrar em provas de concursos públicos questões sobre a recondução, 
provavelmente pelas várias espécies e peculiaridades relativas a esse instituto. Assim, é importante 
analisar individualmente todas as suas espécies: 
1ª) Inabilitação em estágio probatório referente a outro cargo federal: suponhamos que Zé 
das Couves seja titular do cargo de Analista do MDIC, gozando de estabilidade. Todavia, como 
continuou os estudos, Zé foi aprovado recentemente no concurso público para o cargo de Auditor 
da Receita Federal do Brasil. Nesse caso, como Zé já era servidor público federal e foi aprovado para 
exercício em outro cargo público também integrante da estrutura federal, poderá solicitar vacância 
(deixar o cargo sem ocupante) em seu cargo no MDIC para submeter-se ao estágio probatório na 
Receita Federal. 
Ao término do estágio probatório, caso seja reprovado, Zé não precisará entrar em 
desespero, pois será reconduzido ao cargo anteriormente ocupado no MDIC. 
2ª) Desistência de exercício do outro cargo federal no período do estágio probatório: eis 
uma situação muito parecida com a anterior, mas aqui o próprio servidor (Zé das Couves) desistiu 
de continuar exercendo as suas funções na Receita Federal, tendo trabalhado apenas 06 (seis) meses 
no órgão, por exemplo. Assim, da mesma forma que acontece na reprovação em estágio probatório, 
Zé será reconduzido ao cargo anteriormente ocupado no MDIC. 
3ª) Reintegração do anterior ocupante do cargo: nesse caso, o servidor público estável está 
exercendo as suas funções em um cargo que era ocupado por servidor que fora demitido. Desse 
modo, caso o servidor demitido consiga a invalidação da demissão no âmbito administrativo ou 
judicial, ocorrerá a denominada reintegração, e o atual ocupante do cargo público será reconduzido 
ao cargo anteriormente ocupado, sem direito a qualquer indenização. 
Encontrando-se provido o cargo de origem, o servidor estável em processo de recondução 
será aproveitado em outro, desde que possua atribuições e vencimentos compatíveis com o 
anteriormente ocupado. 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 49 
 
 
(CESPE/Técnico Judiciário – TRE-PI) Teobaldo, servidor público 
do estado do Piauí, adquiriu sua estabilidade em 27/1/2012. Em 
novembro de 2012, ele foi nomeado para o cargo de técnico 
judiciário no TRE/PI. Dentro do prazo legal, Teobaldo tomou posse 
e entrou em exercício em seu novo cargo, após solicitar vacância por 
posse em outro cargo inacumulável. Na avaliação de seu estágio 
probatório, no tribunal, Teobaldo foi reprovado, ou seja, foi 
considerado inapto para o exercício do cargo ocupado no TRE/PI. 
Nessa situação hipotética, a administração deve aplicar, em relação 
a Teobaldo, o instituto denominado: 
a) recondução. 
b) aproveitamento. 
c) exoneração. 
d) demissão. 
e) readaptação. 
Gabarito: “a”. 
 
 4.3.10 Aproveitamento 
É o retorno à atividade de servidor que estava em disponibilidade para provimento em cargo 
com vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado, desde que exista vaga no órgão ou 
entidade administrativa. 
A disponibilidade é um instituto que permite ao servidor estável, que teve o seu cargo extinto 
ou declarado desnecessário, permanecer sem trabalhar, com remuneração proporcional ao tempo 
de serviço, à espera de um eventual aproveitamento. 
O texto constitucional prevê ainda uma outra hipótese de disponibilidade, que ocorre em 
virtude da reintegração de servidor demitido injusta e ilegalmente de seu cargo. Nesses termos, 
ocorrendo a reintegração do anterior ocupante do cargo, o atual ocupante, se estável, caso não 
possa ser reconduzido ao cargo que ocupava anteriormente (o cargo está/será colocado em 
disponibilidade até posterior aproveitamento (CF/88, art. 41, § 2º). 
O servidor em disponibilidade contribuirá para o regime próprio de previdência do serviço 
público federal e o tempo de contribuição, correspondente ao período em que permanecer em 
disponibilidade, será contado para efeito de aposentadoria e nova disponibilidade. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 50 
 
O prazo para o servidor aproveitado entrar em exercício em outra sede é de, no mínimo, 10 
dias, e, no máximo, 30 dias, contados a partir da data de publicação do ato de aproveitamento, 
incluindo, nesse período, o tempo necessário para o deslocamento para a nova sede. 
Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não 
entrar em exercício no prazo legal, salvo doença comprovada por Junta Médica oficial. 
Quando do aproveitamento resultar mudança de sede, o servidor, seu cônjuge ou 
companheiro, seus filhos ou enteados que vivam em sua companhia e os menores sob sua guarda 
com autorização judicial, se estudantes, têm assegurada, na localidade da nova residência ou na 
mais próxima, matrícula em instituição de ensino congênere, em qualquer época, 
independentemente de vaga. 
Nos casos em que a mudança de sede obrigar o servidor a mudar de domicílio em caráter 
permanente, ser-lhe-á devida ajuda de custo para compensar as despesas de instalação, vedado o 
duplo pagamento de indenização, no caso do cônjuge ou companheiro que detenha a condição de 
servidor. 
 
 
 4.4 Estágio probatório 
 
Depois de ter sido nomeado para ocupar cargo público de provimento efetivo, o candidato 
aprovado em concurso público irá tomar posse e entrar em exercício. Na sequência, o agora servidor 
será submetido ao famoso estágio probatório. 
O estágio probatório pode ser definido como um processo de avaliação de desempenho de 
servidor nomeado para cargo de provimento efetivo, seja em relação à sua aptidão e capacidade 
para exercício do cargo ocupado, seja em relação ao seu relacionamento profissional com os demais 
servidores. 
A avaliação do Estágio Probatório ocorrerá durante o interstício de trinta e seis meses (esse 
é o entendimento que deveprevalecer para as provas de concurso), período no qual a sua aptidão 
e capacidade serão objetos de avaliações periódicas, observando-se os seguintes fatores: 
a) Assiduidade: avalia-se a frequência diária ao trabalho; 
b) Disciplina: avalia-se o comportamento do servidor quanto aos aspectos de observância aos 
regulamentos e à orientação da chefia; 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 51 
 
c) Capacidade de iniciativa: avalia-se a capacidade do servidor em tomar providências por 
conta própria dentro de sua competência; 
d) Produtividade: avalia-se o rendimento compatível com as condições de trabalho produzido 
pelo servidor e o atendimento aos prazos estabelecidos; 
e) Responsabilidade: avalia-se como o servidor assume as tarefas que lhe são propostas, 
dentro dos prazos e das condições estabelecidas, a conduta moral e a ética profissional. 
Nos termos da Lei 8.112/90, quatro meses antes de findo o período do estágio probatório, o 
resultado da avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa 
finalidade, deve ser submetido à homologação da autoridade competente. 
 
Um dos pontos mais “nebulosos” da Lei 8.112/1990 refere-se 
ao prazo do estágio probatório, que foi alvo de muitos debates e 
decisões judiciais conflitantes. Todavia, atualmente não vale à 
pena perder tempo estudando os vários posicionamentos 
doutrinários e jurisprudenciais. 
Para responder às questões de concursos públicos que exigem 
conhecimentos sobre a Lei 8.112∕1990, basta afirmar que o seu 
prazo é de 36 (trinta e seis) meses, nos termos do 
entendimento consolidado no âmbito do Superior Tribunal de 
Justiça. 
Independentemente do prazo do estágio probatório, certo é que o servidor que não 
demonstrar aproveitamento suficiente e satisfatório no exercício das atribuições do cargo deverá 
ser exonerado, consequência do princípio constitucional da eficiência. 
A exoneração não poderá ocorrer de forma automática, pois deverá ser assegurado ao 
servidor o direito constitucional do contraditório e da ampla defesa, através da instauração de um 
processo administrativo. 
Essa necessidade, inclusive, já foi sumulada pelo Supremo Tribunal Federal: 
Súmula 20 - É necessário processo administrativo com ampla defesa, para demissão de funcionário 
admitido por concurso. 
Súmula 21 - Funcionário em estágio probatório não pode ser exonerado nem demitido sem 
inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua capacidade. 
 Durante o período de estágio probatório, o servidor poderá exercer quaisquer cargos de 
provimento em comissão ou função de direção, chefia ou assessoramento na entidade ou órgão a 
que pertencer. Contudo, somente poderá ser cedido a outro órgão ou entidade para ocupar cargos 
de natureza especial, cargos de provimento em comissão do grupo-direção e assessoramento 
superiores (DAS) de níveis 6, 5 e 4 (ou equivalentes). 
 O estágio probatório ficará suspenso nas situações abaixo, sendo retomado a partir do 
término dos impedimentos: 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 52 
 
a) licença por motivo de doença em pessoa da família; 
b) licença por motivo de afastamento do cônjuge, por prazo indeterminado e sem 
remuneração; 
c) licença para atividade política; 
d) afastamento para missão no exterior para servir em organismo internacional de que o Brasil 
participe ou com o qual coopere, com a perda total da remuneração. 
e) participação em curso de formação. 
Pergunta: Professor, durante o estágio probatório, o servidor poderá gozar de alguma licença 
ou afastamento? 
Sim. As licenças e afastamentos relacionados abaixo poderão ser gozados mesmos durante o 
período do estágio probatório: 
a) licença por motivo de doença em pessoa da família; 
b) licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; 
c) licença para o serviço militar; 
d) licença para atividade política; 
e) afastamento para o exercício de mandato eletivo; 
f) afastamento para estudo ou missão no exterior. 
g) afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso 
para outro cargo na Administração Pública Federal. 
 
No concurso público para os cargos de Nível Superior da 
Fundação Universidade de Brasília, o CESPE considerou 
incorreta a seguinte assertiva: “Servidor que se encontre em 
estágio probatório não poderá exercer cargo em comissão no 
órgão em que esteja lotado.”. 
 
 4.5 Estabilidade 
 A estabilidade pode ser entendida como a garantia de permanência no serviço público do 
servidor aprovado em concurso público e nomeado para o exercício de cargo de provimento efetivo. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 53 
 
A estabilidade tem por objetivo proteger o servidor contra perseguições políticas, pressões 
externas ou quaisquer condutas que possam influenciar negativamente em sua imparcialidade e no 
exercício das funções. 
Nos termos do artigo 41 da CF/88 “são estáveis após três anos de efetivo exercício os 
servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público”. 
 
 
 
Para a aquisição da estabilidade serão necessários 03 (três) 
anos de efetivo exercício. Assim, deverão ser excluídas da 
contagem do tempo eventuais licenças ou afastamentos que 
não sejam consideradas de efetivo exercício pelo artigo 102 da 
Lei 8.112/90. 
 
 
Não basta aguardar o simples transcurso do tempo de 03 (três) anos para que seja adquirida 
a estabilidade, pois será necessária ainda a aprovação em avaliação especial de desempenho, 
realizada por comissão instituída especificamente com essa finalidade. 
Após ter alcançado a estabilidade, o servidor somente estará sujeito à perda do cargo público 
nas seguintes hipóteses: 
1ª) Em virtude de sentença judicial transitada em julgado; 
2ª) Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa; 
3ª) Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma de lei 
complementar, assegurada ampla defesa. 
4ª) Em virtude de excesso de despesa com pessoal, conforme previsão do artigo 169 da CF/88. 
 
Em relação à última hipótese citada, é importante destacar que se a União, não estiver 
cumprindo os limites de gastos estabelecidos no artigo 169 da CF/88, por exemplo, poderá adotar 
as seguintes providências: 
1ª) Redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções 
de confiança; e 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 54 
 
2ª) Exoneração dos servidores não estáveis. 
Se as medidas acima não forem suficientes para assegurar o cumprimento do limite de gastos 
previsto em lei complementar, o servidor estável poderá perder o cargo, desde que o ato normativo 
motivado de cada um dos Poderes especifique a atividade funcional, o órgão ou unidade 
administrativa objeto da redução de pessoal. 
O servidor que perder o cargo fará jus à indenização correspondente a um mês de 
remuneração por ano de serviço e o cargo objeto da redução será considerado extinto, vedada a 
criação de cargo, emprego ou função com atribuições iguais ou assemelhadaspelo prazo de quatro 
anos. 
 
 
Pergunta: Professor, a escolha dos servidores públicos que serão exonerados em virtude de 
excesso de despesa com pessoal fica sob a responsabilidade, discricionária, do administrador 
competente? 
Não. Nos termos da Lei 9.801/99, deverá ser adotado um critério geral impessoal para a 
identificação dos servidores estáveis a serem exonerados. Ademais, afirma o § 2º do artigo 2º da 
mesma lei que o critério geral para identificação impessoal será escolhido entre: 
a) Menor tempo de serviço público; 
b) Maior remuneração; 
c) Menor idade. 
 
 
 
 É importante destacar que o critério geral eleito poderá ser combinado com o critério 
complementar do menor número de dependentes para fins de formação de uma listagem de 
classificação. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 55 
 
 
O mero transcurso do período de 3 anos do estágio probatório não gera, automaticamente, 
direito à estabilidade. 
ADMINISTRATIVO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO EM MANDADO DE SEGURANÇA. PROCESSO 
ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR. PRÁTICA DE ATOS QUE AFRONTAM A IDONEIDADE MORAL E A 
DISCIPLINA. ABORDAGEM DE ESPOSAS DOS REEDUCANDOS DURANTE O HORÁRIO DE VISITAS, 
CONSTRANGENDO-AS NO INTUITO DE OBTER FAVORECIMENTO SEXUAL. CONDENAÇÃO EM 
REGULAR PROCESSO ADMINISTRATIVO. PRÁTICA DE ATOS OCORRIDOS DURANTE ESTÁGIO 
PROBATÓRIO. INSTAURAÇÃO DO PROCESSO DE EXONERAÇÃO LEGÍTIMA. AFRONTA À 
ESTABILIDADE AFASTADA. DIREITO LÍQUIDO E CERTO NÃO DEMONSTRADO. 
1. Caso em que o impetrante se insurge contra a instauração de processo administrativo de 
exoneração. Alega, em síntese, que já havia se encerrado o triênio do estágio probatório 
quando da instauração do referido processo, somente podendo perder o cargo diante das 
hipóteses previstas no § 1º do art. 41 da Constituição Federal. 
2. A lei estadual diz que a verificação dos requisitos mencionados neste artigo será efetuada por 
comissão permanente, e far-se-á mediante apuração mensal em Ficha Individual de 
Acompanhamento de Desempenho, que será encaminhada, reservadamente, ao dirigente do órgão 
(§ 2º do art. 39). 
3. Por sua vez, o art. 41 da Constituição Federal, com redação dada pela EC n. 20/1998, 
também estabelece que são requisitos básicos a serem apurados no estágio probatório: "I - 
idoneidade moral; II - assiduidade e pontualidade; III - disciplina; IV- eficiência; V - aptidão" 
(§ 1º). 
4. Dessa forma, findo o período do estágio probatório - três (3) anos de efetivo exercício, a 
estabilidade do servidor no serviço público não se dará de forma automática. Isso porque o § 
4º do art. 41 do permissivo constitucional, na redação incluída pela Emenda Constitucional n. 
19/1998, impõe como condição obrigatória para a aquisição da estabilidade a avaliação especial de 
desempenho por comissão instituída para essa finalidade. 
5. Na espécie, o impetrante ingressou no serviço público em 11/1/2012 (doc. de fl. 76). Em 
13/4/2012, ou seja, pouco mais de três meses de efetivo exercício, o delegado regional de Polícia de 
Porangatu lavrou o procedimento de Termo Circunstanciado de Ocorrência n. 019/2012 (doc de fl. 
53), com o propósito de apurar a prática de transgressões disciplinares substanciadas nas 
abordagens das esposas de reeducandos durante o horário de visitas, constrangendo-as no intuito 
de obter favorecimento sexual. Em 3/6/2014, foi publicada no D.O.E Portaria n. 0869/2014 (doc de 
fl. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 56 
 
47), com a instauração de sindicância preliminar, dando início ao processo administrativo 
disciplinar para apurar a conduta do referido servidor. O Relatório Conclusivo se deu em 
20/10/2014 (doc. 
de fl. 223-236), momento em que a Comissão Processante entendeu que as provas "são suficientes 
para apontar a culpabilidade do servidor no cometimento de ilícito administrativo" (fl. 234). Em 
10/11/2014, a Procuradoria Administrativa opinou pelo encaminhamento dos autos ao Secretário 
de Segurança Pública pela "imediata instauração de processo de exoneração pela Comissão de 
Avaliação de Estágio Probatório, com base nas informações extraídas do PAD" (doc. de fl. 
246-254). Finalmente, em 21/5/2015, o Secretário de Segurança Pública estadual determinou o 
envio dos autos à referida comissão para instauração de processo administrativo de exoneração 
(doc. de fl. 259-266). 
6. Nesse contexto, não se identifica ilegalidade do ato, haja vista que tanto os fatos quanto a 
primeira portaria de instauração para a averiguação da conduta moral do recorrente ocorreram 
durante o período do estágio probatório. 
7. Agravo interno não provido. 
(AgInt no RMS 52.138/GO, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 
08/06/2020, DJe 10/06/2020) 
 
 4.6 Hipóteses de vacância 
A vacância pode ser entendida como o acontecimento pelo qual o servidor deixa o cargo 
público vago, possibilitando o seu provimento por outra pessoa. 
O artigo 33 da Lei 8.112/90 apresenta um rol de hipóteses que podem ensejar a vacância do 
cargo público, a saber: 
a) exoneração; 
b) demissão; 
c) promoção; 
d) readaptação; 
e) aposentadoria; 
f) posse em outro cargo inacumulável; 
g) falecimento. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 57 
 
 
 
Não confunda exoneração com demissão, pois são institutos 
diferentes e que produzem efeitos diversos. Entende-se por 
demissão o ato administrativo que determina a quebra do 
vínculo entre o Poder Público e o servidor, tendo caráter de 
penalidade em razão do cometimento de alguma infração 
funcional grave. 
 
A exoneração também rompe o vínculo entre a Administração e o servidor, mas não possui 
caráter punitivo, podendo ocorrer a pedido do servidor ou de ofício (ex officio), por iniciativa da 
Administração (como acontece, por exemplo, quando o servidor é reprovado no estágio probatório). 
A exoneração ex offício tem como fundamento a falta de interesse público, manifestado pela 
Administração, em continuar com o servidor em seus quadros. Isso fica claro, por exemplo, na 
dispensa do servidor proveniente da necessidade de adequação aos limites orçamentários 
determinados em lei (artigo 169, CF/88). 
Nesse caso, o servidor não está sendo punido pela prática de alguma irregularidade ou 
infração funcional. Está sendo dispensado simplesmente para permitir que a Administração cumpra 
os limites de gastos com pessoal, nos termos do artigo 169 da CF/88. 
Outra informação importante e que deve ser destacada é o fato de que existem algumas 
hipóteses de vacância que, ao mesmo tempo, também caracterizam forma de provimento, a 
exemplo do que ocorre na promoção, readaptação e na posse em outro cargo inacumulável. 
Quando um servidor é readaptado para outro cargo com atribuições e vencimentos afins, por 
exemplo, ocorrerá o provimento no cargo de destino. Por outro lado, o cargo de origem ficará vago 
(vacância), possibilitando à Administração que realize o seu provimento. 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 58 
 
 
 
 
 5. Remoção e redistribuição 
 
 
 
 
 Inicialmente,é importante que você saiba que a remoção e a redistribuição não são formas 
de provimento de cargos públicos, pelo menos esse é o entendimento que deve ser adotado nas 
provas de concursos públicos. Essa informação é essencial porque as bancas examinadoras adoram 
fazer afirmações de que ambas seriam formas de provimento derivado. 
Cada um desses institutos possui características próprias e, com destaque para a remoção, 
são muito cobrados em provas de concursos. 
 
 5.1 Remoção 
 
 Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, 
com ou sem mudança de sede (artigo 36). 
Ocorrerá a remoção quando um servidor do INSS, por exemplo, é deslocado da cidade de Belo 
Horizonte/MG, para a cidade de Paraopebas, no Estado do Pará. Nesse caso, perceba que o servidor 
continua exercendo suas funções no âmbito do quadro do INSS, porém, em outra cidade. 
 A remoção também pode ocorrer sem a necessidade de mudança de sede. Isso acontece, por 
exemplo, quando um servidor do INSS é deslocado de uma unidade localizada no bairro “X”, para 
outra unidade localizada no bairro “Y”, dentro da mesma cidade. 
 A remoção de ofício (“ex officio”) não exige prévia concordância do servidor, pois ocorrerá 
no exclusivo interesse da Administração. Assim, caso a Administração entenda que o interesse 
público justifique a remoção de servidor para outra localidade, poderá fazê-lo. 
 A fim de evitar perseguições políticas e garantir o respeito ao princípio da impessoalidade, é 
imprescindível que o ato administrativo de remoção “ex officio” seja motivado, pois, somente assim, 
será possível combater qualquer possibilidade de desvio de poder da autoridade responsável pela 
edição do ato. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 59 
 
 Existem duas espécies de remoção a pedido. 
Na primeira, a Administração irá analisar o pedido do servidor e, discricionariamente, 
decidirá com fundamento no interesse público. Assim, se for conveniente e oportuno, concederá a 
remoção. Caso contrário, simplesmente irá indeferir o pedido. 
Por outro lado, existem situações que podem obrigar a Administração a deferir o pedido de 
remoção do servidor, configurando-se como ato vinculado. Essas hipóteses estão previstas no inciso 
III, artigo 36, da Lei 8.112/90, a saber: 
a) Para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar, de 
qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, que foi 
deslocado no interesse da Administração; 
b) Por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às suas 
expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação por junta 
médica oficial; 
c) Em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de interessados 
for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou 
entidade em que aqueles estejam lotados. 
 
 
Muito cuidado para não confundir remoção e transferência. A 
primeira não é considerada forma de provimento, ao contrário 
do que ocorria em relação à segunda, que estava prevista 
expressamente no inciso IV, artigo 8º, da Lei 8.112/90, entre as 
várias formas de provimento derivado previstas no Estatuto 
Federal (atualmente encontra-se revogada). 
 
O artigo 23 da Lei 8.112/90, posteriormente revogado pela Lei 9.527/97, definia a 
transferência como “a passagem do servidor estável de cargo efetivo para outro de igual 
denominação, pertencente a quadro de pessoal diverso, de órgão ou instituição do mesmo Poder”. 
Mesmo antes de ser revogada pela Lei 9.527/97, a transferência já havia sido declarada 
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Portanto, caso encontre alguma referência à 
expressão “transferência” (como forma de deslocamento do servidor) em questões sobre a Lei 
8.112/90, lembre-se de que esse instituto não mais existe. 
A propósito, destaca-se que a Lei 12.998/14 acrescentou o art. 53, § 3º, à Lei 8.112∕1990, 
estabelecendo que “não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de remoção previstas nos 
incisos II e III do parágrafo único do art. 36”. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 60 
 
 
 
(Analista judiciário/TRT SP/FCC) Determinado funcionário 
público é deslocado, de ofício, para outro local de trabalho, sem 
mudança de cargo, porém, no âmbito do mesmo quadro. Esse 
deslocamento, de acordo com a Lei que dispõe sobre o Regime 
Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, configura o 
instituto da remoção. Assertiva considerada correta pela 
banca examinadora. 
 
Sobre a utilização da chamada “teoria do fato consumado" para consolidar remoção de servidor 
público destinada a acompanhamento de cônjuge, o STJ entendeu no EREsp 1.157.628-RJ, julgado 
em 7/12/2016, da seguinte maneira: 
“INFORMAÇÕES DO INTEIRO TEOR - Embora se reconheça o relevante valor social da família, cuja 
proteção encontra-se determinada pela própria Constituição Federal, o STF já assentou que o artigo 
226 da Lei Fundamental não é motivo suficiente, por si só, para garantir ao servidor o direito a 
lotação na cidade em que possui vínculos afetivos. Por outro lado, a remoção de servidor fora das 
hipóteses legais termina por desbalancear o quadro de lotação dos órgãos públicos, retirando da 
Administração a discricionariedade que a lei lhe outorgou na distribuição de sua força de trabalho, 
segundo as reais necessidades do serviço público. A teoria do fato consumado não se presta, assim, 
para mitigar a interpretação do art. 36, III, ‘a’, da Lei n. 8.112/90, assegurando ao servidor lotação 
para acompanhamento de cônjuge fora da estrita moldura normativa.”. 
 
 
 5.2 Redistribuição 
 O artigo 37 da Lei 8.112/90 define a redistribuição como o deslocamento de cargo de 
provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou 
entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação do órgão central do SIPEC (Sistema Integrado de 
Pessoal Civil da União). 
 A redistribuição tem por objetivo ajustar a lotação e a força de trabalho às reais necessidades 
da Administração, inclusive nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade. 
Na redistribuição, ocorre o deslocamento do cargo, e não do servidor, como ocorre na 
remoção. Entretanto, caso o cargo esteja provido, o servidor é deslocado juntamente com esse. 
A redistribuição sempre ocorrerá de ofício (ex officio), observando-se os seguintes preceitos: 
a) Interesse da administração; 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 61 
 
b) Equivalência de vencimentos; 
c) Manutenção da essência das atribuições do cargo; 
d) Vinculação entre os graus de responsabilidade e de complexidade das atividades; 
e) Mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; 
f) Compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou 
entidade. 
 
Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, extinto o cargo ou declarada 
sua desnecessidade, o servidor estável que não for redistribuído será colocado em disponibilidade, 
até seu adequado aproveitamento. 
Entretanto, caso não seja colocado em disponibilidade, poderá ser mantido sob 
responsabilidade do órgão central do SIPEC e ter exercício provisório em outroórgão ou entidade, 
até seu adequado aproveitamento. 
 
 
(CESPE/Analista Judiciário – TRT - 8ª Região) Conforme a Lei 
n.º 8.112/1990, o deslocamento de cargo de provimento efetivo, 
ocupado ou vago, no âmbito do quadro geral de pessoal para 
outro órgão ou entidade do mesmo poder denomina-se: 
a) redistribuição. 
b) remoção. 
c) reintegração. 
d) transferência. 
e) substituição. 
Gabarito: “a”. 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 62 
 
 5.3 Da substituição 
Os servidores investidos em cargo ou função de confiança e os ocupantes de cargo de 
Natureza Especial (a exemplo do cargo de Assessor na Câmara dos Deputados) terão substitutos 
indicados no regimento interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente 
máximo do órgão ou entidade. 
 O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que ocupa, o 
exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial, nos afastamentos, 
impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que deverá 
optar pela remuneração de um deles durante o respectivo período. 
 Nos termos do art. 38, § 2º, da Lei 8.112/1990, o substituto fará jus à retribuição pelo 
exercício do cargo ou função de direção ou chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos 
afastamentos ou impedimentos legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na 
proporção dos dias de efetiva substituição, que excederem o referido período. 
 Penso que a banca não irá se aprofundar nesse tema, que ainda é bastante controvertido na 
Administração Pública Federal. Todavia, em respeito ao “princípio da precaução”, é importante que 
você saiba o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, através do Ofício Circular nº 
01/SRH/MP, expedido em 28/01/2005, assim se manifestou: 
O servidor no exercício da substituição acumula as atribuições do cargo que ocupa com as do 
cargo para o qual foi designado nos primeiros 30 dias ou período inferior, fazendo jus à opção 
pela remuneração de um ou de outro cargo desde o primeiro dia de efetiva substituição. 
Transcorridos os primeiros 30 dias, o substituto deixa de acumular as funções, passando a 
exercer somente as atribuições inerentes às do cargo substituído percebendo a remuneração 
correspondente. 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 63 
 
 
 
 
 6. Dos direitos e vantagens 
 
 
 
 
 6.1 Do vencimento e da remuneração 
A Lei 8.112/90, em seu art. 41, § 5º, estabelece expressamente que “nenhum servidor 
receberá remuneração inferior ao salário mínimo”. 
Para que possamos entender o significado de tal afirmativa, é necessário diferenciar as 
nomenclaturas utilizadas pelo texto legal para referir-se à retribuição pecuniária recebida 
mensalmente pelo servidor. 
O servidor público regido pela Lei 8.112/90 não recebe salário, pois este é inerente aos 
trabalhadores da iniciativa privada e aos empregados públicos, ambos regidos pela CLT. Em regra, 
os servidores públicos recebem mensalmente, a título de retribuição pecuniária pelos serviços 
prestados, uma remuneração. 
O artigo 41 da Lei 8.112/90 define a remuneração como “o vencimento do cargo efetivo, 
acrescido das vantagens pecuniárias permanentes estabelecidas em lei”. 
Pergunta: Mas o que é vencimento? 
Vencimento é o valor básico que o servidor recebe pelo exercício das atribuições do cargo 
público. 
Exemplo: Se você fosse aprovado em um concurso público para o cargo de Analista Judiciário 
do Tribunal Superior Eleitoral (CLASSE A/PADRÃO I – nos termos da tabela que analisamos 
anteriormente), por exemplo, receberia hoje o vencimento mensal de R$ 4.367,68, acrescido de 
Gratificação de Atividade Judiciária (GAJ) de R$ 2.183,84. Assim, é correto afirmar que você receberá 
a remuneração (valor total) de R$ 6.551,52. 
 No julgamento do Agravo Regimental no Recurso Extraordinário nº 439.360, de relatoria do 
Ministro Sepúlveda Pertence, o Supremo Tribunal Federal ratificou o entendimento de que “a 
remuneração total do servidor é que não pode ser inferior ao salário mínimo (CF, art. 7º, IV). Ainda 
que os vencimentos sejam inferiores ao mínimo, se tal montante é acrescido de abono para atingir 
tal limite, não há falar em violação dos arts. 7º, IV, e 39, § 3º, da Constituição”. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 64 
 
 
 
Para responder às questões de prova: O vencimento do cargo 
efetivo, acrescido das vantagens de caráter permanente, é 
irredutível. 
 
O servidor público federal investido em cargo em comissão de órgão ou entidade diversa da 
de sua lotação (servidor do MDIC que atualmente ocupa cargo de confiança no Governo de Minas 
Gerais, por exemplo) terá a sua remuneração paga pelo órgão ou entidade cessionária (que está 
recebendo o servidor). 
 
 
Se a questão de prova afirmar que o servidor público pode 
receber vencimento inferior ao salário mínimo, estará correta. 
A lei se restringe a afirmar que a remuneração (total recebido) 
do servidor não pode ser inferior ao salário mínimo. 
 
A Lei 8.112/90 prevê em seu texto diversos instrumentos com o objetivo de proteger a 
remuneração do servidor, já que possui natureza alimentar, sendo necessária para a própria 
existência. Dentre esses instrumentos de proteção destaca-se a isonomia de vencimentos para 
cargos de atribuições iguais ou assemelhadas do mesmo Poder, ou entre servidores dos três Poderes, 
ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho. 
Ademais, estabelece que nenhum desconto incidirá sobre o vencimento, remuneração ou 
provento (valor recebido pelo aposentado) do servidor, salvo por imposição legal (a exemplo da 
retenção do imposto de renda na fonte) ou mandado judicial (pagamento de pensão alimentícia, 
por exemplo). 
Se a Administração Pública firmar convênios com instituições bancárias ou financeiras (prática 
muito comum), o servidor público poderá contrair empréstimos nestes estabelecimentos e autorizar 
o débito diretamente em seu contra cheque (consignação em folha de pagamento), desde que 
respeitada a margem máxima de consignação definida por cada órgão ou entidade federal (até 35% 
da remuneração, conforme art. 45, §2º da Lei nº 8.112/90 – redação alterada em 2021). Em hipótese 
alguma as instituições financeiras poderão incluir débitos no contracheque do servidor sem a 
respectiva autorização do interessado. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 65 
 
 
 
O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de 
arresto, sequestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de 
alimentos resultante de decisão judicial. 
 
 
 6.1.1 Perda da remuneração 
 O art. 44 da Lei 8.112/1990 dispõe que o servidor perderá: 
I - a remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo justificado; 
II - a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas, ressalvadas 
as concessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensaçãode 
horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida pela chefia imediata. 
As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou de força maior poderão ser 
compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício. Desse 
modo, se o servidor deixar de comparecer ao trabalho em razão de eventual “congestionamento” 
causado por um grave acidente automobilístico, por exemplo, poderá comprovar o fato perante a 
chefia e compensar as aulas devedores posteriormente, trabalhando um pouco além da jornada 
diária de trabalho. 
 
 
 6.1.2 Reposições e indenizações ao erário 
 
Ao responder às questões de prova, fique atento para não confundir as expressões 
“indenização” e “reposição”. A reposição ao erário (cofre público) nada mais é do que a restituição 
de valores percebidos indevidamente por servidor ativo ou inativo. Por outro lado, a indenização 
caracteriza-se como o pagamento decorrente de danos causados ao erário pelo servidor. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 66 
 
 As reposições e indenizações ao erário, atualizadas até 30 de junho de 1994, serão 
previamente comunicadas ao servidor ativo, aposentado ou ao pensionista, para pagamento, no 
prazo máximo de trinta dias, podendo ser parceladas, a pedido do interessado. Entretanto, destaca-
se que o valor de cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a dez por cento da 
remuneração, provento ou pensão. 
Se o servidor está obrigado a fazer o pagamento de uma indenização ao erário no valor de R$ 
10.000,00 (dez mil reais) e atualmente recebe, a título de remuneração, o valor mensal de R$ 
5.000,00 (cinco mil reais), conclui-se que o parcelamento não poderá ser superior a 20 (vinte) meses. 
Isso porque o valor mensal mínimo a ser debitado da remuneração do servidor será de R$ 500,00 
(quinhentos reais). 
Os pagamentos feitos em consequência de liminares, posteriormente cassadas por decisões 
judiciais definitivas, são pagamentos indevidos, estando sujeitos à reposição, com a respectiva 
atualização. 
Exemplo: suponhamos que um Auditor Fiscal da Receita Federal obtenha decisão liminar na 
Justiça Federal para que a União deixe de debitar no seu contra cheque o valor mensal de R$ 50,00 
(cinquenta reais) a título de imposto de renda sobre o “auxílio pré-escolar” recebido. Imaginemos, 
agora, que 20 meses depois a decisão liminar foi revogada, pois o Poder Judiciário entendeu, em 
caráter definitivo, que o valor cobrado a título de imposto de renda é devido. Nesse caso, o servidor 
estará obrigado a repor aos cofres públicos o valor de R$ 1.000,00 (R$ 50,00 X 20 meses), acrescido 
da respectiva atualização monetária. 
Se por acaso o servidor em débito com o erário já tiver sido demitido, exonerado ou teve a 
sua aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito, de 
uma só vez. A não quitação do débito no prazo previsto implicará a inscrição do servidor em dívida 
ativa. 
 
