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@ O A B A I V O U E U - X X X V I E X A M E D E O R D E M
S E J A A P R O V A D O C O M O @ O A B A I V O U E U
E S T U D E C O M D I R E Ç Ã O E I N T E L I G Ê N C I A
A S M E L H O R E S D I C A S P A R A S U A A P R O V A Ç Ã O
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Nós, do OABaivouEU, após o sucesso ABSOLUTO do
"DICAS MATADORAS", nosso material de reta final,
elaboramos o nosso novíssimo material de DICAS
OABENÇOADAS para que você consiga obter o
máximo de resultado durante a sua preparação.
Com ele, você irá, dia após dia e sem enrolação,
aprender de forma prática e direta os conceitos e
institutos dos temas que mais caem na prova da
OAB!
Agora você pode estudar os temas diários propostos
no cronograma diretamente das DICAS
OABENÇOADAS, fato que, com certeza, turbinará o
seu aprendizado e te deixará ainda mais perto da
aprovação!
DIA 2301
19
26
38
61
DIA 24
DIA 25
DIA 26
DIA 27
 
 
 
1 
 
DICAS OABENÇOADAS 
AS MELHORES DICAS RUMO À APROVAÇÃO NA OAB XXXVI 
 
DIREITO PENAL 
DICA DO DIA 23 
1. CRIME CONSUMADO E TENTATIVA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
1-Inter criminis: São as fases de realização do 
crime, do caminho do crime. 
 
1ª fase= Cogitação. É a fase interna do crime, é o 
pensamento do autor da ação. É impunível. 
2ª fase= Preparação. Em regra geral, esta fase não 
é punível, pois a preparação de um crime não 
chega a ofender o bem jurídico protegido. 
Contudo, os atos preparatórios são indispensáveis 
para a posterior execução do delito. 
Como a preparação, em regra, não ofende algum 
bem jurídico, ela não é punível. Contudo, quando 
os atos preparatórios de forma autônoma 
representam um delito (crime obstáculo), a 
preparação torna-se punível. Ex: Associação 
criminosa 
3ª fase= Execução. Nesta fase o agente começa a 
realizar o fato definido em lei como crime. É nela 
surge o direito do Estado de punir, seja pelo crime 
consumado ou tentado. 
 
E como sabemos quando o momento que ocorre 
a transição dos atos preparatórios para os 
executórios? 
Para isso, obviamente, os doutrinadores não 
deixaram barato e nos encheram com algumas 
teorias hahaha. 
 
a) Teoria Subjetiva- Para esta teoria não existe 
diferença nas fases. Não tem isso de atos 
preparatórios e atos executórios, em todos 
eles existe a vontade do agente de praticar o 
crime. 
b) Teoria Objetiva- Esta teoria se subdivide em 
quatro: 
1- Teoria da hostilidade ao bem jurídico- 
Para esta teoria, ato executório é o que 
lesiona o bem jurídico e o ato 
preparatório é o que permanece no 
estado de paz. 
2- Teoria objetivo-formal- Para esta teoria 
ato executório é aquele que inicia a 
realização do núcleo do tipo, como por 
exemplo, a pessoa subtrai o bem no 
delito de furto. 
ESTA É A TEORIA ADOTA NO BRASIL. 
3- Teoria objetivo-material- O agente, nesta 
teoria, além ne iniciar a realização do 
núcleo do tipo, ele tb inicia os atos 
imediatamente anteriores, na visão do 
3º observador. 
4- Teoria objetivo-individual- O agente, 
nesta teoria, além ne iniciar a realização 
do núcleo do tipo, ele tb inicia os atos 
imediatamente anteriores, na visão 
concreta do agente. 
 
Obs: Essas teorias são bastante complicadas e 
pouco cai na OAB, por isso apenas preste 
atenção na definição da objetivo-formal, pois é 
a adotada pelo Brasil e a única, até agora, que 
caiu nas provas anteriores =) 
 
4º fase consumação= É o crime perfeito, acabado. 
 
14 do CP Diz-se o crime 
 I - Consumado, quando nele se reúnem todos 
os elementos de sua definição legal 
 
#linkmental 
Súmula 575 STJ “Constitui crime a conduta de 
PERMITIR, CONFIAR OU ENTREGAR a direção de 
veiculo automotor a pessoa que não seja 
habilitada.” (crime de perigo abstrato) 
 
Existe crimes que se consumam com o fim dos 
atos executórios, que são os crimes formais e de 
mera conduta. OS ÚNICOS CRIMES QUE 
 
 
 
2 
 
PERCORREM AS QUATRO FASES SÃO OS CRIMES 
MATERIAIS. 
 
 #VAMOSRELEMBRAR? 
 
Crimes materiais- São aqueles que só se 
consumam com a produção do resultado 
naturalístico. EX: Para ocorrer um homicídio é 
necessário o resultado morte. 
 
Crimes formais- São aqueles que não é necessário 
que o resultado naturalístico ocorra para a 
consumação do crime, ainda que seja possível que 
este ocorra. EX: Ameaça. O simples fato do agente 
ameaçar já consuma o crime, independente do 
sujeito passivo ter sido lesionado no seu bem 
jurídico protegido ou não. O que importa é o ato 
do agente, independente do resultado. 
 
Crimes de mera conduta- São aqueles que não 
produzem um resultado naturalístico e ainda 
assim são consumados. Ex: Porte ilegal de arma. 
 
Oba. EXAURIMENTO- Não faz parte das fases do 
crime, Na verdade, é o crime esgotado. Ele 
interfere na dosimetria da pena, pois é uma 
circunstância jurídica desfavorável 
(consequências do crime). 
 
2- Tentativa 
Art. 14 do CP- Diz-se o crime: 
II- Tentado, quando, iniciada a execução, não se 
consuma por circunstâncias alheias à vontade 
do agente. 
 
Pode-se observar que para termos uma 
tentativa delituosa, faz-se necessário que a 
execução do crime tenha sido iniciada, mas que 
por vontade ALHEIA (diferente) a do agente, o 
crime não ocorreu a consumação. 
O art. 14, II do CP é uma norma de extensão 
temporal, a qual abrange fatos humanos 
realizados de forma incompleta. 
 
O Tipo penal é composto pelo elemento 
subjetivo (dolo ou culpa) e o objetivo (núcleo do 
tipo). Na tentativa o tipo Subjetivo é Completo, 
porém o objetivo não é. Afinal, o dolo ou a culpa 
de um crime tentado é o mesmo de quem 
conseguiu a consumação do delito, pois este 
apenas não ocorreu porque alguma 
circunstância externa a vontade do agente 
ocorreu e não por ausência dos elementos 
subjetivos dom tipo. 
O DOLO DO CRIME TENTADO É O MESMO DO 
CRIME CONSUMADO. 
 
A teoria adota pelo Código penal brasileiro 
acerca da punibilidade da tentativa é a objetiva, 
como regra, apenas adotando a teoria subjetiva 
quando os crimes não possuem tentativa, que 
são os chamados crime de atentado ou 
empreendimento. 
 
Teoria Objetiva- A tentativa ofende o bem 
jurídico, porém a lesão provocada é menor do 
que se o crime fosse consumado. Sendo assim, a 
pena aplicada também deverá ser menor. 
 
Art. 14, Parágrafo único - Salvo disposição em 
contrário, pune-se a tentativa com a pena 
correspondente ao crime consumado, 
diminuída de um a dois terços 
 
Teoria Subjetiva- Está relacionada a vontade do 
agente. Como o dolo de tentar e de consumar é 
o mesmo, a pena do crime tentando e do crime 
consumado também deveria ser a mesma. 
 
Crimes que não admitem a tentativa: 
DECOREM! 
 
Culposos, salvo culpa imprópria 
Contravenções penais 
Habituais 
Unissubsistente 
Preterdoloso 
Atentados 
Omissivos próprios 
 
Classificações doutrinárias da tentativa: 
 
Tentativa cruente ou vermelha – é aquela que o 
bem é atingido (As provas tem mania de trocar 
cruente por incruenta e os significados. Como 
decoro? Carne crua é vermelha ne? Então, 
cruenta é vermelha e atinge a vítima. 
 
Tentativa Não cruenta ou Branca- A vítima não é 
atingida. 
 
 
 
3 
 
 
Tentativa Perfeita, acabada ou crime falho- É 
exatamente a literalidade do artigo 14 do CP. O 
agente TERMINA TODOS OS ATOS 
EXECUTÓRIOS, que estão a sua disposição, mas 
ainda assim não consegue consumar o crime, 
por circunstância ALHEIA a sua vontade. 
 
Tentativa Imperfeita/inacabada- O agente é 
impedido de prosseguir na prática do delito, 
NÃO ESGOTANDO TODOS OS ATOS 
EXECUTÓRIOS QUE TINHA A SUA DISPOSIÇÃO. 
 
Tentativa abandonada- Este tipo de tentativa 
está relacionado a VONTADE do agente e não 
aos atos executórios, como a tentativa perfeita 
e a imperfeita. O agente deixa de prosseguir 
com o crime, por circunstância INERENTE A SUA 
VONTADE, ou seja, o agente deixa de 
prosseguir com o crime porque não queria mais 
praticar. 
 
Obs. A tentativa perfeita, a qual se esgotam os 
atos executórios, somente é compatível com os 
crimes MATERIAIS, porque os crimes formais e 
os de mera de conduta esgotando-se os atos 
executório temosa informação pública – pelo mero 
receio do abuso no exercício de um outro e 
distinto direito – o de livre comunicar. 
Em suma: veículo de imprensa jornalística 
possui direito líquido e certo de obter dados 
públicos sobre óbitos relacionados a 
ocorrências policiais. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1852629-SP, Rel. Min. Og 
Fernandes, julgado em 06/10/2020 (Info 682)” 
O que se entende por aviso prévio ao direito de 
Reunião expresso no art. 5º, XVI da CF? 
“O art. 5º, XVI, da CF/88 prevê o direito de 
reunião nos seguintes termos: 
XVI - todos podem reunir-se pacificamente, 
sem armas, em locais abertos ao público, 
independentemente de autorização, desde que 
não frustrem outra reunião anteriormente 
convocada para o mesmo local, sendo apenas 
exigido prévio aviso à autoridade competente; 
Qual é o sentido de “prévio aviso” mencionado 
pelo dispositivo constitucional? 
O STF fixou a seguinte tese: 
A exigência constitucional de aviso prévio 
relativamente ao direito de reunião é satisfeita 
com a veiculação de informação que permita 
ao poder público zelar para que seu exercício se 
dê de forma pacífica ou para que não frustre 
outra reunião no mesmo local. 
STF. Plenário. RE 806339/SE, Rel. Min. Marco 
Aurélio, redator do acórdão Min. Edson Fachin, 
julgado em 14/12/2020 (Repercussão Geral – 
Tema 855) (Info 1003).” 
3. ESTADO DE DEFESA/ESTADO DE 
SÍTIO/INTERVENÇÃO FEDERAL 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Estado de Defesa: 
Previsto no artigo 136 da Constituição Federal, o 
mecanismo tem por função “preservar ou 
prontamente restabelecer, em locais restritos e 
 
 
 
24 
 
determinados, a ordem pública ou a paz social”, 
quando elas estiverem “ameaçadas por grave e 
iminente instabilidade institucional ou 
atingidas por calamidades de grandes 
proporções na natureza”. Assim como o estado 
de sítio e a intervenção federal, o estado de 
defesa se caracteriza por uma situação de 
limitação circunstancial ao poder constituinte 
reformador e de restrições a direitos 
fundamentais. 
Durante sua vigência, o Congresso Nacional fica 
impedido de modificar a Constituição por meio 
de PECs. Além disso, o estado de defesa permite 
a restrição de direitos de reunião, ainda que 
exercida no seio das associações, de sigilos de 
correspondência e de comunicação telegráfica e 
telefônica. Libera, ainda, a ocupação e o uso 
temporário de bens e serviços públicos, na 
hipótese de calamidade pública. 
No estado de defesa também há a previsão de 
que o executor da medida, indicado pelo 
presidente no decreto, possa determinar a 
prisão por crime contra o Estado, preservada a 
imediata comunicação “ao juiz competente, que 
a relaxará, se não for legal, facultado ao preso 
requerer exame de corpo de delito à autoridade 
policial”. Nem todas as medidas previstas 
precisam ser impostas concomitantemente ao 
se decretar um estado de defesa. 
Para entrar em vigor, o estado de defesa deve 
ser decretado pelo presidente da República, 
depois de ouvidos o Conselho da República e o 
Conselho de Defesa Nacional. Em 24 horas, o ato 
precisa ser encaminhado para análise do 
Congresso Nacional. Em até dez dias os 
parlamentares devem decidir, por maioria 
absoluta, se mantêm ou derrubam a medida, 
que entra em vigor imediatamente após o 
decreto presidencial. A CF prevê que o tempo de 
duração do estado de defesa não pode ser 
superior a trinta dias, e só pode ser prorrogado 
uma vez, respeitado o mesmo limite. 
Estado de sítio: 
Estado de sítio é o instrumento utilizado pelo 
Chefe de Estado em que se suspende 
temporariamente os direitos e as garantias dos 
cidadãos e os Poderes Legislativo e Judiciário 
ficam submetidos ao Executivo, tendo em vista 
a defesa da ordem pública. No Brasil, para 
decretar o Estado de Sítio, o chefe de Estado, 
após o respaldo do Conselho da República e o 
Conselho de Defesa Nacional - que oferecerão 
parecer não vinculativo - solicita uma 
autorização do Congresso Nacional para efetivar 
o decreto. 
Art. 137. O Presidente da República pode, 
ouvidos o Conselho da República e o Conselho 
de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso 
Nacional autorização para decretar o estado de 
sítio nos casos de: 
I - Comoção grave de repercussão nacional ou 
ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia 
de medida tomada durante o estado de defesa; 
II - Declaração de estado de guerra ou resposta 
a agressão armada estrangeira. 
Parágrafo único. O Presidente da República, ao 
solicitar autorização para decretar o estado de 
sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos 
determinantes do pedido, devendo o Congresso 
Nacional decidir por maioria absoluta. 
 
 Art. 138. O decreto do estado de sítio indicará 
sua duração, as normas necessárias a sua 
execução e as garantias constitucionais que 
ficarão suspensas, e, depois de publicado, o 
Presidente da República designará o executor 
das medidas específicas e as áreas abrangidas. 
 
§ 1º O estado de sítio, no caso do art. 137, I, não 
poderá ser decretado por mais de trinta dias, 
nem prorrogado, de cada vez, por prazo 
superior; no do inciso II, poderá ser decretado 
por todo o tempo que perdurar a guerra ou a 
agressão armada estrangeira. 
 
§ 2º Solicitada autorização para decretar o 
estado de sítio durante o recesso parlamentar, o 
Presidente do Senado Federal, de imediato, 
convocará extraordinariamente o Congresso 
Nacional para se reunir dentro de cinco dias, a 
fim de apreciar o ato. 
 
 
 
25 
 
 
§ 3º O Congresso Nacional permanecerá em 
funcionamento até o término das medidas 
coercitivas. 
 
 Art. 139. Na vigência do estado de sítio 
decretado com fundamento no art. 137, I, só 
poderão ser tomadas contra as pessoas as 
seguintes medidas: 
 
I - Obrigação de permanência em localidade 
determinada; 
 
II - Detenção em edifício não destinado a 
acusados ou condenados por crimes comuns; 
 
III - restrições relativas à inviolabilidade da 
correspondência, ao sigilo das comunicações, à 
prestação de informações e à liberdade de 
imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da 
lei; 
 
IV - Suspensão da liberdade de reunião; 
 
V - Busca e apreensão em domicílio; 
 
VI - Intervenção nas empresas de serviços 
públicos; 
 
VII - requisição de bens. 
 
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do 
inciso III a difusão de pronunciamentos de 
parlamentares efetuados em suas Casas 
Legislativas, desde que liberada pela respectiva 
Mesa. 
 
Intervenção federal: 
 
Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem 
no Distrito Federal, exceto para: 
I - Manter a integridade nacional; 
II - Repelir invasão estrangeira ou de uma 
unidade da Federação em outra; 
III - pôr termo a grave comprometimento da 
ordem pública; 
IV - Garantir o livre exercício de qualquer dos 
Poderes nas unidades da Federação; 
V - Reorganizar as finanças da unidade da 
Federação que: 
a) suspender o pagamento da dívida fundada 
por mais de dois anos consecutivos, salvo 
motivo de força maior; 
b) deixar de entregar aos Municípios receitas 
tributárias fixadas nesta Constituição, dentro 
dos prazos estabelecidos em lei; 
 
VI - Prover a execução de lei federal, ordem ou 
decisão judicial; 
 
VII - assegurar a observância dos seguintes 
princípios constitucionais: 
a) forma republicana, sistema representativo e 
regime democrático; 
b) direitos da pessoa humana; 
c) autonomia municipal; 
d) prestação de contas da administração 
pública, direta e indireta. 
e) aplicação do mínimo exigido da receita 
resultante de impostos estaduais, 
compreendida a proveniente de transferências, 
na manutenção e desenvolvimento do ensino e 
nas ações e serviços públicos de saúde. 
 
A intervenção federal poderá ser: 
a) Espontânea- Feita pelo Presidente da 
República, independentemente, de 
solicitação ou requisição. 
b) Solicitada- Quando o legislativo 
(deputados e senadores) e o executivo 
SOLICITAM ao Presidente a 
intervenção. 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
Para Garantir o livre exercício de qualquer dos 
Poderes nas unidades da Federação, de 
solicitação do Poder Legislativoou do Poder 
Executivo coacto ou impedido. 
 
c) Requisitada- depende de REQUISIÇÃO 
do poder judiciário. Neste caso, o 
Presidente não tem discricionariedade, 
o ato é vinculado. 
Art. 36. A decretação da intervenção dependerá: 
 
I-Para Garantir o livre exercício de qualquer dos 
Poderes nas unidades da Federação, de 
requisição do Supremo Tribunal Federal, se a 
coação for exercida contra o Poder Judiciário 
II- No caso de desobediência a ordem ou decisão 
judiciária, de requisição do Supremo Tribunal 
 
 
 
26 
 
Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do 
Tribunal Superior Eleitoral; 
III - de provimento, pelo Supremo Tribunal 
Federal, de representação do Procurador-Geral 
da República, na hipótese do art. 34, VII, e no 
caso de recusa à execução de lei federal. 
 
DECORA: 
Obs.: o estado de Defesa o presente Decreto 
O estado de Sítio o presidente Solicita 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
PRIMEIRA MATÉRIA DO DIA 25 
1. CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Art. 139 do CTN. O crédito tributário decorre da 
obrigação principal e tem a mesma natureza 
desta. 
 
 Art. 14 do CTN. Compete privativamente à 
autoridade administrativa constituir o crédito 
tributário pelo lançamento, assim entendido o 
procedimento administrativo tendente a 
verificar a ocorrência do fato gerador da 
obrigação correspondente, determinar a 
matéria tributável, calcular o montante do 
tributo devido, identificar o sujeito passivo e, 
sendo caso, propor a aplicação da penalidade 
cabível. 
 Parágrafo único. A atividade administrativa 
de lançamento é vinculada e obrigatória, sob 
pena de responsabilidade funcional. 
 
O fato gerador dá nascimento à obrigação 
tributária, ao passo que o crédito tributário 
(direito de o Fisco cobrar) surge com o 
lançamento. 
 
Natureza mista do lançamento: 
Quanto ao crédito, natureza constitutiva; 
Quanto à obrigação natureza declaratória. 
 
Art. 145. O lançamento regularmente 
notificado ao sujeito passivo só pode ser 
alterado em virtude de: 
 I - Impugnação do sujeito passivo; 
 II - Recurso de ofício; 
 III - iniciativa de ofício da autoridade 
administrativa, nos casos previstos no artigo 149 
 
SUSPENSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito 
tributário: MOR DE R LIM PAR 
 I - Moratória; 
 II - O depósito do seu montante integral; 
 III - as reclamações e os recursos, nos 
termos das leis reguladoras do processo 
tributário administrativo; 
 IV - A concessão de medida liminar em 
mandado de segurança. 
 V – A concessão de medida liminar ou de 
tutela antecipada, em outras espécies de ação 
judicial; 
 VI – O parcelamento. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo não 
dispensa o cumprimento das obrigações 
assessórios dependentes da obrigação principal 
cujo crédito seja suspenso, ou dela consequente 
 
CAUSAS DE SUSPENSÃO DO CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO: MORDER LIMPAR 
 
MOratória 
Recursos 
Deposito integral 
Reclamação 
 
LIMinar 
PARcelamento 
 
 
EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
 Art. 156. Extinguem o crédito tributário: 
 I - O pagamento; 
 
 II - A compensação; 
 
 III - a transação; 
 
 IV - Remissão; 
 
 V - a prescrição e a decadência; 
 
 
 
27 
 
 
VI - A conversão de depósito em renda; 
 
 VII - o pagamento antecipado e a homologação 
do lançamento nos termos do disposto no artigo 
150 e seus §§ 1º e 4º; 
 
 VIII - a consignação em pagamento, nos termos 
do disposto no § 2º do artigo 164; 
 
 IX - A decisão administrativa irreformável, assim 
entendida a definitiva na órbita administrativa, 
que não mais possa ser objeto de ação 
anulatória; 
 
 X - A decisão judicial passada em julgado. 
 
 XI – a dação em pagamento em bens imóveis, 
na forma e condições estabelecidas em lei. 
 Parágrafo único. A lei disporá quanto aos 
efeitos da extinção total ou parcial do crédito 
sobre a ulterior verificação da irregularidade da 
sua constituição, observado o disposto nos 
artigos 144 e 149. 
 
Repetição do indébito: 
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, 
independentemente de prévio protesto, à 
restituição total ou parcial do tributo, seja qual 
for a modalidade do seu pagamento, 
ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos 
seguintes casos: 
 I - Cobrança ou pagamento espontâneo de 
tributo indevido ou maior que o devido em face 
da legislação tributária aplicável, ou da 
natureza ou circunstâncias materiais do fato 
gerador efetivamente ocorrido; 
 II - Erro na edificação do sujeito passivo, na 
determinação da alíquota aplicável, no cálculo 
do montante do débito ou na elaboração ou 
conferência de qualquer documento relativo ao 
pagamento; 
 III - reforma, anulação, revogação ou 
rescisão de decisão condenatória. 
 
Obs. Os JUROS moratórios na repetição do 
indébito são devidos á partir do trânsito em 
julgado. A CORREÇÃO MONETÁRIA é partir do 
pagamento indevido. 
 
Compensação: Ocorre quando duas pessoas por 
serem, ao mesmo tempo credoras e devedoras 
uma da outra podem extinguir suas obrigações 
pelo simples encontro de contras. O CTN, no seu 
art. 170, prevê que a compensação deve ser 
prevista em Lei, além disso, os créditos devem 
ser líquidos e certos, vencidos ou vincendos(no 
Código civil só se compensam créditos 
vencidos) 
 Art. 168. O direito de pleitear a restituição 
extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) 
anos, contados: 
 I - Nas hipóteses dos incisos I e II do artigo 
165, da data da extinção do crédito tributário; 
 II - Na hipótese do inciso III do artigo 165, da 
data em que se tornar definitiva a decisão 
administrativa ou passar em julgado a decisão 
judicial que tenha reformado, anulado, 
revogado ou rescindido a decisão condenatória. 
 Art. 169. Prescreve em dois anos a ação 
anulatória da decisão administrativa que 
denegar a restituição. 
 Parágrafo único. O prazo de prescrição é 
interrompido pelo início da ação judicial, 
recomeçando o seu curso, por metade, a partir 
da data da intimação validamente feita ao 
representante judicial da Fazenda Pública 
interessada. 
 
Súmula 213-STJ: “O mandado de segurança 
constitui ação adequada para a declaração do 
direito à compensação tributária”. 
 
Súmula 460-STJ: “É incabível o mandado de 
segurança para convalidar a compensação 
tributária realizada pelo contribuinte 
 
EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
 
Art. 175. Excluem o crédito tributário: 
 I - A isenção; 
 II - A anistia. 
 Parágrafo único. A exclusão do crédito 
tributário não dispensa o cumprimento das 
obrigações acessórias dependentes da 
obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou 
dela consequente. 
 
Obs. Como as causas de exclusão do crédito 
tributário só são duas, a título de eliminação 
 
 
 
28 
 
em uma questão, decorem as causas de 
exclusão e suspensão, o que não for essas, será 
extinção. 
 
Obs. Isenção sempre será decorrente de lei. 
Obs. Anistia x Remissão 
 
RemiSSão= extinção do crédito tributário e 
depoiS do lançamento. 
 
Anistia = Exclusão do crédito tributário e Antes 
do lançamento. 
 
Obs. Quando da publicação de uma Lei 
instituindo a anistia é possível essa lei ser 
REVOGADA a qualquer tempo, pois anistia NÃO 
GERA DIREITO ADQUIRIDO. 
 
 
DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
SEGUNDA DICA DO DIA 25 
1. AÇÃO RESCISÓRIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Conforme já visto em Processo Civil, a ação 
rescisória nada mais é do que é uma ação 
judicial autônoma (NÃO É RECURSO) que tem 
visa unicamente rescindir uma decisão judicial 
já transitada em julgado. 
E quando a sentença transitada em julgada pode 
ser rescindida? (Art. 966, CPC). 
I - se verificar que foi proferida por força de 
prevaricação, concussão ou corrupção do juiz; 
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo 
absolutamente incompetente; 
III - resultar de dolo ou coação da parte 
vencedora em detrimento da parte vencida ou, 
ainda, de simulação ou colusão entre as partes, 
a fim de fraudar a lei;IV - ofender a coisa julgada; 
V - violar manifestamente norma jurídica; 
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha 
sido apurada em processo criminal ou venha a 
ser demonstrada na própria ação rescisória; 
VII - obtiver o autor, posteriormente ao 
trânsito em julgado, prova nova cuja existência 
ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, 
por si só, de lhe assegurar pronunciamento 
favorável; 
VIII - for fundada em erro de fato verificável do 
exame dos autos. 
A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 
(um) capítulo da decisão. Ou seja, não precisa 
ser a TOTALIDADE. 
ATENÇÃO: Cabe ação rescisória, com 
fundamento no inciso V do caput deste artigo, 
contra decisão baseada em enunciado de 
súmula ou acórdão proferido em julgamento 
de casos repetitivos que não tenha considerado 
a existência de distinção entre a questão 
discutida no processo e o padrão decisório que 
lhe deu fundamento. 
São legitimados para propor a ação rescisória 
(Art. 967, CPC): a) Quem foi parte no processo 
ou o seu sucessor a título universal ou singular; 
b) terceiro juridicamente interessado; c) MP; d) 
aquele que não foi ouvido no processo em que 
lhe era obrigatória a intervenção. 
No caso do Ministério Público existem regras 
específicas para poder propor ação rescisória 
Ressalta-se: 
a) se não foi ouvido no processo em que lhe era 
obrigatória a intervenção; 
b) quando a decisão rescindenda é o efeito de 
simulação ou de colusão das partes, a fim de 
fraudar a lei; 
c) em outros casos em que se imponha sua 
atuação. 
PRAZO PARA AJUIZAR A AÇÃO RESCISÓRIA: O 
direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos 
contados do trânsito em julgado da última 
decisão proferida no processo. 
 
 
 
29 
 
Atenção: No caso do inciso VII do art. 966 (ao 
lado), o termo inicial do prazo será a data de 
descoberta da prova nova, observado o prazo 
máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito 
em julgado da última decisão proferida no 
processo. 
Atenção: Nas hipóteses de simulação ou de 
colusão das partes, inciso III do art. 966 (ao 
lado), o prazo começa a contar, para o terceiro 
prejudicado e para o Ministério Público, que não 
interveio no processo, a partir do momento em 
que têm ciência da simulação ou da colusão. 
A petição inicial da ação rescisória deverá ser 
elaborada com observância dos requisitos 
essenciais do art. 319, do CPC, DEVENDO O 
AUTOR, ainda: a) cumular ao pedido de 
rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do 
processo; b) depositar a importância de VINTE 
por cento (Art. 836, da CLT) sobre o valor da 
causa, que se converterá em multa em favor do 
réu caso o pedido deduzido na ação rescisória 
seja julgado improcedente. (O “ITEM B” NÃO É 
APLICÁVEL à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal, aos Municípios, às suas respectivas 
autarquias e fundações de direito público, ao 
Ministério Público, à Defensoria Pública e aos 
que tenham obtido o benefício de gratuidade da 
justiça). De igual forma, O depósito prévio não 
será exigido da massa falida e quando o autor 
perceber salário igual ou inferior ao dobro do 
mínimo legal, ou declarar, sob as penas da lei, 
que não está em condições de pagar as custas 
do processo sem prejuízo do sustento próprio 
ou de sua família (Art. 5º, IN 41/2007). 
Em caso de ausência do depósito previsto no 
item anterior, a petição inicial será indeferida. 
ATENÇÃO MÁXIMA: A propositura da ação 
rescisória não impede o cumprimento da 
decisão rescindenda, ressalvada a concessão de 
tutela provisória. 
Ou seja, via de regra, a ação rescisória não 
apresenta efeito suspensivo. 
Visto isto, de bom alvitre ressaltar que a ação 
rescisória também é aplicável na ESFERA 
TRABALHISTA. 
Conforme leciona o artigo 678 da CLT, é de 
competência dos Tribunais Regionais do 
Trabalho processarem e julgarem as ações 
rescisórias das decisões das Varas do Trabalho e 
dos juízes de Direito. 
Já no âmbito do TST, de acordo com a Lei 
7.701/88, os processos serão divididos em 
Turmas e seções especializadas para a 
conciliação e julgamento de dissídios coletivos 
(SDC) de natureza econômica ou jurídica e de 
dissídios individuais (SDI), respeitada a paridade 
da representação classista. 
Portanto, temos que: 
art. 2º, I, c – SDC, originariamente, as ações 
rescisórias propostas contra suas sentenças 
normativas. 
art. 3º, I, a – SDI, originariamente, as ações 
rescisórias propostas contra decisões das 
turmas do TST e suas próprias, inclusive as 
anteriores à especialização em seções. 
E se o trânsito em julgado ocorreu no STF, 
quem julga? 
R: Aí o próprio STF deverá julgar. 
ATENÇÃO: SÚMULA 397, DO TST: 
AÇÃO RESCISÓRIA. ART. 966, IV, do CPC de 2015. 
ART. 485, IV, DO CPC de 1973. AÇÃO DE 
CUMPRIMENTO. OFENSA À COISA JULGADA 
EMANADA DE SENTENÇA NORMATIVA 
MODIFICADA EM GRAU DE RECURSO. 
INVIABILIDADE. CABIMENTO DE MANDADO DE 
SEGURANÇA. 
Não procede ação rescisória calcada em ofensa 
à coisa julgada perpetrada por decisão 
proferida em ação de cumprimento, em face de 
a sentença normativa, na qual se louvava, ter 
sido modificada em grau de recurso, porque em 
dissídio coletivo somente se consubstancia 
coisa julgada formal. Assim, os meios 
 
 
 
30 
 
processuais aptos a atacarem a execução da 
cláusula reformada são a exceção de pré-
executividade e o mandado de segurança, no 
caso de descumprimento do art. 514 do CPC de 
2015 (art. 572 do CPC de 1973). (ex-OJ nº 116 da 
SBDI-2 - DJ 11.08.2003) 
Valor da causa na ação rescisória (IN 31/07, 
TST): 
Art. 2º O valor da causa da ação rescisória que 
visa desconstituir decisão da fase de 
conhecimento corresponderá: 
I - no caso de improcedência, ao valor dado à 
causa do processo originário ou aquele que for 
fixado pelo Juiz; 
II - no caso de procedência, total ou parcial, ao 
respectivo valor arbitrado à condenação. 
Art. 3º O valor da causa da ação rescisória que 
visa desconstituir decisão da fase de execução 
corresponderá ao valor apurado em liquidação 
de sentença. 
 
