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P á g i n a 1 
 
 
SUMÁRIO 
PARTE GERAL................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 6 
Introdução...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 6 
Conceito .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 6 
Características ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 6 
Autonomia ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 6 
Princípios do Direito Empresarial ...................................................................................................................................................................................................................................................................... 7 
Fontes do Direito Empresarial .............................................................................................................................................................................................................................................................................. 7 
Resumindo... .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 8 
Atividade empresarial ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 8 
Conceito .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 8 
Características ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 8 
Atividades não empresariais....................................................................................................................................................................................................................................................................................... 9 
Atividade empresarial regular........................................................................................................................................................................................................................................................................... 10 
Atividade Rural .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 10 
Resumindo... ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 10 
Sujeitos da atividade empresarial ........................................................................................................................................................................................................................................................................... 11 
Categorias de empresário .......................................................................................................................................................................................................................................................................................... 11 
Capacidade ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................12 
Nome empresarial .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................13 
Introdução .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................13 
Espécies ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................13 
Proteção..............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................14 
Estabelecimento empresarial ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................14 
Conceito ...............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................14da fiduciária (credora 
→ instituição financeira), garantindo o pagamento com o próprio bem. Assim: 
ARRENDAMENTO MERCANTIL ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA 
O arrendatário deve exercer a opção de aquisição. 
A propriedade resolve-se automaticamente com o 
cumprimento da obrigação 
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Contrato de locação 
A locação de prédio urbano com finalidade comercial é regulamentada pela Lei nº 8.245/91 de pelo Código 
Civil (subsidiariamente). A principal característica de um contrato de locação empresarial é a proteção ao ponto 
comercial mediante ação renovatória, cumpridos os seguintes requisitos cumulativos: 
o Contrato celebrado por escrito e com prazo determinado. 
o Contrato com prazo mínimo de 5 anos. 
o Exploração da atividade, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de 3 anos. 
O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: 
1 
o Por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua 
radical transformação. 
o Para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade. 
2 
o O imóvel vier a ser utilizado por ele próprio. 
o Para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da 
maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 
Nesses casos, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, SALVO se a 
locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. 
Contrato de fomento mercanti l ou factoring 
Trata-se de contrato atípico, que não possui legislação própria. Por meio dele, ocorre o seguinte: 
1 Empresário – faturizado – realiza uma venda a prazo de produto/serviço. 
2 
Com objetivo de receber o valor à vista, o empresário vende o crédito a uma instituição financeira – 
faturizadora – (parabancária → ou seja, não se trata de um Banco). 
3 
A instituição financeira paga ao empresário o valor à vista, mediante incidência de taxas de juros e de 
serviços, devendo receber o crédito do comprador do produto/serviço. 
Conforme o Resp 1.289.995/PE, o faturizador (instituição financeira) assume os riscos do inadimplemento 
do comprador, não havendo que se falar em direito de cobrança em face do faturizado. 
 
 
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Contratos de colaboração empresarial – subordinação empresarial 
Contrato de franquia 
O contrato de franquia é regulamentado pela Lei n. 13.966/19 (nova Lei de Franquias). 
Por meio deste contrato, o franqueador autoriza o franqueado a usar marcas e outros objetos de 
propriedade intelectual, associados ao direito de 
o Produção ou distribuição exclusiva ou não exclusiva de produtos ou serviços. 
o Uso de métodos e sistemas de implantação e administração de negócio ou sistema operacional 
desenvolvido ou detido pelo franqueador. 
 mediante remuneração direta ou indireta. 
 ATENÇÃO 
Este contrato NÃO CONFIGURA relação de consumo ou vínculo empregatício em relação ao franqueado ou 
a seus empregados, ainda que durante o período de treinamento. 
Contrato de representação comercial 
O contrato de representação comercial é regulamentado pela Lei nº 4.886/65. Trata-se de um contrato 
de colaboração, por meio do qual o representante comercial fica obrigado a ampliar mercado de bens e/ou 
serviços da parte representada, havendo subordinação empresarial entre eles. 
 ATENÇÃO 
NÃO HÁ, em regra, vínculo societário ou empregatício entre as partes! 
Contrato de distribuição 
O contrato de distribuição é regulamentado pelos arts. 710 a 721 do Código Civil. Trata-se de modalidade 
de colaboração empresarial que pode ser por: 
APROXIMAÇÃO O colaborador identifica interessados em adquirir produtos do contratante. 
INTERMEDIAÇÃO O colaborador adquire os produtos do contratante e os vende. 
 
 
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Contrato de concessão comercial 
Trata-se de contrato atípico, salvo no caso de automóveis (regulamentado pela Lei nº 6.729/79). Por 
meio deste contrato, o empresário se obriga a comercializar os produtos fabricados por outro empresário. 
 ATENÇÃO 
Este contrato NÃO SE CONFUNDE com o contrato de distribuição por intermediação, pois este confere ao 
produtor maior poder de ingerência sobre a organização empresarial do distribuidor. 
Contrato de mandato 
O contrato de mandato é regulamentado pelos arts 653 a 691 do Código Civil. Por meio deste contrato, 
o mandatário se obriga a praticar atos negociais em nome do mandante, que confia àquele a gestão de um ou 
mais negócios mercantis. Materializa-se por meio de procuração outorgada ao mandatário. 
Contrato de comissão 
O contrato de comissão é regulamentado pelos arts 693 a 709 do Código Civil. Por meio deste contrato, 
o comissário se obriga a realizar negócios por conta do comitente, mediante percentual (comissão). Aqui, o 
comitente não participa do negócio, mas o comissário vincula-se aos limites estabelecidos por ele. 
 ATENÇÃO 
Ao contrário do que ocorre no contrato de representação comercial, é admitida a cláusula del credere no 
contrato de comissão, pela qual o comissário se obriga a responder solidariamente com o terceiro perante 
o comitente, mediante remuneração maior em face do risco assumido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS 
Disposições comuns 
Preliminarmente 
A Lei de Falência e Recuperação de Empresas – Lei nº 11.101/05 disciplina os seguintes institutos: 
FALÊNCIA 
Procedimento de execução concursal dos bens do empresário insolvente, com o objetivo 
de vender ativos para pagar passivos, seguindo a ordem de preferência legal. 
RECUPERAÇÃO 
Procedimento que busca superar a crise financeira reversível do empresário devedor, 
preservando a empresa. Pode ser judicial ou extrajudicial. 
A referida lei sofreu profundas alterações pela Lei n. 14.112 de 2020, que teve por objetivo a atualização 
da legislação referente à recuperação judicial, à recuperação extrajudicial e à falência. 
Sujeitos 
A Lei de Falência e Recuperação de Empresas aplica-se: 
o Ao empresário. 
o À sociedade empresária. 
Entretanto, ela NÃO se aplica: 
1 
Empresas estatais: 
o Empresa pública. 
o Sociedade de economia mista. 
2 
o Instituição financeira pública ou privada. 
o Cooperativa de crédito. 
o Consórcio. 
o Entidade de previdência complementar. 
o Sociedade operadora de plano de assistência à saúde. 
o Sociedade seguradora. 
o Sociedade de capitalização. 
o Outras entidades legalmente equiparadas às anteriores. 
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Nesse sentido, a Lei 14.112/2020 trouxe importante alteração, prevendo que, no caso do produtor rural 
em seu período não empresarial, somente estarão sujeitos à recuperação judicial os créditos que decorram 
EXCLUSIVAMENTE da atividade rural, ainda que não vencidos. 
Competência 
O juízo do local do PRINCIPAL ESTABELECIMENTO do devedor ou da FILIAL DE EMPRESA que 
tenha sede fora do Brasil é competente para 
o Homologar o plano de recuperação extrajudicial. 
o Deferir a recuperação judicial. 
o Decretar a falência. 
Consequências da decisão 
A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial implica: 
1 Suspensão do curso da prescrição das obrigações do devedor sujeitas ao regime desta Lei. 
2 
Suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor, inclusive daquelas dos credores particulares 
do sócio solidário, relativas a créditos ou obrigações sujeitos à recuperação judicial ou à falência. 
3 
Proibição de qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e 
constrição judicial ou extrajudicial sobre os bens do devedor, oriunda de demandas judiciais ou 
extrajudiciais cujos créditos ou obrigações sujeitem-se à recuperação judicial ou à falência. 
Duração de 180 dias (prorrogáveis, uma única vez, por igual período). 
Entretanto,TERÁ PROSSEGUIMENTO no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar 
quantia ilíquida, uma vez que não há constrição de bens, apenas a liquidação de eventuais dívidas. 
Solução consensual 
A conciliação e a mediação deverão ser incentivadas em qualquer grau de jurisdição, inclusive no âmbito 
de recursos em segundo grau de jurisdição e nos Tribunais Superiores, e não implicarão a suspensão dos prazos, 
SALVO se houver consenso entre as partes ou determinação judicial. 
Fraude contra credores 
É VEDADO ao devedor, até a aprovação do plano de recuperação judicial, distribuir lucros ou dividendos 
a sócios e acionistas, sob pena de configuração do crime de fraude contra credores. 
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Falência 
Finalidade 
Ao promover o afastamento do devedor de suas atividades, a falência visa a 
1 Preservar e a otimizar a utilização produtiva dos bens, inclusive os intangíveis, da empresa. 
2 Permitir a liquidação célere das empresas inviáveis, com vistas à realocação eficiente de recursos. 
3 
Fomentar o empreendedorismo, inclusive por meio da viabilização do retorno célere do empreendedor 
falido à atividade econômica. 
Assim, a falência é mecanismo de preservação de benefícios econômicos e sociais decorrentes da 
atividade empresarial, por meio da liquidação imediata do devedor e da rápida realocação útil de ativos. 
Pressupostos 
São situações passíveis de acarretar a decretação da falência: 
IMPONTUALIDADE 
INJUSTIFICADA 
Ocorre quando o devedor, sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, 
obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma 
ultrapasse o equivalente a 40 salários-mínimos na data do pedido de falência 
EXECUÇÃO 
FRUSTRADA 
Ocorre quando o devedor, executado por qualquer quantia líquida, não paga, não 
deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal. 
ATOS DE 
FALÊNCIA 
Ocorre quando o devedor pratica “atos suspeitos”, salvo se isso fizer parte do plano 
de recuperação judicial. São atos de falência ⤵ 
o Liquidação antecipada ou fraudulenta de ativos. 
o Negócio simulado ou alienação de ativos para fraudar credores. 
o Transferência de estabelecimento a 3º sem consentimento de todos os credores. 
o Simulação de transferência do principal estabelecimento. 
o Dar ou reforçar garantia a credor sem bens suficientes para saldar seu passivo. 
o Ausentar-se sem deixar representante ou abandonar estabelecimento. 
o Deixar de cumprir obrigações assumidas em plano de recuperação judicial. 
 
