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Indaial – 2021
Radiologia VeteRináRia
Prof.ª Daiane Luise Mengarda
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.ª Daiane Luise Mengarda
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
M544r
 Mengarda, Daiane Luise
 
 Radiologia veterinária. / Daiane Luise Mengarda. – Indaial: 
UNIASSELVI, 2021.
 
 197 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-580-4
 ISBN Digital 978-65-5663-579-8
 
 1. Veterinária - Diagnóstico. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo da Vinci.
 CDD 636.8907572
apResentação
Olá, acadêmico, seja bem-vindo ao Livro Didático de Radiologia 
Veterinária, material de estudo em que conheceremos uma modalidade 
diferente da radiologia a que estamos habituados até hoje: a veterinária. 
Os cães e gatos são muito presentes na vida das pessoas, seja como 
companheiros, auxiliando com deficiências físicas e psicológicas, como cães 
de trabalho, seja na interação humano-animal em pacientes convalescentes 
em hospitais. Os cavalos também são importantes para práticas de esportes, 
para trabalho e são as estrelas da equoterapia, que auxiliam pessoas com 
deficiências mentais e físicas. Devido à grande importância dessa relação 
homem-animal, direcionaremos nosso estudo para os exames radiográficos 
que podem ser realizados em cães e gatos.
Assim, este livro, dividido em três unidades e em tópicos especialmente 
organizados para otimizar seus estudos, facilita a sua aprendizagem e a 
fixação dos conteúdos, pois foi pensado em fornecer a você, acadêmico, a 
melhor condição de aprendizagem, permitindo um conhecimento diferencial 
para estruturação de um profissional completo.
Na Unidade 1, iniciaremos explorando a área veterinária abordando 
assuntos básicos, como os planos anatômicos, uma vez que os pacientes 
são quadrúpedes, a anatomia básica e a fisiologia de cães e gatos. A partir 
desse conhecimento, poderemos entender como são esses pacientes e como 
realizar o manejo correto, no sentido de não os lesionar ou nos colocarmos 
em risco, a fim de obtermos exames de qualidade. 
Na Unidade 2, veremos os exames radiográficos de cães e gatos, o 
que abrange os diferentes posicionamentos para exames da cabeça, coluna 
e do membro torácico, como executar os exames e a avaliação da imagem 
obtida, visando à qualidade dos exames realizados. 
Na Unidade 3, trataremos dos exames radiográficos de cães e gatos, 
abordando os exames do membro torácico, do tórax e da traqueia e, ainda, 
do abdome. Mais uma vez, aprenderemos a executar e avaliar a qualidade 
da imagem obtida. Além disso, veremos o exame radiográfico locomotor 
dos equinos, relacionando com o conhecimento da anatomia básica e dos 
principais posicionamentos a serem realizados.
Com isso, nosso objetivo é construir o conhecimento adequado para 
a realização de exames radiográficos de qualidade, preservando a qualidade 
da imagem, o cuidado com os pacientes e a nossa segurança profissional.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Desejamos a você, acadêmico, um bom ingresso na Radiologia 
Veterinária e um excelente estudo!
Prof.ª Daiane Luise Mengarda
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
sumáRio
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA ........................................... 1
TÓPICO 1 — PLANOS ANATÔMICOS NA VETERINÁRIA ...................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 PLANOS ANATÔMICOS .................................................................................................................. 4
RESUMO DO TÓPICO 1....................................................................................................................... 7
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 8
TÓPICO 2 — ANATOMIA BÁSICA DE CÃES E GATOS ........................................................... 11
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 11
2 ANATOMIA BÁSICA MUSCULOESQUELÉTICA .................................................................... 12
2.1 ANATOMIA DA CABEÇA.......................................................................................................... 13
2.2 ANATOMIA DA COLUNA ........................................................................................................ 18
2.3 ANATOMIA DO MEMBRO TORÁCICO ................................................................................. 20
2.4 ANATOMIA DO MEMBRO PÉLVICO ...................................................................................... 25
3 ANATOMIA DO TÓRAX ................................................................................................................ 29
4 ANATOMIA DO ABDOME ............................................................................................................ 30
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 33
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 34
TÓPICO 3 — FISIOLOGIA BÁSICA DE CÃES E GATOS .......................................................... 37
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 37
2 SISTEMA NERVOSO ....................................................................................................................... 37
2.1 SISTEMA NERVOSO CENTRAL ..............................................................................................37
2.2 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO .......................................................................................... 39
2.3 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO ........................................................................................ 39
3 SISTEMA GASTROINTESTINAL ................................................................................................ 39
4 SISTEMA CARDIOVASCULAR ................................................................................................... 41
4.1 CORAÇÃO .................................................................................................................................... 41
4.2 CONTRATATILIDADE CARDÍACA ........................................................................................ 41
4.3 CIRCULAÇÃO ............................................................................................................................. 42
4.3.1 Circulação porta-hepática .................................................................................................. 42
4.4 SISTEMA LINFÁTICO ................................................................................................................ 43
5 SISTEMA RESPIRATÓRIO ............................................................................................................ 43
5.1 RESPIRAÇÃO ............................................................................................................................... 44
5.2 TROCAS GASOSAS .................................................................................................................... 44
6 SISTEMA URINÁRIO ..................................................................................................................... 45
6.1 NÉFRON ....................................................................................................................................... 45
7 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO ................................................................................... 45
8 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO ....................................................................................... 46
8.1 CICLO ESTRAL ............................................................................................................................ 46
8.2 GESTAÇÃO .................................................................................................................................. 47
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 48
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 50
TÓPICO 4 — TÉCNICAS DE CONTENÇÃO DE CÃES E GATOS
 PARA EXAMES DE IMAGEM ................................................................................. 51
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 51
2 AMBIENTE DO EXAME ................................................................................................................. 52
3 CONTENÇÃO FÍSICA .................................................................................................................... 53
4 CONTENÇÃO QUÍMICA ................................................................................................................ 54
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 56
RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 59
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 60
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 62
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS ......................................... 63
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DA CABEÇA ............................................................... 65
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 65
2 ANATOMIA BÁSICA ...................................................................................................................... 65
3 POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS ................................................................................ 67
3.1 PROJEÇÃO LATEROLATERAL ................................................................................................. 67
3.2 PROJEÇÃO DORSOVENTRAL .................................................................................................. 70
3.3 PROJEÇÃO DORSOVENTRAL INTRAORAL DA MAXILA ................................................ 72
3.4 PROJEÇÃO VENTROROSTRAL-DORSOCAUDAL 20° INTRAORAL ............................... 74
3.5 PROJEÇÃO ROSTROCAUDAL ................................................................................................. 76
3.6 PROJEÇÃO LATEROROSTRAL-LATEROCAUDAL 20° ....................................................... 77
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 80
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 81
TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DA COLUNA .............................................................. 85
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 85
2 ANATOMIA BÁSICA ...................................................................................................................... 85
3 POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS ................................................................................ 87
3.1 PROJEÇÃO LATEROLATERAL ................................................................................................. 89
3.2 PROJEÇÃO VENTRODORSAL .................................................................................................. 95
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 103
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 105
TÓPICO 3 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO TORÁCICO ................................... 107
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 107
2 ANATOMIA BÁSICA .................................................................................................................... 107
3 POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS .............................................................................. 109
3.1 PROJEÇÃO MEDIOLATERAL DO OMBRO .......................................................................... 110
3.2 PROJEÇÃO CAUDOCRANIAL DO OMBRO ........................................................................ 112
3.3 PROJEÇÃO MEDIOLATERAL DO COTOVELO .................................................................. 114
3.4 PROJEÇÃO CRANIOCAUDAL DO COTOVELO ................................................................ 117
3.5 PROJEÇÃO MEDIOLATERAL DO CARPO ........................................................................... 121
3.6 PROJEÇÃO DORSOPALMAR DO CARPO ........................................................................... 124
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 126
RESUMO DO TÓPICO 3...................................................................................................................128
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 130
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 132
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO
 SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS ......................................................... 133
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO PÉLVICO ....................................... 135
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 135
2 ANATOMIA BÁSICA .................................................................................................................... 135
3 POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS .............................................................................. 136
3.1 PROJEÇÃO LATEROLATERAL DO QUADRIL ................................................................... 138
3.2 PROJEÇÃO VENTRODORSAL DO QUADRIL ..................................................................... 140
3.3 PROJEÇÃO MEDIOLATERAL DO JOELHO ........................................................................ 143
3.4 PROJEÇÃO CRANIOCAUDAL DO JOELHO ....................................................................... 146
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 150
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 151
TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX E TRAQUEIA .................................... 153
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 153
2 ANATOMIA BÁSICA .................................................................................................................... 153
3 POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS .............................................................................. 154
3.1 PROJEÇÃO LATEROLATERAL DO TÓRAX ........................................................................ 155
3.2 PROJEÇÃO VENTRODORSAL DO TÓRAX .......................................................................... 159
3.3 PROJEÇÕES LATEROLATERAIS DA TRAQUEIA .............................................................. 164
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 167
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 169
TÓPICO 3 — EXAME RADIOGRÁFICO DO ABDOME ........................................................... 171
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 171
2 ANATOMIA BÁSICA .................................................................................................................... 171
3 POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS .............................................................................. 172
3.1 PROJEÇÃO LATEROLATERAL DO ABDOME ..................................................................... 173
3.2 PROJEÇÃO VENTRODORSAL DO ABDOME ...................................................................... 174
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 177
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 178
TÓPICO 4 — ANATOMIA E EXAME RADIOGRÁFICO DO SISTEMA
 LOCOMOTOR EQUINO ......................................................................................... 181
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 181
2 ANATOMIA BÁSICA .................................................................................................................... 181
3 POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS .............................................................................. 187
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 190
RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 193
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 195
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 197
1
UNIDADE 1 — 
INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA 
VETERINÁRIA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• assimilar os planos anatômicos;
• aprender a anatomia básica de cães e gatos para realização de exames 
radiográficos;
•	 conhecer	a	fisiologia	básica	de	cães	e	gatos;	
• compreender as técnicas de contenção de pequenos animais para exames 
de imagem.
 Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da 
unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o 
conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – PLANOS ANATÔMICOS NA VETERINÁRIA
TÓPICO 2 – ANATOMIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
TÓPICO 3 – FISIOLOGIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
TÓPICO 4 – TÉCNICAS DE CONTENÇÃO DE CÃES E GATOS
 PARA EXAMES DE IMAGEM
2
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
PLANOS ANATÔMICOS NA VETERINÁRIA
1 INTRODUÇÃO
Antes de falarmos propriamente de questões técnicas, é importante 
entendermos um pouquinho da história da medicina veterinária, que se mistura 
com a própria história da civilização, porque nossa relação com os animais 
começou quando o homem primitivo passou a domesticá-los. De acordo com 
alguns historiadores, os métodos de diagnóstico, tratamento e prognóstico de 
animais têm registros de 4000 a.C., segundo o Papiro de Kahoun, descoberto em 
1890 no Egito. Aristóteles, que viveu de 384 a 322 a.C., recebeu o título de fundador 
da	zoologia,	sendo	o	primeiro	a	conceber	a	classificação	de	reino	animal,	o	que	
contribuiu para o nascimento da veterinária.
Diversos	 profissionais	 eram	 treinados	 para	 trabalhar	 com	 os	 animais,	
mas,	 somente	 em	 1761,	 a	 Medicina	 Veterinária	 passou	 a	 ser	 uma	 profissão	
científica,	com	a	criação	da	primeira	Escola	de	Medicina	Veterinária,	na	cidade	
de Lyon, na França, por Claude Bourgelat.
Claude Bourgelat era um advogado, amante de cavalos, que usou sua 
influência com o Rei Luiz XV para criar a Escola de Veterinária, fornecendo um melhor 
tratamento aos seus animais.
INTERESSANTE
Já	 no	 Brasil,	 o	 desenvolvimento	 das	 áreas	 científica	 e	 cultural	 iniciam	
somente com a vinda da família real para o país, em meados do século XIX. Dom 
Pedro II tinha grande interesse pelas ciências agrárias, quando, em uma visita 
à Escola Veterinária de Alfort, na França, em 1875, impressionou-se com uma 
conferência	 feita	 pelo	 médico	 veterinário	 fisiologista	 Gabriel-Constant	 Colin.	
Dom Pedro II voltou ao Brasil com o intuito de criar uma instituição semelhante.
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
4
Gabriel-Constant Colin foi um professor bastante rigoroso e acabou forçando 
avanços nos trabalhos de Elmer Daniel Salmon, que, com seu assistente, descobriu a 
bactéria causadora da salmonelose, e de Edmond Nocard, que identificou o microrganismo 
causador da nocardiose, que pode infectar humanos, principalmente imunocomprometidos.A seguir, veremos o impacto do trabalho de Gabriel-Constant.
INTERESSANTE
Mesmo com os esforços de Dom Pedro II, somente no início do século 
XX, foram criadas as primeiras escolas de Medicina Veterinária no país: a Escola 
Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, em 1913, no Rio de Janeiro, e a 
Escola de Veterinária do Exército, em 1914.
2 PLANOS ANATÔMICOS
Sabendo como a veterinária surgiu, agora podemos conhecer os planos 
anatômicos.
Primeiramente, devemos lembrar que existe uma grande diferença em 
relação à anatomia humana, com que estamos acostumados até o momento, pois 
a posição anatômica quadrúpede dos pacientes na veterinária. Isso é de grande 
importância na hora de avaliarmos nossos planos. O modelo básico da anatomia 
é o cavalo (Figura 1), mas esses mesmos planos são utilizados para cães e gatos. 
FIGURA 1 – PLANOS ANATÔMICOS NA VETERINÁRIA
FONTE: König; Liebich (2011, p. 26)
TÓPICO 1 — PLANOS ANATÔMICOS NA VETERINÁRIA
5
Para entendermos esses planos, é necessário compreender que o corpo 
dos animais deve ser dividido da seguinte forma: cabeça, pescoço, tronco, cauda 
e membros, pois, como mostra a Figura 1, essas partes estão em diferentes 
sentidos – a cabeça e o pescoço em sentidos oblíquos opostos, o tronco em sentido 
horizontal e a cauda e os membros em sentido vertical. A importância disso é que 
os planos também terão orientações diferentes, de acordo com a parte do corpo 
a ser avaliada.
Assim, trabalharemos com três planos: transversal, dorsal e sagital. O 
plano transversal será sempre o plano que atravessará o corpo no menor eixo 
possível ou que será perpendicular ao eixo longitudinal. O plano dorsal dividirá 
a estrutura avaliada perpendicularmente (em um ângulo de 90°) ao plano 
transversal. O plano sagital dividirá a estrutura pela metade: o que está mais para 
a direita ou o que está mais para a esquerda. Além dessas diferentes orientações 
dos planos para cada segmento, ainda teremos nomes diferentes para as partes 
formadas em cada plano.
Para a cabeça, teremos um plano transversal orientado no sentido oblíquo 
inclinado em sentido cranial para caudal (ou seja, “\”), dividindo o que está 
voltado para o focinho em rostral e o que está no sentido da cauda em caudal. O 
plano dorsal será perpendicular ao plano transversal, dividindo o que está acima 
em dorsal e o que está abaixo em ventral. O plano sagital dividirá o crânio em 
sentido longitudinal, sendo lateral o que está voltado lateralmente ao crânio e 
medial o que está em sentido ao meio do crânio.
Para o pescoço, o plano transversal será orientado também de forma 
oblíqua, mas no sentido caudal para cranial (isto é, “/”), dividindo o que está 
voltado em direção à cabeça em cranial e o que está voltado em direção à cauda 
em caudal. O plano dorsal será perpendicular ao plano transversal, dividindo o 
que está acima em dorsal e o que está abaixo em ventral. O plano sagital dividirá 
o pescoço em sentido longitudinal, sendo medial o que está voltado ao centro do 
pescoço e lateral o que está voltado para a lateral.
No tronco, onde temos tórax e abdome, o plano transversal terá sentido 
vertical (logo, “|”), dividindo o que está voltado em direção ao crânio em 
cranial e o que está voltado em sentido à cauda em caudal. O plano dorsal será 
perpendicular, novamente ao transversal, dividindo o que está em sentido ao 
dorso (região da coluna) do animal em dorsal e o que está voltado em direção 
ao ventre (região do esterno ou parede abdominal) em ventral. O plano sagital, 
mais uma vez, divide o tronco longitudinalmente, sendo chamado de medial o 
que estiver em direção ao centro e lateral o que estiver voltado à lateral do tronco.
Até aqui, o que mudou foi somente a orientação do plano transversal de 
acordo com a região, mas, basicamente, o sentido mais verticalizado do plano se 
manteve, o que também implicou nomenclaturas parecidas para cada segmento 
formado, pois cabeça, pescoço e tronco possuem uma orientação mais horizontal 
e,	consequentemente,	o	plano	também	é	influenciado	pelo	posicionamento.	
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
6
A seguir, veremos nos membros uma mudança drástica, já que eles estão em 
sentido vertical. Então, acadêmico, é importante prestar atenção a essa mudança.
DICAS
Nos membros, o plano transversal terá orientação horizontal (ou seja, 
“–”), dividindo o que está mais próximo ao tronco de proximal e o que está mais 
distante ao corpo em distal. O plano dorsal, perpendicular ao transversal, agora 
terá orientação vertical (portanto, “|”) e dividirá o que está voltado para a frente, 
ou em direção ao crânio, em cranial e o que está voltado para trás, ou em direção 
à cauda, em caudal. Entretanto, usaremos essa nomenclatura para a porção 
proximal dos membros. Para estruturas a partir do carpo e do tarso (e incluindo-
os), usaremos uma nomenclatura diferente. Para carpo, metacarpos e falanges, o 
que estiver voltado em direção ao crânio chamaremos de dorsal, enquanto o que 
estiver voltado em sentido à cauda de palmar. Para tarso, metatarsos e falanges, 
denominaremos de dorsal o que está voltado em sentido ao crânio e de plantar 
o que está voltado em sentido à cauda. O plano sagital, novamente, dividirá os 
membros em sentido longitudinal, com a porção que está voltada internamente 
chamada de medial e a porção voltada externamente, de lateral.
O Quadro 1 esquematiza os planos e suas nomenclaturas.
QUADRO 1 – ESQUEMATIZAÇÃO DOS PLANOS ANATÔMICOS NA VETERINÁRIA
Transversal Dorsal Sagital
Crânio Rostral ↔ Caudal Dorsal ↕ Ventral Lateral ↕ Medial
Pescoço Cranial ↔ Caudal Dorsal ↕ Ventral Lateral ↕ Medial
Tronco Cranial ↔ Caudal Dorsal ↕ Ventral Lateral ↕ Medial
Membro torácico Proximal ↕ Distal Cranial ↔ Caudal Lateral ↕ Medial
Carpo, metacarpos e 
falanges Proximal ↕ Distal Dorsal ↔ Palmar Lateral ↕ Medial
Membro pélvico Proximal ↕ Distal Cranial ↔ Caudal Lateral ↕ Medial
Tarso, metatarsos e 
falanges Proximal ↕ Distal Dorsal ↔ Plantar Lateral ↕ Medial
FONTE: A autora
TÓPICO 1 — PLANOS ANATÔMICOS NA VETERINÁRIA
7
Os planos anatômicos serão utilizados não apenas para descrever localizações 
e estruturas, mas também para descrever as projeções radiográficas, bem como para 
permitir a compreensão do posicionamento do paciente durante a realização do exame.
IMPORTANTE
8
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
• Os pacientes quadrúpedes implicam planos anatômicos em diferentes direções, 
de acordo com a estrutura avaliada.
• O plano transversal sempre dividirá a estrutura avaliada no menor eixo 
possível, sendo oblíquo em cabeça e pescoço, vertical no tronco e horizontal 
nos membros.
• O plano transversal divide a cabeça em rostral e caudal; o pescoço e o tronco 
em cranial e caudal; e os membros em proximal e distal.
• O plano dorsal será perpendicular ao plano transversal, também mudando sua 
orientação conforme a estrutura avaliada.
• O plano dorsal divide a cabeça, o pescoço e o tronco em dorsal e ventral.
• Os membros serão divididos pelo plano dorsal em cranial e caudal, porém, a 
partir do carpo e tarso (e os incluindo), serão divididos em dorsal e palmar e 
dorsal e plantar, respectivamente.
• O plano sagital sempre dividirá a estrutura avaliada em sentido longitudinal, 
tendo sempre a mesma orientação.
• A divisão efetuada pelo plano sagital será sempre em medial e lateral.
• O conhecimento dos planos anatômicos permitirá a compreensão das projeções 
radiográficas	e	dos	posicionamentos	dos	pacientes.
9
1 Devido à posição quadrúpede de cães e gatos, diferentemente do ser 
humano que é bípede, a posição anatômica e seus planos também divergem. 
A	respeito	dos	planos	anatômicos	dos	gatos,	 observe	a	figura	a	 seguir	 e	
analise as proposições realizadas:
AUTOATIVIDADE
FONTE: <https://bit.ly/3bKvdmm>. Acesso em: 26 abr. 2021.
I - O plano transversal será sempre o que divide a estrutura em sua porção 
mais curta.
II - O plano dorsal ou horizontal será sempre perpendicular ao plano 
transversal.III - O plano sagital divide o corpo do gato lateral e medialmente.
IV - O plano transversal divide a região cervical em rostral e caudal.
V - O plano dorsal divide os membros em proximal e distal.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Apenas a proposição IV está incorreta.
b) ( ) As proposições IV e V estão incorretas.
c) ( ) Apenas a proposição III está correta.
d) ( ) As proposições I e II estão corretas.
e) ( ) As proposições II e III estão corretas.
2	 Os	planos	anatômicos	de	cães	e	gatos	modificam-se	de	acordo	com	a	região	
a ser avaliada, seja no membro torácico ou no membro pélvico, sendo 
utilizadas diferentes nomenclaturas para cada área. A respeito dos planos 
anatômicos e do tarso, assinale a alternativa INCORRETA:
10
a) ( ) O plano sagital divide o tarso em medial e lateral. 
b) ( ) O tarso é dividido pelo plano transversal em proximal e distal. 
c) ( ) O plano dorsal divide o tarso em dorsal e plantar. 
d) ( ) O plano dorsal divide o tarso em cranial e caudal. 
3 A utilização dos planos anatômicos é muito útil para descrição e localização 
das estruturas do corpo. Além disso, a utilização das secções pelo plano 
anatômico	auxilia	na	descrição	das	projeções	radiográficas	em	cada	região.	
Sobre os planos anatômicos do crânio, analise as sentenças a seguir: 
FONTE: <https://bit.ly/2T0JdSA>. Acesso em: 26 abr. 2021.
I- O plano sagital divide o crânio em direita e esquerda ou medial e lateral. 
II- O plano dorsal divide o crânio em dorsal e ventral. 
III- O plano transversal divide o crânio em rostral e caudal. 
Assinale a alternativa CORRETA: 
a) ( ) Todas as sentenças estão corretas. 
b) ( ) Apenas a sentença I está correta. 
c) ( ) As sentenças I e III estão corretas. 
d) ( ) Todas as sentenças estão incorretas. 
11
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
ANATOMIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
1 INTRODUÇÃO
Antes de falarmos propriamente das questões técnicas, é importante 
conhecermos um pouquinho de história da anatomia. O estudo da forma e 
estrutura teve início com Aristóteles, considerado seu fundador. Em seu livro 
Historia Animalum, encontram-se referências de uma obra publicada por ele e que 
acabou se perdendo, chamada de Partes de Animais, na qual falava-se sobre os 
sistemas gastrintestinal e reprodutor. Em outra obra sua, O Andar dos Animais, 
Aristóteles falou sobre o sistema locomotor dos animais. Quase 2.000 anos 
depois, na Europa, nos séculos XV e XVI, retomaram-se os estudos morfológicos 
comparativos (Figura 2).
FIGURA 2 – ILUSTRAÇÃO OBTIDA DA OBRA DELL’ANATOMIA E DELL’INFIRMITÁ DEL CAVALLO, 
DE CARLO RUINI (1958)
FONTE: König; Liebich (2011, p. 22)
12
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
Philippe Etienne Lafosse é considerado o pai da anatomia dos animais, 
com sua obra Cours d’Hippiatrique, de 1772, que apresentava os sistemas de 
órgãos – seus fundamentos são parecidos com os utilizados atualmente em 
livros de anatomia.
A anatomia é um ramo da morfologia que estuda forma, estrutura, 
topografia	e	 interação	 funcional	dos	órgãos	e	 tecidos	que	 formam	o	corpo	dos	
animais. Com o avanço dos estudos, a histologia, através do estudo da anatomia 
microscópica	e	da	embriologia,	 formou	uma	ramificação	distinta	da	disciplina.	
Para avaliação dos sistemas, a anatomia sistêmica estuda os órgãos e as estruturas 
que desempenham uma função em comum. Ainda é possível realizar o estudo 
pela	anatomia	topográfica,	que	descreve	a	interação	e	a	posição	das	estruturas,	de	
acordo com uma região do corpo. 
O conhecimento da anatomia é importante para realização da prática 
médica envolvendo os pacientes. Neste tópico, exploraremos os principais 
pontos da anatomia de cães e gatos de forma a tornar possível a realização dos 
exames	radiográficos,	através	do	estudo	do	sistema	musculoesquelético	axial	e	
apendicular, tórax e abdome. 
2 ANATOMIA BÁSICA MUSCULOESQUELÉTICA
Para iniciar nosso contato com a anatomia animal, precisamos lembrar 
do	posicionamento	quadrúpede	dos	nossos	novos	pacientes.	Essa	modificação	
implica uma posição dos membros, tórax e abdome dos pacientes. Para 
entendermos melhor, as Figuras 3 e 4 demostram, de forma esquemática, o 
esqueleto de cães e gatos.
FIGURA 3 – ESQUELETO FELINO
FONTE: König; Liebich (2011, p. 38)
TÓPICO 2 — ANATOMIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
13
FONTE: König; Liebich (2011, p. 38)
FIGURA 4 – ESQUELETO CANINO
A seguir, após conhecermos a anatomia geral do corpo de cães e gatos, 
veremos cada região do esqueleto isoladamente.
2.1 ANATOMIA DA CABEÇA
A cabeça é formada pela união de diversos ossos que protegem estruturas 
como o encéfalo e os órgãos sensoriais, além da porção inicial dos sistemas 
respiratório e gastrointestinal.
Os ossos que formam a cabeça incluem o incisivo, nasal, maxilar, lacrimal, 
zigomático, frontal, frontal, parietal, interparietal, temporal, occipital, mandíbula, 
palatino, esfenoide e pterigoide (Figuras 5 e 6).
14
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
FIGURA 5 – REPRESENTAÇÃO LATERAL DOS OSSOS DA CABEÇA DO CÃO
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
FIGURA 6 – REPRESENTAÇÃO CAUDAL DOS OSSOS DA CABEÇA DO CÃO
Dentro de toda essa estrutura óssea, encontramos importantes estruturas, 
como o encéfalo e a porção inicial dos sistemas respiratório e digestório (Figuras 
7 e 8).
a
a
e
e
i
i
m
m
n
n
o
o
j
j
k
k
l
l
f
f
g
g
h
h
b
b
c
c
d
d
a
a
b
b b
c
c c
e
ee
g
gg
d
d
f
ff f
TÓPICO 2 — ANATOMIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
15
FIGURA 7 – CORTE SAGITAL DA CABEÇA CANINA
FONTE: König; Liebich (2011, p. 343)
FONTE: König; Liebich (2011, p. 342)
FIGURA 8 – CORTE SAGITAL DA CABEÇA FELINA
A cavidade nasal dos carnívoros é a abertura inicial do sistema respiratório 
e compreende desde a abertura nasal, na parte óssea, até a placa cribiforme, no 
osso etmoide. Divide-se ao meio em duas metades simétricas e, em cada um dos 
lados, podemos encontrar rostralmente as conchas nasais, seguidas caudalmente 
pelos etmoturbinados. O seio maxilar dos carnívoros é uma ampla abertura na 
altura das conchas nasais. O seio frontal situa-se no osso frontal e comunica-se 
com a cavidade nasal, através dos etmoturbinados. Ainda temos o seio esfenoidal 
no osso esfenoide (Figura 9).
16
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
FIGURA 9 – CAVIDADE NASAL E SEIO FRONTAL NO FELINO
FONTE: König; Liebich (2011, p. 99)
As estruturas dentárias também estão presentes no crânio. Assim como 
ocorre com os humanos, os animais domésticos também possuem dentes decídu-
os, que serão substituídos mais tarde por uma nova dentição, que será mais bem 
adaptada ao adulto. Os dentes são divididos em 3 partes, sendo elas: coroa, colo 
e raiz. A raiz será unida ao crânio pelo ligamento periodontal aderido ao alvéolo 
dentário. Cada dente é revestido por tecidos mineralizados, esmalte, dentina e 
cemento, e possuem em seu interior a polpa. Diferentes formatos de dentes esta-
rão presentes, cada um adaptado a uma diferente função. Assim, teremos incisi-
vos, caninos, pré-molares e molares. No cão adulto, estarão presentes, em cada 
lado, três dentes incisivos, um canino, quatro pré-molares e dois molares supe-
riores ou maxilares e três incisivos, um canino, quatro pré-molares e três molares 
inferiores ou mandibulares (Figura 10). No gato adulto, teremos, em cada lado, 
três dentes incisivos, um canino, três pré-molares e um molar superior ou maxilar 
e três incisivos, um canino, dois pré-molares e um molar inferior ou mandibular.
FIGURA 10 – ESTRUTURAS DENTÁRIAS CANINAS
FONTE: König; Liebich (2011, p. 338)
TÓPICO 2 — ANATOMIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
17
Nos equinos, a idade pode ser estimada a partir da erupção e do desgaste 
dentário – é daí que se originou a expressão “cavalo dado não se olha os dentes”, ou seja, 
mesmo que quando recebemos um presente que não nos agrada, o que seria equivalente 
a um cavalo velho, devemos, ainda assim, ser gratos.
INTERESSANTE
A articulação temporomandibular estápresente na porção caudal da 
mandíbula, unindo-a ao osso temporal. É uma articulação sinovial entre a cabeça 
do processo condiloide da mandíbula e a área articular do osso temporal formado 
por tubérculo articular, fossa mandibular e processo retroarticular, promovendo 
a mobilidade necessária para a mastigação (Figura 11).
FIGURA 11 – ARTICULAÇÃO TEMPOROMANDIBULAR CANINA
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
De	 importância	 radiográfica,	 temos	 a	 bula	 timpânica.	A	orelha	 externa	
dos mamíferos domésticos é formada por um pavilhão auricular com diferentes 
formatos e tamanhos. O meato acústico é formado pelo estreitamento da 
cartilagem da orelha e segue até a membrana timpânica. Medial a ela, inicia-se 
a orelha média, formada por cavidade timpânica, ossículos da audição, martelo, 
estribo e bigorna, e tuba auditiva. Através dos ossículos, temos a ligação para a 
orelha interna, formada por camadas e ductos preenchidos por endolinfa. Na 
cavidade timpânica, temos a bula, sendo ela uma expansão bulbosa no osso 
temporal (Figura 12). 
18
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
FIGURA 12 – ESTRUTURAS ÓSSEAS DA ORELHA MÉDIA DO CÃO
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
A	 imagem	 radiográfica	 da	 cabeça	 obtida	 por	 projeções	 laterolateral	 e	
dorsoventral será formada pela sobreposição dos diversos ossos, compreendendo 
as	 estruturas	 citadas	 na	 Figura	 12,	 porém,	 projeções	 específicas	 podem	 ser	
realizadas para avaliação direcionada diante da suspeita clínica de cada paciente 
(Figura 13).
FIGURA 13 – IMAGENS RADIOGRÁFICAS DA CABEÇA: PROJEÇÃO MEDIOLATERAL (A); 
PROJEÇÃO DORSOVENTRAL (B)
FONTE: Acervo da autora
2.2 ANATOMIA DA COLUNA
A coluna vertebral é formada por uma série de ossos ímpares, com 
diferentes conformações, compondo diferentes segmentos: cervical, torácico, 
lombar, sacral e caudal. Cada segmento possui diferentes funções e diferentes 
formatos ósseos. Contudo, cada vértebra é formada por corpo, arco e processos, 
sendo eles, espinhoso, transverso e articulares.
TÓPICO 2 — ANATOMIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
19
As vértebras cervicais unem a cabeça ao tronco. São sete vértebras que 
compõem esse segmento, sendo as duas primeiras com formatos e características 
singulares, chamadas de atlas e áxis. O atlas é formado por duas asas laterais, 
unidas pelo arco dorsal e ventral, formando um anel. Já o áxis é formado por 
um corpo cilíndrico, com a presença de um dente em sua extremidade cranial 
que o une ao atlas. O arco do áxis possui um processo dorsal bem proeminente, 
chamado de processo espinhoso. A união entre a cabeça, o atlas e o áxis permite 
a movimentação livre da cabeça.
As demais vértebras cervicais terão corpos com tamanhos cada vez 
menores em direção caudal. Os processos espinhosos são mais curtos e os 
processos transversos e articulares são bem desenvolvidos. O processo transverso 
da 6ª vértebra é mais proeminente (Figura 14). Os discos intervertebrais estão 
presentes a partir do espaço entre a 2ª e 3ª vértebras cervicais.
FIGURA 14 – VÉRTEBRAS CERVICAIS DO CÃO
FONTE: König; Liebich (2011, p. 110)
As	 imagens	 radiográficas	 da	 coluna	 cervical	 devem	 evidenciar	 as	
estruturas ósseas descritas, permitindo uma avaliação adequada (Figura 15).
20
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
FIGURA 15 – IMAGENS RADIOGRÁFICAS DA CABEÇA: (A) PROJEÇÃO LATEROLATERAL; (B) 
PROJEÇÃO VENTRODORSAL
FONTE: Acervo da autora
As vértebras torácicas possuem corpos vertebrais que se iniciam mais 
curtos e aumentam de comprimento em direção caudal. As vértebras torácicas 
unem-se às costelas, que existem em igual número, totalizando 13 vértebras e 
13 pares de costelas. As costelas unem-se ventralmente, através das cartilagens 
costais, ao esterno. Os processos espinhosos são bem proeminentes diminuem de 
tamanho em direção caudal. Sua orientação é caudodorsal nas vértebras torácicas 
até a 10ª vértebra no cão, chamada de vértebra anticlinal, a partir de onde mudam 
sua orientação para cranial, seguindo, assim, nas vértebras lombares. 
As vértebras lombares possuem corpos mais longos e com tamanhos mais 
uniformes. Os processos espinhosos são mais curtos e os processos transversos 
são mais alongados e achatados. São sete vértebras lombares, embora, em alguns 
casos, apenas seis possam estar presentes. 
O sacro é formado pela fusão das três vértebras sacrais, sendo que a 
primeira vértebra sacral se une à pelve. 
As vértebras caudais existem em número variável, apresentando redução 
do seu tamanho em sentido caudal.
2.3 ANATOMIA DO MEMBRO TORÁCICO
A anatomia óssea dos ossos que formam os membros é repleta de aciden-
tes anatômicos que se localizam tendões e ligamentos. A seguir, abordaremos os 
principais acidentes de interesse para a radiologia veterinária.
O membro torácico é unido ao tronco pela escápula e pelos músculos sem 
formar uma articulação verdadeira. A escápula é um osso plano que possui uma 
protuberância em linha, a espinha da escápula, onde se inserem músculos. A 
TÓPICO 2 — ANATOMIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
21
extremidade distal dessa espinha possui uma protuberância ainda mais evidente, 
o acrômio. Na extremidade distal, encontra-se a cavidade glenoide, que fará 
contato com o úmero e o tubérculo supraglenoide. 
Na região medial e proximal do membro torácico, temos uma importante 
estrutura nervosa do membro: o plexo braquial, que conduz todos os impulsos nervosos 
para o membro. Devido à movimentação restrita pela união da escápula ao tórax, é 
necessário cuidado com movimentos de abdução do membro para não causar estiramento 
ou avulsão desses nervos, e, caso ocorra uma lesão permanente, isso impossibilitará a 
movimentação da pata.
IMPORTANTE
O ombro ou articulação escapuloumeral é formado pela cavidade glenoide 
e a cabeça do rádio. A presença dos ligamentos glenoumeral lateral e medial e do 
tendão bicipital é importante (Figura 16).
FIGURA 16 – ARTICULAÇÃO DO OMBRO CANINO
FONTE: König; Liebich (2011, p. 184)
22
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
O	úmero	é	um	osso	modelado	pela	fixação	de	músculos	e	tendões,	gerando	
muitas proeminências e sulcos. Na extremidade proximal, encontramos a cabeça 
umeral e o tubérculo maior. Na sua porção distal, poderemos ressaltar a presença 
dos côndilos e epicôndilos umerais.
O cotovelo ou articulação umerorradioulnar é formada por três 
articulações: a umeroulnar, a umerorradial e a radioulnar proximal, unindo 
os côndilos umerais com a cabeça do rádio e a incisura tróclear da ulna. Os 
ligamentos colaterais lateral e medial são importantes pontos de suporte para a 
articulação (Figura 17).
FIGURA 17 – ARTICULAÇÃO DO COTOVELO CANINO
FONTE: König; Liebich (2011, p. 186)
O antebraço é formado pelo rádio e ulna. A ulna está situada na direção 
caudal/caudolateral do rádio proximalmente e, distalmente, localizada na lateral. 
O rádio possui em sua porção cranial, a cabeça e, distalmente, a tróclea, que 
faz contato com o carpo e o processo estiloide, medialmente. A ulna forma a 
extremidade caudal do cotovelo através do olecrano, em que, em sua base, se 
localiza a incisura tróclear, a qual fará contato com o úmero. Na porção cranial 
da incisura, estará o processo ancôneo e, em seus lados, os processos coronoides 
medial e lateral. Na extremidade distal, teremos o processo estiloide lateral, 
fazendo contato com o carpo.
A extremidade distal do membro será formada por carpo, metacarpos 
e	falanges.	Os	ossos	carpais	estão	divididos	em	duas	fileiras,	proximal	e	distal.	
É	na	fileira	proximal,	 no	 aspecto	palmar,	 que	 se	 localiza	 o	 carpo	 acessório	 ou	
pisiforme.	A	fileira	proximal	articula-se	com	o	rádio	e	ulna,	formando	a	articulação	
antebraquiocarpal	 e	 a	fileira	distal	 articula-se	 com	os	metacarpos,	 formando	a	
articulação carpometacarpal.
TÓPICO 2 — ANATOMIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
23
O metacarpo é composto por cinco ossos longos. Em cães e gatos, o peso 
de todo o corpo é sustentado pelos dedos, fazendo com que os ossosIII e IV 
sejam mais longos e os metacarpais II e V mais curtos. Já o metacarpal I é formada 
apenas por um resquício.
Os dígitos são formados por três falanges, proximal, média e distal. Estão 
unidos aos metacarpos e são numerados de 1 a 5, em sentido medial-lateral. O 
primeiro dígito dos carnívoros possui apenas duas falanges, diferentemente dos 
demais dedos, sendo elas a proximal e a distal. A falange distal de todos os dedos 
tem formato de gancho e é recoberta pela unha (Figura 18).
FIGURA 18 – EXTREMIDADE DISTAL DO MEMBRO TORÁCICO CANINO
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
Conhecendo	 as	 estruturas	 de	 importância	 radiográfica,	 as	 imagens	
radiográficas	do	membro	torácico	podem	ser	realizadas	em	diferentes	projeções,	
focadas de forma a avaliar diferentes estruturas (Figura 19).
24
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
FIGURA 19 – PROJEÇÕES RADIOGRÁFICAS DO MEMBRO TORÁCICO: CAUDOCRANIAL 
DO OMBRO (A); MEDIOLATERAL DO OMBRO (B); CRACIOCAUDAL DO COTOVELO (C); 
MEDIOLATERAL DO COTOVELO E DORSOPALMAR DA PORÇÃO DISTAL DO MEMBRO (E); 
MEDIOLATERAL DA PORÇÃO DISTAL DO MEMBRO (F)
TÓPICO 2 — ANATOMIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
25
FONTE: Acervo da autora
2.4 ANATOMIA DO MEMBRO PÉLVICO
Conforme mostra a anatomia óssea do membro torácico, no membro 
pélvico, também teremos uma série de anatômicos, onde se localizam tendões 
e ligamentos, porém, falaremos sobre os principais acidentes de interesse para a 
radiologia veterinária. 
O membro pélvico está unido à coluna sacral através da pelve, que é 
formada pelos ossos ílio, ísquio e púbis. A porção cranial do ílio tem formato 
achatado e amplo, originando as asas ilíacas. O púbis está na porção média e 
tem formato de L. Sua margem cranial dá contorno ao forame obturador. O 
ísquio está situado mais caudalmente, formado o restante da margem do forame 
obturador. Sua porção caudal é mais ampla, a tábua do ísquio. Na extremidade 
caudolateral da tábua, temos a tuberosidade isquiática. O acetábulo é uma 
concavidade formada pela união dos três ossos e de um quarto osso, o osso do 
acetábulo (Figura 20). 
26
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
FIGURA 20 – PELVE CANINA
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
A articulação coxofemoral é formada pelo contato entre a cabeça femoral 
e a concavidade acetabular. Uma capsula articular e o ligamento redondo da 
cabeça do fêmur ainda formam a articulação. 
O fêmur possui, em sua extremidade proximal, a cabeça femoral, junto 
ao tubérculo maior e tubérculo menor. A extremidade femoral distal é composta 
pelos côndilos femorais e, entre eles, a tróclea. É na tróclea que haverá o contato 
entre o fêmur e a patela. 
O joelho, ou articulação femorotibiopatelar, é formado pelos côndilos 
femorais, patela, situada na tróclea femoral, e platô tibial. Os ligamentos colaterais 
e os ligamentos cruzados, entre outros, auxiliam na estabilidade da articulação, 
que ainda possui um menisco (Figura 21). 
FIGURA 21 – JOELHO CANINO
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
TÓPICO 2 — ANATOMIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
27
A perna é formada pela tíbia e pela fíbula. A fíbula percorre a margem 
lateral da tíbia, sem fazer contato com a articulação do joelho. A extremidade 
proximal da tíbia é ampla, formando uma base para o joelho, sendo composta por 
dois côndilos separados pela eminência intercondilar. A tuberosidade da tíbia 
é uma proeminência cranial de sua porção proximal, sendo ponto de inserção 
do ligamento patelar. Distalmente, a tíbia é formada pela cóclea e, medialmente, 
pelo maléolo medial. Na cóclea, temos o contato com o tarso, através do tálus. 
Os	ossos	 tarsais	 serão	dispostos	 em	 três	fileiras.	A	proximal	 articula-se	
com	a	 tíbia,	 formando	a	articulação	 tarsocrural.	Nessa	fileira,	 encontram-se	os	
ossos	tálus	e	o	calcâneo.	A	fileira	distal	articula-se	com	os	metatarsos	através	da	
articulação	tarsometatarsal.	A	fileira	média	une-se	às	demais	por	uma	série	de	
ligamentos, dando estabilidade ao tarso. 
Os metatarsos e os dígitos do membro pélvico são muito semelhantes aos 
do membro torácico, sendo os metatarsos III e IV mais longos do que os II e V. O 
osso metatarsal I é bastante reduzido e, geralmente, não possui falanges. 
Após conhecer a anatomia do membro pélvico, as estruturas ósseas e a 
congruência	articular	podem	ser	avaliadas	por	diferentes	projeções	radiográficas	
(Figura 22).
FIGURA 22 – PROJEÇÕES RADIOGRÁFICAS DO MEMBRO PÉLVICO: VENTRODORSAL DA 
PELVE (A); LATEROLATERAL DA PELVE (B); MEDIOLATERAL DO JOELHO (C); CRANIOCAUDAL 
DO JOELHO (D); MEDIOLATERAL DA PORÇÃO DISTAL DO MEMBRO (E); DORSOPLANTAR DA 
PORÇÃO DISTAL DO MEMBRO (F)
28
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
FONTE: Acervo da autora
TÓPICO 2 — ANATOMIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
29
3 ANATOMIA DO TÓRAX
A cavidade torácica é limitada pela caixa torácica. Em seu limite cranial, 
temos a abertura do tórax, com o primeiro par de costelas. Caudalmente, é 
limitada pelo diafragma. As costelas fazem seus limites laterais direito e esquerdo. 
Ventralmente, temos o esterno e, dorsalmente, a coluna torácica. Importantes 
estruturas de diferentes sistemas estão localizadas na cavidade torácica. 
O mediastino é formado pelas pleuras, que revestem a cavidade 
e se estendem, de diferentes formas, ao longo de todo o tórax. Na porção do 
mediastino cranial, temos diversos vasos sanguíneos, nervos, ducto torácico e 
linfonodos mediastinais. 
O esôfago inicia na região cervical e segue pelo tórax até o hiato esofágico, 
chegando ao abdome, onde se encontra com o estômago. Seu trajeto passa pela 
região dorsal do tórax, dorsalmente a traqueia. 
Ventralmente ao trajeto do esôfago, está o trajeto da traqueia torácica, 
que se inicia na região cervical, adentrando ao tórax e seguindo até a bifurcação 
dos brônquios principais, para formar a carina. A carina pode ser visibilizada, 
dorsalmente, a base cardíaca. Os campos pulmonares estão dispostos ao longo 
de todo o tórax, desde a entrada até o diafragma e desde a coluna torácica até 
a região do esterno. Em cães e gatos, os campos pulmonares são divididos em 
lobos. No lado direito, estão os lobos cranial, médio, caudal e acessório. No lado 
esquerdo, o lobo cranial é dividido em parte cranial e caudal, e ainda o lobo 
caudal. Dentro dos pulmões, temos a passagem dos brônquios chegando até os 
alvéolos, responsáveis pelas trocas gasosas. 
Além do sistema respiratório, no tórax localizam-se o coração e os grandes 
vasos. O coração é encontrado no terço médio do tórax. Seu ápice faz contato 
com o esterno e sua base com a traqueia e a carina, e está levemente deslocado à 
esquerda. Está situado entre a 3ª e 6ª costela no cão e entre a 3ª e 7ª costela no gato. 
É composto por dois átrios, direito e esquerdo, e por dois ventrículos, direito 
e esquerdo. O átrio direito está localizado ventral ao trajeto pré-terminal da 
traqueia e o esquerdo, ventral à carina. O ventrículo direito está cranialmente em 
contato com o esterno e o ventrículo esquerdo, voltado ao diafragma. Projetando-
se caudalmente em direção ao diafragma, temos, mais dorsal, a artéria aorta e, 
mais ventralmente, a veia cava caudal. Os vasos que se direcionam em sentido 
cranial passam pelo mediastino cranial (Figura 23).