 
 
No que diz respeito ao vencimento e à remuneração, é certo que, 
quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior 
ao do processamento da folha, a reposição será feita 
imediatamente, em uma única parcela. 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 67 
 
 
 6.2 Vantagens 
O artigo 49 da Lei 8.112/90 estabelece que, além do vencimento, poderão ainda ser pagas ao 
servidor público as seguintes vantagens: indenizações, gratificações2 e adicionais. 
As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento do servidor para qualquer 
efeito, pois são pagas eventualmente, a título de reembolso. Por outro lado, as gratificações e os 
adicionais podem se incorporar ao vencimento ou provento, desde que exista previsão legal. 
É importante destacar também que o artigo 50 estabelece que “as vantagens pecuniárias não 
serão computadas, nem acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos 
pecuniários ulteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento”. 
 
 6.2.1 Indenizações 
As indenizações têm por objetivo restituir o servidor público de eventuais despesas surgidas 
no exercício das funções inerentes ao cargo público que ocupa e que foram pagas com recursos 
próprios. Desse modo, não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. 
As espécies de indenização estão arroladas no artigo 51 da Lei 8.112/90, sendo elas: ajuda de 
custo, diárias, transporte e auxílio-moradia. 
 
 
(FCC/Analista Judiciário TRT 22ª Região) De acordo com a Lei 
nº 8.112/90, em relação ao vencimento, remuneração e 
vantagens dos Servidores Públicos Civis da União, as 
indenizações se incorporam ao vencimento ou provento para 
qualquer efeito. Assertiva considerada incorreta pela banca 
examinadora. 
 
2 No Agravo Regimental no Recurso Especial nº 1.372.058∕CE, julgado em 4/2/2014 (Informativo nº 0534), o Superior 
Tribunal de Justiça decidiu que “devem ser estendidas a todos os aposentados e pensionistas as 
gratificações de desempenho pagas indistintamente a todos os servidores da ativa, no mesmo percentual, 
ainda que possuam caráter pro labore faciendo. Isso porque as referidas vantagens, quando pagas 
indistintamente a todos os servidores na ativa, no mesmo percentual, assumem natureza genérica”. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 68 
 
 
 6.2.1.1 Ajuda de custo 
A ajuda de custo é uma indenização destinada a compensar as despesas de instalação do 
servidor e de sua família que, no interesse do serviço, passar a ter exercício em nova sede, com 
mudança de domicílio em caráter permanente. 
A ajuda de custo é calculada sobre a remuneração do servidor, conforme se dispuser em 
regulamento, não podendo exceder a importância correspondente a 3 (três) meses. 
O servidor que passar a ter exercício em nova sede, proveniente de uma remoção ex officio, 
por exemplo, fará jus não só à ajuda de custo, como também a transporte para si e para seus 
dependentes, compreendendo passagens, bagagens e bens pessoais. 
ATENÇÃO: Caso o servidor seja removido ex officio dentro da mesma sede, não terá direito à 
ajuda de custo. Considera-se sede o município onde está instalado o órgão ou a repartição em que 
o servidor tem exercício em caráter permanente. 
Na hipótese de o dependente não acompanhar o servidor quando do seu deslocamento, 
deverá ser informado ao respectivo órgão de pessoal as razões que motivaram a sua permanência 
na origem, de modo que a ajuda de custo possa ser paga quando do efetivo deslocamento do 
dependente, não podendo, entretanto, passar de um exercício para o outro. 
O servidor que, atendido o interesse da Administração, utilizar condução própria no 
deslocamento para a nova sede, fará jus à indenização da despesa do transporte, correspondente a 
quarenta por cento do valor da passagem de transporte aéreo no mesmo percurso, acrescida de 
vinte por cento do referido valor por dependente que o acompanhe, até o máximo de três 
dependentes. 
O artigo 55 da Lei 8.112/90 declara que “não será concedida ajuda de custo ao servidor que 
se afastar do cargo ou reassumi-lo em virtude de mandato eletivo”. Ademais, é “vedado o duplo 
pagamento de indenização, a qualquer tempo, no caso de o cônjuge ou companheiro que detenha 
tambémOlá! 
 A aula de hoje versará sobre tema presente em quase todas as provas de Direito 
Administrativo elaboradas pelas bancas de concursos públicos: Agentes públicos. 
Levando-se em consideração as provas anteriores de concursos públicos, pode-se concluir 
que as questões não se restringirão à letra da Lei, portanto, será necessário estudar, também, as 
principais decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça e Supremo Tribunal Federal. 
Sempre que você encontrar na aula qualquer referência ao entendimento jurisprudencial 
sobre determinado artigo de lei, memorize-o atentando-se para os detalhes, pois, assim, você não 
terá qualquer dificuldade para resolver a questão elaborada. 
Surgindo qualquer dúvida, lembre-se de que estou à disposição no fórum do curso para 
esclarecê-las! 
Bons estudos! 
 
Prof. Fabiano Pereira 
Caso você ainda tenha alguma dúvida sobre a organização ou funcionamento do curso, fique à vontade 
para esclarecê-las por meio das minhas redes sociais ou do fórum do aluno: 
 
https://www.youtube.com/channel/UC1YEcia-RD3icTwWx5ZBjzw 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/ 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.youtube.com/channel/UC1YEcia-RD3icTwWx5ZBjzw
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 8 
 
 
 
 
 
 1. Considerações iniciais 
 
 
 
 
Para que possamos entender com mais clareza a exposição dos principais dispositivos da Lei 
8.112/1990, é necessário que conheçamos antes o conceito de agente público e as classificações 
formuladas pelos principais doutrinadores brasileiros. 
 Podemos definir como agente público toda e qualquer pessoa física que exerce, em caráter 
permanente ou temporário, remunerada ou gratuitamente, sob qualquer forma de investidura ou 
vínculo, função pública em nome do Estado. 
 A expressão “agentes públicos” abrange todas as pessoas que, de qualquer modo, estão 
vinculadas ao Estado, alcançando desde os mais importantes agentes, como o Presidente da 
República, até aqueles que, somente em caráter eventual, exercem funções públicas, como é o caso 
dos mesários eleitorais. 
 Independentemente do nível federativo (União, Estados, Distrito Federal ou Municípios) ou 
do poder estatal no qual exerce as suas funções (Legislativo, Executivo ou Judiciário), para que seja 
denominado de “agente público” é suficiente que a pessoa física esteja atuando em nome do 
Estado. 
 Analisando-se a legislação vigente, podemos encontrar várias definições legais para a 
expressão “agentes públicos”, a exemplo do artigo 2º da Lei nº 8.429/92 (Lei de Improbidade 
Administrativa), que reputa agente público “o agente político, o servidor público e todo aquele que 
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, 
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função 
nas entidades referidas no art. 1º desta Lei.”. 
 O artigo 327 do Código Penal também apresenta uma definição legal, porém, em vez de 
utilizar-se da expressão “agentes públicos”, adota a expressão “funcionários públicos”. 
 Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora 
transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública. 
§ 1º. Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade 
paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para 
a execução de atividade típica da Administração Pública. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 9 
 
 
 
A expressão “funcionário público” não é mais utilizada pela 
Constituição Federal de 1988, pelo menos no âmbito do Direito 
Administrativo. Na legislação penal, ainda é comum a utilização 
da referida expressão, mas podemos considerá-la equivalente à 
expressão “agentes públicos”. 
 
 Embora mais sucinto, o conceito de funcionário público é muito semelhante ao de agente 
público, pois também abrange todos aqueles que exercem funções públicas. 
 
 1.1 Classificação dos agentes públicos 
 São muitas as classificações elaboradas pelos doutrinadores brasileiros para distinguir as 
várias espécies de agentes públicos. Todavia, como o nosso objetivo é ser aprovado em um concurso 
público, iremos restringir o nosso estudo àquelas que realmente são cobradas em prova, a exemplo 
das classificações formuladas pelos professores Hely Lopes Meirelles (a mais exigida) e Celso Antônio 
Bandeira de Mello. 
 
 
 1.1.1 Classificação de Celso Antônio 
Bandeira de Mello 
 Apesar de não ser a classificação mais exigida nas questões de concursos, algumas bancas 
examinadoras esporadicamente exigem conhecimentos sobre as espécies de agentes públicos na 
visão do citado professor. 
Portanto, para responder às eventuais questões, lembre-se de que Celso Antônio Bandeira de 
Mello afirma que a expressão agentes públicos “é a mais ampla que se pode conceber para designar 
genérica e indistintamente os sujeitos que servem ao Poder Público como instrumentos expressivos 
de sua vontade ou ação, ainda quando o façam apenas ocasional ou episodicamente. Quem quer 
que desempenhe funções estatais, enquanto as exercita, é um agente público. Por isto, a noção 
abarca tanto o Chefe do Poder Executivo (em quaisquer das esferas) como os senadores, deputados 
e vereadores, os ocupantes de cargos ou empregos públicos da Administração direta dos três 
Poderes, os servidores das autarquias, das fundações governamentais, das empresas públicas e 
sociedades de economia mista nas distintas órbitas de governo, os concessionários e permissionários 
de serviço público, os delegados de função ou ofício público, os requisitados, os contratados sob 
locação civil de serviços e os gestores de negócios públicos.” 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 10 
 
 Afirma ainda o professor que os agentes públicos podem ser estudados em três categorias 
distintas: os agentes políticos, os servidores públicos e os particulares em colaboração com o poder 
público. 
 
a) Agentes políticos 
Celso Antônio Bandeira de Mello adota um conceito mais restrito de agentes políticos, pois 
afirma que eles “são os titulares dos cargos estruturais à organização política do país, isto é, são os 
ocupantes dos cargos que compõem o arcabouço constitucional do estado e, portanto, o esquema 
fundamental do poder. Sua função é a de formadores da vontade superior do estado”. 
Neste caso, seriam agentes políticos somente o Presidente da República, os Governadores, 
os Prefeitos e seus respectivos auxiliares imediatos (Ministros e Secretários das diversas pastas), os 
Senadores, os Deputados e os Vereadores. 
Informação importante para as questões de prova é o fato de que o professor não inclui os 
magistrados, membros do Ministério Público e membros dos Tribunais de Contas no conceito de 
agentes políticos, ao contrário do professor Hely Lopes Meirelles, pois entende que somente podem 
ser incluídos nesta categoria aqueles que possuem a eleição como forma de investidura, com 
exceção dos cargos de Ministros e Secretários de Estado, que são de livre nomeação e exoneração. 
Ademais, afirma ainda que os magistrados, membros do Ministério Público e dos Tribunais de 
Contas não exercem funções tipicamente políticas (como criar leis ou traçara condição de servidor, vier a ter exercício na mesma sede.” 
A ajuda de custo recebida pelo servidor deverá ser obrigatoriamente restituída aos cofres 
públicos: 
a) Considerando-se, individualmente, o servidor e cada dependente quando não se efetivar o 
deslocamento para a nova sede no prazo de trinta dias, contados da concessão; 
b) Quando, antes de decorridos três meses do deslocamento, regressar, pedir exoneração ou 
abandonar o serviço. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 69 
 
O § 2º do artigo 53 dispõe ainda que “à família do servidor que falecer na nova sede é 
assegurado ajuda de custo e transporte para a localidade de origem, dentro do prazo de 01 (um) 
ano, contado do óbito”. 
 
 
 6.2.1.2 Diárias 
As diárias podem ser definidas como uma indenização a que faz jus o servidor quando a 
serviço se afastar da sede, em caráter eventual ou transitório, para outro ponto do território 
nacional ou para o exterior. 
As diárias serão concedidas por dia de afastamento da sede do serviço, destinando-se a 
indenizar o servidor por despesas extraordinárias com pousada, alimentação e locomoção urbana. 
O pagamento das diárias não é cumulativo com a indenização de transporte. 
As diárias serão pagas antecipadamente, de uma só vez, exceto em situações de urgência, 
devidamente caracterizadas ou quando o afastamento compreender período superior a quinze dias, 
caso em que poderão ser pagas parceladamente. 
 
O artigo 5º do Decreto 5.992/06 estabelece que o servidor fará jus somente à metade do 
valor da diária nos deslocamentos dentro do território nacional quando: 
a) o afastamento não exigir pernoite fora da sede; 
b) for no dia do retorno à sede de serviço; 
c) a União custear, por meio diverso, as despesas de pousada; 
d) o servidor ficar hospedado em imóvel pertencente à União ou que esteja sob administração 
do Governo brasileiro ou de suas entidades; ou 
e) designado para compor equipe de apoio às viagens do Presidente ou do Vice-Presidente da 
República; 
Por outro lado, o § 3º do artigo 58 declara que “não fará jus a diárias o servidor que se deslocar 
dentro da mesma região metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por 
municípios limítrofes e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com 
países limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros 
consideram-se estendidas, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias pagas 
serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional”. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 70 
 
O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado a 
restituí-las integralmente, no prazo de 05 (cinco) dias (artigo 59). 
 
Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo menor do 
que o previsto para o seu afastamento, restituirá as diárias 
recebidas em excesso, no prazo de 5 (cinco) dias. 
 
 
(FCC/Técnico Judiciário – TRF - 3ª REGIÃO) Considere três 
situações: 
(I) Claudio, servidor público federal, afastou-se da sua sede de 
trabalho, em caráter eventual e transitório, para outro ponto do 
território nacional, entretanto, o mencionado deslocamento não 
exige pernoite fora da sede. 
(II) Já Manoela, também servidora pública federal, afastou-se da 
sua sede de trabalho, em caráter eventual e transitório, para o 
exterior. 
(III) Por fim, Rômulo, também servidor público federal, afastou-
se da sua sede de trabalho, em caráter eventual e transitório, 
sendo o mencionado deslocamento dentro da mesma região 
metropolitana e não exigindo pernoite fora da sede. Nos termos 
da Lei no 8.112/1990, as diárias são devidas 
a) em nenhum dos casos narrados. 
b) apenas nos itens II e III, sendo em ambos os casos devidas 
integralmente. 
c) nos itens I, II e III, sendo em todos os casos devidas 
integralmente. 
d) apenas nos itens I e III, sendo no item III, devidas pela metade. 
e) apenas nos itens I e II, sendo no item I, devidas pela metade. 
Gabarito: “e”. 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 71 
 
 6.2.1.3 Indenização de transporte 
A indenização de transporte é uma compensação paga ao servidor que, por opção e 
condicionada ao interesse da Administração, utilizou meios próprios de locomoção para execução 
de serviços externos, por força das atribuições do cargo, desde que atestados pela chefia imediata. 
São considerados serviços externos, para fins de pagamento da indenização de transporte, 
aqueles que obriguem o servidor alocado permanentemente em atividades de fiscalização, 
inspeção, auditoria, ou em diligência externa, a se deslocar da repartição pública onde esteja lotado 
ou tenha exercício, para desempenhá-las junto a estabelecimentos, firmas, escritórios ou outras 
entidades congêneres, localizados na área de jurisdição do órgão a que pertence. 
Para efeito de concessão da indenização de transporte, considerar-se-á meio próprio de 
locomoção o veículo automotor particular utilizado a conta e risco do servidor, não fornecido pela 
administração e não disponível à população em geral. 
ATENÇÃO: A indenização de transporte não tem qualquer relação com o famoso “vale-
transporte”, pois se trata de uma compensação paga em dinheiro ao servidor que teve que utilizar 
o seu próprio veículo. 
 
 
 6.2.1.4 Auxílio-moradia 
O auxílio moradia está previsto nos artigos 60-A da Lei 8.112/90 e consiste no ressarcimento 
das despesas realizadas pelo servidor com aluguel ou hospedagem em hotel, no prazo máximo de 
um mês após a comprovação da despesa pelo servidor. 
Será concedido ao servidor que, em razão da investidura em cargo público, mudar-se do 
município em que resida para ter exercício em outro órgão. 
O auxílio moradia somente será concedido se atendidos os seguintes requisitos: 
a) Não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor; 
b) O cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional; 
c) O servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário, promitente 
comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município aonde for exercer 
o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de construção, nos doze meses 
que antecederem a sua nomeação; 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 72 
 
c) Nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia; 
d) O servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão ou 
função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores - DAS, níveis 4, 5 e 6, de 
Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes; 
e) O Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se enquadre 
nas hipóteses do art. 58, § 3o, em relação ao local de residência ou domicílio do servidor; 
f) O servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos doze 
meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança, desconsiderando-se 
prazo inferior a sessenta dias dentro desse período;g) o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação para cargo 
efetivo 
h) O deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006. 
Nos termos do art. 60-D, “O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% (vinte e cinco 
por cento) do valor do cargo em comissão, função comissionada ou cargo de Ministro de Estado 
ocupado.” 
 
 
 
Nos termos do art. 60-E, ”no caso de falecimento, exoneração, 
colocação de imóvel funcional à disposição do servidor ou 
aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo pago 
por um mês.” 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 73 
 
 
 
 
 7. Gratificações e adicionais 
 
 
 
 
 O artigo 61 da Lei 8.112/90 estabelece um rol de gratificações e adicionais que podem ser 
pagos aos servidores públicos. Entretanto, é importante esclarecer que o rol é apenas 
exemplificativo, pois os servidores poderão receber outros adicionais ou gratificações previstas em 
outras leis. 
 
 
7.1 Retribuição pelo exercício de função de direção, chefia e 
assessoramento 
O artigo 62 da Lei 8.112/90 determina que, ao servidor ocupante de cargo efetivo investido 
em função de direção, chefia ou assessoramento, cargo de provimento em comissão ou de Natureza 
Especial, será devida uma retribuição “extra” pelo seu exercício. 
Assim, no caso de exercício de função gratificada, o servidor receberá todas as vantagens do 
cargo efetivo que ocupa, acrescidas do valor correspondente àquele da função de chefia exercida. 
 
 
 7.2 Gratificação natalina 
A gratificação natalina equivale ao décimo terceiro salário que é pago aos trabalhadores 
regidos pela CLT. Corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no 
mês de dezembro, por mês de exercício no respectivo ano, sendo que a fração igual ou superior a 
15 (quinze) dias será considerada como mês integral. 
Caso o servidor entre em exercício no dia 18 de agosto de 2011, por exemplo, e em dezembro 
receba uma remuneração de R$ 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais), deverá receber então uma 
gratificação natalina correspondente a 4/12 de R$ 2.400,00, portanto, R$ 800,00 (oitocentos reais). 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 74 
 
No citado exemplo, não foi possível computar o mês de agosto no cálculo da gratificação 
natalina, pois o servidor trabalhou menos que 15 (quinze) dias no mês de referência. 
O pagamento da Gratificação Natalina dos servidores, inclusive inativos e pensionistas, 
geralmente é liberado pela Secretaria do Tesouro Nacional em duas parcelas, nos meses de junho e 
dezembro. Entretanto, poderá ser antecipada em 50% (cinquenta por cento) de seu valor por 
ocasião do afastamento decorrente de férias. 
 O artigo 65 da Lei 8.112/90 estabelece que “o servidor exonerado perceberá sua gratificação 
natalina, proporcionalmente aos meses de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da 
exoneração”. 
 
 
 7.3 Adicional de insalubridade 
O adicional de insalubridade é devido aos servidores que atuam em atividades que podem 
implicar riscos à sua saúde, a exemplo daqueles que operam equipamentos de raio X. 
A caracterização da insalubridade será efetivada por meio de avaliação ambiental do local de 
trabalho, com expedição de laudo pela autoridade competente. 
O adicional corresponde, em regra, aos percentuais de 5% (cinco por cento), 10% (dez por 
cento) e 20% (vinte por cento), de acordo com os graus mínimo, médio ou máximo estabelecidos no 
laudo pericial, calculados sobre o vencimento básico do cargo efetivo do servidor. 
O direito à percepção de adicional de insalubridade cessa com a eliminação das condições ou 
dos riscos que deram causa à sua concessão, desde que constatada por Junta Médica. 
A servidora gestante ou lactante será afastada das operações ou dos locais considerados 
insalubres pela chefia imediata e, enquanto durar a gestação e a lactação, exercerá suas atividades 
em local salubre. 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 75 
 
 7.4 Adicional de periculosidade 
O adicional de periculosidade será pago ao servidor que exerce suas funções em atividades 
perigosas, que coloque em risco a sua própria vida, a exemplo do que acontece nas atividades 
envolvendo produtos explosivos e inflamáveis. 
O adicional corresponde ao percentual de 10%, calculado sobre o vencimento do cargo 
efetivo e não será pago quando o servidor ficar exposto aos agentes perigosos apenas em caráter 
esporádico ou ocasional. 
O § 1º do artigo 68 estabelece que o servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e 
de periculosidade deverá optar por um deles, pois não são cumulativos. 
ATENÇÃO: Apesar de o direito dos servidores públicos ao recebimento dos adicionais de 
insalubridade e periculosidade estar previsto expressamente na Lei 8.112/90, a CF/88 nada diz a 
respeito. Na verdade, o inciso XXIII do artigo 7º da CF/88 somente assegura o adicional de 
remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas em relação aos trabalhadores 
celetistas, conforme se comprova na análise do § 3º do artigo 39. 
Assim, caso você encontre alguma questão em prova afirmando que o direito ao recebimento 
dos adicionais de insalubridade e periculosidade pelos servidores públicos possui amparo 
constitucional, estará incorreta. 
 
 
 
Em 02 de setembro de 2013, foi publicada a Lei 12.855∕13, que 
instituiu indenização a ser concedida ao servidor público 
federal em exercício de atividade nas delegacias e postos do 
Departamento de Polícia Federal e do Departamento de Polícia 
Rodoviária Federal e em unidades da Secretaria da Receita 
Federal do Brasil, do Ministério da Agricultura, Pecuária e 
Abastecimento e do Ministério do Trabalho e Emprego situadas 
em localidades estratégicas, vinculadas à prevenção, controle, 
fiscalização e repressão dos delitos transfronteiriços. O valor da 
indenização será de R$ 91,00 (noventa e um reais) por dia de 
efetivo trabalho. 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 76 
 
 7.5 Adicional por serviço extraordinário 
Trata-se de adicional devido aos servidores públicos federais pela prestação de serviço em 
tempo excedente ao da duração normal da jornada de trabalho, equivalente a 50% do valor da hora 
normal de trabalho. 
Somente será permitido serviço extraordinário para atender situações excepcionais e 
temporárias, devendo-se respeitar o limite de duas horas diárias, 44 mensais e 90 anuais, podendo 
este último ser acrescido de mais 44 horas, mediante autorização do Ministério do Planejamento, 
Orçamento e Gestão, por solicitação do órgão ou entidade interessado. 
O servidor ocupante de cargo de direção ou função gratificada (FG) não faz jus ao adicional, 
tendo em vista que é submetido ao regime de integral dedicação ao serviço, podendo ser convocado 
sempre que houver interesse da Administração. 
 
 
 7.6 Adicional noturno 
O artigo 75 da Lei 8.112/90 estabelece que “o serviço noturno, prestado em horário 
compreendido entre 22 (vinte e duas) horas de um dia e 05 (cinco) horasdo dia seguinte, terá o 
valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento), computando-se cada hora como cinquenta e 
dois minutos e trinta segundos”. 
Se a hora noturna trabalhada também for extraordinária, o percentual de 25% (vinte e cinco 
por cento) incidirá sobre o valor da hora diurna acrescido de 50% (cinquenta por cento). 
 
 
 7.7 Adicional de férias 
É o adicional pago ao servidor, por ocasião das férias, correspondente a 1/3 (um terço) da 
remuneração do período de férias. Assim, se o servidor tem direito a receber o valor de R$ 1.200,00 
(um mil e duzentos reais) pelo período de férias, receberá mais R$ 400,00 (quatrocentos reais) a 
título de adicional de férias. 
No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar cargo 
em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional. Em caso de 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 77 
 
parcelamento das férias, o servidor receberá o adicional de férias quando da utilização do primeiro 
período. 
 
 
 7.8 Gratificação por encargo de curso ou concurso 
A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é uma vantagem devida ao servidor que, 
em caráter eventual, atuar, nos termos definidos na Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, em 
curso de formação, curso de desenvolvimento ou de treinamento regularmente instituído, banca 
examinadora ou de comissão para exames orais, concurso público ou exame vestibular. 
Trata-se de uma vantagem através da qual a Administração Pública visa privilegiar os seus 
próprios servidores, que também são instrutores ou professores, quando, em caráter eventual: 
1º) atuarem como instrutores em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento 
regularmente instituído no âmbito da administração pública federal; 
2º) participarem de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise 
curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou 
para julgamento de recursos intentados por candidatos; 
3º) participarem da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo 
atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado, 
quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes; 
4º) participarem da aplicação, fiscalizarem ou avaliarem provas de exame vestibular ou de 
concurso público ou supervisionarem essas atividades. 
A Gratificação não será devida pela realização de treinamentos em serviço ou por eventos de 
disseminação de conteúdos relativos às competências das unidades organizacionais. 
O valor da gratificação será calculado em horas-aula, mas não poderá ser superior ao 
equivalente a 120 (cento e vinte) horas trabalhadas no exercício, ressalvadas excepcionalidades, 
devidamente justificadas e com aprovação prévia da autoridade máxima do órgão, que poderá 
autorizar o acréscimo de até 120 (cento e vinte) horas. Considera-se uma hora-aula o tempo de 45 
(quarenta e cinco) minutos. 
O valor a ser pago será definido levando-se em consideração a natureza e a complexidade da 
atividade, a formação acadêmica, a experiência comprovada ou outros critérios estabelecidos pelo 
órgão ou entidade. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 78 
 
Esta gratificação somente poderá ser paga se as atividades forem exercidas sem prejuízo das 
atribuições do cargo de que o servidor for titular. Se desempenhadas durante a jornada de trabalho, 
deverão ser objeto de compensação de carga horária, no prazo de 01 (um) ano, nos termos do §4º 
do art. 98 da Lei nº 8.112/90. 
O § 3º do artigo 76-A estabelece que “a Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não 
se incorpora ao vencimento ou salário do servidor para qualquer efeito e não poderá ser utilizada 
como base de cálculo para quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos 
da aposentadoria e das pensões”. 
Para fins de recebimento desta gratificação, considera-se como atividade de instrutoria: 
ministrar aulas, realizar atividades de coordenação pedagógica e técnica, elaborar material didático 
e atuar em atividades similares ou equivalentes em outros eventos de capacitação, em 
conformidade com o Decreto nº 5.707/06, presenciais ou à distância. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 79 
 
 
 
 
 8. Férias 
 
 
 
 
 As regras sobre aquisição e gozo das férias estão previstas nos artigos 77 a 80 da Lei 8.112/90. 
Trata-se de um período anual de descanso remunerado, com duração prevista em lei, que deverá 
ser gozado em período que atenda à conveniência administrativa. 
Para o primeiro período aquisitivo serão exigidos 12 (doze) meses de efetivo exercício, salvo 
para servidores que trabalhem com Raios X ou substâncias radioativas, cuja exigência será de 06 
(seis) meses de exercício. A lei afirma ser vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço. 
As férias deverão ser gozadas durante o ano civil, somente podendo ser acumuladas, até o 
máximo de dois períodos, no caso de necessidade de serviço anteriormente declarada. 
O servidor exonerado, aposentado, demitido de cargo efetivo ou destituído de cargo em 
comissão, que não tenha usufruído férias, integrais ou proporcionais, faz jus à indenização do 
benefício adquirido e não gozado. Aplicam-se estas disposições ao servidor falecido, sendo o 
pagamento devido a seus sucessores. 
As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção 
interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral ou por motivo de superior interesse 
público. Nesse caso, o restante do período interrompido será gozado de uma só vez. 
As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo 
servidor, e no interesse da administração pública, sendo que o pagamento será efetuado até 02 
(dois) dias antes do início do respectivo período. 
O servidor que se afastar sem remuneração no curso dos primeiros 12 (doze) meses de 
exercício terá a contagem do interstício suspensa durante esse período, complementando-a a partir 
da data do retorno, aproveitando o que precedeu à concessão da licença. 
O servidor que opera direta e permanentemente com Raios X ou substâncias radioativas 
gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional, proibida em 
qualquer hipótese a acumulação. 
Os servidores membros de uma mesma família que tenham exercício no mesmo órgão 
poderão usufruir férias no mesmo período, desde que assim requeiram e não haja prejuízo das 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 80 
 
atividades do órgão. As férias dos servidores que tenham filhos em idade escolar serão concedidas, 
preferencialmente, no período das férias escolares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos@fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 81 
 
 
 
 
 9. Licenças 
 
 
 
 
 São várias as espécies de licenças que podem ser concedidas aos servidores públicos federais. 
As principais estão arroladas no art. 81 da Lei 8.112/1990. 
 Para responder às questões de prova, é importante ficar atento aos detalhes específicos de 
cada uma delas, pois essas informações costumam frequentar as provas dessa banca examinadora. 
De início, gostaria de chamar a sua atenção para o teor do artigo 82 da Lei 8.112/1990, que é 
expresso ao afirmar que “a licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da 
mesma espécie será considerada como prorrogação”. 
 Desse modo, caso o servidor tenha gozado de um período de licença por motivo de doença 
em pessoa da família até 10/04/20, e, posteriormente, em 08/06/20 lhe tenha sido concedido outro 
período de licença, este último não será considerado um novo período, mas sim uma simples 
prorrogação da primeira licença. 
 Isso se justifica pelo fato de que o segundo período foi concedido antes de 60 (sessenta) dias 
do término do primeiro período gozado. 
 
 
 9.1 Licença por motivo de doença em pessoa da família 
Trata-se de licença concedida ao servidor por motivo de doença do cônjuge ou companheiro, 
dos pais, dos filhos, do padrasto ou madrasta, enteado ou dependente que viva às suas expensas e 
conste de seu assentamento funcional, mediante comprovação por perícia médica oficial. 
Esta licença, incluídas as suas prorrogações, poderá ser concedida sem prejuízo da 
remuneração do cargo efetivo, por até 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, e excedendo este 
prazo, sem remuneração, por até 90 (noventa) dias, consecutivos ou não, limitando-se ao total de 
150 (cento e cinquenta) dias, a cada período de doze meses, contados a partir da data da primeira 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 82 
 
concessão. O início do interstício de 12 (doze) meses será contado a partir da data do deferimento 
da primeira licença concedida. 
Os 60 (sessenta) primeiros dias de licença, apesar da remuneração, somente serão 
computados para fins de aposentadoria e disponibilidade (não são contados para fins de promoção, 
por exemplo). Após esse prazo de 60 (sessenta) dias, o período de licença não será considerado para 
qualquer efeito legal. 
Caso o servidor licenciado esteja em estágio probatório, este ficará suspenso durante todo o 
período da licença por motivo de doença em pessoa da família, retornando a contagem a partir do 
término do impedimento. 
 
 
A licença somente será deferida se a assistência direta do 
servidor for indispensável e não puder ser prestada 
simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante 
compensação de horário. 
 
É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período de licença por motivo de 
doença em pessoa da família. 
 
 9.2 Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro 
Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge é uma licença sem remuneração, por prazo 
indeterminado, que poderá ser concedida ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro 
deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para exercício de mandato 
eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. 
Ainda que o servidor esteja em estágio probatório fará jus à licença por motivo de 
afastamento do cônjuge ou companheiro, tendo em vista que é dever do Estado assegurar a 
convivência familiar. Entretanto, o estágio probatório ficará suspenso durante a licença e somente 
será retomado a partir do término da licença. 
Atenção: para que o servidor possa usufruir da licença em questão, não é necessário que o 
cônjuge deslocado para outra localidade também seja servidor público. A licença pode ser 
concedida, por exemplo, ao servidor público cujo cônjuge trabalha na iniciativa privada e foi 
transferido da cidade de Montes Claros/MG para a cidade de Avaré/SP. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 83 
 
Entretanto, no deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor 
público, civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração Federal 
direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade compatível com o seu 
cargo. 
Havendo a possibilidade de o servidor ser lotado provisoriamente em repartição da 
Administração Pública Federal, direta, autárquica ou fundacional na cidade para onde o cônjuge está 
se deslocando, a licença será remunerada, pois o servidor prestará serviços na nova repartição, 
ficando vinculado ao seu órgão de origem. 
Quando o servidor obtém lotação provisória em outro órgão federal, o ônus de seu 
pagamento será da instituição de origem. Nesse caso, o órgão de destino deverá encaminhar 
mensalmente a frequência do servidor para que seja efetuado o controle. 
No caso de ocorrer lotação provisória do servidor em estágio probatório, a avaliação de 
desempenho deverá ser efetuada pelo órgão ou entidade no qual o servidor estiver em exercício, de 
acordo com as orientações do seu órgão de origem. 
 
 9.3 Licença para o serviço militar 
O artigo 85 da Lei 8.112/1990 assegura ao servidor público federal o direito à licença em 
decorrência de convocação para o serviço militar obrigatório, período que será considerado como 
de efetivo exercício e contado para todos os fins. 
 
 
Para responder às questões de prova: Concluído o Serviço 
Militar, o servidor terá até 30 dias, sem remuneração, para 
reassumir o exercício do cargo, sob pena de ficar configurado o 
abandono de cargo público após os 30 dias. 
 
Os servidores públicos, durante o tempo em que estiverem incorporados à organização 
militar da ativa ou matriculados em órgão de formação de reserva, não perceberão nenhuma 
remuneração, vencimento ou salário dos seus órgãos de origem, sendo-lhes assegurado, somente, 
o retorno ao cargo. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 84 
 
 9.4 Licença para atividade política 
Trata-se de licença concedida ao servidor público que deseja candidatar-se a cargo eletivo, 
desmembrando-se em dois períodos distintos: 
1º) Tem início com a escolha do nome do servidor em convenção partidária, como candidato 
a cargo eletivo, e se estende até a véspera do registro de sua candidatura perante a Justiça 
Eleitoral; 
As convenções partidárias para a escolha de eventuais candidatos a cargos eletivos 
acontecem entre os dias 20/07 e 05/08 do ano eleitoral. Ademais, a regra é de que o prazo limite 
para registros de candidaturas a cargos eletivos encerra-se no dia 15 de agosto do ano eleitoral. 
Assim, se o nome do servidor for escolhido em convenção partidária no dia 20 de julho de 2022, por 
exemplo, ser-lhe-á assegurado o direito de gozar da presente licença até o dia 14 de agosto do ano 
em que for disputar o cargo eletivo. 
2º) Inicia-se na data do registro da candidatura do servidor perante a justiça eleitoral e vai até 
o décimo dia seguinte ao da eleição. 
A data do registro deve ser interpretada como a do protocolo do requerimento no órgão 
eleitoral responsável, isto é, 15 de agosto do ano eleitoral (que é a regra geral). 
No primeiro período,o servidor não receberá qualquer remuneração e o período não é 
computado para quaisquer fins legais. No segundo período, o servidor receberá a remuneração pelo 
prazo máximo de 03 (três) meses e o período de licença será computado apenas para fins de 
aposentadoria e disponibilidade. 
Ao servidor em estágio probatório também poderá ser concedida a licença, ficando o estágio 
probatório suspenso durante a licença e retornando a partir do término do impedimento. 
 
