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FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS E SOCIOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO CAPI�TULO 3 - ESTADO, ESCOLA E SOCIEDADE Thaise Dias Alves Introdução E� comum discutirmos sobre a educação, o que a constitui e quais são suas bases, mas será que re�letimos o su�iciente sobre as leis que regem e asseguram o direito à educação? Ou, então, acerca dos princı́pios �ilosó�icos e sociológicos para conceituar o que é formação? Se sim, existe, ainda, espaço para a Filoso�ia e a Sociologia da educação? Neste capı́tulo, estudaremos a respeito de posições, obrigações dos Estados e leis que asseguram a educação para todos. Veremos, também, como os �ilósofos e sociólogos do perı́odo moderno e contemporâneo dialogam com o saber pedagógico e contribuem para construir uma sociedade mais igualitária e justa. No primeiro momento, compreenderemos quais são as obrigações do Estado em relação à escola, as leis que protegem e visam o desenvolvimento do educador e do educando. Depois, veremos o papel da famı́lia, a importância do seu diálogo com a escola e a busca por novas formas de cativar o aluno, pois, se o mundo passou por transformações bruscas nos últimos tempos, por quais motivos nós, enquanto educadores, devemos permanecer os mesmos? Discutiremos, ainda, sobre os desa�ios para evitar a evasão. Além disso, veremos um debate com alguns �ilósofos, como Gramsci, que relembra a natureza re�lexiva e crı́tica de todos os homens; passando por Immanuel Kant, que trará a concepção de autonomia e liberdade como os grandes pilares da educação; além de Nietzsche e Foucault, que ressaltam a ideia de poder da transformação da educação. No �inal da unidade, veremos a Teoria Crı́tica e a Escola de Frankfurt sob as lentes de grandes nomes da �iloso�ia e da sociologia. O que une esses autores é a crı́tica ao mau uso da razão e da ciência, porém cada autor oferece uma saı́da diferente, entre elas, ressaltar o caráter formativo da arte e sua redemocratização, a formação a partir de uma avaliação crı́tica dos meios de produção, a reprodutibilidade, e, por �im, a busca por uma ciência e uma razão consensual e democrática que envolva de forma justa e igualitária todos os protagonistas do processo escolar. Vamos começar? Acompanhe! 3.1 Direito universal à educação Você sabia que a educação é um dever do Estado e da famı́lia? Ao longo deste tópico, estudaremos a respeito dessa garantia fundamental: o direito à educação. Compreenderemos quais são os aspectos gerais da educação, a obrigação, o papel de cada ente federado e do Estado de fornecer aos cidadãos educação pública, gratuita, universal e de qualidade. Um trabalho que depende não só dos dispositivos legais, como a Constituição Federal, mas do Plano Nacional de Educação (PNE) e da sociedade de modo geral. Além disso, veremos sobre o funcionamento legal e prático das ações do Estado na educação, a igualdade de condições de acesso e permanência na escola, os princı́pios de liberdade, pluralismo e valorização dos pro�issionais da educação. 3.1.1 Educação na Constituição Federal O direito à educação é garantido pela Constituição Federal desde 1988, que trata da educação como um direito social de todas as pessoas. Assim, a Carta Magna do ordenamento jurı́dico, reconhece a educação como um dever fundamental, na medida em que incentiva a educação e prepara o ser humano para o exercı́cio da cidadania. A Constituição ainda prevê que a promoção da educação deve ser feita com incentivo e colaboração da sociedade. Mas o que isso quer dizer? Signi�ica que a sociedade também tem a sua parcela de responsabilidade na formação de cada cidadão e que devemos lembrar que a educação se divide em três modalidades: a formal, a não formal e a informal (BRASIL, [2016]). A educação formal será de responsabilidade das escolas, ocorrendo, portanto, durante o ensino regular. A educação não formal, por sua vez, é constituı́da por atividades exercidas fora do sistema tradicional de ensino, ou seja, de maneira extracurricular e fomentada, por exemplo, por órgãos com ou sem �ins lucrativos. Já a educação informal é aquela promovida pela famı́lia e ocorre durante todo o convı́vio social (BRASIL, [2016]). Um breve cálculo acerca do número de horas de ensino formal e informal leva a crer que todos, independente da pro�issão, possuem sua parcela de responsabilidade ao logo do processo de formação cidadã, ou seja, todos nós possuı́mos a responsabilidade de zelar pela formação de “seres pensantes”, capazes de compreender seus direitos, de entender como é possı́vel garantir uma vida digna e o bom funcionamento da sociedade. 