2. MANDADO DE SEGURANÇA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Incialmente, vejamos que conforme o artigo 5º, 
LXIX, da CF, conceder-se-á mandado de 
segurança para proteger direito líquido e certo, 
não amparado por habeas corpus ou habeas 
data, quando o responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder for autoridade pública ou 
agente de pessoa jurídica no exercício de 
atribuições do Poder Público. 
De mais a mais, o artigo 114, da CF, prevê que 
Compete a justiça do Trabalho processar e 
julgar: 
IV – os mandados de segurança, habeas corpus 
e habeas data, quando o ato questionado 
envolver matéria sujeita à sua jurisdição 
Conforme leciona o artigo 678, B, 3, da CLT, é de 
competência dos Tribunais Regionais do 
Trabalho processarem e julgarem os mandados 
de segurança. 
Visto isso, resta claro que a competência para o 
julgamento dos mandados de segurança será: 
Do TRT: Quando a autoridade seja Magistrados 
Titulares das Varas do Trabalho, Juizes 
Substitutos ou Auxiliares, presidente do TRT, 
juízes do TRT, servidores do TRT, servidores de 
cartórios de juízos de direito em exercício de 
atividades jurisdicionais trabalhistas. 
Do TST: Quando a autoridade coatora seja o 
Presidente do TST, Ministros do TST, servidores 
que atuem em atividades jurisdicionais do TST. 
MUITA ATENÇÃO: Não cabe mandado de 
segurança de decisão judicial transitada em 
julgado (Súmula 33, TST). 
ATENÇÃO: A homologação de acordo constitui 
faculdade do juiz, inexistindo direito líquido e 
certo tutelável pela via do mandado de 
segurança. Portanto, não cabe MS se o Juiz não 
homologar acordo (Súmula 418, TST). 
ATENÇÃO: Não se aplica a alçada em ação 
rescisória e em mandado de segurança (Súmula 
365, TST). Ou seja, não se vincula a qualquer rito, 
portanto, não há limitação recursal 
(notadamente a limitação imposta ao rito 
sumário). 
ATENÇÃO: Da decisão de Tribunal Regional do 
Trabalho em mandado de segurança cabe 
recurso ordinário, no prazo de 8 (oito) dias, 
para o Tribunal Superior do Trabalho, e igual 
dilação parao recorrido e interessados 
apresentarem razões de contrariedade (Súmula 
201, do TST). 
FIQUE MUITO ATENTO – SÚMULA 414, TST: 
MANDADO DE SEGURANÇA. TUTELA 
PROVISÓRIA CONCEDIDA ANTES OU NA 
SENTENÇA 
I – A tutela provisória concedida na sentença 
não comporta impugnação pela via do 
mandado de segurança, por ser impugnável 
 
 
 
31 
 
mediante recurso ordinário. É admissível a 
obtenção de efeito suspensivo ao recurso 
ordinário mediante requerimento dirigido ao 
tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-
presidente do tribunal recorrido, por aplicação 
subsidiária ao processo do trabalho do artigo 
1.029, § 5º, do CPC de 2015. OBSERVAÇÃO: ISSO 
QUER DIZER QUE QUANDO A TUTELA 
PLEITEADA FOR CONCEDIDA APENAS NA 
SENTENÇA, DEVERÁ SER INTERPOSTO O 
RECURSO ORDINÁRIO (RECURSO PRÓPRIO) E 
NÃO O MANDADO DE SEGURANÇA, CONTUDO, 
SE A TUTELA FOR CONCEDIDA ANTES DA 
SENTENÇA CABE MS. (NO MESMO SENTIDO A 
OJ 92, DA SDI-2, DO TST: Não cabe mandado de 
segurança contra decisão judicial passível de 
reforma mediante recurso próprio, ainda que 
com efeito diferido). 
II – No caso de a tutela provisória haver sido 
concedida ou indeferida antes da sentença, 
cabe mandado de segurança, em face da 
inexistência de recurso próprio. 
III – A superveniência da sentença, nos autos 
originários, faz perder o objeto do mandado de 
segurança que impugnava a concessão ou o 
indeferimento da tutela provisória. 
ATENÇÃO: Exigindo o mandado de segurança 
prova documental pré-constituída, inaplicável o 
art. 321 do CPC de 2015 (art. 284 do CPC de 
1973) quando verificada, na petição inicial do 
"mandamus", a ausência de documento 
indispensável ou de sua autenticação (Súmula 
415, TST). OU SEJA, EM CASO DE AUSÊNCIA DE 
DOCUMENTO ESSENCIAL, O MS É 
LIMINARMENTE INDEFERIDO!!! 
ATENÇÃO: Devendo o agravo de petição 
delimitar justificadamente a matéria e os 
valores objeto de discordância, não fere direito 
líquido e certo o prosseguimento da execução 
quanto aos tópicos e valores não especificados 
no agravo (Súmula 416, TST). OU SEJA, É REGRA 
QUE NA EXECUÇÃO TRABALHISTA O AGRAVO 
DE PETIÇÃO DEVERÁ IMPUGNAR E DELIMITAR 
TODA A MATÉRIA EVENTUALMENTE 
DISCUTIDA, ACASO ASSIM NÃO SEJA FEITO, A 
EXECUÇÃO PODERÁ CORRER NORMALMENTE 
CONTRA OS VALORES PERTINENTES ÀS 
MATÉRIAS NÃO IMPUGNADAS/DELIMITADAS. 
ATENÇÃO: Não fere direito líquido e certo do 
impetrante o ato judicial que determina 
penhora em dinheiro do executado para 
garantir crédito exequendo, pois é prioritária e 
obedece à gradação prevista no art. 835 do CPC 
de 2015 (Súmula 417, TST). 
ATENÇÃO MÁXIMA: A procuração outorgada 
com poderes específicos para ajuizamento de 
reclamação trabalhista não autoriza a 
propositura de ação rescisória e mandado de 
segurança. Constatado, todavia, o defeito de 
representação processual na fase recursal, 
cumpre ao relator ou ao tribunal conceder prazo 
de 5 (cinco) dias para a regularização, nos 
termos da Súmula nº 383, item II, do TST (OJ 
151, SDI-2, DO TST). 
CABE RECURSO NO MS? 
R: Sim! 
Sentenças que decidam sobre o mandado de 
segurança, podem ser impugnadas através de 
recurso ordinário, no prazo de 8 dias. Acórdãos 
em RO devem ser impugnados pelo recurso de 
revista ao TST. ISSO QUANDO A COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA FOR DA VARA DO TRABALHO. 
Acórdãos que decidam sobre o mérito do 
mandado de segurança podem ser contestados 
através de recurso ordinário direcionado ao 
TST. ISSO QUANDO A COMPETÊNCIA 
ORIGINÁRIA FOR DO TRIBUNAL. 
ATENÇÃO: Contra decisão monocrática que 
indefere o mandado de segurança, 
liminarmente, o remédio jurídico adequado é o 
agravo regimental. Da decisão no agravo 
regimental, acaso confirmada a decisão que 
indeferiu o MS, cabe RO ao TST. 
Decisões que indefiram a petição inicial podem 
ser contestadas por agravo regimental. ISSO 
QUANDO A COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA FOR DO 
 
 
 
32 
 
TST. Acórdãos (quando houver decisão de 
mérito) podem ser contestados através de 
recurso ordinário ao STF. 
COMO CAIU NA PROVA (2020)? 
Em setembro de 2019, durante a audiência de 
um caso que envolvia apenas pedido de 
adicional de insalubridade, o Juiz do Trabalho 
determinou a realização de perícia e que a 
reclamada antecipasse os honorários periciais. 
Inconformada com essa decisão, a sociedade 
empresária impetrou mandado de segurança 
contra esse ato judicial, mas o TRT, em decisão 
colegiada, não concedeu a segurança. 
Caso a sociedade empresária pretenda recorrer 
dessa decisão, assinale a opção que indica a 
medida recursal da qual deverá se valer. 
Alternativas 
A) Agravo de Instrumento. 
B) Recurso Ordinário. 
C) Agravo de Petição. 
D) Recurso de Revista. 
Reposta é letra B (súmula 201, TST): Da decisão 
de Tribunal Regional do Trabalho em mandado 
de segurança cabe recurso ordinário, no prazo 
de 8 (oito) dias, para o Tribunal Superior do 
Trabalho, e igual dilação para o recorrido e 
interessados apresentarem razões de 
contrariedade. 
Fique atento, por fim, que também não cabe 
MS nas seguintes hipóteses (Lei 12.016/09): 
Art. 5º: Não se concederá mandado de 
segurança quando se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo 
com efeito suspensivo, independentemente de 
caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com 
efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
Prazo: O prazo é decadencial de 120 dias, 
contados a partir da ciência do ato a ser 
impugnado. 
 
3. INQUÉRITO PARA APURAÇÃO DE FALTA 
GRAVE 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Inicialmente, quanto ao tema ora estudado, 
quero te dizer pra ficar bem atento, pois é muito 
cobrado nas provas da OAB. 
O inquérito para apuração de falta grave é 
previsto no artigo 853 e seguintes da CLT. 
Aberto contra empregado garantido com 
estabilidade. 
O empregador apresentará reclamação por 
escrito à Junta ou Juízo de Direito, dentro de 30 
(trinta) dias, contados da data da suspensão do 
empregado. 
COMO JÁ FOI COBRADO (2019): 
Em uma greve ocorrida há dois dias dentro de 
uma indústria metalúrgica, o dirigente sindical, 
que é empregado da referida empresa, agrediu 
fisicamente o diretor com tapas e socos, sendo 
a agressão gravada pelo sistema de segurança 
existente no local. 
O dono da empresa, diante dessa prática, 
pretende dispensar o empregado por justa 
causa. Em razão disso, ele procura você, como 
advogado(a), no dia seguinte aos fatos narrados, 
para obter sua orientação. 
De acordo com o disposto na CLT, assinale a 
opção que apresenta sua recomendação jurídica 
e a respectiva justificativa. 
Alternativas 
A) Dispensar imediatamente o empregado por 
justa causa e ajuizar ação de consignação em 
pagamento dos créditos porventura devidos. 
 
 
 
33 
 
B) Apresentar notícia-crime e solicitar da 
autoridade policial autorização para dispensar o 
empregado por justa causa. 
C) Suspender o empregado e, em até 30 dias, 
ajuizar inquérito para apuração de falta grave. 
D) Não fazer nada, porque a justa causa teria de 
ser aplicada no dia dos fatos, ocorrendo então 
perdão tácito. 
Foi considerada como correta a ALTERNATIVA C. 
O empregado pode ou não suspender, mas se 
optar pela suspensão deve apresentar 
reclamação em até trinta dias (prazo 
decadencial). 
A previsão para falta grave encontra-se no artigo 
493 da CLT. 
No procedimento é possível até 6 (seis) 
testemunhas para cada lado. 
Ainda, vale lembrar que o inquérito para 
apuração de falta grave é sempre exigido nos 
seguintes casos: 
1) Estabilidade decenal: O empregado que 
contar mais de 10 (dez) anos de serviço na 
mesma empresa não poderá ser despedido 
senão por motivo de falta grave ou circunstância 
de força maior, devidamente comprovadas (art. 
492, da CLT). 
2) Dirigente sindical: O dirigente sindical 
somente poderá ser dispensado por falta grave 
mediante a apuração em inquérito judicial, 
inteligência dos arts. 494 e 543, §3º, da CLT 
(súmula 379, TST). SE APLICA AO SUPLENTE. 
SOBRE O DIRIGINTE SINDICAL, INCLUSIVE, VALE 
A LEITURA DA SÚMULA 369, DO TST: 
DIRIGENTE SINDICAL.ESTABILIDADE 
PROVISÓRIA (redação do item I alterada na 
sessão do Tribunal Pleno realizada em 
14.09.2012) - Res. 185/2012, DEJT divulgado em 
25, 26 e 27.09.2012 
I - É assegurada a estabilidade provisória ao 
empregado dirigente sindical, ainda que a 
comunicação do registro da candidatura ou da 
eleição e da posse seja realizada fora do prazo 
previsto no art. 543, § 5º, da CLT, desde que a 
ciência ao empregador, por qualquer meio, 
ocorra na vigência do contrato de trabalho. 
 II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela 
Constituição Federal de 1988. Fica limitada, 
assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 
3.º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual 
número de suplentes. 
 III - O empregado de categoria diferenciada 
eleito dirigente sindical só goza de estabilidade 
se exercer na empresa atividade pertinente à 
categoria profissional do sindicato para o qual 
foi eleito dirigente. 
IV - Havendo extinção da atividade empresarial 
no âmbito da base territorial do sindicato, não 
há razão para subsistir a estabilidade. 
V - O registro da candidatura do empregado a 
cargo de dirigente sindical durante o período 
de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe 
assegura a estabilidade, visto que inaplicável a 
regra do § 3º do art. 543 da Consolidação das 
Leis do Trabalho. 
3) Representante dos trabalhadores no CNPS: 
Aos membros do CNPS, enquanto 
representantes dos trabalhadores em atividade, 
titulares e suplentes, é assegurada a 
estabilidade no emprego, da nomeação até um 
ano após o término do mandato de 
representação, somente podendo ser demitidos 
por motivo de falta grave, regularmente 
comprovada através de processo judicial (art. 
3º, §7, Lei 8213/91). 
4) Dirigentes de cooperativas: Os empregados 
de empresas que sejam eleitos diretores de 
sociedades cooperativas pelos mesmos criadas, 
gozarão das garantias asseguradas aos 
dirigentes sindicais pelo artigo 543 da 
Consolidação das Leis do Trabalho (art. 55, Lei 
5.764/71). NÃO SE APLICA AO SUPLENTE. 
Fique atento – PARA DISPENSA DE MEMBRO 
DA CIPA NÃO PRECISA DE INQUÉRITO. 
 
 
 
34 
 
 
4. EXECUÇÃO TRABALHISTA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Inicialmente, deves saber que as decisões 
passadas em julgado ou das quais não tenha 
havido recurso com efeito suspensivo; os 
acordos, quando não cumpridos; os termos de 
ajuste de conduta firmados perante o 
Ministério Público do Trabalho e os termos de 
conciliação firmados perante as Comissões de 
Conciliação Prévia serão passíveis de execução. 
ATENÇÃO: A Justiça do Trabalho executará, de 
ofício, as contribuições sociais previstas na 
alínea a do inciso I e no inciso II do caput do art. 
195 da Constituição Federal, e seus acréscimos 
legais, relativas ao objeto da condenação 
constante das sentenças que proferir e dos 
acordos que homologar. 
COMO CAIU NA PROVA (OAB XXXII): 
Após ser alvo de um inquérito civil junto ao 
Ministério Público do Trabalho – MPT, tendo 
sido investigada pela prática de suposta 
irregularidade, a sociedade empresária Vida 
Global assinou um Termo de Ajuste de Conduta 
(TAC) com o MPT para sanar o problema e evitar 
a judicialização daquela situação, o que poderia 
abalar sua credibilidade perante os investidores 
nacionais e estrangeiros. 
Ocorre que a sociedade empresária não cumpriu 
o que foi estipulado no TAC, seja no tocante à 
obrigação de fazer, seja no pagamento de multa 
pelo dano moral coletivo. 
Diante dessa situação, e de acordo com os 
termos da CLT, assinale a afirmativa correta. 
Alternativas 
A) O parquet deverá propor execução de título 
judicial. 
B) O MPT deverá ajuizar execução de título 
extrajudicial. 
C) A ação própria para a cobrança será o 
inquérito judicial. 
D) O MPT deverá propor reclamação trabalhista 
pelo rito ordinário. 
A resposta, por claro, é a LETRA B, eis que, 
consoante acima visto, o TAC’s podem ser 
executados diretamente perante à Justiça do 
Trabalho. 
A execução será promovida pelas partes, 
permitida a execução de ofício pelo juiz ou pelo 
Presidente do Tribunal apenas nos casos em 
que as partes não estiverem representadas por 
advogado. 
É competente para a execução das decisões o 
Juiz ou Presidente do Tribunal que tiver 
conciliado ou julgado originariamente o 
dissídio. 
Portanto, só é permitida a execução de ofício 
quando as partes não estiverem sendo 
representadas por advogado. 
Sendo ilíquida a sentença exequenda, ordenar-
se-á a sua liquidação (a liquidação também 
abrande as contribuições previdenciárias), que 
poderá ser feita por cálculo, por arbitramento 
ou por artigos. 
Na liquidação, não se poderá modificar, ou 
inovar, a sentença liquidanda nem discutir 
matéria pertinente à causa principal. 
Elaborada a conta e tornada líquida, o juízo 
DEVERÁ abrir às partes prazo COMUM de oito 
dias para impugnação fundamentada com a 
indicação dos itens e valores objeto da 
discordância, sob pena de preclusão. 
VALE REGISTRAR QUE A OAB ASSIM JÁ 
COBROU (2019): 
No decorrer de uma reclamação trabalhista, que 
transitou em julgado e que se encontra na fase 
executória, o juiz intimou o autor a apresentar 
os cálculos de liquidação respectivos, o que foi 
feito. Então, o juiz determinou que o cálculo 
fosse levado ao setor de Contadoria da Vara 
 
 
 
35 
 
para conferência, tendo o calculista confirmado 
que os cálculos estavam adequados e em 
consonância com a coisa julgada. Diante disso, o 
juiz homologou a conta e determinou que o 
executado depositasse voluntariamente a 
quantia, sob pena de execução forçada. 
Diante dessa narrativa e dos termos da CLT, 
assinale a afirmativa correta. 
Alternativas 
A) Equivocou-se o juiz, porque ele não poderia 
homologar o cálculo sem antes conceder vista 
ao executado pelo prazo de 8 dias. 
B) Correta a atitude do magistrado, porque as 
contas foram conferidas e foi impressa 
celeridade ao processo do trabalho, observando 
a duração razoável do processo. 
C) A Lei não fixa a dinâmica específica para a 
liquidação, daí porque cada juiz tem liberdade 
para criar a forma que melhor atenda aos 
anseios da justiça. 
D) O juiz deveria conceder vista dos cálculos ao 
executado e ao INSS pelo prazo de 5 dias úteis, 
pelo que o procedimento adotado está errado. 
Fica claro, portanto, que a resposta correta é a 
letra A. 
Elaborada a conta pela parte ou pelos órgãos 
auxiliares da Justiça do Trabalho, o juiz 
procederá à intimação da União para 
manifestação, no prazo de 10 (dez) dias, sob 
pena de preclusão. 
Portanto, a UNIÃO TEM 10 DIAS de prazo. 
Garantida a execução ou penhorados os bens, 
terá o executado 5 (cinco) dias para apresentar 
embargos, cabendo igual prazo ao exequente 
para impugnação. 
Portanto, os embargos de execução serão 
opostos no prazo de cinco dias após a garantia 
do juízo. 
ATENÇÃO: Pelo art. 880, da CLT, o prazo para 
garantir o Juízo ou pagar a execução é de 48 
HORAS! 
Se o executado, procurado por 2 (duas) vezes no 
espaço de 48 (quarenta e oito) horas, não for 
encontrado, far-se-á citação por edital. 
Não pagando o executado, nem garantindo a 
execução, seguir-se-á penhora dos bens, tantos 
quantos bastem ao pagamento da importância 
da condenação, acrescida de custas e juros de 
mora, sendo estes, em qualquer caso, devidos a 
partir da data em que for ajuizada a reclamação 
inicial. 
Somente nos embargos à penhora poderá o 
executado impugnar a sentença de liquidação, 
cabendo ao exequente igual direito e no 
mesmo prazo. 
Os embargos e as impugnações à liquidação 
apresentadas pelos credores trabalhistas serão 
julgados na mesma sentença. 
É inexigível o título judicial fundado em lei ou 
ato normativo declarados inconstitucionais 
pelo Supremo Tribunal Federal ou em aplicação 
ou interpretação tidas por incompatíveis com a 
Constituição Federal. 
FIQUE MUITO ATENTO: Ainda que o 
beneficiário da justiça gratuita esteja isento de 
realizar o recolhimento do depósito recursal na 
fase de conhecimento (art. 899 , § 10 , da CLT ), 
tendoesse depósito a teleologia de garantir 
futura e eventual execução, essa isenção não 
alcança a garantia da execução propriamente 
dita, sendo imprescindível que o devedor realize 
a respectiva garantia ou tenha bens penhorados 
para que o termo inicial para manejo dos 
embargos à execução tenha início (art. 884 da 
CLT ). 
Nesse sentido: 
TRT-6 - Agravo de Petição AP 
00009375120165060262 (TRT-6) 
Jurisprudência•Data de publicação: 17/12/2019 
 
 
 
36 
 
AGRAVO DE PETIÇÃO. AUSÊNCIA DE GARANTIA 
DA EXECUÇÃO. BENEFICIÁRIO DA JUSTIÇA 
GRATUITA. NÃO CONHECIMENTO. 1. Ainda que 
o beneficiário da justiça gratuita esteja isento 
de realizar o recolhimento do depósito recursal 
na fase de conhecimento (art. 899 , § 10 , da CLT 
), tendo esse depósito a teleologia de garantir 
futura e eventual execução, essa isenção não 
alcança a garantia da execução propriamente 
dita, sendo imprescindível que o devedor 
realize a respectiva garantia ou tenha bens 
penhorados para que o termo inicial para 
manejo dos embargos à execução tenha início 
(art. 884 da CLT ). 
E ainda: 
TRT-1 - Agravo de Petição AP 
01002601520185010483 RJ (TRT-1) 
Jurisprudência•Data de publicação: 27/02/2021 
AGRAVO DE PETIÇÃO. SÓCIA EXECUTADA 
BENEFICIÁRIA DA JUSTIÇA GRATUITA. 
EXIGÊNCIA DE PRÉVIA E INTEGRAL GARANTIA 
DO JUÍZO DA EXECUÇÃO. O fato de a executada 
ser beneficiária da justiça gratuita não a isenta 
da garantia do juízo, porquanto a isenção 
abrange somente o depósito recursal na fase 
de conhecimento. Não há nenhum dispositivo 
legal que retire dos executados beneficiários da 
justiça gratuita a obrigação de garantir, prévia 
e integralmente, o Juízo para apresentação de 
embargos à execução, exigência expressa nos 
art. 884 e 899, § 1º, ambos da CLT. Não atendida 
a condição legal de garantia do juízo, não 
merece ser conhecido o agravo de petição 
interposto pela executada. Agravo de Petição 
interposto pela executada não conhecido. 
ATENÇÃO: A exigência da garantia ou penhora 
não se aplica às entidades filantrópicas e/ou 
àqueles que compõem ou compuseram a 
diretoria dessas instituições. 
OBSERVAÇÃO: Vale destacar que, o executado 
que não pagar a importância reclamada poderá 
garantir a execução mediante depósito da 
quantia correspondente, atualizada e acrescida 
das despesas processuais, apresentação de 
seguro-garantia judicial ou nomeação de bens 
à penhora, observada a ordem preferencial 
estabelecida no art. 835 da lei no 13.105, de 16 
de março de 2015 - código de processo civil (art. 
882, da CLT). 
NESSE SENTIDO JÁ COBROU A OAB (EXAME 
XXXII): 
A sociedade empresária de transportes Mundo 
Pequeno Ltda. foi condenada ao pagamento de 
horas extras e diferença salarial na ação movida 
por Mauro Duarte, seu ex-empregado. 
Após o trânsito em julgado e apuração do valor 
devido, a executada foi citada para efetuar o 
pagamento de R$ 120.000,00. Ocorre que a 
sociedade empresária pretende apresentar 
embargos à execução, pois entende que o valor 
homologado é superior ao devido, mas não tem 
o dinheiro disponível para depositar nos autos. 
Sobre o caso relatado, de acordo com o que está 
previsto na CLT, assinale a afirmativa correta. 
Alternativas 
A) Na Justiça do Trabalho não é necessário 
garantir o juízo para ajuizar embargos à 
execução. 
B) A sociedade empresária poderá apresentar 
seguro-garantia judicial para então apresentar 
embargos à execução. 
C) A sociedade empresária poderá assinar uma 
nota promissória judicial e, com isso, ter direito 
a ajuizar embargos de devedor. 
D) Se for comprovada a situação de necessidade, 
a sociedade empresária, depositando 50% do 
valor da dívida, poderá embargar. 
A resposta correta, portanto, é a LETRA B, nos 
exatos termos do art. 882, da CLT, acima visto. 
O AGRAVO DE PETIÇÃO é cabível no prazo de 
08 DIAS das decisões do Juiz ou Presidente, nas 
execuções. 
 
 
 
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O agravo de petição só será recebido quando o 
agravante delimitar, justificadamente, as 
matérias e os valores impugnados, permitida a 
execução imediata da parte remanescente até o 
final, nos próprios autos ou por carta de 
sentença. 
FIQUE MUITO ATENTO: Em caso de 
desconsideração da personalidade jurídica na 
fase de execução, cabe AGRAVO DE PETIÇÃO, 
independentemente de garantia do juízo. 
Tal tema, inclusive, já foi cobrado na OAB, no 
XXXII EXAME (O EXAME DO CAOS): 
No decorrer de uma execução trabalhista, não 
se conseguiu penhorar nenhum bem da 
empresa executada nem reter qualquer 
numerário dela em ativos financeiros. Então, o 
exequente instaurou um incidente de 
desconsideração de personalidade jurídica para 
direcionar a execução em face de um sócio. O 
referido sócio foi citado e, no prazo de 15 dias, 
manifestou-se contrariamente à sua execução. 
Submetida a manifestação ao contraditório e 
não havendo outras provas a produzir, o juiz 
julgou procedente o incidente e incluiu o sócio 
no polo passivo da execução na condição de 
executado, sendo, então, publicada essa 
decisão. 
Considerando a situação retratada e os ditames 
da CLT, assinale a afirmativa correta. 
Alternativas 
A) Por ser interlocutória, essa decisão é 
irrecorrível, devendo o sócio se submeter ao 
comando e pagar a dívida. 
B) O sócio em questão poderá recorrer da 
decisão independentemente de garantia do 
juízo. 
C) Sendo a Lei omissa a respeito, caberá ao juiz 
definir se a decisão do incidente poderá ser 
objeto de recurso e se será necessário garantir o 
juízo. 
D) O sócio poderá recorrer da decisão, mas terá 
de garantir o juízo em 50%. 
A resposta, portanto, é, obviamente, a letra B. 
ATENÇÃO: EMBARGOS DE TERCEIRO NA 
JUSTIÇA DO TRABALHO – CAIU NA ÚLTIMA 
SEGUNDA FASE (34º EXAME): 
É aplicável na Justiça do Trabalho? 
R: SIM (conforme previsto no Art. 674 do CPC, 
utilizado, subsidiariamente, na seara trabalhista, 
por força do Art. 769 da CLT.) 
COMO CAIU NA PROVA: 
Você foi procurado, como advogado(a), por 
Hernani Gomes, que afirmou, em resumo, ter 
adquirido um imóvel da sociedade empresária X, 
em 2000, onde reside com sua família, e que, em 
setembro de 2021, recebeu a visita de um oficial 
de justiça informando a penhora do imóvel, 
avaliado no ato em R$ 200.000,00, para 
pagamento de uma dívida trabalhista de R$ 
12.000,00. 
Hernani, que nunca foi proprietário ou sócio de 
empresa, e sequer sabia da existência de 
qualquer processo, procurou, pela Internet, 
informação pelo número do processo que 
estava no mandado e constatou que a penhora 
foi feita no bojo da execução trabalhista de uma 
empregada que se ativou na sociedade 
empresária X de 2019 a 2020. Pelo fato de o 
imóvel ter sido anteriormente da sociedade 
empresária X, o juiz deferiu a penhora sobre ele. 
Sobre a hipótese apresentada, e considerando 
que Hernani jamais integrou o quadro societário 
da executada, responda aos itens a seguir. 
A) Que medida judicial você, agora 
contratado(a) por Hernani, adotaria para tentar 
levantar a penhora sobre o bem imóvel? (Valor: 
0,65). 
A RESPOSTA CORRETA FOI: A medida a ser 
adotada são os embargos de terceiro, conforme 
previsto no Art. 674 do CPC, utilizado, 
subsidiariamente, na seara trabalhista, por força 
do Art. 769 da CLT. 
 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL PENAL 
PRIMEIRA DICA DO DIA 26 
1. MEDIDAS CAUTELARES 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
No sistema processual brasileiro, a prisão 
preventiva é a ultima ratio, devendo ser 
aplicado, sempre que possível, medidas 
cautelares, diferentes da prisão. 
 
Art. 282. As medidas cautelares previstas neste 
Título deverão ser aplicadas observando-se a: 
I - Necessidade para aplicação da lei penal, para 
a investigação ou a instrução criminal e, nos 
casos expressamente previstos, para evitar a 
prática de infrações penais 
 
II - Adequação da medida à gravidade do crime, 
circunstâncias do fato e condições pessoais do 
indiciado ou acusado. 
 
§ 1o As medidas cautelares poderão ser 
aplicadas isolada ou cumulativamente 
 
§ 2º As medidas cautelares serão decretadaspelo juiz a requerimento das partes ou, quando 
no curso da investigação criminal, por 
representação da autoridade policial ou 
mediante requerimento do Ministério Público. 
 
§ 3º Ressalvados os casos de urgência ou de 
perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao 
receber o pedido de medida cautelar, 
determinará a intimação da parte contrária, 
para se manifestar no prazo de 5 (cinco) dias, 
acompanhada de cópia do requerimento e das 
peças necessárias, permanecendo os autos em 
juízo, e os casos de urgência ou de perigo 
deverão ser justificados e fundamentados em 
decisão que contenha elementos do caso 
concreto que justifiquem essa medida 
excepcional. 
 
Ou seja, ao receber um pedido de medida 
cautelar, o juiz intimará o acusado, para que no 
prazo de 05 dias ele se manifeste a respeito. 
Todavia, tal regra não precisa ser observada se 
for caso de urgência ou perigo de ineficácia da 
medida. 
 
§ 4º No caso de descumprimento de qualquer 
das obrigações impostas, o juiz, mediante 
requerimento do Ministério Público, de seu 
assistente ou do querelante, poderá substituir a 
medida, impor outra em cumulação, ou, em 
último caso, decretar a prisão preventiva, nos 
termos do parágrafo único do art. 312 deste 
Código. 
 
PRESTE ATENÇÃO: O juiz não poderá DECRETAR 
de ofício as medidas cautelares, contudo, 
poderá, de ofício REVOGAR OU SUBSTITUIR. 
 
§ 5º O juiz poderá, de ofício ou a pedido das 
partes, revogar a medida cautelar ou substituí-
la quando verificar a falta de motivo para que 
subsista, bem como voltar a decretá-la, se 
sobrevierem razões que a justifiquem 
As cautelares diversas da prisão serão sempre 
concedidas pelo juiz, a requerimento do MP ou 
representação do delegado de polícia, salvo a 
fiança que pode ser arbitrada pelo delegado 
quando a pena máxima do crime for de até 4 
anos. Como se sabe, as cautelares no processo 
penal se prestam a evitar prejuízos à efetividade 
do processo em razão do decurso do tempo. As 
cautelares pessoais, por sua vez, são aquelas, 
como o próprio nome diz, que recaem sobre as 
pessoas, por exemplo, uma prisão cautelar. 
 
