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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Tereza Júlia do Nascimento
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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Esta unidade analisará o Inquérito Policial e Polícia Científica. 
Especificamente, foram enfocadas: a origem e a história do inquéri-
to policial; a inserção do inquérito no direito brasileiro; a natureza e 
os atos; as principais diligências policiais que transitam no inquérito; 
as críticas estruturais, sistemáticas e dos direitos humanos; a polícia 
científica: realidade mundial e nacional; a medicina legal e a crimina-
lística. Trata-se de uma pesquisa desenvolvida pelo método hipotéti-
co-dedutivo, cuja hipótese está relacionada à necessidade do inquéri-
to policial, reconhecido como procedimento dispensável à persecução 
penal. Os estudos revelam a importância do Inquérito Policial para a 
colheita preliminar de provas, a fim de se estabelecer a materialidade 
e autoria delitiva, garantindo-se um suporte probatório mínimo para o 
oferecimento da ação penal. Também, serão abordados os aspectos 
práticos da investigação, destacando as principais diligências e a ati-
vidade da Polícia Científica.
Direito Processual Penal. Inquérito Policial. Polícia Científica. Medicina
Legal. Criminalística.
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 CAPÍTULO 01
INQUÉRITO POLICIAL
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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Origem e História do Inquérito Policial __________________________
Objeto da Polícia Científica _____________________________________
Natureza e Atos do Inquérito Policial _____________________________
 CAPÍTULO 02
POLÍCIA CIENTÍFICA
Origem da Polícia Científica ____________________________________ 29
25Recapitulando ________________________________________________
18Principais Diligências Policiais que Transitam no Inquérito ______
Recapitulando _________________________________________________ 45
 CAPÍTULO 03
A MEDICINA LEGAL E A CRIMINALÍSITCA
Origem e Desenvolvimento da Medicina Legal _________________ 49
Aspectos Básicos da Medicina Legal ____________________________ 51
22Críticas Estruturais, Sistemáticas e dos Direitos Humanos _______
Perícia Médico Legal __________________________________________ 52
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Criminalística ___________________________________________________ 56
Recapitulando __________________________________________________ 63
Fechando a Unidade ____________________________________________ 66
Glossário ________________________________________________________ 69
Considerações Finais ____________________________________________ 70
Referências _____________________________________________________ 71
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Com a evolução da humanidade, o homem abandonou paulatina-
mente a vingança divina e, posteriormente, a vingança privada, e transferiu 
ao Estado o Jus Puniendi, conferindo-lhe a titularidade do direito de punir 
e, consequentemente, a ingerência na esfera de liberdade do indivíduo. 
A partir de então, o Direito Penal passou a exercer prepon-
derante função na sociedade: conferindo elementos para o desenvol-
vimento social pacífico, através da criação de tipos penais incrimina-
dores, bem como prevendo a aplicação de sanções de caráter penal 
àqueles que, por meio de seus atos, causem lesão, ou exponham a 
risco concreto de lesão, bem jurídico de outrem, tutelado penalmente.
Desta forma, para que o Estado exerça o Jus Puniendi que lhe foi 
outorgado através do contrato social, é imprescindível que sejam criados 
procedimentos investigatórios, balizados por direitos e garantias funda-
mentais, que objetivemde avaliação da prova por parte do ma-
gistrado: sistema da íntima convicção ou certeza moral, sistema da pro-
va legal ou sistema tarifário e sistema da persuasão racional ou livre 
convencimento motivado, vejamos:
• Sistema da íntima convicção ou certeza moral: para este sis-
tema, o magistrado não necessita fundamentar sua decisão, pois é fruto 
de sua convicção íntima, que não necessita ser externada. Atualmente, 
é aplicado no Tribunal do Jurí, em que vige o sigilo das votações, no 
qual os jurados não motivam seu voto.
• Sistema da prova legal ou sistema tarifário: de antemão há uma 
valoração prévia para cada tipo de prova, cabendo ao magistrado anali-
sá-la conforme o valor predeterminado, o que restringe o alcance de seu 
julgamento. Há resquícios desse sistema no art. 158 do Código Penal, que 
exige exame de corpo de delito para os crimes que deixam vestígios.
• Sistema do livre convencimento motivado: sistema atualmen-
te adotado no Brasil. Dispõe o art. 93, IX , da Constituição Federal, que 
o magistrado deverá fundamentar todas as suas decisões. Tal disposi-
ção foi reproduzida no art. 155 , caput, do Código de Processo Penal.
Não obstante esses sistemas sejam utilizados na instrução 
processual, quando da prolação da sentença, não deixam de ser re-
levantes para o inquérito policial, considerando que, em certas hipó-
teses, as provas produzidas na fase extraprocessual migrarão para o 
processo. Tratam-se das chamadas provas cautelares, não repetíveis 
e antecipadas, que por suas próprias características, não podem ser 
reproduzidas na fase processual.
A doutrina conceitua as provas cautelares como sendo aquelas 
que devem ser praticadas em virtude da urgência ou necessidade. Ex: 
busca e apreensão. Já as provas não repetíveis se referem àquelas que 
por impossibilidade material não podem ser realizadas em outro mo-
mento. Ex: Exame de corpo de delito para comprovar lesões corporais. 
Por sua vez, as provas antecipadas são aquelas que, por conveniência 
devem ser realizadas antes do momento adequado, previsto por lei. 
Podemos citar a antecipação da prova testemunhal, formalizada em um 
incidente de antecipação de provas. 
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Meios de Prova
De acordo com o Código de Processo Penal, podem ser formali-
zados nos autos todos os meios de prova lícitos. Desta forma, não há um 
rol taxativo das provas que podem ser produzidas, pois o disciplinado nos 
artigos 158 a 250 do Código de Processo Penal se refere aos meios de 
prova típicos. Além deles, existem os meios de prova atípicos, que não 
estão expressamente previstos na lei. A única exceção à liberdade proba-
tória são as provas admitidas por meios ilícitos (art. 157 CPP). 
Embora a doutrina faça a distinção entre prova ilícita e ilegíti-
ma, o legislador não formalizou tal distinção, conforme preceitua Alves:
Ressalte-se ainda que a doutrina considera a existência do gênero prova proibi-
da ou vedada ou inadmissível, tendo como espécies a prova ilícita, violadora de 
regra de direito material (exemplo: confissão obtida mediante tortura; interecep-
tação telefônica realizada sem autorização judicial), e a prova ilegítima, aquela 
obtida mediante violação de regra de direito processual 9exemplo:laudo pericial 
confeccionado por apenas um perito não oficial. O CPP ( a própria Constituição 
Federal), porém, não acolhe essa distinção, tratando uma prova que viole norma 
constitucional ou legal sempre como ilícita (ALVES, 2019, P. 368).
