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<p>AULA 2</p><p>AUDITORIA TRIBUTÁRIA E DE</p><p>OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS</p><p>Prof. Wilson Ricardo Pugioli</p><p>2</p><p>INTRODUÇÃO</p><p>O termo auditoria consiste em examinar, ajustar, corrigir e certificar,</p><p>podendo ser aplicado em diversas áreas de trabalho. Essas auditorias consistem</p><p>em exames para validações de informações e correções de processos, buscando</p><p>avaliar a eficiência e a eficácia dos dados apresentados e dos controles, com o</p><p>objetivo de auxiliar a administração, fornecendo dados para análise e tomada de</p><p>decisões a respeito das atividades examinadas.</p><p>A auditoria é basicamente o exercício de levantamento e análise</p><p>sistemáticos de procedimento, rotinas, transações e demonstrações</p><p>financeiras de uma entidade – seja qual for sua natureza jurídica.</p><p>(Crepaldi; Crepaldi, 2019, p. 3)</p><p>Antes de iniciarmos esta abordagem, vamos verificar os principais tópicos</p><p>que nos acompanharão durante o desenvolvimento dos nossos processos de</p><p>ensino e aprendizagem:</p><p>• Tema 1 – Tipos de auditoria;</p><p>• Tema 2 – Aplicação da auditoria;</p><p>• Tema 3 – Abordagem da auditoria;</p><p>• Tema 4 – Legislações e normas de auditoria;</p><p>• Tema 5 – Estudo prático: as etapas e como fazer o planejamento de</p><p>auditoria.</p><p>TEMA 1 – TIPOS DE AUDITORIA</p><p>A auditoria é um processo de verificação de dados e ações, relativos aos</p><p>procedimentos operacionais, à contabilidade e aos documentos de uma</p><p>organização, com a finalidade de averiguar se as informações e processos estão</p><p>de acordo com o que foi estabelecido e planejado, se as regras internas da</p><p>empresa estão sendo cumpridas e se estão respeitando a legislação. É uma</p><p>especialização da ciência contábil que analisa, confere, interpreta os dados e</p><p>fenômenos que podem gerar modificação patrimonial da organização.</p><p>O auditor passou a ter uma importância fundamental nas organizações, e</p><p>os relatórios de auditoria passaram a ganhar cada vez mais espaço na gestão</p><p>organizacional, pois com os testes aplicados, o auditor consegue ter uma visão</p><p>analítica e embasada sobre as demonstrações financeiras e procedimentos</p><p>operacionais.</p><p>3</p><p>Segundo Perez Junior (2006, p. 12):</p><p>As funções do auditor, hoje, vão muito além do tradicional conceito de</p><p>fiscalização. Além de averiguar e detectar eventuais falhas nos sistemas</p><p>de controle e no plano de organização, o auditor preocupa-se também</p><p>com a manutenção desses sistemas de forma que as não conformidades</p><p>sejam minimizadas, atuando de modo preventivo e apresentando</p><p>sugestões para eventuais desvios (aplicação do conceito de Qualidade</p><p>Total).</p><p>Segundo Crepaldi (2000, p. 40), é possível classificar a auditoria em duas</p><p>categorias:</p><p>a. Auditoria interna;</p><p>b. Auditoria externa</p><p>Nos dois modelos de auditoria, faz-se necessária a análise criteriosa de</p><p>documentos comprobatórios e informações para sustentar a opinião dos</p><p>auditores.</p><p>Crédito: Andrey_Popov/Shutterstock</p><p>1.1 Auditoria interna</p><p>A auditoria interna, também conhecida como auditoria operacional, busca</p><p>evitar ou combater fraudes. Essas análises têm como objetivo a economicidade,</p><p>a eficiência, a eficácia, a causa e o efeito decorrentes dos processos operacionais</p><p>de uma instituição em seu ambiente de atuação, visando a otimização dos</p><p>controles internos, financeiros, contábeis e operacionais da empresa.