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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI 
 
 
 
 
 
 
 
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ATENDIMENTO INCLUSIVO DOS PORTADORES DE TDAH NA EDUCAÇÃO 
BÁSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ATENDIMENTO INCLUSIVO DOS PORTADORES DE TDAH NA EDUCAÇÃO 
BÁSICA 
 
RESUMO- O presente trabalho de conclusão de curso tem por objetivo analisar um pouco da trajetória 
dos portadora do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) diante do seu processo 
inclusivo nas escolas regulares de ensino. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é 
considerado por muitos especialistas como um transtorno que levam a prejuízos na vida pessoal e 
interpessoal dos individua-os, comprometendo o seu aprendizado e desenvolvimento. A vista disso 
buscou-se apresentar ao longo do projeto algumas concepções da Hiperatividade e suas características, 
a fim de, contribuir na elaboração de estratégias que levam de fato ao atendimento inclusivo dos 
mesmos, uma vez que, quando se conhece melhor a criança e sua especialidade, melhores serão os 
ganhos na construção do aprendizado e desenvolvimento. O presente trabalho justifica-se a partir da 
atuação dos docentes da Educação Especial à frente das dificuldades apresentadas no atendimento dos 
portadores de TDHA, conhecendo melhor suas necessidades e anseios para a promoção da igualdade 
dos direitos a educação. A pesquisa foi baseada na fundamentação teórica bibliográfica partir dos relatos 
de diversos autores sobre a concepção do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) 
dentro das escolas regulares de ensino, contribuindo assim a formação acadêmica na área da Educação 
Especial. 
 
PALAVRAS-CHAVE: : Educação Especial. TDAH. Inclusão. 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O TDAH, por muitos anos era confundido com a indisciplina escolar, levando a 
um processo traumático diante da jornada educacional. Isso ocorria devido à falta de 
conhecimento da sociedade sobre o comportamento dos alunos que apresentavam 
essa falha neurológica, levando aos mesmos um baixo rendimento, além disso rotulava 
um certo preconceito sobre essas crianças, por serem deixadas de lado devido seu 
comportamento mais enérgico. 
 Com o passar dos anos após muitas pesquisas passa-se perceber que as 
crianças que apresentavam o comportamento como falta de atenção, inquietação e 
impulsividade, era devido a uma falha neurológicas chamada de transtornos 
 
 
 
 
neurobiológicos de causas genéticas. Outro fator levantado pelos especialistas que 
apesar dessas crianças terem uma inteligência normal, tinham como características a 
falta de atenção, problemas na linguagem, memoria fraca e baixa habilidades motoras 
que prejudicava seu desenvolvimento e aprendizado. 
Mesmo compreendendo a necessidade de um atendimento mais diferenciado 
para essas crianças com Hiperatividade, ainda era difícil realizar o atendimento 
inclusivo dentro das escolas regulares de ensino, pois muitos educadores não estavam 
preparados para lidar com essas crianças, visto que se tratava de algo novo e 
desconhecido tantos para os discentes como para os familiares. 
Mesmo após vários avanços na educação até o presente momento é notória a 
carência no atendimento das crianças com Hiperatividade. A vista disso, o trabalho 
busca apontar as causas dessa deficiência para possibilitar uma melhor atuação dos 
docentes que atuam na Educação Especial, a fim de garantir as essas crianças os 
direitos de inclusão que supra suas limitações. 
Para aprofundar mais sobe o tema foi realizada uma pesquisa bibliográfica, a fim 
de, contribuir para o conhecimento sobre o transtorno de TDAH, com o intuito de 
garantir uma atuação docente na Educação Especial Inclusiva que atenda às 
necessidades dos saberes das crianças com hiperatividade com mais igualdade. 
O trabalho e dividido em um desenvolvimento com as temáticas sobre a breve 
história do transtorno de TDAH, suas necessidades educativas e a atuação dos 
docentes da Educação Especial Inclusiva diante das crianças com hiperatividade 
finalizando com a conclusão baseadas na fundamentação teórica de vários autores 
sobre o tema em questão. 
2 DESENVOLVIMENTO 
As primeiras pesquisas e descobertas sobre o Transtorno de atenção surgiu no 
século XXI, através dos relatos de um médico escocês Alexander Crichton, que por 
meio de suas observações clinicas descreve uma desatenção patológica que resultava 
na dificuldade de algumas crianças que vinham de doenças correlacionadas a 
epilepsia, disfunção metabólica ou algum trauma cerebral. 
 