Entre os meios de prova típícos destacam-se: a prova pericial 
(art. 158 a 184 CPP), o interrogatório (art.185 a 196 CPP), a confissão 
(art. 197 a 200 CPP), a prova testemunhal (art.202 a 225 CPP), o reco-
nhecimento de pessoas e coisas (art. 226 a 228 CPP), a acareação (art. 
229 a 230 CPP), a prova documental (art. 231 a 238 CPP), os indícios 
(art.239 CPP) e a busca e apreensão (art. 240 a 250 CPP). Em virtude 
do objeto do presente trabalho, iremos nos ater à prova pericial.
Da Prova Pericial e da Cadeia de Custódia
O Código de Processo Penal traz, a partir do artigo 158, diversos 
artigos que enumeram o trabalho da perícia técnica, na medida em que 
pretende evidenciar a certeza de uma prova, através da análise de co-
nhecimentos técnicos. Especial atenção deve ser dada à cadeia de cus-
tódia, que foi introduzida pelas alterações promovidas pela lei 13.964/19.
A cadeia de custódia refere-se à documentação cronológica 
que descreve todas as etapas necessárias para a análise e guarda das 
evidências físicas ou eletrônicas que estão relacionadas com a práti-
ca delitiva. Antes da lei 13.964/19, não havia disciplina legal acerca do 
tema, e suas disposições estavam disciplinadas por um Procedimento 
Operacional Padrão para a Perícia Criminal, formulado pelo Ministério 
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da Justiça, no ano de 2012.
O Procedimento Operacional Padrão para a Perícia Criminal 
(2012) criou um roteiro para embasar o trabalho da perícia. Nesse docu-
mento, foram sugeridos procedimentos padronizados para: balística fo-
rense, genética forense, informática forense ou forense computacional, 
local de crime, medicina legal, papiloscopia e química forense.
Os procedimentos foram sistematizados com o escopo de 
atender tanto condições estabelecidas pelo Código de Processo Penal, 
no que tange à intangibilidade das provas, a fim de se evitar eventuais 
nulidades, quanto para obedecer técnicas investigativas relacionadas a 
cada área pericial de atuação. 
A cadeia de custódia incidirá, independentemente do elemento 
probatório que será analisado, com a coleta do vestígio, ou seja, a partir 
do momento em que a evidência é aprendida, e é concluída com o final 
da persecução criminal.
O objetivo precípuo deste procedimento é garantir a idoneida-
de dos objetos apreendidos, com o escopo de impedir a formação de 
suspeita quanto à integridade, manuseamento e caminho percorrido, 
durante toda a fase da persecução criminal.
Caso ocorra a quebra da cadeia de custódia, consequente-
mente haverá dúvida quanto ao grau de confiabilidade das evidências 
colhidas, o que pode ensejar a imprestabilidade do elemento para per-
secução criminal.
Outrossim, considerando o risco no manuseamento indevido 
das provas colhidas, é que o legislador previu extenso detalhamento da 
matéria, que foi inserido no art. 158-A a 158-F do CPP. Esses artigos tra-
zem a definição de cadeia de custódia e vestígio. Além disso, disciplina o 
reconhecimento, isolamento, fixação coleta, acondicionamento, transpor-
te, recebimento, processamento, armazenamento e descarte do vestígio.
Considerando a importância do conhecimento de tais conceitos, 
bem como do detalhamento dado a este instituto, reproduz-se abaixo a 
íntegra dos artigos em comento, cuja leitura é essencial para compreensão 
do tema, que certamente será objeto de questionamento nos certames:
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os proce-
dimentos utilizados para manter e documentar a história cronológica do ves-
tígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e 
manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte. 
§ 1º O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de 
crime ou com procedimentos policiais ou periciais nos quais seja detectada 
a existência de vestígio. 
§ 2º O agente público que reconhecer um elemento como de potencial inte-
resse para a produção da prova pericial fica responsável por sua preservação. 
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§ 3º Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou 
recolhido, que se relaciona à infração penal.
Art. 158-B. A cadeia de custódia compreende o rastreamento do vestígio nas 
seguintes etapas:I - reconhecimento: ato de distinguir um elemento como de potencial interes-
se para a produção da prova pericial; 
II - isolamento: ato de evitar que se altere o estado das coisas, devendo isolar 
e preservar o ambiente imediato, mediato e relacionado aos vestígios e local 
de crime;
III - fixação: descrição detalhada do vestígio conforme se encontra no local de 
crime ou no corpo de delito, e a sua posição na área de exames, podendo ser 
ilustrada por fotografias, filmagens ou croqui, sendo indispensável a sua des-
crição no laudo pericial produzido pelo perito responsável pelo atendimento;
IV - coleta: ato de recolher o vestígio que será submetido à análise pericial, 
respeitando suas características e natureza; 
V - acondicionamento: procedimento por meio do qual cada vestígio coletado 
é embalado de forma individualizada, de acordo com suas características 
físicas, químicas e biológicas, para posterior análise, com anotação da data, 
hora e nome de quem realizou a coleta e o acondicionamento; 
VI - transporte: ato de transferir o vestígio de um local para o outro, utili-
zando as condições adequadas (embalagens, veículos, temperatura, entre 
outras), de modo a garantir a manutenção de suas características originais, 
bem como o controle de sua posse; 
VII - recebimento: ato formal de transferência da posse do vestígio, que deve 
ser documentado com, no mínimo, informações referentes ao número de pro-
cedimento e unidade de polícia judiciária relacionada, local de origem, nome 
de quem transportou o vestígio, código de rastreamento, natureza do exame, 
tipo do vestígio, protocolo, assinatura e identificação de quem o recebeu;
VIII - processamento: exame pericial em si, manipulação do vestígio de acor-
do com a metodologia adequada às suas características biológicas, físicas e 
químicas, a fim de se obter o resultado desejado, que deverá ser formalizado 
em laudo produzido por perito;
IX - armazenamento: procedimento referente à guarda, em condições ade-
quadas, do material a ser processado, guardado para realização de contra-
perícia, descartado ou transportado, com vinculação ao número do laudo 
correspondente; 
X - descarte: procedimento referente à liberação do vestígio, respeitando 
a legislação vigente e, quando pertinente, mediante autorização judicial. 