</p><p>Segundo Mautz (1980, p. 540),</p><p>As atividades econômicas e as empresas têm crescido em tamanho e</p><p>complexidade, a ponto de ser completamente impossível, para uma só</p><p>pessoa, ou mesmo um grupo de pessoas estar em contato com todas as</p><p>fases das operações de uma grande empresa. Isto tornou a</p><p>contabilidade e os dados contábeis bem mais importantes. Somente</p><p>através da cuidadosa coleta e do relatório interpretativo de fatos</p><p>4</p><p>econômicos selecionados pode a administração ser mantida informada</p><p>do desenvolvimento, atividades e resultados das várias operações que</p><p>ela inicia.</p><p>Para que uma auditoria interna seja idônea, é necessário que sejam</p><p>realizadas por profissionais de confiança, subordinados diretamente à mais alta</p><p>hierarquia da empresa, visando a independência nos trabalhos realizados.</p><p>Conforme Florentino (1988)</p><p>A auditoria interna e quando os serviços de auditoria são executados por</p><p>funcionários da própria empresa. O auditor interno, ou auditores internos</p><p>deverão estar subordinados à mais alta autoridade da empresa, sendo</p><p>um erro subordiná-los ao tesoureiro, ao diretor financeiro, ao contador</p><p>geral etc., mesmo porque eles serão fiscalizados pelos auditores.</p><p>Como os auditores internos são empregados da empresa, possuem a</p><p>vantagem de ter um tempo maior de análise em cada área, podendo efetuar um</p><p>planejamento mais detalhado nas áreas de atuação, implantando uma rotina de</p><p>trabalho para efetuar análises periódicas em todos os departamentos, tendo mais</p><p>eficácia nos resultados obtidos.</p><p>As desvantagens do auditor interno em uma empresa estão ligadas às</p><p>relações afetivas devido à proximidade que os empregados de uma Instituição</p><p>podem criar, na relação auditor e auditado, decorrente do convívio diário dentro</p><p>da organização. Franco e Marra (2001, p. 219) dizem que “os laços de amizade e</p><p>o coleguismo que podem advir entre funcionários desse departamento e dos</p><p>demais setores da empresa poderão provocar um arrefecimento no rigor dos</p><p>controles e na fiscalização dos serviços”.</p><p>Em decorrência das vantagens e desvantagens que um auditor interno</p><p>pode gerar, é muito importante que a administração esteja sempre atenta às</p><p>relações pessoais do auditor interno dentro da empresa, que podem gerar ou não</p><p>algum conflito de interesse no resultado obtido, visando a integridade nos dados</p><p>apresentados referentes aos trabalhos apresentados.</p><p>1.2 Auditoria externa</p><p>A auditoria externa, também conhecida como auditoria contábil, é a</p><p>verificação e confirmação de todos os lançamentos contábeis, em que o auditor</p><p>deve certificar-se de que todos os registros contábeis refletem adequadamente a</p><p>situação real e patrimonial da empresa, em conjunto, confirmando se todas as</p><p>normas contábeis foram aplicadas para a elaboração das demonstrações</p><p>financeiras.</p><p>5</p><p>Para Melo e Santos (2017, p. 42),</p><p>A auditoria contábil é normalmente executada por um ou vários auditores</p><p>independentes, autônomos ou constituídos sob a forma de firmas de</p><p>auditoria, e busca basicamente evidências sobre a integridade e</p><p>confiabilidade das informações contidas nos relatórios contábeis, isto é,</p><p>procura certificar-se de que: a) as demonstrações contábeis</p><p>representam adequadamente a posição patrimonial e financeira da</p><p>companhia; b) as operações da empresa são realizadas de acordo com</p><p>a políticas internas e respeitando a legislação e regulamentação do país.</p><p>O auditor externo tem que ser um profissional independente, ou seja, sem</p><p>nenhum vínculo com a empresa, uma vez que tem o objetivo de confirmar a</p><p>veracidade e a confiabilidade dos dados contábeis e prestar contas para o público-</p><p>alvo das demonstrações financeiras (a administração da empresa, investidores,</p><p>governo e outros agentes fiscais e econômicos). Por meio da emissão do</p><p>relatórios de auditoria (parecer) relativos ao trabalho executado, essas</p><p>demonstrações financeiras devem estar de acordo com a legislação, as normas e</p><p>os princípios contábeis.