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RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO DA ASTRONOMIA.

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UTILIZAÇÃO DE MODELOS CONFECCIONADOS COM MATERIAIS DE BAIXO 
CUSTO COMO RECURSO PEDAGÓGICO NO ENSINO DA ASTRONOMIA. 
 
Marcio Gomes dos Santos 
Alyson Elias Evangelista Nogueira 
Marlon Trindade Saldanha 
Franciney Carvalho Palheta 
 
RESUMO 
A Astronomia acompanha a humanidade desde épocas remotas, existindo vários 
conceitos relacionados à sua área. Muitos desses conceitos são abordados nos livros didáticos 
de forma superficial e com erros conceituais, limitando alguns conhecimentos básicos dos 
alunos sobre a área. Por se tratar de uma ciência observacional, vários conceitos podem ser 
explicados a partir de modelos astronômicos que facilitam o entendimento e a compreensão 
do assunto. Com o objetivo de popularizar e difundir o conhecimento científico nesta área, o 
Núcleo de Astronomia da Universidade Federal do Pará (NASTRO) desenvolve modelos 
astronômicos confeccionados com materiais de baixo custo e recicláveis para utilização como 
recursos pedagógicos em suas atividades (aulas, palestras, seminários, observações 
astronômicas, oficinas, entre outros), promovendo assim, a difusão da Astronomia e também a 
educação ambiental, através da utilização desses materiais. Para a confecção dos modelos, os 
estudantes bolsistas e colaboradores do NASTRO realizam um estudo aprofundado sobre as 
questões que mais apresentam erros conceituais e desenvolvem modelos utilizando esses 
materiais, que são aplicados, por exemplo, nas aulas da Olimpíada Brasileira de Astronomia e 
Astronáutica, na qual os alunos realizam atividades diferenciadas, propiciando uma forma de 
aprendizagem em que o aluno aprende de forma lúdica e desperte novos olhares pela ciência. 
 
Palavras-chave: Astronomia; materiais de baixo custo; modelos astronômicos; educação 
ambiental; Núcleo de Astronomia. 
 
INTRODUÇÃO 
As especulações sobre a natureza do Universo remontam aos tempos pré-históricos 
fazendo com que a Astronomia seja frequentemente considerada a mais antiga das ciências 
(FILHO, 2003). Ainda assim, muito de seus conceitos são abordados nos livros didáticos de 
forma superficial e alguns com erros conceituais limitando os conhecimentos que os alunos 
devem obter durante sua formação básica. Outro problema relacionado a isto está na falta de 
atividades indicadas pelos livros didáticos para o ensino de astronomia. Decorrente disso 
percebe-se que muitos estudantes e professores da educação básica apresentam erros 
conceituais de astronomia. Desta forma o Núcleo de Astronomia da UFPA (NASTRO) tem 
trabalhado na confecção de modelos explicativos, desenvolvendo atividades para o ensino de 
Astronomia. 
De acordo com Langhi e Nardi (2007), nas últimas décadas, diversas pesquisas 
realizadas no Brasil vêm enfocando questões ligadas às dificuldades encontradas pelos 
professores no ensino da Astronomia, dentre as quais, encontra-se a presença de erros 
conceituais em livros didáticos, uma vez que este recurso pedagógico é, muitas vezes, a única 
fonte de consulta utilizada pelo professor da educação básica. Da experiência que o Núcleo de 
Astronomia da UFPA tem com estudantes da educação básica, superior e com professores 
constatamos que muitos vêem ao NASTRO com conceitos errados, muito semelhantes aos 
apontados por diversas pesquisas feitas em livros didáticos e sobre concepções prévias. 
(LANGHI e NARDI, 2007; TREVISAN, LATTARI e CANALLE; 1997). 
 Nesse contexto, e por se tratar de uma ciência observacional, vários conceitos da 
Astronomia devem ser explicados a partir de modelos astronômicos que facilitam o 
entendimento e compreensão do assunto, dando ao aluno uma alternativa a mais, além da 
utilização do livro didático. Os PCN de Ciências Naturais mostram que ao se tratar de 
conteúdos de Astronomia é importante para a aprendizagem trabalhar com modelos 
explicativos, simulações, maquetes e atividades práticas (BRASIL, 1998). Além de fazer 
atividades e superar o paradigma de apenas utilizar o livro didático, é necessário motivar os 
estudantes o interesse pela ciência desde o ensino fundamental, apresentando ao mesmo uma 
atividade escolar com um apreciável componente de natureza lúdica que o levará a busca pelo 
tema que se quer abordar (MORETT e SOUZA, 2010). 
Baseado nisso, e com o objetivo de popularizar e difundir o conhecimento científico 
da área de Astronomia o NASTRO vem confeccionando modelos astronômicos e sobre 
astronáutica com materiais de baixo-custo e recicláveis, utilizados em seu laboratório como 
ferramentas de ensino. Desta forma pode-se sensibilizar para a responsabilidade e educação 
ambiental aperfeiçoando seus próprios métodos de ensino em Astronomia. 
Estes recursos didáticos têm sido utilizados em palestras, oficinas e semanalmente nas 
aulas preparatórias para a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA). Estas 
aulas têm como público-alvo os estudantes do Ensino Fundamental e Médio da rede pública 
de ensino, em especial aqueles que moram nos arredores da UFPA. Todas essas atividades são 
acompanhadas de explicações teóricas e práticas, utilizando os modelos de ensino 
Astronômico desenvolvidos pelos bolsistas e colaboradores do NASTRO. 
 