Art. 319. São medidas cautelares diversas da 
prisão: 
I - Comparecimento periódico em juízo, no prazo 
e nas condições fixadas pelo juiz, para informar 
e justificar atividades; 
 
II - proibição de acesso ou frequência a 
determinados lugares quando, por 
circunstâncias relacionadas ao fato, deva o 
indiciado ou acusado permanecer distante 
desses locais para evitar o risco de novas 
infrações; 
. 
III - proibição de manter contato com pessoa 
determinada quando, por circunstâncias 
 
 
 
39 
 
relacionadas ao fato, deva o indiciado ou 
acusado dela permanecer distante; 
 
IV - Proibição de ausentar-se da Comarca 
quando a permanência seja conveniente ou 
necessária para a investigação ou instrução; 
 
V - Recolhimento domiciliar no período noturno 
e nos dias de folga quando o investigado ou 
acusado tenha residência e trabalho fixos 
 
VI - Suspensão do exercício de função pública ou 
de atividade de natureza econômica ou 
financeira quando houver justo receio de sua 
utilização para a prática de infrações 
penais; 
VII - internação provisória do acusado nas 
hipóteses de crimes praticados com violência ou 
grave ameaça, quando os peritos concluírem ser 
inimputável ou semi-imputável (art. 26 do 
Código Penal) e houver risco de 
reiteração; 
 
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para 
assegurar o comparecimento a atos do 
processo, evitar a obstrução do seu andamento 
ou em caso de resistência injustificada à ordem 
judicial 
 
IX - Monitoração eletrônica 
 
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as 
disposições do Capítulo VI deste Título, 
podendo ser cumulada com outras medidas 
cautelares. 
 
2.CRIMES HEDIONDOS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
 
Art. 1o São considerados hediondos os seguintes 
crimes, todos tipificados no Decreto-Lei 
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código 
Penal, consumados ou tentados: 
 
 I- homicídio (art. 121), quando praticado em 
atividade típica de grupo de extermínio, ainda 
que cometido por um só agente, e homicídio 
qualificado (art. 121, § 2º, incisos I, II, III, IV, V, 
VI, VII, VIII e IX); (Redação dada pela Lei nº 
14.344, de 2022) 
 
I-A – lesão corporal dolosa de natureza 
gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal 
seguida de morte (art. 129, § 3o), quando 
praticadas contra autoridade ou agente descrito 
nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, 
integrantes do sistema prisional e da Força 
Nacional de Segurança Pública, no exercício da 
função ou em decorrência dela, ou contra seu 
cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa 
condição. 
 
PRESTE ATENÇÃO: O ARTIGO FALA EM 
PARENTE CONSAGUÍNIO E NÃO AFINS. 
 
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); 
II - Roubo: 
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da 
vítima (art. 157, § 2º, inciso V); 
b) circunstanciado pelo emprego de arma de 
fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego 
de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 
157, § 2º-B); 
c) qualificado pelo resultado lesão corporal 
grave ou morte (art. 157, § 3º); 
III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 
2o); 
III - extorsão qualificada pela restrição da 
liberdade da vítima, ocorrência de lesão 
corporal ou morte (art. 158, § 3º 
IV - extorsão mediante sequestro e na forma 
qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o 
V - Estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 
223, caput e parágrafo único); 
V - Estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o 
VI - Atentado violento ao pudor (art. 214 e sua 
combinação com o art. 223, caput e parágrafo 
único); 
VI - Estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 
1o, 2o, 3o e 4o); 
VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 
1o). 
VII-B - Falsificação, corrupção, adulteração ou 
alteração de produto destinado a fins 
terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 
1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei 
no 9.677, de 2 de julho de 1998). 
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra 
forma de exploração sexual de criança ou 
 
 
 
40 
 
adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, 
e §§ 1º e 2º 
IX - Furto qualificado pelo emprego de 
explosivo ou de artefato análogo que cause 
perigo comum (art. 155, § 4º-A). (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019) CAI MUITO 
 
Parágrafo único. Consideram-se também 
hediondos, tentados ou consumados: 
I - O crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 
2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 
1956; 
 
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de 
fogo de uso proibido, previsto no art. 16 da Lei 
nº 10.826, de 22 de dezembro de 
2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
III - o crime de comércio ilegal de armas de 
fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 10.826, de 22 
de dezembro de 2003; 
 
IV - o crime de tráfico internacional de arma de 
fogo, acessório ou munição, previsto no art. 18 
da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 
2003; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
V - O crime de organização criminosa, quando 
direcionado à prática de crime hediondo ou 
equiparado 
 
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da 
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis 
de: 
I - Anistia, graça e indulto; 
 
I - Fiança. 
 
§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será 
cumprida inicialmente em regime fechado. 
 
§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz 
decidirá fundamentadamente se o réu poderá 
apelar em liberdade 
 
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe 
a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos 
crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 
(trinta) dias, prorrogável por igual período em 
caso de extrema e comprovada 
necessidade.Art. 3º A União manterá estabelecimentos 
penais, de segurança máxima, destinados ao 
cumprimento de penas impostas a condenados 
de alta periculosidade, cuja permanência em 
presídios estaduais ponha em risco a ordem ou 
incolumidade pública. 
 
Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o 
seguinte inciso: 
"Art. 83. .............................................................. 
........................................................................ 
V - cumprido mais de dois terços da pena, nos 
casos de condenação por crime hediondo, 
prática da tortura, tráfico ilícito de 
entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o 
apenado não for reincidente específico em 
crimes dessa natureza." 
Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 
1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo 
único; 267, caput e 270; caput, todos do Código 
Penal, passam a vigorar com a seguinte redação: 
"Art. 157. ............................................................. 
 
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, 
a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos, 
além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 
vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. 
........................................................................ 
Art. 
159. ............................................................... 
Pena - reclusão, de oito a quinze anos. 
§ 1º ................................................................. 
Pena - reclusão, de doze a vinte anos. 
 
§ 2º ................................................................. 
Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro 
anos. 
 
§ 3º ................................................................. 
Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. 
........................................................................ 
Art. 213. 
............................................................... 
Pena - reclusão, de seis a dez anos. 
Art. 214. 
............................................................... 
Pena - reclusão, de seis a dez anos. 
 
 
 
41 
 
........................................................................ 
Art. 223. 
............................................................... 
Pena - reclusão, de oito a doze anos. 
Parágrafo único. 
........................................................ 
Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos. 
........................................................................ 
Art. 267. 
............................................................... 
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. 
........................................................................ 
Art. 270. 
............................................................... 
Pena - reclusão, de dez a quinze anos. 
......................................................................." 
Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica 
acrescido o seguinte parágrafo: 
"Art. 159. 
.............................................................. 
........................................................................ 
§ 4º Se o crime for cometido por quadrilha ou 
bando, o coautor que denunciá-lo à autoridade, 
facilitando a libertação do sequestrado, terá sua 
pena reduzida de um a dois terços." 
 
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a 
pena prevista no art. 288 do Código Penal, 
quando se tratar de crimes hediondos, prática 
da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins ou terrorismo. 
Parágrafo único. O participante e o associado 
que denunciar à autoridade o bando ou 
quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, 
terá a pena reduzida de um a dois terços. 
Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes 
capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, 
caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua 
combinação com o art. 223, caput e parágrafo 
único, 214 e sua combinação com o art. 223, 
caput e parágrafo único, todos do Código Penal, 
são acrescidas de metade, respeitado o limite 
superior de trinta anos de reclusão, estando a 
vítima em qualquer das hipóteses referidas 
no art. 224 também do Código Penal. 
 
Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de 
outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de 
parágrafo único, com a seguinte redação: 
 
"Art. 35. 
................................................................ 
Parágrafo único. Os prazos procedimentais 
deste capítulo serão contados em dobro quando 
se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 
14 
 
3. LEI MARIA DA PENHA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
A lei maria da penha Cria mecanismos para 
coibir a violência doméstica e familiar contra a 
mulher. 
Art. 1º Esta Lei cria mecanismos para coibir e 
prevenir a violência doméstica e familiar contra 
a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da 
Constituição Federal, da Convenção sobre a 
Eliminação de Todas as Formas de Violência 
contra a Mulher, da Convenção Interamericana 
para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência 
contra a Mulher e de outros tratados 
internacionais ratificados pela República 
Federativa do Brasil; dispõe sobre a criação dos 
Juizados de Violência Doméstica e Familiar 
contra a Mulher; e estabelece medidas de 
assistência e proteção às mulheres em situação 
de violência doméstica e familiar. 
 
Art. 2º Toda mulher, independentemente de 
classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, 
cultura, nível educacional, idade e religião, goza 
dos direitos fundamentais inerentes à pessoa 
humana, sendo-lhe asseguradas as 
oportunidades e facilidades para viver sem 
violência, preservar sua saúde física e mental e 
seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social. 
Art. 3º Serão asseguradas às mulheres as 
condições para o exercício efetivo dos direitos à 
vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à 
educação, à cultura, à moradia, ao acesso à 
justiça, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à 
cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito 
e à convivência familiar e comunitária. 
 
§ 1º O poder público desenvolverá políticas que 
visem garantir os direitos humanos das 
mulheres no âmbito das relações domésticas e 
familiares no sentido de resguardá-las de toda 
 
 
 
42 
 
forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão. 
§ 2º Cabe à família, à sociedade e ao poder 
público criar as condições necessárias para o 
efetivo exercício dos direitos enunciados no 
caput. 
 
Art. 4º Na interpretação desta Lei, serão 
considerados os fins sociais a que ela se destina 
e, especialmente, as condições peculiares das 
mulheres em situação de violência doméstica e 
familiar. 
 
A lei nº 11.340/2006 contempla tanto os crimes 
comissivos como os omissivos. Configura 
violência contra mulher não só a física, como a 
sexual, moral, patrimonial e psicológica. 
 
A violência psicológica contra a mulher apesar 
de ser prevista há muito tempo na presente lei, 
não existia no ordenamento jurídico brasileiro 
um tipo penal correspondente. Contudo, a lei nº 
14.188/2021 acrescentou um novo crime no art. 
147-B do Código Penal: o delito de violência 
psicológica contra a mulher. 
 
“Art. 147-B do CP: Art. 147-B. Causar dano 
emocional à mulher que a prejudique e 
perturbe seu pleno desenvolvimento ou que 
vise a degradar ou a controlar suas ações, 
comportamentos, crenças e decisões, 
mediante ameaça, constrangimento, 
humilhação, manipulação, isolamento, 
chantagem, ridicularização, limitação do 
direito de ir e vir ou qualquer outro meio que 
cause prejuízo à sua saúde psicológica e 
autodeterminação: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 
anos, e multa, se a conduta não constitui crime 
mais grave. “ 
Por se tratar de um crime comum, o sujeito ativo 
poderá ser tanto o homem, como a mulher.Já o 
sujeito passivo só poderá ser a mulher. 
Perceba que para se enquadrar neste delito, faz-
se necessário que o réu prátique um dos núcleos 
verbais que compôe a discrição das ações deste 
tipo, as quais não encontramos o dolo 
espefícifico de praticar o crime, violência 
psicológica, apenas pela razão das condinções 
do sexo feminino ( o qualé encontrado no 
feminicídio). 
#LINKMENTAL 
Por que estou te informando isto? Porque você 
precisa perceber esses detalhes quando for 
responder uma questão prática de direito 
penal. 
Por ex: S e na questão vier um caso prático onde 
um homem violentou a mulher, causando-lhe 
danos emocionais, por razões do seu sexo 
feminino, e pergunte qual o delito o homem 
cometeu. 
O que você deverá fazer? Com essa informação 
que te dei? Caso uma das alternativas fale que 
esse crime é o delito do artigo 147-B do CP( 
Violência psicológica contra mulher) você já irá 
eliminar, pois já sabe que este delito não possui 
dolo específico. Entendeu? 
Violência psicológica x lesão corporal 
Rogério Sanches defende que, se a violência 
psicológica resultar em lesão à saúde 
psicológica da vítima, comprovada por exame e 
demonstrado nexo de causalidade (indicando o 
respectivo CID), haverá o crime de lesões 
corporais, que poderá ser leve (art. 129, § 13) ou 
até grave, quando, por exemplo, causar a 
incapacidade da vítima para exercer suas 
ocupações habituais por mais de trinta dias (art. 
129, § 1º, I, do CP). Também haverá lesão grave 
se a doença psicológica gerar pensamentos 
suicidas, diante do risco à vida (FERNANDES, 
Valéria Diez Scarance. ÁVILA, Thiago Pierobom 
de; CUNHA, Rogério Sanches. Violência 
psicológica contra a mulher: comentários à Lei n. 
14.188/2021. Disponível em: 
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.
br/2021/07/29/comentarios-lei-n-14-
1882021/) 
Pois bem, sigamos com análise da lei nº 
11.340/2006. 
 
 
 
43 
 
Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura 
violência doméstica e familiar contra a mulher 
qualquer ação ou omissão baseada no gênero 
que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, 
sexual ou psicológico e dano moral ou 
patrimonial 
I - No âmbito da unidade doméstica, 
compreendida como o espaço de convívio 
permanente de pessoas, com ou sem vínculo 
familiar, inclusive as esporadicamente 
agregadas; 
II - No âmbito da família, compreendida como a 
comunidade formada por indivíduos que são ou 
se consideram aparentados, unidos por laços 
naturais, por afinidade ou por vontade 
expressa (NÃO PRECISA SER PARENTE 
CONSAGUÍNIO) 
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual 
o agressor conviva ou tenha convivido com a 
ofendida, independentemente de coabitação. 
Parágrafo único. As relações pessoais 
enunciadas neste artigo independem de 
orientação sexual. 
Súmula 600-STJ: Para a configuração da 
violência doméstica e familiar prevista no 
artigo 5º da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da 
Penha) não se exige a coabitação entre autor e 
vítima. 
Doutrinariamente, assim como 
jurisprudencialmente se entende que a lei maria 
da penha se aplica para a mulher transgênero, 
ainda que não tenha se submetido a cirurgia de 
redesignação sexual. 
Art. 6º A violência doméstica e familiar contra a 
mulher constitui uma das formas de violação 
dos direitos humanos 
DAS FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E 
FAMILIAR CONTRA A MULHER 
Art. 7º São formas de violência doméstica e 
familiar contra a mulher, entre outras: 
I - A violência física, entendida como qualquer 
conduta que ofenda sua integridade ou saúde 
corporal; 
II - a violência psicológica, entendida como 
qualquer conduta que lhe cause dano emocional 
e diminuição da autoestima ou que lhe 
prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento 
ou que vise degradar ou controlar suas ações, 
comportamentos, crenças e decisões, mediante 
ameaça, constrangimento, humilhação, 
manipulação, isolamento, vigilância constante, 
perseguição contumaz, insulto, chantagem, 
violação de sua intimidade, ridicularização, 
exploração e limitação do direito de ir e vir ou 
qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à 
saúde psicológica e à autodeterminação 
III - a violência sexual, entendida como qualquer 
conduta que a constranja a presenciar, a 
manter ou a participar de relação sexual não 
desejada, mediante intimidação, ameaça, 
coação ou uso da força; que a induza a 
comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a 
sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer 
método contraceptivo ou que a force ao 
matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à 
prostituição, mediante coação, chantagem, 
suborno ou manipulação; ou que limite ou anule 
o exercício de seus direitos sexuais e 
reprodutivos ( O ATO DE APENAS PRESENCIAR 
POR MEIO DE CONSTRANGIMENTO TAMBÉM É 
VIOLÊNCIA SEXUAL) 
IV - A violência patrimonial, entendida como 
qualquer conduta que configure retenção, 
subtração, destruição parcial ou total de seus 
objetos, instrumentos de trabalho, documentos 
pessoais, bens, valores e direitos ou recursos 
econômicos, incluindo os destinados a satisfazer 
suas necessidades; (DESTRUIÇÃO TANTO 
PARCIAL OU TOTAL. NA QUESTÃO, COM 
CERTEZA VAI VIR FALANDO QUE APENAS A 
DESTRUIÇÃO TOTAL SE CONFIGURA VIOLÊNCIA 
MATERIAL PAQRA ESTA LEI). 
 
 
 
44 
 
V - A violência moral, entendida como qualquer 
conduta que configure calúnia, difamação ou 
injúria. 
OBS: NÃO CONFUNDAM: O CRIME DO ART. 
147-B DO CP, VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA 
CONTRA MULHER, É DIFERENTE DA VIOLÊNCIA 
PSICOLÓGICA TRATADA NA LEI MARIA DA 
PENNHA. POR QUÊ? PORQUE NEM SEMPRE A 
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA VAI SER NO ÂMBITO 
DOMÉSTICO E FAMILIAR ENTENDE? A 
VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA DO CÓDIGO PENAL É 
MAIS AMPLA, JÁ A DA LEI MARIA DA PENHA É 
RESTRITA AOS REQUISITOS EXIGIDOS PELA LEI. 
OBS: QUANDO A VIOLÊNCIA PSICOLÓGICA 
CONTRA A MULHER (ART. 147-B DO CP) FOR 
PRATICADA NO ÂMBITO DOMÉSTICO E 
FAMILIAR SERÁ SEGUIDO O RITO EXPRESSO NA 
LEI Nº 11.340/2006. SENDO ASSIM, NÃO SE 
APLICARÃO OS BENEFÍCIOS DA LEI Nº 
9.099/1995. CHEIRO DE QUESTÃO DE PROVA 
ISSO VIU!!! 
Logo, essas súmulas também serão aplicadas 
ao delito do art. 147-B do CP. 
Súmula 536-STJ: A suspensão condicional do 
processo e a transação penal não se aplicam na 
hipótese de delitos sujeitos ao rito da Lei Maria 
da Penha. 
Súmula 542-STJ: A ação penal relativa ao crime 
de lesão corporal resultante de violência 
doméstica contra a mulher é pública 
incondicionada. 
Súmula 588-STJ: A prática de crime ou 
contravenção penal contra a mulher com 
violência ou grave ameaça no ambiente 
doméstico impossibilita a substituição da pena 
privativa de liberdade por restritiva de direitos. 
Obs: Caso a violência psicológica ontra a mulher 
seja praticada sem ser no contexto do ambiente 
doméstico e familiar serão aplicados os 
benefícios da lei nº 9.099/1995 
Art. 9º A assistência à mulher em situação de 
violência doméstica e familiar será prestada de 
forma articulada e conforme os princípios e as 
diretrizes previstos na Lei Orgânica da 
Assistência Social, no Sistema Único de Saúde, 
no Sistema Único de Segurança Pública, entre 
outras normas e políticas públicas de proteção, 
e emergencialmente quando for o caso. 
§ 1º O juiz determinará, por prazo certo, a 
inclusão da mulher em situação de violência 
doméstica e familiar no cadastro de programas 
assistenciais do governo federal, estadual e 
municipal. 
§ 2º O juiz assegurará à mulher em situação de 
violência doméstica e familiar, para preservar 
sua integridade física e psicológica: 
I - Acesso prioritário à remoção quando 
servidora pública, integrante da administração 
direta ou indireta; 
II - Manutenção do vínculo trabalhista, quando 
necessário o afastamento do local de trabalho, 
por até seis meses. 
III - encaminhamento à assistência judiciária, 
quando for o caso, inclusive para eventual 
ajuizamento da ação de separação judicial, de 
divórcio, de anulação de casamento ou de 
dissolução de união estável perante o juízo 
competente. 
#NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA 
§ 3º A assistência à mulher em situação de 
violência doméstica e familiar compreenderá o 
acesso aos benefícios decorrentes do 
desenvolvimento científico e tecnológico, 
incluindo os serviços de contracepção de 
emergência, a profilaxia das Doenças 
Sexualmente Transmissíveis (DST) e da 
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) 
e outros procedimentos médicos necessários e 
cabíveisnos casos de violência sexual. 
#NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA 
§ 4º Aquele que, por ação ou omissão, causar 
lesão, violência física, sexual ou psicológica e 
dano moral ou patrimonial a mulher fica 
obrigado a ressarcir todos os danos causados, 
inclusive ressarcir ao Sistema Único de Saúde 
 
 
 
45 
 
(SUS), de acordo com a tabela SUS, os custos 
relativos aos serviços de saúde prestados para o 
total tratamento das vítimas em situação de 
violência doméstica e familiar, recolhidos os 
recursos assim arrecadados ao Fundo de Saúde 
do ente federado responsável pelas unidades de 
saúde que prestarem os serviços 
#NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA 
§ 5º Os dispositivos de segurança destinados ao 
uso em caso de perigo iminente e 
disponibilizados para o monitoramento das 
vítimas de violência doméstica ou familiar 
amparadas por medidas protetivas terão seus 
custos ressarcidos pelo agressor 
#NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA 
§ 6º O ressarcimento de que tratam os §§ 4º e 
5º deste artigo não poderá importar ônus de 
qualquer natureza ao patrimônio da mulher e 
dos seus dependentes, nem configurar 
atenuante ou ensejar possibilidade de 
substituição da pena aplicada 
#NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA 
§ 7º A mulher em situação de violência 
doméstica e familiar tem prioridade para 
matricular seus dependentes em instituição de 
educação básica mais próxima de seu domicílio, 
ou transferi-los para essa instituição, mediante 
a apresentação dos documentos 
comprobatórios do registro da ocorrência 
policial ou do processo de violência doméstica e 
familiar em curso. 
#NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA 
§ 8º Serão sigilosos os dados da ofendida e de 
seus dependentes matriculados ou transferidos 
conforme o disposto no § 7º deste artigo, e o 
acesso às informações será reservado ao juiz, ao 
Ministério Público e aos órgãos competentes do 
poder público 
#NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA 
Art. 11. No atendimento à mulher em situação 
de violência doméstica e familiar, a autoridade 
policial deverá, entre outras providências: 
V - Informar à ofendida os direitos a ela 
conferidos nesta Lei e os serviços disponíveis, 
inclusive os de assistência judiciária para o 
eventual ajuizamento perante o juízo 
competente da ação de separação judicial, de 
divórcio, de anulação de casamento ou de 
dissolução de união estável. 
#NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA 
Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual 
ou iminente à vida ou à integridade física ou 
psicológica da mulher em situação de violência 
doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o 
agressor será imediatamente afastado do lar, 
domicílio ou local de convivência com a 
ofendida: #NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA 
I - Pela autoridade judicial 
II - Pelo delegado de polícia, quando o Município 
não for sede de comarca; ou 
III - pelo policial, quando o Município não for 
sede de comarca e não houver delegado 
disponível no momento da denúncia. 
§ 1º Nas hipóteses dos incisos II e III do caput 
deste artigo, o juiz será comunicado no prazo 
máximo de 24 (vinte e quatro) horas e decidirá, 
em igual prazo, sobre a manutenção ou a 
revogação da medida aplicada, devendo dar 
ciência ao Ministério Público 
concomitantemente. 
§ 2º Nos casos de risco à integridade física da 
ofendida ou à efetividade da medida protetiva 
de urgência, não será concedida liberdade 
provisória ao preso. 
Art. 14-A. A ofendida tem a opção de propor 
ação de divórcio ou de dissolução de união 
estável no Juizado de Violência Doméstica e 
Familiar contra a Mulher. 
#NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA 
§ 1º Exclui-se da competência dos Juizados de 
Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher 
a pretensão relacionada à partilha de bens. 
#DECORAESSABIXIGA 
 
 
 
46 
 
§ 2º Iniciada a situação de violência doméstica e 
familiar após o ajuizamento da ação de divórcio 
ou de dissolução de união estável, a ação terá 
preferência no juízo onde estiver. 
#DAPRINTECOLANAMENTE 
Art. 15. É competente, por opção da ofendida, 
para os processos cíveis regidos por esta Lei, o 
Juizado: 
I - Do seu domicílio ou de sua residência; 
II - Do lugar do fato em que se baseou a 
demanda; 
III - do domicílio do agressor. 
Art. 16. Nas ações penais públicas condicionadas 
à representação da ofendida de que trata esta 
Lei, só será admitida a renúncia à representação 
perante o juiz, em audiência especialmente 
designada com tal finalidade, antes do 
recebimento da denúncia e ouvido o Ministério 
Público. (RETRATAÇÃO) 
LEMBRE-SE: NÃO SÃO TODOS OS CRIMES 
COMETIDOS NO ÂMBITO DA VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA QUE PODE OCORRER A 
REATRATAÇÃO, MAS APENAS AQUELES DE 
AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA Á 
REPRESENTAÇÃO, COMO POR EXEMPLO, A 
AMEAÇA. 
Art. 17. É vedada a aplicação, nos casos de 
violência doméstica e familiar contra a mulher, 
de penas de cesta básica ou outras de prestação 
pecuniária, bem como a substituição de pena 
que implique o pagamento isolado de multa. 
Art. 21. A ofendida deverá ser notificada dos 
atos processuais relativos ao agressor, 
especialmente dos pertinentes ao ingresso e à 
saída da prisão, sem prejuízo da intimação do 
advogado constituído ou do defensor público. 
Parágrafo único. A ofendida não poderá 
entregar intimação ou notificação ao agressor 
#semprecai #DECOREESSABIXIGA 
DAS MEDIDAS PROTETIVAS QUE OBRIGAM O 
AGRESSOR 
Art. 22. Constatada a prática de violência 
doméstica e familiar contra a mulher, nos 
termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de 
imediato, ao agressor, em conjunto ou 
separadamente, as seguintes medidas 
protetivas de urgência, entre outras: 
I - Suspensão da posse ou restrição do porte de 
armas, com comunicação ao órgão competente, 
nos termos da 
II - Afastamento do lar, domicílio ou local de 
convivência com a ofendida; (É O 
AFASTAMENTO DO AGRESSOR DO LAR E NÃO 
DA OFENDIDA) 
III - proibição de determinadas condutas, entre 
as quais: 
a) aproximação da ofendida, de seus familiares 
e das testemunhas, fixando o limite mínimo de 
distância entre estes e o agressor; 
b) contato com a ofendida, seus familiares e 
testemunhas por qualquer meio de 
comunicação; 
c) frequentação de determinados lugares a fim 
de preservar a integridade física e psicológica da 
ofendida; 
IV - Restrição ou suspensão de visitas aos 
dependentes menores, ouvida a equipe de 
atendimento multidisciplinar ou serviço similar; 
V - Prestação de alimentos provisionais ou 
provisórios. 
VI – Comparecimento do agressor a programas 
de recuperação e reeducação; 
#NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA 
VII – acompanhamento psicossocial do agressor, 
por meio de atendimento individual e/ou em 
grupo de apoio 
#NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA 
§ 1º As medidas referidas neste artigo não 
impedem a aplicação de outras previstas na 
legislação em vigor, sempre que a segurança da 
ofendida ou as circunstâncias o exigirem, 
 
 
 
47 
 
devendo a providência ser comunicada ao 
Ministério Público. 
§ 2º Na hipótese de aplicação do inciso I, 
encontrando-se o agressor nas condições 
mencionadas no caput e incisos do art. 6º da Lei 
nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, o juiz 
comunicará ao respectivo órgão, corporação ou 
instituição as medidas protetivas de urgência 
concedidas e determinará a restrição do porte 
de armas, ficando o superior imediato do 
agressor responsável pelo cumprimento da 
determinação judicial, sob pena de incorrer nos 
crimes de prevaricação ou de desobediência, 
conforme o caso. 
§ 3º Para garantir a efetividade das medidas 
protetivas de urgência, poderá o juiz requisitar, 
a qualquer momento, auxílio da força policial. 
§ 4º Aplica-se às hipóteses previstas neste 
artigo, no que couber, o disposto no caput e nos 
§§ 5º e 6º do art. 461 da Lei no 5.869, de 11 de 
janeiro de 1973 (Código de Processo Civil). 
DAS MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA DA 
OFENDIDA 
Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem 
prejuízo de outras medidas: 
I - Encaminhar a ofendida e seus dependentes a 
programa oficial ou comunitário de proteção ou 
de atendimento; 
II - Determinar a reconduçãoo crime consumado, logo não 
existe tentativa. 
 
Obs: O dolo eventual admite tentativa? 
Prevalece no Brasil, que sim. 
 
Obs: Crimes culposos não possuem tentativa, 
salvo a culpa imprópria. E porque isso? Porque 
na culpa imprópria, o agente quer atingir o 
bem, ele possui dolo, porém acredita estar 
diante de uma causa excludente de ilicitude. 
Por ex: O agente pensa: Ah vou matar minha 
esposa (dolo de matar) porque é excludente de 
ilicitude, o fato de o marido matar a mulher que 
foi infiel. 
 
Obs: Como o crime preterdoloso possui dolo na 
conduta antecedente e culpa na conduta 
posterior, ele não admite tentativa, pois crimes 
culposos não admitem. 
 
 
Os crimes condicionados não admitem 
tentativa. O que seria crime condicionado? É 
aquele que depende de um resultado 
naturalístico, por meio de uma condição 
objetiva de punibilidade, prevista em lei. Caso, 
essa condição objetiva não ocorra, não há 
tentativa, pois ela ocorrendo já ocorrerá a 
consumação do crime. É um crime que precisa 
de uma condição para que ele ocorra. 
Ex: Crime falimentar. A sentença de falência é 
condição para o crime. 
 
NOVIDADE LEGISLATIVA (Foi tratada no Dicas 
semana passada. Vamos ver se vc se recorda) 
Um exemplo desse tipo de crime, 
ANTERIORMENTE, seria a participação ao 
suicídio. 
 
O delito de instigação, induzimento ou auxílio ao 
suicídio tem como elemento subjetivo o dolo. 
Não havendo punição na modalidade culposa, 
assim não existia tal delito na forma tentada. 
Porém, com o advento da Lei nº 13.968/2019 o 
crime passou a tipificar também em sua forma 
tentada. 
 
O artigo 22 do CP passou a ter a seguinte 
redação: 
 
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se 
ou a praticar automutilação ou prestar-lhe 
auxílio material para que o faça 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) 
anos. 
§ 1º Se dá automutilação ou da tentativa de 
suicídio resulta lesão corporal de natureza 
grave ou gravíssima, nos termos dos §§ 1º e 2º 
do art. 129 deste Código: 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos. 
§ 2º Se o suicídio se consuma ou se da 
automutilação resulta morte: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos. 
 
A maior modificação foi a não previsão de 
condicionamento da punição à existência de 
resultado naturalístico, o que 
consequentemente veio a tipificar a modalidade 
TENTADA, afinal não é necessário o resultado 
naturalístico para que haja a tipificação do 
delito. 
 
 
 
 
4 
 
o artigo 122 só previa pena para as condutas que 
tipificava no caso de o suicídio se consumar ou 
de a tentativa de suicídio resultar lesão corporal 
de natureza grave. Atualmente, a ocorrência dos 
resultados naturalísticos lesão grave ou morte 
tornará o crime qualificado, ou seja, 
ATUALMENTE EXISTE A TENTATIVA DO CRIME 
DE INDUZIR OU INSTIGAR ALGUÉM A SE 
SUICIDAR, AINDA QUE NÃO VENHA A CAUSAR 
LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE OU 
GRAVISSÍMA, TODAVIA, CASO ESSAS SEJAM 
CAUSADAS HAVERÁ O DELITO DE INTIGAÇÃO 
OU AUXÍLIO AO SUICÍDIO NA FORMA 
QUALIFICADA! 
 
3-Desistência voluntária e arrependimento 
EFICAZ- São espécies de tentativa abandonada, 
a qual o crime não se consuma por 
circunstância inerente a vontade do agente, 
respondendo esse pelos atos até então 
praticados. 
 
NÃO CONFUNDAM: DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA 
E ARREPENDIMENTO EFICAZ SÃO ESPÉCIES DE 
TENTATIVA, MAS ISSO NÃO QUER DIZER QUE O 
AGENTE IRÁ RESPONDER PELO CRIME 
TENTADO. O AGENTE RESPONDE PELOS ATOS 
PRATICADOS. 
 
O QUE VAI DIFERENCIAR A DESISTÊNCIA 
VOLUNTÁRIA DO ARREPENDIMENTO EFICAZ É 
O MOMENTO EM QUE O AGENTE DESISTIU DE 
PROSSEGUIR E DOS ATOS ATÉ ENTÃO 
PRATICADOS. 
 