(BRASIL, Decreto Lei 3689/41. Institui o Código de Processo Penal. Diário 
Oficial da União. Brasília, DF. 03 de outubro e 1941).
O próprio legislador definiu que a perícia deve ser realizada 
por apenas um perito oficial, confirmando posição legislativa anterior, 
e rechaçando, de uma vez por todas, os termos da súmula 361, do 
Supremo Tribunal Federal, que previa a nulidade caso o exame fosse 
realizado por apenas um perito.
Contudo, sendo a perícia complexa, ou seja, aquela que aban-
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ge mais de uma área de conhecimento, o magistrado poderá designar 
mais de um perito oficial para realizar o exame, conforme dicção do art. 
159, § 7º do CPP. 
Outrossim, unicamente quando não houver peritos oficiais para 
realização dos trabalhos de praxe, é que o magistrado poderá nomear 
duas pessoas, portadoras de curso susperior, para realização dos exa-
mes. Nesse caso, os especialistas deverão prestar compromisso para 
desenvolver a atividade (art. 159, § 2º CPP) . Assim sendo, segue abaixo 
descrição sobre a atividade do perito, prevista para a cadeia de custódia:
Art. 158-C. A coleta dos vestígios deverá ser realizada preferencialmente por 
perito oficial, que dará o encaminhamento necessário para a central de custó-
dia, mesmo quando for necessária a realização de exames complementares. 
§ 1º Todos vestígios coletados no decurso do inquérito ou processo devem 
ser tratados como descrito nesta Lei, ficando órgão central de perícia oficial 
de natureza criminal responsável por detalhar a forma do seu cumprimento.
§ 2º É proibida a entrada em locais isolados bem como a remoção de quais-
quer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte do perito res-
ponsável, sendo tipificada como fraude processual a sua realização. (BRA-
SIL, Decreto Lei 3689/41. Institui o Código de Processo Penal. Diário Oficial 
da União. Brasília, DF. 03 de outubro e 1941).
O legislador ainda previu como deverão ser acondicionados os 
vestígios, descrevendo a importância dos recipientes e dos lacres, isso 
porque se trata de uma forma de evitar contaminação da prova. Ade-
mais, caso o lacre seja rompido, poderá configurar o manuseamento 
indevido do objeto, o que, em última análise, pode ensejar a nulidade da 
prova, caso comprovado o dano:
Art. 158-D. O recipiente para acondicionamento do vestígio será determinado 
pela natureza do material. 
§ 1º Todos os recipientes deverão ser selados com lacres, com numeração 
individualizada, de forma a garantir a inviolabilidade e a idoneidade do vestí-
gio durante o transporte.
§ 2º O recipiente deverá individualizar o vestígio, preservar suas característi-
cas, impedir contaminação e vazamento, ter grau de resistência adequado e 
espaço para registro de informações sobre seu conteúdo. 
§ 3º O recipiente só poderá ser aberto pelo perito que vai proceder à análise 
e, motivadamente, por pessoa autorizada. 
§ 4º Após cada rompimento de lacre, deve se fazer constar na ficha de acom-
panhamento de vestígio o nome e a matrícula do responsável, a data, o local, 
a finalidade, bem como as informações referentes ao novo lacre utilizado. 
§ 5º O lacre rompido deverá ser acondicionado no interior do novo recipiente. 
(BRASIL, Decreto Lei 3689/41. Institui o Código de Processo Penal. Diário 
Oficial da União. Brasília, DF. 03 de outubro e 1941).
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Um dos pontos mais polêmicos da cadeia de custódia é a pre-
visão de que os institutos de criminalística deverão criar, em seu âmbito, 
centrais de custódia para guarda dos vestígios durante toda a persecu-
ção criminal. 
Deveras, o art. 11, do Código de Processo Penal, ainda prevê 
que os objetos relacionados aos fatos deverão acompanhar o inquérito 
policial, redação que não foi alterada com a lei 13964/19. Desta feita, 
aguarda-se posicionamento jurisprudencial acerca desta situação, espe-
cialmente porque os institutos de criminalísitca ainda não estão prepara-
dos para efetivar todas as imposições legais referentes ao tema, vejamos:
Art. 158-E. Todos os Institutos de Criminalística deverão ter uma central de 
custódia destinada à guarda e controle dos vestígios, e sua gestão deve ser 
vinculada diretamente ao órgão central de perícia oficial de natureza criminal. 
§ 1º Toda central de custódia deve possuir os serviços de protocolo, com 
local para conferência, recepção, devolução de materiais e documentos, pos-
sibilitando a seleção, a classificação e a distribuição de materiais, devendo 
ser um espaço seguro e apresentar condições ambientais que não interfiram 
nas características do vestígio. 
§ 2º Na central de custódia, a entrada e a saída de vestígio deverão ser pro-
tocoladas, consignando-se informações sobre a ocorrência no inquérito que 
a eles se relacionam. 
§ 3º Todas as pessoas que tiverem acesso ao vestígio armazenado deverão 
ser identificadas e deverão ser registradas a data e a hora do acesso
§ 4º Por ocasião da tramitação do vestígio armazenado, todas as ações de-
verão ser registradas, consignando-se a identificação do responsável pela 
tramitação, a destinação, a data e horário da ação. 
Art. 158-F. Após a realização da perícia, o material deverá ser devolvido à 
central de custódia, devendo nela permanecer.
Parágrafo único. Caso a central de custódia não possua espaço ou condi-
ções de armazenar determinado material, deverá a autoridade policial ou 
judiciária determinar as condições de depósito do referido material em local 
diverso, medianterequerimento do diretor do órgão central de perícia ofi-
cial de natureza criminal. (BRASIL, Decreto Lei 3689/41. Institui o Código de 
Processo Penal. Diário Oficial da União. Brasília, DF. 03 de outubro e 1941).
Deveras, a novel legislação sistematizou a cadeia de custó-
dia, de inspiração norte americana, indicando protocolos que devem ser 
adotados desde o reconhecimento, até o descarte final do elemento de 
prova. Conforme relatado, a novel legislação trouxe a necessidade de 
criar, no âmbito das polícias Técnico Científicas, uma Central de Custó-
dia, que realizará o tratamento de todas as evidências criminas.