</p><p>Podemos dizer que a auditoria interna tem o objetivo de assessorar a</p><p>administração sobre os riscos nos processos, enquanto a auditoria externa se</p><p>preocupa com as demonstrações financeiras.</p><p>Saiba mais</p><p>Não existe diferença entre os termos demonstrações contábeis e</p><p>demonstrações financeiras. As duas nomenclaturas estão corretas e são</p><p>utilizadas por diversos autores, no entanto o termo demonstrações financeiras é</p><p>mais comum, sendo referenciado em legislações e publicações, pois, com a</p><p>evolução da importância dos relatórios contábeis para a administração na tomada</p><p>de decisões, as demonstrações deixaram de ser apenas uma posição</p><p>contábil</p><p>para representarem a situação financeira de uma empresa.</p><p>No próximo tópico, nosso aprendizado envolverá a aplicação da auditoria.</p><p>TEMA 2 – APLICAÇÃO DA AUDITORIA</p><p>A aplicação dos procedimentos de auditoria estão relacionados aos</p><p>processos que o auditor deverá realizar para garantir se as informações</p><p>apresentadas estão de acordo com a legislação e os procedimentos internos.</p><p>Esses testes servem para o profissional obter as evidências de auditoria, base</p><p>para a elaboração do relatório de auditoria, levando em conta a complexidade dos</p><p>6</p><p>dados e o volume das operações, valendo-se de provas seletivas, testes e</p><p>amostragens.</p><p>Na aplicação dos testes, o auditor deverá verificar a existência de controles</p><p>internos na organização, a efetividade das transações ocorridas e a transparência</p><p>dos registros contábeis.</p><p>Para a realização dos testes de auditoria o auditor deve observar os</p><p>seguintes itens:</p><p>• Existência – se os componentes patrimoniais realmente existem na data</p><p>base (período analisado);</p><p>• Direitos e obrigações – se está efetivamente demonstrado o balanço</p><p>patrimonial na data base;</p><p>• Ocorrência – se de fato ocorreu a transação;</p><p>• Abrangência – se todos os aspectos das transações foram devidamente</p><p>registrados na contabilidade;</p><p>• Mensuração, apresentação e divulgação – se os registros contábeis estão</p><p>avaliados, classificados, divulgados e acordo com os princípios</p><p>fundamentais da contabilidade e as normas brasileiras de contabilidade.</p><p>Com base em todos esses aspectos, o auditor poderá definir um</p><p>planejamento dos trabalhos de auditoria, para conseguir evidência de auditoria</p><p>apropriada e suficiente por meio dos testes aplicados que possibilitem obter uma</p><p>conclusão razoável para fundamentar a sua opinião.</p><p>Conforme a NBC TA 500(R1) – Evidência de Auditoria, para o auditor obter</p><p>evidencia suficiente e adequada para a emissão de sua opinião, deve realizar os</p><p>seguintes procedimentos:</p><p>• Inspeção dos documentos;</p><p>• Observação dos procedimentos realizados;</p><p>• Confirmação das informações fornecidas;</p><p>• Recálculo dos números apresentados;</p><p>• Reexecução dos procedimentos internos;</p><p>• Procedimentos analíticos das rotinas;</p><p>• Indagação dos responsáveis pela execução dos processos (CFC, 2016).</p><p>Os itens relacionados são fundamentais para que o auditor possa conseguir</p><p>evidência suficiente no nível da afirmação ou da eficácia operacional dos</p><p>controles, para que consiga emitir a sua opinião.