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09
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1.
0
ÉTICA E DEONTOLOGIA
2
Andressa Keiko Matsumoto
São Paulo
Platos Soluções Educacionais S.A 
2021
 ÉTICA E DEONTOLOGIA
1ª edição
3
2021
Platos Soluções Educacionais S.A
Alameda Santos, n° 960 – Cerqueira César
CEP: 01418-002— São Paulo — SP
Homepage: https://www.platosedu.com.br/
Head de Platos Soluções Educacionais S.A
Silvia Rodrigues Cima Bizatto
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Turchetti Bacan Gabiatti
Camila Braga de Oliveira Higa
Giani Vendramel de Oliveira
Gislaine Denisale Ferreira
Henrique Salustiano Silva
Mariana Gerardi Mello
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Camila Braga de Oliveria Higa
Revisor
Veronica Cristina Gomes Soares
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Carolina Yaly
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)_________________________________________________________________________________________ 
Matsumoto, Andressa Keiko
M434e Ética e deontologia / Andressa Keiko Matsumoto. – São 
 Paulo: Platos Soluções Educacionais S.A., 2021.
 45 p.
 ISBN 978-65-5356-046-8
 1.Farmácia. 2. Ética. 3. Deontologia. I. Título.
 
CDD 615
____________________________________________________________________________________________
Evelyn Moraes – CRB-8 010289
© 2021 por Platos Soluções Educacionais S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Platos Soluções Educacionais S.A.
4
SUMÁRIO
Conselhos Federal e Regional de Farmácia ___________________ 05
O código de ética da profissão farmacêutica _________________ 17
Requisitos legais para empresas farmacêuticas ______________ 30
A responsabilidade técnica do profissional farmacêutico ____ 44
ÉTICA E DEONTOLOGIA
5
Conselhos Federal e Regional de 
Farmácia
Autoria: Andressa Keiko Matsumoto
Leitura crítica: Veronica Cristina Gomes Soares
Objetivos
• Conceituar os Conselhos Federal e Regional de 
Farmácia.
• Conhecer o impacto da farmácia na sociedade.
• Compreender as ações dos Conselhos de Farmácia.
6
1. Conselhos Federal e Regional de Farmácia
No Brasil, a organização das profissões é regulamentada por leis 
federais específicas às profissões que delegam o direito de autorregular 
o exercício profissional a associações profissionais. No caso da farmácia, 
o Conselho Federal de Farmácia, ou CFF, regulamenta e estabelece as 
normas da prática farmacêutica a nível federal. Já a nível municipal, 
o Conselho Regional de Farmácia (CRF) é responsável por fiscalizar o 
exercício da profissão no território onde ele se encontra cadastrado.
Além dos conselhos, existem sociedades farmacêuticas que são 
profissionais, científicas, associações humanitárias e culturais sem 
fins lucrativos que buscam qualificar profissionais, realizar pesquisas 
e ensinar, além de realizar acreditação para serviços e educação. No 
entanto, elas não têm autoridade para regulamentar a profissão (MELO 
et al., 2017).
Com a ampla atuação do farmacêutico, é de suma importância uma 
organização nas ações e fiscalizações dos profissionais. Assim, existem 
os sindicatos que, para os associados, desempenham importantes 
atividades (Quadro 1). O pagamento de anuidades em associações e 
sindicatos não são de ordem obrigatória, apenas para os associados.
7
Quadro 1 – Atribuições dos conselhos, associações e sindicatos
Atribuições Conselho 
Profissional Associações Sindicatos
Inscrição profissional Sim
Fiscalização Sim
Regulamentação 
profissional Sim
Questões trabalhistas Sim
Piso salarial Sim
Convenção coletiva 
de trabalho Sim
Assessoria jurídica Sim
Capacitação Sim Sim Sim
Pagamento de taxa 
anual obrigatória Sim X X
Fonte: adaptado de https://crfrs.org.br/noticias/quais-sao-as-principais-diferencas-entre-
conselhos-profissionais—sindicatos-e-associacoes-. Acesso em: 2 jan. 2021.
Uma das mais importantes atribuições do CRF, segundo Art. 10 da Lei 
nº 3.820 (BRASIL,1960, [s.p.]), é: “Fiscalizar o exercício da profissão, 
impedindo e punindo as infrações à lei, bem como enviando às 
autoridades competentes relatórios documentados sobre os fatos que 
apurarem e cuja solução não seja de sua alçada”.
Todos os profissionais de saúde no Brasil são considerados capazes de 
atuar em sua área depois de se formarem, no entanto, eles devem ser 
registrados em um conselho regional do estado em que vão trabalhar. 
Esse conselho faz parte de um sistema nacional, para o qual o CFF é o 
órgão dirigente (BRASIL,1960). De acordo com o Art. 1 da Lei Federal 
3.820/1960:
Ficam criados os Conselhos Federal e Regionais de Farmácia, dotados 
de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa 
e financeira, destinados a zelar pela fiel observância dos princípios da 
ética e da disciplina da classe dos que exercem atividades profissionais 
farmacêuticas no País. (BRASIL,1960, [s.p.])
8
Depois de iniciar o registro, os farmacêuticos não são obrigados a se 
registrar anualmente ou repetir o processo de certificação para manter 
as qualificações profissionais. Em vez disso, eles devem estar disponíveis 
para inspeção pelo CFF e a autoridade sanitária, segundo à Resolução 
CNE/CES 2/2002 (MELO et al., 2017).
Segundo a Lei Federal 3.820 (BRASIL, 1960), o CFF e o CRF devem 
ser constituídos pelo mesmo número de membros, e a eleição dos 
conselheiros e suplentes deve ocorrer no seu estado de origem. Cabe 
aos conselheiros do CFF, na primeira reunião ordinária executada a cada 
biênio, elegerem a diretoria (Figura 1).
Figura 1 – Estrutura da diretoria do CFF
Fonte: elaborada pela autora.
É importante compreendermos que cabe ao presidente do CFF e do CRF 
prestarem contas, todos os anos, no Tribunal de Contas da União. E isso 
deve ser feito de forma direta ao tribunal, após aprovação do conselho 
(BRASIL, 1960).
Do século XX até os dias atuais, a profissão farmacêutica passou por 
vários períodos difíceis, incluindo a perda de identidade. Dessa forma, a 
atuação desse profissional tem sofrido inúmeras transformações e cabe 
9
um papel fundamental aos conselhos na transformação da educação 
farmacêutica brasileira.
O ideal é que, com o tempo, os profissionais de saúde ganhem 
experiência em uma ou mais áreas, mas não precisem demonstrar 
manutenção contínua da competência. Educadores e o CFF são sensíveis 
à necessidade de mudar essa percepção, mas muitos impedimentos 
devem ser resolvidos antes da implementação de avaliações de 
desempenho e níveis, antes do novo registro, da mudança ou da 
expansão de uma função, do credenciamento ou de outros testes que 
são usados para avaliar a competência.
Em relação à atuação do profissional farmacêuticos, o Ministério 
do Trabalho e Emprego estabeleceu um sistema de classificação de 
ocupações, conhecido como Classificação Brasileira de Ocupações 
(CBO), que determina as possibilidades de trabalho. Até janeiro de 
2013, a profissão de farmacêutico estava limitada a duas ocupações: 
farmacêutico e farmacêutico bioquímico. Após negociações com o CFF, 
essa classificação foi atualizada para atender às mudanças estruturais 
no mercado de trabalho (MELO et al., 2017).
A atuação do farmacêutico é muito ampla e consiste em várias áreas, 
como: farmacêutico analista clínico, farmacêutico da indústria alimentar, 
farmacêutico de prática complementar e integrativa, farmacêutico de 
saúde pública, farmacêutico da indústria farmacêutica, farmacêutico de 
toxicologia e farmacêutico hospitalar e clínico. Desse modo, é plausível a 
existência de órgãos competentes que garantem os direitos da classe e 
fiscalizem os serviços de saúde prestados por essesno conselho de farmácia da região. Essa trilha de auditoria 
é particularmente importante no caso de qualquer incidente ou erro, 
pois mostra quem foi o responsável (CFF, 2021).
51
O registro da farmácia pode ser feito por escrito, eletronicamente ou em 
ambas as formas. Uma entrada no registro da farmácia pode ser feita 
remotamente, desde que o registro esteja em conformidade com todos 
os requisitos profissionais e legais relevantes. Dessa forma, o RT deve 
garantir que:
• O registro da farmácia é preciso e reflete quem o farmacêutico 
responsável é, e era, em qualquer data e hora (incluindo se 
o farmacêutico responsável é ou não ausente da farmácia 
registrada).
• Efetue-se pessoalmente os lançamentos no cadastro da farmácia.
• Sejam identificadas quaisquer alterações, quando e por quem a 
alteração foi feita, se o registro da farmácia for mantido em papel.
• As medidas adequadas estejam em vigor para garantir que seja 
feito backup do registro, e que ele esteja disponível na farmácia 
registrada para inspeção. Além disso, quaisquer alterações ao 
registro devem identificar quando e por quem a alteração foi feita, 
se o registro da farmácia for mantido eletronicamente.
• Qualquer funcionário se torne farmacêutico responsável ou faça 
uma entrada no registro da farmácia até que se tenha a garantia 
do funcionamento seguro e eficaz dos negócios da farmácia 
devidamente registrada.
• O registro da farmácia esteja disponível na farmácia registrada.
• O registro da farmácia esteja disponível para inspeção 
pelo proprietário do negócio de farmácia, o farmacêutico 
superintendente (no caso de uma pessoa jurídica), o farmacêutico 
responsável, o pessoal da farmácia e futuras inspeções.
Os procedimentos da farmácia fazem parte do quadro de qualidade 
para o funcionamento seguro e eficaz da farmácia registada. Os 
52
procedimentos de farmácia podem ser mantidos por escrito, 
eletronicamente ou em ambos os formulários (CFF, 2021). Em relação 
aos procedimentos, o RT deve manter backups adequados do conteúdo 
dos procedimentos de farmácia, garantir que os procedimentos da 
farmácia estejam disponíveis para inspeção e certificar-se de que o 
pessoal da farmácia compreenda os procedimentos que são utilizados.
Segundo a RDC nº 577/13, o farmacêutico de responsabilidade do 
estabelecimento deve, ainda, garantir que os procedimentos sejam 
revisados pelo menos uma vez a cada dois anos ou após qualquer 
incidente ou evento que ocorra, o que indica que a farmácia não está 
funcionando de forma segura e eficaz. Ele também deve identificar o 
farmacêutico responsável que revisou os procedimentos, identificar 
quais procedimentos estão atualmente em vigor, identificar quais 
procedimentos estavam em vigor anteriormente (CFF, 2021).
