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Internet como resistência à imposição de padrões de beleza

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DO USO DA INTERNET COMO FORMA DE RESISTÊNCIA ÀS IMAGENS 
FEMININAS IMPOSTAS PELA MÍDIA TRADICIONAL 
Cynthia Semíramis Machado Vianna1 
Resumo 
Os meios de comunicação de massa, ao imporem um padrão de beleza 
feminina irreal, geram frustrações, violam direitos humanos e patrocinam a 
violência psicológica. A Internet, como é mídia ainda recente, segue esse 
valores, que compõem praticamente toda a totalidade de sites com temática 
feminina. No entanto, também se encontram na Internet outras formas de 
relacionamento com a beleza. Uma delas são os sites de meninas anoréxicas, 
interessadas em trocar informações para emagrecer exageradamente. Outra 
forma são sites que criticam o modelo atual de beleza, focados em relatos 
pessoais ou na crítica da publicidade. Ambas as formas mostram que a Internet 
também pode ser usada como meio de resistência a um padrão irreal de 
beleza. A possibilidade de qualquer pessoa fazer um site, e de interagir com 
pessoas com opiniões semelhantes, facilita a criação de espaços que 
incentivem a diversidade estética, divulguem outros padrões, diminuam a 
expectativa pelo corpo perfeito e mudem a opinião de outras pessoas que, de 
outra forma, não questionariam o modelo atual. Desta forma, o uso da Internet 
deve ser incentivado não apenas como uma extensão da mídia tradicional, mas 
como um meio de resistir e alterar os padrões de beleza impostos por ela. 
Palavras-chave: Imagem feminina. Mídia. Internet. Resistência. Padrão de 
beleza. Direitos humanos. Violência psicológica. Gênero. Feminismo. 
Abstract 
The mass media imposes a irreal female beauty standard, producing frustration, 
disrespecting human rights and supporting physicological violence. Internet is a 
recent media and still sustain these values, which are displayed in a majority of 
female websites. However, on Internet exists other ways of beauty 
relationships. Sites of anorexics girls interested in swap's information for a 
exaggerated slim are one of this ways. Other one are sites which criticize the 
current beauty standards, displaying testimonies or criticizing advertisings. Both 
demonstrates Internet can be a way of resistance against a irreal beauty 
standard because its makes possible to any person creates a website and 
meeting people with similar interests, makes easy the creation of virtual spacres 
which estimulates the aesthetics diversity, spreads others female images, 
1
 Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. 
Editora do site http://cynthasemiramis.org. Endereço eletrônico: 
cynthia@cynthiasemiramis.org 
DO USO DA INTERNET COMO FORMA DE RESISTÊNCIA 2 
ÀS IMAGENS FEMININAS IMPOSTAS PELA MÍDIA TRADICIONAL 
Artigo apresentado no I Simpósio Brasileiro Gênero e Mídia – GT: Internet 
reduces the expectation for a perfect body. And, most important, changes the 
people's opinion who, in another situation, do not would argue the current 
standards. Thus, Internet's uses should be incentived, not only a extension of 
mass media, but as a way to resistance and to modify the beauty standards 
imposes by the media. 
Keywords: Female body. Mass media. Internet. Human rights. Resistance. 
Physicological violence. Gender. Feminism. 
Considerações iniciais 
A imagem do ser humano, no século vinte, foi transformada através dos 
meios de comunicação de massa. A mídia divulgou e impôs um padrão de 
imagem que, longe de refletir a diversidade cultural, transformou alguns corpos 
em modelos estéticos a serem seguidos, mesmo que esses modelos violem as 
noções científicas do que deveria ser um corpo saudável e não correspondam 
à aparência da maioria da mulheres do mundo. 
Esse estereótipo, como afirmou a psicanalista Silvia Alexim Nunes 
(2003, p.6), induz as mulheres a se considerarem esteticamente inadequadas, 
já que ressalta valores masculinos e desvaloriza características tipicamente 
femininas. Com efeito, o corpo vendido pela mídia como o ideal é a negação do 
corpo feminino: músculos delineados, barriga extremamente plana, baixo 
percentual de gordura e ausência de celulite ou estrias. 
Paralelamente, há ainda a imposição de outros valores, como a 
obsessão pela juventude, e a europeização dos traços físicos. Poucas são as 
mulheres mostradas na mídia que têm uma aparência que reflete a 
miscigenação brasileira e a diversidade regional, ou que mostrem as rugas, 
quilos e cicatrizes ganhos no passar dos anos. 
A disseminação da Internet, nos últimos anos, tem mostrado que a 
transposição da imagem feminina para o novo meio de comunicação é 
exatamente igual ao meio tradicional. Revistas e publicidade online reproduzem 
os mesmos corpos magros, europeizados e jovens, seja em anúncios, seja em 
matérias que insistem na mudança do corpo feminino, a ser feita com dietas, 
cirurgia plástica ou maquiagem. 