Art. 15 do CP - O agente que, voluntariamente, 
desiste de prosseguir na execução ou impede 
que o resultado se produza, só responde pelos 
atos já praticados 
 
Na desistência o agente INTERROMPE a 
execução do crime, ele não chegou a esgotar 
todos os meios que ele tinha para praticar o 
delito. Já no arrependimento eficaz o agente 
executou todos os atos que ele tinha ao seu 
alcance, mas ele toma providências eficazes 
que impedem a CONSUMAÇÃO do delito. 
Ex: Maria possuía um revólver com 5 balas e 
queria matar Carlos. Maria atirou 3 vezes e não 
conseguiu matar Carlos, apenas um dos tiros 
pegou de raspão e o feriu. Mesmo Maria 
possuindo mais 2 balas para tirar em Carlos, 
Maria DESISTE VOLUNTÁRIAMENTE de 
prosseguir na execução. Perceba que os atos 
executórios que maria tinha ao seu alcance NÃO 
HAVIAM SE ESGOTADO, mas mesmo assim ela 
desistiu. 
Logo, estamos diante de uma DESISTÊNCIA 
VOLUNTÁRIA, a qual Maria irá responder por 
lesões corporais e não por tentativa de 
homicídio, pois como já mencionado, 
desistência voluntária e arrependimento eficaz 
são espécies de tentativa, mas quem os pratica 
NÃO RESPONDEM PELO CRIME TENTADO, mas 
pelos atos até então praticados. 
 
Agora, vamos super que Maria tivesse utilizado 
as 5 balas do revólver e após ver Carlos 
morrendo de dor no chão, resolveu leva-lo até o 
hospital, o que salvou sua vida. Neste caso, 
como Maria havia esgotado todos os meios que 
ela tinha para matar Carlos e 
VOLUNTARIAMENTE se arrependeu de forma 
EFICAZ, impedindo o resultado, estamos diante 
de um ARREPENDIMENTO EFICAZ. 
 
Obs. Não confundam a tentativa perfeita com a 
desistência voluntária e o arrependimento 
Eficaz. A tentativa perfeita, o agente não 
consuma o delito, por circunstância ALHEIA a 
sua vontade. Já na desistência voluntária ou no 
arrependimento eficaz, o crime não se 
consuma por circunstância INERENTE a vontade 
do agente. 
 
Obs: A desistência tem que ser voluntária, mas 
não necessariamente espontânea, o que 
significa, que mesmo que a desistência ocorra 
por influência de outra pessoa, ela continua 
sendo voluntária. 
 
4-Arrependimento posterior x arrependimento 
eficaz- O arrependimento posterior se encontra 
descrito no art.16 do CP: 
 
 Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou 
grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou 
restituída a coisa, até o recebimento da 
denúncia ou da queixa, por ato voluntário do 
 
 
 
5 
 
agente, a pena será reduzida de um a dois 
terços. 
Já o arrependimento eficaz é o que encontramos 
no art.15do CP: 
 Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste 
de prosseguir na execução ou impede que o 
resultado se produza, só responde pelos atos já 
praticados 
Percebam que no arrependimento eficaz o 
agente não precisa ter cometido um crime sem 
violência ou grave ameaça para fazer jus ao 
benefício. 
Além disso, verifique que no arrependimento 
posterior a pena é diminuída de um a dois terço, 
logo este instituto é uma causa de diminuição de 
pena. 
Requisitos para o arrependimento posterior: 
- Crime sem violência ou grave ameaça á 
pessoa; 
-Restituição ou reparação INTEGRAL do dano; 
- Tem que ocorrer até o RECEBIMENTO da 
denúncia; 
-Voluntariedade 
 
5-Crime impossível ou tentativa inidônea 
 
De acordo com o art. 17 do CP podemos 
definir o crime impossível quando: 
Art. 17 - Não se pune a tentativa quando, por 
ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível 
consumar-se o crime. 
Decorem: INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO, 
NÃO É DO OBJETO. O OBEJTO É ABSOLUTA 
IMPROPRIEDADE. (a FGV gosta de trocar esses 
conceitos) 
Exemplo de Ineficácia absoluta do meio: 
Acionar uma arma desmuniciada com intenção 
de matar alguém. 
Exemplo de absoluta impropriedade do objeto 
material: tentar matar um cadáver. 
 
2. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O art. 107 do CP traz um rol taxativo das causas 
de extinção de punibilidade. 
 
Art. 107 do CP- Extingue-se a punibilidade: 
 I - Pela morte do agente; 
 II - Pela anistia, graça ou indulto; 
 III - pela retroatividade de lei que não mais 
considera o fato como criminoso; 
 IV - Pela prescrição, decadência ou 
perempção; 
 V - Pela renúncia do direito de queixa ou 
pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; 
 VI - Pela retratação do agente, nos casos em 
que a lei a admite; 
 IXda ofendida e a de 
seus dependentes ao respectivo domicílio, após 
afastamento do agressor; 
III - determinar o afastamento da ofendida do 
lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, 
guarda dos filhos e alimentos; 
IV - Determinar a separação de corpos. 
V - Determinar a matrícula dos dependentes da 
ofendida em instituição de educação básica 
mais próxima do seu domicílio, ou a 
transferência deles para essa instituição, 
independentemente da existência de vaga. 
#NOVIDADELEGISLATIVANACABEÇA Art. 24. 
Para a proteção patrimonial dos bens da 
sociedade conjugal ou daqueles de propriedade 
particular da mulher, o juiz poderá determinar, 
liminarmente, as seguintes medidas, entre 
outras: 
I - Restituição de bens indevidamente subtraídos 
pelo agressor à ofendida; 
II - Proibição temporária para a celebração de 
atos e contratos de compra, venda e locação de 
propriedade em comum, salvo expressa 
autorização judicial; 
III - suspensão das procurações conferidas pela 
ofendida ao agressor;( NÃO É EXTINÇÃO, MAS 
SUSPENSÃO) 
IV - Prestação de caução provisória, mediante 
depósito judicial, por perdas e danos materiais 
decorrentes da prática de violência doméstica e 
familiar contra a ofendida. 
Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório 
competente para os fins previstos nos incisos II 
e III deste artigo 
 
#PLUS 
#CASOVOCêTENHATEMPOOLHEESSEASSUNTO 
3. PRISÃO E LIBERDADE PROVISÓRIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
 
Prisão é a restrição da liberdade que o cidadão 
tem de ir e vir devendo ser executada em casos 
excepcionais sob pena de violação do princípio 
da presunção da inocência. 
 
Art. 282, § 6º A prisão preventiva somente será 
determinada quando não for cabível a sua 
substituição por outra medida cautelar, 
observado o art. 319 deste Código, e o não 
cabimento da substituição por outra medida 
cautelar deverá ser justificado de forma 
fundamentada nos elementos presentes do caso 
concreto, de forma individualizada. 
 
Art. 283. Ninguém poderá ser preso senão em 
flagrante delito ou por ordem escrita e 
fundamentada da autoridade judiciária 
 
 
 
48 
 
competente, em decorrência de prisão cautelar 
ou em virtude de condenação criminal 
transitada em julgado. 
 
Existem três espécies de prisão do sistema 
processual penal brasileiro: prisão preventiva, 
prisão em flagrante, prisão temporária. 
 
Obs. A prisão domiciliar não é uma espécie de 
prisão, mas uma forma de substituir a prisão 
preventiva. 
 
1-Prisão preventiva: Poderá ocorrer durante o 
processo como durante a fase investigativa. 
Antes do advento da Lei n º 13.964/2019, a 
prisão preventiva poderia ser decretada pelo 
juiz na fase processual, cabendo ao delegado de 
polícia representar ao juiz a prisão do 
investigado na fase de investigação. Ocorre que 
após a publicação da mencionada lei, não pode 
o juiz decretar de ofício a prisão preventiva do 
réu, seja na fase de investigação, seja na fase 
processual. 
 
Art. 311 do CPP Em qualquer fase da 
investigação policial ou do processo penal, 
caberá a prisão preventiva decretada pelo juiz, 
a requerimento do Ministério Público, do 
querelante ou do assistente, ou por 
representação da autoridade policial. 
 
Perceba que neste artigo a prisão poderá ser 
DECRETADA pelo juiz, A REQUERIMENTO do MP, 
querelante, assistente ou representação da 
autoridade, não sendo possível a decretação, de 
ofício. 
Pressupostos da Prisão preventiva: 
 
1-Fummus commissi delicti- Mediante prova de 
indícios do crime e de autoria 
 
2- Pericullum Libertatis: Situações em que a 
liberdade do agente implica prejuízo as 
investigações. Devendo ser provado este 
periculum libertatis, para que não seja violado 
o direito de liberdade que cada cidadão tem. 
 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser 
decretada como garantia da ordem pública, da 
ordem econômica, por conveniência da 
instrução criminal ou para assegurar a 
aplicação da lei penal, quando houver prova da 
existência do crime e indício suficiente de 
autoria e de perigo gerado pelo estado de 
liberdade do imputado. 
 
Hipóteses de cabimento da prisão preventiva: 
I - Nos crimes dolosos punidos com pena 
privativa de liberdade máxima superior a 4 
(quatro) anos 
 
II - Se tiver sido condenado por outro crime 
doloso, em sentença transitada em julgado, 
ressalvado o disposto no inciso I do art. 64 do CP 
 
III - se o crime envolver violência doméstica e 
familiar contra a mulher, criança, adolescente, 
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para 
garantir a execução das medidas protetivas de 
urgência; 
 
§ 1º Também será admitida a prisão preventiva 
quando houver dúvida sobre a identidade civil 
da pessoa ou quando esta não fornecer 
elementos suficientes para esclarecê-la, 
devendo o preso ser colocado imediatamente 
em liberdade após a identificação, salvo se outra 
hipótese recomendar a manutenção da medida. 
 
§ 2º Não será admitida a decretação da prisão 
preventiva com a finalidade de antecipação de 
cumprimento de pena ou como decorrência 
imediata de investigação criminal ou da 
apresentação ou recebimento de 
denúncia. 
 
Obs. § 1º A prisão preventiva também 
poderá ser decretada em caso de 
descumprimento de qualquer das obrigações 
impostas por força de outras medidas 
cautelares 
§ 2º A decisão que decretar a prisão 
preventiva deve ser motivada e fundamentada 
em receio de perigo e existência concreta de 
fatos novos ou contemporâneos que justifiquem 
a aplicação da medida adotada. 
 
 
 
49 
 
Obs. Se presente alguma causa de exclusão de 
Ilicitude é vedada a decretação da prisão 
preventiva. 
Art. 315. A decisão que decretar, substituir ou 
denegar a prisão preventiva será sempre 
motivada e fundamentada. 
§ 1º Na motivação da decretação da prisão 
preventiva ou de qualquer outra cautelar, o juiz 
deverá indicar concretamente a existência de 
fatos novos ou contemporâneos que justifiquem 
a aplicação da medida adotada. NÃO PODE O 
JUIZ FUNDAMENTAR A DECRETAÇÃO DA PRISÃO 
PREVENTIVA, MEDIANTE FATOS ANTIGOS. 
§ 2º Não se considera fundamentada qualquer 
decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença 
ou acórdão, que 
I - Limitar-se à indicação, à reprodução ou à 
paráfrase de ato normativo, sem explicar sua 
relação com a causa ou a questão decidida; 
II - Empregar conceitos jurídicos 
indeterminados, sem explicar o motivo concreto 
de sua incidência no caso; 
III - invocar motivos que se prestariam a 
justificar qualquer outra decisão; 
IV - Não enfrentar todos os argumentos 
deduzidos no processo capazes de, em tese, 
infirmar a conclusão adotada pelo julgador; 
V - Limitar-se a invocar precedente ou 
enunciado de súmula, sem identificar seus 
fundamentos determinantes nem demonstrar 
que o caso sob julgamento se ajusta àqueles 
fundamentos; 
VI - Deixar de seguir enunciado de súmula, 
jurisprudência ou precedente invocado pela 
parte, sem demonstrar a existência de distinção 
no caso em julgamento ou a superação do 
entendimento. 
A prisão domiciliar poderá ser decretada como 
uma forma de substituir a preventiva, sendo 
disciplinada tanto pelo CPP, quanto pela Lei de 
Execução Penal. Contudo, seus requisitos 
diferenciam a depender da norma que a 
disciplina, por isso é de suma importância que 
você verifique se a questão pergunta: conforme 
ou CPP ou conforme a Lei de execução Penal. 
 Art. 318 do CPP -Poderá o juiz substituir a prisão 
preventiva pela domiciliar quando o agente 
for: 
I - Maior de 80 (oitenta) anos 
II - Extremamente debilitado por motivo de 
doença grave 
III - imprescindível aos cuidados especiais de 
pessoa menor de 6 (seis) anos de idade ou com 
deficiência; 
IV - Gestante; 
V - Mulher com filho de até 12 (doze) anos de 
idade incompletos 
VI - Homem, caso seja o único responsável 
pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de 
idade incompletos. 
Parágrafo único. Para a substituição, o juiz 
exigirá prova idônea dos requisitosestabelecidos neste artigo. 
 Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à 
mulher gestante ou que for mãe ou 
responsável por crianças ou pessoas com 
deficiência será substituída por prisão 
domiciliar, desde que 
I - Não tenha cometido crime com violência ou 
grave ameaça a pessoa 
II - Não tenha cometido o crime contra seu filho 
ou dependente 
 Art. 318-B. A substituição de que tratam os 
arts. 318 e 318-A poderá ser efetuada sem 
prejuízo da aplicação concomitante das 
medidas alternativas previstas no art. 319 
deste Código. 
O art. 318-A do CPP, introduzido pela Lei nº 
13.769/2018, estabelece um poder-dever para o 
juiz substituir a prisão preventiva por domiciliar 
de gestante, mãe de criança menor de 12 anos e 
 
 
 
50 
 
mulher responsável por pessoa com deficiência, 
sempre que apresentada prova idônea do 
requisito estabelecido na norma (art. 318, 
parágrafo único), ressalvadas as exceções legais. 
 
Art. 117 da lei 7.210/1984(Lei de Execução 
Penal) - Somente se admitirá o recolhimento do 
beneficiário de regime aberto em residência 
particular quando se tratar de: 
I - Condenado maior de 70 (setenta) anos; 
II - Condenado acometido de doença grave; 
III - condenada com filho menor ou deficiente 
físico ou mental; 
IV - Condenada gestante. 
A prisão domiciliar disciplinada pelo CPP está 
relacionada aos réus que ainda não foram 
condenados e a possibilidade de eles 
substituírem a prisão preventiva pela domiciliar. 
Já na LEP, a prisão domiciliar está relacionada 
aos réus que já foram condenados e a 
possibilidade deles substituírem a execução da 
sua pena em regime aberto, para a execução na 
sua residência. 
PRESTA ATENÇÃO: NÃO CAIA NESSA 
PEGADINHA! CONFORME O CPP, UM DOS 
REQUISITOS PARA O RÉU TER A SUA PRISÃO 
PREVENTIVA SUBSTITUÍDA PELA DOMICILIAR É 
SER MAIOR DE 80 ANOS, JÁ NA LEP É SER MIOR 
DE 70 ANOS. 
2-Prisão temporária: A prisão temporária só 
pode ser decretada durante a fase pré-
processual (art. 1º, I a 3, da Lei nº 7.960/89), 
possuindo um rol taxativo de crimes que a 
admitem. 
A prisão temporária possui um prazo pré-
determinado de 5 (cinco) dias, prorrogáveis por 
igual período em caso de extrema e comprovada 
necessidade e no caso de crimes hediondos e 
equiparados um prazo de 30 dias prorrogáveis 
por igual período em caso de extrema e 
comprovada necessidade. 
 
Art. 1° Caberá prisão temporária: 
I - Quando imprescindível para as investigações 
do inquérito policial; 
II - Quando o indicado não tiver residência fixa 
ou não fornecer elementos necessários ao 
esclarecimento de sua identidade (NÃO É RÉU 
AINDA, É INDICIADO) 
III - quando houver fundadas razões, de acordo 
com qualquer prova admitida na legislação 
penal, de autoria ou participação do indiciado 
nos seguintes crimes: 
a) homicídio doloso (art. 121, caput, e seu § 2°); 
b) sequestro ou cárcere privado 
c) roubo 
d) extorsão 
e) extorsão mediante sequestro 
f) estupro (art. 213, caput, e sua combinação 
com o art. 223, caput, e parágrafo único); 
g) atentado violento ao pudor (art. 214, caput, e 
sua combinação com o art. 223, caput, e 
parágrafo único); 
h) rapto violento (art. 219, e sua combinação 
com o art. 223 caput, e parágrafo único); 
i) epidemia com resultado de morte (art. 267, § 
1°); 
j) envenenamento de água potável ou 
substância alimentícia ou medicinal qualificado 
pela morte (art. 270, caput, combinado com art. 
285); 
l) quadrilha ou bando (art. 288), todos do Código 
Penal; 
m) genocídio (arts. 1°, 2° e 3° da Lei n° 2.889, de 
1° de outubro de 1956), em qualquer de suas 
formas típicas; 
n) tráfico de drogas 
o) crimes contra o sistema financeiro (Lei n° 
7.492, de 16 de junho de 1986). 
p) crimes previstos na Lei de Terrorismo. 
 
Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo 
Juiz, em face da representação da autoridade 
policial ou de requerimento do Ministério 
Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, 
prorrogável por igual período em caso de 
extrema e comprovada necessidade. 
 
§ 1° Na hipótese de representação da 
autoridade policial, o Juiz, antes de decidir, 
ouvirá o Ministério Público. 
 
 
 
 
51 
 
§ 2° O despacho que decretar a prisão 
temporária deverá ser fundamentado e 
prolatado dentro do prazo de 24 (vinte e 
quatro) horas, contadas a partir do 
recebimento da representação ou do 
requerimento. 
 
§ 3° O Juiz poderá, de ofício, ou a requerimento 
do Ministério Público e do Advogado, 
determinar que o preso lhe seja apresentado, 
solicitar informações e esclarecimentos da 
autoridade policial e submetê-lo a exame de 
corpo de delito. 
 
3-Prisão em flagrante: A prisão em flagrante é 
uma das espécies de prisão, sendo cabível para 
qualquer tipo de delito, apenas possuindo 
algumas especificações em determinados casos, 
como: 
a) Crimes permanentes: nesse caso, a prisão 
em flagrante é admitida a qualquer tempo 
enquanto perdurar a permanência(art. 5º, XI, 
CF c/c art. 303, CPP). 
b) Crimes de ação privada e de ação pública 
condicionada: nessas infrações o flagrante é 
admitido, mas a lavratura do auto depende 
de manifestação de vontade do legítimo 
interessado. 
c) Crimes habituais: não se admite prisão em 
flagrante em crime habitual, pois no 
momento do flagrante a autoridade estará 
apenas visualizando uma conduta isolada, 
não tendo condições de atestar a 
habitualidade do fato e a própria tipicidade 
do crime. Crimes habituais são aqueles que 
revelam um modo de vida do agente e para 
que exista tipicidade é necessário que a 
conduta seja reiterada (exemplo: exercício 
ilegal da medicina, art. 282, CP). 
d) Crimes formais: o flagrante tem cabimento 
no momento da realização da conduta 
delituosa e não quando do exaurimento do 
crime. 
Art. 301. Qualquer do povo poderá e as 
autoridades policiais e seus agentes deverão 
prender quem quer que seja encontrado em 
flagrante delito. 
Espécies de Flagrante: 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito 
quem: 
I - Está cometendo a infração penal (Flagrante 
próprio) 
II - Acaba de cometê-la (Flagrante próprio) 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, 
pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em 
situação que faça presumir ser autor da 
infração (Flagrante 
impróprio/imperfeito/irreal/quase flagrante) 
IV - é encontrado, logo depois, com 
instrumentos, armas, objetos ou papéis que 
façam presumir ser ele autor da infração 
(Flagrante ficto/presumido/feliz encontro) 
Obs. Flagrante Esperado – Este tipo de flagrante 
é válido, pois a autoridade policial ao tomar 
conhecimento de que será praticada uma 
infração penal ela se desloca para o local onde o 
crime acontecerá. 
Obs. Flagrante preparado- Neste caso ocorre o 
crime impossível, pois a autoridade instiga o 
infrator a cometer o crime, criando a situação 
para que ele pratique o delito e seja preso em 
flagrante. 
Depois da Lei nº 13.964/2019 (Pacote 
Anticrime), não é mais possível que o juiz, de 
ofício, converta a prisão em flagrante em prisão 
preventiva (é indispensável requerimento), 
assim como não poderá, de ofício aplicar as 
medidas cautelares. 
ESPÉCIES DE PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
Flagrante próprio 
 
O agente está 
cometendo a infração 
ou acaba de cometê-la; 
Flagrante 
impróprio/imperfe
O agente é 
perseguido, logo após, 
 
 
 
52 
 
ito/irreal/quase 
flagrante 
 
em situação que faça 
presumir ser autor da 
infração 
 
 
 
Flagrante 
ficto/presumido 
 
O agente é 
encontrado, logo 
depois, com 
instrumentos, armas, 
objetos ou 
papéis que façam 
presumir ser ele autor 
da infração. 
 
 
Flagrante esperado 
 
 
A autoridade policial 
toma conhecimento de 
que será praticada 
uma infração 
penal e se desloca para 
o local onde o crime 
acontecerá. É válido 
 
 
Flagrante forjado 
 
 
O fato é simulado 
pela autoridade para 
incriminar falsamente 
alguém. Ex.: 
policial coloca droga no 
bolso da vítima. 
 
Flagrante preparado 
A autoridade instiga o 
infrator a cometer o 
crime, criandoa 
situação para que 
ele cometa o delito e 
seja preso em flagrante. 
Há crime impossível. 
 
Flagrante 
diferido/retardado 
A autoridade policial 
retarda a realização 
do flagrante, para 
obter maiores 
informações ou 
capturar mais 
infratores. É a chamada 
ação controlada. 
 
ÉTICA 
SEGUNDA DICA DO DIA 26 
1. DIREITOS E PRERROGATIVAS/DESAGRAVO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
 
O tema ora estudado é bem recorrente nas 
provas da OAB, portanto, você precisa prestar 
bastante atenção no que neste material será 
exposto! 
Os principais artigos encontram-se junto ao 
Regimento interno (art. 15 ao 17) e Estatuto (6 
ao 7-A). 
Vamos aos direitos que mais nos interessam: 
Todos são exatamente IGUAIS! Não há 
hierarquia nem subordinação entre advogados, 
magistrados e membros do Ministério Público. 
devendo todos tratar-se com consideração e 
respeito recíprocos. 
NOVIDADE LEGISLATIVA NO EOAB: 
Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação 
entre advogados, magistrados e membros do 
Ministério Público, devendo todos tratar-se 
com consideração e respeito recíprocos. 
Parágrafo único. As autoridades e os servidores 
públicos dos Poderes da República, os 
serventuários da Justiça e os membros do 
Ministério Público devem dispensar ao 
advogado, no exercício da profissão, 
tratamento compatível com a dignidade da 
advocacia e condições adequadas a seu 
desempenho, preservando e resguardando, de 
ofício, a imagem, a reputação e a integridade 
do advogado nos termos desta Lei. (Redação 
dada pela Lei nº 14.365, de 2022) 
 
 
 
53 
 
O local do trabalho do advogado ou seu 
escritório é INVIOLÁVEL. Seus instrumentos de 
trabalho e correspondências também (seja lá 
qual for o meio). 
ATENÇÃO: Essa inviolabilidade é relativa, ou 
seja, havendo decisão fundamenta/motivada 
do Juízo (e presentes indícios de autoria e 
materialidade da prática de crime), exatamente 
com o que for buscado ou apreendido, é possível 
a “violação” (§ 6 do art. 7º, do Estatuto). Ainda, 
vale destacar que o mandado de busca e 
apreensão, específico e pormenorizado, DEVE 
ser cumprido na presença de representante da 
OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a 
utilização dos documentos, das mídias e dos 
objetos pertencentes a clientes do advogado 
averiguado, bem como dos demais 
instrumentos de trabalho que contenham 
informações sobre clientes. 
FIQUE ATENTO: A ressalva acima não se 
estende a clientes do advogado averiguado que 
estejam sendo formalmente investigados como 
seus partícipes ou co-autores pela prática do 
mesmo crime que deu causa à quebra da 
inviolabilidade. 
ATENÇÃO – INOVAÇÃO LEGAL: § 6º-A. A 
medida judicial cautelar que importe na 
violação do escritório ou do local de trabalho do 
advogado será determinada em hipótese 
excepcional, desde que exista fundamento em 
indício, pelo órgão acusatório (Incluído pela Lei 
nº 14.365, de 2022) 
ATENÇÃO – INOVAÇÃO LEGAL: § 6º-B. É vedada 
a determinação da medida cautelar prevista no 
§ 6º-A deste artigo se fundada exclusivamente 
em elementos produzidos em declarações do 
colaborador sem confirmação por outros meios 
de prova. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022) 
ATENÇÃO – INOVAÇÃO LEGAL: O representante 
da OAB referido acima tem o direito a ser 
respeitado pelos agentes responsáveis pelo 
cumprimento do mandado de busca e 
apreensão, sob pena de abuso de autoridade, e 
o dever de zelar pelo fiel cumprimento do objeto 
da investigação, bem como de impedir que 
documentos, mídias e objetos não relacionados 
à investigação, especialmente de outros 
processos do mesmo cliente ou de outros 
clientes que não sejam pertinentes à persecução 
penal, sejam analisados, fotografados, filmados, 
retirados ou apreendidos do escritório de 
advocacia. 
ATENÇÃO – INOVAÇÃO LEGAL - § 6º-D: No caso 
de inviabilidade técnica quanto à segregação 
(SEPARAÇÃO) da documentação, da mídia ou 
dos objetos não relacionados à investigação, em 
razão da sua natureza ou volume, no momento 
da execução da decisão judicial de apreensão 
ou de retirada do material, a cadeia de custódia 
preservará o sigilo do seu conteúdo, 
assegurada a presença do representante da 
OAB, nos termos dos §§ 6º-F e 6º-G deste 
artigo. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022) 
§ 6º-E. Na hipótese de inobservância do § 6º-D 
deste artigo pelo agente público responsável 
pelo cumprimento do mandado de busca e 
apreensão, o representante da OAB fará o 
relatório do fato ocorrido, com a inclusão dos 
nomes dos servidores, dará conhecimento à 
autoridade judiciária e o encaminhará à OAB 
para a elaboração de notícia-crime. 
É garantido o direito de acompanhamento por 
representante da OAB e pelo profissional 
investigado durante a análise dos documentos e 
dos dispositivos de armazenamento de 
informação pertencentes a advogado, 
apreendidos ou interceptados, em todos os 
atos. 
A autoridade responsável informará, com 
antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) 
horas, à seccional da OAB a data, o horário e o 
local em que serão analisados os documentos e 
os equipamentos apreendidos, garantido o 
direito de acompanhamento, em todos os atos, 
pelo representante da OAB e pelo profissional 
investigado. 
 
 
 
54 
 
Em casos de urgência devidamente 
fundamentada pelo juiz, a análise dos 
documentos e dos equipamentos apreendidos 
poderá acontecer em prazo inferior a 24 (vinte 
e quatro) horas, garantido o direito de 
acompanhamento, em todos os atos, pelo 
representante da OAB e pelo profissional 
investigado. 
ATENÇÃO – DELAÇÃO PREMIADA DE 
ADVOGADO: É vedado ao advogado efetuar 
colaboração premiada contra quem seja ou 
tenha sido seu cliente, e a inobservância disso 
importará em processo disciplinar, que poderá 
culminar com a aplicação do disposto no inciso 
III do caput do art. 35 desta Lei (PENA DE 
EXCLUSÃO DOS QUADROS DA OAB), sem 
prejuízo das penas previstas no art. 154 do 
Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 
(Código Penal). 
O advogado é livre para exercer sua profissão 
em qualquer território do País, bem como, 
pode ingressar livremente em qualquer órgão 
público. 
O advogado pode se comunicar com seus de 
forma pessoal e reservadamente, mesmo sem 
procuração (atente-se!), quando estes se 
acharem presos, detidos ou recolhidos em 
estabelecimentos civis ou militares, ainda que 
considerados incomunicáveis. 
Se o advogado for preso em flagrante, por 
motivo ligado ao exercício da advocacia, para 
lavratura do auto respectivo é necessária a 
presença de representante da OAB, sob pena 
de NULIDADE. 
OBS – CRIME INAFIANÇÁVEL: O advogado 
somente poderá ser preso em flagrante, por 
motivo de exercício da profissão, em caso de 
crime inafiançável. 
Se a prisão não for por motivo ligado à 
advocacia não é preciso o representante da 
OAB. 
 
PORTANTO, TEMOS QUE: 
MOTIVO LIGADO À ADVOCACIA: PRECISA DE 
REPRESENTANTE DA OAB. 
MOTIVO NÃO LIGADO À ADVOCACIA: NÃO 
PRECISA DO REPRESENTANTE. 
O advogado tem direito à cela especial (sala de 
estado maior) até o trânsito em julgado da 
decisão, com instalações e comodidades 
condignas 
ATENÇÃO: Acaso não exista sala especial ou de 
estado maior, o advogado deve ficar em prisão 
domiciliar. 
O advogado pode examinar, em qualquer órgão 
dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da 
Administração Pública em geral, autos de 
processos findos ou em andamento, mesmo 
sem procuração, quando não estiverem 
sujeitos a sigilo ou segredo de justiça. 
Pode retirar autos de processos findos, mesmo 
sem procuração, pelo prazo de dez dias. OBS: Se 
os autos correram sob segredo de justiça não 
pode retirar! 
ATENÇÃO: Se o processo não está encerrado, 
precisa de procuração para retirada. 
Se o advogado for ofendido no exercício da 
profissão ou em razão dela TEM DIREITO ao 
desagravo público. 
Assistir a seus clientes investigados durante 
a apuração de infrações, sob pena de 
nulidade absoluta do respectivo interrogatório 
ou depoimento (e de todos os atos que dele 
decorram). 
O advogadotem imunidade profissional, ou 
seja, NÃO CONSTITUI INJÚRIA OU DIFAMAÇÃO 
atos praticados no exercício de sua atividade, 
em juízo ou fora dele. 
ATENÇÃO: DESACATO é punível! 
ATENÇÃO: Em que pese não constituir crime a 
injúria ou difamação, o advogado pode estar 
sujeito às sanções disciplinares perante a OAB, 
pelos excessos que cometer. 
 