Há uma crítica com relação ao impacto financeiro desta altera-
ção nas polícias científicas, isso porque o legislador não levou em conta 
a real estrutura dos órgãos, antes de legislar acerca da obrigatoriedade 
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da Central de Custódia. Só o tempo dirá como serão formalizadas as 
centrais de custódia e o seu reflexo para a persecução penal.
O STJ já decidiu que a ausência de lacre em todos os do-
cumentos e bens - que ocorreu em razão da grande quantidade de 
material apreendido - não torna automaticamente ilegítima a prova 
obtida. STJ. 5ª Turma. RHC 59414-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da 
Fonseca, julgado em 27/6/2017 (Info 608). Veremos se esse posicio-
namento se mantém com eventual quebra da cadeia de custódia.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: VUNESP Órgão: TJ-RO Prova: VUNESP - 2019 - 
TJ-RO - Juiz de Direito Substituto
Tendo em conta as disposições do Código de Processo Penal re-
lacionadas à prova, exame de corpo e delito e perícias em geral, 
assinale a alternativa correta.
a) As partes poderão apresentar quesitos para que os peritos respon-
dam, por escrito, em laudo complementar, inexistindo previsão, contu-
do, para requerer a oitiva deles, em audiência.
b) Negando a pessoa a quem se atribui o escrito de fornecer material 
para comparação, o exame grafotécnico somente poderá ser realizado 
com base em documentos que contem com reconhecimento judicial de 
terem partido do seu punho.
c) Não se admite a indicação pela parte de mais de um assistente téc-
nico por perícia
d) Nas perícias de laboratórios, os laudos obrigatoriamente devem ser 
ilustrados com fotografias, desenhos ou esquemas, sendo ainda exigido 
que os peritos guardem material suficiente para eventual contraprova.
e) O Juiz pode rejeitar a perícia requerida pelas partes, quando se mos-
trar irrelevante para o deslinde da causa.
QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: FCC Órgão: TJ-MA Prova: FCC - 2019 - TJ-MA - 
Oficial de Justiça
O exame de corpo de delito
a) deve ser realizado por perito oficial ou pelo próprio juiz. 
b) deve ser realizado quando se mostrar ausente vestígio do crime, as-
segurado o direito de apresentação de quesitos pelas partes.
c) será feito de maneira indireta no caso de competência do Tribunal do 
Júri.
d) poderá ser substituído pela acareação ou pelo reconhecimento em 
crimes contra a fé pública.
e) será realizado com prioridade em caso de violência doméstica e fa-
miliar contra a mulher.
QUESTÃO 3
Ano: 2019 Banca: FADESP Órgão: CPC-RENATO CHAVES Prova: 
FADESP - 2019 - CPC-RENATO CHAVES - Perito Criminal - Enge-
nharia Civil
Acerca da prova pericial, é correto afirmar que:
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a) o exame, na falta de perito oficial, será realizado por uma pessoa idô-
nea, portadora de diploma de curso superior preferencialmente na área 
específica, entre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a 
natureza do exame.
b) o assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após 
a conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, 
sendo as partes intimadas desta decisão.
c) as partes podem requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a 
prova ou para responderem a quesitos, desde que o mandado de inti-
mação e os quesitos ou questões a serem esclarecidos sejam enca-
minhados com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, podendo os 
peritos apresentarem as respostas em laudo complementar.
d) o laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 5 (cinco) dias, 
podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requeri-
mento dos peritos.
e) a nomeação dos peritos far-se-á no juízo deprecante no exame por 
precatória.
QUESTÃO 4
Ano 2017. Banca FCC Órgão- PTCie AP Cargo: - Médico Legista 
Nível Fácil
A finalidade da perícia médica é produzir prova técnica de natureza 
médica, esclarecendo um fato à justiça. A perícia médica:
a) pode ser conceituada como a realização do exame físico pericial. 
b) judicial ocorre por determinação do magistrado quando a prova de 
um fato depender de conhecimento técnico médico. 
c) se materializa nos autos por meio de depoimento oral reduzido a termo. 
d) em âmbito criminal não admite participação de assistente técnico.
e) é realizada em casos em que o vestígio tenha menos do que 2 meses.
QUESTÃO 5
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Provas: INSTI-
TUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Assistente Social
Tratando das perícias em geral, com base no Código de Processo 
Penal, assinale a alternativa correta:
a) Os peritos elaborarão o laudo pericial no prazo máximo de 10 dias 
improrrogáveis, onde descreverão minuciosamente o que examinarem 
e responderão aos quesitos formulados. 
b) Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a 
subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de des-
crever os vestígios, indicarão com que instrumentos, porque meios e 
em que época presumem ter sido o fato praticado.
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c) O laudo sobre o cadáver encontrado deve ser redigido pelos peritos 
de maneira textual e descritiva, sendo vedado qualquer desenho que 
não represente a fotografia real do corpo.
d) Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente 
para a eventualidade de nova perícia e, obrigatoriamente, os laudos se-
rão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos 
ou esquemas.
e) A autópsia será feita pelo menos doze horas depois do óbito, sendo 
vedado aos peritos fazer a autópsia antes daquele prazo.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Disserte sobre a cadeia de custódia e a introdução da Central de Custó-
dia no âmbito da Polícia Técnica Científica, implementada pelo Pacote 
Anticrime.
TREINO INÉDITO
Acerca da cadeia de custódia, marque a questão correta:
a) Sempre esteve inserida no CPP;
b) Encontra-se prevista no Código Penal.
c) Está descrita no procedimento Operacional Padrão para a Perícia 
Criminal , formulado pelo Minsitério da Justiça (2013) e atualmente foi 
inserido no CPP;
d) Está descrita no Pacto de San José da Costa Rica como instrumento 
apto a garantir os direitos e garantias fundamentais.
NA MÍDIA
PERITO POLICIAL: O RESPONSÁVEL PELA COLETA, ANÁLISE E 
PROCESSAMENTO DOS VESTÍGIOS DE CENA DE CRIME
O texto destaca o trabalho da Polícia Científica no estado de São Paulo, 
indicando ao leitor como funciona a carreira do perito policial. Através da 
leitura, é possível perceber a importância das funções desempenhadas 
pelo profissional para apuração dos vestígios criminais.
Fonte: Secretaria de Segurança Pública de São Paulo
Data: 04 dez. 2019.