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ÀS IMAGENS FEMININAS IMPOSTAS PELA MÍDIA TRADICIONAL 
Artigo apresentado no I Simpósio Brasileiro Gênero e Mídia – GT: Internet 
Essa conduta midiática deve ser combatida, pois reforça o papel da 
mulher como “embelezadora de ambientes”, menosprezando suas habilidades 
intelectuais e estimulando um quadro de violência psicológica ao insinuar que 
devem alterar seus corpos para terem realização pessoal. Ignorar essa postura 
da mídia é ser conivente com uma forma de discriminação da mulher ancorada 
em preconceitos estéticos, violando os conceitos mais básicos de direitos 
humanos. 
No entanto, a resistência a esses modelos ainda é incipiente, e 
basicamente realizada por grupos de ajuda focados no reforço da auto-estima 
feminina, entremeada com reclamações esparsas em seções de cartas de 
revistas femininas. Vez por outra, são publicadas reportagens fazendo críticas 
a dietas milagrosas, insatisfação estética ou o aumento de doenças 
relacionadas à magreza excessiva. Mas mesmo essas críticas não são 
profundas, pois podem afastar as empresas que anunciam em espaços 
femininos (em sua maioria, voltadas para o embelezamento feminino como 
forma de realização social) e trazer prejuízo financeiro para as publicações. 
Portanto, urge alterar esse padrão, utilizando os recursos trazidos pela 
Internet para estimular a conscientização feminina a respeito do uso de seus 
corpos, e permitir que as próprias mulheres ajam para questionar os 
estereótipos femininos, especialmente os ligados ao corpo ideal. 
Particularidades da Internet 
A Internet se diferencia dos demais meios de comunicação por ser uma 
rede que democratiza a comunicação e permite a convivência e troca de 
experiências, diluindo fronteiras de raça, classe e escolaridade. Qualquer 
pessoa com pouco tempo de acesso à Internet aprende que pode opinar em 
sites alheios, criar páginas, trocar informações e se comunicar com qualquer 
pessoa sem ser cerceada por uma estrutura rígida e hierarquizada. 
Na mídia tradicional é necessário que uma revista, por exemplo, separe 
um espaço para comentários, e decida quais cartas podem ser publicadas. 
Essa limitação não existe na Internet. Nela, a possibilidade de se expressar 
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Artigo apresentado no I Simpósio Brasileiro Gênero e Mídia – GT: Internet 
abrange desde a criação de um espaço pessoal para a divulgação das próprias 
idéias, passando por listas de discussão por email, até a participação em obras 
coletivas. 
Os grupos de discussão por email são, com certeza, o meio mais comum 
de abordar questões de interesse de todos os participantes, devido à 
simplicidade da comunicação, que só precisa da troca de mensagens por 
correio eletrônico. 
Para as obras coletivas, é possível usar o wiki, um software que “permite 
a edição coletiva dos documentos usando um singelo sistema e sem que o 
conteúdo tenha que ser revisado antes da sua publicação” (Wikipedia, 2005). 
Dessa forma, podem ser criados grandes sites e enciclopédias colaborativas, 
nos quais cada pessoa é, ao mesmo tempo, escritora, revisorae editora do 
conteúdo publicado. 
Porém, o grande destaque que deve ser dado à Internet está nos sites e 
blogs. Originalmente, os sites, tanto pessoais quanto institucionais, eram 
restritos a pessoas com conhecimentos técnicos específicos para criar páginas 
web. Sua estrutura era estática, com poucas atualizações, devido às 
dificuldades para gerar uma nova página. O máximo de interação que havia 
nesses sites se resumia a um endereço de email para contato. 
O passar do tempo facilitou a criação de sites e possibilitou o surgimento 
de sistemas de publicação de páginas web nos quais a pessoa não precisa ter 
conhecimento técnico para criá-las. A separação entre o conteúdo e a técnica 
de publicação é um dos aspectos responsáveis pela popularização dos 
chamados weblogs, ou blogs, que são nada menos que os sites gerados por 
sistemas de publicação. 
Os blogs permitem que pessoas sem conhecimentos técnicos possam 
ter um espaço no qual divulguem suas opinões, por vezes atraindo centenas ou 
milhares de leitores fixos. Porém, seu diferencial é a possibilidade de o visitante 
do blog inserir comentários na própria página e interagir, praticamente em 
tempo real, não só com o criador do blog, mas com os outros visitantes. 
Desta forma, de sites estáticos, passou-se a sites dinâmicos, com 
facilidade de publicação e interação. A existência de serviços gratuitos de 
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Artigo apresentado no I Simpósio Brasileiro Gênero e Mídia – GT: Internet 
criação e hospedagem de blogs e sites incentivou um incremento no número 
de pessoas interessadas em expor suas opiniões e divulgá-las, reunindo 
grupos com interesses semelhantes e que podem discuti-los com profundidade, 
aumentando uma rede de relacionamentos e tomando contato com outras 
pessoas que, em situação diversa, jamais conheceriam. 
