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Nov 24, 2024
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5 DOS IMPACTOS DA DECISÃO PROFERIDA NOS AUTOS DO RE Nº 635659
NAS SENTENÇAS CONDENATÓRIAS DEFINITIVA O autor Mateus Della
Giustina Guinzani (2024) destaca a importante decisão do Supremo Tribunal
Federal (STF) no julgamento do Recurso Extraordinário 635.659, que
reclassi�ca o porte de maconha para consumo pessoal de crime para ilícito
administrativo. Essa mudança não só modi�ca a natureza do ato, mas
também estabelece critérios objetivos para distinguir usuários de tra�cantes,
o que é um passo signi�cativo na política de drogas do Brasil. Embora a
decisão busque a �exibilidade, permitindo que situações especí�cas sejam
avaliadas com base no contexto, também surge o desa�o de aplicar esses
critérios de maneira justa e coerente, evitando possíveis abusos na
interpretação dos casos. Além disso, Guinzani (2024) analisa a retroatividade
da decisão do STF, o que implica na revisão de condenações anteriores e na
libertação de pessoas presas por crimes relacionados ao porte de maconha
para consumo pessoal. A decisão de não modular os efeitos implica que a
nova interpretação será aplicada a casos passados, favorecendo aqueles que
foram injustamente punidos sob uma legislação considerada agora
inconstitucional. Isso gera um impacto signi�cativo no sistema judiciário, que
terá que lidar com um grande número de revisões e novos pedidos de revisão
criminal, afetando tanto casos em andamento quanto transitados em
julgado. Por �m, o autor discute as implicações da reclassi�cação do porte de
maconha para ilícito administrativo, o que implica em penalidades como
multas, especialmente em locais públicos. Diversos estados e municípios,
como Santa Catarina, começaram a implementar legislações locais para
regulamentar essa nova situação, criando multas para o porte e consumo de
maconha em espaços públicos. Apesar de sua regulamentação local, essas
leis podem ser questionadas quanto à sua constitucionalidade, o que gera
incertezas sobre a aplicação futura. A decisão do STF, portanto, abre um
campo para debates sobre a adequação dessas novas normas e o papel das
autoridades locais na sua aplicação (Guinzani, 2024). 6 CONSIDERAÇÕES
FINAIS Em linhas gerais, a decisão do STF no Recurso Extraordinário nº
635659 marcou uma mudança signi�cativa no tratamento do porte de
Cannabis Saliva para consumo pessoal, reconhecendo a inconstitucionalidade
da criminalização dessa prática. A Corte argumentou que a criminalização
viola direitos fundamentais como a privacidade e a liberdade individual, além
de ser ine�caz no combate ao trá�co e nas políticas de saúde pública. Esse
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novo entendimento desa�a a abordagem repressiva adotada até então,
abrindo espaço para uma perspectiva focada na prevenção, no tratamento e
na reintegração social dos usuários. Entretanto, a aplicação retroativa dessa
decisão em condenações de�nitivas ainda gera questões complexas,
especialmente no que diz respeito ao impacto sobre sentenças anteriores. A
mudança de entendimento exige uma re�exão sobre como o direito penal
deve evoluir para respeitar os direitos dos indivíduos, ao mesmo tempo em
que se propõem políticas públicas que tratem o uso de drogas como uma
questão de saúde, e não como um problema exclusivamente penal. Assim, é
essencial reorientar a abordagem do Estado, priorizando a educação e
reabilitação em vez de continuar com a criminalização dos usuários.
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