Leia a notícia na íntegra: http://www.ssp.sp.gov.br/LeNoticia.as-
px?ID=46141
NA PRÁTICA
A atribuição do perito criminal é permeada por inúmeras indagações, sendo 
matéria de filmes, livros e séries policiais, dado o interesse pelo tópico. Se-
gue abaixo matéria, extraída do canal Repórter Justiça, indicando a atua-
ção prática dessa carreira, contendo entrevista de diversos profissionais.
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Fonte: Canal Repórter Justiça
Assista em: https://www.youtube.com/watch?v=UR2zuK-pjvM
PARA SABER MAIS
Acesse os links: 
https://www.tjdft.jus.br/consultas/jurisprudencia/jurisprudencia-em-te-
mas/jurisprudencia-em-perguntas/direito-penal-e-processual-penal/
crime-de-roubo/a-apreensao-da-arma-de-fogo-e-a-realizacao-de-peri-
cia-sao-necessarias-para-a-configuracao-da-causa-de-aumento-no-cri-
me-de-roubo-circunstanciado
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2019/07/09/teses-stj-
-sobre-lei-de-drogas-iv-1a-parte/
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ORIGEM E DESENVOLVIMENTO DA MEDICINA LEGAL
A Medicina Legal é uma ciência simultaneamente médica e 
jurídica, que se utiliza de conhecimentos técnico-científicos e da me-
dicina para elucidação de fatos relevantes para direito. Mormente seu 
principal campo de atuação seja o Direito Penal (exame de corpo de 
delito e de necropsia), também é utilizada pelo Direito Civil (estudo da 
capacidade civil) e, ainda no Direito Trabalhista (acidentes de trabalho). 
Sua origem remonta à antiguidade, quando já se analisava a 
influência da fisiologia e da patologia no comportamento humano. Entre-
tanto, o primeiro relato histórico que se tem notícia, acerca da realização 
do exame cadavérico em vítima de homicídio, refere-se à tanatoscopia 
realizada no ano de 44 a.C. em Caio Júlio César, imperador Romano.
A MEDICINA LEGAL E A 
CRIMINALÍSTICA
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Conforme destaca FRAÇA (2017) a história da Medicina Legal 
ao longo dos anos pode ser dividida em cinco períodos distintos: Antigo, 
Romano, Idade Média, Canônico e Moderno ou Científico.
Na Antiguidade, os sacerdotes eram reconhecidos como a 
prórpia manifestação da divindade e, por esse motivo, acumulavam os 
cargos de Legisladores, Magistrados e Médicos. No entanto, nessa 
época, ainda não se realizavam necropsias, pois os cadáveres eram 
considerados sagrados.
Os períodos Antigo e Romano apresentam registros esparsos 
e imprecisos acerca da medicina legal. Remontam a tal período os Có-
digos de Hamurabi (1900 a.C.) e o de Manu (200 a.C.).
No Período da Idade Média, os médicos foram reconhecidos 
como testemunhas especiais em juízo. Em que pese o reconhecimento 
da área médica, as ordálias configuravam retrocesso ao papel da Medi-
cina ante o sistema de justiça.
No Período Canônico (1200 a 1600) a perícia médica tornou-se 
elemento obrigatório para todos aqueles que estivessem feridos e que 
deveriam ser apresentados junto aos tribunais. Desse modo, a palavra 
do médico obteve fé pública, servindo como elemento de prova
Em 1575, foi publicado o primeiro livro de Medicina Legal do 
Ocidente, por Ambroisé Parré, na França. Posteriormente, já na idade 
moderna, o italiano Paulus Zacchias, públicou o primeiro Tratado de 
Medicina Legal, no ano de 1621. Este tratado, de grande relevância 
para o estudo da medicina legal, foi conhecido como “Todas as Ques-
tões de Medicina Legal”.
Posteriormente, após o ano de 1800, o ensino da Medicina Le-
gal difundiu-se no mundo, sendo amplamente utilizado para embasa-
mento das decisões judiciais.
Evolução da Medicina Legal no Brasil
No Brasil, a medicina legal foi influenciada por diversos países 
da europa, especialmente pelas escolas francesas, alemã e italiana, 
com especial destaque para a contribuição da França.
 Após sua introdução em solo brasileiro, coube à Faculdade de 
Medicina do Rio de Janeiro a nacionalização da Medicina Legal brasi-
leira e a sua estruturação como especialidade. No local, foi inaugurado 
o primeiro curso prático de tanatologia forense. 
Contudo, é possível afirmar que a expansão da medicina legal 
no Brasil, ocorreu através dos estudos de Raymundo Nina Rodrigues, 
na cidade de Salvador-Bahia, seguindo-se com a prestigiada escola 
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baiana, em que se destacaram: Virgílio Clímaco Damásio, José Rodri-
gues da Costa Dória, Estácio Luiz Valente de Lima, Waldemar da Graça 
Leite, Maria Tereza Pacheco, Luis Carlos Cavalcanti Galvão.
 A partir do ano de 1891, após proposta do ilustre Rui Barbosa, 
formulada perante a Câmara dos Deputados, a cadeira de Medicina Le-
gal tornou-se obrigatória nos cursos de Direito existentes no Brasil. No 
ano de 1932, o Processo Penal foi estruturado no Brasil e a partir daí a 
perícia médica criminal tornou-se oficialmente como campo de estudo 
para elucidação da autoria e materialidade delitiva. 
ASPECTOS BÁSICOS DA MEDICINA LEGAL
De acordo com FRAÇA (2017, p.32) a Medicina Legal “pode 
ser classificada sob os ângulos histórico, profissional, doutrinário e di-
dático”. O renomado autor destaca que o ângulo histórico diz respeito 
às várias fases evolutivas desta ciência, que a divide em: “Medicina 
Legal Pericial, Medicina Legal Legislativa, Medicina Legal Doutrinária e 
Medicina Legal Filosófica”. 
A Medicina Legal Pericial, denominada de Medicina Forense 
ou Medicina Legal Judiciária, é a expressão mais antiga desta ciência, 
cujos estudos estão direcionados à administração da Justiça.
Ângulo profissional relaciona-se à maneira como a medicina 
legal é aplicada nas atividades profissionais. Doutrinariamente, pode 
ser dividida em “Medicina Legal Pericial, Criminalística e Antropologia 
Médico-Legal”, exercidas, respectivamente, através dos Institutos de 
Medicina Legal, de Criminalística e de Identificação.