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NÃO se caracteriza a impontualidade injustificada se o devedor provar: 
1 Falsidade de título. 
2 Prescrição. 
3 Nulidade de obrigação ou de título. 
4 Pagamento da dívida. 
5 Qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título. 
6 Vício em protesto ou em seu instrumento. 
7 Apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação. 
8 Cessação das atividades empresariais mais de 2 anos antes do pedido de falência. 
Juízo fal imentar 
O juízo falimentar é 
INDIVISÍVEL 
É competente para conhecer todas as ações sobre bens, interesses e negócios do falido, 
RESSALVADAS as causas trabalhistas, fiscais e aquelas não reguladas pela Lei de Falências. 
UNIVERSAL Todos os credores se submetem ao mesmo juízo. 
Legitimidade ativa 
Podem requerer a falência do devedor 
o O próprio devedor (autofalência). 
o O cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante. 
o O cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade. 
o Qualquer credor (se for empresário deverá comprovar a regularidade de suas atividades). 
A desistência da ação 
ANTES DA CONTESTAÇÃO APÓS A CONTESTAÇÃO 
Não precisa do consentimento do devedor Precisa do consentimento do devedor 
 
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Sentença declaratória 
A decisão que decreta a falência: 
o Também decreta a falência de sócios com responsabilidade ILIMITADA, se houver. 
o Determina o vencimento antecipado das dívidas, com abatimento proporcional dos juros. 
 IMPORTANTE 
É VEDADA a extensão da falência ou de seus efeitos, no todo ou em parte, aos sócios de responsabilidade 
LIMITADA, aos controladores e aos administradores da sociedade falida, admitida, contudo, a 
desconsideração da personalidade jurídica. 
Além disso, a decisão também deve determinar: 
1 
A suspensão de todas as ações ou execuções contra o falido, SALVO as que demandarem quantias 
ilíquidas e as de natureza trabalhista até a apuração do crédito. 
2 A proibição de qualquer ato de disposição ou oneração de bens sem autorização. 
3 A anotação da falência no registro do devedor, para que dele constem a expressão “falido”. 
4 A continuação provisória das atividades com o administrador OU a lacração dos estabelecimentos. 
5 
A intimação eletrônica, do MP e das Fazendas Públicas federal e de todos os Estados, DF e Municípios 
em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência. 
6 
O TERMO LEGAL da falência → lapso temporal anterior à decretação da falência em que os atos 
praticados pelo devedor podem ser considerados ineficazes (período MÁXIMO DE 90 DIAS do 
pedido de falência ou de recuperação judicial ou do protesto por falta de pagamento). 
Quanto à possibilidade de recursos, tem-se 
AGRAVO DE INSTRUMENTO Da decisão que decreta a falência. 
APELAÇÃO Da sentença que julga improcedente o pedido. 
 
 
 
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Administração da falência 
A administração da falência é realizada: 
o Pelo magistrado, que conduz o processo falimentar, nomeia o administrador judicial (e aprova suas contas) 
e pode autorizar a venda antecipada de bens. 
o Pelo Ministério Público, que atua como fiscal da lei. 
o Pelos órgãos de falência 
ADMINISTRADOR 
JUDICIAL 
- Auxilia o juiz na recuperação JUDICIAL e na falência. Será PREFERENCIALMENTE: 
o Advogado. 
o Economista. 
o Administrador de empresas. 
o Contador. 
o Pessoa jurídica especializada. 
- Na falência, como o devedor é afastado, ele administra a sociedade. 
- Na recuperação judicial, ele fiscaliza as atividades e o cumprimento do plano. 
- A remuneração, a ser fixada pelo juiz, considerará capacidade de pagamento do devedor, 
o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado, observado o 
limite de 5% (ou 2% no caso de ME, EPP e produtor rural PF) do valor: 
o Devido aos credores submetidos à recuperação judicial, OU 
o De venda dos bens na falência. 
- Os créditos devidos ao administrador e seus auxiliares são EXTRACONCURSAIS. 
COMITÊ DE 
CREDORES 
Trata-se de órgão facultativo que objetiva fiscalizar as atividades e contas do 
administrador e zelar pelo bom andamento do processo e cumprimento da lei. Não havendo 
este órgão, as funções são exercidas pelo administrador ou pelo juiz. É composto por um 
representante indicado por cada uma das seguintes classes de credores: 
o Trabalhistas. 
o Com garantia real + privilégio especial. 
o Quirografários + privilégio geral. 
o Enquadrados como ME e EPP. 
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ASSEMBLEIA 
GERAL DE 
CREDORES 
- Trata-se de órgão colegiado, presidido pelo administrador judicial, que delibera sobre 
matérias de interesses dos credores. Será composta pelas seguintes classes de credores: 
o Titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou de acidentes de trabalho. 
o Titulares de créditos com garantia real. 
o Titulares de créditos quirografários + subordinados. 
o Titulares de créditos enquadrados como ME e EPP. 
- Quóruns: 
o Para convocação: 
✓ 1ª convocação → mais da metade dos créditos de cada classe. 
✓ 2ª convocação → qualquer quantidade. 
o Para deliberação: mais da metade dos votos presentes (voto proporcional ao crédito). 
- Qualquer deliberação poderáser substituída, com idênticos efeitos, por: 
o Termo de adesão (respeitado o quórum de aprovação específico). 
o Votação realizada por sistema eletrônico. 
o Outro mecanismo reputado suficientemente seguro pelo juiz. 
Ordem de preferência dos créditos 
A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: 
1 Créditos extraconcursais (são os que surgem no decorrer do processo). 
2 Créditos da legislação trabalhista e de acidentes de trabalho (até 150 salários-mínimos por credor). 
3 Créditos com garantia real (até o limite do bem gravado). 
4 Créditos tributários (exceto as multas e os extraconcursais). 
5 Créditos quirografários (os não previstos aqui, incluindo os trabalhistas acima de 150 salários-mínimos). 
6 Multas contratuais + penas pecuniárias (penais, administrativas ou tributárias). 
7 
Créditos subordinados: 
o Assim previstos em lei ou contrato. 
o De sócios e dos administradores sem vínculo empregatício cuja contratação não tenha observado 
as condições comutativas e as práticas de mercado). 
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8 Juros vencidos após a decretação da falência. 
Encerramento da falência 
As principais etapas de encerramento do processo são: 
1 Realização de todo o ativo e distribuição do produto entre os credores. 
2 Apresentação do relatório final pelo administrador. 
3 Juiz sentencia pelo encerramento, sendo cabível, em face dela, apelação. 
Extingue as obrigações do falido: 
1 O pagamento de todos os créditos. 
2 
O pagamento, após realizado o ativo, de mais de 25% dos créditos quirografários, facultado o depósito 
para atingir a porcentagem, se para isso não tiver sido suficiente a integral liquidação do ativo. 
3 
O decurso do prazo de 3 anos, contado da decretação da falência, ressalvada a utilização dos bens 
arrecadados, que serão destinados à satisfação dos credores habilitados ou com pedido de reserva. 
4 O encerramento da falência (conforme o procedimento supramencionado). 
Nessas hipóteses, o falido pode requerer a declaração da extinção das obrigações por sentença, que 
só será rescindida por ação rescisória, no prazo de 2 anos, a pedido de qualquer credor, caso se verifique que 
o falido tenha sonegado bens, direitos ou rendimentos. 
Recuperação judicial 
Finalidade 
A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira 
do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses 
dos credores, promovendo, assim 
o A preservação da empresa. 
o Sua função social. 
o O estímulo à atividade econômica. 
 