</p><p>7</p><p>A confiabilidade das informações apresentadas durante a execução dos</p><p>processos de auditoria tem como base a natureza, a época e a extensão dos</p><p>procedimentos de auditoria, conforme detalhamos a seguir:</p><p>• Natureza, alcance, objetivos e complexidade do assunto;</p><p>• Riscos de distorção relevante do assunto;</p><p>• Disponibilidade de fontes alternativas de evidência de auditoria;</p><p>• Extensão em que a administração pode exercer controle ou influência</p><p>sobre os empregados;</p><p>• Conhecimento e experiência do auditor.</p><p>A confiabilidade dos trabalhos de auditoria é importante. Ela vai definir a</p><p>forma como o auditor irá agir. Com o aumento da confiança, os testes não são tão</p><p>aprofundados, mas se houver baixa confiança nas informações, o auditor passa a</p><p>realizar uma análise mais criteriosa para que possa ter segurança suficiente e</p><p>adequada para a emissão de sua opinião.</p><p>Saiba mais</p><p>Acesse o link a seguir e leia a NBC TA 500(R1) – Evidência de Auditoria,</p><p>que define a importância das evidencias de auditoria para a realização dos</p><p>trabalhos:</p><p>CFC – Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 500 (R1). Diário</p><p>Oficial da União, Poder Legislativo, 5 set. 2016. Disponível em:</p><p><https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTA500(R1).pdf>. Acesso em: 10</p><p>jul. 2023.</p><p>Crédito: Andrey_Popov/Shutterstock.</p><p>8</p><p>No próximo tópico, nosso aprendizado envolverá a abordagem da auditoria.</p><p>TEMA 3 – ABORDAGEM DA AUDITORIA</p><p>A abordagem inicial para os trabalhos de auditora baseia-se primeiramente</p><p>na verificação dos riscos existentes no início dos trabalhos de auditoria, a qual é</p><p>realizada por meio de diversos procedimentos que o auditor executa, com o intuito</p><p>de permitir que o auditor obtenha evidência de auditoria apropriada e suficiente,</p><p>para ter segurança sobre a opinião destinada aos usuários do relatório de</p><p>auditoria.</p><p>A avaliação de risco destina-se a reduzir ou administrar a auditoria na</p><p>execução dos procedimentos, a fim de identificar e avaliar os riscos que possam</p><p>levar o auditor a emitir um relatório inadequado sobre o trabalho realizado.</p><p>O auditor inicia o seu trabalho com o planejamento dos trabalhos de</p><p>auditoria, em cuja análise verifica os riscos de auditoria inicial com base na NBC</p><p>TA 510(R1) –Trabalhos Iniciais – Saldos Iniciais, e por meio dessas informações</p><p>fornecidas pela empresa, determina a extensão dos seus trabalhos.</p><p>Para avaliar os riscos, o auditor deve avaliar os seguintes temas:</p><p>• Políticas contábeis seguidas pela entidade;</p><p>• Natureza dos saldos contábeis;</p><p>• Classe de transações e divulgações;</p><p>• Significância dos saldos iniciais em relação às demonstrações contábeis</p><p>do período corrente;</p><p>• Riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis no período</p><p>corrente;</p><p>• Se as demonstrações contábeis do período anterior foram auditadas e, se</p><p>sim, se a opinião do auditor antecessor foi modificada.</p><p>9</p><p>Crédito: Fizkes/Shutterstock.</p><p>Em continuidade à avaliação de risco, o auditor deve analisar as</p><p>informações da organização e aplicar a norma NBC TA 315 (R2) – Identificação e</p><p>Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante, para identificar e avaliar os riscos</p><p>de distorção relevante independentemente e poder verificar se foram causados</p><p>por fraude ou erro.</p><p>O auditor deve planejar e realizar procedimentos de avaliação de riscos</p><p>para obter evidência de auditoria que forneça uma base adequada para a</p><p>identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante, independentemente</p><p>de se foram causados por fraude ou erro, e o planejamento de procedimentos</p><p>adicionais de auditoria de acordo com a NBC TA 330(R1) – Planejamento da</p><p>Auditoria de Demonstrações Contábeis.