Assim, a Internet se mostra como um grane espaço de comunicação de 
pessoas com os mesmos interesses, podendo gerar discussões inovadoras e 
focos de resistência aos discursos oficiais. 
Possibilidades de resistência na Internet 
Compreendidas as questões técnicas, ficam nítidas as possibilidades de 
criação e divulgação de conteúdo na Internet, transformando em discussões 
comuns várias questões que não costumam ser discutidas na mídia tradicional. 
Wikis, blogs e sites que tratam de temas polêmicos são comuns na 
Internet. Abrangem todo o espectro político, alimentam discussões sobre 
política de direitos autorais, liberdades civis, sexualidade, direitos humanos, 
táticas de guerrilha, dúvidas filosóficas, novas políticas de software, partidos 
políticos. 
A estética feminina também pode fazer, e faz parte, desse conteúdo 
polêmico. Alguns sites e blogs já estão utilizando as ferramentas disponíveis na 
Internet para criar conteúdo questionando o padrão de beleza feminino atual. 
Dos sites, é interessante destacar três deles2. “About face” é focado no 
uso que a publicidade e os editoriais de moda fazem do corpo feminino, 
denunciando o incentivo ao tabagismo e a excessiva valorização dos corpos 
magros e do consumo de bens de luxo. “Adiós Barbie” é um site com críticas 
ao padrão de beleza atual, e tem como atrativo o jogo “Feed the model”, que 
incentiva a alimentação de moças que andam em uma passarela, denunciando 
o quadro de desnutrição de boa parte das modelos atuais. “Beleza pura” é 
uma divisão do site “Viva favela”, e reproduz a temática da mídia tracidional, 
mas voltada para as mulheres que vivem em comunidades de baixa renda, em 
2
 Para maiores informações, ver:http://www.about-face.org/, http://www.adiosbarbie.com/ , 
http://belezapura.org.br e http://www.campanhapelarealbeleza.com.br. 
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favelas e na periferia. “Campanha pela Real Beleza”, patrocinado pela empresa 
Unilever, exibe uma pesquisa mundial3 mostrando a insatisfação feminina com 
os corpos mostrados na mídia, e o quanto essa insatisfação se reflete na baixa 
da auto-estima das entrevistadas. 
Como se pode notar, esses exemplos são de sites institucionais, pois 
pertencem a empresas ou a organizações focadas no trabalho de 
conscientização dos malefícios que o padrão estético imposto pela mídia tem 
causado nas mulheres de todo o mundo. Porém, tanto “Adiós, Barbie” quanto 
“About Face” são sites apenas para anglo-parlantes. 
No Brasil, o site que recebeu maior destaque em blogs foi o da 
“Campanha pela Real Beleza”. Tal fato se deve à repercussão das 
propagandas dos produtos Dove, da empresa Unilever. A campanha de 
marketing foi criada de forma a reforçar a auto-estima das mulheres, e atender 
aos anseios de diversidade estética revelados na pesquisa. 
O blog de Daniela Castilho4, por exemplo, teve um artigo em que os 
visitantes discutiram o risco de as mulheres não se identificarem com a 
propaganda, questionaram se a campanha seria apenas uma manipulação das 
frustrações femininas, e comentaram o impacto que o padrão dos corpos 
extremamente magros tem nas crianças e adolescentes, que crescem 
frustradas por seus corpos não serem parecidos com os padrões de beleza 
vigentes. 
Em alguns casos, a Internet não gera propriamente um meio de 
resistência, mas estimula grupos de apoio, como os criados por adolescentes 
anoréxicas, que desenvolveram uma rede de relacionamento, focada 
basicamente em blogs5. Elas publicam fotos de modelos macérrimas que 
consideram bonitas, contam sobre as dificuldades em manter a dieta restritiva 
sem que os pais descubram que mal se alimentam, trocam dicas de exercícios 
e técnicas de vômito. Às vezes reconhecem que o padrão de beleza imposto é 
injusto, pois as faz ter culpa por não serem disciplinadas e serem obrigadas a 
3
 O conteúdo completo da pesquisa está em: ETCOFF, Nancy, et. al. A verdade sobre a 
beleza: um relatório global. 
4
 CASTILHO, Daniela. Onde estão as mulheres imperfeitas? 
5
 Para saber mais, confira: Netotchka. Anorexic life. 
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ÀS IMAGENS FEMININAS IMPOSTAS PELA MÍDIA TRADICIONAL 
Artigo apresentado no I Simpósio Brasileiro Gênero e Mídia – GT: Internet 
comer, como relatou uma anoréxica em depoimento publicado no blog de 
Denise Arcoverde6,gerando cerca de cem comentários em poucos dias e 
lançando luz sobre a situação angustiante em que essas meninas vivem. 