30
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
FIGURA 23 – ESTRUTURAS CARDIOVASCULARES DO TÓRAX CANINO
FONTE: König; Liebich (2011, p. 474)
Realizando	radiografias	da	região	torácica	para	a	avaliação	das	estruturas	
presentes no tórax, poderemos avaliar os componentes descritos conforme mostra 
a Figura 24.
FIGURA 24 – PROJEÇÕES RADIOGRÁFICAS DO TÓRAX: VENTRODORSAL (A); LATEROLATERAL (B)
FONTE: Acervo da autora
4 ANATOMIA DO ABDOME
A cavidade abdominal é limitada cranialmente pelo diafragma, 
caudalmente pela pelve e dorsalmente pela coluna lombar, e seus limites laterais 
e ventral são formados pelos músculos abdominais. 
TÓPICO 2 — ANATOMIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
31
O sistema gastrointestinal, localizado no abdome, é formadopelo 
estômago, caudalmente ao fígado. É formado pelas regiões cárdia, fundo, 
corpo	 e	 piloro,	 que	podem	 ser	 diferenciadas	 radiograficamente.	A	partir	 dele,	
originam-se as alças intestinais delgadas, que permanecem na porção ventral do 
abdome, estendendo-se em toda a porção cranial-caudal. O intestino grosso, mais 
dorsal, é dividido em ascendente, na porção lateral direita, transverso, na região 
cranial do abdome, caudal ao estômago, e descendente, na lateral esquerda 
chegando até o reto que passa pela cavidade pélvica. O fígado tem localização 
cranioventralmente, fazendo contato com o diafragma. 
O baço é um órgão do sistema linfoide localizado no abdome, dentro do 
peritônio, localizado na região lateral esquerda do abdome, ventralmente. Tem 
formato alongado nos carnívoros. 
Dentro do abdome, temos o sistema urinário, composto por um par de 
rins, ureteres ligando-os a uma bexiga e sua saída para o meio externo através 
da uretra. Os rins estão localizados dorsalmente no retroperitônio, lateralmente 
à direita e à esquerda da coluna lombar. O rim direito é mais cranial do que o 
esquerdo e está localizado junto ao fígado, no processo caudado do lobo hepático 
direito. O ureter é um tubo que faz a ligação dos rins até a porção caudodorsal 
da bexiga, no trígono vesical. A bexiga está localizada na extremidade caudal do 
abdome, fazendo contato ventralmente com a musculatura abdominal. A uretra 
tem seu trajeto iniciando na porção caudal da bexiga e seguindo pela cavidade 
pélvica. Desembocando no vestíbulo na fêmea e, no macho, seu trajeto é mais 
longo, passando pela próstata e estendendo-se ao longo do pênis.
O sistema reprodutor feminino tem os ovários localizados caudalmente 
aos rins, seguindo seu trajeto em sentido caudal com as tubas uterinas, seguidas 
dos cornos uterinos, que vão se unir na porção dorsal à bexiga, formando o corpo 
do útero. A vagina está na cavidade pélvica, e a abertura para o meio externo será 
através da vulva (Figura 25).
O sistema reprodutor masculino está localizado externamente ao abdome, 
com os testículos na região perineal. O pênis no cão estará voltado cranialmente, 
na porção ventrocaudal do abdome, com um osso em seu interior. No gato, está 
voltado caudalmente, ventral aos testículos na região perineal.
32
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
FIGURA 25 – ABDOME DO CÃO
FONTE: König; Liebich (2011, p. 709)
Após realizadas as projeções ortogonais do abdome, seguiremos com a 
avaliação das estruturas descritas conforme mostra a Figura 26.
FIGURA 26 – PROJEÇÕES RADIOGRÁFICAS DO ABDOME CANINO: VENTRODORSAL (A); 
LATEROLATERAL (B)
FONTE: Acervo da autora
a
a
e
e
i
i
b
b
f
f
j
j
c
c
g g
k
k
d
dh h
33
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• A anatomia é um importante ramo da morfologia que estuda forma, estrutura, 
topografia	e	interação	dos	órgãos	e	tecidos,	sendo	de	grande	importância	o	seu	
conhecimento para a prática médica.
• Os cães e gatos são quadrúpedes e se apoiam sobre os dígitos.
• A cabeça é formada por diversos ossos unidos, entre eles: mandíbula, maxila, 
frontal, temporal e occipital.
• A cavidade nasal inicia-se com a abertura no meio externo, seguindo com os 
etmoturbinados e os seios paranasais.
• A articulação temporomandibular une a mandíbula ao osso temporal, através 
de uma articulação sinovial.
• A orelha média do cão é formada por cavidade timpânica, ossículos e tuba 
auditiva, sendo a ligação entre a orelha externa, onde está o pavilhão auricular, 
e	a	orelha	interna,	onde	ficam	os	ductos	e	a	endolinfa.
• A coluna dos cães e gatos é formada por diferentes vértebras, sendo elas 
cervicais, torácicas, lombares, sacrais e caudais; cada segmento tem suas 
características particulares.
• O membro torácico é formado por escápula, úmero, radio, ulna, ossos do carpo, 
metacarpos e falanges, sendo ligado ao tronco por grupos musculares.
• O membro pélvico é formado por pelve, fêmur, tíbia, fíbula, ossos do tarso, 
metatarsos e falanges, unindo-se à coluna através da pelve e do sacro.
• O tórax contém importantes estruturas, como coração, grandes vasos, pulmões, 
traqueia e o esôfago torácico, tudo localizado dentro da caixa torácica.
• O abdome inicia-se no diafragma e segue caudalmente até a cavidade pélvica, 
sendo limitado dorsalmente pela coluna lombar e lateral e ventralmente pela 
musculatura abdominal; em seu interior, temos diversos órgãos de diferentes 
sistemas. 
34
1 A anatomia dos pacientes canino e felino é de importante conhecimento 
para	 realização	 dos	 exames	 radiográficos.	 A	 respeito	 da	 anatomia	 dos	
membros torácico e pélvico dos cães, analise as proposições a seguir: 
I- O membro torácico é unido ao tronco pela clavícula.
II- A articulação do cotovelo é composta pelos côndilos umerais, a cabeça do 
rádio e a incisura troclear da ulna.
III- A articulação coxofemoral é formada pela cabeça femoral e pelo acetábulo, 
sendo este formado pelos ossos de ílio, púbis, ísquio e pelo osso acetabular.
IV- Os metatarsos III e IV são mais longos do que os demais e possuem três 
falanges: proximal, média e distal.
V- Os cães e gatos apoiam seu peso sobre os dígitos.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Apenas a proposição I está incorreta.
b) ( ) As proposições I e V estão incorretas.
c) ( ) As proposições I, IV e V estão incorretas.
d) ( ) Todas as proposições estão incorretas. 
e) ( ) Apenas a proposição I está correta.
2	 Para	a	realização	adequada	dos	exames	radiográficos,	o	conhecimento	das	
limitações e das particularidades da anatomia do crânio de cães e gatos é 
imprescindível. Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Os cães e gatos possuem dentes incisivos, caninos, pré-molares e 
molares, além da dentição decídua.
b) ( ) A cabeça é formada pela união de diferentes ossos unidos, como a 
mandíbula, a maxila, o temporal, o occipital e o áxis.
c) ( ) A cavidade timpânica da orelha média é composta por ossículos da 
audição e tuba auditiva.
d) ( ) A cavidade nasal possui os ossos etmoturbinados e é simétrica entre os 
lados.
e) ( ) A articulação temporomandibular é formada pela cabeça do processo 
condilar da mandíbula e a área articular do osso temporal.
3	 O	exame	radiográfico	do	tórax	é	muito	frequente	na	clínica	veterinária	de	
cães e gatos. Para um correto posicionamento e a adequada interpretação 
da imagem obtida, o conhecimento anatômico é imprescindível. A respeito 
da	anatomia	do	tórax,	classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	e	F	para	
as falsas:
AUTOATIVIDADE
35
( ) O tórax é formado pela coluna torácica dorsalmente, pelo esterno 
ventralmente, pelas costelas lateralmente, pelo diafragma caudalmente 
e pelo primeiro par de costelas cranialmente. 
( ) O coração é formado por dois átrios e um ventrículo.
( ) A caixa torácica possui 13 pares de costelas, bem como 13 vértebras 
torácicas. 
( ) A traqueia inicia seu trajeto na região cervical, entrando no tórax e 
dividindo-se na carina para formar os brônquios principais.
( ) No mediastino, encontramos vasos sanguíneos, ducto torácico, linfonodos 
e nervos.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – F – V – V – F.
b) ( ) V – F – F – V – V.
c) ( ) F – F – V – V – V.
d) ( ) V – F – V – F – F.
e) ( ) V – F – V – V – V.
36
37
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
FISIOLOGIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
1 INTRODUÇÃO
Após entendermos os planos anatômicos da veterinária, que são diferentes 
do que estávamos acostumados e servem para auxiliar na nossa localização, 
aprenderemos também um pouco da anatomia de cães e gatos, conhecendo o 
esqueleto axial e apendicular, bem como o tórax e abdome. Por isso, é fundamental 
retomarmos	um	pouco	da	fisiologia	para	conhecermos	melhor	nossos	pacientes,	a	
fim	de	sabermos	os	cuidados	necessários,	bem	como	as	questões	que	são	normais	
a	sua	fisiologia.	
A	fisiologia	pode	ser	descrita	como	o	ramo	da	biologia	que	estuda	a	função	
e o funcionamentos do corpo de pacientes saudáveis.Neste tópico, conheceremos 
um pouco sobre como nossos novos pacientes funcionam.
2 SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso é formado por uma rede de comunicações que 
possibilita ao animal o ajuste de alterações ambientais, internas e externas. Isso é 
possível devido ao conjunto de componentes sensoriais que detectam informações 
do ambiente, componentes integrativos que processam as informações sensoriais 
e as informações armazenadas na memória, além de componentes motores, que 
permitem respostas às informações processadas.
O organismo inteiro é servido pelo sistema nervoso. Conforme a sua 
localização, pode ser dividido em sistema nervoso central e sistema nervoso 
periférico. A porção central é composta por encéfalo e medula espinhal. A 
porção periférica é formada pelos nervos cranianos e espinhais. Ainda existe o 
sistema nervoso autônomo, que não se encaixa na divisão de central ou periférico 
por possuir componentes de ambas as partes, sendo dividido em simpático, 
parassimpático e entérico.
2.1 SISTEMA NERVOSO CENTRAL 
A divisão anatômica do encéfalo é: cérebro, cerebelo e tronco encefálico. 
O cérebro é divido em dois hemisférios e é composto pelas substâncias cinzenta 
(córtex) e branca (medular) e pelo núcleo basal. O córtex, área mais externa, 
38
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
está relacionado com as reações nervosas que resultam em consciência. Cada 
hemisfério cerebral é responsável pela movimentação da região contralateral 
do corpo. Ele possui áreas motoras e sensoriais. A medular, mais interna, 
é	 composta	 pelas	 fibras	 nervosas	 mielinizadas.	 O	 núcleo	 basal	 localiza-se	
profundamente no cérebro e é responsável por movimentos semivoluntários 
complexos, como correr, caminhar e comer. O cerebelo é responsável pela 
regulação das funções motoras e controla a movimentação do mesmo lado do 
corpo. O tronco encefálico é o local de origem dos nervos cranianos, exceto 
dos nervos óptico, olfatório e acústico. No tronco encefálico, localiza-se o 
hipotálamo, responsável por funções neurossecretoras, sensorial e integração 
das funções do sistema nervoso autônomo. 
A medula espinhal é a continuação da medula oblonga do tronco encefálico, 
a	qual	possui	fibras	sensoriais	aferentes	(que	chegam)	e	fibras	sensoriais	eferentes	
(que	 saem).	A	 substância	 cinzenta	 fica	 localizada	 internamente,	 onde	 estão	 os	
corpos	celulares	e	seus	processos.	A	substância	branca	fica	externamente,	onde	
ficam	os	tratos	e	fascículos	recobertos	pela	mielina.	Externamente	à	medula,	para	
a sua proteção, temos a coluna vertebral.
Conforme a medula percorre o canal vertebral caudalmente, ela diminui 
o	seu	diâmetro	devido	à	saída	das	fibras	nervosas.	A	parte	terminal	da	medula	
espinhal, de meninges e nervos é chamada de caudal equina. Assim, os últimos 
segmentos lombares (L5, L6 e L7) dos cães estão localizados até a 4ª vértebra 
lombar e os segmentos sacrais (S1, S2 e S3) estão localizados a partir da 5ª 
vértebra lombar. 
A medula é neurofuncionalmente dividida em segmentos. Dois pontos 
determinantes para essa divisão são as regiões de espessamento da medula, 
onde se originam os corpos celulares dos nervos que suprem o membro torácico 
(intumescência cervical) e o membro pélvico (intumescência lombar), além da 
própria	 cauda	equina,	que	determina	a	porção	final	da	medula	 espinhal.	Essa	
divisão	permite	que,	após	um	exame	clínico	do	paciente,	seja	possível	definir	a	
região da medula espinhal afetada. Portanto, as quatro regiões neurofuncionais 
da medula são: C1-C5 (cervical), C6-T2 (cervicotorácica), T3-L3 (toracolombar) e 
L4-S3 (lombossacra). 
As meninges são as membranas de cobertura do encéfalo e da medula 
espinhal. Mais externamente, localiza-se a dura-máter, seguida pela aracnoide 
e pela pia-máter, mais internamente. No crânio, a dura-máter está unida ao 
osso. A aracnoide emite trabéculas para o interior da pia-máter. Entre a dura-
máter e a aracnoide, situam-se os vasos sanguíneos. A pia-máter cobre todas 
as	depressões	e	fissuras	do	encéfalo.	Entre	a	aracnoide	e	a	pia-máter,	situa-se	
o espaço subaracnoideo, que contém o líquido cerebroespinhal. Seguindo pela 
medula espinhal, as meninges recobrem toda a sua porção, porém a dura-
máter não está ligada ao osso do canal vertebral, promovendo a formação do 
espaço epidural.
TÓPICO 3 — FISIOLOGIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
39
2.2 SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO 
Formado pelos nervos periféricos e intracranianos. Os nervos periféricos 
são somáticos, quando controlam movimentos musculares voluntários, ou 
autônomos, quando controlam funções involuntárias. Os nervos cranianos são 
formados por 12 pares:
• I: olfatório; 
• II: óptico; 
• III: oculomotor; 
• IV: abducente; 
• V: trigêmeo; 
• VI: troclear; 
• VII: facial;
• VIII: acústico;
• IX: glossofaríngeo;
• X: vago;
• XI: espinhal acessório;
• XII: hipoglosso. 
Os nervos cranianos inervam estruturas da cabeça e do pescoço, exceto o 
nervo vago que inerva faringe, laringe e vísceras de tórax e abdome. 
2.3 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
É conhecido como involuntário, uma vez que é responsável pelo 
funcionamento orgânico normal, pela adaptação ambiental e pela resposta ao 
estresse, com pouca ou nenhuma percepção consciente. É dividido em simpático, 
responsável pelas respostas ao estresse, parassimpático, responsável pelas funções 
homeostáticas sem estresse, e entérico, que regula o sistema gastrointestinal. 
3 SISTEMA GASTROINTESTINAL 
Para que haja a manutenção da vida, é necessário que os animais obtenham 
nutrientes essenciais para os processos corpóreos. O sistema gastrointestinal visa 
a dividir os alimentos em porções menores, por processos químicos e físicos 
(digestão), e a promover a entrada dos nutrientes pelo epitélio intestinal e pela 
passagem ao sangue (absorção). 
Os cães e os gatos são essencialmente carnívoros, gerando algumas 
implicações sobre a forma de digerir e absorver essa dieta. Uma dessas repercussões 
é um ceco bastante diminuído, uma vez que praticamente não há necessidade de 
fermentação microbiana e, quando necessária, ela é realizada pelo cólon. 
40
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
As principais partes que formam o sistema são: boca, dentes, língua, 
faringe, esôfago, estômago, intestino delgado e intestino grosso. Existem ainda 
órgãos acessórios, que são as glândulas salivares, o fígado e o pâncreas. 
A boca é a porta de entrada do alimento no trato digestório. Nela, 
os dentes possuem um papel essencial para a fragmentação e também para o 
corte do alimento, permitindo a entrada na boca. Os dentes do cão e do gato 
são incisivos, caninos, pré-molares e molares. Os primeiros dentes são nomeados 
decíduos e são substituídos pelos dentes permanentes entre os 3 e 7 meses de 
idade. A língua auxilia na movimentação dos alimentos sobre a superfície dos 
dentes e também promove a entrada do alimento no esôfago. A faringe é uma 
passagem em comum entre o trato digestório e o respiratório. 
O esôfago é um tubo que liga a faringe ao estômago, sendo composto por 
pregas que se distendem, quando ocorre a passagem do alimento, e se fecham, 
após a passagem ter ocorrido. Seu trajeto pelo pescoço é pelo lado esquerdo da 
traqueia. O estômago é uma dilatação do trato digestório, cuja função é a estocagem 
e o início da digestão. Divide-se, anatomicamente, nas regiões de cárdia, fundo, 
corpo, antro pilórico e piloro. Distribuídas em algumas regiões, as glândulas são 
responsáveis pela secreção de muco, ácido clorídrico, pepsigonênio e hormônio 
gastrina. Após a adição de secreções do estômago ao alimento, a mistura passa 
a se chamar quimo e segue para o intestino. O intestino delgado divide-se em 
duodeno, jejuno e íleo. O duodeno recebe as secreções pancreáticas e a bile. A 
porção interna do intestino possui inúmeras pregas (vilosidades), que aumentam 
a superfície de contato do quimo com o intestino, para sua digestão a absorção. O 
conteúdo do íleo chega ao cólon através da junção ileocólica. O intestino grossocompreende ceco e cólon (ascendente, transverso e descendente). O reto é a 
porção pélvica do cólon descendente até o ânus, onde são acumuladas as fezes. 
As glândulas salivares são compostas por quatro pares: mandibulares, 
parótidas, sublinguais e zigomáticas. Sua função é a secreção serosa e mucosa, 
que irá se misturar ao conteúdo alimentar. O pâncreas situa-se ao longo do 
trajeto do duodeno. Sua função é secretar hormônios, como a insulina e o 
glucagon, e enzimas digestivas, que se misturam a bile e chegam ao duodeno 
pelo ducto comum. O fígado é um importante órgão com múltiplas funções, 
sendo uma delas a secreção de bile e ácidos biliares. Ainda possui funções de 
síntese, armazenamento, conversões metabólicas e defesa por macrófagos. 
Assim, além de liberar secreções que auxiliam na digestão dos alimentos, após 
a absorção dos nutrientes, são levados ao fígado para sua correta utilização. Os 
nutrientes	básicos	são	classificados	em	carboidratos,	proteínas,	 lipídeos,	água,	
sais inorgânicos e vitaminas. 
TÓPICO 3 — FISIOLOGIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
41
4 SISTEMA CARDIOVASCULAR 
Com o intuito de permitir a nutrição e excreção de todas as células, 
mesmo as mais distantes, existe o sistema cardiovascular. Formado por uma rede 
de vasos sanguíneos, possibilita a circulação do sangue, o qual é impulsionado 
pelo coração. Para facilitar o retorno do líquido do interstício para a circulação 
sanguínea, existe o sistema linfático. 
4.1 CORAÇÃO 
O coração é um órgão em formato de cone, com sua base voltada 
craniodorsalmente. Ele é envolto pelo saco pericárdico. É formado por quatro 
câmaras divididas em direitas e esquerdas, cada lado com um átrio e um ventrículo. 
O	fluxo	do	 sangue	ocorre	das	veias	para	os	 átrios,	 seguindo	aos	ventrículos	 e	
saindo do coração pelas veias. Separando os átrios dos ventrículos, localizam-
se as valvas atrioventriculares. A da direita, com três folhetos, é chamada de 
tricúspide; e a da esquerda, com dois folhetos, de mitral. As valvas que separam 
o sangue dos ventrículos das artérias são chamadas de semilunares, sendo a da 
direita, a valva pulmonar, e a da esquerda, a valva aórtica. 
4.2 CONTRATATILIDADE CARDÍACA 
A contratilidade cardíaca ocorre através da passagem do impulso elétrico 
pelo coração, que é originado no nodo sinoatrial, espalhando-se pelos átrios 
através das vias intermodais. Após percorrer todo o átrio, o impulso chega ao 
nodo	 atrioventricular,	 que	 o	 repassará	 aos	 ventrículos,	 percorrendo	 as	 fibras	
de Purkinje. Dessa forma, a contração dos dois átrios ocorre ao mesmo tempo, 
empurrando o sangue a ambos ventrículos, que se contraem, ao mesmo tempo, 
mandando o sangue para as artérias. A passagem desse impulso pelo coração 
pode ser registrada por um traçado elétrico, chamado de eletrocardiograma, 
em que cada momento de contração e relaxamento é delimitado por diferentes 
amplitudes e formatos de onda. Da mesma maneira, o fechamento das valvas 
cardíacas é audível (ausculta cardíaca). O fechamento das valvas atrioventriculares 
é chamado de primeira bulha (“tum”), seguido do fechamento das valvas 
semilunares, chamado de segunda bulha (“dum”). O momento de contração 
cardíaca é denominado sístole e o período de relaxamento, diástole. 
Dentro do sistema fechado, o sangue é mantido sob pressão, e essa 
pressão muda em diferentes partes do sistema circulatório. O ponto de maior 
pressão do sistema é na aorta, no momento da contração do ventrículo esquerdo, 
por isso, é determinada pela pressão sanguínea sistólica. Já o ponto de menor 
pressão ocorre quando há o relaxamento do ventrículo esquerdo, sendo esse 
o determinante da pressão sanguínea diastólica. O termo pressão de pulso é a 
diferença matemática entre a pressão sistólica e a diastólica, uma vez que esse é 
o volume de sangue ejetado pelo ventrículo esquerdo, determinando o volume 
42
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
de sangue que percorrerá os vasos sanguíneos. O termo “pressão arterial média” 
refere-se	à	taxa	média	do	fluxo	de	sangue	pelos	vasos,	assim,	mais	próxima	da	
pressão diastólica do que da sistólica, uma vez que o tempo de diástole é maior 
do que o de sístole. A pressão arterial média dos cães é de 100 mm/Hg (120/70) e 
dos gatos de 110 mm/Hg (140/90). 
A frequência cardíaca é dada pelo número de batimentos por minutos 
(bpm)	e	se	altera	de	acordo	com	diferentes	fatores	fisiológicos,	como	descanso,	
exercício, excitação, temperatura ambiental elevada, entre outros. A frequência 
cardíaca normal é determinada pelo número de batimentos por minuto em um 
paciente adulto em repouso, sendo de 70 a 120 bmp no cão e de 110 a 130 bpm 
no gato. 
4.3 CIRCULAÇÃO 
O sangue venoso que chega ao coração a partir dos tecidos, através da 
veia cava cranial e da veia cava caudal, entrando no átrio direito no momento de 
relaxamento atrial. No momento da abertura da valva atrioventricular direita, 
o sangue passa ao ventrículo direito. Após repleto, o ventrículo se contrai e 
impulsiona o sangue pelas valvas semilunares para a artéria pulmonar até os 
pulmões. Tendo passado pelos pulmões, retorna ao coração pela veia pulmonar, 
já como sangue arterial, chegando ao átrio esquerdo. Com a abertura da valva 
atrioventricular esquerda, chega ao ventrículo esquerdo e, com a contração do 
ventrículo esquerdo, o sangue é bombeado pelas valvas seminulares para a 
artéria aorta. 
A circulação que liga o coração aos pulmões é chamada de circulação 
pulmonar, ou pequena circulação. A circulação que liga o corpo ao coração é 
denominada sistêmica, ou grande circulação. O sangue que chega ao coração 
para ser oxigenado é chamado de sangue venoso e o sangue oxigenado, ou seja, 
que sai do coração, é conhecido como sangue arterial. O sangue venoso deixou 
oxigênio nos tecidos e retorna ao coração carregado de dióxido de carbono. 
Dentro da circulação sistêmica, existe uma circulação diferente do pa-
drão usual, chamada de sistema porta. A principal circulação portal é o sistema 
porta-hepático. 
4.3.1 Circulação porta-hepática 
O sistema porta-hepático transporta o sangue de estômago, baço, pân-
creas e intestinos através da veia porta até o fígado. No fígado, a remoção dos 
nutrientes do sangue ocorre para gerar a metabolização e a redistribuição dos 
componentes	vindos	da	dieta,	a	fim	de	que	o	sangue,	com	os	nutrientes	absor-
vidos, não necessite fazer todo o trajeto até o coração para retornar ao fígado, 
fazendo, assim, um desvio. 
TÓPICO 3 — FISIOLOGIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
43
4.4 SISTEMA LINFÁTICO 
Sua função é transportar o líquido do interstício para a circulação 
sanguínea novamente. Seu vaso inicia-se cegamente e, em geral, acompanha uma 
veia até um grande vaso sanguíneo. 
5 SISTEMA RESPIRATÓRIO 
A respiração é o método pelo qual os animais obtêm e usam o oxigênio 
e eliminam o dióxido de carbono. No nível celular, o oxigênio é recebido pelas 
mitocôndrias, onde oxidará os cofatores reduzidos do metabolismo; no processo 
de transferência de elétrons, o hidrogênio se une ao oxigênio para formar a água. 
A passagem do ar inicia nas narinas, seguida pelas cavidades nasais, 
faringe, laringe, traqueia e brônquios, para chegar aos pulmões. 
As narinas são as aberturas externas para a passagem do ar. Nas cavidades 
nasais, encontram-se os ossos turbinados, separados pelo septo nasal e separados 
da boca pelo palato duro e pelo palato mole. A função das cavidades nasais é 
aquecer,	umidificar	e	filtrar	o	ar	inalado.	O	epitélio	olfatório	está	localizado	na	
porção caudal das cavidades nasais. A faringe é a passagem em comum ao ar 
e comida. O controle de entrada em cada via (respiratória e digestória) se dá 
pela glote. Já a laringe abrange os órgãos de fonação dos mamíferos. A traqueia 
estende-se da região cervical até a torácica, sendo formada por anéis cartilaginosos 
incompletos que não permitem seu colapso. Seus anéis são incompletos para 
permitirem diferentes variações de tamanho em questão de diâmetro. Na 
sequência,	o	ar	segue	pelosbrônquios	e	suas	ramificações	até	chegar	aos	alvéolos.	
Os	 alvéolos	 possuem	 uma	 parede	 muito	 fina	 e	 que	 está	 intimamente	
ligada com o endotélio vascular. É ali que as trocas gasosas ocorrem, tornando o 
sangue venoso (azulado) em sangue arterial (vermelho brilhante). 
Devido	à	grande	quantidade	de	ar	contida	nos	pulmões,	a	radiografia	é	o	
exame de eleição para avaliação da região, uma vez que o contraste promovido 
pelo	ar	na	radiografia	permite	uma	avaliação	detalhada	da	sua	estrutura.	
Revestindo todo o tórax, existe a pleura, cuja função é diminuir, ao 
máximo, a fricção dos pulmões para uma melhor movimentação. A pleura forma 
uma prega na região da traqueia, esôfago, aorta, cavas e ducto linfático, formando 
o espaço mediastínico. 
44
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
5.1 RESPIRAÇÃO 
Um ciclo respiratório compreende uma fase de inspiração, seguida da 
expiração. A inspiração corresponde ao aumento de tamanho do tórax, culminando 
com a entrada de ar. O tórax aumenta de tamanho devido à contração do músculo 
diafragma e dos músculos intercostais. A expiração é auxiliada pela contração 
de	músculos	 intercostais	 específicos.	Os	músculos	 abdominais	podem	auxiliar	
na inspiração e na expiração pelo deslocamento das vísceras abdominais em 
direção cranial ou caudal. Portanto, existe a respiração costal, caracterizada por 
movimentos pronunciados das costelas, e a respiração abdominal, caracterizada 
por movimentos visíveis do abdome. 
A frequência respiratória refere-se ao número de ciclos respiratórios por 
minuto	(mpm).	Ela	é	facilmente	influenciada	por	uma	série	de	fatores,	desde	a	
temperatura ambiental, o nível de movimentação do animal, o estado de saúde, 
a idade, entre outros. A frequência respiratória normal de um cão dormindo é 
de 18 a 25 mpm e do gato dormindo, de 16 a 25 mpm. Assim como no caso do 
coração,	a	ausculta	pulmonar	também	é	possível,	podendo	identificar	uma	série	
de diferentes sons da passagem de ar pela árvore traqueobrônquica, permitindo 
a avaliação de uma diferente gama de patologias respiratórias. 
5.2 TROCAS GASOSAS 
A ventilação leva o O2 para os alvéolos e remove o CO2. O CO2 é cerca 
de 20 vezes mais facilmente difundido em água do que o O2, fazendo com que 
o dióxido de carbono seja transportado por difusão e diferença do gradiente 
de concentração, enquanto o oxigênio precisa ser transportado ligando a 
hemoglobina das hemácias. 
A maioria do dióxido de carbono é transportada como bicarbonato por 
uma reação química de hidratação. Desse modo, nos tecidos em que o CO2 é 
produzido, existe uma maior concentração, o que promove a sua difusão para o 
sangue arterial, tornando-o sangue venoso. Da mesma forma, a sua concentração 
no sangue venoso é maior do que no interior dos alvéolos, provocando sua saída. 
Como a produção de CO2 é maior do que sua possibilidade de difusão, uma 
menor parte é transportada ligada a proteínas plasmáticas e uma parte ainda 
menor é carregada pela hemoglobina. 
O oxigênio é captado nos alvéolos e se liga a hemoglobina. Por isso, 
é	 importante	 lembrar	 que	 anemias	 podem	 influenciar	 negativamente	 no	
fornecimento de oxigênio para os tecidos.
TÓPICO 3 — FISIOLOGIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
45
6 SISTEMA URINÁRIO 
A função dos rins não se resume somente à excreção de dejetos metabólicos 
pela urina, mas também à manutenção do volume e da composição do ambiente 
corpóreo interno. O sistema urinário é composto por um par de rins, um par de 
ureteres, uma bexiga e uma uretra. 
Os rins estão separados da cavidade abdominal pelo peritônio, sendo 
considerados estruturas retroperitoneais. O sangue chega aos rins através da 
artéria renal, vinda da aorta; e sai pelas veias renais, desembocando na veia 
cava caudal. Em cães e gatos, possuem formato de feijão. A unidade funcional 
dos rins é o néfron, o qual é dividido em duas porções: cortical e medular. A 
cortical, mais externamente, é formada pelos glomérulos, enquanto a medular, 
mais internamente, é formada pelas alças de Henle e pelos ductos coletores. A 
pelve renal é o local em que a urina é coletada dos rins, sendo transportada pelos 
ureteres. O ureter é um tubo muscular que conduz a urina do rim à bexiga. A 
entrada	na	bexiga	ocorre	por	um	ângulo	oblíquo,	evitando	refluxos	de	urina.	A	
bexiga é oca e tem a função de acumular urina para ser eliminada em seguida. O 
colo da bexiga é a continuação caudal da bexiga para a uretra, que conduz a urina 
ao exterior. O esfíncter, que separa a bexiga da uretra, é o esfíncter externo. 
6.1 NÉFRON 
É a unidade funcional do rim. Os glomérulos localizam-se na cortical e os 
ductos coletores e as alças de Henle, na medular. Os glomérulos, que estão mais 
próximos à medular, são chamados de justamedulares, já os que permanecem na 
cortical, de corticomedulares. 
Após	 a	 filtração	 pela	 cápsula	 de	 Bowman,	 o	 filtrado	 segue	 por	 túbulo	
proximal, alça de Henle, túbulo distal, túbulo coletar e ducto coletor – todos esses 
túbulos	têm	a	finalidade	de	reabsorver	e	secretar	componentes	para	a	formação	
da urina e correta concentração e formulação do líquido corporal. Diversos fatores 
de	concentração,	transportes	ativos,	pressões	e	ações	hormonais	influenciam	na	
formação da urina. 
7 SISTEMA REPRODUTOR MASCULINO
A função do sistema reprodutor masculino é a formação de esperma e 
sua deposição na fêmea. A formação dos espermatozoides ocorre nos testículos 
e segue pelo epidídimo, onde são maturados e armazenados. Após a entrada do 
pênis no sistema reprodutor da fêmea, os espermatozoides são empurrados para 
a	uretra,	unindo-se	à	secreção	das	glândulas	acessórias	e,	por	fim,	seguindo	para	
a ejaculação. 
46
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
Os testículos são órgãos pareados. Possuem importantes tipos celulares, 
como as células de Leydig (secretoras de testosterona) e células de Sertoli 
(responsáveis pela nutrição dos espermatozoides em crescimento). O epidídimo 
divide-se em cabeça, corpo e cauda, sendo que quanto mais próximos da cauda, 
mais maturados estão os espermatozoides. O ducto deferente é a continuação 
do epidídimo e sua ligação com a uretra. Os testículos permanecem fora do 
abdome através do canal inguinal, ainda dentro do escroto, que é uma bolsa 
cutânea que auxilia no controle da temperatura ideal, por meio da contração do 
músculo cremaster. 
A glândula acessória do sistema reprodutor do cão é a próstata, que se 
localiza caudalmente à bexiga, envolvendo a uretra. 
O pênis inicia na borda caudal do arco isquiático pélvico. O cão tem o 
bulbo da glande, uma região no pênis que aumenta de tamanho e auxilia na 
retenção prolongada do pênis durante o coito com a fêmea. Além disso, ele conta 
com o osso peniano que auxilia na distensão do pênis para a cópula. O pênis do 
gato permanece voltado caudalmente, com presença de espículas, que auxiliam 
na ovulação da fêmea. 
8 SISTEMA REPRODUTOR FEMININO 
O intuito do sistema reprodutor da fêmea é produzir oócitos e fornecer o 
ambiente para o desenvolvimento do feto, após a fertilização do oócito maduro 
pelo espermatozoide. É importante lembrar ainda que a função de nutrição do 
feto segue após o nascimento no período da lactação. 
Esse sistema é composto por dois ovários, tubas uterinas, útero, vagina, 
vulva e glândulas mamárias. Os ovários são responsáveis pelo desenvolvimento 
dos oócitos e pela secreção de hormônios. Eles situam-se caudalmente aos 
rins.	É	dividido	em	córtex	(produção	dos	oócitos)	e	medular	(onde	ficam	vasos	
sanguíneos, linfáticos e nervos). As tubas uterinas conduzem o oócitos até o útero, 
que é o local de desenvolvimento do feto, dividido em cornos, corpo e cérvix. A 
vagina é o local de introdução do pênis do macho e é a porção do canal do parto, 
que	fica	dentro	da	pelve.	A	porção	da	genitália	externa	é	formada	pela	vulva.	
8.1 CICLO ESTRAL 
O início da puberdade nas fêmeas caninas ocorre entre o 6º e o 12º mês de 
vida. Já nas gatas, por volta do 6º ao 8º mês de vida, dependendodo fotoperíodo. 
O estrogênio é responsável pela proliferação dos tecidos reprodutores e 
pela receptividade sexual. A progesterona é produzida pelo corpo lúteo e é o 
principal hormônio para manutenção da gestação. No caso das fêmeas caninas, 
essa produção permanece elevada após o período de cio, independentemente de 
ocorrer ou não fecundação. 
TÓPICO 3 — FISIOLOGIA BÁSICA DE CÃES E GATOS
47
O ciclo estral refere-se ao ciclo regular, mas com limitação de receptividade 
sexual. As fases do ciclo são: 
• pró-estro: é o momento de desenvolvimento folicular e de preparação para 
receptividade do macho;
• estro: é o período do ciclo em que ocorre a receptividade sexual;
• metaestro: é o período inicial pós-ovulatório, quando inicia o desenvolvimento 
do corpo lúteo;
• diestro: ocorre no tempo de permanência de atividade do corpo lúteo; 
• anestro é o período sem atividade do sistema reprodutor feminino. 
A duração do pró-estro e estro na cadela dura 7 a 10 dias cada um deles. 
É durante o pró-estro que a fêmea apresenta secreção vulvar sanguinolenta, atrai 
os machos, exibe a região do períneo, porém a receptividade sexual somente 
ocorrerá no período seguinte, o estro. Já o diestro dura cerca de 70 a 80 dias e, 
devido a esse diestro prolongado com atuação da progesterona, a fêmea é mais 
propícia a desenvolver infecções uterinas, conhecidas como piometra. 
Um fator importante para a gata é o fotoperíodo (duração dos períodos 
de luz e escuridão). Nos períodos de dias mais curtos (inverno), o fotoperíodo 
influencia	negativamente	 a	 secreção	de	hormônios	 que	 estimulam	a	 ovulação,	
portanto, a fêmea permanece em anestro. Além disso, a ovulação da gata 
ocorre somente se houver o coito. Se não houver cópula, a gata permanece na 
fase folicular por 8 dias, seguidos de 8 dias de inatividade ovariana. Isso ocorre 
diversas vezes até o ciclo seguinte. Se houver coito, mas não ocorrer fecundação, 
a fêmea entrará novamente em estro, no mínimo, 42 dias depois. Os sinais de 
estro na fêmea incluem vocalização, afeição por pessoas ou objetos, rolar no chão, 
tremer a cauda, entre outros. 
8.2 GESTAÇÃO 
É	o	período	em	que	o	filhote	não	nascido	permanece	no	interior	do	corpo	
da fêmea. O tempo médio de gestação das fêmeas caninas e felinas é de 63 dias. 
Imediatamente após o parto, inicia-se a lactação. As gatas e as cadelas possuem 
em média quatro pares de glândulas mamárias.
48
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
• O sistema nervoso integra os sistemas sensoriais e os sistemas motores, para 
que as informações sejam detectadas e as respostas, executadas, sendo formado 
pelo sistema nervoso central, o encéfalo e a medula, o periférico, os nervos 
cranianos e espinhais, e o autônomo, o qual tem componentes das duas partes 
e se divide em simpático, parassimpático e entérico.
• O encéfalo é formado pelo cérebro, cerebelo e tronco encefálico, sendo o cérebro 
responsável por ações motoras e sensoriais, inclusive a consciência; o cerebelo 
regula as funções motoras; e o tronco dá origem aos nervos cranianos, possui 
funções neurossecretoras e integra as funções do sistema nervoso autônomo.
• A medula é a continuação do tronco encefálico; dela, originam-se os nervos 
eferentes e chegam os nervos aferentes dos membros torácicos e pélvicos, sua 
finalização	se	dá	na	cauda	equina.
• A coluna pode ser dividida, na avaliação clínica de lesões neurológicas, conforme 
a disposição dos nervos, formando os segmentos cervical, cervicotorácico, 
toracolombar e lombossacro.
• O sistema gastrointestinal é responsável pela digestão e pela absorção de 
nutrientes, sendo formado por boca, dentes, língua, faringe, esôfago, estômago, 
intestino delgado, intestino grosso, glândulas salivares, fígado e pâncreas.
• O sistema cardiovascular é responsável pela circulação sanguínea de todo 
o corpo, permitindo a nutrição e a excreção de cada uma das células que o 
compõe.
• O coração é o responsável pela movimentação sanguínea através de sua 
contratilidade, comandada por impulsos elétricos que promovem contração e 
relaxamento da musculatura, auxiliado pelas válvulas cardíacas, que impedem 
o	refluxo	de	sangue.
• A circulação sanguínea ocorre através dos átrios e ventrículos, formando 
a circulação pulmonar e a sistêmica, como estamos acostumados a ver em 
humanos.
• O sistema respiratório é formado por narinas, cavidades nasais, seios paranasais, 
faringe, laringe, traqueia, brônquios e pulmões, com o intuito de obter oxigênio 
e eliminar gás carbônico pela respiração.
49
• O sistema urinário promove a excreção e dejetos pela urina, auxilia na 
manutenção do volume e da composição do ambiente corpóreo interno, através 
dos seus órgãos funcionais, os rins, onde estão os néfrons.
•	 O	 sistema	 reprodutor	 masculino	 tem	 a	 finalidade	 de	 produzir	 esperma	
e depositá-lo na fêmea, por meio da produção de espermatozoides pelos 
testículos, a secreção da próstata e a passagem pelo pênis.
• A fêmea, em seu sistema reprodutor, produz oócitos, fornece ambiente para 
desenvolvimento do feto e ainda produz o leite para alimentá-lo depois do 
nascimento.
• As fêmeas canina e felina possuem ciclo estral.
50
1 Paciente canina, fêmea, da raça Pastor Alemão, com 1 ano de idade, foi 
encaminhada	ao	setor	de	radiologia	para	radiografias	seriadas	contrastadas	
de trânsito intestinal, com suspeita de presença de corpo estranho. Sobre 
a	anatomia	e	a	fisiologia	do	sistema	gastrointestinal,	assinale	a	alternativa	
CORRETA:
a) ( ) Os cães possuem quatro estômagos, para poder realizar a digestão da 
celulose presente nas forragens por eles ingeridas, uma vez que são 
animais herbívoros.
b) ( ) O esôfago passa pela região cervical e torácica, e, por possuir a 
capacidade de dilatação, não existe a possibilidade de presença de 
corpos estranhos no esôfago dos cães.
c) ( ) Após a ingestão do contraste e sua passagem pelo esôfago, o contraste 
seguirá por estômago, duodeno, jejuno e íleo e passará pelo cólon.
d) ( ) Os cães possuem o ceco bastante desenvolvido para realizar digestão 
microbiana, o que afetará o trânsito do contraste e deverá ser levado 
em consideração para realização do exame.
2 Pacientes apresentando rápido cansaço e síncopes, geralmente, são 
encaminhados	 ao	 setor	 de	 radiologia	 para	 exame	 radiográfico	 do	 tórax	
para avaliação cardiovascular. Sobre o sistema cardiovascular de cães e 
gatos, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Cães e gatos possuem quatro câmaras cardíacas, divididas em átrios e 
ventrículos, direitos e esquerdos.
b) ( ) A circulação porta é assim chamada por ser separada das demais por 
portas ou válvulas.
c) ( ) Os cães e gatos não possuem pressão sistólica e diastólica.
d) ( ) A circulação sanguínea passa pelos pulmões, porém a oxigenação do 
sangue ocorre através da boca.
3 Para um funcionamento completo do organismo, o equilíbrio entre os 
diferentes sistemas é fundamental, sendo o sistema renal uma importante 
parte	para	a	manutenção	desse	equilíbrio	fisiológico.	Sobre	o	sistema	renal	
de cães e gatos, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) A formação de urina ocorre no fígado, por meio da circulação portal.
b) ( ) Cães e gatos possuem dois rins, dois ureteres, uma bexiga e uma uretra.
c) ( ) A unidade funcional do rim é chamada de nélsion.
d)	(			)	 A	urina	fica	armazenada	na	bexiga	para,	depois,	sair	pelo	ureter.
AUTOATIVIDADE
51
TÓPICO 4 — 
UNIDADE 1
TÉCNICAS DE CONTENÇÃO DE CÃES E GATOS 
PARA EXAMES DE IMAGEM
1 INTRODUÇÃO
A relação do homem com os cães e gatos data de milhares de anos. Esse 
vínculo traz muitos benefícios para a saúde física e psicológica de ambas as 
partes. O Brasil, segundo levantamento da Abinpet (2019), possui uma população 
de 141,6 milhões de animais, sendo 55,1 milhões de cães e 24,7 milhões de gatos 
– isso demonstra como a presença de animais é importante para a população. 
Cães e gatos podem fazer companhia a famílias, idosos, crianças, pessoas que 
moram	sozinhas,	podem	auxiliarpessoas	com	deficiências	físicas	ou	psicológicas	
e ter funções práticas, quando treinados para tal, como busca e resgate, além 
de proporcionarem benefícios na interação humano-animal em pessoas 
convalescentes em hospitais.
Muitas relações positivas podem ser descritas, mas esse vínculo tão 
próximo pode trazer malefícios quando cuidados básicos com a saúde e o 
comportamento dos animais não forem respeitados. Em 1978, a Organização 
das Nações Unidas (ONU), por meio da Organização das Nações Unidas para a 
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, 1978), expôs a Declaração Universal dos 
Direitos dos Animais, que, em seu Art. 2º, declara que todo animal tem direito a ser 
respeitado e, em seu Art. 3º, determina que nenhum animal deve ser submetido 
a maus-tratos ou atos cruéis. Diante dessas questões, devemos ter em mente a 
importância de preservar o bem-estar animal durante toda a realização do exame, 
visando a sua segurança e mantendo-o livre de estresse e medo.
Considerando os direitos dos animais, muitas discussões acerca do 
tratamento que eles recebem como propriedade indicam que ele pode ser tornado 
inadequado. Adicionando mais um fator a essa causa, em 2012, um grupo de 
especialistas da neurociência avaliou experiências sobre a consciência e os 
comportamentos relacionados a ela, culminando com a divulgação da Declaração 
de Cambridge sobre a Consciência, em que se conclui que: 
Evidências convergentes indicam que animais não humanos têm os 
substratos	neuroanatômicos,	neuroquímicos	e	neurofisiológicos	dos	
estados de consciência, juntamente com a capacidade de exibir com-
portamentos intencionais. Consequentemente, o peso das evidências 
indica que os humanos não são os únicos a possuir os substratos neu-
rológicos que geram a consciência (DECLARAÇÃO..., 2012, p. 1).
52
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
A preocupação com os cuidados e bem-estar animal também chegou ao 
nosso país. Em 2018, um projeto de lei foi encaminhado ao Senado Federal com 
o objetivo de acrescentar à Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (BRASIL, 
1998), a disposição sobre a natureza jurídica dos animais não humanos, cujo teor 
manifesta que “os animais não humanos possuem natureza jurídica sui generis 
e	 são	 sujeitos	 de	 direitos	 despersonificados,	 dos	 quais	 devem	 gozar	 e	 obter	
tutela jurisdicional em caso de violação, vedado o seu tratamento como coisa”. 
Isso	significa	que	os	animais	não	serão	mais	vistos	pela	justiça	como	coisas	que	
possuem proprietários, mas, sim, sujeitos que possuem direitos.
Diante de todas essas evidências, nossa obrigação com o cuidado e 
o respeito ao paciente animal deve ser uma prioridade – lembrando que, em 
muitos casos, ele é tratado como um ente familiar ou como parceiro de trabalho 
de muitas pessoas.
