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RESPONSABILIDADE CIVIL - aula 03

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Assunto : RESPONSABILIDADE CIVIL - DISCIPLINA : DIREITO PARA ENGENHEIRO
Profª Eliane Dourado de Barros Lima
1- Conceito – é aquela referente à responsabilidade civil do Estado por danos provocados a particulares. Isso ocorre porque em uma sociedade na qual o Estado atua em diversas áreas e se faz presente na vida cotidiana, inevitavelmente excessos, descuidos, ou mesmo omissão do Estado podem vir a provocar dano ao patrimônio do indivíduo. Sendo assim, regras são postas pelo ordenamento jurídico com o objetivo de salvaguardar o patrimônio do lesado.
Vale lembrar que a responsabilidade é autônima, o que não impede que a responsabilidade seja de natureza, penal, administrativa ou civil.
Responsabilidade Civil é a responsabilidade patrimonial extracontratual do Estado e obrigação que lhe incumbe de reparar economicamente os danos lesivos a outrem em decorrência de comportamentos unilaterais, lícitos ou ilícitos,comissivos ou omissivos. Embora o comportamento possa ser lícito é possível que dele advenha um dano ao particular, nascendo a obrigação de indenizar.
Ex.Uma prefeitura resolve ampliar uma via pública, e constatou-se que a elevação da pista, deixou alguns imóveis em nível inferior a pista, causando visível prejuízo aos proprietários. Trata-se de uma ação lícita do Estado, mas que provocou a obrigação de indenizar os lesados.
A responsabilidade civil da Administração Pública evidencia-se na obrigação que tem o Estado de indenizar os danos patrimoniais ou morais que seus agentes, atuando em seu nome ,ou seja, na qualidade de agente público causem à esfera juridicamente tutelada dos particulares. Não se confunde com a responsabilidade penal, que resulta da prática de crimes ou contravenções e a responsabilidade administrativa, que decorre de infração das leis ou regulamentos.
2- Elementos que caracterizam a responsabilidade civil:
Fato danoso
Dano
Nexo causal
Sem a presença desses elementos resta desconfigurada a obrigação do Estado de indenizar. Se houver um dano ao particular provocado por ação ou omissão e não ficar provado o nexo causal, não existirá a obrigação de indenizar. 
Ex. Suponhamos uma situação na qual ocorra um apagão por problemas técnicos na empresa concessionária de energia elétrica. Este fato provocou danos em vários eletrodomésticos. Neste caso, cabe aos proprietários dos aparelhos danificados requererem a indenização ao Estado. No entanto, tal indenização só será devida, se ficar comprovado o nexo causal, ou seja, se a variação da rede elétrica provocou o dano nos aparelhos. O ônus probatório cabe ao particular lesado.
Porem, nem sempre foi assim. A primeira teoria chamava-se Teoria da Irresponsabilidade civil do Estado. Baseava-se na ideia do Estado soberano,absoluto, pouco importando o dano causado , sem o direito a indenização, pois o Estado jamais pode errar.O Brasil não chegou a adotar esta teoria. Posteriormente, adotou-se a Teoria da Responsabilidade por culpa do agente, responsabilidade por atos de gestão. Nasce a obrigação de o Estado indenizar sempre que o serviço público não funcionasse ou funcionasse mal. Desta forma, deverá ser configurado o dolo ou a culpa ( negligencia, imprudência ou imperícia ) para que possa nascer a obrigação de indenizar. Posteriormente surge a Teoria Objetiva do Estado, que independe de dolo ou culpa., na qual o Estado teria sempre que indenizar. Ex.Uma pessoa com problemas mentais, joga-se deliberadamente na frente de um ônibus de uma empresa estadual, resultando em ferimentos fatais.
Esta teoria foi substituída pela teoria do risco administrativo, na qual a obrigação de indenizar o dano apenas daquele ato lesivo causado à vitima pela Administração. Por esta teoria, a empresa estadual de transporte não deverá indenizar a vitima , por não ter concorrido para o acidente que trouxe a vítima fatal.
3- A Responsabilidade Civil na Constituição atual:
Art. 36 – “ As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviço público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra os responsável nos casos de dolo ou culpa”. No caso da responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público e as pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços público, cabe lembrar que essa responsabilidade não atinge as pessoas jurídicas de direito privado que atuam na atividade econômica. Essas empresas não se submetem aos parâmetros da responsabilidade civil do Estado, mas sim a responsabilidade contratual pelo Código Civil.
A responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público e das pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviço público é dita objetiva porque independe de dolo ou culpa. Para que seja promovida a devida indenização, basta que a vítima faça prova do nexo causal existente entre o fato e o dano ocorrido, este dano deverá ser produzido por um agente do Estado que deverá esta investido nessa condição. Ex. Um motorista da Secretaria de Educação resolve levar o carro da secretaria para sua casa no sábado à noite e provoca uma colisão, e não há que falar em responsabilidade civil do Estado.
Sempre há de se falar no nexo causal para que haja responsabilidade objetivo do Estado em indenizar. Ex. Imóvel situado nas imediações do presídio. Ocorre uma fuga de detentos e uma semana depois o referido imóvel é assaltado, não tendo sido identificado os bandidos. Neste caso, não há que se falar em responsabilidade civil do Estado por que não se comprovou o nexo causal entre o fato ( fuga dos presos ) e o dano ( arrombamento da casa).