 
Para responder às questões de prova: O servidor candidato a 
cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções e que 
exerça cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou 
fiscalização, dele será afastado, a partir do dia imediato ao do 
registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o 
décimo dia seguinte ao do pleito. 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 85 
 
 9.5 Licença para capacitação 
Licença para Capacitação é o afastamento concedido ao servidor, a cada 05 (cinco) anos de 
efetivo exercício no Serviço Público Federal, para participar de curso de capacitação profissional, 
por até 03 (três) meses, sem perda da remuneração. 
Para gozo dessa licença, são requisitos básicos o cumprimento de 05 (cinco) anos de efetivo 
exercício e que o servidor venha a aperfeiçoar-se em curso correlato à sua área de atuação no serviço 
público federal. 
A concessão da licença se dará no interesse da Administração, podendo ser negada, por 
exemplo, em virtude de acúmulo de serviço ou escassez do quadro de pessoal da unidade de lotação 
do servidor, quando não for possível a contratação de substituto. 
Os períodos de licença não são acumuláveis, devendo ser utilizados antes do fechamento do 
próximo quinquênio. Além disso, a licença poderá ser parcelada conforme a duração do curso 
pretendido, desde que não ultrapasse o limite máximo de 03 meses. 
 
 
 
(FCC/Analista Judiciário TRT 23ª Região) Para os fins da 
licença para capacitação, após cada quinquênio de efetivo 
exercício, o servidor poderá, no interesse da Administração, 
afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva 
remuneração, por até três meses, para participar de curso de 
capacitação profissional. Assertiva considerada correta pela 
banca examinadora. 
 
 
 9.6 Licença para tratar de interesses particulares 
O artigo 91 da Lei 8.112/90 estabelece que, “a critério da Administração, poderão ser 
concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio probatório, 
licenças para o trato de assuntos particulares pelo prazo de até três anos consecutivos, sem 
remuneração”. 
A licença poderá ser interrompida, a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no interesse 
do serviço e o seu período não será computado para qualquer efeito legal. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 86 
 
Não há prorrogação da licença para trato de assuntos particulares, sempre há uma nova 
concessão. O servidor deverá aguardar em exercício a autorização da licença. 
Será assegurada ao servidor licenciado ou afastado sem remuneração a manutenção da 
vinculação ao regime do Plano de Seguridade Social do Servidor Público, mediante o recolhimento 
mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devido pelos servidores em atividade, 
incidente sobre a remuneração total do cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições, 
computando-se, para efeito, inclusive as vantagens pessoais. 
 
 
 
(FCC/Analista Judiciário – TRF - 3ª REGIÃO) Mario é Analista 
do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, ainda em estágio 
probatório, e pretende licenciar-se para tratar de interesses 
particulares. Já Alessandra, também Analista do Tribunal 
Regional Federal da 3ª Região, obteve licença para tratar de 
interesses particulares há um ano e pretende que sua licença 
perdure por mais três anos. Nos termos da Lei nº 8.112/1990, 
Mario 
a) não tem direito à mencionada licença e Alessandra poderá 
licenciar-se pelo prazo máximo de três anos consecutivos 
b) faz jus à mencionada licença, desde que preenchidos os 
demais requisitos legais, e Alessandra poderá licenciar-se pelo 
prazo máximo de dois anos consecutivos. 
c) não tem direito à mencionada licença e Alessandra poderá 
licenciar-se pelo prazo máximo de cinco anos, consecutivos ou 
não. 
d) faz jus à mencionada licença, desde que preenchidos os 
demais requisitos legais e Alessandra poderá licenciar-se pelo 
prazo máximo de cinco anos consecutivos. 
e) não faz jus à mencionada licença e Alessandra poderá 
licenciar-se pelo prazo máximo de dois anos consecutivos. 
Gabarito: “a”. 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 87 
 
 9.7 Licença para o desempenho de mandato classista 
O artigo 92 da Lei 8.112/90 afirma que “é assegurado ao servidor o direito à licença sem 
remuneração para o desempenho de mandato em confederação, federação, associação de classe de 
âmbito nacional, sindicato representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, 
ainda, para participar de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por 
servidores públicos para prestar serviços a seus membros”. 
 
 
Para responder às questões de prova: A licença terá duração 
igual à do mandato, podendo ser prorrogada, no caso de 
reeleição, e por uma única vez. 
 
Não pode ser concedida licença para desempenho de mandato classista ao servidor em 
estágio probatório, que também não poderá ser removido ou redistribuído de ofício para localidade 
diversa daquela onde exerce o mandato. 
Para entidades com até 5.000 associados, poderão ser disponibilizados dois servidores; para 
entidades com 5.001 a 30.000 associados, quatro servidores e para entidades com mais de 30.000 
associados, oito servidores. 
 
 9.8 Licença para tratamento da própria saúde 
Prevista nos artigos 202 a 206 da Lei 8.112/90, trata-se de licença concedida ao servidor para 
tratamento de sua saúde, a pedido ou de ofício, mediante perícia médica, sem prejuízo da 
remuneração. 
O servidor tem o prazo de 24h para comunicar sua ausência ao trabalho à chefia imediata, e 
esta, o prazo de 48h para requerer a inspeção médica à Divisão de Junta Médica. 
O servidor que tiver impedimento físico para se deslocar à Junta Médica poderá solicitar visita 
domiciliar ou hospitalar. 
A licença para tratamento de saúde inferior a 15 (quinze) dias, dentro de 01 (um) ano, poderá 
ser dispensada de perícia oficial, na forma definida em regulamento. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 88 
 
O prazo máximo contínuo de licença para tratamento de saúde é de 24 meses. Finalizado os 
24 meses, caso o servidor não esteja em condições de retornar às atividades normais ou ser 
readaptado para outro cargo com atribuições e vencimentos afins, será aposentado por invalidez 
permanente. Nesse caso, o período compreendido entre o término da licença e a publicação do ato 
de aposentadoria será considerado como de prorrogação de licença. 
 
 9.9 Licença à gestante, à adotante e licença-paternidade 
O artigo 207 da Lei 8.112/1990, amparadopelo inciso XVIII, artigo 7º, da CF/1988, estabelece 
que “será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem 
prejuízo da remuneração”, com as seguintes características: 
a) a licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo antecipação por 
prescrição médica. 
b) no caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto. 
c) no caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será submetida a exame 
médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício. 
d) no caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta) dias de 
repouso remunerado. 
 
Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a 
servidora lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a 
uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois 
períodos de meia hora. 
Ao servidor também é assegurada legalmente a licença-paternidade pelo nascimento ou 
adoção de filhos, pelo prazo de 05 (cinco) dias consecutivos. 
 
Em 12/05/2022, o STF, em tema de repercussão geral, 
estendeu ao genitor monoparental (pai solo, pai solteiro) a 
licença-maternidade regulamentada no art. 207 da Lei nº 
8.112/90 e prevista no art. 7º, XVIII, da CF/88 (RE 1.348.854, 
relator Alexandre de Moraes). 
Tem esse pai, portanto, direito à licença por 180 dias, 
considerado o prazo de 120 dias mais a prorrogação de 60 dias, 
assim como as servidoras genitoras. 
 ATENÇÃO: Além da licença-gestante, a Lei 8.112/90 também prevê o afastamento de 
servidora pelo prazo de 90 dias consecutivos, com remuneração integral, por adoção ou guarda 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 89 
 
judicial de criança de até um 01 ano de idade ou pelo prazo de 30 dias consecutivos, caso a criança 
tenha mais de 01 ano e menos de 12 anos de idade. 
 Todavia, no julgamento do recurso extraordinário nº 778.889/PE, que ocorreu em 
10/03/2016, o Supremo Tribunal Federal decidiu que “os prazos da licença-adotante não podem 
ser inferiores ao prazo da licença-gestante, o mesmo valendo para as respectivas prorrogações. Em 
relação à licença adotante, não é possível fixar prazos diversos em função da idade da criança 
adotada”. 
 Desse modo, ao responder às questões de prova, lembre-se de que o entendimento do STF é 
no sentido de que o prazo da licença à adotante deve ser o mesmo da licença-gestante. 
 É importante esclarecer também que, com a publicação da Lei 11.770/2008, foi editado o 
Decreto 6.690/08, que estabeleceu novas regras sobre a possibilidade de prorrogação dos prazos da 
licença-gestante e licença à adotante. 
 A prorrogação será garantida à servidora pública que requeira o benefício até o final do 
primeiro mês após o parto ou do termo de adoção e terá duração de sessenta dias. 
No período da prorrogação da licença-gestante ou licença à adotante, a servidora não poderá 
exercer qualquer atividade remunerada e a criança não poderá ser mantida em creche ou 
organização similar. Em caso de inobservância dessas exigências, a servidora perderá o direito à 
prorrogação da licença à adotante e deverá ressarcir os valores recebidos indevidamente. 
 
 9.10 Licença por acidente em serviço 
Acidente em Serviço é a ocorrência não programada, resultante do exercício do trabalho, que 
provoque lesão corporal, perturbação funcional ou doença, e que determine morte, perda total ou 
parcial, permanente ou temporária da capacidade laborativa, incluindo-se o acidente decorrente de 
agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do cargo ou sofrido no percurso da 
residência para o trabalho e vice-versa. 
 
Para responder às questões de prova: Será licenciado, com 
remuneração integral, o servidor acidentado em serviço. 
O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento especializado poderá ser 
tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos. O tratamento recomendado por junta 
médica oficial constitui medida de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios e 
recursos adequados em instituição pública. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 90 
 
 
 
 
 10. Dos afastamentos 
 
 
 
 
 A Lei 8.112/1990 prevê várias situações em que o servidor deverá afastar-se de suas funções 
públicas originais, pois, na maioria das vezes, são incompatíveis com as suas novas atividades, seja 
no âmbito da própria Administração ou em atividade particular. 
Entre as hipóteses legais, podemos citar o afastamento para servir a outro órgão ou entidade, 
para exercício de mandato eletivo, para estudo ou missão no exterior e para participação em 
programa de pós-graduação stricto sensu no país. 
 
 
 10.1 Afastamento para servir a outro órgão ou entidade 
 
O servidor público federal poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade 
dos Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios. A cessão pode ocorrer 
nas seguintes hipóteses: 
a) para exercício de cargo em comissão, função de confiança ou, no caso de serviço social 
autônomo, para o exercício de cargo de direção ou de gerência. 
b) em casos previstos em leis específicas. 
A cessão nada mais é que o afastamento do servidor para ter exercício em outro órgão ou 
entidade dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal e Municípios ou em serviço social 
autônomo instituído pela União, a critério do órgão cedente, sem a vacância do cargo e sem a 
alteração na sede de origem. 
Pode ocorrer de o servidor ter prestado concurso público para um determinado órgão 
(Ministério do Meio Ambiente, por exemplo), sempre ter trabalhado nesse órgão, mas, 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 91 
 
posteriormente, ser cedido (“emprestado”) para trabalhar provisoriamente em órgão ou entidade 
diversa (IBAMA, por exemplo). 
É importante esclarecer que a cessão de servidores pode ocorrer entre esferas distintas. 
Assim, a União pode ceder servidores para trabalhar nos Municípios, Estados e no DF, bem como 
nas entidades da Administração Indireta e nos Serviços Sociais Autônomos. 
As cessões serão concedidas pelo prazo de até um ano, podendo ser prorrogadas no interesse 
dos órgãos ou das entidades cedentes e cessionários. 
Quando o servidor público federal for cedido para exercício de cargo em comissão ou função 
de confiança em órgãos ou entidades dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios ou para o 
exercício de cargo de direção ou de gerência em Serviço Social Autônomo, o ônus da remuneração 
será do órgão ou entidade que está recebendo o servidor (entidade cessionária). 
Por outro lado, se o servidor for cedido para outro órgão ou entidade dos Poderes da União, 
ou nas hipóteses previstas em leis específicas, o ônus da remuneração é do órgão ou entidade 
cedente (o órgão de origem e lotação do servidor cedido). 
 Informação importante e que deve ser sempre lembrada é a de que o servidor federal, mesmo 
que cedido para exercício perante um Município, por exemplo, mantém a sua lotação no órgão de 
origem. O servidor federal não passa a ser um “servidor municipal”, pois permanece vinculado e 
lotado no órgão de origem, já que a cessão é temporária. 
 Pergunta: Professor, o inciso II do artigo 93 da Lei 8.112/90 estabelece que a cessão de 
servidores poderá ocorrer emcasos “previstos em leis específicas”. É possível fornecer um exemplo 
para ficar mais fácil o entendimento? 
 Claro! A Lei Federal 9.020/95, que dispôs em caráter emergencial e provisório sobre a 
implantação da Defensoria Pública da União, é um bom exemplo. Observe: 
“Art. 3º. O Poder Público, por seus órgãos, entes e instituições, poderá, mediante termo, convênio 
ou qualquer outro tipo de ajuste, fornecer à Defensoria Pública da União, gratuitamente, bens e 
serviços necessários à sua implantação e ao seu funcionamento. 
Parágrafo único. Os serviços a que se refere este artigo compreendem o apoio técnico e 
administrativo indispensável ao funcionamento da Defensoria Pública da União. 
Art. 4º. O Defensor Público-Geral da União poderá requisitar servidores de órgãos e entidades 
da Administração Federal, assegurados ao requisitado todos os direitos e vantagens a que faz jus 
no órgão de origem, inclusive promoção. 
Parágrafo único. A requisição de que trata este artigo é irrecusável e cessará até noventa dias após 
a constituição do Quadro Permanente de Pessoal de apoio da Defensoria Pública da União.” 
 Pergunta: Professor, a Lei Federal 9.020/95 não se refere expressamente à cessão, mas sim 
à requisição. Essas expressões são sinônimas? 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 92 
 
 Quase ... A requisição caracteriza-se por ser uma “cessão forçada”, através da qual uma 
entidade ou órgão (no caso, a Defensoria Pública da União) pode requerer, sem possibilidade de 
negativa por parte do órgão ou entidade destinatários da requisição, a cessão de servidores. 
 
 
 
Na hipótese de o servidor cedido a empresa pública ou sociedade 
de economia mista, nos termos das respectivas normas, optar 
pela remuneração do cargo efetivo ou pela remuneração do 
cargo efetivo acrescida de percentual da retribuição do cargo em 
comissão, a entidade cessionária efetuará o reembolso das 
despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem. 
 
 
 
 Nas cessões de empregados de empresa pública ou de sociedade de economia mista, que receba 
recursos de Tesouro Nacional para o custeio total ou parcial da sua folha de pagamento de pessoal, 
é irrelevante discutir a responsabilidade pela remuneração do servidor, pois esta já está sob a 
responsabilidade da própria União (Tesouro Nacional). 
A cessão de servidores deverá ocorrer mediante Portaria publicada no Diário Oficial da União. 
 
 
(FCC/Analista Judiciário TRT 4ª Região) Para os fins da Lei nº 
8.112/90, o servidor público federal investido em cargo em 
comissão de órgão ou entidade diversa da de sua lotação, 
receberá a remuneração do órgão ou entidade cessionária 
quando a cessão for para órgãos dos Estados, do Distrito Federal 
ou dos Municípios. Assertiva considerada correta pela banca 
examinadora. 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 93 
 
 10.2 Do afastamento para exercício de mandato eletivo 
 
 Após o término do gozo de licença para atividade política (remunerada por até 3 meses) com 
o objetivo de disputar mandato eletivo, se eleito, o servidor terá que se afastar provisoriamente do 
cargo efetivo para o exercício do cargo eletivo. 
Essa regra somente não se aplica quando o servidor tiver sido eleito para o cargo de vereador 
e existir compatibilidade de horários para o exercício de ambas as funções. 
 A Lei 8.112/90 simplesmente reproduz as regras constitucionais previstas no artigo 38 da 
CF/88, estabelecendo que: 
a) se o servidor titular de cargo efetivo for eleito para o exercício de mandato federal, estadual 
ou distrital (Presidente e vice-presidente da República, Governador e vice-governador, 
Senador, Deputado Federal, Estadual ou distrital) ficará afastado do respectivo cargo durante 
o exercício do mandato. Nesse caso, receberá apenas o subsídio do cargo eletivo exercido; 
b) se o servidor for investido no mandato de Prefeito, também será afastado provisoriamente 
do cargo, mas, nesse caso, poderá optar pela remuneração que deseja receber (a do cargo de 
provimento efetivo ou o subsídio do cargo eletivo); 
c) se o servidor for investido no mandato de vereador, duas são as hipóteses: 
1ª) se houver compatibilidade de horários entre o exercício do mandato eletivo de vereador e 
o exercício do cargo de provimento efetivo, receberá a remuneração relativa ao cargo de 
provimento efetivo e, ainda, o subsídio do cargo eletivo de vereador. Em muitas cidades do 
interior é comum essa acumulação, pois, geralmente, as Câmaras Municipais realizam 
reuniões no período noturno ou aos fins de semana. 
2ª) se não houver compatibilidade de horários, o servidor deverá se afastar do cargo de 
provimento efetivo, mas poderá optar pela retribuição pecuniária que deseja receber: a 
remuneração do cargo efetivo ou o subsídio do cargo eletivo. 
 O servidor investido em função de direção, chefia ou assessoramento, que se afastar para 
exercício de mandato eletivo, será dispensado da função, deixando de receber a respectiva 
gratificação. 
 No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se em 
exercício estivesse, sendo que o tempo de afastamento é considerado como de efetivo exercício 
para todos os fins, exceto promoção por merecimento. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 94 
 
 Outra importante regra estatutária e que merece destaque é a proibição de remoção ou 
redistribuição, de ofício, do servidor investido em mandato eletivo ou classista para localidade 
diversa daquela onde exerce o mandato. 
 
 
 
 
 10.3 Do afastamento para estudo ou missão no exterior 
 
 O artigo 95 da Lei 8.112/1990 estabelece mais uma hipótese de afastamento do servidor de 
suas funções, agora de natureza discricionária: para estudo ou missão no exterior. 
O período de afastamento do servidor para estudo ou missão no exterior será considerado 
como de efetivo exercício do cargo e, em alguns órgãos e entidades públicas federais, poderá 
ocorrer nas seguintes modalidades: 
a) com ônus para a Administração, quando implicarem no direito do servidor a passagens e 
diárias, assegurada ainda a remuneração do cargo efetivo ou função, excluídas as vantagens 
pecuniárias em razão do exercício no órgão; 
b) com ônus limitado para a Administração, quando implicarem direito do servidor apenas à 
remuneração do cargo efetivo ou função, excluídas as vantagens pecuniárias em razão do 
exercício no órgão; 
c) sem ônus para a Administração, quando implicarem perda total da remuneração do cargo 
efetivo ou função, e não acarretarem qualquer despesa para a Administração. 
Para ausentar-se do país para estudo ou missão oficial, o servidor deverá obter autorização 
do Presidente da República (quando se tratar de um servidor do Poder Executivo), Presidente dos 
Órgãos do Poder Legislativo (quando se tratar de um servidor do Poder Legislativo) ou Presidente 
do Supremo Tribunal Federal (quando se tratar de um servidor do Poder Judiciário Federal). 
 A ausência do servidor não poderá ser superior a 4 (quatro) anos, e, após a conclusão da 
missão ou estudo no exterior, somente poderá gozar de outro período de ausência se decorrido igual 
período de efetivo exercício. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito AdministrativoExemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 95 
 
 Exemplo: Se o servidor ausentou-se do país por 3 (três) anos, ao retornar, deverá exercer as 
suas funções perante o cargo público por, pelo menos, mais 3 (três) anos. Somente após esse 
período poderá ausentar-se novamente do país para estudo ou missão no exterior. 
 Caso o servidor tenha sido beneficiado com o afastamento para estudo ou missão no exterior, 
somente poderá ser exonerado ou gozar de licença para tratar de interesse particular depois de 
retornar ao país e trabalhar pelo mesmo período do afastamento. 
Trata-se de regra pautada no princípio da moralidade e da eficiência, pois evita que o servidor, 
ao retornar ao país com uma melhor qualificação, deixe a Administração (que muitas vezes assume 
todos os ônus da viagem) para prestar serviços na iniciativa privada (que, certamente, irá lhe 
remunerar melhor). 
 Essa regra é ressalvada na hipótese de ressarcimento, pelo servidor, da despesa havida com 
seu afastamento, inclusive quanto à sua remuneração. 
 
 
Para responder às questões de prova: As regras sobre 
afastamento para estudo ou missão no exterior não se aplicam 
aos servidores da carreira diplomática, que possuem regras 
próprias em virtude da natureza da atividade que exercem. 
 
 Estabelece ainda o artigo 96 do Estatuto que o servidor pode ser afastado, por prazo 
indeterminado, para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual 
coopere. Todavia, o afastamento ocorrerá com perda total da remuneração. 
 Exemplo: O servidor público federal pode se afastar, por exemplo, para exercer as suas 
funções perante a representação da O.M.S. (Organização Mundial da Saúde) em Brasília, DF. 
 Nos termos do Decreto Federal 201/91, concluída a execução dos serviços junto ao organismo 
internacional, o servidor reassumirá o exercício do respectivo cargo ou emprego no prazo máximo 
de cento e vinte dias. 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 96 
 
 
 10.4 Do afastamento para participação em programa de pós-
graduação stricto sensu no país 
 
Com a promulgação da Lei 11.907/09, que incluiu o artigo 96-A na Lei 8.112/90, o servidor 
poderá afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em 
programa de pós-graduação stricto sensu (mestrado, doutorado e pós-doutorado) em instituição de 
ensino superior no País. 
 
Trata-se de um afastamento que será concedido discricionariamente pela Administração, 
quando não for possível conciliar o exercício do cargo com os estudos. 
 
Para que seja concedido o afastamento, o servidor deve ser ocupante de cargo efetivo no 
respectivo órgão ou entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para 
doutorado, incluído o período de estágio probatório. Além disso, é necessário que não tenha se 
afastado por licença para tratar de assuntos particulares, para gozo de licença para capacitação ou, 
ainda, gozado de outro afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu 
nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento. 
 
 
 
 
Os afastamentos para realização de programas de pós-
doutorado somente serão concedidos aos servidores titulares de 
cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos 
quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não 
tenham se afastado por licença para tratar de assuntos 
particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos 
anteriores à data da solicitação de afastamento. 
 
 
Os servidores beneficiados pelos afastamentos para participação em programa de pós-
graduação stricto sensu terão que permanecer no exercício de suas funções, após o seu retorno, por 
um período igual ao do afastamento concedido. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 97 
 
Somente após esse período será possível a solicitação de exoneração do cargo ou 
aposentadoria, exceto se for efetuado o ressarcimento aos cofres públicos de todas as despesas 
custeadas pela Administração no período, incluindo a remuneração do servidor. 
 Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento no período 
previsto, também estará obrigado a ressarcir aos cofres públicos todas as despesas assumidas pela 
Administração, exceto se ficar comprovado que a obtenção não ocorreu em virtude de força maior 
ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 98 
 
 
 
 
 11. Das concessões 
 
 
 
 
 O art. 97 da Lei 8.112/1990 apresenta um rol de hipóteses nas quais o servidor público poderá 
ausentar-se do serviço sem qualquer prejuízo, a saber: 
I - por 1 (um) dia, para doação de sangue; 
II - pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento 
eleitoral, limitado, em qualquer caso, a dois dias; e (Redação dada pela Lei 12.998, de 
2014) 
III - por 8 (oito) dias consecutivos em razão de : 
a) casamento; 
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados, menor sob 
guarda ou tutela e irmãos. 
 Para usufruir do direito de ausentar-se das atividades normais o servidor precisará comprovar 
documentalmente os fatos que ensejaram o pedido, sob pena de indeferimento. 
 
 11.1 Horário especial ao servidor estudante 
Horário Especial é uma concessão que permite ao servidor estudante, matriculado em cursos 
regulares de ensino fundamental, médio, superior e pós-graduação presencial, prestar serviço em 
horário diferenciado quando ficar comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da 
repartição. 
 
 
Para responder às questões de prova: Para usufruir do 
horário especial de trabalho, será exigida a compensação de 
horário no órgão ou entidade que tiver exercício, respeitada a 
duração semanal do trabalho. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 99 
 
Ao servidor ocupante de função gratificada ou cargo comissionado não será concedido 
horário especial para estudante, por estar submetido a regime de integral dedicação ao serviço, 
podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração. 
No julgamento do Recurso Especial nº 420.312/RS, de relatoria do Ministro Felix Fischer, o 
Superior Tribunal de Justiça afirmou que “de acordo com o disposto no art. 98 da Lei nº 8.112/90, 
o horário especial a que tem direito o servidor estudante condiciona-se aos seguintes requisitos: 
comprovação de incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição; ausência de prejuízo 
ao exercício do cargo; e compensação de horário no órgão em que o servidor tiver exercício, 
respeitada a duração semanal do trabalho. Atendidos esses requisitos, deve ser concedido o horário 
especial ao servidor estudante, porquanto o dispositivo legal não deixa margem à discricionariedade 
da administração, constituindo a concessãodo benefício, nesse caso, ato vinculado”. 
 
 
 11.2 Horário especial ao servidor portador de deficiência 
Será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência, quando comprovada a 
necessidade por junta médica oficial, independentemente de compensação de horário. 
 Por sua vez, compete à Junta Médica Oficial, mediante parecer conclusivo, qualificar o tipo 
de deficiência apresentada pelo servidor, assim como especificar a capacidade para o exercício das 
atribuições do seu cargo efetivo, definindo, inclusive, a jornada de trabalho que o servidor pode 
suportar em razão da incapacidade parcial para o cumprimento de sua jornada de trabalho. 
 
 
Para responder às questões de prova: O horário especial 
também se aplica ao servidor que tenha cônjuge, filho ou 
dependente com deficiência. 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 100 
 
 
 11.3 Matrícula em instituição de ensino congênere no caso de mudança 
de sede no interesse da administração 
 O art. 99 da Lei 8.112/1990 dispõe que ao servidor estudante que mudar de sede no interesse 
da administração é assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em 
instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga. 
 Essa prerrogativa também é assegurada ao cônjuge ou companheiro, aos filhos, ou enteados 
do servidor que vivam na sua companhia, bem como aos menores sob sua guarda, com autorização 
judicial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 101 
 
 
 
 
 12. Do tempo de serviço 
 
 
 
 
 Assim como acontece com a maioria dos candidatos de todo o país, provavelmente você não 
gosta de ficar “decorando” informações e mais informações para resolver as questões de prova. 
Entretanto, vou logo avisando: é essencial que você assimile todas as informações contidas no art. 
102 da Lei 8.112/1990, pois são grandes as chances de a banca elaborar uma questão sobre o tema. 
 Sendo assim, deve ficar claro que são considerados como de efetivo exercício (como se o 
servidor estivesse trabalhando) os afastamentos ocorridos em virtude de: 
I - férias; 
II - exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos Poderes da União, 
dos Estados, Municípios e Distrito Federal; 
III - exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do território 
nacional, por nomeação do Presidente da República; 
IV - participação em programa de treinamento regularmente instituído ou em programa de pós-
graduação stricto sensu no País, conforme dispuser o regulamento; 
V - desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, exceto para 
promoção por merecimento; 
VI - júri e outros serviços obrigatórios por lei; 
VII - missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme dispuser o 
regulamento; 
VIII - licença: 
a) à gestante, à adotante e à paternidade; 
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo ao longo do 
tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento efetivo; (Redação dada pela 
Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou administração em 
sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar serviços a seus membros, exceto 
para efeito de promoção por merecimento; 
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional; 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 102 
 
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; 
f) por convocação para o serviço militar; 
IX - deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18; 
X - participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar representação 
desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica; 
XI - afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual 
coopere. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97) 
 Por outro lado, será computado apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade: 
I - o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito Federal; 
II - a licença para tratamento de saúde de pessoa da família do servidor, com remuneração, que 
exceder a 30 (trinta) dias em período de 12 (doze) meses. 
III - a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2º, da Lei 8.112/1990; 
IV - o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou 
distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal; 
V - o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social; 
VI - o tempo de serviço relativo a tiro de guerra; 
VII - o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo a que se refere a 
alínea "b" do inciso VIII do art. 102; 
 
 
Para responder às questões de prova: É vedada a contagem 
cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente 
em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos 
Poderes da União, Estado, Distrito Federal e Município, 
autarquia, fundação pública, sociedade de economia mista e 
empresa pública. 
 
É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal, inclusive o prestado às 
Forças Armadas. Ademais, a apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos 
em anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias. 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 103 
 
 
 
 
 13. Direito de petição 
 
 
 
 
É assegurado ao servidor público federal o “direito de requerer” aos Poderes Públicos em 
defesa de direito ou interesse legítimo. Isso significa que o servidor pode requerer, por escrito, 
informações, providências ou certidões diretamente à autoridade competente. A esse “direito de 
requerer” assegurado ao servidor público federal dá-se o nome de direito de petição. 
O requerimento contendo a descrição dos fatos, o pedido e a respectiva assinatura do 
servidor será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por intermédio 
daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente. 
O requerimento deverá ser despachado no prazo de 5 (cinco) dias e decidido dentro de 30 
(trinta) dias. 
Para a plenitude do exercício do direito de petição, o próprio servidor ou procurador por ele 
constituído (inclusive advogado) poderão ter acesso (“vistas”) a eventuais documentos ou processos 
que se encontrem em repartições ou órgãos públicos e que sejam necessários à satisfação ou defesa 
de seus direitos. 
Além da apresentação do requerimento, o servidor tem ainda à sua disposição o pedido de 
reconsideração, que nada mais é do que a solicitação feita à mesma autoridade que despachou no 
caso para que reexamine o ato, objetivando-se, assim, que a autoridade “mude de ideia” e profira 
uma nova decisão diferente da anterior. 
 
 
Para responder às questões de prova: Deve ficar claro que o 
pedido de reconsideração é endereçadosempre à mesma 
autoridade prolatora do ato ou decisão. 
 
 O art. 107 da Lei 8.112/1990 ainda prevê a possibilidade de apresentação de recurso 
administrativo contra o indeferimento do pedido de reconsideração e contra as decisões sobre os 
recursos sucessivamente interpostos. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 104 
 
 O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver expedido o ato ou 
proferido a decisão, e, sucessivamente, em escala ascendente, às demais autoridades. Ademais, 
deverá ser encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente subordinado o 
requerente. 
O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a 
contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida. 
O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente. 
Ademais, em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão 
retroagirão à data do ato impugnado (ex tunc). 
O direito de requerer prescreve: 
 I - em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho; 
 II - em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando outro prazo for fixado em lei. 
O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da 
ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado. 
 
 
 
Para responder às questões de prova: O pedido de 
reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a 
prescrição. 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 105 
 
 
 
 
 14. Regime disciplinar 
 
 
 
 
 O regime disciplinar dos servidores públicos federais encontra-se disciplinado pelos 
dispositivos constantes dos artigos 116 a 142 da Lei 8.112/1990. 
Esses dispositivos preveem, basicamente, um conjunto de normas de conduta e de proibições 
impostas pela lei aos servidores por ela abrangidos, tendo em vista a prevenção, a apuração e a 
possível punição de atos e omissões que possam pôr em risco o funcionamento adequado da 
Administração Pública, do posto de vista ético, do ponto de vista da eficiência e do ponto de vista 
da legalidade. 
Os dispositivos legais que serão apresentados decorrem do denominado “Poder Disciplinar”, 
que possibilita à Administração controlar o desempenho das funções administrativas e o 
comportamento interno dos profissionais que integram a sua estrutura orgânica. 
A professora Maria Silvia Zanella Di Pietro afirma que poder disciplinar “é o que cabe à 
Administração Pública para apurar infrações e aplicar penalidades aos servidores públicos...". 
É importante destacar que o exercício do poder disciplinar não se restringe aos servidores da 
Administração, alcançando também aqueles que estejam a ela vinculados por um instrumento 
jurídico específico (um contrato administrativo, por exemplo). 
 
 
 14.1 Deveres dos servidores 
Os deveres impostos aos servidores públicos federais estão relacionados no artigo 116 da Lei 
8.112/90. É válido destacar que a maioria deles possui natureza subjetiva, contendo previsões 
genéricas mais relacionadas à moral administrativa que propriamente à lei. 
De qualquer forma, as questões de concursos restringem-se basicamente ao texto literal da 
lei e, portanto, é necessário que você conheça todos os deveres: 
1º) exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo; 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 106 
 
2º) ser leal às instituições a que servir; 
3º) observar as normas legais e regulamentares; 
4º)cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais; 
5º) atender com presteza: 
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas 
por sigilo; 
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de 
situações de interesse pessoal; 
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública. 
6º) levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da 
autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao conhecimento de 
outra autoridade competente para apuração; 
7º) zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público; 
8º) guardar sigilo sobre assunto da repartição; 
9º) manter conduta compatível com a moralidade administrativa; 
10º) ser assíduo e pontual ao serviço; 
11º) tratar com urbanidade as pessoas; 
12º) representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder. 
 A Lei 8.112/90 não apresenta quais são as penalidades aplicáveis aos servidores que violarem 
os deveres funcionais, somente informa que “na aplicação das penalidades serão consideradas a 
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as 
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais”. 
 O parágrafo único do artigo 116 estabelece expressamente que, quando o servidor presenciar 
ou tiver conhecimento de alguma ilegalidade, omissão ou abuso de poder, estará obrigado a 
representar (levar ao conhecimento) perante a autoridade competente. 
 O servidor não está obrigado a cumprir ordens manifestamente ilegais. Pelo contrário, além 
de ser obrigado a desobedecer à ordem manifestamente ilegal, ainda deverá representar contra a 
autoridade que proferiu a ordem. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 107 
 
Nesse caso, a representação deverá ser encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela 
autoridade superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao representando ampla 
defesa. 
 