METODOLOGIA 
Para desenvolver os modelos explicativos e as atividades é feito um estudo teórico em 
artigos que apresentam os erros conceituais mais comuns encontrados em livros didáticos e 
nas concepções prévias que estudantes apresentam sobre astronomia. Com base nesses 
estudos, são desenvolvidos modelos que serão posteriormente utilizados para auxiliar na 
explicação dos temas desenvolvidos em sala de aula. Dentre os modelos e atividades 
desenvolvidos e já utilizados pelo NASTRO, estão: 
� Estações do ano; 
� Sistema solar em escala; 
� Fases da Lua e eclipses; 
� Simulação das fases da Lua; 
� Planisfério; 
� Movimento aparente do Sol; 
� Relógios solar 
� Relógio Estelar; 
� Astrolábio; 
� Movimentação da Lua ao redor da 
Terra (Período sinódico). 
� Modelo de Erastóstenes para a 
curvatura da Terra; 
� Estrutura interna da Terra; 
� Foguetes de garrafas PET 
(Poliestireno Expandido). 
 
Após a confecção os modelos são utilizados como recursos pedagógicos em suas 
atividades. Muito das iniciativas do NASTRO tem ocorrido na direção de uma aprendizagem 
significativa (MOREIRA, 2006), em especial nas aulas preparatórias para a OBA. De modo 
geral se trabalha da seguinte forma: 
1. Levantamento das concepções prévias dos estudantes; 
2. Discussão sobre os limites para as explicações com base no senso comum. 
Discute-se o limite dos modelos não científicos; 
3. Realiza-se com os estudantes simulações ou trabalha-se com os modelos 
explicativos construídos pelo NASTRO; 
4. Explicações dos resultados obtidos pelos estudantes, após interação com os 
modelos ou pela realização de simulações. Nesta fase mostra-se o alcance dos 
modelos científicos, a convergência e a experiência dos estudantes. 
 
