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PSICOMOTRICIDADE E TERAPIA OCUPACIONAL UNIDADE 1 Alessandra Oliveira Módulo 4 -UNIASSELVI PSICOMOTRICIDADE Explorar as interações Psicológica e Motora. Compreender a Psicomotricidade e seu Papel na Expressão Humana. Destacar a Psicomotricidade Relacional e suas Implicações Sociais. Enfatizar a Intervenção para Alterações Psicomotoras e o Impacto na Aprendizagem. Promover a compreensão da contribuição da Integração Sensorial para atuação laboral do Terapeuta Ocupacional. Explorar a Interligação entre desenvolvimentos motor, emocional e cognitivo. Inspirar a Construção de Indivíduos Mais Competentes e Confiáveis. PSICOMOTRICIDADE A psicomotricidade é uma área multidisciplinar que explora a relação profunda entre nossos processos mentais e nossas atividades motoras. Ela nos permite entender que nossas emoções e pensamentos não são isolados, mas intrinsecamente ligados como nos movemos e nos expressamos. Por meio do movimento, expressamos nossas identidades e exploramos o mundo ao nosso redor. O reconhecimento das alterações psicomotoras nos leva a refletir sobre como os desenvolvimentos emocional, cognitivo e motor estão entrelaçados. PSICOMOTRICIDADE No contexto da psicomotricidade, surge a questão de como os aspectos psicológicos e motores interagem no desenvolvimento do indivíduo. Como esses dois elementos se entrelaçam para moldar nossa capacidade de resposta ao ambiente e nossa forma de interagir com ele? Ela nos permite entender que nossas emoções e pensamentos são ligados a nossa expressão corporal, e os nossos movimentos exteriorizam sentimentos e pensamentos. Assim, podemos afirmar que a Psicomotricidade é um campo transdisciplinar que investiga as relações e influências mútuas entre o psiquismo e a motricidade. A Psicomotricidade é uma abordagem que busca discutir a relação entre psiquè e o corpo, portanto, investiga a unidade entre os pensamentos e a atividade motriz, considerando-os como elementos indissociáveis no desenvolvimento e expressão do ser humano . A palavra “Psicomotricidade” deriva da união dos termos “psique” (referente à mente) e “motricidade” (relacionado aos movimentos do corpo). Nessa perspectiva, a Psicomotricidade envolve uma integração multidimensional que engloba aspectos cognitivos, emocionais e motores. COMO COMEÇOU? Essa abordagem surgiu no século XX e foi desenvolvida por estudiosos, como Le Boulch, Wallon, Lapierre, Ajuriaguerra, e mais contemporaneamente, Vitor da Fonseca, Vernon Furtado e João Rafael Valentim Silva dentre outros, que observaram a importância do movimento e da corporeidade na formação da personalidade e nas interações sociais. A história da Psicomotricidade remonta ao início do século XX, quando o médico e psiquiatra francês Henri Wallon começou a investigar a importância do movimento e das ações do corpo na construção das funções psicológicas. Nas suas pesquisas, Wallon destacou a importância do movimento para o desenvolvimento infantil e para a aquisição de habilidades cognitivas e emocionais. O fisioterapeuta e psicomotricista francês André Lapierre aprofundou os estudos sobre a integração corpo-mente, desenvolvendo uma abordagem terapêutica que utiliza o movimento como meio de expressão e comunicação. Lapierre defendia a ideia de que a qualidade do movimento revelava aspectos emocionais e cognitivos do indivíduo, possibilitando intervenções terapêuticas específicas. PSICOMOTRICIDADE O psicomotricista francês Bernard Aucouturier, que enfatizou a importância do jogo simbólico e do brincar na construção da subjetividade e da representação mental. Aucouturier desenvolveu uma abordagem conhecida como “Psicomotricidade Relacional”, que enfatiza a dimensão relacional do movimento e as interações com o outro. A Psicomotricidade se fundamenta em diversas teorias que contribuem para uma compreensão ampla do ser humano nas suas dimensões físicas, emocionais e cognitivas. Dentre as teorias mais relevantes para essa abordagem TEORIA PSICANALÍTICA A influência de Sigmund Freud e seus seguidores foi significativa na concepção da Psicomotricidade, pois enfatiza a importância das pulsões e do inconsciente na formação do comportamento humano. A Psicomotricidade incorpora conceitos psicanalíticos, como o papel do corpo como portador das experiências emocionais e das vivências infantis na construção da personalidade. Quando reprimimos nossos sentimentos, eles não desaparecem, mas ficam armazenados no nosso corpo em forma de tensão muscular, padrões respiratórios e outras alterações corporais. Para ilustrar essa afirmação, Le Boulch (1960) afirma que a Psicomotricidade pode ajudar a liberar essas emoções reprimidas, permitindo que o indivíduo se expresse e se conecte com seu corpo de uma forma mais saudável. 7 TEORIA COGNITIVA A abordagem cognitiva ressalta a importância dos processos mentais, como percepção, atenção, memória e pensamento, na formação das habilidades cognitivas. A Psicomotricidade considera a interação entre esses processos cognitivos e o movimento corporal, demonstrando como o corpo influencia o pensamento e a aprendizagem. Neste processo terapêutico, o psicólogo encoraja seus pacientes a entenderem seus problemas e a identificarem novas formas de enfrentamento. Assim, essa abordagem possui como princípio básico a suposição de que não são as situações que determinam nossas emoções e os comportamentos, mas sim as interpretações que temos a respeito delas. TEORIA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO Piaget e Vygotsky , forneceram subsídios para a compreensão das fases do desenvolvimento humano e da forma como a criança constrói seu conhecimento sobre si mesma e sobre o mundo. A Psicomotricidade utiliza essas teorias para embasar suas intervenções com foco na estimulação adequada em cada fase do desenvolvimento. Quanto às abordagens terapêuticas na Psicomotricidade, existem diversas correntes que buscam utilizar o movimento como recurso para a promoção da saúde e bem-estar psicofísico. Além das abordagens mencionadas, como a Psicomotricidade Relacional, temos também o Método Psicomotor de Bernard Aucouturier (1977), a abordagem Bobath (1990), a Psicomotricidade Aquática, dentre outras. Cada uma dessas abordagens tem suas particularidades e é direcionada para diferentes contextos de intervenção. 9 COMPONENTES DA PSICOMOTRICIDADE O COMPONENTE PSICOLÓGICO na Psicomotricidade se refere ao aspecto emocional e afetivo do indivíduo, compreendendo suas emoções, sentimentos e experiências subjetivas. É nesse componente que são construídas as bases da identidade e da subjetividade, sendo influenciado pelo contexto familiar, social e cultural em que a pessoa está inserida. Alguns dos aspectos centrais do componente psicológico são os desenvolvimentos emocional e afetivo, que começa desde a primeira infância e continua ao longo de toda a vida. Nessa fase inicial, a criança vivencia suas primeiras interações emocionais com o mundo ao seu redor, criando laços afetivos com os cuidadores e desenvolvendo sua capacidade de expressar e regular suas emoções. Por meio do movimento corporal, a criança externaliza suas emoções, permitindo que suas experiências internas sejam manifestadas e compartilhadas com o mundo ao seu redor. O movimento também desempenha um papel importante na regulação emocional, auxiliando a criança a lidar com situações de estresse e ansiedade (VYGOTSKY, 1989). À medida que a criança se desenvolve, o componente psicomotor influencia suas interações sociais e suas relações afetivas. A brincadeira e o movimento estabelecem conexões emocionais com outras crianças e adultos, desenvolvendo habilidades de comunicação e empatia. EXEMPLO: QUEBRA CABEÇA 10 COMPONENTE MOTOR O componente motor na Psicomotricidade se refere ao desenvolvimento das habilidades motoras do indivíduo, abrangendo tanto a coordenação motora fina quanto a grossa, bem como aspectos relacionados ao equilíbrio, à tonicidade muscular e à percepção do próprio corpo, representada pelo esquema corporal eOBSERVAÇÃO CLÍNICA Outro método importante é a “Observação Clínica”, que envolve o monitoramento direto do comportamento motor da criança em situações de jogo e atividade. Além disso, diversos instrumentos específicos têm sido desenvolvidos para avaliar aspectos psicomotores. Um exemplo é o Questionário de Avaliação de Coordenação Motora (QACM), criado por Martins et al. (2017). Este questionário é preenchido pelos pais e cuidadores e ajuda a identificar dificuldades de coordenação motora no ambiente cotidiano da criança. Outro instrumento valioso é o “Protocolo de Avaliação de Lateralidade” (PAL), proposto por Silva e Lima (2016). Este protocolo envolve uma série de testes que avaliam a dominância lateral da criança, ajudando a identificar problemas relacionados à lateralidade cruzada ou ambidestria IMPORTÂNCIA DA DETECÇÃO PRECOCE PARA A INTERVENÇÃO Oferece a oportunidade de direcionar a plasticidade cerebral em direção a um desenvolvimento motor saudável. A intervenção precoce também pode ajudar a mitigar os efeitos negativos das alterações psicomotoras nas atividades cotidianas da criança. A intervenção precoce pode melhorar a qualidade de vida da criança, permitindo que ela participe ativamente de atividades escolares, sociais e recreativas. Pode reduzir a necessidade de intervenções mais intensivas ou prolongadas no futuro. A intervenção precoce direcionada pode minimizar os impactos negativos e proporcionar um caminho mais suave para um desenvolvimento motor saudável. Métodos como o Teste de Desenvolvimento Psicomotor (TDP) e a observação clínica, conforme mencionado anteriormente, são valiosos na identificação precoce de dificuldades motoras. INTERFERÊNCIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM A alfabetização é uma das áreas mais afetadas pelas alterações psicomotoras. O processo de aprendizagem é complexo e multifacetado, e as alterações psicomotoras podem desempenhar um papel significativo na sua interferência. Compreender como essas alterações afetam a aprendizagem é essencial para desenvolver estratégias educacionais eficazes e promover o sucesso acadêmico das crianças. A socialização e o comportamento escolar também podem ser afetados. Estudos de Ferreira et al. (2018a) indicam que crianças com problemas de lateralidade cruzada podem ter dificuldade em se adaptar a atividades em grupo, o que pode resultar em isolamento social e desafios comportamentais. As consequências emocionais dessas interferências não devem ser subestimadas. Santos e Costa (2019) destacam que o estresse e a frustração associados a dificuldades psicomotoras podem afetar a autoestima e o bem-estar emocional das crianças. Dificuldades na aquisição de habilidades matemáticas A aquisição de habilidades matemáticas pode ser um desafio para crianças com alterações psicomotoras. Essas dificuldades podem se manifestar de várias maneiras e impactar o desempenho acadêmico. Além disso, a lateralidade cruzada, como observado por Ferreira et al. (2018b), pode causar confusão na identificação de números e operações matemáticas. Essa confusão pode prejudicar o entendimento e o cálculo matemático. As disfunções proprioceptivas, como destacado por Silva e Costa (2019), podem influenciar a percepção espacial necessária para a geometria e a resolução de problemas que envolvem visualização. Isso pode tornar a matemática mais desafiadora para crianças com tais dificuldades. Para apoiar crianças com alterações psicomotoras na aquisição de habilidades matemáticas, é fundamental oferecer estratégias pedagógicas adaptadas. INTERVENÇÃO E TRATAMENTO O Terapeuta Ocupacional, o Fisioterapeuta, o Profissional de Educação Física e outros profissionais também desempenham um papel relevante, como mencionado por Almeida e Silva (2018), para melhorar o tônus muscular, a força e a postura, auxiliando no desenvolvimento de habilidades motoras essenciais. Além disso, a intervenção fonoaudiológica é frequentemente necessária para abordar dificuldades na comunicação oral e na linguagem, que podem estar relacionadas a alterações psicomotoras. Conforme Santos et al. (2019), a terapia fonoaudiológica pode contribuir para melhorar a articulação e a compreensão da linguagem, facilitando a comunicação. Estratégias educacionais inclusivas desempenham um papel vital na promoção do sucesso acadêmico. TERAPIA OCUPACIONAL DESENVOLVENDO HABILIDADES MOTORAS E COGNITIVAS A terapia ocupacional concentra-se na promoção das habilidades motoras e cognitivas necessárias para realizar as atividades diárias de forma independente. De acordo com Santos et al. (2019), a terapia ocupacional trabalha no desenvolvimento da coordenação motora fina, da percepção espacial e do planejamento de tarefas, permitindo que a criança participe ativamente em sua vida cotidiana. Este profissional também enfoca a melhoria das habilidades sociais e emocional que é essencial para uma participação plena na sociedade. FISIOTERAPIA MELHORANDO A FUNDAÇÃO DO MOVIMENTO A fisioterapia desempenha um papel essencial na intervenção psicomotora, focando na melhoria da base física das habilidades motoras. Segundo Pereira et al. (2017), a fisioterapia trabalha na melhoria do tônus muscular, no alinhamento postural e na força, criando uma base sólida para o desenvolvimento motor da criança. Melhoria do tônus muscular, no alinhamento postural e na força; Minimizar a espasticidade, promovendo movimentos mais suaves e controlados. FONOAUDIOLOGIA: APRIMORANDO A COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM A fonoaudiologia trabalha na melhora da articulação, na compreensão da linguagem e na expressão oral, permitindo que a criança se comunique de maneira eficaz. Além disso, a fonoaudiologia também pode abordar questões de deglutição, que podem afetar a nutrição e a saúde geral das crianças com alterações psicomotoras. A intervenção fonoaudiológica é fundamental para garantir que essas crianças possam se alimentar de forma segura e adequada. INTEGRAÇÃO SENSORIAL UNIDADE 2 ORIGEM DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL Desenvolvida por Ayres, na década de 1960, foi desenvolvido o conceito de que a integração sensorial tem influências no processo de aprendizagem e nos nossos comportamentos. A integração dos sentidos foi identificada como um processo cerebral que leva à organização e à interpretação de informações que recebemos dos nossos sentidos. Funcionamento cerebral e a forma através da qual a informação sensorial é processada têm um forte impacto no comportamento adaptativo da crinça. ORIGEM DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL TEORIA DE IS COMPREENDE TRÊS GRANDE EIXOS ORIENTADORES 1- Descreve IS e aprendizagem A aprendizagem, no sentido mais amplo, depende das capacidades de processar e integrar sensação e usá-la para planejar e organizar o comportamento. 