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Uso do AHP para identificação de perdas da qualidade em empresas de manufatura: Um estudo de caso Discentes: Alice Rodrigues; Guilherme Gonçalves; Letícia Cavalcanti; Millena Melo; Tathyane Cavalcante Docente: André Cavalcanti Cadeira: Processo Decisório UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Para entender e controlar melhor as perdas é importante conhecer os métodos de hierarquização ou priorização. O método Analytical Hierarchy Process (AHP) apontado por Salomon(2004), é um dos mais utilizados em estudos científicos e pesquisas para esse fim. Adaptações das empresas as mudanças e as pressões de concorrência internacional. Dentre essas adaptações estão: redução de custos e perdas, aumento da qualidade, rapidez, eficiência, eficácia e produtividade para atender melhor às necessidades dos clientes. Introdução Desta maneira, o artigo apresentará um modelo de priorização das perdas em qualidade utilizando o método Analytic Hierarchy Process (AHP), como proposta de solução para empresas de manufatura alocadas dentro do perímetro do Complexo Industrial Portuário de Suape. A priorização das perdas em qualidade significa o processo de identificar, classificar e focar na resolução das perdas mais significativas que impactam a qualidade dos produtos ou serviços de uma empresa. “De que maneira o método AHP pode contribuir para a priorização das perdas em qualidade?”. Esta será a pergunta que guiará este estudo. Introdução Referencial Teórico Svensson - “A eliminação de perdas se inicia com a utilização do mínimo necessário no setor produtivo” Bases de redução e incremento de qualidade, segundo o STP: I - jidoka (Autonomação) - Autonomia das máquinas com a supervisão humana. II - andon - Sinais de Luz, usados como gestão visual que auxiliam na identificação de problemas na linha de produção. III - poka yoke - Mecanismo de advertência anti-falhas de prevenção e de controle de defeitos. Perdas em Qualidade $ Custos Gerados por Perdas 1.Custos de Falhas Internas - Sucata - Retrabalho - Interrupção dos fluxos 2. Custos de Falhas Externas - Perda de clientes devido a produtos defeituosos - Problemas antes do fim da garantia - Processos de devolução 3. Custos de Perdas de Avaliação - Controle Estatístico de Processo (CEP) - Inspeções antes da aquisição pelos consumidores 4. Custos de Perdas de Prevenção - Identificação de problemas potenciais - Treinamento de pessoal e fornecedores para melhoria - Revisão de processos e projetos de produtos Shingo e Ohno apontam que existem 7 tipos de perdas, que são as seguintes: Tipos de Perdas 1. Defeitos: - Falhas que afetam especificações técnicas, qualidade, conformidade de peças, subcomponentes e produtos acabados. - Não atendem aos requisitos de projeto e uso. - Devem ser zerados com treinamento contínuo da mão de obra. 2. Espera - Atrasos no processamento de materiais ou informações. - Tipos de espera: do operador, do processo, do lote, ou do equipamento. - Causam filas, alta taxa de utilização das máquinas e geram horas-extras. 3. Estoque - Deve ser mínimo e de acordo com a demanda dos clientes. - Tipos de estoque: excesso de material, matérias- primas, em processamento (Work in Process - WIP), e produtos acabados. - Problemas causados por grandes lotes, tempos de set-up e sincronização incorretos. 4. Movimentação - Movimentação desnecessária dos operadores. 5. Processamento - Desperdícios por excesso ou superprocessamento. - Falta de qualidade, inadequação ou incorreção no processamento. 6. Produção - Produzir apenas o necessário e na quantidade certa. - Considerada uma das mais danosas, pode envolver informações retidas ou estoque físico. - Tipos de produção: por quantidade e por antecipação (produção antes do tempo pré-estabelecido). 7. Transporte - Movimentação desnecessária devido a layout inadequado ou falta de treinamento. Maximizar os resultados Decisão tomada devido a fatores, elementos e critérios Não é possível analisar completamente o problemas sem os facilitadores ou agentes de decisão. Decisão multicritério e uso da AHP Dentre tantos métodos distintos o essencial a se fazer é conhecer as tipificações do problema, pois nele há múltiplos objetivos. Assim, foi desenvolvido o método AHP, por Thomas L.Saaty em 1970, com o objetivo de melhorar no entendimento do decisor ou decisores do grupo, a partir da sua estrutura simples e metodologia participativa. Método AHP construção da hierarquia 1. 2.Análise de prioridade 3.Verificação de consistência 3 pilares "Apesar de possuir um caráter normativo, ainda carrega um nível de subjetividade" Método AHP 1)Definição do problema ou da meta a ser atingida. 2) Estruturação da hierarquia da decisão os elementos da hierarquia devem ser agrupados conforme sua identidade e semelhança, iniciando pelo topo em que se encontra objetivo da decisão. Em seguida, são listados os níveis intermediários compostos pelos critérios e seus subsequentes elementos e, por último, um conjunto de alternativas. 3) Construção da matriz de preferências do decisor dos critérios que serão julgados em pa- res, com base na escala utilizada. 