 
 
 
Em 1809 a 1894 o psiquiatra Heinrich Hoffmann, por meio de uma pesquisa mais 
aprofundada, passa a definir as primeiras características que definem o transtorno de 
TDAH, relatados em seus livros “A História de Felipe, o Inquieto”, “A História de João 
Cabeça-de-Vento” e a ”História de Frederico o Malvado”. Em todas essas histórias 
elaboradas pelo autor é apresentada característica que norteiam a agressividade, a 
impulsividade e a falta de atenção, mesmo não sendo citados em laudos médicos e sim 
em forma de histórias infantis os personagens passam a serem os mais conhecidos da 
história de transtorno. 
Somente em 1902, em uma conferência em Londres passa se definir o conceito 
de TDAH, pelo pediatra britânico George Fredéric Still, apresentando casos psíquicos 
que chamava de defeito de controle moral das crianças. Esses comportamentos 
rotulavam as crianças que não tinham ligação a nenhuma outa doenças, e mesmo 
assim apresentavam a incapacidade de controlar seus sentimentos perante a 
sociedade. 
A partir dessas observações o pediatra George Federic Still, conclui que se 
tratava de um Transtorno do comportamento que não tinha ligação nenhuma a outra 
doença, tendo suas próprias particularidades de características. 
Mesmo após vários estudos o tratamento eficaz só surge em 1937, por meio da 
descoberta do psiquiatra americano Charles Bradley, que desenvolve medicamentos 
que contribui para o controle do comportamento das crianças com TDAH mais graves. 
Por meio dessas descobertas passam a abre um leque para a elaboração e 
aprimoramento de outras mediações mais eficazes, contribuindo nos avanços do 
tratamento das crianças com transtorno de Hiperatividade, levando ao conhecimento a 
toda sociedade sobre esse transtorno que antes era descriminado. 
A Hiperatividade é uma das causas do insucesso na alfabetização de crianças 
com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Isto acontece pela 
dificuldade de atenção-concentração e comportamentos de hiperatividade ou 
impulsividade, características desta patologia, como menciona Cypel (2003). 
Os sintomas em algumas crianças são mais brandos em outras mais graves, 
com ênfase nos problemas de linguagem, memória e habilidades motoras. Embora a 
criança hiperativa tenha na maioria dos casos uma inteligência normal ou acima da 
 
 
 
 
média, mas a maioria possui problemas de aprendizado e comportamento. Sabendo os 
pais e educadores a importância de lidar coma impulsividade, instabilidade emocional, 
falta de atenção incontrolável da criança. 
Percebe-se que as crianças hiperativas têm dificuldade em concentrar muito 
muito tempo em suas atividades, levando-as a ter dificuldades em seu processo de 
construção do conhecimento. Apresentando ainda, dificuldades em filtrar estímulos, por 
terem facilidade em se distrair. A maioria tem um tom de voz elevado e em momentos 
inoportunos. Inquietas e em movimentos, impulsivas, com dificuldade em olhar ou ouvir 
quando as palavras lhes são dirigidas . Muito propensas a se machucarem ou 
quebrarem e esbarram em objetos e pessoas, devido ao fato de ficarem muito 
inquietas. 
Este trabalho teve como objetivo verificar a proficiência de um processo de 
ensino e aprendizagem de alfabetização de aluno hiperativo, a fim de constatar a 
importância da escola, família e comunidade nesse processo educacional. 
Sentiu-se,então a necessidade de investigar o seguinte problema: Que 
metodologia o educador poderá utilizar par auxiliar o aluno hiperativo em seu processo 
de construção do conhecimento? Com o objetivo de contribuir com seu direito de 
igualdade de oportunidades inclusive educacional e compreender quais os sintomas 
que constituem a hiperatividade, para então desenvolver ações educativas a fim de 
auxiliar essas crianças a obterem êxito em seu processo de construção do 
conhecimento. Optou-se por uma pesquisa bibliográfica onde autores renomados 
abordam o assunto, sanando dúvidas e inquietações. 
O TDAH ou Transtorno de Déficit de Atenção Hiperatividade é uma das grandes 
dificuldades enfrentadas pelas escolas inclusivas. Se caracteriza por sintomas de 
desatenção, hiperatividade e impulsividade no campo sociofamiliar e escolar . Sendo 
considerado o distúrbio infantil mais comum e considerado a principal causa do 
fracasso escolar. 
Segundo Topczewski (1999) “ a hiperatividade é um desvio comportamental, 
caracterizado pela excessiva mudança de atitudes e atividades, acarretando pouca 
consciência em cada tarefa a ser realizada” (p.21). Diante disso, pode se perceber que 
as crianças que apresentam a hiperatividade apresentam grandes possibilidades de 
 