 
 
55 
 
LIVRE ACESSO AOS MAGISTRADOS: O advogado 
tem direito de dirigir-se diretamente aos 
magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, 
independentemente de horário previamente 
marcado ou outra condição. 
USO DO TERMO PELA ORDEM: Usar da palavra, 
pela ordem, em qualquer tribunal judicial ou 
administrativo, órgão de deliberação coletiva da 
administração pública ou comissão parlamentar 
de inquérito, mediante intervenção pontual e 
sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida 
surgida em relação a fatos, a documentos ou a 
afirmações que influam na decisão (Redação 
dada pela Lei nº 14.365, de 2022). 
FALAR EM PÉ OU SENTADO: É direito do 
advogado permanecer sentado ou em pé e 
retirar-se das salas de sessões dos tribunais, 
de audiências repartição judicial ou 
assembleia, independentemente de licença. 
Ademais, falar, sentado ou em pé, em juízo, 
tribunal ou órgão de deliberação coletiva da 
Administração Pública ou do Poder Legislativo. 
DESAGRAVO: Quando ofendido no exercício 
da profissão ou em razão dela o advogado tem 
direito a ser publicamente desagravado. 
ATENÇÃO: Ainda sobre o desagravo, mo caso de 
ofensa a inscrito na OAB, no exercício da 
profissão ou de cargo ou função de órgão da 
OAB, o conselho competente deve promover o 
desagravo público do ofendido, sem prejuízo 
da responsabilidade criminal em que incorrer o 
infrator. 
Portanto, como visto acima, não se trata de 
faculdade do conselho, mas sim de DEVER 
LEGAL! 
O desagravo público nada mais é do que uma 
ferramenta de defesa que possui a finalidade de 
coibir ofensas, arbitrariedades e demais tipos de 
violações cometidas contra os advogados e às 
suas prerrogativas. 
Sobre o tema, vale a pena conferir, ainda, as 
disposições contidas junto ao Art. 18, do 
RGOAB: 
O inscrito na OAB, quando ofendido 
comprovadamente em razão do exercício 
profissional ou de cargo ou função da OAB, 
tem direito ao desagravo público promovido 
pelo Conselho competente, de ofício, a seu 
pedido ou de qualquer pessoa. 
Portanto, além do Conselho, que deve fazer de 
Ofício, o desagravo pode ser solicitado por 
pedido do ofendido ou QUALQUER PESSOA. 
Quando se tratar de pedido do ofendido ou de 
qualquer pessoa, este será submetido à 
Diretoria do Conselho competente, que poderá, 
nos casos de urgência e notoriedade, conceder 
imediatamente o desagravo, ad referendum do 
órgão competente do Conselho, conforme 
definido em regimento interno. 
Nos demais casos (quando ausentes a urgência 
e notoriedade), a Diretoria remeterá o pedido 
de desagravo ao órgão competente para 
instrução e decisão, podendo o relator, 
convencendo-se da existência de prova ou 
indício de ofensa relacionada ao exercício da 
profissão ou de cargo da OAB, solicitar 
informações da pessoa ou autoridade 
ofensora, no prazo de 15 (quinze) dias (ele 
pode ou não fazer a solicitação). 
Acaso se trate de OFENSA PESSOAL, não ligada 
ao exercício da profissional ou as prerrogativas 
(ou ainda críticas de caráter doutrinário, 
político ou religioso), o relator pode propor o 
arquivamento do pedido. 
PRAZO PARA O DESAGRAVO: Deverão ser 
decididos no prazo máximo de 60 (sessenta) 
dias. 
INDEPENDE DE CONCORDÂNCIA DO 
OFENDIDO: O desagravo público, como 
instrumento de defesa dos direitos e 
prerrogativas da advocacia, não depende de 
concordância do ofendido, que não pode 
dispensá-lo, devendo ser promovido a critério 
do Conselho. 
Quando se tratar de Conselheiro Federal ou de 
Presidente de Conselho Seccional, ou, ainda, 
 
 
 
56 
 
em situações que a ofensa a advogado se 
revestir de relevância e grave violação às 
prerrogativas profissionais, com repercussão 
nacional, o desagravo deve ser promovido pelo 
Conselho Federal. Nesse caso, o desagravo 
deve se dar na sede do Conselho Seccional, 
salvo no caso de ofensa a Conselheiro Federal. 
Nos demais casos o desagravo deve ser 
promovido na sede do no Conselho Seccional 
onde ocorreu a ofensa. 
Visto as principais temáticas sobre o 
DESAGRAVO, voltemos à nossa programação 
normal..... 
ATENÇÃO - Art. 7º-B (ESTATUTO): Constitui 
crime violar direito ou prerrogativa de 
advogado previstos nos incisos II, III, IV e V do 
caput do art. 7º do estatuto: 
Pena - detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e 
multa (Redação dada pela Lei nº 14.365, de 
2022). 
ESTES SÃO OS DIREITOS E PRERROGATIVAS 
CUJA VIOLAÇÃO CONSTITUI CRIME: 
1- a inviolabilidade de seu escritório 
ou local de trabalho, bem como de 
seus instrumentos de trabalho, de 
sua correspondência escrita, 
eletrônica, telefônica e 
telemática, desde que relativas ao 
exercício da advocacia 
2- comunicar-se com seus clientes, 
pessoal e reservadamente, 
mesmo sem procuração, quando 
estes se acharem presos, detidos 
ou recolhidos em 
estabelecimentos civis ou 
militares, ainda que considerados 
incomunicáveis 
3- ter a presença de representante da 
OAB, quando preso em flagrante, 
por motivo ligado ao exercício da 
advocacia, para lavratura do auto 
respectivo, sob pena de nulidade 
e, nos demais casos, a comunicação 
expressa à seccional da OAB 
4- não ser recolhido preso, antes de 
sentença transitada em julgado, 
senão em sala de Estado-Maior, 
com instalações e comodidades 
condignas, e na falta em prisão 
domiciliar. 
COMO JÁ FOI COBRADO: 
O advogado Júnior foi procurado pela família de 
João, preso em razão da decretação de prisão 
temporária em certo estabelecimento prisional. 
Dirigindo-se ao local, Júnior foi informado que 
João é considerado um preso de alta 
periculosidade pelo sistema prisional, tendo em 
vista o cometimento de diversos crimes 
violentos, inclusive contra um advogado, 
integração a organização criminosa e 
descobrimento de um plano de fuga a ser 
executado pelo mesmo grupo. 
Diante de tais circunstâncias, o diretor do 
estabelecimento conduziu Júnior a uma sala 
especial, onde poderia conversar com João na 
presença de um agente prisional destinado a 
garantir a segurança do próprio Júnior e dos 
demais. Além disso, foi exigida a apresentação 
de procuração pelo advogado antes de deixar o 
estabelecimento prisional. 
Considerando o caso narrado, assinale a 
afirmativa correta. 
A) É exigível a apresentação de 
procuração. Quanto às condições exigidas para 
a realização da entrevista, por serem 
devidamente justificadas, não indicam violação 
de direitos. 
B) Não é exigível a apresentação de 
procuração. Já as condições exigidas para a 
realização da entrevista violam direitos e 
implicam o cometimento de fato penalmente 
típico pelo diretor do estabelecimento. 
 
 
 
57 
 
C) É exigível a apresentação de 
procuração. Já as condições exigidas para a 
realização da entrevista indicam violação de 
direitos, devendo ser combatidas por meio das 
medidas judiciais cabíveis, tais como a 
impetração de habeas corpus. 
D) Não é exigível a apresentação de 
procuração. Já as condições exigidas para a 
realização da entrevista indicam violação de 
direitos, devendo ser combatidas por meio das 
medidas judiciais cabíveis, tais como a 
impetração de habeas corpus, não se tratando 
de fato tipificado penalmente. 
Mais questões sobre o tema em: 
https://bit.ly/3EjDvhA (copie e cole no 
navegador). 
DIREITOS DA ADVOGADA GESTANTE (TEMA 
EM ALTA) 
São direitos da advogada gestante: 
1) entrada em tribunais sem ser 
submetida a detectores de metais e 
aparelhos de raios X. 
2) A reserva de vaga em garagens dos 
fóruns dos tribunais. 
3) Preferência na ordem das sustentações 
orais e das audiências a seremrealizadas a cada dia. 
São direitos da advogada lactante, adotante ou 
que der à luz: 
1) acesso a creche, onde houver, ou a 
local adequado ao atendimento das 
necessidades do bebê. 
Direitos da advogada gestante, lactante, 
adotante ou que der à luz: 
1) preferência na ordem das sustentações 
orais e das audiências a serem 
realizadas a cada dia, mediante 
comprovação de sua condição. 
Direitos da advogada adotante ou que der à luz: 
1) suspensão de prazos processuais 
quando for a única patrona da causa, 
desde que haja notificação por escrito 
ao cliente (por 30 dias). 
Os direitos previstos à advogada gestante ou 
lactante aplicam-se enquanto durar estado 
gravídico ou o período de amamentação. 
Os direitos previstos à adotiva duram 120 dias. 
OBSERVAÇÕES FINAIS SOBRE A LEI 14.365 NO 
QUE TRATA DE DIREITOS E GARANTIAS DO 
ADVOGADO: 
A Nova lei assegura à OAB a fiscalização do 
exercício profissional e de honorários. 
§ 14. Cabe, privativamente, ao Conselho 
Federal da OAB, em processo disciplinar 
próprio, dispor, analisar e decidir sobre a 
prestação efetiva do serviço jurídico realizado 
pelo advogado. 
§ 15. Cabe ao Conselho Federal da OAB dispor, 
analisar e decidir sobre os honorários 
advocatícios dos serviços jurídicos realizados 
pelo advogado, resguardado o sigilo, nos 
termos do Capítulo VI desta Lei, e observado o 
disposto no inciso XXXV do caput do art. 5° da 
Constituição Federal. 
§ 16. É nulo, em qualquer esfera de 
responsabilização, o ato praticado com 
violação da competência privativa do Conselho 
Federal da OAB prevista no § 14 deste artigo. 
 
2. ESTÁGIO PROFISSIONAL 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
O estágio profissional de advocacia, inclusive 
para graduados, é requisito necessário à 
inscrição no quadro de estagiários da OAB e 
meio adequado de aprendizagem prática. 
O estágio profissional de advocacia pode ser 
oferecido pela instituição de ensino superior 
autorizada e credenciada, em convênio com a 
OAB, complementando-se a carga horária do 
estágio curricular supervisionado com 
atividades práticas típicas de advogado e de 
estudo do Estatuto e do Código de Ética e 
 
 
 
58 
 
Disciplina, observado o tempo conjunto 
mínimo de 300 (trezentas) horas, distribuído 
em dois ou mais anos. 
A complementação da carga horária, no total 
estabelecido no convênio, pode ser efetivada 
na forma de atividades jurídicas no núcleo 
de prática jurídica da instituição de ensino, 
na Defensoria Pública, em escritórios de 
advocacia ou em setores jurídicos públicos ou 
privados, credenciados e fiscalizados pela OAB. 
O estágio profissional de advocacia, realizado 
integralmente fora da instituição de ensino, 
compreende as atividades fixadas em 
convênio entre o escritório de advocacia ou 
entidade que receba o estagiário e a OAB. 
Note que sempre precisará ser 
credenciado/fiscalizado pela OAB! 
INSCRIÇÃO DO ESTAGIÁRIO: O Art. 9º, do 
EAOAB, enumera os requisitos necessários para 
a inscrição nos quadros de estagiário. 
Os requisitos são os mesmos do advogado, COM 
EXCEÇÃO do diploma ou certidão de 
graduação em direito, obtido em instituição 
de ensino oficialmente autorizada e 
credenciada e da aprovação no exame de 
ordem. 
O estágio profissional de advocacia TEM 
DURAÇÃO DE DOIS ANOS e deve ser realizado 
nos últimos anos do curso jurídico, pode ser 
mantido pelas respectivas instituições de ensino 
superior, pelos Conselhos da OAB, ou por 
setores, órgãos jurídicos e escritórios de 
advocacia credenciados pela OAB, sendo 
obrigatório o estudo do Estatuto e do Código 
de Ética e Disciplina. 
A inscrição do estagiário é feita no Conselho 
Seccional em cujo território se localize seu 
curso jurídico. 
O aluno de curso jurídico que exerça 
atividade incompatível com a advocacia pode 
frequentar o estágio ministrado pela respectiva 
instituição de ensino superior, para fins de 
aprendizagem, vedada a inscrição na OAB. 
ATENÇÃO: O documento de identidade 
profissional é de uso obrigatório no exercício 
da atividade de advogado ou de estagiário e 
constitui prova de identidade civil para todos os 
fins legais. 
Os atos de advocacia, previstos no art. 1º do 
Estatuto, podem ser subscritos por estagiário 
inscrito na OAB, em conjunto com o advogado 
ou o defensor público. 
O estagiário inscrito na OAB pode praticar 
isoladamente os seguintes atos, sob a 
responsabilidade do advogado: 
I – retirar e devolver autos em cartório, 
assinando a respectiva carga; 
II – obter junto aos escrivães e chefes de 
secretarias certidões de peças ou autos de 
processos em curso ou findos; 
III – assinar petições de juntada de documentos 
a processos judiciais ou administrativos. 
Para ATOS EXTRAJUDICIAIS, o estagiário pode 
comparecer isoladamente, quando receber 
autorização. 
ATENÇÃO às inovações trazidas pela LEI 
14.365/2022 no que toca ao ESTÁGIO: 
§ 5º Em caso de pandemia ou em outras 
situações excepcionais que impossibilitem as 
atividades presenciais, declaradas pelo poder 
público, o estágio profissional poderá ser 
realizado no regime de teletrabalho ou de 
trabalho a distância em sistema remoto ou não, 
por qualquer meio telemático, sem configurar 
vínculo de emprego a adoção de qualquer uma 
dessas modalidades. 
§ 6º Se houver concessão, pela parte 
contratante ou conveniada, de equipamentos, 
sistemas e materiais ou reembolso de despesas 
de infraestrutura ou instalação, todos 
destinados a viabilizar a realização da atividade 
de estágio prevista no § 5º deste artigo, essa 
 
 
 
59 
 
informação deverá constar, expressamente, do 
convênio de estágio e do termo de estágio.” 
 
3. SOCIEDADE DE ADVOGADOS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
O artigo 15, do Estatuto, diz que os advogados 
podem reunir-se em sociedade simples de 
prestação de serviços de advocacia ou 
constituir sociedade unipessoal de advocacia. 
Já o art. 37, do RGOAB, diz que os advogados 
podem constituir sociedade simples, unipessoal 
ou pluripessoal, de prestação de serviços de 
advocacia, a qual deve ser regularmente 
registrada no Conselho Seccional da OAB em 
cuja base territorial tiver sede. 
As sociedades de advogados são sempre 
SOCIEDADES SIMPLES, esteja constituída por 
dois ou mais advogados ou por um único 
advogado. Classificam-se como: 
I) pluripessoal: dois ou mais advogados; 
II) unipessoal (individual): um único advogado. 
O início da PERSONALIDADE JURÍDICA, tanto de 
uma como de outra sociedade, começa com o 
registro aprovado dos seus atos constitutivos 
no Conselho Seccional da OAB em cuja base 
territorial tiver sede. 
As procurações devem ser outorgadas 
individualmente aos advogados e indicar a 
sociedade de que façam parte. 
Nenhum advogado pode integrar mais de uma 
sociedade de advogados, constituir mais de uma 
sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, 
simultaneamente, uma sociedade de advogados 
e uma sociedade unipessoal de advocacia, 
com sede ou filial na mesma área territorial 
do respectivo Conselho Seccional. 
Os advogados sócios de uma mesma sociedade 
profissional não podem representar em juízo 
clientes de interesses opostos. 
A denominação da sociedade unipessoal de 
advocacia deve ser obrigatoriamente formada 
pelo nome do seu titular, completo ou 
parcial, com a expressão “Sociedade 
Individual de Advocacia”. 
A razão social da sociedade deve ter, 
obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, 
um advogado responsável pela sociedade, 
podendo permanecer o de sócio falecido, desde 
que prevista tal possibilidade no ato 
constitutivo. 
Não podem ser registradas e nem podem 
funcionar as espécies de sociedades de 
advogados que apresentem forma ou 
características de sociedade empresária, que 
adotem nome fantasia, que realizem atividades 
estranhas à advocacia, que incluam como sócio 
ou titular de sociedade unipessoalde advocacia 
pessoa não inscrita como advogado ou 
totalmente proibida de advogar. 
ATENÇÃO: EM SE TRATANDO DE SOCIEDADE 
UNIPESSOAL (INDIVIDUAL), EM CASO DE 
FALECIMENTO DO TITULAR, EXCLUSÃO DOS 
QUADROS DA OAB OU INCOMPATIBILIDADE 
DEFINITIVA, A SOCIDADE SERÁ EXTINTA. 
ATENÇÃO – INOVAÇÃO LEGAL: § 2º, Art. 16: O 
impedimento ou a incompatibilidade em 
caráter temporário do advogado não o exclui da 
sociedade de advogados à qual pertença e deve 
ser averbado no registro da sociedade, 
observado o disposto nos arts. 27, 28, 29 e 30 
desta Lei e proibida, em qualquer hipótese, a 
exploração de seu nome e de sua imagem em 
favor da sociedade. (Redação dada pela Lei nº 
14.365, de 2022) 
ATENÇÃO: Em se tratando de sociedade 
pluripessoal, não havendo previsão no ato 
constitutivo, a Sociedade de Advogados não se 
dissolve, nem se extingue, com a morte de 
qualquer um dos sócios, cujas quotas devem 
ser liquidadas para pagamento dos herdeiros, 
legítimos e testamentários, com redução ou 
não do capital social. 
 
 
 
60 
 
Feito o pagamento, o sócio sobrevivente pode 
seguir sozinho na sociedade por até 180 dias e, 
decorrido tal prazo, tem que incluir um novo 
sócio ou, acaso queira, permanecer sozinho 
transformando a sociedade em uma Sociedade 
Limitada Unipessoal. 
Acaso cheguem a um acordo, os herdeiros 
podem assumir o lugar do sócio falecido. 
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS E SOCIEDADE: 
Art. 17, EAOAB: Além da sociedade, o sócio e 
o titular da sociedade individual de 
advocacia respondem subsidiária e 
ilimitadamente pelos danos causados aos 
clientes por ação ou omissão no exercício da 
advocacia, sem prejuízo da responsabilidade 
disciplinar em que possam incorrer. 
 
ATENÇÃO ÀS INOVAÇÕES TRAZIDAS PELA LEI 
14.365/2022: 
§ 8º, Art. 15: Nas sociedades de advogados, a 
escolha do sócio-administrador poderá recair 
sobre advogado que atue como servidor da 
administração direta, indireta e fundacional, 
desde que não esteja sujeito ao regime de 
dedicação exclusiva, não lhe sendo aplicável o 
disposto no inciso X do caput do art. 117 da Lei 
nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, no que se 
refere à sociedade de advogados. (Promulgação 
partes vetadas) (Incluído pela Lei nº 14.365, 
de 2022) 
§ 9º A sociedade de advogados e a sociedade 
unipessoal de advocacia deverão recolher seus 
tributos sobre a parcela da receita que 
efetivamente lhes couber, com a exclusão da 
receita que for transferida a outros advogados 
ou a sociedades que atuem em forma de 
parceria para o atendimento do cliente. 
(Promulgação partes vetadas) (Incluído pela 
Lei nº 14.365, de 2022) 
§ 10. Cabem ao Conselho Federal da OAB a 
fiscalização, o acompanhamento e a definição 
de parâmetros e de diretrizes da relação 
jurídica mantida entre advogados e sociedades 
de advogados ou entre escritório de advogados 
sócios e advogado associado, inclusive no que 
se refere ao cumprimento dos requisitos 
norteadores da associação sem vínculo 
empregatício autorizada expressamente neste 
artigo. (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022) 
§ 11. Não será admitida a averbação do 
contrato de associação que contenha, em 
conjunto, os elementos caracterizadores de 
relação de emprego previstos na Consolidação 
das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo 
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. 
(Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022) 
§ 12. A sociedade de advogados e a sociedade 
unipessoal de advocacia podem ter como sede, 
filial ou local de trabalho espaço de uso 
individual ou compartilhado com outros 
escritórios de advocacia ou empresas, desde 
que respeitadas as hipóteses de sigilo previstas 
nesta Lei e no Código de Ética e Disciplina. 
(Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022) 
Art. 17-A. O advogado poderá associar-se a uma 
ou mais sociedades de advogados ou 
sociedades unipessoais de advocacia, sem que 
estejam presentes os requisitos legais de vínculo 
empregatício, para prestação de serviços e 
participação nos resultados, na forma do 
Regulamento Geral e de Provimentos do 
Conselho Federal da OAB. (Incluído pela Lei 
nº 14.365, de 2022) 
Art. 17-B. A associação de que trata o art. 17-A 
desta Lei dar-se-á por meio de pactuação de 
contrato próprio, que poderá ser de caráter 
geral ou restringir-se a determinada causa ou 
trabalho e que deverá ser registrado no 
Conselho Seccional da OAB em cuja base 
territorial tiver sede a sociedade de advogados 
que dele tomar parte. (Incluído pela Lei nº 
14.365, de 2022) 
Parágrafo único. No contrato de associação, o 
advogado sócio ou associado e a sociedade 
pactuarão as condições para o desempenho da 
atividade advocatícia e estipularão livremente 
 
 
 
61 
 
os critérios para a partilha dos resultados dela 
decorrentes, devendo o contrato conter, no 
mínimo: (Incluído pela Lei nº 14.365, de 2022) 
I - qualificação das partes, com referência 
expressa à inscrição no Conselho Seccional da 
OAB competente; (Incluído pela Lei nº 14.365, 
de 2022) 
II - especificação e delimitação do serviço a ser 
prestado; (Incluído pela Lei nº 14.365, de 
2022) 
III - forma de repartição dos riscos e das receitas 
entre as partes, vedada a atribuição da 
totalidade dos riscos ou das receitas 
exclusivamente a uma delas; (Incluído pela Lei 
nº 14.365, de 2022) 
IV - responsabilidade pelo fornecimento de 
condições materiais e pelo custeio das despesas 
necessárias à execução dos serviços; (Incluído 
pela Lei nº 14.365, de 2022) 
V - prazo de duração do contrato. (Incluído 
pela Lei nº 14.365, de 2022) 
 
DIREITO CIVIL 
DICA DO DIA 27 
1. DAS OBRIGAÇÕES 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Obrigação é um vínculo jurídico transitório 
entre credor e devedor, onde o credor pode 
exigir o seu comprimento. 
São sujeitos das obrigações: 
Sujeito ativo: credor 
Sujeito passivo: devedor 
São elementos das obrigações: 
Sujeitos, vínculo e prestação. 
São características das obrigações: 
Patrimonialidade: bens ou dinheiro; 
Transitoriedade: nasce para ser extinta com o 
cumprimento; 
Pessoalidade (sujeição): relação entre pessoas; 
Prestacionalidade: obrigação de dar, fazer ou 
não fazer. 
MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES: 
1) OBRIGAÇÃO DE DAR: 
Aqui o devedor deve entregar um objeto que 
está na sua posse, transferindo-lhe a 
propriedade (de bem móvel ou imóvel). 
A concretização da entrega do bem móvel se dá 
com a tradição, já do bem imóvel com o 
registro. 
Pode ser obrigação de DAR COISA CERTA ou 
INCERTA. 
1.1. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA 
(Art. 233 ao 242) 
A obrigação de dar coisa certa abrange os 
acessórios dela embora não mencionados, salvo 
se o contrário resultar do título ou das 
circunstâncias do caso. 
PERDA DA COISA: Se a coisa se perder, sem 
culpa do devedor, antes da tradição, ou 
pendente a condição suspensiva, fica resolvida 
a obrigação para ambas as partes, CONTUDO, 
se a perda resultar de culpa do devedor, 
responderá este pelo equivalente e mais 
perdas e danos. 
Portanto, em caso de perecimento da coisa 
temos que: 
 Sem culpa do devedor -> resolve a 
obrigação para ambas as partes 
 Com culpa do devedor -> devedor 
responderá pelo perecimento + perdas 
e danos 
COISA DETERIORADA: Deteriorada a coisa, não 
sendo o devedor culpado, poderá o credor 
resolver a obrigação, OU aceitar a coisa, 
abatido de seu preço o valor que perdeu, 
CONTUDO, Sendo culpado o devedor, poderá o 
 
 
 
62 
 
credor exigir o equivalente, OU aceitar a coisa 
no estado em que se acha, com direito a 
reclamar, em um ou em outro caso, 
indenização das perdas e danos. 
Portanto, em caso de deterioração da coisa 
temos que: 
 Sem culpa do devedor (Art. 235) -> 
poderá o credor resolver a obrigação, 
ou aceitar a coisa, abatido de seu preço 
o valor que perdeu. 
 Com culpa do devedor (Art. 236) -> 
poderá o credor exigir o equivalente, 
ou aceitar a coisa no estado em que se 
acha + das perdas e danos 
ATENÇÃO: Até a tradição pertence ao devedora coisa, com os seus melhoramentos e 
acréscimos, pelos quais poderá exigir aumento 
no preço (se o credor concordar); se o credor 
não anuir, poderá o devedor resolver a 
obrigação. Os frutos percebidos são do 
devedor, cabendo ao credor os pendentes. 
Se a obrigação for de restituir COISA CERTA, e 
esta, sem culpa do devedor, se perder antes da 
tradição, sofrerá o credor a perda, e a 
obrigação se resolverá, ressalvados os seus 
direitos até o dia da perda, CONTUDO, Se a 
coisa se perder por culpa do devedor, 
responderá este pelo equivalente, mais perdas 
e danos. 
Portanto, em caso de perda da coisa restituível 
temos que: 
 Sem culpa do devedor (Art. 238) -> 
resolve a obrigação (o credor sofrerá a 
perda) 
 Com culpa do devedor (Art. 239) -> 
devedor responderá pela perda 
(equivalente) + perdas e danos 
Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do 
devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, 
sem direito a indenização; se por culpa do 
devedor, observar-se-á o disposto no art. 239, 
ou seja, “Se a coisa se perder por culpa do 
devedor, responderá este pelo equivalente, 
mais perdas e danos”. 
Portanto, em caso de deterioração da coisa 
restituível temos que: 
 Sem culpa do devedor (Art. 240) -> 
credor receberá a coisa no estado que 
se encontre, sem direito a indenização 
 Com culpa do devedor (Art. 239) -> 
devedor responderá pela perda 
(equivalente) + perdas e danos 
ATENÇÃO: Se sobrevier melhoramento ou 
acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do 
devedor, lucrará o credor, desobrigado de 
indenização. Contudo, se para o melhoramento, 
ou aumento, empregou o devedor trabalho ou 
dispêndio, o caso se regulará pelas normas do 
Código Civil atinentes às benfeitorias realizadas 
pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. Da 
mesma forma se procede em relação aos frutos. 
 
1.2. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA INCERTA (Art. 
233 ao 242) 
A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo 
gênero e pela quantidade. Portanto, percebe-se 
que NÃO HÁ INDICAÇÃO DA QUALIDADE. 
EXEMPLO: Gênero (cachorro), quantidade 
(dois), qualidade (raça do cachorro). 
Nas coisas determinadas pelo gênero e pela 
quantidade, a escolha pertence ao devedor, se 
o contrário não resultar do título da obrigação; 
mas não poderá dar a coisa pior, nem será 
obrigado a prestar a melhor. 
Antes da escolha, não poderá o devedor alegar 
perda ou deterioração da coisa, AINDA que por 
força maior ou caso fortuito. 
1.3. OBRIGAÇÃO DE FAZER (Art. 247 ao 249) 
A obrigação de fazer deve consistir na realização 
de um serviço ou uma execução de tarefa por 
parte do devedor. O devedor está obrigado, 
portanto, a praticar um ato. 
 
 
 
63 
 
Por exemplo: Pintura de um quadro, assinatura 
de uma CTPS, prestação de serviço de advogado. 
As obrigações de fazer podem ser 
infungíveis/personalíssimas (fato não pode ser 
executado por terceiro – apenas uma pessoa 
pode cumprir a prestação) ou fungíveis (fato 
puder ser executado por terceiro). 
Se a obrigação for personalíssima, incorre na 
obrigação de indenizar perdas e danos o 
devedor que recusar a prestação a ele só 
imposta, ou só por ele exequível. 
Se a prestação do fato tornar-se impossível sem 
culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se 
por culpa dele, responderá por perdas e danos. 
Se o fato puder ser executado por terceiro, será 
livre ao credor mandá-lo executar à custa do 
devedor, havendo recusa ou mora deste, sem 
prejuízo da indenização cabível (para os casos 
de obrigações fungíveis). 
Em caso de urgência, poderá o credor executar 
ou mandar executar, independentemente de 
autorização judicial, sem prejuízo do 
ressarcimento devido. 
1.4. OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER (Art. 250 
ao 251) 
A obrigação de NÃO fazer deve consistir em 
uma promessa do devedor de não praticar 
determinado ato, ou seja, uma omissão ou 
abstenção. Portanto, trata-se de uma obrigação 
negativa que depende de uma conduta de 
abstenção do devedor. 
Exemplo: Me comprometo a NÃO CONSTRUIR 
um muro de 4m em dado terreno. 
Extingue-se a obrigação de não fazer, desde 
que, sem culpa do devedor, se lhe torne 
impossível abster-se do ato, que se obrigou a 
não praticar. 
Praticado pelo devedor o ato (com culpa), a cuja 
abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele 
que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua 
custa + perdas e danos. 
Em caso de urgência, poderá o credor desfazer 
ou mandar desfazer, independentemente de 
autorização judicial, sem prejuízo do 
ressarcimento devido. 
1.5. OBRIGAÇÕES ALTERNATIVAS (Art. 252 
ao 256) 
As obrigações são alternativas quando o 
devedor puder cumprir a obrigação de uma ou 
de outra forma. 
Portanto, vale mencionar que nas obrigações 
alternativas, a escolha cabe ao devedor, se 
outra coisa não se estipulou. 
Mas fique atento: Não pode o devedor obrigar 
o credor a receber parte em uma prestação e 
parte em outra. 
Outro ponto: Quando a obrigação for de 
prestações periódicas, a faculdade de opção 
poderá ser exercida em cada período, ou seja, 
a escolha se dá em cada período 
correspondente. 
No caso de pluralidade de optantes, não 
havendo acordo unânime entre eles, decidirá o 
juiz. 
Se uma das duas prestações não puder ser 
objeto de obrigação ou se tornada inexequível 
(independente de culpa do devedor), subsistirá 
o débito quanto à outra. 
Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir 
nenhuma das prestações, não competindo ao 
credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar 
o valor da que por último se impossibilitou, mais 
as perdas e danos que o caso determinar. 
Portanto, temos que: 
 Sem culpa do devedor: Resolve a 
obrigação 
 Com culpa do devedor: valor da que 
por último se impossibilitou, além das 
perdas e danos 
Quando a escolha couber ao credor e uma das 
prestações tornar-se impossível por culpa do 
 
 
 
64 
 
devedor, o credor terá direito de exigir a 
prestação subsistente ou o valor da outra, com 
perdas e danos; se, por culpa do devedor, 
ambas as prestações se tornarem inexequíveis, 
poderá o credor reclamar o valor de qualquer 
das duas, além da indenização por perdas e 
danos. 
Portanto, temos que: 
 Sem culpa do devedor: subsistirá o 
débito quanto à outra. 
 Com culpa do devedor (Art. 255): 
credor terá direito de exigir a prestação 
subsistente ou o valor da outra, mais 
perdas e danos 
Por fim, se todas as prestações se tornarem 
impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-
se-á a obrigação. Com culpa do devedor: valor 
da que por último se impossibilitou, mais as 
perdas e danos. 
1.6. OBRIGAÇÕES DIVISÍVEIS E 
INDIVISÍVEIS (Art. 257 ao 263) 
Quanto a divisibilidade do objeto, podemos ter 
as obrigações de cunho divisível (ex. dinheiro) 
ou obrigações indivisíveis (ex. cachorro). 
A obrigação divisível, portanto, pode ser 
fracionada. No entanto, a obrigação indivisível 
deverá ser cumprida em sua totalidade. 
Havendo mais de um devedor ou mais de um 
credor em obrigação divisível, esta presume-se 
dividida em tantas obrigações, iguais e 
distintas, quantos os credores ou devedores. 
A obrigação é indivisível quando a prestação 
tem por objeto uma coisa ou um fato não 
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por 
motivo de ordem econômica, ou dada a razão 
determinante do negócio jurídico. 
Em resumo, temos que a obrigação poderá ser 
indivisível: Por sua natureza, por motivo de 
ordem econômica, ou dada a razão 
determinante do negócio jurídico. 
Se, havendo dois ou mais devedores 
(pluralidade de devedores) e a prestação não 
for divisível, cada um será obrigado pela dívida 
toda. 
ATENÇÃO: O devedor, que paga a dívida, sub-
roga-se no direito do credor em relação aos 
outros coobrigados (o devedor terá direito a 
ação de regresso em face dos outros 
coobrigados). 
Se a pluralidade for dos credores, poderá cada 
um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor 
ou devedores se desobrigarão, pagando: 
I - a todos conjuntamente; 
II - a um, dando este caução de ratificação dos 
outros credores. 
ATENÇÃO: Se um só dos credores receber a 
prestação porinteiro, a cada um dos outros 
assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a 
parte que lhe caiba no total. 
ATENÇÃO: Se apenas um dos credores remitir 
(perdoar) a dívida (ou, ainda, no caso de 
transação, novação, compensação ou confusão), 
a obrigação não ficará extinta para com os 
outros; mas estes só a poderão exigir, 
descontada a quota do credor remitente (Art. 
262). Ou seja, a obrigação permanecerá, apenas 
sendo descontada a quota do credor remitente. 
Se a coisa perecer por conta do devedor a 
obrigação perderá a qualidade de indivisível, 
visto que esta será resolvida por PERDAS E 
DANOS. 
Se houver culpa de todos os devedores, 
responderão todos por partes iguais. 
Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os 
outros, respondendo só esse pelas perdas e 
danos. 
1.7. OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS (Art. 264 ao 
266) 
Há solidariedade, quando na mesma obrigação 
concorre mais de um credor (solidariedade 
ativa), ou mais de um devedor (solidariedade 
passiva), cada um com direito, ou obrigado, à 
dívida toda. 
 