</p><p>Ressaltamos a necessidade que os procedimentos de avaliação de riscos</p><p>devem conter: indagações à administração, a outros colaboradores-chave</p><p>envolvidos nos processos realizados, ao indivíduo de auditoria interna;</p><p>procedimentos analíticos; e observação e inspeção das rotinas da empresa.</p><p>Saiba mais</p><p>Acesse os links a seguir e leia a NBC TA 510(R1) – Trabalhos Iniciais –</p><p>Saldos Iniciais e a NBC TA 315 (R2) – Identificação e Avaliação dos Riscos de</p><p>10</p><p>Distorção Relevante, que define a importância para o planejamento dos trabalhos,</p><p>e a identificação dos riscos de auditoria quando inicia um trabalho de auditoria</p><p>CFC – Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 510 (R1). Diário</p><p>Oficial da União, Poder Legislativo, 5 set. 2016. Disponível em:</p><p><https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTA510(R1).pdf>. Acesso em: 10</p><p>jul. 2023.</p><p>_____. NBCTA315(R2). Diário Oficial da União, Poder Legislativo,</p><p>Brasília, DF, 2 set. 2021. Disponível em:</p><p><https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTA315(R2).pdf >. Acesso em: 10</p><p>jul. 2023.</p><p>No próximo tópico, nosso aprendizado envolverá a legislação e as normas</p><p>de auditoria</p><p>TEMA 4 – LEGISLAÇÃO E NORMAS DE AUDITORIA</p><p>Os processos de auditoria estão embasados por normas específicas, que</p><p>são as diretrizes que o auditor deve seguir durante a execução dos seus trabalhos.</p><p>Essas normas de auditoria, em conjunto com os procedimentos adequados,</p><p>resultam na realização de uma auditoria idônea e completa, com resultados</p><p>embasados. São os requisitos que devem ser observados e implantados pelo</p><p>auditor para a execução de sua tarefa.</p><p>Segundo Attie (1998, p. 55):</p><p>As normas de auditoria diferem dos procedimentos de auditoria, uma vez</p><p>que eles se relacionam com ações a serem praticadas, conquanto as</p><p>normas tratam das medidas de qualidade</p><p>na execução destas ações e</p><p>dos objetivos a serem alcançados através dos procedimentos. As</p><p>normas dizem respeito não apenas às qualidades profissionais do</p><p>auditor, mas também a sua avaliação pessoal pelo exame efetuado e do</p><p>relatório emitido.</p><p>A norma que regulamenta os procedimentos de auditoria interna é a NBC</p><p>TI 01 – Da Auditoria Interna (Normas Brasileiras de Contabilidade), e as definições</p><p>para o seu relatório estão citadas no item 12.3.1:</p><p>O relatório é o documento pelo qual a Auditoria Interna apresenta o</p><p>resultado dos seus trabalhos, devendo ser redigido com objetividade e</p><p>imparcialidade, de forma a expressar, claramente, suas conclusões,</p><p>recomendações e providências a serem tomadas pela administração da</p><p>entidade. (CFC, 2012)</p><p>As normas de auditoria externa que orientam na realização dos exames e</p><p>na preparação dos relatórios sobre as demonstrações contábeis são as Normas</p><p>11</p><p>Brasileiras de Contabilidade de Auditoria Independente. As NBC TAs são emitidas</p><p>pelo Conselho Federal de Contabilidade e seguem os padrões de normas</p><p>internacionais (ISA – International Standards on Auditing), emitidos pela</p><p>Federação Internacional de Contadores – IFCA, tendo como objetivo a</p><p>regulamentação e a formulação de diretrizes a serem implantadas pelos</p><p>profissionais de contabilidade durante o exercício de suas funções.</p><p>O relatório do auditor deve ser elaborado conforme as normas de auditoria,</p><p>sempre de forma coerente e objetiva e com redação clara: “A opinião final do</p><p>auditor, exarada no relatório, deve ser baseada em fatos concretos, devidamente</p><p>comprováveis através dos papéis de trabalho, em judicioso julgamento desses</p><p>fatos, com total imparcialidade e independência” (Franco; Marra, 2007, p. 527).