 
 
 
ficarem dispersas ao apresentarem dificuldades em se concentrar em determinadas 
ações. 
O TDAH ou Transtorno de Déficit de Atenção Hiperatividade se caracteriza por 
sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade no campo sociofamiliar e 
escolar . Sendo considerado o distúrbio infantil mais comum e considerado a principal 
causa do fracasso escolar. 
Segundo Mattos (2003) as crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e 
Hiperatividade (TDAH) têm características em comum, mas não são iguais no que 
tange seu comportamento. 
 De acordo com os sintomas que constituem o TDAH, dezoito no total, 
alguns hiperativos apresentam sintomas que podem se manifestar frequentemente 
juntos e geralmente causam problemas parecidos, apresentados desde a infância ou 
adolescência até na vida adulta. 
Mattos (2003) afirma que como é um problema que só ocorre nos seres 
humanos, significa que as pessoas com TDAH apresentarão determinada história 
pessoal, com singularidades próprias e diferenciadas, com seu estilo de vida, contextos 
familiares diferenciados. Os sintomas podem ser os mesmos, mas a sua intensidade vai 
depender das particularidades de cada indivíduo que apresenta a patologia. O TDAH é 
caracterizado pela combinação de sintomas de desatenção e hiperatividade e 
impulsividade. 
A Associação Americana de Psiquiatria, citada por Mattos (2003) lista todos os 
sintomas de todas as enfermidades existentes, tornando os diagnósticos mais 
padronizados e homogêneos entre os profissionais. 
De acordo com Mattos (2003) a forma hiperativa impulsiva, caracteriza-se por 
inquietude, tendo como principais sintomas: 
1.Mover de modo incessantes pés e mãos quando sentados. 
2.Dificuldade de permanecer sentado em situações em que isso é 
esperado. 
3.Correr ou trepar em objetos frequentemente, em situações nas 
quais, isso é inapropriado (em adolescentes e adultos isso pode 
restringir a uma sensação de inquietude subjetiva). 
4.Dificuldade para se manter em atividades de lazer (jogos e 
brincadeiras). 
 
 
 
 
5.Parecer ser movido por um motor elétrico sempre “a mil por 
hora”. 
6.Falar demais. 
7.Responder perguntas antes de elas serem concluídas. É comum 
responder à pergunta sem ler até o final. 
8.Não conseguir aguardar a sua vez (nos jogos, na sala de aula, 
em filas, etc.). 
9.Interromper frequentemente os outros em suas atividades ou 
conversas (MATTOS, 2003, p. 21). 
 
