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ESTADO DE DEFESA E ESTADO DE SÍTIO
Ambos são sistemas constitucionais de crises, caracterizados por ações de grupos sociais
(revoluções Armadas por ex) ou fenômenos da natureza com muita calamidade, ou guerra.
Além disso, a violação ao Estado Democrático de Direito, à Constituição ou às leis.
Têm o objetivo de combater a crise constitucional.
Agem a partir do aumento do poder de repressão do Estado (Poder de Império) e das
restrições a direitos e garantias fundamentais.
■ Tripé permissivo do acionamento do sistema:
● Necessidade – circunstâncias fáticas graves que exijam
● Temporariedade – tempo para restabelecer a ordem;
● Observância da CRFB – sem arbítrio do Estado - medida de exceção permeada pela
legalidade constitucional. A União é totalmente limitada pela ordem!
Caso a medida seja adotada sem necessidade é declarada a Inconstitucionalidade; e há a
Responsabilização civil do Estado por danos; além disso, as Autoridades responderão
civilmente, penalmente e politicamente; O presidente também pode ser afastado por crime de
responsabilidade.
Obs: Ainda não tivemos situações de Estado de Defesa e Sítio.
ESTADO DE DEFESA.
■ Objetivo:
Art. 136. CRFB. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de defesa para preservar ou prontamente
restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social
ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades
de grandes proporções na natureza.
Situações: Calamidades de grandes proporções (chuvas e alagamentos com comprometimento da paz social –
desabastecimento, furtos etc.) e instabilidade institucional (Poderes sendo violados) - uma tentativa de
destituição do chefe do Executivo ou “fechamento de Poderes”; ataques ao MP; ao Judiciário; PCC tomando um
estado; facções dominado partes de um estado.
■ A competência do estado de defesa é do presidente, sem delegação de ninguém, apenas
após ouvir o CR e o CDN (sem obrigação de segui-los). Isso é feito a partir do decreto
(nele há tempo de duração (tempo máximo até 30 dias); especificação das áreas
abrangidas (em termos constitucionais, locais restritos e determinados) e as medidas que
serão tomadas).
Obs.: Medidas generalizadas não são viáveis – não podem ter alcance nacional.
Na oitiva do Conselho da República (se pronuncia sobre) e do Conselho de Defesa (opina).
Depois vem o Congresso Nacional.
Poderia ser objeto de controle de constitucionalidade (ADIN)?
Este Decreto tem função normativa e funciona como lei, e por isso poderia ser objeto de uma
ADIN. (Não é a regra. É só no caso de defesa)
Ao editar o Decreto o presidente atua como CHEFE DE GOVERNO, uma vez que:
- Chefe de Governo – Figura política (exercício do Executivo) – organização interna do
País. Age como chefe de governo.
- Chefe de Estado – Funções simbólicas – representação do País internacionalmente por
exemplo.
O Estado de Defesa é prorrogável apenas uma vez, por igual período (idêntico ao da primeira
oportunidade).
Atenção. A medida NÃO É de 30 dias, o máximo é de 30 dias.
E se houver esgotamento do Estado de Defesa sem que a ordem pública ou a paz social tenha
sido firmada? Vem o Estado de Sítio – medida mais gravosa - que pode ser adotada em
alcance nacional.
■ Medidas coercitivas para restrição de direitos fundamentais pode? Tendo em vista que os
Direitos não são absolutos, o Estado pode
Art. 136. [...] § 1º O decreto que instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, especificará as
áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as
seguintes:
I - restrições aos direitos de:
a) reunião, ainda que exercida no seio das associações; (Ocupação de locais públicos para protestos,
Inviabilização de cultos religiosos)
b) sigilo de correspondência;
c) sigilo de comunicação telegráfica (telegrama) e telefônica; (Interceptação telefônica sem ordem judicial pode
ser feita)
II - ocupação e uso temporário de bens e serviços públicos, na hipótese de calamidade pública, respondendo a
União pelos danos e custos decorrentes. (Ocupação de bens estaduais ou municipais). Ex: O palácio do
governador sendo usado pelo presidente.)
[...]
Obs.: A restrição de direitos das alíneas do inciso I ocorrerá na decretação de estado de defesa
em virtude de todas as situações de validação constitucional. Já o inciso II, refere-se
unicamente à situação de estado de defesa por calamidade (ocupação e uso temporários de
bens e serviços públicos).
Prisão por crime contra o Estado, por ex: está proibido de se reunir e eu me reúno.
● Essa prisão pode ser Determinada pelo executor da medida (sem flagrante ou ordem
judicial
● Autoridade administrativa - executor nomeado pelo Presidente, responsável pelas
medidas do estado de defesa ou do estado de sítio.
● Deverá comunicar imediatamente ao juízo competente.
● Declaração do estado físico e mental do detido no momento de sua autuação.
Atenção: o preso pode requerer o exame de corpo de delito à autoridade policial (perícia), e
pedir indenização se for o caso.. se um preso necessitar de um exame de corpo de delito para documentar
lesões ou maus-tratos sofridos durante sua detenção, ele pode solicitar esse exame às autoridades competentes,
que geralmente são as autoridades policiais ou o Instituto Médico Legal (IML), dependendo das circunstâncias.
Se ficar comprovado que houve abuso ou negligência por parte das autoridades durante o estado de defesa, o
preso pode buscar indenização por danos morais ou materiais por meio de ações judiciais adequadas após o
restabelecimento da normalidade institucional.
● Sendo ilegal a prisão, na visão do juiz ocorre o relaxamento pelo juízo, você é solto.
Durante o estado de defesa, a legislação estabelece que uma pessoa pode ser detida por até 10
dias sem autorização judicial, desde que essa detenção seja feita dentro dos limites legais
estabelecidos para garantir a segurança pública durante o estado de exceção. No entanto, se a
detenção ultrapassar esse período ou se for considerada ilegal pelo juiz, o indivíduo tem o
direito de solicitar o relaxamento da prisão.
