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AO JUÍZO DO JUÍZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA xxxxxxxx – xxxxxxxxxxxxxx
XXXXXXXXXXXXXXX, nacionalidade, estado civil, profissão, inscrito no CPF sob nº xxxxxxxx, portador do RG nº xxxxxxxxxx, endereço eletrônico xxxxxxxxxx, residente e domiciliado xxxxxxxxxxxx, CEP xxxxxxxxxxx, por seu advogado infra-assinado, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência para, com fulcro nos artigos 13, incisos II e III da Lei nº 9.656/98 e artigos 2º, 3º, 6º, inciso VIII todos do Código de Defesa do Consumidor, 300 do Código de processo civil e demais normas e princípios jurídicos aplicáveis à hipótese, ajuizar
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER PARA RESTABELECIMENTO DE PLANO DE SAÚDE COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
em desfavor de XXXXXXXXXXXXXXXX, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ (MF) sob o nº. xxxxxxxxxxxxx, com sede na xxxxxxx, nº xxx, Bairro, Cidade - Estado, CEP xxxx, endereço eletrônico xxxxxxxxxxxx, conforme os fatos e fundamentos jurídicos abaixo apresentados.
1. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA 
A requerente não possuindo condições financeiras para arcar com às custas processuais e honorários advocatícios, sem prejuízo do seu sustento e de sua família. Nesse sentido, junta-se Declaração de Hipossuficiência (Doc. X) e cópia da Carteira de Trabalho da requerente (Doc. X).
Por tais razões, pleiteiam-se os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e Código de Processo Civil, artigo 98 e seguintes.
2. QUANTO À AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO 
A requerente opta pela realização de audiência conciliatória ( CPC, art. 319, inc. VII), razão qual requer a citação da requerida para comparecer à audiência designada para essa finalidade ( CPC, art. 334, caput c/c § 5º), antes, porém, avaliando-se o pleito de tutela de urgência aqui almejada.
3. DOS FATOS 
Narrar os fatos conforme o cliente relatou.
4. DO DIREITO 
4.1. RELAÇÃO DE CONSUMO. APLICAÇÃO DO CDC AO CASO CONCRETO 
É pacífico o entendimento de que a relação contratual entre as partes se rege pelo Código Consumerista, posto ser notório que as empresas prestadoras de serviços de saúde estão submetidas às normas Código de Defesa do Consumidor ( CDC), conforme art. 3º, § 2º:
“Art. 3º Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1º (...)
§ 2º Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.”
Desta forma, atento ao caso em comento, não restam dúvidas acerca da aplicabilidade do Código de Defesa Do Consumidor ( CDC), posto que restou configurada a relação de consumo no contrato de adesão acertado entre as partes, sendo direito do consumidor o acesso ao judiciário para reparação de danos eventualmente sofridos, conforme preconiza o art. 6º, VII do CDC:
“Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VII ‐ o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;” 
Portanto, resta devidamente comprovado que o Código de Defesa do Consumidor é aplicável ao caso em tela, de forma que, satisfeitas estas considerações, passa-se a análise do mérito, onde restará igualmente demonstrada a violação aos preceitos deste Código Consumerista, dentre outras legislações pertinentes.
4.2. FALTA DE NOTIFICAÇÃO PRÉVIA. VIOLAÇÃO AO INCISO II, DO ART. 13 DA LEI 9.656/98. 
A legislação aplicável ao caso em tela é aquela prevista na Lei 9.656/98, de onde se extraem diversas regras que delimitam a relação entre consumidores e prestadores de planos de assistência à saúde privados.
Conforme narrado, a Requerente teve seu contrato de plano de saúde rescindido unilateralmente por iniciativa da Requerida, que não cuidou de atender aos comandos legais pertinentes, na medida em que não enviou ao consumidor nenhuma notificação a informando acerca da suposta mora, e tampouco do cancelamento do plano.
A Lei nº. 9.656/98, que regulamenta os planos de saúde privados, prevê no seu artigo 13, inciso II, que é vedada a rescisão unilateral do contrato de natureza individual ou familiar, salvo por fraude ou não pagamento da mensalidade por período superior a 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, nos últimos 12 (doze) meses de vigência do contrato, desde que o consumidor seja comprovadamente notificado até o quinquagésimo dia de inadimplência. Vejamos:
Art. 13- (...)
II- a suspensão ou a rescisão unilateral do contrato, salvo por fraude ou não-pagamento da mensalidade por período superior a sessenta dias, consecutivos ou não, nos últimos doze meses de vigência do contrato, desde que o consumidor seja comprovadamente notificado ate o quinquagésimo dia de inadimplência;
Nesse contexto, verifica-se que a notificação prévia e pessoal do consumidor é requisito imprescindível para a rescisão unilateral do pacto, aliado ao decurso do prazo de sessenta dias, consecutivos ou não.