Esses sintomas podem se manifestar desde muito cedo, apresentando, por 
exemplo, inquietude no berço, caracterizada por sono agitado, por exemplo: a criança 
que chora com facilidade e possui intensa movimentação. Na fase pré-escolar é comum 
relato dos professores afirmando que as energias destas crianças são maiores que das 
outras da mesma idade. 
A criança portadora de TDAH do tipo desatenta, é uma criança dócil, fácil de 
lidar, porém com dificuldade de aprendizagem desde o início de sua vida escolar, lenta 
ao copiar do quadro, para fazer o dever de casa, necessitando de acompanhamento 
dos pais ou orientadores a vida toda, podendo afetar sua estima ou desmotiva-lo a 
prosseguir nas atividades e nos mesmos nos estudos, necessitando de auxilio e 
gerando ansiedade. 
Segundo Mattos (2003), o comportamento hiperativo interfere na vida da criança, 
seja no aspecto social, educacional ou familiar pois essas crianças têm dificuldade em 
prestar atenção e aprender. Como são incapazes de filtrar estímulos, são facilmente 
distraídas. Essas crianças podem falar muito, alto demais e em momentos inoportunos. 
Nota-se que estão sempre em movimento, fazendo algo e são incapazes de ficar 
quietas, pois na maioria das vezes são impulsivas. Não param para olhar ou ouvir. 
Devido à sua energia, curiosidade e necessidade de explorar são propensas a se 
machucar ou danificar objetos. 
O diagnóstico psicopedagógico pretende dentro da ampla questão da 
aprendizagem humana, os aspectos que conduzem ao fracasso escolar. A proposta é 
partir de uma visão abrangente, colher dados e informações e elaborar atividades 
conforme a necessidade d educando para chegar de um modo mais objetivo, auxiliando 
essa criança a obter êxito em sua aprendizagem. 
 
 
 
 
É um processo no qual é analisada a situação do aluno com dificuldade dentro 
do contexto da escola, com a finalidade de proporcionar ao educador, orientações e 
instrumentos que permitam introduzir atividades pertinentes ao que a criança da conta 
de fazer em tempo menor, para minimizar os conflitos que possam surgir na sala de 
aula. Em outras palavras, o diagnostico psicopedagógico não se refere unicamente à 
prescrição de orientações, mas, também, da análise conjunta, de dúvidas ou 
questionamentos sobre assuntos pedagógicos e didáticos. Desta forma, consegue-se 
intervir de forma preventiva, evitando o aparecimento de outras dificuldades relativas à 
aprendizagem. 
Segundo Weiss (2004, p.27) “todo diagnóstico psicopedagógico é, em si, uma 
investigação, é uma pesquisa do que não vai bem com o sujeito em relação a uma 
conduta esperada. Será, portanto, o esclarecimento de uma queixa, do próprio sujeito, 
da família e, na maioria das vezes, da escola”. 
Para Rubinstein (apud Sisto 2001, p. 130) as principais características do 
diagnóstico são: caráter investigativo, interventivo e contínuo. O diagnóstico 
psicopedagógico focaliza a atenção no conhecimento da criança e no seu papel de 
aluno. Para isto faz-se necessário adotar um modelo teórico que dê respaldo ao 
conceito de aprendizagem. Este modelo irá determinar, portanto, o processo 
diagnóstico. 
Este diagnóstico tenta aproximar e obter comunicações funcionais e operacionais 
entre dois sistemas fundamentais para a criança: a família e a escola. Esta tarefa 
costuma ser realizada durante processo diagnóstico, contendo e analisando aspectos 
que possam ajudar no processo da compreensão mutua da tarefa que é realizada em 
torno do aluno. 
Integrando os resultados destes procedimentos, o psicopedagogo busca a 
explicitação das condições de aprendizagem da criança hiperativa, identificando suas 
dificuldades. O trabalho de intervenção pedagógica deverá ser visto como um projeto 
conjunto, onde o psicopedagogo terá um papel fundamental. O professor dará sua 
colaboração e desenvolvendo um trabalho conforme os objetivos a que se propõe. 
Como foi mencionado anteriormente, o diagnóstico-interventivo mobilizará a ação 
do educador no sentido de levantar hipóteses, verificar o potencial de aprendizagem, 
 