O relaxamento da prisão pode ocorrer imediatamente após a constatação da ilegalidade da
detenção pelo juiz, e o indivíduo é solto. No caso de detenções durante o estado de defesa, o
relaxamento pode ocorrer mesmo que o período de 10 dias ainda não tenha se esgotado, se for
constatada a ilegalidade da prisão pelo juiz.
É importante ressaltar que durante o estado de defesa, as garantias individuais podem ser
temporariamente restritas, mas o direito à liberdade e à proteção contra prisões ilegais
continua sendo um princípio fundamental que deve ser respeitado.
Obs.: Prisão ou detenção não superior a 10 dias, salvo autorização do Judiciário. Ou até
acabar o estado de defesa (se for menos que 10 dias)
■ Há Controle político? Sim, pelo Congresso Nacional, mas sem autorização necessária
(começa antes)
● Submissão do ato com justificação (explicação detalhada e fundamentada pelo
presidente da República sobre os motivos que levaram à decretação dessa medida
excepcional) ao CN (em 24hrs).
● O CN não para de funcionar.
E se o CN de Recesso? Convocação extraordinária pelo Presidente do Senado (prazo de
5 dias).
● Apreciação em 10 dias (do recebimento).
Quórum para aprovação do decreto? Se aprovado pela Maioria absoluta.
No CD – 257 sim de (513 deputados) VALOR FIXO
No SF – 41 sim de (81 senadores) VALOR FIXO
Se rejeitado o decreto, cessará o Estado de Defesa.
■ Acompanhamento da execução do Estado de Defesa.
Art. 140. CRFB. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará
Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução
das medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio.
■ Fim do Estado de Defesa.
Art. 141. CRFB. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus
efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidospor seus executores ou
agentes.
■ Ato final do presidente:
Art. 141. Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas
aplicadas em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem
ao Congresso Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com
relação nominal dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.
■ Controle político em 3 momentos:
● Apreciação inicial (prazo de 10 dias contado do recebimento do decreto);
● Comissão que acompanha e fiscaliza a execução – durante a medida;
● Controle a posteriori – análise do relatório pormenorizado encaminhado pelo
presidente. Possibilidade de impeachment.
Habeas Corpus (HC) e Mandado de Segurança (MS): Durante o estado de defesa, apesar da
suspensão de algumas garantias constitucionais, como a garantia contra prisões ilegais, ainda
é possível impetrar habeas corpus e mandado de segurança. Estes são remédios
constitucionais que têm o objetivo de proteger os direitos fundamentais do indivíduo. Mesmo
em situações de exceção como o estado de defesa, a jurisdição para garantir os direitos
individuais não pode ser afastada. Isso significa que as pessoas detidas ilegalmente ou que se
sintam prejudicadas pelas medidas coercitivas aplicadas durante o estado de defesa podem
recorrer ao Judiciário para buscar sua liberdade ou proteção de direitos.
Responsabilização após o fim do Estado de Defesa: Após o término do estado de defesa, é
possível processar os executores das medidas coercitivas por eventuais ilícitos praticados
durante esse período. Se agentes do Estado cometerem abusos de poder, violações de direitos
humanos ou outras irregularidades durante a vigência do estado de defesa, eles podem ser
responsabilizados judicialmente após o restabelecimento da normalidade institucional. Isso
demonstra que, mesmo durante situações excepcionais, o Estado de Direito deve ser
preservado, e os responsáveis por eventuais excessos devem ser responsabilizados conforme a
lei.
Intervenção do Judiciário na conveniência e na oportunidade da medida: Embora a decisão de
decretar o estado de defesa seja de competência exclusiva do Presidente da República, o
Judiciário pode intervir para avaliar a constitucionalidade e a legalidade das medidas adotadas
durante esse período. O Judiciário pode analisar se as medidas coercitivas aplicadas estão de
acordo com os princípios constitucionais, como a proporcionalidade e a razoabilidade, e se
são necessárias para enfrentar a situação de crise que motivou a decretação do estado de
defesa. Isso garante que a atuação do Executivo esteja em conformidade com a Constituição e
que os direitos individuais sejam protegidos mesmo em situações de exceção.
ESTADO DE SÍTIO
Voltado ao interesse da coletividade
■ Mais grave que o Estado de Defesa.
● Representação do Estado de exceção.
● Maior número de direitos fundamentais restringíveis.
Art. 137. CRFB. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o
Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional autorização para decretar o
estado de sítio nos casos de: 3 motivos
I - comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a
ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; No Estado de Defesa a comoção
é regionalizada.
II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada estrangeira.
Parágrafo único. O Presidente da República, ao solicitar autorização para decretar o estado
de sítio ou sua prorrogação, relatará os motivos determinantes do pedido, devendo o
Congresso Nacional decidir por maioria absoluta.
O Presidente atua através de decreto, novamente. Se o CN não autorizar, o estado de sítio nem
começa.
■ Elementos do Decreto a ser publicado?
• Prazo de duração (se for o caso). • Normas para execução. • Garantias suspensas.
■ O PR deverá indicar o executor das medidas a serem adotadas e as áreas abrangidas.
■ Prazo do Estado de Sítio? • Duas hipóteses distintas.
Art. 138. CRFB [...] § 1º - O estado de sítio, no caso do art. 137, I (comoção grave de
repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem a ineficácia de medida tomada
durante o estado de defesa), não poderá ser decretado por mais de trinta dias, nem prorrogado,
de cada vez, por prazo superior; mas pode ser prorrogado por quantas vezes quiser.. essa é a
diferença do estado de defesa.
No hipótese do inciso II (declaração de estado de guerra ou resposta a agressão armada
estrangeira), poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a agressão
armada estrangeira. nesse caso não precisa determinar tempo no decreto
Poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas, em caso de comoção grave
nacional ou pós estado de defesa:
I - obrigação de permanência em localidade determinada; Ex: Ninguém entra ou sai do Estado
– toque de recolher.
II - detenção em edifício não destinado a acusados ou condenados por crimes comuns; Não
sujeição ao sistema prisional comum (Ex. descumprir medida – deixar o Estado sem
autorização).