Inclusive, mesmo em caso de inadimplência não poderá ocorrer a rescisão automática do plano de saúde, sendo necessária a comprovação de que houve notificação prévia e pessoal do beneficiário.
Em casos tais, a jurisprudência do E. TJGO é pacífica ao reafirmar a necessidade imperiosa de notificação pessoal do consumidor, antes de se operar a rescisão do contrato. Nesse sentido, veja-se:
AÇÃO DE CONHECIMENTO. TUTELA DE URGÊNCIA. PRESENÇA DOS REQUISITOS LEGAIS. PROBABILIDADE DO DIREITO E PERIGO DE DANO. CANCELAMENTO UNILATERAL DE PLANO DE SAÚDE. DÉBITO. NECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO PESSOAL PRÉVIA. AUSÊNCIA. (...) 2. Tratando-se de plano de saúde individual, faz-se imprescindível a notificação do beneficiário antes do cancelamento unilateral por inadimplência, na forma do art. 13, inciso II, da Lei nº 9.656/98. A jurisprudência desta Corte é assente no sentido de que além do decurso do prazo de 60 (sessenta) dias, consecutivos ou não, exige-se a notificação pessoal do consumidor. Agravo de instrumento conhecido e provido. Decisão reformada. (TJGO, Agravo de Instrumento ( CPC) 5342647-64.2016.8.09.0000, Rel. ITAMAR DE LIMA, 3ª Câmara Cível, julgado em 30/04/2017, DJe de 30/04/2017). (Grifo Nosso).
AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. CONTRATO DE SEGURO SAÚDE. RESCISÃO UNILATERAL POR ATRASO DE PAGAMENTO. NECESSIDADE DE NOTIFICAÇÃO PESSOAL DO SEGURADO. RESTABELECIMENTO DO CONTRATO. PEDIDO DE CONDENAÇÃO EM LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ, FORMULADO EM CONTRARRAZÕES.
HONORÁRIOS RECURSAIS. IMPOSSIBILIDADE. 1. O agravo de instrumento é recurso secundum eventum litis, devendo o Tribunal, por isso, limitar-se ao exame do acerto ou desacerto do decisum hostilizado, sem extrapolar o seu âmbito para matéria estranha ao ato. 2. De acordo com o artigo 13, parágrafo único, inciso II, da Lei nº 9.656/98 e cláusula 15.4 da avença pactuada, são necessários, além do decurso do prazo de sessenta dias, consecutivos ou não, a prévia notificação pessoal do consumidor para a rescisão unilateral do contrato de plano de saúde por inadimplemento. 3. In casu, inexiste notificação extrajudicial da segunda agravada, nos moldes da legislação legal. Além disso, agravante emitiu boleto para o pagamento das mensalidades atrasadas, mesmo após a exclusão da beneficiária, praticando assim ato incompatível com sua vontade de pôr fim a relação que possui com a segunda agravada, razão pela qual deve ser mantida a decisão singela que concedeu a tutela antecipada restabelecendo o do plano de saúde nos moldes contratados . 4. Omissis. 5 Omissis. Agravo de instrumento conhecido em parte, e na parte conhecida, desprovido.(TJGO, Petição ( CPC) 5118338-67.2017.8.09.0051, Rel. Sebastião Luiz Fleury, 2ª Câmara Cível, julgado em 29/08/2017, DJe de 29/08/2017). Grifei.
Assim, não tendo sido promovido pela Requerida à notificação pessoal do Requerente acerca da mora, inviável e ilegal a rescisão contratual nos moldes em que se operou, devendo a ilicitude ser reconhecida por este MM Juízo, determinando-se o reestabelecimento do contrato nos exatos termos contratados, o que desde já se REQUER.
4.3. DO PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA 
Fazer a fundamentação legal de acordo com o direito do autor (a).
4.4. DO DANO MORAL 
Preceitua o artigo 5º, inciso X, da Constituição Federal de 1988:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)
X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;"
O texto da Constituição Federal é transparente no que diz respeito ao assegurar como Direito Individual Fundamental a moral do indivíduo, como também o dever de indenização aqueles que não o observam.
No caso em questão, o simples fato do cancelamento indevido, sem notificação prévia, deixando a Requerente totalmente descoberta, já configura o dano moral.