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Requisitos 
Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido 
o Exerça regularmente suas atividades há mais de 2 anos 
o Não ser falido ou ter suas responsabilidades extintas por sentença transitada em julgado. 
o Não ter, há menos de 5 anos, obtido concessão de recuperação judicial. 
o Não ter sido condenado (ou não ter sócio/administrador condenado) por crime falimentar. 
 LEI 14.112 DE 2020 
Na recuperação judicial de companhia aberta, serão obrigatórios a formação e o funcionamento do conselho 
fiscal enquanto durar a fase da recuperação judicial, incluído o período de cumprimento das obrigações 
assumidas pelo plano de recuperação. 
Meios de recuperação 
Constituem meios de recuperação judicial, dentre outros: 
1 Concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações. 
2 Aumento de capital social. 
3 Redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante negociação coletiva. 
4 Conversão de dívida em capital social. 
LEI 14.112 
DE 2020 5 
Venda integral da devedora, desde que garantidas aos credores não submetidos ou 
não aderentes condições, no mínimo, equivalentes àquelas que teriam na falência, 
hipótese em que será, para todos os fins, considerada unidade produtiva isolada. 
Plano de recuperação 
O plano de recuperação será apresentado pelo devedor em juízo no prazo improrrogável de 60 dias da 
publicação da decisão que deferir a recuperação judicial, sob pena de convolação em falência. 
O plano NÃO poderá prever prazo superior a 1 ano para pagamento dos créditos derivados da legislação 
do trabalho ou de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido. O prazo pode ser estendido em até 
2 anos se forem atendidos seguintes requisitos, cumulativamente 
1 Apresentação de garantias julgadas suficientes pelo juiz. 
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2 Aprovação pelos titulares de créditos derivados da legislação trabalhista ou de acidentes de trabalho. 
3 Garantia da integralidade do pagamento dos créditos trabalhistas. 
Ademais, o plano de recuperação judicial NÃO poderá prever prazo superior a 30 dias para o pagamento, 
até o limite de 5 salários-mínimos por trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 
3 meses anteriores ao pedido de recuperação. 
 REJEIÇÃO DO PLANO 
Rejeitado o plano de recuperação judicial, o administrador judicial submeterá, no ato, à votação da 
assembleia-geral de credores a concessão de prazo de 30 dias para que seja apresentado plano de 
recuperação judicial pelos credores. 
Convolação em falência 
O juiz decretará a falência durante o processo de recuperação judicial: 
o Por deliberação da assembleia-geral de credores. 
o Pela não apresentação, pelo devedor, do plano de recuperação no prazo de 60 dias. 
o Quando não apresentado ou rejeitado o plano de recuperação proposto pelos credores. 
o Por descumprimento de qualquer obrigação assumida no plano de recuperação. 
o Por descumprimento dos parcelamentos deferidos pelas Fazendas Públicas ou pelo INSS ou da transação 
relativa a créditos inscritos em dívida ativa da União. 
o Quando identificado o esvaziamento patrimonial da devedora que implique liquidação substancial da 
empresa, em prejuízo de credores não sujeitos à recuperação, inclusive as Fazendas Públicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Recuperação extrajudicial 
CABIMENTO 
O devedor que preencher os requisitos da recuperação judicial poderá propor e 
negociar com credores plano de recuperação extrajudicial. 
REQUERIMENTO 
O devedor poderá requerer: 
o A homologação em juízo do plano de recuperação extrajudicial, juntando sua 
justificativa e o documento que contenha seus termos e condições, com as 
assinaturas dos credores que a ele aderiram. 
o A homologação de plano de recuperação extrajudicial que obriga todos os 
credores por ele abrangidos, desde que assinado por credores que 
representem mais de ½ dos créditos de cada espécie abrangidos pelo plano. 
CONVOCAÇÃO 
DOS CREDORES 
Recebido o pedido de homologação, o juiz ordenará a publicação de edital eletrônico 
com vistas a convocar os credores do devedor para apresentação de suas 
impugnações ao plano de recuperação extrajudicial. 
IMPUGNAÇÃO 
Os credores terão prazo de 30 dias, contado da publicação do edital, para impugnarem 
o plano, juntando a prova de seu crédito. 
RÉPLICA Apresentada a impugnação, abre-se prazo de 5 dias para manifestação do devedor. 
SENTENÇA 
Os autos serão conclusos ao juiz para apreciação de eventuais impugnações e decidirá, 
no prazo de 5 dias, acerca do plano de recuperação extrajudicial, homologando-o por 
sentença se entender que: 
o Não implica prática de atos com intenção de prejudicar. 
o Não há outras irregularidades que recomendem sua rejeição. 
Da sentença cabe APELAÇÃO sem efeito suspensivo. 
NOVO PEDIDO 
Na hipótese de não homologação, o devedor poderá, cumpridas as formalidades, 
apresentar novo pedido de homologação de plano de recuperação extrajudicial. 
 
 
 
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PROPRIEDADE INDUSTRIAL 
Disposições gerais 
O inciso XXIX, do artigo 5º, da CRFR/88 estabelece que “a lei assegurará aos autores de inventos 
industriaisPRIVILÉGIO TEMPORÁRIO para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à 
propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social 
e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País.” 
Os direitos de propriedade industrial são concedidos e assegurados pelo Instituto Nacional de 
Propriedade Industrial (INPI), autarquia federal a quem compete a concessão de patentes e de registros. Sua 
disciplina é regulada pela Lei de Propriedade Industrial – Lei n. 9.279/96, que, em seu art. 2º, dispõe: 
A proteção dos direitos relativos à propriedade industrial, considerado o seu interesse social e o 
desenvolvimento tecnológico e econômico do País, efetua-se mediante: 
1 Concessão de PATENTES de INVENÇÃO e de MODELO DE UTILIDADE. 
2 Concessão de REGISTRO de DESENHO INDUSTRIAL. 
3 Concessão de REGISTRO de MARCA. 
4 Repressão às falsas INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS. 
5 Repressão à CONCORRÊNCIA DESLEAL. 
Patente 
Conceito 
Trata-se de um documento conferido pelo INPI ao titular de INVENÇÃO ou MODELO DE UTILIDADE, 
garantindo a ele o direito de exploração econômica exclusiva. Nesse sentido, vejamos os conceitos: 
INVENÇÃO 
É a obra CRIADA e que possa ser PRODUZIDA INDUSTRIALMENTE. 
É patenteável a invenção que atenda aos requisitos de: 
o Novidade. 
o Atividade inventiva. 
o Aplicação industrial. 
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MODELO DE 
UTILIDADE 
É o APERFEIÇOAMENTO de invenções, que aumentem a utilidade de algo já existente 
e que possa ser PRODUZIDO INDUSTRIALMENTE. 
É patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou parte deste, 
suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma/disposição, envolvendo ato 
inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação. 
Requerimento 
Efetuado junto ao INPI pelo: 
o Autor. 
o Herdeiro. 
o Titular por lei/contrato. 
Se requerido por mais de um inventor, o direito será assegurado a quem provar o depósito mais antigo, 
INDEPENDENTEMENTE da data da criação da invenção ou do modelo de utilidade. 
Vigência 
A patente vigorará pelos seguintes prazos: 
INVENÇÃO 20 anos. 
MODELO DE UTILIDADE 15 anos. 
Os prazos são contados a partir da data do depósito (e não da concessão) 
A Lei n. 14.195 de 2021 REVOGOU EXPRESSAMENTE o dispositivo que garantia do prazo mínimo de 
vigência de 10 anos para a invenção e 7 anos para modelo de utilidade. 
Licenças 
VONLUNTÁRIA 
O titular de patente ou o depositante poderá celebrar contrato de licença para 
exploração. Assim, trata-se de ato voluntário do autor da patente para licenciar um 
terceiro, que poderá realizar a exploração desta. 
POR OFERTA 
O titular da patente poderá solicitar ao INPI que a coloque em oferta para fins de 
exploração. O INPI promoverá a publicação da oferta. 
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P á g i n a 45 
 
 
COMPULSÓRIA 
O titular ficará sujeito a ter a patente licenciada compulsoriamente se exercer os 
direitos dela decorrentes de forma abusiva, ou por meio dela praticar abuso de poder 
econômico, comprovado nos termos da lei, por decisão administrativa ou judicial. 
A Lei n. 14.200 de 2021 passou a prever hipóteses de licenciamento compulsório de 
patentes em casos de emergência nacional ou internacional, interesse público, calamidade 
pública ou por razões humanitárias. 
Criação por empregado ou prestador de serviços 
Em regra, a criação do empregado ou do prestador de serviços pertence: 
AO EMPREGADOR Se decorrer do contrato (de trabalho/de prestação de serviços). 
AO EMPREGADO 
Se, cumulativamente: 
o Não decorrer do contrato. 
o Não decorrer do uso de recursos do empregador. 
A AMBOS Se for produto da contribuição pessoal do empregado + recursos do empregador. 
Registro 
Introdução 
Enquanto a patente é concedida para invenções e modelos de utilidade, o REGISTRO é utilizado para 
MARCAS e DESENHOS INDUSTRIAIS, cujos conceitos serão explorados a seguir: 
Marca 
É o sinal distintivo que representa a identidade e a distinção de determinado produto ou serviço, 
permitindo que ele possa ser reconhecido pelos consumidores. A marca pode ser: 
NOMINATIVA É a marca formada apenas por letras ou algarismos. 
FIGURATIVA É a que possui apenas desenhos ou símbolos. 
MISTA É a que possui ambas. 
 
 
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P á g i n a 46 
 
 
São tipos de marca os seguintes: 
MARCA DE PRODUTO 
OU SERVIÇO 
Aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante 
ou afim, de origem diversa. 
MARCA DE 
CERTIFICAÇÃO 
Aquela usada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com 
determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à 
qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada. 
MARCA COLETIVA 
Aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de 
uma determinada entidade. 
As marcas devem observar os seguintes requisitos: 
o Novidade relativa (apenas dentro de seu âmbito de atuação). 
o Não coincidência com marca de alto renome (protegida em todos os ramos de atividades) ou 
notoriamente reconhecida (reconhecida e protegida internacionalmente em seu ramo de atividade). 
o Ausência de impedimento legal (ex.: contrariedade à moral e aos costumes, símbolo oficial, etc). 
 VIGÊNCIA 
A registro vigorará por 10 anos, contados da CONCESSÃO, prorrogáveis por períodos iguais e sucessivos 
– ou seja, pode vigorar para sempre, desde que haja renovação. 
Desenho industrial 
Desenho industrial é a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e 
cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original, desde que possa 
servir à fabricação industrial. NÃO É REGISTRÁVEL a forma necessária comum do objeto, nem a que afronte 
a moralidade, os bons costumes, a honra ou imagem das pessoas. 
 VIGÊNCIA 
O registro terá vigência de 10 ANOS, contados da data do DEPÓSITO, prorrogável por três períodos 
sucessivos de cinco anos cada. 
 