3.1.2 Igualdade de condições de acesso e permanência na escola E� garantido a todos os brasileiros o acesso e a permanência de forma igual nas escolas, observando a liberdade de aprender, de pesquisar e de divulgar o saber. Dessa maneira, o poder público não pode se ausentar da obrigação de ofertar ensino regular e de zelar, juntos aos familiares e demais cidadãos, pela frequência dos alunos na escola. A educação pode ser promovida tanto por instituições públicas quanto privadas, porém, sempre preservando a diversidade, pluralidade e o respeitar aos valores culturais e as diversas etnias que o paı́s abrange. VOCÊ QUER LER? Para compreender melhor a Constituição Federal e o PNE, o que eles asseguram, qual é o papel do Estado com relação à educação, suas metas e estratégias, recomenda-se a leitura dos artigos 205 ao 215 da Constituição Federal e o Plano Nacional da Educação na ıńtegra. Acesse-os pelos links: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm) e http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de- educacao-lei-n-13-005-2014 (http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de- educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014). http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao-lei-n-13-005-2014 Tal organização e distribuição garante maior equidade, visando, portanto, a universalização da educação, além de assegurar a pluralidade do ensino atendendo as especi�icidades também regionais. Outro dispositivo importante e que a�irma a qualidade da educação é o PNE, também conhecido como a Lei n. 13.005, de 2014. Elaborada para ter vigência decenal, a lei objetiva metas em nome da qualidade do ensino. A erradicação do analfabetismo, a universalização escolar, a melhoria do ensino e a valorização do pro�issional da educação fazem parte das metas vigentes (BRASIL, 2014). 3.1.3 Garantia constitucional de valorização dos profissionais da educação O PNE traz direcionamentos para elaboração polı́tica de planos e metas futuras para a educação. Estamos falando de uma lei aprovada de forma democrática, participativa e que visa à melhoria da educação nacional. Mas você deve estar se perguntando: se é uma lei, existe alguma pena, caso o Brasil não cumpra as metas estabelecidas? Quadro 1 - Organização de ensino e as responsabilidades dos entes Fonte: Elaborado pela autora, 2020. Quando as metas não são alcançadas ocorre uma reestruturação das metas e a elaboração de um diagnóstico que terá efeito na elaboração do PNE subsequente. O PNE possui 20 metas, 10 diretrizes e mais de 250 estratégicas. As diretrizes são os caminhos a se percorrer, as metas são os objetivos quanti�icáveis a se alcançar e estratégias são as ações que se realizam para alcançar tais metas (BRASIL, 1998). No entanto, quem monitora todo esse percurso? Os órgãos responsáveis são: o Ministério da Educação, o Conselho Nacional de Educação, o Fórum Nacional de Educação e Comissões de Educação do Senado e Fórum legislativo. Um dos objetivos é a valorização do educador, que visa igualar seus rendimentos aos dos demais pro�issionais com escolaridade equivalente,tomando como referência o piso nacional pro�issional (BRASIL, 1998). Contudo, tratar da remuneração dos educadores envolve vários fatores, entre eles, as condições que o professor possui de exercer sua pro�issão. Estamos falando de algo que perpassa pela carga horária, pelo nı́vel de formação do professor e por todo apoio que ele recebe da sociedade de modo geral. Para exercer sua carreira, o pro�issional da educação necessita de condições, entre elas, de planejamento e preparação de suas aulas, que favoreçam o acompanhamento do educando diante da aprendizagem e que propiciem a troca de saberes entre colegas de pro�issão, dinâmica que ajuda o pro�issional a enfrentar os impasses e desa�ios diários. VOCÊ SABIA? Os Parâmetros Curriculares Nacionais oferecem as diretrizes básicas para orientar o educador em seu planejamento. Tais parâmetros padronizam e normalizam a disciplinas norteando o educador. No entanto, o conteúdo curricular pode e, em muitos casos, deve ser adaptado, respeitando as pluralidades regionais e locais. 3.2 Família como instituição educativa Antes de adentramos ao tema em questão, precisamos retornar a uma pergunta simples, porém, crucial: o que é famı́lia? O núcleo familiar é composto por pessoas que desejam o pleno desenvolvimento emocional, intelectual, psicológico e cognitivo dos seres que estão sob sua tutela, portanto, o conceito de famı́lia independe da orientação sexual ou do número de membros que a compõe, o importante será perguntar: de que forma eles propiciam a uma criança, jovem ou adolescente, condições para amadurecer e socializar de maneira saudável dentro e fora escola. Assim, mais importante do que opiniões será o respeito com relação à autonomia da estrutura familiar. Partindo de tal pressuposto, precisamos investigar qual a importância da famı́lia no desenvolvimento educacional e repensar a relevância do seu diálogo com