O Tribunal de Justiça Do Estado De Goiás definiu e pacificou o entendimento remansoso no sentido de que, o cancelamento abrupto do plano de saúde se traduz em dano moral, por contrariar dispositivo legal aplicável, in verbis:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER COM REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS. INOVAÇÃO RECURSAL. PLANO DE SAÚDE. RESCISÃO UNILATERAL. NOTIFICAÇÃO PESSOAL. NÃO REALIZADA. REQUISITOS DO ARTIGO 13, PARÁGRAFO ÚNICO, INCISO II, DA LEI Nº 9.656/98. NÃO OBSERVADOS. DANOS MORAIS. CONFIGURADOS. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. NÃO DEVIDOS. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS MAJORADOS. SENTENÇA MANTIDA. 1- É vedada a apreciação, em grau recursal, de matéria não suscitada em primeiro grau, sob pena de supressão de instância e de ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa. 2- Da exegese da Lei nº 9.656/98, infere-se que a notificação do consumidor é requisito imprescindível à rescisão unilateral do contrato de plano de saúde, cuja inobservância leva à invalidação do distrato e, segundo entendimento jurisprudencial majoritário, para que a notificação seja reputada válida, necessário que seja prévia e pessoal, o que não se verifica no caso sub examine. 3- O cancelamento abrupto do plano de saúde pela Ré/Apelante, contrariando o disposto na legislação aplicável à espécie, fato que, à luz da jurisprudência, enseja o dever de indenização. 4- No caso em exame, não se vislumbra a configuração de nenhuma das hipóteses do artigo 80 do CPC, pela inexistência de dolo processual, o que torna inaplicável a correspondente multa legal prevista no artigo 81 do mesmo diploma legal. 5- O prequestionamento necessário ao ingresso nas instâncias especial e extraordinária não exige que o acórdão, ou a decisão, mencione, expressamente, os artigos indicados pelas partes, já que se trata de exigência referente ao conteúdo e não à forma, sendo, portanto, desnecessária a análise individual dos artigos de lei trazidos pela Apelante, até porque o Poder Judiciário não traz consigo a atribuição de órgão consultivo. 6- Ante o desprovimento do recurso e tendo em vista a previsão do artigo 85, § 11, do Código de Processo Civil/15, impõe-se a majoração dos honorários advocatícios de sucumbência. APELAÇÃO CÍVEL CONHECIDA E DESPROVIDA.(TJ-GO - Apelação ( CPC): 01262801920188090051, Relator: FRANCISCO VILDON JOSE VALENTE, Data de Julgamento: 11/11/2019, 5ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 11/11/2019)
Em razão da conduta abusiva da Requerida, a Autora tem experimentado terrível aflição psicológica e angústia, além da sensação de ser tratada com descaso, vez que tentou sanar o problema de forma extrajudicial, conforme já foi apontado, mas não obteve êxito.
A requerente não pode ser prejudicada em razão da inércia da Requerida na solução dessa questão.
Nessa esteira o Código Civil Brasileiro consagrou, em seu artigo 186 abaixo transcrito, a responsabilidade civil do agente que, por ato comissivo ou omissivo, causar dano a outrem.
“Art. 186. Aquele que, por Ação ou omissão voluntária, negligência, ou imprudência violar direito, e causar dano a outrem, ainda exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
Este mesmo ordenamento legal preceitua, ainda, que em decorrência de um ato ilícito, surge a obrigação de indenizar. É o que diz o art. 927, verbis:
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
PARÁGRAFO ÚNICO. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”
Desta feita, a pretensão da Autora é que seja ..................................
4.5. DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS 
Ante o exposto, pede e requer o autor, a Vossa Excelência:
A) A concessão da Tutela Antecipada De Urgência, inaudita altera pars, para determinar o restabelecimento do plano de saúde contratado pela autora, nas mesmas condições anteriores, sem período de carência;
B) A designação da audiência de conciliação/mediação com antecedência mínima de 30 dias, conforme artigo 334 do CPC;
C) A Citação da Requerida no endereço, para que conteste a presente ação no prazo legal sob pena de Revelia, conforme artigo 344, “caput”, do CPC;
D) A inversão do ônus da prova conforme o artigo 6º, VIII, do Código De Defesa Do Consumidor que constitui direito básico do consumidor a facilitação da defesa dos seus direitos em juízo;
E) A concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos do artigo 98 e seguintes do CPC;
F) Ao final, confirmar a liminar deferida para o fim de condenar a Requerida na Obrigação De Fazer consistente do RESTABELECIMENTO E NORMALIZAÇÃO DO PLANO DE SAÚDE ASSISTENCIAL do autor, com a cobertura nos moldes contratuais, sob pena de multa diária;
G) CONDENAR a Requerida pela indenização dos DANOS MORAIS sofridos pelo autor (Artigo 324, § 1º do CPC), o que deverá ser arbitrado por Vossa Excelência, levando-se em consideração o caráter pedagógico, o objeto jurídico “ignorado” pela Ré (vida e saúde) e a enorme gama de situações traumáticas enfrentadas pela Autora, as quais são corriqueiras nas relações entre contratantes e prestadoras de serviços de assistência de saúde;
H) A Procedência Total da presente ação, nos termos do artigo 487, I do CPC, com a consequente condenação o réu ao pagamento de custas e honorários sucumbenciais, conforme art. 82, § 2o, CPC e art. 85, CPC;
I) A produção de todos os meios de prova em direito admitidos.
Dá-se à causa o valor de R$... (xxxxxxxxxxxxxxxxxxx)
Nesses termos,
pede deferimento.
Cidade, xx de xxxx de xxxx.
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Advogado
OAB

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