 
 
65 
 
FIQUE ATENTO E NÃO ESQUEÇA: A 
solidariedade não se presume; resulta da lei ou 
da vontade das partes. 
ATENÇÃO: A obrigação solidária pode ser pura e 
simples para um dos co-credores ou co-
devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável 
em lugar diferente, para o outro. 
DA SOLIDARIEDADE ATIVA (art. 267 ao 274): 
Solidariedade Ativa: Se dá quando cada um dos 
credores solidários (ou cocredores) tem direito 
de exigir do devedor o cumprimento da 
prestação por inteiro. 
Enquanto alguns dos credores solidários não 
demandarem o devedor comum, a qualquer 
daqueles poderá este pagar. 
O pagamento feito a um dos credores solidários 
extingue a dívida até o montante do que foi 
pago. 
ATENÇÃO: O credor que tiver remitido 
(perdoado) a dívida ou recebido o pagamento 
responderá aos outros pela parte que lhes 
caiba. Ou seja, o credor responderá pela parte 
dos demais credores. 
IMPORTANTE: Convertendo-se a prestação em 
perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, 
a solidariedade. 
MUITA ATENÇÃO: O julgamento contrário a um 
dos credores solidários não atinge os demais, 
mas o julgamento favorável aproveita-lhes, 
sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor 
tenha direito de invocar em relação a qualquer 
deles. 
Portanto, temos que: 
 Contrário -> Não aproveita 
 Favorável -> Aproveita os demais 
ATENÇÃO: Se um dos credores solidários falecer 
deixando herdeiros, cada um destes só terá 
direito a exigir e receber a quota do crédito que 
corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo 
se a obrigação for indivisível. 
DA SOLIDARIEDADE PASSIVA (art. 275 ao 285): 
Solidariedade Passiva: Se dá quando o credor 
tem direito a exigir de um ou de alguns dos 
devedores, parcial ou totalmente, a dívida 
comum, não importando, inclusive, a renúncia 
da solidariedade a propositura de ação pelo 
credor contra um ou alguns dos devedores. 
ATENÇÃO: Se o pagamento tiver sido parcial, 
todos os demais devedores continuam 
obrigados solidariamente pelo resto. 
O pagamento parcial feito por um dos 
devedores e a remissão por ele obtida não 
aproveitam aos outros devedores, senão até à 
concorrência da quantia paga ou relevada. 
Vale saber, ainda, que qualquer cláusula, 
condição ou obrigação adicional, estipulada 
entre um dos devedores solidários e o credor, 
não poderá agravar a posição dos outros 
devedores sem consentimento destes. 
IMPOSSIBILIDADE DE CUMPRIMENTO: 
Impossibilitando-se a prestação por culpa de um 
dos devedores solidários, subsiste para todos o 
encargo de pagar o equivalente; mas pelas 
perdas e danos só responde o culpado. 
JUROS DE MORA: Todos os devedores 
respondem pelos juros da mora, ainda que a 
ação tenha sido proposta somente contra um; 
mas o culpado responde aos outros pela 
obrigação acrescida. 
RENÚNCIA A SOLIDARIEDADE: O credor pode 
renunciar à solidariedade em favor de um ou 
alguns dos devedores, subsistindo para os 
demais. Se o credor exonerar da solidariedade 
um ou mais devedores, subsistirá a dos demais 
a solidariedade. 
 
FIQUE ATENTO E NÃO CONFUNDA 
RENÚNCIA Á SOLIDARIEDADE E REMISSÃO 
DA DÍVIDA! 
Enquanto na remissão existe o PERDÃO, na 
renúncia o devedor PAGARÁ a sua parte e 
ficará desobrigado do restante da obrigação; 
 
 
 
66 
 
 
PAGAMENTO INTEGRAL: O devedor que satisfez 
a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada 
um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se 
igualmente por todos a do insolvente, se o 
houver, presumindo-se iguais, no débito, as 
partes de todos os co-devedores. 
TITULARIDADE ÚNICA DO DÉBITO: Se a dívida 
solidária interessar exclusivamente a um dos 
devedores, responderá este por toda ela para 
com aquele que pagar (Exemplo: devedor e 
fiador – o devedor deve responder por toda a 
dívida que o fiador pagar). 
ATENÇÃO: Se um dos devedores solidários 
falecer deixando herdeiros, nenhum destes será 
obrigado a pagar senão a quota que 
corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo 
se a obrigação for indivisível; mas todos 
reunidos serão considerados como um devedor 
solidário em relação aos demais devedores. 
Portanto, temos que se o objeto for divisível, 
não há que que se falar em solidariedade na 
sucessão, entretanto se o objeto for indivisível 
a solidariedade continuará. 
2. TRANSMISSÃO DAS OBRIGAÇÕES 
A transmissão de obrigações pode se dar CAUSA 
MORTIS (POR SUCESSÃO) ou INTER VIVOS 
(CESSÃO DE CRÉDITO (MUDA O POLO ATIVO) E 
SUCESSÃO DE DÍVIDA (MUDA O POLO 
PASSIVO)). 
2.1. CESSÃO DE CRÉDITO – MUDANÇA NO 
POLO ATIVO 
O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não 
se opuser a natureza da obrigação, a lei, ou a 
convenção com o devedor (vontade das partes). 
ATENÇÃO: A cláusula proibitiva da cessão não 
poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se 
não constar do instrumento da obrigação. 
Portanto, temos que o credor (cedente) pode 
ceder o seu crédito a terceiro (cessionário). 
A cessão de crédito ABRANGE TODOS OS 
ACESSÓRIOS, salvo disposição em contrário. 
É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão 
de um crédito, se não celebrar-se mediante 
instrumento público ou particular. Portanto, 
para que haja Efeito erga omnes, é preciso 
observar tais requisitos. 
A cessão do crédito não tem eficácia em relação 
ao devedor, senão quando a este notificada; 
mas por notificado se tem o devedor que, em 
escrito público ou particular, se declarou ciente 
da cessão feita. 
ORA, a finalidade da notificação é evitar que o 
devedor pague a dívida a quem já não é mais 
seu credor. Caso efetue o pagamento antes de 
saber da cessão, estará liberado da obrigação. 
Mas uma vez informado que o crédito foi 
cedido, pagar ao credor original é medida 
ineficaz. 
Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, 
prevalece a que se completar com a tradição do 
título do crédito cedido. 
Fica desobrigado o devedor que, antes de ter 
conhecimento da cessão, paga ao credor 
primitivo, ou que, no caso de mais de uma 
cessão notificada, paga ao cessionário que lhe 
apresenta, com o título de cessão, o da 
obrigação cedida; quando o crédito constar de 
escritura pública, prevalecerá a prioridade da 
notificação. Entretanto, o devedor pode opor ao 
cessionário as exceções que lhe competirem, 
bem como as que, no momento em que veio a 
ter conhecimento da cessão, tinha contra o 
cedente. 
Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda 
que não se responsabilize, fica responsável ao 
cessionário pela existência do crédito ao tempo 
em que lhe cedeu; a mesma responsabilidade 
lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver 
procedido de má-fé. MAS FIQUE ATENTO: 
SALVO ESTIPULAÇÃO EM CONTRÁRIO, O 
CEDENTE NÃO RESPONDE PELA SOLVÊNCIA DO 
DEVEDOR, APENAS PELA EXISTÊNCIA DO 
CRÉDITO. 
 
 
 
67 
 
O cedente, responsável ao cessionário pela 
solvência do devedor, não responde por mais 
do que daquele recebeu, com os respectivos 
juros; mas tem de ressarcir-lhe as despesas da 
cessão e as que o cessionário houver feito com 
a cobrança. 
PENHORA DO CRÉDITO: Uma vez que ocrédito 
seja penhorado, não pode mais ser transferido 
pelo credor que tiver conhecimento da penhora, 
entretanto o devedor que pagar de boa-fé ficará 
exonerado, devendo o terceiro prejudicado 
acionar o credor. 
2.2. ASSUNÇÃO DE DÍVIDA – MUDANÇA 
NO POLO PASSIVO 
É facultado a terceiro assumir a obrigação do 
devedor, com o consentimento expresso do 
credor (O SILÊNCIO É INTERPRETADO COMO 
RECUSA), ficando exonerado o devedor 
primitivo, salvo se aquele, ao tempo da 
assunção, era insolvente e o credor o ignorava. 
MAS FIQUE MUITO ATENTO AO ARTIGO 303, 
DO CC: O adquirente de imóvel hipotecado pode 
tomar a seu cargo o pagamento do crédito 
garantido; se o credor, notificado, não impugnar 
em trinta dias a transferência do débito, 
entender-se-á dada a CONCORDÂNCIA 
(portanto, aqui o silêncio é tido como 
concordância). 
Salvo concordância expressa do devedor 
primitivo, consideram-se extintas, a partir da 
assunção da dívida, as garantias especiais por 
ele originariamente dadas ao credor. Assim, com 
em razão da mudança no polo passivo, as 
garantias especiais do devedor primitivo são 
extintas. 
Se a substituição do devedor vier a ser anulada, 
restaura-se o débito, com todas as suas 
garantias, salvo as garantias prestadas por 
terceiros, exceto se este conhecia o vício que 
inquinava a obrigação. 
 
QUADRO RESUMO – CESSÃO E ASSUNÇÃO 
ASSUNÇÃO DE DÍVIDA 
Regra: consentimento EXPRESSO do credor 
Exceção: É permitido o consentimento tácito 
apenas no caso do adquirente de imóvel 
hipotecado e se o credor, notificado, não 
impugnar em trinta dias a transferência do 
débito. (art. 303). 
Substitui o polo PASSIVO da obrigação 
 
CESSÃO DE CRÉDITO 
Regra: Não precisa de 
consentimento expresso 
Eficácia: Apenas para que a cessão tenha 
EFICÁCIA perante o devedor, será necessária 
à sua NOTIFICAÇÃO. 
Repare: não pede o consentimento, mas 
apenas a notificação! 
Substitui o polo ATIVO da obrigação 
 
3. ADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES 
O adimplemento nada mais é que o fim normal 
das obrigações, realizado através do 
pagamento. 
E fique atento pois o adimplemento da 
obrigação não se resumo apenas ao pagamento 
em dinheiro, vez que cada uma das partes tem 
suas respectivas obrigações. 
Ora, imaginamos uma compra e venda: uma das 
partes deve entregar a coisa vendida, já a outra, 
pagar o valor ajustado. 
A prova do pagamento deve ser feita por recibo 
(instrumento de quitação particular). Nesse 
sentido: 
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser 
dada por instrumento particular, designará o 
valor e a espécie da dívida quitada, o nome do 
devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o 
lugar do pagamento, com a assinatura do 
credor, ou do seu representante. 
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos 
estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se 
de seus termos ou das circunstâncias resultar 
haver sido paga a dívida. 
 
 
 
68 
 
Já no que toca a QUEM PODE PAGAR A DÍVIDA, 
vale registrar que, em regra, o DEVEDOR quem 
deve pagar, contudo, qualquer interessado na 
extinção da dívida pode pagá-la (art. 304). O 
terceiro não interessado também pode pagar, 
se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo 
oposição deste. 
Então, conclui-se que QUEM DEVE pode não ser 
QUEM PODE PAGAR, eis que somente quem 
deve pode ser demandado judicialmente 
(devedor ou coobrigado, como o fiador), já que 
pode pagar é qualquer interessado. 
É de importância ressaltar que o pagamento 
feito por terceiro, com desconhecimento ou 
oposição do devedor, não obriga o devedor 
reembolsar o terceiro que pagou, se o devedor 
tinha meios para ilidir (dispensar/contestar) a 
ação, como por exemplo, uma ação pessoal 
contra o credor. (Art. 306). 
O pagamento deve ser feito ao credor ou a 
quem de direito o represente, sob pena de só 
valer depois de 1) por ele ratificado, ou tanto 
quanto 2) reverter em seu proveito. 
O pagamento feito de boa-fé ao credor 
putativo é válido, ainda provado depois que 
não era credor (credor putativo é aquele que se 
apresenta como o verdadeiro credor). 
O artigo 310, do CC, leciona que não vale o 
pagamento cientemente feito ao credor 
incapaz de quitar, se o devedor não provar que 
em benefício dele efetivamente reverteu. Ou 
seja, para que seja válido o devedor deve 
provar que o menor/incapaz usou da quantia 
recebida para pagamento de uma dívida 
relevante, por exemplo: conta da escola, plano 
de saúde, aluguel, feira, etc. 
Considera-se autorizado a receber o 
pagamento o portador da quitação, salvo se as 
circunstâncias contrariarem a presunção daí 
resultante. 
Se o devedor pagar ao credor, apesar de 
intimado da penhora feita sobre o crédito, ou 
da impugnação a ele oposta por terceiros, o 
pagamento não valerá contra estes, que 
poderão constranger o devedor a pagar de novo, 
ficando-lhe ressalvado o regresso contra o 
credor (art. 312). 
O credor não é obrigado a receber prestação 
diversa da que lhe é devida, ainda que mais 
valiosa. 
Ainda que a obrigação tenha por objeto 
prestação divisível, não pode o credor ser 
obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por 
partes, se assim não se ajustou. 
As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no 
vencimento, em moeda corrente e pelo valor 
nominal. Portanto, no Brasil, todo pagamento 
deverá SER PAGO EM MOEDA NACIONAL (REAL). 
Mas CUIDADO: O contrato pode ser feito ou 
pactuado em outras moedas, contudo, deve ser, 
necessariamente, pago em REAL. (MOEDA 
NACIONAL). ATENÇÃO: OS CONTRATOS DE 
ALUGUEL NÃO PODEM SER PACTUDOS EM 
MOEDA ESTRANGEIRA, SOMENTE EM MOEDA 
NACIONAL! 
É lícito convencionar o aumento progressivo de 
prestações sucessivas. Quando o pagamento for 
em quotas periódicas, a quitação da última 
estabelece, até prova em contrário, a presunção 
de estarem solvidas as anteriores. 
Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier 
desproporção manifesta entre o valor da 
prestação devida e o do momento de sua 
execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da 
parte (portanto, a parte deve requerer), de 
modo que assegure, quanto possível, o valor 
real da prestação. 
Presumem-se a cargo do devedor as despesas 
com o pagamento e a quitação; se ocorrer 
aumento por fato do credor, suportará este (o 
próprio credor) a despesa acrescida. 
Em regra, o pagamento deve ser feito no 
domicilio do DEVEDOR, exceto se: as partes 
convencionarem diversamente, ou se o 
contrário resultar da lei, da natureza da 
obrigação ou das circunstâncias. ATENÇÃO: Se 
 
 
 
69 
 
o pagamento consistir na tradição de um imóvel, 
ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no 
lugar onde situado o bem. 
Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor 
escolher entre eles. 
MOTIVO GRAVE: Ocorrendo motivo grave para 
que se não efetue o pagamento no lugar 
determinado, poderá o devedor fazê-lo em 
outro, sem prejuízo para o credor. 
O pagamento reiteradamente feito em outro 
local faz presumir renúncia do credor 
relativamente ao previsto no contrato. 
Salvo disposição legal em contrário, não tendo 
sido ajustada época para o pagamento, pode o 
credor exigi-lo imediatamente. 
As obrigações condicionais cumprem-se na 
data do implemento da condição. 
CASOS EM QUE O CREDOR PODE COBRAR A 
DÍVIDA ANTES DE VENCIDO O PRAZO: 
I - no caso de falência do devedor, ou de 
concurso de credores; 
II - se os bens, hipotecados ou empenhados, 
forem penhorados em execução por outro 
credor; 
III - se cessarem, ou se se tornarem insuficientes, 
as garantias do débito, fidejussórias, ou reais, e 
o devedor, intimado, se negar a reforçá-las. 
ATENÇÃO: se houver, no débito, solidariedade 
passiva, não se reputará vencido quanto aos 
outros devedores solventes. 
4. CONSIGNAÇÃO EM PAGAMENTO 
Considera-se pagamento, e extingue a 
obrigação, o depósito judicial ou em 
estabelecimento bancário da coisa devida, nos 
casos e forma legais. 
A consignação deve respeitar todos os 
requisitos do pagamento (lugar, tempo, local, 
quantidade, partes, valor). 
Quando cabe a consignação: 
I - se o credor não puder, ou,sem justa causa, 
recusar receber o pagamento, ou dar quitação 
na devida forma; 
II - se o credor não for, nem mandar receber a 
coisa no lugar, tempo e condição devidos; 
III - se o credor for incapaz de receber, for 
desconhecido, declarado ausente, ou residir em 
lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil; 
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva 
legitimamente receber o objeto do pagamento; 
V - se pender litígio sobre o objeto do 
pagamento. 
O depósito deve ser feito no lugar do 
pagamento, cessando, tanto que se efetue, para 
o depositante, os juros da dívida e os riscos, 
salvo se for julgado improcedente. 
5. DAÇÃO EM PAGAMENTO 
A dação em pagamento nada mais é do que um 
acordo entre o devedor e o credor, onde este 
pode consentir em receber prestação diversa 
da que lhe é devida. 
Determinado o preço da coisa dada em 
pagamento, as relações entre as partes regular-
se-ão pelas normas do contrato de compra e 
venda. 
Se for título de crédito a coisa dada em 
pagamento, a transferência importará em 
cessão. 
Se o credor for evicto da coisa recebida em 
pagamento (ou seja, recebeu bem de terceiro), 
restabelecer-se-á a obrigação primitiva, 
ficando sem efeito a quitação dada, 
ressalvados os direitos de terceiros. 
6. NOVAÇÃO 
Dá-se a novação (Novação é a criação de uma 
nova obrigação, substituindo e extinguindo a 
obrigação anterior e originária): 
I - quando o devedor contrai com o credor nova 
dívida para extinguir e substituir a anterior; 
II - quando novo devedor sucede ao antigo, 
ficando este quite com o credor; 
 
 
 
70 
 
III - quando, em virtude de obrigação nova, 
outro credor é substituído ao antigo, ficando o 
devedor quite com este. 
A novação por substituição do devedor pode ser 
efetuada independentemente de 
consentimento deste. 
Se o novo devedor for insolvente, não tem o 
credor, que o aceitou, ação regressiva contra o 
primeiro, salvo se este obteve por má-fé a 
substituição. 
A novação extingue os acessórios e garantias 
da dívida, sempre que não houver estipulação 
em contrário. 
Importa exoneração do fiador a novação feita 
sem seu consenso com o devedor principal. 
Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, 
não podem ser objeto de novação obrigações 
nulas ou extintas. 
7. COMPENSAÇÃO 
Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor 
e devedor uma da outra, as duas obrigações 
extinguem-se, até onde se compensarem. 
A compensação efetua-se entre dívidas líquidas, 
vencidas e de coisas fungíveis. 
Não haverá compensação quando as partes, por 
mútuo acordo, a excluírem, ou no caso de 
renúncia prévia de uma delas. 
Quando as duas dívidas não são pagáveis no 
mesmo lugar, não se podem compensar sem 
dedução das despesas necessárias à operação. 
Não se admite a compensação em prejuízo de 
direito de terceiro. 
8. CONFUSÃO 
Extingue-se a obrigação, desde que na mesma 
pessoa se confundam as qualidades de credor e 
devedor. 
A confusão pode verificar-se a respeito de toda 
a dívida, ou só de parte dela. 
9. REMISSÃO 
A remissão da dívida, aceita pelo devedor, 
extingue a obrigação, mas sem prejuízo de 
terceiro. 
A remissão concedida a um dos co-devedores 
extingue a dívida na parte a ele correspondente; 
de modo que, ainda reservando o credor a 
solidariedade contra os outros, já lhes não pode 
cobrar o débito sem dedução da parte remitida 
(Ou seja, deve abater a parte perdoada para 
cobrar dos outros devedores). 
10. INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES 
Não cumprida a obrigação, responde o devedor 
por perdas e danos, mais juros e atualização 
monetária segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado. 
Nas obrigações negativas (ex: de não fazer) o 
devedor é havido por inadimplente desde o dia 
em que executou o ato de que se devia abster. 
Pelo inadimplemento das obrigações 
respondem todos os bens do devedor. 
Art. 392. Nos contratos benéficos, responde por 
simples culpa o contratante, a quem o contrato 
aproveite, e por dolo aquele a quem não 
favoreça. Nos contratos onerosos, responde 
cada uma das partes por culpa, salvo as 
exceções previstas em lei. 
O devedor não responde pelos prejuízos 
resultantes de caso fortuito ou força maior, se 
expressamente não se houver por eles 
responsabilizado. 
11. MORA 
Considera-se em mora o devedor que não 
efetuar o pagamento e o credor que não quiser 
recebê-lo no tempo, lugar e forma que a lei ou 
a convenção estabelecer. 
Portanto, tanto credor como devedor podem 
ser considerados em MORA. 
Responde o devedor pelos prejuízos a que sua 
mora der causa, mais juros, atualização dos 
valores monetários segundo índices oficiais 
 
 
 
71 
 
regularmente estabelecidos, e honorários de 
advogado. 
Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil 
ao credor, este poderá não mais a querer, e 
exigir a satisfação das perdas e danos. 
Não havendo fato ou omissão imputável ao 
devedor, não incorre este em mora. 
Art. 397. O inadimplemento da obrigação, 
positiva e líquida, no seu termo, constitui de 
pleno direito em mora o devedor. 
Parágrafo único. Não havendo termo, a mora se 
constitui mediante interpelação judicial ou 
extrajudicial. 
O devedor em mora responde pela 
impossibilidade da prestação, embora essa 
impossibilidade resulte de caso fortuito ou de 
força maior, se estes ocorrerem durante o 
atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que 
o dano sobreviria ainda quando a obrigação 
fosse oportunamente desempenhada. 
Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor 
isento de dolo à responsabilidade pela 
conservação da coisa, obriga o credor a 
ressarcir as despesas empregadas em 
conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela 
estimação mais favorável ao devedor, se o seu 
valor oscilar entre o dia estabelecido para o 
pagamento e o da sua efetivação. 
Art. 401. Purga-se a mora: 
I - por parte do devedor, oferecendo este a 
prestação mais a importância dos prejuízos 
decorrentes do dia da oferta; 
II - por parte do credor, oferecendo-se este a 
receber o pagamento e sujeitando-se aos efeitos 
da mora até a mesma data. 
12. PERDAS E DANOS/JUROS/ CLÁUSULA 
PENAL 
As perdas e danos devidas ao credor abrangem, 
além do que ele efetivamente perdeu, o que 
razoavelmente deixou de lucrar. 
As perdas e danos, nas obrigações de 
pagamento em dinheiro, serão pagas com 
atualização monetária segundo índices oficiais 
regularmente estabelecidos, abrangendo juros, 
custas e honorários de advogado, sem prejuízo 
da pena convencional (Provado que os juros da 
mora não cobrem o prejuízo, e não havendo 
pena convencional, pode o juiz conceder ao 
credor indenização suplementar). 
Contam-se os juros de mora desde a citação 
inicial. 
Quando os juros moratórios não forem 
convencionados, ou o forem sem taxa 
estipulada, ou quando provierem de 
determinação da lei, serão fixados segundo a 
taxa que estiver em vigor para a mora do 
pagamento de impostos devidos à Fazenda 
Nacional. 
Incorre de pleno direito o devedor na cláusula 
penal, desde que, culposamente, deixe de 
cumprir a obrigação ou se constitua em mora. 
A cláusula penal estipulada conjuntamente com 
a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-
se à inexecução completa da obrigação, à de 
alguma cláusula especial ou simplesmente à 
mora. 
O valor da cominação imposta na cláusula 
penal não pode exceder o da obrigação 
principal. 
A penalidade deve ser reduzida 
equitativamente pelo juiz se a obrigação 
principal tiver sido cumprida em parte, ou se o 
montante da penalidade for manifestamente 
excessivo, tendo-se em vista a natureza e a 
finalidade do negócio. 
Sendo indivisível a obrigação, todos os 
devedores, caindo em falta um deles, 
incorrerão na pena; mas esta só se poderá 
demandar integralmente do culpado, 
respondendo cada um dos outros somente pela 
sua quota (Quem não deu causa pode entrar 
com ação de regresso contra quem deu causa). 
Quando a obrigação for divisível, só incorre na 
pena o devedor ou o herdeiro do devedor que a 
infringir, e proporcionalmente à sua parte na 
obrigação.- Pelo perdão judicial, nos casos previstos 
em lei. 
 
Morte do agente- A morte do agente só é 
comprovada mediante certidão de óbito 
original. 
 
Anistia, Graça e indulto- A anistia é a renúncia 
do direito de punir do Estado, de competência 
da união, que publica uma lei ordinária com 
efeitos retroativos, excluindo um ou mais fatos 
criminosos do campo do direito penal, podendo 
cessar os efeitos penais mesmo antes do 
trânsito em julgado da condenação. Aos crimes 
hediondos não se aplica a anistia. 
 
A Graça e o indulto são institutos de 
competência do Presidente da República, que 
afeta os atos EXECUTÓRIOS da condenação. A 
graça é um benefício individual, onde uma 
pessoa provoca o judiciário requerendo tal 
benefício, especificamente para ela. Já o indulto 
é um benefício coletivo, podendo ser concedido 
independentemente de provocação. Aos crimes 
hediondos não se aplicam a graça e o indulto. 
 
A retroatividade da lei mais benéfica, que deixa 
de considerar fato como crime é o que 
chamamos de abolitio criminis. 
 
Prescrição, decadência e perempção- 
Prescrição é a perda da pretensão punitiva (PPP) 
ou da pretensão executória (PPE) em face da 
 
 
 
6 
 
inércia do Estado, durante determinado prazo 
previsto em lei. 
Por sua vez, decadência é a perda do direito de 
ação, pela consumação do termo prefixado pela 
lei, para o oferecimento da queixa (nas ações 
penais privadas) ou representação (nas ações 
penais públicas condicionadas), demonstrando, 
claramente, a inércia do seu titular. Tanto a 
decadência como a prescrição são causas 
extintivas de punibilidade. 
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA 
Pode ocorrem a 
qualquer tempo, ou 
seja, antes, durante ou 
após a ação penal. 
Só pode ocorrer 
antes da ação penal. 
Admitida em qualquer 
crime, salvo naqueles 
que a CF classifica como 
imprescritíveis. 
Admitida apenas nos 
crimes de ação penal 
privada e ação penal 
pública condicionada à 
representação. 
Atinge diretamente o 
direito de punir. 
Atinge diretamente o 
direito de ação e 
indiretamente o 
direito de punir. 
 
A Prescrição se divide em dois grupos: A 
prescrição da pretensão punitiva e a prescrição 
da pretensão executória. A prescrição da 
pretensão punitiva ainda se subdivide em 3 
tipos: a propriamente dita/ em abstrato, a 
retroativa e a intercorrente/superveniente. 
Prescrição da pretensão punitiva em abstrato- 
Neste caso ainda não existe Pena e muito menos 
trânsito em julgado. ´Para fazer os cálculos você 
irá trabalhar com o máximo da pena em abstrato 
prevista para o delito. Para se chegar à pena 
máxima serão considerados as causas de 
aumento e diminuição de pena, considerando o 
maior ou aumento e a maior diminuição. 
O termo inicial para a prescrição da pretensão 
punitiva em abstrato, como regra, será do dia 
em que se consumou o crime ou no caso da 
tentativa, do último ato executório, nos crimes 
permanentes, quando cessou a permanência, 
nos crimes contra a dignidade sexual de crianças 
e adolescentes, quando estes completarem 18 
anos, salvo, se a esse tempo já houver sido 
proposta a ação penal. 
2- Prescrição da pretensão punitiva retroativa- 
Neste caso, já se tem uma pena. Para que seja 
efetuado o cálculo, você irá ter como base a 
pena que o juiz aplicou no caso concreto. O 
termo inicial para esse tipo de prescrição é a 
data da publicação da sentença até a data do 
recebimento da denúncia ou queixa, NÃO 
PODENDO TER COMO TERMO INICIAL, NESTA 
PRESCRIÇÃO, DATA ANTERIOR A DENÚNCIA OU 
QUEIXA. 
4-Prescrição intercorrente ou superveniente- 
Considera a pela aplicada pelo juiz na sentença 
em sentença transitada em julgado para 
acusação ou sentença que tenha tido seu 
recurso improvido. 
 Art. 109. A prescrição, antes de transitar em 
julgado a sentença final, salvo o disposto no § 
1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo 
máximo da pena privativa de liberdade 
cominada ao crime, verificando-se: 
 I - Em vinte anos, se o máximo da pena é 
superior a doze; 
 II - Em dezesseis anos, se o máximo da pena 
é superior a oito anos e não excede a doze; 
 III - em doze anos, se o máximo da pena é 
superior a quatro anos e não excede a oito; 
 IV - Em oito anos, se o máximo da pena é 
superior a dois anos e não excede a quatro; 
 V - Em quatro anos, se o máximo da pena é 
igual a um ano ou, sendo superior, não excede a 
dois; 
 VI - Em 3 (três) anos, se o máximo da pena 
é inferior a 1 (um) ano. 
 Prescrição depois de transitar em julgado 
sentença final condenatória 
Prescrição da pretensão executória- Trata-se do 
prazo que o Estado tem para fazer com que o 
agente cumpra a pena imposta. Presume-se 
que já tenha ocorrido trânsito em julgado para a 
 
 
 
7 
 
acusação e defesa. O cálculo será feito com base 
na pena aplicada, tendo o termo inicial o 
transito em julgado para a acusação. 
 Art. 110 - A prescrição depois de transitar 
em julgado a sentença condenatória regula-se 
pela pena aplicada e verifica-se nos prazos 
fixados no artigo anterior, os quais se aumentam 
de um terço, se o condenado é 
reincidente. 
 § 1o A prescrição, depois da sentença 
condenatória com trânsito em julgado para a 
acusação ou depois de improvido seu recurso, 
regula-se pela pena aplicada, não podendo, em 
nenhuma hipótese, ter pôr termo inicial data 
anterior à da denúncia ou queixa. 
Prescrição no caso de evasão do condenado ou 
de revogação do livramento condicional 
 Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado 
ou de revogar-se o livramento condicional, a 
prescrição é regulada pelo tempo que resta da 
pen 
Causas impeditivas da prescrição 
 Art. 116 - Antes de passar em julgado a 
sentença final, a prescrição não corre: 
 I - Enquanto não resolvida, em outro 
processo, questão de que dependa o 
reconhecimento da existência do crime; 
II - Enquanto o agente cumpre pena no 
exterior; 
III - na pendência de embargos de declaração ou 
de recursos aos Tribunais Superiores, quando 
inadmissíveis; e 
IV - Enquanto não cumprido ou não rescindido o 
acordo de não persecução penal. 
 Parágrafo único - Depois de passada em 
julgado a sentença condenatória, a prescrição 
não corre durante o tempo em que o condenado 
está preso por outro motivo 
 Causas interruptivas da prescrição 
 Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-
se 
 I - Pelo recebimento da denúncia ou da 
queixa; 
 II - Pela pronúncia 
 III - pela decisão confirmatória da 
pronúncia; 
 IV - Pela publicação da sentença ou acórdão 
condenatórios recorríveis; 
 V - Pelo início ou continuação do 
cumprimento da pena; 
 VI - Pela reincidência. 
 § 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI 
deste artigo, a interrupção da prescrição produz 
efeitos relativamente a todos os autores do 
crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do 
mesmo processo, estende-se aos demais a 
interrupção relativa a qualquer deles 
 § 2º - Interrompida a prescrição, salvo a 
hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo 
começa a correr, novamente, do dia da 
interrupção. 
 Art. 118 - As penas mais leves prescrevem 
com as mais graves. 
 Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a 
extinção da punibilidade incidirá sobre a pena 
de cada um, isoladamente 
 Prescrição da multa 
 Art. 114 - A prescrição da pena de multa 
ocorrerá: 
 I - Em 2 (dois) anos, quando a multa for a 
única cominada ou aplicada; 
 II - No mesmo prazo estabelecido para 
prescrição da pena privativa de liberdade, 
quando a multa for alternativa ou 
cumulativamente cominada ou 
cumulativamente aplicada. 
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de 
prescrição quando o criminoso era, ao tempo do 
 
 
 
8 
 
crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na 
data da sentença, maior de 70 (setenta) anos 
PRESCRIÇÃO DA 
PRETENSÃO 
PUNITIVA72 
 
Para exigir a pena convencional, não é 
necessário que o credor alegue prejuízo. 
QUANTO AO TEMA RELACIONA A LGPD, LEIA A 
LITERALIDADE DOS ARTIGOS CITADOS NO 
CRONOGRAMA. 
 
2. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA 
O QUE VOCÊ DEVE SABER 
A prescrição nada mais é que a extinção da 
pretensão à prestação devida. 
Já a decadência diz respeito à perda efetiva de 
um direito pelo seu não exercício no prazo 
previsto. 
O Código Civil tem um título próprio sobre 
prescrição e decadência, que tem início no 
artigo 189. 
Vejamos, agora, alguns prazos prescricionais: 
01 ano: I - a pretensão dos hospedeiros ou 
fornecedores de víveres destinados a consumo 
no próprio estabelecimento, para o pagamento 
da hospedagem ou dos alimentos; 
II - A pretensão do segurado contra o segurador, 
ou a deste contra aquele; 
02 anos: pretensão para haver prestações 
alimentares, a partir da data em que se 
vencerem 
03 anos: - a pretensão relativa a aluguéis de 
prédios urbanos ou rústicos; 
II - A pretensão para receber prestações 
vencidas de rendas temporárias ou vitalícias; 
V - A pretensão de reparação civil; 
VI - A pretensão de restituição dos lucros ou 
dividendos recebidos de má-fé, correndo o 
prazo da data em que foi deliberada a 
distribuição; 
IX - A pretensão do beneficiário contra o 
segurador, e a do terceiro prejudicado, no caso 
de seguro de responsabilidade civil obrigatório. 
 4 o Em quatro anos, a pretensão relativa à 
tutela, a contar da data da aprovação das 
contas. 
 5 o Em cinco anos: 
I - A pretensão de cobrança de dívidas líquidas 
constantes de instrumento público ou 
particular; 
II - A pretensão dos profissionais liberais em 
geral, procuradores judiciais, curadores e 
professores pelos seus honorários, contado o 
prazo da conclusão dos serviços, da cessação 
dos respectivos contratos ou mandato; 
III - a pretensão do vencedor para haver do 
vencido o que despendeu em juízo. 
RENÚNCIA DA PRESCRIÇÃO: Art. 191. A 
renúncia da prescrição pode ser expressa ou 
tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de 
terceiro, depois que a prescrição se consumar; 
tácita é a renúncia quando se presume de fatos 
do interessado, incompatíveis com a prescrição. 
ALERTA: Os prazos de prescrição não podem ser 
alterados por acordo das partes. 
MOMENTO DE ALEGAÇÃO: A prescrição pode 
ser alegada em qualquer grau de jurisdição, 
pela parte a quem aproveita. 
Art. 195. Os relativamente incapazes e as 
pessoas jurídicas têm ação contra os seus 
assistentes ou representantes legais, que 
derem causa à prescrição, ou não a alegarem 
oportunamente. 
SUCESSÃO: A prescrição iniciada contra uma 
pessoa continua a correr contra o seu sucessor. 
Imagine a situação em que uma pessoa ingressa 
com uma ação de indenização contra a 
construtora pleiteando a condenação da ré ao 
pagamento de danos materiais em virtude da 
metragem a menor da vaga de garagem, do que 
foi previsto no contrato de compra e venda. Há 
incidência de prazo prescricional ou 
decadencial? De quanto seria o prazo para 
ingressar com a ação? A pretensão seria de 
 
 
 
73 
 
natureza indenizatória (de ressarcimento pelo 
prejuízo decorrente dos vícios do imóvel), não 
havendo incidência de prazo decadencial, 
sujeitando-se a ação ao prazo de prescrição. 
Assim, a orientação do Superior Tribunal de 
Justiça é firme no sentido de se aplicar o prazo 
prescricional disposto no art. 205 do Código Civil 
à pretensão indenizatória decorrente do vício 
construtivo. STJ. 
3ª Turma. AgInt-REsp 1.889.229, Rel. Min. 
Ricardo Villas Boas Cueva, julgado em 
15/06/2021. 
É decenal o prazo prescricional aplicável às 
hipóteses de pretensão fundamentadas em 
inadimplemento contratual. É adequada a 
distinção dos prazos prescricionais da pretensão 
de reparação civil advinda de responsabilidades 
contratual e extracontratual. Nas controvérsias 
relacionadas à responsabilidade CONTRATUAL, 
aplica-se a regra geral (art. 205 CC/2002) que 
prevê 10 anos de prazo prescricional e, quando 
se tratar de responsabilidade extracontratual, 
aplica-se o disposto no art. 206, § 3º, V, do 
CC/2002, com prazo de 3 anos. Para fins de 
prazo prescricional, o termo “reparação civil” 
deve ser interpretado de forma restritiva, 
abrangendo apenas os casos de indenização 
decorrente de responsabilidade civil 
extracontratual. Resumindo. O prazo 
prescricional é assim dividido: • 
Responsabilidade civil extracontratual 
(reparação civil): 3 anos (art. 206, § 3º, V, do CC). 
• Responsabilidade contratual (inadimplemento 
contratual): 10 anos (art. 205 do CC). STJ. 2ª 
Seção. EREsp 1280825- 
RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 
27/06/2018 (Info 632). 
CAUSAS IMPEDEM OU SUSPENDEM A 
PRESCRIÇÃO 
Art. 197. Não corre a prescrição: 
I - Entre os cônjuges, na constância da sociedade 
conjugal; 
II - Entre ascendentes e descendentes, durante 
o poder familiar; 
III - entre tutelados ou curatelados e seus 
tutores ou curadores, durante a tutela ou 
curatela. 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - Contra os incapazes de que trata o art. 3 o; 
II - Contra os ausentes do País em serviço público 
da União, dos Estados ou dos Municípios; 
III - contra os que se acharem servindo nas 
Forças Armadas, em tempo de guerra. 
Art. 199. Não corre igualmente a prescrição: 
I - Pendendo condição suspensiva; 
II - Não estando vencido o prazo; 
III - pendendo ação de evicção. 
Art. 200. Quando a ação se originar de fato que 
deva ser apurado no juízo criminal, não correrá 
a prescrição antes da respectiva sentença 
definitiva. 
O Código Civil prevê a suspensão do prazo 
prescricional para a ação de reparação civil 
(ação de indenização) se o fato estiver sendo 
apurado no juízo criminal. Segundo a 
jurisprudência do STJ, só deve ser aplicado o 
art. 200 do CC se já foi instaurado inquérito 
policial ou proposta ação penal. Se o fato não 
será apurado no juízo criminal, não há sentido 
do prazo prescricional da ação cível ficar 
suspenso, até mesmo porque ficaria para 
sempre suspenso, já que, se não há ação penal, 
não haverá nunca 
sentença penal. STJ. 3ª Turma. REsp 1180237-
MT, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, 
julgado em 19/6/2012 (Info 500). 
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um 
dos credores solidários, só aproveitam os 
outros se a obrigação for indivisível. 
CAUSAS QUE INTERRONPEM A PRESCRIÇÃO 
 
 
 
74 
 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que 
somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: 
I - Por despacho do juiz, mesmo incompetente, 
que ordenar a citação, se o interessado a 
promover no prazo e na forma da lei processual; 
II - Por protesto, nas condições do inciso 
antecedente; 
III - por protesto cambial; 
IV - Pela apresentação do título de crédito em 
juízo de inventário ou em concurso de credores; 
V - Por qualquer ato judicial que constitua em 
mora o devedor; 
VI - Por qualquer ato inequívoco, ainda que 
extrajudicial, que importe reconhecimento do 
direito pelo devedor. 
Parágrafo único. A prescrição interrompida 
recomeça a correr da data do ato que a 
interrompeu, ou do último ato do processo para 
a interromper. 
DECADÊNCIA NO NEGÓCIO JURÍDICO: 
Art. 178. É de quatro anos o prazo de 
decadência para pleitear-se a anulação do 
negócio jurídico, contado: 
I - No caso de coação, do dia em que ela cessar; 
II - No de erro, dolo, fraude contra credores, 
estado de perigo ou lesão, do dia em que se 
realizou o negócio jurídico; 
III - no de atos de incapazes, do dia em que 
cessar a incapacidade. 
Art. 179. Quando a lei dispuser que determinado 
ato é anulável, sem estabelecer prazo para 
pleitear-se a anulação, será este de dois anos, a 
contar da data da conclusão do ato. 
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito 
anos, não pode, para eximir-se de uma 
obrigação, invocar a sua idade se dolosamente 
a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou 
se, no ato de obrigar-se, declarou-se maiorPRESCRIÇÃO DA 
PRETENSÃO 
EXECUTÓRIA 
Não há trânsito em 
julgado da condenação 
para AMBAS as partes 
(acusação e defesa). 
Obs.: na retroativa e na 
intercorrente há 
trânsito em julgado 
para acusação, mas não 
para a defesa. 
 
Há trânsito em julgado 
para ambas as partes 
Apaga todos os efeitos 
de eventual sentença 
condenatória já 
proferida. 
Apaga somente o 
evento principal da 
condenação: A 
PENA. Todos dos 
demais efeitos 
permanecem 
intactos. 
DECOREM ESSES PRAZOS: 
PENA MÁXIMA EM 
ABSTRATO 
PRAZO 
PRESCRICIONAL 
Inferior a 1 ano 3 anos 
Igual ou superior a 1 
anos, até 2 anos 
4 anos 
Superior a 2 anos até 
4 anos 
8 anos 
Superior a 4 anos até 
8 anos 
12 anos 
Superior a 8 anos até 
12 anos 
16 anos 
Superior a 12 anos 20 anos 
 
RENÚNCIA PERDÃO DO 
OFENDIDO 
Decorrente do princípio da 
OPORTUNIDADE 
Decorrente do princípio 
da DISPONIBILIDADE. 
Ato unilateral Ato bilateral 
Extraprocessual Extra ou Processual 
Excepcionalmente é 
cabível em Ação 
Pública (Juizados) 
Exclusivo de ação 
penal privada 
Obsta a formação do 
processo 
Pressupõe processo. 
Concessão expressa 
ou tácita 
Concessão expressa 
ou tácita. 
 
 
PERDÃO JUDICIAL 
 
PERDÃO DO 
OFENDIDO 
Concedido pelo 
Poder Judiciário 
Concedido pela 
vítima 
Crimes de ação 
pública ou privada 
Crimes de ação 
privada 
Unilateral (não 
precisa de aceitação) 
Bilateral (querelado 
precisa aceitar) 
 
 Art. 108 - A extinção da punibilidade de crime 
que é pressuposto, elemento constitutivo ou 
circunstância agravante de outro não se 
estende a este. Nos crimes conexos, a extinção 
da punibilidade de um deles não impede, 
quanto aos outros, a agravação da pena 
resultante da conexão. 
 
 
DIREITO DO TRABALHO 
SEGUNDA DICA DO DIA 23 
1. PERÍODO DE REPOUSO/PERÍODOS DE 
DESCANSO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Os intervalos são os lapsos temporais criados 
pelo legislador com a principal missão de 
proteger a saúde e segurança do empregado. 
Nos intervalos é que o empregado recupera a 
energia despendida no exercício de seu mister, 
sua saúde mental e se renova para encarar um 
novo turno ou uma nova jornada de trabalho. 
Os principais intervalos são: 1) INTERVALO 
INTRAJORNADA e 2) INTERVALO 
INTERJORNADA. 
 INTERVALO INTRAJORNADA: 
Tem previsão no artigo 71, da CLT. 
É aquele que é concedido DURANTE a jornada 
diária de trabalho, para que o empregado 
descanse, faça uma refeição e renove suas 
energias para encarar o restante da jornada. 
Ele é concedido da seguinte forma: 
I) Jornadas de até 4 horas: não faz jus; 
 
 
 
9 
 
II) Jornada de mais de 4 horas, até 6 horas: 15 
minutos; 
III) Jornada de mais de 6 horas: Mínimo de UMA 
HORA (E salvo acordo escrito ou contrato 
coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 
(duas) horas). 
O § 3º, do artigo 71, da CLT, leciona que o limite 
mínimo de uma hora para repouso ou refeição 
poderá ser reduzido por ato do Ministro do 
Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido 
o Serviço de Alimentação de Previdência Social, 
se verificar que o estabelecimento atende 
integralmente às exigências concernentes à 
organização dos refeitórios, e quando os 
respectivos empregados não estiverem sob 
regime de trabalho prorrogado a horas 
suplementares. 
Portanto, para que a condição acima seja 
possibilitada é preciso: 1) por ato do Ministro do 
Trabalho, Indústria e Comércio; 2) Ouvir o 
Serviço de alimentação da previdência social; 
3) Refeitório que atenda ás exigências legais e 
4) empregados não estejam submetidos a 
prestação de HORAS EXTRAS. 
NATUREZA DO INTERVALO: A não concessão ou 
a concessão parcial do intervalo intrajornada 
mínimo, para repouso e alimentação, a 
empregados urbanos e rurais, implica o 
pagamento, de natureza indenizatória, apenas 
do período suprimido, com acréscimo de 50% 
(cinquenta por cento) sobre o valor da 
remuneração da hora normal de trabalho, ou 
seja, não gerem reflexos em outras verbas 
trabalhistas. 
Portanto, temos que, acaso haja 
descumprimento o empregador deve ser 
condenado a pagar: Apenas o período 
suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta 
por cento) sobre o valor da remuneração da 
hora normal de trabalho. Tal parcela tem 
natureza INDENIZATÓRIA e NÃO GERA reflexos 
em qualquer outra verba trabalhista. 
O intervalo de uma hora poderá ser reduzido 
e/ou fracionado, e aquele estabelecido para 
jornadas inferiores a seis horas poderá ser 
fracionado, quando compreendidos entre o 
término da primeira hora trabalhada e o início 
da última hora trabalhada, desde que previsto 
em convenção ou acordo coletivo de trabalho, 
ante a natureza do serviço e em virtude das 
condições especiais de trabalho a que são 
submetidos estritamente os motoristas, 
cobradores, fiscalização de campo e afins nos 
serviços de operação de veículos rodoviários, 
empregados no setor de transporte coletivo de 
passageiros, mantida a remuneração e 
concedidos intervalos para descanso menores 
ao final de cada viagem. SE LIGUE: 
REDUÇÃO/FRACIONAMENTO = INTERVALO DE 
1H OU MAIS; FRACIONAMENTO = INTERVALO 
DE 15MIN 
FIQUE ATENTO (INTERVALOS ESPECIAIS): 1) Nos 
serviços permanentes de mecanografia 
(datilografia, escrituração ou cálculo), a cada 
período de 90 (noventa) minutos de trabalho 
consecutivo corresponderá um repouso de 10 
(dez) minutos não deduzidos da duração normal 
de trabalho. 2) Nos trabalhos em minas de 
subsolo deve haver intervalo de 15 minutos a 
cada 03 horas consecutivas de labor (artigo 298 
da CLT) e 3) O trabalho em câmaras frigoríficas e 
para os trabalhadores que movimentam 
mercadorias do ambiente quente ou normal 
para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora 
e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, 
será assegurado um período de 20 (vinte) 
minutos de repouso, computado esse intervalo 
como de trabalho efetivo (FIQUE ATENTO POIS 
REGRA GERAL O INTERVALO NÃO É 
COMPUTADO NA JORNADA, TRATA-SE AQUI, 
PORTANTO, DE EXCEÇÃO À REGRA). 
ATENÇÃO MÁXIMA: OS INTERVALOS QUE 
NÃO ESTEJAM PREVISTOS EM LEI MAS 
CONCEDIDOS PELO EMPREGADOR, DEVERÃO 
SER COMPUTADOS NA JORNADAS DE 
TRABALHO E REMUNERADOS COMO TEMPO 
À DISPOSIÇÃO. Exemplo: Tempo concedido 
 
 
 
10 
 
para lanchar que não seja o intervalo 
intrajornada. 
PONTO IMPORTANTE: FIQUE ATENTO AO 
ARTIGO 611-A, DA CLT, QUE FOI INSERIDO PELA 
REFORMA TRABALHISTA E, EM SEU INCISO III 
ASSEGUROU QUE A CONVENÇÃO COLETIVA E O 
ACORDO COLETIVO DE TRABALHO TÊM 
PREVALÊNCIA SOBRE A LEI QUANDO DISPUSER 
SOBRE INTERVALO INTRAJORNADA, 
RESPEITADO O LIMITE MÍNIMO DE TRINTA 
MINUTOS PARA JORNADAS SUPERIORES A SEIS 
HORAS. 
ATENÇÃO – EMPREGADOS DOMÉSTICOS: 
Deve ser concedido ao doméstico, no mínimo, 1 
(uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas de 
INTERVALO DE DESCANSO (INTRAJORNADA), 
admitindo-se, mediante prévio acordo escrito 
entre empregador e empregado, sua redução a 
30 (trinta) minutos. 
Caso o empregado resida no local de trabalho, 
o período de intervalo poderá ser 
desmembrado em 2 (dois) períodos, desde que 
cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma) hora, 
até o limite de 4 (quatro) horas ao dia. 
Para jornada de trabalho não superior a 6 (seis) 
horas, o intervalo concedido será de 15 (quinze) 
minutos. 
 2) INTERVALO INTERJORNADA: 
Tem previsão no artigo 66, da CLT. 
É aquele que é concedido ENTRE UMA jornada e 
outra de trabalho, a fim de que o trabalhador 
recupere totalmente suas energias e goze do 
convívio social e familiar. 
Tem duração MÍNIMA de ONZE HORAS - Artigo 
66, da CLT: Entre 2 (duas) jornadas de trabalho 
haverá um período mínimo de 11 (onze) horas 
consecutivas para descanso. 
FIQUE ATENTO: A concessão do descanso 
semanal remunerado não desobriga o 
empregador de conceder o interjornada mínimo 
de ONZE HORAS. Em assim sendo, o empregado 
tem direito a 35 horas consecutivas de descanso 
semanal (24 horas do DSR+11 interjornada). 
 
 3) TRABALHO AOS DOMINGOS E 
FERIADOS: 
Será assegurado a todo empregado um 
descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas 
consecutivas, o qual, salvo motivo de 
conveniênciapública ou necessidade imperiosa 
do serviço, deverá coincidir com o domingo, no 
todo ou em parte. Esse é o popular “DSR” = 
DESCANSO SEMANAL REMUNERADO. 
Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, 
com exceção quanto aos elencos teatrais, será 
estabelecida escala de revezamento, 
mensalmente organizada e constando de 
quadro sujeito à fiscalização. 
ATENÇÃO – SÚMULA 146, DO TST: O trabalho 
prestado em domingos e feriados, não 
compensado, deve ser pago em dobro, sem 
prejuízo da remuneração relativa ao repouso 
semanal. 
ATENÇÃO – LEI 11.306/07: A referida lei 
autorizou o trabalho aos domingos nas 
atividades do comércio em geral, observada a 
legislação municipal. Ademais, também 
estabeleceu que o repouso semanal 
remunerado deverá coincidir, pelo menos uma 
vez no período máximo de três semanas, com o 
domingo. Por fim, É permitiu o trabalho em 
feriados nas atividades do comércio em geral, 
desde que autorizado em convenção coletiva 
de trabalho e observada a legislação municipal. 
ATENÇÃO – JORNADA 12X36: A remuneração 
mensal pactuada pelo horário de trabalho 12x36 
já abrange os pagamentos devidos pelo 
descanso semanal remunerado e pelo descanso 
em feriados, e serão considerados 
compensados os feriados e as prorrogações de 
trabalho noturno. 
 
NESSE SENTIDO É A JURISPRUDÊNCIA PÁTRIA: 
TRT-4 - Recurso Ordinário Trabalhista ROT 
00205254920195040018 (TRT-4) 
Jurisprudência•Data de publicação: 26/08/2021 
 
 
 
11 
 
REGIME DE TRABALHO 12X36. DOMINGOS 
TRABALHADOS. No regime 12x36, os domingos 
trabalhados pelo empregado são naturalmente 
compensados, restando observado o descanso 
semanal remunerado, motivo pelo qual é 
indevida a sua remuneração em dobro. 
 
2. TRABALHO NOTURNO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Tem previsão na Constituição Federal, que em 
seu artigo 7º, IX, assegura aos trabalhadores 
compreendidos no horário noturno uma 
remuneração SUPERIOR à do diurno. 
Isso acontece pois o trabalho noturno é mais 
prejudicial à saúde do que o diurno e vale tanto 
para o trabalhador urbano como para o 
trabalhador rural. 
Além disso, o menor de DEZOITO ANOS não 
pode laborar em período considerado como 
noturno. 
Como dito, o trabalho noturno terá 
remuneração superior à do diurno e, para esse 
efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 
20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a 
hora diurna (20% PARA O CASO DE 
TRABALHADOR URBANO). 
Além disso, a hora do trabalho noturno 
URBANO será computada como de 52 minutos 
e 30 segundos (AO INVÉS DE SESSENTA 
MINUTOS A HORA NOTURNO TERÁ 52 
MINUTOS E 30 SEGUNDOS). 
Considera-se noturno o trabalho executado 
entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia 
seguinte (SÓ PARA TRABALHADOR URBANO). 
ATENÇÃO: Quando houver labor extra em 
horário além das 5h da manhã, o período 
posterior também será remunerado como 
NOTURNO e calculado com base na HORA 
FICTA NOTURNA DE 52 MINUTOS E 30 
SEGUNDOS. 
Para o trabalhador RURAL as regras não são as 
mesmas acima vistas! 
O adicional noturno do rural vale 25%. 
Não existe hora reduzida, portanto, a hora é 60 
minutos. 
O honorário noturno do rural na pecuária é de 
20h às 4h e o do rural na agricultura é de 21h ás 
5h. 
PORTANTO, TEMOS QUE: 
1) PECUÁRIA: 20H ÀS 4H; 
2) AGRICULTURA: 21H À5 4H. 
 
3. REMUNERAÇÃO E SALÁRIO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Por ser um dos temas de maior incidência na 
prova da OAB, você deverá ficar extremamente 
atento ao que ora será estudado. 
Dividiremos, portanto, o presente capítulo em 
14 tópicos. 
TÓPICO 01 
REMUNERAÇÃO (457º e ss., da CLT) 
 
Conceito: salário devido e pago diretamente 
pelo empregador, além das gorjetas que o 
empregado receber, logo, a remuneração é 
mais ampla do que o salário. 
TÓPICO 02 
GORJETA (457º, §3, da CLT) 
 
Considera-se gorjeta não só a importância 
espontaneamente dada pelo cliente ao 
empregado, como também o valor cobrado 
pela empresa, como serviço ou adicional, a 
qualquer título, e destinado à distribuição aos 
empregados. 
As gorjetas devem ser anotadas em CTPS e 
contracheques (§ 6º, III, art. 457, CLT). 
 
 
 
12 
 
“Súmula 354, TST: As gorjetas integram a 
remuneração para todos os efeitos legais (art. 
457, caput, CLT), não servindo, porém, de base 
de cálculo para as parcelas de aviso prévio, 
adicional noturno, horas extras e repouso 
semanal”. 
TÓPICO 03 
SALÁRIO (457º, §1, da CLT) 
 
Valor pago diretamente pelo empregador ao 
empregado em contrapartida de serviços ou 
atividades prestadas por esse. No mais, o artigo 
457, § 1º, da CLT, leciona que integram o salário 
a importância fixa estipulada, as gratificações 
legais e as comissões pagas pelo empregador. 
Deve ser pago até o quinto dia útil do mês 
subsequente ao vencido (art. 459). 
O pagamento do salário deverá ser efetuado 
contra recibo, assinado pelo empregado; em se 
tratando de analfabeto, mediante sua 
impressão digital, ou, não sendo esta possível, a 
seu rogo. No caso de pagamento em depósito 
bancário, o respectivo comprovante terá força 
de recibo (art. 464, CLT). 
Compreende-se no salário, para todos os efeitos 
legais, a alimentação, habitação, vestuário ou 
outras prestações "in natura" que a empresa, 
por força do contrato ou do costume, fornecer 
habitualmente ao empregado. 
Em caso algum será permitido o pagamento com 
bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. 
Quanto ao salário, vale lembrar, ainda, que as 
importâncias, ainda que habituais, pagas a 
título de ajuda de custo, auxílio-alimentação, 
vedado seu pagamento em dinheiro, diárias 
para viagem, prêmios e abonos não integram a 
remuneração do empregado, não se 
incorporam ao contrato de trabalho e não 
constituem base de incidência de qualquer 
encargo trabalhista e previdenciário. 
As verbas que integram o salário têm previsão 
no artigo 457, §1º, da CLT, enquanto as verbas 
que não integram o salário têm previsão no §2º, 
do mesmo artigo 
Verbas que integram o 
salário 
Não integram o 
salário 
 
1) Comissões; 
2) Gratificações 
legais: 
Exemplos são 
a gratificação 
natalina 
(13º), 
destinada ao 
exercício de 
dada função 
(chefia/gerên
cia). O valor 
das horas 
extras 
habituais 
integra a 
remuneração 
do 
trabalhador 
para o cálculo 
das 
gratificações 
semestrais 
 
1) Ajuda de 
custo; 
2) Auxílio-
alimentaç
ão; 
3) Prêmios e 
bônus; 
4) Abonos; 
5) Diárias 
para 
viagem; 
6) PLR; 
7) Parcelas 
do artigo 
458, § 2º, 
da CLT. 
 
 
 
13 
 
(súmula 115, 
TST). 
Podem ser 
ajustadas 
entre as 
partes ou 
obrigatórias, 
previstas em 
lei. 
 
TÓPICO 04 
PRINCÍPIOS SALARIAIS 
 
1) Princípio da irredutibilidade salarial: O 
próprio nome é claro. Este princípio visa 
unicamente garantir que o empregado não 
tenha o seu salário reduzido pelo empregador. 
2) Princípio da intangibilidade salarial: O 
salário não pode sofrer descontos, salvo os 
previstos em lei, em convenção coletiva, 
adiantamentos, com a autorização prévia e por 
escrito do empregado, e no caso de dano 
causado pelo empregado (artigo 462, da CLT e 
súmula 342/TST). 
3) Princípio da impenhorabilidade: O salário 
por ser a única fonte de subsistência do 
empregado não pode ser penhorado, exceto, 
apenas, para o caso de pagamento de pensão 
alimentícia (art. 833, IV, e artigo. 833, §2º, do 
CPC). 
4) Princípio da inalterabilidade: O salário não 
pode ser alterado por ato do empregador de 
forma prejudicial ao empregado. Alterar o 
salário significa modificar a sua forma e modo de 
pagamento 
TÓPICO 05 
FORMAS DE PAGAMENTO DO SALÁRIO 
 
Há três formas base de estipulação salarial: 
salário por tempo, produção ou tarefa. 
1) Salário por tempo: Nada mais é que aquele 
pago em função do tempo no qual o trabalho foi 
prestado ou o empregado permaneceu à 
disposição do empregador, ou seja, a hora, o dia, 
a semana, a quinzena e o mês. Nestes casos, o 
número de horas é utilizado como base para 
apurar o valor da remuneração. 
2) Por produção: Calculado com base no 
número de unidades produzidas peloempregado. Cada unidade é retribuída com um 
valor fixado pelo empregador antecipadamente. 
3) Tarefa: Aquele cuja base é a produção do 
empregado, pouco importando as horas 
laboradas. 
TÓPICO 06 
MEIOS DE PAGAMENTO DE SALÁRIO 
 
O salário pode ser pago de algumas formas, 
dentre elas: Espécie (dinheiro), Cheque ou 
depósito e utilidades. 
1) Dinheiro (espécie): Normalmente, a forma 
de pagamento é o dinheiro (espécie), em moeda 
corrente do País (art. 463) e se considera não 
efetuado o pagamento em moeda estrangeira 
(art. 463, parágrafo único). A moeda estrangeira 
pode, no entanto, servir de base de cálculo para 
conversão, no ato de pagamento, em moeda 
nacional. 
2) Cheque ou depósito: O pagamento dos 
salários e remunerações das férias através pode 
ser realizado em conta bancária aberta para esse 
fim em nome de cada empregado, em 
estabelecimento de crédito próximo ao local de 
trabalho, ou em cheque emitido diretamente 
pelo empregador em favor do empregado. 
3) Utilidades: O salário pode ser pago (uma 
parte e não a totalidade) em bens econômicos. 
A CLT permite o pagamento em utilidades, 
 
 
 
14 
 
como alimentação, habitação etc. 30% do 
salário deverá, necessariamente, ser pago em 
dinheiro. 
OBS: Algo dado ou pago PARA o trabalho não 
integra o salário. Contudo, ser a parcela ou bem 
for recebida PELO trabalho, há sim a 
integração. 
OBS1: Parcelas pagas esporadicamente e com 
ônus para o empregado não são consideradas 
salário, já o contrário, parcelas não onerosas e 
habituais, integram o salário. 
TÓPICO 07 
EQUIPARAÇÃO SALARIAL (461, da CLT) 
 
A Constituição Pátria, junto ao art. 7º, XXX e 
XXXI, VEDA a discriminação salarial, proibindo 
diferença de salário por motivo de sexo, idade, 
cor ou estado civil, ou por ser o trabalhador 
portador de deficiência. 
Na CLT a igualdade salarial é prevista no art. 461 
da CLT, além de também ser encontrada na 
súmula 06, do TST. 
A equiparação salarial é cabível quando 
preenchidos todos os requisitos previstos no 
art. 461 da CLT, ou seja, o reclamante deve 
desempenhar as mesmas atividades do 
paradigma, com igual produtividade e mesma 
perfeição técnica, com tempo de serviço na 
função não superior a dois anos e identidade de 
local de trabalho. 
Requisitos da equiparação salarial: 
a- Identidade de funções; 
b- Mesmo empregador; 
c- Mesmo estabelecimento empresarial; 
d- Igual produtividade; 
e- Mesma perfeição técnica; 
f- Diferença de tempo de serviço inferior 
a dois anos. 
A equiparação salarial só será possível entre 
empregados contemporâneos no cargo ou na 
função (contemporaneidade do trabalho), 
ficando vedada a indicação de paradigmas 
remotos, ainda que o paradigma 
contemporâneo tenha obtido a vantagem em 
ação judicial própria (art. 461, § 5º, CLT). 
Se for comprovada que houve discriminação 
salarial por motivo de sexo ou etnia, o juízo 
determinará, além do pagamento das 
diferenças salariais devidas, multa, em favor do 
empregado discriminado, no valor de 50% 
(cinquenta por cento) do limite máximo dos 
benefícios do Regime Geral de Previdência 
Social. 
TÓPICO 08 
ADICIONAL DE HORA EXTRA 
 
De acordo com a Constituição Federal, artigo 7º, 
XIII, a duração do trabalho normal não poderá 
ultrapassar a oito horas diárias e quarenta e 
quatro semanais. 
Sobre o referido percentual, acrescente-se que 
JAMAIS poderá ser estipulado índice menor 
que 50%, ainda que através de acordo ou 
convenção coletiva, conforme leciona o artigo 
611-B, da CLT. 
Poderá ser estipulado índice superior ao de 
50% legalmente previsto, seja através de ajuste 
individual ou normativo. 
TÓPICO 09 
ADICIONAL NOTURNO (73, da CLT) 
 
Para os urbanos, o importe é de 20% e tem 
previsão no artigo 73, da CLT. Já para os rurais, 
o referido adicional é conferido no importe de 
25%, contudo, sem hora noturna reduzida 
(ficta), de 52 minutos e 30 segundos, que é 
apenas concedida aos trabalhadores urbanos. 
 