III - restrições relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das comunicações, à
prestação de informações e à liberdade de imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei;
Possibilidade de censura! E a Lei de acesso à informação? Inaplicável – interesse coletivo.
IV - suspensão da liberdade de reunião;
V - busca e apreensão em domicílio; Adentrar em casa sem ordem judicial.
VI - intervenção nas empresas de serviços públicos; Necessidade da população.
VII - requisição de bens. COVID - governo federal requisitando seringas e agulhas de SP.
Mas a requisição, em regra, é de bens particulares. A requisição de bens de outros entes é
apenas em estado de defesa e sítio…
Parágrafo único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de pronunciamentos de
parlamentares efetuados em suas Casas Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa
(parlamentares, senadores e deputados podem falar).
Direitos restringidos pelo Estado de Sítio fundado em declaração de estado de guerra ou
resposta a agressão armada estrangeira estão sem rol constitucional, qualquer direito ou
garantia pode ser suspenso. Então qualquer restrição que for necessária o presidente
justificará, um por um, os motivos ao CN – no Decreto, e o Congresso tem que aprovar.
Obs.: lockdown, toque de recolher e restrição do comércio e circulação em determinados
horários em contexto de pandemia - medidas de saúde pública – não se confundem com a
medida do estado de sítio.
Art. 140. CRFB. A Mesa do Congresso Nacional, ouvidos os líderes partidários, designará
Comissão composta de cinco de seus membros para acompanhar e fiscalizar a execução das
medidas referentes ao estado de defesa e ao estado de sítio. Por isso o congresso não fecha.
Art. 141. CRFB. Cessado o estado de defesa ou o estado de sítio, cessarão também seus
efeitos, sem prejuízo da responsabilidade pelos ilícitos cometidos por seus executores ou
agentes.
Parágrafo único. Logo que cesse o estado de defesa ou o estado de sítio, as medidas aplicadas
em sua vigência serão relatadas pelo Presidente da República, em mensagem ao Congresso
Nacional, com especificação e justificação das providências adotadas, com relação nominal
dos atingidos e indicação das restrições aplicadas.
O Judiciário continua funcionando.
Nem durante o estado de defesa e nem durante o estado de sítio pode-se emendar a
constituição.
CUIDADO! CN aprova o estado de defesa (posteriormente) e AUTORIZA o estado de sítio
(previamente)
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FORÇAS ARMADAS
Art. 142. CRFB. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, Exército e Aeronáutica, são
instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na
disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da
Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da leie da
ordem.
A autoridade é o presidente, inclusive só ele que nomeia os comandantes. No caso de
bombeiros e PM, as autoridades são os governadores.
■ Papel das forças?
• Defesa da Pátria (soberania), proteger o território nacional contra ameaças externas
• Garantia dos poderes constitucionais – garantir existência de cada um dos poderes
• Manter Lei e ordem (por pedido de qualquer dos Poderes), em casos de grave perturbação da
ordem pública que não possa ser controlada pelos órgãos de segurança pública tradicionais.
- Estabilidade – garantia do Estado Democrático de Direito, agindo de acordo com a
constituição.
■ Pilares constitucionais: Hierarquia e disciplina.
• Braço armado do Estado – para a soberania – os militares não podem se rebelar. - Daí a
prisão por indisciplina militar.
O Ministério da Defesa é a instituição responsável por formular e coordenar a política de
defesa nacional no Brasil, é o único ministério sobre isso. Aqui estão alguns pontos
importantes sobre o Ministério da Defesa:
● Chefia civil: O Ministério da Defesa é chefiado por um civil, o Ministro da Defesa,
que é nomeado pelo Presidente da República.
● Nomeação pelo Presidente da República: O Ministro da Defesa é nomeado pelo
Presidente da República e deve ser um cidadão brasileiro nato, com mais de 21 anos
de idade.
Na hierarquia das Forças Armadas brasileiras, temos os seguintes cargos principais:
1. Presidente da República (PR)
2. Ministro da Defesa: Nomeado pelo Presidente da República, principal elo entre o
governo civil e as Forças Armadas
3. Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (CEMCFA): O Chefe do
Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas é o oficial general de mais alto escalão
das Forças Armadas brasileiras. Este cargo é ocupado por um oficial general de último
posto, geralmente um general de quatro estrelas. O CEMCFA é responsável por
assessorar o Ministro da Defesa na coordenação e na integração das operações
militares das três Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), garantindo uma
abordagem conjunta e eficaz. Indicado pelo Ministro da Defesa e nomeado pelo PR.
General Richard Fernandez Nunes.
Comitê do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas: O Estado-Maior Conjunto das Forças
Armadas possui um comitê, que é integrado pelos chefes de Estados-Maiores das três Forças.
Esse comitê é coordenado pelo Chefe do Estado-Maior e visa a promover a cooperação e a
sinergia entre os diferentes ramos das Forças Armadas.
Precedência hierárquica do Chefe do Estado-Maior Conjunto: É assegurado o mesmo grau de
precedência hierárquica dos Comandantes das três Forças Armadas à ele
Art. 11. LC 97/99. Compete ao Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas elaborar o
planejamento do emprego conjunto das Forças Armadas e assessorar o Ministro de Estado da
Defesa na condução dos exercícios conjuntos e quanto à atuação de forças brasileiras em
operações de paz, além de outras atribuições que lhe forem estabelecidas pelo Ministro de
Estado da Defesa.
Os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica não são ministros de Estado. No
entanto, eles possuem um status, isso acarreta em duas situações. Caso um Comandante seja
acusado de um crime comum ou de responsabilidade, o julgamento ocorrerá diretamente no
STF, sem a necessidade de passar por instâncias inferiores. No entanto, há uma exceção
importante: se o crime de responsabilidade estiver conexo com o Presidente da República, a
competência para julgamento passa a ser do Senado Federal.
Os membros das Forças Armadas são denominados militares, não são servidores públicos.