2- Define a disfunção integrativa sensorial. A diminuição das capacidades de processar e integrar sensações pode resultar em dificuldade para produzir ações apropriadas, o que, por sua vez, pode interferir no aprendizado e no comportamento. 3- Orienta a intervenção As sensações geradas e integradas no contexto de um “desafio certo” contribuem para melhorar o processamento do SNC, melhorando, assim, a aprendizagem e o comportamento INTEGRAÇÃO SENSORIAL A Integração Sensorial (IS) é um processo que ocorre de forma automática e inconsciente, que acontece naturalmente. Quando ocorre a integração dos sistemas sensoriais, o cérebro é capaz de filtrar, discriminar, modular e interpretar as informações sensoriais de forma eficiente, nos permitindo responder de forma adequada aos estímulos do ambiente e realizar as atividades diárias de forma tranquila. IS influencia Coordenação motora; Equilíbrio; Atenção; Processamento de informações; Regulação emocional; Participação em atividades diárias. INTEGRAÇÃO SENSORIAL Algumas pessoas podem apresentar dificuldade no processamento sensorial, resultando em uma disfunção sensorial. E como manifestam? Podem acontecer de diferentes formas, como hipersensibilidade (uma super responsividade) aestímulos sensoriais, hiporesensibilidade (uma baixa responsividade), busca excessiva por estímulos sensoriais, e até dificuldades na discriminação ou interpretação de informações sensoriais e desorganização motora. Não conseguem realizar as tarefas do dia a dia: Alimentar-se; Brincar; Estudar; Trabalhar; vestir-se. Vestir-se BASE DO PROCESSAMENTO SENSORIAL Para Cohen (2001), a integração de todos os sistemas sensoriais (visual, auditivo, gustativo, olfativo, tátil, vestibular e proprioceptivo) é fundamental para gerar respostas adaptativas e eficientes em relação ao ambiente. BASE DOS PROCESSOS DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL Situa nos níveis corticais inferiores, especificamente, no tálamo (processamento da informação somatossensorial – tátil e proprioceptiva) e no tronco cerebral (informação vestibular). Responsáveis por filtrar e aperfeiçoar a informação sensorial, antes de enviar as mensagens organizadas para o córtex. ( Ayres,1979) SISTEMA VISUAL A visão é essencial para nos dar referência espacial e, com os demais sistemas sensoriais, nos permite a relação do objeto, no fundo visual. A visão ajuda na exploração do meio que nos envolve, a entender as referências temporais e a localização do corpo no espaço em relação aos objetos. o sistema visual começa a se relacionar com os demais sistemas sensoriais desde o nascimento, e a partir daí conseguimos confirmar, verificar e construir percepções multidimensionais de tudo que nos rodeia. Ajuda na exploração do meio que nos envolve; Entender as referências temporais; Localização do corpo no espaço em relação aos objetos. Fazem parte dessa percepção visual sete competências: Percepção da constância da forma; Percepção de figura-fundo; Percepção da posição no espaço; Percepção das relações espaciais; Memória visual; Memória visual sequencial; Fechamento visual SISTEMA VISUAL Mecânica Visuopostural - Sistema vestibular deve acionar os neurônios motores oculares e realizar os ajustes necessários. Imagine-se correndo: a cada trepidação da cabeça, os olhos devem se mover em sentido contrário para manter o olhar fixo em um determinado ponto à frente. Se não ocorressem esses movimentos oculares compensatórios, o objeto sairia sempre de focado para estímulos vestibulares. A percepção visual é um componente requisitado no planejamento do movimento e nos ajustes posturais, inclusive de equilíbrio, para calibrar a força, a extensão e posicionamento dos membros, do tronco, da cabeça em resposta à totalidade do ambiente em que o indivíduo se encontra. SISTEMA AUDITIVO Os receptores do sistema auditivo ficam na orelha interna, eles captam estímulos, ondas sonoras, classificando-os conforme semelhança e as diferenças, como o tom, o timbre, o volume e a intensidade. Nascemos com a capacidade de receber os sons e essa capacidade não é aprendida: ou ouvimos ou não, mas essa capacidade não garante que se consiga entender sons. Nosso sistema auditivo tem receptores no ouvido interno, captando ondas sonoras que irão entrar no sistema de processamento sensorial. Juntam-se com os sistemas vestibular, visual e proprioceptivo. Crianças que tem disfunção vestibular podem ter alterações nos processamentos auditivo e de linguagem. Isso acontece porque ambos os sistemas trabalham juntos para processar as sensações do movimento e do som Sistema Olfativo (Olfato): Responsável por detectar e identificar os odores no ambiente. ele envolve as células olfativas, que estão localizadas na parte superior do nariz, na região chamada de mucosa olfativa. quando moléculas de odor entram no nariz, elas se ligam a receptores nas células olfativas, desencadeando sinais elétricos que são transmitidos para o cérebro, mais precisamente para o bulbo olfativo. Quando moléculas de odor entram no nariz, elas se ligam a receptores nas células olfativas, desencadeando sinais elétricos que são transmitidos para o cérebro, mais precisamente para o bulbo olfativo. O cérebro interpreta esses sinais como diferentes odores Também é um sistema sensorial crucial para a detecção de perigos, a identificação de alimentos estragados e a resposta a estímulos ambientais, como odores de flores e aromas de cozinha. SISTEMA GUSTATIVO (PALADAR) Responsável por detectar e identificar os sabores dos alimentos e bebidas. Ele envolve as papilas gustativas, que são pequenas estruturas localizadas na língua, céu da boca e parte posterior da garganta. As papilas gustativas contêm células gustativas que são sensíveis a cinco principais sabores: doce, salgado, azedo, amargo e umami (sabores relacionados a aminoácidos). Quando os alimentos entram em contato com as papilas gustativas, as células gustativas enviam sinais elétricos para o cérebro, que interpreta e identifica o sabor. Além disso, o paladar também desempenha um papel na percepção da textura e temperatura dos alimentos. SISTEMAS GUSTATIVO E OLFATIVO São responsáveis pela percepção dos sabores e odores, respectivamente, e desempenham papéis essenciais nas nossas capacidades de saborear e cheirar o mundo ao nosso redor. É responsável por detectar e identificar os odores no ambiente. Ele envolve as células olfativas Localizadas na parte superior do nariz, na região chamada de mucosa olfativa. Quando moléculas de odor entram no nariz: Elas se ligam a receptores nas células olfativas, desencadeando sinais elétricos. São transmitidos para o cérebro, mais precisamente para o bulbo olfativo. Interpreta esses sinais como diferentes odores. SISTEMA TÁTIL Esse sistema nos possibilita compreender o meio que nos rodeia para regular respostas, denominadas de autorregulação. Durante toda a nossa vida, iremos receber informações táteis, pois este sistema nos possibilita bem-estar e regulação emocional quando nos permitimos ser tocados A pele é o maior órgão do corpo humano e, além de outras funções, é responsável pelo tato. É por meio dela que percebemos sensações como calor e dor. A pele possui milhares de células receptoras na sua superfície. Dentre essas células, encontramos os corpúsculos de Pacini. Na aprendizagem, formamos conceitos sobre os objetos, por exemplo: texturas, formas, tamanhos, dentre outros. É essencial para a nossa capacidade de interagir com o ambiente, manter o equilíbrio, evitar lesões, identificar objetos e experimentar sensações táteis agradáveis. SISTEMA TÁTIL Esse sistema transmite informações proprioceptivas e sinestésicas conscientes e inconscientes, como toque, pressão, localização, contorno, qualidade e detalhes espaciais de estímulos mecânicos. Os proprioceptores e as informações trazidas por eles são essenciais para a consciência da posição dos membros e seus movimentos, o que é comumente referido como sentido sinestésico. É através desse sistema que descobrimos o mundo. Ele é o primeiro a ser formado intrauterino, por volta da 5ª semana gestacional. Fornece informações táteis das localizações interna e externa do corpo e da cabeça. SISTEMA VESTIBULAR o sistema vestibular é composto por um grupo de órgãos localizados no ouvido interno do ser humano que apresenta como função a manutenção do equilíbrio. Nos humanos, esse sistema é composto pelos três canais semicirculares que se fundem numa região central denominada vestíbulo, que apresenta duas outras estruturas vesiculares: o sáculo e utrículo, também conhecidos como órgãos otolíticos. SISTEMA VESTIBULAR Os receptores do ouvido interno são estimulados pelos movimentos da cabeça, pescoço, olhos e movimentos do corpo em resposta a uma ação. O sistema vestibular tem várias funções essenciais, incluindo: • Manutenção do equilíbrio postural e controle da postura. • Detecção de movimentos da cabeça e orientação espacial. • Coordenação do movimento ocular para estabilizar a visão durante o movimento da cabeça. • Manutenção do equilíbrio durante mudanças na posição do corpo SISTEMA VESTIBULAR Ayres (1979) considera essas informações como cruciais para nossa segurança. Esse sistema envia continuamente para os músculosextensores das costas, originando o tônus muscular que permite nos manter sentados sem esforço. Se essa informação faltar, então, iríamos experimentar cansaço. Ajuda-nos a manter o equilíbrio e nos informa se estamos em movimento ou parados, a velocidade e em que direção nos movemos È um dos primeiros a desenvolver in útero. Esse sistema é de fundamental importância para o ser humano. Sua principal função é o desempenho motor antigravitacional. É ele que nos permite manter o equilíbrio do corpo, se estamos parados ou em movimento, indo para a direita ou esquerda, para cima ou para baixo, além de auxiliar diretamente no controle motor. O ato de ficar ereto sobre os pés exige a organização e coordenação de vários sistemas do corpo humano que realiza constantes regulagens posturais. SISTEMA PROPRIOCEPTIVO Os receptores desse sistema se encontram nos músculos, articulações e ligamentos do corpo que possibilita o controle da postura, do movimento e da ação, eles encaminham informações ao cérebro que decifra a posição do corpo no espaço, o estado motor, e não nos deixa esbarrar nas pessoas e objetos. Propriocepção se refere à consciência do nosso próprio corpo Os sistemas proprioceptivo e o vestibular juntam as informações no cérebro e em conjunto tornam possível regular nossa postura e o tónus muscular. Informam se estamos de pé, sentados, deitados. sistema tátil ou vestibular junto com o proprioceptivo desempenham um papel muito importante na construção das noções do corpo e do esquema corporal, ao mesmo tempo que são importantes para que o planejamento motor possa acontecer de forma coordenada. EX:informa se você irá passar no meio de duas carteiras sem esbarrar em nada. FUNÇÕES DO SISTEMA PROPRIOCEPTIVO O sistema proprioceptivo desempenha várias funções cruciais, incluindo: • Consciência da posição das articulações e músculos. • Percepção da orientação do corpo no espaço. • Regulação da tensão muscular para manter o equilíbrio e a postura. • Coordenação motora para movimentos precisos e controlados. • Ajustes automáticos para evitar lesões, como reflexos de alongamento muscular TERAPIA OCUPACIONAL E INTEGRAÇÃO SENSORIAL Você sabia que o único profissional da área da saúde (e de todas as outras também) que pode avaliar, atender, dar curso e aplicar Integração Sensorial é o Terapeuta Ocupacional? Sim, essa é uma área de exclusividade desse profissional. Avaliação e coleta de dados em Integração Sensorial Tão importante quanto entender a IS é saber como avaliar a criança ou o adulto que virá até nós. Iniciar esse processo com uma boa anamnese (diálogo entre o profissional de saúde e o paciente) é uma ótima escolha. Por meio dessa entrevista é que iremos entender e saber mais sobre essa criança, sobre essa família Perfil Sensorial de Dunn -Desenvolvida pela terapeuta ocupacional Winnie Dunn (1999), a escala Sensory Profile foi traduzida para o português e adaptada por Magalhães (2000, dados não publicados) como Perfil Sensorial, nomenclatura que será adotada neste estudo para se referir ao instrumento. Surge um desafio quando esse perfil sensorial resulta em experiências disfuncionais, dificultando a realização de tarefas diárias comuns como por exemplo: fazer compras, dirigir ou frequentar ambientes. TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO SENSORIAL È definido como a presença de uma alteração na detecção, modulação, interpretação ou resposta ao estímulo sensorial, previamente descrita na literatura como disfunção de integração sensorial. A classificação mais recente proposta por Miller et al. (2007), Taxonomia Transtorno de Processamento Sensorial categoriza o Transtorno do Processamento Sensorial em transtornos de modulação sensorial, transtornos de discriminação sensorial e transtornos motores com base sensorial. O processamento contínuo das informações é tão natural que raramente refletimos sobre a complexidade envolvida em atividades cotidianas, como uma simples conversa. TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO SENSORIAL LITERATURA: É presença de uma alteração na detecção, modulação, interpretação ou resposta ao estímulo sensorial. DISFUNÇÃO DA INTEGRAÇÃO