 
 
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P á g i n a 47 
 
 
Indicação geográfica 
Introdução 
A INDICAÇÃO GEOGRÁFICA é o sinal designativo de procedência ou de origem do produto ou serviço. 
Essa indicação é protegida pelo ordenamento jurídico para garantir a identificação do produto ou serviço e de 
suas características pelos consumidores. 
Indicação de procedência 
Considera-se indicação de procedência o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu 
território, que se tenha tornado conhecido como centro de extração, produção ou fabricação de determinado 
produto ou de prestação de determinado serviço. 
Denominação de origem 
Considera-se denominação de origem o nome geográfico de país, cidade, região ou localidade de seu 
território, que designe produto ou serviço cujas qualidades ou características se devam exclusiva ou 
essencialmente ao meio geográfico, incluídos fatores naturais e humanos. 
Concorrência desleal 
Configuração 
A CONCORRÊNCIA DESLEAL fica configurada quando há o emprego de meios imorais com o objetivo 
de desviar a clientela do concorrente. O art. 195 da LPI elenca várias dessas condutas. 
Repressão 
A repressão a concorrência desleal é feita pela Lei de Propriedade Industrial, que elenca as condutas 
que configuram crime de concorrência desleal, além de cominar a pena. 
 APLICAÇÃO DA LEI DO CADE 
Quando se tratar de grandes empresas atuando na construção de um monopólio, aplica-se a lei do CADE – 
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (autarquia federal que objetiva garantir a livre concorrência 
no mercado). 
 
 
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P á g i n a 48 
 
 
TÍTULOS DE CRÉDITO 
Introdução 
Conceito 
O título representa um crédito em face de determinada pessoa. Assim, trata-se de um documento 
formal, com força executiva, que representa uma dívida líquida e certa, DESVINCULADA do negócio que o 
originou. O art. 887 do Código Civil estabeleceque “o título de crédito, documento necessário ao exercício do 
direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei”. 
Características 
Do conceito dado acima, extrai-se as seguintes características 
LITERALIDADE O título confere exatamente o valor expresso, ipsis litteris, no documento. 
CARTULARIDADE 
O título se materializa numa cártula, sendo esta o documento necessário para 
o exercício do direito. Assim, sua posse é pressuposto para o exercício. 
AUTONOMIA 
Abstração → a causa que originou o título é irrelevante ao terceiro de boa-fé 
que o recebeu. Aplica-se aos títulos não causais. 
Independência → as obrigações do título são independentes entre si, de modo 
que o vício de uma delas não macula a outra. 
INOPONIBILIDADE DAS 
EXCEÇÕES PESSOAIS 
Trata-se de uma proibição de o devedor alegar, em face do portador do título, 
exceções pessoais que poderia alegar em face dos coobrigados anteriores. 
Em suma, se cumpridas as formalidades, o título se comporta como se dinheiro fosse. 
Classificação 
QUANTO AO MODELO 
LIVRE Não tem forma pré-determinada. Ex.: letra de câmbio e nota promissória. 
VINCULADO Deve observar um padrão previamente fixado. Ex.: cheque e duplicata. 
 
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QUANTO À NATUREZA OU ESTRUTURA 
ORDEM DE PAGAMENTO 
SACADOR/EMITENTE → dá a ordem. 
SACADO/DEVEDOR → recebe a ordem. 
TOMADOR/CREDOR → beneficiário do pagamento. 
Aplicação: letra de câmbio, duplicata e cheque. 
PROMESSA DE 
PAGAMENTO 
EMITENTE/DEVEDOR → promete o pagamento. 
TOMADOR/CREDOR → beneficiário do pagamento. 
Aplicação.: nota promissória. 
 
QUANTO À ORIGEM 
CAUSAIS 
Só podem ser emitidos com a existência de origem específica, definida em lei. 
Aplicação: duplicata mercantil. 
NÃO CAUSAIS 
São abstratos, podendo ser criados a partir de qualquer causa. 
Aplicação: letra de câmbio, nota promissória e cheque 
 
QUANTO À CIRCULAÇÃO 
AO PORTADOR Não há identificação do credor e será transmitido pela simples tradição. 
NOMINATIVO 
Há identificação do credor e por isso a transmissão depende de ato solene. 
Podem ser “à ordem” (endossáveis – transmissíveis por endosso) e “não à ordem” 
(não endossáveis – transmissíveis por cessão de crédito). 
 
 
 
 
 
 
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P á g i n a 50 
 
 
Atos cambiários 
Constituição 
SAQUE É simplesmente a CRIAÇÃO/EMISSÃO do título pelo sacador. 
ACEITE Assinatura do sacado, na frente ou atrás do título, indicando que ele ACEITA pagar a dívida. 
ENDOSSO 
Assinatura do tomador/beneficiário (endossante), atrás (= verso) do título, indicando a 
TRANSFERÊNCIA deste a outrem (endossatário), não se admitindo o endosso parcial. 
O endosso pode ser: 
o Em preto: indica um novo titular., tornando o título nominativo. 
o Em branco: não indica novo titular, tornando o título ao portador. 
AVAL 
Assinatura de um terceiro (avalista), na frente (= anverso) do título, indicando que ele 
GARANTE o pagamento do título em favor do devedor principal (avalizado), tornando-se 
coobrigado. Ao contrário do endosso, o aval pode ser total ou parcial. 
A obrigação assumida é autônoma, de modo que a nulidade da obrigação do avalizado não 
compromete a do avalista. Não há benefício de ordem, sendo solidária (e não subsidiária) a 
responsabilidade do avalista (diferentemente da fiança, na qual há benefício de ordem). 
O aval pode ser: 
o Simultâneo: quando há vários avalistas. 
o Sucessivo: quando o avalista posterior avaliza o anterior. 
Exigibi l idade 
VENCIMENTO 
É a data a partir da qual a dívida pode ser cobrada. 
- Quando a cobrança é pelo devedor principal, basta apresentar o título no vencimento. 
- Quando a cobrança é pelos coobrigados/avalistas, é necessário o prévio protesto do título. 
PROTESTO 
Ato formal pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em 
títulos e outros documentos de dívida. Só pode ser feito após o vencimento. 
 
 
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Títulos de crédito em espécie 
Letra de câmbio 
Consiste em uma ordem de pagamento, à vista ou a prazo, em que uma pessoa ordena que outra pessoa 
pague determinado valor a terceiro ou a ela própria. Assim, temos os seguintes elementos: 
SACADOR Emite a ordem de pagamento. 
SACADO Destinatário da ordem de pagamento. 
TOMADOR Beneficiário da ordem (pode ser terceiro ou o próprio sacador). 
O aceite não é obrigatório na letra de câmbio. 
Nota promissória 
Consiste em uma promessa de pagamento pelo sacador (promitente) de quantia determinada ao 
beneficiário. Assim, sacador é o próprio devedor principal, resultando nos seguintes elementos: 
SACADOR É quem promete o pagamento (promitente). 
TOMADOR É quem se beneficia do pagamento. 
Não há aceite por inexistir ordem de pagamento. 
Cheque 
Consiste em uma ordem de pagamento à vista. emitida pelo sacador, correntista de uma instituição 
financeira, para que ela, sacada, pague uma determinada quantia em benefício do tomador. Portanto, temos: 
SACADOR Correntista de instituição financeira que emite a ordem de pagamento. 
SACADA Instituição financeira que deverá pagar a quantia, se o sacador a tiver em conta. 
TOMADOR Beneficiário da ordem de pagamento. 
Apesar de, de acordo com a lei, o pagamento ser à vista, a súmula 370 do STJ estabelece que 
apresentação antecipada de cheque pré-datado caracteriza dano moral. 
 
 
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Dupl icata 
Consiste em um título de crédito causal, emitido para uma compra e venda mercantil (situação mais comum 
na prática) ou um contrato de prestação de serviços. Essa relação possui os seguintes elementos: 
SACADOR É o vendedor ou prestador de serviços (credor). 
SACADO É o comprador ou tomador de serviços (devedor). 
Após a emissão da duplicata, ela deve ser enviada ao sacado para que ele a pague (duplicata à vista) 
ou a aceite e devolva (duplicata a prazo). Aqui, o aceite é obrigatório, ou seja, se o título foi emitido com base 
na fatura ou na nota fiscal que documenta a venda, o sacado é obrigado a aceitar, SALVO: 
o Avaria ou não recebimento das mercadorias. 
o Vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou quantidade das mercadorias. 
o Divergência nos prazos ou preços ajustados. 
 DUPLICATA ESCRITURAL 
A Lei nº 13.775/2018 dispõe sobre a emissão de duplicata sob a forma escritural, também chamada de 
“duplicata virtual” ou “duplicata eletrônica”. Trata-se de modelo emitido em sistema eletrônico gerido por 
quaisquer das entidades que exerçam a atividade de escrituração de duplicatas escriturais. 
 