Neste tópico, abordaremos algumas informações que podem ajudar a 
tornar o exame minimamente estressante ao paciente e ao seu tutor.
2 AMBIENTE DO EXAME 
A	 dinâmica	 da	 realização	 dos	 exames	 radiográficos	 em	 cães	 e	 gatos	 é	
diferente dos exames realizados em pacientes humanos. Precisamos determinar 
dois pontos principais: os animais não são capazes de compreender que farão um 
exame não invasivo e a necessidade de contenção e posicionamento adequado 
implica a presença de uma ou, em geral, duas pessoas na sala de exame. 
Assim, a manutenção de um ambiente tranquilo deve ser priorizada. 
Barulhos	 altos,	 movimentos	 bruscos	 e	 interrupções	 dificultam	 a	 cooperação	
do paciente. O primeiro passo é organizar toda a sala de exame, colocando à 
disposição todo o material necessário. A mesa de exame deve estar limpa, 
reduzindo os odores de outros pacientes. O ajuste da técnica a ser utilizada deve 
ser feito em seguida. Músicas instrumentais ou de ritmo calmo podem ajudar na 
manutenção do ambiente ideal. Só depois de todos os fatores organizados é que 
devemos levar o paciente para a sala de exame.
Todo	o	cuidado	com	o	ambiente	não	será	suficiente	se	nosso	comporta-
mento não for ajustado. Cães e gatos reagem a ambientes ofensivos através de 
sua defesa com mordidas ou arranhões. Dessa forma, manter-se tranquilo e agir 
com cautela auxilia muito na realização do exame. Quanto mais colaborativo for 
o	paciente,	melhor	ficará	o	posicionamento	e,	consequentemente,	a	qualidade	da	
imagem obtida será superior.
Devemos dar preferência à presença do tutor na sala durante a realização 
do exame, pois isso é capaz de trazer algumas vantagens, como manter o paciente 
mais calmo em razão da segurança passada pelo tutor, ter mais uma pessoa 
TÓPICO 4 — TÉCNICAS DE CONTENÇÃO DE CÃES E GATOS PARA EXAMES DE IMAGEM
53
auxiliando no posicionamento, reduzindo a necessidade da equipe de trabalho 
e	 da	 exposição	 desta.	Outro	 aspecto	 positivo	 é	 a	 confiança	 que	 recebemos	 do	
tutor ao acompanhar todo o exame respeitando, adequadamente, o paciente e 
seu conforto.
3 CONTENÇÃO FÍSICA 
A contenção física tem o objetivo de permitir a realização de procedimentos 
no	 paciente,	 mantendo	 a	 segurança	 do	 profissional	 e	 evitando	 estresse	
desnecessário ao paciente. 
Muitos exames podem ser realizados somente contendo o animal com 
uso de técnicas adequadas. A aproximação deve iniciar pelo contato com o tutor, 
buscando informações sobre o temperamento do paciente e sobre qual o motivo 
que o levou a fazer o exame. 
Todo o paciente que precisa fazer um exame radiográfico está com algum 
problema, por isso entender qual é esse problema e quais os desconfortos e dores estão 
causando ao paciente auxilia nos cuidados no momento de seu posicionamento. Por 
exemplo, um paciente que fará um exame no joelho e não está conseguindo usar a pata 
para caminhar tem grandes chances de apresentar dor à manipulação da articulação. 
Portanto, uma atenção especial a esse membro deve ser dispensada, desde a contenção 
até o posicionamento. Ainda é importante saber de lesões anteriores que podem prejudicar 
ou restringir a mobilidade do paciente.
DICAS
Uma aproximação lenta do paciente, falando seu nome e buscando contato 
através de carinho pode amenizar o animal. Após esse contato, o paciente pode 
ser colocado sobre a mesa de exame. Podemos pedir ao tutor que realize esse 
processo, ou caso o paciente seja de maior porte, o tutor pode elevar o paciente 
segurando	 a	 região	 da	 cabeça	 e	 membros	 torácicos,	 enquanto	 o	 profissional	
segura os membros pélvicos e o abdome. 
Com o paciente sobre a mesa, o tombamento pode ser realizado. Para 
isso, pedimos ao tutor que segure a cabeça do animal usando as duas mãos 
de	um	lado	da	mesa,	enquanto,	do	lado	oposto,	o	profissional	deve	segurar	os	
membros torácicos e pélvicos, encostando o tronco do paciente contra o dele e 
deitando-o devagar sobre a mesa. A contenção da cabeça pelo tutor é importante 
para evitar mordidas e ainda evitar que o paciente bata a cabeça contra a mesa 
na manipulação.
54
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
A contenção sobre a mesa pode ser feita usando o antebraço sobre o 
pescoço e as mãos para segurar, com uma delas, os membros torácicos, e com a 
outra, os membros pélvicos. Depois disso, pode-se seguir com o posicionamento 
específico	de	cada	exame.
Em pacientes que não sejam tão colaborativos, o uso de contenção como 
focinheiras, mordaças ou toalhas pode ser necessário. As toalhas podem ser 
utilizadas enroladas ao redor do pescoço, para contenção da cabeça, evitando 
mordidas.	É	necessário	atentar	para	o	ponto	de	pressão,	que	deve	ficar	na	cabeça,	
na mandíbula, e não na região dos tecidos moles cervicais, para evitar compressão 
e obstrução da traqueia, podendo levar a uma parada cardiorrespiratória. 
Mordaças podem ser feitas com uso de cordas ao redor do focinho. O material 
utilizado deve ser macio, evitando lacerações na pele. Focinheiras de diversos 
modelos e tamanhos estão disponíveis no mercado e podem ser utilizadas se 
necessário. Mordaças ou focinheiras devem ser utilizadas com cuidado, uma 
vez	que	podem	levar	à	dificuldade	respiratóriaem	alguns	pacientes,	portanto,	
sempre que utilizadas, deve-se atentar à respiração, evitando complicações.
Para gatos, existe um movimento internacional chamado “Cat Friendly”, 
que determina práticas minimamente estressantes para os felinos. Novamente, 
é objetivado o respeito ao paciente, compreendendo suas limitações e dores, seu 
comportamento territorialista natural e evitando técnicas que sejam dolorosas. 
Para entender melhor como funciona o movimento Cat Friendly e qual a sua 
importância, visite o site: https://catfriendlyclinic.org/.
DICAS
É fundamental lembrar que, em geral, quanto menos tensão e força forem 
usadas na contenção, mais colaborativo tende a ser o paciente, uma vez que o 
ambiente se torna menos hostil. 
4 CONTENÇÃO QUÍMICA
Caso todos os cuidados para manutenção de um ambiente tranquilo e com 
o manejo adequado respeitando o paciente não permita a realização do exame, 
podemos fazer uso da contenção química, que ainda pode ser indicada nos casos 
em que o posicionamento seja desconfortável ou doloroso. Exames muito longos, 
com diversas projeções, também tendem a não ser bem tolerados pelo paciente.
TÓPICO 4 — TÉCNICAS DE CONTENÇÃO DE CÃES E GATOS PARA EXAMES DE IMAGEM
55
Para que a contenção química seja feita, um médico veterinário deve ser 
solicitado,	preferencialmente,	um	especialista	em	anestesia.	Esse	profissional	será	
capaz de determinar qual o melhor protocolo de medicações a ser utilizado, bem 
como quais as limitações de cada animal e as possíveis complicações da sedação 
ou anestesia. 
Um preparo anterior deve ser feito no paciente, com jejum e exames pré-
anestésicos (como exames de sangue e eletrocardiograma) a serem determinados 
pelo médico veterinário, de acordo com cada caso clínico. 
O protocolo anestésico, em geral, inclui medicações analgésicas, relaxan-
tes musculares e sedativos combinados para proporcionar o melhor relaxamento 
ao paciente. Durante todo o exame, com uso de contenção química, o médico 
veterinário deve acompanhar o paciente sedado para evitar complicações respi-
ratórias ou cardiovasculares ou, até mesmo, o óbito do paciente. O acompanha-
mento deve seguir até que o paciente esteja totalmente recuperado.
56
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
LEITURA COMPLEMENTAR
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DOS ANIMAIS
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura 
(UNESCO)
Organização das Nações Unidas (ONU)
Preâmbulo: 
Considerando que todo o animal possui direitos; 
Considerando que o desconhecimento e o desprezo desses direitos têm 
levado e continuam a levar o homem a cometer crimes contra os animais e contra 
a natureza; 
Considerando que o reconhecimento pela espécie humana do direito à 
existência das outras espécies animais constitui o fundamento da coexistência das 
outras espécies no mundo; 
Considerando que os genocídios são perpetrados pelo homem e há o 
perigo de continuar a perpetrar outros; 
Considerando que o respeito dos homens pelos animais está ligado ao 
respeito dos homens pelo seu semelhante; 
Considerando que a educação deve ensinar desde a infância a observar, a 
compreender, a respeitar e a amar os animais, 
Proclama-se o seguinte: 
Artigo 1: Todos os animais nascem iguais diante da vida, e têm o mesmo 
direito à existência. 
Artigo 2: 
a) Cada animal tem direito ao respeito. 
b) O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de 
exterminar os outros animais, ou explorá-los, violando esse direito. Ele tem o 
dever de colocar a sua consciência a serviço dos outros animais. 
c) Cada animal tem direito à consideração, à cura e à proteção do homem. 
Artigo 3: 
a) Nenhum animal será submetido a maus-tratos e a atos cruéis. 
b) Se a morte de um animal é necessária, deve ser instantânea, sem dor ou 
angústia. 
Artigo 4: 
a) Cada animal que pertence a uma espécie selvagem tem o direito de viver 
livre no seu ambiente natural terrestre, aéreo e aquático, e tem o direito de 
reproduzir-se.
TÓPICO 4 — TÉCNICAS DE CONTENÇÃO DE CÃES E GATOS PARA EXAMES DE IMAGEM
57
b)	A	 privação	 da	 liberdade,	 ainda	 que	 para	 fins	 educativos,	 é	 contrária	 a	 este	
direito. 
Artigo 5: 
a) Cada animal pertencente a uma espécie, que vive habitualmente no ambiente 
do homem, tem o direito de viver e crescer segundo o ritmo e as condições de 
vida e de liberdade que são próprias de sua espécie. 
b)	Toda	a	modificação	imposta	pelo	homem	para	fins	mercantis	é	contrária	a	esse	
direito. 
Artigo 6: 
a) Cada animal que o homem escolher para companheiro tem o direito a uma 
duração de vida conforme sua longevidade natural 
b) O abandono de um animal é um ato cruel e degradante. 
Artigo 7: Cada animal que trabalha tem o direito a uma razoável 
limitação do tempo e intensidade do trabalho, e a uma alimentação adequada 
e ao repouso. 
Artigo 8: 
a) A experimentação animal, que implica em sofrimento físico, é incompatível 
com	 os	 direitos	 do	 animal,	 quer	 seja	 uma	 experiência	 médica,	 científica,	
comercial ou qualquer outra. 
b) As técnicas substutivas devem ser utilizadas e desenvolvidas 
Artigo 9: Nenhum animal deve ser criado para servir de alimentação, 
deve ser nutrido, alojado, transportado e abatido, sem que para ele tenha 
ansiedade ou dor. 
Artigo 10: Nenhum animal deve ser usado para divertimento do homem. 
A exibição dos animais e os espetáculos que utilizem animais são incompatíveis 
com a dignidade do animal. 
Artigo 11: O ato que leva à morte de um animal sem necessidade é um 
biocídio, ou seja, um crime contra a vida. 
Artigo 12: 
a) Cada ato que leve à morte um grande número de animais selvagens é um 
genocídio, ou seja, um delito contra a espécie. 
b) O aniquilamento e a destruição do meio ambiente natural levam ao genocídio. 
Artigo 13: 
a) O animal morto deve ser tratado com respeito.
b) As cenas de violência de que os animais são vítimas, devem ser proibidas no 
cinema	e	na	televisão,	a	menos	que	tenham	como	fim	mostrar	um	atentado	aos	
direitos dos animais. 
58
UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA VETERINÁRIA
Artigo 14: 
a) As associações de proteção e de salvaguarda dos animais devem ser 
representadas a nível de governo. 
b) Os direitos dos animais devem ser defendidos por leis, como os direitos dos 
homens.
FONTE: <https://wp.ufpel.edu.br/direitosdosanimais/files/2018/10/DeclaracaoUniversaldos
DireitosdosAnimaisBruxelas1978.pdf>. Acesso em: 26 abr. 2021.
https://wp.ufpel.edu.br/direitosdosanimais/files/2018/10/DeclaracaoUniversaldosDireitosdosAnimaisBruxelas1978.pdf
https://wp.ufpel.edu.br/direitosdosanimais/files/2018/10/DeclaracaoUniversaldosDireitosdosAnimaisBruxelas1978.pdf
59
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
Ficou alguma dúvida? Construímos uma trilha de aprendizagem 
pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
• Os animais possuem direitos incluindo direito ao respeito e a não serem 
submetidos a maus-tratos e atos cruéis.
• O ambiente de realização dos exames deve ser tranquilo, bem como nosso 
comportamento.
• A presença do tutor na sala auxilia na manutenção de um ambiente mais 
confortável ao paciente, bem como na contenção e no posicionamento, e o 
acompanhamento do exame traz mais transparência e credibilidade ao trabalho 
do	profissional	de	radiologia.
• A contenção física será utilizada para realização dos exames de imagem, 
priorizando	a	segurança	do	paciente	e	dos	profissionais	envolvidos,	usando	
técnicas de manejo adequadas.
• O uso de materiais auxiliares, como toalhas, focinheiras ou mordaças, pode ser 
necessário em casos de pacientes menos colaborativos.
• A contenção química será uma opção em paciente não colaborativo, exames 
desconfortáveis ou dolorosos e ainda em exames com muitas projeções, 
devendo ser realizada por médico veterinário que acompanhará o paciente 
durante todo o exame.
60
1 Leia o texto a seguir:
“Qualquer mudança no meio externo (ambientefísico ou psicossocial), ou 
interno (somáticos ou psicológicos), pode provocar no animal uma resposta 
fisiológica	 ou	 comportamental.	 Os	 estímulos	 podem	 ser	 agradáveis	 ou	
aversivos e as respostas do animal para estes estímulos determinam o seu 
estado de bem-estar”.
FONTE: FERREIRA, S. A.; SAMPAIO, I. B. M. Relação homem-animal e bem-estar do cão 
domiciliado. Archives of Veterinary Science, v. 15, n. 1, p. 22-35, 2010.
De acordo com o texto apresentado, o meio é determinante para as respostas 
de cães e gatos ao ambiente em que estão. A respeito do ambiente ideal para 
realização	dos	exames	radiográficos	nos	pacientes	veterinários,	classifique	V	
para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Sempre, sem exceções, devem ser utilizadas focinheiras para realização 
dos	exames	radiográficos.
(			)	 A	presença	do	 tutor	 é	 benéfica	durante	 a	 realização	do	 exame,	 sendo	
solicitada a sua presença na sala.
( ) Caso a agenda de exames esteja atrasada, podemos fazer o exame 
rapidamente com agitação na sala sem que haja prejuízo para o paciente.
( ) É importante manter a calma durante a realização do exame, para facilitar 
a manipulação do paciente, que tende a se tornar mais colaborativo.
( ) Sempre que necessários, métodos de contenção, como a focinheira, 
cordas ou toalhas, podem ser utilizados para facilitar e tornar o exame 
mais seguro.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) F – V – F – V – V.
b) ( ) F – F – F – V – V. 
c) ( ) V – V – F – V – V. 
d) ( ) F – V – F – V – F. 
e) ( ) V – V – F – V – F. 
2	 Nem	 todos	 os	 pacientes	 que	 irão	 realizar	 exames	 radiográficos	 são	
colaborativos.	Um	paciente	canino,	macho,	raça	Rottweiler,	2	anos	de	idade,	
agressivo	e	com	dor	em	pelve,	foi	encaminhado	para	exame	radiográfico.	
Assinale a alternativa CORRETA:
AUTOATIVIDADE
61
a) ( ) Uma técnica de manejo, sem equipamentos de contenção, pode ser 
realizada	sem	risco	de	lesões	aos	profissionais	envolvidos.
b) ( ) Não é recomendado o uso de focinheiras para evitar mordidas, uma 
vez	que	o	paciente	irá	asfixiar	durante	o	exame.
c) ( ) Uma das formas de contenção é pelo uso de medicações sedativas, a 
contenção química, permitindo posicionamento com maior conforto, 
segurança e qualidade.
d) ( ) Como o paciente é agressivo, não existe possibilidade alguma de 
realização do exame, assim ele deve ser dispensado sem obtenção 
de	 imagem	 radiográfica	 e	 com	 a	 orientação	 de	 não	 realizar	 novas	
solicitações de exame.
3 Um paciente felino, após sofrer queda do 5º andar, foi encaminhado para 
o	setor	de	imagem	para	realização	de	exame	radiográfico	da	coluna,	tendo	
sido medicado com uso de analgésicos e sedativos leves para controle da 
dor.	Sobre	o	manejo	realizado,	em	geral,	para	exames	radiográficos,	analise	
as proposições a seguir:
I- Um manejo cuidadoso deve ser feito, evitando ao paciente mais dor 
durante a realização do exame.
II- A administração de medicações sedativas e analgésicas deixam o paciente 
mais confortável e facilitam a realização do exame.
III-	O	 paciente	 não	 deve	 ser	 encaminhado	 para	 realização	 de	 radiografias,	
uma	vez	que	ele	pode	causar	injúria	a	algum	profissional,	já	que	não	existe	
forma de contenção.
IV- Um médico veterinário presente durante a realização do exame auxilia no 
acompanhamento, aumentando a segurança para o paciente.
V- Técnicas de manejo Cat Friendly podem auxiliar no exame, tornando-o 
menos estressante para o paciente felino.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) Todas as proposições estão corretas.
b) ( ) Apenas as proposições I e V estão corretas.
c) ( ) Apenas as proposições III e IV estão incorretas.
d) ( ) As proposições I, II, IV e V estão corretas.
e) ( ) Todas as proposições estão incorretas.
62
REFERÊNCIAS
ABINPET. Mercado Pet Brasil 2019. Disponível em: http://abinpet.org.br/
mercado/. Acesso em: 26 abr. 2021.
BRASIL. Projeto de lei nº 27 de 2018. Acrescenta dispositivo à Lei nº 9.605, de 12 
de fevereiro de 1998. Disponível em: https://www25.senado.leg.br/web/atividade/
materias/-/materia/133167. Acesso em: 26 abr. 2021.
BRASIL. Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre as sanções penais 
e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, 
e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/l9605.htm. Acesso em: 26 abr. 2021.
DECLARAÇÃO DE CAMBRIDGE SOBRE A CONSCIÊNCIA. In: Conferência 
Sobre a Consciência em Animais Humanos e Não Humanos em Memória a 
Francis Crick, 1, 2012, Cambrigde. Cambrigde: Universidade de Cambrigde, 
2012. Disponível em: http://www.direito.ufpr.br/portal/animaiscomdireitos/
wp-content/uploads/2019/06/declaracao-de-cambridge-portugues.pdf. Acesso 
em: 26 abr. 2021.
DUKES. Fisiologia dos Animais Domésticos. 12 ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan S.A., 2006.
KÖNIG, H. E.; LIEBICH, H. G. Anatomia dos animais domésticos. 4. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2011.
UNESCO – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, 
A CIÊNCIA E A CULTURA. Declaração Universal dos Direitos dos Animais. 
Bruxelas: ONU, 1978. Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/direitosdosanimais/
files/2018/10/DeclaracaoUniversaldosDireitosdosAnimaisBruxelas1978.pdf. 
Acesso em: 26 abr. 2021.
http://abinpet.org.br/mercado/
http://abinpet.org.br/mercado/
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/133167
https://www25.senado.leg.br/web/atividade/materias/-/materia/133167
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9605.htm
http://www.direito.ufpr.br/portal/animaiscomdireitos/wp-content/uploads/2019/06/declaracao-de-cambridge-portugues.pdf
http://www.direito.ufpr.br/portal/animaiscomdireitos/wp-content/uploads/2019/06/declaracao-de-cambridge-portugues.pdf
https://wp.ufpel.edu.br/direitosdosanimais/files/2018/10/DeclaracaoUniversaldosDireitosdosAnimaisBruxelas1978.pdf
https://wp.ufpel.edu.br/direitosdosanimais/files/2018/10/DeclaracaoUniversaldosDireitosdosAnimaisBruxelas1978.pdf
63
UNIDADE 2 — 
EXAMES RADIOGRÁFICOS 
DE CÃES E GATOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 conhecer	o	exame	radiográfico	da	cabeça;
•	 entender	o	exame	radiográfico	da	coluna;
•	 assimilar	o	exame	radiográfico	do	membro	torácico.
Esta	unidade	está	dividida	em	três	tópicos.	No	decorrer	da	unidade,	
você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	 conteúdo	
apresentado.
TÓPICO 1 – EXAME RADIOGRÁFICO DA CABEÇA
TÓPICO	2	–	EXAME	RADIOGRÁFICO	DA	COLUNA
TÓPICO 3 – EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO TORÁCICO
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
64
65
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
A	avaliação	radiográfica	da	cabeça	é	um	exame	desafiador.	Há	diferentes	
tipos	de	conformações	craniais,	com	focinhos	curtos,	médios	ou	longos,	diferentes	
comprimentos	 de	 maxila	 e	 mandíbula,	 sobreposições	 de	 diversas	 estruturas	
ósseas	presentes	na	área,	além	do	próprio	desafio	do	posicionamento	do	paciente.	
Para	 a	 adequada	avaliação	da	 região,	normalmente,	 faz-se	necessária	 a	
complementação	 com	 diferentes	 projeções,	 focando	 em	 projeções	 específicas	
para	 avaliação	 de	 cada	 uma	 das	 estruturas	 presentes	 na	 região.	 Assim,	 uma	
indicação	específica	auxilia	imensamente	na	realização	de	um	exame	apropriado,	
possibilitando	um	diagnóstico	radiográfico.
TÓPICO 1 — 
EXAME RADIOGRÁFICO DA CABEÇA
2 ANATOMIA BÁSICA 
Para entender melhor os nomes das projeções e o posicionamento radiográfico 
da parte e do paciente, é possível revisar os planos anatômicos no Tópico 1 da Unidade 1.
DICAS
Antes	 de	 entrarmos	 propriamente	 no	 posicionamento	 radiográfico	 da	
cabeça,	relembraremos	alguns	dos	principais	ossos	que	utilizaremos	como	base	
para	realização	dos	exames	radiográficos	(Figura	1).
UNIDADE2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
66
FIGURA 1 – ANATOMIA ÓSSEA DA CABEÇA
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
Os	principais	ossos	que	usaremos	como	guia	para	realização	dos	exames	
são	a	maxila,	a	mandíbula,	o	zigomático,	o	frontal	e	o	occipital.
Além	dos	 ossos,	 extremamente	 importantes,	 existem	diferentes	 confor-
mações	dos	crânios	caninos	(Figura	2),	que	implicam	diferentes	disposições	das	
estruturas	ósseas	e,	portanto,	diferentes	necessidades	de	posicionamentos.
FIGURA 2 – ANATOMIA ÓSSEA DA CABEÇA
FONTE: <https://bit.ly/3fjoP7Q>. Acesso em: 26 abr. 2021.
a
a
e
e
i
i
m
m
n
n
o
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j
j
k
k
l
l
f
f
g
g
h
h
b
b
c
c
d
d
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DA CABEÇA
67
3 POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS
Conforme	 visto	 brevemente	 na	 anatomia	 do	 crânio,	 temos	 diferentes	
conformações,	 que	 implicam	diferentes	 posicionamentos,	 de	 acordo	 com	 cada	
paciente.	Muitas	vezes,	podemos	realizar	projeções	 laterolateral	e	dorsoventral	
para	 melhor	 localização	 anatômica,	 servindo	 como	 um	 guia	 radiográfico	
individualizado	 de	 cada	 paciente.	 Ainda	 é	 importante	 frisar	 a	 sobreposição	
óssea	 formada	 nessa	 área,	 o	 que	 dificulta	 ainda	 mais	 a	 individualização	 das	
estruturas.	A	fim	de	facilitar	a	compreensão,	neste	tópico,	veremos	os	seguintes	
posicionamentos:
• Projeções	básicas:
 ○ laterolateral;
 ○ dorsoventral.
• Para	avaliação	da	cavidade	nasal:
 ○ dorsoventral	intraoral	ou	ventrorostral	dorsocaudal	20°	intraoral;
 ○ rostrocaudal.
• Para	avaliação	das	articulações	temporomandibulares	e	bulas	timpânicas:
 ○ laterorostral	laterocaudal	20°.
As	principais	 indicações	de	 exames	 radiográficos	do	 crânio	 incluem	as	
alterações	 em	 cavidades	 nasais	 e	 seios	 da	 face,	 bulas	 timpânicas,	 articulações	
temporomandibulares,	além	de	indicações	para	avaliação	de	fraturas	e	luxações.	
Entretanto,	 existem	 diversos	 posicionamentos	 que	 podem	 ser	 realizados	 para	
avaliação	das	diferentes	estruturas	da	cabeça.	A	seguir,	veremos	como	realizar	
cada	uma	dessas	projeções	radiográficas.
É necessário ressaltar que, para a realização de projeções radiográficas 
adequadas, precisamos de contenção química dos pacientes. No entanto, excepcionalmente, 
as projeções radiográficas básicas podem ser executadas sem contenção química em 
pacientes com redução da consciência ou quando a contenção química coloque em risco 
a vida do paciente.
IMPORTANTE
3.1 PROJEÇÃO LATEROLATERAL
Essa	projeção	é	realizada	para	triagem	do	crânio	e	melhor	identificação	das	
estruturas	anatômicas	do	crânio,	possibilitando	a	identificação	da	conformação	
do	crânio	de	cada	paciente,	bem	como	uma	avaliação	generalizada	da	região.
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
68
O	 paciente	 deve	 ser	 posicionado	 em	 decúbito	 lateral	 direito,	 com	 os	
membros	torácicos	e	pélvicos	em	posição	de	conforto,	com	suporte	de	almofada	
radiotransparente	para	a	região	cervical,	auxiliando	no	posicionamento	adequado	
da	cabeça	e	evitando	incidências	oblíquas.
A	cabeça	deve	ficar	paralela	à	mesa	e	ao	filme,	permitindo	uma	projeção	
com	sobreposição	total	entre	o	lado	direito	e	esquerdo	do	crânio.	Dependendo	
da	 conformação	 cranial,	 podemos	 necessitar	 de	 almofadas	 radiotransparentes	
para	 apoio	 dos	 focinhos	 mais	 longos	 ou	 até	 cunhas	 radiotransparentes	 para	
suporte	em	casos	de	crânios	mais	arredondados	ou	focinhos	curtos.	Em	cães	de	
focinhos	longos,	cordas	radiotransparentes	podem	ser	utilizadas	para	assessorar	
o	posicionamento.
A	colimação	deve	abranger	todo	o	crânio.	No	sentido	craniocaudal,	deve	
abranger	desde	a	extremidade	rostral	do	focinho	até	a	2ª	vértebra	cervical	e,	no	
sentido	dorsoventral,	 abrangendo	a	 extremidade	dorsal	da	 calota	 craniana	 até	
a	extremidade	ventral	da	mandíbula.	Devemos	 incluir	as	estruturas	de	 tecidos	
moles	 adjacentes	 às	 estruturas	 ósseas	 do	 crânio,	 incluindo	 o	 aparelho	 hioide.	
Não	é	necessário	incluir	os	pavilhões	auriculares	completos.	O	raio	central	deve	
incidir	na	região	do	osso	zigomático,	que	pode	ser	palpado	por	formar	a	estrutura	
óssea	de	suporte	da	órbita	ocular	(Figura	3).
Uma	técnica	radiográfica	de	alto	contraste	para	análise	das	estruturas	ósseas	
deve	ser	utilizada	usando	um	baixa	quilovoltagem	associada	a	alta	miliamperagem.	
Para	 um	 posicionamento	 ideal,	 a	 contenção	 química	 do	 paciente	 é	
indicada.	Em	pacientes	 com	níveis	de	 consciência	 reduzida	ou	 com	 condições	
clínicas	que	impossibilitem	o	uso	de	sedativos	ou	anestésicos,	pode-se	executar	
o	posicionamento,	porém	precisamos	ter	consciência	de	que	um	posicionamento	
ideal	 pode	 não	 ser	 atingido.	 Nesses	 casos,	 a	 presença	 do	 profissional	 ou	 do	
tutor	 na	 sala	 durante	 a	 realização	 do	 exame	 faz-se	 necessária,	 e	 os	 cuidados	
com	a	proteção	das	pessoas	 envolvidas	devem	ser	obrigatórios,	 com	o	uso	de	
equipamentos	de	proteção	individual	(EPIs)	e	o	respeito	aos	princípios	ALARA	
(um	acrômio	para	As Low As reasonable Achievable,	que	significa	“tão	baixo	quanto	
possivelmente	exequível”).
Acadêmico, ao final do Tópico 3, na leitura complementar, veremos a 
importância dos cuidados com a radioproteção, frisando o princípio da segurança 
radiológica ALARA, que, em exames em que exista a emissão de radiação, visa a minimizar 
a exposição de todos os envolvidos durante a realização do exame, utilizando três bases: 
redução do tempo de exposição, distância da fonte de emissão e blindagem por meio do 
uso de EPIs.
NOTA
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DA CABEÇA
69
FIGURA 3 – POSICIONAMENTO LATEROLATERAL DA CABEÇA
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 18)
Após	a	obtenção	da	imagem,	precisamos	avaliar	a	sua	qualidade,	por	meio	
de	critérios	de	avaliação.	Toda	a	porção	do	crânio,	desde	a	extremidade	rostral	
do	focinho	até	a	extremidade	caudal	do	occipital,	desde	a	extremidade	dorsal	da	
calota	craniana	até	a	extremidade	ventral	da	maxila,	incluindo	todos	os	tecidos	
moles	adjacentes	e	o	aparelho	hioide,	deve	estar	presente.	A	mandíbula	e	as	bulas	
timpânicas	devem	estar	sobrepostas,	 indicando	que	não	houve	obliquidade	na	
aquisição	da	imagem.	A	trabeculação	óssea	deve	ser	visibilizada,	indicando	que	a	
técnica	de	alto	contraste	foi	utilizada	na	aquisição	(Figura	4).
FIGURA 4 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA LATEROLATERAL DA CABEÇA
FONTE: Acervo da autora
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
70
3.2 PROJEÇÃO DORSOVENTRAL
Juntamente	 com	 a	 projeção	 laterolateral,	 a	 projeção	 dorsoventral	 é	
realizada	para	 triagem	do	crânio	com	o	 intuito	de	uma	avaliação	generalizada	
da	região	e	identificação	das	estruturas	de	cada	paciente.	É	preferível	em	relação	
à	projeção	ventrodorsal	pela	maior	facilidade	de	posicionamento,	uma	vez	que	
o	alinhamento	da	cabeça	é	mais	facilmente	atingido	com	o	apoio	da	mandíbula	
sobre	o	filme	quando	comparado	com	o	apoio	da	calota	craniana,	que	tem	formato	
arredondado	ou	projeção	occipital	mais	exuberante	de	algumas	raças.
Para	o	posicionamento,	o	paciente	deve	estar	em	decúbito	ventral,	com	
os	membros	torácicos	flexionados	e	voltados	cranialmente,	os	membros	pélvicos	
também	flexionados	e	abdução	coxofemoral	–	assim,	a	porção	ventral	do	tórax	e	
abdome	ficará	em	contato	com	a	mesa.
A	parte	a	ser	examinada,	a	cabeça,	deve	ser	posicionada	paralelamente	
ao	 filme,	 com	 ambos	 os	 lados	 da	mandíbula	 apoiadas	 sobre	 o	 filme.	 Em	 cães	
de	 focinhos	 longos,	 podem	 ser	 utilizadas	 cordas	 radiotransparentes	 e,	 em	
pacientes	com	a	cabeça	arredondada,	cunhas	radiotransparentes	para	auxiliar	no	
alinhamento.
Mais	uma	vez,	a	colimação	deve	abranger	a	cabeça	por	completo,	desde	
a	 extremidade	 rostral	 do	 focinho	 até	 a	 2ª	 vértebra	 cervical,	 palpável	 pelo	 seu	
processo	espinhoso	proeminente,	e	lateralmente,	de	uma	extremidade	lateral	do	
arco	zigomático	até	a	extremidade	oposta.	Os	 tecidos	moles	adjacentes	devem	
estar	 na	 área	 de	 colimação,	 embora	 não	 seja	 necessário	 incluir	 os	 pavilhões	
auriculares	 completos.	 O	 raio	 centraldeve	 incidir	 na	 porção	 central	 do	 osso	
frontal,	dorsalmente	entre	os	globos	oculares	 (Figura	5).	É	muito	 importante	a	
simetria	entre	os	lados	para	avaliação	adequada	das	estruturas.
Para	 análise	 das	 estruturas	 ósseas,	 deve	 ser	 utilizada	 uma	 técnica	
radiográfica	com	baixa	quilovoltagem	associada	à	alta	miliamperagem,	criando	
uma	imagem	de	alto	contraste.
A	 contenção	 química	 é	 indicada.	 Como	 visto	 na	 projeção	 anterior,	
em	 pacientes	 com	 níveis	 de	 consciência	 reduzida	 ou	 com	 condições	 clínicas	
que	 impossibilitem	 o	 uso	 de	 sedativos	 ou	 anestésicos,	 é	 possível	 executar	 o	
posicionamento,	desde	que	 se	 tenha	 a	 consciência	de	que	um	posicionamento	
ideal	pode	não	ser	atingido,	principalmente	devido	à	posição	em	que	o	paciente	
fica,	em	decúbito	ventral,	pois	levantar-se	fica	mais	fácil.	Nesses	casos,	a	presença	
na	 sala	 durante	 a	 realização	 do	 exame	 faz-se	 necessária	 e	 os	 cuidados	 com	
a	proteção	das	pessoas	 envolvidas	 com	uso	de	 equipamentos	de	proteção	 e	 o	
cumprimento	dos	princípios	ALARA	devem	ser	respeitados.
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DA CABEÇA
71
FIGURA 5 – POSICIONAMENTO DORSOVENTRAL DA CABEÇA
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 29)
Com	 a	 imagem	 obtida,	 avaliaremos	 a	 sua	 qualidade	 utilizando	 os	
critérios	de	avaliação.	A	cabeça,	desde	a	extremidade	rostral	do	focinho	até	a	2ª	
vértebra	cervical,	sem	sentido	rostrocaudal	e	as	extremidades	laterais	dos	arcos	
zigomáticos	direito	e	esquerdo	devem	estar	presentes	em	sentido	laterolateral.	Os	
corpos	mandibulares	e	os	arcos	zigomáticos	devem	estar	simétricos,	assim	como	
as	 cavidades	 nasais	 direita	 e	 esquerda,	 visibilizando	 o	 osso	 vômer	 na	 porção	
central,	dividindo-as.	Devemos	observar	a	trabeculação	óssea,	o	que	indica	que	a	
técnica	de	alto	contraste	foi	utilizada	na	aquisição	(Figura	6).
FIGURA 6 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA DORSOVENTRAL DA CABEÇA
FONTE: Acervo da autora
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
72
3.3 PROJEÇÃO DORSOVENTRAL INTRAORAL DA MAXILA
A	projeção	radiográfica	dorsoventral	intraoral	da	maxila	pode	ser	utilizada	
para	 avaliação	 das	 cavidades	 nasais	 em	 suspeitas	 clínicas,	 como	 processos	
infecciosos,	neoplásicos,	corpos	estranhos	e	fraturas.	Contudo,	essa	projeção	só	
pode	ser	utilizada	em	pacientes	com	focinho	longo.	Para	casos	de	focinho	curto,	a	
projeção	deve	ser	feita	com	o	paciente	posicionado	em	decúbito	ventral,	conforme	
relatamos	 na	 projeção	 dorsoventral	 da	 cabeça,	 com	 os	 membros	 torácicos	 e	
pélvicos	flexionados	e	a	porção	ventral	do	tórax	e	o	abdome	em	contato	com	a	
mesa	de	exames.
O	filme	deve	ser	posicionado	obliquamente	dentro	da	boca	do	paciente,	de	
forma	que	a	quina	do	filme	esteja	direcionada	em	sentido	à	orofaringe.	A	maxila	
deve	ficar	paralela	ao	filme,	que,	por	sua	vez,	deve	estar	paralelo	à	mesa	de	exame.	
Dessa	forma,	obteremos	uma	projeção	isolada	da	maxila,	sem	a	sobreposição	da	
porção	ventral	da	cabeça,	incluindo	a	mandíbula,	possibilitando	uma	avaliação	
mais	precisa	das	cavidades	nasais.
A	área	abrangida	pelo	exame	deve	conter	desde	a	extremidade	rostral	do	
focinho	até	a	orofaringe,	onde	a	quina	do	filme	estará	localizada.	Lateralmente,	
devemos	abranger	de	uma	extremidade	lateral	da	maxila	a	outra.	É	importante	
que	os	tecidos	moles,	que	formam	o	plano	nasal,	estejam	contidos	no	exame.	O	
raio	central	deve	incidir	no	terço	médio	da	maxila,	podendo	usar,	como	pontos	de	
referência,	a	extremidade	rostral	do	focinho	e	as	órbitas	oculares	(Figura	7).	No-
vamente,	a	simetria	entre	a	cavidade	nasal	direita	e	esquerda	deve	estar	presente.
A	 técnica	de	baixa	quilovoltagem	e	 alta	miliamperagem	 será	utilizada,	
proporcionando	o	contraste	necessário	para	a	avaliação	radiográfica	adequada	
das	estruturas	ósseas.
A	contenção	química	é	imprescindível	para	a	realização	desse	exame,	uma	
vez	que	o	filme	deverá	ser	posicionado	dentro	da	boca	do	paciente,	o	que	não	será	
possível	sem	o	uso	de	sedativos	ou	anestésicos.	Devemos	estar	atentos	à	passagem	
de	ar	no	posicionamento	do	filme,	de	forma	que	a	quina	do	filme	não	pressione	a	
nasofaringe,	obstruindo-a.	Caso	seja	necessária	a	presença	de	algum	profissional	
durante	o	exame,	devemos	zelar	pela	proteção	radiológica	dos	envolvidos	com	
uso	dos	EPIs	adequados	e	preservação	dos	princípios	ALARA.	
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DA CABEÇA
73
FIGURA 7 – POSICIONAMENTO DORSOVENTRAL INTRAORAL DA MAXILA
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000) 
Uma	vez	realizada	a	radiografia,	devemos	avaliar	a	qualidade	da	imagem	
obtida	usando	os	 critérios	de	 avaliação	 como	 referência.	Assim,	 a	maior	parte	
possível	da	maxila	deve	estar	presente,	desde	a	extremidade	rostral	do	focinho,	
incluindo	os	 tecidos	moles	que	 formam	o	plano	nasal,	 até	 a	porção	 caudal	da	
maxila,	na	região	dos	dentes	pré-molares	ou	molares.	As	extremidades	laterais	
direita	e	esquerda	da	maxila	rostral	devem	estar	contidas	na	imagem.	A	simetria	
entre	as	cavidades	nasais	deve	ser	objetivada,	possibilitando	a	avaliação	adequada.	
As	conchas	etmoidais	devem	estar	visíveis,	quando	normais,	determinando	o	uso	
adequado	da	técnica	radiográfica	(Figura	8).
FIGURA 8 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA DORSOVENTRAL INTRAORAL DA MAXILA
FONTE: Acervo pessoal do autor
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
74
3.4 PROJEÇÃO VENTROROSTRAL-DORSOCAUDAL 
20° INTRAORAL
A	projeção	radiográfica	vista	anteriormente	é	utilizada	para	a	avaliação	
das	cavidades	nasais	em	cães	de	focinhos	longos.	Nesse	momento,	conheceremos	
a	 projeção	 radiográfica	 utilizada	 na	 avaliação	 da	 cavidade	 nasal	 em	 cães	 de	
focinhos	curtos	ou	em	gatos.	Para	isso,	como	não	será	possível	obter	uma	imagem	
de	qualidade	com	o	uso	do	filme	intraoral,	deve-se	utilizar	uma	projeção	oblíqua:	
a	ventrorostral-dorsocaudal	 20°	 intraoral.	Assim,	 conseguiremos	uma	projeção	
da	maior	parte	da	maxila	sem	a	sobreposição	das	estruturas	ventrais,	incluindo	
a	mandíbula.
Devemos	 iniciar	 o	 exame	posicionando	o	paciente	 em	decúbito	dorsal,	
estendendo	a	 região	cervical	e	a	 cabeça,	de	 forma	a	manter	a	 coluna	vertebral	
paralela	à	mesa	de	exame.	Para	um	alinhamento	ideal,	pode	ser	necessário	o	uso	
de	cunhas	ou	calhas	para	suporte	ao	corpo	do	paciente.	Os	membros	torácicos	
devem	ser	mantidos	em	sentido	caudal,	estendidos	ou	flexionados.	Os	membros	
pélvicos	 podem	 permanecer	 flexionados	 com	 abdução	 das	 coxofemorais,	
contribuindo	para	o	equilíbrio	do	corpo	do	paciente	em	decúbito	dorsal.
A	cabeça	deverá	ser	posicionada	estendida,	de	forma	que	a	maxila	perma-
neça	paralela	à	mesa	de	exame.	O	filme	será	posicionado	sobre	a	mesa,	abaixo	da	
maxila.	A	mandíbula,	com	o	auxílio	de	um	abre-bocas	ou	cordas	radiotransparen-
tes,	deve	ser	aberta	e	tracionada	em	sentido	caudal,	removendo	a	sobreposição	
das	estruturas	ventrais	da	cabeça.	Calhas	e	almofadas	radiotransparentes	podem	
ser	utilizadas	para	auxiliar	no	posicionamento	lateral	da	cabeça	e	no	paralelismo	
da	maxila.	A	ampola	radiográfica	deve	ser	inclinada	a	20°.		
A	 colimação,	 como	 na	 projeção	 anterior,	 deve	 abranger	 desde	 a	
extremidade	dos	tecidos	moles	rostrais,	que	formam	o	plano	nasal,	até	a	porção	
caudal	 da	maxila,	 onde	 ficam	 os	 dentes	molares.	As	 extremidades	 laterais	 da	
maxila	devem	estar	presentes	no	exame.	O	raio	central	deve	incidir	no	terço	médio	
da	maxila,	região	dos	dentes	pré-molares	(Figura	9).	Novamente,	a	simetria	entre	
as	cavidades	nasais	direita	e	esquerda	deve	ser	almejada.
A	técnica	de	alto	contraste	radiográfico,	com	baixa	quilovoltagem	e	alta	
miliamperagem	deve	 ser	 utilizada	mais	 uma	vez,	 obtendo	uma	 imagem	 ideal	
para	análise	das	estruturas	ósseas	que	compõem	a	porção	rostral	da	cabeça.
Para	que	o	posicionamento	adequado	 seja	obtido,	 a	 contenção	química	
do	 paciente	 torna-se	 imprescindível,	 uma	 vez	 que	 o	 paciente	 não	 permitirá	 o	
posicionamento	descrito	com	a	simetria	necessária.	De	forma	a	manter	todas	as	
estruturas	posicionadas	no	local	desejado,	pode	haver	a	necessidade	da	presençade	 um	 profissional	 durante	 a	 realização	 do	 exame.	Assim,	 a	 preservação	 dos	
princípios	ALARA	e	o	uso	dos	EPIs	são	indispensáveis.
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DA CABEÇA
75
FIGURA 9 – POSICIONAMENTO VENTROROSTRAL-DORSOCAUDAL 20° INTRAORAL DA MAXILA
FONTE: Thrall (2018, p. 143) 
Uma	vez	feito	o	posicionamento	adequado	e	obtida	a	imagem,	avaliaremos	
a	 qualidade	 da	 projeção	 utilizando	 os	 critérios	 de	 avaliação.	A	 imagem	 deve	
abranger	desde	 a	 extremidade	 rostral	dos	 tecidos	moles,	 que	 formam	o	plano	
nasal,	até	a	porção	caudal	da	maxila,	abrangendo	os	dentes	molares.	Lateralmente,	
deve	conter	as	extremidades	laterais	da	maxila.	O	adequado	é	que	haja	simetria	
entre	as	cavidades	nasais	direita	e	esquerda	na	projeção.	As	conchas	nasais	devem	
ser	visibilizadas,	 indicando	que	 a	 técnica	 radiográfica	para	 avaliação	óssea	 foi	
utilizada	adequadamente	(Figura	10).
FIGURA 10 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA VENTROROSTRAL-DORSOVENTRAL 20° INTRAORAL 
DA MAXILA
FONTE: Acervo da autora
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
76
3.5 PROJEÇÃO ROSTROCAUDAL
Com	o	intuito	de	avaliar	os	seios	frontais,	a	projeção	rostrocaudal	pode	
ser	 utilizada,	 auxiliando	 radiograficamente,	 casos	 de	 suspeitas	 de	 processos	
infecciosos,	neoplásicos	ou	presença	de	corpos	estranhos.	Contudo,	essa	projeção	
auxilia	mais	pacientes	de	focinho	longo,	devido	a	sua	conformação	craniana.
O	paciente	deve	ser	posicionado	em	decúbito	dorsal,	podendo-se	utilizar	
cunhas	ou	calhas	radiotransparentes	para	auxiliar	no	posicionamento	ideal.	Os	
membros	 torácicos	devem	ser	 tracionados	caudalmente,	paralelos	ao	corpo	do	
paciente.	Já	os	membros	pélvicos	estarão	flexionados	com	abdução	coxofemoral.
A	cabeça	será	posicionada	perpendicularmente	à	mesa,	usando	a	porção	
ventral	dos	corpos	mandibulares	como	referência	para	atingir	a	angulação	ideal	
da	 cabeça.	Uma	 almofada	 radiotransparente	pode	 auxiliar	 oferecendo	 suporte	
para	a	porção	dorsal	do	crânio.	Uma	corda	radiotransparente	ao	redor	do	focinho	
pode	oferecer	sustentação,	evitando	rotações	laterais.
