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GABRIEL MAIA AULA XX – Pâncreas Endócrino: Insulina e Glucagon Monitor – SOI e HAM Gabriel Maia @Algummaia A tireoide e paratireoide possuem um papel essencial no controle do metabolismo do cálcio e do fósforo, além de serem irrigadas por artérias tireóideas superiores e inferiores, garantindo a vascularização adequada através de anastomoses. Sobreviver... OBJETIVO A glândula tireoide está localizada na parte anterior do pescoço, profundamente aos músculos, e é responsável pela produção de hormônios tireoidianos que regulam o metabolismo, utilizando iodo armazenado em folículos tireoidianos. As glândulas paratireoides, geralmente quatro, estão situadas na face posterior da tireoide e regulam o metabolismo do cálcio no organismo através da secreção de paratormônio (PTH). Revisar os aspectos anatômicos do Pâncreas Gabriel Maia @algummaia OBJETIVO O pâncreas é uma glândula acessória da digestão, alongada, retroperitoneal, situada sobrejacente e transversalmente aos corpos das vértebras L I e L II (o nível do plano transpilórico) na parede posterior do abdome. Situa-se atrás do estômago, entre o duodeno à direita e o baço à esquerda. O mesocolo transverso está fixado à sua margem anterior. DIVISÕES DO PÂNCREAS: •O pâncreas é dividido em quatro partes: cabeça, colo, corpo e cauda. CABEÇA DO PÂNCREAS: •Parte expandida da glândula localizada na curvatura em "C" do duodeno, à direita dos vasos mesentéricos superiores. •Firmemente fixada à face medial do duodeno (partes descendente e horizontal). •O processo uncinado, uma projeção da cabeça, estende-se para a esquerda, atrás da artéria mesentérica superior (AMS). •Relaciona-se posteriormente com a veia cava inferior (VCI), artéria e veia renais direitas, e veia renal esquerda. •O ducto colédoco percorre a face posterossuperior da cabeça antes de se abrir no duodeno. Gabriel Maia @algummaia COLO DO PÂNCREAS: •Curto (1,5 a 2 cm), localizado sobre os vasos mesentéricos superiores, que formam um sulco em sua face posterior. •A face anterior está coberta por peritônio e é adjacente ao piloro do estômago. •A veia mesentérica superior (VMS) une-se à veia esplênica posteriormente para formar a veia porta. CORPO DO PÂNCREAS: •Prossegue do colo, à esquerda dos vasos mesentéricos superiores. •Passa sobre a aorta e a vértebra LII, acima do plano transpilórico. •A face anterior é coberta por peritônio, formando parte do leito do estômago. •A face posterior não tem peritônio e está em contato com a aorta, AMS, glândula suprarrenal esquerda, rim esquerdo e vasos renais esquerdos. CAUDA DO PÂNCREAS: •Localiza-se anteriormente ao rim esquerdo, próximo ao hilo esplênico e à flexura esquerda do cólon. •É relativamente móvel e passa entre as camadas do ligamento esplenorrenal junto com os vasos esplênicos. DUCTO PANCREÁTICO: •Inicia-se na cauda e atravessa o parênquima até a cabeça, onde se curva inferiormente. •Geralmente se une ao ducto colédoco para formar a ampola hepatopancreática (de Vater), que se abre no duodeno na papila maior. •Em cerca de 25% das pessoas, os ductos se abrem separadamente no duodeno. IRRIGAÇÃO ARTERIAL DO PÂNCREAS: •A principal fonte de irrigação vem dos ramos da artéria esplênica, que é muito tortuosa. •Diversas artérias pancreáticas formam arcos com ramos das artérias gastroduodenal e mesentérica superior. •Até 10 ramos da artéria esplênica irrigam o corpo e a cauda do pâncreas. •A cabeça do pâncreas é irrigada pelos arcos formados pelas artérias pancreaticoduodenais superiores (da artéria gastroduodenal) e inferiores (da artéria mesentérica superior). Gabriel Maia @algummaia INERVAÇÃO DO PÂNCREAS •Origem dos nervos do pâncreas: •Os nervos do pâncreas derivam dos nervos vago e esplâncnico abdominopélvico, que atravessam o diafragma. •Chegada das fibras nervosas: •As fibras parassimpáticas e simpáticas chegam ao pâncreas pelas artérias dos plexos celíaco e mesentérico superior. •Distribuição das fibras: •Fibras simpáticas seguem para os vasos sanguíneos, enquanto fibras simpáticas e parassimpáticas distribuem-se para as células acinares e ilhotas pancreáticas. •Função das fibras parassimpáticas: •As fibras parassimpáticas são secretomotoras, mas a secreção pancreática é mediada principalmente pelos hormônios secretina e colecistocinina, produzidos pelas células epiteliais do duodeno e da parte proximal do intestino sob estímulo do conteúdo ácido do estômago. Revisar a Embriologia do Pâncreas OBJETIVO O pâncreas desenvolve-se entre as camadas do mesentério, a partir dos brotos pancreáticos dorsal