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CENTRO UNIVERSITÁRIO FAVENI nome ATENDIMENTO INCLUSIVO DOS PORTADORES DE TDAH NA EDUCAÇÃO BÁSICA Cidade ano ATENDIMENTO INCLUSIVO DOS PORTADORES DE TDAH NA EDUCAÇÃO BÁSICA RESUMO- O presente trabalho de conclusão de curso tem por objetivo analisar um pouco da trajetória dos portadora do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) diante do seu processo inclusivo nas escolas regulares de ensino. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é considerado por muitos especialistas como um transtorno que levam a prejuízos na vida pessoal e interpessoal dos individua-os, comprometendo o seu aprendizado e desenvolvimento. A vista disso buscou-se apresentar ao longo do projeto algumas concepções da Hiperatividade e suas características, a fim de, contribuir na elaboração de estratégias que levam de fato ao atendimento inclusivo dos mesmos, uma vez que, quando se conhece melhor a criança e sua especialidade, melhores serão os ganhos na construção do aprendizado e desenvolvimento. O presente trabalho justifica-se a partir da atuação dos docentes da Educação Especial à frente das dificuldades apresentadas no atendimento dos portadores de TDHA, conhecendo melhor suas necessidades e anseios para a promoção da igualdade dos direitos a educação. A pesquisa foi baseada na fundamentação teórica bibliográfica partir dos relatos de diversos autores sobre a concepção do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) dentro das escolas regulares de ensino, contribuindo assim a formação acadêmica na área da Educação Especial. PALAVRAS-CHAVE: : Educação Especial. TDAH. Inclusão. 1 INTRODUÇÃO O TDAH, por muitos anos era confundido com a indisciplina escolar, levando a um processo traumático diante da jornada educacional. Isso ocorria devido à falta de conhecimento da sociedade sobre o comportamento dos alunos que apresentavam essa falha neurológica, levando aos mesmos um baixo rendimento, além disso rotulava um certo preconceito sobre essas crianças, por serem deixadas de lado devido seu comportamento mais enérgico. Com o passar dos anos após muitas pesquisas passa-se perceber que as crianças que apresentavam o comportamento como falta de atenção, inquietação e impulsividade, era devido a uma falha neurológicas chamada de transtornos neurobiológicos de causas genéticas. Outro fator levantado pelos especialistas que apesar dessas crianças terem uma inteligência normal, tinham como características a falta de atenção, problemas na linguagem, memoria fraca e baixa habilidades motoras que prejudicava seu desenvolvimento e aprendizado. Mesmo compreendendo a necessidade de um atendimento mais diferenciado para essas crianças com Hiperatividade, ainda era difícil realizar o atendimento inclusivo dentro das escolas regulares de ensino, pois muitos educadores não estavam preparados para lidar com essas crianças, visto que se tratava de algo novo e desconhecido tantos para os discentes como para os familiares. Mesmo após vários avanços na educação até o presente momento é notória a carência no atendimento das crianças com Hiperatividade. A vista disso, o trabalho busca apontar as causas dessa deficiência para possibilitar uma melhor atuação dos docentes que atuam na Educação Especial, a fim de garantir as essas crianças os direitos de inclusão que supra suas limitações. Para aprofundar mais sobe o tema foi realizada uma pesquisa bibliográfica, a fim de, contribuir para o conhecimento sobre o transtorno de TDAH, com o intuito de garantir uma atuação docente na Educação Especial Inclusiva que atenda às necessidades dos saberes das crianças com hiperatividade com mais igualdade. O trabalho e dividido em um desenvolvimento com as temáticas sobre a breve história do transtorno de TDAH, suas necessidades educativas e a atuação dos docentes da Educação Especial Inclusiva diante das crianças com hiperatividade finalizando com a conclusão baseadas na fundamentação teórica de vários autores sobre o tema em questão. 