a instituição escolar. Veremos como é possı́vel instaurar um novo tipo de cultura familiar: aquela que sela o compromisso entre escola e casa. 3.2.1 Relação entre família e escola Mais do que um dever constitucional, participar da vida escolar deve ser uma das prioridades das famı́lias. Se os pais acompanham os problemas dos �ilhos em casos urgentes, como em internações hospitalares, interessando-se pelos procedimentos cirúrgicos, por quais motivos deixam de acompanhar seus �ilhos durante o processo formativo? Por outro lado, também é fato que a própria escola não sabe como envolver as famı́lias, entrando em contato com os responsáveis apenas nos momentos de corrigir condutas ou imputar castigos aos alunos. Uma dinâmica que acaba associando a vida escolar a situações negativas, quando na verdade a presença e o acompanhamento deveriam ser multiplicadas durante todo o processo. Assim, escola e famı́lia devem estreitar seus laços. A escola deve ser responsável por promover um ambiente acolhedor, independente da escolaridade dos pais, do grau de instrução ou formação. Aos familiares cabe o papel de valorização dos feitos na escola, e não apenas o de acompanhar as atividades e o rendimento quantitativo do aluno. Dessa maneira, se desenvolve outro tipo de cultura e de relação entre famı́lia e escola. VOCÊ QUER VER? O �ilme “A Educação Proibida”, dirigido por German Doin e Verónica Guzzo, é um documentário espanhol que conta a história do sistema escolar de forma crıt́ica, apontando quais pontos devem ser revistos e de que maneira o sistema atual fracassa no quesito evasão escolar. Vale a pena se aprofundar sobre a temática! Ainda sobre o isolamento dos pais com relação à escola, um dos re�lexos mais graves é a própria evasão escolar. Até 2018, apenas 6,9 milhões de jovens brasileiros de 15 a 17 anos frequentam a escola até o �im do ano letivo. Realidade que o Brasil encara graças à desigualdade social, o desinteresse pela escola e esse distanciamento da famı́lia (BRASIL, 2017). 3.2.2 Evasão escolar no Ensino Médio De acordo com as estatı́sticas, mais de três milhões de jovens abandonam a escola todos os anos. No entanto, a evasão não ocorre apenas pelo fator social. Por mais que a condição �inanceira pode impossibilitar a permanência do aluno na escola, a evasão é o resultado de um conjunto de fatores, entre eles, a ausência familiar, que gera a falta de identi�icação do aluno com a própria escola. Mas, acima de tudo, o desinteresse do aluno pelos conteúdos e programas promovidos são os fatores que aumentam os nı́veis de evasão. A questão é que, em meio ao turbilhão de informações diárias, o professor deixou de ser o ponto inicial, o start, já que vários conteúdos estão disponı́veis nas redes e podem ser acessados facilmente por meio de dispositivos móveis. O educador deixou de ser o protagonista para tornar-se um guia, mediador e organizador. Isso conduz o ensino e a pro�issão do professor a novos rumos. Tanto que, uma breve re�lexão nos leva a questionar: por quais motivos continuamos com as mesmas estruturas escolares desde os primórdios, com sala de aulas compostas por carteiras dispostas em �ileiras? Será que essas estruturas não deixaram de fazer sentido? Será que não somos responsáveis por um desencantamento escolar? Figura 1 - Indicadores de �luxo escolar da educação básica por Unidade da Federação Fonte: BRASIL, 2017, p. 7. O desa�io cresce na medida em que re�letimos a respeito da formação e sobre como romper com a cultura tradicional, não apenas na teoria, mas usando a prática como meio de reconquistar os alunos. Ao que tudo indica, acusar a tecnologia e as mı́dias sociais de vilãs não fortalece o ensino e nem diminui a evasão escolar. A tecnologia deve ser aliada nessa nova caminhada, pois com ela é possı́vel desfazer a ideia de que a vida cotidiana e as disciplinas escolares pertencem a mundos distintos. Figura 2 - Uso do tablet para auxiliar na interação com o mundo digital em sala de aula Fonte: FatCamera, iStock, 2020. 3.3 Filosofia, ser humano, conhecimento e poder na educação Discutir a educação pressupõe de�inir o papel da formação, dando voz às questões, como “para quem ensinar?”, “como ensinar?” e, principalmente, “que tipo de ser humano formar?”. Perguntas que nos colocam dentro do âmbito da �iloso�ia, área de conhecimento tão menosprezada historicamente e que ao mesmo tempo consiste na arma mais poderosa para nos retirar de discussões breves e rasas. Parece evidente que a �iloso�ia deve ser assunto para todos os estudantes, pois é capaz de desenvolver a capacidade humana e estimular o ato de pensar de forma coerente acerca do mundo a nossa volta. Nesse sentido, o tópico seguinte se estrutura a partir de provocações e re�lexões sobre a educação por meio da apresentação de alguns �ilósofos. 