I - as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo
Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou
reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais
membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas.
O resguardo da patente militar refere-se à proteção do status hierárquico e dos direitos e
deveres associados a cada patente nas Forças Armadas. Patentes militares, começando pelos
níveis inferiores até os mais altos:
1. Sargentos
2. Tenentes
3. Capitães
4. Majores
5. Tenentes-Coronéis
6. Coronéis
7. Generais
A "Carta Patente" é de extrema importância para um oficial das Forças Armadas, pois é um
documento oficial que confirma sua posição hierárquica e o quadro ao qual pertence. Além
disso, a Carta Patente é uma prova dos direitos e deveres assegurados por lei ao oficial,
garantindo o exercício de suas funções com base em sua posição na hierarquia militar.
Perda da patente é possível se militar for julgado indigno do oficialato ou incompatível -
decisão do tribunal militar permanente STM (tempo de paz) ou tribunal especial (tempo de
guerra).
Uma das situações mais comuns que pode levar à perda de patente militar é quando um oficial
é condenado na justiça comum ou militar a uma pena privativa de liberdade superior a 2 anos,
com sentença transitada em julgado. Nesse caso, o oficial será submetido a um julgamento
por indignidade do oficialato perante o tribunal militar.
A declaração de indignidade e incompatibilidade para o oficialato pode ocorrer em duas
modalidades:
a) Aquela decorrente da condenação em crime comum ou militar, por pena privativa de
liberdade superior a dois anos. Nesse caso, como mencionado anteriormente, a condenação
por um tribunal militar ou pela justiça comum pode resultar na perda da patente militar, após
julgamento somente.
b) Decorrente do julgamento do Conselho de Justificação. O Conselho de Justificação é uma
instância administrativa na qual um oficial é submetido a um julgamento interno, geralmente
por conduta considerada incompatível com o serviço militar. O Supremo Tribunal Federal já
estabeleceu que o julgamento do Conselho de Justificação tem natureza administrativa, o que
significa que não é possível interpor recurso extraordinário. Isso significa que a decisão do
Conselho de Justificação é final e não pode ser questionada perante o STF.
Art. 1º LEI No 5.836, DE 5 DE DEZEMBRO DE 1972. O Conselho de Justificação é
destinado a julgar, através de processo especial, a incapacidade do oficial das Forças Armadas
- militar de carreira - para permanecer na ativa, criando-lhe, ao mesmo tempo, condições para
se justificar.
Art. 5º O Conselho de Justificação é composto de 3 (três) oficiais, da ativa, da Força Armada
do justificante, de posto superior ao seu.
Art. 2º É submetido a Conselho de Justificação, a pedido ou "ex officio" o oficial das forças
armadas:
I - acusado oficialmente ou por qualquer meio lícito de comunicação social de ter:
a) procedido incorretamente no desempenho do cargo;
b) tido conduta irregular; ou
c) praticado ato que afete a honra pessoal, o pundonor militar ou o decoro da classe;
Só perde a patente APÓS ser JULGADO
basicamente, em caso de crime comum ou militar (2 anos) vai ser julgado pela justiça militar;
em caso de problema de conduta, vai ser julgado pelo conselho de justificação.
Proibido greve, sindicalização e filiação a partido político.
■ Militar é inelegível?
1. Militar alistável é elegível: De acordo com a Constituição, o militar alistável (aquele
que pode ser chamado para o serviço militar obrigatório) é elegível para cargos
políticos, desde que atenda às condições estabelecidas.
2. Conscritos são inalistáveis: Os conscritos, ou seja, os militares em serviço obrigatório,
são considerados inalistáveis, o que significa que não podem ter título de eleitor, votar
ou ser votados.
3. Menos de dez anos de serviço: Se o militar tiver menos de dez anos de serviço, ele
deve afastar-se da atividade militar para concorrer a um cargo político. Esse
afastamento é definitivo, e o militar perde seu vínculo com as Forças Armadas.
4. Mais de dez anos de serviço: Se o militar tiver mais de dez anos de serviço, ele será
agregado pela autoridade superior. Se tiver permissão, passará automaticamente para a
inatividade no ato da diplomação. Isso significa que ele permanecerá com o vínculo
militare continuará recebendo seus vencimentos. Se perder a eleição, retornará ao
serviço militar. Se ganhar, está na inatividade e é afastado definitivamente, não
podendo voltar após o fim do mandato.
5. se afasta uma vez que se vincula a partido político nas eleições…
Quando um militar da ativa toma posse em um cargo ou emprego público permanente, por
exemplo, após aprovação em concurso público, o militar é transferido para a reserva, o que
significa que ele é afastado do serviço ativo das Forças Armadas. Se houver autorização da
Presidência da República, o militar pode permanecer na reserva de forma remunerada,
continuando a receber seus vencimentos militares enquanto exerce o novo cargo ou emprego
público.
Exceção/ ressalva - cumulatividade: militar com atuação na saúde (com compatibilidade de
horário) pode acumular cargo ou emprego civil privativo de profissional de saúde. Militar
profissional de saúde e profissional de saúde civil.
Quando um militar da ativa assume um cargo, emprego ou função pública civil temporária na
Administração Pública, como por exemplo o cargo de Ministro de Estado, ele é agregado ao
quadro das Forças Armadas. Aqui estão os principais pontos relacionados a essa situação:
1. Agregado ao quadro: Isso significa que o militar permanece vinculado às Forças
Armadas, mas está temporariamente afastado do serviço militar para desempenhar
suas funções no cargo civil.
2. Contagem do tempo de serviço: O tempo de serviço do militar agregado será contado
apenas para fins de promoção por antiguidade e para a transferência para a reserva.
Isso significa que o tempo em que o militar estiver exercendo o cargo civil temporário
não será contado para outros fins, como progressão na carreira militar.
3. Transferência para a reserva após dois anos de afastamento: Após dois anos de
afastamento contínuo ou não, o militar será transferido para a reserva.
Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares. - Indisciplina. O
Judiciário não pode conhecer (analisar o mérito – razão da escolha da punição)7
No Brasil, o serviço militar é obrigatório, porém as Forças Armadas têm competência para
atribuir serviço alternativo àqueles que, após alistados, alegarem imperativo de consciência
para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar. Esse imperativo de
consciência pode ser decorrente de crença religiosa, convicção filosófica ou política.
Mulheres e eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, mas
estão sujeitos a outros encargos que a lei lhes atribuir.
Portanto, para buscar a escusa do serviço militar obrigatório, um indivíduo pode apresentar
um requerimento assinado solicitando o serviço alternativo, além de uma declaração de uma
instituição filosófica, política ou religiosa comprovando que faz parte dela e de suas
convicções. Por exemplo, uma Testemunha de Jeová é impedida de ingressar nas Forças
Armadas devido às restrições religiosas.
A Constituição Federal não estendeu aos militares a garantia de remuneração não inferior ao
salário mínimo.
Outra exceção ao salário mínimo: Art. 29. LEP. O trabalho do preso será remunerado,
mediante prévia tabela, não podendo ser inferior a 3/4 (três quartos) do salário mínimo.
O militar portador do vírus HIV tem direito à reforma ex officio (aposentadoria por
incapacidade) para o serviço ativo das Forças Armadas, independentemente do grau da
doença.
CRFB. Os membros das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, instituições
organizadas com base na hierarquia e disciplina, são militares dos Estados, do Distrito Federal
e dos Territórios.
Subordinados aos governadores.
Polícia Militar – preservação da ordem pública/ ostensivamente
Corpo de bombeiros militares – atividade de prevenção e combate a incêndios; defesa civil
(resgate em desastres naturais, afogamentos e acidentes)
Ambos forças auxiliares e reserva do Exército. • Necessidade de mobilização e convocação
das instituições militares estaduais.
Crimes contra a vida e cometidos por militares das Forças Armadas contra civil, serão da
competência da Justiça Militar da União
Havendo compatibilidade de horários, com prevalência da atividade militar, poderá o militar
ESTADUAL (policial e bombeiro) também exercer as seguintes atividades:
a) militar e professor; b) militar e cargo técnico ou científico; c) militar profissional de saúde
e profissional de saúde civil.
Obs: para o militar das forças armadas – apenas a hipótese da alínea “c”
SEGURANÇA PÚBLICA
- defesa do Estado e das instituições democráticas
- defesa do direito social (segunda dimensão) a partir de políticas públicas
- forças armadas não fazem parte
PROVA: A teoria das gerações (não se chama mais assim) ou dimensões dos direitos,
proposta por Karel Vasak em 1979, busca compreender a evolução dos direitos humanos ao
longo do tempo e suas diferentes categorias. Aqui está uma explicação simplificada sobre
cada uma das dimensões:
1. Primeira dimensão: Refere-se aos direitos civis e políticos, também conhecidos como
prestações negativas. Esses direitos incluem liberdades individuais, como liberdade de
expressão, liberdade de religião, direito à propriedade, entre outros. Eles são chamados
de prestações negativas porque exigem que o Estado se abstenha de interferir na vida
dos cidadãos.
2. Segunda dimensão: Nesta dimensão, o Estado desempenha um papel ativo na garantia
dos direitos sociais, econômicos e culturais. Esses direitos visam garantir a igualdade
de oportunidades e condições de vida para todos os cidadãos. Exemplos incluem o
direito à saúde, educação, previdência social, moradia e segurança.
3. Terceira dimensão: Envolve os direitos de solidariedade, que são direitos coletivos ou
difusos que buscam proteger interesses comuns da sociedade como um todo. Isso
inclui direitos ao meio ambiente equilibrado, autodeterminação dos povos, paz, entre
outros.
4. Quarta dimensão: Proposta por Paulo Bonavides, essa dimensão engloba os direitos de
participação democrática, como a democracia direta, o pluralismo político, religioso,
jurídico e cultural, além de questões relacionadas à bioética e limites da manipulação
genética. Esses direitos têm como fundamento a dignidade humana.
5. Quinta dimensão: Também proposta por Paulo Bonavides, esta dimensão se concentra
na paz para a humanidade, deslocando-se dos direitos de solidariedade da terceira
dimensão. Isso inclui esforços para alcançar a paz global, prevenir conflitos e
promover a cooperação internacional.
■ Órgãos de Segurança Pública:
Art. 144. CRFB. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.
■ Três categorias de atividade policial.
• Polícia Administrativa – atuação preventiva e ostensiva (visível) - reprimir condutas
delitivas; Polícia Militar, PRF e PFF.
• Polícia Judiciária – investigativa – atuação após o crime – atribuição de condutas,
verificação de autoria (campo do inquérito); Polícia Federal e Civil.
- Polícia judiciária x polícia judicial (órgão policial de segurança institucional - segurança
pessoal e patrimonial das instalações judiciais).
• Polícia Penal – segurança pública nos estabelecimentos penais.
- Crimes em estabelecimentos prisionais – atuação da polícia civil.
■ PF, PRF e PFF - Órgãos Federais de segurança pública - manutenção pela União.
■ Polícia Civil, Militar e Corpo de Bombeiros – estaduais/ distrital.
■ Polícia Penal – federal, estadual ou distrital. Obs: responsabilidade constitucional da União
e dos Estados, depende da legislação própria.
Art. 144. § 4º. CRFB. Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira,
incumbem, ressalvada a competência da União, as funções de políciajudiciária e a apuração
de infrações penais (investigação), exceto as militares.
§ 5º Às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos
corpos de bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de
atividades de defesa civil.
Art. 144. CRFB. § 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à
proteção de seus bens, serviços e instalações, e esses podem ter porte de arma
guarda municipal não pode entrar em greve
Poder de polícia é o poder de fiscalizar, tanto a guarda municipal, quanto o detran e o ibama
podem exercer esse poder (mas NENHUM pode investigar, por exemplo)
A Constituição Federal de 1988 não atribui à guarda municipal atividades ostensivas típicas
de polícia militar ou investigativas de polícia civil, como se fossem verdadeiras polícias
municipais, mas tão somente de proteção do patrimônio municipal, nele incluídos os seus
bens, serviços e instalações.