2 DESENVOLVIMENTO As primeiras pesquisas e descobertas sobre o Transtorno de atenção surgiu no século XXI, através dos relatos de um médico escocês Alexander Crichton, que por meio de suas observações clinicas descreve uma desatenção patológica que resultava na dificuldade de algumas crianças que vinham de doenças correlacionadas a epilepsia, disfunção metabólica ou algum trauma cerebral. Em 1809 a 1894 o psiquiatra Heinrich Hoffmann, por meio de uma pesquisa mais aprofundada, passa a definir as primeiras características que definem o transtorno de TDAH, relatados em seus livros “A História de Felipe, o Inquieto”, “A História de João Cabeça-de-Vento” e a ”História de Frederico o Malvado”. Em todas essas histórias elaboradas pelo autor é apresentada característica que norteiam a agressividade, a impulsividade e a falta de atenção, mesmo não sendo citados em laudos médicos e sim em forma de histórias infantis os personagens passam a serem os mais conhecidos da história de transtorno. Somente em 1902, em uma conferência em Londres passa se definir o conceito de TDAH, pelo pediatra britânico George Fredéric Still, apresentando casos psíquicos que chamava de defeito de controle moral das crianças. Esses comportamentos rotulavam as crianças que não tinham ligação a nenhuma outa doenças, e mesmo assim apresentavam a incapacidade de controlar seus sentimentos perante a sociedade. A partir dessas observações o pediatra George Federic Still, conclui que se tratava de um Transtorno do comportamento que não tinha ligação nenhuma a outra doença, tendo suas próprias particularidades de características. Mesmo após vários estudos o tratamento eficaz só surge em 1937, por meio da descoberta do psiquiatra americano Charles Bradley, que desenvolve medicamentos que contribui para o controle do comportamento das crianças com TDAH mais graves. Por meio dessas descobertas passam a abre um leque para a elaboração e aprimoramento de outras mediações mais eficazes, contribuindo nos avanços do tratamento das crianças com transtorno de Hiperatividade, levando ao conhecimento a toda sociedade sobre esse transtorno que antes era descriminado. A Hiperatividade é uma das causas do insucesso na alfabetização de crianças com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Isto acontece pela dificuldade de atenção-concentração e comportamentos de hiperatividade ou impulsividade, características desta patologia, como menciona Cypel (2003). Os sintomas em algumas crianças são mais brandos em outras mais graves, com ênfase nos problemas de linguagem, memória e habilidades motoras. Embora a criança hiperativa tenha na maioria dos casos uma inteligência normal ou acima da média, mas a maioria possui problemas de aprendizado e comportamento. Sabendo os pais e educadores a importância de lidar coma impulsividade, instabilidade emocional, falta de atenção incontrolável da criança. Percebe-se que as crianças hiperativas têm dificuldade em concentrar muito muito tempo em suas atividades, levando-as a ter dificuldades em seu processo de construção do conhecimento. Apresentando ainda, dificuldades em filtrar estímulos, por terem facilidade em se distrair. A maioria tem um tom de voz elevado e em momentos inoportunos. Inquietas e em movimentos, impulsivas, com dificuldade em olhar ou ouvir quando as palavras lhes são dirigidas . Muito propensas a se machucarem ou quebrarem e esbarram em objetos e pessoas, devido ao fato de ficarem muito inquietas. Este trabalho teve como objetivo verificar a proficiência de um processo de ensino e aprendizagem de alfabetização de aluno hiperativo, a fim de constatar a importância da escola, família e comunidade nesse processo educacional. Sentiu-se,então a necessidade de investigar o seguinte problema: Que metodologia o educador poderá utilizar par auxiliar o aluno hiperativo em seu processo de construção do conhecimento? Com o objetivo de contribuir com seu direito de igualdade de oportunidades inclusive educacional e compreender quais os sintomas que constituem a hiperatividade, para então desenvolver ações educativas a fim de auxiliar essas crianças a obterem êxito em seu processo de construção do conhecimento. Optou-se por uma pesquisa bibliográfica onde autores renomados abordam o assunto, sanando dúvidas e inquietações. O TDAH ou Transtorno de Déficit de Atenção Hiperatividade é uma das grandes dificuldades enfrentadas pelas escolas inclusivas. Se caracteriza por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade no campo sociofamiliar e escolar . Sendo considerado o distúrbio infantil mais comum e considerado a principal causa do fracasso escolar. Segundo Topczewski (1999) “ a hiperatividade é um desvio comportamental, caracterizado pela excessiva mudança de atitudes e atividades, acarretando