 
 14.2 Proibições e respectivas penalidades 
 As proibições impostas aos servidores públicos federais estão relacionadas no artigo 117 da 
Lei 8.112/90. Contrariamente aos deveres, que se caracterizam pela subjetividade, as proibições são 
taxativas e objetivas, vedando-se, assim, a sua ampliação ou a utilização de interpretações 
analógicas ou sistemáticas, em respeito ao princípio da reserva legal. 
Além de serem consideradas infrações administrativas, muitas das condutas relacionadas no 
artigo 117 também são consideradas infrações penais, o que ensejará a responsabilização do 
servidor também na esfera penal. 
Pergunta: Professor, quais são as penalidades que podem ser aplicadas aos servidores no caso 
de violação das proibições legais? 
Bem, o artigo 127 do Estatuto Federal apresenta um rol de penalidades que podem ser 
impostas aos servidores: 
a) advertência; 
b) suspensão; 
c) demissão; 
d) cassação de aposentadoria ou disponibilidade; 
e) destituição de cargo em comissão; 
f) destituição de função comissionada. 
Na aplicação dessas penalidades, sempre deverão ser consideradas a natureza e a gravidade 
da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias 
agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais (artigo 128). 
No caso de infrações administrativasprogramas e diretrizes 
de governo), apesar de exercerem funções constitucionais extremamente importantes, e, portanto, 
não podem ser considerados agentes políticos. 
 
b) Servidores estatais 
Ainda segundo as palavras do professor, servidores estatais são todos aqueles que mantêm 
com o Estado ou suas entidades da Administração Indireta, independentemente de serem regidas 
pelo direito público ou direito privado, relação de trabalho de natureza profissional e caráter não 
eventual sob vínculo de dependência, podendo ser classificados em: 
✔ servidores estatutários, sujeitos ao regime estatutário e ocupantes de cargos públicos; 
✔ servidores empregados das empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações 
públicas de direito privado, contratados sob o regime da legislação trabalhista e 
ocupantes de emprego público; 
✔ servidores temporários, contratados por tempo determinado para atender a necessidade 
temporária de excepcional interesse público (art. 37, IX, da CF/88), que exercem funções 
públicas sem estarem vinculados a cargo ou emprego público. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 11 
 
c) Particulares em colaboração com o poder público 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, “esta categoria de agentes é composta por sujeitos 
que, sem perderem sua qualidade de particulares – portanto, de pessoas alheias à intimidade do 
aparelho estatal (com exceção única dos recrutados para serviço militar) – exercem função pública, 
ainda que às vezes apenas em caráter episódico”, sob os seguintes instrumentos: 
✔ delegação do poder público, como se dá com os empregados das empresas concessionárias 
e permissionárias de serviços públicos e os que exercem serviços notariais e de registro (art. 
236 da CF/88); 
✔ mediante requisição, como acontece com os jurados, mesários eleitorais durante o período 
eleitoral e os recrutados para o serviços militar obrigatório, que, em geral, não possuem 
vínculo empregatício e não recebem remuneração; 
✔ os que sponte própria (vontade própria) assumem espontaneamente determinada função 
pública em momento de emergência, como no combate a uma epidemia, incêndio, enchente, 
etc. 
✔ contratado por locação civil de serviços (como ocorre na contratação de um advogado 
altamente especializado para a sustentação oral perante Tribunais). 
 
 
(Procurador de 2ª Classe / Município de Salvador/FCC) De 
acordo com a doutrina, agente público é toda a pessoa física 
que presta serviços ao Estado e às pessoas jurídicas da 
Administração Indireta, inclusive os particulares que atuam em 
colaboração com o poder público, mediante delegação, 
requisição, nomeação ou designação. Assertiva considerada 
correta pela banca. 
 
 1.1.2 Classificação de Hely Lopes Meirelles 
Para o saudoso professor, os agentes públicos podem ser classificados em agentes políticos, 
agentes administrativos, agentes honoríficos, agentes delegados e agentes credenciados. 
 
a) Agentes políticos 
Nas palavras de Hely Lopes Meirelles, agentes políticos são “os componentes do Governo nos 
seus primeiros escalões, investidos em cargos, funções, mandatos ou comissões, por nomeação, 
eleição, designação ou delegação, para o exercício de atribuições constitucionais”. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 12 
 
Como exemplos podemos citar os chefes do Poder Executivo (Presidente da República, 
Governadores e Prefeitos) e seus auxiliares imediatos (Ministros, Secretários estaduais, distritais e 
municipais), os membros do Poder Legislativo (Senadores, Deputados e Vereadores) e os 
magistrados, membros do Ministério Público e dos Tribunais de Contas. 
Contrariamente ao professor Celso Antônio Bandeira de Mello, que exclui os membros da 
Magistratura, do Ministério Público e dos Tribunais de Contas do conceito de “agentes políticos”, 
Hely Lopes Meirelles afirma que em razão de gozarem de independência funcional e possuírem 
suas competências previstas diretamente no texto constitucional, tais agentes devem sim ser 
considerados políticos. 
 
b) Agentes honoríficos 
 Agentes honoríficos são cidadãos convocados, requisitados, designados ou nomeados para 
prestar, em caráter temporário, serviços públicos de caráter relevante, a título de munus público 
(colaboração cívica), sem qualquer vínculo profissional com o Estado, e, em regra, sem remuneração. 
Como exemplos podemos citar os mesários eleitorais, os recrutados para o serviço militar, 
jurados, comissários de menores, entre outros. 
É válido esclarecer que apesar de não possuírem vínculo com o Estado, os agentes honoríficos 
são considerados “funcionários públicos” para fins penais e sobre eles não incidem as regras sobre 
acumulação de cargos, empregos e funções públicas, previstas no inciso XVI, do artigo 37, da CF/88. 
 
c) Agentes delegados 
 
Nas palavras do professor Hely Lopes Meirelles, “agentes delegados são particulares que 
recebem a incumbência da execução de determinada atividade, obra ou serviço público e o realizam 
em nome próprio, por sua conta e risco, mas segundo as normas do Estado e sob a permanente 
fiscalização do delegante. Esses agentes não são servidores públicos, nem honoríficos, nem 
representantes do Estado; todavia, constituem uma categoria à parte de colaboradores do Poder 
Público. Nesta categoria se encontram os concessionários e permissionários de obras e serviços 
públicos, os serventuários de Ofícios ou Cartórios não estatizados, os leiloeiros, os tradutores e 
intérpretes públicos, e demais pessoas que recebam delegação para a prática de alguma atividade 
estatal ou serviço de interesse coletivo”. 
 Apesar de exercerem atividades públicas em nome próprio, por sua conta e risco, é válido 
esclarecer que os agentes delegados estão sujeitos às regras de responsabilização civil previstas no 
§ 6º, do artigo 37, da CF/88, e também são considerados “funcionários públicos” para fins penais. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 13 
 
 
 d) Agentes credenciados 
 Agentes credenciados são aqueles que têm a incumbência de representar a Administração 
Pública em algum evento específico (um Congresso Internacional, por exemplo) ou na prática de 
algum ato determinado, mediante remuneração e sem vínculo profissional, sendo considerados 
funcionários públicos para fins penais. 
 Os agentes credenciados somente serão considerados agentes públicos durante o período 
em que estiverem exercendo as funções públicas para as quais foram credenciados. 
Desse modo, se um cientista particular foi convidado pela Administração Pública para 
representá-la em um Congresso Internacional sobre a “Gripe A”, por exemplo, somente durante o 
período do evento ele será considerado agente público. 
 
 e) Agentes administrativos 
 Agentes administrativos são todos aqueles que exercem um cargo, emprego ou função 
pública perante à Administração, em caráter permanente, mediante remuneração e sujeitos à 
hierarquia funcional instituída no órgão ou entidade ao qual estão vinculados. 
 Essa categoria de agentes públicos representa a imensa maioria da força de trabalho da 
Administração Direta e Indireta, em todos os níveis federativos (União, Estados, DF e Municípios) e 
em todos os Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário), podendo ser dividida em: 
✔ Servidores públicos titulares dede menor potencial ofensivo para a Administração (as 
denominadas “infrações leves”), deverá ser aplicada uma penalidade mais branda, como é o caso da 
advertência. Por outro lado, se o servidor pratica uma infração grave ou gravíssima, capaz de causar 
sérios prejuízos à Administração, ser-lhe-á aplicada uma penalidade mais severa, a exemplo da 
demissão, que pode ocasionar a sua “expulsão” do serviço público. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 108 
 
 
 
14.2.1 Proibições que podem ensejar a aplicação da penalidade de 
advertência, caso tais condutas sejam praticadas (destaca-se que se o 
servidor for reincidente poderá ser punido com a suspensão): 
 
1ª) ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe imediato; 
2ª) retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto 
da repartição; 
3ª) recusar fé a documentos públicos; 
4ª) opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de 
serviço; 
5ª) promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição; 
6ª) cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de 
atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado; 
7ª) coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou 
sindical, ou a partido político; 
8ª) manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro 
ou parente até o segundo grau civil; 
9ª) recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado. 
 
 
(Analista Judiciário/TRT SP/FCC) Tício, funcionário público 
da União, opôs resistência injustificada ao andamento de 
processo que deveria movimentar. Considerando que foi a 
primeira vez que praticou tal conduta, ele está sujeito à 
penalidade prevista na Lei que dispõe sobre o regime jurídico 
dos servidores públicos civis da União, que consiste em 
advertência, por escrito. Assertiva considerada correta pela 
banca examinadora. 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 109 
 
 
 
14.2.2 Proibições que podem ensejar a aplicação da penalidade de 
suspensão (penalidade intermediária), mais grave que a advertência e 
menos grave que a demissão, nos casos de infração: 
1ª) cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em situações 
de emergência e transitórias; 
2ª) exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou função 
e com o horário de trabalho. 
 
 
 
14.2.3 Proibições que podem ensejar a aplicação da penalidade de 
demissão, nos casos de infração: 
1ª) participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não 
personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário; 
2ª) receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de suas 
atribuições; 
3ª) aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro; 
4ª) praticar usura sob qualquer de suas formas; 
5ª) proceder de forma desidiosa; 
6ª) utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares. 
 
 
14.2.4 Proibições que podem ensejar a aplicação da penalidade de demissão 
e a incompatibilização do servidor demitido, para nova investidura em 
cargo público federal, pelo prazo de 05 (cinco) anos: 
1ª) atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando se 
tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau, e de 
cônjuge ou companheiro; 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 110 
 
2ª) valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade 
da função pública. 
 
 
14.2.5 Condutas que podem ensejar a demissão ou a destituição de cargo 
em comissão e implicar a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao 
erário, sem prejuízo da ação penal cabível: 
a) improbidade administrativa; 
b) aplicação irregular de dinheiros públicos; 
c) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
d) corrupção. 
 
 
 
14.2.6 Condutas que impedem o retorno do servidor público demitido ao 
serviço público federal: 
a) crime contra a administração pública; 
b) improbidade administrativa; 
c) aplicação irregular de dinheiros públicos; 
d) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
e) corrupção. 
 ATENÇÃO! Veja o destaque sobre a ADIN 2975 no item 14.3.3 abaixo. 
 
 14.3 Penalidades em espécie 
 O artigo 127 da Lei 8112/90 apresenta um rol de penalidades disciplinares que podem ser 
aplicadas ao servidor, a saber: advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade, destituição de cargo em comissão e destituição de função comissionada. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 111 
 
 Conforme afirmado anteriormente, a aplicação de penalidades aos servidores faltosos está 
amparada no poder disciplinar e não no poder hierárquico. 
 É importante esclarecer que o administrador não possui liberdade para decidir se vai punir 
ou não o servidor. Constatada a infração funcional, após regular processo administrativo e 
assegurados o contraditório e a ampla defesa, a punição é obrigatória. 
 Assim, em relação à obrigatoriedade de aplicação de penalidade, o exercício do poder 
disciplinar possui natureza vinculada. 
 Entretanto, a discricionariedade da Administração fica evidente no momento da aplicação de 
uma penalidade de suspensão, pois a lei simplesmente estabelece que poderá ser aplicada uma 
penalidade de 01 a 90 dias, deixando ao critério da autoridade, motivadamente, decidir sobre o 
prazo mais conveniente. 
 
 
 14.3.1 Advertência 
 A advertência será aplicada, por escrito, nos casos de violação de proibição constante do art. 
117, incisos I a VIII e XIX, da Lei 8.112/90, bem como na inobservância de dever funcional previsto 
em lei, regulamentação ou norma interna, desde que não justifique imposição de penalidade mais 
grave. 
 O registro da penalidade de advertência, efetuado no assentamento funcional do servidor, 
poderá ser cancelado após o decurso de 03 (três) anos, desde que o servidor não tenha praticado, 
nesse período, nova infração disciplinar. 
 É importante destacar que o cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos, 
portanto, cancelada a penalidade do assentamento funcional do servidor, este não poderá exigir o 
ressarcimento de eventuais prejuízos financeiros oriundos da penalidade de advertência. 
 
 14.3.2 Suspensão 
 Nos termos do artigo 130 da Lei 8.112/90, a suspensão será aplicada em caso de reincidência 
das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração 
sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________Página 112 
 
 Durante o cumprimento da penalidade de suspensão, o servidor fica impedido de exercer as 
suas atividades perante a Administração Pública e, consequentemente, não recebe a respectiva 
remuneração. 
 
 
Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de 
suspensão aplicada ao servidor poderá ser convertida em multa, 
na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou 
remuneração. 
 Nesse caso, o servidor continuará trabalhando normalmente, mesmo após ter sido punido 
com a suspensão. Entretanto, durante todo o período relativo à penalidade de suspensão que foi 
aplicada (até 90 dias), receberá apenas a metade da remuneração devida. 
 ATENÇÃO: A multa não é uma espécie autônoma de penalidade. Somente quando for 
conveniente para o serviço público, a Administração poderá converter a penalidade de suspensão 
em multa de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração. 
 Trata-se de uma decisão discricionária, outorgada à Administração, para evitar um prejuízo 
ainda maior ao interesse público. 
 Exemplo: Pode ocorrer de um determinado órgão público, apesar de contar em sua estrutura 
com a lotação de 05 (cinco) servidores, atualmente possua apenas 03 (três) no exercício efetivo das 
respectivas funções. Assim, caso um desses servidores seja penalizado com a suspensão, a própria 
prestação de serviços públicos para a coletividade ficará comprometida, pois restarão apenas 02 
(dois) servidores. 
 Nesses termos, a fim de evitar um prejuízo ainda maior para a coletividade, fica autorizada a 
Administração a converter a penalidade de suspensão em multa de 50% (cinquenta por cento) por 
dia de vencimento ou remuneração. 
 É importante esclarecer que o servidor não possui direito subjetivo à conversão da 
penalidade de suspensão em multa, pois essa prerrogativa é exclusiva da Administração. 
 A penalidade de suspensão terá seu registro cancelado após o decurso de 05 (cinco) anos, se 
o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. Da mesma forma que 
ocorre em relação à advertência, o cancelamento da penalidade não produzirá efeitos retroativos. 
 Também será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, 
injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade 
competente. Entretanto, caso cumprida a determinação da autoridade, cessarão imediatamente os 
efeitos da penalidade. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 113 
 
 
 14.3.3 Demissão 
 A demissão é a mais severa espécie de penalidade a que pode se submetido o servidor público 
que exerça cargo de provimento efetivo. 
 Assim, somente as condutas previstas de forma taxativa no texto legal podem respaldar sua 
imposição. 
 Caso a conduta praticada pelo servidor público não esteja tipificada na Lei 8.112/90 como 
passível de demissão, esta não pode ocorrer. 
 São condutas que podem ensejar a imposição da penalidade de demissão: 
1ª) crime contra a administração pública; 
2ª) abandono de cargo; 
3ª) inassiduidade habitual; 
4ª) improbidade administrativa; 
5ª) incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição; 
6ª) insubordinação grave em serviço; 
7ª) ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa própria ou 
de outrem; 
8ª) aplicação irregular de dinheiros públicos; 
9ª) revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo; 
10) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
11) corrupção; 
12) acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas; 
13) transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117, relacionados anteriormente. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 114 
 
 ATENÇÃO: Se as condutas acima foram praticadas por um servidor que atualmente está 
inativo (aposentado ou em disponibilidade), por óbvio, não será possível demiti-lo. Entretanto, 
determina o artigo 134 da Lei 8.112/90 que seja cassada a sua aposentadoria ou a disponibilidade, 
se for o caso. 
 É importante destacar que a aposentadoria do servidor que praticou infrações funcionais 
puníveis com a demissão, durante o período em que estava na ativa, não o isenta de responder a 
um processo administrativo e, se for o caso, de punição. 
 Como não é possível aplicar a penalidade de demissão a esses servidores inativos, aplicar-se-
ão as penalidades de cassação de aposentadoria ou disponibilidade, que produzem os mesmos 
efeitos da demissão: o rompimento do vínculo entre servidor e Administração. 
 ATENÇÃO! Aqui você parar e acompanhar o raciocínio: o artigo 137 do Estatuto, em seu 
parágrafo único, estabelecia que o servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão 
pela prática das infrações abaixo relacionadas, não poderá mais retornar ao serviço público federal: 
a) crime contra a administração pública; 
b) improbidade administrativa; 
c) aplicação irregular de dinheiros públicos; 
d) lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional; 
e) corrupção; 
 É importante destacar que tal imposição vai de encontro ao dispositivo constitucional que 
veda a adoção de penas de caráter perpétuo no Brasil (inciso XLVII do artigo 5º da CF/88). A 
proibição de retorno do ex-servidor aos quadros da Administração Pública Federal, prevista 
legalmente, caracteriza uma penalidade de caráter perpétuo porque irá perdurar por toda a vida do 
indivíduo. 
 Imagine um indivíduo que, com apenas 18 (dezoito) anos de idade, recém-aprovado em 
concurso público, deixe se levar pelas circunstâncias e pratique um ato de improbidade 
administrativa. Ora, será que mesmo depois de passados 30 (trinta) anos, agora com 48 (quarenta e 
oito) anos de idade, o servidor ainda não se arrependeu da infração cometida? 
 Será que todo esse tempo não é suficiente para que o servidor adquira responsabilidade 
profissional (que não possuía em virtude da pouca idade), passe a cultivar novos valores e tenha a 
possibilidade de retornar ao serviço público? 
 Bem, o STF, considerando o raciocínio acima, por meio da ADIN nº 2975, declarou a 
inconstitucionalidade desse parágrafo único! 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 115 
 
 Pergunta: Professor, caso seja cobrada uma questão sobre esse tema em prova, o que devo 
responder? 
 Aconselho que você responda em conformidade com a posição do Supremo Tribunal Federal. 
 
 
Não se aplica ao servidor titular de cargo em comissão a 
penalidade de demissão. Na verdade, se o servidor cometeu 
alguma infração sujeita à penalidade de demissão ou, ainda, à 
penalidade de suspensão, deverá ser punido com a destituição 
de cargo em comissão, nos termos do artigo 135 da Lei 8.112/90. 
 
 
 14.3.3.1 Demissão em decorrência da acumulação ilegal de cargos, 
empregos e funções públicas 
 Nos termos do inciso XVI do artigo 37 da CF/88, em regra, a acumulação de cargos, empregos 
e funções públicas é proibida. Somente em caráter excepcional e quando existir compatibilidade de 
horário, o servidor poderá acumular cargos, empregos e funções públicas, desde que respeitadas as 
seguintes regras: 
a) a de dois cargos de professor; 
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; 
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões 
regulamentadas.Além das hipóteses previstas em seu inciso XVI, a CF/88 ainda estabelece a possibilidade de 
acumulação nas seguintes hipóteses: 
a) cargo público vitalício de magistrado com uma função pública de magistério (artigo 95, 
parágrafo único, I, CF/88); 
b) cargo público vitalício de membro do Ministério Público com uma função pública de 
magistério (artigo 128, parágrafo 5º, II, “d”, CF/88); 
c) cargo público efetivo na Administração Pública federal com cargo eletivo de vereador, 
quando houver compatibilidade de horário, nos termos do artigo 38, III, CF/88. 
 É importante esclarecer que as regras apresentadas acima se referem à acumulação de 
cargos, empregos e funções na ativa. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 116 
 
 Em relação à possibilidade de acumulação de proventos de aposentadoria com a 
remuneração de cargo emprego e função pública, fique atento ao conteúdo do § 10, artigo 37, da 
CF/88, que assim declara: 
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do art. 40 ou 
dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública, ressalvados os cargos 
acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os cargos em comissão declarados 
em lei de livre nomeação e exoneração. 
 Analisando-se o citado dispositivo constitucional, conclui-se que é proibida a acumulação de 
proventos de aposentadoria de cargos efetivos (art. 40), cargos militares na esfera estadual (art. 42) 
e, ainda, cargos militares na esfera federal (art. 142). 
 
Consoante a jurisprudência do STJ e do STF, os servidores inativos que reingressaram no serviço 
público antes da promulgação da Emenda Constitucional n.º 20/1998 podem perceber tanto os 
proventos da aposentadoria como os vencimentos do novo cargo público, independentemente 
de os cargos serem ou não acumuláveis; no entanto, o servidor que entrar para inatividade em 
relação ao novo cargo não poderá acumular os dois proventos decorrentes da aposentadoria, 
devendo optar por um deles. 
Esse é o entendimento ratificado pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do Recurso 
Extraordinário nº 463.028-1/RS, de relatoria da Ministra Ellen Gracie. 
Para os servidores aposentados que reingressaram no serviço público, mediante novo concurso 
público, até a promulgação da Emenda Constitucional nº 20, que ocorreu em 15/12/1998, é 
assegurado o direito de acumular o provento do cargo anterior com a remuneração do novo 
cargo público. Todavia, ao se aposentar no segundo cargo, o servidor perde o direito à 
acumulação, devendo fazer a respectiva opção. Esse é o mandamento contido no art. 11 da EC 
nº 20/98, que assim dispõe: 
Art. 11 - A vedação prevista no art. 37, § 10, da Constituição Federal, não se aplica aos membros 
de poder e aos inativos, servidores e militares, que, até a publicação desta Emenda, tenham 
ingressado novamente no serviço público por concurso público de provas ou de provas e títulos, 
e pelas demais formas previstas na Constituição Federal, sendo-lhes proibida a percepção de 
mais de uma aposentadoria pelo regime de previdência a que se refere o art. 40 da 
Constituição Federal, aplicando-se-lhes, em qualquer hipótese, o limite de que trata o § 11 
deste mesmo artigo. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 117 
 
 Excepcionando a regra de proibição, o próprio dispositivo esclarece que somente será 
permitida a acumulação de proventos de aposentadoria com remuneração da ativa nos seguintes 
casos: 
1º) cargos acumuláveis na forma desta constituição: é possível, por exemplo, que um 
Analista do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região, aposentado, exerça uma função 
pública de magistério. Quando estava na ativa o Analista do TRT podia acumular o cargo 
efetivo com a função pública de magistério, portanto, não há motivos para que seja proibida 
a acumulação do provento com a remuneração da ativa. 
2º) proventos relativos a um cargo efetivo com um cargo eletivo: a CF/88 também permite 
a acumulação dos proventos referentes ao cargo de auditor fiscal da Receita Federal, por 
exemplo, com o cargo eletivo de vereador. 
3º) proventos relativos a um cargo efetivo com um cargo em comissão: ocorre quando um 
Delegado de Polícia Federal, aposentado, aceita o convite para exercer um cargo em comissão 
de Secretário Municipal de Segurança Pública, por exemplo. 
 Bem, apresentadas as principais regras sobre a possibilidade de acumulação lícita de cargos, 
empregos e funções públicas, é importante destacar que, quando a Administração Pública detectar 
uma acumulação ilegal, deverá adotar as seguintes providências: 
 1ª) Notificação do servidor público, por intermédio de sua chefia imediata, para apresentar 
opção por um dos cargos ou emprego público acumulados ilicitamente, no prazo improrrogável de 
dez dias, contados da data da ciência; 
 2ª) Caso o servidor se omita, não escolhendo qual o único cargo ou emprego deseja continuar 
exercendo, no prazo de dez dias, será instaurado procedimento administrativo sumário para a 
apuração e regularização imediata da acumulação ilícita; 
 3ª) A comissão responsável pelo processo administrativo sumário será composta por dois 
servidores estáveis, que deverão conduzir o processo em conformidade com as seguintes fases: 
a) instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, indicando-se a autoria 
(nome a matrícula do servidor) e a materialidade da transgressão objeto da apuração 
(descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de acumulação ilegal, dos 
órgãos ou entidades de vinculação, das datas de ingresso, do horário de trabalho e do 
correspondente regime jurídico). 
b) instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório; 
c) julgamento. 
 4ª) A comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constituiu, termo de 
indiciação em que serão transcritas as informações relativas à autoria e à materialidade, bem como 
promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia imediata, para, 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 118 
 
no prazo de cinco dias, apresentar defesa escrita, sendo-lhe assegurado vista do processo na 
repartição; 
 5ª) Caso o servidor, dentro do prazo de cinco dias oferecido para a defesa, opte por apenas 
um dos cargos ou emprego público, ficará configurada sua boa-fé, convertendo-se a opção em 
pedido de exoneração do outro cargo ou emprego. Nesse caso, ocorrerá o arquivamento do 
processo administrativo e não será aplicada nenhuma penalidade ao servidor; 
 6ª) Por outro lado, caso não seja feita a opção, assim que for apresentada a defesa, a comissão 
elaborará um relatório conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em que 
resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre a licitude da acumulação em exame, indicará 
o respectivo dispositivo legal e remeterá o processo à autoridade instauradora, para julgamento; 
 7ª) De posse do processo administrativo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão no 
prazo de cinco dias, contados do recebimento do processo. Se a penalidade prevista for a demissão 
ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade, a competência será do Presidente da República, 
dos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e doProcurador-Geral da 
República, conforme o caso; 
 8ª) Se ficar caracterizada a acumulação ilegal e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de 
demissão, destituição ou cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, 
empregos ou funções públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou 
entidades de vinculação serão comunicados. 
 O § 7º do artigo 133 da Lei 8.112/90 estabelece que o prazo para a conclusão do processo 
administrativo disciplinar submetido ao rito sumário não excederá trinta dias, contados da data de 
publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por até quinze dias, quando 
as circunstâncias o exigirem. 
 
 
 14.4 Aplicação de penalidades e prescrição 
 O artigo 141 da Lei 8.112/90 estabelece que as penalidades disciplinares serão aplicadas: 
a) pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos 
Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão e 
cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder, 
órgão, ou entidade; 
b) pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas 
mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias; 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 119 
 
c) pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos ou 
regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias; 
d) pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de cargo 
em comissão. 
 Em respeito ao princípio da segurança jurídica, o artigo 142 do Estatuto Federal estabelece 
que a ação disciplinar prescreverá: 
a) em 05 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria 
ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; 
b) em 02 (dois) anos, quanto à suspensão; 
c) em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. 
 ATENÇÃO: Lembre-se sempre de que o prazo de prescrição começa a correr da data em que 
o fato se tornou conhecido e não da data que a infração foi praticada. 
 Assim, caso o servidor tenha praticado uma infração administrativa em 02/03/05, mas, 
somente em 04/05/09 essa infração tenha se tornado conhecida pela autoridade administrativa, é 
a partir da última data que começa a correr o prazo prescricional. 
 Essa regra somente não será aplicada às infrações administrativas que também sejam 
tipificadas como crime, como ocorre com a corrupção, por exemplo. Nesse caso, como a corrupção, 
além de ser considerada uma infração administrativa, também é considerada crime, deverá ser 
aplicado o prazo prescricional previsto na legislação penal. 
 É importante destacar que a legislação penal estabelece, como regra geral, que a prescrição 
começa a ser computada a partir da data em que o fato aconteceu e não da data em que se tornou 
conhecido. 
 A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, 
até a decisão final proferida por autoridade competente. Interrompido o curso da prescrição, o prazo 
começará a correr a partir do dia em que cessar a interrupção. 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 120 
 
 14.5 Responsabilidades do servidor 
 O servidor público responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas 
atribuições. Assim, pela prática de uma única infração, será possível que responda a um processo na 
esfera penal, um processo na esfera cível e, ainda, um processo na esfera administrativa. 
 Não há vinculação entre essas esferas, portanto, as sanções provenientes de cada uma delas 
poderão cumular-se sem que se caracterize um bis in idem, já que são esferas distintas. 
 Exemplo: Suponhamos que um agente da Polícia Federal, no exercício das suas funções, de 
forma arbitrária e ilegal, tenha agredido e causado lesões a um particular. 
 Nesse caso, dependendo do grau das lesões causadas, o agente poderá ser penalizado com a 
demissão na esfera administrativa, ser obrigado a responder a uma ação regressiva proposta pelo 
Estado (que foi obrigado a pagar judicialmente ao particular uma indenização civil pelas lesões 
causadas ilegalmente pelo agente de polícia), e, por último, pode ainda ser condenado à pena de 
prisão, na esfera penal. 
 Apesar de o agente de polícia ter sido condenado nas três esferas, em nosso exemplo, é 
importante esclarecer que ele poderia ter sido punido apenas em uma das esferas, em duas delas 
(independente de quais sejam), ou, ainda, ter sido absolvido em todas. 
 Isso porque, em regra, não há vinculação entre as esferas penal, administrativa e civil. Digo 
“em regra” porque é importante que você saiba que existem situações em que a decisão judicial 
transitada em julgado, na esfera penal, vincula obrigatoriamente as esferas administrativa e civil: 
1ª) absolvição criminal por inexistência do fato: caso a decisão proferida pelo Poder 
Judiciário tenha declarado que o fato criminoso imputado ao servidor sequer existiu, ou seja, 
que não ocorreu o fato que se queria imputar ao servidor, absolvendo-o na esfera penal, este 
deverá ser necessariamente absolvido nas esferas administrativa e civil. 
2ª) absolvição criminal por negativa de autoria: caso a decisão judicial absolva o servidor sob 
a alegação de que ele não foi o autor do fato criminoso, apesar de ter ocorrido, deverá ser 
absolvido também nas esferas administrativa e civil. 
 O Código Civil brasileiro, em seu artigo 935, estabelece que “a responsabilidade civil é 
independente da criminal, não se podendo questionar mais sobre a existência do fato, ou sobre quem 
seja o seu autor, quando estas questões se acharem decididas no juízo criminal”. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 121 
 
 
Para responder às questões de prova: As bancas 
examinadoras adoram afirmar que a absolvição penal por 
insuficiência ou ausência de provas vincula as demais esferas, 
o que está errado! 
 
 Na verdade, é muito comum o servidor ser absolvido na esfera penal por ausência ou 
insuficiência de provas. Nesse caso, o juiz não está afirmando que o fato criminoso não ocorreu ou 
que o servidor não é o autor, está declarando apenas que as provas existentes nos autos não são 
suficientes para formar o seu convencimento e embasar uma condenação penal. 
 Sendo assim, mesmo que absolvido na esfera penal por insuficiência ou ausência de provas, 
o servidor poderá ser responsabilizado nas esferas administrativa e civil. 
 
Para responder às questões do CESPE: Sempre que um 
servidor estiver respondendo penal e administrativamente por 
um mesmo fato disciplinar e houver, na ação penal, absolvição 
por falta de provas, esta absolvição se estende ao processo 
administrativo (Analista Ambiental/MMA ICMBIO/CESPE). 
Assertiva considerada incorreta pela banca examinadora. 
 
 A responsabilidade civil do servidor público é subjetiva e decorre de ato omissivo ou 
comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros. 
Nesses termos, caso o particular ingresse com uma ação judicial contra o Estado pleiteando 
indenização civil pelos danos causados por um servidor, a demanda estará amparada no § 6º do 
artigo 37 daCF/88, que estabelece a responsabilidade objetiva do Estado, independentemente de 
dolo ou culpa. Por outro lado, caso o Estado seja condenado a indenizar o particular, deverá 
ingressar com uma ação regressiva em face do servidor causador do dano. 
É importante esclarecer que a responsabilidade do servidor é de natureza subjetiva, portanto, 
para que seja obrigado a ressarcir os eventuais prejuízos causados ao Estado, é necessário que seja 
comprovado o seu dolo ou culpa. 
 
 
(Analista Judiciário/TRE PI/FCC) Tratando-se de dano 
causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda 
Pública, em ação regressiva. Assertiva considerada correta 
pela banca examinadora. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 122 
 
 
 
 
 15. Do processo administrativo 
disciplinar 
 
 
 
 
A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a 
sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao 
acusado ampla defesa. Não se trata de uma faculdade assegurada à autoridade pública, mas sim de 
um dever imposto diretamente pela lei. 
 Para fins de concursos públicos, é importante destacar que a expressão “processo 
administrativo disciplinar” representa um gênero, ao qual correspondem duas espécies: 
sindicância e processo disciplinar (este último, também denominado de processo administrativo 
disciplinar “stricto sensu”). 
 A apuração de infrações administrativas poderá ser promovida por autoridade de órgão ou 
entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a irregularidade, mediante competência 
específica para tal finalidade, delegada em caráter permanente ou temporário pelo Presidente da 
República, pelos presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo 
Procurador-Geral da República, no âmbito do respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as 
competências para o julgamento que se seguir à apuração. 
 
 
A competência para apuração de eventual infração pode ser 
delegada a órgão ou entidade diferente daquele em que tenha 
ocorrido a irregularidade. Todavia, a competência para 
julgamento dos fatos apurados permanece sob a 
responsabilidade das autoridades previstas no art. 141 da Lei 
8.112/1990. 
 
Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da 
irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu 
afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da 
remuneração. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus 
efeitos, ainda que não concluído o processo. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 123 
 
As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a 
identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a 
autenticidade. Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou ilícito penal, a 
denúncia será arquivada, por falta de objeto. 
 
 
 15.1 Da sindicância 
 Apesar do Estatuto dos Servidores Públicos Federais fazer referência expressa à sindicância, 
destaca-se que a mesma não foi detalhada em seu texto, o que leva a doutrina a concluir que o 
procedimento a ser adotado para a sua instituição e funcionamento será o mesmo previsto para o 
processo disciplinar. 
 Em termos gerais, constata-se que a sindicância será instaurada para a apuração de infrações 
administrativas “menos graves”, que possam culminar na aplicação de penalidades “mais brandas”: 
advertência ou suspensão de até trinta dias. 
 Caso a apuração realizada através de sindicância conclua que a infração administrativa 
praticada pelo servidor público enseja a aplicação de penalidade mais grave (demissão, suspensão 
por mais de trinta dias, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em 
comissão) deverá ser instaurado, obrigatoriamente, processo disciplinar. 
Da sindicância poderá resultar: o arquivamento do processo; a aplicação de penalidade de 
advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias; ou, ainda, a instauração de processo disciplinar. Na 
hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração está capitulada como ilícito penal, a 
autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público, independentemente da 
imediata instauração do processo disciplinar. 
 O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado 
por igual período, a critério da autoridade superior. 
 
 
 15.2 Do processo disciplinar 
 O processo disciplinar será conduzido por comissão composta de três servidores estáveis 
designados pela autoridade competente, observado o disposto no § 3º do art. 143, que indicará, 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 124 
 
dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, 
ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. 
 Não há necessidade de que todos os membros da comissão sejam titulares de cargos efetivos, 
sendo suficiente que gozem de estabilidade (é possível encontrar servidores públicos que sejam 
estáveis, mas, na prática, não ocupam cargos efetivos, nos termos do art. 19 do ADCT da Constituição 
Federal). De outro lado, o dispositivo legal é expresso ao exigir que o Presidente da comissão seja 
estável e titular de cargo efetivo. 
 A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a 
indicação recair em um de seus membros. 
 As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado. Entretanto, as respectivas 
reuniões serão registradas em atas que deverão detalhar as deliberações adotadas. Sempre que 
necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos, ficando seus membros 
dispensados do ponto, até a entrega do relatório final. 
O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados 
da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, 
quando as circunstâncias o exigirem. 
Serão assegurados transporte e diárias: 
I - ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua repartição, na condição de 
testemunha, denunciado ou indiciado; 
II - aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a se deslocarem da sede dos 
trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos. 
 