Já o ângulo doutrinário, conforme ressalta FRANÇA (2017), dis-
põe acerca da “Medicina Legal Penal, Medicina Legal Civil, Medicina Legal 
Canônica, Medicina Legal Trabalhista e Medicina Legal Administrativa”.
Por fim, o ângulo didático divide a Medicina Legal em “Geral 
(Deontologia e Diceologia) e Medicina Legal Especial”.
Conforme doutrina do renomado autor, a Medicina Legal Es-
pecial está didaticamente dividida em:
A) Antropologia médico-legal. Estuda a identidade e a identificação médico-
-legal e judiciária.
B) Traumatologia médico-legal. Trata das lesões corporais sob o ponto de 
vista jurídico e das energias causadoras do dano.
C) Sexologia médico-legal. Vê a sexualidade do ponto de vista normal, anor-
mal e criminoso.
D) Tanatologia médico-legal. Cuida da morte e do morto. 
E) Toxicologia médico-legal. Estuda os cáusticos e os venenos, e os procedi-
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mentos periciais nos casos de envenenamento.
F ) Asfixiologia médico-legal. Detalha os aspectos das asfixias de origem 
violenta, como esganadura, enforcamento, afogamento, estrangulamento, 
soterramento, sufocação direta e indireta, e as asfixias produzidas por gases 
irrespiráveis.
G ) Psicologia médico-legal. Analisa o psiquismo normal e as causas que po-
dem deformar a capacidade de entendimento da testemunha, da confissão, 
do delinquente e da própria vítima;
H ) Psiquiatria médico-legal. Estuda os transtornos mentais sob o ponto de 
vista médico-forense; I) Medicina Legal Desportiva. Com ênfase para o sigilo 
profissional, prontuários, dopings consentidos ou tolerados, quantificação e 
qualificação do dano com repercussão no rendimento esportivo.
J) Criminalística. Investiga tecnicamente os indícios materiais do crime, seu 
valor e sua interpretação nos elementos constitutivos do corpo de delito. Es-
tuda a criminodinâmica;
L) Criminologia. Preocupa-se com os mais diversos aspectos da natureza do 
crime, do criminoso, da vítima e do ambiente;
M) Infortunística. Estuda os acidentes e as doenças do trabalho e as doenças 
profissionais,N) Genética médico-legal. Especifica as questões voltadas ao vínculo ge-
nético da paternidade e maternidade, assim como outros assuntos ligados 
à herança.
O) Vitimologia. Trata da vítima como elemento inseparável na eclosão e justi-
ficação dos delitos (FRANÇA, Genival Veloso de, Medicina legal ,11. ed.- Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017).
Jurisprudência
Embora não possua caráter vinculante, a realização de pe-
rícia antropológica constitui-se em importante instrumento para 
assistir as partes nos debates em plenário e também o julgador na 
imposição de eventual reprimenda, podendo, no caso, ser realiza-
do após a pronúncia do réu, sem prejuízo ao andamento processu-
al. STJ. 6ª Turma. RHC 86305-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, 
julgado em 01/10/2019 (Info 659).
PERÍCIA MÉDICO LEGAL
FRANÇA (2017, p.37) conceitua a perícia médico-legal como um 
“conjunto de procedimentos médicos e técnicos que objetivam formular 
o esclarecimento de um fato de interesse da Justiça, ligado à vida ou à 
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saúde do homem, ou que com ele tenha relação”. Outrossim, a finalidade 
precípua da perícia é produzir a prova, que será oportunamente valorada 
pelo juízo, materializada através dos laudos ou outro documento de inte-
resse criminal, formalizado através da análise do corpo de delito. 
O art. 158, do Código de Processo Penal, disciplina que, “quan-
do a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de 
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado” 
(BRASIL, 1941). A exceção a essa regra pode ser encontrada na lei 
9099/95 (art. 77, § 1º) e na Lei 11.340/06 (art. 12, § 3º ), que disciplinam 
a respeito da utilização de prontuários médicos como meios de prova.
O corpo de delito é a base material do crime, e a partir dele po-
derá ser esclarecida a materialidade delitiva. Nesta toada, nos casos de 
crimes que deixam vestígios, se por algum motivo o exame de corpo de 
delito não puder ser realizado, de maneira direta ou indireta, o processo 
pode ser fulminado de nulidade (art. 564 III, b, do CPP). 
A Declaração de Budapeste, que trata da procura de obje-
tos em corpos de prisioneiros, adotada pela 45ª Assembleia Geral 
da Associação Médica Mundial em Budapeste, Hungria, em outu-
bro de 1993, indica que a busca realizada nos corpos dos prisionei-
ros – que inclui exame retal e pélvico, deve ser realizada unicamen-
te por motivos médicos.
Principais Exames Realizados pela Medicina Legal
Em importante estudo concretizado sobre o tema, FRANÇA 
(2017) destaca os principais exames realizados pela medicina legal, a 
partir da análise das diversas espécies de energia existentes. As lesões 
sofridas pelo indivíduo podem ser originadas a partir de diversos tipos 
de energias, que se dividem em: energias de ordem mecânica, energias 
de ordem física, energias de ordem química, energias de ordem físico-
-química, energias de ordem bioquímica, energias de ordem biodinâmi-
ca e energias de ordem mista. 
Vejamos cada uma dessas energias, conforme estudo de França:
Energias de ordem mecânica: Os meios mecânicos causadores do dano vão 
desde as armas propriamente ditas (punhais, revólveres, soqueiras), armas 
eventuais (faca, navalha, foice, facão, machado), armas naturais (punhos, 
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pés, dentes), até os mais diversos meios imagináveis (máquinas, animais, 
veículos, quedas, explosões, precipitações).
As lesões provocadas por tais meios classificam-se em: perfurantes, cortan-
tes, contundentes, perfurocortantes, perfurocontundentes e cortocontunden-
tes. E, por sua vez, produzem, respectivamente, feridas puntiformes, cortan-
tes, contusas, perfurocortantes, perfurocontusas e cortocontusas.
Energias de ordem física: As energias de ordem física mais comuns são: 
temperatura, pressão atmosférica, eletricidade, radioatividade, luz e som.
Nesse conjunto, as lesões são produzidas pela modificação física dos cor-
pos, cujo resultado pode resultar em ofensa corporal, dano à saúde ou morte.