 
Licensed to - -Elementos ..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................14 
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P á g i n a 2 
 
 
Ponto Comercial .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................14 
Trespasse ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 15 
Resumindo... ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 15 
DIREITO SOCIETÁRIO ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 16 
Classificação das sociedades .......................................................................................................................................................................................................................................................................................... 16 
Quanto à natureza da atividade ................................................................................................................................................................................................................................................................. 16 
Quanto à importância dos sócios ou do capital .......................................................................................................................................................................................................... 16 
Quanto à aquisição de personalidade jurídica .................................................................................................................................................................................................................. 16 
Sociedades não personificadas ...................................................................................................................................................................................................................................................................................17 
Sociedade em comum ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................17 
Sociedade em conta de participação ...............................................................................................................................................................................................................................................17 
Personalidade jurídica e desconsideração ......................................................................................................................................................................................................................................... 18 
Aquisição da personalidade jurídica ......................................................................................................................................................................................................................................................... 18 
Autonomia patrimonial ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 18 
Teoria da desconsideração...................................................................................................................................................................................................................................................................................... 18 
Desconsideração Inversa ............................................................................................................................................................................................................................................................................................ 19 
Sociedades com personalidade jurídica .................................................................................................................................................................................................................................................. 20 
Visão geral .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 20 
Sociedade simples........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 20 
Sociedade limitada ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 22 
Sociedade anônima ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 23 
Sociedade em nome coletivo .............................................................................................................................................................................................................................................................................. 24 
Sociedade em comandita simples............................................................................................................................................................................................................................................................... 24 
Sociedade em comandita por ações ................................................................................................................................................................................................................................................. 25 
Sociedades cooperativas ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................25 
Operações societárias .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 26 
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P á g i n a 3 
 
 
CONTRATOS EMPRESARIAIS ......................................................................................................................................................................................................................................................................................... 27 
Introdução................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 27 
Contratos em espécie .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 27 
Contrato de compra e venda mercantil ................................................................................................................................................................................................................................... 27 
Contrato de arrendamento mercantil ou leasing ................................................................................................................................................................................................. 28 
Contrato de alienação fiduciária ................................................................................................................................................................................................................................................................. 28 
Contrato de locação ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 29 
Contrato de fomento mercantil ou factoring .............................................................................................................................................................................................................. 29 
Contratos de colaboração empresarial – subordinação empresarial ................................................................................................................... 30 
FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS ......................................................................................................................................................................................................................... 32 
Disposições comuns................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 32 
Preliminarmente .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 32 
Sujeitos ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 32 
Competência ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 33 
Consequências da decisão ........................................................................................................................................................................................................................................................................................ 33 
Solução consensual..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 33 
Fraude contra credores .............................................................................................................................................................................................................................................................................................. 33 
Falência ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 34 
Finalidade ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 34 
Pressupostos ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 34 
Juízo falimentar ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 35 
Legitimidade ativa .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 35 
Sentença declaratória ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 36 
Administração da falência ........................................................................................................................................................................................................................................................................................... 37 
Ordem de preferência dos créditos ................................................................................................................................................................................................................................................38 
Encerramento da falência ........................................................................................................................................................................................................................................................................................ 39 
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P á g i n a 4 
 
 
Recuperação judicial ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 39 
Finalidade ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 39 
Requisitos......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 40 
Meios de recuperação .................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 40 
Plano de recuperação ....................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 40 
Convolação em falência .....................................................................................................................................................................................................................................................................................................41 
Recuperação extrajudicial ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 42 
PROPRIEDADE INDUSTRIAL................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 43 
Disposições gerais .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 43 
Patente............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 43 
Conceito ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 43 
Requerimento .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 44 
Vigência................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 44 
Licenças ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 44 
Criação por empregado ou prestador de serviços ........................................................................................................................................................................................ 45 
Registro........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 45 
Introdução ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 45 
Marca ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 45 
Desenho industrial ......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 46 
Indicação geográfica ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 47 
Introdução ..................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 47 
Indicação de procedência ......................................................................................................................................................................................................................................................................................... 47 
Denominação de origem...................................................................................................................................................................................................................................................................................................47 
Concorrência desleal ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 47 
Configuração ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 47 
Repressão ...................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 47 
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P á g i n a 5 
 
 
TÍTULOS DE CRÉDITO .......................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 48 
Introdução................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 48 
Conceito ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 48 
Características ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 48 
Classificação .............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 48 
Atos cambiários ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 50 
Constituição ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 50 
Exigibilidade .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 50 
Títulos de crédito em espécie ....................................................................................................................................................................................................................................................................................... 51 
Letra de câmbio ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 51 
Nota promissória ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................ 51 
Cheque .................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................... 51 
Duplicata ............................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................................. 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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P á g i n a 6 
 
 
PARTE GERAL 
Introdução 
Conceito 
Trata-se do ramo do direito que tem por objeto a regulamentação da atividade econômica daqueles que 
exercem a atividade empresarial, atuando de forma organizada e com habitualidade na circulação ou produção 
de bens e prestação de serviços, objetivando a obtenção de lucro. 
Características 
O Direito empresarial possui as seguintes características 
INFORMALISMO 
As normas de direito empresarial devem evitar impor solenidades para a realização 
dos negócios jurídicos, uma vez que a atividade empresarial é, por sua natureza, uma 
atividade dinâmica e célere. 
COSMOPOLITISMO 
A atividade empresarial ultrapassa as fronteiras dos países. Por esse motivo, ela, 
muitas vezes, é regulamentada por convenções internacionais, as quais acabam por 
ser reproduzidas pelo ordenamento jurídico brasileiro. 
ONEROSIDADE 
Esta característica faz parte da própria definição de atividade empresarial, que é a 
atividade econômica organizada e profissional voltada à produção e circulação de bens 
e serviços com finalidade lucrativa. 
Autonomia 
Apesar de alguns aspectos do Direito Empresarial serem regulados pelo Código Civil, essa disciplina tem 
a autonomia assegurada pela CRFB/88, que elenca Direito Civil e Direito Comercial como disciplinas distintas ao 
tratar da competência legislativa privativa da União. Assim, como uma disciplina autônoma, o Direito Empresarial 
possui princípios próprios e normas específicas. 
 
 
 
 
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P á g i n a 7 
 
 
Princípios do Direito Empresarial 
São princípios do Direito Empresarial 
LIVRE-INICIATIVA Ampla possibilidade de criar e explorar uma atividade econômica. 
LIVRE-CONCORRÊNCIA Liberdade de atuação e disputa de mercado. 
FUNÇÃO SOCIAL DA 
PROPRIEDADE 
Equilíbrio entre o interesse econômico do empresário e os interesses sociais. 
Fontes do Direito Empresarial 
As fontes do Direito Empresarial podem ser divididas em 
FONTES PRIMÁRIAS 
São de aplicação imediata, com preferência sobre as demais fontes. É 
considerada fonte primária a lei. No Direito Empresarial, temos o seguinte: 
- Código Civil: 
o Parte Especial, Livro II → Direito de Empresa. 
o Parte Especial, Livro I → Títulos de Crédito. 
- Código Comercial de 1850,Segunda Parte → comércio marítimo. 
- Lei de falências – Lei n. 11.101/2005. 
- Lei das S.A. – Lei n. 6.404/76. 
- Dentre outras ▪ ▪ ▪ 
FONTES SECUNDÁRIAS 
São as aplicáveis na hipótese de lacuna legislativa: 
- Analogia. 
- Costumes. 
- Princípios gerais do Direito. 
 
 
 
 
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Resumindo. . . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividade empresarial 
Conceito 
Trata-se da atividade econômica organizada, exercida com habitualidade, para a produção e circulação 
de bens ou prestação de serviços objetivando o lucro. Juridicamente, o conceito de empresa não se identifica 
com seu conceito vulgar, em que se chama de empresa o conjunto de bens ou o estabelecimento. Pelo Código 
Civil, o conceito preponderante de empresa é o de ATIVIDADE. 
Empresa é a ATIVIDADE econômica profissional e organizada desempenhada pelo empresário. 
Características 
Do conceito de atividade empresarial é possível extrair as seguintes características: 
o Atividade de produção/circulação de bens ou prestação de serviços. 
o Organização (capital + trabalho + insumos + tecnologia). 
o Atividade profissional (habitualidade + responsabilidade pessoal). 
o Busca de lucro (finalidade lucrativa.). 
 
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Assim: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atividades não empresariais 
Não são empresariais as atividades de natureza científica, literária ou artística exercidas por profissionais 
intelectuais, salvo se a atividade for elemento de empresa (a atividade intelectual absorvida pela organização é 
empresa). Ex.: sociedades simples e cooperativas. 
 
 
 
 
 
 
O advogado JAMAIS é empresário. 
 
 
 
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Atividade empresarial regular 
Para o exercício REGULAR da atividade é necessário que haja o arquivamento do ato constitutivo na 
Junta Comercial do Estado onde a atividade é exercida (REGISTRO). Importante dizer que o registro apenas 
atesta a regularidade do empresário, tratando-se de ato declaratório (e não constitutivo). 
ATIVIDADE EMPRESARIAL IRREGULAR 
A ausência do registro torna a atividade empresarial irregular, de modo que o empresário, dentre outras 
“sanções”, pode sofrer falência, mas não pode requerer a recuperação de empresas. 
Atividade Rural 
Quem exerce a atividade rural tem a FACULDADE de se registrar na Junta Comercial. Apenas quando 
essa faculdade é exercida é que a atividade rural se torna empresarial. Assim, nessa hipótese, o registro tem 
natureza constitutiva, dando ao produtor rural a condição de empresário. Caso contrário, mesmo que o rural 
seja empresário de fato, ele não será considerado empresário. Assim: 
PRODUTOR RURAL Registro de natureza constitutiva. Sem registro não é empresário. 
DEMAIS 
EMPRESÁRIOS 
Registro de natureza declaratória. Sem registro é empresário irregular. 
Conforme a Lei nº 14.193 de 2021, as disposições acerca da atividade rural aplicam-se à associação que 
desenvolva atividade futebolística em caráter HABITUAL E PROFISSIONAL, caso em que, com a inscrição – 
de natureza constitutiva, será considerada empresária, para todos os efeitos. 
Resumindo. . . 
 