 
 
 
mobilizar o aprendiz e o seu entorno (família e escola) no sentido da construção de um 
outro olhar sobre as possíveis dificuldades de aprendizagem, utilizandodessa forma 
alguns instrumentos específicos que permitirão responder as questões que ele investiga 
no processo diagnostico. 
Os instrumentos a serem utilizados são: entrevistas com a família, entrevistas 
com o sujeito, contato com outros profissionais, devolutiva. 
A intervenção pedagógica implica compreender a situação de aprendizagem do 
sujeito individualmente ou em grupo, dentro de seu próprio contexto. Sua forma de 
atuação varia de um caso a outro, ou seja, cada sujeito e seu caso específico seja na 
clínica ou na instituição escolar. 
 Sisto (2001, p.114) afirma que a intervenção psicopedagógica é: 
Num sentido mais específico, fala-se em intervenção como uma 
interferência que um profissional (educador ou terapeuta) realiza 
sobre o processo de desenvolvimento e/ou aprendizagem do 
sujeito, o qual pode estar apresentando problemas. Na 
intervenção, o procedimento adotado interfere no processo, com o 
objetivo de compreendê-lo, explicitá-lo ou corrigi-lo. (SISTO 2001, 
p.114) 
 
A intervenção pedagógica veio introduzir uma contribuição no enfoque 
pedagógico, pois, a aprendizagem da criança é compreendida como um processo 
abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação: afetivo, cognitivo, 
motor, social, econômico, político entre outros. A causa do processo de aprendizagem e 
as dificuldades de aprendizagem deixam de ser detectadas somente na criança e no 
professor, passando a serem vistas como um processo maior com inúmeras variáveis 
que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo educador em conjunto com a 
família. 
De acordo com Solé (2001) 
Sua finalidade é a de contribuir para prevenir possíveis disfunções ou 
dificuldades , para compensar ou corrigir aquelas que tenham surgido e visa a 
potencializar e a enriquecer o desenvolvimento dos indivíduos e dos sistemas 
que integram a instituição educacional, sua organização e seu funcionamento. 
(SOLÉ, 2001, p.20). 
 
Na intervenção psicopedagógica, a distinção entre educacional e clínico é 
fundamental intervir com um enfoque clínico ou assistencial, o objeto de interferência é 
 
 
 
 
o sujeito ou os problemas e as dificuldades que este sofre. A escola aparece, então, 
como um lugar físico no qual se produz a intervenção. Por outro lado, a intervenção, 
define os processos de ensino e a aprendizagem que a escola estabelece e 
implementa, como seu objeto, assim como a instituição em seu conjunto. 
Solé (2001) ainda conclui que: 
Contribuir para um ensino diversificado e de qualidade, ajustado a seus 
diversos usuários, é uma característica dos psicopedagogos que trabalham em 
um enfoque educacional, inclusive quando esse trabalho for dirigido para 
amenizar as dificuldades encontradas por um aluno durante a aprendizagem. 
(SOLÉ 2001, p.56). 
 
Segundo Sisto (2001, p.115) um dos objetivos da psicopedagogia é a 
intervenção, a fim de “colocar-se no meio”, de fazer a mediação entre a criança e seus 
objetos de conhecimento. Dessa forma, ao intervir num enfoque clínico, a intervenção 
cuja origem norteia o aluno, costuma envolver outras pessoas fundamentalmente pais e 
docentes atribuindo-lhes um papel ativo para a melhoria da situação. Portanto, a 
intervenção psicopedagógica procura ver a maneira com as pessoas aprendem e se 
desenvolvem com as dificuldades e os problemas que encontram quando levam a cabo 
novas aprendizagens, tentando ajudá-las a superar essas dificuldades com atividades 
pensadas, planejadas e executadas para que elas aprendam mais e melhor. 
Sabe-se que o educador tem um papel crucial desde a observação, a 
intervenção e o encaminhamento par outros profissionais avaliarem a criança. Muitas 
crianças não avançam na sua aprendizagem por não terem sido diagnosticadas e feita 
uma intervenção adequada. 
Dentre várias dificuldades de aprendizagem associadas ao insucesso da vida 
estudantil, o Transtorno Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) se destaca por 
estar relacionada com a desatenção ou agitação excessiva, que atrapalham no 
processo de aprendizagem. 
O educador atua como um facilitador, identificando, diagnosticando e intervindo 
na solução da dificuldade de aprendizagem encontrada na criança. Cabe ao 
psicopedagogo que uma intervenção educativa ampla e consistente no processo de 
desenvolvimento do sujeito aprendente, em suas diversas dimensões, tais como as 
afetivas, cognitivas, orgânica e psicossocial. 
 