Energias de ordem química: Referem-se às substâncias que, por ação física, 
química ou biológica, são capazes de, entrando em reação com os tecidos 
vivos, causar danos à vida ou à saúde. As energias de ordem bioquímicas 
podem agir externa (cáusticos) ou internamente (venenos).
Energias de ordem físico-químicas: As energias de ordem físico-químicas são 
aquelas que impedem a passagem do ar às vias respiratórias e alteram a com-
posição bioquímica do sangue, produzindo um fenômeno chamado asfixia.
Energias de ordem bioquímica: As energias de ordem bioquímica são aque-
las que se manifestam por ação combinada – química e biológica, atuando 
lesivamente por meio negativo (carencial) ou de maneira positiva (tóxica ou in-
fecciosa) sobre a saúde. Tais energias causam danos à vida ou à saúde pelas 
perturbações alimentares, autointoxicações, infecções e castração química.
Energias de ordem biodinâmica: São todos os acontecimentos de origem ex-
terna ou interna ao corpo humano, que desencadeiam respostas orgânicas, 
culminando em mecanismos fisiopatológicos intrínsecos potencialmente le-
tais. Nessa forma de energia estudam-se a síndrome conhecida por choque, 
a falência múltipla de órgãos e a coagulação intravascular disseminada.
Energias de ordem mista: Também conhecidas como energias de ordem 
bioquímica e biodinâmica, abrangem certos grupos de ação produtores de 
lesões corporais ou de morte analisados na causalidade de dano. São en-
contrados principalmente nas doenças profissionais e dos acidentes de tra-
balho. Nesta modalidade de energia, enquadram-se a fadiga, algumas doen-
ças parasitárias e todas as formas de sevícias (FRANÇA, Genival Veloso de, 
Medicina legal ,11. ed.- Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017).
Todas as lesões acima destacadas, para serem valoradas ju-
ridicamente, devem ser explicitadas através de documentos médico-le-
gais, que serão confeccionados por peritos (em sentido lato).
Documentos Médico Legais
Documento, em sentido lato, pode ser conceituado como qual-
quer anotação escrita, realizada com o objetivo de exteriorizar um pen-
samento. Na seara jurídica, refere-se às diversas hipóteses de expres-
sões gráficas, originadas através de pessoa física ou jurídica, pública ou 
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privada, em que há um legítimo interesse da Justiça. Conforme destaca 
FRANÇA (2017), os principais documentos médico-legais são: notifica-
ções, atestados, prontuários, relatórios e os pareceres.
Notificações: são comunicações compulsórias, formalizadas 
pelos profissionais médicos e destinadas às autoridades competentes. 
Podem versar acerca de um fato cujo conhecimento se deu em virtude 
da atividade profissional. Esta notificação se justifica em virtude de mo-
tivo social ou até mesmo sanitário, e pode se originar de um acidente de 
trabalho, da descoberta de uma doença infectocontagiosa ou, nos ca-
sos de crime de ação penal pública, para auxílio da persecução penal.
Atestados: o atestado ou certificado médico se trata do “docu-
mento que tem por objetivo firmar a veracidade de um fato ou a existên-
cia de determinado estado, ocorrência ou obrigação” (FRANÇA 2017, 
p.52). Destina-se a reproduzir, com idoneidade, uma situação específi-
ca que lhe foi submetida. A partir do atestado, o profissional irá resumir 
o que resultou do exame feito em um paciente, descrevendo, de forma 
sucinta, elementos que denotem a doença ou sua sanidade, e as princi-
pais consequências daí advindas.
Prontuários: o prontuário médico constitui-se de todo o acervo 
documental uniformizado, reunido e sucinto, inerente aos cuidados mé-
dicos dispensados ao paciente, assim como dos documentos conexos 
a essa assistência. O prontuário médicopertence ao paciente, cabendo 
ao hospital unicamente o dever de guarda, por esse motivo, não pode 
ser negada sua expedição, quando formalizada a pedido do paciente.
Relatórios: o relatório médico-legal pode ser considerada a 
descrição mais completa de uma perícia médica. Pode ser utilizado para 
responder às requisições tanto judiciais como extrajudiciais (no bojo do 
inquérito, por exemplo). Conforme destaca FRANÇA (2017, p.56), “são 
elementos do relatório preambulo, quesitos, histórico, descrição, dis-
cussão, conclusão e resposta aos quesitos”.
Pareceres: o parecer médico-legal é o documento semelhante 
ao relatório, entretanto, sem o tópico da descrição. A discussão e a con-
clusão são os itens fundamentais desse documento, que se destinam a 
munir o juiz dos subsídios de convicção para julgamento dos fatos. As-
sim, o perito, quando emite suas impressões e responde aos quesitos for-
mulados pelas partes (pericia deducendi), o fará através de um parecer.
Depoimento Oral: o expert poderá ser convocado para esclare-
cer através da fala, certos pontos de perícias realizadas, cujo conteúdo 
restar obscuro às partes ou ao juízo. Consiste na declaração realizada, 
de forma oral, pelos peritos no transcurso da audiências de instrução e 
julgamento. Este depoimento terá por finalidade esclarecer a perícia re-
alizada e versará sobre fatos obscuros ou conflitantes no laudo pericial
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CRIMINALÍSTICA
Muitos estudiosos descrevem a Criminalística como braço da 
Medicina Legal. No entanto, outros destacam que as origens destas 
ciências se confundem. A Criminalística, como conhecemos, tem o seu 
berço nos estudos de Hans Gross, no final do século XIX, o qual propôs 
que os métodos da ciência moderna fossem empregados para resolver 
casos criminosos. O termo foi empregado pela primeira vez, pelo citado 
estudioso, para indicar o “Sistema de métodos científicos utilizados pela 
polícia e pelas investigações policiais”.
A partir do advento de novas ciências, bem como do desenvol-
vimento das disciplinas física, química, biologia, matemática, toxicologia 
etc., tornou-se necessária a criação de uma nova especialidade para aná-
lise, exame e interpretação dos vestígios físicos descobertos em locais de 
crime, tornando-se, assim, fonte imprescindível à Polícia e à Justiça. 
Desta forma, a criminologia se utiliza dos conceitos firmados 
nos princípios da física, da química e da biologia, e leis específicas, 
constantes na legislação, principalmente a processual penal, para ex-
trair seus principais fundamentos.