A CF também estabeleceu outra situação na qual a responsabilidade do Estado será objetiva, independente da existência de dolo ou culpa, é o caso da indenização as vítimas de danos nucleares, independente da existência de culpa.
4- A reparação do dano
Após o acontecimento danoso, caberá ao particular pleitear a sua devida indenização. Poderá fazê-lo de duas maneiras: amigavelmente, mediante requerimento administrativo, ou judicial,por meio de ação de indenização. Cabe ao particular demonstrar o quantium da indenização, ou seja, o dano, o que deixou de ganhar e o que perdeu, o dano emergente e o lucro cessante, juros, correção e honorários advocatícios. A ação regressiva que o Estado deve propor contra o causador do dano não tem prazo prescricional. Art. 37 da CF/88.
A vítima deve entrar com ação indenizatória contra o Estado e o Estado, após o pagamento da indenização, pode entrar com ação regressiva contra o agente.
5 -Ação Regressiva
Uma vez indenizada a lesão da vítima, fica o Estado obrigada a voltar-se contra o agente causador do dano para haver dele o despendido na ação regressiva, que é uma ação civil de rito ordinário ( simples ). A responsabilidade do agente causador do dano é subjetiva porque depende de dolo ou culpa. Essa ação do Estado de acionar o agente público não prescreve e como ação civil , é destinada à reparação patrimonial e é transmitida aos herdeiros e sucessores do servidor, podendo ser instaurada mesmo após a cessação do exercício do cargo, por aposentadoria ou demissão.
LEMBRETE: o Estado indeniza a vítima
 O agente indeniza o Estado, regressivamente. Ação de natureza civil, transmitida aos herdeiros e sucessores do culpado.
Danos de obras públicas;
Se o dano for causado pelo só fato da obra, quando sua ocorrência deveu-se a fato natural ou imprevisível, sem que tenha havido culpa de alguém. São os danos causados pela própria natureza da obra, sua localização, extensão e sua duração. Nesta hipótese, cabe a Administração responder pelos danos causados. Porem, quando a culpa é do executor, que realiza a obra por sua conta e risco, exclui a responsabilidade da Administração Pública. Caso a Administração, como dona da obra, venha a indenizar o dano, caberá ação regressiva contra o particular, executor da obra. E na hipótese de ambos, o empreiteiro e a Administração haverem concorrido para a ocorrência do dano, haverá redução proporcional da responsabilidade,respondendo para cada um, na medida de sua culpa, pelo dano causado.
6- Hipóteses de exclusão total ou parcial da responsabilidade objetiva.
Há situações nas quais a responsabilidade estará excluída total ou parcialmente. São elas:
a) ocorrência de força maior – são fatos da natureza, como chuva, terremoto, inundações... Neste caso não há como responsabilizar o Estado pelo dano.
b) Caso fortuito- o dano é decorrente de uma situação humana, uma falha da Administração e não há que se falar em exclusão total da responsabilidade.
7- Responsabilidade do Estado por atos legislativos.
Não cabe responsabilização ao parlamento pelo dano causado por ato legislativo editado e vigente. Isso ocorre porque o Poder Legislativo atua investido das suas prerrogativas de soberania ao editar normas gerais e abstratas a toda coletividade. Mas se a norma é declarada inconstitucional, haverá a possibilidade de ressarcimento por parte do Estado ao particular.
8- Responsabilidade por atos do Poder Judiciário.
No caso de decisões judiciais, a exemplo das leis, a regra é a irresponsabilidade. A sentença, também se reveste em ato de soberania e deve ser cumprida, a sentença não pode propiciar qualquer indenização por eventuais danos que possa acarretar às partes ou a terceiros.Uma ressalva deve ser feita diante de condenações pessoais injustas “ O estado indeniza o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença. Em situações excepcionais, o magistrado poderá vir a ser responsabilizado conforme disposto no Código de Processo Civil no seu art. 133., no caso de proceder com dolo ou fraude, ou omitir ou retardar, sem motivo justo providencias que deveria ordenar de ofício ou a requerimento da parte.
No caso de erro judiciário cometido na esfera penal, o Estado pode ser condenado, na esfera civil, a indenizar a vítima do erro.
Ex. de acumulação das responsabilidades civil, administrativas e penal.
O agente público, dirigindo imprudentemente pode colidir o seu veículo com outro do particular e dessa colisão resulta a morte de uma pessoa. Neste caso, poderá o agente responder perante a Administração Pública, pela infração cometida, responderá pelas penalidades disciplinares. Responderá civilmente, perante a Administração, em ação de regresso, se comprovada a culpa ou dolo, pelos danos patrimoniais resultantes do acidente. Responderá ainda, no âmbito criminal, pelo ilícito penal, homicídio doloso e culposo.
A expressão “agente” n]ao se restringe aos servidores públicos,mas também aos empregados das entidades de direito privado prestadoras de serviço público, integrante ao não da Administração Pública. Desde o momento em que a Administração outorga competência para determinado agente exercer uma atividade pública, ou para guardar um bem, ou para zelar pela guarda e condução de uma viatura, passa ela a assumir os riscos sobre a execução dessa atividade, ficando obrigada a ressarcir os eventuais danos dela oriundo. A responsabilidade da administração fica excluída na hipótese de ser demonstrada culpa exclusiva do particular que sofreu o dano. A prova é ônus da Administração Pública, e não sendo possível provar a culpa do particular, cabe ao Estado a responsabilidade civil pelo dano.

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