 
 
 
Conforme Weiss (2004), o acompanhamento pedagógico é importante já que 
auxilia no trabalho, atuando diretamente sobre a dificuldade escolar apresentada pela 
criança, intervindo e possibilitando a criança outros recursos didático e pedagógico para 
que aprendam. Enfatizando nova técnicas através de jogos de exercícios motores, 
como a amarelinha, bola de gude ou de bolas, ou de combinações intelectuais, como 
damas, xadrez, carta, memória, quebra-cabeça, entre outros. 
A autora sugere que para atuar com crianças hiperativas é necessário trabalhar 
com pequenos grupos: 
Dê tarefas curtas ou intercaladas, para que elas possam concluí-la antes de se 
dispersar; 
Elogie sempre os resultados; 
Use jogos e desafios para motivá-las; 
Valorize a rotina, pois ela deixa as crianças mais seguras, mas mantenha 
sempre elevado o nível de estímulo, através de novidades no material 
pedagógico; 
Permita que elas compensem os erros: sutilmente, faça-as pedir desculpas 
quando ofenderem os colegas ou convença-as a arrumar a bagunça em classe; 
Repita individualmente todo comando que for dado ao grupo e faça-o de forma 
breve e usando sentenças fáceis de entender; 
Peça a elas que repitam o comando, para ter certeza de que escutaram e 
compreenderam o que você quer; 
Dê uma função oficial às crianças, como a de ajudante do professor; isso pode 
melhorar o relacionamento delas com os colegas e abrir espaço para que elas 
se movimentem mais; 
Mostre os limites de forma segura e tranquila, sem entrar em atrito; 
Oriente os pais a procurar um psiquiatra, um neurologista ou um 
psicólogo.(WEISS 2004, p. 57). 
 
Baseada nas considerações da autora, nota-se que o educador precisa fazer um 
trabalho diferenciado e ter um “olhar” afetuoso em relação à essas crianças, pois, são 
na maioria das vezes confundidas e rotulados como crianças indisciplinadas, sem 
limites e que “atrapalham” a aula, ficando muitas vezes excluídas em sala de aula. 
Percebe-se que nos dias atuais, têm-se debatido muito sobre o tema inclusão. 
Ao se falar no assunto pensa-se em pessoas com necessidades especiais. A criança 
hiperativa não possui deficiência, entretanto seus comportamentos causam na maioria 
das vezes “confusão” na “cabeça” dos educadores, pois as crianças hiperativas são 
consideradas como crianças indisciplinadas ou sem limites. Necessitando ter 
primeiramente um diagnóstico sobre a mesma. 
Para atender a estas particularidades dos educandos os educadores 
necessitarão direcionar suas práticas pedagógicas de forma livre para atuarem nas 
 
 
 