e ventral das células endodérmicas, que surgem da parte caudal do intestino anterior. A maior parte do pâncreas deriva do broto pancreático dorsal maior, que aparece primeiro e se desenvolve a uma ligeira distância cranial do broto ventral. O broto pancreático ventral menor desenvolve-se próximo à entrada do ducto biliar no duodeno e cresce entre as camadas do mesentério ventral. Conforme o duodeno gira para a direita e adquire forma de C, o broto é transportado dorsalmente com o ducto biliar. Logo ele fica posterior ao broto pancreático dorsal e depois se funde a ele. O broto pancreático ventral forma o processo uncinado e parte da cabeça do pâncreas. Gabriel Maia @algummaia À medida que o estômago, o duodeno e o mesentério ventral giram, o pâncreas fica ao longo da parede posterior do abdome (em posição retroperitoneal). Conforme os botões pancreáticos se unem, seus ductos se anastomosam ou se abrem um no outro. A formação do ducto pancreático se dá a partir do ducto do broto ventral e da parte distal do ducto do broto dorsal. A parte proximal do ducto do broto dorsal frequentemente persiste como um ducto pancreático acessório, que se abre na papila menor do duodeno, localizada aproximadamente 2 cm cranial ao ducto principal . Os dois ductos geralmente se comunicam um com o outro. Em aproximadamente 9% das pessoas, os ductos pancreáticos não se fundem, resultando em dois ductos. CURIOSIDADE PARA A APG Revisar a Histologia do Pâncreas OBJETIVO A porção endócrina do pâncreas corresponde às ilhotas de Langerhans são micro órgãos endócrinos localizados no pâncreas. Ao microscópio, são identificadas como estruturas arredondadas formadas por nichos de células de coloração menos intensa, incrustados no tecido pancreático exócrino Gabriel Maia @algummaia Estima-se que o pâncreas humano tenha mais de 1 milhão de ilhotas, com predominância de localização no segmento caudal desse órgão, que compreende cerca de 5% do peso total do pâncreas. As ilhotas medem de 100 a 200 mm de diâmetro e são constituídas de células poligonais, dispostas em cordões em volta dos quais existe uma abundante rede de capilares sanguíneos com células endoteliais fenestradas. Há uma fina camada de tecido conjuntivo que envolve a ilhota e a separa do tecido pancreático exócrino. Alguns corantes, como os tricrômicos, possibilitam a distinção das células que, em virtude de suas afinidades pelos corantes, são denominadas acidófilas ou basófilas. Por meio de imunocitoquímica e hibridização in situ, distinguem-se pelo menos cinco tipos de células nas ilhotas: alfa, beta, delta, PP e épsilon. As quantidades relativas dos cinco tipos de células encontrados em ilhotas variam em diferentes espécies e de acordo com o local da ilhota no pâncreas. As células mais abundantes são as células beta, que sintetizam e secretam insulina, seguidas das células alfa, que produzem glucagon. A forma dos seus grânulos secretores varia de acordo com o seu conteúdo hormonal. e com as diversas espécies animais. Gabriel Maia @algummaia Conhecer a função da insulina e do glucagon OBJETIVO Em 1869, o anatomista alemão Paul Langerhans descreveu a existência de pequenos aglomerados celulares, hoje conhecidas como ilhotas de Langerhans, distribuídas ao longo do corpo do pâncreas. A insulina e o glucagon atuam de forma antagonista para manter a concentração de glicose plasmáticadentro de uma faixa aceitável. Ambos os hormônios estão presentes no sangue na maior parte do tempo. É a proporção entre os dois hormônios que determina qual hormônio predomina. Após a absorção dos nutrientes de uma refeição, a glicose plasmática aumenta. Esse aumento na glicose plasmática inibe a secreção de glucagon e estimula a liberação de insulina. A insulina, por sua vez, promove a maior entrada de glicose às células. Como resultado, a concentração de glicose começa a baixar até os níveis normais de jejum. Isso ocorre a cada refeição feita. A secreção de insulina é reduzida em conjunto com a concentração de glicose, e o glucagon lentamente começa a aumentar. A insulina é um típico hormônio peptídico. Ela é sintetizada como um pró-hormônio inativo e ativada antes da secreção. A glicose é um importante estímulo à secreção da insulina, porém outros fatores têm influência sobre o aumento, a amplificação ou mesmo a inibição da secreção. 