Se verem um crime, eles têm que chamar a polícia.
É constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício de poder de polícia de
trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas legalmente previstas.
Podem também criar órgãos de segurança viária!
Papel da segurança viária (detran) – educação no trânsito. Confecção de cartilhas,
conscientização sobre respeito a velocidade da via, campanhas diversas, organização do
tráfego em virtude de panes em semáforos, chuvas etc
Não pode taxa de incêndio do município, uma vez que os bombeiros são da unidade de
federação (estados)
■ Remuneração de servidores públicos e militares integrantes dos órgãos de segurança
pública. • Subsídio fixado por lei; • Parcela única, sem vantagens pessoais (ex.: gratificação
de função).
Força nacional de segurança publica: A União poderá firmar convênio com os Estados e o
Distrito Federal para executar atividades e serviços imprescindíveis à preservação da ordem
pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, mediante autorização do Ministério
da Justiça
■ Garantia da Lei e da Ordem – GLO.
• Esgotamento das tropas de segurança pública e perturbação da ordem.
• Convocação do presidente – ordem expressa após solicitação do governador ou não
• O presidente pode decidir acionar as tropas das Forças Armadas após pedido de
governadores ou ainda de presidentes dos demais Poderes constitucionais.
• A Marinha, o Exército e a Aeronáutica poderão atuar de forma conjunta ou individual.
• Militares atuando em segurança pública.
ÓRGÃOS DA UNIÃO:
Polícia Federal: destina-se a apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em
detrimento de bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades autárquicas e
empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão interestadual
ou internacional; prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o
contrabando e o descaminho, sem prejuízo da ação fazendária e de outros órgãos públicos nas
respectivas áreas de competência, ou seja, somente lida com tráfico internacional ou
interestadual de drogas; exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras;
exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União.
- Cuidado. O MP também pode investigar (poderes implícitos – pode acusar – pode colher
provas para acusar)
PRF e PFF também são
ÓRGÃOS DOS ESTADOS:
Polícia Civil – polícia judiciária nos Estados - apuração de infrações penais, exceto militares
(competência que não abrange crimes militares)
é subordinada ao Governador do Estado e é dirigida por delegados de carreira, Os integrantes
da Polícia Civil são servidores estatais, ou seja, são funcionários públicos do estado
Polícia Militar – atuação ostensiva e preventiva – assegurar ordem pública.
Corpo de Bombeiros – execução de atividades de defesa civil.
■ Iniciativa de lei sobre Polícia Civil, Militar e Corpo de Bombeiros? Governador do Estado.
Polícia penal - vinculada ao órgão administrador do sistema penal da unidade federativa a
que pertence, cabe a segurança dos estabelecimentos penais. A polícia penal pode ser federal,
estadual ou distrital.
Atenção: Distrito Federal - compete à União organizar e manter a Polícia Civil, a Polícia
Militar e o Corpo de Bombeiros Militares, então é tudo por lei federal também MAS
subordinação ao Governador do Distrito Federal
Ninguém tem direito de greve!
os servidores aposentados das forças de segurança, para conservarem a autorização de porte
de arma de fogo de sua propriedade, deverão se submeter, a cada dez anos, aos testes de
avaliação psicológica definidos em lei
Delegados são subordinados ao governador.
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público,
tem que ter critérios objetivos (as avaliações precisam ser de acordo com o que é necessario
na carreira)
pode ter tatuagem desde que não seja violenta etc
O Poder Judiciário pode determinar que o Estado implemente políticas públicas no campo da
segurança pública se caracterizada inadimplência quanto a tal dever constitucional. Isso está
em consonância com o entendimento de que o Judiciário, embora não possa interferir
diretamente na forma como o Executivo ou o Legislativo devem atuar, pode sim determinar a
implementação de políticas públicas quando há omissão inconstitucional, garantindo assim a
efetividade dos direitos fundamentais, incluindo a segurança pública.
COMPETÊNCIAS
Uma vez que o Brasil tem um modelo federativo, há autonomia entre os entes e, por isso,
existem as competências. As competências podem ser administrativas ou legislativas, no
sentido de poder criar leis ou não, podem se auto organizar ou não..
■ Formas de divisão de competências:
- Modelo clássico: Este modelo teve origem nos Estados Unidos, na Constituição de
1787, e é caracterizado pela enumeração das competências da União de forma
taxativa, ou seja, apenas as competências atribuídas explicitamente à União são de sua
responsabilidade. Não há uma lista de competências para os estados, então tudo o que
não está destinado à União é de competência dos estados (princípio das competências
remanescentes)
- Modelo moderno:MODELO BRASILEIRO, nesse modelo surgem as chamadas
competências concorrentes e comuns, se caracteriza pela existência de competências
enumeradas para a União, ou seja, há uma lista específica de atribuições que são de
responsabilidade exclusiva da União. Por outro lado, os estados possuem
competências não enumeradas, ou seja, podem atuar em áreas não especificamente
atribuídas à União. Além disso, há competências comuns, compartilhadas entre União,
estados e municípios, e competências concorrentes, nas quais União e estados
possuem competências legislativas sobre o mesmo tema.
- Modelo vertical: relação de subordinação entre os entes federativos, com a União
ocupando uma posição de destaque, competência concorrente onde a União dá a
norma geral e Estados e municípios normas específicas
- Modelo horizontal: não há uma relação de subordinação entre os entes federativos,
possuem autonomia no exercício de suas competências, Cada ente federativo possui
sua esfera de competência e pode exercê-la de forma autônoma, Competências
comuns (administrativas).
A CF adota os dois modelos, mas tem preferência pelo horizontal.