 
descobertas e soluções de problemas dentro de qualquer atividade e entra nesse 
momento a figura do psicopedagogo, que irá orientar o corpo docente da instituição em 
que atua, a ter um novo olhar direcionado para as crianças que são hiperativas. Desta 
forma, estarão apenas interferindo quando for necessário, sendo que devem contar 
com a diversidade de materiais e atividades, assim como renovar sua postura enquanto 
docente. 
Por outro lado, Cypel (2003; p. 80) afirma que as escolas não estão habituadas a 
trabalharem com o aluno especial, muito menos com o hiperativo, uma vez que estes 
podem criar situações problemáticas dentro da sala de aula. Estas situações ocorrem, 
pois os alunos com hiperatividade, segundo o autor. 
O educador deve se propor um estudo, subsidiado por autores renomados que 
ressaltam a alfabetização de alunos hiperativos e reunir semanalmente para troca de 
experiências, promovendo dessa forma a inclusão destes alunos no processode 
alfabetização da classe em que estes estão inseridos, sem prejudicar o 
desenvolvimento da mesma. 
Para o educando se sentir realmente incluído ele precisará ser aceito e ajudado 
por todos os envolvidos no processo educacional, ou seja, toda a comunidade escolar, 
que unidos, deverão oportunizar o processo de inclusão de maneira adequada, pois 
caso contrário, ele estará dentro da sala, mas não estará efetivamente incluído nela. 
3 CONCLUSÃO 
Através deste trabalho pode-se concluir que o carinho, a paciência e a tolerância 
seguidos de elogios e confiabilidade por parte do educador são ingredientes essenciais 
que auxiliarão o educando hiperativo no seu processo de ensino-aprendizagem, pois 
seu “problema” não é de aprendizagem, mas comportamental, pela dificuldade de 
concentra-se nas atividades maiores e que exigem maior tempo de concentração. 
Incluir um aluno hiperativo é oportunizá-lo a descobrir novas conquistas, partindo 
do seu interesse, deixando criar suas hipóteses, entrar em conflitos e fazer suas 
descobertas, pois só assim ele aprenderá. Além disso, cabe a nós, educadores, 
acreditarmos que apesar do transtorno que possa vir a ocorrer em sala de aula, deve-
 
 
 
 
se contribuir no processo de desenvolvimento de nosso aluno com TDAH, para isso, é 
necessário selecionar atividades e materiais que serão trabalhados com ele, visando o 
estabelecimento de limites. 
Dentre estas estratégias estão: repetir instruções sempre que necessário, evitar 
colocá-lo perto de estímulos que possam distraí-lo, reduzir a quantidade de deveres, 
permitindo-lhe que fique em pé, caso deseje, durante as tarefas escolares, pois desta 
forma estaremos criando oportunidades de “descansar da carteira”, criar intervalos 
curtos entre as tarefas, realizar combinados com o aluno hiperativo, junto com seus 
colegas de classe, para que todos possam seguir tais normas pré-estabelecidas, 
colocá-lo com um aluno “estudioso” para auxiliá-lo; criar oportunidade para ele ajudar 
outros colegas, para desenvolver sua autoestima, demonstrando que confiamos em sua 
capacidade. 
Deve-se, no entanto, procurar informação ao máximo sobre o aluno, no que diz 
respeito a sua história de vida e sobre as características do TDAH que possui, para que 
se possa contribuir com seu direito de igualdade a oportunidades, inclusive a 
educacional. 
Enfim, este trabalho auxiliou a confrontar a teoria e a prática pedagógica, além 
de reconhecer o valor da alfabetização para o educando, seja ele “normal” ou especial, 
assim como, a melhor maneira de lidar com o educando hiperativo, para promover seu 
sucesso no processo de alfabetização, do qual deve ser o protagonista. 
4 REFERÊNCIAS 
BORUCHOVITCH, Evely, FINI, Lucila D.Tolaine, SISTO, Fermino Fernandes (org.). 
Dificuldades de aprendizagem no contexto psicopedagógico. Petrópolis (RJ): 
Vozes, 2001. 
 
BRASIL, Constituição 1988, Constituição da República Federativa do Brasil. 
Brasília: Senado Federal, 1988. 
 
BRASIL, Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de diretrizes e Bases da 
Educação Nacional. Ministério da Educação e Cultura. Brasília: Senado Federal, 1996. 
 
CYPEL, S. A criança com déficit de atenção e hiperatividade: atualização para pais, 
professores e profissionais da saúde. São Paulo: Lemos, 2003. 
 
 
 
 
 
MANTOAN, M. T. E. Caminhos pedagógicos da inclusão: como estamos 
implementando a educação (de qualidade) para todos na escola brasileira. São Paulo: 
Memnon, 2001. 
 
MATTTOS, P. No Mundo da Lua. 3 ed. São Paulo: Lemos, 2003. 
 
TOPCZEWSKI, Abram. Hiperatividade: Como Lidar? São Paulo. Casa do Psicólogo. 
1999. p. 21. 
 
WEISS, Maria Lucia L. Psicopedagogia Clínica: uma visão diagnostica dos 
problemas de aprendizagem escolar. 9. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2004.

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