Em casos especiais, como situações em que as circunstâncias na 
farmácia mudarem e, na opinião profissional do RT, seja necessário 
alterar como a farmácia normalmente opera, cabe ao farmacêutico de 
responsabilidade fazer as alterações temporárias aos procedimentos de 
farmácia. O RT deve estar sempre atualizado com as legislações vigentes, 
pois deve garantir que haja uma trilha de auditoria para identificar 
quais procedimentos estão atualmente em vigor, quais procedimentos 
estavam em vigor anteriormente, o farmacêutico responsável que 
alterou o procedimento, e a data em que a alteração foi feita, caso 
uma alteração temporária aos procedimentos de farmácia tenha sido 
realizada.
Outro documento importante para atuação do RT na farmácia é 
a expedição da Certidão de Regularidade, pelo conselho regional, 
de forma que respeite os princípios éticos, legais e sanitários pelo 
estabelecimento e profissionais (CFF, 2021).
53
1.1 Perfil do farmacêutico responsável técnico
A base da prática farmacêutica agora inclui uma certa centralização 
voltada ao paciente, ao cuidado com todas as funções cognitivas do 
aconselhamento, fornecendo informações a respeito de medicamentos 
e monitorando a terapia feita com medicamentos. Além disso, a base 
da prática farmacêutica também inclui aspectos vinculados à técnica 
da assistência em farmácia e a gestão do estoque de medicamentos. 
É no papel adicional de gerenciar a terapia com medicamentos que 
os farmacêuticos podem, agora, dar uma contribuição vital voltada ao 
atendimento.
A contribuição dos farmacêuticos para a saúde se baseia, na maioria 
dos países, em grande compreensão dos princípios e técnicas científicas 
farmacêuticas e no empenho em acompanhar ao longo de suas 
carreiras os avanços da medicina e da farmácia (KIM; LEE; SOHN, 2020). 
Seu conhecimento e experiência se estendem a todos os aspectos da 
preparação, distribuição, ação e uso de medicamentos.
A responsabilidade que recai sobre o farmacêutico mudou 
substancialmente para a utilização do conhecimento farmacêutico 
no uso adequado de medicamentos feito pelo paciente. Para serem 
membros eficazes da equipe de saúde, os farmacêuticos precisam 
de habilidades e atitudes que os capacitem a assumir muitas funções 
diferentes. Segundo a World Health Organization (WHO, 1946), o conceito 
de “farmacêutico 7 estrelas” foi introduzido pela OMS em março de 
2014 e cobriu as seguintes funções: cuidador, tomador de decisões, 
comunicador, gerente, aluno ao longo da vida, professor e líder (Figura 
2).
54
Figura 2 – Farmacêutico 7 estrelas.
 
Fonte: elaborada pela autora.
Os farmacêuticos devem fornecer serviços na área de atendimento do 
mais alto nível de qualidade, e devem ver sua prática como integrada 
e contínua com as do sistema e com os profissionais da área de saúde. 
Em farmácia comercial, os serviços farmacêuticos vão além do cuidado 
com o medicamento, incluindo medidas de parâmetros bioquímicos e 
fisiológicos do paciente. É de atribuição farmacêutica atividades como: 
aferição de pressão arterial, medição de glicose capilar e temperatura 
corpórea, perfuração do lóbulo auricular, aplicação de injetáveis, 
aplicação de vacinas e prescrição farmacêutica, sendo essa última 
atividade atribuída pela RDC nº 586/13.
Com essa resolução ampliou-se a atuação clínica do profissional 
farmacêutico, abrindo campo para que consultórios sob 
Farmacêutico
7 estrelas
55
responsabilidade farmacêutica surgissem, pois, para exercer essa 
prática, é exigido ao menos um espaço que permite uma avaliação 
confidencial e particular com o paciente. Esse consultório pode também 
estar localizado dentro do estabelecimento farmacêutico.
Com a resolução, a atuação do profissional farmacêutico foi ampliada 
e abriu campo para o surgimento dos consultórios farmacêuticos, já 
que para exercer a prescrição é necessário, no mínimo, um espaço 
reservado, permitindo assim a confidencialidade da avaliação.
A base do trabalho do farmacêutico deve girar em torno de decisões 
precisas, que são feitas ou tomadas em relação ao uso apropriado, 
eficaz, seguro e econômico de recursos (por exemplo, pessoais, 
de medicamentos, de produtos químicos, de equipamentos, de 
procedimentos e de recursos práticos). O farmacêutico deve, assim, 
possuir a capacidade de avaliar, sintetizar dados e informações e decidir 
sobre o mais adequado curso de ação.
O farmacêutico deve ser um link entre os médicos e pacientes, e para 
outros profissionais de saúde, tendo conhecimento completo sobre 
todos os produtos farmacêuticos com atualizações recentes e ser 
confiante, enquanto se comunica com outros profissionais que atuam na 
saúde e são membros da comunidade (WHO, 1946).
A comunicação centrada no paciente, no entanto, é um processo 
bidirecional que inclui “definição de problema compartilhado” e “tomada 
de decisão compartilhada”. Pacientes preferem farmacêuticos usando 
comunicação centrada no paciente do que a transmissão simples de 
informações. Contudo, esse profissional deve ter habilidades eficazes 
de comunicação com o paciente e pode ajudá-lo a fornecer melhor AF 
para a comunidade, identificando o problema do paciente e requisitos, 
garantindo a sua qualidade de vida. Fortes habilidadesde comunicação 
permitirão ao farmacêutico estabelecer o relacionamento necessário 
para construir uma relação de confiança; e para garantir uma troca 
56
eficaz de informações necessárias para o farmacêutico avaliar as 
necessidades do paciente, e para o paciente entender e aceitar 
recomendações do farmacêutico (KIM; LEE; SOHN, 2020).
Os farmacêuticos devem ter a capacidade de gerenciar recursos 
comerciais, que incluem mão de obra, física e recursos financeiros, 
assumindo maior responsabilidade por gerenciar as informações 
do rótulo do medicamento, garantir que os produtos de origem 
farmacêutica apresentem determinadas qualidades e manter 
competência clínica e função nas atividades de assistência ao paciente 
(WHO, 1946). Desenvolver e manter as políticas do departamento e 
procedimentos, metas, objetivos, programas de garantia de qualidade, 
segurança e padrões ambientais e de controle de infecção são 
componentes-chave que ajudam o farmacêutico a evoluir, conforme um 
RT eficiente também.
É impossível adquirir produtos farmacêuticos completos/educação 
farmacêutica em um instituto e experiência profissional necessária 
para seguir uma carreira ao longo da vida como um farmacêutico (KIM; 
LEE; SOHN, 2020). Os conceitos de aprendizagem ao longo da vida 
devem começar enquanto se frequenta a escola de farmácia e devem 
ser apoiados ao longo da carreira do farmacêutico. Farmacêuticos 
regularmente atualizam as suas técnicas e conhecimentos, a fim de 
se atualizarem com as tendências atuais em questões relacionadas à 
terapia com medicamentos. O sistema vinculado à educação continuada 
do farmacêutico deve apresentar uma educação estruturada para apoiar 
a continuidade do desenvolvimento para manter e aprimorar a sua 
competência.
Uma das responsabilidades do farmacêutico é ajudar com a educação 
e com o treinamento das futuras gerações de farmacêuticos e o 
público em geral. A moda dinâmica do ensino de farmácia não é 
apenas importar a habilidade e conhecimento para outros, mas 
também oferecer uma oportunidade para profissionais adquirirem 
57
novos conhecimentos e afinarem habilidades existentes. As sessões 
de ensino são mais bem conduzidas na prática, em ambientes onde os 
farmacêuticos emergentes podem mergulhar em uma experiência de 
prática farmacêutica do mundo real (KIM; LEE; SOHN, 2020).
O farmacêutico RT também desempenha um papel de liderança no 
sistema que rege a saúde para tomar decisões, comunicar e gerenciar de 
forma eficaz. Um líder é aquele que pode criar uma ideia/visão e motivar 
outros membros da equipe para alcançar a visão. Um líder é uma 
pessoa que incentiva continuamente diferenças construtivas e é voltado 
para a missão sem ser egocêntrico. Líderes de farmácia eficazes são 
especialistas em demonstrar e criar alto desempenho nas práticas de 
farmácia caracterizadas pela alta qualidade no atendimento ao paciente, 
melhoria da segurança da medicação e máxima produtividade (WHO, 
1946).
A farmácia está no centro do sistema de saúde, desempenhando um 
papel muito importante no atendimento do papel essencial na saúde, 
educação, aconselhamento e descoberta de medicamentos.
Referências
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF). Lei nº 5.991 de 17 de Dezembro de 1973. 
Disponível em: https://www.cff.org.br/pagina.php?id=410&titulo=Lei+5.991+-+1973. 
Acesso em: 8 set. 2021.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF). Resolução nº 577 de 25 de julho de 2013. 
Disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/577.pdf. Acesso em: 
8 set. 2021.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF). Resolução nº 700, de 29 Janeiro de 2021. 
Disponível em:https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-700-de-29-janeiro-
de-2021-304446969. Acesso em: 8 set. 2021.
KIM, M.G.; LEE, N. E.; SOHN, H. S. Gap between patient expectation and perception 
during pharmacist–patient communication at community pharmacy. Int J Clin 
Pharm, [s.l.], v. 42, p. 677-684, 2020.
https://www.cff.org.br/pagina.php?id=410&titulo=Lei+5.991+-+1973
https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/577.pdf
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-700-de-29-janeiro-de-2021-304446969
https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-700-de-29-janeiro-de-2021-304446969
58
MELO, A. C. et al. Community pharmacies and pharmacists in Brazil: A missed 
opportunity. Pharmacy Practic., [s.l.], v. 19, n. 2, p. 2467, 2021.
MURO, M. D. et al. Assistência farmacêutica no serviço público: cartilha para 
gestores municipais. Cartilha para Gestores Municipais. Edição 1, Curitiba: [s.n.], p. 
23-29, 2013.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Seven-star pharmacist concept by 
World Health Organization. 1946. Disponível em: https://www.jyoungpharm.org/
sites/default/files/10.5530_jyp.2014.2.1.pdf>. Acesso em: 8 set 2021.
https://www.jyoungpharm.org/sites/default/files/10.5530_jyp.2014.2.1.pdf
https://www.jyoungpharm.org/sites/default/files/10.5530_jyp.2014.2.1.pdf
59
BONS ESTUDOS!
	Sumário
	Conselhos Federal e Regional de Farmácia
	Objetivos 
	1. Conselhos Federal e Regional de Farmácia 
	Referências 
	O código de ética da profissão farmacêutica
	Objetivos
	1. Código de ética profissional 
	Referências 
	Requisitos legais para empresas farmacêuticas
	Objetivos
	1. Documentos necessários para legalizar os estabelecimentos 
	Referências 
	A responsabilidade técnica do profissional farmacêutico
	Objetivos
	1. O farmacêutico responsável técnico em farmácia pública e privada
	Referênciasprofissionais.