 
 15.2.1 Fases do processo disciplinar 
 O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases: 
I - instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão; 
II - inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório; 
III - julgamento. 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 125 
 
 
 15.2.1.1 Da instauração 
O processo administrativo disciplinar tem início com a sua respectiva instauração, que ocorre 
mediante a publicação de portaria especifica editada pela autoridade competente. Não há 
necessidadede publicação desse ato administrativo no Diário Oficial, sendo suficiente que seja 
divulgado através de boletim de pessoal (boletim interno de serviço, que circula no âmbito do órgão 
ou entidade responsável pela instauração). 
No julgamento do Recurso em Mandado de Segurança nº 25.105/DF, de relatoria do Ministro 
Joaquim Barbosa, o Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que “não se 
exige, na portaria de instauração de processo disciplinar, descrição detalhada dos fatos investigados, 
sendo considerada suficiente a delimitação do objeto do processo pela referência a categorias de 
atos possivelmente relacionados a irregularidades”. 
 
 15.2.1.2 Do inquérito 
Na fase intitulada como “inquérito administrativo” serão realizados os atos necessários à 
apuração de eventual infração praticada por servidor, a exemplo da oitiva de testemunhas, 
notificação do acusado, realização de perícias, interrogatório, entre outros. Durante a realização 
desses atos deverá ser obedecido o princípio do contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, 
com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito. 
Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, 
investigações e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, 
a técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos. 
O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados impertinentes, meramente 
protelatórios, ou de nenhum interesse para o esclarecimento dos fatos. Ademais, será indeferido o 
pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato independer de conhecimento especial de 
perito. 
É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o processo pessoalmente ou por 
intermédio de procurador, arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e 
formular quesitos, quando se tratar de prova pericial. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 126 
 
 
Deve ficar claro que a constituição de advogado para 
acompanhar as etapas do processo administrativo é uma 
faculdade outorgada ao servidor público, não sendo obrigatória 
a sua participação para o regular e legal processamento do feito. 
Esse é o entendimento contido na Súmula Vinculante nº 5 do 
Supremo Tribunal Federal, ao declarar que: “A falta de defesa 
técnica por advogado no processo administrativo 
disciplinar não ofende a Constituição”. 
As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado expedido pelo presidente da 
comissão, devendo a segunda via, com o ciente do interessado, ser anexado aos autos. Se a 
testemunha for servidor público, a expedição do mandado será imediatamente comunicada ao 
chefe da repartição onde serve, com a indicação do dia e hora marcados para inquirição. 
O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo (lançado no “papel”), não sendo 
lícito à testemunha trazê-lo por escrito apenas para uma “leitura” perante os membros da comissão. 
As testemunhas serão inquiridas separadamente e, na hipótese de depoimentos 
contraditórios ou que se infirmem, proceder-se-á à acareação entre os depoentes, colocando-os 
frente a frente com o objetivo de esclarecer a realidade dos fatos. 
Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão promoverá o interrogatório do acusado, 
observados os procedimentos previstos nos arts. 157 e 158 da Lei 8.112/1990. No caso de mais de 
um acusado, cada um deles será ouvido separadamente, e sempre que divergirem em suas 
declarações sobre fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles. 
O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem como à inquirição das 
testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, 
reinquiri-las, por intermédio do presidente da comissão. 
Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, a comissão proporá à 
autoridade competente que ele seja submetido a exame por junta médica oficial, da qual participe 
pelo menos um médico psiquiatra. Nesse caso, o incidente de sanidade mental será processado em 
auto apartado (separado) e apenso (anexo) ao processo principal, após a expedição do laudo 
pericial. 
 Enquanto o incidente de sanidade mental não for decidido pela autoridade competente ficará 
suspensa a tramitação do processo principal, sendo possível apenas a prática de atos que 
independem do resultado da avaliação médica e aqueles que podem ser prejudicados pelo 
adiamento. 
 Se a junta médica oficial atestar a capacidade psíquica do servidor tanto no momento da 
prática do fato quanto no período em que está sendo processado, o processo administrativo seguirá 
normalmente. De outro lado, se for atestada a incapacidade mental do servidor, a comissão deverá 
remeter o processo para a autoridade competente, sugerindo o seu arquivamento em relação à 
infração administrativa cometida. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 127 
 
Superado o incidente de insanidade mental e realizadas todas as diligências necessárias ao 
esclarecimento da eventual infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a 
especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas, caso a comissão entenda que tenha 
sido configurada a prática de falta administrativa. 
 A indiciação é o instrumento formal de acusação do servidor, oportunidade em que deixa de 
ser considerado um mero “suspeito” para ser denominado de “acusado” da prática de infração 
administrativa. Doravante, o indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da 
comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do 
processo na repartição (havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de vinte dias). 
 
 
Para responder às questões de prova: o prazo de defesa 
poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas 
indispensáveis. 
 
 No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para defesa 
contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com 
a assinatura de (2) duas testemunhas. 
O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o lugar onde 
poderá ser encontrado. 
Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital, publicado no 
Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido, 
para apresentar defesa. Nesse caso, o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a partir da última 
publicação do edital. 
Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar defesa no prazo 
legal. A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para a defesa 
(contar-se-á novo prazo para a apresentação de defesa). 
Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um servidor 
como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou 
ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. 
Após a apresentação de defesa pelo servidor ou pelo defensor dativo, quando for o caso, a 
comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará 
as provas em que se baseou para formar a sua convicção. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________Página 128 
 
O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, 
não sendo permitido que a comissão apresente um documento meramente opinativo. Ademais, 
também não pode ser elaborado relatório que apresente várias conclusões, deixando sob a 
responsabilidade da autoridade competente escolher aquela que for “mais justa”. 
Se a comissão reconhecer a responsabilidade do servidor, deverá indicará o dispositivo legal 
ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes. 
O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade que 
determinou a sua instauração, para julgamento. 
 
 
 15.2.1.3 Do julgamento 
No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, a autoridade julgadora 
proferirá a sua decisão. 
Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade instauradora do processo, este 
será encaminhado à autoridade competente, que decidirá em igual prazo. Havendo mais de um 
indiciado e diversidade de sanções, o julgamento caberá à autoridade competente para a imposição 
da pena mais grave. 
Reconhecida pela comissão a inocência do servidor, a autoridade instauradora do processo 
determinará o seu arquivamento, salvo se flagrantemente contrária à prova dos autos. 
O julgamento acatará o relatório da comissão, salvo quando contrário às provas dos autos. 
Quando o relatório da comissão contrariar as provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, 
motivadamente, agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de 
responsabilidade. 
Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que determinou a instauração do 
processo ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no 
mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração de novo processo. 
 
 
Para responder às questões de prova: lembre-se sempre de 
que o julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do 
processo. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 129 
 
 
Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o registro do fato 
nos assentamentos individuais do servidor. 
O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou 
aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, acaso 
aplicada. Ocorrida a exoneração de que trata o parágrafo único, inciso I do art. 34 da Lei 8.112/1990, 
o ato será convertido em demissão, se for o caso. 
 
 
 15.3 Da revisão do processo 
O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando 
se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a 
inadequação da penalidade aplicada. Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do 
servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do processo. 
No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo 
curador. 
No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente. Nesse caso, deve ficar claro que 
a simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para a revisão, que requer 
elementos novos, ainda não apreciados no processo originário. 
O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de Estado ou autoridade 
equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade 
onde se originou o processo disciplinar. Deferida a petição, a autoridade competente providenciará 
a constituição de comissão, na forma do art. 149 da Lei 8.112/1990. 
A revisão correrá em apenso ao processo originário e, na petição inicial, o requerente pedirá 
dia e hora para a produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar. 
A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão dos trabalhos, aos quais serão 
aplicados, no que couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do processo disciplinar. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 130 
 
 
Para responder às questões de prova: o julgamento do pedido 
de revisão caberá à mesma autoridade que aplicou a penalidade, 
nos termos do art. 141 da Lei 8.112/1990. 
 
O prazo para julgamento do pedido de revisão será de 20 (vinte) dias, contados do 
recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências. 
Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, 
restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em 
comissão, que será convertida em exoneração. 
 Ao responder as questões de prova, tenha muito cuidado para não confundir “recurso 
administrativo” com “pedido de revisão”. 
O recurso administrativo é utilizado pelo interessado para rediscutir uma decisão que acabou 
de ser proferida. Neste caso, tudo o que consta no processo administrativo será reanalisado por um 
órgão superior, que poderá decidir de forma diferente, mesmo que prejudicando ainda mais o 
recorrente (reformatio in pejus). 
Por outro lado, o pedido de revisão ocorre, em regra, após a decisão já ter sido proferida e o 
recurso administrativo decido. Trata-se de um instrumento que viabiliza a “reabertura” do processo 
administrativo, pois ocorre uma reapreciação total, agora com base em fatos novos ou 
circunstâncias relevantes suscetíveis de justificar a inadequação da sanção aplicada. 
 Ao contrário do que ocorre na decisão de recurso administrativo, na revisão do processo 
administrativo não poderá resultar agravamento da sanção (reformatio in pejus). 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 131 
 
 
 
 16. Da seguridade social do 
servidor 
 
 
 
 
A União, expressão que inclui todos os órgãos da Administração Pública Federal (a exemplo 
dos Ministérios), manterá Plano de Seguridade Social para o servidor e sua família. 
O servidor ocupante de cargo em comissão que não seja, simultaneamente, ocupante de 
cargo ou emprego efetivo na administração pública direta, autárquica e fundacional não terá direito 
aos benefícios do Plano de Seguridade Social, com exceção da assistência à saúde. Nesse caso, será 
contribuinte do regime geral de previdência social – RGPS. 
O servidor afastado ou licenciado do cargo efetivo, sem direito à remuneração, inclusive para 
servir em organismo oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo ou com o qual coopere 
(ONU, por exemplo), ainda que contribua para regime de previdência social no exterior, terá 
suspenso o seu vínculo com o regime do Plano de Seguridade Social do Servidor Público enquanto 
durar o afastamento ou a licença, não lhes assistindo, neste período, os benefícios do mencionado 
regime de previdência. 
Perceba que nesse caso o servidor não será excluído do Plano de Seguridade, mas apenas 
suspenso. Será assegurado ao servidor licenciado ou afastado sem remuneração a manutenção da 
vinculação ao regime do Plano de Seguridade Social do Servidor Público, mediante o recolhimento 
mensal da respectiva contribuição, no mesmo percentual devido pelos servidores em atividade, 
incidente sobre a remuneração total do cargo a que faz jus no exercício de suas atribuições, 
computando-se, para esse efeito, inclusive,as vantagens pessoais. 
Para se manter vinculado ao Plano de Seguridade o servidor deverá fazer o recolhimento do 
valor correspondente à sua contribuição até o segundo dia útil após a data do pagamento das 
remunerações dos servidores integrantes do quadro ao qual faz parte, aplicando-se os 
procedimentos de cobrança e execução dos tributos federais quando não recolhidas na data de 
vencimento. 
 O art. 184 da Lei 8.112/90 é expresso ao afirmar que o Plano de Seguridade Social visa a dar 
cobertura aos riscos a que estão sujeitos o servidor e sua família, e compreende um conjunto de 
benefícios e ações que atendam às seguintes finalidades: 
I - garantir meios de subsistência nos eventos de doença, invalidez, velhice, acidente em serviço, 
inatividade, falecimento e reclusão; 
II - proteção à maternidade, à adoção e à paternidade; 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 132 
 
III - assistência à saúde. 
Os benefícios do Plano de Seguridade Social do servidor compreendem: 
I - quanto ao servidor: 
a) aposentadoria; 
b) auxílio-natalidade; 
c) salário-família; 
d) licença para tratamento de saúde; 
e) licença à gestante, à adotante e licença-paternidade; 
f) licença por acidente em serviço; 
g) assistência à saúde; 
h) garantia de condições individuais e ambientais de trabalho satisfatórias; 
II - quanto ao dependente: 
a) pensão vitalícia e temporária; 
b) auxílio-funeral; 
c) auxílio-reclusão; 
d) assistência à saúde. 
As aposentadorias e pensões serão concedidas e mantidas pelos órgãos ou entidades aos 
quais se encontram vinculados os servidores, observado o disposto nos arts. 189 e 224. 
 
 
O recebimento indevido de benefícios havidos por fraude, dolo 
ou má-fé, implicará devolução ao erário do total auferido, sem 
prejuízo da ação penal cabível. 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 133 
 
 16.1 Dos benefícios 
 
 16.1.1 Da aposentadoria 
Nos termos do art. 186 da CF/1998, que encontra respaldo no art. 40 da Constituição Federal 
de 1988, o servidor será aposentado: 
I - por invalidez permanente, sendo os proventos integrais quando decorrente de acidente 
em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, especificada em lei, e 
proporcionais nos demais casos; 
Consideram-se doenças graves, contagiosas ou incuráveis, a tuberculose ativa, alienação 
mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira posterior ao ingresso no serviço público, 
hanseníase, cardiopatia grave, doença de Parkinson, paralisia irreversível e incapacitante, 
espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estados avançados do mal de Paget (osteíte 
deformante), Síndrome de Imunodeficiência Adquirida - AIDS, e outras que a lei indicar, com base 
na medicina especializada. 
Nessa hipótese o servidor será submetido à junta médica oficial, que atestará a invalidez 
quando caracterizada a incapacidade para o desempenho das atribuições do cargo ou a 
impossibilidade de se aplicar o instituto da readaptação, previsto no art. 24 da Lei 8.112/90. 
 
 
A aposentadoria por invalidez será precedida de licença para 
tratamento de saúde, por período não excedente a 24 (vinte e 
quatro) meses. Expirado o período de licença e não estando em 
condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado, o servidor 
será aposentado. 
 
Dispõe o art. 190 da Lei 8.112/90 que o servidor aposentado com provento proporcional ao 
tempo de serviço se acometido de qualquer das moléstias especificadas no § 1o do art. 186 e, por 
esse motivo, for considerado inválido por junta médica oficial passará a perceber provento integral, 
calculado com base no fundamento legal de concessão da aposentadoria. 
Por sua vez, quando proporcional ao tempo de serviço, o provento não será inferior a 1/3 
(um terço) da remuneração da atividade. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 134 
 
Deve ficar claro que, a critério da Administração, o servidor em licença para tratamento de 
saúde ou aposentado por invalidez poderá ser convocado a qualquer momento, para avaliação das 
condições que ensejaram o afastamento ou a aposentadoria. Se ficar constatado o restabelecimento 
das condições de trabalho o servidor retornará à ativa. 
 Por sua vez, o lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do ato 
da aposentadoria será considerado como de prorrogação da licença. 
II - compulsoriamente: 
O art. 40, III, da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, 
de 2015, determina que a aposentadoria compulsória se dará com proventos proporcionais ao 
tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, 
na forma de lei complementar. 
Nestes termos, foi promulgada a Lei Complementar nº 152/2015, estabelecendo que serão 
aposentados compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 75 
(setenta e cinco) anos de idade: 
I - os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios, incluídas suas autarquias e fundações; 
II - os membros do Poder Judiciário; 
III - os membros do Ministério Público; 
IV - os membros das Defensorias Públicas; 
V - os membros dos Tribunais e dos Conselhos de Contas. 
A aposentadoria compulsória será automática, e declarada por ato, com vigência a partir do 
dia imediato àquele em que o servidor atingir a idade-limite de permanência no serviço ativo. 
III - voluntariamente: 
a) aos 35 (trinta e cinco) anos de serviço, se homem, e aos 30 (trinta) se mulher, com 
proventos integrais; 
b) aos 30 (trinta) anos de efetivo exercício em funções de magistério se professor, e 25 (vinte 
e cinco) se professora, com proventos integrais; 
c) aos 30 (trinta) anos de serviço, se homem, e aos 25 (vinte e cinco) se mulher, com proventos 
proporcionais a esse tempo; 
d) aos 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e aos 60 (sessenta) se mulher, com 
proventos proporcionais ao tempo de serviço. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 135 
 
 
 
São estendidos aos inativos quaisquer benefícios ou vantagens 
posteriormente concedidas aos servidores em atividade, 
inclusive quando decorrentes de transformação ou 
reclassificação do cargo ou função em que se deu a 
aposentadoria. 
 
Ao servidor aposentado será paga a gratificação natalina, até o dia vinte do mês de dezembro, 
em valor equivalente ao respectivo provento, deduzido o adiantamento recebido. 
 
 
Ao ex-combatente que tenha efetivamente participado de 
operações bélicas, durante a Segunda Guerra Mundial, nos 
termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967, será 
concedida aposentadoria com provento integral, aos 25 (vinte 
e cinco) anos de serviço efetivo. 
 
 
 16.1.2 Do auxílio-natalidade 
Dispõe o art. 196 da Lei 8.112/90 que o auxílio-natalidade é devido à servidora por motivo de 
nascimento de filho, em quantia equivalente ao menor vencimento do serviço público, inclusive no 
caso de natimorto (feto que morre dentro do útero maternoou durante o parto). 
No ano de 2015 o valor do menor vencimento básico da administração pública federal era de 
R$ 591,32, correspondente ao cargo de auxiliar do seguro social. Portanto, eis o valor pago a título 
de auxílio natalidade. 
Na hipótese de parto múltiplo, o valor será acrescido de 50% (cinquenta por cento), por 
nascituro. Assim, caso a servidora seja mãe de trigêmeos, por exemplo, receberá o valor de R$ 
591,32 + R$ 295,66 + R$ 295,66. 
Lembre-se que o auxílio será pago ao cônjuge ou companheiro servidor público, quando a 
parturiente não for servidora. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 136 
 
 16.1.3 Do salário-família 
 
O art. 197 da Lei 8.112/90 dispõe que o salário-família é devido ao servidor ativo ou ao 
inativo, por dependente econômico. 
Consideram-se dependentes econômicos para efeito de percepção do salário-família: 
I - o cônjuge ou companheiro e os filhos, inclusive os enteados até 21 (vinte e um) anos de idade 
ou, se estudante, até 24 (vinte e quatro) anos ou, se inválido, de qualquer idade; 
II - o menor de 21 (vinte e um) anos que, mediante autorização judicial, viver na companhia e às 
expensas do servidor, ou do inativo; 
III - a mãe e o pai sem economia própria. 
Não se configura a dependência econômica quando o beneficiário do salário-família perceber 
rendimento do trabalho ou de qualquer outra fonte, inclusive pensão ou provento da aposentadoria, 
em valor igual ou superior ao salário-mínimo. 
Quando o pai e mãe forem servidores públicos e viverem em comum, o salário-família será 
pago a um deles; quando separados, será pago a um e outro, de acordo com a distribuição dos 
dependentes. 
 
 
Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a madrasta e, na falta 
destes, os representantes legais dos incapazes. 
 
O salário-família não está sujeito a qualquer tributo, nem servirá de base para qualquer 
contribuição, inclusive para a Previdência Social. Ademais, o afastamento do cargo efetivo, sem 
remuneração, não acarreta a suspensão do pagamento do salário-família. 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 137 
 
 16.1.4 Da pensão 
O art. 215 da Lei 8.112/90 dispõe que “por morte do servidor, os seus dependentes, nas 
hipóteses legais, fazem jus à pensão por morte, observados os limites estabelecidos no inciso XI do 
caput do art. 37 da Constituição Federal e no art. 2º da Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004”. 
São beneficiários das pensões: 
Art. 217. São beneficiários das pensões: 
I - o cônjuge; 
II - o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, com percepção de pensão 
alimentícia estabelecida judicialmente; 
III - o companheiro ou companheira que comprove união estável como entidade familiar; 
IV - o filho de qualquer condição que atenda a um dos seguintes requisitos: 
a) seja menor de 21 (vinte e um) anos; 
b) seja inválido; 
c) tenha deficiência grave; ou 
d) tenha deficiência intelectual ou mental; 
V - a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor; e 
VI - o irmão de qualquer condição que comprove dependência econômica do servidor e atenda a 
um dos requisitos previstos no inciso IV. 
 
 
A concessão de pensão aos beneficiários de que tratam os itens I 
a IV exclui os beneficiários referidos nos itens V e VI. Por sua 
vez, a concessão de pensão aos beneficiários de que trata o item 
V exclui o beneficiário referido no item VI. 
 
O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do servidor e desde 
que comprovada dependência econômica, na forma estabelecida em regulamento. 
Ocorrendo habilitação de vários titulares à pensão, o seu valor será distribuído em partes 
iguais entre os beneficiários habilitados. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 138 
 
A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer, 
aposentado ou não, a contar da data: 
I - do óbito, quando requerida em até 180 (cento e oitenta dias) após o óbito, para os filhos 
menores de 16 (dezesseis) anos, ou em até 90 (noventa) dias após o óbito, para os demais 
dependentes; 
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso I do caput deste artigo; 
ou 
III - da decisão judicial, na hipótese de morte presumida. 
A concessão da pensão por morte não será protelada pela falta de habilitação de outro possível 
dependente e a habilitação posterior que importe em exclusão ou inclusão de dependente só 
produzirá efeito a partir da data da publicação da portaria de concessão da pensão ao dependente 
habilitado. 
Ajuizada a ação judicial para reconhecimento da condição de dependente, este poderá 
requerer a sua habilitação provisória ao benefício de pensão por morte, exclusivamente para fins de 
rateio dos valores com outros dependentes, vedado o pagamento da respectiva cota até o trânsito 
em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência de decisão judicial em contrário. 
Nas ações em que for parte o ente público responsável pela concessão da pensão por morte, 
este poderá proceder de ofício à habilitação excepcional da referida pensão, apenas para efeitos de 
rateio, descontando-se os valores referentes a esta habilitação das demais cotas, vedado o 
pagamento da respectiva cota até o trânsito em julgado da respectiva ação, ressalvada a existência 
de decisão judicial em contrário. Julgada improcedente a ação, o valor retido será corrigido pelos 
índices legais de reajustamento e será pago de forma proporcional aos demais dependentes, de 
acordo com as suas cotas e o tempo de duração de seus benefícios. 
Em qualquer hipótese, fica assegurada ao órgão concessor da pensão por morte a cobrança 
dos valores indevidamente pagos em função de nova habilitação 
Perde o direito à pensão por morte: 
I - após o trânsito em julgado, o beneficiário condenado pela prática de crime de que tenha 
dolosamente resultado a morte do servidor; 
II - o cônjuge, o companheiro ou a companheira se comprovada, a qualquer tempo, simulação ou 
fraude no casamento ou na união estável, ou a formalização desses com o fim exclusivo de 
constituir benefício previdenciário, apuradas em processo judicial no qual será assegurado o direito 
ao contraditório e à ampla defesa. 
Será concedida pensão provisória por morte presumida do servidor, nos seguintes casos 
previstos no art. 221: 
I - declaração de ausência, pela autoridade judiciária competente; 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 139 
 
II - desaparecimento em desabamento, inundação, incêndio ou acidente não caracterizado como 
em serviço; 
III - desaparecimento no desempenho das atribuições do cargo ou em missão de segurança. 
A pensão provisória será transformada em vitalícia ou temporária, conforme o caso, 
decorridos 5 (cinco) anos de sua vigência, ressalvado o eventual reaparecimento do servidor, 
hipótese em que o benefício será automaticamente cancelado. 
Acarreta perda da qualidade de beneficiário: 
I - o seu falecimento; 
II - a anulação do casamento, quando a decisão ocorrer após a concessão da pensão ao 
cônjuge;III - a cessação da invalidez, em se tratando de beneficiário inválido, ou o afastamento da 
deficiência, em se tratando de beneficiário com deficiência, respeitados os períodos mínimos 
decorrentes da aplicação das alíneas a e b do inciso VII do caput deste artigo; 
IV - o implemento da idade de 21 (vinte e um) anos, pelo filho ou irmão; 
V - a acumulação de pensão na forma do art. 225; 
VI - a renúncia expressa; e 
VII - em relação aos beneficiários de que tratam os incisos I a III do caput do art. 217: 
a) o decurso de 4 (quatro) meses, se o óbito ocorrer sem que o servidor tenha vertido 18 
(dezoito) contribuições mensais ou se o casamento ou a união estável tiverem sido iniciados em 
menos de 2 (dois) anos antes do óbito do servidor; 
b) o decurso dos seguintes períodos, estabelecidos de acordo com a idade do pensionista na 
data de óbito do servidor, depois de vertidas 18 (dezoito) contribuições mensais e pelo menos 2 
(dois) anos após o início do casamento ou da união estável: 
1) 3 (três) anos, com menos de 21 (vinte e um) anos de idade; 
2) 6 (seis) anos, entre 21 (vinte e um) e 26 (vinte e seis) anos de idade; 
3) 10 (dez) anos, entre 27 (vinte e sete) e 29 (vinte e nove) anos de idade; 
4) 15 (quinze) anos, entre 30 (trinta) e 40 (quarenta) anos de idade; 
5) 20 (vinte) anos, entre 41 (quarenta e um) e 43 (quarenta e três) anos de idade; 
6) vitalícia, com 44 (quarenta e quatro) ou mais anos de idade. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 140 
 
 
 
A critério da administração, o beneficiário de pensão cuja 
preservação seja motivada por invalidez, por incapacidade ou 
por deficiência poderá ser convocado a qualquer momento para 
avaliação das referidas condições. 
 
Por morte ou perda da qualidade de beneficiário, a respectiva cota reverterá para os 
cobeneficiários. 
É importante destacar que as pensões serão automaticamente atualizadas na mesma data e 
na mesma proporção dos reajustes dos vencimentos dos servidores, aplicando-se o disposto no 
parágrafo único do art. 189 da Lei 8.112/90. 
 
 
Ressalvado o direito de opção, é vedada a percepção cumulativa 
de pensão deixada por mais de um cônjuge ou companheiro ou 
companheira e de mais de 2 (duas) pensões. 
 
 
 16.1.5 Do Auxílio-funeral 
O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou aposentado, em valor 
equivalente a um mês da remuneração ou provento. No caso de acumulação legal de cargos, o 
auxílio será pago somente em razão do cargo de maior remuneração. 
 O auxílio será pago no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, por meio de procedimento 
sumaríssimo, à pessoa da família que houver custeado o funeral. Ademais, se o funeral for custeado 
por terceiro, este será indenizado, observado o disposto no artigo anterior. 
Em caso de falecimento de servidor em serviço fora do local de trabalho, inclusive no exterior, 
as despesas de transporte do corpo correrão à conta de recursos da União, autarquia ou fundação 
pública. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 141 
 
 
 16.1.6 Do Auxílio-reclusão 
À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valores: 
I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou 
preventiva, determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão. Nesses casos o 
servidor terá direito à integralização da remuneração, desde que absolvido posteriormente. 
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença 
definitiva, a pena que não determine a perda de cargo. 
O pagamento do auxílio-reclusão cessará a partir do dia imediato àquele em que o servidor 
for posto em liberdade, ainda que condicional. 
 
 
Ressalvado o disposto em lei, o auxílio-reclusão será devido, nas 
mesmas condições da pensão por morte, aos dependentes do 
segurado recolhido à prisão. 
 
 
 16.1.7 Da assistência à saúde 
O art. 230 da Lei 8.112/90 dispõe que a assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de 
sua família compreende assistência médica, hospitalar, odontológica, psicológica e farmacêutica, 
terá como diretriz básica o implemento de ações preventivas voltadas para a promoção da saúde e 
será prestada pelo Sistema Único de Saúde – SUS, diretamente pelo órgão ou entidade ao qual 
estiver vinculado o servidor, ou mediante convênio ou contrato, ou ainda na forma de auxílio, 
mediante ressarcimento parcial do valor despendido pelo servidor, ativo ou inativo, e seus 
dependentes ou pensionistas com planos ou seguros privados de assistência à saúde, na forma 
estabelecida em regulamento. 
Nas hipóteses previstas na Lei 8.112/90 em que seja exigida perícia, avaliação ou inspeção 
médica, na ausência de médico ou junta médica oficial, para a sua realização o órgão ou entidade 
celebrará, preferencialmente, convênio com unidades de atendimento do sistema público de saúde, 
entidades sem fins lucrativos declaradas de utilidade pública, ou com o Instituto Nacional do Seguro 
Social - INSS. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 142 
 
Na impossibilidade, devidamente justificada, o órgão ou entidade promoverá a contratação 
da prestação de serviços por pessoa jurídica, que constituirá junta médica especificamente para 
esses fins, indicando os nomes e especialidades dos seus integrantes, com a comprovação de suas 
habilitações e de que não estejam respondendo a processo disciplinar junto à entidade fiscalizadora 
da profissão. 
A fim de implementar a assistência à saúde do servidor, ficam a União e suas entidades 
autárquicas e fundacionais autorizadas a: 
I - celebrar convênios exclusivamente para a prestação de serviços de assistência à saúde para 
os seus servidores ou empregados ativos, aposentados, pensionistas, bem como para seus 
respectivos grupos familiares definidos, com entidades de autogestão por elas patrocinadas por 
meio de instrumentos jurídicos efetivamente celebrados e publicados até 12 de fevereiro de 2006 e 
que possuam autorização de funcionamento do órgão regulador, sendo certo que os convênios 
celebrados depois dessa data somente poderão sê-lo na forma da regulamentação específica sobre 
patrocínio de autogestões, a ser publicada pelo mesmo órgão regulador, no prazo de 180 (cento e 
oitenta) dias da vigência desta Lei, normas essas também aplicáveis aos convênios existentes até 12 
de fevereiro de 2006. 
II - contratar, mediante licitação, na forma da Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, 
operadoras de planos e seguros privados de assistência à saúde que possuam autorização de 
funcionamento do órgão regulador. 
O valor do ressarcimento fica limitado ao total despendido pelo servidor ou pensionista civil 
com plano ou seguro privado de assistência à saúde. 
A Portaria nº 8/2016, do MPOG, definiu os valores per capita conforme faixas de renda e de 
idade relativos à participação da União no custeio da assistência à saúde suplementar dos servidores 
ativos, aposentados e dependentes (plano de saúde). O atual valor per capita médio passou de R$ 
117,78 para R$ 145,00. 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________cargos efetivos ou em comissão; 
✔ Empregados públicos; 
✔ Contratados temporariamente em virtude de necessidade temporária de excepcional 
interesse público. 
 
Servidores públicos titulares de cargos efetivos são aqueles que ingressaram no serviço 
público mediante concurso público e que, portanto, podem adquirir a estabilidade após 03 (três) 
anos de efetivo exercício. Esses servidores também são chamados de estatutários, pois são regidos 
por um estatuto legal, responsável por disciplinar seus principais direitos e deveres em face da 
Administração Pública. 
Na esfera federal, o estatuto responsável por disciplinar as relações entre Administração 
Pública e servidores é a Lei 8.112/1990. Todavia, cada ente estatal possui autonomia para criar seu 
próprio estatuto dos servidores, como aconteceu em Minas Gerais com a edição da Lei Estadual 
869/1952, e em Montes Claros/MG (terra do terremoto), com a edição da Lei Municipal 3.175/2003. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 14 
 
Pergunta: professor, os servidores das entidades da Administração Indireta também são 
regidos por um estatuto jurídico? 
Depende. Na esfera federal, somente os servidores da União, seus respectivos órgãos 
públicos (a exemplo do Tribunal Superior Eleitoral), autarquias e fundações públicas de direito 
público federais são regidos pela Lei 8.112/90, pois os empregados das empresas públicas e 
sociedades de economia mista são necessariamente celetistas. Sendo assim, é correto afirmar que 
somente as entidades regidas pelo direito público adotam o regime estatutário, pois este é inerente 
às funções típicas de Estado (fiscalização, administração fazendária, advocacia pública, etc), nos 
termos do artigo 247 da CF/88. 
Além dos servidores titulares de cargos efetivos, é válido destacar que os ocupantes de cargos 
em comissão (de livre nomeação e exoneração) também são denominados servidores públicos. 
Entretanto, em virtude de ocuparem cargos em comissão (também denominados cargos de 
confiança), tais servidores não gozam de estabilidade, pois se sustentam no cargo apenas em virtude 
da “confiança” depositada pela autoridade responsável pela nomeação. 
Desse modo, é correto afirmar que são servidores públicos tanto os ocupantes de cargos de 
provimento efetivo, quanto os ocupantes de cargos em comissão. 
A segunda espécie de agente administrativo citada pelo professor Hely Lopes Meirelles é o 
empregado público, que não ocupa cargo, mas sim emprego público. 
Os empregados públicos não são regidos por um estatuto (e, portanto, não podem ser 
chamados de estatutários), mas sim pela Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que lhes assegura 
os mesmos direitos previstos para os trabalhadores da iniciativa privada, tais como aviso prévio, 
FGTS, seguro desemprego, entre outros estabelecidos no artigo 7º da CF/88 (que não são garantidos 
aos servidores públicos na totalidade). 
As empresas públicas e sociedades de economia mista (integrantes da Administração Pública 
Indireta) adotam necessariamente o regime celetista para os seus empregados, apesar de serem 
obrigadas a realizar concurso público para a contratação de pessoal. 
Por último, integram também a categoria dos agentes administrativos aqueles que são 
contratados temporariamente para atender a uma necessidade temporária de excepcional 
interesse público, conforme preceituado no inciso IX, artigo 37, da Constituição Federal de 1988. 
Neste caso, a lei de cada ente federativo (União, Estados, DF e Municípios) estabelecerá os 
prazos máximos de duração desses contratos e as situações que podem ser consideradas de 
necessidade temporária, conforme estudaremos posteriormente. 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 15 
 
 
 
 
 2. Disposições preliminares 
 
 
 
 
A Lei 8.112/90 dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, seus 
respectivos órgãos, sobre as autarquias e as fundações públicas federais de Direito Público. Deve 
ficar bem claro que as suas disposições legais não alcançam os empregados das empresas públicas 
e das sociedades de economia mista, que são regidos pelo regime celetista. 
 Nas palavras do professor José dos Santos Carvalho Filho, regime jurídico “é o conjunto de 
regras de Direito que regulam determinada relação jurídica”, sendo possível citar como exemplo o 
regime estatutário, o celetista e o regime especial. 
 