Uma das atividades de maior sucesso do NASTRO é a oficina de construção de 
foguetes de garrafas PET. Esta oficina tem sido muito solicitada na Mostra Científica “ Clara 
Pandolfo” (http://www.secti.pa.gov.br/?q=node/1869). A oficina inicia com a apresentação de 
uma palestra sobre o surgimento e desenvolvimento dos foguetes balísticos. Em seguida são 
levantadas questões acerca de sua origem, princípios e importância da Astronáutica para a 
sociedade contemporânea. Posteriormente, os alunos são divididos em grupos para receberem 
orientações sobre a importância da reutilização de materiais como garrafas, papelão e outros. 
Na próxima etapa são fornecidos os materiais necessários para a confecção dos foguetes 
(garrafa PET, tesoura sem ponta, fita adesiva e papelão) e dadas orientações referentes à sua 
montagem. O próximo passo é o lançamento dos foguetes confeccionados, que ocorre em 
local aberto e tomando todas as medidas necessárias para a segurança dos participantes; 
usando-se uma bomba de injeção de ar para pneus de bicicletaspara o fornecimento do ar 
comprimido necessário para o sistema de propulsão dos projéteis. Concluída esta etapa, são 
ratificadas as informações sobre a física envolvida nos lançamentos dos foguetes, além da 
importância da reutilização de materiais descartáveis como forma de preservar o meio 
ambiente. 
 
RESULTADOS 
 Os eventos realizados pelo NASTRO (aulas preparatórias para a OBA, palestras, 
oficinas e observações astronômicas) têm se mostrado bastante eficientes quanto à difusão e 
popularização da Astronomia e quanto ao ensino e aprendizagem de astronomia, astronáutica 
e educação ambiental, por meio da utilização dos modelos confeccionados com materiais de 
baixo custo. Com as atividades das aulas temos recebidos depoimentos dos responsáveis, que 
relatam o entusiasmo dos estudantes e que alguns chegam a explicar o que tinham aprendido 
utilizando os modelos explicativos que levaram para suas casas. Além disso, nas mostras 
científicas, as perguntas feitas pelo público mostram o quanto estão estimulados a aprender a 
física envolvida nos experimentos e modelos da exposição (principalmente os foguetes de 
garrafas PET’s), em que alunos ficam impressionados em saber que é possível utilizar 
materiais descartáveis do dia-a-dia para mostrar o princípio de funcionamento de foguetes. 
 Este trabalho tem sido importante também pelo fato de está contribuindo para uma 
melhor formação de futuros professores. Atualmente, no NASTRO participam estudantes de 
graduação em Física, Ciências Naturais e Geologia. Todos têm uma rotina de trabalho que 
visa a aprendizagem dos conceitos científicos e das metodologias para ensinar esses 
conceitos. Outro ponto positivo está no fato de que, durante as aulas se contribui para se 
desmistificar os conceitos errôneos sobre astronomia e astronáutica, propiciando uma forma 
de aprendizagem em que o aluno aprenda de forma lúdica e desperte novos olhares pela 
ciência. 
 
CONCLUSÕES 
Os modelos confeccionados com materiais de baixo custo facilitam o ensino e 
aprendizagem, estimulando a curiosidade e criatividade, tornando-se uma ferramenta para o 
ensino da Astronomia. Ainda que o presente trabalho esteja em andamento, o NASTRO 
desempenha papel importante no que diz respeito a um novo paradigma no processo ensino-
aprendizagem. 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO MÉDIA E TECNOLOGIA. Parâmetros 
Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental – ciências naturais. 
Brasília. MEC/SEMTEC. 1998. 
CANALLE, J. B. G; TREVISAN, R. H.; LATTARI, C. J. B. Análise do Conteúdo de 
Astronomia de Livros de Geografia de 1º Grau. Cad. Cat. Ens. Fis., v.14,n3: p.254-263, 
dez.1997. 
FILHO, K. S. O.; SARAIVA, M. F. O. Astronomia e Astrofísica. Porto Alegre: Ed. Livraria 
da Física, 2003. 
LANGHI, R.; NARDI, R. Ensino de Astronomia: erros conceituais mais comuns presentes em 
livros didáticos de ciências. Cad. Cat. Ens. Fis., v.24,n1: p.87-111, Abr. 2007. 
MOREIRA, M. A. A teoria da aprendizagem significativa e sua implementação em sala de 
aula. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2006. 
 
TREVISAN, R. H.; LATTARI, C. J. B.; CANALLE, J. B. G. Assessoria na Avaliação do 
Conteúdo de Astronomia dos Livros de Ciências do Primeiro Grau. Cad. Cat. Ens. Fis., 
v.14,n1: p.7-16, Abr. 1997.

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