Por sua vez, Denise Arcoverde publicou em seu blog um relato sobre a 
época em que morou na Suécia7, ressaltando a sua satisfação em viver em um 
lugar onde os corpos femininos eram tratados com naturalidade, sem sofrer 
pressão pela juventude eterna nem serem utilizados para garantir a venda de 
qualquer tipo de produto. 
Essa discussão foi retomada no blog de Juliana Florêncio8, quando foi 
incentivada uma “Ação da Sociedade Civil contra as propagandas de cerveja” 
contra as maiores cervejarias brasileiras, pois todas exploravam o corpo de 
mulheres seminuas, jovens e magras como atrativo para a venda de cerveja, 
num flagrante desrespeito à dignidade feminina. Nos comentários, foi 
mencionado que o corpo feminino seminu só é usado, nos países 
escandinavos, em propaganda de lingerie ou hidratante corporal. 
Esta sucessão de exemplos é uma forma de demonstrar que a Internet 
tem um papel importante na divulgação de formas de resistência ao padrão de 
beleza imposto pela mídia. Ela não está apenas em sites estáticos, mas no 
crescimento de redes de comentários nas quais pessoas comuns criam seu 
próprio conteúdo, e interagem entre si, desenvolvendo idéias, questionando 
padrões, sugerindo atitudes defensivas e boicotes. A informalidade dessas 
redes surte grande efeito, pois motiva discussões que envolvem centenas de 
pessoas, sendo questão de tempo sua mobilização para obrigar a mídia 
tradicional a lhes dar uma voz mais atuante e reverter o padrão de beleza atual. 
Consideraçõesfinais 
A Internet é o espaço ideal para criar um grupo de resistência à forma 
como a imagem feminina é tratada pela mídia tradicional. A facilidade de expor 
6
 Para maiores informações, confira: ARCOVERDE, Denise. Depoimento de uma menina de 
um blog "Pró-Anorexia. 
7
 ARCOVERDE, Denise. Contra o padrão Barbie!!! 
8
 FLORENCIO, Juliana. Ação da Sociedade Civil contra as propagandas de cerveja. 
DO USO DA INTERNET COMO FORMA DE RESISTÊNCIA 8 
ÀS IMAGENS FEMININAS IMPOSTAS PELA MÍDIA TRADICIONAL 
Artigo apresentado no I Simpósio Brasileiro Gênero e Mídia – GT: Internet 
e trocar idéias, conhecer outras formas de pensar, e efetivamente aprender a 
respeitar a diversidade humana, é uma grande vantagem que não é encontrada 
em outras mídias. 
No entanto, para que a resistência seja eficaz, é necessária dar um 
passo além do que é feito pela mídia tradicional, presa a sites estáticos, com 
pouca participação das leitoras. 
Facilitar a criação de espaços que incentivem a diversidade estética, 
divulguem outros padrões, diminuam a expectativa pelo corpo perfeito e 
mudem a opinião de outras pessoas que, de outra forma, não questionariam o 
modelo atual é fundamental para se ter uma resistência eficaz ao sistema 
estético vigente. Sites pessoais e blogs são o melhor método para isso, pois 
criam uma discussão dinâmica entre as usuárias, estimulando o 
questionamento dos padrões vigentes e trazendo novas perspectivas a suas 
vidas através da troca de experiências e reforço progressivo da auto-estima. 
Paralelamente à discussão pessoal, é necessário ter sites focados em 
estudos científicos e cartilhas. Estáticos e formais, são peças importantes de 
pesquisas e divulgação das condições relacionadas à estética feminina, além 
de atuar como centros de informação acadêmica e divulgação científica. 
Wikis podem ser usados como um meio-termo entre a informalidade dos 
blogs e a formalidade das cartilhas. Neles, as mulheres podem criar 
enciclopédias sobre padrões de beleza, esclarecimento e relativização de 
conceitos e estereótipos femininos, além de expor os vários padrões estéticos 
existentes em diferentes partes do mundo e construir uma história feminina 
coletiva. 
Desta forma, o uso da Internet deve ser incentivado não apenas como 
uma extensão da mídia tradicional, mas como um meio fundamental para 
resistir e alterar os padrões de beleza impostos por ela, concedendo às 
mulheres o poder sobre o próprio corpo e sobre sua imagem. 
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ÀS IMAGENS FEMININAS IMPOSTAS PELA MÍDIA TRADICIONAL 
Artigo apresentado no I Simpósio Brasileiro Gênero e Mídia – GT: Internet 
Referências bibliográficas 
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CASTILHO, Daniela. Onde estão as mulheres imperfeitas?. Disponível na 
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