pouca consciência em cada tarefa a ser realizada” (p.21). Diante disso, pode se perceber que as crianças que apresentam a hiperatividade apresentam grandes possibilidades de ficarem dispersas ao apresentarem dificuldades em se concentrar em determinadas ações. O TDAH ou Transtorno de Déficit de Atenção Hiperatividade se caracteriza por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade no campo sociofamiliar e escolar . Sendo considerado o distúrbio infantil mais comum e considerado a principal causa do fracasso escolar. Segundo Mattos (2003) as crianças com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) têm características em comum, mas não são iguais no que tange seu comportamento. De acordo com os sintomas que constituem o TDAH, dezoito no total, alguns hiperativos apresentam sintomas que podem se manifestar frequentemente juntos e geralmente causam problemas parecidos, apresentados desde a infância ou adolescência até na vida adulta. Mattos (2003) afirma que como é um problema que só ocorre nos seres humanos, significa que as pessoas com TDAH apresentarão determinada história pessoal, com singularidades próprias e diferenciadas, com seu estilo de vida, contextos familiares diferenciados. Os sintomas podem ser os mesmos, mas a sua intensidade vai depender das particularidades de cada indivíduo que apresenta a patologia. O TDAH é caracterizado pela combinação de sintomas de desatenção e hiperatividade e impulsividade. A Associação Americana de Psiquiatria, citada por Mattos (2003) lista todos os sintomas de todas as enfermidades existentes, tornando os diagnósticos mais padronizados e homogêneos entre os profissionais. De acordo com Mattos (2003) a forma hiperativa impulsiva, caracteriza-se por inquietude, tendo como principais sintomas: 1.Mover de modo incessantes pés e mãos quando sentados. 2.Dificuldade de permanecer sentado em situações em que isso é esperado. 3.Correr ou trepar em objetos frequentemente, em situações nas quais, isso é inapropriado (em adolescentes e adultos isso pode restringir a uma sensação de inquietude subjetiva). 4.Dificuldade para se manter em atividades de lazer (jogos e brincadeiras). 5.Parecer ser movido por um motor elétrico sempre “a mil por hora”. 6.Falar demais. 7.Responder perguntas antes de elas serem concluídas. É comum responder à pergunta sem ler até o final. 8.Não conseguir aguardar a sua vez (nos jogos, na sala de aula, em filas, etc.). 9.Interromper frequentemente os outros em suas atividades ou conversas (MATTOS, 2003, p. 21). Esses sintomas podem se manifestar desde muito cedo, apresentando, por exemplo, inquietude no berço, caracterizada por sono agitado, por exemplo: a criança que chora com facilidade e possui intensa movimentação. Na fase pré-escolar é comum relato dos professores afirmando que as energias destas crianças são maiores que das outras da mesma idade. A criança portadora de TDAH do tipo desatenta, é uma criança dócil, fácil de lidar, porém com dificuldade de aprendizagem desde o início de sua vida escolar, lenta ao copiar do quadro, para fazer o dever de casa, necessitando de acompanhamento dos pais ou orientadores a vida toda, podendo afetar sua estima ou desmotiva-lo a prosseguir nas atividades e nos mesmos nos estudos, necessitando de auxilio e gerando ansiedade. Segundo Mattos (2003), o comportamento hiperativo interfere na vida da criança, seja no aspecto social, educacional ou familiar pois essas crianças têm dificuldade em prestar atenção e aprender. Como são incapazes de filtrar estímulos, são facilmente distraídas. Essas crianças podem falar muito, alto demais e em momentos inoportunos. Nota-se que estão sempre em movimento, fazendo algo e são incapazes de ficar quietas, pois na maioria das vezes são impulsivas. Não param para olhar ou ouvir. Devido à sua energia, curiosidade e necessidade de explorar são propensas a se machucar ou danificar objetos. O diagnóstico psicopedagógico pretende dentro da ampla questão da aprendizagem humana, os aspectos que conduzem ao fracasso escolar. A proposta é partir de uma visão abrangente, colher dados e informações e elaborar atividades conforme a necessidade d educando para chegar de um modo mais objetivo, auxiliando essa criança a obter êxito em sua aprendizagem. É um processo no qual é analisada a situação do aluno com dificuldade dentro do contexto da escola, com a finalidade de