 
 
 
 
 
 
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Sujeitos da ativ idade empresarial 
Categorias de empresário 
A atividade empresarial pode ser exercida pelo Empresário Individual ou pelas Sociedades: 
EMPRESÁRIO 
INDIVIDUAL 
É a PESSOA FÍSICA que realiza sua atividade sem a presença de sócios, e, quando 
registra essa atividade, adquire o CNPJ, mas não a personalidade jurídica (há 
confusão patrimonial). 
A responsabilidade é DIRETA E ILIMITADA, mas o Enunciado 5 da I Jornada de 
Direito Comercial estabelece que este responderá primeiramente com os bens 
vinculados à exploração de sua atividade econômica. 
SOCIEDADE 
EMPRESÁRIA 
Possui natureza jurídica de pessoa jurídica. Os sócios podem ser pessoa natural ou 
jurídica e a responsabilidade destes é subsidiária e: 
o Limitada. 
o Ilimitada. 
o Mista. 
▪▪▪ dependendo do tipo societário. 
A Lei nº 13.874 de 2019 abriu a possibilidade de criação de sociedade limitada 
unipessoal, não sendo mais requisito o número mínimo de 2 sócios. 
Com a possibilidade da sociedade unipessoal e, mais recentemente, com a disposição da Lei nº 14.195 de 
2021 sobre a transformação das EIRELI’s em sociedade limitada unipessoal independentemente de alteração 
do ato constitutivo, considera-se que a EIRELI foi extinta tacitamente pela referida lei. Ademais, a MP 
1.085/2021, convertida na Lei nº 14.382/2022, revogou expressamente o instituto da EIRELI. 
 RECORDANDO... 
A EIRELI era uma categoria de empresário que permitia que uma única pessoa fizesse parte de uma 
empresa com responsabilidade limitada, desde que houvesse a integralização de um capital social mínimo de 
100 salários-mínimos. 
 
 
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Capacidade 
Podem exercer a atividade de empresário os que, CUMULATIVAMENTE: 
o Estiverem em pleno gozo da capacidade civil. 
o NÃO forem legalmente impedidos. 
Nesse sentido 
IMPEDIMENTO 
São exemplos de impedidos de exercer a atividade empresarial: 
o Falidos não reabilitados (art. 181 da Lei de Falências). 
o Magistrados e membros do MP – exceto como acionistas ou cotistas. 
Ainda que impedidos de realizarem a atividade empresarial, caso a realizem, seus atos 
NÃO SÃO NULOS, devendo, assim, responder com o patrimônio particular. 
INCAPACIDADE 
O incapaz pode, mediante autorização judicial, CONTINUAR a atividade empresarial: 
o Recebida como objeto de herança. 
o Por incapacidade superveniente. 
Nesse caso, será assistido ou representado e seus bens estranhos ao acervo da 
empresa não responderão pelas obrigações empresariais. 
Ainda acerca da capacidade, o Código Civil faculta aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com 
terceiros, DESDE QUE não tenham casado no regime 
o Da comunhão universal de bens. 
o Da separação obrigatória. 
Além disso, o empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime 
de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real. 
 
 
 
 
 
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Nome empresarial 
Introdução 
O nome empresarial permite a identificação do empresário, devendo observar os seguintes princípios: 
PRINCÍPIO DA 
NOVIDADE 
Não pode ser igual ou notoriamente similar a outro já registrado na Junta Comercial. 
PRINCÍPIO DA 
VERACIDADE 
Não pode conter expressão que não corresponda à realidade empresarial. 
Espécies 
Considera-se nome empresarial: 
FIRMA Necessita possuir um nome civil em seu núcleo (por extenso ou abreviado). 
DENOMINAÇÃO Admite a inserção de qualquer expressão linguística. 
CNPJ 
Essa possibilidade foi incluída pela Lei nº 14.195 de 2021 na Lei de Registro Público de 
Empresas Mercantis e Atividades Afins, prevendo que o empresário ou a PJ poderá optar 
por utilizar o número de inscrição no CNPJ como nome empresarial, seguido da partícula 
identificadora do tipo societário ou jurídico, quando exigida por lei. 
Quanto à opção pelo tipo de nome empresarial, temos o seguinte: 
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL FIRMA 
SOCIEDADE LIMITADA FIRMA OU DENOMINAÇÃO 
SOCIEDADE ANÔNIMA DENOMINAÇÃO 
SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES FIRMA 
SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES FIRMA OU DENOMINAÇÃO 
SOCIEDADE EM NOME COLETIVO FIRMA 
SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO SEM REGISTRO 
 
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Proteção 
A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, 
no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. 
AMPLIAÇÃO DA PROTEÇÃO 
O uso do nome pode se estender a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial. 
Estabelecimento empresarial 
Conceito 
Estabelecimento empresarial é o complexo de bens (corpóreos e incorpóreos)utilizado pelo empresário 
para exercer a atividade de empresa e é conhecido como fundo de comércio. 
Não são todos os bens do empresário que compõem o estabelecimento. Apenas os bens organizados 
para o exercício da atividade é que integram essa universalidade de fato. 
Conforme a MP 1.085/2021, convertida na Lei nº 14.382/2022, o estabelecimento NÃO SE CONFUNDE 
com o local onde se exerce a atividade empresarial, que poderá ser físico ou virtual, sendo que 
QUANDO FOR FÍSICO 
A fixação do horário de funcionamento competirá ao Município, observada a 
regra geral do inciso II do caput do art. 3º da Lei da Liberdade Econômica. 
QUANDO FOR VIRTUAL 
O endereço informado para fins de registro poderá ser, conforme o caso, o do 
empresário individual ou o de um dos sócios da sociedade empresária. 
Elementos 
Dentre os elementos que o compõem, podem ser incluídos os bens materiais (móveis ou imóveis) e os 
bens imateriais. Integram os bens imateriais o PONTO COMERCIAL e direitos sobre propriedades industriais 
(patentes de invenções ou modelos de utilidade, e registros de desenhos industriais e de marcas). 
Ponto Comercial 
O ponto comercial é o espaço físico no qual ocorre a atividade empresarial, sendo que é essa atividade 
que acrescenta o valor econômico ao ponto comercial. O direito ao ponto é protegido pelo contrato de locação 
e a efetivação desta proteção se opera por meio da ação renovatória, que concede ao empresário o direito 
de obter a renovação compulsória do contrato de locação. 
 
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Conforme o art. 51 da Lei do Inquilinato, são requisitos cumulativos da ação renovatória: 
o Contrato celebrado por escrito e com prazo determinado. 
o Contrato com prazo mínimo de 5 anos. 
o Exploração da atividade, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de 3 anos. 
Trespasse 
A alienação do estabelecimento comercial é chamada de trespasse e, para ser eficaz perante terceiros, 
precisa ser averbada na Junta Comercial e publicada no Diário Oficial (salvo ME e EPP, em que a publicação 
não é necessária). A concordância dos credores (tácita ou expressa) só é necessária quando o alienante não 
tem bens suficientes para saldar as dívidas deixadas no estabelecimento. 
O adquirente responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, regularmente 
contabilizados, continuando o devedor primitivo (alienante) solidariamente obrigado por 1 ano: 
o Da publicação na imprensa oficial no caso de créditos VENCIDOS 
o Da data do vencimento no caso de outros (VINCENDOS) 
Essa regra não se aplica às dívidas de natureza tributária (art. 133 do CTN) e trabalhista (arts. 448 e 448-
A, da CLT). 
Ressalte-se que em caso de omissão no contrato de alienação de estabelecimento comercial, o alienante 
não pode explorar a mesma atividade por 5 anos após transferência (cláusula de não concorrência). 
Resumindo. . . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DIREITO SOCIETÁRIO 
Classificação das sociedades 
Quanto à natureza da ativ idade 
SOCIEDADE EMPRESARIAL 
É aquela que exerce atividade econômica organizada e profissional voltada 
à produção de bens ou serviços. 
SOCIEDADE SIMPLES 
São as que exercem atividades simples, ou seja, as exercidas por 
profissionais intelectuais, artísticos, científicos, literários, a menos que 
inseridas em uma atividade empresarial. 
Quanto à importância dos sócios ou do capital 
SOCIEDADE DE PESSOAS 
Neste caso, a qualidade dos sócios, suas características pessoais, são mais 
importantes do que a contribuição a que cada um deles se obriga. 
Ex.: sociedade simples. 
SOCIEDADE DE CAPITAIS 
Nesse caso, a contribuição dos sócios para o capital social é mais relevante 
do que as qualidades dos sócios. 
Ex.: a sociedade anônima e a comandita por ações. 
Quanto à aquis ição de personalidade jurídica 
SOCIEDADES NÃO 
PERSONIFICADAS 
São sociedades sem personalidade jurídica a sociedade em comum e a 
sociedade em conta de participação. 
SOCIEDADES 
PERSONIFICADAS 
Possuem personalidade jurídica todas as demais. 
 
 
 
 
 
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Sociedades não personificadas 
Sociedade em comum 
São sociedade em comum 
SOCIEDADES IRREGULARES SOCIEDADES DE FATO 
Possuem documento escrito, mas não registrado. Sociedades sem ato constitutivo escrito. 
Nesses casos, a sociedade existe, porém não tem personalidade jurídica distinta da de seus sócios 
membros. Assim, os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
Sociedade em conta de participação 
Nessa sociedade, existem dois tipos de sócio 
SÓCIO OCULTO 
Participa apenas dos RESULTADOS: 
- NÃO responde perante terceiros, somente perante o sócio ostensivo. 
- NÃO pode tomar parte nas relações do ostensivo com terceiros, sob pena de 
responder solidariamente. 
SÓCIO OSTENSIVO 
É quem de fato exerce o objeto social, em seu nome individual e sob sua 
exclusiva responsabilidade (ILIMITADA): 
- Como exerce o objeto social, obriga-se perante terceiros. 
- Sua falência acarreta: DISSOLUÇÃO + LIQUIDAÇÃO. 
O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em 
qualquer registro NÃO CONFERE personalidade jurídica à sociedade. 
 