</p><p>Saiba mais</p><p>Essas normas de auditoria podem ser encontradas na internet no site do</p><p>Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e com complemento para as empresas</p><p>de capitais abertos o site da Comissão de Valores Imobiliários (CVM):</p><p>CFC – Conselho Federal de Contabilidade. Disponível em:</p><p><https://cfc.org.br/>. Acesso em: 10 jul. 2023.</p><p>CVM – Comissão de Valores Imobiliários. Disponível em:</p><p><https://www.gov.br/cvm/pt-br>. Acesso em: 10 jul. 2023.</p><p>12</p><p>Crédito: AlexeiLogvinovich/Shutterstock.</p><p>Saiba mais</p><p>Acesse o link a seguir e leia – NBC TI – de auditoria Interna, que estabelece</p><p>as normas de auditoria interna atualizadas:</p><p>CFC – Conselho Federal de Contabilidade. NBC TI – de Auditoria Interna.</p><p>CFC, S.d. Disponível em: <https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-</p><p>contabilidade/nbc-ti-de-auditoria-interna/>. Acesso em: 10 jul. 2023.</p><p>Acesse o link a seguir e leia – NBC TA – de auditoria Independente, que</p><p>estabelecem as normas de auditoria externa atualizadas</p><p>CFC – Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA – de Auditoria</p><p>Independente de Informação Contábil Histórica. CFC, S.d. Disponível em:</p><p><https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/nbc-ta-de-</p><p>auditoria-independente/>. Acesso em: 10 jul. 2023.</p><p>No próximo tópico, nosso aprendizado envolverá o estudo pratico: as</p><p>etapas e como fazer um planejamento de auditoria.</p><p>TEMA 5 – ESTUDO PRÁTICO: ETAPAS E COMO FAZER O PLANEJAMENTO DE</p><p>AUDITORIA</p><p>Planejar adequadamente a auditoria, a fim de executar o maior número</p><p>de procedimentos possíveis no exame preliminar. Conseguir</p><p>conhecimento seguro das operações e da posição patrimonial e</p><p>financeira do cliente. Obter maior colaboração e assistência por parte do</p><p>pessoal do cliente. Detectar, de início, os eventuais problemas</p><p>relacionados com a contabilidade, impostos ou qualquer outra área onde</p><p>seja necessária maior profundidade. Prever problemas em potência,</p><p>relacionados com programas de desenvolvimento da empresa.</p><p>Identificar as áreas prioritárias, às quais deva ser dedicado mais tempo</p><p>e dada maior ênfase. (Franco; Marra, 2001, p. 312)</p><p>Para garantir que a auditoria seja realizada de forma eficiente e eficaz, é</p><p>fundamental determinar o cronograma, as etapas e as atividades realizadas antes</p><p>dessa auditoria propriamente dita. O planejamento inicia a partir da elaboração de</p><p>um plano de trabalho para que a auditoria seja devidamente executada. Esse</p><p>planejamento precisa prever todas as atividades que serão realizadas no decorrer</p><p>dos trabalhos, para que o auditor obtenha informações suficientes e adequadas</p><p>para a emissão de sua opinião.</p><p>13</p><p>A seguir destacamos as 5 principais etapas para a implementação dos</p><p>trabalhos de auditoria:</p><p>5.1 Planejamento da auditoria</p><p>Comece definindo um escopo do trabalho de auditoria, ou seja, quais serão</p><p>os processos que vão ser mapeados e quem participará da auditoria. Em seguida,</p><p>defina o cronograma a ser seguido e a periodicidade da revisão dos controles.</p><p>5.2 Mapeamento dos processos</p><p>Compreende um estudo minucioso e detalhado de cada etapa em que</p><p>ocorre uma operação para atingir o resultado eficaz.</p><p>5.3 Análise e identificação dos riscos</p><p>Com os processos definidos, o auditor obtém informações necessárias para</p><p>o funcionamento das atividades da organização e para verificar os riscos</p><p>operacionais de cada processo, definindo quais controles precisam ser</p><p>observados para a otimização da operação.