proporcionar ao educador, orientações e instrumentos que permitam introduzir atividades pertinentes ao que a criança da conta de fazer em tempo menor, para minimizar os conflitos que possam surgir na sala de aula. Em outras palavras, o diagnostico psicopedagógico não se refere unicamente à prescrição de orientações, mas, também, da análise conjunta, de dúvidas ou questionamentos sobre assuntos pedagógicos e didáticos. Desta forma, consegue-se intervir de forma preventiva, evitando o aparecimento de outras dificuldades relativas à aprendizagem. Segundo Weiss (2004, p.27) “todo diagnóstico psicopedagógico é, em si, uma investigação, é uma pesquisa do que não vai bem com o sujeito em relação a uma conduta esperada. Será, portanto, o esclarecimento de uma queixa, do próprio sujeito, da família e, na maioria das vezes, da escola”. Para Rubinstein (apud Sisto 2001, p. 130) as principais características do diagnóstico são: caráter investigativo, interventivo e contínuo. O diagnóstico psicopedagógico focaliza a atenção no conhecimento da criança e no seu papel de aluno. Para isto faz-se necessário adotar um modelo teórico que dê respaldo ao conceito de aprendizagem. Este modelo irá determinar, portanto, o processo diagnóstico. Este diagnóstico tenta aproximar e obter comunicações funcionais e operacionais entre dois sistemas fundamentais para a criança: a família e a escola. Esta tarefa costuma ser realizada durante processo diagnóstico, contendo e analisando aspectos que possam ajudar no processo da compreensão mutua da tarefa que é realizada em torno do aluno. Integrando os resultados destes procedimentos, o psicopedagogo busca a explicitação das condições de aprendizagem da criança hiperativa, identificando suas dificuldades. O trabalho de intervenção pedagógica deverá ser visto como um projeto conjunto, onde o psicopedagogo terá um papel fundamental. O professor dará sua colaboração e desenvolvendo um trabalho conforme os objetivos a que se propõe. Como foi mencionado anteriormente, o diagnóstico-interventivo mobilizará a ação do educador no sentido de levantar hipóteses, verificar o potencial de aprendizagem, mobilizar o aprendiz e o seu entorno (família e escola) no sentido da construção de um outro olhar sobre as possíveis dificuldades de aprendizagem, utilizandodessa forma alguns instrumentos específicos que permitirão responder as questões que ele investiga no processo diagnostico. Os instrumentos a serem utilizados são: entrevistas com a família, entrevistas com o sujeito, contato com outros profissionais, devolutiva. A intervenção pedagógica implica compreender a situação de aprendizagem do sujeito individualmente ou em grupo, dentro de seu próprio contexto. Sua forma de atuação varia de um caso a outro, ou seja, cada sujeito e seu caso específico seja na clínica ou na instituição escolar. Sisto (2001, p.114) afirma que a intervenção psicopedagógica é: Num sentido mais específico, fala-se em intervenção como uma interferência que um profissional (educador ou terapeuta) realiza sobre o processo de desenvolvimento e/ou aprendizagem do sujeito, o qual pode estar apresentando problemas. Na intervenção, o procedimento adotado interfere no processo, com o objetivo de compreendê-lo, explicitá-lo ou corrigi-lo. (SISTO 2001, p.114) A intervenção pedagógica veio introduzir uma contribuição no enfoque pedagógico, pois, a aprendizagem da criança é compreendida como um processo abrangente, implicando componentes de vários eixos de estruturação: afetivo, cognitivo, motor, social, econômico, político entre outros. A causa do processo de aprendizagem e as dificuldades de aprendizagem deixam de ser detectadas somente na criança e no professor, passando a serem vistas como um processo maior com inúmeras variáveis que precisam ser apreendidas com bastante cuidado pelo educador em conjunto com a família. De acordo com Solé (2001) Sua finalidade é a de contribuir para prevenir possíveis disfunções ou dificuldades , para compensar ou corrigir aquelas que tenham surgido e visa a potencializar e a enriquecer o desenvolvimento dos indivíduos e dos sistemas que integram a instituição educacional, sua organização e seu funcionamento. (SOLÉ, 2001, p.20). Na intervenção psicopedagógica, a distinção entre educacional e clínico é fundamental intervir com um enfoque clínico ou assistencial, o objeto de interferência é o sujeito ou os problemas e as