SENSORIAL MILLER 20007 categorizou como: Transtorno de Processamento Sensorial Transtorno de modulação sensorial Transtorno de discriminação sensorial Transtornos motores de base sensorial Hiperresponsiva Hiporresponsiva Busca sensorial Diversos sistemas sensoriais Distúrbio postural Dispraxias TRANSTORNO DE MODULAÇÃO SENSORIAL Problema crônico e severo no que se refere em transformar a informação sensorial em comportamentos que estão de acordo com a natureza e a intensidade da mensagem. A pessoa demonstra, então, dificuldade em alcançar e manter um nível ótimo de desempenho e, também, em se adaptar aos desafios do dia a dia. A manifestação clínica do Transtorno de Modulação Sensorial é bastante variada, podendo afetar um ou mais dos sete sistemas sensoriais. Hipersensibilidade sensorial; Hipossensibilidade sensorial; Busca sensorial; uma combinação desses três subtipos HIPERSENSIBILIDADE SENSORIAL Hiper-responsividade sensorial são respostas comportamentais quando aumentadas as sensações, à consciência aumentada de cada sistema e à exploração de todo o ambiente. Seus sistemas são superativos, e a sua habilidade de discriminações é aumentada. Essas pessoas tendem a ser passivas ou desligadas da ação. O indivíduo sente a sensação mais rapidamente, mais intensamente ou durante mais tempo em comparação aos indivíduos com modulação normal. Elas aprenderam que a exploração do meio pode trazer input sensorial indesejável, limitando, assim, suas possibilidades de aprendizagem. Têm dificuldade de focar a atenção e são chamadas de distraídas. Seus sistemas são superativos, e a sua habilidade de discriminações é aumentada; Por exemplo, não gostam de ficar nas filas, pois sabem que ali podem ser tocados com toque leves e tem muito barulho. HIPERSENSIBILIDADE SENSORIAL Quando bebês, podem demonstrar reações exageradas na troca de fralda, ou na troca de roupa ou mesmo quando balançadas. Quando crianças podem demonstrar aversão à bagunça e se recusar a participar de atividades como pintura de dedo na escola. Frequentemente, apresentam dificuldade para dormir. A hipersensibilidade pode ocorrer em um único sistema sensorial ou em uma combinação de dois ou mais, então não é incomum encontrar uma criança com hipersensibilidade vestibular e auditiva, por exemplo. A criança hipersensível é aquela cujo comportamento chama a atenção dos pais desde cedo no desenvolvimento. Quando bebês, podem demonstrar reações exageradas na troca de fralda, ou na troca de roupa ou mesmo quando balançadas. Também podem ser indiferentes à dor e a temperaturas, cheirar ou tocar objetos excessivamente ou ter fascinação por luzes ou movimentos. HIPORRESPONSIVIDADE A pessoa com hipossensibilidade sensorial precisa de muito mais estimulação do que a população em geral para alcançar um estado ótimo de alerta ou ativação. São respostas comportamentais quando diminuídas as sensações, consciência limitada da sensação, não explora o ambiente. A razão para esse comportamento é porque seu cérebro não recebe o que precisa para gerar resposta e a sua tendência para agir de acordo com seu limiar a leva a parecer apática, parecendo ter pouca empatia com o outro. Esse perfil sensorial, geralmente, passa despercebido em um primeiro momento já que, muitas vezes, o bebê é visto como um “bebê bonzinho” e a criança como de personalidade tranquila, o que normalmente é valorizado pelos pais. Geralmente, chama a atenção quando começa a apresentar dificuldade para desfraldar, quando a interação social parece limitada e a atividade reduzida. BUSCA SENSORIAL Apresenta um desejo insaciável por experiências sensoriais. Se manifestam por comportamentos que incrementam suas experiências sensoriais, em que adicionam estímulos diversos (motores, táteis, sonoros e/ou visuais) as suas experiências, por exemplo, em uma tarefa de autocuidado a criança canta,dança e pula. Um determinado estímulo rapidamente deixa de ser novidade e o cérebro pede mais. Isso faz com que a criança com perfil de busca sensorial apresente um desejo insaciável por experiências sensoriais, mais do que as demais crianças. Sempre buscam por mais estímulos, chegando ao ponto de desregularem Essa incessante necessidade de sensações intensas não se limita apenas a atividades motoras e pode se refletir no gosto por comidas picantes ou de sabores fortes, geralmente evitadas pelas outras crianças. Além disso, costumam ouvir música ou assistir televisão em um volume muito alto, o que pode incomodar os outros, mas parece nunca ser suficiente para elas. Seu padrão de interação social tende a ser intrusivo, envolvendo toques ou empurrões em pessoas, batendo e derrubando outras crianças. BUSCA SENSORIAL SISTEMA PROPRIOCEPTIVO: Pisam forte, brincadeiras com impacto, luta, toque profundo com pressão. SISTEMA VESTIBULAR: Movimentos no espaço, adoram rede, parque, saltos. Sem limites para parar. SISTEMA TÁTIL: Texturas, objetos pela boca, lambem objetos, roupas com pressão Quando não conseguem obter a estimulação que precisam, normalmente demonstram um comportamento agressivo ou explosivo. São excessivamente ativas e apresentam dificuldade em controlar sua impulsividade, o que muitas vezes acarreta expulsão nas escolas por indisciplina. TRANSTORNO MOTOR DE BASE SENSORIAL Caracteriza-se pela dificuldade em estabilizar o corpo ou planejar e sequenciar movimentos coordenados. Afeta a capacidade de realizar e planejar as atividades. DISPRAXIA - É o prejuízo nas habilidades de planejar, sequenciar e executar uma nova ação. Caracteriza-se por um desempenho motor pobre e descoordenado em que a Integração Sensorial pode se manifestar na coordenação motora grossa e/ou fina e/ ou oral. A insatisfação com as habilidades e o fracasso repetido, frequentemente, causam baixa autoestima e intolerância à frustração. Esses comportamentos são percebidos principalmente em adolescentes e adultos. TRANSTORNO POSTURAL O Transtorno Motor de Base Postural se caracteriza pela dificuldade em estabilizar o corpo durante o movimento ou em repouso, de modo a reagir às demandas do ambiente ou de uma atividade motora. Há uma hiper ou hipotonia muscular que acarreta o controle inadequado do movimento. Tabém pode haver pouco controle ocular, além de reações de equilíbrio empobrecidas, pouca estabilidade do tronco e rotação limitada dele. TRANSTORNO DISCRIMINAÇÃO SENSORIAL No transtorno, a criança apresenta dificuldade em discriminar as características dos estímulos sensoriais, o que resulta uma capacidade reduzida para detectar diferenças e semelhanças entre os estímulos e para diferenciar as qualidades temporais e espaciais desse estímulo. Como o estímulo é processado de forma imprecisa, geralmente a criança apresenta dificuldade em gerar respostas adaptativas no seu dia a dia. Normalmente, precisa de mais tempo do que as outras crianças para processar a informação, já que apresenta problemas para descobrir o que está percebendo RECURSOS SENSORIAIS Como os recursos sensoriais moldam nossa compreensão do mundo e nossa capacidade de interagir com ele? Essa questão nos convida a explorar a fascinante área da integração sensorial, um campo que estuda como nosso sistema nervoso central processa e coordena as informações sensoriais que recebemos constantemente. ESTÍMULOS SENSORIAIS A intervenção terapêutica ocupacional em um ambiente enriquecido com recursos sensoriais, que atenda às necessidades específicas do paciente, pode ser um valioso apoio na promoção da autorregulação. Isso, por sua vez, melhora o nível de alerta necessário para uma aprendizagem mais eficaz e um desenvolvimento psicomotor otimizado, A abordagem lúdica que permeia o fazer do terapeuta ocupacional traz consigo uma sensação de leveza e desperta o desejo pelo movimento. Isso orienta o indivíduo, que é moldado pela sua percepção sensorial, em direção a um processo de desenvolvimento harmonioso. È essencial proporcionar à criança atividades que englobam todo esse conjunto, promovendo o desenvolvimento e o aprimoramento de diversas áreas da motricidade humana, incluindo a motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organizações espacial e temporal. Criança desenvolve a habilidade de organizar os estímulos sensoriais, adquirindo as capacidades de selecionar, classificar e integrar informações por meio de experiências sensoriais. ESTÍMULOS VISUAIS - envolvem o sentido da visão e incluem elementos como cores, formas, imagens, luzes, vídeos, gráficos e outras representações visuais que podem ser usadas para transmitir informações ou criar ambientes estimulantes. ESTÍMULOS AUDITIVOS - relacionados ao sentido da audição, englobam sons, músicas, palavras faladas, efeitos sonoros e qualquer tipo de som que possa ser usado para comunicação, entretenimento ou terapia auditivaE ESTÍMULOS TÁTEIS - envolvem o sentido do tato e incluem texturas, superfícies, materiais e estímulos que podem ser tocados ou sentidos pela pele, proporcionando experiências táteis.EIS ESTÍMULOS OLFATIVOS - relacionados ao sentido do olfato, esses estímulos incluem odores e fragrâncias que podem afetar as emoções, memórias e o ambiente. ESTÍMULOS GUSTATIVOS - ligados ao sentido do paladar, englobam sabores e gostos que são percebidos pela língua e que têm importância em áreas como alimentação e gastronomia ESTÍMULOS VESTIBULARES - têm o papel fundamental no nosso desempenho motor antigravitacional. Com eles o SNC relaciona a tarefa que realizamos com o controle adequado de cabeça, olhos, do corpo e do movimento que estamos realizando. ESTÍMULOS PROPRIOCEPTIVOS - referem-se à consciência ou à percepção que temos do nosso próprio corpo, e a posição em que esse corpo ou partes dele se encontra a cada minuto. FIBRA ÓPTICA São utilizadas em ambientes sensoriais para criar efeitos visuais deslumbrantes. Suas fibras flexíveis e a capacidade de transmitir luz colorida permitem a criação de instalações visuais impressionantes, estimulando a percepção visual e a criatividade. RECURSOS SENSORIAIS MOSQUITEIROS MÁQUINAS DE BOLINHAS DE SABÃO SPOTS Os recursos sensoriais oferecem experiências sensoriais enriquecedoras que estimulam o aprendizado, incentivam a exploração sensorial, promovem a tranquilidade e contribuem para o bem-estar. MASSAS DE MODELAGEM FLUORESCENTE LANTERNAS ELÉTRICAS BUBBLE TUBES ESTRATÉGIA GLOBAL PARA UMA INTERVENÇÃO UTILIZANDO RECURSOS DA PSICOMOTRICIDADE E ESTIMULAÇÃO SENSORIAL UNIDADE 3 OS PRIMEIROS PASSOS DE UMA INTERVENÇÃO PSICOMOTORA Para uma intervenção eficaz, é crucial obter informações detalhadas do indivíduo que a receberá, independentemente da idade (criança, adolescente, adulto ou idoso). Isso permite a criação de tarefas que sejam relevantes para desenvolver habilidades próximas à realidade e ao cotidiano do indivíduo, baseadas no seu contexto. Ao receber essa proposta, você deverá iniciar seu atendimento de forma eficiente, por meio de uma anamnese. fundamental ressaltar que informações básicas sobre gestação, saúde, sono e alimentação são essenciais para identificar deficiências no repertório motor ou sensitivo e criar um protocolo de intervenção eficaz. Não devemos olhar para o ser humano de forma isolada, focando apenas na sua movimentação ou acuidade sensorial. É igualmente importante compreender o contexto em que a pessoa se encontra e identificar possíveis problemas comportamentais relacionados a sua debilidade. Em âmbito global, uma intervenção psicomotora pode ser solicitada ou desenvolvida em diferentes contextos e ambientes, como: hospitais, escolas, PREVENTIVA - geralmente, inicia-se ainda nos primeiros anos de vida, e visa à promoção do desenvolvimento motor, por meio de estímulos adequados relacionados tanto a certashabilidades motoras, quanto a estímulos sensoriais, promovendo maior percepção e entendimento sensorial do próprio corpo frente a determinados estímulos EDUCATIVA - é desenvolvida com maior frequência no período escolar, e visa estimular o desenvolvimento motor, despertando o potencial para a aprendizagem como um todo. TERAPÊUTICA - geralmente, ocorre após detecção de um profissional da saúde, ou do universo educacional, ou, até mesmo, um familiar que possui interação com o sujeito. Isso ocorre quando é detectado comprometimento ou deficiência dos desenvolvimentos motor, psicoafetivo e déficit no potencial de aprendizagem. Aqui, cabe destacar que a prática motora não terá ação diretamente relacionada à apresentação de um sintoma patológico, mas sim, no próprio sujeito, pois considera o sintoma (sendo esse expressado por questões patológicas ou por meio de um déficit de desenvolvimento) como forma de expressão da dificuldade global do sujeito (envolvendo tanto aspectos biológicos quanto psicológicos). Portanto, uma intervenção de qualidade que abrange o uso da integração sensorial envolve a realização de técnicas de avaliação, exploração e oportunidade de prática de uma gama de elementos essenciais para o desenvolvimento psicomotor. A avaliação é composta por três esferas psicomotoras: cognitiva, afetiva e motora. Resumidamente, a avaliação será dividida em três momentos: atividades espontâneas, atividades compartilhadas e as atividades dirigidas. MÉTODOS DE AVALIAÇÕES PSICOMOTORAS, E SUAS APLICABILIDADES Atividade Espontânea - a criança é inserida em um ambiente com uma vasta disponibilidade de materiais, em seguida, é deixada livre para realizar a escolha de interação com esses materiais. Nesse momento, o avaliador se coloca em uma posição de observador, identificando quais jogos ela irá escolher, quais materiais ela possui preferência para manipular, qual é a maneira de manipulação, se ocorre a existência de uso funcional e se ocorre a existência de jogo imaginativo. Antes de deixá-la livre, o avaliador explica três regrinhas, nos quais é imposto que a criança não pode se machucar, machucar o avaliador ou quebrar os materiais. MÉTODOS DE AVALIAÇÕES PSICOMOTORAS, E SUAS APLICABILIDADES Atividade Compartilhada - Nesse momento ocorre por meio de um convite da criança para o observador participar ou, até mesmo, de uma proposta de interação dele. Com os feedbacks obtidos anteriormente, o avaliador, além de observar, propõe