Prévia do material em texto
Anatomia e fisiologia do sistema digestório de cães MV. DSc Isis Espeschit Isis.braga@ufra.edu.br Graduada, mestre, doutora e Pós doutora UFV Especialista em docência Pós Graduação em clínica médica de pequenos animais Bacharelado em Medicina Veterinária Unidade Curricular: Anatomia Veterinária Período: 2º período Qual a importância de estudarmos esse assunto? Belinha Belinha veio para a consulta com a queixa de perda de peso. A tutora relata que o animal come ração de boa qualidade, tem apetite normal e não apresenta vômito. Relata que o animal apresenta fezes pastosas e com aspecto amarelado e oleoso. A veterinária indicou que o problema pode ser no pâncreas de Belinha, e solicitou a avaliação ultrassonográfica e alguns exames laboratoriais... O que isso tem a ver com a compreensão do conteúdo de anatomia? Para a Dra. Suspeitar que o problema poderia ser pancreático, ela precisou relembrar seus conhecimentos sobre a anatomia e a fisiologia do sistema digestório dos cães! Anatomia e fisiologia do sistema digestório de cães OBJETIVO GERAL: Capacitar os futuros veterinários para o devido reconhecimento e compreensão da estrutura e funcionamento do sistema digestório em cães Para isso você precisará usar sua bagagem: Bioquímica Biologia celular Anatomia Veterinária I Ao final dessa aula você deverá: Entender o motivo pelo qual estamos discutindo esse assunto. Compreender a estrutura do sistema digestório de cães Compreender quais eventos ocorrem ao longo do sistema digestório Compreender a função de cada órgão desse sistema, e sua importância para o funcionamento e equilíbrio do cão como um todo Sumário Introdução O processo digestivo Captação/preensão, mastigação e deglutição Digestão e absorção Órgãos anexos Defecação Conclusão Atividades de Fixação Atividades complementares Bibliografia básica Bibliografia complementar https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fpt.dreamstime.com%2Filustra%25C3%25A7%25C3%25A3o-stock-sistema-digestivo-do-c%25C3%25A3o-canis-lupus-familiaris-anatomy-isolado-image50368426&psig=AOvVaw2j6_0cmMLhTBATPWR51K_2&ust=1730232552916000&source=images&cd=vfe&opi=89978449&ved=0CBQQjRxqFwoTCNiWndzwsYkDFQAAAAAdAAAAABAd Introdução A que se presta o sistema digestório? Conjunto de órgãos responsáveis pela Apreensão e captação Digestão Absorção nutrientes Outras funções são executadas nesses órgãos? Defesa Identificação Introdução A que se presta o sistema digestório? O que compreende o sistema digestório? Tubo digestivo + órgãos anexos O que compreende o sistema digestório? Introdução A que se presta o sistema digestório? O que compreende o sistema digestório? Qual a estrutura e função de cada órgão? Vamos ver a seguir! O processo digestivo Captação/preensão, mastigação e deglutição Quais estruturas anatômicas estão envolvidas nesses eventos? Boca e cavidade oral Lábios, Cavidade vestibular, palato, cavidade Lábios Dentes Língua Glândulas salivares Faringe Captação/preensão, mastigação e deglutição Quais estruturas anatômicas estão envolvidas nesses eventos? cavidade oral Lábios, Cavidade vestibular, palato, assoalho e ápice e corpo da língua, arcos palatoglossos e base da língua Dentes Glândulas salivares Faringe Captação/preensão, mastigação e deglutição Boca e cavidade oral Dentes Rompem o alimento Estrutura e quantidade Captação/preensão, mastigação e deglutição Dentes dentição primária 2x (I 3/3, C 1/1, P 3/3). Filhotes- total de 28 dentes. dentição permanente 2x (I 3/3, C 1/1, P 4/4, M 2/3). cachorros adultos -total de 42 dentes. Terceiro e sétimo mês Captação/preensão, mastigação e deglutição Boca e cavidade oral Língua Auxilia na mastigação e deglutição Estrutura Músculo esquelético Receptores paladar, temperatura, dor Captação/preensão, mastigação e deglutição Boca e cavidade oral Glândulas salivares Não tem função enzimática no cão Umidificar a cavidade oral lubrificar a ingesta Glândulas Maiores Glândulas Menores Glândulas Específicas Captação/preensão, mastigação e deglutição Boca e cavidade oral Glândulas salivares Glândulas Maiores: Parótida, Mandibular e Sublinguais (Produzem saliva em maior quantidade e fluído seroso); Glândulas Menores: Bucais, Labiais e Palatinas; (Produzem Secreção Mucosa); Glândulas Específicas: zigomática nos carnívoros Captação/preensão, mastigação e deglutição (oro)Faringe Deglutição e Transporte Isola auxiliada por mecanismos diversos o sistema digestório do respiratório Nasofaringe e traqueia Epiglote Estrutura Transporte Quais estruturas anatômicas