4) Utilização das prioridades obtidas das com-parações, elas são usadas para determinar os pesos relativos por meio do autovetor (V) e, em seguida, para calcular o autovetor normalizado (W). Isso deve ser feito para cada elemento, sendo necessário continuar esse processo até que as prioridades das alternativas no nível mais baixo sejam conhecidas, a fim de que, na sequência, seja possível comparar e priorizar os resultados e escolher a melhor alternativa. - Índice de Consistência (IC): - Fórmula: IC = λmáx-n / n-1 - λmax: Maior autovalor da matriz de comparações - n: Número de ordem da matriz - Cálculo da Razão de Consistência (RC): - Fórmula: R = IC/IR - Objetivo: Verificar a consistência lógica das comparações feitas pelos gestores. - Inconsistência surge quando comparações se contradizem. Análise de Consistência no AHP Índice de Consistência Randômico (IR): - Obtido para uma matriz recíproca de ordem n -Elementos não negativos, gerado randomicamente - Critério de Consistência (T. L. Saaty, 2008): - Consistência Adequada: RC 0,10 (10%) METODOLOGIA Descrição da metodologia A pesquisa se caracteriza como APLICADA, pois gera conhecimento para ser utilizado de forma prática e com foco na solução de problemas específicos; Estudo de cunho quantitativo; Aplicou o método de abordagem do tipo dedutiva; O estudo foi feito em 7 diferentes empresas do Porto de Suape em Pernambuco; As etapas de elaboração do trabalho para priorização das perdas, sob enfoque, da qualidade possuem os seguintes passos: (a) identificação das potenciais perdas, de acordo com a bibliografia; (b) análise de requisitos mínimos por meio do questionário aplicado; (c) classificação das perdas apresentadas; (d) relacionamento das duas variáveis (perda e não perda em qualidade) e determinação de um ranking de importância gerencial das perdas com uso do AHP. Estudo de caso: empresas no complexo de Suape O Complexo de Suape está localizado na Região Metropolitana de Recife, a 50km da capital, entre as cidades de Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, litoral sul de Pernambuco. O complexo industrial portuário possui 105 empresas instaladas e 45 em processo de instalação. Conforme estimativas, de 7% a 8% do produto interno bruto (PIB) pernambucano estão relacionados ao desempenho econômico das empresas localizadas em Suape, juntas elas geraram 25 mil empregos entre 2014 e 2015. Apesar de tudo, o Suape possui muitos problemas, principalmente no tocante aos altos custos operacionais, de manutenção e retenção de seus recursos humanos, além de uma infraestrutura deficitária. Seus modais de transporte, como o terrestre e o ferroviário, não suprem as demandas requeridas das empresas instaladas em tempo hábil, quando a logística dos materiais ocorre dentro e fora do estado dePernambuco. Além do mais, Moreira (2015) complementa que o diretor-executivo de operações e logística da empresa Aliança, avalia sobre o porto de Suape, como sendo “complexo portuário mais caro da América do Sul”, com custos operacionais que chegam acima de 100% quando comparado aos dos demais portos brasileiros. O Método AHP reduz as perdas e desperdícios apontados pelo modelo por meio da classificação “perda de qualidade” e não perda de qualidade”. É necessária a observação de alguns elementos que podem interferir no resultado. O problema de classificação das perdas sob o enfoque qualidade aplicação da metodogia proposta Ambiente Confiabilidade Defeito Espera Estoque Movimentação Processamento Produção Transporte Treinamento Etapa 1: delimitação e decomposição do objetivo Irá definir os critérios que se aplicam naquele produto ou serviço. Etapa 2: julgamento e análises dos critérios Avaliar os critérios aplicados e fazer uma análise comparando as perdas. Etapas da Aplicação do Método AHP Etapa 3: julgamento das alternativas por todos os critérios e sintetização das prioridades composta pelas alternativas Serão registrados os valores e serão confrontados com cada critério de decisão Etapa 4: sintetização das prioridades composta pelas alternativas Os valores que apontam a classificação dos critérios serão ponderados, restando apenas um único valor, trazendo o resultado. Etapas da Aplicação do Método AHP E também houve identificação de algumas exceções que não foram considerados fatores de perdas em qualidade pelos gerentes de produção, que foram os critérios (C3 - defeitos, C6 - movimentação, C7 - processamento). A aplicação do AHP ajudou os gerentes a identificar e priorizar perdas em qualidade, facilitando a tomada de decisões e melhorando a eficiência operacional. O ranking criado a partir do AHP, ajudou na identificação das perdas mais significativas, contribuindo para a melhor eficiência dos recursos internos das empresas e permitindo a criação de planos de controle e monitoramento. Conclusão Obrigado! Referência: SOUSA, J. V. et al. Uso do AHP para identificação de perdas da qualidade em empresas de manufatura: um estudo de caso. Exacta – EP, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 89-100, 2016.