3.3.1 Todos os indivíduos são filósofos Antonio Gramsci (1871-1937) foi um �ilósofo, jornalista, polı́tico e crı́tico literário notável. Passou anos preso por expor suas ideias contrárias ao regime fascista do ditador Benito Mussolini. No projeto �ilosó�ico e educacional de Gramsci, estaria em pauta a emancipação universal de todos os seres humanos, independente da classe social ou de qualquer diferença. Seguindo a linha de raciocı́nio de Karl Marx (1818-1883), Gramsci tinha a proposta de que a educação deveria alcançar todas as pessoas e que nada justi�icaria qualquer desigualdade social (GRAMSCI, 1999). Para o autor italiano, o papel do �ilósofo será o de discutir, explicitar e unir esforços teóricos e práticos, ou seja, realizar �iloso�ia a partir da intima ligação entre nossas atividades subjetivas, como a re�lexão, e as ações objetivas, como trabalho e nossas atividades polı́ticas e sociais. Dessa maneira, Gramsci insiste em dizer que todos os homens são �ilósofos (GRAMSCI, 1999). Mas o que isso quer dizer? Não signi�ica que todos são especialistas em �iloso�ia, mas que todas as nossas ações, desde as mais simples e corriqueiras, serão atravessadas por uma signi�icaçãore�lexiva e teórica. Por isso, ele usa o termo práxis, de origem grega, para falar que todas as nossas ações, independe da pro�issão ou área de conhecimento que exercemos, estaria sempre imbuı́da de um pensamento crı́tico e re�lexivo. VOCÊ O CONHECE? Apesar de Karl Marx ser um dos nomes mais citados nos últimos tempos, ainda estudamos pouco acerca de sua vida e obra. Marx nasceu no século XIX e buscou interpretar o mundo capitalista e a revolução industrial de forma crıt́ica. Para o sociólogo e �ilósofo, os seres humanos deveriam sair do estado de comodismo imposto pelas ideologias dominantes e lutar por seus direitos em nome de uma sociedade mais digna e igualitária. Dessa maneira, Gramsci (1999) insere dois conceitos importantes, o do senso comum e o de bom senso. Para o �ilósofo, todo o senso comum carrega resquı́cio de um bom senso, em outras palavras, nossas práticas cotidianas são carregadas de tradições históricas e crenças (senso comum), e, por mais banais que pareçam, possuem um signi�icado re�lexivo (bom senso). Nesse sentido, o papel da educação será o de re�inar o bom senso ao explicitar que o nosso agir não pode ser apenas mecânico, individualista ou totalmente condicionado pelas ações e re�lexões dos outros. Trazendo a discussão para o âmbito escolar, segundo Gramsci, todo o aluno entra na instituição de ensino carregado de experiência histórica e de heranças sociais, ou seja, com seu próprio conjunto de ideias morais, crenças e ideologias, que não devem ser anuladas ou menosprezadas, pelo contrário, devem ser re�inadas para que aluno possa desenvolver sua subjetividade e expressar seu mundo interior da melhor maneira possı́vel. A proposta de Gramsci (1999) é de uma “escola unitária” na qual há o esforço para alcançar uma educação de caráter participativo, horizontal, sem hierarquização e diferenciação, nem tecnicismo ou autoritarismo. O professor partiria de um ponto não dogmático ou autoritário em nome de um processo de formação em que todos estariam envolvidos da mesma maneira e pelo mesmo objetivo: o de empreender uma educação tanto para o trabalho quanto para a vida social, para o convı́vio e a igualdade social. Tal princı́pio unitário ultrapassa a escola tecnicista, de caráter meramente producente e faz do professor um agente social que forma para a vida. Figura 3 - Karl Marx Fonte: Nastasic, iStock, 2020. 3.3.2 Kant e a educação para autonomia Immanuel Kant (1724-1804), um dos mais importantes �ilósofos da história, inaugura a �iloso�ia da idade moderna com suas obras “Crı́tica da razão pura” (1781) e “A fundamentação da metafı́sica dos costumes” (1797) e, até hoje, in�luencia grandes pensadores de todas as áreas do conhecimento. A �iloso�ia de Kant representa a crı́tica mais radical à proposta de educação e �iloso�ia elaborada na Idade Média (IV-XIV d.C.), perı́odo em que o pensamento metafı́sico e a forte crença em Deus era o único fundamento. Do ponto de vista �ilosó�ico, a Idade Moderna é um perı́odo de ruptura, pois é esse o perı́odo em que a razão, a ciência, isto é, o homem e sua consciência se tornam o centro das discussões, perı́odo também conhecido como o Iluminismo, a época do esclarecimento, em que as luzes prevalecem sobre a escuridão das explicações medievais e mı́ticas. Os �ilósofos modernos mostravam que a atitude mais coerente seria buscar o conhecimento por meio dos fenômenos, ou seja, aquilo que pode ser experimentado e percebido pelos sentidos e matemática. Outro movimento bastante importante na época é o próprio surgimento da técnica, a�inal, no século XIX o homem começa a conhecer e a interferir na natureza, tornando-se, assim, um cocriador do mundo. A contribuição que Kant oferece