1.1 Farmácia e o uso racional de medicamento: motivos 
da fiscalização
No Brasil, o setor de varejo farmacêutico é a principal fonte 
de medicamentos de venda livre e somente prescritos para os 
10
consumidores. Os medicamentos controlados são vendidos apenas 
em farmácias licenciadas e sob prescrição médica. Sabe-se que 
a disponibilidade e o uso racional de medicamentos são fatores 
fundamentais para a saúde da população em geral.
O acesso aos medicamentos considerados essenciais é importante 
para a efetividade das ações de promoção da saúde, e seu uso racional 
deve seguir prescrições baseadas em padrões éticos, fornecimento 
tempestivo, orientações sobre dispensação e uso informado. Entretanto, 
o uso irracional de medicamentos pode assumir diferentes formas, 
como abuso ou uso desnecessário, polifarmácia (uso de vários 
medicamentos ao mesmo tempo), uso excessivo de antibióticos e 
injeções, uso de medicamentos isentos de prescrição em violação das 
diretrizes clínicas e prescrições inadequadas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera as farmácias 
como estabelecimentos comerciais para a venda e fornecimento de 
medicamentos e produtos para a saúde, bem como um local relevante 
para a promoção do uso racional de medicamentos e de educação para 
a saúde comunitária. Além disso, a OMS considera as farmácias como 
serviços de atenção primária, constituindo um meio valioso de acesso ao 
sistema de saúde para a população em geral (WHO, 2006).
De acordo com estudos de Bastos e Caetano (2010), no Brasil, as 
farmácias e drogarias são responsáveis por 76% dos medicamentos 
diretos não reembolsáveis fornecidos à população em geral, indicando 
sua considerável importância na saúde pública nacional. Além disso, 
esses estabelecimentos representam um ambiente ideal para ações que 
promovam o uso seguro e racional de medicamentos.
As farmácias comunitárias são estabelecimentos capazes de fornecer e 
vender medicamentos e suprimentos com receita médica ambulatorial. 
Essas farmácias atendem diretamente os pacientes e a comunidade. 
No Brasil, essa nomenclatura abrange farmácias ambulatoriais em 
11
estabelecimentos de saúde, drogarias e farmácias de manipulação 
(NAVES et al., 2008).
Na maioria dos países, a distribuição de medicamentos ocorre em 
farmácias. No Brasil, a ANVISA, pela Lei nº 13.021/14, define drogaria 
como estabelecimento que realiza a comercialização e dispensação de 
medicamentos e correlatos. A mesma lei define farmácias como local 
onde se realiza a comercialização, dispensação e a manipulação de 
medicamentos e correlatos (NAVES et al., 2015).
Assim como descrito por Bastos e Caetano (2010), uma das grandes 
preocupações na farmácia é o monitoramento de medicamentos 
controlados, exigindo uma atenção maior pelos diversos órgãos 
responsáveis (Quadro 2).
Quadro 2 – Órgãos responsáveis pela fiscalização de medicamentos 
controlados nos estabelecimentos
Responsáveis
Vigilância Sanitária (VISA) Municipal: 
ações e rotinas municipais com o objetivo de 
proteger e garantir a saúde da população.
Conselho Regional de Farmácia: por meio da 
ética profissional, fiscaliza o exercício da profissão.
Delegacia de Crimes contra a Saúde 
Pública: avaliar atividades contra a saúde 
pública e a saúde do trabalhador.
Fonte: elaborado pela autora.
No âmbito doméstico, a fiscalização da distribuição de medicamentos é 
realizada em três instâncias: administração federal, secretarias estaduais 
e prefeituras. Na esfera federal, os setores de saúde e farmacêutico são 
regulamentados e fiscalizados pelo Ministério da Saúde, por meio de sua 
agência subsidiária – a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). 
O órgão é responsável pela proteção da saúde da população por meio 
do controle sanitário da produção e do consumo de produtos e serviços 
sujeitos à vigilância sanitária. Enquanto o regulador federal promulga 
12
leis e regulamentos gerais, são o governo estadual e os municípios que 
complementam e executam as ações (ANVISA, 2008).
Além dos documentos padrão de funcionamento de uma empresa, 
as farmácias são obrigadas a possuir uma autorização adicional e 
distinta emitida pela ANVISA, o Certificado de AFE – Autorização de 
Funcionamento. O conselho tem o poder de conceder ou cancelar as 
licenças de fabricantes, distribuidores, transportadores, importadores 
e varejistas de medicamentos. Além da autorização, a farmácia deve 
possuir Certificado de Regularidade Técnica (CTR), expedido pelo CRF, e 
o Alvará Sanitário, expedido pela vigilância sanitária local (NAVES et al., 
2008).
O CTR deve ser anualmente revisado, garantindo que a farmácia ou 
drogaria esteja devidamente cadastrada no CRF e que apresente um 
profissional farmacêutico como responsável (BRASIL, 1960).
Nesse sentido, todas as atividades profissionais exercidas pelo 
farmacêutico no país são reguladas por lei. O CFF é o órgão 
representativo, regulador e fiscalizador da indústria farmacêutica e tem 
seccionais em todos os estados. Juntos, o CFF e seu CRF cumprem a 
missão de zelar pela ética profissional e proteger os clientes, garantindo 
o acesso a medicamentos e atenção farmacêutica com qualidade. 
Enquanto o conselho federal tem uma função regulatória e punitiva 
mais geral, os conselhos regionais atuam basicamente na esfera 
administrativa, cuidando da documentação e fiscalizando instalações 
(ANVISA, 2008).
No cenário brasileiro, drogarias e farmácias podem ser próprias por 
leigos, e não há critérios demográficos ou geográficos para a abertura 
desses estabelecimentos. Também não há limite ao número de 
farmácias que podem pertencer a um indivíduo. O único requisito 
obrigatório é que o farmacêutico credenciado do estabelecimento esteja 
presente (NAVES et al., 2008).
13
Faz-se necessário ressaltar que nos casos em que o farmacêutico não 
pode estar presente para supervisionar os procedimentos, outro deve 
ser nomeado como substituto. Violações das regras podem levar a 
penalidades extremamente rigorosas, incluindo a rescisão da licença. Em 
associação com a gestão, os farmacêuticos também podem auxiliar as 
empresas a cumprir todos os requisitos do Governo Brasileiro e outros 
relacionados a instituições para evitar sanções disciplinares (ANVISA, 
2008). Sobre as penalidades disciplinares aplicadas pelo CRF, podemos 
citar (BRASIL,1960):
• Advertência ou censura: aplicada sem publicidade, oralmente 
ou por meio de carta do presidente do CRF. No primeiro caso, 
lembrar gentilmente o culpado dos fatos, no segundo caso, usar 
ativamente a palavra censura.
• Multa de valor igual a um salário-mínimo a três salários-
mínimos regionais: será duplicado em caso de reincidência, 
aplicável na terceira falta e subsequentes ausências, a critério da 
comissão do conselho a que o infrator pertence.
• Suspensão de três meses a um ano: em caso de falta grave, de 
pronúncia criminal ou em caso de prisão em virtude de sentença. 
Aplicável pelo CRF que o faltoso estiver inscrito.
• Eliminação: aplicada aos que foram persuadidos no CFF ou nos 
tribunais de incontinência pública e difamatória ou embriaguez 
habitual; e àqueles que foram explicitamente condenados a três 
suspensões por falta grave, mesmo em diferentes Conselhos 
Regionais.
Para tanto, as deliberações da comissão prosseguirão sempre com a 
audiência do arguido, e se ela não for encontrada ou se o processo for 
arquivado, será entregue ao defensor. Desse modo, não poderá haver 
suspensão dos efeitos no prazo de 30 dias contados da notificação ao 
Conselho Federal (BRASIL,1960).
14
O Brasil possui o maior número de farmácias do mundo, com uma 
proporção de 32 farmácias para cada 100.000 habitantes (Figura 2). A 
Bahia é o quarto maior estado, com uma população registrada de 15 
milhões de residentes. Em 2017, existiam cerca de 3,3 farmácias por 
100 mil habitantes. Embora não haja recomendações oficiais sobre a 
localização geográfica ou o número de estabelecimentos per capita, 
os especialistas sugerem que o paíssupere o valor recomendado, e o 
ideal seria um estabelecimento para cada oito mil pessoas (NAVES et al., 
2015).
Figura 2 – Número de farmácias por habitante no Brasil
Fonte: elaborada pela autora.
Nas últimas décadas, os perfis demográficos e epidemiológicos do 
Brasil mudaram. Atualmente, o país perfil é semelhante ao de outros 
países desenvolvidos. Em 1991, a esperança média de vida ao nascer 
era de 66,9 anos; em 2013, esse valor aumentou para 78,5 anos para 
mulheres e 71,2 anos para homens, resultando em maior demanda de 
pessoas que frequentam os estabelecimentos de saúde e fazem uso de 
medicamentos, especialmente de uso crônico (MELO et al., 2017). Hoje, 
15
a população brasileira vive uma dupla carga de doença, relacionada a 
doenças não transmissíveis e doenças transmissíveis.
No que diz respeito ao marketing, a venda e a publicidade de 
medicamentos está sujeita a restrições específicas. A principal base legal 
para os dispositivos provém das leis e decretos contidos na Constituição 
brasileira. A ANVISA também impõe instrumentos legais que regem a 
comercialização e a promoção de medicamentos. A agência coopera 
com a Câmara de Regulamentação do Mercado de Medicamentos 
(CMED), para promover e monitorar a justiça da concorrência, eliminar 
o marketing enganoso e vendas abusivas e fornecer regulamentação de 
preços de produtos (NAVES et al., 2015).
Para avanços mais rápidos e sustentáveis em atuação do farmacêutico 
no Brasil, é necessária uma comunicação melhor entre os vários 
setores da sociedade responsáveis por formação farmacêutica, pela 
regulamentação dos cuidados de saúde, pela prática profissional, 
pelo financiamento de serviços clínicos prestados à sociedade, tanto 
publicamente como em privado (MELO et al., 2017).
Apesar de todos esses obstáculos, os profissionais de farmácia têm 
demonstrado grande assistência, reconhecendo e respondendo às 
necessidades de cuidados de saúde da população, o que melhorou a 
percepção dos farmacêuticos para a sociedade.
Referências
ANVISA. Ministério da Saúde. Resolução-RDC nº 96, de 17 de dezembro de 2008. 
Brasília, DF: Presidência da República, 2008.
BASTOS, C.R.G.; CAETANO, R. Percepções dos farmacêuticos sobre seu trabalho nas 
farmácias comunitárias em uma região do estado do Rio de Janeiro. Ciênc Saúde 
Colet., [s.l.], v. 15, p. 3541-50, 2010.
16
BRASIL. Lei nº3.820 de 11 de novembro de 1960. Conselho Federal de Farmácia. 
Cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Farmácia. Disponível em: 
https://www.cff.org.br/pagina.php?id=143. Acesso em: 2 jan. 2022.
BRASIL. Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a 
fiscalização das atividades farmacêuticas. Brasília, DF: Presidência da República, 
2014. Disponível em: planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13021.htm. 
Acesso em: 2 jan. 2022.
MELO, A. C. et al. Pharmacy in Brazil: Progress and Challenges on the Road to 
Expanding Clinical Practice. Int J Pharm Pract, [s.l.], v. 70, p. 5, 2017.
NAVES, S. J. et al. Práticas de atendimento a DST nas farmácias do Distrito Federal, 
Brasil: um estudo de intervenção. Cad. Saúde Pública, [s.l.], v. 24, n. 3, p. 577-586, 
2008.
NAVES, S. J. et al. The Retail Pharmacy Market in the Brazilian Federal District. 
Pharmaceutical Regulatory Affairs, [s.l.], v. 4, n. 4, p. 2-6, 2015.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Using indicators to measure country 
pharmaceutical situations. Geneva: Department for International Development 
(DFID), 2006.
17
O código de ética da profissão 
farmacêutica
Autoria: Andressa Keiko Matsumoto
Leitura crítica: Veronica Cristina Gomes Soares
Objetivos
• Conceituar código de ética profissional.
• Conhecer o código de ética da profissão 
farmacêutica.
• Compreender a relação entre os conselhos e o 
código de ética profissional.
18
1. Código de ética profissional
Ética significa caráter, decência ou costumes. Como disciplina, a ética 
estará relacionada aos conceitos possuídos por indivíduos ou grupos 
para avaliar se as ações que foram realizadas são erradas ou corretas, 
ruins ou boas. Desse modo, ética significa um conjunto de princípios ou 
valores relativos à moral, procedimentos (costumes, cortesia), valores 
relativos ao certo e ao errado sobre os direitos e obrigações de um 
grupo ou sociedade (KUSUMANINGRUM; SUMARSONO; GUNAWAN, 
2019).
A ética é a base para consideração na tomada de decisões sobre a moral 
humana em interação com o meio ambiente, podendo ser interpretada 
como uma disciplina filosófica muito necessária na interação de 
outros seres humanos na escolha e decisão dos melhores padrões de 
comportamento com base nas escalas de moral aplicáveis.
O ser humano, na presença da ética, pode escolher e decidir o melhor 
comportamento de acordo com as normas morais aplicáveis. Assim, 
um padrão de relacionamentos bons e harmoniosos será criado, 
como respeito mútuo e ajuda. Como referência para as escolhas 
comportamentais, a ética baseia-se nas normas morais aplicáveis 
(SULTONI et al., 2018).
A fonte mais básica de ética é a religião como a fonte mais básica 
de crença, da filosofia de vida (Pancasila), da cultura comunitária, da 
disciplina científica e da profissão. A ética pode ser interpretada como 
um conjunto de valores, princípios ou morais que orientam uma pessoa 
e/ou grupo de pessoas em seu comportamento (KUSUMANINGRUM; 
SUMARSONO; GUNAWAN, 2019).
A ética no âmbito profissional é muito necessária como base para o 
comportamento de trabalho, assim, com a ética profissional, o ambiente 
e a qualidade do trabalho podem ser alcançados, resultando em 
19
qualidade e desempenho pessoal eficaz, eficiente e produtivo. Portanto, 
o código de ética tem sido o meio tradicional pelo qual uma profissão 
garante o público e seus clientes de suas responsabilidades e, portanto, 
a manutenção de sua integridade e reputação. Ele é usado como o 
principal suporte para a reivindicação de trabalho de uma profissão no 
interesse público.
A ética profissional é demonstrada por: (1) a existência de consciência 
individual das regras e valores que foram aplicados e acordados; (2) a 
disposição dos indivíduos em dialogar com entidades organizacionais; 
e (3) pelo seu uso como orientação para a interação entre todos os 
membros da organização (SULTONI et al., 2018). Contudo, a ética nas 
profissões é um conjunto de princípios que regem o comportamento 
de uma pessoa ou grupo em um ambiente de negócios. Assim como 
os valores, a ética profissional fornece regras sobre como uma pessoa 
deve agir em relação a outras pessoas e instituições em determinado 
ambiente.
O Código de Ética está alicerçado em princípios éticos fundamentais 
(Figura 1). A responsabilidade de um especialista em educação em saúde 
é aspirar aos mais elevados padrões de conduta possíveis e encorajar 
o comportamento ético de todos aqueles com quem trabalha (CNHEO, 
2020).
Figura 1 – Princípios éticos
Fonte: elaborada pela autora.
Uma profissão na área da saúde é definida, no sentido mais restrito da 
ética profissional, como uma organização reguladora que controla o 
ingresso em funções ocupacionais, certificando, formalmente, que os 
20
candidatos adquiriram o conhecimento e a expertise necessários para 
serem usados moralmente em benefício dos pacientes.
Três interesses profissionais definem conceitualmente uma profissão: 
o domínio de certos conhecimentos, o monopólio do mercado e a 
formalização de normas de conduta. O primeiro desses interesses se 
refere às características do saber profissional, sistematizado, adquirido 
e sancionado cientificamente nas instituições de ensino. Pretende ser 
complexo, inatingível e incompreensível para leigos, podendo estender-
se aos códigos regulamentares. O monopólio do mercado, diz respeito 
à delimitação e exclusividade do mercado de trabalho, no qual os 
profissionais se organizam em instituições representativas de interesses 
para pressionar o Estado. O terceiro elemento, a autorregulação, é 
considerado essencial para uniformizara conduta dos profissionais 
com seus pares, com os concorrentes e com os clientes, conferindo 
identidade, comprometimento pessoal, interesses específicos e 
lealdades gerais (SOARES; SHIMIZU; GARRAFA, 2017). As profissões de 
saúde regulamentadas especificam e impõem obrigações que garantem 
competência e confiabilidade profissional, correlacionadas com os 
direitos dos outros.
Os profissionais da saúde dedicam-se à excelência na prática de 
promoção da saúde de cada indivíduo, em âmbito familiar, grupal, 
organizacional, escolar, comunitário, público e populacional. Guiados por 
objetivos comuns de melhorar a condição humana, os profissionais da 
saúde são responsáveis por defender a integridade e a ética da profissão 
enquanto realizam seu trabalho e enfrentam os desafios diários de 
tomar decisões éticas.
Os profissionais da saúde valorizam a equidade na sociedade e adotam 
uma multiplicidade de abordagens em seu trabalho para apoiar o valor, 
a dignidade, o potencial, a qualidade de vida e a singularidade de todas 
as pessoas (CNHEO, 2020).
21
1.1 Código de ética da profissão farmacêutica
O Código de Ética para a profissão farmacêutica define publicamente os 
princípios que são obrigatórios para farmacêuticos registrados, pessoas 
qualificadas e técnicos de farmácia em sua conduta profissional e 
pessoal (CFF, 2004).
Uma das funções do Conselho de Farmácia é manter as normas éticas 
para farmacêuticos e técnicos de farmácia e pessoas qualificadas. Os 
princípios expressam as responsabilidades e valores profissionais que 
são fundamentais e inerentes à profissão farmacêutica. Eles refletem 
e apoiam os desenvolvimentos na profissão, a prática centrada no 
paciente e levam em consideração os direitos e responsabilidades dos 
pacientes (FRANCER et al., 2014).
“A apuração das infrações de nível ético fica a cargo doo Conselho 
Regional no qual o profissional está inscrito, através de sua Comissão de 
Ética” (CFF, 2004, p. 139).
Esses princípios se destinam a orientar farmacêuticos, pessoas 
qualificadas e técnicos de farmácia em suas relações com pacientes, 
colegas, autoridades regulatórias e administrativas e a sociedade. 
Eles formam a base para um serviço profissional consistente de alta 
qualidade que salvaguarda e promove o bem-estar dos pacientes e 
da sociedade e mantém a confiança do público na profissão, além de 
informar os pacientes e a sociedade sobre o padrão de comportamento 
que se espera dos farmacêuticos (FRANCER et al., 2014).
Farmacêuticos, pessoas qualificadas e técnicos de farmácia devem fazer 
desses princípios uma parte integrante de sua vida profissional e aspirar 
ao mais alto padrão de conduta possível (CFF, 2004). Esses profissionais 
devem evitar qualquer ação ou omissão, dentro de sua esfera de 
responsabilidade (Figura 2).
22
Figura 2 – Ações que os farmacêuticos devem evitar em busca da 
ética profissional
Fonte: elaborada pela autora.
O Código de Ética deve ser lido em conjunto com a legislação em vigor 
aplicável direta ou indiretamente à profissão de farmácia e com as 
orientações emanadas do Conselho de Farmácia.
Os princípios expressos no Código são obrigatórios, pois todos 
os farmacêuticos registrados, pessoas qualificadas e técnicos que 
trabalham em farmácia, independentemente de sua área de prática, 
devem cumprir esse Código. Sua conduta profissional e pessoal será 
julgada de acordo com esse Código e o não cumprimento desses 
princípios ou a realização de qualquer ato infame pode levar a sanções 
disciplinares e pode colocar em risco o registro e licença para exercer a 
profissão (CFF, 2004).
Os farmacêuticos e pessoas qualificadas têm responsabilidades gerais 
pelos serviços farmacêuticos que prestam, na sua área de prática, e 
são responsáveis por seus atos de forma legal e ética. Os técnicos de 
23
farmácia são responsáveis pelo trabalho que prestam para apoiar, 
desenvolver e/ou prestar esses serviços farmacêuticos (FRANCER et al., 
2014).
Na prática da profissão, espera-se que farmacêuticos e técnicos de 
farmácia apliquem os princípios do Código ao decidir sobre o curso 
de ação. Eles também devem ser capazes de justificar as suas ações e 
as decisões que tomam (se solicitado). Em situações em que existem 
princípios conflitantes, eles devem avaliar os riscos e benefícios 
associados a cada curso de ação e decidir o que é mais apropriado no 
interesse dos pacientes e da sociedade (FRANCER et al., 2014).
Os integrantes da profissão farmacêutica devem agir com honestidade, 
integridade e com convicção de consciência em suas relações 
profissionais. Eles devem honrar os compromissos, acordos e arranjos 
para a prestação de seus serviços. Eles não devem abusar de sua 
posição profissional ou abusar da vulnerabilidade de outros.
Todo profissional da saúde deve respeitar os desejos dos pacientes de 
não receberem informações. No entanto, as possíveis consequências 
dessa recusa devem ser delineadas. De acordo com o Código de Ética 
Farmacêutica (CFF, 2004, [s.p.]):
Art. 9º – O farmacêutico tem o dever de manter segredo sobre fato sigiloso 
de que tenha conhecimento em razão de sua atividade profissional e exigir 
o mesmo comportamento do pessoal sob sua direção.