envolvidas nesse processo? Faringe Esôfago Esôfago A camada muscular no cão é composta inteiramente por músculo estriado Sua função básica é o transporte da comida e líquidos da cavidade oral ao estômago. Transporte Esôfago Entre faringe e estômago Transição Esfincter- cárdia Digestão Estômago Transiçãopiloro Intestinos Glândulas anexas (fígado e pâncreas) Digestão Estômago Maior dilatação do canal alimentar Interposto entre esôfago e intestino Digestão mecânica- peristaltismo Digestão química- ácido clorídrico, enzimas digestivas- proteínas Transportar a digesta para o intestino 100- 200ml/kg Digestão e absorção Intestinos Delgado Duodeno Jejuno Ileo Grosso Colón Ceco Reto Digestão e absorção Intestinos Delgado Entre Piloro e intestino grosso Porção mais estreita do tubo digestivo Digestão e absorção Maior parte dos eventos absortivos carnívoros apresentam intestino delgado mais curto e parede intestinal mais grossa cheia de desdobramentos. Digestão e absorção Intestinos Delgado Duodeno Formato de C neutralização do ácido gástrico através da produção de secreções alcalinas processamento mecânico e digestão do quimo misturar a bile e as enzimas pancreáticas absorção de água, eletrólitos e nutrientes (especialmente substâncias solúveis em água, como monossacarídeos) ampola de Vater esfíncter de Oddi (hepatopancreático), Duodeno É a única porção do intestino delgado que é fixa. Não possui mesentério. 1) Parte Superior ou 1ª porção - origina-se no piloro e estende-se até o colo da vesícula biliar. 2) Parte Descendente ou 2ª porção - é desperitonizada. Papila maior Ducto colédoco - provêm da vesícula biliar e do fígado (bile). Papila menor Ducto pancreático - provêm do pâncreas (suco ou secreção pancreática). 3) Parte Horizontal ou 3ª porção. 4) Parte Ascendente ou 4ª porção. neutralização do ácido gástrico através da produção de secreções alcalinas processamento mecânico e digestão do quimo misturar a bile e as enzimas pancreáticas absorção de água, eletrólitos e nutrientes (especialmente substâncias solúveis em água, como monossacarídeos) Digestão e absorção Intestinos Jejuno Porção média Inúmeras flexuras jejuno-íleo 2/5 Parede mais espessa Lumen mais largo Movimentos peristálticos (mistura e digestão química) recebe este nome porque sempre que é aberto se apresenta vazio. Digestão e absorção Intestinos Ileo Parte final do intestino delgado Finalização da digestão química 3/5 jejuno-íleo Recebe este nome por relação com osso ílio. É mais estreito e suas túnicas são mais finas e menos vascularizadas Desemboca no intestino grosso num orifício que recebe o nome de óstio ileocecal. Digestão e absorção Intestinos Delgado Duodeno Jejuno Ileo Grosso Colón Ceco Reto Funções do Intestino Grosso -Absorção de água e de certos eletrólitos; -Síntese de determinadas vitaminas pelas bactérias intestinais; - Armazenagem temporária dos resíduos (fezes); - Eliminação de resíduos do corpo (defecação). Digestão e absorção O que diferencia o I.G do I.D? calibre, as tênias, os haustros e os apêndices epiplóicos. mais calibroso vai gradativamente afinando Digestão e absorção Intestino Grosso As tênias do cólon (fitas longitudinais) são três faixas percorrem o intestino grosso em toda sua extensão. São mais evidentesno ceco e no cólon ascendente. Digestão e absorção Intestino grosso haustros do cólon (saculações) são abaulamentos ampulares separados por sulcos transversais. apêndices epiplóicos são pequenos pingentes amarelados constituídos por tecido conjuntivo rico em gordura. Aparecem principalmente no cólon sigmóide. Digestão e absorção Intestino grosso ceco (cecum), cólon (ascendente, transverso, descendente e sigmóide), reto e ânus. Digestão e absorção Intestino grosso Ceco segmento de maior calibre, que se comunica com o íleo. válvula ileocecal (ileocólica). impedir o refluxo No fundo do ceco, encontramos o Apêndice Vermiforme. Digestão e absorção Intestino grosso A porção seguinte do intestino grosso é o cólon, segmento que se prolonga do ceco até o ânus. Cólon Ascendente – Cólon Transverso – Cólon Descendente – Cólon Sigmóide Digestão e absorção Intestino grosso Cólon Ascendente – é a segunda parte do intestino grosso. Passa para cima do lado direito do abdome a partir do ceco para o lobo direito do fígado, onde se curva para a esquerda na flexura direita do colo (flexura hepática). Digestão e absorção Intestino grosso Cólon Transverso – é a parte mais larga e mais móvel do intestino grosso. Ele cruza o abdome a partir da flexura direita do colo até a flexura