O modelo brasileiro de federalismo segue os princípios do modelo moderno, com algumas
características específicas. Aqui está uma descrição mais detalhada do modelo brasileiro:
1. Competências da União: A Constituição Federal enumera as competências exclusivas
da União, ou seja, áreas nas quais somente a União pode legislar e atuar. Isso inclui
questões como defesa nacional, relações exteriores, moeda, entre outras.
2. Competências dos Municípios: Os municípios brasileiros possuem competências
específicas atribuídas pela Constituição e pela legislação ordinária, principalmente
relacionadas à gestão local, como educação infantil, saúde básica, transporte urbano,
entre outras.
3. Competências remanescentes dos Estados:Além das competências atribuídas
diretamente aos estados, os estados brasileiros também exercem competências que não
foram atribuídas expressamente à União ou aos municípios, ou seja, competências
remanescentes.
4. Competências concorrentes: Existem áreas em que União, estados e Distrito Federal
têm competências legislativas concorrentes, ou seja, podem legislar sobre o mesmo
assunto. Isso inclui áreas como direito civil, direito processual, direito agrário, entre
outras.
5. Competências comuns: Há também competências comuns entre União, estados,
Distrito Federal e municípios, conhecidas como competências materiais. Isso significa
que esses entes federativos podem atuar em conjunto na gestão de determinadas áreas,
como saúde, meio ambiente, segurança pública, entre outras.
O critério para a repartição de competências entre os diferentes entes federativos baseia-se
na prevalência ou predominância do interesse sobre determinado assunto.
- Assuntos de interesse nacional – União. como defesa nacional, relações exteriores, política
econômica e monetária
- Assuntos de interesse regional – Estados. infraestrutura estadual, educação, segurança
pública regionalizada de acordo com cada realidade..
- Assuntos de interesse local (circunscrito) – Municípios. transporte urbano, abastecimento de
água, coleta de lixo
Questões como a saúde é comum para todos…
Quem legisla sobre matéria civil é a União, se uma emenda constitucional retirar da União a
competência para legislar sobre Direito Civil, essa competência será transferida para os
estados. No entanto, é importante observar que a competência dos municípios para legislar
sobre questões de interesse local é expressamente reconhecida pela Constituição Federal.
Portanto, a competência sobre o Direito Civil, no contexto de uma eventual mudança
constitucional, seria transferida inicialmente para os estados, mas isso não exclui a
possibilidade de os municípios também legislarem sobre questões específicas dentro desse
campo, desde que sejam de interesse local.
Além das competências remanescentes, os estados também possuem competências comuns e
concorrentes, conforme estabelecido nos artigos 23 e 24 da Constituição Federal. Isso
significa que os estados têm atribuições específicas, bem como podem legislar sobre questões
compartilhadas com a União e os municípios, por isso não são apenas competências residuais.
A competência do DF é MISTA, pois lhe são atribuídas as competências legislativas
reservadas aos Estados e Municípios. No entanto, é importante notar que o DF não legisla
sobre determinadas áreas, como Poder Judiciário, Ministério Público, Polícia Civil, Polícia
Militar, Bombeiro Militar e Polícia Penal
Art. 32. [...] 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas reservadas aos
Estados e Municípios.
Obs: O DF não legisla sobre Poder Judiciário, MP, PC, PM, Bombeiro Militar e Polícia Penal
– autonomia tutelada.
■ Modelo de repartição de competências brasileiro corresponde a cláusula pétrea?
• Não. A federação é cláusula pétrea, mas pode ser emendada
- Emendas podem redistribuir competências (a não ser que cause ruptura federativa ou tira
autonomia de algum ente)
As competências da União, conforme estabelecidas no artigo 22 da Constituição Federal,
abrangem um rol extenso e centralizador, se sobrepõem sobre as competências residuais dos
Estados, ou seja, quando há conflito entre normas estaduais e federais, prevalecem as normas
federais.
Além disso, a União possui competências tanto administrativas (ou materiais), relacionadas à
organização político-administrativa do Estado e à gestão de assuntos, fatos e problemas de
interesse nacional, quanto competências legislativas, que dizem respeito aos assuntos sobre os
quais a União irá dispor por meio normativo, ou seja, por meio de leis e regulamentos.
Competências administrativas/materiais:
● Exclusiva: Refere-se à atuação exclusiva da União em determinadas áreas, sem a
participação de outros entes federativos. Essas competências são indelegáveis, ou seja,
não podem ser transferidas para outros entes. Exemplos incluem defesa nacional,
política cambial, relações exteriores, entre outras. ex: Art. 21. Compete à União: I -
manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais;
II - declarar a guerra e celebrar a paz;
● Comum: São áreas em que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
têm competência para atuar, cada um dentro de seu campo de atuação. Isso significa
que todos os entes federativos podem legislar e tomar medidas administrativas sobre
esses assuntos. Exemplos incluem saúde, meio ambiente, proteção da infância e da
juventude, entre outros.
Competências legislativas:
● Privativa: Refere-se à atuação legislativa exclusiva da União em determinadas
matérias. No entanto, essas competências podem ser delegadas aos Estados mediante
autorização por meio de lei complementar, desde que respeitado o campo de atuação
delimitado. Exemplos incluem direito civil, direito comercial, direito penal, entre
outros.
● Concorrente: São áreas em que a União, os Estados e o Distrito Federal podem legislar
de forma simultânea, desde que não haja conflito de normas. Nesses casos, a
legislação federal prevalece sobre a estadual e a distrital em caso de conflito.
Exemplos incluem direito tributário, direito urbanístico, direito agrário, entre outros.
Os Municípios não participam das competências legislativas concorrentes, exceto
sobre assuntos de interesse local.
• Caso o Estado edite a lei de competência privativa? Inconstitucionalidade.
- E se houver omissão da União? Fica sem lei... Indispensável a delegação (por meio de lei
complementar).
Ex.: Um Estado regulamentando a profissão de motoboy - Direito do Trabalho –
Inconstitucionalidade.