certas interações a fim de aprimorar sua observação, como: verificar o padrão de memorização, ou a diferença na lateralidade dos membros, dentre outras possíveis características comportamentais. MÉTODOS DE AVALIAÇÕES PSICOMOTORAS, E SUAS APLICABILIDADES Atividades Dirigidas - após os momentos anteriores, elucidar sobre quais seriam as práticas a serem desenvolvidas futuramente de maneira específica, possibilitando, assim, uma avaliação mais minuciosa de alguma característica, como: métodos de avaliação que analisam de maneira isolada o uso do tônus de fundo ou, especificamente, uma avaliação do equilíbrio dinâmico. Realização de técnicas de avaliação, exploração e oportunidade de prática de uma gama de elementos essenciais para o desenvolvimento psicomotor Tônus Muscular Motricidade global (equilíbrio dinâmico e estático; Esquema e noção corporal; Controle inibitório e autorregulação motora; Autopercepção da competência pessoal; Aceitação social. PROCESSOS DO USO DA TERAPIA DE INTEGRAÇÃO SENSORIAL Para adquirir conhecimento corporal, é necessário escolher entre integrar, ou ignorar uma ação. Tal tarefa pode ser divida em três componentes, geralmente acionados sequencialmente, são eles: alerta, seletividade e processamento. Ao receber um determinado estímulo, o corpo é alertado sobre uma ocorrência, passa a selecionar a melhor resposta e, então, a processa. Essas atividades envolvem o uso de uma postura, ou orientação, do exterior (ambiente), de modo que seja possível focar em aspectos que são prioritários, visando sua exclusiva ação para se alcançar uma resposta adaptativa ou motora adequada. LUDICIDADE E EXPRESSÃO CORPORAL COMO FERRAMENTAS PARA UMA INTERVENÇÃO DE SUCESSO A realização de jogos e brincadeiras envolve muito mais do que simples ações de imitação, movimentos de luta, jogos de construção, movimentos ritmados ou um padrão de regras. O caráter lúdico presente nessas tarefas proporciona o trabalho das frustrações, estimula o reconhecimento das capacidades emocionais, e promove a interação social. Durante uma atividade lúdica, é possível dar ênfase na consciencialização do momento, vivenciando uma determinada ação, livre de barreiras psicológicas. Usar jogos torna a atividade lúdica e inclusiva, promovendo a autoexploração do movimento e melhorando a estrutura tônico-motora e a percepção motora, coordenando movimentos com base na intenção da atividade. TDAH - TEA – INTEGRAÇÃO PSICOMOTORA E IS Características de Transtorno de Modulação Sensorial são frequentes em indivíduos com TEA e TDAH. A IS envolve a organização das sensações e estímulos do ambiente para nosso uso diário. Nosso cérebro constantemente fornece informações do nosso corpo e respostas a estímulos do ambiente. Quando essas informações são organizadas, podemos perceber, agir e aprender eficazmente. No entanto, se estiverem desorganizadas, podemos enfrentar dificuldades na percepção e organização das nossas sensações. Imagine-se em uma situação em que você precisa descascar e comer uma laranja. Nesse momento, você utiliza suas mãos para sentir a fruta, identifica o cheiro característico por meio do olfato, vê o formato da laranja com seus olhos e, por fim, sente o gosto da fruta na sua boca. Todas essas sensações combinadas proporcionam a experiência de comer uma laranja. É por meio de experiências semelhantes e feedback adequado que desenvolvemos a Integração Sensorial. PRA SABER... A literatura atribui que 45% a 96% das crianças diagnosticadas com TEA demonstram características sensoriais atípicas (SCHAAF et al., 2014), sendo tais alterações apresentadas em mais de um sistema sensorial. TDAH é caracterizado como um transtorno neurodesenvolvimental, que possui a presença de desatenção, agitação e/ou impulsividade. Cada caso possui uma especificidade. Ambos necessitam de acompanhamento profissional. Transtorno do Processamento Sensorial (TPS) ocorre exatamente porque o cérebro não foi capaz de analisar e organizar as informações recebidas de maneira adequada. Da teoria à prática terapêutica: a integração sensorial frente aos Transtornos Neurobiológicos image1.jpeg image2.jpeg image3.jpeg image4.jpeg image5.jpeg image6.jpeg image7.jpeg image8.png image9.jpeg image10.jpeg image11.jpeg image12.jpeg image13.jpeg image14.jpeg image15.jpeg image16.jpeg image17.jpeg image18.jpeg image19.jpeg image20.jpeg image21.jpeg image22.jpeg image23.jpeg image24.jpeg image25.jpeg image26.jpeg image27.jpeg image28.jpeg image29.jpeg image30.jpeg image31.jpeg image32.jpeg image33.jpeg image34.jpeg image35.jpeg image36.jpeg image37.jpeg image38.jpeg image39.jpeg image40.jpeg image41.jpeg image42.jpeg image43.jpeg image44.jpeg image45.jpeg image46.jpeg image47.jpeg image48.jpeg image49.jpeg image50.jpeg image51.jpeg image52.jpeg image53.jpeg image54.jpeg image55.jpeg image56.jpeg image57.jpeg image58.jpeg image59.jpeg image60.jpeg image61.jpeg image62.jpeg image63.jpeg image64.jpeg image65.jpeg image66.jpeg image67.jpeg image68.jpeg image69.jpeg image70.jpeg image71.jpeg image72.jpeg image73.jpeg image74.jpeg image75.jpeg image76.jpeg image77.jpeg image78.jpeg image79.jpeg image80.jpeg image81.jpeg image82.png image83.jpeg image84.jpeg image85.jpeg image86.jpeg image87.jpeg image88.jpeg image89.jpeg image90.jpeg image91.jpeg image92.jpeg image93.jpeg image94.jpeg image95.jpeg image96.jpeg image97.jpeg image98.jpeg image99.jpeg image100.jpeg image101.jpeg image102.jpegimage103.jpeg image104.jpeg image105.jpeg image106.jpeg image107.jpeg image108.jpeg image109.jpeg image110.jpeg image111.jpeg image112.jpeg image113.jpeg image114.jpeg image115.jpeg image116.jpeg image117.jpeg image118.jpeg image119.jpeg image120.jpeg image121.jpeg image122.jpeg image123.jpeg image124.jpeg image125.png image126.jpeg image127.jpeg image128.jpeg image129.jpeg image130.jpeg image131.png image132.png image133.png image134.jpeg image135.jpeg image136.jpeg image137.png image138.jpeg image139.jpeg image140.jpeg image141.jpeg image142.jpeg image143.jpeg image144.jpeg image145.jpeg image146.jpeg image147.jpeg image148.jpeg image149.jpeg image150.jpeg image151.jpeg image152.jpeg image153.jpeg image154.jpeg image155.jpeg image156.jpeg image157.jpeg image158.jpeg image159.jpeg image160.jpeg image161.jpeg image162.jpeg image163.jpeg image164.jpeg image165.jpeg image166.jpeg image167.jpeg image168.jpeg image169.jpeg image170.jpegimagem corporal. Esse componente desempenha um papel crucial no desenvolvimento da autonomia e da independência, permitindo que o indivíduo se mova com destreza e explore o mundo ao seu redor. RELAÇÃO ENTRE EMOÇÃO E MOVIMENTO Uma das características mais marcantes na Psicomotricidade é a relação intrínseca entre emoção e movimento. As emoções influenciam a forma como nos movemos, e o movimento, por sua vez, pode afetar nossas emoções. A alegria pode ser expressa a partir de movimentos fluidos e expansivos, enquanto a tristeza pode se manifestar em movimentos mais lentos e retraídos. Ao integrar o componente psicológico com os demais componentes da Psicomotricidade, a abordagem se torna uma ferramenta poderosa para promover o desenvolvimento global do indivíduo, favorecendo a compreensão de si mesmo e a construção de relações interpessoais mais saudáveis e significativas. Assim, para o Terapeuta Ocupacional, possuir a capacidade de utilizar as ferramentas que a Psicomotriciade oferece pode ser um diferencial para estimular o desenvolvimento emocional e afetivo do indivíduo, o que deverá proporcionar uma base sólida para o crescimento pessoal e social. COORDENAÇÃO MOTORA FINA E GROSSA A coordenação motora é a capacidade do sistema nervoso de controlar os movimentos do corpo de forma precisa e harmoniosa. A coordenação motora fina refere-se aos movimentos delicados e precisos realizados pelas mãos e dedos, permitindo a manipulação de objetos, a escrita, o desenho e atividades que requerem destreza manual. A coordenação motora grossa está relacionada aos movimentos amplos e envolvem grupos musculares maiores, como os utilizados na locomoção, corrida, saltos e atividades esportivas. Essa habilidade é fundamental para a exploração do ambiente, a prática de esportes e para o desenvolvimento da consciência corporal Ela é desenvolvida progressivamente desde a infância, à medida que a criança realiza atividades como encaixar peças de brinquedos, recortar papel, amarrar os sapatos, entre outras. EQUILÍBRIO E TONICIDADE MUSCULAR O equilíbrio é um aspecto essencial do componente motor, que permite ao indivíduo manter a estabilidade postural e realizar movimentos coordenados sem perder o controle sobre o corpo. O equilíbrio é fundamental para a realização de atividades do cotidiano, como caminhar, subir escadas, andar de bicicleta, e também é crucial para o desempenho em atividades esportivas e recreativas. A tonicidade muscular, por sua vez, refere-se ao grau de tensão presente nos músculos em repouso. Ela influencia a postura corporal e a capacidade de realizar movimentos fluidos e coordenados. Dificuldades na tonicidade muscular podem levar a problemas de postura e coordenação, afetando o desempenho motor do indivíduo. ESQUEMA CORPORAL E IMAGEM CORPORAL O esquema corporal é a representação mental que cada indivíduo tem de seu próprio corpo, incluindo suas partes, dimensões e possibilidades de movimento. Ele é construído ao longo do desenvolvimento e é fundamental para a organização espacial e a percepção do corpo em relação ao espaço e ao ambiente ao seu redor. A imagem corporal é a representação subjetiva que o indivíduo tem de seu próprio corpo, incluindo a autoimagem e a autoestima. Este quesito do desenvolvimento psicomotor é influenciado por fatores emocionais, sociais e culturais, e pode ser afetado por experiências negativas relacionadas à aparência física ou à dificuldades motoras. Por meio de jogos, atividades expressivas e exercícios corporais, a Psicomotricidade busca fortalecer a conexão entre o indivíduo e seu corpo, favorecendo o desenvolvimento motor, emocional e cognitivo de forma integrada COMPONENTE RELACIONAL O componente relacional na Psicomotricidade aborda a dimensão social e a importância das interações interpessoais na construção da identidade e do desenvolvimento humano. Esse componente compreende a interação social, as habilidades sociais, a expressão não-verbal e a comunicação corporal, além da mediação do corpo nas relações interpessoais. A interação social refere-se à capacidade do indivíduo de estabelecer vínculos e se relacionar com outras pessoas de forma saudável e harmoniosa. Com as interações sociais, o ser humano aprende a compartilhar experiências, desenvolve empatia, compreende o ponto de vista do outro e constrói a noção de si mesmo em relação ao grupo social. As habilidades sociais são um aspecto importante desse componente, englobando um conjunto de comportamentos e competências que permitem ao indivíduo interagir de forma positiva com os outros. Essas habilidades incluem a capacidade de ouvir ativamente, expressar-se de forma clara e assertiva, resolver conflitos de maneira construtiva, saber lidar com críticas e elogios, entre outras. EXPRESSÃO NÃO-VERBAL E COMUNICAÇÃO CORPORAL A expressão não-verbal e a comunicação corporal são formas de linguagem que transcendem as palavras e revelam muito sobre as emoções, intenções e estados de ânimo do indivíduo. Assim, no movimento da postura, do olhar e da expressão facial, o corpo comunica mensagens que complementam ou substituem as palavras faladas. A Psicomotricidade valoriza a comunicação não-verbal como uma forma autêntica de expressão emocional, permitindo ao indivíduo manifestar suas emoções de maneira genuína e sem restrições. Desse modo, ao se envolver com atividades expressivas, como a dança e o teatro, a pessoa é encorajada a explorar diferentes formas de expressão corporal, enriquecendo sua capacidade de se comunicar e se relacionar com os outros. MEDIAÇÃO DO CORPO NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS A mediação do corpo nas relações interpessoais refere-se à forma como o movimento e a expressão corporal influenciam a qualidade e a profundidade das interações sociais. Por exemplo, o contato físico, como um abraço ou um aperto de mão, pode transmitir afeto, acolhimento e solidariedade. Da mesma forma, a linguagem corporal, como o contato visual e a postura, pode expressar confiança, respeito e empatia. Ao desenvolver o componente relacional contribui-se para que o indivíduo estabeleça relações saudáveis e significativas com os outros, fortalecendo seus vínculos afetivos e desenvolvendo habilidades sociais que são essenciais para a adaptação e o bem-estar emocional em diversos contextos sociais. As intervenções terapêuticas promovem a conscientização das emoções e sensações corporais, permitindo que o indivíduo explore suas interações sociais de maneira mais significativa e profunda. DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR O desenvolvimento psicomotor é um processo contínuo que envolve a aquisição e a aprimoração das habilidades motoras, emocionais e cognitivas ao longo das diferentes fases da vida. Esse desenvolvimento é particularmente significativo na infância, período em que ocorrem transformações rápidas e essenciais para a formação da base psicomotora do indivíduo. Nessa fase, o brincar desempenha um papel fundamental na aquisição de habilidades motoras e sociais, e a integração sensorial é crucial para o processamento adequado de estímulos e adaptação ao meio. A infância é um período crítico para o desenvolvimento psicomotor, sendo caracterizada por rápidas mudanças físicas, emocionais e sociais. Durante os primeiros anos de vida, o cérebro está em pleno desenvolvimento, estabelecendo conexões neurais essenciais para a aquisição de habilidades motoras e cognitivas 19 FASES DE DESENVOLVIMENTO MOTOR DE PIAGET Fase Sensório-Motora (0-2 anos): Desenvolvimento de habilidades motoras básicas, como agarrar e manipular objetos. Coordenação de ações sensoriais e motoras. Fase Pré-Operacional (2-7 anos): Continuação do desenvolvimento motor com maior precisão. Uso da linguagem e pensamento simbólico. Papel