A	colimação	deve	abranger,	no	sentido	dorsoventralmente,	desde	a	extre-
midade	dorsal	do	crânio	até	a	borda	dorsal	da	maxila	e,	laterolateralmente,	deve	
abranger	de	uma	extremidade	a	outra	do	 crânio.	O	 raio	 central	deve	 incidir	no	
ponto	central,	entre	os	olhos.	O	máximo	de	simetria	deve	ser	objetivado	(Figura	11).
A	 técnica	 adequada	 para	 avaliação	 de	 estruturas	 ósseas,	 de	 baixa	
quilovoltagem	 e	 alta	 miliamperagem,	 deve	 ser	 utilizada	 proporcionando	 um	
contraste	adequado	para	a	avaliação	da	trabeculação	óssea	dos	seios	frontais.
Para	 o	 posicionamento	 adequado,	 a	 contenção	 química	 do	 paciente	
geralmente	é	necessária.	Durante	a	flexão	da	cabeça,	de	forma	a	atingir	a	angulação	
ideal	de	90°,	com	o	paciente	sedado	ou	anestesiado,	pode	ocorrer	obstrução	das	
vias	respiratórias,	portanto,	especial	atenção	deve	ser	dada	a	esse	quesito	durante	
a	 realização	 do	 exame.	 Atingir	 todos	 esses	 fatores	 pode	 tornar	 necessária	 a	
presença	de	um	profissional	na	sala	de	exame	durante	sua	execução,	assim,	o	uso	
adequado	dos	EPIs	e	o	respeito	aos	princípios	ALARA	devem	ser	considerados.
FIGURA 11 – POSICIONAMENTO ROSTROCAUDAL PARA OS SEIOS FRONTAIS
FONTE: Thrall (2018, p. 138)
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DA CABEÇA
77
Após	o	exame	realizado,	devemos	analisar	a	imagem	obtida	através	dos	
critérios	de	avaliação.	A	anatomia	demonstrada	deve	incluir	desde	a	extremidade	
dorsal	do	crânio	até	a	margem	dorsal	da	maxila,	abrangendo	de	uma	extremidade	
lateral	a	outra.	O	máximo	de	simetria	deve	ser	objetivado	para	proporcionar	uma	
imagem	de	 qualidade	para	 a	 interpretação	 radiográfica.	A	 trabeculação	 óssea,	
internamente	 aos	 seios,	 deve	 ser	 visibilizada	 nas	 imagens,	 mostrando	 que	 a	
técnica	para	avaliação	óssea	foi	adequadamente	utilizada	no	exame	(Figura	12).
FIGURA 12 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA ROSTROCAUDAL DOS SEIOS FRONTAIS
FONTE: Acervo da autora
3.6 PROJEÇÃO LATEROROSTRAL-LATEROCAUDAL 20°
Para	avaliação	das	bulas	timpânicas	e	articulações	temporomandibulares,	
precisamos	de	uma	projeção	oblíqua,	removendo	a	sobreposição	de	um	lado	a	
outro.	Com	uma	mesma	projeção,	podemos	visibilizar	ambas	as	estruturas,	porém,	
devemos	 lembrar	 que	 existem	 diferentes	 conformações	 cranianas,	 implicando	
diferentes	 angulações.	 Cada	 lado	 será	 avaliado	 isoladamente,	 portanto,	 é	
importante	estar	atento	ao	lado	que	será	examinado	ou	ainda	realizar	projeções	
que	possibilitem	a	avaliação	de	ambos	os	lados,	quando	assim	for	solicitado.
O	decúbito	do	paciente	será	lateral	com	o	lado	de	interesse	dependente,	
ou	seja,	o	lado	a	ser	examinado	deve	estar	em	contato	com	a	mesa	de	exame.	Por	
exemplo:	para	avaliação	da	bula	timpânica	e	da	articulação	temporomandibular	
esquerda,	 o	 decúbito	 deverá	 ser	 lateral	 esquerdo	 e	 vice-versa.	 Os	 membros	
torácicos	e	pélvicos	podem	ficar	em	posição	de	conforto	ao	paciente.	Devemos	
tomar	cuidado	para	que	não	haja	rotações	 laterais	do	tórax	e	do	pescoço.	Para	
dar	suporte	à	coluna	cervical,	é	possível	utilizar	almofadas	radiotransparentes,	
evitando	desvio	em	sentido	caudal	da	cabeça.	
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
78
Com	o	paciente	alinhado,	posicionamos	a	cabeça	mantendo	o	paralelismo	
entre	os	corpos	mandibulares	e	elevamos	o	focinho	em	um	ângulo	entre	10	e	30°.	
Dessa	forma,	a	bula	timpânica	e	a	articulação	temporomandibular,	que	estão	em	
contato	com	a	mesa,	ou	seja,	dependentes,	serão	deslocadas	em	sentido	rostral	e	
as	contralaterais,	em	sentido	caudal.	Assim,	a	sobreposição	das	estruturas	será	
desfeita.	A	 angulação	 do	 focinho	 poderá	 ser	 realizada	 com	uso	 de	 cunhas	 ou	
cordas	radiotransparentes,	porém	o	ângulo	indicado	entre	10	e	30°	pode	não	ser	
preciso,	pois	haverá	variação	de	acordo	com	o	formato	da	cabeça	do	paciente.
A	área	de	colimação	deve	abranger,	rostralmente,	desde	o	terço	rostral	do	
arco	zigomático,	até,	 caudalmente,	o	occipital.	Dorsalmente,	o	arco	zigomático	
pode	ser	usado	como	referência	e,	ventralmente,	a	mandíbula.	O	raio	central	deve	
incidir	dorsalmente	ao	processo	angular	da	mandíbula,	que	pode	ser	palpável	na	
extremidade	caudoventral	do	osso	(Figura	13).
Uma	técnica	radiográfica	com	aplicação	de	baixa	quilovoltagem	associada	
à	alta	miliamperagem,	para	análise	das	estruturas	ósseas,	criando	uma	imagem	
de	alto	contraste,	deve	ser	utilizada.
A	 contenção	 química	 é	 indicada.	 Contudo,	 por	 se	 tratar	 de	 um	
posicionamento	laterolateral,	que	tende	a	ser	mais	confortável	ao	paciente	e,	com	
uma	leve	angulação	da	cabeça,	que	pode	ser	executada	com	almofadas	ou	cunhas,	
um	paciente	com	temperamento	mais	tranquilo	pode	permitir	o	posicionamento	
sem	uso	de	sedativos	ou	anestésicos.	Se	a	presença	na	sala,	durante	a	realização	
do	exame,	for	necessária,	os	cuidados	com	uso	de	equipamentos	de	proteção	das	
pessoas	envolvidas	e	o	comprimento	dos	princípios	ALARA	serão	obrigatórios.
FIGURA 13 – POSICIONAMENTO LATEROROSTRAL LATEROCAUDAL 20°
FONTE: Thrall (2018, p. 141)
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DA CABEÇA
79
Uma	 vez	 realizado	 o	 posicionamento	 e	 obtida	 a	 imagem,	 devemos	
analisar	 a	 sua	 qualidade	 com	 o	 uso	 dos	 critérios	 de	 avaliação.	 A	 anatomia	
demonstrada	 deve	 incluir	 o	 processo	 zigomático	 dorsal	 rostralmente,	 o	 osso	
occipital	 caudalmente	e	a	porção	caudal	da	mandíbula,	ventralmente.	Deve-se	
visibilizar	a	bula	timpânica	e	a	articulação	temporomandibular	de	interesse,	sem	
sobreposições	 das	 estruturas	 contralaterais.	 Uma	 boa	 definição	 das	 estruturas	
ósseas	indica	o	uso	adequado	da	técnica	radiográfica	(Figura	14).
FIGURA 14 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA LATEROROSTRAL LATEROCAUDAL 20° DIREITA 
FONTE: Acervo da autora
80
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
•	 A	projeção	laterolateral	do	crânio	pode	ser	utilizada	para	avaliação	de	triagem,	
abrangendo	 todo	 o	 crânio,	 tecidos	moles	 adjacentes	 e	 aparelho	 hioide,	 com	
sobreposiçãodas	mandíbulas	e	bulas	timpânicas	e	boa	definição	óssea	através	
da	técnica	de	alto	contraste.
•	 Na	 projeção	 dorsoventral,	 ortogonal	 à	 projeção	 laterolateral,	 deve-se	
abranger	toda	a	cabeça,	incluindo	os	tecidos	moles,	mantendo	as	mandíbulas	
paralelamente	ao	filme,	para	obter	uma	projeção	com	simetria	entre	mandíbulas,	
arcos	zigomáticos	e	cavidades	nasais,	usando	uma	técnica	para	avaliação	óssea.
•	 Para	 avaliação	 radiográfica	 das	 cavidades	 nasais	 de	 cães	 de	 focinho	 longo,	
a	 projeção	dorsoventral	 intraoral	 da	maxila	 pode	 ser	 utilizada,	 com	uso	do	
filme	 posicionado	 obliquamente	 na	 cavidade	 oral,	 mantendo-o	 paralelo	 à	
maxila,	 a	 qual	 deve	 estar	 paralela	 à	mesa,	 preservando	 a	 simetria	 entre	 os	
lados	e	a	visibilização	das	conchas	etmoidais	com	o	uso	da	técnica	radiográfica	
adequada.
•	 Em	cães	de	focinho	curto	e	gatos,	para	avaliação	adequada	das	cavidades	nasais,	
utilizaremos	a	projeção	ventrorostral-dorsocaudal	20°	intraoral	da	maxila,	em	
que	iremos	posicionar	o	paciente	em	decúbito	dorsal,	com	a	cabeça	estendida,	e	
a	mandíbula	aberta,	incidindo	o	raio	central	obliquamente	a	20°	no	terço	médio	
da	maxila	intraoral,	obtendo	uma	imagem	simétrica	das	cavidades	nasais,	des-
de	e	focinho	até	os	dentes	molares,	com	técnica	radiográfica	de	alto	contraste.	
•	 A	projeção	 rostrocaudal	é	utilizada	para	avaliação	dos	 seios	 frontais,	 com	o	
paciente	em	decúbito	dorsal,	e	a	cabeça	flexionada	perpendicularmente	à	mesa	
de	exame,	avaliando	desde	a	porção	dorsal	do	crânio	até	a	margem	caudal	da	
maxila,	centralizando	a	incidência	do	raio	entre	os	olhos	do	paciente,	gerando	
uma	 imagem	 com	 o	 máximo	 de	 simetria	 possível,	 com	 a	 visibilização	 da	
trabeculação	óssea	interior	ao	seio	frontal,	mostrando	que	a	técnica	radiográfica	
ideal	foi	utilizada.
•	 A	projeção	radiográfica	laterorostral	laterocaudal	20°	é	utilizada	para	avaliação	
da	 bula	 timpânica	 e	 da	 articulação	 temporomandibular	 sem	 a	 sobreposição	
das	 estruturas	 contralaterais;	 para	 atingir	 esse	 objetivo,	 o	 paciente	 deve	 ser	
colocado	em	decúbito	lateral	com	o	lado	de	interesse	em	contato	com	a	mesa,	e	
a	ponta	do	focinho	será	inclinada	entre	10	a	30°,	de	acordo	com	a	conformação	
da	cabeça,	abrangendo	desde	o	arco	zigomático	até	o	occipital	e	a	porção	caudal	
da	mandíbula,	 centralizando	 a	 incidência	 do	 raio	 dorsalmente	 ao	 processo	
angular	da	mandíbula	e	criando	uma	imagem	das	estruturas	a	serem	avaliadas	
sem	sobreposições	e	com	boa	definição	óssea.
81
1	 Paciente	 canino,	 com	 trauma	 craniano	 após	 um	 atropelamento,	 foi	
encaminhado	ao	setor	de	imagem	para	realização	de	exame	radiográfico	da	
cabeça.	A	respeito	da	radiografia	do	crânio,	analise	as	proposições	a	seguir:
 
I-	 As	projeções	radiográficas	dorsoventral	e	 laterolateral	da	cabeça	auxi-
liam	na	avaliação	geral,	uma	vez	que	diferentes	conformações	da	cabeça	
podem	existir	nas	diferentes	raças.
II-	 A	realização	da	projeção	dorsoventral	é	preferível	em	relação	à	ventrodor-
sal,	pela	facilidade	em	realizar	o	posicionamento	preservando	a	simetria.
III-	 Os	 exames	 radiográficos	 do	 crânio	 devem	 ser	 realizados,	 preferencial-
mente,	com	contenção	química,	para	facilitar	o	posicionamento	ideal.
IV-	 Na	 projeção	 laterolateral	 do	 crânio,	 as	 mandíbulas	 devem	 estar	
sobrepostas,	bem	como	as	bulas	timpânicas,	para	que	o	posicionamento	
seja	considerado	ideal.
V-	 A	projeção	dorsoventral	deve	ser	realizada	com	o	paciente	em	decúbito	
dorsal	e	o	osso	occipital	deve	estar	paralelo	ao	filme.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 Somente	a	proposição	I	está	correta.
b)	(			)	 Somente	a	proposição	V	está	errada.
c)	(			)	 As	proposições	I	e	II	estão	corretas.
d)	(			)	 As	proposições	I	e	III	estão	corretas.
e)	(			)	 As	proposições	IV	e	V	estão	incorretas.
2	 Um	paciente	canino,	raça	Bulldog	Francês	(que	apresenta	o	focinho	curto),	
de	5	anos	de	idade,	foi	encaminhado	ao	setor	de	radiologia	para	avaliação	
radiográfica	da	cavidade	nasal.	Uma	das	posições	radiográficas	realizadas	
foi	a	ventrorostral-dorsocaudal	20°,	conforme	mostra	a	figura	a	seguir:
AUTOATIVIDADE
FONTE: Thrall (2018, p. 143)
82
Considerando	 o	 exame	 radiográfico	 apresentado,	 classifique	 V	 para	 as	
sentenças	verdadeiras	e	F	para	as	falsas:
(			)	 Para	a	realização	da	projeção	ventrorostral	dorsoventral	20°,	o	paciente	
deve	estar	em	decúbito	dorsal	e	a	maxila	deve	estar	paralela	ao	filme.
(			)	 Além	 da	 projeção	mostrada,	 projeções	 laterolateral	 e	 dorsoventral	 da	
cabeça	podem	auxiliar	na	avaliação	do	paciente.
(			)	 Nesse	paciente,	é	obrigatória	a	realização	de	uma	projeção	rostrocaudal	
para	avaliação	do	seio	frontal.
(			)	 A	 anestesia	 é	 necessária	 para	 a	 realização	 adequada	 dessa	 projeção	
radiográfica.
(			)	 No	caso	de	pacientes	com	focinho	curto,	a	projeção	dorsoventral	intraoral	
da	maxila	também	pode	ser	utilizada.
Assinale	a	alternativa	que	representa	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	 V	–	V	–	V	–	V	–	F.
b)	(			)	 V	–	V	–	F	–	V	–	V.
c)	(			)	 V	–	V	–	F	–	F	–	F.
d)	(			)	 V	–	V	–	F	–	V	–	F.	
e)	(			)	 F	–	V	–	F	–	V	–	F.
3	 Um	 paciente	 felino,	 sem	 raça	 definida	 (SRD),	 foi	 encaminhado	 para	
realização	de	radiografia	de	crânio,	após	sofrer	um	trauma	por	queda	do	4º	
andar	do	prédio	onde	reside.		Ele	foi	acompanhado	do	médico	veterinário	
anestesista,	 para	 realização	 de	 sedação	 e	 correto	 posicionamento	 para	 o	
exame.	A	projeção	radiográfica	obtida	pode	ser	vista	na	figura	a	seguir:
FONTE: Acervo da autora
Com	relação	ao	exame	radiográfico	do	crânio,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
83
a)	(			)	 A	imagem	corresponde	à	projeção	radiográfica	para	avaliação	do	seio	
frontal.
b)	(			)	 A	 projeção	 para	 avaliação	 das	 estruturas	 ósseas	 deve	 utilizar	 uma	
técnica	 de	 baixo	 contraste,	 para	 podermos	 realizar	 uma	 avaliação	
adequada.
c)	(			)	 A	 projeção	 tem	 o	 objetivo	 de	 avaliar	 lesões	 em	 tecidos	 moles	 do	
focinho.
d)	(			)	 Trata-se	de	uma	projeção	rostrocaudal.
e)	(			)	 É	 uma	 imagem	 radiográfica	 que	 tem	 o	 objetivo	 de	 avaliar	 a	 bula	
timpânica	e	a	articulação	temporomandibular.
84
85
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
O	exame	radiográfico	da	coluna	é	utilizado	frequentemente	na	medicina	
veterinária.	 Isso	 se	 deve	 ao	 fato	 de	 haver	 muitos	 casos	 de	 dor	 e	 alterações	
neurológicas	no	atendimento	da	rotina	clínica.	No	entanto,	o	exame	radiográfico	
tem	 uma	 série	 de	 limitações,	 tornando	 constante	 a	 indicação	 de	 tomografia	
computadorizada	e	 ressonância	magnética.	Contudo,	em	muitos	 lugares,	 esses	
exames	não	são	acessíveis,	 seja	por	ausência	de	equipamentos	ou	por	 seu	alto	
custo.	Nesses	 casos,	 os	 exames	 radiográficos	 são	 indicados	 na	 tentativa	 de	 se	
chegar	a	um	diagnóstico	e,	para	maximizar	as	chances,	deve	ser	obtido	o	correto	
posicionamento	e	realizada	a	adequada	técnica.
TÓPICO 2 — 
EXAME RADIOGRÁFICO DA COLUNA
2 ANATOMIA BÁSICA 
Para entender melhor os nomes das projeções e o posicionamento radiográfico 
da parte e do paciente, é possível revisar os planos anatômicos do Tópico 1 da Unidade 1.
DICAS
Antes	de	entrarmos	propriamente	na	 realização	dos	exames	da	coluna,	
relembraremos	 a	 fórmula	 anatômica	 das	 vértebras	 da	 coluna	 de	 cães	 e	 gatos	
(Figura	15).
86
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
FIGURA 15 – ANATOMIA DA COLUNA VERTEBRAL
FONTE: Adaptada de <https://www.ortocanis.com/pt/content/a-mielografia-no-cao>. Acesso 
em: 28 abr. 2021.
Precisamos	lembrar	que	temos	dois	tipos	de	divisão	da	coluna	vertebral:
• Com	base	na	anatomia	óssea,	divide-se	a	coluna	em	sete	vértebras	cervicais,	
13	 torácicas,	sete	 lombares,	 três	sacrais	 fusionadas	e	um	número	variável	de	
vértebras	caudais.	
• Quando	levamos	em	consideração	o	exame	neurológico	realizado	no	paciente,	
com	base	na	divisão	neurofuncional,	tem-se:	o	segmento	cervical	(abrangendo	
as	 vértebras	 cervicais	 de	 C1	 até	 C5),	 o	 segmento	 cervicotorácico	 (iniciando	
na	vértebra	cervical	C6	atéa	vértebra	torácica	T2),	o	segmento	toracolombar	
(contemplando	 desde	 a	 vértebra	 torácica	 T3	 até	 a	 vértebra	 lombar	 L3)	 e	 o	
segmento	lombossacro	(desde	a	vértebra	lombar	L4	até	o	sacro	caudal	em	S3).	
Isso	é	importante	porque	poderemos	ter	solicitações	de	exames	com	base	
em	ambas	as	divisões	da	coluna	cervical.
Não podemos esquecer que, no interior da proteção óssea da coluna vertebral, 
temos a passagem da medula espinhal, estrutura muito sensível e responsável pela 
manutenção de funções vitais e locomotoras ao organismo do paciente.
IMPORTANTE
TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DA COLUNA
87
3 POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS
Os	 exames	 radiográficos	 da	 coluna	 serão	 realizados	 sempre	 em	 duas	
projeções	 ortogonais:	 uma	 em	 incidência	 ventrodorsal	 e	 outra	 em	 incidência	
laterolateral.	 Parece	 simples,	 mas	 precisamos	 entender	 um	 ponto	 importante	
de	 avaliação	 dos	 exames	 de	 coluna:	 são	 os	 espaços	 intervertebrais,	 nos	 quais	
ficam	os	discos	intervertebrais.	As	mais	discretas	alterações	neles	podem	indicar	
patologias	na	coluna	vertebral	(Figura	16).
FIGURA 16 – CORTE ANATÔMICO SAGITAL DA COLUNA VERTEBRAL LOMBAR (A); 
PROJEÇÃO LATEROLATERAL DA COLUNA LOMBAR (B). AS SETAS DEMONSTRAM O ESPAÇO 
INTERVERTEBRAL, ONDE FICA O DISCO INTERVERTEBRAL
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011); acervo pessoal da autora
Com	 base	 nisso,	 temos	 dois	 pontos	 de	 grande	 cuidado	 na	 realização	
dos	exames	de	coluna:	o	posicionamento	de	toda	a	coluna	deve	ser	alinhado	e	a	
centralização	do	feixe	de	raios	X	na	região	de	maior	interesse.	
O	alinhamento	da	 coluna,	 como	um	 todo,	 facilita	o	posicionamento	da	
parte	a	ser	avaliada,	reduzindo	as	chances	de	rotações	ou	desníveis	no	canal	ver-
tebral.	Para	isso,	é	necessário	atentar	ao	fato	de	haver	duas	regiões	de	estreita-
mento	dos	tecidos	moles	adjacentes	à	coluna,	uma	na	região	cervical	e	outra	na	
região	 lombar.	Para	compensar	essas	diferenças,	almofadas	 radiotransparentes	
podem	ser	utilizadas	para	 auxiliar	no	 alinhamento	da	 coluna	vertebral	 inteira	
(Figura	17).
88
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
FIGURA 17 – POSICIONAMENTO DA COLUNA PARA ALINHAMENTO ADEQUADO
FONTE: Thrall (2018, p. 147)
Outro	 fator	 importante	 a	 ser	 considerado	 é	 a	 centralização	 adequada	
do	feixe	de	raios	X,	uma	vez	que,	ao	sair	da	ampola	em	sentido	divergente,	as	
estruturas	 localizadas	 lateralmente	 na	 imagem	 sofrerão	 distorções,	 devido	 à	
incidência	oblíqua	do	raio	sobre	elas.	Como	visto	anteriormente,	precisamos	de	
uma	incidência	perpendicular,	a	fim	de	obter	a	imagem	adequada	para	a	avaliação	
dos	espaços	intervertebrais	(Figura	18).
FIGURA 18 – INCIDÊNCIA DOS RAIOS X DIVERGENTES SOBRE A COLUNA
FONTE: Thrall (2018, p. 148)
Essa	incidência	oblíqua	sobre	as	vértebras	provoca	uma	imagem	sobreposta	
ao	espaço	intervertebral,	conforme	direcionamos	em	sentido	as	extremidades	da	
imagem	obtida,	impossibilitando	a	sua	avaliação	adequada	(Figura	19).
TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DA COLUNA
89
FIGURA 19 – A IMAGEM RADIOGRÁFICA MOSTRA O EFEITO DA INCIDÊNCIA DIVERGENTE DOS 
RAIOS SOBRE OS ESPAÇOS INTERVERTEBRAIS (SETAS AMARELAS), CONFORME OBSERVAMOS 
A COLUNA EM SENTIDO CAUDAL
FONTE: Acervo da autora
Diante	 dessas	 informações,	 a	 identificação	 da	 região	 a	 ser	 avaliada	
radiograficamente,	 bem	 como	 a	 atenção	 durante	 a	 execução	 do	 exame,	 é	
imprescindível	para	obtermos	uma	imagem	de	qualidade.
As	principais	 indicações	de	exames	 radiográficos	da	coluna	 incluem	as	
suspeitas	de	doenças	de	disco,	incluindo	as	hérnias	de	disco,	fraturas,	luxações,	
processos	infecciosos	e	neoplásicos	e	até	malformações.	
Nos casos suspeitos de doença de disco intervertebral, a contenção química 
dos pacientes é fortemente indicada, permitindo um relaxamento da musculatura 
paravertebral e uma avaliação mais precisa dos espaços intervertebrais.
IMPORTANTE
3.1 PROJEÇÃO LATEROLATERAL
A	 projeção	 laterolateral	 deve	 ser	 realizada	 em	 qualquer	 segmento	 da	
coluna.	A	coluna	cervical	é	um	posicionamento	mais	específico.	As	demais	regiões	
da	coluna	terão	o	mesmo	posicionamento,	mudando	apenas	a	área	de	incidência	
do	raio	central.	
90
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
Acadêmico, lembra que falamos que precisamos alinhar a coluna completa 
para um exame ideal? Por isso, é possível!
INTERESSANTE
O	 paciente	 será	 posicionado	 em	 decúbito	 lateral	 direito,	 com	 a	
coluna	 cervical,	 torácica	 e	 lombar	 na	 posição	 anatômica.	 Como	 já	 visto,	 o	
uso	 de	 almofadas	 radiotransparentes	 será	 importante	 para	 o	 alinhamento	
adequado	das	regiões	cervicais	e	lombar.	Podem	ser	necessárias,	ainda,	cunhas	
radiotransparentes	para	dar	 suporte	 à	 região	do	esterno,	 impedindo	a	 rotação	
do	 tórax	 e,	 consequentemente,	 da	 coluna	 torácica.	 Na	 posição	 anatômica	 em	
estação	do	paciente,	os	membros	torácico	e	pélvico	também	não	se	tocam,	sendo,	
assim,	para	dar	 suporte	aos	membros	não	dependentes,	 almofadas	podem	ser	
necessárias,	evitando	mais	uma	vez	a	rotação	do	tronco	do	paciente,	bem	como	o	
uso	de	apoios	para	o	focinho,	no	caso	de	cães	de	focinhos	longos,	ou	cunhas	para	
os	cães	de	cabeça	mais	arredondada.	Esses	cuidados	com	o	posicionamento	do	
paciente	deverão	ser	tomados	toda	vez	que	uma	projeção	laterolateral	da	coluna	
for	obtida.	
Independentemente da região da coluna a ser radiografada, o alinhamento 
vertebral ideal só será obtido se todo o corpo do paciente estiver alinhado – o que muda é 
o ponto de incidência do raio central e as poucas adaptações para a coluna cervical.
ATENCAO
Para	o	posicionamento	da	coluna	cervical,	esta	deve	ser	centralizada	com	
o	corpo	do	paciente	em	sentido	oblíquo	sobre	a	mesa	de	exame.	A	cabeça	pode	ser	
flexionada	em	um	ângulo	perpendicular	à	coluna	e	tracionada	em	sentido	cranial.	
Os	membros	 torácicos	devem	ser	 tracionados	 levemente	em	sentido	caudal.	A	
área	 de	 colimação	 deve	 abranger	 desde	 o	 occipital	 até	 a	 vértebra	 torácica	 T3.	
O	 limite	dorsal	dos	 tecidos	moles	cervicais	deve	ser	considerado,	bem	como	o	
limite	ventral	deles.	A	sobreposição	dos	processos	transversos	da	coluna	deve	ser	
objetivada.	O	raio	central	deve	estar	no	terço	médio	da	região	cervical	(Figura	20).
TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DA COLUNA
91
FIGURA 20 – POSICIONAMENTO LATEROLATERAL DA COLUNA CERVICAL
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 41)
Para pacientes com suspeitas de malformações cervicais ou instabilidades 
na coluna cervical cranial, o mesmo posicionamento deve ser feito, porém, não deve ser 
realizada flexão cervical perpendicular à coluna. A cabeça deve ficar na posição anatômica 
do paciente, impedindo compressões ao feixe medular.
ATENCAO
Na	projeção	laterolateral	dos	demais	segmentos	da	coluna,	esta	deve	estar	
centralizada	 na	mesa	 de	 exame	 e	 paralelamente	 a	 ela.	 Os	membros	 torácicos	
devem	ser	levemente	tracionados.	Projeções	radiográficas	em	expiração	devem	
ser	obtidas	preferencialmente,	uma	vez	que	essa	é	a	fase	mais	longa	da	respiração,	
evitando	artefatos	de	movimento.	A	área	de	colimação	deve	respeitar	o	segmento	
a	 ser	 radiografado.	 No	 caso	 do	 segmento	 torácico,	 a	 colimação	 deve	 iniciar	
na	extremidade	cranial,	usando	a	entrada	do	 tórax	como	referência	e	a	última	
costela	como	limite	caudal.	No	segmento	toracolombar,	a	colimação	deve	iniciar	
na	vértebra	 torácica	T2	e	finalizar	na	vértebra	 lombar	L4,	usando	os	processos	
espinhosos	e	as	costelas	como	pontos	de	referência	para	a	contagem	vertebral.	
Para	o	segmento	lombar,	a	colimação	inicia-se	na	última	vértebra	torácica,	usando	
a	 costela	 como	 ponto	 de	 referência	 e	 estendendo-se	 até	 a	 1ª	 vértebra	 sacral,	
usando	a	margem	caudal	da	asa	ilíaca	como	ponto	de	palpação.	Já	no	segmento	
lombossacro,	 a	 colimação	 começa	 na	 vértebra	 lombar	 L3,	 usando	 o	 processo	
espinhoso	como	referência	para	a	contagem	e	estendendo-se	até	a	margem	caudal	
das	articulações	coxofemorais.	O	raio	central	deve	ser	posicionado	ao	terçomédio	
da	porção	da	coluna	a	ser	radiografada	em	cada	segmento	(Figura	21).
92
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
FIGURA 21 – POSICIONAMENTO LATEROLATERAL DA COLUNA TORACOLOMBAR
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 48)
Uma	técnica	 radiográfica	de	alto	contraste	para	análise	das	estruturas	
ósseas	 deve	 ser	 utilizada,	 usando	 baixa	 quilovoltagem	 associada	 à	 alta	
miliamperagem.	
Para	um	posicionamento	ideal,	a	contenção	química	do	paciente	é	indi-
cada,	pois	se	torna	ainda	mais	importante	para	suspeitas	clínicas	de	doenças	ou	
hérnias	de	disco,	uma	vez	que	o	relaxamento	da	musculatura	paravertebral	per-
mite	uma	correta	avaliação	dos	espaços	intervertebrais.	Em	pacientes	com	níveis	
de	consciência	reduzida	ou	com	condições	clínicas	que	impossibilitem	o	uso	de	
sedativos	ou	anestésicos,	pode-se	executar	o	posicionamento,	porém,	precisamos	
ter	consciência	de	que	um	posicionamento	ideal	pode	não	ser	atingido.	Nesses	
casos,	a	presença	na	sala	durante	a	 realização	do	exame	 faz-se	necessária	e	os	
cuidados	com	a	proteção	das	pessoas	envolvidas	com	uso	de	equipamentos	de	
proteção	individual	e	o	respeito	aos	princípios	ALARA	devem	ser	obrigatórios.
Depois	de	feita	a	obtenção	da	imagem,	é	de	grande	importância	que	se	
faça	 a	 avaliação	 da	 sua	 qualidade	 pelos	 critérios	 de	 avaliação.	 Para	 a	 coluna	
cervical,	a	área	demonstrada	deve	incluir	desde	o	osso	occipital	do	crânio	até	a	
vértebra	torácica	T3,	incluindo	os	tecidos	moles	adjacentes	ventral	e	dorsalmente.	
O	posicionamento	ideal	deve	ter	como	alvo,	o	máximo	de	sobreposição	entre	os	
processos	 transversos,	 principalmente	 os	 processos	 transversos	 das	 vértebras	
cervicais	C1	e	C6,	já	que	são	mais	proeminentes.	A	trabeculação	óssea	deve	ser	
visibilizada,	indicando	que	a	técnica	de	alto	contraste	foi	utilizada	na	aquisição	
(Figura	22).
TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DA COLUNA
93
FIGURA 22 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA LATEROLATERAL DA COLUNA CERVICAL
FONTE: Acervo da autora
FONTE: Acervo da autora
Da	mesma	forma,	depois	de	obtidas	as	imagens	dos	demais	segmentos	da	
coluna,	deve-se	analisar	a	qualidade	da	imagem	por	meio	dos	critérios	de	avaliação,	
no	sentido	de	como	devem	ficar	as	 imagens	da	coluna	toracolombar,	 lombar	e	
lombossacra.	Para	a	coluna	toracolombar,	a	área	demonstrada	deve	incluir	desde	
a	vértebra	torácica	T2	até	a	vértebra	lombar	L4	(Figura	23).	O	posicionamento	ideal	
deve	 ter	 como	alvo	o	máximo	de	 sobreposição	entre	os	processos	 transversos,	
evitando-se	a	sobreposição	dos	arcos	costais	sobre	o	canal	vertebral,	embora,	em	
algumas	raças	que	possuem	tórax	em	formato	arredondado,	a	sobreposição	seja	
inevitável	(Figura	24).	A	trabeculação	óssea	deve	ser	visibilizada,	indicando	que	
a	técnica	de	alto	contraste	foi	utilizada	na	aquisição.
FIGURA 23 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA LATEROLATERAL DA COLUNA TORACOLOMBAR
94
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
FIGURA 24 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA LATEROLATERAL DA COLUNA TORACOLOMBAR 
COM AMPLIAÇÃO DA SOBREPOSIÇÃO DAS COSTELAS (SETAS) E DO CANAL VERTEBRAL 
(PONTILHADOS), QUE DEVE SER EVITADA
FONTE: Acervo da autora
FONTE: Acervo da autora
Na	 avaliação	 da	 imagem	 da	 coluna	 lombar,	 a	 área	 demonstrada	 deve	
incluir	 desde	 a	 última	 vértebra	 torácica	 T13,	 usando-se	 a	 última	 costela	 como	
ponto	de	referência,	até	a	margem	caudal	da	asa	ilíaca.	O	posicionamento	ideal	
deve	 ter	 como	alvo	o	máximo	de	 sobreposição	entre	os	processos	 transversos,	
como	nos	demais	segmentos	da	coluna.	A	trabeculação	óssea	deve	ser	visibilizada,	
indicando	que	a	técnica	de	alto	contraste	foi	utilizada	na	aquisição	(Figura	25).
FIGURA 25 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA LATEROLATERAL DA COLUNA LOMBAR
TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DA COLUNA
95
FONTE: Acervo da autora
Para	 obtenção	 de	 uma	 imagem	 radiográfica	 de	 qualidade	 da	 coluna	
lombossacra,	 a	 área	 demonstrada	 deve	 incluir	 desde	 vértebra	 lombar	 L3	 até	
as	 articulações	 coxofemorais.	 O	 posicionamento	 ideal	 deve	 ter	 como	 alvo	 o	
máximo	de	sobreposição	entre	os	processos	transversos	e	entre	as	asas	ilíacas.	A	
trabeculação	óssea	deve	ser	visibilizada	indicando	que	a	técnica	de	alto	contraste	
foi	utilizada	na	aquisição	(Figura	26).
FIGURA 26 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA LATEROLATERAL DA COLUNA LOMBOSSACRA
3.2 PROJEÇÃO VENTRODORSAL
Com	relação	à	projeção	ventrodorsal	da	coluna,	novamente,	o	alinhamento	
de	 todo	 o	 paciente	 será	 imprescindível	 para	 aquisição	 de	 uma	 imagem	 de	
qualidade,	o	que	possibilitará	a	avaliação	adequada	da	coluna,	exatamente	como	
vimos	no	posicionamento	laterolateral.	Pequenos	ajustes	para	o	posicionamento	
na	coluna	cervical	serão	necessários,	mas	a	essência	do	exame	será	a	mesma.
O	 paciente	 deverá	 ser	 posicionado	 em	decúbito	 dorsal,	 ou	 seja,	 com	 a	
porção	 ventral	 do	 abdome	 voltada	 para	 cima.	O	 alinhamento	 da	 coluna	 deve	
ser	feito	em	sentido	longitudinal	da	mesa	de	exame,	objetivando	a	sobreposição	
entre	o	esterno	e	a	coluna.	Pacientes	que	tenham	o	dorso	mais	achatado,	aqueles	
com	tórax	arredondado	ou,	em	alguns	casos,	que	estejam	acima	do	peso	serão	
posicionados	mais	facilmente	em	decúbito	ventral.	Já	os	pacientes	com	o	tórax	mais	
alongado	ou	pacientes	muito	magros	podem	necessitar	de	suportes	laterais	para	
evitar	a	rotação	lateral	do	tórax.	Calhas	radiotransparentes	podem	ser	utilizadas	
para	 sustentação	 lateral,	 bem	 como	 cunhas	 radiotransparentes.	 É	 importante	
que	toda	a	coluna	esteja	alinhada	e,	para	avaliarmos	esse	alinhamento,	podemos	
traçar	uma	linha	imaginária	desde	a	ponta	do	focinho	até	a	cauda	do	paciente,	e	
toda	a	coluna	e	o	esterno	devem	estar	sobre	essa	linha	(Figura	27).
96
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
FIGURA 27 – ALINHAMENTO DO PACIENTE EM DECÚBITO VENTRAL, COM LINHA IMAGINÁRIA 
(TRACEJADO) DESDE O FOCINHO ATÉ A CAUDA
FONTE: Adaptada de <https://silo.tips/downloadFile/diagnostico-dermatologico-ernesto-r-
hutter-eduardo-freire>. Acesso em: 26 abr. 2021.
Os	membros	 pélvicos	 serão	 posicionados	 em	 abdução,	 com	flexão	 dos	
joelhos,	 auxiliando	na	 estabilidade	 lateral	 do	paciente,	 ou	 também	podem	 ser	
tracionados	 caudalmente,	 dependendo	 da	 melhor	 adaptação	 do	 paciente	 à	
posição.
Como vimos no posicionamento laterolateral, independentemente da região 
da coluna a ser radiografada, o alinhamento vertebral ideal só será obtido se todo o corpo 
do paciente estiver alinhado – o que muda é o ponto de incidência do raio central e a 
pouca adaptação dos membros torácicos para a coluna cervical.
ATENCAO
A	 avaliação	 radiográfica	 da	 coluna	 cervical	 deve	 ser	 realizada	 com	 o	
paciente	em	decúbito	ventral.	A	cabeça	permanecerá	em	extensão	com	a	porção	
dorsal	 em	 contato	 com	 a	 mesa	 de	 exame,	 alinhada	 com	 a	 coluna	 cervical.	
Os	 membros	 torácicos	 serão	 tracionados	 caudalmente,	 ou	 ainda,	 podem	 ser	
posicionados	 em	 abdução.	A	 colimação	 deve	 abranger	 cranialmente	 desde	 as	
articulações	temporomandibulares	até	caudalmente	a	articulação	dos	ombros.	Os	
tecidos	moles	lateralmente	devem	ser	inclusos.	Um	alinhamento	entre	a	sínfise	
mandibular	e	a	extremidade	cranial	do	esterno	deve	ser	obtido.	O	raio	central	
deve	incidir	no	terço	médio	da	área	colimada	(Figura	28).
TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DA COLUNA
97
FIGURA 28 – POSICIONAMENTO VENTRODORSAL DA COLUNA CERVICAL
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 41)
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 48)
Para	 o	 posicionamento	 ventrodorsal	 dos	 demais	 segmentos	 da	 coluna	
vertebral,	 o	 alinhamento	 descrito	 entre	 cabeça,	 coluna	 e	 cauda	 deve	 ser	
respeitado.	 Contudo,	 os	 membros	 torácicos	 serão	 tracionados	 cranialmente,	
paralelamente	 à	 coluna,	mantendo-se	 o	 esterno	 sobreposto	 à	 coluna	vertebral.	
Devido	ao	contato	da	coluna	com	a	mesa	de	exame,	a	movimentação	respiratória	
não	causará	interferência	ao	exame,	sendo	possível	obter	imagens	em	qualquer	
fase	respiratória.	A	área	de	colimação	será	ajustada	de	acordo	com	o	segmento	
da	 coluna	 a	 seravaliado.	 Para	 avaliação	da	 coluna	 torácica,	 a	 colimação	deve	
abranger	desde	a	extremidade	cranial	do	esterno	até	o	último	par	de	 costelas.	
Para	avaliação	toracolombar,	a	colimação	deve	iniciar	nos	ombros	e	estender-se	
até	o	terço	médio	do	abdome.	Para	a	coluna	lombar,	a	área	deve	incluir	desde	a	
última	vértebra	torácica	T13,	usando	o	último	par	de	costelas	como	referência,	até	
a	margem	caudal	do	abdome.	Já	no	segmento	lombossacro,	a	colimação	cranial	
pode	ter	como	referência	o	ponto	mais	caudal	do	último	par	de	costelas	e	o	púbis	
como	referência	caudal.	O	raio	central	deve	ser	posicionado	ao	terço	médio	da	
porção	da	coluna	a	ser	radiografada	em	cada	segmento	(Figura	29).
FIGURA 29 – POSICIONAMENTO VENTRODORSAL DA COLUNA LOMBAR
98
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
O	ajuste	de	 técnica	de	baixa	quilovoltagem	e	alta	miliamperagem	para	
obtenção	de	imagens	com	alto	contraste	e	melhor	definição	de	estruturas	ósseas	
deve	ser	feito.
Para	o	 relaxamento	 ideal	do	paciente	durante	o	exame,	principalmente	
em	casos	em	que	o	relaxamento	da	musculatura	paravertebral	faz-se	necessário	
para	avaliação	adequada	dos	espaços	 intervertebrais.	Em	casos	de	 suspeita	de	
doenças	de	disco	ou	hérnias	de	disco,	a	sedação	ou	a	anestesia	são	fortemente	
indicadas.	 Ressaltando	 que	 o	 posicionamento	 ideal	 inclui	 um	 alinhamento	 de	
todo	 o	 paciente,	 o	 uso	 de	 contenção	 química	 torna-se	 ainda	mais	 importante.	
Podem	ocorrer	 situações	 em	que	o	uso	dos	 fármacos	 sedativos	ou	analgésicos	
não	seja	possível.	Nesses	casos,	pode	não	ser	possível	atingir	o	posicionamento	
ideal,	sendo	necessária	a	contenção	física	durante	o	exame.	Devemos	lembrar	da	
necessidade	de	serem	respeitados	os	protocolos	dos	princípios	ALARA	e	o	uso	
correto	dos	EPIs	nesses	casos.
Uma	 vez	 realizada	 a	 projeção	 do	 segmento	 da	 coluna	 a	 ser	 avaliada,	
deve-se	analisar	a	qualidade	da	imagem	obtida	usando	os	critérios	de	avaliação	
descritos	a	seguir.	Na	coluna	cervical,	a	área	demonstrada	deve	iniciar	nas	bulas	
timpânicas	até	a	vértebra	 torácica	T3,	 incluindo	os	 tecidos	moles	 lateralmente.	
A	simetria	entre	os	processos	transversos	do	atlas	também	pode	ser	usada	para	
avaliação	 do	 posicionamento.	A	 imagem	deve	 apresentar	 boa	 definição	 óssea,	
indicando	que	a	técnica	adequada	foi	utilizada	(Figura	30).
FIGURA 30 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA VENTRODORSAL DA COLUNA CERVICAL
FONTE: Acervo da autora
TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DA COLUNA
99
Ainda	na	análise	da	qualidade	das	imagens	radiográficas	obtidas,	veremos	
os	critérios	de	avaliação	para	os	segmentos	toracolombar,	lombar	e	lombossacro.	
Para	a	coluna	toracolombar,	a	imagem	deve	demonstrar	desde	a	vértebra	torácica	
T3	até	a	vértebra	 lombar	L3	 (Figura	31).	Os	processos	espinhosos	devem	estar	
perpendiculares	 ao	 eixo	 da	 coluna	 vertebral,	 aparecendo	 apenas	 como	 uma	
marca	linear.	Processos	espinhosos	que	aparecem	oblíquos	na	imagem	indicam	
que	houve	rotação	do	paciente	e	que	o	posicionamento	não	foi	realizado	de	forma	
ideal	(Figura	32).
FIGURA 31 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA VENTRODORSAL DA COLUNA TORACOLOMBAR
FONTE: Acervo da autora
100
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
FIGURA 32 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA VENTRODORSAL DA COLUNA COM 
AMPLIAÇÃO DOS PROCESSOS ESPINHOSOS (PONTILHADOS): PROCESSOS ESPINHOSOS 
PERPENDICULARES INDICANDO POSICIONAMENTO IDEAL (A); PROCESSOS ESPINHOSOS 
OBLÍQUOS INDICANDO ROTAÇÃO DO PACIENTE E POSICIONAMENTO INADEQUADO (B)
FONTE: Acervo da autora
FONTE: Acervo da autora
Na	coluna	lombar,	na	avaliação	da	imagem	quanto	à	área	demonstrada,	
deve-se	incluir	desde	a	última	vértebra	torácica	T13,	tendo	a	última	costela	como	
ponto	de	referência	até	o	osso	do	sacro.	O	posicionamento	ideal	deve	ter	como	
alvo	 o	 máximo	 de	 perpendicularidade	 dos	 processos	 espinhosos,	 como	 nos	
demais	segmentos	da	coluna.	A	simetria	das	asas	ilíacas	também	pode	auxiliar	
na	avaliação	do	posicionamento	ideal.	A	trabeculação	óssea	deve	ser	visibilizada,	
indicando	que	a	técnica	de	alto	contraste	foi	utilizada	na	aquisição	(Figura	33).
FIGURA 33 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA VENTRODORSAL DA COLUNA LOMBAR
TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DA COLUNA
101
FONTE: Acervo da autora
A	 obtenção	 de	 uma	 imagem	 radiográfica	 de	 qualidade	 da	 coluna	
lombossacra	pode	ser	avaliada	quando	a	área	abranger	desde	vértebra	 lombar	
L3	até	o	osso	púbis.	O	posicionamento	 ideal	novamente	deve	 ter	 como	alvo	a	
perpendicularidade	dos	processos	espinhosos	e	a	simetria	entre	as	asas	ilíacas.	A	
trabeculação	óssea	deve	ser	visibilizada,	indicando	que	a	técnica	de	alto	contraste	
foi	utilizada	na	aquisição	(Figura	34).
FIGURA 34 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA VENTRODORSAL DA COLUNA LOMBOSSACRA
Pacientes	 que	 sofreram	 traumas	 (atropelamentos,	 quedas,	 interação	
negativa,	alvejamento)	podem	ter	 lesões	na	coluna,	como	fraturas	ou	luxações.	