dificuldades que este sofre. A escola aparece, então, como um lugar físico no qual se produz a intervenção. Por outro lado, a intervenção, define os processos de ensino e a aprendizagem que a escola estabelece e implementa, como seu objeto, assim como a instituição em seu conjunto. Solé (2001) ainda conclui que: Contribuir para um ensino diversificado e de qualidade, ajustado a seus diversos usuários, é uma característica dos psicopedagogos que trabalham em um enfoque educacional, inclusive quando esse trabalho for dirigido para amenizar as dificuldades encontradas por um aluno durante a aprendizagem. (SOLÉ 2001, p.56). Segundo Sisto (2001, p.115) um dos objetivos da psicopedagogia é a intervenção, a fim de “colocar-se no meio”, de fazer a mediação entre a criança e seus objetos de conhecimento. Dessa forma, ao intervir num enfoque clínico, a intervenção cuja origem norteia o aluno, costuma envolver outras pessoas fundamentalmente pais e docentes atribuindo-lhes um papel ativo para a melhoria da situação. Portanto, a intervenção psicopedagógica procura ver a maneira com as pessoas aprendem e se desenvolvem com as dificuldades e os problemas que encontram quando levam a cabo novas aprendizagens, tentando ajudá-las a superar essas dificuldades com atividades pensadas, planejadas e executadas para que elas aprendam mais e melhor. Sabe-se que o educador tem um papel crucial desde a observação, a intervenção e o encaminhamento par outros profissionais avaliarem a criança. Muitas crianças não avançam na sua aprendizagem por não terem sido diagnosticadas e feita uma intervenção adequada. Dentre várias dificuldades de aprendizagem associadas ao insucesso da vida estudantil, o Transtorno Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) se destaca por estar relacionada com a desatenção ou agitação excessiva, que atrapalham no processo de aprendizagem. O educador atua como um facilitador, identificando, diagnosticando e intervindo na solução da dificuldade de aprendizagem encontrada na criança. Cabe ao psicopedagogo que uma intervenção educativa ampla e consistente no processo de desenvolvimento do sujeito aprendente, em suas diversas dimensões, tais como as afetivas, cognitivas, orgânica e psicossocial. Conforme Weiss (2004), o acompanhamento pedagógico é importante já que auxilia no trabalho, atuando diretamente sobre a dificuldade escolar apresentada pela criança, intervindo e possibilitando a criança outros recursos didático e pedagógico para que aprendam. Enfatizando nova técnicas através de jogos de exercícios motores, como a amarelinha, bola de gude ou de bolas, ou de combinações intelectuais, como damas, xadrez, carta, memória, quebra-cabeça, entre outros. A autora sugere que para atuar com crianças hiperativas é necessário trabalhar com pequenos grupos: Dê tarefas curtas ou intercaladas, para que elas possam concluí-la antes de se dispersar; Elogie sempre os resultados; Use jogos e desafios para motivá-las; Valorize a rotina, pois ela deixa as crianças mais seguras, mas mantenha sempre elevado o nível de estímulo, através de novidades no material pedagógico; Permita que elas compensem os erros: sutilmente, faça-as pedir desculpas quando ofenderem os colegas ou convença-as a arrumar a bagunça em classe; Repita individualmente todo comando que for dado ao grupo e faça-o de forma breve e usando sentenças fáceis de entender; Peça a elas que repitam o comando, para ter certeza de que escutaram e compreenderam o que você quer; Dê uma função oficial às crianças, como a de ajudante do professor; isso pode melhorar o relacionamento delas com os colegas e abrir espaço para que elas se movimentem mais; Mostre os limites de forma segura e tranquila, sem entrar em atrito; Oriente os pais a procurar um psiquiatra, um neurologista ou um psicólogo.