 2.1 Regime estatuário 
 
Regime estatutário é o conjunto de regras previstas em lei e responsável por disciplinar a 
relação jurídica entre os servidores públicos e a Administração direta, autárquica e fundacional de 
Direito Público, em todos os entes federativos. 
É regra geral que cada ente estatal (União, Estados, Municípios e DF) possua o seu próprio 
regime estatutário, responsável por regular os direitos e os deveres de seus servidores. Somente 
para exemplificar, destaca-se que no Estado de Minas Gerais é a Lei Estadual nº 869/52 que 
estabelece o regime jurídico de seus servidores. Por outro lado, na minha querida cidade de Montes 
Claros/MG, o regime jurídico dos servidores públicos municipais foi instituído pela Lei Municipal 
3.175/03. 
A Lei Federal 8.112/90 (que instituiu regime jurídico dos servidores públicos da União, 
fundações públicas de Direito Público e autarquias) serviu e tem servido de parâmetro normativo 
para vários Municípios e Estados brasileiros, o que não invalida as legislações dos respectivos entes. 
Uma das principais características do regime estatutário é a garantia de aquisição de 
estabilidade, após 03 (três) anos de efetivo exercício, para os servidores nomeados para cargos de 
provimento efetivo em virtude de concurso público, nos termos do artigo 41 da Constituição Federal 
de 88. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 16 
 
Pergunta: O regime estatutário, a exemplo daquele instituído pela Lei 8.112/90, abrange 
somente os servidores titulares de cargos efetivos? 
Não. Apesar de ser uma dúvida comum entre os candidatos, é válido esclarecer que o regime 
estatutário abrange os cargos de provimento efetivo e, ainda, os cargos de provimento em 
comissão (também chamados de cargos de confiança e que são de livre nomeação e exoneração da 
autoridade competente, independentemente de prévia aprovação em concurso público). 
A dúvida é muito comum porque aqueles que exercem exclusivamente cargos em comissão 
contribuem para o regime geral de previdência social (RGPS), apesar da obrigatoriedade de se 
submeterem aos deveres e proibições previstos nos respectivos estatutos. 
 
 
Lembre-se sempre de que a Lei 8.112/1990 dispõe sobre 
direitos e deveres aos titulares de cargos públicos efetivos e 
também para os ocupantes de cargos em comissão (cargos de 
confiança). 
O cargo público é definido legalmente como o “conjunto de atribuições e responsabilidades 
previstas na estrutura organizacional e que devem ser cometidas a um servidor”, possuindo as 
seguintes características: 
1ª) são acessíveis a todos os brasileiros natos e naturalizados que preencham os requisitos 
previstos na lei, bem como aos estrangeiros, na forma da lei; 
2ª) são criados por lei; 
3ª) possuem denominação própria; 
4ª) os vencimentos são pagos pelos cofres públicos; e 
5ª) as funções inerentes ao cargo público somente podem ser exercidasAula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 143 
 
 
 
 
 17. Resumo de véspera de prova 
 
 
 
 
 
 
1. Servidor é a pessoa legalmente investida em cargo público, seja ele de provimento efetivo ou em 
comissão. 
2. É possível a prestação de serviços gratuitos, desde que exista previsão legal. 
3. Os portugueses equiparados aos brasileiros naturalizados também podem ocupar cargos públicos 
no Brasil. 
4. Os requisitos básicos para investidura em cargo público somente devem ser comprovados no ato 
da posse. 
5. Atualmente, voltou a vigorar a obrigatoriedade de adoção de regime jurídico único para os 
servidores da Administração Pública brasileira. 
6. Regime estatutário é o conjunto de regras previstas em lei e responsável por disciplinar a relação 
jurídica entre os servidores públicos e a Administração direta, autárquica e fundacional de Direito 
Público, em todos os entes federativos. 
7. Regime celetista é aquele amparado pela Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei nº. 
5.542/43). O regime celetista (que ainda pode ser chamado de trabalhista ou de emprego) também 
pode ser aplicado no âmbito da Administração Pública brasileira. 
8. Os empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista sempre são regidos pela 
Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT. 
9. Nos termos do inciso IX, artigo 37, da CF/88 “a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo 
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público”. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 144 
 
10. Para ocupar cargo de provimento efetivo regido pela Lei nº 8.112∕1990, torna-se imprescindível 
que o interessado seja aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos, que poderá 
ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de 
carreira. 
11. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única vez, 
por igual período. 
12. O percentual de reserva de vagas para os portadores de deficiência nos concursos públicos 
federais é de até 20% (vinte por cento). 
13. A nomeação é a única forma de provimento originário existente. Todas as demais formas de 
provimento são consideradas derivadas. 
14. O provimento em cargos de confiança (também chamados de cargos em comissão) não exige 
prévia aprovação em concurso público. 
15. O candidato aprovado dentro do número de vagas oferecidas pelo concurso público deve ser 
obrigatoriamente nomeado pela Administração Pública durante o prazo de validade do certame. 
16. A posse ocorrerá no prazo improrrogável de até 30 (trinta) dias contados da publicação do ato 
de nomeação. 
17. É através da posse que ocorre a investidura do servidor no cargo público 
18. Depois de tomar posse no cargo público efetivo, o servidor terá o prazo de até 15 dias para entrar 
em exercício (começar a trabalhar). 
19. Não existe posse nos atos derivados de provimento, a exemplo da promoção, readaptação, 
reintegração etc. 
20. A promoção pode ser definida como a forma de provimento derivado pela qual o servidor, 
ocupante de cargo público em um nível ou classe específica, é provido em cargo de nível ou classe 
superior, integrante da mesma carreira. 
21. A readaptação é a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades 
compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental, sempre 
comprovada em inspeção médica. 
22. A reversão pode ser definida como o retorno à atividade de servidor que já se encontrava 
aposentado, podendo ocorrer de ofício ou a pedido. 
23. Reintegração é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado ou no cargo 
resultante de sua transformação, quando invalidada sua demissão por decisão administrativa ou 
judicial, com ressarcimento de todas as vantagens a que teria direito se estivesse trabalhando. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 145 
 
24. Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em decorrência de 
inabilitação em estágio probatório em outro cargo federal; desistência de exercício em cargo federal 
no período do estágio probatório; ou reintegração do anterior ocupante. 
25. Aproveitamento é o retorno à atividade de servidor que estava em disponibilidade para 
provimento em cargo com vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado, desde que 
exista vaga no órgão ou entidade administrativa. 
26. No âmbito federal, o prazo do estágio probatório é de 36 meses (ou três anos), isto é, o mesmo 
prazo necessário para que o servidor adquira a estabilidade. 
27. Durante o período do estágio probatório, o servidor poderá gozar de várias espécies de licenças 
e afastamentos previstos na Lei 8.112/1990. 
28. A estabilidade pode ser entendida como a garantia de permanência no serviço público do 
servidor aprovado em concurso público e nomeado para o exercício de cargo de provimento efetivo. 
29. A exoneração (simples desligamento do servidor dos quadros da Administração) não pode ser 
confundida com a demissão (esta possui caráter punitivo). 
30. Remoção e redistribuição não são formas de provimento de cargos públicos. 
31. O servidor que é designado para substituir ocupante de cargo ou função de confiança tem direito 
ao recebimento da remuneração correspondente, ainda que por prazo inferior a 30 (trinta) dias.
 
32. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, 
com ou sem mudança de sede. 
33. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito 
do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com prévia apreciação 
do órgão central do SIPEC (Sistema Integrado de Pessoal Civil da União). 
34. Vencimento é o valor básico que o servidor recebe pelo exercício das atribuições do cargo 
público. 
35. Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias 
permanentes estabelecidas em lei. 
36. Nenhum desconto incidirá sobre o vencimento, remuneração ou provento (valor recebido pelo 
aposentado) do servidor, salvo por imposição legal (a exemplo da retenção do imposto de renda na 
fonte) ou mandado judicial (pagamento de pensão alimentícia, por exemplo). 
37. As indenizações têm por objetivo restituir o servidor público de eventuais despesas surgidas no 
exercício das funções inerentes ao cargo público que ocupa e que foram pagas com recursos 
próprios. Desse modo, não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 146 
 
38. As diárias podem ser definidas como uma indenização a que faz jus o servidor quando a serviço 
se afastar da sede, em caráter eventual ou transitório, para outro ponto do território nacional ou 
para o exterior. 
39. O auxílio moradia está previsto nos artigos 60-A da Lei 8.112/90 e O auxílio-moradia consiste no 
ressarcimento de despesas comprovadamente realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou 
com meio de hospedagem administrado por empresa hoteleira, no prazo de até dois meses após a 
comprovação da despesa pelo servidor. 
40. O artigo 61 da Lei 8.112/90 estabelece um rol de gratificações e adicionais que podem ser pagosaos servidores públicos. Entretanto, é importante esclarecer que o rol é apenas exemplificativo, pois 
os servidores poderão receber outros adicionais ou gratificações previstas em outras leis. 
41. As férias deverão ser gozadas durante o ano civil, somente podendo ser acumuladas, até o 
máximo de dois períodos, no caso de necessidade de serviço anteriormente declarada. 
42. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da mesma espécie será 
considerada como prorrogação. 
43. Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge é uma licença sem remuneração, por prazo 
indeterminado, que poderá ser concedida ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro 
deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para exercício de mandato 
eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo. 
44. Quando o servidor obtém lotação provisória em outro órgão federal, o ônus de seu pagamento 
será da instituição de origem. Nesse caso, o órgão de destino deverá encaminhar mensalmente a 
frequência do servidor para que seja efetuado o controle. 
45. O artigo 85 da Lei 8.112/1990 assegura ao servidor público federal o direito à licença em 
decorrência de convocação para o serviço militar obrigatório, período que será considerado como 
de efetivo exercício e contado para todos os fins. 
46. O servidor candidato a cargo eletivo na localidade onde desempenha suas funções e que exerça 
cargo de direção, chefia, assessoramento, arrecadação ou fiscalização, dele será afastado, a partir 
do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral, até o décimo dia 
seguinte ao do pleito. 
47. Licença para Capacitação é o afastamento concedido ao servidor, a cada 05 (cinco) anos de 
efetivo exercício no Serviço Público Federal, para participar de curso de capacitação profissional, por 
até 03 (três) meses, sem perda da remuneração. 
48. A critério da Administração, poderão ser concedidas ao servidor ocupante de cargo efetivo, 
desde que não esteja em estágio probatório, licenças para o trato de assuntos particulares pelo 
prazo de até três anos consecutivos, sem remuneração. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 147 
 
49. É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o desempenho de mandato 
em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da 
categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar de gerência ou 
administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos para prestar serviços a 
seus membros; 
50. Licença para tratamento da própria saúde é a licença concedida ao servidor para tratamento de 
sua saúde, a pedido ou de ofício, mediante perícia médica, sem prejuízo da remuneração. 
51. O artigo 207 da Lei 8.112/1990, amparado pelo inciso XVIII, artigo 7º, da CF/1988, estabelece 
que “será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias consecutivos, sem 
prejuízo da remuneração”. Ao servidor também é assegurada legalmente a licença-paternidade pelo 
nascimento ou adoção de filhos, pelo prazo de 05 (cinco) dias consecutivos. 
52. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor acidentado em serviço. 
53. O servidor público federal poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos 
Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses: 
para exercício de cargo em comissão ou função de confiança ou em casos previstos em leis 
específicas. 
54. Após o término do gozo de licença para atividade política (remunerada por até 3 meses) com o 
objetivo de disputar mandato eletivo, se eleito, o servidor terá que se afastar provisoriamente do 
cargo efetivo para o exercício do cargo eletivo. Essa regra somente não se aplica quando o servidor 
tiver sido eleito para o cargo de vereador e existir compatibilidade de horários para o exercício de 
ambas as funções. 
55. Para ausentar-se do país para estudo ou missão oficial, o servidor deverá obter autorização do 
Presidente da República (quando se tratar de um servidor do Poder Executivo), Presidente dos 
Órgãos do Poder Legislativo (quando se tratar de um servidor do Poder Legislativo) ou Presidente 
do Supremo Tribunal Federal (quando se tratar de um servidor do Poder Judiciário Federal). 
56. Os servidores beneficiados pelos afastamentos para participação em programa de pós-
graduação stricto sensu terão que permanecer no exercício de suas funções, após o seu retorno, por 
um período igual ao do afastamento concedido. Somente após esse período será possível a 
solicitação de exoneração do cargo ou aposentadoria, exceto se for efetuado o ressarcimento aos 
cofres públicos de todas as despesas custeadas pela Administração no período, incluindo a 
remuneração do servidor; 
57. Horário Especial é uma concessão que permite ao servidor estudante, matriculado em cursos 
regulares de ensino fundamental, médio, superior e pós-graduação presencial, prestar serviço em 
horário diferenciado quando ficar comprovada a incompatibilidade entre o horário escolar e o da 
repartição. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 148 
 
58. Será concedido horário especial ao servidor portador de deficiência, quando comprovada a 
necessidade por junta médica oficial, independentemente de compensação de horário. 
59. O art. 99 da Lei 8.112/1990 dispõe que ao servidor estudante que mudar de sede no interesse 
da administração é assegurada, na localidade da nova residência ou na mais próxima, matrícula em 
instituição de ensino congênere, em qualquer época, independentemente de vaga. 
60. É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente em mais de 
um cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado, Distrito Federal e 
Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia mista e empresa pública. 
61. A Lei 8.112/90 não apresenta quais são as penalidades aplicáveis aos servidores que violarem os 
deveres funcionais, somente informa que “na aplicação das penalidades serão consideradas a 
natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as 
circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais”. 
62. O servidor não está obrigado a cumprir ordens manifestamente ilegais. Pelo contrário, além de 
ser obrigado a desobedecer à ordem manifestamente ilegal, ainda deverá representar contra a 
autoridade que proferiu a ordem. 
63. Na aplicação de penalidades, sempre deverão ser consideradas a natureza e a gravidade da 
infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes 
ou atenuantes e os antecedentes funcionais. 
64. O artigo 127 da Lei 8112/90 apresenta um rol de penalidades disciplinares que podem ser 
aplicadas ao servidor, a saber: advertência, suspensão, demissão, cassação de aposentadoria ou 
disponibilidade, destituição de cargo em comissão e destituição de função comissionada. 
65. O registro da penalidade de advertência, efetuado no assentamento funcional do servidor, 
poderá ser cancelado após o decurso de 03 (três) anos, desde que o servidor não tenha praticado, 
nesse período, nova infração disciplinar. 
66. A multa não é uma espécie autônoma de penalidade. Somente quando for conveniente para o 
serviço público, a Administração poderá converter a penalidade de suspensão em multa de 50% 
(cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração. 
67. A suspensão será aplicada em caso de reincidênciadas faltas punidas com advertência e de 
violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não 
podendo exceder de 90 (noventa) dias. 
68. A penalidade de suspensão terá seu registro cancelado após o decurso de 05 (cinco) anos, se o 
servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar. Da mesma forma que ocorre 
em relação à advertência, o cancelamento da penalidade não produzirá efeitos retroativos. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 149 
 
69. A demissão é a mais severa espécie de penalidade a que pode ser submetido o servidor público 
que exerça cargo de provimento efetivo. Assim, somente as condutas previstas de forma taxativa no 
texto legal podem respaldar sua imposição. 
70. O servidor público responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de suas 
atribuições. Assim, pela prática de uma única infração, será possível que responda a um processo na 
esfera penal, um processo na esfera cível e, ainda, um processo na esfera administrativa. 
71. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua 
apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao 
acusado ampla defesa. Não se trata de uma faculdade assegurada à autoridade pública, mas sim de 
um dever imposto diretamente pela lei. 
72. Em respeito ao princípio da segurança jurídica, o artigo 142 do Estatuto Federal estabelece que 
a ação disciplinar prescreverá: 
a) em 05 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposentadoria 
ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão; 
b) em 02 (dois) anos, quanto à suspensão; 
c) em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência. 
73. O servidor será aposentado: 
a) por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição, 
exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, 
contagiosa ou incurável, na forma da lei; 
b) compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição; 
c) voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no 
serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas 
as seguintes condições: 
- Aposentadoria de acordo com as regras normais: sessenta anos de idade e trinta e cinco de 
contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; 
- Aposentadoria proporcional: sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de 
idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. 
74. O salário-família é devido ao servidor ativo ou ao inativo, por dependente econômico. 
75. Por morte do servidor, os dependentes, nas hipóteses legais, fazem jus à pensão a partir da data 
de óbito, observado o teto remuneratório da Administração Pública e o limite estabelecido no art. 
2º da Lei no 10.887/2004. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 150 
 
76. O auxílio-funeral é devido à família do servidor falecido na atividade ou aposentado, em valor 
equivalente a um mês da remuneração ou provento. No caso de acumulação legal de cargos, o 
auxílio será pago somente em razão do cargo de maior remuneração. 
77. À família do servidor ativo é devido o auxílio-reclusão, nos seguintes valores: 
I - dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de prisão, em flagrante ou preventiva, 
determinada pela autoridade competente, enquanto perdurar a prisão. Nesses casos o servidor terá 
direito à integralização da remuneração, desde que absolvido posteriormente. 
II - metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de condenação, por sentença 
definitiva, a pena que não determine a perda de cargo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 151 
 
 
 
 
 18. Questões de concursos - FCC 
 
 
 
 
 
1. (FCC - Técnico - Área Administrativa - DPE/RS - 2017) 
Raimundo é servidor público efetivo estadual, classificado na Capital do Estado, exercendo 
cargo de chefia. Pretendia se aposentar por tempo de serviço quando completasse o interregno 
para tanto, mas se acidentou de uma escada e, após afastamento do serviço por razoável lapso 
de tempo, acabou se aposentando por invalidez. Ocorre que alguns meses após isso a 
Administração recebeu laudo elaborado pela equipe médica oficial retificando o resultado 
anterior, avaliando sua condição como apto para o trabalho, considerando as funções 
exercidas no cargo que ocupava. No que concerne ao destino do servidor público 
a) considerando que já estava aposentado, não poderá retornar à ativa, na medida em que a 
concessão da aposentadoria constitui direito adquirido do mesmo. 
b) o servidor deverá retornar às atividades, o que se denomina reversão, posto que os motivos 
que determinaram sua aposentadoria revelaram-se inexistentes. 
c) somente poderá ser reintegrado ao cargo que ocupava se ainda existir a mesma categoria, 
não sendo obrigatório retornar à função de confiança. 
d) este poderá optar entre retornar às mesmas atividades ou permanecer na inatividade, visto 
que o laudo médico apresentado tem aplicabilidade facultativa ao processo administrativo 
quando o ato decisório já tiver exaurido seus efeitos. 
e) deverá ser readaptado ao serviço público, em novo cargo ou no que anteriormente ocupava, 
a seu critério, desde que esteja apto a desempenhar as funções exigidas para os dois. 
 
2. (FCC/TRE-PR/Analista Judiciário - Área Judiciária – 2017) 
A Lei n° 8.112/1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, 
das autarquias e das fundações públicas federais, estabelece que a 
a) investidura em cargo público ocorre com a nomeação. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 152 
 
b) ascensão é forma de provimento de cargo público. 
c) posse ocorrerá nos casos de nomeação, promoção e reintegração. 
d) recondução é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no 
cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão 
administrativa ou judicial. 
e) reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado. 
 
3. (FCC/TRE-PR/Analista Judiciário - Área Judiciária – 2017) 
No que se refere à prescrição no âmbito da ação disciplinar, a Lei n° 8.112/1990 estabelece que 
a) o prazo prescricional começa a correr da data da ocorrência do fato. 
b) a abertura de sindicância não interrompe a prescrição. 
c) a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida 
por autoridade competente. 
d) infrações puníveis com demissão são imprescritíveis. 
e) prescreve em 2 anos a ação disciplinar quanto às infrações puníveis com suspensão e 
advertência. 
 
4. (Inédita – Curso Fabiano Pereira) 
De acordo com a Lei nº 8.112/1990, referente ao processo administrativo disciplinar, Assinale 
a alternativa correta: 
 a) O servidor público poderáser aposentado voluntariamente a qualquer momento, mesmo 
durante a tramitação de processo administrativo disciplinar, independentemente de seu 
resultado e eventual aplicação sancionatória. 
b) Servidor público reintegrado não terá direito ao cômputo do tempo de serviço, aos 
vencimentos e às vantagens que lhe seriam pagos no período de seu afastamento. 
c) É possível a imposição de penalidades após a conclusão de sindicância administrativa, sem a 
necessidade de instauração de processo administrativo disciplinar. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 153 
 
d) A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar suspende a prescrição. e) 
O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 90 (noventa) dias, contados da 
data de publicação do ato que constituir a comissão, vedada a sua prorrogação. 
e) O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 90 (noventa) dias, contados 
da data de publicação do ato que constituir a comissão, vedada a sua prorrogação. 
 
5. (FCC/Técnico Judiciário - Área Administrativa/TRE-PR – 2017) 
No que se refere ao processo administrativo disciplinar, a Lei n° 8.112/90 estabelece que 
a) a denúncia pode ser verbal ou por escrito, sendo vedado o anonimato. 
b) o prazo para a conclusão da sindicância é improrrogável. 
c) a autoridade instauradora do processo disciplinar deverá determinar o afastamento do 
servidor do exercício do cargo como medida cautelar. 
d) o processo disciplinar será conduzido por uma comissão, cujas reuniões e audiências serão 
públicas. 
e) é obrigatória a instauração de processo disciplinar sempre que o ilícito praticado pelo 
servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 dias. 
 
6. (FCC/Defensor Público – DPE-PR/2017) 
Sobre o tema Agentes Públicos, 
a) é aplicável a regra da aposentadoria compulsória por idade também aos servidores públicos 
que ocupem exclusivamente cargo em comissão, segundo o Superior Tribunal de Justiça. 
b) o desconto em folha de pagamento de servidor público, referente a ressarcimento ao erário, 
depende de prévia autorização dele ou de prévio procedimento administrativo que lhe 
assegure a ampla defesa e contraditório, segundo o Superior Tribunal de Justiça. 
c) é inconstitucional a “cláusula de barreira” inserida em edital de concurso público, segundo 
o Supremo Tribunal Federal. 
d) a extinção da punibilidade pela prescrição de determinada infração administrativa será 
registrada nos assentamentos funcionais apenas para impedir novamente o mesmo benefício 
no prazo de cinco anos, segundo o Superior Tribunal de Justiça. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 154 
 
e) os institutos da estabilidade e do estágio probatório, após alteração promovida pela Emenda 
Constitucional n° 19/1998, estão desvinculados, tendo em vista a possibilidade de prorrogação 
do estágio probatório. 
 
7. (FCC/Defensor Público – DPE-PR/2017) 
Sobre Agentes Públicos e Princípios e Regime Jurídico Administrativo, é correto afirmar: 
a) O princípio da impessoalidade destina-se a proteger simultaneamente o interesse público e 
o interesse privado, pautando-se pela igualdade de tratamento a todos administrados, 
independentemente de quaisquer preferências pessoais. 
b) São entes da Administração Indireta as autarquias, as fundações públicas, as empresas 
públicas, as sociedades de economia mista, e as subsidiárias destas duas últimas. As 
subsidiárias não dependem de autorização legislativa justamente por integrarem a 
Administração Pública Indireta. 
c) As contas bancárias de entes públicos que contenham recursos de origem pública 
prescindem de autorização específica para fins do exercício do controle externo. 
d) Os atos punitivos são os atos por meio dos quais o Poder Público aplica sanções por infrações 
administrativas pelos servidores públicos. Trata-se de exercício de Poder de Polícia com base 
na hierarquia. 
e) A licença não é classificada como ato negocial, pois se trata de ato vinculado, concedida 
desde que cumpridos os requisitos objetivamente definidos em lei. 
 
8. (FCC/Analista Judiciário – Área Judiciária – TRT – 24ª Região/ 2017) 
Fabio, servidor público federal e chefe de determinada repartição, concedeu licença a seu 
subordinado Gilmar, pelo período de um mês, para tratar de interesses particulares. No último 
dia da licença em curso, Fabio decide revogá-la por razões de conveniência e oportunidade. A 
propósito dos fatos, é correto afirmar que a revogação 
a) não é possível, pois o ato já exauriu seus efeitos. 
b) não é possível, pois apenas o superior de Fabio poderia assim o fazer. 
c) é possível, em razão da discricionariedade administrativa e da possibilidade de ocorrer com 
efeitos ex tunc. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 155 
 
d) não é possível, pois somente caberia o instituto da revogação se houvesse algum vício no 
ato administrativo. 
e) é possível, desde que haja a concordância expressa de Gilmar. 
 
9. (FCC/Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT – 24ª Região/ 2017) 
Maria prestou concurso para cargo em empresa pública prestadora de serviços públicos, tendo 
sido aprovada e regularmente empossada ao cargo no ano de 2015. Maria 
a) é considerada agente público para fins de incidência das sanções previstas na Lei de 
Improbidade Administrativa. 
b) submete-se obrigatoriamente ao regime estatutário do servidor público, sendo, no entanto, 
o vínculo jurídico entre ela e a empresa pública de natureza contratual. 
c) não terá direito de exigir motivação em eventual ato de demissão. 
d) poderá acumular seu emprego com cargos ou funções públicas, não lhe sendo aplicável a 
proibição de acumulação prevista na Constituição Federal. 
e) está sujeita a todas as normas aplicáveis aos servidores públicos das autarquias, sem 
qualquer exceção. 
 
10. (FCC/Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT – 24ª Região/ 2017) 
 
Caroline, servidora pública federal, sofreu penalidade de demissão após a conclusão de 
processo disciplinar. No entanto, pretende a revisão da decisão proferida, haja vista a 
existência de fatos novos, supervenientes ao julgamento e que comprovam a inadequação da 
penalidade aplicada. Para tanto, Caroline pleiteou a revisão do processo disciplinar. Nos termos 
da Lei nº 8.112/1990, o processo revisional 
a) será julgado pela mesma autoridade que aplicou a penalidade. 
b) correrá nos mesmos autos do processo disciplinar originário. 
c) será julgado no prazo máximo de quinze dias contados do recebimento do processo. 
d) traz o ônus da prova compartilhado, ou seja, cabe à requerente e à Administração pública 
angariar elementos para evidenciar a inadequação da penalidade aplicada. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 156 
 
e) não terá comissão para a condução do feito, ao contrário do que existe no processo 
disciplinar em que é constituída comissão composta por três servidores estáveis. 
 
11. (FCC/Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT – 24ª Região/ 2017) 
Francisco é AnalistaJudiciário de determinado Tribunal Regional do Trabalho e, em maio desse 
ano, pretende sair de férias, haja vista que terá preenchido os requisitos legais para tanto. A 
propósito do tema e nos termos da Lei nº 8.112/1990, 
a) admite-se levar à conta de férias as faltas ao serviço, justificadas e não justificadas. 
b) Francisco fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois 
períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação 
específica. 
c) as férias não poderão ser parceladas, sendo obrigatório o gozo do período inteiro das férias 
sob pena de responsabilidade do servidor. 
d) as férias não podem ser interrompidas, salvo única e exclusivamente por motivo de 
necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade. 
e) admite-se o gozo de férias antes de completado o primeiro período aquisitivo, isto é, antes 
de doze meses de exercício, iniciando-se novo período aquisitivo a partir do término do gozo 
das férias. 
 
12. (FCC/Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT – 24ª Região/ 2017) 
Claudia e Joana são servidoras públicas federais, tendo praticado faltas disciplinares no 
exercício de suas atribuições. Claudia faltou ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, 
interpoladamente, durante o período de doze meses. Joana, de histórico exemplar vez que 
nunca sofrera qualquer penalidade administrativa, opôs resistência injustificada à execução de 
determinado serviço. Cumpre salientar que ambas as servidoras ainda não foram processadas 
administrativamente embora a Administração já tenha conhecimento dos fatos praticados. 
Nos termos da Lei no 8.112/1990, as ações disciplinares relativas às infrações praticadas pelas 
servidoras prescreverão em 
a) 5 anos e 2 anos, respectivamente, contados tais prazos a partir da data em que os fatos se 
tornaram conhecidos pela Administração. 
b) 2 anos e 180 dias, respectivamente, contados tais prazos a partir da data em que os fatos se 
tornaram conhecidos pela Administração. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 157 
 
c) 5 anos e 180 dias, respectivamente, contados tais prazos a partir da data em que os fatos se 
tornaram conhecidos pela Administração. 
d) 2 anos, contado tal prazo da data em que praticadas as condutas. 
e) 5 anos, contado tal prazo da data em que praticadas as condutas. 
 
13. (FCC/Analista Judiciário – Área Judiciária – TRT – 24ª Região/ 2017) 
Adriana, servidora pública federal, deverá ter exercício em outro Município em razão de ter 
sido removida. Nos termos da Lei n° 8.112/1990, o prazo para Adriana retomar efetivamente 
o desempenho das atribuições de seu cargo, considerando que não pretende declinar de tal 
prazo, e que não está de licença ou gozando de afastamento será, contado da publicação do 
ato, de, no mínimo, 
a) dez e, no máximo, trinta dias, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento 
para a nova sede. 
b) cinco e, no máximo, sessenta dias, excluído desse prazo o tempo necessário para o 
deslocamento para a nova sede. 
c) cinco e, no máximo, trinta dias, excluído desse prazo o tempo necessário para o 
deslocamento para a nova sede. 
d) dez e, no máximo, sessenta dias, incluído nesse prazo o tempo necessário para o 
deslocamento para a nova sede. 
e) dez e, no máximo, noventa dias, incluído nesse prazo o tempo necessário para o 
deslocamento para a nova sede. 
 
14. (FCC/Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador – TRT – 24ª Região/ 2017) 
No que concerne a uma das fases do processo disciplinar, qual seja, o inquérito, 
especificamente quanto à oitiva das testemunhas, considere: 
I. As testemunhas serão sempre ouvidas antes do interrogatório do acusado. 
II. Se a testemunha trouxer seu depoimento por escrito, o presidente da comissão deverá 
aceitá-lo, vez que supre a oitiva que seria realizada, devendo imediatamente ser anexado aos 
autos. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 158 
 
III. As testemunhas, em regra, serão ouvidas conjuntamente, em observância ao princípio da 
celeridade processual. 
IV. Caso exista contrariedade nos depoimentos das testemunhas, cabe ao presidente da 
comissão, formar seu convencimento acerca de qual deles adotará como fundamento para 
decidir, não comportando, nesse caso, o instituto da acareação, só aplicado para depoimentos 
contraditórios de acusados. 
Nos termos da Lei n° 8.112/1990, está correto o que se afirma APENAS em 
a) I. 
b) I e II. 
c) IV. 
d)III e IV. 
e) II e IV. 
 
15. (FCC/Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT 11ª Região/2017) 
Flora é servidora pública federal e, por preencher os requisitos legais, foi recentemente, 
promovida. Sua promoção foi concedida em 10 de outubro de 2016 e, um mês depois, ou seja, 
em 10 de novembro de 2016, ocorreu a publicação do ato de promoção. Nos termos da Lei n° 
8.112/1990, a promoção 
a) não interrompe o tempo de exercício, que será contado no novo posicionamento na carreira 
a partir de 10 de novembro de 2016. 
b) interrompe o tempo de exercício, sendo contado no novo posicionamento na carreira a 
partir de 10 de outubro de 2016. 
c) não interrompe o tempo de exercício, que será contado no novo posicionamento na carreira 
a partir de 10 de outubro de 2016. 
d) interrompe o tempo de exercício, sendo contado no novo posicionamento na carreira a 
partir de 10 de novembro de 2016. 
e) interrompe o tempo de exercício, sendo contado no novo posicionamento na carreira a 
partir de 01 de novembro de 2016, ou seja, no primeiro dia do mês seguinte à promoção. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 159 
 
16. (FCC/Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador – TRT – 24ª Região/ 2017) 
Maria, servidora estável, sofreu penalidade de demissão em janeiro de 2013. A pena foi 
invalidada por decisão judicial transitada em julgado em janeiro de 2016. Ocorre que o cargo 
de Maria, que é servidora pública federal, encontra-se provido pela servidora Joaquina. Nesse 
caso, conforme preceitua a Lei no 8.112/1990, Maria será 
a) reintegrada ao seu cargo, sendo ressarcida de todas as vantagens referentes ao período em 
que ficou fora do serviço público. 
b) aproveitada em outro cargo com atribuições e vencimentos compatíveis com o anterior. 
c) colocada em disponibilidade, com direito de receber todos os vencimentos e vantagens 
inerentes ao cargo, até que seja providenciada a recolocação de Joaquina. 
d) reintegrada ao seu cargo, sendo ressarcida apenas dos vencimentos referentes ao período 
em que ficou fora do serviço público. 
e) redistribuída, sendo observados os requisitos legais de tal instituto, como por exemplo, a 
equivalência de vencimentos. 
 
17. (FCC/Analista Judiciário – Área Administrativa – TRE - SP/2017) 
 
Considere a seguinte situação hipotética: Pedro é servidor público federal há vinte e cinco anos 
e, em janeiro de 2016, foi nomeado para exercer o cargo de Ministro de Estado, razão pela qual 
mudou-se, pela primeira vez, da cidade de São Paulo, onde residia, para morar em Brasília com 
sua companheira Joana. Cumpre salientar que, em dezembro de 2015, a companheira de Pedro 
adquiriu um imóvel em Brasília com o objetivo de alugá-lo e assim obter uma renda extra, no 
entanto, o imóvel aindanão foi locado. Nos termos da Lei n° 8.112/1990, Pedro 
a) terá direito ao auxílio-moradia se a companheira de Pedro vender o imóvel. 
b) não terá direito ao auxílio-moradia, vez que o imóvel de Joana representa impeditivo legal 
ao aludido benefício. 
c) terá direito ao auxílio-moradia, desde que a companheira de Pedro não ocupe imóvel 
funcional em Brasília. 
d) terá direito ao auxílio-moradia, independentemente de qualquer outro requisito legal. 
e) não terá direito ao auxílio-moradia, vez que a lei veda tal benefício para o cargo de Ministro 
de Estado. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 160 
 
 
18. (FCC/Analista Judiciário – Área Administrativa – TRE - SP/2017) 
Entre as semelhanças e distinções possíveis de serem indicadas para os ocupantes de cargos e 
empregos públicos, está a 
a) possibilidade de submissão a regime público de aposentadoria, independente da natureza 
jurídica do ente ao qual estão vinculados, desde que previsto na lei de criação do ente. 
b) obrigatoriedade, para ambos, de se submeterem a estatuto disciplinar contendo direitos e 
deveres, estes que, se violados, dão lugar a processo disciplinar para aplicação de penalidades, 
exigindo-se participação de advogado para imposição de pena demissão. 
c) obrigatoriedade de prévia submissão a concurso público de provas e títulos, sendo que, no 
caso de empregados públicos, desde que, da lei que cria o ente que integra a Administração 
indireta, tenha constado essa exigência. 
d) responsabilidade objetiva para os funcionários públicos, à semelhança do imposto para a 
Administração direta, enquanto remanesce a modalidade subjetiva para os ocupantes de 
emprego público e seus empregadores. 
e) possibilidade dos empregados públicos serem demitidos por decisão motivada, não sendo 
necessário processo disciplinar, tal qual exigido para os funcionários públicos efetivos. 
 