para pensarmos a educação não chega por meio de nenhum tratado exclusivo ao tema, no entanto, os resquı́cios do tema formação estão pulverizados ao longo de sua obra. Kant dirá que todos os homens devem buscar sua liberdade e a emancipação de seu espı́rito retirando-se da menoridade. O conceito que não tem a ver com a idade registrada na carteira da identidade, e sim, com a nossa idade mental. Segundo a visão kantiana muitas pessoas permanecem na menoridade ao criar uma dependência com relação à opinião dos outros. No entanto, quando há um estı́mulo para alcançar autonomia e liberdade, seja por parte dos educadores, familiares ou demais instituições que formam a sociedade, o sujeito realiza a transição da menoridade para a maioridade, deixando de responder apenas as condições externas, passa a ser independente e a expressar suas vontades internas. Kant acredita que a humanidade passa por um movimento constante de aperfeiçoamento e que o indivı́duo deve buscar a perfeição no plano pessoal. VOCÊ SABIA? No século XVIII, na Europa, certos �ilósofos passaram a defender uma renovação no pensamento, colocando, assim, o homem e sua razão como centro de todas as coisas, não mais Deus e as respostas mıśticas. Ainda no mesmo perıódo, ocorreram guerras e fortes debates acerca da inclusão do povo nas decisões polıt́icas, defendendo-se, portanto, maior liberdade, autonomia e igualdades. Esse perıódo �icou conhecido como Iluminismo, em referência o uso da razão (luz) contra os conceitos antigos de escuridão do perıódo medieval (trevas), que baseou suas respostas em forças ocultas. 3.3.3 Nietzsche e Foucault Friedrich Nietzsche (1844-1900) foi um grande �ilósofo do século XIX. Em sua época, criticou as escolas secundaristas da Alemanha do século XIX e as Universidades ao concluir que ambas perderam a sua verdadeira vocação: criar seres humanos crı́ticos e independentes, e não, qualquer massa de manobra a serviço dos polı́ticos e do Estado. Segundo Ghiraldelli Júnior (2006, p. 94), “Foi Nietzsche que desenhou o panorama �ilosó�ico que atravessou o século XX e chegou ao XXI”, tanto é que “Estamos todos, ainda, trabalhando sobre os desenhos temáticos deixados por Nietzsche”. Na visão nietzschiana, a formação como emancipação teria sido renunciada em nome de uma educação meramente tecnicista, voltada para o trabalho e a especialização. As instituições planejavam suas disciplinas e conteúdos supondo que todos tinham as mesmas vontades. Para o �ilósofo, esse tipo de pensamento seria a própria marca da barbárie e da tirania, a�inal, se todos são iguais, o que impede de uma pessoa ou determinado grupo de�ina o destino dos demais? De acordo com a �iloso�ia crı́tica de Nietzsche, a educação alemã prezava apenas pelo lucro, os números e o valor que cada pro�issão recebia no mercado. A �iloso�ia e as artes carregavam o peso de provar seu valor frente a um ambiente hostil com relação a qualquer tipo de conhecimento que não trouxesse lucro rapidamente. Tal cenário será descrito, mais precisamente, em seu texto “Sobre o futuro de nossos estabelecimentos de ensino”, redigido em 1872, no qual Nietzsche expõe uma modernidade totalmente deseducada, pois a formação e a cultura tornavam-se apenas um subproduto. Para Nietzsche, a educação teria intima ligação com a arte e a criação de valores. Sua hipótese “[…] propõe que o sistema educacional tal como entendemos seja intensamente revisto, a �im de questionar por que, por quem e para quem estamos ensinando” (ALVES, 2014, p. 43). Contudo, “[…] para isso, precisamos de sinceridade, perguntar se, enquanto educadores — dentre os que lecionam ou irão lecionar — estamos aptos a cumprir esse papel e tudo que ele signi�ica” (ALVES, 2014, p. 43). Assim, o �ilósofo alemão sugere uma formação que se equilibre entre doses de rigor teórico e pitadas de liberdade artı́stica. Tudo isso para que um dia o educando tenha uma voz re�inada o su�iciente para expressar tanto o conhecimento quanto a experiência ao dar estilo ao seu próprio caráter. Já para o �ilósofo Michel Foucault (1994), a educação e a formação, assim como todas as nossas relações sociais, são atravessadas por poderes e jogos de interesses, disputase tensões inevitáveis. Dessa maneira, educar é sempre um ato polı́tico, que pode servir para manter o padrão social das ideologias dominantes ou exercer um poder transformador, capaz de modi�icar os esquemas de poder e saber de uma sociedade. Para Foucault, a educação é uma maneira poderosa de fazer com que práticas e discursos sejam repetidos ou modi�icados. A questão é que, para certos tipos de governo, como totalitários e absolutistas, se torna mais interessante uma população mansa, educada, subserviente, dócil e útil ao Estado. Aqui, nos deparamos com um dos conceitos mais importantes de Foucault, o da “disciplina dos corpos”, pois a