(WEISS 2004, p. 57). Baseada nas considerações da autora, nota-se que o educador precisa fazer um trabalho diferenciado e ter um “olhar” afetuoso em relação à essas crianças, pois, são na maioria das vezes confundidas e rotulados como crianças indisciplinadas, sem limites e que “atrapalham” a aula, ficando muitas vezes excluídas em sala de aula. Percebe-se que nos dias atuais, têm-se debatido muito sobre o tema inclusão. Ao se falar no assunto pensa-se em pessoas com necessidades especiais. A criança hiperativa não possui deficiência, entretanto seus comportamentos causam na maioria das vezes “confusão” na “cabeça” dos educadores, pois as crianças hiperativas são consideradas como crianças indisciplinadas ou sem limites. Necessitando ter primeiramente um diagnóstico sobre a mesma. Para atender a estas particularidades dos educandos os educadores necessitarão direcionar suas práticas pedagógicas de forma livre para atuarem nas descobertas e soluções de problemas dentro de qualquer atividade e entra nesse momento a figura do psicopedagogo, que irá orientar o corpo docente da instituição em que atua, a ter um novo olhar direcionado para as crianças que são hiperativas. Desta forma, estarão apenas interferindo quando for necessário, sendo que devem contar com a diversidade de materiais e atividades, assim como renovar sua postura enquanto docente. Por outro lado, Cypel (2003; p. 80) afirma que as escolas não estão habituadas a trabalharem com o aluno especial, muito menos com o hiperativo, uma vez que estes podem criar situações problemáticas dentro da sala de aula. Estas situações ocorrem, pois os alunos com hiperatividade, segundo o autor. O educador deve se propor um estudo, subsidiado por autores renomados que ressaltam a alfabetização de alunos hiperativos e reunir semanalmente para troca de experiências, promovendo dessa forma a inclusão destes alunos no processode alfabetização da classe em que estes estão inseridos, sem prejudicar o desenvolvimento da mesma. Para o educando se sentir realmente incluído ele precisará ser aceito e ajudado por todos os envolvidos no processo educacional, ou seja, toda a comunidade escolar, que unidos, deverão oportunizar o processo de inclusão de maneira adequada, pois caso contrário, ele estará dentro da sala, mas não estará efetivamente incluído nela. 3 CONCLUSÃO Através deste trabalho pode-se concluir que o carinho, a paciência e a tolerância seguidos de elogios e confiabilidade por parte do educador são ingredientes essenciais que auxiliarão o educando hiperativo no seu processo de ensino-aprendizagem, pois seu “problema” não é de aprendizagem, mas comportamental, pela dificuldade de concentra-se nas atividades maiores e que exigem maior tempo de concentração. Incluir um aluno hiperativo é oportunizá-lo a descobrir novas conquistas, partindo do seu interesse, deixando criar suas hipóteses, entrar em conflitos e fazer suas descobertas, pois só assim ele aprenderá. Além disso, cabe a nós, educadores, acreditarmos que apesar do transtorno que possa vir a ocorrer em sala de aula, deve- se contribuir no processo de desenvolvimento de nosso aluno com TDAH, para isso, é necessário selecionar atividades e materiais que serão trabalhados com ele, visando o estabelecimento de limites. Dentre estas estratégias estão: repetir instruções sempre que necessário, evitar colocá-lo perto de estímulos que possam distraí-lo, reduzir a quantidade de deveres, permitindo-lhe que fique em pé, caso deseje, durante as tarefas escolares, pois desta forma estaremos criando oportunidades de “descansar da carteira”, criar intervalos curtos entre as tarefas, realizar combinados com o aluno hiperativo, junto com seus colegas de classe, para que todos possam seguir tais normas pré-estabelecidas, colocá-lo com um aluno “estudioso” para auxiliá-lo; criar oportunidade para ele ajudar outros colegas, para desenvolver sua autoestima, demonstrando que confiamos em sua capacidade. Deve-se, no entanto, procurar informação ao máximo sobre o aluno, no que diz respeito a sua história de vida e sobre as características do TDAH que possui, para que se possa contribuir com seu direito de igualdade a oportunidades, inclusive a educacional. Enfim, este trabalho auxiliou a confrontar a teoria e a prática pedagógica, além de reconhecer o valor da alfabetização para o educando, seja ele “normal” ou especial, assim como, a melhor maneira de lidar com o educando hiperativo, para promover seu sucesso no processo de alfabetização, do qual deve ser o protagonista. 4 REFERÊNCIAS BORUCHOVITCH, Evely, FINI, Lucila D.Tolaine, SISTO, Fermino Fernandes (org.). Dificuldades de aprendizagem no contexto psicopedagógico. Petrópolis (RJ): Vozes, 2001. BRASIL, Constituição 1988, Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal, 1988. BRASIL, Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de diretrizes e Bases da Educação Nacional. Ministério da Educação e Cultura. 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