 
 
 
 
 
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Personalidade jurídica e desconsideração 
Aquisição da personalidade jurídica 
A aquisição da personalidade jurídica pode ocorrer de duas formas 
SOCIEDADE 
EMPRESÁRIA 
Se a atividade desenvolvida pela sociedade for empresarial, a personalidade jurídica será 
obtida com a inscrição dos atos constitutivos no Registro Público de Empresas Mercantis. 
SOCIEDADE 
SIMPLES 
Se a atividade for a de profissional intelectual, salvo se for elemento de empresa, a inscrição 
dos atos constitutivos deve ocorrer no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. 
Autonomia patrimonial 
A partir de seu surgimento, a pessoa jurídica passa a ser um sujeito de direito distinto, com patrimônio 
autônomo e responsabilidade própria em relação aos sócios que integram a sociedade. 
A Lei da Liberdade Econômica acrescentou o art. 49-A ao Código Civil, que dispõe: “a pessoa jurídica 
NÃO SE CONFUNDE com os seus sócios, associados, instituidores ou administradores Acerca da autonomia 
patrimonial, estabelece o parágrafo único do referido artigo que a autonomia patrimonial das PJ’s é um 
instrumento lícito de alocação e segregação de riscos, estabelecido pela lei com a finalidade de 
o Estimular empreendimentos. 
o Geração de empregos, tributo, renda e inovação em benefício de todos. 
Assim, devido à autonomia patrimonial os bens particulares dos sócios não podem ser executados por 
dívidas da sociedade, senão DEPOIS de executados os bens sociais (reponsabilidade subsidiária). 
Teoria da desconsideração 
A teoria da desconsideração da personalidade jurídica surge para evitar que a atribuição da 
personalidade (e consequente autonomia patrimonial da empresa) seja desviada para fins ilícitos. 
Assim, a desconsideração pretende permitir o afastamento temporário da personalidade da pessoa 
jurídica, a fim de que o credor possa ver satisfeita sua pretensão de cobrança, a partir da invasão do patrimônio 
pessoal do sócio ou do administrador que cometeu um ato abusivo ou com desvio de poder. 
 
 
 
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Nesse sentido, foram construídas duas teorias: 
TEORIA MAIOR 
Exige o abuso da personalidade (desvio de finalidade ou confusão patrimonial) e o 
prejuízo do credor. É a teoria adotada pelo Código Civil (art. 50). 
TEORIA MENOR 
Exige apenas o prejuízo do credor para a responsabilização pessoal do sócio ou 
administrador. É a teoria adotada nas relações de consumo (art. 28 do CDC), nas 
condutas lesivas ao meio ambiente (art. 4º da Lei 9.605/98) e quando se tratar de 
infração da ordem econômica (art. 34 da Lei 12.529/11). 
O abuso de personalidadeficou bem caracterizado pela Lei da Liberdade Econômica: 
DESVIO DE 
FINALIDADE 
Utilização dolosa da pessoa jurídica com o propósito de lesar credores e para a prática 
de atos ilícitos de qualquer natureza. 
CONFUSÃO 
PATRIMONIAL 
Ausência de separação de fato entre os patrimônios, caracterizada por: 
o Cumprimento repetitivo pela sociedade de obrigações do sócio ou do 
administrador ou vice-versa. 
o Transferência de ativos ou de passivos sem efetivas contraprestações, exceto 
o de valor proporcionalmente insignificante. 
o Outros atos de descumprimento da autonomia patrimonial. 
A mera existência de grupo econômico sem a presença dos requisitos não autoriza a desconsideração da 
personalidade da pessoa jurídica. 
Não constitui desvio de finalidade a mera expansão ou a alteração da finalidade original da atividade econômica 
específica da pessoa jurídica. 
Desconsideração Inversa 
A desconsideração da personalidade jurídica também pode se dar de forma “inversa”, ou seja, invade-se 
o patrimônio da pessoa jurídica, quando a pessoa física que a compõe esvazia fraudulentamente o seu patrimônio 
pessoal. Nesta hipótese, o juiz pode desconsiderar a autonomia patrimonial para buscar os bens da pessoa 
jurídica, que responderão por dívidas que não são da empresa, mas do sócio. 
 
 
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Sociedades com personalidade jurídica 
Visão geral 
São sociedades com personalidade jurídica: 
1 Sociedade simples 
2 Sociedade limitada 
3 Sociedade anônima 
4 Sociedade em nome coletivo 
5 Sociedade em comandita simples 
6 Sociedade em comandita por ações 
7 Sociedades cooperativas 
Sociedade simples 
CONSTITUIÇÃO 
Pode constituir-se segundo um dos tipos societários, salvo sociedade anônima e 
comandita por ações. Não o fazendo, subordina-se às normas que lhes são próprias. 
CAPITAL SOCIAL 
Deve ser expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie 
de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária. 
SÓCIO REMISSO 
O sócio que não integralizar a sua quota em 30 dias após a notificação da sociedade, 
responderá pelo dano emergente da mora. Além disso, a maioria dos sócios poderá: 
o Excluir o sócio remisso. 
o Reduzir-lhe a quota ao montante já realizado. 
CESSÃO DE 
QUOTAS 
É possível a cessão total ou parcial, desde que: 
o Concordem os demais sócios. 
o Haja modificação do contrato social. 
Até 2 anos da averbação da modificação, responde o cedente solidariamente com o 
cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio. 
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RESPONSABILIDADE 
DOS SÓCIOS 
Sociedade simples pura: 
o Regra geral – na omissão contratual, a responsabilidade é subsidiária em 
relação à sociedade, mas ilimitada e PROPORCIONAL entre os sócios. 
o Pode haver pactuação, caso em que a responsabilidade é subsidiária em 
relação à sociedade, mas ilimitada e SOLIDÁRIA entre os sócios. 
Caso tenha se optado por outro tipo societário, segue-se as regras do tipo escolhido. 
DISSOLUÇÃO 
Judicial → a requerimento de qualquer dos sócios, quando: 
o Anulada a sua constituição. 
o Exaurido o fim social, ou verificada a sua inexequibilidade. 
Extrajudicial → quando ocorrer: 
o O vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição 
de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará 
por tempo indeterminado. 
o O consenso unânime dos sócios. 
o A deliberação dos sócios, por maioria absoluta, na sociedade de prazo 
indeterminado. 
o A extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar. 
A partir da Lei nº 14.195/2021, NÃO HÁ mais a possibilidade de dissolução pela falta 
de pluralidade de sócios não restituída em 180 dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sociedade l imitada 
REGULAMENTAÇÃO 
- A sociedade limitada é regulamentada pelo Código Civil. 
- Entretanto, em caso de omissão, utiliza-se supletivamente: 
o As normas das sociedades simples, em regra. 
o As normas das sociedades anônimas, por previsão expressa do contrato social. 
LIMITADA 
UNIPESSOAL 
Trata-se de uma possibilidade trazida pela Lei 13.874/19, estabelecendo que a sociedade 
limitada pode ser constituída por uma ou mais pessoas. 
CAPITAL SOCIAL 
Divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. 
Nas sociedades limitadas, NÃO SE ADMITE a contribuição em serviços. 
SÓCIO REMISSO Mesma regra da sociedade simples. 
CESSÃO DE 
QUOTAS 
- Dar-se-á conforme o disposto em contrato social. 
- Em caso de omissão do contrato: 
o Cessão a sócios → independe do consentimento dos demais. 
o Cessão a não sócios → não pode ter oposição de mais de ¼ do capital social. 
NOTAS 
COMERCIAIS 
A Lei 14.195/2021 trouxe a possibilidade de emissão de notas comerciais, chamadas de 
debêntures, com o objetivo de financiar operações e gerar capital de giro. 
RESPONSABILIDADE 
DOS SÓCIOS 
É subsidiária em relação à sociedade e limitada às cotas sociais, SALVO se o capital não 
estiver integralizado, caso em que a responsabilidade é solidária pelo montante que faltar 
para a integralização. Pode ser direta, em caso de desconsideração da PJ. 
ADMINISTRADOR 
Pode ser sócio ou não sócio, sendo que: 
- Para a designação de NÃO SÓCIO é necessária: 
o Aprovação de no mínimo 2/3 dos sócios → Capital não integralizado. 
o Aprovação de + da metade do capital social → Capital integralizado. 
- Para a designação de SÓCIO é necessária aprovação de + da metade do capital social. 
- Para a destituição de NÃO SÓCIO e de SÓCIO, quer nomeados em contrato social, 
quer nomeados em ato separado, o quórum é de + da metade do capital social. 
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Sociedade anônima 
REGULAMENTAÇÃO 
Lei das Sociedades por Ações – 6.404/76, com importantes alterações: 
o Da Lei 13.874/19 – Lei da Liberdade Econômica. 
o Da Lei 14.030/20 – que dispõe sobre as assembleias virtuais. 
o Da Lei 14.195/21 – no tocante à proteção dos acionistas minoritários. 
PRINCIPAL 
CARACTERÍSTICA 
A companhia ou sociedade anônima tem o capital dividido em ações, e a responsabilidade 
dos sócios/acionistas é LIMITADA ao preço de emissão das ações subscritas/adquiridas. 
CAPITAL SOCIAL 
O capital social poderá ser formado com contribuições EM DINHEIRO ou em qualquer 
espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro. 
CLASSIFICAÇÃO 
A companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão 
estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários. 
CONSTITUIÇÃO Por ato institucional ou estatutário (estatuto social – e não contrato social). 
REQUISITOS PARA 
A CONSTITUIÇÃO 
A constituição da companhia depende dos seguintes requisitos: 
o SUBSCRIÇÃO → pelo menos por 2 pessoas, de todas as ações em que se divide 
o capital social fixado no estatuto. 
o REALIZAÇÃO → como entrada, de 10%, no mínimo, do preço de emissão das 
ações subscritas em dinheiro. 
o DEPÓSITO → no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário 
autorizado pela CVM, da parte do capital realizado em dinheiro. 
CVM – COMISSÃO 
DE VALORES 
MOBILIÁRIOS 
É uma entidade autárquica federal de natureza especial, com qualidade de agência 
reguladora e tem por finalidade CONTROLAR E FISCALIZAR o mercado de capitais. 
MERCADO DE 
CAPITAIS 
Divisão do sistema financeiro que reúne investidores e empresas que precisam captar 
recursos. Assim, os investidores tornam-se sócios dessas empresas. Este pode ser: 
o PRIMÁRIO → quando se coloca no mercado novos valores mobiliários, sendo as 
operações de emissão e subscrição. 
o SECUNDÁRIO → quando há a negociação de valores mobiliários já existentes, 
sendo as operações de compra e venda. 
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BOLSA DE VALORES 
São entidades privadas formadas por sociedades corretoras que, com autorização da 
CVM, realizam as operações do mercado de capitais secundário. 
MERCADO DEBALCÃO 
Compreende operações fora da bolsa de valores, tanto do mercado de capitais primário, 
quanto do secundário. Aqui, atuam as sociedades corretoras, instituições financeiras e 
agentes autônomos autorizados pela CVM. 
Sociedade em nome coletivo 
REGULAMENTAÇÃO Código Civil → artigos 1.039 a 1.044. 
SÓCIOS Somente PESSOAS FÍSICAS podem tomar parte na sociedade em nome coletivo. 
RESPONSABILIDADE 
Subsidiária em relação à sociedade, mas ILIMITADA E SOLIDÁRIA entre os sócios. 
Podem os sócios, no ato constitutivo, ou por convenção posterior, limitar entre si a 
responsabilidade cada um, mas essa limitação só produz efeitos entre os sócios. 
ADMINISTRAÇÃO Compete EXCLUSIVAMENTE a sócios. 
DISSOLUÇÃO 
o Hipóteses de dissolução extrajudicial da sociedade simples (art. 1.033 do CC). 
o Declaração de falência, se empresária. 
Sociedade em comandita simples 
REGULAMENTAÇÃO 
Código Civil → artigos 1.045 a 1.051. 
Normas da sociedade em nome coletivo, no que forem compatíveis. 
SÓCIOS 
São 2 espécies de sócios: 
SÓCIOS COMANDITÁRIOS → podem ser PF ou PJ e possuem responsabilidade 
LIMITADA. Não podem participar da administração. 
SÓCIOS COMANDITADOS → só podem ser PF e possuem responsabilidade 
ILIMITADA E SOLIDÁRIA entre si. Somente eles podem administrar a sociedade. 
DISSOLUÇÃO 
o Hipóteses de dissolução extrajudicial da sociedade simples (art. 1.033 do CC). 
o Declaração de falência, se empresária. 
o Falta de uma das categorias de sócios por mais de 180 dias. 
 