educação que visa apenas o poder de disciplinar os seres terá como resultado corpos dóceis e úteis ao Estado e ao mercado, facilmente regulados e normalizados. Por outro lado, se há uma formação que visa pessoas re�lexivas, independentes e que compreendam os mecanismos de poder, as leis e os jogos por trás dos governos totalitários, vemos a possibilidade de uma educação aberta ao outro e ao exercı́cio do pensar. Essa última é a educação que Foucault defende e pretende promover com suas obras, em especial, “Vigiar e Punir” (1994). Além disso, de acordo com Ghiraldelli Júnior (2006, p. 115), “Uma �iloso�ia da educação elaborada por foucaultianos é aquela capaz de não descartar o valor da disciplina nas instituições de correção e educação”, pois visaria “[…] uma educação corporal em uma época em que tudo que se faz é dizer e os espı́ritos, mente, o cérebro são os elementos que devem ser cultivados”. 3.4 Escola de Frankfurt O que é a escola de Frankfurt? E� uma teoria �ilosó�ica e sociológica do inı́cio do século XX que surge na Universidade de Frankfurt, na Alemanha, com o encontro de intelectuais, como Walter Benjamin, Theodoro Adorno, Horkheimer, Habermas, entre outros. Mas o que esses autores possuem em comum? Eles desenvolveram suas obras dentro de um contexto de instabilidade econômica e polı́tica, já que estamos falando do perı́odo entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial. Além disso, três pontos unem esses autores: a origem judia e perseguição durante a Segunda Guerra Mundial; a continuidade às ideias de Karl Marx, deram continuidade a crı́tica ao capitalismo, porém, incluindo certas ideias que não foram discutidas por Marx, como o tema da educação e da cultura; a crı́tica às noções de ciência, conhecimento, domı́nio técnico da natureza, razão e polı́ticas totalitárias, como o nazismo e o fascismo. Para a escola de Frankfurt o avanço tecnológico teria sido colocado a serviço da reprodução da lógica capitalista, e a razão crı́tica havia se tornado um instrumento de dominação em virtude do desenvolvimento tecnológico. 3.4.1 Teoria crítica: Theodor Adorno Theodoro Adorno (1903-1969) foi dos maiores intelectuais do século XX e um dos teóricos mais importantes da �iloso�ia. Também exerce forte in�luência na teoria da comunicação e sobre a própria sociologia, pois escreveu, junto ao sociólogo Max Horkheimer, a obra intitulada “Dialética do esclarecimento” (1947). Adorno é um dos autores que fazem parte da Teoria Crı́tica, ao lado de Walter Benjamin, Herbert Marcuse, Jurgën Habermas e do próprio Horkheimer. Linha de pensamento que coloca em xeque os limites da ciência, da tecnologia da modernidade de forma crı́tica. Relembrando o contexto histórico da virada do �im do século XIX e inı́cio do século XX, esse foi um perı́odo marcado pela crença cega no progresso, na liberdade e na autonomia. Em outros termos, o projeto racionalista moderno trouxe a ideia de que tudo poderia ser quanti�icado ou substituı́do de forma rápida e e�iciente por meio da manipulação técnica da natureza pela ciência. Ainda no mesmo perı́odo, ocorre a explosão do capitalismo, momento em que o dinheiro torna-se o bem mais valioso, substituindo as emoções, relações sociais, a cultura, a arte, a educação e a própria re�lexão acerca da formação. No entanto, na virada do século XX, a modernidade começa a entrar em colapso, questionando, portanto, se a tecnologia e a racionalidade trariam sempre benefı́cios, como conforto e liberdade. O caso é que as guerras e catástrofes mostram o contrário, já que o inı́cio do século XIX foi bastante marcado por segregação, mortes, controle e atrocidades, como as que ocorreram durante a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria e em acidentes nucleares, como no desastre de Chernobyl. Em uma espécie de resposta aos tempos sombrios, Adorno e Horkheimer lançam a obra “Dialética do esclarecimento”, mencionada anteriormente. A tese principal sustentava que a tecnologia havia morrido. Entretanto, você deve estar se perguntando: morreu como, se o que mais vemos são novas tecnologias surgindo no mercado? Na obra, os autores tentam mostrar que o projeto iluminista de emancipação por meio da razão técnica havia falhado, pois ao invés de trazer liberdade ao homem, trouxe mais sujeição, opressão, vigilância e passividade. O conceito mais importante da obra de Adoro será o de “indústria cultural”. Na época, Adorno percebe que se todos os bens podem ser consumidos, como a arte e a cultura, esse consumo, ao mesmo tempo, faz com que a cultura perca a sua autenticidade e consequentemente o seu valor. E� a reprodutibilidade dos produtos, na época a produção de vinis musicais, a impressão do �ilme em pelı́culas e criação de máquinas fotográ�icas tornavam a arte um bem que não dependeria mais do dom, da crı́tica ou da quali�icação do artista