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Quais são as principais diferenças 
entre a Literatura Africana e a 
Literatura Europeia?
Embora ambas as literaturas compartilhem a linguagem escrita como veículo de expressão, a Literatura 
Africana e a Literatura Europeia apresentam diferenças marcantes em seus contextos históricos, 
culturais e temáticos. Estas diferenças não apenas moldam o conteúdo das obras, mas também 
influenciam profundamente a forma como as histórias são contadas e interpretadas.
Contexto histórico e cultural: A Literatura Africana emerge de uma história marcada pela 
colonização e pela luta pela independência, o que influencia profundamente sua temática e 
perspectiva. As obras africanas frequentemente abordam questões como identidade, 
descolonização, racismo e tradição oral. Autores como Chinua Achebe em "O Mundo se Despedaça" 
e Ngugi wa Thiong'o em "Pétalas de Sangue" exemplificam essa abordagem. Por outro lado, a 
Literatura Europeia se desenvolveu em um contexto histórico de dominação global, revoluções 
industriais e guerras continentais, refletindo essas experiências em obras como "Os Miseráveis" de 
Victor Hugo e "Crime e Castigo" de Dostoiévski.
1.
Temática: A Literatura Africana se destaca por abordar temas relacionados à experiência africana, 
como a exploração colonial, a resistência, a luta pela liberdade, a identidade cultural e a busca por 
uma voz própria. Obras como "Terra Sonâmbula" de Mia Couto e "Mayombe" de Pepetela exploram 
profundamente estas questões. A Literatura Europeia, por sua vez, se concentra em temas como o 
amor, a guerra, a política, a religião e as questões existenciais do ser humano, em um contexto 
ocidental, como vemos em "Ulisses" de James Joyce ou "Em Busca do Tempo Perdido" de Marcel 
Proust.
2.
Linguagem e estilo: A Literatura Africana frequentemente incorpora elementos da tradição oral 
africana, como provérbios, contos e mitos, além de utilizar uma linguagem rica e expressiva, que 
reflete a diversidade cultural e linguística do continente. Autores como Amadou Hampâté Bâ e 
Paulina Chiziane são mestres em incorporar elementos da oralidade em suas narrativas. A Literatura 
Europeia se caracteriza por um estilo mais formal e clássico, com uma linguagem mais elaborada e 
rebuscada, embora também tenha seus momentos de experimentação, como vemos no movimento 
surrealista ou no nouveau roman francês.
3.
Influências e perspectivas: A Literatura Africana é influenciada por diversos fatores, como a 
tradição oral, a história colonial, a luta pela independência e o contexto social e político 
contemporâneo. Escritores como Wole Soyinka e Nadine Gordimer frequentemente entrelaçam estas 
influências em suas obras. A Literatura Europeia, por sua vez, é influenciada por movimentos 
literários, escolas de pensamento, correntes filosóficas e ideologias, como o Romantismo, o 
Realismo e o Modernismo.
4.
Relação com o tempo e espaço: Na Literatura Africana, a concepção de tempo é frequentemente 
circular e menos linear que na tradição europeia, refletindo uma visão de mundo que privilegia a 
conexão entre passado, presente e futuro. O espaço também é tratado de forma distinta, com uma 
forte conexão com a terra e os elementos naturais. Já na Literatura Europeia, predomina uma visão 
mais linear do tempo e uma relação mais urbana com o espaço.
5.
É importante destacar que a Literatura Africana não é monolítica, mas sim diversa e rica em suas 
múltiplas expressões. Cada região e país do continente possui suas próprias características literárias, 
influenciadas por sua história, cultura e idioma. Ademais, na contemporaneidade, observamos um 
diálogo cada vez mais intenso entre estas duas tradições literárias, com autores africanos 
contemporâneos como Chimamanda Ngozi Adichie e Ben Okri criando obras que transitam entre 
diferentes influências e tradições, enquanto mantêm suas raízes africanas.
Na era da globalização, essas diferenças não representam barreiras, mas sim oportunidades de 
enriquecimento mútuo. A Literatura Africana tem contribuído significativamente para renovar e 
diversificar o panorama literário global, oferecendo novas perspectivas e formas de narrar que desafiam 
e complementam as tradições europeias estabelecidas.

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