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Sociedade em comandita por ações 
REGULAMENTAÇÃO 
o Código Civil. 
o Lei das Sociedades por Ações. 
NATUREZA HÍBRIDA 
o Duas categorias de sócios, como na sociedade em comandita simples. 
o Capital social dividido em ações, como na sociedade anônima. 
RESPONSABILIDADE 
ILIMITADA 
Ficam ILIMITADA E SOLIDARIAMENTE responsáveis pelas obrigações sociais, os que, 
por seus nomes, figurarem na firma ou razão social (sócios-diretores ou gerentes). 
ADMINISTRAÇÃO 
Apenas o SÓCIO OU ACIONISTA tem qualidade para administrar ou gerir a 
sociedade, e, como diretor ou gerente, responde, subsidiária, mas ILIMITADA E 
SOLIDARIAMENTE, pelas obrigações da sociedade. 
Sociedades cooperativas 
REGULAMENTAÇÃO 
Lei 5.764/71. 
No que for omissa, aplicam-se as regras das sociedades simples. 
NATUREZA 
JURÍDICA 
Sociedade simples (não empresária). 
Apesar disso, o registro não se dá no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, mas no 
Registro Público de Empresas Mercantis – Junta Comercial. 
FORMAÇÃO 
Por pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para 
o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro. 
RESPONSABILIDADE 
Pode ser limitada ou ilimitada: 
o É limitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde 
somente pelo valor de suas quotas e pelo prejuízo verificado nas operações 
sociais, guardada a proporção de sua participação nas mesmas operações. 
o É ilimitada a responsabilidade na cooperativa em que o sócio responde 
solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. 
De qualquer forma, é subsidiária em relação à sociedade. 
 
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Operações societárias 
INCORPORAÇÃO 
É a operação pela qual uma sociedade é absorvida por outra. 
A sociedade incorporadora sucede a incorporada em todos os direitos e obrigações. 
A sociedade incorporada é extinta. 
FUSÃO 
Na fusão, duas sociedades se unem para formar uma sociedade nova, que sucederá 
as antigas em todos os direitos e obrigações. 
CISÃO 
A cisão transfere parte do patrimônio para uma ou mais sociedades, com a extinção 
da sociedade cindida, se total, ou com a redução do capital, se parcial. 
A sociedade que receber parcela do patrimônio sucede nas obrigações e direitos 
relacionados na cisão. Responderá, entretanto, solidariamente com a cindida perante 
terceiros por obrigações anteriores à cisão. 
TRANSFORMAÇÃO 
 
A transformação altera o tipo societário (sociedade limitada transforma-se em 
sociedade anônima) e deverá observar a disciplina para a constituição do tipo a ser 
adotado. Exigirá o consentimento unânime dos sócios, exceto se previsto em contrário 
no contrato social, o que garantirá direito do dissidente se retirar. 
Os credores não ficarão prejudicados com a transformação e continuam com as 
mesmas garantias até o pagamento integral do seu crédito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONTRATOS EMPRESARIAIS 
Introdução 
Dentro do desenvolvimento de sua atividade, o empresário celebra vários contratos envolvendo os 
fatores: capital, insumos, mão de obra e tecnologia. 
Esses contratos encontram-se sujeitos a diferentes regimes jurídicos, tais como o administrativo, o do 
trabalho, o do consumidor, o civil e o empresarial, o que se dá a partir de quem seja o outro polo da relação 
contratual. Assim, os contratos serão empresariais se ambas as partes forem empresários. 
Nesse caso, presume-se que as partes são equiparadas, não havendo que se falar em vulnerabilidade 
ou hipossuficiência, resultando em uma maior autonomia da vontade. 
Contratos em espécie 
Contrato de compra e venda mercanti l 
Sendo contrato de compra e venda, possui as seguintes características 
o Consensual. 
o Bilateral. 
o Oneroso. 
o Comutativo. 
o Não exige formalidades, salvo se a lei o exigir (ex.: compra e venda de imóveis). 
Para ser caracterizada a compra e venda mercantil, basta que ambas as partes sejam empresárias, 
não importando o objeto ou a destinação. Entretanto, caso a parte utilize o objeto como destinatário final, pode 
ficar caracterizada relação de consumo, regulada pelo CDC (Resp 1.599.042/SP). 
SITUAÇÕES ESPECIAIS – REGULADAS PELO CÓDIGO CIVIL 
PACTO DE 
RETROVENDA 
Cláusula resolutiva, que assegura ao vendedor o direito de recomprar o bem vendido no 
prazo máximo decadencial de 3 anos após a venda. 
PEREMPÇÃO OU 
PREFERÊNCIA 
Por esta cláusula, caso o comprador queira vender o bem, ele está obrigado a oferecer 
primeiro ao vendedor. O prazo para exercer este direito é de 180 dias (bem móvel) ou 
2 anos (bem imóvel). Na ausência de previsão contratual, o prazo é de 3 dias (bem móvel) 
ou 60 dias (bem imóvel). 
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VENDA A 
CONTENTO 
A referida cláusula suspende a eficácia do contrato até que o comprador se manifeste, 
em determinado prazo, o seu contentamento com o produto entregue. Enquanto isso não 
ocorre, o comprador é considerado comodatário do bem. 
RESERVA DE 
DOMÍNIO 
Nos casos de compra e venda parcelada de BEM MÓVEL, havendo cláusula ESCRITA 
de reserva de domínio, a posse direta do bem e os riscos da conservação ficam com o 
comprador, sendo que o domínio só será transferido após a quitação. 
VENDA SOBRE 
DOCUMENTOS 
A tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros 
documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos. 
Contrato de arrendamento mercantil ou leasing 
O contrato de arrendamento mercantil ou leasing é regulado pela Lei nº 6.099/74 e pela Resolução 
2.319/96 do Banco Central e possui os seguintes elementos: 
ARRENDADORA Pessoa Jurídica proprietária e possuidora do bem. 
ARRENDATÁRIA Pessoa Jurídica com posse direta e usufruto do bem, mediante pagamento de mensalidade. 
OBJETO 
Bem móvel ou imóvel, de fabricação nacional (ou estrangeiro, por autorização do Conselho 
Monetário Nacional), comprado pela arrendadora conforme indicações da arrendatária. 
Ao final do contrato, caberá ao arrendatário solicitar: 
o A renovação do contrato. 
o O encerramento do contrato. 
o A aquisição do objeto, mediante pagamento do valor residual. 
Contrato de al ienação fiduciária 
A alienação fiduciária é regulamentada pela Lei nº 9.514/97 e pelo Código Civil (subsidiariamente), podendo 
ser conceituada como um contrato em que o fiduciante (devedor) obtém financiamento

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