Nesses	casos,	é	indicado	o	mínimo	de	movimentação	possível;	como	o	decúbito	
lateral	 é	 mais	 confortável	 para	 o	 paciente	 e	 as	 projeções	 ortogonais	 são	 de	
grande	importância	para	a	avaliação	de	desalinhamentos	vertebrais,	a	projeção	
ventrodorsal	pode	ser	obtida	mantendo-o	em	decúbito	lateral,	levando	o	filme	até	
à	porção	dorsal	da	coluna,	perpendicularmente	a	ela,	e	inclinando	a	ampola	do	
equipamento	radiográfico	a	90°,	de	forma	que	a	incidência	do	raio	seja	a	porção	
ventral	do	paciente	(Figura	35).	Contudo,	nesse	posicionamento,	o	alinhamento	
ideal	 da	 coluna	 pode	 não	 ser	 obtido,	 fato	 que	 é	 permitido	 para	minimizar	 os	
riscos	de	lesão	medular	ao	paciente.	A	contenção	química	pode	ser	dispensada,	
devido	à	urgência	do	exame,	preservando-se	a	condição,	muitas	vezes	instável,	
do	paciente	no	momento	do	exame.
102
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
FIGURA 35 – POSICIONAMENTO VENTRODORSAL COM PACIENTE EM DECÚBITO LATERAL 
PARA PACIENTES TRAUMATIZADOS
FONTE: Thrall (2018, p. 149)
Diante	das	diferentes	patologias	que	podem	acometer	a	coluna	vertebral,	
como	doenças	de	disco,	hérnias,	malformações	e	traumas,	antes	da	realização	do	
exame	radiográfico,	é	de	grande	importância	identificar	o	paciente	e	estar	atento	
às	 particularidades	 de	 cada	 indivíduo	 e	 de	 cada	 exame,	 obtendo	 imagens	 de	
qualidade	e	preservando	a	segurança	do	paciente.
103
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 A	coluna	vertebral	de	cães	e	gatos	possui	sete	vértebras	cervicais,	13	vértebras	
torácicas,	sete	vértebras	lombares,	três	vértebras	sacrais	e	um	número	variável	
de	vértebras	caudais.
•	 Além	da	divisão	anatômica,	a	coluna	possui	uma	divisão	neurofuncional	em	
cervical,	cervicotorácica,	toracolombar	e	lombossacra,	regiões	que	também	são	
importantes	objetos	de	estudos	radiográficos	da	coluna.
•	 A	avaliação	radiográfica	dos	espaços	intervertebrais	é	um	importante	ponto	
da	 interpretação	 das	 imagens	 obtidas,	 por	 isso	 o	 alinhamento	 perfeito	 da	
coluna	é	imprescindível,	na	maioria	das	vezes,	necessitando	de	sedação	ou	
anestesia	do	paciente.
•	 Independentemente	 da	 projeção	 e	 da	 região	 da	 coluna	 a	 ser	 examinada,	 o	
alinhamento	de	 toda	 a	 coluna	 é	 importante	 para	 obtenção	de	uma	 imagem	
de	 qualidade,	 seja	 com	uso	de	 almofadas	 ou	 cunhas	 radiotransparentes	 em	
decúbito	lateral	para	as	projeções	laterolaterais	ou	com	uso	de	calhas	ou	cunhas	
radiotransparentes	em	decúbito	dorsal	para	as	projeções	ventrodorsais.
•	 A	projeção	laterolateral	da	coluna	cervical	deve	abranger	desde	o	osso	occipital	
do	crânio	até	a	vértebra	torácica	T3,	flexionando	e	tracionando	cranialmente	a	
cabeça	e	tracionando	caudalmente	os	membros	torácicos,	o	que	resulta	em	uma	
imagem	com	sobreposição	dos	processos	transversos	e	com	bom	contraste	para	
avaliação	óssea.
•	 A	 projeção	 laterolateral	 dos	 demais	 segmentos	 da	 coluna	 vertebral	 deve	
abranger	a	área	indicada	para	sua	avaliação,	seja	torácica,	toracolombar,	lombar	
ou	lombossacra,	sempre	preservando	o	alinhamento	vertebral	e	a	sobreposição	
dos	processos	transversose	a	boa	definição	das	estruturas	ósseas.
•	 Para	avaliação	radiográfica	ventrodorsal	da	coluna	cervical,	com	o	paciente	em	
decúbito	dorsal,	a	coluna	cervical	deve	ser	mantida	estendida	e	os	membros	
torácicos	 tracionados	 caudalmente,	 obtendo	uma	 imagem	 com	 simetria	 dos	
processos	transversos	do	atlas	e	perpendicularidade	dos	processos	espinhosos	
para	avaliação	óssea	adequada.
104
•	 Nos	 demais	 segmentos	 da	 coluna,	 em	 projeção	 ventrodorsal,	 seja	 torácico,	
toracolombar,	lombar	ou	lombossacro,	o	paciente	deve	ser	mantido	em	decúbito	
dorsal,	com	alinhamento	da	coluna,	permitindo	uma	imagem	da	região	a	ser	
avaliada	com	perpendicularidade	dos	processos	espinhosos	e	contraste	ideal	
para	estruturas	ósseas.
•	 Devemos	permanecer	atentos	às	possíveis	malformações	ou	traumas	ocorridos	
na	coluna,	que	podem	indicar	a	necessidade	de	cuidados	especiais	na	realização	
dos	exames	radiográficos.
105
1	 Cães	e	gatos	podem	sofrer	diferentes	patologias	da	coluna	vertebral.	Para	
uma	avaliação	radiográfica	de	qualidade,	é	necessário	permanecer	atento	
à	 anatomia	 e	 ao	posicionamento	desses	 pacientes.	Assinale	 a	 alternativa	
CORRETA: 
a)	(			)	 A	coluna	cervical	dos	cães	possui	sete	vértebras	cervicais	e	a	coluna	
cervical	dos	gatos	possui	seis	vértebras	cervicais.
b)	(			)	 A	divisão	neurofuncional	da	coluna	tem	o	objetivo	de	criar	mais	confu-
são	na	avaliação	radiográfica	da	região	e	não	possui	aplicação	prática.
c)	(			)	 A	realização	de	contenção	química,	anestesia,	para	exames	radiográficos	
da	coluna,	tem	o	único	objetivo	de	evitar	que	o	paciente	morda,	já	que	
o	posicionamento	é	doloroso.
d)	(			)	 O	 alinhamento	da	 coluna	 é	de	 grande	 importância	para	 a	 obtenção	
de	imagens	radiográficas	que	preencham	os	critérios	de	avaliação	do	
posicionamento	ideal,	em	que	a	simetria	é	essencial.
e)	(			)	 Um	 paciente	 traumatizado	 deve	 realizar	 o	 exame	 radiográfico	 da	
coluna,	seguindo	a	descrição	das	projeções	laterolateral	e	ventrodorsal	
da	região	sem	nenhuma	adaptação,	para	evitar	o	risco	de	agravamento	
de	lesões.
2	 Paciente	 canino,	 raça	 Dachshund,	 12	 anos	 de	 idade,	 foi	 encaminhado	
ao	 setor	 de	 radiologia	 para	 realização	 de	 exame	 radiográfico	 da	 coluna	
toracolombar.	A	respeito	desse	exame,	assinale	a	alternativa	CORRETA:	
a)	(			)	 A	coluna	toracolombar	compreende	desde	a	3ª	vértebra	torácica	até	a	
7ª	vértebra	lombar,	portanto,	o	exame	deve	compreender	essa	região.
b)	(			)		 A	anestesia	para	 realização	das	 radiografias	é	 indicada	 somente	em	
pacientes	com	intensa	dor	na	região	em	que	o	exame	será	feito.
c)	(			)	 As	projeções	que	devem	ser	realizadas	são:	laterolateral	e	dorsoventral	
da	coluna	torácica.
d)	(			)	 A	preocupação	com	a	instabilidade	atlantoaxial	deve	ser	considerada,	
devido	à	idade	do	paciente.
e)	(			)	 O	alinhamento	da	coluna	é	muito	importante	para	manter	a	simetria	
das	 estruturas	 e	 adquirir	 imagens	 adequadas;	 para	 isso,	 podem	 ser	
utilizadas	 almofadas	 radiotransparentes	 ou	 calhas	 para	 o	 correto	
posicionamento.
3	 Paciente	canino,	sem	raça	definida,	4	anos	de	 idade,	 foi	encaminhado	ao	
setor	de	radiologia	para	realização	de	exame	radiográfico	da	coluna.	Após	
ter	sido	anestesiado,	foram	obtidas	as	devidas	projeções	da	coluna,	como	
mostra	a	figura	a	seguir:
AUTOATIVIDADE
106
FONTE: Acervo da autora
Classifique	V	para	as	sentenças	verdadeiras	e	F	para	as	falsas:
(			)	 A	imagem	corresponde	a	uma	projeção	laterolateral	da	coluna	cervical.
(			)	 A	projeção	 laterolateral	da	 coluna	 cervical	deve	 compreender	desde	o	
occipital	até	a	vértebra	torácica	T3.
(			)	 A	cabeça	do	paciente	deve	ser	flexionada	em	90°	caso	haja	a	suspeita	de	
malformação	atlantoaxial.	
(			)	 O	 posicionamento	 da	 imagem	 está	 adequado,	 uma	 vez	 que	 há	
perpendicularidade	dos	processos	espinhosos	na	projeção	obtida.
(			)	 O	posicionamento	não	está	adequado,	 já	que	não	há	sobreposição	dos	
processos	 transversos	 das	 vértebras	 cervicais,	 indicando	 rotação	 do	
paciente.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	 V	–	V	–	V	–	V	–	F.
b)	(			)	 V	–	V	–	F	–	F	–	V.
c)	(			)	 V	–	V	–	F	–	F	–	F.
d)	(			)	 V	–	V	–	F	–	V	–	F.	
e)	(			)	 F	–	V	–	F	–	V	–	F.
107
UNIDADE 2
1 INTRODUÇÃO
Exames	radiográficos	do	membro	torácico	são	mais	comuns	na	medicina	
veterinária	 em	 ocorrências	 de	 traumatismos	 envolvendo	 casos	 de	 fraturas	 ou	
luxações.	Outras	patologias	que	afetam	o	membro	possuem	avaliação	limitada	pelo	
exame	radiográfico,	podendo	necessitar	de	exames	adicionais,	como	tomografia	
computadorizada,	 ressonância	 magnética,	 artroscopia	 e	 ultrassonografia	
articular.	Alterações	radiográficas	muito	sutis	podem	indicar	patologias	severas	
e,	portanto,	o	posicionamento	adequado	sempre	deve	ser	objetivado.
TÓPICO 3 — 
EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO TORÁCICO
2 ANATOMIA BÁSICA 
Para entender melhor os nomes das projeções e o posicionamento radiográfico 
da parte e do paciente, é possível revisar os planos anatômicos no Tópico 1 da Unidade 1.
DICAS
O	membro	torácico	é	formato	pelos	ossos:	escápula,	úmero,	rádio	e	ulna,	
ossos	do	 carpo	 (carporradial	 intermediário,	 acessório,	 carpoulnar,	 1º	 carpal,	 2º	
carpal,	3º	carpal	e	4º	carpal),	metacarpos	e	falanges.	Os	principais	acidentes	ósseos	
para	realização	dos	exames	radiográficos	são	a	cabeça	e	os	côndilos	umerais,	o	
olecrano	da	ulna	e	o	osso	acessório	do	carpo	(Figura	36).
108
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
FIGURA 36 – ANATOMIA DO MEMBRO TORÁCICO
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
Para	falarmos	de	posicionamento	adequado,	é	extremamente	importante	
lembrar	 que	 a	 escápula	 está	 unida	 ao	 tronco	 por	músculos,	 sem	 formação	 de	
uma	 articulação	 convencional.	 Isso	 não	 deve	 ser	 esquecido,	 uma	 que	 vez	 que	
o	movimento	de	abdução	do	membro	é	bastante	reduzido,	devido	a	essa	união	
muscular,	dificultando	posicionamentos	mediolaterais	da	região.	Cães	e	gatos	não	
possuem	clavícula,	porém,	em	alguns	pacientes,	podemos	visualizar	estruturas	
ósseas	residuais	claviculares	(Figura	37).
FIGURA 37 – IMAGEM RADIOGRÁFICA DA CLAVÍCULA VESTIGIAL (SETAS): CÃO (A); GATO (B)
FONTE: Acervo da autora
TÓPICO 3 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO TORÁCICO
109
Assim,	 as	principais	 articulações	de	 interesse	 radiográfico	que	 formam	
o	membro	torácico	são	as	articulações	do	ombro	(escapuloumeral),	do	cotovelo	
(umerorradioulnar),	do	carpo,	do	metacarpo	e	das	falanges.
3 POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS
A	 avaliação	 radiográfica	 deve	 ser	 realizada	 centralizando	 o	 ponto	 de	
avaliação	do	exame	radiográfico	e	sempre	utilizando	projeções	ortogonais.	Em	
alguns	casos,	posições	adicionais	podem	ser	feitas	de	forma	a	complementar	uma	
região	avaliada.
De	maneira	esquemática,	o	Quadro	1	apresenta	uma	lista	das	regiões	a	
serem	avaliadas	no	membro	e	os	principais	posicionamentos	radiográficos	para	
cada	uma	delas.
QUADRO 1 – REGIÕES DO MEMBRO TORÁCICO E POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS
Avaliação radiográfica da escápula Avaliação radiográfica do carpo
Caudocranial	 Dorsopalmar	
Mediolateral Mediolateral
Avaliação radiográfica do ombro Projeções adicionais do carpo
Caudocranial	 Mediolateral	com	tração
Mediolateral Mediolateral	com	rotação
Avaliação radiográfica do úmero Mediolateral	com	pressão
Craniocaudal Avaliação radiográfica dos metacarpos
Mediolateral Dorsopalmar	
Avaliação radiográfica do cotovelo Mediolateral
Craniocaudal	 Avaliação radiográfica das falanges
Mediolateral Dorsopalmar	
Projeções adicionais do cotovelo Mediolateral
Craniocaudal	oblíqua Projeções adicionais das falanges
Mediolateral	flexionada Mediolateral	com	afastamento
Avaliação radiográfica do rádio e da ulna 
Craniocaudal	 
Mediolateral 
FONTE: A autora
110
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
As	 principais	 indicações	 de	 exames	 radiográficos	 do	membro	 torácico	
incluem	doenças	articulares	ou	 tendinopatias	do	ombro,	displasia	do	 cotovelo	
e	 doenças	 ligamentares	 ou	 articularesdo	 carpo,	 além	 fraturas	 e	 luxações	 em	
diversos	pontos	do	membro.	Neste	tópico,	será	abordada	a	avaliação	radiográfica	
de	ombro,	cotovelo	e	carpo.	As	demais	projeções	listadas	podem	ser	adaptadas	a	
partir	do	conhecimento	dessas	avaliações,	a	partir	do	ajuste	da	área	de	colimação	
e	da	incidência	do	raio	central.	
Não podemos esquecer que, diferentemente dos seres humanos, cães e gatos 
apoiam-se sobre as falanges.
ATENCAO
3.1 PROJEÇÃO MEDIOLATERAL DO OMBRO
Essa	projeção	do	ombro	pode	ser	utilizada	para	avaliação	da	articulação	
do	ombro	em	casos	de	suspeitas	de	doenças	tendíneas	ou	articulares.	
O	paciente	deve	ser	posicionado	em	decúbito	lateral	com	o	membro	a	ser	
avaliado	em	contato	com	a	mesa	de	exame,	portanto,	caso	o	ombro	direito	seja	
objeto	do	exame,	o	decúbito	 será	 lateral	direito	e,	 caso	o	ombro	esquerdo	 seja	
avaliado,	o	decúbito	será	lateral	esquerdo,	a	fim	de	possibilitar	que	a	articulação	
esteja	mais	próxima	do	filme,	evitando	distorções.	
O	 membro	 torácico	 contralateral	 deve	 ser	 tracionado	 caudalmente,	
evitando-se	a	sobreposição	dos	membros.	Ainda	devemos	rotacionar	levemente	
o	 tórax	 em	 direção	 ao	 membro	 contralateral,	 cerca	 de	 20	 a	 30°,	 evitando	 a	
sobreposição	do	esterno	com	a	articulação	a	ser	avaliada,	uma	vez	que	a	abdução	
do	membro	é	bastante	limitada.	Deve-se	cuidar	com	a	rotação	excessiva	do	tórax,	
que	pode	fazer	com	que	o	ombro	se	afaste	do	filme.
O	membro	avaliado	deve	ser	mantido	na	posição	anatômica	ou	tracionado	
levemente	em	sentido	cranial,	o	que	significa	que	haverá	leve	flexão	do	ombro.
A	colimação	deve	abranger	desde	o	terço	médio	da	escápula,	sendo	possível	
utilizar	 a	 primeira	 vértebra	 torácica	 como	 ponto	 de	 referência,	 estendendo-se	
em	sentido	distal,	até	o	terço	médio	do	úmero.	Os	tecidos	moles	adjacentes,	em	
sentido	cranial	e	caudal	do	membro,	devem	ser	abrangidos	pela	área	colimada.	O	
raio	central	deve	ser	localizado	sobre	a	área	articular	do	ombro	(Figura	38).	
TÓPICO 3 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO TORÁCICO
111
Uma	técnica	 radiográfica	de	alto	contraste	para	análise	das	estruturas	
ósseas	 deve	 ser	 utilizada	 usando	 baixa	 quilovoltagem	 associada	 à	 alta	
miliamperagem.	
A	contenção	química	do	paciente	pode	ser	necessária	em	alguns	pacientes,	
dependendo	do	temperamento	e	da	suspeita	clínica	do	exame.	Na	maioria	dos	
casos,	o	uso	de	medicação	analgésica,	previamente	ao	exame,	auxilia	de	modo	
satisfatório	durante	o	posicionamento	adequado.	Sempre	que	a	presença	na	sala	
de	exame	se	fizer	necessária,	devemos	usar	corretamente	os	EPIs	e	respeitar	os	
princípios	ALARA.
FIGURA 38 – POSICIONAMENTO MEDIOLATERAL DO OMBRO
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 60) 
Com	o	posicionamento	adequado	e	a	 imagem	obtida,	deve-se	proceder	
à	 análise	 da	 sua	 qualidade	 utilizando	 os	 critérios	 de	 avaliação.	 A	 anatomia	
demonstrada	deve	 incluir	desde	o	 terço	médio	da	escápula	ao	 terço	médio	do	
úmero,	abrangendo	os	tecidos	moles	adjacentes	em	sentido	craniocaudal.	Para	um	
posicionamento	ideal,	não	deve	haver	sobreposição	do	esterno	com	a	articulação	
do	ombro.	A	trabeculação	óssea,	com	boa	definição	da	cortical	e	medular	óssea,	
deve	 ser	visibilizada,	 indicando	que	 técnica	de	 alto	 contraste	 foi	 corretamente	
utilizada	(Figura	39).
112
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
FIGURA 39 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA MEDIOLATERAL DO OMBRO
FONTE: Acervo da autora
3.2 PROJEÇÃO CAUDOCRANIAL DO OMBRO
Ainda	 na	 avaliação	 radiográfica	 do	 ombro,	 a	 projeção	 ortogonal	
caudocranial	deve	 ser	 realizada.	A	projeção	 craniocaudal	da	 articulação	não	 é	
possível	 por	 conta	 da	 união	da	 escápula	 com	o	 tórax	 por	 grupos	musculares,	
impossibilitando	a	aproximação	do	ombro	do	filme	radiográfico.	
O	 paciente	 deve	 ser	 posicionado	 em	 decúbito	 dorsal,	 com	 a	 cabeça	
estendida.	Calhas	ou	cunhas	podem	auxiliar	na	manutenção	do	decúbito,	evitando	
rotações	laterais	do	tronco,	auxiliando	no	alinhamento	para	posição	ideal.
O	 membro	 torácico	 com	 a	 articulação	 avaliada	 deve	 ser	 tracionado	
cranialmente,	paralelamente	à	coluna	cervical.	Todas	as	articulações	do	membro	
devem	ser	alinhadas	e	o	úmero	mantido	paralelo	ao	filme.	Deve-se	ter	cuidado	
para	que	não	haja	rotação	lateral	do	membro.	Uma	boa	forma	de	monitorar	isso	é	
observando	o	alinhamento	do	olecrano	do	cotovelo,	uma	vez	que	essa	estrutura	é	
bastante	evidente	nessa	projeção,	que	deve	estar	alinhado	ao	ombro	e	à	escápula,	
como	se	houvesse	uma	linha	imaginária	ligando	todas	as	estruturas.	O	membro	
contralateral	pode	ser	tracionado	cranialmente,	para	evitar	rotações	do	tronco.		
A	 área	 a	 ser	 colimada	 deve	 incluir	 desde	 o	 terço	 médio	 da	 escápula,	
palpável	através	da	crista	da	escápula,	até	o	terço	médio	do	úmero.	A	colimação	
medial	 inicia-se	 na	 coluna	 cervical	 e	 estende-se	 lateralmente	 abrangendo	 os	
tecidos	 moles	 laterais.	 A	 centralização	 do	 raio	 deve	 estar	 localizada	 sobre	 a	
articulação	do	ombro	(Figura	40).
TÓPICO 3 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO TORÁCICO
113
Uma	técnica	radiográfica	com	baixa	quilovoltagem	associada	à	alta	mi-
liamperagem,	criando	uma	imagem	de	alto	contraste,	para	análise	das	estruturas	
ósseas,	deve	ser	utilizada.
A	contenção	química	pode	ser	necessária	na	maioria	dos	pacientes,	uma	
vez	que	o	posicionamento	pode	ser	desconfortável	e	o	alinhamento	das	estruturas	
pode	 ser	prejudicado.	Se	a	presença	na	 sala	durante	a	 realização	do	exame	 se	
fizer	necessária,	os	cuidados	das	pessoas	envolvidas	com	uso	de	equipamentos	
de	proteção	e	o	cumprimento	dos	princípios	ALARA	devem	ser	respeitados.
FIGURA 40 – POSICIONAMENTO CAUDOCRANIAL DO OMBRO
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 60) 
Uma	vez	realizada	a	imagem,	devemos	avaliar	a	qualidade	com	que	foi	
obtida	por	meio	da	aplicação	dos	critérios	de	qualidade.	Deve	estar	representado	
desde	o	 terço	médio	da	 escápula	 até	 o	 terço	médio	do	úmero,	 abrangendo	os	
tecidos	 moles	 adjacentes	 lateralmente	 e	 os	 tecidos	 moles	 até	 a	 extremidade	
lateral	da	coluna	cervical	medialmente.	É	importante	que	a	escápula	e	o	úmero	
estejam	alinhados,	formando	uma	linha	reta	entre	eles.	A	definição	entre	as	linhas	
corticais	e	a	medular	óssea	deve	estar	visível,	bem	como	a	 trabeculação	óssea,	
evidenciando	uma	imagem	com	boa	definição	óssea	e	uso	adequado	da	técnica	
radiográfica	(Figura	41).
114
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
FIGURA 41 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA CAUDOCRANIAL DO OMBRO
FONTE: Acervo da autora
3.3 PROJEÇÃO MEDIOLATERAL DO COTOVELO
Essa	 projeção	 do	 cotovelo	 pode	 ser	 utilizada	 para	 avaliação	 da	
articulação	do	umerorradioulnar	em	casos	de	suspeitas	de	doenças	articulares	e	
incongruências,	incluindo	a	displasia	do	cotovelo.	
O	paciente	deve	ser	posicionado	em	decúbito	lateral	com	o	membro	de	
interesse	em	contato	com	a	mesa	de	exame,	portanto,	caso	o	cotovelo	direito	seja	
objeto	do	exame,	o	decúbito	será	lateral	direito	e,	caso	o	cotovelo	esquerdo	seja	
avaliado,	o	decúbito	 será	 lateral	 esquerdo,	diminuindo	ao	máximo	a	distância	
entre	a	articulação	e	o	filme,	e	evitando	distorções	na	imagem	radiográfica.	
TÓPICO 3 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO TORÁCICO
115
Com	o	paciente	no	decúbito	ideal,	o	membro	torácico	contralateral	deve	ser	
tracionado	caudalmente,	desfazendo-se	a	sobreposição	dos	membros.	O	membro	
avaliado	deve	 ser	mantido	na	posição	 anatômica	ou	 tracionado	 levemente	 em	
sentido	cranial,	o	que	significa	que	haverá	leve	flexão	do	cotovelo.	Os	côndilos	
umerais	 devem	 ficar	 sobrepostos	 na	 imagem	 radiográfica	 ideal	 e	 podemos	
monitorar	sua	localização	através	da	palpação	deles,	uma	vez	que	são	estruturas	
proeminentes	lateral	e	medialmente	à	porção	distal	do	úmero.	
A	área	a	ser	radiografada	deve	abranger	desde	o	terço	médio	do	úmero	
até	o	terço	médio	do	rádio	e	ulna.	Os	tecidos	moles	adjacentes	em	sentido	cranial	
e	 caudal	do	membro	devem	ser	abrangidos	pela	área	colimada.	O	raio	central	
deve	ser	localizado	sobre	a	área	articulardo	cotovelo	(Figura	42).	
Uma	 técnica	 radiográfica	 de	 alto	 contraste	 para	 análise	 das	 estruturas	
ósseas	 deve	 ser	 utilizada	 aplicando-se	 baixa	 quilovoltagem	 associada	 à	 alta	
miliamperagem.	
O	posicionamento	do	paciente	apenas	com	a	contenção	física,	respeitando	
os	 cuidados	de	manejo,	 evitando	a	dor	 e	 com	o	mínimo	de	 estresse,	pode	 ser	
utilizado.	Assim,	a	presença	na	sala	será	necessária	com	o	uso	dos	EPIs	e	aplicando	
os	princípios	ALARA.	
FIGURA 42 – POSICIONAMENTO MEDIOLATERAL DO COTOVELO
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 61) 
A	avaliação	da	qualidade	da	imagem	obtida	deve	ser	feita	pelo	uso	dos	
critérios	de	avaliação.	A	anatomia	demonstrada	no	exame	deve	abranger	desde	
o	 terço	médio	do	úmero	 ao	 terço	médio	do	 rádio	 e	ulna,	 incluindo	os	 tecidos	
moles	adjacentes	para	avaliação.	O	posicionamento	adequado	deve	ser	avaliado	
com	base	na	sobreposição	dos	côndilos	umerais.	A	trabeculação	óssea,	com	boa	
definição	da	cortical	e	medular	óssea,	deve	ser	visibilizada,	indicando	que	técnica	
de	alto	contraste	foi	corretamente	utilizada	(Figura	43).
116
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
FIGURA 43 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA MEDIOLATERAL DO COTOVELO
FONTE: Acervo da autora
Em	casos	de	suspeita	de	incongruência	articular	na	displasia	do	cotovelo,	
além	da	projeção	mediolateral,	uma	projeção	adicional	mediolateral	com	flexão	
completa	do	cotovelo	pode	ser	solicitada.	
Para	 que	 seja	 obtida,	 o	 posicionamento	 do	 paciente	 deve	 ser	 feito	
conforme	 descrito	 anteriormente.	 Já	 o	membro	 com	 o	 cotovelo	 a	 ser	 avaliado	
deve	ser	tracionado	levemente	em	sentido	cranial,	com	flexão	total	da	articulação	
do	cotovelo.	A	sobreposição	dos	côndilos	deve	ser	novamente	objetivada.	A	área	
de	colimação	e	o	local	de	incidência	do	raio	central	serão	os	mesmos	descritos	na	
projeção	mediolateral	do	cotovelo.	
Uma	imagem	abrangendo	desde	o	terço	médio	do	úmero	ao	terço	médio	
da	ulna,	 incluindo	os	tecidos	moles	adjacentes,	com	sobreposição	dos	côndilos	
umerais	 e	 flexão	 completa	 do	 cotovelo,	 deve	 ser	 obtida.	 A	 evidenciação	 das	
corticais	e	medular	óssea,	bem	como	sua	trabeculação,	indica	o	uso	adequado	da	
técnica	(Figura	44).
TÓPICO 3 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO TORÁCICO
117
FONTE: Acervo da autora
3.4 PROJEÇÃO CRANIOCAUDAL DO COTOVELO
Após	 a	 avaliação	 radiográfica	 do	 cotovelo,	 a	 projeção	 ortogonal	
craniocaudal	deve	ser	realizada.	
O	 paciente	 deve	 ser	 posicionado	 em	 decúbito	 ventral.	 Os	 membros	
pélvicos	 deverão	 ser	 flexionados	 e	 abduzidos	 de	 forma	 que	 o	 abdome	 do	
paciente	esteja	com	o	máximo	contato	com	a	mesa,	facilitando	o	posicionamento	
e	proporcionando	conforto	ao	paciente.	A	cabeça	e	a	coluna	cervical	devem	ser	
estendidas	com	o	focinho	do	paciente	apontando	para	o	teto	da	sala	de	exame.	Essa	
extensão	da	cabeça	e	coluna	cervical	tem	como	objetivo	remover	a	sobreposição	
dessas	estruturas	sobre	o	membro	torácico.	
Os	membros	torácicos	devem	ser	tracionados	cranialmente	com	o	membro	
de	interesse,	preservando	o	alinhamento	entre	o	úmero,	o	rádio	e	a	ulna.	Uma	linha	
reta	imaginária	deve	ser	traçada	sobre	as	estruturas	ósseas,	a	fim	de	determinar	
o	alinhamento	 ideal.	Ao	realizar	a	 tração	cranial	do	membro,	devemos	atentar	
para	o	contato	entre	o	olecrano	e	o	filme,	que	deve	ser	preservado,	para	evitar	
distorções	 na	 imagem.	 Novamente,	 os	 côndilos	 umerais	 devem	 ser	 palpados	
alinhados,	de	modo	a	permanecerem	simétricos.
FIGURA 44 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA MEDIOLATERAL FLEXIONADA DO COTOVELO
118
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
A	área	 a	 ser	 abrangida	no	 exame	deve	 incluir	desde	o	 terço	médio	do	
úmero	ao	terço	médio	do	radio	e	ulna,	com	os	tecidos	moles	adjacentes	incluídos	
no	exame.	O	raio	central	deve	ser	posicionado	sobre	a	articulação	do	cotovelo	
(Figura	45).
Uma	 técnica	 radiográfica	 que	 aplica	 baixa	 quilovoltagem	 associada	 à	
alta	miliamperagem,	 criando	 uma	 imagem	de	 alto	 contraste,	 para	 análise	 das	
estruturas	ósseas,	deve	ser	utilizada.
A	 contenção	 física	 do	 paciente	 atentando	 aos	 cuidados	 de	 manejo,	
evitando	a	dor	e	com	o	mínimo	de	estresse,	pode	ser	aplicada.	Assim,	a	presença	
na	sala	será	necessária,	com	o	uso	de	EPIs	e	aplicando-se	os	princípios	ALARA	
adequadamente.	
FIGURA 45 – POSICIONAMENTO CRANIOCAUDAL DO COTOVELO
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 61) 
Com	a	imagem	obtida,	devemos	analisar	a	sua	qualidade	com	a	aplicação	
dos	critérios	de	avaliação.	Deve	estar	visibilizado	desde	o	terço	médio	do	úmero	
até	o	 terço	médio	do	 rádio	e	da	ulna,	abrangendo	os	 tecidos	moles	adjacentes	
lateral	 e	 medialmente.	 É	 importante	 que	 o	 úmero,	 o	 rádio	 e	 a	 ulna	 estejam	
alinhados,	formando	uma	linha	reta	entre	eles.	Os	côndilos	umerais	devem	estar	
simétricos	 na	 imagem.	A	definição	 entre	 as	 linhas	 corticais	 e	 a	medular	 óssea	
devem	estar	visíveis,	bem	como	a	trabeculação	óssea,	evidenciando	uma	imagem	
com	boa	definição	óssea	e	uso	adequado	da	técnica	radiográfica	(Figura	46).
TÓPICO 3 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO TORÁCICO
119
FIGURA 46 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA CRANIOCAUDAL DO COTOVELO
FONTE: Acervo da autora
Em	casos	suspeitos	de	displasia	do	cotovelo,	uma	avaliação	da	região	da	
ulna	proximal	 através	do	 seu	processo	 coronoide	medial,	pode	 ser	necessária.	
Para	 obtermos	 a	 avaliação	 radiográfica	 dessa	 região,	 uma	 projeção	 oblíqua	
craniolateral-caudomedial	 do	 cotovelo	 pode	 ser	 solicitada,	 além	das	 projeções	
craniocaudal,	mediolateral	e	mediolateral	flexionada	do	cotovelo.	
120
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
Para	 obtenção	 dessa	 imagem,	 o	 posicionamento	 do	 paciente	 deve	 ser	
feito	 conforme	descrito	anteriormente,	 em	decúbito	ventral.	 Já	o	membro	 com	
o	 cotovelo	 a	 ser	 avaliado	deve	 ser	 tracionado	em	sentido	 cranial,	 com	 rotação	
da	 articulação	 em	 sentido	medial,	 ou	 seja,	 com	pronação	da	 articulação.	Uma	
imagem	com	maior	evidenciação	da	porção	medial	da	articulação	e	deslocamento	
lateral	do	olecrano	será	obtida.	A	área	de	colimação	e	o	local	de	incidência	do	raio	
central	serão	os	mesmos	descritos	na	projeção	craniocaudal	do	cotovelo.	
Uma	imagem	abrangendo	desde	o	terço	médio	do	úmero	ao	terço	médio	da	
ulna,	incluindo	os	tecidos	moles	adjacentes,	com	pronação	da	articulação	e	maior	
evidenciação	da	porção	medial	da	articulação,	deve	ser	obtida.	A	evidência	das	
corticais	e	da	medular	óssea,	bem	como	sua	trabeculação,	indica	o	uso	adequado	
da	técnica	(Figura	47).
FIGURA 47 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA OBLÍQUA CRANIOLATERAL-CAUDOMEDIAL DO 
COTOVELO
FONTE: Acervo da autora
TÓPICO 3 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO TORÁCICO
121
3.5 PROJEÇÃO MEDIOLATERAL DO CARPO
A	projeção	mediolateral	 do	 carpo	 será	 útil	 em	 casos	 de	 incongruência	
articular,	desalinhamentos	e	doenças	articulares.
Para	 realização	 dessa	 projeção,	 o	 paciente	 deverá	 ser	 posicionado	 em	
decúbito	lateral,	com	o	membro	de	interesse	em	contato	com	a	mesa	de	exame,	
a	fim	de	mantê-lo	o	mais	próximo	possível	do	filme.	Assim,	caso	o	carpo	direito	
seja	objeto	do	estudo,	o	decúbito	do	paciente	será	lateral	direito	e,	caso	o	carpo	
esquerdo	seja	avaliado,	o	decúbito	será	lateral	esquerdo.
O	 membro	 torácico	 contralateral	 poderá	 permanecer	 na	 posição	
anatômica,	uma	vez	que	o	membro	a	 ser	 avaliado	 será	 tracionado	em	sentido	
cranial.	Uma	linha	reta	imaginária	entre	os	metacarpos	e	o	rádio	deve	ser	traçada	
para	o	alinhamento	ideal	para	realização	do	exame.
A	área	deve	ser	colimada	abrangendo	desde	o	terço	distal	do	rádio	e	da	
ulna	até	a	porção	distal	dos	metacarpos.	Os	tecidos	moles	adjacentes	em	sentido	
dorsal	e	palmar	do	membro	devem	ser	abrangidos	pela	área	colimada.	O	raio	
central	deve	ser	localizado	sobre	a	área	articular	do	carpo	(Figura	48).	
Usaremos	baixa	quilovoltagem	associada	à	alta	miliamperagem	para	uma	
técnica	radiográfica	de	alto	contraste	e	análise	das	estruturas	ósseas.
O	 posicionamento	 do	 paciente	 e	 da	 parte,normalmente,	 não	 traz	
desconforto,	portanto,	deve-se	fazer	uso	da	correta	contenção	física,	evitando	a	
dor	e	o	estresse	ao	paciente.	Nesses	casos,	a	permanência	dentro	da	sala	de	exame	
durante	a	exposição	do	paciente	à	radiação	deve	obedecer	aos	princípios	ALARA	
e	ao	uso	adequado	dos	EPIs.
FIGURA 48 – POSICIONAMENTO MEDIOLATERAL DO CARPO
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 61) 
122
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
Uma	 vez	 obtida	 a	 imagem	 radiográfica	 mediolateral	 do	 carpo,	 deve-
se	 analisar	 a	 sua	 qualidade	 utilizando	 os	 critérios	 de	 avaliação.	 A	 anatomia	
demonstrada	deve	 incluir	desde	o	terço	distal	do	rádio	até	a	porção	distal	dos	
metacarpos,	 abrangendo	os	 tecidos	moles	 adjacentes	 em	 sentido	dorsopalmar.	
Para	um	posicionamento	ideal,	o	osso	acessório	do	carpo	deve	ser	visibilizado	em	
sentido	dorsopalmar	em	toda	a	sua	extensão,	indicando	que	não	houve	rotação	
do	membro.	A	identificação	da	trabeculação	óssea,	com	boa	definição	da	cortical	
e	medular	óssea,	deve	estar	presente	na	imagem,	indicando	que	técnica	de	alto	
contraste	foi	corretamente	utilizada	(Figura	49).
FIGURA 49 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA MEDIOLATERAL DO CARPO
FONTE: Acervo da autora
Em	caso	de	suspeita	de	instabilidade	articular	ou	frouxidão	dos	ligamentos	
do	carpo,	projeções	mediolaterais	adicionais	podem	ser	solicitadas,	especialmente	
em	casos	suspeitos	de	doenças	articulares	imunomediadas.	
O	posicionamento	do	paciente	deve	seguir	as	orientações	descritas,	com	
decúbito	lateral	com	o	membro	de	interesse	dependente	e	o	membro	contralateral	
em	 posição	 anatômica.	 Com	 o	 carpo	 a	 ser	 avaliado	 tracionado	 cranialmente,	
diferentes	 forças	deverão	ser	aplicadas	a	ele,	como	tração,	 rotação	e	cunha,	no	
sentido	de	simular	as	forças	exercidas	na	articulação	naturalmente,	evidenciando	
alguma	frouxidão	ligamentar	já	existente.	A	área	de	colimação	e	a	incidência	do	
raio	central	seguirão	as	orientações	da	projeção	mediolateral	do	carpo	(Figura	50).
TÓPICO 3 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO TORÁCICO
123
FONTE: Acervo da autora
FIGURA 50 – POSICIONAMENTOS MEDIOLATERAIS DO CARPO COM APLICAÇÃO DE 
DIFERENTES FORÇAS PARA AVALIAÇÃO DE FROUXIDÃO LIGAMENTAR: TRAÇÃO (A); ROTAÇÃO 
(B); CUNHA (C)
FONTE: Thrall (2018, p. 421)
Diferentes	imagens	serão	obtidas,	todas	abrangendo	desde	o	terço	distal	
do	 rádio	 até	 a	 porção	 distal	 dos	metacarpos,	 com	 diferentes	 forças	 aplicadas	
sobre	 a	 articulação.	A	 evidência	das	 corticais	 e	medular	 óssea,	 bem	 como	 sua	
trabeculação,	indica	o	uso	adequado	da	técnica	(Figura	51).
FIGURA 51 – PROJEÇÕES RADIOGRÁFICAS MEDIOLATERAIS DO CARPO COM APLICAÇÃO DE 
DIFERENTES FORÇAS PARA AVALIAÇÃO DE FROUXIDÃO LIGAMENTAR: TRAÇÃO (A); ROTAÇÃO 
(B); CUNHA (C) 
Diferentes	 forças	ainda	podem	ser	aplicadas	sobre	o	carpo,	conforme	a	
necessidade	de	cada	paciente	e	a	indicação	do	médico	veterinário	ortopedista.
O	correto	posicionamento,	somado	à	aplicação	adequada	das	forças	sobre	
a	articulação,	possivelmente,	 levará	estímulos	dolorosos	ao	paciente,	portanto,	
uma	contenção	química	pode	ser	necessária.	
124
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
3.6 PROJEÇÃO DORSOPALMAR DO CARPO
Ainda	 na	 avaliação	 radiográfica	 do	 carpo,	 deve	 ser	 feita	 a	 projeção	
ortogonal	dorsopalmar.	
O	paciente	deve	ser	posicionado	em	decúbito	ventral.	Os	membros	pélvicos	
poderão	ser	flexionados	e	abduzidos,	permitindo	contato	da	porção	ventral	do	
abdome	 com	 a	mesa	 de	 exame,	 tornando	 o	 posicionamento	mais	 confortável	
ao	paciente.	A	cabeça	e	a	coluna	cervical	devem	ser	estendidas	com	o	paciente	
olhando	 para	 o	 teto	 da	 sala	 ou	 ainda	 podem	 ser	 direcionadas	 para	 o	 sentido	
contralateral	ao	membro	a	ser	avaliado,	porém,	nesse	caso,	deve-se	ter	cuidado	
com	o	excesso	de	 rotação	 lateral,	que	pode	 induzir	a	 rotação	concomitante	do	
membro	a	ser	avaliado.	
Os	membros	 torácicos	 serão	 tracionados	 cranialmente	 e	 o	membro	 de	
interesse	deve	manter	o	paralelismo	dos	metacarpos	com	o	filme,	garantindo	que	
o	osso	acessório	do	carpo	permaneça	perpendicular	ao	filme.
A	área	a	ser	abrangida	no	exame	deve	incluir	desde	o	terço	distal	do	rádio	
e	da	ulna	até	a	porção	distal	dos	metacarpos,	com	os	 tecidos	moles	adjacentes	
incluídos	no	exame.	O	raio	central	deve	ser	posicionado	sobre	a	articulação	do	
carpo	(Figura	52).
Uma	técnica	radiográfica	com	aplicação	da	baixa	quilovoltagem	associada	
à	alta	miliamperagem,	criando	uma	imagem	de	alto	contraste	para	análise	das	
estruturas	ósseas,	deve	ser	utilizada.
A	 contenção	 física	 do	 paciente,	 atentando	 aos	 cuidados	 de	 manejo,	
evitando	a	dor	e	com	o	mínimo	de	estresse,	pode	ser	aplicada.	Assim,	a	presença	
na	 sala	 será	necessária	utilizando	os	EPIs	 e	 respeitando	os	princípios	ALARA	
adequadamente.
FIGURA 52 – POSICIONAMENTO DORSOPALMAR DO CARPO
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 70) 
TÓPICO 3 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO TORÁCICO
125
Com	 a	 imagem	 obtida,	 deve-se	 analisar	 a	 sua	 qualidade	 com	 uso	 dos	
critérios	 de	 avaliação.	 Devem	 ser	 visibilizados	 desde	 o	 terço	 distal	 do	 rádio	
e	 da	 ulna	 até	 a	 porção	 distal	 dos	 metacarpos,	 abrangendo	 os	 tecidos	 moles	
adjacentes	 lateral	 e	medialmente.	 É	 importante	 que	 o	 osso	 acessório	do	 carpo	
esteja	perpendicular	ao	filme,	aparecendo	na	imagem	como	uma	estrutura	óssea	
arredondada	sobreposta	à	região	lateroproximal	do	carpo.	A	definição	entre	as	
linhas	corticais	e	a	medular	óssea	deve	estar	visível,	bem	como	a	 trabeculação	
óssea,	evidenciando	uma	imagem	com	boa	definição	óssea	e	uso	adequado	da	
técnica	radiográfica	(Figura	53).
FIGURA 53 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA DORSOPALMAR DO CARPO
FONTE: Acervo da autora
126
UNIDADE 2 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS
LEITURA COMPLEMENTAR
A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO SOBRE RADIOPROTEÇÃO 
PELOS PROFISSIONAIS DA RADIOLOGIA
Marcelo	Costa	Seares
Carlos	Alexsandro	Ferreira
1 Introdução 
Para	 os	 profissionais	 que	 atuam	 na	 área	 de	 radiologia	 médica,	 é	 de	
extrema	importância	o	conhecimento	sobre	radioproteção.	Pacientes,	público	em	
geral,	meio	 ambiente	 e	 o	 próprio	 profissional	 de	 radiologia	 estão	 sujeitos	 aos	
riscos	 inerentes	à	 radiação	 ionizante.	Para	 tanto,	buscou-se	 revisar	a	 literatura	
específica	 e	 referenciar	pontos	 essenciais	para	 alcançar	 o	 objetivo	do	presente	
artigo.	 Historicamente,	 sabe-se	 que,	 logo	 após	 Wilhelm	 Conrad	 Röntgen	
descobrir	 os	 raios	X,	 em	 8	 de	 novembro	 de	 1895,	 os	 raios	X	 foram	utilizados	
também	por	fotógrafos	até	surgirem	os	seus	primeiros	efeitos	danosos	e	verificar-
se	 a	 necessidade	 de	 estudos	 mais	 profundos	 sobre	 os	 raios	 de	 Röntgen.	 A	
radiobiologia	 surgiu	 para	 estudar	 aqueles	 efeitos,	 desmistificando	 e	 trazendo	
à	 luz	da	ciência	os	efeitos	determinísticos,	 estocásticos	e	o	 risco	 fetal.	A	partir	
desse	conhecimento,	 fez-se	necessário	criar	princípios	de	proteção	radiológica.	
Já	os	princípios	de	radioproteção	fornecem	diretrizes	básicas	para	as	atividades	
operacionais	que	utilizam	radiação	ionizante.	São	eles:	 justificativa,	otimização	
e	 limitação	 da	 dose,	 todos	 baseados	 no	 princípio	 fundamental	 conhecido	
como	ALARA	–	acrômio	para	As Low As reasonable Achievable,	que	significa:	tão	
baixo	 quanto	 possivelmente	 exequível.	 Em	 consonância	 com	 esses	 princípios,	
desenvolveram-se	 formas	 de	 radioproteção	 baseadas	 no	 tempo	 de	 exposição,	
distância	 da	 fonte	 de	 radiação	 e	 blindagem	 com	 a	 finalidade	 de	 reduzir	 ao	
máximo	os	efeitos	deletérios	da	radiação.
4 Formas de radioproteção 
A	 proteção	 radiológica	 dos	 trabalhadores	 ocupacionalmente	 expostos	
à	 radiação	 ionizante	 (raios	 X	 diagnósticos,	 medicina	 nuclear,	 radioterapia	 e	
odontologia)	é	essencial	para	minimizar	o	surgimento	de	efeitos	deletérios	das	
radiações.	As	formas	de	se	reduzir	a	possível	exposição	dos	trabalhadores	são:	
tempo,	distância	e	blindagem.	
4.1 Tempo de exposição 
A	 redução	 do	 tempo	 de	 exposiçãoao	 mínimo	 necessário,	 para	 uma	
determinada	 técnica	 de	 exames,	 é	 a	 maneira	 mais	 prática	 para	 se	 reduzir	 a	
exposição	à	radiação	ionizante.	No	gerenciamento	de	um	serviço	de	radiologia,	
o	rodízio	dos	técnicos	durante	os	procedimentos	de	radiografia	em	leito	de	UTI	é	
uma	forma	de	limitar-se	a	exposição	dos	técnicos	aos	raios	X.	