1. AUMENTO DA CONCENTRAÇÃO DE GLICOSE PLASMÁTICA. O estímulo principal para liberação da insulina é a concentração plasmática de glicose maior do que 100 mg/dL. A glicose absorvida no intestino delgado chega às células beta do pâncreas, onde é captada pelo transportador GLUT2. Com mais glicose disponível como substrato, a produção de ATP aumenta, e os canais de K+ sensíveis ao ATP se fecham. Quando a célula se despolariza, os canais de Ca+ dependentes de voltagem se abrem e mais Ca2⫹ entra, iniciando a exocitose da insulina. FATORES ESTIMULANTES DA INSULINA Gabriel Maia @algummaia 2. AUMENTO DA CONCENTRAÇÃO DE AMINOÁCIDOS. O aumento da concentração de aminoácidos no plasma após uma refeição também desencadeia a secreção de insulina. 3. EFEITOS ANTECIPATÓRIOS DOS HORMÔNIOS GI. Recentemente, tem sido demonstrado que mais de 50% de toda a secreção de insulina é estimulada por um hormônio chamado de peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1). O GLP-1 e o GIP (peptídeo inibidor gástrico) são hormônios pertencentes à família das incretinas e produzidos pelas células localizadas no intestino (jejuno e íleo) em resposta à ingestão de nutrientes. As incretinas vão pela circulação até as células beta-pancreáticas e podem alcançá-las antes mesmo que a primeira glicose seja absorvida. A liberação antecipatória da insulina em resposta a esses hormônios evita um aumento súbito na concentração de glicose plasmática quando os alimentos são absorvidos. Outros hormônios GI, como CCK e gastrina, amplificam a secreção de insulina 4. ATIVIDADE PARASSIMPÁTICA. A atividade parassimpática para o trato GI e para o pâncreas aumenta durante e após uma refeição. O estímulo parassimpático para as células beta estimula a secreção de insulina 5. ATIVIDADE SIMPÁTICA. A secreção de insulina é inibida pelos neurônios simpáticos. Em momentos de estresse, os estímulos simpáticos dão início a uma cascata de regulações no pâncreas endócrino, fato que também é reforçado pela liberação de catecolaminas da medula da glândula suprarrenal A adrenalina e a noradrenalina inibem a secreção de insulina e desviam o metabolismo para a gliconeogênese, a fim de fornecer combustível extra para o sistema nervoso e o músculo esquelético. Gabriel Maia @algummaia Assim como outros hormônios peptídicos, a insulina combina-se com um receptor de membrana em suas células-alvo. O receptor de insulina possui atividade tirosina- cinase (desencadeia um sistema de segundo mensageiro). A INSULINA PROMOVE O ANABOLISMO •O receptor de insulina ativado fosforila proteínas, incluindo os substratos do receptor de insulina (IRS). •Essas proteínas atuam em vias complexas que influenciam o transporte e o metabolismo celular. •Enzimas que regulam as vias metabólicas podem ser: •Inibidas ou ativadas diretamente; •Influenciadas indiretamente por fatores de transcrição. •Tecidos-alvo da insulina (Regulados pelos transportadores GLUTs): •Fígado •Tecido adiposo •Tecido muscular esquelético •Resposta normal da célula-alvo: aumento do metabolismo da glicose. •Outros tecidos-alvo que são independentes de insulina (não precisam de insulina para captação e metabolismo da glicose): Encéfalo, Epitélio de transporte do rim e Epitélio de transporte do intestino. Gabriel Maia @algummaia O GLUCAGON É PREDOMINANTE NO ESTADO DE JEJUM O glucagon é secretado pelas células alfa-pancreáticas, as quais são geralmente antagonistas à insulina e a seus efeitos metabólicos Quando a concentração de glicose plasmática se reduz após algumas horas de uma refeição, a secreção de insulina torna- se bastante baixa, e os efeitos da secreção do glucagon sobre o metabolismo celular em todo o organismo crescem significativamente. Como observado, é a proporção de insulina em relação ao glucagon (razão insulina/glucagon) que determina a direção do metabolismo, em vez da quantidade absoluta de qualquer dos dois hormônios. A função do glucagon é prevenir a hipoglicemia, de modo que a concentração de glicose é considerada o estímulo primário mais importante para a secreção do hormônio A forte relação entre a secreção de insulina e a inibição de glucagon tem levado à especulação de que as células alfa são reguladas por algum fator associado à insulina, em vez de diretamente pela concentração da glicose no plasma. IMPORTANTE Gabriel Maia @algummaia O fígado é o tecido-alvo primário do glucagon. O glucagon estimula a glicogenólise e a gliconeogênese para aumentar a produção de glicose. Estima-se que, durante o jejum noturno, 75% da glicose produzida pelo fígado é proveniente das reservas de glicogênio, e os 25% restantes, da gliconeogênese. A liberação de glucagon também é estimulada por aminoácidos plasmáticos. Esta via evita a hipoglicemia após a ingestão de uma refeição com proteína pura. Veremos como ocorreria a hipoglicemia na ausência de glucagon.