Mais sobre as competências EXCLUSIVAS da União (além do que já foi
falado)
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional: II - autorizar o Presidente da
República a declarar guerra, a celebrar a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo
território nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos previstos em
lei complementar; (autorização por Decreto Legislativo)
Compete à União decretar Estado de Sítio, etc etc
Apenas a União pode autorizar e fiscalizar a produção e o comércio de material bélico (porte
de arma também entra aqui)
VII - emitir moeda; Ato material de emitir moeda.
Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida
esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência
da União, especialmente sobre:
XIV - moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida mobiliária federal.
VIII - administrar as reservas cambiais do País e fiscalizar as operações de natureza
financeira, especialmente as de crédito, câmbio e capitalização, bem como as de seguros e de
previdência privada;
• Também possui competência para legislar sobre política de crédito, câmbio, seguros e
transferências de valores (art. 22, VII da CRFB).
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional;
XI - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre a organização dos serviços, a criação
de um órgão regulador e outros aspectos institucionais;
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e imagens;
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos
cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais hidroenergéticos;
Para legislar sobre água, por exemplo, o município pode..
c) a navegação aérea, aeroespacial e a infra-estrutura aeroportuária;
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e
fronteiras nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território;
e) os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacionalde passageiros;
f) os portos marítimos, fluviais e lacustres;
XIII - organizar e manter o Poder Judiciário, o Ministério Público do Distrito Federal e dos
Territórios e a Defensoria Pública dos Territórios;
• DF - sem órgãos próprios de Judiciário e MP. Competência da União – diferentemente dos
Estados Membros.
• Juiz do TJDFT – pago pela União. Mas é um juiz distrital.
• A competência legislativa é privativa da União.
XIV - organizar e manter a polícia civil, a polícia penal, a polícia militar e o corpo de
bombeiros militar do Distrito Federal, bem como prestar assistência financeira ao Distrito
Federal para a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprio;
• Recursos do DF para custeio de despesas com polícia civil, penal, militar e corpo de
bombeiros militares são da União (repasse pelo Fundo Constitucional).
• DF pode estabelecer gratificações e outras vantagens de natureza pecuniária aos
policiais? Não – invasão de competência material (e servidor público tem salário fixo)
Súmula vinculante 39 - Compete privativamente à União legislar sobre vencimentos dos
membros das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar do Distrito Federal.
XV - organizar e manter os serviços oficiais de estatística, geografia, geologia e cartografia de
âmbito nacional;
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de
rádio e televisão;
• Liberdade de expressão não é absoluta. Proteção a crianças e adolescentes. • Não é
necessária uma autorização para exibição de conteúdo, mas existe a classificação.
A classificação dos produtos audiovisuais busca esclarecer, informar, indicar aos pais a
existência de conteúdo inadequado para as crianças e os adolescentes
Não confere poder à União para determinar que a exibição da programação somente se dê nos
horários determinados pelo Ministério da Justiça, de forma a caracterizar uma imposição, e
não uma recomendação. Só se recomenda horários adequados.
XVII - conceder anistia (perdão); Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do
Presidente da República
são insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos
Graça e o indulto - concedidos pelo PR - Decreto.
Graça – depende de provocação (pedido do preso, qualquer cidadão, MP etc.).
Indulto - o benefício é coletivo - pode ser concedido de ofício
Anistia de infrações disciplinares de servidores estaduais - autonomia administrativa de
Estados e Municípios.
Anistia de crimes – União.
XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas,
especialmente as secas e as inundações;
XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de
outorga de direitos de seu uso;
XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento
básico e transportes urbanos;
XXI - estabelecer princípios e diretrizes para o sistema nacional de viação;
XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares (só podendo ser usados para fins
pacíficos), só a União pode ser responsabilizada também
XXIV - organizar, manter e executar a inspeção do trabalho; - Secretaria de inspeção ao
trabalho – Ministério do Trabalho e Emprego.
XXV - estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade de garimpagem, em
forma associativa.
XXVI - organizar e fiscalizar a proteção e o tratamento de dados pessoais, nos termos da lei
COMPETÊNCIAS COMUNS – PARALELAS/ CUMULATIVAS
■ União, Estados, DF e Municípios.
• Igualdade entre os entes
• Sem subordinação/ dependência.
• Rol exemplificativo - no texto constitucional serão encontradas outras competências
comuns. Ex.: Art. 180. CRFB. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
promoverão e incentivarão o turismo como fator de desenvolvimento social e econômico.
• Interesses difusos – interesses da coletividade.
• Todos os entes devem atuar.
A competência comum se refere à capacidade de atuação administrativa de diferentes entes
federativos sobre determinado assunto, sem que essa atuação seja exclusiva de um único ente.
Isso significa que mais de um ente federativo pode agir sobre o mesmo tema, cada um dentro
de sua esfera de atribuição, de acordo com os princípios constitucionais.
No entanto, é importante ressaltar que a competência comum não se restringe apenas à esfera
administrativa, ela também abrange a possibilidade de legislar sobre o tema. Caso contrário,
poderia ocorrer a inviabilização da competência material, tornando ineficaz a atuação
administrativa dos entes federativos.
Portanto, tanto a União, quanto os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem legislar
sobre assuntos de competência comum, desde que respeitados os limites e as normas
constitucionais que regem essa atuação conjunta.
Legislar sobre tombamento de patrimônios
Art. 23. CRFB. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios: I - zelar pela guarda da Constituição, das leis e das instituições democráticas e
conservar o patrimônio público;
II - cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas portadoras de
deficiência (qualquer tipo de lei PODE desde que siga a constituição)
Art. 23. III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e
cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
Art. 216. CRFB. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à
ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se
incluem:
I - as formas de expressão;
II - os modos de criar, fazer e viver;
III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;
V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.
- Capoeira; Frevo; Tambor de Crioula; Centro Histórico de Ouro Preto; Centro
Histórico de Recife; Catedral Metropolitana de Brasília; Congresso Nacional.
Proporcionar o acesso à cultura, educação, etc (pode lei de meia entrada ao cinema por ex)
Política de trânsito (ex: ter o número de telefone nos carros), meio ambiente, saneamento
básico

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