TÓPICO 3 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO TORÁCICO
127
4.2 Distância da fonte 
Quanto	mais	distante	da	fonte	de	radiação,	menor	a	intensidade	do	feixe.	
A	intensidade	de	radiação	é	proporcional	ao	inverso	do	quadrado	da	distância	
entre	o	ponto	e	a	fonte.	
4.3 Blindagem 
4.3.1 Blindagem individual 
Os	 equipamentos	 de	 proteção	 individual	 (EPI)	 são	 obrigatórios	 nos	
serviços	de	radiologia	conforme	as	normas	da	Vigilância	Sanitária.	Dentre	eles	
pode-se	 citar:	 óculos	 Pb,	 protetor	 de	 tireoide,	 dosímetro	 TLD,	 avental	 de	 Pb e 
saiote de Pb.	São	constituídos	com	lâminas	de	chumbo	ou	serem	flexíveis,	quando	
confeccionados	em	borracha	enriquecida	com	chumbo.	A	espessura	dos	aventais	
de	proteção	pode	variar	de	0,25	a	0,5	mm	de	chumbo,	em	função	de	necessidade	de	
proteção	radiológica.	O	chumbo	(Pb)	é	o	elemento	mais	empregado	como	barreira	
de	proteção	em	função	da	sua	densidade	(11,35	b/cm3)	e	elevado	número	atômico	
(Z	 =	 82).	Aventais	de	 0,5	mm	equivalentes	de	Pb	 são	 altamente	 eficientes	para	
baixas	energias	e	permitem	passar	apenas	0,32%	da	radiação	para	uma	fixa	de	
70	kVp	e	3,2%	para	100	kVp.	Atualmente,	a	legislação	preconiza	que	o	dosímetro	
individual	seja	utilizado	por	cima	do	avental	de	chumbo.	O	peso	desses	aventais	
pode	variar	de	2,5	a	7	kg.	Aos	profissionais	que	os	utilizam	por	longos	períodos,	
sugere-se	que	os	aventais	sejam	dotados	de	um	cinto	para	redistribuir	o	peso.	
4.3.2 Blindagem para pacientes 
A	proteção	dos	pacientes	através	do	uso	de	acessórios	é	obrigatória.	O	
protetor	 de	 gônadas	 deve	 ser	 usado	 em	pacientes	 em	 idade	 reprodutiva,	 se	 a	
linha	das	gônadas	não	estiver	próxima	do	campo	primário	de	 irradiação,	para	
que	não	ocorra	 interferência	no	exame.	A	utilização	de	saiotes	plumbíferos	em	
pacientes	submetidos	aos	raios	X	é	uma	forma	barata	e	eficaz	de	proteção.	
4.3.4 Blindagem das áreas 
As	barreiras	de	proteção	radiológica	devem	ser	calculadas	 inicialmente	
para	a	exposição	primária	do	feixe	de	radiação,	de	radiação	espalhada	e	da	radiação	
de	fuga.	As	salas	de	raios	X	devem	ser	blindadas	com	chumbo	ou	equivalente	
em	barita.	Pisos	e	tetos	em	concreto	podem	ser	considerados	como	blindagens,	
dependendo	da	 espessura	da	 laje,	 tipo	 concreto	 (vazado	ou	não),	distância	da	
fonte,	geometria	do	feixe	e	fator	de	ocupação	das	áreas	acima	e	abaixo	da	sala	
de	raios	X.	O	chumbo	possui	densidade	11,35	g/cm3,	o	concreto	de	2,2	g/cm3.	A	
escolha	do	uso	da	massa	baritada	com	relação	ao	lençol	de	chumbo	está	em	geral	
relacionada	à	minimização	de	custo.
FONTE: SEARES, M. C. FERREIRA, C. A. A importância do conhecimento sobre radioproteção 
pelos profissionais da radiologia. CEFET/SC Núcleo de Tecnologia. Clínica, 2002. Disponível em: 
https://bit.ly/3yIxTef. Acesso em: 26 abr. 2021.
128
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 O	 membro	 é	 formado	 por	 escápula,	 úmero,	 rádio	 e	 ulna,	 ossos	 do	 carpo,	
metacarpos	e	falanges.
•	 A	escápula	é	unida	ao	tronco	por	grupos	musculares,	limitando	sua	abdução;	
a	 clavícula	não	 é	presente	 em	cães	 e	 gatos,	porém	estruturas	 residuais	dela	
podem	estar	presentes.
•	 Os	 exames	 radiográficos	 de	 ombros,	 cotovelos	 e	 carpos	 para	 avaliação	 das	
doenças	articulares,	abrangem,	ainda,	casos	de	fraturas	e	luxações	decorrentes	
de	traumatismos.
•	 A	 projeção	 mediolateral	 do	 ombro	 deve	 abranger	 desde	 o	 terço	 médio	 da	
escápula	 até	 o	 terço	médio	 do	 úmero,	 com	 tração	 cranial	 do	membro	 a	 ser	
avaliado	e	rotação	contralateral	do	tórax,	resultando	em	uma	imagem	livre	de	
sobreposição	do	esterno	e	com	bom	contraste	para	avaliação	óssea.
•	 A	projeção	caudocranial	do	ombro	deve	abranger	a	mesma	área	descrita	na	
projeção	 mediolateral,	 com	 o	 paciente	 em	 decúbito	 dorsal	 e	 o	 membro	 de	
interesse	tracionado	cranialmente,	paralelo	à	coluna	cervical,	com	alinhamento	
entre	a	escápula	e	o	úmero	e	boa	definição	das	estruturas	ósseas.
•	 A	 projeção	 mediolateral	 do	 cotovelo	 deve	 ser	 obtida	 com	 o	 paciente	 em	
decúbito	lateral,	com	o	membro	de	interesse	em	contato	com	a	mesa	de	exame,	
e	tracionado	levemente	em	sentido	cranial	e	o	membro	contralateral	tracionado	
caudalmente,	obtendo	uma	imagem	com	sobreposição	dos	côndilos	umerais	e	
definição	óssea	adequada.
•	 Para	avaliação	radiográfica	craniocaudal	do	cotovelo,	o	decúbito	ventral	deve	
ser	realizado,	estendendo	a	cabeça	de	forma	a	apontar	o	focinho	do	paciente	
em	direção	ao	teto	da	sala,	com	o	membro	torácico	tracionado	cranialmente,	
adquirindo	uma	 imagem	com	simetria	dos	côndilos	umerais	e	exposição	de	
alto	contraste.
•	 No	caso	de	suspeitas	de	displasia	do	cotovelo,	além	das	projeções	craniocaudal	
e	 mediolateral	 do	 cotovelo,	 projeções	 mediolateral	 com	 flexão	 total	 da	
articulação	e	projeção	oblíqua	craniolateral-caudomedial	do	cotovelo	devem	
ser	adicionadas	ao	exame.
129
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pensando em facilitar sua compreensão. Acesse o QR Code, que levará ao 
AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
•	 Para	 avaliação	 do	 carpo,	 a	 projeção	 mediolateral	 pode	 ser	 obtida	 com	 o	
paciente	 em	 decúbito	 lateral	 com	 o	 membro	 de	 interesse	 dependente	 e	
tracionado	cranialmente,	alinhando	o	rádio	com	os	metacarpos,	resultando	em	
uma	imagem	com	o	osso	acessório	do	carpo	paralelo	ao	filme	e	técnica	para	
exposição	óssea.
•	 Projeções	mediolaterais	do	carpo	com	aplicação	de	diferentes	forças	externas,	
como	a	de	tração,	de	rotação	e	de	cunha,	podem	ser	necessárias	em	caso	de	
suspeita	de	frouxidão	ligamentar	ou	doença	articular	autoimune.
•	 A	 projeção	 dorsopalmar	 do	 carpo	 é	 obtida	 com	 posicionamento	 ventral	
do	paciente	 e	 como	o	membro	de	 interesse	 tracionado	cranialmente	 com	os	
metacarpos	paralelos	ao	filme,	criando	uma	imagem	do	carpo	em	que	o	osso	
acessório	permanecerá	perpendicular	ao	filme	e	a	definição	das	corticais	e	da	
trabeculação	óssea	seja	visibilizada.
•	 Outras	projeções	dos	membros	torácicos	podem	ser	obtidas,	ajustando-se	os	
posicionamentos	descritos	na	área	de	 interesse,	principalmente	em	casos	de	
traumatismos,	resultando	em	fraturas	ou	luxações.
130
1	 Paciente	canino	de	grande	porte,	com	dificuldade	para	apoiar	o	membro	
torácico	direito	após	 realizar	 exercício,	 apresentou	dor	na	articulação	do	
ombro	ao	exame	físico,	tendo	sido	encaminhado	ao	setor	de	radiologia	para	
exame	da	articulação.	A	respeito	da	anatomia	e	do	exame	radiográfico	do	
ombro,	assinale	a	alternativa	INCORRETA:	
a)	(			)	 A	articulação	do	ombro	envolve	a	escápula	e	o	úmero.	
b)	(			)	 Contenção	química	auxilia	o	posicionamento	do	paciente.	
c)	(			)	 Uma	projeção	craniocaudal	deve	ser	realizada.	
d)	(			)	 Uma	projeção	mediolateral	deve	ser	realizada.	
e)	(			)	 A	escápula	é	unida	ao	tronco	pela	musculatura.
2	 Paciente	canino,	raça	Pastor	Alemão,	1	ano	de	idade,	foi	encaminhado	ao	
setor	de	radiologia	para	realização	de	exame	radiográfico	do	cotovelo.	Após	
ter	 sido	 anestesiado,	 foram	 obtidas	 as	 devidas	 projeções	 da	 articulação,	
conforme	mostra	a	figura	a	seguir:
AUTOATIVIDADE
FONTE: Acervo da autora
A	respeito	desse	exame,	analise	as	proposições	a	seguir:
I-	 A	imagem	corresponde	a	uma	projeção	mediolateral	com	flexão	total	do	
cotovelo.
II-	 Uma	projeção	craniocaudal	do	cotovelo	deve	ser	obtida	em	conjunto	para	
avaliação	da	articulação.
III-	A	contenção	química	do	paciente	pode	auxiliar	no	posicionamento	ideal	
durante	o	exame.
131
IV-	O	posicionamento	da	imagem	está	adequado,	uma	vez	que	há	sobreposição	
dos	côndilos	umerais.
V-	 O	cotovelo	a	ser	avaliado	deve	estar	livre,	ou	seja,	sem	contato	com	a	mesade	exame.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 As	proposições	I,	II	e	III	estão	corretas.	
b)	(			)	 Somente	a	proposição	V	está	incorreta.
c)	(			)	 As	proposições	III	e	V	estão	incorretas.
d)	(			)	 As	proposições	I	e	II	estão	corretas.	
e)	(			)	 Somente	a	proposição	I	está	correta.
3	 Paciente	canino,	sem	raça	definida,	4	anos	de	 idade,	 foi	encaminhado	ao	
setor	de	radiologia	para	realização	de	exame	radiográfico	do	carpo,	com	a	
suspeita	de	frouxidão	ligamentar.	Após	ter	sido	anestesiado,	foram	obtidas	
as	devidas	projeções	radiográficas.	A	respeito	desse	exame,	classifique	V	
para	as	sentenças	verdadeiras	e	F	para	as	falsas:
(			)	 Projeções	 mediolaterais,	 com	 a	 aplicação	 de	 forças	 externas,	 podem	
auxiliar	no	diagnóstico	da	suspeita	referida.
(			)	 A	área	de	colimação	deve	abranger	desde	o	terço	distal	do	rádio	e	da	ulna	
até	a	porção	distal	dos	metacarpos,	incluindo	os	tecidos	moles	adjacentes.
(			)	 Uma	 projeção	 radiográfica	 craniocaudal	 do	 carpo	 deve	 ser	 obtida,	
correspondendo	a	ortogonal	e	mediolateral.	
(			)	 O	osso	acessório	do	carpo	pode	ser	utilizado	como	ponto	de	referência	
para	avaliação	do	alinhamento	adequado	do	carpo	após	a	obtenção	da	
imagem	radiográfica.
(			)	 Na	 projeção	 craniocaudal	 do	 carpo,	 os	 metacarpos	 devem	 estar	
posicionados	paralelamente	ao	filme.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:
a)	(			)	 V	–	V	–	V	–	V	–	F.
b)	(			)	 V	–	V	–	F	–	F	–	V.
c)	(			)	 V	–	V	–	F	–	F	–	F.
d)	(			)	 V	–	V	–	F	–	V	–	F.	
e)	(			)	 F	–	V	–	F	–	V	–	F.
132
REFERÊNCIAS
KÖNIG,	H.	E.;	LIEBICH,	H.	G.	Anatomia dos animais domésticos.	4.	ed.	Porto	
Alegre:	Artmed;	2011.
SCHEBITZ,	H.;	WILKENS,	H.	Atlas de Anatomia radiográficas do cão e do gato.	
5.	ed.	São	Paulo:	Manole;	2000.	244p.
SEARES,	 M.	 C.	 FERREIRA,	 C.	 A.	 A importância do conhecimento sobre 
radioproteção pelos profissionais da radiologia.	CEFET/SC	Núcleo	de	Tecnologia.	
Clínica,	2002.	Disponível	em:	https://bit.ly/3yIxTef.	Acesso	em:	26	abr.	2021.
THRALL,	D.	E.	Textbook of Veterinary Diagnostic Radiology.	7.	ed.	St.	Louis:	
Elsevier;	2018.
THRALL,	D.	 E.	Diagnóstico de Radiologia Veterinária.	 6.	 ed.	Rio	de	 Janeiro:	
Elsevier;	2014.
133
UNIDADE 3 — 
EXAMES RADIOGRÁFICOS DE 
CÃES E GATOS E DO SISTEMA 
LOCOMOTOR DE EQUINOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
•	 entender	o	exame	radiográfico	do	membro	pélvico;
•	 aprender	o	exame	radiográfico	do	tórax	e	da	traqueia;
•	 assimilar	o	exame	radiográfico	do	abdome;	
•	 conhecer	a	anatomia	básica	do	sistema	locomotor	dos	equinos,	bem	como	
suas	projeções	radiográficas.
Esta	 unidade	 está	 dividida	 em	 quatro	 tópicos.	 No	 decorrer	 da	
unidade,	 você	 encontrará	 autoatividades	 com	 o	 objetivo	 de	 reforçar	 o	
conteúdo	apresentado.
TÓPICO 1 – EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO PÉLVICO
TÓPICO 2 – EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX E TRAQUEIA
TÓPICO 3 – EXAME RADIOGRÁFICO DO ABDOME
TÓPICO	4	–	ANATOMIA	E	EXAME	RADIOGRÁFICO	DO	SISTEMA		 	
	 								LOCOMOTOR	EQUINO
134
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em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
135
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Diferentemente	 do	 que	 ocorre	 com	 o	 membro	 torácico,	 exames	
radiográficos	 do	 membro	 pélvico	 são	 frequentemente	 solicitados	 na	 rotina	
clínica	da	medicina	veterinária.	Doenças	articulares	envolvendo	as	articulações	
coxofemorais	e	o	joelho	são	comuns,	além	dos	traumatismos	por	atropelamento	
que,	 habitualmente,	 envolvem	 os	 membros	 pélvicos.	 Para	 avaliação	 dessas	
patologias,	 o	 exame	 radiográfico	 tem	grande	 importância	 e,	muitas	 vezes,	 é	 o	
exame	mais	indicado	para	o	diagnóstico.
TÓPICO 1 — 
EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO PÉLVICO
2 ANATOMIA BÁSICA 
Para entender melhor os nomes das projeções e o posicionamento radiográfico 
da parte de interesse e do paciente, é possível revisar os planos anatômicos no Tópico 1 da 
Unidade 1.
DICAS
O	membro	pélvico	é	 formado	pelos	ossos	de	pelve,	 ílio,	 ísquio	e	púbis,	
fêmur,	patela,	 tíbia	 e	 fíbula,	 ossos	do	 tarso	 (calcâneo,	 tálus,	 central	do	 tarso,	 I	
tarsal,	 II	 tarsal,	 III	 tarsal	 e	 IV	 tarsal),	metatarsos	 e	 falanges	proximal,	média	 e	
distal.	Os	principais	acidentes	ósseos	para	a	realização	dos	exames	radiográficos	
são	 a	 asa	 ilíaca,	 a	 tuberosidade	 isquiática,	 a	 cabeça	 e	 os	 côndilos	 femorais,	 a	
tuberosidade	da	tíbia	e	o	tarso	(Figura	1).
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
136
FIGURA 1 – ANATOMIA DO MEMBRO PÉLVICO
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
As	 principais	 articulações	 de	 interesse	 radiográfico,	 que	 formam	 o	
membro	 torácico,	 são	 as	 articulações	 do	 quadril	 (coxofemoral),	 do	 joelho	
(femorotibiopatelar),	do	tarso,	do	metatarso	e	das	falanges.
3 POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS
A	 avaliação	 radiográfica	 deve	 ser	 realizada	 centralizando	 o	 ponto	 de	
avaliação	do	exame	radiográfico	e	sempre	utilizando	projeções	ortogonais.	Em	
alguns	casos,	posições	adicionais	podem	ser	realizadas	de	forma	a	complementar	
uma	região	avaliada,	levando	em	consideração	a	suspeita	clínica.
De	 forma	 esquemática,	 o	 Quadro	 1	 apresenta	 uma	 lista	 das	 regiões	 a	
serem	avaliadas	no	membro	e	os	principais	posicionamentos	radiográficos	para	
cada	uma	delas.
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO PÉLVICO
137
QUADRO 1 – REGIÕES E PRINCIPAIS POSICIONAMENTOS
Avaliação radiográfica da pelve Avaliação radiográfica da tíbia e fíbula
Ventrodorsal	 Craniocaudal	
Laterolateral Mediolateral
Avaliação radiográfica do quadril Avaliação radiográfica do tarso
Ventrodorsal	 Dorsoplantar	
Laterolateral Mediolateral
Avaliação radiográfica do fêmur Avaliação radiográfica dos metatarsos
Craniocaudal Dorsoplantar	
Mediolateral Mediolateral
Avaliação radiográfica do joelho Avaliação radiográfica das falanges
Craniocaudal	 Dorsoplantar	
Mediolateral Mediolateral
Projeção adicional do joelho Projeções adicionais das falanges
Mediolateral	flexionada	90° Mediolateral	com	afastamento
FONTE: A autora
As	 principais	 indicações	 de	 exames	 radiográficos	 do	 membro	 pélvico	
incluem	doenças	 articulares,	 displasia	 coxofemoral	 e	 doenças	 ligamentares	 do	
joelho,	além	de	 fraturas	e	 luxações	em	diversos	pontos	do	membro.	Processos	
neoplásicos	 ósseos	 possuem	 maior	 ocorrência	 no	 membro	 pélvico	 quando	
comparados	a	outras	estruturas	ósseas.	
Neste	tópico,	falaremos	sobre	a	avaliação	radiográfica	do	quadril	e	joelho.	
As	demais	projeções	 listadas	podem	ser	adaptadas	a	partir	do	conhecimento	
das	projeções	que	descritas,	ajustando-se	a	área	de	colimação	e	a	incidência	do	
raio	central.	
Novamente, vale lembrar que, diferentemente dos seres humanos, cães e 
gatos apoiam-se sobre as falanges.
ATENCAO
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
138
3.1 PROJEÇÃO LATEROLATERAL DO QUADRIL 
A	 projeção	 laterolateral	 da	 pelve	 será	 útil	 em	 casos	 de	 incongruência	
articular,	doenças	articulares	e	traumatismos.	Nos	casos	de	traumas,	essa	projeção	
ainda	auxilia	na	avaliação	da	coluna	lombossacra	e	da	porção	caudal	do	abdome.
Nessa	 projeção,	 o	 paciente	 deverá	 ser	 posicionado	 em	 decúbito	 lateral	
direito.	 Assim	 como	 visto	 nas	 projeções	 laterolaterais	 da	 coluna,	 precisamos	
alinhar	também	todo	o	paciente,	evitando	as	rotações.	Para	isso,	podemos	usar	
calços	e	calhas	radiotransparentes,	oferecendo	suporte	ao	tórax	e	à	coluna	lombar.
Os	membros	 pélvicos	 devem	 ser	 alinhados	 paralelamente,	 ou	 seja,	 um	
joelho	não	deve	entrar	em	contato	com	o	outro,	mas	eles	devem	estar	sobrepostos.	
Como	 o	membro	 pélvico	 direito	 estará	 em	 contato	 com	 a	mesa,	 ele	 já	 estará	
alinhado.	Para	alinhar	o	membro	esquerdo,	podemos	afastar	os	joelhos	usando	
uma	 almofada	 radiotransparente.	 Com	 isso,	 evitaremos	 rotações	 da	 pelve.	
As	asas	 ilíacassão	palpáveis	e	podemos	utilizá-las	como	guias	para	verificar	o	
alinhamento.	Os	 fêmures	podem	ficar	 sobrepostos	ou,	 então,	direcionados	um	
em	sentido	cranial	e	outro	caudalmente,	 frisando	mais	uma	vez	a	necessidade	
de	alinhamento	da	pelve.	Não	se	deve	esquecer	de	posicionar	a	cauda,	a	qual	é	
direcionada	em	sentido	caudal,	evitando	que	fique	sobreposta	à	pelve.
A	colimação	da	área	a	ser	radiografada	deve	incluir	as	asas	ilíacas	até	a	
extremidade	caudal	dos	 tecidos	moles	dos	membros	pélvicos.	Devemos	 tentar	
incluir	 as	 articulações	 dos	 joelhos	 no	 exame,	 porém,	 em	 pacientes	 de	 grande	
porte,	isso	pode	não	ser	obtido.	Os	tecidos	moles	dorsais	da	coluna	lombossacra	
devem	estar	inclusos	na	área	de	colimação.	O	raio	central	deve	ser	posicionado	na	
região	das	articulações	coxofemorais	(Figura	2).	
Usaremos	baixa	quilovoltagem	associada	à	alta	miliamperagem	para	uma	
técnica	radiográfica	de	alto	contraste	para	análise	das	estruturas	ósseas.
Essa	 projeção	 laterolateral	 não	 traz	 desconforto	 ao	 paciente,	 podendo	
ser	 realizada	 sem	 sedação	 ou	 anestesia.	 Contudo,	 na	 projeção	 radiográfica	
ventrodorsal,	 o	 uso	 de	 contenção	 química	 é	 imprescindível.	De	 toda	 forma,	 a	
permanência	dentro	da	sala	de	exame	durante	a	exposição	do	paciente	à	radiação	
deve	obedecer	aos	princípios	ALARA	e	ao	uso	adequado	dos	equipamentos	de	
proteção	individuais	(EPIs).	
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO PÉLVICO
139
FIGURA 2 – POSICIONAMENTO LATEROLATERAL DA PELVE
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 79)
Após	a	exposição	do	paciente	e	com	a	imagem	radiográfica	obtida,	devemos	
analisar	a	sua	qualidade	usando	os	critérios	de	avaliação.	A	anatomia	demonstrada	
deve	 incluir	 cranialmente	 as	 asas	 ilíacas,	 caudalmente	 os	 tecidos	 moles	 do	
membro	pélvico,	dorsalmente	os	tecidos	moles	dorsais	à	coluna	lombossacra	e,	
ventralmente,	 os	membros	 pélvicos,	 se	 possível,	 incluindo	 as	 articulações	 dos	
joelhos.	O	posicionamento	ideal	deve	demonstrar	a	maior	sobreposição	possível	
da	pelve,	usando	as	asas	 ilíacas	e	as	 tuberosidades	 isquiáticas	como	referência	
e	com	paralelismo	dos	fêmures,	podendo	estar	sobrepostos	completamente	ou,	
então,	um	em	sentido	cranial	e	outro	em	sentido	caudal.	Frisa-se	a	necessidade	
de	 alinhamento	 da	 pelve.	 Identificação	 de	 corticais	 e	medulares,	 bem	 como	 a	
trabeculação	 óssea,	 deve	 estar	 presente	 na	 imagem	 indicando	 uso	 correto	 da	
técnica	de	alto	contraste	(Figura	3).
FIGURA 3 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA LATEROLATERAL DA PELVE
FONTE: Acervo da autora
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
140
3.2 PROJEÇÃO VENTRODORSAL DO QUADRIL
Na	avaliação	radiográfica	da	pelve,	é	importante	entendermos	a	projeção	
ortogonal	a	ser	realizada,	a	ventrodorsal,	na	qual	se	deve	colocar	o	paciente	em	
decúbito	 dorsal	 alinhando	 todo	 o	 corpo,	 assim	 como	 realizado	 nas	 projeções	
ventrodorsais	 da	 coluna.	 Novamente,	 as	 calhas	 e	 cunhas	 radiotransparentes	
podem	auxiliar	 no	posicionamento,	 evitando	 rotações	 laterais	 do	paciente.	Os	
membros	torácicos	devem	ser	tracionados	cranialmente,	mantendo-os	paralelos	
a	coluna	cervical.	Desse	modo,	além	de	auxiliar	no	posicionamento,	facilitará	a	
contenção	do	paciente	ao	posicionar	os	membros	pélvicos.
Os	membros	pélvicos	serão	tracionados	em	sentido	caudal,	com	rotação	
interna	 dos	 joelhos,	 mantendo	 os	 fêmures	 paralelos	 entre	 si	 e	 com	 a	 coluna.	
Uma	linha	reta	 imaginária	entre	as	articulações	de	quadril,	 joelho	e	tarso	deve	
ser	traçada	objetivando	o	posicionamento	ideal.	Rotações	da	pelve	e	ausência	de	
paralelismo	dos	 fêmures	não	são	 toleráveis.	A	cauda	deve	ser	posicionada	em	
sentido	caudal,	continuamente	a	coluna	lombossacra,	não	havendo	sobreposição	
com	os	membros	pélvicos.
A projeção ventrodorsal da pelve, nos casos de avaliação das articulações 
coxofemorais, é utilizada para aferição do ângulo entre a cabeça femoral e o acetábulo 
da pelve, conhecido como ângulo de Norberg, que indica se existe ou não displasia 
coxofemoral, sendo, portanto, de extrema importância o posicionamento para a correta 
mensuração angular.
IMPORTANTE
A	área	a	ser	abrangida	no	exame	deve	incluir,	cranialmente,	as	asas	ilíacas	
e,	 caudalmente,	 as	 articulações	 coxofemorais.	 Lateralmente,	 os	 tecidos	 moles	
devem	estar	presentes	na	 imagem.	Diferentemente	da	projeção	 laterolateral,	 em	
que	a	presença	dos	joelhos	era	preferível,	dessa	vez	ela	é	obrigatória.	Portanto,	caso	
o	paciente	seja	de	grande	porte	e	haja	necessidade	de	se	excluir	uma	porção	do	
exame,	isso	deve	ocorrer	nas	asas	ilíacas.	O	raio	central	deve	incidir	no	osso	púbis,	
palpável	na	porção	ventral	da	pelve,	entre	as	articulações	coxofemorais	(Figura	4).
Uma	 técnica	 radiográfica	 usando	 baixa	 quilovoltagem	 associada	 à	
alta	 miliamperagem,	 criando	 uma	 imagem	 de	 alto	 contraste	 para	 análise	 das	
estruturas	ósseas,	deve	ser	utilizada.
Como	o	posicionamento	ventrodorsal	não	é	confortável	para	o	paciente,	
associado	ainda	à	necessidade	de	alinhamento	entre	fêmures,	pelve	e	coluna,	a	
contenção	química	torna-se	imprescindível	para	realização	do	exame.	Devido	
ao	 desconforto	 do	 paciente,	 principalmente	 em	 articulações	 com	 graus	mais	
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO PÉLVICO
141
severos	de	displasia,	a	ausência	de	sedação	ou	anestesia	pode	levar	à	luxação	
coxofemoral.	 Isso	 reforça,	 mais	 uma	 vez,	 a	 importância	 de	 contenção	 física,	
não	 só	para	qualidade	do	exame,	mas	 também	para	 evitar	dor	 ao	paciente	 e	
complicações	articulares.
Esse	posicionamento	precisa	da	nossa	presença	da	sala	para	execução	das	
forças	 sobre	o	membro	pélvico;	 assim,	 a	utilização	dos	EPIs	 e	 a	 aplicação	dos	
princípios	ALARA	adequadamente	serão	necessários.
FIGURA 4 – POSICIONAMENTO VENTRODORSAL DA PELVE
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 79)
Com	 a	 imagem	 obtida,	 devemos	 analisar	 a	 sua	 qualidade	 através	 dos	
critérios	 de	 avaliação.	A	 anatomia	 demonstrada	 deve	 abranger	 desde	 as	 asas	
ilíacas	até	os	 joelhos,	 incluindo	os	 tecidos	moles	 lateralmente.	Caso	o	paciente	
seja	de	grande	porte	e	não	seja	possível	obter	imagem	de	toda	a	região	descrita,	
pode-se	 excluir	 as	 asas	 ilíacas,	mas	 a	 presença	 dos	 joelhos	 é	 indispensável.	A	
simetria	 entre	 os	 lados	 deve	 estar	 presente,	 podendo	 ser	 avaliada	 através	 de	
asas	ilíacas,	forames	obturadores	e	incisuras	isquiáticas.	Os	fêmures	devem	estar	
paralelos	entre	si	e	paralelos	a	coluna.	Não	pode	haver	sobreposição	da	cauda	
com	os	membros	pélvicos.	A	definição	entre	as	linhas	corticais	e	a	medular	óssea	
deve	estar	visível,	bem	como	a	 trabeculação	óssea,	evidenciando	uma	 imagem	
com	boa	definição	óssea	e	uso	adequado	da	técnica	radiográfica	(Figura	5).
FIGURA 5 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA VENTRODORSAL DA PELVE
FONTE: Acervo da autora
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
142
Em	alguns	pacientes	com	doença	articular	degenerativa	grave,	a	articulação	
pode	ter	sua	mobilidade	reduzida,	impossibilitando	o	posicionamento	adequado,	
mesmo	com	uso	de	medicações	sedativas	ou	anestésicas.	Nesses	casos,	a	restrição	
do	 paciente	 deve	 ser	 respeitada,	 evitando	 a	 indução	 de	 lesões	 como	 luxações	
ou	até	 fraturas.	Na	Figura	6,	podemos	verificar	a	diferença	entre	a	articulação	
coxofemoral	normal	e	a	proliferação	óssea	marcante	na	articulação	coxofemoral	
com	doença	articular	degenerativa.	
FIGURA 6 – AMPLIAÇÃO DA PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA VENTRODORSAL DA PELVE COM 
ENFOQUE NA ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL DIREITA. ARTICULAÇÃO NORMAL (A); 
ARTICULAÇÃO COM DEGENERAÇÃO E RESTRIÇÃO DE MOVIMENTAÇÃO (B)
FONTE: Acervo da autora
Pacientes	 com	 esse	 grau	 de	 restrição	 articular	 ou	 com	 suspeitas	 de	
traumatismos	 na	 pelve	 podem	 realizar	 um	 posicionamento	 ventrodorsal	
diferente,	com	flexão	das	articulações	coxofemorais	e	dos	joelhos.	Essa	projeção	
também	pode	ser	utilizada	para	melhor	avaliação	das	cabeças	femorais.O	 paciente	 será	 posicionado	 em	 decúbito	 dorsal,	 conforme	 descrito	
anteriormente.	A	calha	pode	ajudar	muito	no	conforto	do	paciente,	principalmente	
os	 traumatizados.	 No	 lugar	 de	 tracionar	 os	 membros	 pélvicos	 caudalmente,	
podemos	flexionar	os	 joelhos	e	as	articulações	 coxofemorais,	 fazendo	abdução	
do	membro,	tentando	manter	o	máximo	de	simetria	entre	os	lados	da	pelve,	mas	
respeitando	as	limitações	do	paciente.	Os	fêmures	ficarão	angulados	em	relação	
ao	 filme,	 sem	 prejuízo	 para	 a	 imagem.	 Assim,	 os	 membros	 pélvicos	 ficarão	
parecidos	com	“pernas	de	rã”,	motivo	pelo	qual	essa	projeção	também	pode	ser	
chamada	de	 “frog leg”.	A	 área	de	 colimação	deve	 incluir	 desde	 as	 asas	 ilíacas	
até	 as	 tuberosidades	 isquiáticas	 no	 sentido	 craniocaudal	 e,	 laterolateralmente,	
devemos	tentar	incluir	os	joelhos	na	imagem.	O	raio	central	seguirá	incidindo	no	
púbis	(Figura	7).
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO PÉLVICO
143
FONTE: Acervo da autora
FIGURA 7 – POSICIONAMENTO VENTRODORSAL FLEXIONADA DA PELVE
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 90)
A	imagem	obtida	deve	abranger	toda	a	pelve,	desde	o	ílio	até	o	 ísquio,	
incluindo	 os	 joelhos	 lateralmente.	 A	 simetria	 deve	 ser	 objetivada,	 mas	 não	 é	
imprescindível.	O	importante	é	respeitar	o	paciente.	As	estruturas	ósseas	devem	
estar	bem	definidas	na	imagem	(Figura	8).
FIGURA 8 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA VENTRODORSAL FLEXIONADA DA PELVE
3.3 PROJEÇÃO MEDIOLATERAL DO JOELHO 
A	 projeção	 mediolateral	 do	 joelho	 é	 importante	 para	 avaliação	 da	
congruência	 articular,	 principalmente	 na	 avaliação	 de	 lesões	 do	 ligamento	
cruzado	 cranial,	 bem	 como	na	mensuração	das	 estruturas	para	planejamentos	
cirúrgicos.
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
144
Para	a	 realização	dessa	projeção,	o	paciente	deverá	ser	posicionado	em	
decúbito	lateral,	com	o	membro	de	interesse	em	contato	com	a	mesa	de	exame.	
Portanto,	se	o	joelho	direito	for	avaliado,	o	decúbito	será	lateral	direito	e,	caso	seja	
o	joelho	esquerdo,	o	decúbito	será	lateral	esquerdo.	O	membro	contralateral	ao	
ser	avaliado	deve	ser	tracionado	cranial	ou	caudalmente,	porém,	cuidando	para	
que	não	haja	rotação	da	pelve.
O	membro	com	o	joelho	a	ser	avaliado	deve	ser	levemente	tracionado	em	
sentido	distal,	mas	uma	leve	flexão	pode	ser	mantida.	O	fêmur	deve	permanecer	
paralelo	ao	filme.	Para	isso,	como	a	espessura	do	membro	na	região	do	joelho	é	
maior	do	que	na	extremidade	distal,	devemos	cuidar	para	não	apoiar	o	tarso	sobre	
o	filme.	Um	espaço	deve	ser	mantido	entre	o	tarso	e	o	filme,	assim,	atingiremos	o	
objetivo	de	alinhamento	entre	os	côndilos	femorais.	
A	área	a	ser	restringida	na	colimação	deve	abranger	desde	o	terço	médio	
do	fêmur	até	o	terço	médio	da	tíbia	e	fíbula,	incluindo	os	tecidos	moles	adjacentes.	
O	raio	central	deve	ser	posicionado	sobre	a	articulação	do	joelho	(Figura	9).
Usaremos	baixa	quilovoltagem	associada	à	alta	miliamperagem	para	uma	
técnica	radiográfica	de	alto	contraste	para	análise	das	estruturas	ósseas.
Essa	 projeção	 pode	 ser	 obtida	 com	 contenção	 física	 do	 paciente,	
respeitando	os	cuidados	de	manejo	e	conforto	do	paciente.	Com	a	necessidade	
da	nossa	permanência	dentro	da	sala	de	exame	durante	a	exposição	do	paciente	à	
radiação,	devemos	obedecer	aos	princípios	ALARA	e	ao	uso	adequado	dos	EPIs.	
FIGURA 9 – POSICIONAMENTO MEDIOLATERAL DO JOELHO
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 90)
A	imagem	obtida	deve	ser	avaliada,	usando	os	critérios	de	avaliação.	A	
anatomia	demonstrada	deve	incluir	desde	o	terço	médio	do	fêmur	ao	terço	médio	
da	 tíbia	 e	 fíbula,	 junto	 aos	 tecidos	 moles	 adjacentes.	 O	 posicionamento	 ideal	
deve	 demonstrar	 sobreposição	 dos	 côndilos	 femorais.	 Uma	 boa	 definição	 das	
estruturas	ósseas	deve	ser	visibilizada,	indicando-se	o	uso	adequado	da	técnica	
radiográfica	(Figura	10).
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO PÉLVICO
145
FIGURA 10 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA MEDIOLATERAL DO JOELHO
FONTE: Acervo da autora
FONTE: Acervo da autora
Para	avaliação	específica	em	casos	de	suspeita	de	lesão	em	ligamento	cru-
zado,	realizamos	o	mesmo	posicionamento	mediolateral,	porém,	deve	haver	fle-
xão	do	joelho	e	do	tarso	com	ambas	as	articulações	formando	ângulos	de	90°.	A	
sobreposição	dos	côndilos	ainda	deve	ser	objetivada,	portanto,	o	tarso	não	deve	
entrar	em	contato	com	o	filme	novamente.	A	área	de	colimação	será	maior	do	que	
a	descrita	anteriormente,	já	que	o	fêmur	e	a	articulação	do	tarso	devem	estar	inclu-
ídos	na	imagem.	O	raio	central	ainda	deve	ser	posicionado	no	fêmur	(Figura	11).
FIGURA 11 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA MEDIOLATERAL DO JOELHO COM FLEXÃO DO 
JOELHO E TARSO
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
146
3.4 PROJEÇÃO CRANIOCAUDAL DO JOELHO
A	projeção	ortogonal	do	joelho	inclui,	além	da	projeção	mediolateral,	uma	
projeção	craniocaudal.	Assim,	deve-se	colocar	o	paciente	“sentado”	sobre	a	mesa,	
ou	seja,	a	porção	caudal	dos	membros	pélvicos	deve	estar	em	contato	com	a	mesa	
de	exame,	com	a	coluna	do	paciente	verticalizada,	embora	em	uma	angulação	de	
cerca	de	120°	entre	a	coluna	do	paciente	e	o	fêmur.	Os	membros	torácicos	devem	
ser	flexionados,	evitando	a	sobreposição	com	o	membro	pélvico.
O	membro	pélvico	de	interesse	deve	ser	tracionado,	alinhando-se	em	uma	
linha	reta	imaginária	as	articulações	coxofemoral,	joelho	e	tarso.	Uma	leve	rotação	
interna	do	joelho	deve	ser	realizada	para	alinhamento	dos	côndilos	femorais.	O	
fêmur	deve	estar	paralelo	ao	filme.	A	cauda	deve	ser	tracionada	em	sentido	ao	
membro	contralateral,	evitando	sobreposições.
	A	área	a	ser	abrangida	no	exame	deve	incluir	o	fêmur,	em	seu	terço	médio,	
até	o	terço	médio	da	tíbia,	incluindo-se	os	tecidos	moles	adjacentes.	Em	alguns	
estudos,	pode	ser	necessária	a	abrangência	de	todo	o	fêmur	e	toda	a	tíbia	e	fíbula	
para	avaliação	dos	eixos	ósseos.	O	raio	central	deve	incidir,	precisamente,	sobre	a	
articulação	do	joelho	(Figura	12).	
Uma	 técnica	 radiográfica	 usando	 um	 baixa	 quilovoltagem	 associada	
à	alta	miliamperagem,	criando	uma	imagem	de	alto	contraste	para	análise	das	
estruturas	ósseas,	deve	ser	utilizada.
O	 posicionamento	 craniocaudal	 pode	 ser	 realizado	 usando	 as	 técnicas	
adequadas	de	contenção	física	do	paciente,	respeitando-se	as	limitações	de	cada	
paciente	e	também	preservando	a	nossa	segurança,	com	o	uso	adequado	dos	EPIs	
e	respeito	aos	princípios	ALARA.
FIGURA 12 – POSICIONAMENTO CRANIOCAUDAL DO JOELHO
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 91)
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO PÉLVICO
147
Com	a	 imagem	obtida,	devemos	analisar	a	sua	qualidade	utilizando	os	
critérios	 de	 avaliação.	A	 anatomia	 demonstrada	 deve	 abranger	 desde	 o	 terço	
médio	 do	 fêmur	 ao	 terço	médio	 da	 tíbia	 e	 fíbula,	 incluindo	 os	 tecidos	moles	
lateralmente,	 ou	 fêmur	 e	 a	 tíbia	 e	 a	 fíbula	 completos	 em	 alguns	 estudos	 para	
avalição	 dos	 eixos	 ósseos.	 Devemos	 obter	 simetria	 dos	 côndilos	 femorais	 na	
imagem.	Não	pode	haver	sobreposição	da	cauda	com	o	membro	avaliado.	Uma	
boa	definição	óssea	deve	ser	visibilizada,	incluindo	a	identificação	da	trabeculação	
óssea,	evidenciando	uso	adequado	da	técnica	radiográfica	(Figura	13).
FIGURA 13 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA CRANIOCAUDAL DO JOELHO
FONTE: Acervo da autora
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
148
Pacientes	 de	 grande	 porte	 podem	 dificultar	 a	 execução	 desse	
posicionamento	radiográfico.	Nesses	casos,	deve-se	realizar	um	posicionamento	
caudocranial	do	joelho	ou,	ainda,	uma	projeção	craniocaudal	com	o	paciente	em	
decúbito	 lateral	 e	 rotação	 da	 ampola	 radiográfica.	 Na	 projeção	 caudocranial,	
devemos	posicionar	o	paciente	 em	decúbito	ventral,	 com	abdução	 e	flexão	do	
membro	contralateral	e	tração	caudal	do	membro	de	interesse,	com	leve	rotação	
medial	do	 joelho,	objetivando	a	simetria	dos	côndilos	femorais	(Figura	14).	Na	
projeção	craniocaudalcom	rotação	da	ampola,	o	paciente	deve	ser	posicionado	
em	decúbito	 lateral,	 com	o	membro	de	 interesse	 livre,	 assim,	 caso	 a	 avaliação	
seja	feita	no	joelho	esquerdo,	utiliza-se	o	decúbito	lateral	direito,	e	vice-versa.	O	
membro	de	 interesse	deve	ser	alinhado	em	uma	linha	reta	com	as	articulações	
coxofemoral	e	o	tarso	deve	permanecer	paralelo	a	mesa	de	exame.	O	filme	será	
posicionado	 caudalmente	 ao	 membro	 e	 a	 ampola	 será	 rotacionada	 em	 90°,	
mantendo	o	alinhamento	com	o	membro	a	distância	de	1	metro	(Figura	15).	Assim	
como	na	projeção	craniocaudal	descrita	anteriormente,	a	simetria	dos	côndilos	
deve	ser	objetivada,	bem	como	a	área	de	colimação	e	a	incidência	do	raio	central.	
Os	critérios	de	avaliação	das	imagens	obtidas	serão	os	mesmos.	
FIGURA 14 – POSICIONAMENTO CAUDOCRANIAL DO JOELHO (A); PROJEÇÃO 
RADIOGRÁFICA CAUDOCRANIAL DO JOELHO (B)
FONTE: <https://bit.ly/3fRCyBY>. Acesso em: 3 maio 2021; acervo pessoal da autora. 
TÓPICO 1 — EXAME RADIOGRÁFICO DO MEMBRO PÉLVICO
149
FIGURA 15 – POSICIONAMENTO CRANIOCAUDAL COM DECÚBITO LATERAL DO JOELHO (A); 
PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA CRANIOCAUDAL COM DECÚBITO LATERAL DO JOELHO (B)
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 91); acervo da autora
150
Neste tópico, você aprendeu que:
RESUMO DO TÓPICO 1
•	 O	membro	é	formado	por	pelve,	fêmur,	tíbia	e	fíbula,	ossos	do	tarso,	metatarsos	
e	falanges.
•	 Os	exames	radiográficos	da	pelve	e	dos	joelhos	são	indicados	para	avaliação	
das	doenças	articulares	e	incongruências	articulares,	contando,	ainda,	com	os	
casos	de	fraturas	e	luxações	causados	por	traumatismos.
•	 A	projeção	mediolateral	da	pelve	deve	abranger	desde	as	asas	 ilíacas	até	os	
joelhos,	incluindo	desde	as	vértebras	lombares	até	os	tecidos	moles	caudais	do	
membro	pélvico,	 sobreposição	das	 asas	 ilíacas,	 resultando	 em	uma	 imagem	
simétrica	e	com	bom	contraste	para	avaliação	óssea.
•	 A	 projeção	 ventrodorsal	 da	 pelve	 deve	 abranger	 desde	 a	 asa	 ilíaca	 até	 os	
joelhos,	com	o	paciente	em	decúbito	dorsal	e	os	membros	pélvicos	tracionados	
caudalmente,	 com	 os	 fêmures	 paralelos	 e	 os	 lados	 da	 pelve	 simétricos,	
mantendo	a	boa	definição	das	estruturas	ósseas.
•	 Uma	projeção	ventrodorsal	com	flexão	e	abdução	dos	membros	pélvicos	pode	
ser	realizada	em	paciente	com	restrição	da	mobilidade	do	quadril	ou	que	tenha	
sofrido	traumatismo.
•	 Para	 avaliação	 radiográfica	mediolateral	 do	 joelho	 o	 decúbito	 lateral	 com	 o	
membro	de	interesse	dependente,	com	o	membro	avaliado	mantendo	uma	leve	
flexão	do	joelho,	preservando	a	sobreposição	dos	côndilos	femorais,	adquirindo	
uma	imagem	com	simetria	dos	côndilos	umerais	e	exposição	de	alto	contraste.
•	 No	 caso	 de	 suspeitas	 de	 lesão	 no	 ligamento	 cruzado	 cranial,	 uma	 projeção	
mediolateral	do	fêmur	pode	ser	obtida	com	flexão	em	90°	do	joelho	e	tarso.
•	 Para	 avaliação	 craniocaudal	 do	 joelho,	 o	 paciente	 deve	 ser	 posicionado	
“sentado”	sobre	a	mesa	com	o	membro	de	interesse	alinhado	com	o	quadril	e	
o	tarso,	com	simetria	entre	os	côndilos	femorais,	resultando	em	uma	imagem	
com	técnica	para	exposição	óssea.