esquerda do colo, onde curva-se inferiormente para tornar-se colo descendente. A flexura esquerda do colo (flexura esplênica), normalmente mais superior, mais aguda e menos móvel do que a flexura direita do colo. Digestão e absorção Intestino grosso Cólon Descendente – passa retroperitonealmente a partir da flexura esquerda do colo para a fossa ilíaca esquerda, onde ele é contínuo com o colo sigmóide. Digestão e absorção Intestino grosso Cólon Sigmóide – é caracterizado pela sua alça em forma de “S”, de comprimento Digestão e absorção Intestino grosso Flexura Hepática - entre o cólon ascendente e o cólon transverso. Flexura Esplênica - entre o cólon transverso e o cólon descendente Digestão e absorção defecação O reto recebe este nome por ser quase retilíneo. Falaremos adiante de defecação Digestão e absorção Glândulas anexas (fígado e pâncreas) região superior do abdômen, logo abaixo do diafragma, ficando mais a direita, isto é, normalmente 2/3 de seu volume estão à direita da linha mediana e 1/3 à esquerda. fígado apresenta duas faces: diafragmática e visceral. A face diafragmática (ântero superior) é convexa e lisa relacionando-se com a cúpula diafragmática. A face visceral (postero inferior) é irregularmente côncava pela presença de impressões viscerais. O fígado é dividido em lobos. A face diaframática apresenta um lobo direito e um lobo esquerdo, sendo o direito pelo menos duas vezes maior que o esquedo. A divisão dos lobos é estabelecida pelo ligamento falciforme. Na extremidade desse ligamento encontramos um cordão fibroso resultante da obliteração da veia umbilical, conhecido como ligamento redondo do fígado Defecação Eliminação de detritos Anus intestino grosso termina perfurar o diafragma da pelve –m. lev. ânus canal anal curto -esfíncteres anais. interno é o mais profundo-espessamento fib. musc,. lisas circulares- involuntário. Externo- m. estr- em torno do esfíncter anal interno- voluntário. devem relaxar -defecação Conclusão A compreensão sobre a estrutura e o funcionamento do sistema digestório é essencial para sua abordagem, seja essa Clínica Cirúrgica, Diagnóstica USG Testes funcionais Etc Atividades de fixação Atividades complementares ATENÇÃO! Leitura complementar! Você deverá ler o artigo em anexo para a atividade em grupo a ser realizada EM SALA! (Contará como atividade avaliativa!) A atividade será na modalidade aprendizado baseado em equipes/times, também conhecida como TBL (Team Based Learning). Bibliografia THRALL, Mary Anna; WEISER, Glade; ALLISON, Robin W.; CAMPBELL, Terry W.; BARROS SOBRINHO, Alexandre; WASCHBURGER, Diane Jaqueline; ACRE, Fernanda Galino; CRIVELLENTI, Leandro Zuccolotto; FAGLIARI, Lurdes da Silva Scuta; BORIN-CRIVELLENTI, Sofia; GUIM, Thomas Normanton; THIESEN, Roberto; AVERY, Anne; BAKER, Dale C.; BOHN, Andrea A.; BROWN, Diane; JENSEN, Wayne A.; MEUTEN, Donald; Hematologia e bioquímica clínica veterinária. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 678 p. GARCIA-NAVARRO, Carlos Eugenio Kantek. Manual de urinálise veterinária. São Paulo: Varela, 2005. HAGIWARA, Mitika Kuribayashi; REBAR, Alan H.; BRANDÃO, Leonardo Pinto. Guia de hematologia para cães e gatos. São Paulo: Roca, 2003. Bibliografia complementar NELSON, Richard W.; COUTO, C. Guillhermo; SILVA, Aldacilene Souza da. Medicina interna de pequenos animais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. KERR, Morag G.; MYASHIRO, Samantha Ive, trad; BACIC, Angela. Exames laboratoriais em medicina veterinária: bioquímica clínica e hematologia. São Paulo: Roca, 2003. STOCKHAM, Steven L.; SCOTT, Michael A. Fundamentos de Patologia Clínica Veterinária. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. MOTTA, Valter T. Bioquímica clínica para o laboratório: princípios e interpretações. 4. ed. Porto Alegre: Robe, 2003. ESTRIDGE, BARBARA H. Técnicas básicas de laboratório clínico. São Paulo: Artmed, 2015. Agora você já é capaz de: Entender o motivo pelo qual estamos discutindo esse assunto. Compreender a estrutura do sistema digestório de cães Compreender quais eventos ocorrem ao longo do sistema digestório Compreender a função de cada órgão desse sistema, e sua importância para o funcionamento e equilíbrio do cão como um todo Até a próxima! image1.png image2.jpg image3.jpeg image4.jpeg image5.png image6.png image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.jpeg image14.png image15.png image16.jpeg image17.png image18.png image19.png image20.jpeg image21.png image22.png image23.png image24.jpeg image25.png image26.png image27.png