importante da imaginação. FASES DE DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL DE FREUD Fase Oral (0-1 ano): – Satisfação das necessidades alimentares e de sucção. Fase Anal (1-3 anos): Controle dos esfíncteres e eliminação de resíduos. Desenvolvimento do controle dos músculos do esfíncter.Fase das Operações Concretas (7-11 anos): Habilidades motoras se tornam mais precisas. Capacidade de realizar operações mentais lógicas e concretas. Fase das Operações Formais (11 anos em diante): Habilidades motoras bem desenvolvidas. Capacidade de pensar de forma abstrata e lógica. Fase Fálica (3-6 anos): Foco nos órgãos genitais. Desenvolvimento motor não é o foco principal, mas surgem interesses nas diferenças de gênero. A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR PARA A AQUISIÇÃO DE HABILIDADES MOTORAS E SOCIAIS O brincar é uma atividade natural e espontânea na infância, mas sua importância vai além do entretenimento. Na psicomotricidade é valorizado como forma privilegiada de aprendizado e desenvolvimento da criança. Por meio das brincadeiras, a criança explora o ambiente, testa seus limites físicos, adquire coordenação motora, desenvolve a criatividade e a imaginação. Desempenha um papel crucial na construção das habilidades sociais, uma vez que as interações com outras crianças, durante o jogo, proporcionam oportunidades para a aprendizagem de regras, o compartilhamento, a cooperação e a resolução de conflitos. INTEGRAÇÃO SENSORIAL NA INFÂNCIA A integração sensorial é um processo neurológico que permite ao cérebro organizar e interpretar as informações sensoriais recebidas do ambiente. Na infância, o sistema sensorial está em pleno desenvolvimento, e a integração adequada das informações sensoriais é essencial para a adaptação ao meio e para a realização de atividades cotidianas. Algumas crianças podem apresentar dificuldades na integração sensorial, manifestando comportamentos como hiperatividade, impulsividade, sensibilidade a estímulos sensoriais ou dificuldades de atenção A intervenção do Profissional de Terapia Ocupacional com base em conhecimentos e ferramentas psicomotoras, pode auxiliar nesses casos, proporcionando estímulos sensoriais adequados e atividades que estimulem o processamento sensorial de forma organizada. PSICOMOTRICIDADE NA ADOLESCÊNCIA Durante a adolescência, ocorrem transformações significativas no desenvolvimento psicomotor. O crescimento acelerado provoca mudanças nas proporções corporais e no equilíbrio postural, exigindo que os jovens se adaptem a um novo corpo em constante evolução. Nessa fase, a coordenação motora fina e grossa é aprimorada ao se praticar atividades esportivas, artísticas e recreativas. Além disso, o desenvolvimento cognitivo e emocional influencia diretamente a forma como os jovens se relacionam com o corpo e com o ambiente, impactando sua expressão corporal e suas habilidades sociais. DESAFIOS EMOCIONAIS E SOCIAIS NESSA FASE DE TRANSIÇÃO Os jovens enfrentam desafios emocionais e sociais, como a necessidade de se afirmar perante o grupo, a lidar com as mudanças corporais e hormonais, e a enfrentar questões relacionadas à autoimagem e autoestima. A pressão social, a busca por aceitação e o confronto com regras e valores sociais podem gerar conflitos internos e externos. Nesse contexto, a Psicomotricidade atua como uma ferramenta de apoio, oferecendo um espaço seguro para a expressão emocional, a reflexão sobre as vivências corporais e a resolução de conflitos interpessoais. IMPACTO DA PSICOMOTRICIDADE NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE ADOLESCENTE A formação da identidade é um dos principais objetivos da adolescência, e a Psicomotricidade pode desempenhar um papel relevante nesse processo. Por meio das atividades psicomotoras, os jovens são convidados a explorar o próprio corpo, suas capacidades e limites, permitindo uma maior consciência corporal e emocional. Adicionalmente, a expressão corporal e a comunicação não-verbal, permite aos adolescentes se expressarem de forma autêntica, desenvolvendo sua autoconfiança e a capacidade de se relacionarem uns com os outros de maneira saudável. A Psicomotricidade também promove a reflexão sobre a imagem corporal e a autoimagem, contribuindo para a construção de uma identidade positiva e equilibrada. Ao proporcionar um ambiente acolhedor e desafiador, a Psicomotricidade oferece aos adolescentes a oportunidade de explorar suas emoções, sentimentos e habilidades, permitindo um maior autoconhecimento e favorecendo o desenvolvimento de uma identidade mais sólida e consistente. 25 VIDA ADULTA É uma fase de estabilidade e maturidade, em que as habilidades psicomotoras adquiridas ao longo da infância e adolescência são fundamentais para a adaptação às demandas pessoais e profissionais. Nessa etapa da vida, a Psicomotricidade desempenha um papel relevante ao contribuir para a manutenção das habilidades psicomotoras, o bem-estar psicofísico na vida profissional e pessoal, bem como para a promoção da saúde mental na vida adulta. As habilidades psicomotoras adquiridas durante a infância e a adolescência são fundamentais para a vida adulta, pois permitem que o indivíduo realize suas atividades diárias com autonomia e eficiência. A coordenação motora, o equilíbrio e a percepção corporal são habilidades que influenciam diretamente a qualidade de vida do adulto, seja nas atividades profissionais, nas tarefas domésticas ou no lazer. PSICOMOTRICIDADE E BEM-ESTAR PSICOFÍSICO NA VIDA PROFISSIONAL E PESSOAL Na vida adulta, o equilíbrio entre as demandas profissionais e pessoais pode ser desafiador. A pressão do ambiente de trabalho, as responsabilidades familiares e os compromissos sociais podem gerar estresse e tensão no corpo e na mente. Nesse contexto, a Psicomotricidade pode ser uma aliada na promoção do bem-estar psicofísico. Ainda, as técnicas de relaxamento, exercícios de respiração, alongamentos e atividades corporais, proporcionam um espaço de alívio do estresse e do cansaço acumulado, permitindo ao indivíduo recuperar o equilíbrio emocional e a vitalidade. CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE PARA A SAÚDE MENTAL NA VIDA ADULTA A saúde mental é um aspecto crucial para a qualidade de vida. A abordagem psicomotora, possibilita trabalhar questões emocionais e cognitivas que impactam direta Por meio da Psicomotricidade, o adulto é convidado a se conectar consigo mesmo, a desenvolver a autoestima e a confiança em suas habilidades, bem como a fortalecer os vínculos sociais e afetivos. Ao promover o bem-estar psicofísico e a saúde mental na vida adulta, a Psicomotricidade contribui para que o indivíduo viva de forma mais plena e equilibrada, favorecendo sua qualidade de vida e sua capacidade de lidar com os desafios da vida cotidiana mente na saúde mental do indivíduo. AVALIAÇÃO PSICOMOTORA É um processo fundamental na Psicomotricidade, pois permite ao profissional compreender o funcionamento psicomotor do indivíduo, identificar possíveis dificuldades e necessidades específicas, além de planejar intervenções terapêuticas adequadas. Essa avaliação é realizada por meio de instrumentos e métodos específicos, sendo a observação e o registro de comportamentos motores essenciais para a análise e interpretação dos resultados obtidos Os testes psicomotores são ferramentas padronizadas que permitem avaliar aspectos específicos do desenvolvimento psicomotor, como a coordenação motora, o equilíbrio, a lateralidade e a organização espacial. Já as escalas de desenvolvimento motor são utilizadas para verificar o progresso nas habilidades motoras ao longo do tempo. Além disso, a observação direta é uma técnica fundamental na avaliação psicomotora, pois permite ao profissional observar o comportamento do indivíduo em diferentes situações e contextos. Assim, por meio da observação, é possível identificar possíveis dificuldades, habilidades e preferências motoras do indivíduo. O registro dessas observações é fundamental para garantir a precisão e a confiabilidade dos resultados da avaliação. Já com o registro, o profissional pode documentar as habilidades e dificuldades do indivíduo, além de acompanhar a evolução ao longo do tempo OBSERVAÇÃO DIRETA É uma técnica fundamental na avaliação psicomotora; Profissional observar o comportamento do indivíduo em diferentes situações e contextos. É possivelidentificar possíveis dificuldades, habilidades e preferências motoras do indivíduo Identificar aspectos como o equilíbrio, a coordenação motora, a qualidade dos movimentos, a postura e a expressão corporal. Testes psicomotores São ferramentas padronizadas; Avaliar aspectos específicos do desenvolvimento psicomotor, como: Coordenação motora, o equilíbrio, a lateralidade e a organização espacial ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO PSICOMOTORA Após a coleta de dados resultantes das avaliações dos instrumentos e métodos de avaliação, o próximo passo é a análise e interpretação dos resultados obtidos. Nessa etapa, o profissional deve analisar os dados de forma integrada, considerando os aspectos psicológicos, motores e sociais do indivíduo. A interpretação dos resultados permite ao profissional compreender as necessidades específicas do indivíduo e identificar possíveis dificuldades psicomotoras que podem estar afetando seu desenvolvimento e seu bem-estar. Com base na análise e interpretação dos resultados, o profissional de Terapia Ocupacional pode elaborar um plano de intervenção utilizando estratégias psicomotoras individualizadas, com objetivos e metas específicas para auxiliar o indivíduo a desenvolver suas habilidades motoras, emocionais e cognitivas de forma mais equilibrada e eficaz. INTERVENÇÃO PSICOMOTORA Visa promover o desenvolvimento e a integração do indivíduo por meio do corpo e do movimento. Utiliza estratégias terapêuticas e atividades lúdicas para alcançar os objetivos e metas estabelecidos para cada indivíduo. Para alcançar esses objetivos, são estabelecidas metas específicas para cada indivíduo, levando em consideração suas necessidades, capacidades e potencialidades. As metas podem variar de acordo com a faixa etária, as dificuldades apresentadas e os contextos em que o indivíduo está inserido, como a escola, a família e o ambiente de trabalho. Os principais objetivos da intervenção psicomotora incluem estimular e desenvolver as habilidades motoras, como coordenação, equilíbrio, lateralidade e esquema corporal; promover a expressão emocional e a comunicação não-verbal; desenvolver a consciência corporal e a autoimagem; favorecer a interação social e o desenvolvimento das habilidades sociais; auxiliar na resolução de dificuldades emocionais, comportamentais ou cognitivas e contribuir para o bem-estar psicofísico e para a saúde mental do indivíduo INTERVENÇÃO PSICOMOTORA E A O TERAPIA OCUPACIONAL A intervenção psicomotora é uma abordagem terapêutica que visa promover o desenvolvimento e a integração do indivíduo por meio do corpo e do movimento. Essa intervenção se baseia nos conhecimentos da Psicomotricidade e utiliza estratégias terapêuticas e atividades lúdicas para alcançar os objetivos e metas estabelecidos para cada indivíduo. Além disso, existem diferentes abordagens terapêuticas específicas que podem ser aplicadas na intervenção psicomotora, como a abordagem Bobath, a abordagem Ayres e a abordagem Le boulch. MÉTODO BOBATH A abordagem Neuroevolutiva de Bobath foi desenvolvida por Berta e Karel Bobath. Essa abordagem se baseia na reabilitação neuromotora e é amplamente utilizada no tratamento de distúrbios neurológicos, como paralisia cerebral. Enfatiza a normalização do tônus muscular, o alinhamento postural e a estimulação dos padrões de movimento normais. MÉTODO AYRES Criada por Jean Ayres. Tratamento de distúrbios de integração sensorial. Estimular e aperfeiçoar a capacidade do indivíduo de processar e integrar as informações sensoriais do ambiente. MÉTODO BOULCH André Lapierre e Julia Le Boulch desenvolveram a abordagem de Boulch. Relação entre o corpo e a psique, considerando que o movimento e a expressão corporal são manifestações da personalidade do indivíduo. Atividades lúdicas e expressivas: Visa desenvolver a criatividade, a expressão emocional e a autoestima do indivíduo PSICOMOTRICIDADE E APRENDIZAGEM Desempenha um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo, emocional e social; Influenciando diretamente o desempenho escolar e o desenvolvimento acadêmico e socioemocional. Interação entre psicomotricidade e processos cognitivos O movimento corporal está diretamente ligado ao funcionamento cognitivo, pois ao se realizar as ações motoras, o indivíduo explora o mundo, aprende e se desenvolve. Sobre esse ponto, as atividades psicomotoras permitem ao indivíduo desenvolver habilidades perceptivas, como a atenção, a percepção espacial e a discriminação visual e tátil. Além disso, o movimento também contribui para o desenvolvimento das funções executivas, como o planejamento, a organização e a tomada de decisões. Favorece a integração dos hemisférios cerebrais, possibilitando uma comunicação mais eficaz entre as áreas responsáveis pelo pensamento lógico e abstrato e as áreas responsáveis pela criatividade e pela expressão emocional. IMPACTO DAS DIFICULDADES PSICOMOTORAS NO DESEMPENHO ESCOLAR Dificuldades na coordenação motora fina, por exemplo, podem afetar a habilidade de escrever, desenhar e realizar atividades que exijam precisão e destreza manual. Dificuldades no equilíbrio podem interferir na postura e no posicionamento adequado durante as atividades escolares. A falta de consciência corporal e de imagem corporal pode influenciar negativamente a organização espaço-temporal do indivíduo, afetando sua capacidade de se orientar no ambiente escolar e de seguir instruções durante as atividades de sala de aula. As dificuldades psicomotoras também podem afetar a autoestima e a motivação do indivíduo em relação ao ambiente escolar, podendo levar a quadros de ansiedade e desinteresse pelas atividades acadêmicas . CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO ACADÊMICO E SOCIOEMOCIONAL Por