Os farmacêuticos não têm nenhuma obrigação de oferecer ou fornecer 
um serviço profissional se isso entrar em conflito com o seu lado 
pessoal, das crenças morais ou religiosas. Em tais situações, o paciente/
cliente deve ser informado de que ele não pode prestar tal serviço.
24
Segundo o Código de Ética Farmacêutica (CFF, 2004, [s.p.]):
A fim de garantir o acatamento e a execução deste Código, remete-se 
ao farmacêutico informar os órgãos sanitários e profissionais, fatos que 
refletem infringência ao presente Código e as normas que regulamentam o 
exercício da prática em Farmácia.
A relação entre farmacêutico e paciente não é apenas por ordem 
profissional, mas também ética. Ou seja, não deve haver qualquer 
discriminação com base na religião, na raça, no gênero, na 
nacionalidade, na cor, na escolha sexual, na idade, nas condições sociais, 
no viés político ou quaisquer outras questões (FRANCER et al., 2014).
Cabe aos profissionais unirem-se em ações para defender a dignidade 
profissional, eles devem esforçar-se para melhorar as condições de 
saúde e os padrões dos serviços farmacêuticos, além de assumirem as 
suas responsabilidades na atenção farmacêutica e na educação sanitária 
(CFF, 2004).
Os membros da profissão farmacêutica, ao prestar serviços 
profissionais, são responsáveis de forma ética e legal pelas suas 
decisões, comportamentos e quaisquer serviços/trabalhos realizados 
sob a sua supervisão. Os membros da profissão farmacêutica devem 
garantir que (CFF, 2004):
• Toda a legislação aplicável à sua área de atuação seja sempre 
cumprida.
• Eles têm as habilidades e conhecimentos necessários para 
empreender, executar ou fornecer serviços em sua área de prática.
• Quando é necessário conhecimento ou experiência adicional, o 
farmacêutico deve consultar outros que possuam a competência 
necessária.
25
• Eles e outros funcionários em seu emprego ou sob sua supervisão 
têm competência linguística suficiente para comunicarem-se de 
forma eficaz.
• Seus procedimentos de prática são realizados com cuidado e 
atenção e em linha com os códigos e padrões de prática aplicáveis 
à sua área de prática.
• Eles têm acesso às instalações, equipamentos e materiais 
necessários para prestar serviços destinados à saúde.
• Antes de aceitar e durante o emprego, eles devem divulgar 
qualquer objeção de consciência ou conflito de interesses e 
outros fatores que possam afetar a sua capacidade de prestar 
determinados serviços profissionais.
• Os farmacêuticos cumprem as Diretrizes em sua área de prática 
que são emitidas pelo Conselho de Farmácia e pelas Autoridades 
Reguladoras.
• Eles devem atuar na área apenas se forem competentes para fazê-
lo e devem declarar ao Conselho de Farmácia, ao empregador ou 
à autoridade relevante quaisquer circunstânciasque questionem 
sua aptidão para exercer ou que tragam descrédito à profissão, 
incluindo problemas de saúde que prejudiquem a capacidade de 
praticar a sua profissão e quaisquer condenações criminais.
• Os profissionais farmacêuticos conduzem pesquisas de acordo 
com as Diretrizes de Ética em Pesquisa relevantes e com a 
autorização do responsável comitê de ética em pesquisa.
• Se alguma tarefa deve ser delegada por eles, ela é delegada a 
pessoas que, pelo que sabem, têm as qualificações necessárias, 
competência e habilidades para realizar essas tarefas de forma 
eficaz e eficiente. Essas pessoas devem cumprir as instruções de 
26
trabalho e ser autorizadas a realizar essas tarefas. Deve haver 
supervisão apropriada.
É expressamente proibido a um profissional farmacêutico usar o seu 
estatuto profissional para promover ou endossar, ou de outra maneira, 
apoiar publicamente qualquer produto ou medicamento (FRANCER et 
al., 2014). Membros da profissão farmacêutica não devem participar 
de métodos promocionais que incentivam os pacientes e a sociedade a 
equiparar os medicamentos aos itens comuns do comércio (CFF, 2004).
Os serviços farmacêuticos não devem ser promovidos ou anunciados 
de forma a estabelecer comparação direta ou indireta com outros 
prestadores de serviços ou desacreditar terceiros. Os membros da 
profissão farmacêutica não devem usar incentivos financeiros para 
encorajar os pacientes a usar os seus serviços ou comprar os seus 
medicamentos, de preferência aos oferecidos por outros membros da 
profissão (CFF, 2004). Esses incentivos proibidos são descritos na Figura 
3, mas não estão limitados a apenas isso.
Contudo, os farmacêuticos não devem promover ou conduzir quaisquer 
atividades que limitem ou impeçam, de alguma forma, os pacientes e o 
público de escolher livremente qual farmacêutico fará seu atendimento.
Figura 3 – Permissões ao incentivo nos serviços farmacêuticos
Fonte: elaborada pela autora.
27
Visto que a atuação na área da saúde promove uma aproximação do 
profissional com a pessoa assistida, o farmacêutico respeita a relação 
de compromisso entre o paciente e o farmacêutico, considerando esse 
vínculo paciente-farmacêutico como uma aliança. Isso significa que o 
farmacêutico tem obrigações morais em resposta ao dom de confiança 
recebido da sociedade. Em troca desse presente, o farmacêutico 
promete ajudar os indivíduos a obter o benefício máximo de seus 
medicamentos, a se comprometer com seu bem-estar e a manter sua 
confiança (PHARMD, 1994).
O farmacêutico promove o bem de cada paciente de maneira atenciosa, 
compassiva e confidencial, buscando colocar a preocupação com o 
bem-estar do paciente no centro da prática profissional. Ao fazer isso, 
o farmacêutico considera as necessidades declaradas pelo paciente, 
bem como aquelas definidas pelas ciências da saúde. Contudo, é de 
extrema importância que a autonomia e dignidade de cada paciente 
seja respeitada. O farmacêutico estimula o direito à autodeterminação 
e reconhece a autoestima individual ao incentivar os pacientes a 
participarem das decisões sobre sua saúde.
O profissional farmacêutico tem o dever de dizer a verdade e agir 
com convicção de consciência, evitando práticas discriminatórias, 
comportamento ou condições no âmbito de trabalho que prejudiquem 
o julgamento profissional e ações que comprometam a dedicação aos 
melhores interesses desses pacientes (PHARMD, 1994). O farmacêutico 
deve manter a competência profissional e tem o dever de manter o 
conhecimento e as habilidades à medida que novos medicamentos, 
dispositivos e tecnologias tornam-se disponíveis e à medida que as 
informações em saúde avançam.
Dessa forma, cabe ao farmacêutico agir com empatia em relação ao 
paciente tendo como dever:
28
• Fornecer ao paciente todas as informações necessárias sobre 
medicamentos e dispositivos médicos.
• Prestar assistência farmacêutica adequada para prevenção e 
tratamento de doenças.
• Dar ao paciente o direito de escolher os medicamentos e 
dispositivos médicos pretendidos.
• Respeitar a confidencialidade das informações sobre a doença do 
paciente (sem ameaçar as pessoas).
• Recusar-se a abandonar o medicamento por falta de receita ou em 
caso de registro incorreto.
No processo de comunicação entre o paciente e o farmacêutico, é 
importante perceber as informações por meio da audição e da visão. 
O farmacêutico deve ser capaz de ouvir o paciente, fornecendo a 
assistência farmacêutica adequada e convencê-lo da eficácia do 
tratamento, auxiliando na adesão à farmacoterapia e uso racional de 
medicamento.
A conversa é mais bem conduzida na forma de um diálogo curto. A 
lógica das opiniões se dá pela fórmula: composição, aplicação, efeito. Há 
expressões inaceitáveis, como:
• “Não tenho tempo! São tantos visitantes e eu estou sozinho!”.
• “Já lhe falei: não importa quando você vai tomar o medicamento – 
tanto faz antes ou depois de uma refeição!”.
Quando se trabalha com saúde, é imprescindível ter atenção ao falar 
com o paciente e colocar-se em seu lugar, buscando ouvir ativamente 
e fazer algumas perguntas esclarecedoras. Uma boa memória é 
importante para o farmacêutico.
29
Para fornecer informações qualificadas ao paciente, é preciso saber 
muitos nomes de medicamentos, seus sinônimos, regras para tomá-los, 
as peculiaridades de seus efeitos, preços etc.
A atenção ao paciente requer a capacidade de encontrar uma 
abordagem: é necessário mostrar compaixão e atenção às pessoas 
tímidas, irritadas (com calma, com camaradagem, com tato), às pessoas 
rudes (contendo-se, mantendo a dignidade).
Referências
COALITION FOR NATIONAL HEALTH EDUCATION ORGANIZATIONS (CNHEO). Code 
of Ethics for the Health Education Profession Preamble. 2020. Disponível em: 
https://www.sophe.org/careerhub/ethics/. Acesso em: 2 jan. 2022.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF). Código de ética farmacêutica. 
ConScientiae Saúde, São Paulo, v. 3, p. 139-145, 2004.
FRANCER, J. et al. Ethical pharmaceutical promotion and communications worldwide: 
codes and regulations. Philos. Ethics, Humanit. Med., [s.l.], v. 9, p. 7, 2014.
KUSUMANINGRUM, D. E.; SUMARSONO, R. B.; GUNAWAN, I. Professional Ethics and 
Teacher Teaching Performance: Measurement of Teacher Empowerment with a Soft 
System Methodology Approach. Int. J. Innov. Learn., [s.l.], v. 5, n. 4, 2019.
PHARMD. Code of Ethics for Pharmacists. Am Pharm Assoc, [s.l.], v. 27, p. 2010, 
1994.
SOARES, F. J. P.; SHIMIZU, H. E.; GARRAFA, V. The Brazilian Code of Medical Ethics: 
Ethical and bioethical limits. Rev. Bioét., [s.l.], v. 25, n. 2, 2017.
SULTONI, G. I.; SARI, D. N. Pengaruh Etika Profesional terhadap Pembentukan 
Karakter Mahasiswa. JAMP: Jurnal Adminitrasi dan Manajemen Pendidikan, [s.l.], 
v. 1, n. 3, p. 279-283, 2018.
30
Requisitos legais para empresas 
farmacêuticas
Autoria: Andressa Keiko Matsumoto
Leitura crítica: Veronica Cristina Gomes Soares
Objetivos
• Aprender sobre os documentos obrigatórios para 
legalizar o estabelecimento farmacêutico.
• Conhecer os órgãos fiscalizadores responsáveis.
• Compreender as adequações necessárias para que o 
farmacêutico desenvolva as suas atividades na área 
de atuação.