•	 Uma	projeção	craniocaudal	com	decúbito	lateral	do	paciente	e	inclinação	em	90°	
da	ampola	ou	uma	projeção	caudocranial,	com	o	paciente	em	decúbito	ventral	
e	o	membro	pélvico	tracionado	caudalmente,	pode	ser	obtida	em	pacientes	de	
grande	porte.
151
1	 Paciente	canino,	raça	Rottweiller,	5	anos	de	idade,	foi	levado	ao	atendimento	
médico	 veterinário	 porque	 não	 estava	 apoiando	 o	 membro	 pélvico	
esquerdo.	Após	o	exame	físico,	foi	levantada	a	suspeita	de	lesão	ligamentar	
na	articulação	do	joelho	e	o	paciente	foi	encaminhado	ao	setor	de	imagem	
para	exame	radiográfico	da	articulação.	A	respeito	da	anatomia	e	do	exame	
radiográfico	do	joelho,	assinale	a	alternativa	INCORRETA:
a)	(			)	 O	exame	radiográfico	deve	conter	uma	projeção	laterolateral.	
b)	(			)	 Uma	das	principais	indicações	é	a	avaliação	de	ruptura	do	ligamento	
cruzado.	
c)	(			)	 Uma	projeção	craniocaudal	deve	ser	realizada.	
d)	(			)	 A	simetria	entre	os	côndilos	é	um	critério	de	avaliação	da	imagem.	
2	 Paciente	 canino,	 sem	 raça	 definida,	 foi	 encaminhado	 para	 realização	 de	
radiografia	de	pelve	por	apresentar	dificuldade	para	se	sentar	e	levantar.	
Com	base	na	projeção	radiográfica	a	seguir,	considere	as	proposições:
AUTOATIVIDADE
FONTE: Acervo da autora
I-	 A	projeção	é	chamada	de	ventrodorsal.
II-	 O	alinhamento	correto,	com	os	fêmures	paralelos,	foi	obtido.	
III-	Nessa	projeção	ventrodorsal,	a	simetria	entre	os	lados	da	pelve	deve	ser	
atingida	na	projeção	ideal.
IV-	Em	paciente	com	dificuldade	de	movimentação	ou	suspeitas	de	fraturas	
ou	 luxações,	 pode-se	 realizar	 uma	 projeção	 ventrodorsal	 com	 flexão	 e	
abdução	dos	membros	pélvicos.
V-	 Uma	projeção	ortogonal	laterolateral	da	pelve	pode	ser	realizada.
152
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 Somente	as	proposições	I,	II	e	III	estão	corretas.	
b)	(			)	 Somente	a	proposição	II	está	incorreta.
c)	(			)	 As	proposições	III	e	V	estão	incorretas.
d)	(			)	 As	proposições	I	e	II	estão	corretas.	
e)	(			)	 Somente	a	proposição	I	está	correta.
3	 Paciente	canino,	3	anos	de	idade,	após	sofrer	um	atropelamento,	apresentou	
suspeita	de	fratura	e	dor	à	manipulação	da	região,	tendo	sido	encaminhado	
para	realização	de	radiografia	de	pelve.	Com	base	na	projeção	radiográfica	
obtida,	considere	as	proposições	a	seguir:
FONTE: Acervo da autora
I-	 A	 variação	 da	 projeção	 ventrodorsal	 presente	 na	 imagem	 pode	 ser	
realizada	quando	o	paciente	sofreu	algum	traumatismo	e	apresenta	dor	
ao	posicionamento.
II-	 O	acetábulo	canino	é	formado	pelos	ossos	ílio,	ísquio,	púbis	e	o	osso	do	
acetábulo.	
III-	Essa	projeção,	mesmo	diante	do	traumatismo	sofrido	pelo	paciente,	não	
está	dentro	do	posicionamento	ideal,	uma	vez	que	os	fêmures	deveriam	
estar	paralelos.
IV-	O	joelho	é	formado	pelos	ossos	fêmur,	tíbia,	patela	e	fíbula.
V-	 Uma	projeção	ortogonal	laterolateral	da	pelve	pode	ser	realizada.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 As	proposições	I,	II	e	III	estão	corretas.	
b)	(			)	 Somente	a	proposição	II	está	incorreta.
c)	(			)	 As	proposições	III	e	IV	estão	incorretas.
d)	(			)	 As	proposições	I	e	II	estão	corretas.	
e)	(			)	 Somente	a	proposição	V	está	correta.
153
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
As	radiografias	do	 tórax	e	da	 traqueia	 compreendem	grande	parte	dos	
exames	 solicitados	na	 clínica	veterinária.	É	o	 exame	de	 escolha	para	 avaliação	
dessa	 região,	 uma	 vez	 que	 a	 grande	 quantidade	 de	 ar	 presente	 fornece	 um	
excelente	contraste	e	favorece	uma	avaliação	da	região	com	grande	qualidade.	
Essas	radiografias	ainda	são	muito	solicitadas	para	avaliação	da	região	
complementarmente	 a	 outras	 regiões	 em	 casos	 traumatizados.	 Em	 alguns	
casos,	 exames	 de	 ultrassonografia	 do	 tórax	 e	 tomografia	 computadorizada	
podem	ser	solicitados.
TÓPICO 2 — 
EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX E TRAQUEIA
2 ANATOMIA BÁSICA 
Para entender melhor os nomes das projeções e o posicionamento radiográfico 
da parte e do paciente, é possível revisar os planos anatômicos no Tópico 1 da Unidade 1.
DICAS
O	tórax	possui	 importantes	 estruturas	em	seu	 interior,	 como	o	 coração	
e	 os	 grandes	 vasos,	 a	 traqueia	 e	 os	 campos	 pulmonares,	 além	do	 esôfago	 em	
seu	trajeto	torácico.	A	própria	caixa	torácica,	que	limitada	a	cavidade	torácica,	é	
formada	por	importantes	estruturas	ósseas.	Dorsalmente,	temos	a	coluna	torácica	
formada	por	13	vértebras,	ventralmente,	o	esterno	com	oito	a	nove	esternébras	e,	
lateralmente,	os	13	arcos	costais.	No	limite	caudal	do	tórax,	temos	o	diafragma,	
que,	além	de	ter	um	papel	fundamental	na	respiração,	ainda	divide	a	cavidade	
torácica	da	cavidade	abdominal	(Figura	16).
154
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
FIGURA 16 – ANATOMIA DA CAVIDADE TORÁCICA
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
3 POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS
O	exame	radiográfico	do	tórax	implicará	o	manejo	de	um	pacienteque,	
muitas	vezes,	não	está	respirando	bem.	Em	primeiro	lugar,	para	realizar	o	exame	
radiográfico	 do	 tórax,	 deve-se	 observar	 atentamente,	 por	 alguns	 minutos,	 o	
paciente	antes	de	entrar	na	sala	de	exame,	para	que	seja	possível	identificar	qual	
a	condição	respiratória	dele	e	organizar	a	melhor	forma	de	proceder	o	exame	com	
o	mínimo	de	estresse	e	prejuízo	ao	paciente.	
É	 importante	 saber	 que	 nem	 todo	 animal	 com	dificuldade	 respiratória	
estará	 arfando	de	boca	 aberta,	 agitado,	 com	 cianose	 e	 tosse.	 Em	alguns	 casos,	
um	paciente	quieto,	com	a	boca	fechada	e	sem	tosse,	pode	ter	alterações	severas	
respiratórias.	 Pescoço	 esticado	 e	 respiração	 abdominal	 podem	 estar	 presentes	
nessas	situações.	Para	evitar	uma	parada	cardiorrespiratória	na	mesa	de	exame,	é	
importante	olhar	para	nosso	paciente!	
No	 mínimo,	 duas	 projeções	 devem	 ser	 realizadas:	 ventrodorsal	 e	
laterolateral	 direita.	 Contudo,	 muitos	 estudos	 demonstram	 a	 importância	 da	
realização	de	 três	 projeções	 radiográficas	do	 tórax,	 adicionando	 a	 laterolateral	
esquerda	 ao	 exame.	 Existem	 ainda	 indicações	 específicas	 de	 quatro	 projeções,	
adicionando	a	dorsoventral	ou,	ainda,	para	substituição	em	casos	de	dificuldade	
respiratória.
TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX E TRAQUEIA
155
Mais	adiante,	o	 exame	 radiográfico	da	 traqueia	 também	será	abordado,	
uma	vez	que	 falaremos	em	sistema	respiratório,	 sendo	avaliada	em	 todo	o	 seu	
trajeto,	incluindo	a	porção	cervical	e	a	porção	torácica.	Sua	avaliação	pode	ser	so-
licitada	em	casos	de	reduções	do	seu	lúmen,	malformações	e	até	corpos	estranhos.
As	 principais	 indicações	 de	 exames	 radiográficos	 do	 tórax	 incluem	do-
enças	 respiratórias	 como	 edema	 pulmonar,	 pneumonia	 e	 doenças	 brônquicas,	
avaliações	do	sistema	cardiovascular	(como	as	cardiomegalias,	corpos	estranhos	
esofágicos),	doenças	da	cavidade	torácica	(como	efusão	pleural	ou	pneumotórax),	
processos	neoplásicos	diversos,	pesquisas	de	metástases,	além	dos	traumatismos,	
que	podem	levar	a	rupturas	diafragmáticas,	hemorragias,	fraturas	e	luxações.	Ain-
da	existem	muitas	possibilidades	para	avaliação	radiográfica	do	tórax,	o	que	faz	
desse	exame	o	mais	solicitado	entre	todos	os	exames	radiográficos	de	cães	e	gatos.	
Lembre-se de avaliar o paciente antes de realizar o exame radiográfico para 
evitar complicações ao paciente.
ATENCAO
3.1 PROJEÇÃO LATEROLATERAL DO TÓRAX 
A	 projeção	 laterolateral	 do	 tórax	 será	 útil	 para	 avaliação	 de	 silhueta	
cardíaca,	campos	pulmonares,	esôfago	e	traqueia.
Nessa	projeção,	 o	paciente	deverá	 ser	posicionado	 em	decúbito	 lateral.	
O	ideal	é	realizar	as	duas	projeções	laterolaterais	do	tórax	(a	laterolateral	direita	
com	o	 lado	direito	dependente	e	a	 laterolateral	esquerda	com	o	 lado	esquerdo	
dependente).	 Caso	 apenas	 uma	 projeção	 laterolateral	 seja	 feita,	 deve-se	 dar	
preferência	à	laterolateral	direita.	É	importante	que	não	haja	rotação	no	tórax.	
Os	membros	torácicos	devem	ser	tracionados	cranialmente,	mantendo-os	
paralelos	entre	si	e	também	com	a	mesa	de	exame.	A	tração	cranial	é	importante	
para	 que	 não	 haja	 sobreposição	 com	 a	 porção	 cranial	 do	 tórax,	 permitindo	 a	
avaliação	adequada	dos	lobos	pulmonares	craniais	e	do	mediastino.	Os	membros	
pélvicos	podem	ficar	na	posição	de	conforto,	porém,	devem	ser	mantidos	paralelos	
entre	si	e	entre	a	mesa,	como	nos	membros	torácicos.	O	pescoço	e	a	cabeça	devem	
permanecer	na	posição	anatômica,	 tomando	muito	 cuidado	para	que	não	haja	
ventroflexão	 da	 cabeça,	 pois,	 caso	 isso	 ocorra,	 haverá	 um	 deslocamento	 na	
traqueia	torácica,	o	que	pode	dar	a	falsa	impressão	de	uma	massa	no	tórax.
156
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
Na projeção laterolateral, devemos agir com cuidado para não haver 
sobreposição dos membros torácicos com o tórax e sem ventroflexão da cabeça.
IMPORTANTE
O	 tórax	 deve	 permanecer	 alinhado,	 mantendo	 o	 máximo	 de	 simetria	
possível	 entre	 um	 lado	 e	 outro.	 Calços	 podem	 ajudar,	 por	 isso,	 em	 pacientes	
com	o	 tórax	alongado,	pode	ser	necessário	colocar	um	calço	radiotransparente	
na	região	esternal.	Em	pacientes	com	o	tórax	arredondado,	é	necessário	cuidado	
para	que	não	haja	 rotação,	monitorando	visualmente.	A	região	cervical	é	mais	
estreita	do	que	a	região	do	tórax,	podendo	precisar	de	um	apoio	para	manter	o	
alinhamento,	como	no	caso	da	projeção	laterolateral	da	coluna;	o	mesmo	pode	ser	
feito	com	a	região	lombar,	caso	seja	necessário.	
A	 área	 a	 ser	 colimada	 deve	 compreender	 cranialmente	 o	 ombro	 e	
caudalmente	à	última	costela.	A	região	dorsal	deve	 incluir	a	coluna	torácica	e,	
ventralmente,	o	esterno.	Caso	haja	necessidade	de	manter	alguma	área	de	fora	da	
colimação,	devemos	fazer	isso	com	a	coluna	torácica;	caso	a	cavidade	torácica	não	
seja	totalmente	comtemplada	no	filme	em	sentido	craniocaudal,	podemos	dividir	
o	tórax,	 fazendo	duas	diferentes	 imagens,	uma	da	porção	cranial,	 iniciando	na	
articulação	do	ombro	e	abrangendo	até	onde	for	possível	caudalmente,	e	outra	
projeção	 da	 porção	 caudal,	 colocando	 como	 limite	 caudal	 a	 última	 costela	 e	
abrangendo	 até	 onde	 for	 possível	 em	 sentido	 cranial.	 O	 raio	 central	 deve	 ser	
posicionado	na	região	do	coração,	portanto,	no	terço	médio	do	tórax,	no	sentido	
dorsoventral	e	no	craniocaudal,	podemos	usar	o	cotovelo	para	localizar	o	ponto	
adequado.	 Se	fizermos	uma	flexão	do	 cotovelo	 sobre	o	 tórax,	o	ponto	 em	que	
o	 olécrano	 estiver	 sobreposto	 ao	 tórax,	 será	 o	 ponto	 em	que	 encontraremos	 o	
coração	(Figura	17).	
É	 de	 extrema	 importância	 que	 a	 projeção	 seja	 obtida	 no	 pico	máximo	
da	inspiração,	assim	teremos	a	maior	quantidade	de	ar	possível	no	tórax	e	será	
possível	 realizar	uma	melhor	 avaliação	de	 suas	 estruturas.	Como	não	 existe	 a	
possibilidade	de	solicitarmos	ao	paciente	para	inspirar	e	segurar,	como	fazemos	
com	humanos,	podemos	seguir	a	movimentação	respiratória	durante	cerca	de	três	
movimentos	–	assim,	assimilaremos	o	ritmo	respiratório	do	paciente	e	teremos	
mais	chances	de	conseguir	o	momento	ideal	para	adquirir	a	imagem.	
Em	pacientes	com	dificuldade	respiratória,	apresentando	uma	frequência	
muito	alta,	a	projeção	em	inspiração	pode	não	ser	possível,	porém,	ainda	deve	ser	
objetivada,	buscando-se	uma	imagem	o	mais	próximo	dela	possível.
TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX E TRAQUEIA
157
O	ajuste	da	técnica	radiográfica	a	ser	utilizada	necessitará	de	um	tempo	
de	exposição	bastante	baixo,	evitando	o	borramento	da	imagem	pela	movimen-
tação	do	tórax.	Para	isso,	deveremos	ajustar	a	quilovoltagem,	já	que	o	tempo	foi	
modificado.	
Para	 que	 o	 exame	 seja	 feito	 com	 o	maior	 pico	 de	 inspiração	 possível,	
sedativos	ou	anestésicos	não	devem	ser	utilizados.	Essas	medicações	promovem	
depressão	respiratória,	impossibilitando	o	paciente	de	um	movimento	inspiratório	
amplo.	 Além	 disso,	 a	 estase	 sanguínea	 promovida	 pelo	 decúbito	 durante	 a	
sedação	ou	anestesia	também	afeta	a	imagem	radiográfica	dos	pulmões,	afetando	
a	avaliação	radiográfica	deles.	
Para	conseguir	o	posicionamento	ideal	e	o	momento	respiratório	correto,	a	
presença	do	profissional	na	sala	faz-se	necessária.	Nesse	caso,	devemos	obedecer	
aos	princípios	ALARA	e	o	uso	adequado	dos	EPIs.
FIGURA 17 – POSICIONAMENTO LATEROLATERAL DO TÓRAX
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 233)
Após	a	exposição	do	paciente	e	com	a	imagem	radiográfica	obtida,	devemos	
analisar	a	sua	qualidade	usando	os	critérios	de	avaliação.	A	anatomia	demonstrada	
deve	incluir,	cranialmente,	a	articulação	do	ombro,	caudalmente	a	última	costela,	
dorsalmente	a	coluna	torácica	e,	ventralmente,	o	esterno.	O	posicionamento	ideal	
deve	demonstrar	a	maior	sobreposição	possível	das	costelas,	com	alinhamento	
das	junções	costocondrais	(Figura	18),	sem	sobreposição	dos	membros	torácicos	
com	os	 campos	pulmonares	 craniais	 (Figura	 19).	Uma	projeção	 em	 inspiração	
completa	deve	serobtida.	Quando	a	imagem	obtida	não	é	em	inspiração	completa,	
há	sobreposição	do	diafragma	e	da	silhueta	cardíaca.	Uma	imagem	ideal	deve	ter	
distanciamento	entre	a	silhueta	cardíaca	e	o	diafragma	(Figura	20).	Uma	imagem	
sem	borramento	por	movimentação	do	tórax	deve	ser	adquirida	(Figura	21).
158
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
FIGURA 18 – AMPLIAÇÃO DAS JUNÇÕES COSTOCONDRAIS: POSICIONAMENTO IDEAL COM 
ALINHAMENTO (A); POSICIONAMENTO INADEQUADO SEM ALINHAMENTO (B)
FONTE: Acervo da autora
FIGURA 19 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA LATEROLATERAL DO TÓRAX
FONTE: Acervo da autora
FONTE: Acervo da autora
FIGURA 20 – AMPLIAÇÃO DA REGIÃO CAUDOVENTRAL DO TÓRAX, REGIÃO DO ÁPICE 
CARDÍACA E SILHUETA DIAFRAGMÁTICA: IMAGEM IDEAL SEM SOBREPOSIÇÃO (A); IMAGEM 
INADEQUADA COM SOBREPOSIÇÃO (B)
TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX E TRAQUEIA
159
FIGURA 21 – AMPLIAÇÃO DOS CAMPOS PULMONARES CAUDAIS: IMAGEM IDEAL SEM 
BORRAMENTO (A); IMAGEM INADEQUADA COM BORRAMENTO (B)
FONTE: Acervo da autora
3.2 PROJEÇÃO VENTRODORSAL DO TÓRAX
Ainda	na	avaliação	radiográfica	do	tórax,	é	importante	compreendermos	
a	 projeção	 ortogonal	 a	 ser	 realizada,	 a	 ventrodorsal,	 em	que	devemos	 colocar	
o	paciente	 em	decúbito	dorsal,	 alinhando	 todo	o	 corpo,	 assim	como	 realizado	
nas	 projeções	 ventrodorsais	 da	 coluna.	 Novamente,	 as	 calhas	 e	 cunhas	
radiotransparentes	podem	auxiliar	no	posicionamento,	evitando	rotações	laterais	
do	paciente.	O	alinhamento	é	muito	importante,	já	que	ele	fornecerá	a	simetria	
perfeita	entre	os	lados	do	tórax,	sendo	ela	necessária	para	a	avaliação	cardíaca	
adequada.	 Pacientes	muito	magros	 podem	 sentir	 dor	 na	 região	 dos	 processos	
espinhosos	 da	 coluna	 na	 posição	 dorsal,	 a	 calha	 acolchoada	 ajuda	 a	 dar	mais	
comodidade	ao	paciente.	
Os	membros	torácicos	devem	ser	tracionados	cranialmente,	mantendo-os	
paralelos	à	 coluna	cervical.	Assim,	 removeremos	a	 sobreposição	dos	membros	
da	 região	 cranial	 do	 tórax,	 além	 de	 auxiliar	 no	 alinhamento	 do	 tórax	 no	
posicionamento.	Os	membros	 pélvicos	 podem	 ser	mantidos	 flexionados	 e	 em	
abdução,	dando	mais	conforto	ao	paciente	e	ajudando	a	evitar	a	rotação	do	tórax.	
Essa	 posição	 tende	 a	 ser	 mais	 difícil	 para	 o	 paciente,	 principalmente	
naqueles	que	 estão	 acima	do	peso	ou	 com	dificuldade	para	 respirar,	uma	vez	
que	as	vísceras	abdominais	fazem	pressão	no	diafragma	e	o	coração	se	desloca	
dorsalmente,	 ambos	 dificultando	 a	 expansão	 pulmonar	 na	 inspiração.	 Dessa	
forma,	 podemos	 deixar	 essa	 posição	 para	 ser	 realizada	 no	 final	 do	 exame,	
evitando	estresse	ao	paciente	e	permitindo	uma	melhor	realização	das	projeções	
laterolaterais.
160
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
A	área	a	ser	abrangida	no	exame	deve	incluir,	cranialmente,	as	articulações	
dos	ombros,	caudalmente	o	último	par	de	costelas.	Lateralmente,	os	tecidos	moles	
e	os	 arcos	 costais	 completos	devem	estar	presentes	na	 imagem.	O	 raio	 central	
deve	 incidir,	 novamente,	 na	 região	 cardíaca,	 centralizado	no	 esterno,	 no	 terço	
médio	do	tórax,	em	sentido	craniocaudal.	Mais	uma	vez,	aquela	flexão	realizada	
com	o	cotovelo,	na	projeção	laterolateral,	pode	ajudar	também	na	localização	da	
região	cardíaca.	Caso	o	 tórax	do	paciente	 seja	maior	do	que	o	filme,	podemos	
dividir	o	tórax,	como	falamos	na	projeção	laterolateral.	Uma	imagem	da	porção	
cranial	do	tórax	será	obtida	com	o	filme	no	limite	cranial	dos	ombros,	abrangendo,	
caudalmente,	 até	 onde	 for	 possível;	 em	 seguida,	 deve-se	 realizar	 mais	 uma	
imagem,	 com	o	filme	no	 limite	 caudal,	do	último	par	de	 costelas,	 abrangendo	
cranialmente	até	onde	for	possível	(Figura	22).
Mais	 uma	 vez,	 é	 de	 extrema	 importância	 obter	 a	 imagem	 no	 pico	 da	
inspiração,	 permitindo	 contraste	 ideal	 das	 estruturas	 presentes	 na	 cavidade	
torácica.	Com	a	impossibilidade	de	pedir	ao	paciente	que	inspire	e	mantenha	o	
ar	nos	pulmões,	podemos	novamente	acompanhar	os	movimentos	respiratórios	
feitos	por	ele,	até	ser	assimilado	o	seu	ritmo	respiratório,	aumentando	a	chance	de	
conseguirmos	uma	projeção	na	inspiração.	O	aumento	da	frequência	respiratória	
é	 mais	 comum	 nessa	 projeção.	 Para	 tentar	 regularizar	 o	 ritmo	 respiratório,	
podemos	passar	levemente	o	dedo	ou,	então,	soprar	no	nariz	do	paciente;	isso	fará	
com	que	ele	mude	a	respiração	por	alguns	segundos,	dando	uma	oportunidade	
para	conseguir	a	 imagem	sem	borramento	pela	movimentação.	Caso	ele	esteja	
com	a	 boca	 aberta	para	 respirar,	 podemos	 fechar	 a	 boca	para	 reduzir	 o	 ritmo	
respiratório,	porém,	pacientes	com	dispneia	grave	podem	ficar	mais	agitados	por	
terem	sua	respiração	dificultada	com	esse	movimento	e,	por	isso,	é	fundamental	
ter	cuidado	para	não	ser	mordido	durante	essas	manobras	–	é	importante	lembrar	
que	um	ambiente	tranquilo	ajuda	a	manter	o	paciente	calmo	e	evitar	a	taquipneia.	
Taquipneia é o termo utilizado quando o paciente está com a frequência 
respiratória aumentada. Dispneia é o termo utilizado para pacientes com dificuldade 
respiratória.
NOTA
A	técnica	a	 ser	usada	deve	visar	a	um	baixo	 tempo	de	exposição,	para	
evitar	o	borramento	da	imagem,	ajustando	o	valor	da	quilovoltagem	para	uma	
imagem	de	qualidade.	
TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX E TRAQUEIA
161
Novamente,	uso	de	sedativos	ou	anestésicos	é	totalmente	contraindicado	
para	realização	do	exame	radiográfico	do	tórax.	As	técnicas	adequadas	de	manejo	
devem	 ser	 utilizadas	 para	 possibilitar	 um	 exame	 de	 qualidade.	 Para	 atingir	
o	 posicionamento	 ideal	 e	 o	 movimento	 respiratório	 na	 inspiração	 máxima,	 a	
presença	do	profissional	na	sala	faz-se	necessária.	Nesse	caso,	devemos	obedecer	
aos	princípios	ALARA	e	o	uso	adequado	dos	EPIs.	
FIGURA 22 – POSICIONAMENTO VENTRODORSAL DO TÓRAX
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 233)
Após	 obtida	 a	 imagem,	 devemos	 analisar	 a	 sua	 qualidade	 usando	 os	
critérios	de	avaliação.	A	anatomia	demonstrada	deve	incluir	desde	a	entrada	do	
tórax,	no	primeiro	par	de	costelas,	até	o	último	par	de	costelas,	caudalmente.	Nas	
laterais,	os	arcos	costais	completos	devem	estar	presentes.	O	alinhamento	com	
a	coluna	em	uma	linha	reta	deve	estar	presente,	além	dos	processos	espinhosos	
perpendiculares	ao	filme,	 indicando	que	não	há	rotação.	Um	pequeno	grau	de	
rotação	 é	 tolerável,	 mas,	 caso	 o	 processo	 espinhoso	 ultrapasse	 os	 limites	 dos	
corpos	vertebrais,	a	projeção	deverá	ser	desconsiderada	(Figura	23).	Uma	imagem	
sem	borramento	dos	campos	pulmonares,	assim	como	na	projeção	laterolateral,	
deve	ser	obtida	(Figura	24).
FIGURA 23 – AMPLIAÇÃO DOS PROCESSOS ESPINHOSOS NA PROJEÇÃO VENTRODORSAL 
DO TÓRAX: POSIÇÃO IDEAL (A); POSIÇÃO TOLERADA (B); POSIÇÃO INADEQUADA (C). 
OS PONTILHADOS AZUIS CORRESPONDEM AO CORPO VERTEBRAL E OS AMARELOS, AO 
PROCESSO ESPINHOSO
FONTE: Acervo da autora
162
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
FIGURA 24 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA VENTRODORSAL DO TÓRAX
FONTE: Acervo da autora
Como	 visto	 anteriormente,	 a	 projeção	 ventrodorsal	 é	 desconfortável	
para	os	pacientes,	principalmente	para	aqueles	que	tenham	dispneia.	Assim,	em	
alguns	casos,	não	é	possível	realizá-la.	Nesses	casos,	podemos	usar	uma	projeção	
dorsoventral,	que	também	pode	ser	usada	como	projeção	única	em	pacientes	com	
dispneia	grave.	
Para	executar	essa	projeção,	o	paciente	será	mantido	no	decúbito	ventral	
com	os	membros	torácicos	levemente	tracionados	cranialmente	e	os	membros	
pélvicos	 flexionados,	 apoiados	 sobre	 a	 mesa.	 A	 cabeça	 pode	 ser	 mantida	
encostada	na	mesa,	se	o	paciente	permitir.	Esse	posicionamento	tem	o	intuito	de	
manter	o	paciente	mais	confortável	para	a	realização	do	exame,	evitando	uma	
piora	do	quadro	 respiratório	 (Figura	 25).	A	área	de	 colimação	 e	 a	 incidência	
do	raio	central	serão	as	mesmas,	bem	como	o	objetivo	de	obter	a	projeção	em	
inspiração	completa.TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX E TRAQUEIA
163
FIGURA 25 – POSICIONAMENTO DORSOVENTRAL DO TÓRAX
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 143)
A	imagem	obtida	deve	incluir	todo	o	tórax,	sem	borramento	da	imagem	
pulmonar.	O	alinhamento	da	coluna	deve	ser	objetivado,	porém,	caso	o	paciente	
não	permita	o	posicionamento	 ideal,	uma	imagem	rotacionada	pode	ser	aceita	
(Figura	26).
FIGURA 26 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA VENTRODORSAL DO TÓRAX
FONTE: Acervo da autora
164
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
3.3 PROJEÇÕES LATEROLATERAIS DA TRAQUEIA 
O	estudo	 radiográfico	da	 traqueia	é	 solicitado	em	casos	de	 suspeita	de	
colapso	da	traqueia.	Os	anéis	traqueais	dos	cães	não	são	inteiros	e,	em	sua	porção	
dorsal,	 uma	musculatura	 faz	 o	 fechamento	 (Figura	 27).	 Essa	 conformação	 faz	
com	que	a	traqueia	seja	mais	flexível.	Algumas	raças	de	pequeno	porte	possuem	
predisposição	ao	colapso,	por	fatores	ainda	não	totalmente	esclarecidos,	sendo	o	
processo	degenerativo	o	fator	mais	provável.
FIGURA 27 – ANEL TRAQUEAL CANINO
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
O	colapso	tem	caráter	dinâmico,	ou	seja,	pode	mudar	de	acordo	com	as	
forças	que	atuam	sobre	a	traqueia	e	de	acordo	com	o	grau	de	colapso.	Por	isso,	a	
mesma	imagem,	em	momentos	distintos,	deve	ser	obtida.
O	paciente	deve	ser	posicionado	em	decúbito	lateral	direito.	A	cabeça	será	
direcionada	cranialmente,	 levemente	flexionada.	Os	membros	 torácicos	devem	
ser	mantidos	na	posição	anatômica,	tracionados	distalmente,	sobrepostos.
A	colimação	deve	abranger	desde	as	cartilagens	laríngeas,	cranialmente,	
até	a	região	cardíaca,	caudalmente.	Para	isso,	podemos	usar	a	flexão	do	cotovelo	
sobre	o	tórax	para	definir	a	área	cardíaca.	Dorsalmente,	as	primeiras	vértebras	
cervicais	devem	estar	na	área	de	colimação	e	o	ombro	pode	determinar	o	limite	
ventral	da	imagem.	O	raio	central	deve	incidir	na	região	final	da	traqueia	cervical.
Devemos	 fazer	 três	 imagens	 com	esse	mesmo	posicionamento:	uma	no	
pico	da	inspiração,	outra	no	pico	da	expiração	e	outra	com	um	objeto	realizando	
compressão	na	região	da	traqueia,	na	entrada	do	tórax.	
TÓPICO 2 — EXAME RADIOGRÁFICO DO TÓRAX E TRAQUEIA
165
Não	devemos	utilizar	medicações	sedativas	ou	anestésicas	para	executar	
essas	projeções	radiográficas,	facilitando	as	projeções	em	diferentes	momentos	res-
piratórios.	Assim,	como	nas	imagens	do	tórax,	a	presença	do	profissional	na	sala	
será	necessária,	respeitando	os	princípios	ALARA	e	o	uso	dos	EPIs	é	necessário.
As	imagens	obtidas	devem	demonstrar	todo	o	trajeto	traqueal,	desde	as	
cartilagens	laríngeas	até	a	carina,	na	região	da	base	cardíaca	(Figura	28).
FIGURA 28 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA LATEROLATERAL DA TRAQUEIA, EM INSPIRAÇÃO, 
EXPIRAÇÃO E SOB COMPRESSÃO EXTERNA
166
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
FONTE: Acervo da autora
167
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 O	tórax	é	a	região	mais	avaliada	radiograficamente	na	rotina	veterinária,	uma	
vez	que	diversas	indicações	para	o	estudo	dessa	região	se	aplicam.
•	 Os	exames	radiográficos	do	tórax	são	indicados	para	avaliação	cardiovascular,	
respiratória,	do	esôfago,	espaço	pleural	e	mediastinal	e	da	caixa	torácica,	para	
casos	de	suspeita	de	pneumonias,	edema,	doenças	brônquicas,	cardiomegalias,	
corpos	 estranhos,	 neoformações,	 efusão	 pleural,	 pneumotórax,	 além	 de	
traumatismos.
•	 A	projeção	laterolateral	do	tórax	deve	ser	realizada	nos	decúbitos	lateral	direito	
e	esquerdo,	sem	rotação	do	tórax,	com	tração	cranial	dos	membros	torácicos,	
evitando	sobreposições,	abrangendo	desde	o	primeiro	par	de	arcos	costais	até	
os	últimos,	incluindo	a	coluna	torácica	e	o	esterno,	obtendo	uma	imagem	sem	
borramento	pulmonar	e	em	inspiração	completa.
•	 A	 projeção	 ventrodorsal	 do	 tórax	 é	 realizada	 com	 o	 paciente	 em	 decúbito	
dorsal,	 com	 os	 membros	 torácicos	 tracionados	 cranialmente,	 paralelos	 à	
coluna	 cervical,	 mantendo	 um	 alinhamento	 da	 coluna	 torácica	 no	 exame,	
demonstrando	desde	o	primeiro	até	o	último	par	de	arcos	costais,	incluindo-os	
completamente	lateralmente,	obtendo	uma	imagem	em	inspiração	completa	e	
sem	borramento.
•	 Uma	projeção	dorsoventral	pode	ser	realizada	em	pacientes	com	dificuldade	
respiratória	 grave,	 substituindo	 a	 projeção	 ventrodorsal	 ou	 como	 projeção	
única,	mantendo	o	paciente	em	decúbito	ventral,	com	leve	tração	cranial	dos	
membros	torácicos,	incluindo	a	mesma	área	descrita	na	projeção	ventrodorsal,	
tentando	um	alinhamento	da	coluna	e	uma	imagem	em	inspiração	completa,	
se	for	possível.
•	 Para	 avaliação	 radiográfica	 do	 tórax,	 o	 alinhamento	 da	 coluna	 é	 de	 grande	
importância	para	o	exame,	uma	vez	que	o	posicionamento	ideal	permitirá	uma	
avaliação	adequada	das	estruturas	cardiovasculares,	assim	como	é	fundamental	
a	aquisição	de	imagens	em	inspiração	completa,	fornecendo	uma	imagem	com	
preenchimento	completo	dos	campos	pulmonares	e	fornecendo	um	excelente	
contraste,	 possibilitando	 uma	 avaliação	 de	 qualidade	 das	 estruturas	 da	
cavidade	torácica.
168
•	 Cães	 e	 gatos	 possuem	 anéis	 traqueais	 incompletos,	 o	 que	 promove	 mais	
flexibilidade	da	traqueia,	embora	o	seu	colapso	também	seja	mais	frequente.
•	 Para	realização	do	estudo	radiográfico	do	colapso,	que	é	dinâmico,	projeções	
em	 diferentes	momentos	 respiratórios	 com	 o	mesmo	 posicionamento	 serão	
obtidas,	o	paciente	deverá	ser	posicionado	em	decúbito	lateral	direito,	com	os	
membros	torácicos	tracionados	distalmente,	abrangendo	desde	as	cartilagens	
laríngeas	 até	 a	 carina,	 obtendo	 imagens	 em	 inspiração,	 expiração	 e	 sob	
compressão	externa.
•	 O	 uso	 de	medicações	 anestésicas	 ou	 sedativas	 é	 totalmente	 contraindicado	
em	 estudos	 radiográficos	 do	 tórax,	 uma	 vez	 que	 prejudicam	 a	 amplitude	
respiratória,	 impossibilitando	 projeções	 em	 inspiração	 completa	 e,	 ainda,	
promovendo	estase	sanguínea,	alterando	a	interpretação	das	imagens.
169
1	 Paciente	felina,	fêmea,	12	anos	de	idade,	apresentando	câncer	de	mama,	foi	
encaminhada	ao	setor	de	radiologia	para	exame	radiográfico	do	tórax	em	
busca	de	metástases	pulmonares.	A	respeito	da	anatomia,	da	fisiologia	e	da	
radiografia	do	tórax,	assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 Como	não	é	possível	solicitar	ao	paciente	que	permaneça	com	o	tórax	
repleto	ar,	 em	 inspiração,	não	é	necessário	 se	preocupar	com	a	 fase	
respiratória	em	que	a	imagem	radiográfica	é	obtida.
b)	(			)	 Sempre	devem	ser	realizadas	três	projeções	radiográficas	do	tórax	em	
cães	e	gatos,	independentemente	da	condição	respiratória	do	paciente.
c)	(			)	 Uma	 projeção	 dorsoventral	 pode	 ser	 realizada	 em	 pacientes	 com	
dificuldade	 respiratória,	 uma	 vez	 que	 esse	 posicionamento	 é	 mais	
anatômico	para	o	paciente.	
d)	(			)	 Todo	paciente	com	dificuldade	respiratória	estará	respirando	de	boca	
aberta	e	com	respiração	ruidosa.
e)	(			)	 As	projeções	laterolaterais	do	tórax	devem	ser	realizadas	sempre	com	
o	paciente	em	decúbito	lateral	direito.
2	 Paciente	canino,	macho,	9	anos	de	idade,	apresentando	tosse	seca	intensa,	
foi	encaminhado	ao	setor	de	radiologia	para	exame	radiográfico	do	tórax	
e	da	traqueia.	A	respeito	do	exame	radiográfico	dessas	regiões,	analise	as	
proposições	a	seguir:
I-	 O	 exame	 radiográfico	 do	 tórax	 pode	 ser	 realizado	 com	 três	 projeções,	
ventrodorsal	e	laterolaterais	direita	e	esquerda.
II-	 Para	 avaliação	 adequada	 do	 tórax,	 a	 inspiração	 completa	 deve	 ser	
objetivada	na	aquisição	das	imagens	radiográficas.
III-	 O	 alinhamento	 da	 coluna	 vertebral	 e	 dos	 arcos	 costais	 é	 de	 grande	
importância,	pois	o	posicionamento	adequado	possibilita	a	avaliação	das	
estruturas	cardiovasculares.
IV-	 A	traqueia	será	avaliada	através	do	estudo	com	três	projeções,	abrangendo	
desde	as	cartilagens	laríngeas	até	a	carina.
V-	 No	estudo	da	traqueia,	imagens	em	inspiração,	expiração	e	sob	compressão	
externa	devem	ser	obtidas.Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 Todas	as	proposições	estão	incorretas.
b)	(			)	 As	proposições	I	e	III	estão	corretas
c)	(			)	 Apenas	a	proposição	IV	está	incorreta.
d)	(			)	 Apenas	a	proposição	II	está	incorreta.
e)	(			)	 Todas	as	proposições	estão	corretas.
AUTOATIVIDADE
170
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
3	 A	obtenção	de	imagens	radiográficas	de	qualidade	do	tórax	é	imprescindível	
para	interpretação	e	diagnóstico	corretos	do	paciente.	Para	isso,	devemos	
estar	atentos	à	anatomia	demonstrada	no	exame,	ao	seu	posicionamento	e	
à	exposição	radiográfica	adequada.	A	respeito	do	posicionamento	ideal	das	
imagens	radiográficas	do	tórax,	analise	as	proposições	a	seguir:
I-	 Projeções	 em	 inspiração	 completa	 devem	 ser	 obtidas,	 permitindo	 a	
máxima	presença	de	ar	e	o	melhor	contraste.
II-	 Na	projeção	 laterolateral,	 a	 inspiração	pode	 ser	 avaliada	pela	 distância	
entre	 o	 diafragma	 e	 a	 silhueta	 cardíaca,	 havendo	 sobreposição	 dessas	
estruturas,	o	memento	respiratório	não	está	adequado.
III-	Na	projeção	ventrodorsal,	os	processos	espinhosos	das	vértebras	torácicas	
devem	estar	sobrepostos	aos	corpos	vertebrais;	caso	eles	ultrapassem	esse	
limite,	o	posicionamento	está	inadequado.
IV-	Complementando	 a	 projeção	 em	 inspiração	 completa,	 projeções	 em	
expiração	e	sob	compressão	podem	ser	adquiridas.
V-	 O	 borramento	 dos	 campos	 pulmonares,	 secundário	 ao	 artefato	 de	
movimento,	é	inevitável,	uma	vez	que	não	podemos	solicitar	ao	paciente	
que	inspire	e	mantenha	o	ar	nos	pulmões.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 Todas	as	proposições	estão	incorretas.
b)	(			)	 Apenas	as	proposições	I	e	III	estão	corretas.
c)	(			)	 Apenas	a	proposição	IV	está	correta.
d)	(			)	 As	proposições	IV	e	V	estão	incorretas.
e)	(			)	 Apenas	a	proposição	V	está	incorreta.
171
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Exames	 radiográficos	 do	 abdome	 podem	 ser	 realizados	 para	 avaliação	
das	estruturas	presentes	no	abdome,	ou,	ainda,	para	avaliação	da	integridade	dos	
seus	limites.	Muitas	vezes,	a	avaliação	parcial	do	abdome	também	pode	ser	feita	
nos	casos	de	traumatismos	na	região	do	diafragma	e	da	pelve,	avaliando	a	inte-
gridade	dessas	estruturas	e	também	das	silhuetas	das	vísceras	adjacentes	a	eles.	
Em	 geral,	 o	 estudo	 radiográfico	 do	 abdome	 será	 associado	 a	 exames	
ultrassonográficos	abominais,	de	forma	a	complementarmos	a	análise	da	região.
TÓPICO 3 — 
EXAME RADIOGRÁFICO DO ABDOME
2 ANATOMIA BÁSICA 
Para entender melhor os nomes das projeções e o posicionamento radiográfico 
da parte e do paciente, é possível revisar os planos anatômicos no Tópico 1 da Unidade 1.
DICAS
A	 cavidade	 abdominal	 é	 limitada,	 cranialmente,	 pelo	 diafragma,	
caudalmente	pela	pelve,	dorsalmente	pela	coluna	lombar	e	seus	limites	lateral	e	
ventral	são	formados	pelos	músculos	abdominais.	Em	seu	interior,	encontramos	
uma	 série	 de	 órgãos	 e	 sistemas.	 O	 sistema	 gastrointestinal	 está	 presente	 com	
estômago,	intestino	delgado,	intestino	grosso,	assim	como	fígado,	vesícula	biliar	e	
pâncreas.	O	baço	estará	localizado	na	porção	lateral	esquerda	do	abdome.	Os	dois	
rins,	com	seus	ureteres,	a	bexiga	e	uma	porção	da	uretra	também	estarão	presentes,	
assim	como	a	próstata	do	macho.	Os	testículos	e	o	pênis	estão	localizados	fora	da	
região	abdominal.	Já	na	fêmea,	ovários,	cornos	e	corpo	uterino	até	a	cérvix	e	o	
canal	vaginal	estarão	presentes.	Ainda	temos	importantes	estruturas	vasculares,	
172
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
como	a	veia	porta,	a	aorta	e	cava	abdominais.	Linfonodos	e	glândulas	adrenais	
estão	presentes.	Nem	todas	essas	estruturas	serão	visíveis	radiograficamente	de	
forma	direta,	porém	alterações	na	topografia	delas	podem	ser	visibilizadas	nas	
imagens	(Figura	29).	
FIGURA 29 – ANATOMIA DA CAVIDADE ABDOMINAL
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
3 POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS
O	exame	radiográfico	do	abdome	será	composto	por	duas	ou	três	ima-
gens	radiográficas.	A	projeção	ventrodorsal	sempre	será	realizada	e	associada	à	
projeção	laterolateral	direita,	podendo	ainda	estar	associada	à	projeção	latero-
lateral	esquerda.	
Pacientes	 que	 são	 encaminhados	para	 exame	dessa	 região,	 geralmente,	
apresentam	dor	à	palpação	abdominal,	podendo	apresentar	aumento	de	volume	
na	região	ou	até	estruturas	severamente	distendidas.	Com	isso,	a	manipulação	
será	desconfortável	ao	paciente	e	alguns	cuidados	devem	ser	tomados,	como,	an-
tes	do	início	do	exame,	ao	colocar	o	paciente	sobre	a	mesa,	evitar	colocar	as	mãos	
ou	fazer	pressão	abdominal,	uma	vez	que	essas	atitudes	podem	levar	o	paciente	
a	desferir	mordidas	e,	ainda,	dificultar	a	sua	colaboração	ao	exame	radiográfico.	
	As	principais	 indicações	do	 exame	 radiográfico	do	 abdome	 incluem	a	
avaliação	de	corpos	estranhos,	rupturas,	processos	obstrutivos	gastrointestinais,	
dilatação	gástrica,	diagnóstico	gestacional	ou	contagem	de	fetos	com	mais	de	45	
dias,	 litíases	em	sistema	urinário,	avaliação	dos	 limites	abdominais,	patologias	
que	cursem	com	acúmulo	de	gases	em	grande	quantidade,	além	de	formações	de	
grandes	dimensões	e	traumatismos.	
a
a
e
e
i
i
b
b
f
f
j
j
c
c
g g
k
k
d
dh h
TÓPICO 3 — EXAME RADIOGRÁFICO DO ABDOME
173
3.1 PROJEÇÃO LATEROLATERAL DO ABDOME
Nessa	projeção,	 o	paciente	deverá	 ser	posicionado	 em	decúbito	 lateral.	
A	projeção	 laterolateral	direita	 é	 a	projeção	de	escolha,	podendo	 ser	 acrescida	
a	projeção	 laterolateral	 esquerda	em	casos	de	 suspeita	de	corpos	estranhos	ou	
litíases	ureterais.	
Com	 o	 paciente	 em	 decúbito	 lateral,	 os	membros	 torácicos	 podem	 ser	
mantidos	na	posição	de	conforto	e	os	membros	pélvicos	levemente	tracionados	
caudalmente.	 Não	 devemos	 tracionar	 os	 membros	 pélvicos	 totalmente	 em	
sentido	caudal,	já	que	isso	forma	pregas	de	pele	que	vão	se	sobrepor	ao	abdome	
prejudicando	sua	avaliação	radiográfica.	A	rotação	do	abdome	deve	ser	evitada,	
mantendo	o	alinhamento	do	tórax	e	o	afastamento	dos	membros	pélvicos,	assim	
como	realizado	na	projeção	laterolateral	da	pelve.	
A	 área	 de	 colimação	 deve	 iniciar	 abrangendo	 a	 silhueta	 diafragmática	
cranialmente.	Para	 isso,	podemos	usar	a	 localização	da	silhueta	cardíaca	como	
referência,	usando	o	método	da	flexão	do	cotovelo.	Assim,	a	colimação	cranial	
deve	 iniciar	 caudalmente	 a	 silhueta	 cardíaca,	 abrangendo	 até	 as	 articulações	
coxofemorais	caudalmente,	 incluindo	a	coluna	 lombar	dorsalmente	e	a	parede	
abdominal	ventralmente.	O	raio	central	deve	incidir	no	terço	médio	do	abdome.	