meio das atividades psicomotoras, o indivíduo desenvolve habilidades essenciais para o aprendizado, como concentração, memória, organização e a linguagem. As atividades lúdicas e expressivas da Psicomotricidade proporcionam um espaço de liberdade e criatividade, favorecendo a expressão emocional e a comunicação não-verbal Essa expressão emocional é fundamental para o desenvolvimento socioemocional do indivíduo, permitindo que ele reconheça e compreenda suas emoções, bem como as emoções dos outros. contribui para o desenvolvimento das habilidades sociais e da interação social, favorecendo a construção de relacionamentos saudáveis e o convívio harmonioso em grupo. Além disso, a Psicomotricidade oferece suporte para o desenvolvimento da autoestima e da autoconfiança, ajudando o indivíduo a lidar com desafios e superar. Ao integrar corpo e mente, a Psicomotricidade promove o desenvolvimento global do indivíduo, proporcionando-lhe recursos e habilidades que são fundamentais para o sucesso acadêmico e para o bem-estar socioemocional ao longo da vida APLICAÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE EM DIFERENTES CONTEXTOS Na educação, a Psicomotricidade pode ser utilizada para promover o desenvolvimento psicomotor, auxiliando no aprendizado e na socialização. Por exemplo, nas atividades lúdicas e corporais, a Psicomotricidade pode ajudar as crianças a desenvolverem a coordenação motora, o equilíbrio, a lateralidade, a praxia, a atenção, a memória, a linguagem, a criatividade e a afetividade. No contexto escolar a aplicação de estratégias baseadas nas abordagens psicomotoras amplamente reconhecidas como uma forma de estimular o desenvolvimento global das crianças e adolescentes. Nas escolas, a Psicomotricidade é utilizada para promover o desenvolvimento motor, emocional e social dos alunos, estimulando habilidades como a coordenação motora, a organização espacial, a atenção e a concentração. Além disso, a Psicomotricidade nas escolas favorece a expressão emocional e a comunicação não-verbal, auxiliando na identificação e no manejo das emoções, bem como na resolução de conflitos interpessoais. Dessa maneira, ao se utilizar o lúdico, é permitido à Psicomotricidade promover a criatividade, a imaginação e o autoconhecimentodos alunos SAÚDE E REABILITAÇÃO As estratégias psicomotoras podem ser aplicadas para auxiliar na recuperação e no tratamento de distúrbios neuromotores, transtornos do desenvolvimento, deficiências físicas e condições de saúde diversas. Por meio de atividades terapêuticas específicas, a Psicomotricidade visa estimular a reorganização e a plasticidade cerebral, favorecendo a recuperação de funções motoras e cognitivas comprometidas por lesões ou disfunções neurológicas. Além disso, a Psicomotricidade é frequentemente utilizada em programas de reabilitação física, buscando promover a independência e a autonomia do indivíduo em suas atividades cotidianas. CONTEXTO CLÍNICO E TERAPÊUTICO APLICADO À TERAPIA OCUPACIONAL No contexto clínico e terapêutico da atuação do Profissional de Terapia Ocupacional, a Psicomotricidade é aplicada para auxiliar no tratamento de dificuldades emocionais, comportamentais e cognitivas. O profissional de Psicomotricidade trabalha de forma integrada com outros profissionais da saúde, como psicólogos e terapeutas ocupacionais, visando oferecer uma abordagem holística e complementar. A Psicomotricidade oferece recursos terapêuticos que auxiliam o indivíduo a EXPRESSAR suas emoções, compreender seus padrões comportamentais e promover mudanças positivas em sua vida. DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA A PESQUISA E PRÁTICA DENTRO DO CAMPO DA TERAPIA OCUPACIONAL Na pesquisa clínica, os terapeutas ocupacionais têm a oportunidade de avaliar a eficácia das intervenções terapêuticas em condições de saúde específicas. Eles coletam dados detalhados e realizam análises estatísticas rigorosas. Esses estudos clínicos são essenciais para melhorar as práticas clínicas, garantindo que os tratamentos sejam baseados em evidências sólidas. Além disso, os terapeutas ocupacionais podem mergulhar na pesquisa em desenvolvimento de intervenções. Nesse campo, eles desempenham um papel fundamental na criação e no teste de novas abordagens terapêuticas, técnicas e estratégias de intervenção. O objetivo é aprimorar a eficácia dos tratamentos, o que requer pesquisa em design de programas terapêuticos e avaliação minuciosa de sua eficácia. Os terapeutas ocupacionais se concentram em identificar as necessidades específicas das populações atendidas, permitindo a criação de programas personalizados que atendam a essas necessidades de maneira eficaz. ATUAÇÃO NA PRÁTICA Na prática, os terapeutas ocupacionais desempenham um papel crucial na avaliação de clientes. Eles conduzem avaliações abrangentes, levando em consideração as necessidades, habilidades e objetivos de vida dos clientes. Com base nessas avaliações, os terapeutas ocupacionais desenvolvem planos de intervenção individualizados. A reabilitação física é uma área onde os terapeutas ocupacionais são essenciais. Em hospitais, clínicas e centros de reabilitação, eles trabalham com pacientes para recuperar habilidades físicas e cognitivas após lesões ou doenças. Essa prática é essencial para ajudar os indivíduos a retomar suas vidas após eventos de saúde adversos. AVDs e AIVDs fornecem treinamento em habilidades diárias, ajudando os clientes a aprimorar tarefas como alimentação, vestimenta, higiene pessoal e gerenciamento de medicamentos. Essas habilidades são essenciais para a independência e qualidade de vida dos indivíduos. Em casos de problemas de saúde mental, os terapeutas ocupacionais desempenham um papel crucial ao ajudar os indivíduos a desenvolver estratégias de enfrentamento, habilidades sociais e funcionais. Isso é vital para a recuperação e o bem-estar emocional. DESAFIOS Diagnóstico preciso e intervenção adequada: identificar e diagnosticar problemas psicomotores, de maneira precisa, poderá ser um desafio, uma vez que os sintomas podem variar e se manifestar de maneiras sutis Abordagem holística: abordar a interação entre os aspectos psicológicos e motores de maneira holística pode ser desafiador, pois requer uma compreensão profunda das complexas conexões entre esses aspectos e como eles afetam o desenvolvimento global de uma pessoa. Integração de abordagens multidisciplinares: a Psicomotricidade é uma área interdisciplinar que muitas vezes envolve a colaboração de profissionais de diferentes áreas, como psicologia, fisioterapia e educação. Coordenar e integrar as abordagens desses profissionais para fornecer um tratamento completo pode ser um desafio. Acesso a recursos e treinamento: em algumas regiões, pode haver falta de recursos adequados, treinamento e profissionais especializados em Psicomotricidade. Isso pode dificultar a implementação de intervenções eficazes e abrangentes. Educação e sensibilização: educar a sociedade sobre a importância da Psicomotricidade e sua relevância para o desenvolvimento global das pessoas pode ser um desafio. Muitas vezes, a Psicomotricidade é menos compreendida em comparação com outras disciplinas de saúde. DESAFIOS Abordagem individualizada: cada indivíduo é único, o que significa que as intervenções devem ser adaptadas às necessidades específicas de cada pessoa. Desenvolver planos de tratamento individualizados que levem em consideração a complexidade das características de cada indivíduo pode ser desafiador. Integração com contextos educacionais: a aplicação da Psicomotricidade em contextos educacionais pode enfrentar desafios relacionados à integração das intervenções dentro das estruturas curriculares e administrativas das escolas. Avaliação dos resultados: avaliar o progresso e os resultados das intervenções psicomotoras é um desafio, especialmente devido à natureza multifacetada dos aspectos psicológicos e motores envolvidos. Encontrar medidas objetivas para acompanhar o desenvolvimento pode ser complexo. Mudanças sociais e culturais: diferenças sociais e culturais podem influenciar a compreensão e aceitação da Psicomotricidade, afetando a forma como as intervenções são percebidas e implementadas em diferentes contextos. Pesquisa contínua: embora a Psicomotricidade seja uma área de estudo crescente, a pesquisa contínua é necessária para aprimorar as intervenções e abordagens, bem como para estabelecer evidências sólidas sobre a eficácia das práticas. PSICOMOTRICIDADE E TERAPIA OCUPACIONAL UNIDADE 2 PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL Compreender os Princípios Fundamentais da Psicomotricidade Relacional Aplicar Práticas de Consciência Corporal. Explorar casos de estudo e aplicações práticas em Psicomotricidade Relacional. Desenvolver Competências de Comunicação Interpessoal em ambientes clínicos Avaliar e adaptar intervenções em Psicomotricidade Relacional Promover a saúde mental e o bem-estar por meio da Psicomotricidade Relacional. Integrar a Psicomotricidade Relacional em ambientes educacionais. PENSE UM POUCO... Como a falta de consciência do corpo e das emoções pode impactar negativamente a saúde mental das pessoas? Quais são os desafios que os indivíduos enfrentam ao tentar se reconectar com seus corpos e emoções? Como a Psicomotricidade Relacional pode ser uma abordagem eficaz para melhorar o bem-estar emocional e o autoconhecimento? Qual a significação de tudo isso até agora? Pratiquem exercícios simples de Psicomotricidade, como exercícios de respiração e movimento, para desenvolver a consciência corporal. Tentem identificar como as emoções se manifestam nos seus próprios corpos, e experimentar a liberação de tensões por meio do movimento consciente. Além disso, podemos praticar habilidades sociais, como a escuta ativa nas suas interações diárias para fortalecer as conexões interpessoais. Como se sentiram ao se reconectar com seu corpo e emoções? Como a conscientização emocional pode impactar suas vidas e relacionamentos? Reflita sobre como a Psicomotricidade Relacional pode ser uma ferramenta valiosa na sua própria jornada em direção ao bem-estar. PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL É uma abordagem que busca entender e promover o desenvolvimento humano por meio da integração entre aspectos físicos e emocionais. Ela se baseia nos princípiosda Psicomotricidade, mas se destaca por enfocar as relações interpessoais e a importância das interações sociais no desenvolvimento psicomotor. Isso significa que as relações familiares, educacionais e terapêuticas desempenham um papel fundamental no desenvolvimento psicomotor saudável Ela desempenha um papel crucial no desenvolvimento humano, especialmente na infância, influenciando positivamente os desenvolvimentos cognitivo, emocional e social ao longo da vida. COMPONENTES DA PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL A conexão entre o corpo e a mente A Psicomotricidade Relacional se baseia na conexão intrínseca entre corpo e mente, reconhecendo que o corpo é um veículo de expressão emocional e social. Essa visão destaca a importância de compreender como nossas emoções e pensamentos se manifestam através do corpo, incluindo gestos, posturas e expressões faciais. Essa conexão entre corpo e mente é evidente na influência mútua entre o movimento e as emoções. A atividade física afeta nosso estado emocional, enquanto nossas emoções influenciam nosso comportamento motor. A Psicomotricidade Relacional oferece ferramentas práticas para ajudar as crianças a compreenderem e expressarem suas emoções por meio do movimento e da interação social. Além disso, na terapia para adultos, a Psicomotricidade Relacional proporciona uma maneira de explorar e abordar questões emocionais por meio da integração entre corpo e mente. DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES MOTORAS O desenvolvimento motor não é apenas adquirir habilidades físicas, mas também é fundamental para as relações interpessoais e o bem-estar emocional. Desde a infância, as crianças começam a desenvolver habilidades motoras, como mover os membros e a coordenação fina das mãos para atividades como desenhar e escrever. Isso inclui brincadeiras que envolvem correr, pular e compartilhar brinquedos, promovendo o desenvolvimento motor, a interação social e o desenvolvimento emocional. Além disso, a Psicomotricidade Relacional reconhece que as habilidades motoras desempenham um papel crucial na comunicação não verbal, em que gestos, posturas e expressões corporais transmitem mensagens emocionais e sociais. Isso permite uma interpretação eficaz das emoções dos outros. O desenvolvimento motor não se limita à infância, mas continua ao longo da vida, influenciado pelo envelhecimento, saúde e ambiente PSICOMOTRICIDADE NA INFÂNCIA Dentro do contexto da Psicomotricidade Relacional, o desenvolvimento psicomotor infantil desempenha um papel de destaque. Compreender como as habilidades motoras das crianças se desenvolvem é fundamental para promover não apenas seu crescimento físico, mas também seu bem-estar emocional e suas interações sociais. O desenvolvimento psicomotor infantil pode ser dividido em várias etapas, cada uma caracterizada por conquistas específicas. No início, os bebês desenvolvem habilidades motoras reflexas, como o reflexo de preensão. Com o tempo, eles começam a desenvolver habilidades voluntárias, como o controle da cabeça e a capacidade de rolar. Essas conquistas motoras estão intrinsecamente ligadas aos desenvolvimentos emocional e social. À medida que as crianças crescem, adquirem as capacidades de se sentar, engatinhar e, eventualmente, andar. Essas habilidades motoras, além de serem marcos físicos, também abrem novas possibilidades de interação com o ambiente e com os outros. Por meio do movimento, as crianças exploram, experimentam e aprendem sobre o mundo que as rodeia. A Psicomotricidade Relacional enfatiza que o desenvolvimento psicomotor infantil não é uma progressão linear e uniforme, mas sim um processo individualizado. PSICOMOTRICIDADE NA INFÂNCIA Cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, e os fatores emocionais desempenham um papel importante nesse processo. Além disso, o desenvolvimento psicomotor infantil está intrinsecamente ligado às relações interpessoais. As interações com pais, cuidadores e pares desempenham um papel fundamental na promoção As crianças que recebem os apoios emocional e social positivos são mais propensas a desenvolver um senso de confiança e autonomia em relação as suas habilidades motoras. Brincadeiras, carinho e comunicação emocional são formas essenciais de apoio ao desenvolvimento. Na educação, a Psicomotricidade Relacional é frequentemente integrada como uma ferramenta pedagógica para promover o desenvolvimento motor. Ela oferece atividades lúdicas que incentivam o movimento e a expressão corporal, proporcionando um ambiente rico para a aprendizagem e o desenvolvimento emocional. 