31
1. Documentos necessários para legalizar os 
estabelecimentos farmacêuticos
Farmácias privadas e drogarias constituem um grande número de 
estabelecimentos em atendimento ao público, que devem operar em 
conformidade com a legislação, de acordo com os requisitos definidos 
pelos órgãos fiscalizadores e o Código de Ética profissional.
Qualquer estabelecimento farmacêutico deve apresentar licenciamento 
e autorização das autoridades competentes locais, como conselhos e 
vigilância sanitária. Os documentos considerados obrigatórios (Figura 
1) devem ser mantidos no estabelecimento mediante renovação para 
a permissão da continuidade das atividades, mantendo em dia os 
requisitos exigidos pela fiscalização. Portanto, é importante saber quais 
são esses documentos e os órgãos responsáveis pela emissão.
Figura 1 – Documentosobrigatórios para o funcionamento 
adequado de farmácias e drogarias.
Fonte: elaborada pela autora.
O primeiro documento é a Certidão de Regularidade (CR), que comprova 
nome, inscrição no conselho regional e horário de permanência dos 
farmacêuticos no estabelecimento (técnico responsável e assistente). 
Esse documento deve estar sempre anexado em local visível e de fácil 
acesso.
Essa CR é sempre aviada pelo conselho de farmácia da região, ela 
apresenta validade de um ano, sendo obrigatório a renovação anual 
com os mesmos dados apresentados, ou atualizando esses dados em 
caso de substituição ou desligamento do profissional. Um dos objetivos 
32
desse documento é a facilidade em contatar o farmacêutico mediante 
necessidade, em questões relacionadas ao cotidiano vinculadas às 
atividades de responsabilidade do profissional (BIDOIA, 2015).
Outro documento exigido é o Laudo de Vistoria, emitido pelo corpo 
de bombeiros apenas depois dos riscos no local terem sido avaliados. 
Nessa justificativa deve ser inserido os tipos eminentes de incêndios 
do estabelecimento e os tipos de extintores que são indicados para 
solucionar tais problemas.
As saídas indicativas de emergência, onde se localizam os extintores 
e o isolamento que deve ser demarcado, treinamentos e informações 
de segurança aos funcionários devem constar nesse Laudo de Vistoria. 
Ele deve ser submetido à revisão em casos de mudanças na parte física 
estrutural do estabelecimento, e no caso inserções que envolvam novas 
atividades e equipamentos, visto que esse laudo não apresenta validade 
específica.
Além disso, é obrigatório farmácias e drogarias apresentarem o 
alvará relacionado à localização, a fim de que o funcionamento do 
estabelecimento seja liberado. O alvará relacionado à localização é um 
documento legal que é destinado aos farmacêuticos gestores depois de 
realizada a entrega da documentação exigida, que comprove o endereço 
e as atividades que serão realizadas de forma específica no local.
Dessa forma, o farmacêutico responsável deve protocolar o documento 
que comprove o endereço e colocar os detalhes em formulários, as 
atividades que serão exercidas no estabelecimento (como dispensação, 
manipulação, aplicação de injetáveis etc.). De modo geral, o Laudo de 
Vistoria e o alvará relacionado à localização são dois documentos que se 
completam, mas são distintos, podendo mudar os critérios para obtê-
los, dependendo da unidade federativa.
33
A Autorização Especial (AE) é exigida para as farmácias e drogarias 
que ofertam específicas atividades vinculadas à medicamentos que se 
enquadram na portaria 344/98. Ou seja, o farmacêutico responsável 
deve fazer uma declaração de quais atividades são realizadas, como a 
manipulação, a aquisição, a venda, entre outras (BIDOIA, 2015).
Cada atividade exige atuações específicas. A atualização no Sistema 
Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) de 
dispensação de medicamentos psicotrópicos, por exemplo, é um auxílio 
informatizado no controle da entrada e da saída de medicamentos 
controlados. Ela permite uma maior rastreabilidade e segurança, 
evitando divergências no estoque (BIDOIA, 2015).
Compreender a obrigatoriedade desses documentos e quais são 
necessários para o funcionamento adequado dos estabelecimentos 
farmacêuticos é de responsabilidade do profissional farmacêutico 
gestor, evitando problemas com órgãos fiscalizadores. Dessa forma, é 
importante que o farmacêutico acompanhe as atividades e a validação 
de toda documentação exigida.
Para garantir o cumprimento das obrigações exigidas para o 
funcionamento adequado e atividades de saúde que não oferecem risco 
ao paciente, é preciso uma fiscalização rigorosa e constante, cabendo ao 
conselho regional (CRF) tais atividades desde que foi criado, conforme 
a Lei nº 3.820, de 11 de novembro de 1960. O CRF deve identificar as 
infrações cometidas pelo profissional e aplicar processos dentro da ética 
disciplinar, além de desenvolver ações em conjunto com a ANVISA e 
outros órgãos competentes (BIDOIA, 2015).
Outro órgão fiscalizador é a vigilância sanitária (VISA) municipal que 
avalia a documentação, as instalações do local e as práticas exercidas. 
Além da licença e o alvará sanitário exigido pela VISA, é preciso conter 
impressões de cópia de documentação que descrevem as atividades 
realizadas, as responsabilidades, os serviços ofertados, treinamentos e 
34
descarte de resíduos (são manuais que se enquadram nas boas práticas 
farmacêuticas) (ANVISA, 2009).
1.1 Fiscalização das atividades farmacêuticas
A profissão farmacêutica passa a ter novos rumos com as atividades 
sendo regulamentadas e possivelmente exercidas pelos farmacêuticos, 
como é o caso da RDC nº 44/2009, correspondente às boas práticas na 
atuação em farmácia, a qual também trata da demanda de serviços 
pelo profissional farmacêutico, apresentados na Figura 2 (FLEXA et al., 
2021). Essa atenção do farmacêutico acentua as farmácias como um 
estabelecimento da área de saúde, auxiliando a sociedade a considerar 
como um estabelecimento de saúde, visto que o farmacêutico é o 
elo, a ponte, entre o prescritor e o paciente, auxiliando no tratamento 
farmacoterapêutico e realizando o atendimento de maneira mais 
humanizada. É importante lembrar que a aferição de parâmetros 
bioquímicos e fisiológicos nas farmácias não caracterizam diagnóstico 
e não substituem os exames laboratoriais, sendo necessário o paciente 
realizar consulta médica para tal finalidade.
Figura 2 – Serviços farmacêuticos ofertados.
Fonte: elaborada pela autora.
35
Sobre os serviços ofertados na farmácia é permitido que se cobre, 
porém, é preciso buscar sempre os benefícios aos pacientes advindos 
desses serviços, essa possibilidade de cobrança ocorre desde que 
permita o regime da fiscalização do estabelecimento, não sendo o 
farmacêutico que recebe pelo serviço, mas o local.
Cabe ao estabelecimento decidir cobrar ou não pelos serviços 
farmacêuticos, mas caso ele cobre, estará sujeito ao Imposto sobre 
Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), sendo aplicado pelos Municípios 
e pelo Distrito Federal, sobre a prestação dos serviços elencados na Lei 
Complementar 116/2003. Isso inclui os serviços de saúde, assistência 
médica, cuidados pessoais, educação, ensino, lazer e entretenimento, 
biotecnologia, entre outros. As tarifas variam de acordo com os 
municípios, mas o Governo Federal fixou o valor mínimo em 2% e o 
máximo em 5%.
Na aplicação de preços deve-se levar em consideração que o valor 
do medicamento dispensado incidirá o Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços, e no serviço prestado (como aplicação do 
medicamento injetável) incidirá o ISSQN.
A rotina em estabelecimentos farmacêuticos deve ser explicada com 
detalhes, seguindo as boas práticas em farmácia. É preciso elaborar os 
procedimentos operacionais padrão (POPs), um conjunto de instruções 
passo a passo compiladas por uma organização para ajudar os 
trabalhadores realizarem operações de rotina (ANVISA, 2009). Os POPs 
visam alcançar eficiência, qualidade de produção e uniformidade de 
desempenho. Os POPs também podem fornecer aos funcionários uma 
referência a práticas, atividades ou tarefas comerciais comuns, além 
disso, novos funcionários usam esses procedimentos para responder 
a perguntas sem ter que interromper os supervisores para perguntar 
como uma operação é realizada.
36
De modo geral, os POPs precisam refletir como a farmácia ou drogaria 
opera, dessa forma, não precisam ser complicados, mas devem ser 
escritos em um formato conciso, passo a passo e fácil de ler. Cada 
atividade deve conter um procedimento descrito, revisado e assinado 
pelo farmacêutico.
A RDC nº 44/2009 apresenta que, para o profissional farmacêutico 
atuar em drogarias e farmácias, oferecendo seus serviços, é preciso 
da liberação de órgãos sanitários da região. Portanto, é necessário 
consultar primeiro a agência de supervisão de saúde da região, a fim 
de avaliar se os serviços ofertadosapresentam as exigências mínimas 
(ANVISA, 2009).
Durante a rotina de fiscalização do conselho de farmácia, é exigida 
a verificação de alguns documentos do estabelecimento, como a 
regularidade no CRF, o licenciamento que comprove as regularidades 
frente à VISA municipal e ANVISA, todos os POPs devidamente 
atualizados, o manual que explica todas as boas práticas da profissão 
farmacêutica e um plano que rege o gerenciamento de resíduos (PGRSS), 
conforme a RDC 306/04. Lembrando que o RT tem a responsabilidade de 
elaborar e revisar toda essa documentação (BIDOIA, 2015).
O fiscal do CRF ainda pode pedir para verificar o CR e registro que 
comprove a regularidade técnica, o qual é emitido pelo CRF, sendo um 
documento obrigatório para todas as farmácias e drogarias, garantindo 
a presença de um farmacêutico RT no estabelecimento.
A vigilância no ato da inspeção pode exigir os POPs relacionados a cada 
atividade; os registros que constam o treinamento dos funcionários; 
os serviços farmacêuticos ofertados; o conteúdo dos POPs informado 
a todos os funcionários; os programas voltados ao combate de 
pragas (roedores e insetos); a manutenção e a calibragem de todos 
os equipamentos e o manual de boas práticas. A vigilância avalia, 
37
também, o credenciamento no SNGPC (quando necessário), entre outros 
requisitos que podem ser exigidos pelo fiscal para avaliação.
Sobre a aquisição de produtos em farmácias e drogarias, é permitido 
apenas os que forem regularizados pela ANVISA, precisando apresentar 
tal regularidade no registro, no cadastro ou na notificação. Cabe aos 
estabelecimentos esclarecerem e documentarem os critérios elaborados 
para garantir que o produto de aquisição tenha qualidade e origem de 
distribuidores autorizados legalmente.