19. (FCC/Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRE - SP/2017) 
Joaquim é servidor público federal e está cursando o terceiro ano da faculdade de Direito da 
sua cidade. Ocorre que Joaquim terá que mudar de sede, no interesse da Administração 
pública. Nos termos da Lei n° 8.112/90, desde que preenchidos os demais requisitos legais, 
será assegurada matrícula em instituição de ensino congênere, 
a) apenas no início do próximo ano letivo e desde que exista vaga, arcando a Administração 
com eventual prejuízo pelo período em que eventualmente fique sem estudar. 
b) na localidade da nova residência ou na mais próxima e em qualquer época do ano, 
independentemente de vaga. 
c) exclusivamente na localidade da nova residência, independentemente de vaga. 
d) em qualquer época do ano, mas desde que exista vaga, arcando a Administração com 
eventual prejuízo pelo período em que eventualmente fique sem estudar. 
e) apenas no início do próximo ano letivo, independentemente de vaga. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 161 
 
 
20. (FCC/Advogado – Prefeitura de Teresina - PI/2016) 
Considere: 
I. Exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do território 
nacional, por nomeação do Presidente da República. 
II. Desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal, 
inclusive para promoção por merecimento. 
III. Participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar 
representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei específica. 
IV. Licença por motivo de acidente em serviço. 
Nos termos da Lei n° 8.112/1990, são considerados como de efetivo exercício os afastamentos 
constantes APENAS em 
 
a) I, II e III. 
b) I e III. 
c) I, II e IV. 
d) I, III e IV. 
e) II e IV. 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 162 
 
 
 
 
 19. Gabarito - FCC 
 
 
 
 
1. B 
2. E 
3. C 
4. C 
5. E 
6. B 
7. C 
8. A 
9. A 
10. A 
11. B 
12. C 
13. A 
14. A 
15. A 
16. A 
17. B 
18. E 
19. B 
20. D 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado ________________________________ Aula 9 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 163 
 
 
 
 20. Questões resolvidas e 
comentadas – FCC 
 
 
 
 
 
1. (FCC - Técnico - Área Administrativa - DPE/RS - 2017) 
Raimundo é servidor público efetivo estadual, classificado na Capital do Estado, exercendo 
cargo de chefia. Pretendia se aposentar por tempo de serviço quando completasse o interregno 
para tanto, mas se acidentou de uma escada e, após afastamento do serviço por razoável lapso 
de tempo, acabou se aposentando por invalidez. Ocorre que alguns meses após isso a 
Administração recebeu laudo elaborado pela equipe médica oficial retificando o resultado 
anterior, avaliando sua condição como apto para o trabalho, considerando as funções 
exercidas no cargo que ocupava. No que concerne ao destino do servidor público 
a) considerando que já estava aposentado, não poderá retornar à ativa, na medida em que a 
concessão da aposentadoria constitui direito adquirido do mesmo. 
b) o servidor deverá retornar às atividades, o que se denomina reversão, posto que os motivos 
que determinaram sua aposentadoria revelaram-se inexistentes. 
c) somente poderá ser reintegrado ao cargo que ocupava se ainda existir a mesma categoria, 
não sendo obrigatório retornar à função de confiança. 
d) este poderá optar entre retornar às mesmas atividades ou permanecer na inatividade, visto 
que o laudo médico apresentado tem aplicabilidade facultativa ao processo administrativo 
quando o ato decisório já tiver exaurido seus efeitos. 
e) deverá ser readaptado ao serviço público, em novo cargo ou no que anteriormente ocupava, 
a seu critério, desde que esteja apto a desempenhar as funções exigidas para os dois. 
COMENTÁRIOS: 
a) A lei 8.112, prevê em seu art. 25 a possibilidade de retorno ao trabalho para servidores que já 
estejam aposentados, fenômeno conhecido como Reversão. Na situação em comento trata-se de 
reversão de ofício que ocorre quando, por Junta Médica Oficial, forem declarados insubsistentes os 
motivos que ensejaram a aposentadoria do servidor. Alternativa incorreta. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado ________________________________ Aula 9 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 164 
 
b) Conforme abordado no item acima, o art. 25 da lei 8.112/90, prevê a possibilidade de retorno do 
servidor público ao trabalho. Nos termo do inciso I, do referido artigo, essa hipótese ocorrerá 
quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da aposentadoria. Portanto, 
alternativa correta. 
c) A reversão dar-se-á no mesmo cargo, classe e nível em que ocorreu aposentadoria, ou 
equivalente, no caso de reorganização ou transformação da estrutura do cargo. Está sujeita à 
existência de dotação orçamentária e financeira no respectivo órgão ou entidade. Com relação a 
função de confiança, por se tratar de cargo de livre nomeação, a autoridade competente decidirá 
quem deve ocupar, portantonão há que se falar em obrigatoriedade no caso de reversão. 
d) Por se tratar de hipótese de reversão de ofício, o retorno do servidor é obrigatório e não 
facultativo, dada a sua aptidão para a realização do trabalho. Alternativa incorreta. 
e) Conforme já mencionado em alternativa anterior, a reversão se dará no mesmo cargo em que o 
servidor se encontrava no momento da aposentadoria, ou no cargo resultante da sua transformação, 
conforme estabelece o art. 25, §1º da lei 8.112. Assertiva incorreta. 
Gabarito: “b”. 
2. (FCC/TRE-PR/Analista Judiciário - Área Judiciária – 2017) 
A Lei n° 8.112/1990, que dispõe sobre o regime jurídico dos servidores públicos civis da União, 
das autarquias e das fundações públicas federais, estabelece que a 
a) investidura em cargo público ocorre com a nomeação. 
b) ascensão é forma de provimento de cargo público. 
c) posse ocorrerá nos casos de nomeação, promoção e reintegração. 
d) recondução é a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, ou no 
cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão 
administrativa ou judicial. 
e) reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado. 
COMENTÁRIOS: 
a) É através da posse que ocorre a investidura do servidor no cargo público. A posse é o ato pelo 
qual o candidato, após prévia aprovação em concurso público, declara formalmente o interesse em 
estabelecer um vínculo jurídico com a Administração. Esse mesmo raciocínio se aplica para aqueles 
que foram nomeados para cargos em comissão, já que a investidura no cargo também ocorrerá 
através da posse. Alternativa incorreta. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado ________________________________ Aula 9 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 165 
 
b) O fenômeno da ascensão foi declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal e 
consequentemente revogado pela lei 9.527/97, pois possibilitava a investidura de servidor, sem 
prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo diverso dos possíveis 
pela carreira a que era investido. Alternativa incorreta. 
c) só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação, portanto, tratando-se de 
provimento derivado (aproveitamento, reversão, promoção, reintegração etc.) não há que se falar 
em posse. Alternativa incorreta. 
d) Recondução consiste no retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado em 
decorrência de três hipóteses: inabilitação em estágio probatório em outro cargo federal; 
desistência de exercício em cargo federal no período do estágio probatório; ou reintegração do 
anterior ocupante. A situação descrita na alternativa é a da reintrgração. Alternativa incorreta. 
e) A reversão pode ser definida como o retorno à atividade de servidor que já se encontrava 
aposentado, podendo ocorrer de ofício ou a pedido. Alternativa correta. 
Gabarito: “e”. 
3. (FCC/TRE-PR/Analista Judiciário - Área Judiciária – 2017) 
No que se refere à prescrição no âmbito da ação disciplinar, a Lei n° 8.112/1990 estabelece que 
a) o prazo prescricional começa a correr da data da ocorrência do fato. 
b) a abertura de sindicância não interrompe a prescrição. 
c) a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida 
por autoridade competente. 
d) infrações puníveis com demissão são imprescritíveis. 
e) prescreve em 2 anos a ação disciplinar quanto às infrações puníveis com suspensão e 
advertência. 
COMENTÁRIOS: 
a) Segundo a previsão do art. 142, §1º da lei 8.112/90, “O prazo de prescrição começa a correr da 
data em que o fato se tornou conhecido.”. Alternativa incorreta. 
b) O art. 142, §3º da lei 8.112/90, prevê que a abertura de sindicância interrompe a prescrição, até 
a decisão final proferida por autoridade competente. Alternativa incorreta. 
c) assim como a abertura de sindicância, o parágrafo 3º do art. 142 da lei 8.112/90, também assegura 
que a instauração de processo disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por 
autoridade competente. Alternativa correta. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado ________________________________ Aula 9 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 166 
 
d) As infrações puníveis com demissão prescrevem em 5(cinco) anos conforme estabelece o art. 142, 
I da lei 8.112/90. Alternativa incorreta. 
e) As infrações puníveis com suspensão, de fato prescrevem em 2 (dois) anos, conforme art. 142, II 
da lei 8.112/90. Contudo, as infrações puníveis com advertência prescrevem em 180 (cento e 
oitenta) dias, nos termos do art. 142, III também da lei 8.112/90. Alternativa incorreta. 
Gabarito: “c”. 
4. (INÉDITA – Curso Fabiano Pereira) 
De acordo com a Lei nº 8.112/1990, referente ao processo administrativo disciplinar, Assinale a 
alternativa correta: 
 a) O servidor público poderá ser aposentado voluntariamente a qualquer momento, mesmo 
durante a tramitação de processo administrativo disciplinar, independentemente de seu resultado 
e eventual aplicação sancionatória. 
b) Servidor público reintegrado não terá direito ao cômputo do tempo de serviço, aos vencimentos 
e às vantagens que lhe seriam pagos no período de seu afastamento. 
c) É possível a imposição de penalidades após a conclusão de sindicância administrativa, sem a 
necessidade de instauração de processo administrativo disciplinar. 
d) A abertura de sindicância ou a instauração de processo disciplinar suspende a prescrição. e) O 
prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 90 (noventa) dias, contados da data de 
publicação do ato que constituir a comissão, vedada a sua prorrogação. 
e) O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 90 (noventa) dias, contados da 
data de publicação do ato que constituir a comissão, vedada a sua prorrogação. 
COMENTÁRIOS: 
a) A resposta da questão encontra-se prevista, de forma expressa, no art. 172 da Lei 8.112/1990, 
que assim dispõe: “o servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a 
pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da 
penalidade, acaso aplicada.” Assertiva incorreta. 
b) A reintegração pode ser definida como a reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente 
ocupado ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada sua demissão por decisão 
administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens a que teria direito se estivesse 
trabalhando, conforme dispõe o art. 28 da Lei nº 8.112/1990 combinado com o art.41, §2º, da CF/88. 
Assertiva incorreta. 
c) A sindicância será instaurada para a apuração de infrações administrativas “menos graves”, que 
possam culminar na aplicação de penalidades “mais brandas”. Dela poderá resultar: o arquivamento 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado ________________________________ Aula 9 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 167 
 
do processo; a aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30 (trinta) dias; ou, 
ainda, a instauração de processo disciplinar. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a 
infração está tipificada como ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos 
ao Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar. 
Assertiva correta. 
d) Na verdade, com a instauração de processo administrativo disciplinar ou abertura de sindicância 
a prescrição será interrompida até a decisão final proferida por autoridade competente (e não 
suspensa). Interrompidoo curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia em que 
cessar a interrupção. Assertiva incorreta. 
e) O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 (sessenta) dias, contados da 
data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, 
quando as circunstâncias o exigirem. Assertiva incorreta. 
Gabarito: “c”. 
5. (FCC/Técnico Judiciário - Área Administrativa/TRE-PR – 2017) 
No que se refere ao processo administrativo disciplinar, a Lei n° 8.112/90 estabelece que 
a) a denúncia pode ser verbal ou por escrito, sendo vedado o anonimato. 
b) o prazo para a conclusão da sindicância é improrrogável. 
c) a autoridade instauradora do processo disciplinar deverá determinar o afastamento do 
servidor do exercício do cargo como medida cautelar. 
d) o processo disciplinar será conduzido por uma comissão, cujas reuniões e audiências serão 
públicas. 
e) é obrigatória a instauração de processo disciplinar sempre que o ilícito praticado pelo 
servidor ensejar a imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 dias. 
COMENTÁRIOS: 
a) As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a 
identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a 
autenticidade, conforme previsto pelo art. 144 da lei 8.112/90. Alternativa incorreta. 
b) O prazo para conclusão da sindicância será de no máximo 30 dias, prorrogável por igual período, 
a critério da autoridade competente, previsão expressa do parágrafo único do art. 145 da lei 
8.112/90. Alternativa incorreta. 
c) Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da irregularidade, 
a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu afastamento do exercício 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado ________________________________ Aula 9 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 168 
 
do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da remuneração. O afastamento poderá 
ser prorrogado por igual prazo, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não concluído o 
processo. O afastamento preventivo é tratado pelo art. 147 da lei 8.112/90. Alternativa incorreta. 
d) Segundo o que dispõe o art. 150, parágrafo único, as reuniões e as audiências das comissões terão 
caráter reservado. Entretanto, as respectivas reuniões serão registradas em atas que deverão 
detalhar as deliberações adotadas. Alternativa incorreta. 
e) Caso a apuração realizada através de sindicância conclua que a infração administrativa praticada 
pelo servidor público enseja a aplicação de penalidade mais grave (demissão, suspensão por mais 
de trinta dias, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou destituição de cargo em comissão) 
deverá ser instaurado, obrigatoriamente, processo disciplinar (art. 146 da lei 8.112/90). 
Gabarito: “e”. 
6. (FCC/Defensor Público – DPE-PR/2017) 
Sobre o tema Agentes Públicos, 
a) é aplicável a regra da aposentadoria compulsória por idade também aos servidores públicos 
que ocupem exclusivamente cargo em comissão, segundo o Superior Tribunal de Justiça. 
b) o desconto em folha de pagamento de servidor público, referente a ressarcimento ao erário, 
depende de prévia autorização dele ou de prévio procedimento administrativo que lhe 
assegure a ampla defesa e contraditório, segundo o Superior Tribunal de Justiça. 
c) é inconstitucional a “cláusula de barreira” inserida em edital de concurso público, segundo 
o Supremo Tribunal Federal. 
d) a extinção da punibilidade pela prescrição de determinada infração administrativa será 
registrada nos assentamentos funcionais apenas para impedir novamente o mesmo benefício 
no prazo de cinco anos, segundo o Superior Tribunal de Justiça. 
e) os institutos da estabilidade e do estágio probatório, após alteração promovida pela Emenda 
Constitucional n° 19/1998, estão desvinculados, tendo em vista a possibilidade de prorrogação 
do estágio probatório. 
COMENTÁRIOS: 
a) A aposentadoria compulsória está prevista no art. 40, II da Constituição Federal e determina que 
os servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, 
incluídas suas autarquias e fundações, se aposentarão compulsoriamente, com proventos 
proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) 
anos de idade, na forma de lei complementar. De acordo com as lições de Marcelo Alexandrino e 
Vicente Paulo, “É importante frisar que somente os servidores públicos titulares de cargos efetivos 
fazem jus a esse regime de previdência, chamado regime próprio, justamente por ser diferente do 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado ________________________________ Aula 9 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 169 
 
regime de previdência denominado regime geral, a que se sujeitam os demais trabalhadores.” É 
importante destacar ainda para a resolução satisfatória da alternativa o art. 40, §13º da Constituição 
Federal que determina:”ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em 
lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, 
aplica-se o regime geral de previdência social.” Alternativa incorreta 
b) No Recurso Especial 651.081- RJ, julgado em 17/06/2010, o Superior Tribunal de Justiça reafirmou 
o entendimento de que o desconto em folha de pagamento de servidor público referente a 
ressarcimento ao erário depende de prévia autorização dele ou de procedimento administrativo que 
lhe assegure a ampla defesa e o contraditório. Alternativa correta 
c) No Recurso Extraordinário 635739/AL, julgado em 19/02/2014, o Supremo Tribunal Federal 
definiu que é constitucional a regra denominada “cláusula de barreira”, inserida em edital de 
concurso público, que limita o número de candidatos participantes de cada fase da disputa, com o 
intuito de selecionar apenas os concorrentes mais bem classificados para prosseguir no certame. O 
órgão colegiado explicou que o crescente número de candidatos ao ingresso em carreira pública 
provocaria a criação de critérios editalícios que restringissem a convocação de concorrentes de uma 
fase para outra dos certames. Assinalou que estas regras não produziriam eliminação por 
insuficiência de desempenho, mas estipulariam um corte deliberado no número de concorrentes 
que poderiam participar de fase posterior. Alternativa incorreta 
d) No Informativo n.º 0564 do Supremo Tribunal Federal referente ao período de 15 a 30 de junho 
de 2015, foi publicado entendimento jurisprudencial da Primeira Seção referente ao julgamento do 
Mandado de Segurança MS 21.598-DF. A decisão proferida foi no sentido de que não deve constar 
dos assentamentos individuais de servidor público federal a informação de que houve a extinção 
da punibilidade de determinada infração administrativa pela prescrição. O art. 170 da Lei 
8.112/1990 dispõe que, "Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará 
o registro do fato nos assentamentos individuais do servidor". Entretanto, o STF declarou 
incidentalmente a inconstitucionalidade do referido artigo no julgamento do MS 23.262-DF (Tribunal 
Pleno, DJe 29/10/2014). Nesse contexto, não se deve utilizar norma legal declarada inconstitucional 
pelo STF como fundamento para anotação de atos desabonadores nos assentamentos funcionais 
individuais de servidor, por se tratar de conduta que fere, em última análise, a própria CF. 
Alternativa incorreta 
e) A finalidade principal do estágio probatório definida por Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo é 
que ele “visa a avaliar a aptidão do servidor parao exercício de um determinado cargo.” O 
entendimento destes autores é de que o estágio probatório tem duração de três anos, “porque 
essa duração seria a única logicamente compatível com o prazo de três anos para a aquisição da 
estabilidade, fixado pela EC 19/1998.” De acordo com o art. 41 da Constituição Federal, são estáveis 
após três anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento efetivo em 
virtude de concurso público. Destacam ainda os autores que “cumpre anotar, ademais, que a 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e a do Superior Tribunal de Justiça têm apontado 
igualmente para o entendimento de que o prazo de três anos para aquisição da estabilidade fixado 
na EC 19/1998 é de aplicação imediata e teria afastado as regras legais que previam outro prazo para 
o estágio probatório. Embora os dois tribunais reconheçam expressamente que o estágio probatório 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado ________________________________ Aula 9 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 170 
 
e a estabilidade são institutos distintos, com finalidades diversas, ambos afirmam que não há como 
dissociar, na prática e no plano lógico, o prazo de um e de outro.”. Observe que a alternativa afirma 
erroneamente que o estágio probatório e a estabilidade estão desvinculados, sendo que os prazos 
dos dois institutos estão associados. Além disso, não cabe prorrogação do estágio probatório, 
conforme determina a presente alternativa. Alternativa incorreta 
Gabarito: “b”. 
7. (FCC/Defensor Público – DPE-PR/2017) 
Sobre Agentes Públicos e Princípios e Regime Jurídico Administrativo, é correto afirmar: 
a) O princípio da impessoalidade destina-se a proteger simultaneamente o interesse público e 
o interesse privado, pautando-se pela igualdade de tratamento a todos administrados, 
independentemente de quaisquer preferências pessoais. 
b) São entes da Administração Indireta as autarquias, as fundações públicas, as empresas 
públicas, as sociedades de economia mista, e as subsidiárias destas duas últimas. As 
subsidiárias não dependem de autorização legislativa justamente por integrarem a 
Administração Pública Indireta. 
c) As contas bancárias de entes públicos que contenham recursos de origem pública 
prescindem de autorização específica para fins do exercício do controle externo. 
d) Os atos punitivos são os atos por meio dos quais o Poder Público aplica sanções por infrações 
administrativas pelos servidores públicos. Trata-se de exercício de Poder de Polícia com base 
na hierarquia. 
e) A licença não é classificada como ato negocial, pois se trata de ato vinculado, concedida 
desde que cumpridos os requisitos objetivamente definidos em lei. 
COMENTÁRIOS: 
Observe que esta questão relaciona o conteúdo de agentes públicos com regime jurídico 
administrativo, por isso a necessidade de assimilação e revisão dos conteúdos vistos anteriormente. 
a) De acordo com as lições de Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “Exigir impessoalidade da Administração 
tanto pode significar que esse atributo deve ser observado em relação aos administrados como à 
própria Administração. No primeiro sentido, o princípio estaria relacionado com a finalidade pública 
que deve nortear toda a atividade administrativa. Significa que a Administração não pode atuar com 
vistas a prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público 
que tem que nortear o seu comportamento.”. No segundo sentido, o princípio significa, de acordo 
com José Afonso da Silva que "os atos e provimentos administrativos são imputáveis não ao 
funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade administrativa da Administração Pública, de 
sorte que ele é o autor institucional do ato. Ele é apenas o órgão que formalmente manifesta a 
vontade estatal.". Observe que o princípio da impessoalidade é pautado pelo interesse público e é 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado ________________________________ Aula 9 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 171 
 
sempre a finalidade pública que o norteia, ele não busca proteger o interesse privado, conforme a 
alternativa afirmou. Alternativa incorreta 
b) Conforme o art. 37, XIX e XX da Constituição Federal: 
XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa 
pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último 
caso, definir as áreas de sua atuação; 
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades 
mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada. 
É importante relembrar o significado de subsidiárias das entidades da Administração Indireta. De 
acordo com o entendimento de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo as "subsidiárias das entidades 
mencionadas no inciso anterior", a que se refere o inciso XX do art. 37 da Carta Política, são, 
simplesmente, pessoas jurídicas controladas por uma das entidades da administração indireta. Vale 
dizer, tais subsidiárias enquadram-se como "pessoas jurídicas controladas indiretamente pelo poder 
público" - expressão empregada em dispositivos constitucionais e leis administrativas, na qual 
"poder público" significa "ente federativo" ou "pessoa política". Os autores destacam ainda acerca 
da autorização legislativa que “consoante a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal a expressão 
"autorização legislativa", nesse dispositivo constitucional deve ser lida, simplesmente, como 
"autorização em lei". Significa dizer, a autorização em comento será dada em lei ordinária do ente 
federado competente.”. Alternativa incorreta 
c) No Mandado de Segurança 33.340, julgado em 26/05/2015, o Supremo Tribunal Federal definiu 
que “operações financeiras que envolvam recursos públicos não estão abrangidas pelo sigilo 
bancário a que alude a Lei Complementar nº 105/2001, visto que as operações dessa espécie estão 
submetidas aos princípios da administração pública insculpidos no art. 37 da Constituição Federal. 
Em tais situações, é prerrogativa constitucional do Tribunal [TCU] o acesso a informações 
relacionadas a operações financiadas com recursos públicos. O dever administrativo de manter 
plena transparência em seus comportamentos impõe não haver em um Estado Democrático de 
Direito, no qual o poder reside no povo (art. 1º, parágrafo único, da Constituição), ocultamento aos 
administrados dos assuntos que a todos interessam, e muito menos em relação aos sujeitos 
individualmente afetados por alguma medida.”. Alternativa correta 
d) De acordo com Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, “os atos punitivos são os meios pelos quais 
a administração pode impor diretamente sanções a seus servidores ou aos administrados em geral. 
O ato punitivo pode ter fundamento: 
a) no poder disciplinar, no que tange aos servidores públicos e aos particulares ligados à 
administração por algum vínculo jurídico específico (por exemplo, um contrato 
administrativo); 
b) no poder de polícia, quanto aos particulares em geral, não ligados à administração por 
vínculo jurídico específico (esses atos punitivos são aplicados no exercício do poder de polícia 
administrativa de natureza repressiva).”. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado ________________________________ Aula 9 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 172 
 
A alternativa cita como manifestação do poder de polícia os atos punitivos impostos aos servidores. 
Observe que os atos punitivos aplicados aos servidores decorremdo poder disciplinar. Alternativa 
incorreta 
e) Conforme Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, “os atos negociais são editados em situações nas 
quais o ordenamento jurídico exige que o particular obtenha anuência prévia da administração para 
realizar determinada atividade de interesse dele, ou exercer determinado direito. Quando há direito 
do particular, a administração deve praticar o ato, sempre que o administrado demonstre que 
cumpre todos os requisitos estabelecidos na lei como condição para exercício daquele direito.” 
Observe que é necessária a anuência prévia da Administração para concretização do ato. 
Os autores destacam ainda acerca da licença: “licença é ato administrativo negocial vinculado e 
definitivo, editado com fundamento no poder de polícia administrativa, nas situações em que o 
ordenamento jurídico exige a obtenção de anuência prévia da administração pública como condição 
para o exercício, pelo particular, de um direito subjetivo de que ele seja titular. São exemplos de 
licenças a concessão de um alvará para a realização de uma obra, a concessão de um alvará para o 
funcionamento de um estabelecimento comercial, a licença para o exercício de uma profissão, a 
licença para dirigir etc.”. Alternativa incorreta 
Gabarito: “c”. 
8. (FCC/Analista Judiciário – Área Judiciária – TRT – 24ª Região/ 2017) 
Fabio, servidor público federal e chefe de determinada repartição, concedeu licença a seu 
subordinado Gilmar, pelo período de um mês, para tratar de interesses particulares. No último 
dia da licença em curso, Fabio decide revogá-la por razões de conveniência e oportunidade. A 
propósito dos fatos, é correto afirmar que a revogação 
a) não é possível, pois o ato já exauriu seus efeitos. 
b) não é possível, pois apenas o superior de Fabio poderia assim o fazer. 
c) é possível, em razão da discricionariedade administrativa e da possibilidade de ocorrer com 
efeitos ex tunc. 
d) não é possível, pois somente caberia o instituto da revogação se houvesse algum vício no 
ato administrativo. 
e) é possível, desde que haja a concordância expressa de Gilmar. 
COMENTÁRIOS: 
De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro, “revogação é o ato administrativo discricionário pelo 
qual a Administração extingue um ato válido, por razões de oportunidade e conveniência. Como a 
revogação atinge um ato que foi editado em conformidade com a lei, ela não retroage; os seus 
efeitos se produzem a partir da própria revogação; são feitos ex nunc (a partir de agora). A revogação 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado ________________________________ Aula 9 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 173 
 
deve ser feita nos limites em que a lei a permite, implícita ou explicitamente; isto permite falar em 
limitações ao poder de revogar: não podem ser revogados os atos que exauriram os seus efeitos; 
como a revogação não retroage, mas apenas impede que o ato continue a produzir efeitos, se o ato 
já se exauriu, não há mais que falar em revogação.”. 
Observe que o ato que concedeu licença ao servidor Gilmar já exauriu seus efeitos porque Fábio a 
revogou no último dia, sendo que tal revogação não era mais possível. 
Gabarito: “a”. 
9. (FCC/Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT – 24ª Região/ 2017) 
Maria prestou concurso para cargo em empresa pública prestadora de serviços públicos, tendo 
sido aprovada e regularmente empossada ao cargo no ano de 2015. Maria 
a) é considerada agente público para fins de incidência das sanções previstas na Lei de 
Improbidade Administrativa. 
b) submete-se obrigatoriamente ao regime estatutário do servidor público, sendo, no entanto, 
o vínculo jurídico entre ela e a empresa pública de natureza contratual. 
c) não terá direito de exigir motivação em eventual ato de demissão. 
d) poderá acumular seu emprego com cargos ou funções públicas, não lhe sendo aplicável a 
proibição de acumulação prevista na Constituição Federal. 
e) está sujeita a todas as normas aplicáveis aos servidores públicos das autarquias, sem 
qualquer exceção. 
COMENTÁRIOS: 
a) O art. 2º da Lei n.º 8429/1992 define como agente público, todo aquele que exerce, ainda que 
transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou 
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades 
mencionadas no art. 1º desta Lei. Observe que Maria trabalha em empresa pública prestadora de 
serviços públicos, ou seja, ela trabalha na Administração Indireta que também está sujeita às sanções 
previstas na Lei n.º 8429/1992. Logo, Maria é considerada agente público para fins da Lei de 
Improbidade. Alternativa correta. 
b) Maria trabalha em uma empresa pública, conforme o comando da questão. Conforme o 
entendimento de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, “é próprio das entidades administrativas 
com personalidade jurídica de direito privado o regime de emprego público, caracterizado pela 
existência de um vínculo profissional de natureza trabalhista entre o agente público e a pessoa 
jurídica. A relação jurídica funcional dos agentes permanentes dessas entidades é, portanto, 
contratual, formalizada no contrato de trabalho regido pela Consolidação das Leis do Trabalho 
(CLT).”. Logo, Maria não se submete ao regime estatutário. Alternativa incorreta. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado ________________________________ Aula 9 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 174 
 
c) De acordo com as lições de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, “deve-se enfatizar que isso não 
significa - de modo nenhum! - que esses empregados públicos só possam ser dispensados nas 
hipóteses que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) descreve como justa causa. O STF 
simplesmente estabeleceu a necessidade de que o ato de dispensa explicite, por escrito, os motivos 
que ensejam a rescisão unilateral do contrato de trabalho. Claro que o motivo da dispensa do 
empregado deve ser a busca do interesse público, porque a atuação de qualquer entidade da 
administração pública só é legítima quando tem essa finalidade.”. Alternativa incorreta. 
d) De acordo com o art. 37, XVI da Constituição Federal é vedada a acumulação remunerada de 
cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso 
o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro 
técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com 
profissões regulamentadas. Observe que é proibida a acumulação de cargos públicos, ou seja, as 
regras apresentadas acima se referem à acumulação de cargos, empregos e funções públicas. 
Alternativa incorreta. 
e) Maria é empregada de uma empresa pública, pessoa jurídica de direito privado, enquanto as 
autarquias são pessoas jurídicas de direito público. O caput do art. 39 da Constituição exige a adoção, 
por parte de cada ente federativo, de um só regime jurídico - regime jurídico único - aplicável a todo 
o pessoal permanente da sua administração direta e respectivas autarquias e fundações públicas. 
Logo, o regime jurídico único é o estatutário e é aplicável às autarquias, mas não se aplica às 
empresas públicas que possuem empregados públicos. Alternativa incorreta. 
Gabarito: “a”. 
10. (FCC/Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT – 24ª Região/ 2017) 
Caroline, servidora pública federal, sofreu penalidade de demissão após a conclusão de 
processo disciplinar. No entanto, pretende a revisão da decisão proferida, haja vista a 
existência de fatos novos, supervenientes ao julgamento e que comprovam a inadequação da 
penalidade aplicada. Para tanto, Caroline pleiteou a revisão do processomediante 
remuneração, salvo nos casos previstos em lei. 
 
 2.1.1 Inexistência de direito adquirido à manutenção de regime jurídico 
Em regras gerais, os direitos e deveres impostos aos servidores titulares de cargos públicos 
estão previstos em estatuto próprio. Na esfera federal, por exemplo, essa responsabilidade fica sob 
o encargo da Lei 8.112/1990. Todavia, os Estados e Municípios possuem autonomia para estabelecer 
as regras que serão responsáveis por disciplinar as relações jurídicas com seus próprios servidores. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 17 
 
É importante esclarecer que os servidores públicos não possuem direito adquirido à 
manutenção do regime jurídico nos mesmos moldes estabelecidos no momento da posse ou 
exercício. Isso significa que as regras fixadas no regime estatutário (Lei 8.112/1990) podem ser 
alteradas posteriormente, independentemente da concordância ou aquiescência do servidor. 
Assim, se o regime estatutário estabelecia determinada regra para o cálculo de gratificação a ser 
paga para o servidor público, por exemplo, existe a possibilidade de que essa fórmula seja alterada 
no futuro, quando conveniente e oportuno para a Administração Pública. 
Esse também é o entendimento do Supremo Tribunal Federal, ratificado no julgamento do 
Recurso Extraordinário em Agravo Regimental nº 287.261/MG, julgado em 28/06/2005, de 
relatoria da Ministra Ellen Gracie: 
 
 
A jurisprudência desta Suprema Corte se consolidou no sentido 
de que não há direito adquirido a regime jurídico. O vínculo 
entre o servidor e a Administração é de direito público, definido 
em lei, sendo inviável invocar esse postulado para tornar 
imutável o regime jurídico, ao contrário do que ocorre com 
vínculos de natureza contratual, de direito privado, este sim 
protegido contra modificações posteriores da lei. 
 
 
 2.2 Regime celetista 
Regime celetista é aquele inicialmente aplicável às relações jurídicas existentes entre 
empregados e empregadores no campo da iniciativa privada, amparado pela Consolidação das Leis 
do Trabalho (Decreto-Lei nº. 5.542/43). Entretanto, o regime celetista (que ainda pode ser chamado 
de trabalhista ou de emprego) também pode ser aplicado no âmbito da Administração Pública 
brasileira. 
 O § 1º, artigo 173, da Constituição Federal, por exemplo, estabelece que as empresas 
públicas e as sociedades de economia mista submetem-se ao regime jurídico próprio das empresas 
privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas. 
 Sendo assim, não restam dúvidas de que os agentes administrativos que exercem suas 
funções perante as empresas públicas e as sociedades de economia mista são regidos pela CLT, 
sendo denominados, portanto, de empregados públicos. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 18 
 
 
A Lei 8.112/1990 não se aplica aos empregados públicos das 
sociedades de economia mista e das empresas públicas federais, 
pois esses são regidos pela CLT. Assim, deve ficar claro que 
empregos públicos não possuem estabilidade! 
 