54 PAPEL DOS PAIS E EDUCADORES A influência e o apoio desses adultos têm um impacto significativo no desenvolvimento das habilidades motoras, emocionais e sociais das crianças. O desenvolvimento psicomotor é um processo complexo e multifacetado que não ocorre isoladamente. Os pais desempenham um papel fundamental desde o nascimento, fornecendo um ambiente seguro e estimulante para o bebê A relação entre pais e filhos é uma fonte importante de apoio emocional. Quando os pais respondem de maneira sensível e afetuosa às necessidades emocionais dos seus filhos, isso contribui para um ambiente emocionalmente seguro e promove a confiança e a autoestima das crianças. Os educadores também desempenham um papel significativo no desenvolvimento psicomotor infantil. Em ambientes educacionais, independentemente da fase em que as pessoas estejam, os educadores podem criar oportunidades de aprendizado que estimulem os desenvolvimentos motor e emocional das crianças. PORTANTO... A compreensão das práticas pedagógicas que integram a Psicomotricidade Relacional se torna uma ferramenta valiosa para promover o desenvolvimento integral das crianças em ambientes educacionais. O terapeuta ocupacional que atua no contexto escolar tem um papel fundamental ao mediar professores e pais nesse espaço escolar. Desse modo, o papel dos pais e educadores é de importância central no contexto do desenvolvimento psicomotor infantil e da Psicomotricidade Relacional. A influência emocional, o ambiente estimulante e a colaboração entre esses adultos desempenham um papel fundamental no apoio ao desenvolvimento das habilidades motoras, emocionais e sociais das crianças. A comunicação aberta e eficaz entre esses dois grupos é vital para garantir que as crianças recebam um suporte consistente e integrado PAIS E EDUCADORES Criar um ambiente seguro; Estimulante; Explorarem suas habilidades motoras e emocionais; Beneficia o bem-estar; Base sólida para o crescimento saudável Os pais e educadores recebam orientação e treinamento em relação à Psicomotricidade Relacional PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL NA EDUCAÇÃO No centro dessa abordagem estão os papéis fundamentais desempenhados pelos pais e educadores, dentre outros profissionais, na promoção do desenvolvimento integral das crianças. Os pais continuam a ser uma influência crucial na vida das crianças mesmo quando elas ingressam na escola. O ambiente familiar desempenha um papel significativo nos desenvolvimentos emocional e social das crianças, como argumentado por Guedes et al. (2017). Quando os pais estão envolvidos na vida escolar dos seus filhos, isso cria uma conexão importante entre a escola e a casa, promovendo um ambiente de apoio e entendimento. Educadores desempenham um papel fundamental na implementação da Psicomotricidade Relacional na escola. Eles devem estar cientes das práticas pedagógicas que integram o movimento, a expressão corporal e a comunicação emocional, conforme discutido por Zuliani et al. (2015). Além disso, os educadores devem criar um ambiente seguro e estimulante que permita às crianças explorarem suas habilidades motoras e emocionais de maneira saudável. ABORDAGENS PEDAGÓGICAS Dentro do contexto da Psicomotricidade Relacional, as abordagens pedagógicas desempenham um papel crucial na promoção do desenvolvimento integral das crianças. O enfoque na conexão entre movimento, expressão corporal e comunicação emocional requer uma abordagem pedagógicaque vá além da simples transmissão de conhecimento. Abordagens pedagógicas contemporâneas, como a Pedagogia Waldorf, a Pedagogia Montessori e a Abordagem Reggio Emilia, compartilham elementos fundamentais com a Psicomotricidade Relacional. Todas essas abordagens enfatizam a importância do ambiente educacional, da autonomia das crianças e da aprendizagem por meio da exploração ativa e criativa. PEDAGOGIA WALDORF Desenvolvida pelo pensador austríaco Rudolf Steiner a partir de 1919. As escolas Waldorf, também chamadas de escolas steinerianas, estão presentes em mais de 60 países e são consideradas um dos maiores movimentos educacionais independentes do mundo. O movimento e a expressão corporal são valorizados como meios de aprendizado, e a conexão emocional com o conteúdo é enfatizada. PEDAGOGIA WALDORF O desenvolvimento dos seres humanos está organizado em setênios, que apresentam momentos claramente diferenciáveis em necessidades, interesses, habilidades do sujeito. No primeiro setênio (0 – 7 anos), predomina o desenvolvimento do corpo físico, instrumento de ação. No segundo setênio (7 – 14 anos), predomina o desenvolvimento anímico. O corpo físico se metamorfoseia em memória, imaginação, ritmo e busca por imagens que estimulem a imaginação e a fantasia. No terceiro setênio (14 – 21 anos), o jovem entra numa relação totalmente nova com o mundo. Ele vai ficando mais independente, visto que começa a nascer uma interrogação individual sobre tudo o que existe. As forças do sentir começam a coexistir com o desenvolvimento das forças do pensar lógico, analítico e sintético. As aulas em uma escola Waldorf não têm nada a ver com o método das escolas tradicionais. Nelas, as crianças têm aulas de crochê, tricô, euritimia, teatro, música, alemão e são alfabetizadas ao final do primeiro setênio, aos 7 anos de idade. Não existem salas com lousa e carteiras enfileiradas, aparelhos eletrônicos, computadores, cadernos pautados. As crianças não repetem de ano, pois o aprendizado respeita o ritmo delas. Não existe cantina vendendo produtos industrializados na escola. As comidas são de verdade e, muitas vezes, produzidas com o que há disponível na horta da escola. O espaço físico é pensado para favorecer o livre brincar e oferecer autonomia às crianças. PEDAGOGIA REGGIO EMÍLIA O método Reggio Emilia é uma abordagem educacional voltada para crianças na faixa etária de 0 a 6 anos, desenvolvida na cidade de Reggio Emilia, na Itália, após a Segunda Guerra Mundial(1946) Idealizado por Loris Malaguzzi, (pedagogo e professor) e pais da comunidade local,o método surgiu como uma resposta à necessidade de reconstruir a sociedade com base em valores democráticos e participativos. Diferentemente de metodologias tradicionais, a abordagem Reggio Emilia enfatiza a criança como protagonista de seu próprio aprendizado. Nesse método, a educação é vista como um processo colaborativo, em que crianças, educadores e pais atuam conjuntamente na construção do conhecimento. PEDAGOGIA REGGIO EMÍLIA Enfatiza a autonomia das crianças e fornece um ambiente rico em estímulos motores e sensoriais. A Abordagem Reggio Emilia valoriza a expressão artística e a comunicação emocional como formas de compreender o mundo. Educadores recebam formação e orientação adequadas sobre a integração da Psicomotricidade Relacional com abordagens pedagógicas. PRINCÍPIOS BÁSICOS A Criança como protagonista: São vistas como indivíduos competentes, curiosos e capazes de construir seu próprio conhecimento. Elas são encorajadas a explorar, questionar e expressar suas ideias livremente. 2. Aprendizado em relação: o aprendizado é entendido como um processo social, em que a interação com os pares, educadores e o ambiente é fundamental. As relações estabelecidas enriquecem a experiência educativa, promovendo a colaboração e o respeito mútuo. 3. - Ambiente como terceiro professor: o espaço físico das escolas Reggio Emilia é cuidadosamente planejado para estimular a curiosidade e a investigação. Salas amplas, áreas verdes e materiais diversos estão disponíveis para que as crianças possam explorar e criar. 4. Documentação pedagógica: as atividades e projetos desenvolvidos pelas crianças são constantemente documentados através de fotos, vídeos e registros escritos. Essa prática permite refletir sobre o processo de aprendizado e compartilhar as experiências com a comunidade escolar. 5..Colaboração com a comunidade: pais e membros da comunidade local são incentivados a participar ativamente do ambiente escolar, contribuindo com seus conhecimentos e perspectivas. Essa integração fortalece os laços comunitários e enriquece o processo educativo. 6. Flexibilidade curricular: não há um currículo rígido a ser seguido. Em vez disso, os projetos emergem dos interesses e curiosidades das crianças, permitindo que o aprendizado seja significativo e contextualizado. PEDAGOGIA MONTESSOURI Método Montessori faz parte das diversas metodologias de ensino que contradizem o principal sistema de ensino atual, o tradicional. Desenvolvido por Maria Tecla Artemisia Montessori (1870-1952), uma das primeiras mulheres italianas a formar-se em Medicina na Itália. Revolucionou a educação e o seu lema foi “educar para a vida”, defendeu a capacidade que as crianças têm em aprender e se desenvolver por meio do processo natural e espontâneo. Esse método propõe que a educação infantil deve ser libertadora, valorizando a criança como um ser pensante e criativo. Esta metodologia procura respeitar a individualidade e as necessidades de cada criança, partindo do princípio da liberdade com responsabilidade, compreensão e respeito. OS 6 PILARES DA PEDAGOGIA MONTESSOURI Ambiente organizado -De acordo com esta estratégia, o espaço em que a criança está deve incentivá-la física e psicologicamente. Para isso, deve ter materiais e DIDÁTICOS Assim, é essencial que o pequeno tenha os objetos ao seu alcance. Autoeducação - Ao observar o comportamento de crianças, a pedagoga concluiu que os mais novos têm uma habilidade inata e natural para aprender. Através do contacto com pessoas, aprendem sozinhas a andar, falar, comer, interagir… Educação como ciência -As aulas, segundo este método, assemelham-se a projetos científicos: os conteúdos não são transmitidos do professor para os alunos num processo vertical e mecânico, mas sim construídos por toda a turma em conjunto, com a liderança participativa do professor. Educação Cósmica - Os conhecimentos devem ser interligados e associados ao quotidiano da criança. Numa sala de aula montessoriana é explorado o universo, a Natureza e as leis que a regem, a história do planeta Terra, dos oceanos, dos continentes, da fauna e da flora. Não de uma forma teórica e abstrata, mas sim concreta, a partir dos elementos, ideias e pessoas que fazem parte do seu dia a dia. Adulto preparado De forma a não desperdiçar nenhuma oportunidade de desenvolvimento e para que a própria criança conheça as suas habilidades e dificuldades, o adulto deve fornecer o ambiente e a assistência necessários para que a criança realize tudo o que estiver ao seu alcance sozinha. Criança equilibrada Com um ambiente adequado e um adulto preparado, os mais novos serão capazes de se concentrar e respeitar a concentração do próximo, serão responsáveis e autónomos e terão autoestima e autocontrolo. CARACTÉRÍSTICAS DAS ESCOLAS Ateliês e ateliêstas: cada escola possui um ateliê, um espaço dedicado à experimentação artística e criativa. Nesses ambientes, as crianças têm acesso a uma variedade de materiais e ferramentas para expressar suas ideias. Os ateliêstas, profissionais especializados em artes dentro da abordagem Reggio Emilia, trabalham em parceria com os educadores para facilitar e inspirar as atividades criativas. Espaços interativos e flexíveis: o design das escolas é pensado para ser altamente interativo. Corredores amplos, áreas comuns e espaços abertos permitem que as crianças se movimentem livremente e colaborem em projetos conjuntos. A flexibilidadedo ambiente físico reflete a flexibilidade pedagógica da abordagem Reggio Emilia. Desenvolvimento comunitário profundo: as escolas de Reggio Emilia mantêm uma relação estreita com a comunidade local. Projetos frequentemente envolvem visitas a locais da comunidade, colaboração com artistas locais e participação ativa dos pais. Essa conexão fortalece o senso de pertencimento e contextualiza o aprendizado no mundo real. BENEFÍCIOS DA INTEGRAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE NO CURRÍCULO Essa abordagem pode enriquecer a experiência educacional e promover habilidades essenciais para a vida. PRINCIPAL VANTAGEM: Desenvolvimento motor; ATIVIDADES: Envolvem movimento, exploração ativa do ambiente, expressão corporal e a comunicação emocional. APRENDEM: Reconhecer e expressar suas emoções de forma saudável. Melhoria da concentração e da capacidade de aprendizado das crianças; Ajudar a liberar a energia excessiva; Reduzir o estresse; Criando um ótimo ambiente para aprendizado; Desenvolvimento cognitivo; Promove a inclusão e a diversidade. PSICOMOTRICIDADE - ESCOLA Quando aplicada de forma consistente, essa abordagem pode enriquecer a experiência educacional e promover habilidades essenciais para a vida. Uma das principais vantagens da integração da Psicomotricidade Relacional é o estímulo ao desenvolvimento motor das crianças. Santos, Silva e Fonseca (2017) observam que atividades psicomotoras promovem o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, melhorando a coordenação, o equilíbrio e a destreza. Isso não apenas contribui para a saúde física, mas também facilita a participação em atividades cotidianas. Outro benefício importante é a melhoria da concentração e da capacidade de aprendizado das crianças. Atividades que envolvem movimento e expressão corporal podem ajudar a liberar a energia excessiva e a reduzir o