 
 
15 
 
Em relação aos trabalhadores urbanos, é 
considerado como período noturno o 
compreendido entre 22h e 05h do dia seguinte. 
Para os rurais, 21h às 05 (agricultura) e 20h às 
04h (pecuária). 
Importante: acaso seja extrapolado o horário, o 
adicional noturno continuará sendo devido. 
Como exemplo, cite-se o caso de um funcionário 
urbano que começou o labor às 10h e findou às 
07h do dia seguinte, portanto, o adicional 
noturno será devido até às 07h! 
Tal previsão é contida junto ao artigo 73, § 5º, 
da CLT e súmula 60, do TST. 
Importante: No caso de trabalhador que labore 
em escala 12x36, o artigo 59-A, PU, da CLT, 
estabelece que não é devido o adicional noturno 
em caso de prorrogação do trabalho para além 
das 5h. 
TÓPICO 10 
ADICIONAL DE INSALUBRIDADE (192, da CLT) 
 
Este é devido em três graus: 40% (quarenta por 
cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por 
cento) do salário mínimo, segundo se 
classifiquem nos graus máximo, médio e 
mínimo. 
Portanto, LEMBRE-SE: o adicional de 
insalubridade deve ter como base de cálculo o 
salário-mínimo, e não o salário-base do 
empregado, na forma do Art. 192 da CLT (CAIU 
NA ÚLTIMA PROVA – 2ª FASE). 
A atividade exercida pelo obreiro deverá estar 
elencada na NR-15, do extinto MTE. Nesse 
sentido é o entendimento do C.TST, através do 
item I, da súmula 448: “Não basta a constatação 
da insalubridade por meio de laudo pericial 
para que o empregado tenha direito ao 
respectivo adicional, sendo necessária a 
classificação da atividade insalubre na relação 
oficial elaborada pelo Ministério do Trabalho”. 
O trabalho executado em condições insalubres, 
em caráter intermitente, não afasta, só por 
essa circunstância, o direito à percepção do 
respectivo adicional, sendo, portanto, a 
insalubridade devida INTEGRALMENTE (súmula 
47 TST). 
Não pode ser pago de forma cumulativa com o 
adicional de periculosidade, CABE AO 
EMPREGADO, optar quais deles lhe é mais 
vantajoso (art. 193, § 2º, da CLT). 
TÓPICO 11 
ADICIONAL DE PERICULOSIDADE (193, da CLT) 
 
Sobre o adicional de periculosidade, importante 
lembrar que este é devido ao empregado na 
proporção de 30% (trinta por cento) sobre o 
salário sem os acréscimos resultantes de 
gratificações, prêmios ou participações nos 
lucros da empresa. 
É devido nas seguintes situações: inflamáveis, 
explosivos ou energia elétrica (art. 193, I); 
roubos ou outras espécies de violência física nas 
atividades profissionais de segurança pessoal ou 
patrimonial (art. 193, II); trabalho em 
motocicleta (art. 193, § 4º). 
A atividade exercida pelo obreiro deverá estar 
elencada na NR-16, do extinto MTE. 
Registre-se que, segundo a súmula 364, I, do 
TST, a periculosidade resta indevida, apenas, 
quando o contato dá-se de forma eventual, 
assim considerado o fortuito, ou o que, sendo 
habitual, dá-se por tempo extremamente 
reduzido. 
TÓPICO 12 
ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO 
 
Tal adicional, por conclusão lógica, serve para 
remunerar os empregados de acordo com o 
tempo de serviço na empresa. 
 
 
 
16 
 
O adicional por tempo de serviço não tem 
previsão na CLT. 
Referido adicional apenas é instituído através 
de regulamento interno da empresa, acordo ou 
convenção coletiva, sentenças normativas ou 
através do próprio contrato de trabalho. 
Tal qual os outros adicionais, possui natureza 
salarial e integra a remuneração do 
trabalhador para todos os efeitos legais (vide 
súmulas 203 e 226, do TST). 
TÓPICO 13 
ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA 
 
Transferência = mudança de município. 
O referido adicional tão somente é devido 
quando a transferência tiver caráter provisório, 
ainda que o empregado tenha cargo de 
confiança ou de gestão ou que haja cláusula no 
contrato que contemple a possibilidade de 
transferência (OJ 113, SDI-1). 
A regra geral, estabelecida pelo caput do art. 
469 da CLT, é a da impossibilidade de 
transferência unilateral do empregado para 
local diverso daquele da contratação. Nesse 
sentido, a CLT somente admite, nos parágrafos 
primeiro e segundo do mesmoartigo, a 
transferência unilateral do empregado nas 
hipóteses de (a) extinção do estabelecimento 
em que trabalhar o empregado, (b) exercício de 
cargo de confiança e (c) quando o contrato de 
trabalho tenha como condição, implícita ou 
explícita, a transferência. Mesmo nas hipóteses 
(b) e (c), se a transferência for provisória, nasce 
para o empregado o direito à percepção do 
adicional de 25% (vinte e cinco por cento) 
previsto no parágrafo terceiro, do artigo 469, 
ainda que haja real necessidade do serviço. 
Mais uma vez: Ainda que lícita, o empregador é 
obrigado a pagar um adicional de 25% do 
salário base do empregado, enquanto durar a 
transferência PROVISÓRIA. 
Quando o estabelecimento é extinto não há no 
que se falar em adicional. 
segue esquema que ressalta os casos da 
transferência lícita: 
• Cargo de confiança (desde que haja real 
necessidade de serviço) 
• Cláusula explícita de transferência e 
real necessidade do serviço 
• Cláusula implícita de transferência e 
real necessidade do serviço 
• Extinção do estabelecimento. 
TÓPICO 14 
13º SALÁRIO (GRATIFICAÇÃO DE NATAL) 
 
O 13º salário é regido pelas Leis nº 4.090/1962 e 
nº 4.749/1965 e encontra-se regulamentado 
pelo Decreto n° 57.155/65, além do inciso VIII do 
artigo 7° da Constituição Federal de 1988. 
Em que pese em tese o 13º salário corresponder 
a uma gratificação salarial paga pelo 
empregador ao empregado no mês de 
dezembro de cada ano, este deve ser pago em 
duas parcelas – a primeira entre fevereiro e 
novembro e a segunda até 20 de dezembro. 
Acaso o empregado faça requerimento, a 
primeira parcela do 13º salário pode ser paga 
junto com as férias. O adiantamento deve ser 
requisitado em janeiro do correspondente ano. 
Não tem direito ao 13º salário proporcional o 
empregado que é dispensado por justa causa. 
Nos casos de extinção por de culpa recíproca, o 
empregado receberá 50% do 13º salário 
proporcional (Súmula 14, TST). 
O valor da parcela em referência corresponde a 
1/12 da remuneração devida em dezembro, por 
mês de serviço do ano correspondente, 
considerando-se mês integral a fração igual ou 
superior a 15 dias de trabalho, no mês civil. 
 
 
 
 
17 
 
4. AVISO PRÉVIO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
O aviso prévio é previsto quando o contrato de 
trabalho é encerrado, tanto por iniciativa da 
empresa quanto do empregado. 
O aviso prévio tem previsão Constitucional junto 
ao artigo 7, XXI: “aviso prévio proporcional ao 
tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta 
dias, nos termos da lei”. 
Na CLT tem previsão no artigo 487, II. 
O aviso pode ser trabalhado ou pago. 
Com o advento da Lei 12.506/2011 o aviso 
prévio (que tinha limite de 30 dias) passou a ser 
concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos 
empregados que contem até 1 (um) ano de 
serviço na mesma empresa e, A PARTIR DE UM 
ANO, serão acrescidos 3 (três) dias por ano de 
serviço prestado na mesma empresa, até o 
máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um 
total de até 90 (noventa) dias. 
Portanto, de acordo com o acima visto, que é 
corroborado pela Nota Técnica 184/02, do MTE, 
superado o primeiro ano de serviço pelo 
empregado, este já faz jus a mais TRÊS DIAS DE 
AVISO. 
O empregador que, durante o prazo do aviso 
prévio dado ao empregado, praticar ato que 
justifique a rescisão imediata do contrato, 
sujeita-se ao pagamento da remuneração 
correspondente ao prazo do referido aviso, 
sem prejuízo da indenização que for devida. 
O empregado que, durante o prazo do aviso 
prévio, cometer qualquer das faltas 
consideradas pela lei como justas para a 
rescisão, perde o direito ao restante do 
respectivo prazo. 
FIQUE ATENTO: O valor das horas 
extraordinárias habituais integra o aviso prévio 
indenizado. 
FIQUE ATENTO: É devido o aviso prévio na 
despedida indireta e na reversão da justa causa. 
FIQUE ATENTO: Em caso de aviso prévio 
TRABALHADO, é facultado ao EMPREGADO 
escolher entre: 1) Redução de 2 (duas) horas 
diárias durante o período do aviso 2) Faltar ao 
serviço, sem prejuízo do salário integral, por 
sete dias corridos. ATENÇÃO 01: É ILEGAL 
SUBSTITUIR O PERÍODO QUE SE REDUZ DA 
JORNADA DE TRABALHO, NO AVISO PRÉVIO, 
PELO PAGAMENTO DAS HORAS 
CORRESPONDENTES (SÚMULA 230). ATENÇÃO: 
SE O AVISO FOR CONCEDIDO PELO 
EMPREGADO NÃO SE APLICA REDUÇÃO DE 
JORNADA. 
FIQUE ATENTO: O valor do aviso prévio 
INDENIZADO equivale à última remuneração 
integralmente percebida pelo trabalhador, 
acrescida da média das rubricas variáveis 
percebidas nos últimos doze meses de contrato 
ou em todos os meses, caso o vínculo tenha 
durado menos de um ano. 
FIQUE ATENTO: O tempo do aviso prévio, ainda 
quando indenizado, deve ser contato como 
tempo de serviço. 
Nesse sentido a súmula 182: O tempo do aviso 
prévio, mesmo indenizado, conta-se para efeito 
da indenização adicional prevista no art. 9º da 
Lei nº 6.708, de 30.10.1979. 
Em sentido idêntico, a súmula 305: O 
pagamento relativo ao período de aviso prévio, 
trabalhado ou não, está sujeito a contribuição 
para o FGTS. 
CONTAGEM DO AVISO: Aplica-se a regra 
prevista no "caput" do art. 132 do Código Civil 
de 2002 à contagem do prazo do aviso prévio, 
excluindo-se o dia do começo e incluindo o do 
vencimento (Súmula 380). 
IRRENUNCIABILIDADE: O direito ao aviso é 
irrenunciável pelo empregado. Nesse sentido, a 
súmula 276: “O direito ao aviso prévio é 
irrenunciável pelo empregado. O pedido de 
dispensa de cumprimento não exime o 
empregador de pagar o respectivo valor, salvo 
 
 
 
18 
 
comprovação de haver o prestador dos serviços 
obtido novo emprego”. 
INCOMPATIBILIDADE: É inválida a concessão do 
aviso prévio na fluência da garantia de emprego, 
ante a incompatibilidade dos dois institutos 
(Súmula 348). No caso de concessão de auxílio-
doença no curso do aviso prévio, todavia, só se 
concretizam os efeitos da dispensa depois de 
expirado o benefício previdenciário (Súmula 
371). 
RETRATAÇÃO: Durante o lapso do aviso prévio 
o empregador pode a vir se RETRATAR e pedir 
que o funcionário continue laborando na 
empresa, contudo, o trabalhador DEVE 
ACEITAR a retratação. 
Portanto, temos que cabe ao EMPREGADO 
acatar ou não a retratação do empregador. 
Nesse sentido: Art. 489/CLT - Dado o aviso 
prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de 
expirado o respectivo prazo, mas, se a parte 
notificante reconsiderar o ato, antes de seu 
termo, à outra parte é facultado aceitar ou não 
a reconsideração. 
Caso seja aceita a reconsideração ou 
continuando a prestação depois de expirado o 
prazo, o contrato continuará a vigorar, como se 
o aviso prévio não tivesse sido dado. 
 
5. TERCEIRIZAÇÃO 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
Tem previsão na Lei 6.019/74 e 13.429/17. 
Considera-se prestação de serviços a terceiros a 
transferência feita pela contratante da execução 
de quaisquer de suas atividades, inclusive sua 
atividade principal, à pessoa jurídica de direito 
privado prestadora de serviços que possua 
capacidade econômica compatível com a sua 
execução (art. 4º-A da lei supracitada). 
A empresa tomadora pode terceirizar qualquer 
ramo de sua atividade, inclusive a sua 
atividade-fim, o que até tempos atrás não era 
possível (A Súmula 331 não mais se aplica). 
A administração pública também pode 
terceirizar! 
A empresa prestadora de serviços quem 
contrata, remunera e dirige o trabalho 
realizado por seus trabalhadores, ou 
subcontrata outras empresas para realização 
desses serviços (1º, art. 4º-A). 
São asseguradas aos empregados da empresa 
prestadora de serviços quando e enquanto os 
serviços, que podem ser de qualquer uma das 
atividades da contratante, forem executados 
nas dependências da tomadora, as mesmas 
condições: 
I - relativas a: 
a) alimentação garantida aos empregados da 
contratante, quando oferecida em refeitórios; 
b) direito de utilizar os serviços de transporte; 
c) atendimento médico ou ambulatorial 
existente nas dependências da contratante ou 
local por ela designado; 
d) treinamento adequado, fornecido pela 
contratada,quando a atividade o exigir. 
II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e 
de segurança no trabalho e de instalações 
adequadas à prestação do serviço. 
Portanto, empresa contratante deve fornecer os 
empregados terceirizados as mesmas condições 
de trabalho oferecidas aos seus funcionários 
(ISONOMIA SALARIAL SÓ É DEVIDA QUANDO 
HOUVER EXPRESSA PREVISÃO CONTRATUAL). 
Não se configura vínculo empregatício entre os 
trabalhadores, ou sócios das empresas 
prestadoras de serviços, qualquer que seja o 
seu ramo, e a empresa contratante (tomadora) 
- (2º, art. 4º-A). 
O contrato de prestação de serviços deverá 
conter, obrigatoriamente, a qualificação das 
partes, especificação dos serviços a serem 
 
 
 
19 
 
prestados, prazo de realização dos serviços 
(quando for o caso) e o valor do contrato (art. 
5º-B, da Lei 6.019-/74). 
A empresa contratante (tomadora) deve esperar 
um prazo de 18 meses para admitir o mesmo 
empregado dispensado pela empresa 
prestadora de serviços. 
A empresa contratante é subsidiariamente 
responsável pelas obrigações trabalhistas 
referentes ao período em que ocorrer a 
prestação de serviços (art. 5º-A, § 5º). ATENÇÃO 
MÁXIMA: EM SE TRATANDO DE 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, ESTA SOMENTE 
SERÁ RESPONSÁVEL SE PROVADA A SUA 
CONDUTA OMISSIVA OU COMISSIVANA 
FISCALIZAÇÃO DOS CONTRATOS. 
TERCEIRIZAÇÃO ILÍCITA: Nos casos em que haja 
pessoalidade e subordinação direta entre o 
trabalhador e a empresa contratante 
(tomadora) a terceirização é ilícita, e as 
empresas são solidariamente responsáveis 
pelas obrigações trabalhistas, além de 
formação do vínculo direito com a tomadora de 
serviços. LEMBRE-SE: NESSE CASO, A 
RESPONSABILIDADE É SOLIDÁRIA! 
ATENÇÃO: Não se forma vínculo direito com a 
administração pública. 
CASOS QUE MERECEM ATENÇÃO ESPECIAL: 
1. DONO DA OBRA – OJ 191, DO TST: 
191. CONTRATO DE EMPREITADA. DONO DA 
OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL. 
RESPONSABILIDADE: 
Diante da inexistência de previsão legal 
específica, o contrato de empreitada de 
construção civil entre o dono da obra e o 
empreiteiro não enseja responsabilidade 
solidária ou subsidiária nas obrigações 
trabalhistas contraídas pelo empreiteiro, salvo 
sendo o dono da obra uma empresa construtora 
ou incorporadora. 
O que a OJ quer dizer é simples: Eu, pessoa 
comum que está construindo algo específico ou 
alguma obra certa ou, ainda, empresa que não 
é do ramo de construção ou incorporação, NÃO 
SEREMOS RESPONSABILIZADOS de nenhuma 
forma, seja solidária ou subsidiária, por 
eventual inadimplência da empresa 
contratada!!!! 
Nesse sentido a Jurisprudência: 
TRT-1 - RECURSO ORDINÁRIO RO 
01003030820175010023 RJ (TRT-1) 
Jurisprudência•Data de publicação: 24/03/2019 
DONA DA OBRA. SERVIÇOS DE EMPREITADA. 
RESPONSABILIDADE DO DONO DA OBRA. NÃO 
OCORRÊNCIA. A teor da Orientação 
Jurisprudencial nº 191 da SDI-I do TST, não é 
possível a responsabilização do dono da obra 
pelos direitos trabalhistas devidos ao 
empregado da empreiteira contratada para a 
realização de obras. 
Nos contratos de subempreitada (quando a 
empresa contratada pelo dono da obra 
contrata outra para realizar a construção) 
responderá o subempreiteiro pelas obrigações 
derivadas do contrato de trabalho que celebrar, 
cabendo, todavia, aos empregados, o direito de 
reclamação contra o empreiteiro principal pelo 
inadimplemento daquelas obrigações por 
parte do primeiro. 
PORTANTO, O EMPREITERO RESPONDE DE 
FORMA SUBSIDIÁRIA AO SUBEMPREITERO, 
QUE É O DEVEDOR PRINCIPAL. 
Parágrafo único - Ao empreiteiro principal fica 
ressalvada, nos termos da lei civil, ação 
regressiva contra o subempreiteiro e a 
retenção de importâncias a este devidas, para a 
garantia das obrigações previstas neste artigo. 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
DICA DO DIA 24 
 1. EFICÁCIA DAS NORMAS FUNDAMENTAIS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
 
 
 
20 
 
Eficácia das normas constitucionais. Conforme, 
JOSÉ AFONSO DA SILVA, as normas 
constitucionais, quanto a sua eficácia, se 
dividem em: 
 
1-Normas de eficácia Plena: São de aplicação 
direta e imediata, independem de uma lei para 
produzirem seus efeitos. Desde a sua 
promulgação estão aptas para produzir todos os 
seus efeitos, independentemente de qualquer 
norma integrativa infraconstitucional. 
EX: Art. 2º da CF: São Poderes da União, 
independentes e harmônicos entre si, o 
Legislativo, o Executivo e o Judiciário 
 
2-Normas de eficácia contida: são de eficácia 
direta e imediata. No entanto, podem ter sua 
abrangência reduzida por uma norma 
infraconstitucional, por uma norma da própria 
CF, ou por preceitos ético-jurídicos. Por 
exemplo: o artigo 5º, XIII, da Constituição 
Federal, ou seja, o dispositivo constitucional 
supramencionado, que estabelece o livre 
exercício de qualquer trabalho, ofício ou 
profissão, tem aplicabilidade 
independentemente de norma 
infraconstitucional. 
Todavia, eventual norma infraconstitucional 
pode estabelecer determinadas qualificações 
para o exercício do trabalho, ofício ou profissão 
(como é o caso da aprovação no exame de 
ordem para o exercício da advocacia, nos termos 
da Lei 8.906/1994), limitando, assim, a 
abrangência da norma constitucional. 
 
3-Normas de eficácia limitada: São de aplicação 
mediata ou indireta, pois há necessidade de 
uma lei para mediar sua aplicação. Se não 
houver a lei, não produz efeitos. Mesmo com a 
sua promulgação, não está apta para produzir 
todos os seus efeitos, necessitando de 
regulamentação infraconstitucional para ter 
eficácia. 
Há duas espécies de normas limitadas: 
• Limitada de princípio instituído ou 
organizativo. 
Ex: Art. 33 da CF. A lei disporá sobre a 
organização administrativa e judiciária dos 
Territórios 
 
 • Limitada programática: se reveste em forma 
de promessas ou programas que visam atingir 
fins sociais. Característica principal da 
Constituição Dirigente. 
 Ex: Art. 196 da CF-A saúde é direito de todos e 
dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do 
risco de doença e de outros agravos e ao acesso 
universal e igualitário às ações e serviços para 
sua promoção, proteção e recuperação 
 
Toda norma constitucional possui supremacia, 
não sendo elas hierarquizadas entre si. Toda 
norma constitucional possui efeito, ainda que 
dependa de uma outra norma para a sua 
aplicabilidade, sendo esta deferida, mas tem. 
Todavia, caso essas normas (as necessárias para 
viabilizar a aplicação da norma constitucional) 
não sejam regulamentadas poderá ser 
impetrado o MANDADO DE INJUNÇÃO ou 
proposta a ação direta de 
inconstitucionalidade por omissão, a depender 
se o viés impugnado é objetivo ou subjetivo. 
 
Vale ressaltar, que TODAS as normas 
constitucionais possuem efeitos acessórios: O 
revogador e o inibidor. 
 
Efeito revogador= mesmo que a lei dependa de 
uma regulamentação para ter sua eficácia total, 
ela já revoga normais incompatíveis com o seu 
conteúdo. 
 
Efeito Inibidor = Inibe a elaboração de leis 
contrárias a ela. 
 
PRINCÍPIOS QUE SOLUCIONAM O CONFLITO 
APARENTE DE NORMAS: SECA 
 S ubsidiariedade 
E specialidade 
C onsunção 
A lternatividade 
 
2. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
O QUE VOCÊ DEVE SABER: 
 
 
 
21 
 
Os direitos e garantias fundamentais são 
direitos EXPRESSOS, RESPALDADOS E 
GARANTIDOS pela Constituição Federal e 
inerentes à pessoa humana. 
Os direitos e garantias fundamentais são 
garantidos a todos os seres humanos, enquanto 
indivíduos de direito. Tratam-se, assim, de 
garantias formalizadas ao longo do tempo, 
inerentes aos indivíduos. 
São características dos direitos fundamentais: 
1- Historicidade: Os Direitos fundamentais 
surgiram com o Cristianismo e foram evoluindo 
ao longo do tempo, sendo pouco as mais 
relevantes, a depender a época que estava 
sendo vivenciados, sendo determinante o 
contexto social, político e cultural da época. 
2-Universalidade: São direitos atribuídos a 
qualquer pessoa, esteja ela onde estiver. 
Contudo, é importante ressaltar que depender 
do país, os direitose garantias fundamentais 
podem ser diferentes, pois pertencem a 
determinada religião, cultura... 
3- Imprescritibilidade: O direito a ter direito e 
garantias fundamentais é imprescritível, ainda 
que você não o exerça por muitos anos, 
contudo, pleitear a violação a esses direitos não 
é imprescritível, devendo ser observado os 
prazos decadenciais e prescricionais. 
4-Indisponibilidade e irrenunciabilidade: Como 
regra geral os direitos e garantias fundamentais 
são indisponíveis, não podendo a pessoa 
renunciar a eles e muito menos dispor da forma 
que bem entender, contudo, atualmente a 
jurisprudência tem admitido a disponibilidade 
relativa e limitada desses direitos, ficando 
apenas proibido a disponibilidade absoluta. 
Ex: Quando uma pessoa vai ao BBB ou qualquer 
reality show, ela está dispondo do seu direito de 
imagem. Contudo, é por certo período de tempo 
e limitado (ou seja, de forma parcial e não 
absoluta). 
5- Relatividade: Não existe direitos 
fundamentais absoluto, ou seja, caso ocorra um 
conflito entre direitos fundamentais deverá ser 
feito uma ponderação, por meio das técnicas 
utilizadas em cada caso concreto e não a 
eliminação de um se sobrepondo ao outro. Não 
existe hierarquia entre os direitos 
fundamentais. 
Na colisão de de direitos fundamentais deverá 
ser utilizada a técnica da ponderação ou 
harmonização, de forma que nenhum direito 
seja eliminado, mas que seja utilizado o mais 
adequado ao caso concreto. 
6-inalienabilidade: Não podem ser transferidos. 
Estão ligados ao titular do exercício, embora não 
sejam exclusivamente direitos subjetivos, pois 
interessam a todo o corpo social. A exceção se 
verifica no direito às propriedades material ou 
intelectual, que podem ser transferidas. 
Dimensões dos Direitos Fundamentais: 
1ª Dimensão Direitos civis e políticos. 
2ª Dimensão Direitos sociais, econômicos e 
culturais. 
3ª Dimensão Direitos de solidariedade e 
fraternidade. 
4ª Dimensão Globalização (existe divergência). 
 
Teoria dos 4 Status (Jellinek) 
Passivo: o sujeito está subordinado aos poderes 
estatais. 
Ativo: sujeito pode participar da formação da 
vontade do Estado. 
Negativo: ao sujeito é assegurada uma esfera 
indevassável ao Estado. 
Positivo: sujeito tem direito de pedir certas 
prestações ao Estado. 
 
Eficácia: 
VERTICAL:incidem na relação entre sujeito e 
Estado; 
HORIZONTAL:incidem na relação entre sujeitos 
privados; 
DIAGONAL: incidem na relação entre privados 
em posição de desigualdade. Ex.: consumidor e 
fornecedor. 
 
 
 
 
22 
 
Dimensão objetiva e subjetiva dos direitos 
fundamentais: 
Dimensão objetiva: Os direitos fundamentais 
formam a base do ordenamento jurídico de um 
Estado Democrático de Direito. 
Dimensão subjetiva: Os direitos fundamentais 
conferem aos seus titulares o direito de infligir 
os seus interesses perante os órgãos que devem 
prestá-los. 
 
As normas definidoras de Direitos e garantias 
fundamentais tÊm aplicação imediata. 
Não confunda: Direito não é sinônimom de 
garantia. Direitos são dispositivos que revelam 
a existência de interesses, são normas 
declaratórias. Garantias são mecanismos 
utilizados para assegurar a inviolabilidade e o 
exercício desses direitos. 
Geração dos Direitos Fundamentais: 
Essa nomenclatura foi propagada por Kasal 
Vasak, onde dividiu os direitos fundamentais em 
TrÊs Gerações. 
Os direitos de primeira geração, que tem como 
marco as revoluções liberais do século XVIII, são 
os direitos de liberdade em sentido amplo, 
sendo os primeiros a constarem dos textos 
normativos constitucionais, a saber, os direitos 
civis e políticos. São direitos a prestações 
preponderantemente negativas, nas quais o 
Estado deve proteger a esfera de autonomia do 
indivíduo. 
Os direitos de segunda geração, por sua vez, 
nasceram a partir do início do século XX, em 
meio ao socialismo (Constituição Mexicana de 
1917 e de Weimar de 1919) e compõem-se 
dos direitos de igualdade a saber, os direitos 
econômicos, sociais e culturais, impondo ao 
poder público a satisfação de um dever de 
prestação. 
Os direitos de terceira geração são os direitos 
os difusos e coletivos, que se assentam 
na fraternidade ou solidariedade. Dentre eles, 
destaque-se o direito ao meio ambiente 
ecologicamente equilibrado, assim como os 
direitos ao desenvolvimento. 
Em síntese conclusiva, nas palavras do Ministro 
Celso de Mello: 
“Enquanto os direitos de primeira geração 
(direitos civis e políticos) – que compreendem as 
liberdades clássicas, negativas ou formais – 
realçam o princípio da liberdade e os direitos de 
segunda geração (direitos econômicos, sociais e 
culturais) – que se identificam com as liberdades 
positivas, reais ou concretas – acentuam o 
princípio da igualdade, os direitos de terceira 
geração, que materializam poderes de 
titularidade coletiva atribuídos genericamente a 
todas as formações sociais, consagram o 
princípio da solidariedade e constituem um 
momento importante no processo de 
desenvolvimento, expansão e reconhecimento 
dos direitos humanos, caracterizados, enquanto 
valores fundamentais indisponíveis, pela nota 
de uma essencial inexauribilidade.” (MS 22.164, 
rel. min. Celso de Mello, j. 30-10-1995, P, DJ de 
17-11-1995.) 
Segundo o brasileiro Paulo Bonavides, os 
direitos fundamentais de quarta geração seriam 
aqueles resultantes da globalização e são 
exemplos o direito à democracia (sobretudo 
direta), à informação, ao pluralismo e, para 
alguns (como Norberto Bobbio), a bioética. 
Paulo Bonavides também desenvolve sua quinta 
geração de direitos fundamentais, tendo como 
destaque o reconhecimento da normatividade 
do direito à paz e também dividiu os direitos em 
uma sexta geração, que seria o direito a água 
potável. 
 A maior parte dos autores hoje prefere se valer 
da expressão “dimensões” de direitos 
fundamentais, em detrimento de “gerações”, 
partindo da premissa de que esta poderia 
induzir à falsa ideia de que uma categoria de 
direitos substitui a outra que lhe é anterior. Uma 
geração, definitivamente, não sucede a outra. 
 
 
 
23 
 
Pelo contrário, haveria um acréscimo no 
catálogo de direitos fundamentais. 
#JURIS 
Viola a liberdade de expressão a 
decisão de retirar da Netflix o especial de Natal 
do Porta dos Fundos porque seu conteúdo 
satiriza crenças e valores do cristianismo 
Retirar de circulação produto audiovisual 
disponibilizado em plataforma de “streaming” 
apenas porque seu conteúdo desagrada 
parcela da população, ainda que majoritária, 
não encontra fundamento em uma sociedade 
democrática e pluralista como a brasileira. 
STF. 2ª Turma. Rcl 38782/RJ, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgado em 3/11/2020 (Info 998). 
“CF/88 e a Convenção Internacional 
sobre Direitos das Pessoas com Deficiência 
asseguram o direito dos portadores de 
necessidades especiais ao acesso a prédios 
públicos, devendo a Administração adotar 
providências que o viabilizem. 
O Poder Judiciário, em situações excepcionais, 
pode determinar que a Administração Pública 
adote medidas assecuratórias 
de direitos constitucionalmente reconhecidos 
como essenciais, sem que isso configure 
violação do princípio da separação de poderes. 
STF. 1ª Turma. RE 440028/SP, rel. Min. Marco 
Aurélio, julgado em 29/10/2013 (Info 726)” 
“Caso concreto: o jornal Folha de São Paulo 
pediu para que o Governo do Estado fornecesse 
informações relacionadas a mortes registradas 
pela polícia em boletins de ocorrência. O 
pedido foi negado sob o fundamento de que, 
apesar de terem natureza pública, esses dados 
deveriam ser divulgados com cautela e não 
seriam indispensáveis para o trabalho 
jornalístico. 
O STJ não concordou e afirmou que não cabe à 
administração pública ou ao Poder Judiciário 
discutir o uso que se pretende dar à informação 
de natureza pública. A informação, por ser 
pública, deve estar disponível ao público, 
independentemente de justificações ou 
considerações quanto aos interesses a que se 
destina. 
Não se pode vedar o exercício de um direito – 
acessar

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