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A sociolinguística envolve a análise da relação entre língua e sociedade, e deve considerar a diversidade e os diversos contextos em que a própria língua é utilizada. Desta forma, a ideia de uma variedade linguística ser mais correta demanda uma reflexão aprofundada. Inicialmente, é crucial ressaltar que muitas vezes a noção de correção linguística está fortemente atrelada a padrões estabelecidos pela norma culta da língua, que são difundidos e valorizados em diferentes contextos sociais. Esses padrões costumam ser baseados em variedades linguísticas prestigiosas e associadas a grupos sociais dominantes e favorecidos, criando uma hierarquia de valor entre as diferentes formas de se comunicar. No entanto, do ponto de vista sociolinguístico, é fundamental considerar que a diversidade linguística é um traço das sociedades e que as variações linguísticas refletem não apenas diferenças regionais, mas também diferenças de classe social, gênero, idade e outros fatores que influenciam a forma como nos expressamos verbalmente. Em um país com extensão territorial tão grande como o Brasil, é importante compreender como diferentes variações surgem e se perpetuam, sem fazer hierarquia de mais ou menos corretas. Essa ideia está sujeita a preconceitos linguísticos e visões que perpetuam a desvalorização de formas de falar relacionadas a grupos marginalizados pela sociedade. Como exemplo de variação regional, a tirinha abaixo: (https://www.dicio.com.br/upload/ar/ma/armandinhovarlinguistica1-1-cke.jpg) Já em relação à variação social e etária, temos como exemplo a tirinha abxio: (https://media.brainly.com.br/image/rs:fill/w:640/q:75/plain/https://pt-static.z-dn.net/fil es/d28/d1d2b5b8edb5488cc4cbb6f129a2a887.jpg) Por outro lado, defender a diversidade linguística e o respeito às diferentes formas de falar não implica em negar a importância da norma culta e da necessidade de seu ensino, especialmente em contextos formais. A variedade padrão da língua é fundamental e eficaz em diversos contextos, mas não deve ser vista como a única forma legítima de se expressar. Na era digital em que vivemos, também observamos a evolução da linguagem utilizada no ambiente online e o surgimento de novas variações. Uma das características mais marcantes da linguagem utilizada na internet é a sua constante mutação e adaptação. Novas palavras, expressões e modos de comunicação surgem com velocidade, impulsionados por memes e conteúdos virais. Além disso,a linguagem da internet frequentemente incorpora elementos de outras línguas, como expressões do inglês tais quais “lol” (“laughing out loud”) e “OMG” (“Oh my God”), ou elementos visuais como os emojis, que acrescenta à mensagem que se deseja transmitir. Para ilustrar essa relação entre a linguagem da internet e as variações linguísticas, podemos observar exemplos concretos retirados diretamente da web. Por exemplo, nas redes sociais, é comum encontrar o uso de hashtags (#) para categorizar e facilitar a busca por conteúdos específicos, como no Twitter e Instagram. Outro exemplo interessante é a linguagem utilizada em fóruns e comunidades online, onde abreviações e acrônimos são amplamente empregados para facilitar a comunicação rápida entre os usuários. Expressões como "vc" (você), "tbm" (também) e "q" (que) são comumente utilizadas nessas plataformas para economizar tempo e espaço na digitação das mensagens. Em suma, a linguagem da internet é um reflexo da diversidade linguística e cultural presente na sociedade contemporânea, evidenciando a capacidade de adaptação e inovação dos usuários em ambientes virtuais. E para aqueles que não estão tão presentes no ambiente digital, principalmente pessoas mais velhas, essa nova variação pode gerar certa confusão e estranhamento. A constante evolução e transformação da linguagem online nos convida a refletir sobre as dinâmicas da comunicação digital e a valorizar a riqueza das variações linguísticas presentes na web. Como exemplo, temos as imagens abaixo: (https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSkcGOUxVqxdlZZWDQo hK84dABV_SIARD8V9g&s) (https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRZwyTCAKUlRFyojtodCz sjpu5AB7ptVgSSag&s) Referências BAGNO, Marcos. A língua de Eulália. 8ª ed. São Paulo: Contexto, 2000.(p. 13-24) Os riscos da linguagem na/da Internet: disponível em http://www.novomilenio.inf.br/idioma/20050530.htm Links para um site externo. https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRZwyTCAKUlRFyojtodCzsjpu5AB7ptVgSSag&s https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcRZwyTCAKUlRFyojtodCzsjpu5AB7ptVgSSag&s http://www.novomilenio.inf.br/idioma/20050530.htm http://www.novomilenio.inf.br/idioma/20050530.htm