Para	evitar	artefatos	de	movimento	na	imagem	da	região	cranial	do	abdome	pela	
movimentação	 respiratória,	 a	 aquisição	 da	 imagem	 pode	 ser	 feita	 no	 pico	 da	
expiração,	que,	uma	vez	sendo	mais	longo,	facilita	a	exposição	sem	movimentação	
(Figura	30).
A	técnica	a	ser	utilizada	deve	permitir	uma	boa	definição	das	silhuetas	
abdominais,	com	menor	contraste.	
O	 exame	 pode	 ser	 realizado	 com	 contenção	 física	 somente,	 ou,	 ainda,	
com	o	uso	de	medicações	sedativas	ou	anestésicas	sendo,	ambas	as	formas,	sem	
prejuízo	ao	paciente.	Se	a	presença	do	profissional	na	sala	for	necessária,	devemos	
obedecer	aos	princípios	ALARA	e	ao	uso	adequado	dos	EPIs.
FIGURA 30 – POSICIONAMENTO LATEROLATERAL DO ABDOME
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 105)
174
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
Após	 a	 exposição	 do	 paciente	 e	 com	 a	 imagem	 radiográfica	 obtida,	
devemos	analisar	a	sua	qualidade	usando	os	critérios	de	avaliação.	A	anatomia	
demonstrada	 deve	 incluir	 cranialmente	 a	 linha	 diafragmática,	 caudalmente	 a	
pelve	com	a	articulação	coxofemoral,	dorsalmente	a	coluna	lombar	e	ventralmente	
a	 parede	 abdominal.	 O	 posicionamento	 ideal	 deve	 demonstrar	 alinhamento	
vertebral	 com	 sobreposição	 das	 asas	 ilíacas,	 porém	 pequenas	 rotações	 são	
toleráveis.	Uma	 imagem	 com	 boa	 definição	 das	 víscerasabdominais	 deve	 ser	
visibilizada	(Figura	31).
FIGURA 31 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA LATEROLATERAL DO ABDOME
FONTE: Acervo da autora
3.2 PROJEÇÃO VENTRODORSAL DO ABDOME
Nessa	projeção,	o	paciente	deverá	ser	posicionado	em	decúbito	dorsal,	de	
forma	a	se	obter	a	projeção	ortogonal	do	estudo.
Com	o	paciente	em	decúbito	dorsal,	calha	ou	calços	radiotransparentes	
podem	ser	utilizados.	Os	membros	 torácicos	devem	ser	 levemente	 tracionados	
cranialmente,	 podendo-se	 manter	 flexão	 dos	 cotovelos	 e	 ombros	 se	 for	 mais	
confortável	 para	 o	 paciente.	 Os	 membros	 pélvicos	 podem	 ser	 abduzidos	 ou	
tracionados	levemente	em	sentido	caudal.	Não	devemos	tracionar	os	membros	
pélvicos	totalmente	em	sentido	caudal,	já	que	isso	forma	pregas	de	pele	que	vão	
se	sobrepor	ao	abdome,	prejudicando	sua	avaliação	radiográfica.	A	rotação	do	
abdome	deve	ser	evitada,	mantendo	o	alinhamento	do	tórax	e	o	uso	dos	suportes	
radiotransparentes	auxiliam	esse	processo.	
TÓPICO 3 — EXAME RADIOGRÁFICO DO ABDOME
175
A	 área	 de	 colimação	 deve	 iniciar	 abrangendo	 a	 silhueta	 diafragmática	
cranialmente.	 Para	 isso,	 podemos	 usar	 a	 localização	 da	 última	 esternébra	
como	 referência,	 incluindo-a	 na	 área	 de	 exame.	 Caudalmente,	 abrange	 até	 as	
articulações	coxofemorais	ou	o	sacro,	incluindo	a	parede	abdominal	nos	limites	
laterais	direito	e	esquerdo.	O	raio	central	deve	incidir	no	terço	médio	do	abdome.	
Para	evitar	artefatos	de	movimento	na	imagem	da	região	cranial	do	abdome	pela	
movimentação	 respiratória,	 a	 aquisição	 da	 imagem	 pode	 ser	 feita	 no	 pico	 da	
expiração,	que,	uma	vez	sendo	mais	longo,	facilita	a	exposição	sem	movimentação	
(Figura	32).
A	técnica	a	ser	utilizada	deve	permitir	uma	boa	definição	das	silhuetas	
abdominais.	
Assim	 como	 na	 projeção	 laterolateral,	 podemos	 realizar	 a	 projeção	
ventrodorsal	com	contenção	física	somente,	ou,	ainda,	com	o	uso	de	medicações	
sedativas	 ou	 anestésicas	 sendo,	 ambas	 as	 formas,	 sem	 prejuízo	 ao	 paciente.	
Com	a	presença	do	profissional	na	sala,	caso	seja	necessária,	deve	obedecer	aos	
princípios	ALARA	e	ao	uso	adequado	dos	EPIs.
FIGURA 32 – POSICIONAMENTO VENTRODORSAL DO ABDOME
FONTE: Schebitz; Wilkens (2000, p. 106)
Com	a	exposição	realizada	e	a	imagem	radiográfica	obtida,	deve-se	analisar	
a	sua	qualidade,	por	meio	dos	critérios	de	avaliação.	A	anatomia	demonstrada	
deve	 incluir,	 cranialmente,	 a	 linha	 diafragmática,	 caudalmente	 a	 pelve	 com	 a	
articulação	coxofemoral	ou	o	osso	sacro,	e	 lateralmente	as	paredes	abdominais	
direita	 e	 esquerda.	 O	 posicionamento	 ideal	 deve	 demonstrar	 alinhamento	
vertebral	 com	perpendicularidade	dos	processos	espinhosos	da	coluna	 lombar	
e	simetria	dos	arcos	costais	e	das	asas	ilíacas,	embora	pequenas	rotações	sejam	
toleráveis.	Uma	 imagem	 com	 boa	 definição	 das	 vísceras	 abdominais	 deve	 ser	
visibilizada	(Figura	33).
176
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
FIGURA 33 – PROJEÇÃO RADIOGRÁFICA VENTRODORSAL DO ABDOME
FONTE: Acervo da autora
177
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 Os	exames	radiográficos	do	abdome	são	 indicados	para	avaliação	de	corpos	
estranhos,	rupturas,	processos	obstrutivos	gastrointestinais,	dilatação	gástrica,	
diagnóstico	gestacional	ou	contagem	de	fetos	com	mais	de	45	dias,	litíases	em	
sistema	 urinário,	 avaliação	 dos	 limites	 abdominais,	 patologias	 que	 cursem	
com	acúmulo	de	gases	em	grande	quantidade,	além	de	formações	de	grandes	
dimensões	e	traumatismos.
•	 A	projeção	laterolateral	do	abdome	deve	ser	realizada	no	decúbito	lateral	direito	
com	 leve	 tração	 cranial	 dos	membros	 torácicos	 e	 leve	 tração	 dos	membros	
pélvicos,	evitando	rotações	abdominais,	abrangendo	desde	o	diafragma	até	a	
pelve,	incluindo	a	coluna	lombar	e	a	parede	abdominal,	obtendo	uma	imagem	
no	pico	da	expiração	e	com	boa	definição	das	vísceras	abdominais.
•	 Uma	projeção	laterolateral	esquerda	do	abdome	pode	ser	indicada	em	casos	de	
suspeita	de	corpos	estranhos	ou	litíases	ureterais,	mantendo-se	as	orientações	
da	projeção	laterolateral	direita.
•	 A	projeção	ventrodorsal	do	abdome	é	realizada	com	o	paciente	em	decúbito	
dorsal,	com	os	membros	 torácicos	 tracionados	 levemente	em	sentido	cranial	
e	 os	 membros	 pélvicos	 levemente	 tracionados	 caudalmente,	 mantendo	 um	
alinhamento	 da	 coluna	 lombar	 no	 exame,	 bem	 como	 a	 simetria	 dos	 arcos	
costais	e	das	asas	ilíacas	demonstrando	desde	a	linha	diafragmática	até	a	pelve,	
incluindo	a	parede	abdominal	lateralmente	e	obtendo	uma	imagem	com	boa	
visibilização	das	silhuetas	abdominais.
178
1	 Paciente	 canino,	 sem	 raça	 definida,	 4	 anos	 de	 idade,	 foi	 encaminhado	
ao	 setor	 de	 imagem	 para	 realização	 de	 exame	 radiográfico	 do	 abdome,	
apresentando	dor	à	palpação	abdominal.	A	respeito	do	exame	radiográfico	
de	abdome,	assinale	a	alternativa	INCORRETA:	
a)	(			)	 O	exame	radiográfico	deve	ser	realizado	sempre	com	o	paciente	em	
jejum.
b)	(			)	 Uma	projeção	ventrodorsal	deve	ser	realizada.
c)	(			)	 Uma	projeção	laterolateral	direita	deve	ser	realizada.
d)	(			)	 Os	 membros	 pélvicos	 não	 devem	 ser	 tracionados	 totalmente	 em	
sentido	caudal.
e)	(			)	 Uma	projeção	laterolateral	esquerda	pode	ser	realizada	dependendo	
da	suspeita	clínica.
2	 Paciente	canino,	macho,	3	anos	de	idade,	apresentando	suspeita	de	corpo	
estranho	em	estômago,	foi	encaminhado	ao	setor	de	radiologia	para	exame	
radiográfico	do	abdome.	A	respeito	da	anatomia	e	do	exame	radiográfico	
dessa	região,	analise	as	proposições	a	seguir:
I-	 O	exame	radiográfico	do	abdome	pode	ser	realizado	com	três	projeções:	
ventrodorsal	e	laterolaterais	direita	e	esquerda.
II-	 O	exame	deve	abranger	desde	o	diafragma	até	a	região	da	pelve,	incluindo	
a	coluna	lombar	e	as	paredes	abdominais	ventral	e	laterais.
III-	 O	alinhamento	da	coluna	vertebral,	dos	arcos	costais	e	das	asas	ilíacas	é	
objetivado	na	projeção	ventrodorsal.
IV-	 Os	 membros	 pélvicos	 devem	 ser	 tracionados	 levemente	 em	 sentido	
caudal,	 porém,	 se	 tracionados	 em	excesso,	 uma	prega	de	pele	pode	 se	
formar,	atrapalhando	a	avaliação	da	imagem.
V-	 O	plano	anatômico	dorsal	do	abdome	divide-o	em	dorsal	e	ventral,	e	o	
plano	sagital,	em	cranial	e	caudal.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 Todas	as	proposições	estão	incorretas.
b)	(			)	 Todas	as	proposições	estão	corretas.	
c)	(			)	 Apenas	a	proposição	V	está	incorreta.
d)	(			)	 As	proposições	I	e	III	estão	incorretas.
e)	(			)	 Apenas	a	proposição	IV	está	incorreta.
AUTOATIVIDADE
179
3	 Paciente	 felina,	 fêmea,	 castrada,	 7	 anos	 de	 idade,	 com	 suspeita	 de	
litíases	 renais,	 foi	 encaminhada	 ao	 setor	 de	 imagem	 para	 realização	 de	
exame	ultrassonográfico	e	radiográfico	do	abdome.	A	respeito	do	exame	
radiográfico	de	 abdome,	 classifique	V	para	 as	 sentenças	verdadeiras	 e	 F	
para	as	falsas:	
(			)	 Os	felinos	possuem	dois	rins,	dois	ureteres,	uma	bexiga	e	uma	uretra.
(			)	 Projeções	ventrodorsal	e	laterolateral	direita	devem	ser	realizadas.
(			)	 Uma	projeção	adicional	 laterolateral	 esquerda	pode	 ser	 realizada	caso	
haja	suspeita	de	litíase	em	ureteres.
(			)	 A	bexiga	está	localizada	na	porção	caudal	do	abdome,	cranial	à	pelve.
(			)	 O	cuidado	com	a	manipulação	do	paciente	é	muito	importante,	uma	vez	
que	ele	pode	apresentar	dor	abdominal	e,	ao	manipular	essa	região,	ele	
pode	reagir	a	dor	com	mordidas	ou	arranhões.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:	
a)	(			)	 V	–	F	–	F	–	V	–	V.	
b)	(			)	 V	–	V	–	F	–	V	–	V.	
c)	(			)	 V	–	V	–	V	–	V	–	V.	
d)	(			)	 F	–	V	–	F	–	F	–	V.	
e)	(			)	 F	–	V	–	V	–	V	–	F.
180
181
UNIDADE 3
1 INTRODUÇÃO
Os	equinos	são	animais	de	grande	porte,	com	comportamento	cauteloso	e	
curioso.	Seu	sistema	locomotor	é	bem	desenvolvido,	sendo	de	suma	importância	
para	 sua	 locomoção	 e	 sustentação.	Diferentemente	 dos	 humanos	 e	 dos	 cães	 e	
gatos,	o	equino	locomove-se	apoiado	apenas	sobre	a	sua	falange	distal,	porisso	
são	chamados	de	ungulígrados.	Esse	fato	torna	ainda	mais	importante	o	cuidado	
adequado	com	seu	sistema	locomotor.	
Neste	tópico,	abordaremos,	brevemente,	a	anatomia	do	sistema	locomotor	
equino	e	listaremos	as	projeções	radiográficas	a	serem	realizadas.
TÓPICO 4 — 
ANATOMIA E EXAME RADIOGRÁFICO DO 
SISTEMA LOCOMOTOR EQUINO
2 ANATOMIA BÁSICA 
Para entender melhor os nomes das projeções e o posicionamento radiográfico 
da parte e do paciente, é possível revisar os planos anatômicos no Tópico 1 da Unidade 1.
DICAS
A	anatomia	dos	 ossos	 que	 formam	os	membros	 é	 repleta	 de	 acidentes	
anatômicos,	nos	quais	se	localizam	tendões	e	ligamentos.	Por	isso,	é	necessário	
apresentarmos	os	principais	acidentes	de	interesse	para	a	radiologia	veterinária	
equina.
O	membro	torácico	é	unido	ao	tronco	pela	escápula	e	músculos,	sem	formar	
uma	articulação	verdadeira.	A	clavícula	é	totalmente	ausente,	não	passando	de	
uma	interseção	fibrosa	no	músculo	braquiocefálico	(Figura	34).
182
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
FIGURA 34 – MEMBRO TORÁCICO EQUINO
FONTE: König; Liebich (2011, p. 167)
A	escápula	é	um	osso	plano	que	possui	uma	protuberância	em	linha,	a	
espinha	da	escápula,	no	qual	se	inserem	músculos.	A	extremidade	distal	dessa	
espinha	 possui	 duas	 protuberâncias	 evidentes,	 o	 tubérculo	 supraglenoide	 e	 o	
processo	coracoide.	Na	extremidade	distal,	encontra-se	a	cavidade	glenoide,	que	
fará	contato	com	o	úmero	e	o	tubérculo	supraglenoide.	
O	 úmero	 é	 um	 osso	 modelado	 pela	 fixação	 de	 músculos	 e	 tendões,	
gerando	muitas	proeminências	e	sulcos.	Na	extremidade	proximal,	encontramos	
a	cabeça	umeral,	os	tubérculos	maior,	intermediário	e	menor.	Na	diáfise	umeral,	
a	tuberosidade	deltoide	é	bastante	proeminente.	Na	sua	porção	distal,	 temos	a	
presença	do	côndilo,	dos	epicôndilos	umerais	e	a	fossa	do	olécrano.
O	 cotovelo	 ou	 articulação	 umerorradioulnar	 é	 formada	 pelos	 côndilos	
umerais	em	contato	com	a	cabeça	do	rádio	e	a	incisura	troclear	da	ulna.	
O	antebraço	é	formado	pelo	rádio	e	ulna,	sendo	que,	no	equino,	esses	dois	
ossos	são	fundidos.	A	ulna	está	situada	na	caudal,	estendendo-se	até	o	terço	distal	
da	diáfise.	O	rádio	possui,	em	sua	porção	cranial,	a	cabeça,	em	que	se	localiza	a	
TÓPICO 4 — ANATOMIA E EXAME RADIOGRÁFICO DO SISTEMA LOCOMOTOR EQUINO
183
fóvea	articular.	Distalmente,	 a	 tróclea	 fará	 contato	 com	o	 carpo.	A	ulna	 forma	
a	 extremidade	 caudal	do	 cotovelo	 através	do	olecrano,	que,	 em	sua	base,	 está	
localizada	a	incisura	tróclear	que	fará	contato	com	o	úmero.	Na	porção	cranial	
da	incisura,	estará	o	processo	ancôneo	e,	em	seus	lados,	os	processos	coronoides	
medial	e	lateral.	Seu	corpo	será	unido	ao	corpo	do	rádio.
A	 extremidade	 distal	 do	membro	 será	 formada	 por	 carpo,	metacarpos	
e	falanges.	Os	ossos	carpais	estão	divididos	em	duas	fileiras,	proximal	e	distal.	
A	 fileira	 proximal	 articula-se	 com	 o	 rádio	 e	 ulna,	 formando	 a	 articulação	
antebraquiocarpal,	e	a	fileira	distal,	com	os	metacarpos,	formando	a	articulação	
carpometacarpal	(Figura	35).	A	imagem	radiográfica	do	carpo	pode	ser	visualizada	
na	Figura	36.
FIGURA 35 – EXTREMIDADE DISTAL DO MEMBRO TORÁCICO EQUINO
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
a
a
e
e
i
i
b
f
f
j
j
c
c
g
k
k
k
k
k
l
l
m
d
d
h
h
184
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
FIGURA 36 – IMAGEM RADIOGRÁFICA DO CARPO EQUINO
FONTE: König; Liebich (2011, p. 179)
O	metacarpo	equino	é	formado	por	três	ossos,	sendo	que	apenas	o	terceiro	
é	 funcional.	Medial	 e	 lateralmente	 a	 ele,	 localizam-se	 o	 II	 e	 o	 IV	metacarpais,	
sendo	duas	estruturas	ósseas	curtas	que	não	sustentam	peso.	Os	metacarpais	I	e	
V	são	ausentes.	Na	porção	distal	do	III	metacarpal,	localiza-se	a	tróclea,	que	fará	
contato	com	o	dígito.	
Os	ossos	digitais	do	equino	reduzem-se	ao	3º	dedo	somente,	composto	
por	suas	três	falanges,	proximal,	média	e	distal,	e	por	dois	ossos	sesamoides,	os	
proximais	e	o	distal	ou	navicular	(Figura	37).	Externamente	à	falange	distal,	temos	
o	casco.	A	imagem	radiográfica	do	carpo	pode	ser	visualizada	na	Figura	38.
TÓPICO 4 — ANATOMIA E EXAME RADIOGRÁFICO DO SISTEMA LOCOMOTOR EQUINO
185
FIGURA 37 – DÍGITO EQUINO
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
FIGURA 38 – IMAGEM RADIOGRÁFICA DO DÍGITO EQUINO
FONTE: König; Liebich (2011, p. 181)
O	membro	pélvico	é	unido	à	coluna	sacral	pela	pelve,	a	qual	é	formada	
pelos	ossos	 ílio,	 ísquio	 e	púbis.	O	acetábulo	 é	uma	 concavidade	 formada	pela	
união	dos	três	ossos	(Figura	39).	
186
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
FIGURA 39 – MEMBRO PÉLVICO EQUINO
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011, p. 237)
A	articulação	coxofemoral	é	formada	pelo	contato	entre	a	cabeça	femoral	
e	a	concavidade	acetabular.	
O	fêmur	possui,	em	sua	extremidade	proximal,	a	cabeça	 femoral,	 junto	
ao	trocanter	maior,	trocanter	menor	e	terceiro	trocanter.	A	extremidade	femoral	
distal	é	composta	pelos	côndilos	femorais	e,	entre	eles,	a	tróclea	femoral	e	a	fossa	
intercondilar.	Na	tróclea,	haverá	o	contato	entre	o	fêmur	e	a	patela.	
O	 joelho,	 ou	 articulação	 femorotibiopatelar,	 é	 formado	 pelos	 côndilos	
femorais,	patela	situada	na	tróclea	femoral	e	nos	côndilos	tibiais.	Os	ligamentos	
colaterais	 e	 os	 ligamentos	 cruzados,	 entre	 outros,	 auxiliam	na	 estabilidade	 da	
articulação,	que	ainda	possui	um	menisco.
A	perna	é	formada	pela	tíbia	e	pela	fíbula.	A	fíbula	percorre	a	margem	
lateral	da	tíbia	e,	no	equino,	somente	a	sua	parte	proximal	é	isolada.	A	extremidade	
proximal	da	tíbia	é	ampla,	 formando	uma	base	para	o	 joelho,	sendo	composta	
por	dois	côndilos	separados	pela	eminência	intercondilar.	Distalmente,	a	tíbia	é	
formada	pela	cóclea	e,	medialmente,	temos	o	maléolo	medial.	O	maléolo	lateral	é	
formado	pela	fusão	da	tíbia	com	a	fíbula.	Na	cóclea,	temos	o	contato	com	o	tarso,	
por	meio	do	tálus.	
TÓPICO 4 — ANATOMIA E EXAME RADIOGRÁFICO DO SISTEMA LOCOMOTOR EQUINO
187
FIGURA 40 – TARSO EQUINO
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
Os	ossos	tarsais	serão	dispostos	em	três	fileiras	(Figura	40).	A	proximal	
articula-se	com	a	tíbia,	formando	a	articulação	tarsocrural.	Nessa	fileira,	encontram-
se	os	ossos	tálus	e	o	calcâneo.	A	fileira	distal	articula-se	com	os	metatarsos,	pela	
articulação	tarsometatarsal.	A	fileira	média	une-se	com	as	demais	por	meio	de	
uma	série	de	ligamentos,	dando	estabilidade	ao	tarso.	A	imagem	radiográfica	do	
tarso	pode	ser	vista	na	Figura	41.
FIGURA 41 – IMAGEM RADIOGRÁFICA DO TARSO EQUINO
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011, p. 255)
aa
ee
i
i
b
b
f
f
j
j
cc
g
g dd
h
h
188
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
Os	metatarsos	e	o	dígito	do	membro	pélvico	são	muito	semelhantes	aos	
metacarpos	e	ao	dígito	do	membro	torácico.	
3 POSICIONAMENTOS RADIOGRÁFICOS
O	exame	 radiográfico	do	 equino	 será	 realizado	 com	o	paciente	 em	pé,	
acordado	 e,	 muitas	 vezes,	 a	 campo.	 Com	 isso,	 um	 equipamento	 portátil	 de	
radiografia	será	necessário.	
A	observação	do	comportamento	corporal	do	paciente	é	muito	importante	
antes	da	aproximação	para	realização	do	exame.	A	contenção	do	paciente	deverá	
ser	tão	mínima	quanto	possível,	respeitando	a	segurança	de	todos	os	profissionais	
envolvidos.	Pacientes	com	dor	tendem	a	maior	agitação,	porém	uma	aproximação	
calma	e	progressiva	auxilia	na	tolerância	à	manipulação	e	na	realização	do	exame.	
De	acordo	com	a	sua	conformação	corporal	e	sua	musculatura	bem	desenvolvida,	
quanto	mais	proximal	for	a	área	de	estudo,	mais	difícil	será	o	exame.	
A	 avaliação	 radiográfica	 deve	 ser	 feita	 centralizando-se	 o	 ponto	 de	
avaliação	 do	 exame	 radiográfico,	 sempre	 utilizando	 projeções	 ortogonais.	 Em	
alguns	 casos,	 posições	 adicionais	 oblíquas	 podem	 ser	 realizadas	 de	 forma	 a	
complementar	uma	região	avaliada,	levando	em	consideraçãoa	suspeita	clínica.
De	forma	esquemática,	uma	lista	com	algumas	regiões	a	serem	avaliadas	
nos	membros	e	alguns	posicionamentos	radiográficos	para	cada	uma	delas	pode	
ser	vista	no	Quadro	2.
As	principais	indicações	de	exames	radiográficos	dos	membros	torácico	
e	pélvico	incluem	doenças	articulares,	 laminite,	casqueamento	e	traumatismos,	
que	podem	levar	a	fraturas	e	luxações.	
Avaliação radiográfica do ombro Avaliação radiográfica do dígito anterior
Mediolateral Lateromedial
Avaliação radiográfica do cotovelo Dorsopalmar
Mediolateral Oblíqua	proximal-palmarodistal
Craniocaudal Oblíqua	dorsoproximal-palmarodistomedial
Avaliação radiográfica do carpo Oblíqua	palmaroproximal-palmarodistal
Dorsopalmar Avaliação radiográfica da pelve
Lateromedial Oblíqua	ventromedial-dorsolateral
QUADRO 2 – REGIÕES AVALIADAS NOS MEMBROS E SEUS POSICIONAMENTOS 
RADIOGRÁFICOS
TÓPICO 4 — ANATOMIA E EXAME RADIOGRÁFICO DO SISTEMA LOCOMOTOR EQUINO
189
FONTE: A autora
Lateral	com	flexão Avaliação radiográfica do joelho
Oblíqua	dorsolateral-palmaromedial Lateromedial
Oblíqua	dorsomedial-palmarolateral Caudocranial
Avaliação radiográfica da fileira proximal 
do carpo Oblíqua	caudolateral-craniomedial
Oblíqua	dorsoproximal-dorsodistal	 Avaliação radiográfica do tarso
Avalição radiográfica da fileira distal do 
carpo Dorsoplantar
Oblíqua	dorsoproximal-dorsodistal	 Lateromedial
Avaliação radiográfica da articulação 
metacarpofalangiana Oblíqua	dorsolateral-plantaromedial
Lateromedial Oblíqua	dorsomedial-plantarolateral
Lateromedial	 sem	 apoio	 do	 membro	
contralateral 
Lateromedial	flexionada 
Oblíqua	dorsoproximal-palmarodistal 
Oblíqua	dorsolateral-palmaromedial 
Conhecer os pacientes é de grande importância para alcançarmos a qualidade 
dos exames, preservando a segurança e o bem-estar do paciente e dos profissionais 
envolvidos. Para conhecermos um pouco mais sobre os pacientes equinos, leia o texto 
apresentado na leitura complementar, que relata o comportamento e como realizar o 
manejo dessa espécie.
DICAS
190
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
LEITURA COMPLEMENTAR
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE MANEJO EM EQUIDEOCULTURA
Brasil
Ministério	da	Agricultura,	Pecuária	e	Abastecimento
COMPORTAMENTO	NATURAL	DOS	CAVALOS	
Antes	de	qualquer	análise	sobre	bem-estar,	um	estudo	dos	comportamentos	
normais	 de	 uma	 espécie	 é	 essencial	 para	 a	 identificação	 de	 qualquer	 tipo	 de	
problema.	As	 características	 físicas	 e	 os	 comportamentos	 naturais	 dos	 cavalos	
devem	servir	de	base	para	as	escolhas	com	relação	às	 instalações	e	práticas	de	
manejo	a	serem	desenvolvidas.	
Nos	 primórdios,	 o	 homem	 apenas	 caçava	 o	 cavalo	 com	 intuito	 de	
consumir	sua	carne.	Porém,	mesmo	antes	da	sua	domesticação,	que	ocorreu	há	
cerca	de	seis	mil	anos,	a	aparência	do	cavalo	é	a	mesma	(ENDENBURG,	1999;	
CASEY,	 2002;	 LAROUSSE,	 2006;	 GOODWIN;	 2007,	 CINTRA,	 2010).	 Por	 isso,	
entende-se	que	suas	necessidades	físicas	e	mentais	também	não	mudaram	desde	
então	 (CASEY,	 2002;	 GOODWIN,	 1999).	 O	 cavalo	 é	 por	 natureza	 uma	 presa.	
Para	sobreviver,	seu	ancestral	sofreu	alterações	adaptativas,	principalmente	dos	
sistemas	musculoesquelético	e	digestório,	potencializando	em	seus	descendentes	
a	capacidade	de	fuga	de	predadores.	Houve	um	aumento	gradativo	no	tamanho	
corporal	 e	 redução	 do	 número	 de	 dedos,	 além	 de	 alterações	 nos	 dentes,	 que	
possibilitou	o	consumo	de	 forragem.	O	sistema	musculoesquelético	ficou	mais	
eficiente	 para	 permitir	 a	 fuga	 em	 grande	 velocidade,	 e	 esta	 capacidade	 foi	
complementada	com	um	sistema	digestório	composto	por	um	estômago	pequeno,	
que	comporta	pouca	quantidade	de	alimento	e	permite	ao	cavalo	realizar	fugas	
imediatas	(GOODWIN,	2007).	Esse	pequeno	estômago	obrigou-o	a	ingerir	pouca	
quantidade	de	alimento	várias	vezes	ao	dia.
A	 sobrevivência	dos	 ancestrais	do	 cavalo	 também	 foi	 influenciada	pela	
convivência	 em	 grupo	 (GOODWIN,	 2007).	Animais	 em	 grupo	 obtinham	mais	
sucesso	do	que	animais	isolados.	Isso	porque	havia	um	número	maior	de	animais	
atentos	à	presença	de	predadores	(GOODWIN,	1999).	Certa	rotatividade	de	funções	
dentro	do	grupo	permitia	que	alguns	cavalos	pudessem	descansar	e	se	alimentar	
enquanto	outros	se	mantinham	alertas.	Esse	grupo	migrava	constantemente	em	
busca	de	um	local	seguro	e	com	disponibilidade	de	alimento.	Em	vida	livre,	o	
cavalo	 prioriza	 a	 segurança,	 seguida	 por	 conforto	 e	 interações	 sociais	 com	 os	
demais	membros	 do	 grupo	 e,	 por	 fim,	 a	 alimentação,	 que	 é	 vista	 como	 uma	
consequência	de	um	local	seguro,	onde	o	grupo	optou	por	permanecer.	Em	um	
primeiro	momento,	isso	pode	parecer	estranho,	mas	fica	evidente	se	pensarmos	
que	 o	 cavalo	 só	 poderá	 se	 alimentar	 se	 permanecer	 vivo,	 ou	 seja,	 se	 estiver	
TÓPICO 4 — ANATOMIA E EXAME RADIOGRÁFICO DO SISTEMA LOCOMOTOR EQUINO
191
seguro	 de	 predadores	 (BIRD,	 2004;	 CINTRA,	 2010).	 Naturalmente,	 os	 cavalos	
fazem	parte	 de	 um	grupo.	 Em	 sua	 evolução,	 a	 comunicação	 foi	 desenvolvida	
para	 expressão	do	 indivíduo	que	precisa	de	outros	 integrantes	do	grupo	para	
viver	bem	e	sobreviver	aos	desafios	do	ambiente.	Os	cavalos	se	comunicam	muito	
bem	por	meio	da	linguagem	corporal,	e	assim,	também	recebem	as	informações	
de	outros	 indivíduos	da	 sua	 convivência	 (como	predadores	 e	 seres	humanos).	
Cavalos	mostram-se	grandes,	ativos	e	alertas,	por	meio	de	uma	postura	avançada,	
pescoço	e	cabeça	erguidos,	movimentos	das	orelhas	e	dos	lábios	como	forma	de	
reação	a	diferentes	estímulos	do	ambiente.
Cavalos	 são	 curiosos	 ao	mesmo	 tempo	 em	 que	 são	 cautelosos	 e	 estão	
prontos	para	o	galope	em	situações	de	perigo.	Se	precisarem,	enfrentam	o	perigo	
avançando	com	o	pescoço	e	a	cabeça	em	direção	ao	alvo,	 com	as	orelhas	para	
trás	 e	os	dentes	 a	mostra.	Podem	empinar	ou	virar-se	para	 escoicear	 e	 afastar	
o	perigo.	Ao	contrário,	cavalos	debilitados	ou	deprimidos	mostram-se	acuados,	
com	o	pescoço	e	a	cabeça	baixos,	orelhas	e	lábios	caídos.	Interagem	pouco	com	o	
ambiente.	Porém,	como	sinal	de	desequilíbrio,	podem	reagir	exageradamente	a	
pequenos	e	inofensivos	estímulos.	Cavalos	estressados	ou	deprimidos	aumentam	
os	riscos	de	acidentes	entre	cavalos	e	humanos.	O	estado	emocional	dos	cavalos	
pode	 ser	 interpretado	por	meio	das	 suas	 expressões	 corporais	 e	 faciais.	 Tanto	
sentimentos	positivos	 como	negativos	podem	ser	 evidenciados	pela	 expressão	
corporal	e	facial	dos	cavalos,	e,	dessa	forma,	os	cavalos	se	expressam	para	outros	
indivíduos	presentes	no	seu	ambiente.
MANEJO	
O	cavalo	gosta	de	seguir	uma	rotina	diária,	sem	surpresas	com	situações	
novas	 e	 repentinas.	 Todos	 os	 animais	 devem	 ser	 supervisionados	 pelo	menos	
uma	 vez	 ao	 dia,	 embora	 seja	 recomendado	 que	 os	 animais	 confinados	 sejam	
supervisionados	 pelo	menos	 duas	 vezes	 ao	 dia.	A	 alimentação,	 o	manuseio	 e	
trabalho	devem	ser	realizados	seguindo	seus	horários	programados	e	alterações	
devem	 influenciar	 o	 mínimo	 possível	 as	 demais	 atividades	 (BIRD,	 2004).	
Mudanças	 na	 dieta	 devem	 ser	 planejadas	 e	 feitas	 de	 forma	 gradual	 para	 não	
provocar	 problemas	 gastrointestinais,	 como	 cólicas	 e	 diarreias	 nos	 cavalos.	
Por	mais	esse	motivo,	devemos	manter	constante	o	grupo	de	 indivíduos	e	seu	
ambiente	(LAROUSSE,	2006).	
O	cavalo,	por	ser	uma	espécie	predada	por	outras,	sente	medo	quando	
está	exposto	a	predadores	em	potencial	(GRANDIN;	JOHNSON,	2010).	Huma-
nos	e	cães	estranhos	podem	ser	considerados	predadores	pelos	cavalos.	Animais	
que	são	manejados	diariamente	por	um	tratador	habituam-se	à	presença	de	pes-
soas.	Entretanto,	em	grandes	propriedades,	há	menos	oportunidades	de	contato	
entre	o	 tratador	e	os	animais	devido	à	automatização	dos	sistemas	de	manejo.	
Contudo,	alguns	procedimentos	exigem	a	mão	de	obra	humana,	como	a	captura	
e	contenção	dos	animais	para	vacinação,	cuidados	com	os	cascos,	administração	
de	medicamentos	e	transporte.Esses	manejos	geralmente	são	considerados	aver-
sivos	pelos	cavalos,	resultando	em	uma	possível	associação	negativa	ao	contato	
192
UNIDADE 3 — EXAMES RADIOGRÁFICOS DE CÃES E GATOS E DO SISTEMA LOCOMOTOR DE EQUINOS
com	o	ser	humano,	já	que	as	interações	positivas,	oriundas	do	manejo	diário,	são	
cada	vez	mais	raras	(RUSHEN;	TAYLOR;	PASSILLÉ,	1999).	Situações	ruins	du-
radouras	e	frequentes	são	piores	para	o	grau	de	bem-estar	do	cavalo.	Algumas	
situações	são	previstas	na	vida	de	um	cavalo	mantido	pelo	ser	humano,	como	o	
confinamento,	o	desmame,	a	doma,	a	castração;	porém,	as	boas	práticas	minimi-
zam	seus	efeitos	negativos	para	o	cavalo	e	suas	consequências	na	rotina	diária.	
Em	casos	de	contenção	prolongada,	algumas	técnicas	(cachimbo	ou	pito,	
torção	da	orelha	e	da	pele	da	palheta)	são	extremamente	dolorosas	e	diminuem	
o	bem-estar	dos	cavalos.	Essas	técnicas,	sempre	que	possível,	devem	ser	evita-
das	para	serem	substituídas	por	sedativos	 indicados	por	médicos	veterinários	
ou	treinamentos	de	condicionamento	operante.	Nunca	se	deve	usar	instrumen-
tos	ou	equipamentos	que	possam	causar	feridas,	traumas,	escoriações	ou	dores	
musculares	nos	cavalos.	Métodos	de	treinamento	devem	ser	baseados	na	recom-
pensa	aos	comportamentos	adequados,	evitando	métodos	punitivos,	baseados	
no	medo	ou	na	dor.	É	importante	que	um	cavalo	utilizado	para	sela	seja	habitu-
ado	a	diferentes	estímulos,	para	evitar	que	se	assuste	e	cause	acidentes	a	quem	o	
monta.	O	uso	do	reforço	positivo	pode	levar	ao	condicionamento	na	realização	
de	tarefas	com	a	máxima	colaboração	do	cavalo.	Esse	tipo	de	condicionamento	já	
é	bastante	utilizado	e	aprovado	em	recintos	de	animais	selvagens,	para	exames	
clínicos	e	coleta	de	materiais	biológicos,	como	o	sangue.	Nos	tratamentos	veteri-
nários,	em	casos	de	procedimentos	que	sabidamente	causam	dor,	deve-se	reali-
zar	a	sedação	enquanto	o	cavalo	ainda	estiver	calmo,	para	que	não	haja	traumas	
e	rejeições	a	futuros	procedimentos	semelhantes.	
É	importante	observar	os	sinais	comportamentais	do	cavalo	ao	submetê-
lo	a	um	novo	procedimento,	comportamentos	que	nos	indiquem	como	o	cavalo	
se	sente.	Atenção	aos	sinais	de	medo,	como:	o	balançar	da	cola	(cauda),	que	se	
torna	mais	intenso	quando	o	medo	aumenta,	cabeça	levantada	para	observação	
do	que	lhe	causa	medo,	suor	sem	realização	de	exercícios	físicos,	tremor	da	pele	
e	olhos	muito	 abertos,	 expondo	a	 terceira	pálpebra	 (pálpebra	branca	do	 canto	
dos	 olhos)	 (GRANDIN;	 JOHNSON,	 2010).	 Cavalos	 com	 medo	 apresentam	
recuo,	balançar	vigoroso	da	cola	(cauda),	olhos	arregalados,	respiração	ofegante,	
narinas	dilatadas.	Cavalos	agressivos	reagem	com	coices,	manotadas,	cabeçadas,	
mordidas,	murchando	as	orelhas	para	trás.
FONTE: BRASIL. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Manual de boas práticas de 
manejo em equideocultura. Brasília: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; 2017. 
Disponível em: https://bit.ly/3fu2wfV. Acesso em: 3 maio 2021.
193
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu que:
•	 O	 equino	 apoia-se	 sobre	 sua	 falange	 distal	 apenas,	 sendo	 chamado	 de	
ungulídrado.
•	 O	membro	torácico	é	unido	ao	tronco	por	musculatura	aderida	à	escápula,	não	
possuindo	clavícula	nem	estrutura	óssea	vestigial	dela.
•	 O	 ombro	 é	 formado	 pela	 união	 entre	 a	 escápula	 e	 o	 úmero	 pela	 cavidade	
glenoide	da	escápula	e	da	cabeça	umeral.
•	 O	cotovelo	é	formado	pelo	contato	entre	os	côndilos	umerais,	a	cabeça	do	rádio	
e	incisura	da	ulna,	sendo	que,	no	equino,	a	ulna	e	o	rádio	são	fundidos.
•	 A	extremidade	distal	do	membro	é	formada	por	carpo,	metacarpos	e	falanges.
•	 O	carpo	possuiu	duas	fileiras,	responsáveis	pela	sua	articulação,	proximalmente,	
com	o	rádio	e,	distalmente,	com	os	metacarpos.
•	 Apenas	 o	 III	 metacarpo	 é	 bem	 desenvolvido	 e	 suporta	 todo	 o	 peso,	 os	
metacarpos	II	e	IV	são	bem	menores	e	não	auxiliam	na	sustentação.
•	 As	três	falanges	do	III	dígito	formam	a	extremidade	distal	do	membro,	somadas	
a	dois	sesamoides	proximais	junto	à	falange	proximal	e	a	um	sesamoide	distal	
entre	a	falange	média	e	distal.
•	 A	falange	distal	é	revestida	pelo	casco.
•	 O	membro	pélvico	é	unido	a	coluna	pela	pelve,	que	é	formada	pela	fusão	
dos	ossos	ílio,	ísquio	e	púbis,	sendo	que	a	união	desses	ossos	também	forma	
o	acetábulo.
•	 O	 fêmur	 une-se	 ao	 acetábulo	 pela	 sua	 cabeça,	 formando	 a	 articulação	
coxofemoral	ou	quadril.
•	 O	joelho	é	formado	por	côndilos	femorais,	patela	e	côndilos	femorais.
•	 A	tíbia	e	fíbula	unem-se	em	suas	extremidades	distais,	através	da	cóclea	com	
o	tarso.
194
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AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
CHAMADA
•	 O	 tarso	 possui	 três	 fileiras	 de	 ossos,	 sendo	 que	 a	 fileira	 distal	 se	 une	 aos	
metatarsos.
•	 Os	metatarsos	e	falanges	do	membro	pélvico	são	muito	similares	com	os	do	
membro	torácico.
•	 A	 aproximação	 do	 equino	 para	 realização	 do	 exame	 radiográfico	 deve	 ser	
calma	e	progressiva,	exigindo	o	mínimo	de	contenção	possível	para	realização	
do	exame.
•	 Muitas	projeções	podem	ser	realizadas	das	estruturas	ósseas	e	articulares	do	
sistema	locomotor	equino.
195
1	 Para	realização	dos	exames	radiográficos	nos	equinos,	deve-se	realizar	uma	
aproximação	cautelosa	do	paciente,	estando	atento	ao	seu	comportamento	
durante	 a	 abordagem,	 a	 fim	 de	 permitir	 a	 realização	 do	 exame	 com	
segurança	e	qualidade,	uma	vez	que	a	radiografia	é	parte	importante	para	a	
avaliação	dos	membros	nessa	espécie.	A	respeito	dos	exames	radiográficos	
dos	equinos,	assinale	a	alternativa	INCORRETA:
a)	(			)	 Projeções	ortogonais	das	regiões	avaliadas	podem	ser	realizadas.
b)	(			)	 Uma	das	indicações	do	exame	é	a	laminite.	
c)	(			)	 O	exame	radiográfico	deve	ser	 feito	com	o	paciente	sedado	sempre,	
sendo	 a	 única	 forma	 de	 garantir	 a	 segurança	 do	 paciente	 e	 dos	
profissionais.
d)	(			)	 Projeções	oblíquas	podem	ser	realizadas	pra	avaliações	adicionais.	
2	 Paciente	 equino,	 8	 anos,	 macho,	 não	 castrado,	 foi	 avaliado	 e	 a	 suspeita	
clínica	de	fratura	na	região	distal	do	membro	pélvico	foi	 levantada.	Para	
melhor	 avaliação,	 um	 exame	 radiográfico	 foi	 solicitado.	 A	 respeito	 dos	
exames	radiográficos	em	equinos,	analise	as	proposições	a	seguir:
I-	 O	 mínimo	 de	 contenção	 possível	 deve	 ser	 objetivado,	 preservando	 a	
segurança	do	paciente	e	de	todos	os	profissionais	envolvidos.
II-	 A	 observação	do	 comportamento	do	paciente	 antes	de	 iniciar	 o	 exame	
auxilia	nas	decisões	sobre	como	abordar	o	equino.
III-	Os	ossos	do	tarso	são	dispostos	em	três	fileiras.
IV-	O	equino	apoia-se	sobre	a	falange	distal,	sendo	esta	revestida	pelo	casco.
V-	 O	 III	metatarso	 é	mais	 desenvolvido,	 sendo	 os	 II	 e	 IV	metatarsos	 com	
tamanho	reduzido	e	não	auxiliando	na	sustentação	do	peso.
Assinale	a	alternativa	CORRETA:
a)	(			)	 As	proposições	I,	II	e	III	estão	corretas.	
b)	(			)	 Somente	a	proposição	II	está	incorreta.
c)	(			)	 As	proposições	III	e	V	estão	incorretas.
d)	(			)	 Todas	as	proposições	estão	corretas.	
e)	(			)	 Somente	a	proposição	I	está	correta.
3	 Paciente	equino,	fêmea,	2	anos	de	idade,	utilizada	para	trabalho	por	forças	
de	segurança,	apresentando	claudicação	do	membro	torácico,	foi	examinada	
e	solicitou-se	exame	radiográfico	da	porção	distal	do	membro.	A	projeção	
lateromedial	é	apresentada	na	figura	a	seguir:
AUTOATIVIDADE
196
Com	base	 nas	 estruturas	 ósseas	 apresentadas	 na	 imagem,	 associe	 os	 itens,	
utilizando	o	código	a	seguir:
(			)	 Sesamoide	distal	ou	navicular.
(			)	 Falange	proximal.
(			)	 III	metacarpal.
(			)	 Falange	distal.
(			)	 Sesamoides	proximais.
(			)	 Falange	média.
Assinale	a	alternativa	que	apresenta	a	sequência	CORRETA:	
a)	(			)	 I	–	II	–	III	–	IV	–	V	–	VI.
b)	(			)	 V	–	III	–	I	–	VI	–	II	–	IV.	
c)	(			)	 II	–	III	–	I	–	VI	–	V	–	IV.
d)	(			)	 V	–	I	–	III	–	VI	–	II	–	IV.
e)	()	 V	–	IV	–	I	–	III	–	II	–	IV.
FONTE: Adaptada de König; Liebich (2011)
197
REFERÊNCIAS
BRASIL.	Ministério	da	Agricultura	Pecuária	e	Abastecimento.	Manual de boas 
práticas de manejo em equideocultura.	 Brasília:	 Ministério	 da	 Agricultura	
Pecuária	 e	Abastecimento;	 2017.	 Disponível	 em:	 https://bit.ly/3fu2wfV.	Acesso	
em:	3	maio	2021.
KÖNIG,	H.	E.;	LIEBICH,	H.	G.	Anatomia dos animais domésticos.	4.	ed.	Porto	
Alegre:	Artmed;	2011.
SCHEBITZ,	H.;	WILKENS,	H.	Atlas de Anatomia radiográficas do cão e do gato.	
5.	ed.	São	Paulo:	Manole;	2000.	244p.
THRALL,	D.	 E.	Diagnóstico de Radiologia Veterinária.	 6.	 ed.	Rio	de	 Janeiro:	
Elsevier;	2014.

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