</p><p>5.4 Formulação de controles internos</p><p>Após entender com empregados o fluxograma dos processos realizados e</p><p>analisar os procedimentos operacionais padronizados (POP), é possível formular</p><p>uma rotina para testar se todas as etapas estão sendo seguidas, e se está de</p><p>acordo com os manuais da empresa para que tudo funcione da forma como</p><p>planejado, e identificar os possíveis riscos para o negócio, fortalecendo os pontos</p><p>de controle, prevenindo as falhas e as perdas.</p><p>5.5 Execução e revisão dos resultados</p><p>Uma vez definidos todos os parâmetros para a execução dos trabalhos de</p><p>auditoria, é hora de iniciar os procedimentos conforme o planejamento realizado,</p><p>e revisar todos os pontos identificados para garantir o entendimento correto da</p><p>14</p><p>operação. O resultado será fundamentado com evidências suficientes para a</p><p>emissão do relatório de auditoria.</p><p>Essas etapas definem o planejamento de forma de garantir que as</p><p>informações obtidas são suportadas por documentos e procedimentos</p><p>adequados, para que o auditor possa emitir a sua opinião sobre o trabalho</p><p>realizado.</p><p>Crédito: Jfanchin/Shutterstock.</p><p>Vamos analisar alguns casos hipotéticos para melhor fixação do conteúdo</p><p>repassado em tópicos anteriores:</p><p>Exemplo 1</p><p>A Empresa YX efetuou a contratação de um serviço de auditoria. Qual é a</p><p>etapa que consiste na parte do trabalho na qual o auditor estabelece a estratégia</p><p>geral dos trabalhos a serem executados, estabelecendo a natureza, a</p><p>oportunidade e a extensão dos exames, de modo que possa desempenhar uma</p><p>auditoria satisfatória?</p><p>Exemplo 2</p><p>Em sequência ao planejamento de auditoria, qual é a etapa em que o</p><p>auditor passa a coletar informações sobre o funcionamento das atividades da</p><p>organização, por meio de análises de documentos e entrevistas, no intuito de</p><p>diminuir a chance de possíveis erros durante o trabalho?</p><p>15</p><p>REFERÊNCIAS</p><p>ATTIE, W. Auditoria: conceitos e aplicações. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1998.</p><p>CFC – Conselho Federal de Contabilidade. NBC TA 500 (R1). Diário Oficial da</p><p>União, Poder Legislativo, 5 set. 2016. Disponível em:</p><p><https://encurtador.com.br/bjyMT>. Acesso em: 10 jul. 2023.</p><p>_____. NBC TI 01. In: _____. Normas brasileiras de contabilidade: auditoria</p><p>interna: NBC TI 01 e NBC PI 01/ Conselho Federal de Contabilidade. Brasília:</p><p>Conselho Federal de Contabilidade, 2012.</p><p>CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. S. Auditoria contábil: teoria e prática. 11. ed.</p><p>São Paulo: Atlas, 2019.</p><p>CREPALDI, S. A. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2000.</p><p>FRANCO, H.; MARRA, E. Auditoria contábil. 4. ed. atual. São Paulo: Atlas, 2001.</p><p>_____. Auditoria contábil. 4. ed. São Paulo. Atlas, 2007.</p><p>FLORENTINO, A. M. Auditoria contábil.</p><p>5. ed. São Paulo: Ed. da Fundação</p><p>Getúlio Vargas, 1988.</p><p>FRANCO, H; MARRA, E. Auditoria contábil: norma de auditoria, procedimentos</p><p>e papéis de trabalho – programas de auditoria – relatórios de auditoria. 4. ed. São</p><p>Paulo: Atlas, 2001.</p><p>MAUTZ, R. K. Princípios de auditoria. Tradução de Hilário Franco. 3. ed. São</p><p>Paulo: Atlas, 1980. v. II</p><p>MELO, M. M. de; SANTOS, I. R. dos. Auditoria contábil. 2. ed. Rio de Janeiro:</p><p>Freitas Bastos Editora, 2017.</p><p>PEREZ JUNIOR, J. H. Auditoria de demonstrações contábeis: normas e</p><p>procedimentos. 3. ed. – 2. reimpr. São Paulo: Atlas, 2006.</p><p>16</p><p>Gabarito</p><p>Resposta 1</p><p>Planejamento dos trabalhos de auditoria.</p><p>Resposta 2</p><p>Análise dos riscos de auditoria.</p>