em questão, mas apenas do dinheiro e da tecnologia para aperfeiçoá-lo e fazer de sua arte um sucesso. Transpondo a problemática para a educação, Adorno discute que a partir do momento em que a educação e a cultura perdem sua originalidade, autonomia e capacidade crı́tica, passam a ser mais um instrumento nas mãos de lı́deres e grupos de poderosos que desejam instaurar falsas conscientizações e ideologias, muitas vezes em nome da própria barbárie. O exemplo de Adorno será a Alemanha nazista de governo totalitário que se apropriou dos meios de comunicação, cultura e formação para naturalizar as atrocidades cometidas dentro dos campos de concentração, como o mais conhecido: Auschwitz. Acerca do tema educação e barbárie, o �ilósofo dedica dois textos que recebem os tı́tulos “Educação após Auschwitz” e “Tabus a respeito do magistério”, em que ele dirá: “[...] se a barbárie, a terrı́vel sombra sobre a nossa existência, é justamente o contrário da formação cultural, então a desbarbarização das pessoas individualmente é muito importante” (ADORNO, 1995, p. 117). Adorno (1995, p. 117) ainda completa o seu pensamento concluindo que “Este deve ser o objetivo da escola [...]”. Assim, toda educação deve ser emancipadora, crı́tica e participativa por excelência. Para alcançar tal ideal, todos os envolvidos devem lutar pela emancipação do homem, estando, portanto, a serviço da libertação das classes oprimidas. De acordo com Ghiraldelli Júnior (2006, p. 107), o principal recado pedagógico de Adorno “[…] foi o de que os professores deveriam se manter contra as tendências que nos rei�icassem, isto é, tendências capazes de transformar as crianças em adultos rei�icados, em objetos”. Para tanto, “Terı́amos de evitar a geração e crianças cruéis, que seriam adultos favoráveis à barbárie” (GHIRALDELLI JU� NIOR, 2006, p. 107). 3.4.2 Benjamin e a teoria da reprodutibilidade Walter Benjamin foi um �ilósofo, sociólogo e crı́tico literário em sua obra mais conhecida “A arte na era de sua reprodutibilidade técnica” (1936), o autor expõe o conceito de “aura” e de “reprodutibilidade”. O primeiro termo se refere à autenticidade que uma obra de arte carrega. Vamos pensar em um quadro bastante conhecido, a Monalisa, de Leonardo da Vinci. A obra original �ica no Museu do Louvre e o pouco que a maioria das pessoas conhecem chega por meio de fotos, impressões e reproduções da imagem que, de fato, podem ser acessadasde qualquer lugar, por meio de celulares ou computadores, por outro lado, a reprodução técnica rompe com algo único e signi�icativo: a originalidade da obra e sua essência, ou “aura”, impedindo qualquer experiência educativa proporcionada pelo CASO Com a crıt́ica de Adorno podemos observar que no mundo moderno todas as nossas relações se dissolvem em trocas instantâneas de dados, inclusive nossa relação com o conhecimento. O fato é que temos acesso à educação por meio de livros impressos em massa, bem como acesso à arte a partir da internet e mıd́ias sociais que reproduzem, de forma virtual, o que acontece a todo o momento. No entanto, na mesma velocidade que conhecemos pessoas, compramos e aprendemos, também descartamos, rompemos laços, desenvolvendo, assim, uma consciência de que tudo é descartável. Contudo, a questão não está em impedir o aperfeiçoamento da tecnologia, já que estamos imersos nela. Por sinal, podemos até a�irmar que a tecnologia elevou o conceito de educação alcançando pessoas que não tinham acesso ao conhecimento. Assim, nunca houve tanta democratização da educação como existe hoje. A questão será compreender como usar de forma re�lexiva e crıt́ica a razão, a ciência e técnica, criando dessa maneira outro tipo de relação com o conhecimento. O educador pode promover o uso dos meios tecnológicos e fazer deles um recurso educativo mais ativo. contato com a obra do artista. A questão é que a dinâmica capitalista tornou a obra menos signi�icativa e escrava do mercado, que não visa qualquer experiência única, subjetiva, sentimentos ou uma formação educativa, apenas o lucro. Para Benjamin (2015), o contato com a obra original desperta um prazer inigualável, subjetivo e formativo. Além disso, signi�ica valorizar e colaborar com a elevação da arte e do conhecimento. Mas, ao contrário de Adoro, Benjamin ainda reconhece alguns benefı́cios na reprodutibilidade, como a própria democratização do acesso à arte e à cultura histórica, a�inal, ela também faz parte da nossa biogra�ia. 3.4.3 Habermas e a educação Jürgen Habermas é um dos grandes �ilósofos e sociólogos contemporâneos, faz parte da 3ª geração da Escola de Frankfurt, assim, seu ponto de partida é a crı́tica à racionalidade instrumental, no entanto, ao contrário de Adorno e Benjamin, Habermas não desassocia a polı́tica do problema da razão, nem coloca a arte em primeiro lugar, pelo contrário, a técnica, a ciência