estresse, criando um ambiente mais propício para a aprendizagem. É importante ressaltar que a integração bem-sucedida da Psicomotricidade Relacional requer formação e apoio adequados para educadores. Eles precisam compreender os princípios dessa abordagem e como aplicá-la de maneira eficaz no currículo PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL NA TERAPIA Terapia psicomotora: métodos e aplicações A Terapia Psicomotora é uma disciplina interdisciplinar que se baseia nos princípios da Psicomotricidade e visa promover o desenvolvimento integral das pessoas, incluindo a integração do corpo e da mente. A aplicação da Terapia Psicomotora em contextos clínicos e educacionais têm demonstrado uma série de benefícios significativos para indivíduos de todas as idades. Uma das principais aplicações da Terapia Psicomotora é na área da reabilitação. Terapia Psicomotora tem sido eficaz na reabilitação de indivíduos com distúrbios motores, como paralisia cerebral, lesões cerebrais traumáticas e distúrbios neuromotores. Por intermédio de atividades motoras adaptadas, os terapeutas psicomotores podem ajudar os pacientes a melhorar a coordenação, o equilíbrio e a função motora. PSICOMOTRICIDADE E ESCOLA Na educação, a Terapia Psicomotora também desempenha um papel importante. Ela pode ser aplicada em escolas para ajudar crianças com dificuldades de aprendizagem, comportamentais ou emocionais. a Terapia Psicomotora na escola promove o desenvolvimento de habilidades motoras, sociais e emocionais, melhorando a capacidade das crianças de participar ativamente do processo de aprendizagem. Os métodos utilizados variam de acordo com os objetivos e as necessidades dos indivíduos. Atividades como jogos, exercícios de relaxamento, dança, e atividades expressivas são frequentemente incorporadas às sessões de terapia CASOS DE ESTUDO E EFEITOS TERAPÊUTICOS Estudo conduzido por Oliveira et al. (2019): Foi documentado o caso de um adolescente com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que participou de sessões de Terapia Psicomotora. Melhorias significativas na comunicação e interação social; ATIVIDADES QUE ESTIMULA-SE: Expressão corporal e a comunicação emocional. Silva et al. (2017), que descreveu o tratamento de uma criança com TDAH. Ajudou a desenvolver habilidades de autorregulação e concentração, reduzindo os sintomas de hiperatividade. Além disso, a criança relatou uma sensação de maior controle sobre seu corpo e emoções Um estudo de Souza et al. (2018) Adultos idosos que participaram de sessões de Terapia Psicomotora: Mostrou melhorias na mobilidade, equilíbrio e qualidade de vida. Manter ou recuperar sua independência funcional, contribuindo para um envelhecimento mais saudável. O papel do Terapeuta Ocupacional utilizando a técnica de terapia psicomotora O profissional utiliza uma variedade de técnicas terapêuticas durante as sessões, que podem incluir jogos, exercícios de movimento, atividades expressivas e relaxamento. Essas atividades são selecionadas com base nas metas terapêuticas e no perfil do paciente. A abordagem lúdica e criativa facilita a exploração das questões emocionais e o desenvolvimento de habilidades motoras e sociais. Além disso, desempenha um papel importante na criação de um ambiente terapêutico seguro e acolhedor. A confiança e o vínculo entre o paciente e o terapeuta são cruciais para o sucesso do tratamento. Como enfatizado por Silva et al. (2018), o psicomotricista atua como um facilitador da expressão emocional e do desenvolvimento pessoal do paciente. TO E PSICOMOTRICIDADE Um dos principais papéis é a avaliação inicial Amaral et al. (2016), a avaliação é a base para o planejamentode intervenções terapêuticas eficazes. Observação atenta das habilidades motoras, da comunicação não verbal e das emoções do indivíduo. São identificadas áreas de necessidade e definidas metas terapêuticas claras. INCLUIR: Jogos, exercícios de movimento, atividades expressivas e relaxamento. Importante ter muita ludicidade e criatividade. Facilitando a exploração do ambiente, emoções, desenvolvimento motor e social. CONFIANÇAE VÍNCULO PROFISSIONAL E PACIENTE São cruciais para o sucesso do tratamento. Silva et al. (2018), o psicomotricista atua como um facilitador da expressão emocional e do desenvolvimento pessoal do paciente. COMUNICAÇÃO EFICAZ;OUVIR BEM;EMPATIA O profissional deve ser capaz de ouvir atentamente o paciente, entender suas necessidades e responder de maneira empática. O diálogo entre o terapeuta e o paciente permite a exploração de questões emocionais profundas e a promoção do autoconhecimento. Permite a exploração de questões emocionais profundas e a promoção do autoconhecimento. TERAPIA PSICOMOTORA NA SAÚDE MENTAL Terapeutas psicomotores (que pode ser o terapeuta ocupacional utilizando este método como recurso terapêutico) auxiliam indivíduos com transtornos emocionais e psicológicos a expressar e compreender suas emoções por meio do movimento e da linguagem corporal. Auxiliam indivíduos com transtornos emocionais e psicológicos a expressar e compreender suas emoções por meio do movimento e da linguagem. Essa abordagem holística considera o corpo como um veículo para a expressão e a transformação de emoções, contribuindo para a saúde emocional e o bem-estar. É importante destacar que a Terapia Psicomotora requer profissionais treinados e qualificados. Eles passam por formação especializada para compreender a interação entre o corpo e a mente e como aplicar métodos terapêuticos de maneira eficaz. PROMOÇÃO DO BEM ESTAR PSICOSSOCIAL Redução do estresse e da ansiedade; Liberação de tensões físicas e emocionais; Relaxamento e alívio; Melhorar a qualidade de vida; Fortalecimento das relações interpessoais; Desenvolvimento de habilidades sociais essenciais. Autoestima, Autoconfiança Autoconsciência emocional Atividades de :Movimento, a expressão corporal e a comunicação emocional DESAFIOS Falta de conscientização e compreensão dessa abordagem terapêutica. Falta de recursos e financiamento adequados para programas e profissionais que desejam trabalhar com a Psicomotricidade. A resistência institucional também pode ser um desafio. Algumasinstituições de saúde mental e educacionais podem estar presas a abordagens tradicionais e relutantes em adotar novas perspectivas, mesmo quando há evidências claras de benefícios. A necessidade de adaptação da Psicomotricidade Relacional a diferentes populações e contextos. O que funciona bem com uma população pode não ser igualmente eficaz com outra. Em resumo, a Psicomotricidade é uma ferramenta valiosa que promove o bem-estar integral ao reconhecer a interligação entre corpo e mente. Seu escopo abrange desde o desenvolvimento psicomotor infantil até terapias em contextos clínicos e educacionais. Com o apoio dos pais e educadores, ela cria um ambiente que encoraja a exploração e a expressão das emoções por meio do movimento. ALTERAÇÕES PSICOMOTORAS E SUAS INTERFERÊNCIAS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM MARINHO E SANTOS (2019) As alterações psicomotoras podem afetar diretamente as capacidades de uma criança de acompanhar o currículo escolar e desenvolver habilidades acadêmicas, o que pode resultar em dificuldades de aprendizagem. FERREIRA E SOUZA (2018) Psicomotricidade é essencial para a construção da identidade da criança e desempenha um papel crucial na formação das habilidades cognitivas, sociais e emocionais. Dra. Lima, especialista em desenvolvimento infantil: Detecção precoce e a intervenção adequada: Minimizar o impacto negativo no processo de aprendizagem e promover o pleno desenvolvimento das crianças (LIMA, 2020). SANTOS E SILVA (2017) Professores e pais desempenham um papel fundamental na identificação e apoio a crianças com alterações psicomotoras. Ajudar a maximizar o potencial de aprendizagem dessas crianças. Criar ambientes de aprendizagem inclusivos e proporcionar o apoio necessário para que todas as crianças alcancem seu potencial máximo PSICOMOTRICIDADE É uma abordagem terapêutica que integra aspectos físicos, emocionais e cognitivos com o objetivo de promover o desenvolvimento e o bem-estar integral das pessoas. É aplicada em diversos contextos, abrangendo desde a infância até a terceira idade. CRIANÇAS: Promover o desenvolvimento psicomotor, melhorar a coordenação, fortalecer a musculatura e estimular a exploração do ambiente, auxilia na aquisição de habilidades acadêmicas, como escrita e leitura, ao aprimorar a motricidade fina. ADULTOS E IDOSOS: Reabilitação após lesões ou cirurgias, na manutenção da mobilidade e na prevenção de quedas. TIPOS DE ALTERAÇÕES PSICOMOTORAS ALTERAÇÕES DO TÔNUS MUSCULAR Afetar significativamente o desenvolvimento infantil. Fundamental para a coordenação motora e a postura adequada das crianças. Comprometer a capacidade de realizar tarefas motoras complexas. ESPASTICIDADE: Músculos excessivamente rígidos, é uma das alterações do tônus muscular. COMUM: Paralisia cerebral. Limitar a amplitude de movimento e interferir nas atividades cotidianas. TIPOS DE ALTERAÇÕES PSICOMOTORAS As alterações psicomotores afetam o sistema nervoso central, que inclui o cérebro e a medula espinhal. Alterações nesses sistemas podem levar a dificuldades na coordenação motora, resultando em movimentos descoordenados ou involuntários HIPOTONIA Diminuição no tônus muscular. Resultar em dificuldades de sustentação da postura, afetando a coordenação e o equilíbrio das crianças. DISPRAXIA: Dificuldades em planejar e executar movimentos precisos, o que pode prejudicar a realização de tarefas motoras complexas. Ex.amarrar sapatos, escrever e esportes. APRAXIA É uma desordem neuromotora que afeta a capacidade de realizar movimentos propositalmente, impactando diretamente a coordenação e o desempenho motor. Ex. pentear cabelos, escovar dentes TIPOS DE ALTERAÇÕES PSICOMOTORAS Dominância Lateral . Ela começa a se desenvolver antes mesmo de a criança aprender a discriminar direita e esquerda, por volta de 2 ou 3 anos de idade, até os 7 anos, Lateralidade diz respeito à capacidade de diferenciar e nomear direita e esquerda, seja no próprio corpo, no corpo de outra pessoa ou no espaço. Ela é desenvolvida por volta de 8 ou 9 anos de idade LATERALIDADE CRUZADA: Podem influenciar a dominância manual e a coordenação. O olho não acompanha a mão dominante. A lateralidade cruzada pode levar à ambidestria, dificultando a definição da mão dominante e afetando a coordenação motora. AMBIDESTRIA - Pode ter implicações na coordenação motora fina. De acordo com Gomes et al. (2020), a ambidestria pode criar desafios na aquisição de habilidades motoras específicas, como escrita e desenho. TIPOS DE ALTERAÇÕES PSICOMOTORAS ALTERAÇÕES DA PERCEPÇÃO CORPORAL: As alterações da percepção corporal, incluindo disfunções proprioceptivas, são fundamentais para a coordenação. Podem levar a dificuldades na percepção espacial do corpo, afetando a coordenação e a movimentação. ALTERAÇÕES DA IMAGEM CORPORAL Podem influenciar a coordenação motora. Podem levar a uma desconexão entre a percepção do corpo e a execução motora, afetando o desempenho em atividades físicas e sociais. A imagem corporal é a representação que um indivíduo faz de seu corpo em sua mente, o modo como sente o corpo, incluindo as sensações táteis, térmicas e de dor e etc. CAUSAS E FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE ALTERAÇÕES PSICOMOTORAS ALTERAÇÕES DO TÔNUS MUSCULAR:. O tônus muscular é fundamental para a coordenação motora e a postura adequada das crianças. Alterações nesse aspecto podem comprometer a capacidade de realizar tarefas motoras complexas. ESPASTICIDADE: A espasticidade, caracterizada por músculos excessivamente rígidos, é uma das alterações do tônus muscular. A espasticidade é comum em crianças com paralisia cerebral, o que pode limitar a amplitude de movimento e interferir nas atividades cotidianas. HIPOTONIA: Em contraste, a hipotonia, uma diminuição no tônus muscular, também pode impactar o desenvolvimento. Conforme Santos e Costa (2019) afirmam, a hipotonia pode resultar em dificuldades de sustentação da postura, afetando a coordenação e o equilíbrio das crianças. CAUSAS E FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE ALTERAÇÕES PSICOMOTORAS ALTERAÇÕES DA COORDENAÇÃO MOTORA: Alterações na coordenação motora, como a dispraxia, podem ser desafiadoras. A dispraxia é caracterizada por dificuldades em planejar e executar movimentos precisos, o que pode prejudicar a realização de tarefas motoras complexas. APRAXIA: A apraxia, relacionada à coordenação motora, também merece atenção. A apraxia é uma desordem neuromotora que afeta a capacidade de realizar movimentos propositalmente, impactando diretamente a coordenação e o desempenho motor ALTERAÇÕES DA LATERALIDADE: As alterações da lateralidade, como a lateralidade cruzada, podem influenciar a dominância manual e a coordenação. Conforme afirmado por Ribeiro e Lima (2018), a lateralidade cruzada pode levar à ambidestria, dificultando a definição da mão dominante e afetando a coordenação motora. CAUSAS E FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DE ALTERAÇÕES PSICOMOTORAS As alterações psicomotoras em crianças podem ser influenciadas por uma variedade de causas e fatores de risco. Principal fator de risco está relacionado a influências genéticas. Lesões cerebrais traumáticas ou adquiridas durante o desenvolvimento; Fatores ambientais ( Falta de estímulos, brinquedos, interação social) Comorbidades médicas ou condições neurológicas ( TEA) AVALIAÇÃO PSICOMOTORA A avaliação psicomotora desempenha um papel crucial na identificação e no acompanhamento de crianças com alterações no desenvolvimento motor. Para realizar uma avaliação precisa e abrangente, é fundamental utilizar métodos e instrumentos validados e confiáveis. Um dos métodos utilizados na avaliação psicomotora: Teste de Desenvolvimento Psicomotor” (TDP). Proposto por Souza e Santos (2014). Coordenação, equilíbrio, lateralidade e percepção corporal. Aplicado por diferentes profissionais, inclusive o T0. Identificar áreas de dificuldade permitindo planejar a intervenção AVALIAÇÃO PSICOMOTORA