A licença sanitária pode ser consultada através de um sistema de 
informação (SIVISA), coordenado pelo Centro de VISA, que fornece bases 
de informações para que os indicadores sejam avaliados, garantindo a 
qualidade de serviços e produtos. Além da licença sanitária, durante o 
processo de qualificação dos fornecedores, é exigido o CR e AFE para 
empresas que fornecem a distribuição, o transporte e o armazenamento 
de medicamentos controlados.
No ato da fiscalização, todos os documentos devem ser entregues pelo 
farmacêutico RT, pois é vedado ao fiscal abrir armários ou se apossar 
de qualquer documento que não seja entregue pelo farmacêutico 
responsável. Por isso, é indicado que haja um local de fácil acesso com 
esses documentos e sempre organizados e atualizados, isso facilita a 
inspeção, caso seja solicitado, e demonstra maior responsabilidade do 
profissional.
Além dos cuidados que os fiscais devem ter no estabelecimento, como 
áreas restritivas ao seu e ações de cunho invasivo, a resolução nº 648 
de 2017 aponta que é vedado aos fiscais do CRF recolher produtos para 
análises, exercer atividade de cunho político e social, lavrar multas ou 
notificações, realizar outras atividades concomitantes à fiscalização, 
sendo esse cargo considerado exclusivamente de sua dedicação.
38
O relatório que consta a inspeção deve ser emitido no momento da 
fiscalização e qualquer tipo de infração identificada ou irregularidade 
frente legislações vigentes deve estar devidamente documentada e 
formalmente e detalhada, como solicitação do fiscal, redigida de forma 
breve e que se possa compreender facilmente. Lembre-se que para essa 
documentação não é permitida retificação, tornando-a nula, caso ocorra.
Assim como o estabelecimento precisa ser fiscalizado, todos os 
equipamentos e materiais utilizados devem ser cadastrados, notificados, 
registrados ou legalmente isentos de tais exigências na Anvisa. Os 
equipamentos devem ser calibrados periodicamente e efetuadas as 
devidas manutenções corretivas e preventivas, isso inclui o termômetro, 
a balança disponível no estabelecimento, esfigmomanômetro, 
refrigerador (caso seja usado para armazenar medicamentos 
termolábeis), entre outros. Os registros vinculados à manutenção e 
calibragem correspondentes devem ser mantidos na empresa.
Segundo o Artigo 61, Parágrafo 4º da RDC Anvisa Nº 44/2009:
A oferta de serviços da área farmacêutica em drogarias e farmácias devem 
ser previamente verificadas pelas autoridades sanitárias para verificar se 
atendem aos requisitos básicos estabelecidos nesta resolução, desde que 
não prejudiquem o disposto na regulamentação sanitária complementar 
da região. (ANVISA, 2009, [s.p.])
Portanto, é necessário consultar primeiro a agência de supervisão 
de saúde onde se deve averiguar os requisitos básicos para a oferta 
de tais serviços. Após a monitorização do órgão fiscalizador e a sua 
homologação, para formalização, o serviço de farmácia deve ser 
indicado no alvará da agência.
É vedado o uso do ambiente da farmácia e outros, como a drogaria, para 
qualquer fim que não o disposta na licença. Seguindo as orientações da 
RDC nº 44/2009, Anvisa, os serviços de farmácia devem ser prestados 
por profissionais devidamente treinados e devem obedecer às decisões 
39
da Comissão Federal e CRF (ANVISA, 2009). Outras resoluções embasam 
a legalidade das atividades farmacêuticas, como a RDC 499/2008, RDC 
585 e 586 de 2013 (Figura 3).
Figura 3 – Considerações das resoluções 499/08, 585/13 e 586/13
Fonte: elaborada pela autora.
Em 2014, a Lei nº 13.021 foi aprovada. Ela prevê o exercício e 
supervisão de produtos farmacêuticos, garantindo que as farmácias 
são estabelecimentos de saúde e deixando claro que há necessidade 
e é exigida a presença de um farmacêutico profissional para o 
funcionamento legal do estabelecimento (FLEXA et al., 2021).
No Brasil, avanços têm sido notados com as atividades proporcionadas 
pelo profissional farmacêutico no âmbito do atendimento clínico, 
especialmente em hospitais, nos quais ele tem se mostrado cada vez 
mais eficaz devido às intervenções propostas para obter resultados não 
40
só para os pacientes, ao melhorar os parâmetros, mas também para os 
serviços de saúde, contribuindo para a redução de custos com as ações 
farmacoeconômicas (TIGUMAN; JUNIOR, 2020).
As farmácias comunitárias no Brasil não são obrigadas por lei a serem 
propriedade de farmacêuticos. No entanto, os farmacêuticos são 
obrigados a estar presentes nas farmácias durante o período funcional e 
todos devem estar registrados no Conselho de Farmácia da região onde 
reside (HALILA et al., 2015).
No ambiente de farmácia, não há exigência de espaço para atender os 
pacientes sentados, embora isso seja importante para mais qualidade 
no processo de dispensação. A existência de computadores com acesso 
à internet, embora não seja obrigatória, é importante para efetuar 
pesquisas e consultas sobre medicamentos.
Os medicamentos sem prescrição são aprovados pelas autoridades 
de saúde para tratar doenças e sintomas menores, de acordo com 
a Organização Mundial da Saúde (OMS). Conhecidos de forma 
internacional como over-the-counter (OTC), estão disponíveis sem receita 
devido à sua segurança e eficácia, se usados conforme as orientações 
disponíveis nas bulas e nos rótulos. No entanto, esses medicamentos 
não são isentos de riscos. Portanto, é importante o aconselhamento do 
farmacêutico na hora da compra para promover o uso seguro desses 
medicamentos (HALILA et al., 2015).
No Brasil, a maioria das farmácias armazena medicamentos OTC no 
balcão, embora a ANVISA permita que eles estejam nas prateleiras 
ao alcance dos clientes. Assim, para ser comprado é necessário ter a 
orientação do farmacêutico.
Portanto, para que cada farmacêutico forneça da melhor forma o 
aconselhamento adequado ao paciente, no momento da dispensação do 
medicamento e da OTC, ele precisa ter acesso a informações atualizadas 
41
e confiáveis sobre os medicamentos (HALILA et al., 2015). O acesso às 
informações a respeito dos medicamentos e a participação em educação 
permanente são essenciais nesse contexto. Assim, o principal objetivo 
do desenvolvimento profissional contínuo é melhorar a qualidadedos 
trabalhos disponibilizado pelos farmacêuticos comunitários.
Atualmente, no Brasil assim como em outros países, o farmacêutico 
comunitário tem assumido novas funções, como a prescrição 
medicamentosa, a prática vista como forma de reduzir os custos da 
saúde, a melhoria no acesso disponível aos pacientes, a diminuição do 
número de consultas não urgentes aos serviços de emergência e, ainda, 
a de enfatizar os benefícios da atuação farmacêutica no cuidado à saúde 
com a comunidade regional.
No entanto, entre os países, existem diferenças nos modelos 
utilizados em prescrição feitos pelos farmacêuticos, bem como na 
interpretação do termo. O modelo adotado no Brasil é de prescrição 
dependente. Ele foi divulgado na RDC 586/13 do Conselho farmacêutico 
federal, estabelecendo que os farmacêuticos poderiam prescrever 
medicamentos embasando-se nos pacientes e suas necessidades, com 
foco nas evidências mais significativas de cunho científico (CFF, 2021).
A resolução considera isso como uma atribuição feliz à atuação do 
farmacêutico clínico; a prescrição de medicamentos cuja dispensação 
não exija receita médica (OTC). Ainda assim, o farmacêutico tem a 
capacidade de prescrever medicamentos que exijam prescrição médica, 
sob a condição prévia de diagnóstico e somente quando previstos 
em protocolos (CFF, 2021). Nesse cenário, o farmacêutico precisa se 
qualificar por meio de cursos de pós-graduação.
Ao longo do tempo a profissão vem ganhando espaço na saúde, 
conquistando atribuições que competem exclusivamente ao 
farmacêutico, como o cuidado com o medicamento unido ao 
atendimento ao público. Desse modo, é importante buscar a melhoria 
42
no entendimento e fazer, de forma adequada, a prescrição realizada 
pelo profissional farmacêutico, a qual encontra-se na legislação em 
vigência, seja de âmbito sanitário e/ou profissional. A RDC 586/13 traz 
inovações por considerar como complemento, no âmbito clínico, o ato 
de realizar prescrição pelo farmacêutico. Ela estabelece, também, limites 
e a exigência em documentar e aplicar avaliações das prescrições (CFF, 
2021).
A prescrição farmacológica não é uma tarefa simples; requer 
experiência significativa para aplicar habilidades relacionadas à terapia 
medicamentosa, embora esse tipo de conhecimento os farmacêuticos 
possam desenvolver. É importante o profissional ter a ciência que seu 
trabalho é caracterizado como um serviço prestado dentro da área de 
saúde, buscando sempre agir conforme a ética profissional e de maneira 
humanizada, visando a promoção do uso racional de medicamento, 
segurança e eficácia da terapia medicamentosa avaliada.
Referências
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da diretoria colegiada- 
RDC nº 44, de 17 de agosto de 2009. Disponível em: https://website.cfo.org.br/wp-
content/uploads/2010/02/180809_rdc_44.pdf Acesso em: 2 set. 2021.
BIDOIA, F. O. Orientação aos farmacêuticos sobre a fiscalização do CRF. 2015. 
Disponível em: https://www.farmaceuticas.com.br/orientacao-aos-farmaceuticos-
sobre-a-fiscalizacao-do-crf/. Acesso em: 16 set. 2021.
BRASIL. Lei complementar nº 116, de 31 de julho de 2003. Dispõe sobre o 
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza, de competência dos Municípios e 
do Distrito Federal, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 
1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp116.htm. 
Acesso em: 2 jan. 2022.
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Cria o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Farmácia. Brasília, DF: 
Presidência da República, 1960. Disponível em: https://www.cff.org.br/pagina.
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BRASIL. Lei nº 13.021, de 8 de agosto de 2014. Dispõe sobre o exercício e a 
fiscalização das atividades farmacêuticas. Brasília, DF: Presidência da República, 
https://www.farmaceuticas.com.br/orientacao-aos-farmaceuticos-sobre-a-fiscalizacao-do-crf/
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43
2014. Disponível em: planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/lei/l13021.htm. 
Acesso em: 2 jan. 2022.
BRASIL. Portaria nº 344, de 12 de maio de 1998. Aprova o Regulamento Técnico 
sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. Brasília, DF: 
Presidência da República, 1998. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/
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BRASIL. Resolução RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o 
Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. 
Brasília, DF: Presidência da República, 2004. Disponível em: https://bvsms.saude.
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Brasília, DF: Presidência da República, 2017. Disponível em: https://www.in.gov.br/
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resolucao-n-648-de-30-de-agosto-de-2017-19349282. Acesso em: 2 jan. 2022.
CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF). Resolução nº 499, de 17 de dezembro 
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CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA (CFF). Resolução nº 586 de 29 de agosto de 
2013. Disponível em: https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf. 
Acesso em: 2 jan. 2022.
FLEXA, G. S. et al. Clinical pharmacy in Brazil: a bibliometric analysis. International 
Journal of Development Research, [s.l.], v. 11, n. 4, p. 46020-46023, 2021.
HALILA, G. C. et al. The practice of OTC counseling by community pharmacists in 
Paraná, Brazil. Pharmacy Practice, [s.l.], v. 13, n. 4, p. 597, 2015.
TIGUMAN, G. B.; JUNIOR, R. M. Economic impact of pharmaceutical interventions 
on healthcare services from Brazil: a systematic review. Revista Brasileira de 
Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, [s.l.], v. 11, n. 4, p. 0512, 2020.
https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/586.pdf
44
A responsabilidade técnica do 
profissional farmacêutico
Autoria: Andressa Keiko Matsumoto
Leitura crítica: Veronica Cristina Gomes Soares
Objetivos
• Conceituar o farmacêutico responsável técnico e 
suas atribuições.
• Discutir as leis e resoluções que embasam 
a responsabilidade técnica do profissional 
farmacêutico.
• Conhecer o perfil do farmacêutico responsável 
técnico.
45
1. O farmacêutico responsável técnico em 
farmácia pública e privada
O sistema que rege a saúde é dividido em público e privado, mas 
os prestadores privados fornecem serviços ao setor público com 
remuneração através do governo e sem custo para os usuários. O 
setor privado é autorizado, regulamentado e fiscalizado com regras 
semelhantes às do setor público.
Farmácias comunitárias públicas existem tanto em local isolado quanto 
em parte de um centro de saúde multiprofissional. Quando em locais 
isolados, as farmácias comunitárias públicas são mais propensas a 
ter um farmacêutico (por 8 horas nos dias úteis) (MELO et al., 2021). 
Porém, na maioria dos casos, esses farmacêuticos não são considerados 
formalmente parte de uma equipe constituída por vários profissionais, 
eles têm acesso apenas às prescrições dos pacientes, não podendo 
consultar ou escrever no prontuário dos pacientes.
As farmácias comunitárias públicas localizadas em centros de saúde, 
muitas vezes, estão sob a supervisão de um profissional de saúde que 
não é farmacêutico (geralmente um enfermeiro) e frequentemente não 
têm farmacêutico responsável. No entanto, os farmacêuticos, quando 
fazem parte do quadro dessa farmácia, são geralmente considerados 
parte de uma equipe constituída por vários profissionais com acesso 
para consultar e anotar o médico dos pacientes (MELO et al., 2021).
No Sistema Único de Saúde (SUS) o farmacêutico torna-se responsável 
pela gestão da farmácia, envolvendotodo o ciclo de assistência 
farmacêutica (AF), da seleção à dispensação, elaborando estratégias 
para manter o estoque de medicamentos com qualidade e melhor 
custo-benefício, buscando evitar sobras e faltas. O farmacêutico no 
setor público também pode atuar de forma direta no atendimento 
aos pacientes fornecendo todas as orientações pertinentes da 
46
farmacoterapia, auxiliando na melhor adesão ao tratamento. A atuação 
farmacêutica na saúde pública é vista de forma positiva pelo Ministério 
da Saúde, sendo esse um profissional indispensável.
Para realizar a AF no setor público é necessário, no mínimo, um 
farmacêutico com a carga horário de 8 horas/dia para cada 7 mil 
habitantes, mas podem ser feitas adequações de acordo com a realidade 
do território, como a quantidade de prescrições recebidas por dia, 
quantas equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) a unidade básica 
possui, entre outras condições. Contudo, a nomeação do cargo ocorre 
através de concurso público ou nomeação por cargo comissionado 
(MURO et al., 2013).
Enquanto as farmácias comunitárias privadas podem vender qualquer 
medicamento, as farmácias públicas dispensam gratuitamente somente 
medicamentos custeados pelo SUS, sendo que na parte ambulatorial, 
são dispensados para tratamento de agravos e doenças aqueles 
medicamentos que se encontram padronizados na Relação Nacional de 
Medicamentos (RENAME), podendo cada estado e município elaborarem 
suas próprias listas embasando-se na RENAME.
Em contrapartida, as farmácias comunitárias privadas são o ambiente 
de saúde mais acessível do país, porém, as informações sobre suas 
atividades, prestadas aos governos municipal, estadual e federal, 
limitam-se aos dados dos medicamentos controlados que são 
dispensados, sendo necessário a figura do farmacêutico Responsável 
Técnico (RT).
A fim de permitir que cada farmacêutico cumpra as atividades 
estabelecidas em leis e resoluções vigentes, consideradas fundamentais 
sobre a direção futura do crescimento dos serviços ofertados pelo 
profissional, mudanças na legislação e nas funções dos farmacêuticos 
foram necessárias. Inerente a eles estava a necessidade de os 
farmacêuticos trabalharem com mais flexibilidade na oferta de serviços, 
47
delineando uma nova função, a de farmacêutico RT. O RT, no setor 
privado, seria o farmacêutico responsável por garantir o funcionamento 
seguro e eficaz da farmácia e demais estabelecimentos (drogarias, 
laboratórios etc.).
O farmacêutico responsável pelo estabelecimento, de acordo com 
a legislação em vigor (RDC nº 577/13), assume a orientação técnica 
ou responsabilidade técnica da empresa ou instituição perante o 
respectivo comitê regional de farmácia (CRF) e o órgão fiscalizador de 
saúde. Ele fica responsável pela implementação, pela supervisão e 
pela coordenação dos mais variados serviços técnicos e científicos da 
empresa ou instituição. Ele também deve respeitar as recomendações 
da legislação trabalhista ou acordos trabalhistas (CFF, 2013).
O farmacêutico RT é nomeado pelo proprietário da farmácia 
como responsável pela venda e fornecimento de uma variedade 
de medicamentos nas instalações registradas. Uma farmácia não 
pode funcionar sem esse profissional, que é o responsável pelo 
funcionamento seguro e eficaz do estabelecimento. É obrigatório 
realizar o Ingresso de Responsabilidade Técnica (IRT), procedimento feito 
pelo representante que responde de forma legal pelo estabelecimento 
que já esteja registrado no CRF. Para efetuar o IRT é preciso preencher 
dois documentos de cunho obrigatório:
• Requerimento, termo e um quadro que contenha os horários do 
estabelecimento.
• Termo que contenha o compromisso residencial e a declaração 
das atividades, sendo elas a do diretor técnico, do assistente e do 
substituto.
Só pode haver um responsável por vez, e um RT não pode ser 
responsável por mais de um estabelecimento no mesmo horário. 
De acordo com a Lei 5991/73, o farmacêutico pode assumir as 
48
responsabilidades de duas farmácias, sendo uma comunitária 
(comercial) e a outra hospitalar, em períodos distintos. Quanto às 
atribuições em ambos os estabelecimentos, se você for o farmacêutico 
responsável, você precisará (CFF, 2013):
• Garantir o funcionamento seguro e eficaz da farmácia.
• Exibir um aviso (Certificado de Regularidade Técnica – CRT) 
com seu nome, número de registro e o fato de que você é o 
responsável, no momento, pela farmácia.
• Preencher o registro da farmácia para identificar que você é o 
farmacêutico responsável pela farmácia no momento.
• Estabelecer (se ainda não estiver estabelecido) e manter sob 
revisão os procedimentos de farmácia para um trabalho seguro.
• Desenvolver todos os procedimentos de farmácia (também 
conhecidos como procedimentos operacionais padrão) exigidos.
O CRT é emitido pelo CRF, sendo importante porque permite ao paciente 
e ao público identificar o farmacêutico responsável pelo funcionamento 
seguro e eficaz da farmácia credenciada.
Caso o farmacêutico RT precise faltar, ele deverá preencher o registro da 
farmácia, no mínimo deve registrar a data da ausência; a hora em que a 
ausência começou (ou seja, a hora na qual o farmacêutico responsável 
saiu da farmácia); e o momento no qual o farmacêutico responsável 
retornou às instalações da farmácia registrada. O empregador/
proprietário da farmácia pode querer que o RT registre outras 
informações, como o motivo da ausência.
Para se ausentar, o farmacêutico RT deve certificar-se de algumas 
situações (Figura 1), além de garantir que a equipe da sua farmácia 
49
tenha informações suficientes enquanto o farmacêutico responsável 
estiver ausente.
Figura 1 – Condições certificadas antes do farmacêutico responsável 
se ausentar
Fonte: elaborada pela autora.
A Lei nº 5.991/73 (CFF, 1973) reconhece que pode haver circunstâncias 
em que um farmacêutico responsável não possa permanecer em 
contato. Se for esse o caso, o RT deve providenciar para que outro 
farmacêutico seja contatável e esteja disponível para fornecer 
aconselhamento (não precisa ser outro farmacêutico responsável).
É de responsabilidade da empresa ou organização, se o farmacêutico 
chefe não estiver presente no momento da inspeção, a apresentação 
do certificado de especificação técnica do farmacêutico substituto 
designado (CFF, 2013).
Em um prazo no máximo de 30 dias, diante da ausência do farmacêutico 
RT, diretor técnico ou assistente técnico a farmácia, bem como do 
farmacêutico substituto, sendo vetado nesse período:
50
I. Dispensar fórmulas de cunho magistral e/ou oficiais.
II. Dispensar medicamentos com retenção de receita ou sujeitos à 
regime
III. especial de controle.
IV. Fracionar medicamentos.
V. Realizar a intercambialidade.
VI. Executar serviços farmacêuticos.
VII. Realizar quaisquer atividades privativas do farmacêutico.
Lembrando que o RT não deve devagar sua função a outro profissional, 
devendo exercer as atividades atribuídas ao seu cargo. Também cabe ao 
responsável assegurar que o livro no qual se registra os medicamentos 
controlados esteja devidamente assinado e em ordem, segundo as 
leis vigentes e o regulamentado, pela ANVISA, além de todo o sistema 
informatizado (CFF, 2013).
Para exercer a atividade de RT, o profissional deve estabelecer o 
escopo da função e as responsabilidades que terá como farmacêutico 
responsável e tomar todas as medidas razoáveis para esclarecer 
quaisquer ambiguidades ou incertezas com o proprietário do local, 
farmacêutico superintendente ou outra pessoa delegada.
É de suma importância que se tenha em mente só assumir o papel de 
farmacêutico responsável se estiver dentro do potencial profissional do 
indivíduo. Contudo, deve-se garantir o funcionamento seguro e eficaz da 
farmácia e garantir que todos os registros estejam de acordo, antes de 
poder realizar atividades operacionais.
O registro da farmácia é um documento legal importante que mostra 
quem é o farmacêutico responsável em qualquer data e hora, ele deve 
ser elaborado

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