e a razão retornam ao debate por pertencerem à vida pública e, portanto, polı́tica. Em outras palavras, Habermas resgata a racionalidade com seu conceito de “ação comunicativa”, teoria que propõe ampliar o conceito de razão instrumental com a inclusão do princı́pio da deliberação democrática e participativa. O mais importante será compreender que, ao contrário dos frankfurtianos da primeira geração que condenavam a técnica em nome do resgate da essência cultural, Habermas (2000) encontrará na própria racionalidade novas respostas aos problemas encarados no século XXI, repensando, assim, o uso da ciência. Por exemplo, se quisermos resolver problemas ambientes provocados pela poluição com plásticos, embalagens de metal e lixos eletrônicos, na visão habermasina, devemos contar com a ajuda da tecnologia, além de incluir todos os sujeitos envolvidos, principalmente, as minorias pertencentes aos paı́ses mais afetados pela poluição. No plano prático da educação, é possı́vel falar de suas contribuições a partir da ideia de horizontalidade do poder e da tomada de decisão. A teoria habermesiana oferece maior autonomia aos sujeitos, elemento capaz de transformar o mundo e de torná-lo mais igual para todos, a�inal, quando buscamos de maneira independente o conhecimento, corremos menos riscos de sofrer explorações futuras e de acabar sob o domı́nio de ideias e convicções alheias. Outro ponto importante para repensar a educação na contemporaneidade é rever a ideia de razão, pois, se com ela fomos capazes de construir máquinas de guerra e bombas atômicas, é também a partir dela que podemos despertar e difundir ideais mais igualitários e justos. Em Habermas, o problema não seria o uso da razão em si, e sim, depositar esse instrumento nas mãos de poucos. A razão, o debate e o conhecimento devem ser compartilhados e atravessados por acordos comunicativos consensuais em que ora se fala, ora se escuta. Conclusão Concluı́mos a unidade relativa à ideia de Estado, escola e sociedade. Agora, você já compreende a organização legislativa do Brasil em relação à educação, suas metas e desa�ios. Além disso, vimos como alguns �ilósofos e sociólogos dialogam com a pedagogia e abrem espaço para repensar a ideia de formação. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: identificar a relação entre família, educação, cultura e valores; entender a educação como tarefa do Estado; analisar quanto à importância do diálogo entre família e escola e o problema da evasão escolar; • • • compreender o ideal de educação no contexto da razão, para o esclarecimento, liberdade e autonomia; identificar a tensão entre a reprodução, a razão, a formação e a educação; observar os limites da razão com relação à educação; ver o modo como a Escola de Frankfurt e a Teoria Crítica podem ser interpretadas no âmbito educacional; compreender a retomada da razão e do esclarecimento na busca por igualdade social; compreender a importância das políticas públicas para o desenvolvimento da educação. • • • • • • Bibliografia A EDUCAÇA� O Proibida. Direção: German Doin e Verónica Guzzo. Argentina: 2012. 120 min., son., color. ADORNO, T. Educação e emancipação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995. ALVES, T. A ideia de mestre em Nietzsche. Rio de Janeiro: Editora Multifoco, 2014. ANTO� NIO, J. C. (org.). Filoso�ia da educação. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. BENJAMIN, W. A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica. Porto Alegre: L&PM, 2015. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brası́lia, DF: Presidência da República, [2016]. Disponı́vel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm). Acesso em: 20 jan. 2020. BRASIL. Lei n.13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Brası́lia, DF: Congresso Nacional, 2014. Disponı́vel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13005.htm). Acesso em: 27 fev. 2020. BRASIL. Ministério da Educação. Indicadores de Fluxo Escolar da Educação Básica. Brası́lia, DF: MEC, 2017. BRASIL. Ministério da Educação. Planejando a próxima década: conhecendo as 20 metas do Plano Nacional de Educação. Brası́lia, DF: MEC, 2014. BRASIL. Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação – Lei n. 13.005/2014. Brası́lia, DF: MEC, 2014. Disponı́vel em: http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de-educacao- lei-n-13-005-2014 (http://pne.mec.gov.br/18-planos-subnacionais-de-educacao/543-plano-nacional-de- educacao-lei-n-13-005-2014). Acesso em: 27 fev. 2020. BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brası́lia, DF: MEC/SEF, 1998. FOUCAULT, M. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Petrópolis: Vozes, 1994. GHIRALDELLI JU� NIOR, P. Filoso�ia da educação. São Paulo: A� tica, 2006. GRAMSCI, A. Cadernos do cárcere. 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