 
(FCC/Técnico de Nível Superior - Advogado – Prefeitura de 
Teresina - PI) Uma empresa pública pretende ampliar seu 
quadro de servidores em razão de ter celebrado, recentemente, 
um novo contrato para prestação dos serviços públicos que são 
seu escopo institucional. Considerando que essa empresa foi 
contratada por dispensa de licitação por um ente público para a 
prestação desses serviços, 
a) a contratação de seus servidores também poderá ser feita com 
dispensa de licitação, de forma que não será necessária a 
realização de concurso. 
b) será necessária a realização de concurso público de provas e 
títulos, mas o regime jurídico a que estarão sujeitos seus 
servidores não se altera, pois é definido pelos administradores 
da mesma, mediante aprovação do Conselho de Administração. 
c) a contratação de seus servidores ainda dependerá da 
realização de concurso público, independentemente do regime 
jurídico que vierem a se submeter, celetistas ou estatutários, na 
forma da lei. 
d) os servidores que vierem a ser contratados se submeterão ao 
regime celetista e a prévio concurso público, tendo em vista que 
a atividade desenvolvida pela empresa não interfere nesse 
vínculo, podendo ser dispensados posteriormente por decisão 
motivada. 
e) pode haver contratação de servidores vinculados ao contrato 
de prestação de serviços em execução, remunerados 
diretamente pelas receitas oriundas desse instrumento, não 
gerando vínculo funcional com a empresa estatal. 
Gabarito: “d”. 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 19 
 
 2.3 Regime especial 
 O professor José dos Santos Carvalho Filho afirma que o regime especial “visa disciplinar uma 
categoria específica de servidores: os servidores temporários”, contratados nos termos do inciso IX, 
artigo 37, da CF/88, que assim dispõe: 
“IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a 
necessidade temporária de excepcional interesse público”. 
Conforme destacado, o próprio dispositivo constitucional atribui à lei de cada ente estatal a 
prerrogativa de estabelecer os casos que podem ensejar a excepcional contratação de agentes sem 
a realização de concurso público. 
Na esfera federal, foi editada a Lei 8.745/93, que tem por objetivo disciplinar os contratos 
temporários no âmbito da Administração Direta federal, autárquica e fundacional. 
 Em seu artigo 2º, a Lei 8.745/93 especificou algumas situações que podem ser consideradas 
de necessidade temporária e de excepcional interesse público, justificando a contratação 
temporária, a saber: 
I - assistência a situações de calamidade pública; 
II - assistência a emergências em saúde pública; 
III - realização de recenseamentos e outras pesquisas de natureza estatística efetuadas pela 
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE; 
IV - admissão de professor substituto e professor visitante; 
V - admissão de professor e pesquisador visitante estrangeiro; 
VI - atividades: 
a) especiais nas organizações das Forças Armadas para atender à área industrial ou a encargos 
temporários de obras e serviços de engenharia; 
b) de identificação e demarcação territorial; 
c) (Revogada pela Lei nº 10.667, de 2003) 
d) finalísticas do Hospital das Forças Armadas; 
e) de pesquisa e desenvolvimento de produtos destinados à segurança de sistemas de informações, 
sob responsabilidade do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento para a Segurança das 
Comunicações - CEPESC; 
f) de vigilância e inspeção, relacionadas à defesa agropecuária, no âmbito do Ministério da 
Agricultura e do Abastecimento, para atendimento de situações emergenciais ligadas ao comércio 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 20 
 
internacional de produtos de origem animal ou vegetal ou de iminente risco à saúde animal, vegetal 
ou humana; 
g) desenvolvidas no âmbito dos projetos do Sistema de Vigilância da Amazônia - SIVAM e do 
Sistema de Proteção da Amazônia - SIPAM. 
 h) técnicas especializadas, no âmbito de projetos dedisciplinar. Nos termos 
da Lei nº 8.112/1990, o processo revisional 
a) será julgado pela mesma autoridade que aplicou a penalidade. 
b) correrá nos mesmos autos do processo disciplinar originário. 
c) será julgado no prazo máximo de quinze dias contados do recebimento do processo. 
d) traz o ônus da prova compartilhado, ou seja, cabe à requerente e à Administração pública 
angariar elementos para evidenciar a inadequação da penalidade aplicada. 
e) não terá comissão para a condução do feito, ao contrário do que existe no processo 
disciplinar em que é constituída comissão composta por três servidores estáveis. 
COMENTÁRIOS: 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado ________________________________ Aula 9 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 175 
 
a) De acordo com o art. 181 da Lei n.º 8112/1990,o julgamento da revisão do processo 
administrativo disciplinar caberá à autoridade que aplicou a penalidade, nos termos do art. 141. 
Alternativa correta. 
b) De acordo com o art. 178 da Lei n.º 8112/1990, a revisão correrá em apenso ao processo 
originário. Alternativa incorreta. 
c) De acordo com o art. 181, parágrafo único, da Lei n.º 8112/1990, o prazo para julgamento será de 
20 (vinte) dias, contados do recebimento do processo, no curso do qual a autoridade julgadora 
poderá determinar diligências. Alternativa incorreta 
d) De acordo com o art. 175 da Lei n.º 8112/1990, no processo revisional, o ônus da prova cabe ao 
requerente. Alternativa incorreta 
e) De acordo com o art. 177, parágrafo único, da Lei n.º 8112/1990, deferida a petição, a autoridade 
competente providenciará a constituição de comissão, na forma do art. 149. Alternativa incorreta 
Gabarito “a”. 
11. (FCC/Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT – 24ª Região/ 2017) 
Francisco é Analista Judiciário de determinado Tribunal Regional do Trabalho e, em maio desse 
ano, pretende sair de férias, haja vista que terá preenchido os requisitos legais para tanto. A 
propósito do tema e nos termos da Lei nº 8.112/1990, 
a) admite-se levar à conta de férias as faltas ao serviço, justificadas e não justificadas. 
b) Francisco fará jus a trinta dias de férias, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois 
períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja legislação 
específica. 
c) as férias não poderão ser parceladas, sendo obrigatório o gozo do período inteiro das férias 
sob pena de responsabilidade do servidor. 
d) as férias não podem ser interrompidas, salvo única e exclusivamente por motivo de 
necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade. 
e) admite-se o gozo de férias antes de completado o primeiro período aquisitivo, isto é, antes 
de doze meses de exercício, iniciando-se novo período aquisitivo a partir do término do gozo 
das férias. 
COMENTÁRIOS: 
a) De acordo com o art. 77, §2º, da Lei n.º 8112/1990, é vedado levar à conta de férias qualquer falta 
ao serviço. Assim, a alternativa está incorreta porque afirma que se deve levar em conta faltas 
justificadas e não justificadas. Alternativa incorreta. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado ________________________________ Aula 9 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 176 
 
b) Conforme o art. 77 da Lei n.º 8112/1990, o servidor fará jus a trinta dias de férias, que podem ser 
acumuladas, até o máximo de dois períodos, no caso de necessidade do serviço, ressalvadas as 
hipóteses em que haja legislação específica. Observe que o texto desta alternativa traz praticamente 
a literalidade do art. 77. Alternativa correta. 
c) De acordo com o art. 77, §3º, da Lei n.º 8112/1990, as férias poderão ser parceladas em até três 
etapas, desde que assim requeridas pelo servidor, e no interesse da administração pública. A 
alternativa afirma que as férias não poderão ser parceladas, sendo essa informação equivocada. 
Alternativa incorreta 
d) Conforme o art. 80 da Lei n.º 8112/1990, as férias somente poderão ser interrompidas por motivo 
de calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral, ou por 
necessidade do serviço declarada pela autoridade máxima do órgão ou entidade. Veja que a 
necessidade do serviço não é a única hipótese para a interrupção das férias. Alternativa incorreta 
e) De acordo com o art. 77, §1º, da Lei n.º 8112/1990, para o primeiro período aquisitivo de férias 
serão exigidos 12 (doze) meses de exercício. Nota-se que o servidor não poderá gozar do primeiro 
período de férias antes de completados 12 meses de efetivo exercício. Alternativa incorreta 
Gabarito: “b”. 
12. (FCC/Técnico Judiciário – Área Administrativa – TRT – 24ª Região/ 2017) 
Claudia e Joana são servidoras públicas federais, tendo praticado faltas disciplinares no 
exercício de suas atribuições. Claudia faltou ao serviço, sem causa justificada, por sessenta dias, 
interpoladamente, durante o período de doze meses. Joana, de histórico exemplar vez que 
nunca sofrera qualquer penalidade administrativa, opôs resistência injustificada à execução de 
determinado serviço. Cumpre salientar que ambas as servidoras ainda não foram processadas 
administrativamente embora a Administração já tenha conhecimento dos fatos praticados. 
Nos termos da Lei no 8.112/1990, as ações disciplinares relativas às infrações praticadas pelas 
servidoras prescreverão em 
a) 5 anos e 2 anos, respectivamente, contados tais prazos a partir da data em que os fatos se 
tornaram conhecidos pela Administração. 
b) 2 anos e 180 dias, respectivamente, contados tais prazos a partir da data em que os fatos se 
tornaram conhecidos pela Administração. 
c) 5 anos e 180 dias, respectivamente, contados tais prazos a partir da data em que os fatos se 
tornaram conhecidos pela Administração. 
d) 2 anos, contado tal prazo da data em que praticadas as condutas. 
e) 5 anos, contado tal prazo da data em que praticadas as condutas. 
COMENTÁRIOS: 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado ________________________________ Aula 9 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 177 
 
As condutas descritas na questão estão previstas nos seguintes artigos da Lei n.º 8.112/1990 e são 
punidas com as penalidades abaixo: 
1) Cláudia: inassiduidade habitual (art. 139)/ pena de demissão (art. 132, III) 
2) Joana: opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução de 
serviço (art. 117, IV)/ pena de advertência (art. 129) 
O art. 142, inc. I e III da Lei n.º 8.112/1990 prevê os prazos prescricionais para as penalidades de 
demissão e advertência que são 5 anos e 180 dias respectivamente. 
Gabarito: “c”. 
13. (FCC/Analista Judiciário – Área Judiciária – TRT – 24ª Região/ 2017) 
Adriana, servidora pública federal, deverá ter exercício em outro Município em razão de ter 
sido removida. Nos termos da Lei n° 8.112/1990, o prazo para Adriana retomar efetivamente 
o desempenho das atribuições de seu cargo, considerando que não pretende declinar de tal 
prazo, e que não está de licença ou gozando de afastamento será, contado da publicação do 
ato, de, no mínimo, 
a) dez e, no máximo, trinta dias, incluído nesse prazo o tempo necessário para o deslocamento 
para a nova sede. 
b) cinco e, no máximo, sessenta dias, excluído desse prazo o tempo necessário para o 
deslocamento para a nova sede. 
c) cinco e, no máximo, trinta dias, excluído desse prazo o tempo necessário para o 
deslocamento para a nova sede. 
d) dez e, no máximo, sessenta dias, incluído nesse prazo o tempo necessário para o 
deslocamento paracooperação com prazo determinado, 
implementados mediante acordos internacionais, desde que haja, em seu desempenho, 
subordinação do contratado ao órgão ou entidade pública. 
i) técnicas especializadas necessárias à implantação de órgãos ou entidades ou de novas atribuições 
definidas para organizações existentes ou as decorrentes de aumento transitório no volume de 
trabalho que não possam ser atendidas mediante a aplicação do art. 74 da Lei no 8.112, de 11 de 
dezembro de 1990; 
 j) técnicas especializadas de tecnologia da informação, de comunicação e de revisão de processos 
de trabalho, não alcançadas pela alínea i e que não se caracterizem como atividades permanentes 
do órgão ou entidade; 
 l) didático-pedagógicas em escolas de governo; 
m) de assistência à saúde para comunidades indígenas;e 
n) com o objetivo de atender a encargos temporários de obras e serviços de engenharia destinados 
à construção, à reforma, à ampliação e ao aprimoramento de estabelecimentos penais; e 
VII - admissão de professor, pesquisador e tecnólogo substitutos para suprir a falta de professor, 
pesquisador ou tecnólogo ocupante de cargo efetivo, decorrente de licença para exercer atividade 
empresarial relativa à inovação. 
VIII - admissão de pesquisador, nacional ou estrangeiro, para projeto de pesquisa com prazo 
determinado, em instituição destinada à pesquisa; e 
IX - combate a emergências ambientais, na hipótese de declaração, pelo Ministro de Estado do 
Meio Ambiente, da existência de emergência ambiental na região específica. 
X - admissão de professor para suprir demandas decorrentes da expansão das instituições federais 
de ensino, respeitados os limites e as condições fixados em ato conjunto dos Ministérios do 
Planejamento, Orçamento e Gestão e da Educação. 
É importante destacar que o pessoal contratado não poderá: 
a) receber atribuições, funções ou encargos não previstos no respectivo contrato; 
b) ser nomeado ou designado, ainda que a título precário ou em substituição, para o exercício 
de cargo em comissão ou função de confiança; 
c) ser novamente contratado, com fundamento nesta Lei, antes de decorridos 24 (vinte e 
quatro) meses do encerramento de seu contrato anterior, salvo nas hipóteses dos incisos I 
e IX do art. 2o desta Lei, mediante prévia autorização, conforme determina o art. 5o desta 
Lei. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 21 
 
A inobservância das regras acima citadas importará na rescisão do contrato nas primeira e 
segunda hipóteses, ou na declaração da sua insubsistência, na terceira situação, sem prejuízo da 
responsabilidade administrativa das autoridades envolvidas na transgressão. 
 
 
As infrações disciplinares atribuídas ao pessoal contratado nos 
termos da Lei 8.745/1993 serão apuradas mediante sindicância, 
concluída no prazo de trinta dias e assegurada ampla defesa. 
Ademais, aplicar-se-á parcialmente o regime disciplinar previsto 
na Lei 8.112/1990. 
 
É proibida a contratação, com fundamento na Lei 8.745/1993, de servidores da Administração 
direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como de 
empregados ou servidores de suas subsidiárias e controladas. 
A única exceção à essa proibição, desde que condicionada à formal comprovação da 
compatibilidade de horários, relaciona-se à contratação de: 
I - professor substituto nas instituições federais de ensino, desde que o contratado não ocupe 
cargo efetivo integrante das carreiras de magistério de que trata a Lei nº 7.596, de 10 de abril de 
1987; 
II - profissionais de saúde em unidades hospitalares, quando administradas pelo Governo 
Federal e para atender às necessidades decorrentes de calamidade pública, desde que o contratado 
não ocupe cargo efetivo ou emprego permanente em órgão ou entidade da administração pública 
federal direta e indireta. 
Ainda nos termos da Lei 8.745/1993, destaca-se que não é necessária a realização de 
concurso público para a contratação de servidores em caráter temporário, sendo suficiente a 
realização de um processo seletivo simplificado sujeito a ampla divulgação, inclusive através do 
Diário Oficial da União. 
Os agentes contratados nos termos do inciso IX, artigo 37, da CF/88 (regulamentado pela Lei 
8.745/1993), não podem ser considerados estatutários, uma vez que estão submetidos a regime 
contratual. Também não podem ser considerados celetistas, pois não são regidos pela Consolidação 
das Leis Trabalhistas (CLT), apesar de estarem sujeitos ao regime geral de previdência. 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 22 
 
 
 
 
 3. Regime jurídico único 
 
 
 
 
O texto original da Constituição Federal de 1988, em seu art. 39, estabelecia expressamente 
que: 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito de sua 
competência, regime jurídico único e planos de carreira para os servidores da administração 
pública direta, das autarquias e das fundações públicas. 
Entretanto, a Emenda Constitucional nº. 19, de 04/06/1998, conferiu nova redação ao artigo 
39 da Constituição Federal, eliminando a exigência de regime jurídico único no âmbito da 
Administração Pública Direta, autárquica e fundacional. 
Eis o texto do art. 39 da Constituição Federal após a promulgação da Emenda Constitucional 
nº 19/1998: 
Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão conselho de política de 
administração e remuneração de pessoal, integrado por servidores designados pelos respectivos 
Poderes. 
 Perceba que o texto constitucional simplesmente deixou de fazer referência à 
obrigatoriedade de adoção, pela Administração Pública, de regime jurídico único para os servidores. 
Assim, uma autarquia poderia contratar, em tese, alguns agentes públicos regidos pela Lei 
8.112/1990 (estatutário) e outros regidos pelo regime celetista (desde que respeitadas algumas 
condições). 
Todavia, em 02 de agosto de 2007, o Supremo Tribunal Federal concedeu medida cautelar 
(liminar) na ADI 2.135 suspendendo as alterações efetuadas no caput do artigo 39 da CF/88, 
voltando a vigorar então a obrigatoriedade de adoção de regime jurídico único. 
Atualmente, a Administração federal direta, autárquica e fundacional (de Direito Público) está 
proibida de contratar agentes pelo regime da CLT, pelo menos até o julgamento final do mérito da 
Ação Direta de Inconstitucionalidade 2.135. 
 Foram suspensos também os efeitos da Lei 9.962/00 (criada para disciplinar o regime celetista 
no âmbito da Administração), já que não mais se admite a contratação de empregados públicos no 
âmbito da Administração federal direta, autárquica e fundacional. Porém, como os efeitos da 
decisão do Supremo Tribunal Federal foram “ex nunc”, todas as contratações efetuadas durante a 
vigência da lei foram mantidas até o julgamento final do mérito. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 23 
 
Para responder às questões de prova: A partir de agosto de 2007 voltou a vigorar, pelo 
menos em caráter provisório, o denominado “regime jurídico único”. Desse modo, a União, 
as autarquias e as fundações públicas federais de direito público estão proibidas de 
contratar agentes administrativos pelo regime celetista, já que devem prevalecer os efeitos 
da medidacautelar (liminar) proferida pelo STF e que suspendeu a alteração promovida no 
texto original do art. 39 da Constituição Federal. 
 Essa restrição não alcança as empresas públicas e as sociedades de economia mista, que 
sempre contrataram e podem continuar contratando pelo regime celetista, nos termos do artigo 
173 da Constituição Federal de 88. 
 
 
No concurso público para o cargo de Técnico Judiciário do TRE-
PE, o CESPE considerou correta a seguinte assertiva: “O regime 
estatutário é o regime jurídico próprio das pessoas jurídicas de 
direito público e dos respectivos órgãos públicos.” 
 
 
 3.1 Necessidade de concurso público 
 Para ocupar cargo de provimento efetivo regido pela Lei nº 8.112∕1990, torna-se 
imprescindível que o interessado seja aprovado em concurso público de provas ou de provas e 
títulos, que poderá ser realizado em duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do 
respectivo plano de carreira. Nesse caso, a inscrição do candidato está condicionada ao pagamento 
do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção 
nele expressamente previstas. 
 O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única 
vez, por igual período. Trata-se de ato discricionário da Administração Pública, que não está 
obrigada a prorrogar o prazo de validade do certame. Todavia, se assim desejar, deverá observar 
sempre o mesmo prazo inicial. 
 Exemplo: se o prazo inicial de validade do concurso público foi fixado em 6 (seis) meses, 
somente poderá ser prorrogado (se for conveniente para a Administração) por mais 6 (seis) meses; 
se o prazo inicial foi fixado em 18 (dezoito) meses, a prorrogação do prazo de validade limita-se a 18 
(dezoito) meses. 
 O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em edital, 
que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação. 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 24 
 
 
3.1.1 Abertura de novo concurso público antes da expiração do prazo de 
validade de concursos anterior 
 A CF∕1988, em seu art. 37, IV, dispõe que “durante o prazo improrrogável previsto no edital 
de convocação, aquele aprovado em concurso público de provas ou de provas e títulos será 
convocado com prioridade sobre novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira”. 
 Perceba que o texto constitucional não proíbe a realização de novo concurso público, mesmo 
que o prazo de validade do anterior ainda esteja vigente. Nesse caso, compete à Administração 
Pública decidir se realiza, ou não, novo certame. Trata-se de decisão discricionária. 
 Se a Petrobras ou o Banco do Brasil (que não são regidos pela Lei nº 8.112∕1990) decidirem 
realizar novo certame durante o prazo de vigência de outro concurso público, por exemplo, deverão 
convocar obrigatoriamente os candidatos que já se encontram aprovados. Somente depois de 
nomear todos os aprovados no concurso anterior poderão dar posse aos candidatos aprovados no 
certame mais recente. 
 Entretanto, deve ficar claro que o art. 12, § 2º, da Lei 8.112∕1990, dispõe que “não se abrirá 
novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior com prazo de validade 
não expirado”. Em outras palavras, o texto legal afirma que a União, seus respectivos órgãos, 
autarquias e fundações públicas federais de direito público somente poderão realizar novo concurso 
público, se existirem candidatos aprovados e ainda não nomeados, depois de expirado o prazo de 
validade do anterior. 
 A regra prevista no art. 12, § 2º, da Lei 8.112∕1990, não contradiz o art. 37, IV, da CF∕1988. 
Como o texto constitucional autorizou que a própria Administração Pública decida sobre a 
realização, ou não, de novo concurso público, a Lei 8.112∕1990 se antecipou e declarou-se 
expressamente pela segunda opção (não realização). 
 
 3.1.2 Falta de identificação do tipo de caderno de questões 
No julgamento do recurso especial nº 1.376.731∕PE, de relatoria do Ministro Humberto 
Martins, o Superior Tribunal de Justiça decidiu que “não tem direito à correção de cartão-resposta 
de prova aplicada em certame público o candidato que, descumprindo regra contida no edital e 
expressa no próprio cartão-resposta, abstenha-se de realizar a identificação do seu tipo de caderno 
de questões. Isso porque viabilizar a correção da folha de resposta de candidato que não tenha 
observado as instruções contidas no regulamento do certame e ressalvadas no próprio cartão-
resposta implicaria privilegiar um candidato em detrimento dos demais — que concorreram em 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 25 
 
circunstâncias iguais de maturidade, preparação, estresse e procedimento —, configurando 
flagrante violação do princípio da isonomia”. 
 
 3.1.3 Convocação para os demais fases do certame 
 No julgamento do agravo regimental no recurso em mandado de segurança nº 33.696∕RN, 
cujo acórdão foi publicado no DJe de 22/4/2013, o Superior Tribunal de Justiça ratificou o 
entendimento de que se a convocação do candidato para submissão às primeiras etapas do concurso 
público foi realizada pela internet, as demais devem seguir o mesmo procedimento, sob pena de 
violação ao princípio da razoabilidade: 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO. CONVOCAÇÃO DE CANDIDATO PARA FASE DE CONCURSO 
PÚBLICO. 
A convocação de candidato para a fase posterior de concurso público não pode ser realizada apenas 
pelo diário oficial na hipótese em que todas as comunicações anteriores tenham ocorrido conforme 
previsão editalícia de divulgação das fases do concurso também pela internet. Efetivamente, a 
comunicação realizada apenas pelo diário oficial, nessa situação, caracteriza violação dos princípios 
da publicidade e da razoabilidade. Ademais, a divulgação das fases anteriores pela internet gera aos 
candidatos a justa expectativa de que as demais comunicações do certame seguirão o mesmo padrão. 
Cabe ressaltar, ainda, que o diário oficial não tem o mesmo alcance de outros meios de comunicação, 
não sendo razoável exigir que os candidatos aprovados em concurso público o acompanhem (AgRg 
no RMS 33.696-RN, Rel. Min. Eliana Calmon, DJe 22/4/2013). 
 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 26 
 
 3.1.4 Convocação de aprovados em processo seletivo 
Ao julgar o recurso em mandado de segurança nº 35.211∕SP, em 2/4/2013, o Superior 
Tribunal de Justiça decidiu que “não tem direito líquido e certo à nomeação o candidato aprovado 
dentro do número de vagas em processo seletivo especial destinado à contratação de servidores 
temporários na hipótese em que o edital preveja a possibilidade de nomeação dos aprovados, 
conforme a disponibilidade orçamentária existente, em número inferior ou superior ao das vagas 
colocadas em certame”. 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO. EFEITOS DE PREVISÃO EDITALÍCIA QUE POSSIBILITE A 
NOMEAÇÃO DOS APROVADOS, CONFORME DISPONIBILIDADE ORÇAMENTÁRIA, EM 
NÚMERO INFERIOR OU SUPERIOR ÀS VAGAS DE CERTAME DESTINADO À CONTRATAÇÃO 
DE SERVIDORES TEMPORÁRIOS. 
Não tem direito líquido e certo à nomeação o candidato aprovado dentro do número de 
vagas em processo seletivo especial destinado à contratação de servidores temporários na 
hipótese em que o edital preveja a possibilidade de nomeaçãodos aprovados, conforme a 
disponibilidade orçamentária existente, em número inferior ou superior ao das vagas 
colocadas em certame. As regras a serem aplicadas no processo seletivo especial destinado 
à contratação de servidores temporários devem ser as mesmas do concurso público para 
cargo efetivo. Todavia, conquanto não se olvide o já decidido pelo STJ acerca do direito 
subjetivo que nasce para o candidato aprovado em concurso público dentro do número de 
vagas, deve-se considerar que a situação em análise traz circunstância peculiar — a 
existência de previsão no edital referente à possibilidade de nomeação dos aprovados, 
conforme a disponibilidade orçamentária existente, em número inferior ou superior ao das 
vagas colocadas em certame —, o que afasta o direito líquido e certo à nomeação dos 
candidatos aprovados, ainda que dentro do número de vagas previsto no edital. (RMS 
35.211-SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 2/4/2013) 
 
 
(Especialista em Políticas Públicas/Estado de SP/FCC) Em 
conformidade com a interpretação dada pelo Supremo Tribunal 
Federal ao caput do artigo 39 da Constituição Federal, o regime 
jurídico dos servidores públicos deve ser único para os 
servidores da Administração Direta, das Autarquias e das 
Fundações Públicas. Assertiva considerada correta pela 
banca examinadora. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 27 
 
 
 
 
 4. Provimento 
 
 
 
 
 4.1 Disposições gerais 
O art. 5º da Lei 8.112/90 estabelece expressamente os requisitos básicos que devem ser 
atendidos por aqueles que desejam a investidura em um cargo público, a saber: 
a) a nacionalidade brasileira; 
b) o gozo dos direitos políticos; 
c) a quitação com as obrigações militares e eleitorais; 
d) o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo; 
e) a idade mínima de dezoito anos1; 
f) aptidão física e mental. 
Apesar de a nacionalidade brasileira ser um dos requisitos para a investidura em cargo 
público, é importante esclarecer que universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica 
federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, nos termos 
do § 3º, artigo 5º, da Lei 8.112/90. 
 
Todas as questões de prova que afirmarem que os estrangeiros 
estão proibidos de ocupar cargos públicos no Brasil devem ser 
consideradas incorretas. Apesar de se tratar de exceção, o § 3º, 
artigo 5º, da Lei 8.112/90, assegura essa possibilidade. 
 
1 Não tem direito a ingressar na carreira de policial militar o candidato à vaga em concurso 
público que tenha ultrapassado, no momento da matrícula no curso de formação, o limite 
máximo de idade previsto em lei específica e em edital. Precedente citado: RMS 31.923-AC, 
Primeira Turma, DJe 13/10/2011. RMS 44.127-AC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 
17/12/2013 (Informativo nº 0533). 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 28 
 
ATENÇÃO I: nos termos do art. 12, § 1º, da Constituição Federal, aos portugueses 
equiparados a brasileiros naturalizados também é assegurado o direito de concorrer a cargos e 
empregos públicos. 
 ATENÇÃO II: O inciso II do art. 5º da Lei nº 8.112/90 prevê como um dos requisitos para 
investidura em cargo público o gozo dos direitos políticos, consistentes nos direitos de votar e de 
ser votado. Todavia, em 04/10/2023, o STF, no Recurso Extraordinário nº 1282553, em tema de 
repercussão geral (Tema nº 1.190), decidiu que condenados aprovados em concursos públicos 
podem ser nomeados e empossados, desde que não haja incompatibilidade entre o cargo a ser 
exercido e o crime cometido nem conflito de horários entre a jornada de trabalho e o regime de 
cumprimento da pena. 
 A tese ficou assim fixada: 
“A suspensão dos direitos políticos prevista no artigo 15 inciso III da Constituição Federal – 
condenação criminal transitada em julgado enquanto durarem seus efeitos – não impede a 
nomeação e posse de candidato aprovado em concurso público, desde que não incompatível 
com a infração penal praticada, em respeito aos princípios da dignidade da pessoa humana 
e do valor social do trabalho (Constituição Federal, artigo 1°, incisos III e IV) e do dever do 
Estado em proporcionar as condições necessárias para harmônica integração social do 
condenado, objetivo principal da execução penal, nos termos do artigo 1° da Lei de Execuções 
Penais (Lei 7.210/84). O início do efetivo exercício do cargo ficará condicionado ao regime da 
pena ou à decisão judicial do Juízo de Execuções, que analisará a compatibilidade de 
horários”. 
 
 
4.1.1 Direito à posse, em caráter excepcional, mesmo com idade inferior a 
18 (dezoito anos) 
No julgamento do recurso em mandado de segurança nº 36.422∕MT, que ocorreu em 
28/5/2013, o Superior Tribunal de Justiça proferiu interessante decisão e que pode ser objeto de 
cobrança na prova. 
Na oportunidade, o tribunal garantiu o direito de posse a candidato menor, porém 
emancipado e a menos de 10 (dez) dias de completar a idade de 18 (dezoito) anos, no cargo de 
Oficial da Polícia Militar. A decisão foi baseada nos princípios da razoabilidade e da interpretação 
conforme o interesse público. 
Realmente, não seria razoável excluir do certame candidato que já demonstrou aptidão 
intelectual, física e psíquica, pelo simples fato de que somente completaria a idade mínima, exigida 
no edital, dez dias após a data limite. Todavia, deve ficar claro que se trata de decisão excepcional, 
que não encontra fundamento na legislação vigente. 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 29 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA 
INTERPRETAÇÃO CONFORME O INTERESSE PÚBLICO. 
É ilegal o ato administrativo que determine a exclusão de candidato já emancipado e a 
menos de dez dias de completar a idade mínima de 18 anos exigida em edital de concurso 
público para oficial da Polícia Militar, por este não haver atingido a referida idade na data 
da matrícula do curso de formação, ainda que lei complementar estadual estabeleça essa 
mesma idade como sendo a mínima necessária para o ingresso na carreira. 
Nessa situação, ocorre ofensa aos princípios da razoabilidade e da interpretação conforme 
o interesse público. De fato, estabelece o art. 2º, parágrafo único, da Lei 9.784/1999 que nos 
processos administrativos devem ser observados, entre outros, os critérios da “adequação 
entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida 
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público” (VI) e da 
“interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim 
público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação” (XIII). 
Nesse contexto, com a interpretação então conferida, o administrador, a pretexto de 
cumprir a lei, terminou por violá-la, pois, com o ato praticado, desconsiderou a adequação 
entre meios e fins, impôs restrição em medida superior àquela estritamente necessária ao 
atendimento do interesse e, além disso, deixou de interpretar a lei da maneira que 
garantisse mais efetivamente o atendimento do fim público a que se dirige. (RMS 36.422-
MT, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 28/5/2013). 
 
 
 
 
 4.1.2Aptidão física e gravidez de candidata 
No julgamento do recurso em mandado de segurança nº 37.328∕AP, que ocorreu em 
21∕03∕2013, o Superior Tribunal de Justiça ratificou o entendimento de que é possível a remarcação 
de teste de aptidão física em concurso público com o objetivo de proporcionar a participação de 
candidata comprovadamente grávida, ainda que o edital não contenha previsão nesse sentido. 
O mesmo entendimento também foi manifestado no julgamento do recurso em mandado de 
segurança nº 28.400∕BA, cuja ementa é de imprescindível leitura em razão da excelente didática 
utilizada: 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 30 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO. CANDIDATA GESTANTE QUE, SEGUINDO ORIENTAÇÃO 
MÉDICA, DEIXE DE APRESENTAR, NA DATA MARCADA, APENAS ALGUNS DOS VÁRIOS 
EXAMES EXIGIDOS EM CONCURSO PÚBLICO. 
Ainda que o edital do concurso expressamente preveja a impossibilidade de realização 
posterior de exames ou provas em razão de alterações psicológicas ou fisiológicas 
temporárias, é ilegal a exclusão de candidata gestante que, seguindo a orientação médica 
de que a realização de alguns dos vários exames exigidos poderia causar dano à saúde do 
feto, deixe de entregá-los na data marcada, mas que se prontifique a apresentá-los em 
momento posterior. 
É certo que, segundo a jurisprudência do STJ, não se pode dispensar tratamento 
diferenciado a candidatos em virtude de alterações fisiológicas temporárias, mormente 
quando existir previsão no edital que vede a realização de novo teste, sob pena de ofensa 
ao princípio da isonomia, principalmente se o candidato deixar de comparecer na data de 
realização do teste, contrariando regra expressa do edital que preveja a eliminação 
decorrente do não comparecimento a alguma fase. 
Todavia, diante da proteção conferida pelo art. 6º da CF à maternidade, deve-se entender 
que a gravidez não pode ser motivo para fundamentar qualquer ato administrativo contrário 
ao interesse da gestante, muito menos para impor-lhe qualquer prejuízo. 
Assim, em casos como o presente, ponderando-se os princípios da legalidade, da isonomia 
e da razoabilidade, em consonância com a jurisprudência do STF, há de ser possibilitada a 
remarcação da data para a avaliação, buscando-se dar efetivo cumprimento ao princípio da 
isonomia, diante da peculiaridade da situação em que se encontra a candidata 
impossibilitada de realizar o exame, justamente por não estar em igualdade de condições 
com os demais concorrentes. (RMS 28.400-BA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 
19/2/2013). 
 
 
Para responder às questões do CESPE: É vedado o acesso de 
estrangeiros a cargos, empregos e funções públicas, por se tratar 
de prerrogativa exclusiva de brasileiro nato ou naturalizado 
(Técnico Judiciário/TRE/MG/CESPE). Assertiva 
considerada incorreta pela banca examinadora. 
 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 31 
 
 
4.2 Reserva de vagas aos portadores de deficiência nos concursos 
públicos 
O § 2º, artigo 5º, da Lei 8.112/90, determina que “às pessoas portadoras de deficiência é 
assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições 
sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 
20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso”. 
 A obrigatoriedade de reserva de vagas para as pessoas portadoras de deficiência consta no 
inciso VIII, artigo 37, da CF/88. Todavia, o texto constitucional não especifica o percentual que 
deverá ser reservado, ficando sob a responsabilidade da lei essa definição. 
 Perceba que a lei 8.112/1990 não estabeleceu um percentual mínimo de vagas a serem 
reservadas, limitando-se a restringir o máximo em 20% (vinte por cento). Todavia, o Decreto Federal 
3.298/99, que regulamenta a Lei nº 7.853/89 e dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da 
Pessoa Portadora de Deficiência, estabeleceu, em seu artigo 37, § 1º, o percentual de 5% (cinco por 
cento). 
 Pergunta: Professor, existe algum instrumento normativo que defina quem é o portador de 
deficiência? 
 Sim. Essa definição está prevista no artigo 4º do Decreto 3.298/99, que assim declara: 
Art. 4º. É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas seguintes categorias: 
I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, 
acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, 
paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, 
hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros 
com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam 
dificuldades para o desempenho de funções; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004) 
II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, 
aferida por audiograma nas frequências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz; (Redação dada 
pelo Decreto nº 5.296, de 2004) 
III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor 
olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 
no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo 
visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer 
das condições anteriores; (Redação dada pelo Decreto nº 5.296, de 2004) 
IV - deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com 
manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades 
adaptativas, tais como: 
a) comunicação; 
b) cuidado pessoal; 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/
 
Direito Administrativo Exemplificado _______________________________ Aula 09 – Agentes Públicos 
 @fabianopereiraprof______________________________________________________ Página 32 
 
c) habilidades sociais; 
d) utilização dos recursos da comunidade; 
e) saúde e segurança; 
f) habilidades acadêmicas; 
g) lazer; e 
h) trabalho; 
V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências. 
 Calma... você não precisa se preocupar em interpretar os conceitos acima, pois eles não são 
cobrados em provas de concursos públicos (rs...). 
 
 
No concurso público para o cargo de Assistente de 
Tecnologia da Informação da Fundação Universidade de 
Brasília, o CESPE considerou incorreta a seguinte assertiva: 
“Nos concursos para provimento de vagas no serviço público, no 
mínimo, 25% das vagas oferecidas são reservadas às pessoas 
portadoras de deficiência.” 
 
 
 
4.2.1 Algumas peculiaridades pertinentes às vagas reservadas aos 
portadores de deficiência 
 
 Os tribunais brasileiros frequentemente são provocados para decidir demandas envolvendo 
reserva de vagas em concursos públicos para candidatos portadores de deficiência. Na maioria das 
vezes, as ações judiciais são propostas por candidatos que se declararam portadores de deficiência 
no momento da inscrição, mas, posteriormente, foram reprovados (a deficiência não foi detectada) 
na perícia realizada por junta médica oficial. 
 Para responder às questões de prova, torna-se necessário conhecer o entendimento 
jurisprudencial sobre alguns temas específicos, que serão apresentados na sequência. 
 
 
https://www.instagram.com/fabianopereiraprof/

Mais conteúdos dessa disciplina