Desde a antiguidade foram desenvolvidas técnicas e exames 
com o intuito de solucionar crimes, entretanto, apenas no século XVI, que 
se observou uma sistematização de dados de maneira a formar um corpo 
de conhecimento estruturado. No início da Revolução Científica, incumbia 
à Medicina Legal toda observação, busca e explicação de elementos co-
nexos à materialidade do fato penal e não só o exame do corpo humano. 
Com o surgimento das inúmeras divisões da ciência, a crimi-
nalística criou os seus próprios procedimentos e passou a utilizá-los 
em prol da investigação criminal. Muitos estudiosos utilizaram as mais 
distintas denominações para se referir a esta ciência, tais como: polícia 
técnica, antropologia criminal, psicologia criminal, polícia criminal, técni-
ca policial, polícia judiciária e polícia científica. 
Contudo, os estudiosos que se filiam à escola alemã, preferem 
a denominação “criminalística”, que foi utilizada pela primeira vez por 
Hans Gross, considerado o pai da Criminalística, em 1893, em Gratz, na 
Alemanha, quando publicou seu livro sistema de Criminalística, Manual 
do Juiz de Instrução.
Desta forma, a criminalística pode ser conceituada como uma 
disciplina autônoma, integrada pelas diferentes partes do conhecimento 
técnico científico, auxiliar e informativa das atividades policiais e judiciá-
rias de investigação criminal, que tem por escopo o estudo dos vestígios 
materiais úteis à elucidação e à prova das infrações penais, e ainda, à 
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identificação da autoria delitiva.
Em seu livro “Criminalística”, Victor Paulo Stumvoll (2019) des-
creve vários acontecimentos cronológicos relevantes para o estudo da 
criminalística através dos anos. Considerando a relevância da matéria, 
a fim de se entender que a evolução ocorreu de forma paulatina, ao lon-
go dos anos. Segue abaixo trecho integral, extraído do livro:
1) Em 1560, na França, AMBROISE PARÉ falava sobre os ferimentos produ-
zidos por arma de fogo; 
2) Em 1563, em Portugal, JOÃO DE BARROS, cronista português, publicou 
observações feitas na China sobre tomadas de impressões digitais, palmares 
e plantares, nos contratos de compra e venda entre pessoas; 
3) Em 1651, em Roma, PAOLO ZACHIAS publicou “Questões Médicas”, sen-
do considerado, assim, o “pai da Medicina Legal”; 
4) Em 1665, MARCELO MALPIGHI, Professor de Anatomia da Universidade 
de Bolonha, Itália, observava e estudava os relevos papilares das polpas di-
gitais e das palmas das mãos; em 1686, novamente MALPIGHI fazia valiosas 
contribuições ao estudo das impressões dactilares, tanto que uma das partes 
da pele humana leva o nome de “capa de Malpighi”; 
5) Em 1753, na França, BOUCHER realizava estudos sobre balística, disci-
plina que mais tarde se chamaria Balística Forense; 
6) Em 1805, na Áustria, teve início o ensino da Medicina Legal; na Escócia, 
ocorreu em 1807 e na Alemanha, em 1820; por essa época também se veri-
ficou na França e na Itália; 
7) Em 1809, a polícia francesa permitiu a inclusão de EUGENE FRANÇOIS 
VIDOCQ, um célebre delinquente dessa época, originando, para alguns, o 
maior equívoco para a investigação policial, mas, para outros, a transforma-
ção em uma das melhores polícias do mundo, já que muitos de seus siste-
mas de investigação foram difundidos a muitos países; em 1811, VIDOCQ 
fundou a Sûretê (Segurança); 
8) Em 1823, JOHANNES EVANGELIST PURKINJE, num elevado aconteci-
mento da história da datiloscopia, apresentou um tratado como um ensaio de 
sua tese para obter a graduação de Doutor em Medicina, na Universidade de 
Breslau, na Alemanha; em seus escritos, discorreu sobre os desenhos digitais, 
agrupando-os em nove tipos, assinalando a presença do delta e admitindo a 
possibilidade destes nove tipos serem reduzidos a quatro; 9) Em 1829, na In-
glaterra, Sir ROBERT PEEL fundou a Scotland Yard (este nome é originário do 
fato de a polícia de Londres estar ocupando uma construção que antes havia 
servido de residência aos príncipes escoceses, quando visitavam Londres); 
10) Em 1840, o italiano ORFILA criou a Toxicologia e OGIER aprofundou os 
estudos em 1872; esta ciência auxiliava os juízes a esclarecer certos tipos de 
delitos, principalmente naqueles em que os venenos eram usados com fre-
quência; esta ciência, ou disciplina, também é considerada como precursora 
da Criminalística
11) Em 1844, uma bula de INOCÊNCIO VIII recomendava a intervenção dos 
médicos nos assuntos criminais; 
12) Em 1858, WILLIAM JAMES HERSCHEL, Delegado do Governo inglês 
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na Índia (Bengala) iniciou seus estudos sobre as impressões digitais, con-
cluindo pela sua imutabilidade; nessa mesma época, o Dr. HENRYFAULDS, 
médico inglês, que trabalhava em um hospital de Tóquio, observou impres-
sões digitais em peças de cerâmica pré histórica japonesa, iniciando, desse 
modo, seus estudos sobre impressões digitais, apresentando, finalmente, as 
seguintes sugestões: Que as impressões digitais fossem tomadas com tinta 
preta, de imprensa; que fossem examinadas com lente; que existe certa se-
melhança entre as impressões digitais dos homens e dos macacos; 
13) Em 1864, LOMBROSO propôso Sistema Antropométrico como processo 
de identificação (na Itália); 
14) Em 1866, ALLAN PINKERTON, em Chicago, nos EUA, colocava em 
prática a fotografia criminal para reconhecimento de delinquentes, disciplina 
que, posteriormente, seria chamada Fotografia Judicial e atualmente se co-
nhece como Fotografia Forense; 
15) Em 1882, ALFONSO BERTILLÓN criava, em Paris, o Serviço de Iden-
tificação Judicial, em que ensaiava seu método antropométrico, outra das 
disciplinas que se incorporaria à Criminalística geral; nessa mesma época, 
BERTILLÓN publicava tese sobre o Retrato Falado, outra das precursoras 
disciplinas Criminalísticas, constituindo--se na descrição minuciosa de certos 
característicos cromáticos e morfológicos do indivíduo; 
16) Em 1888, na Inglaterra, Sir FRANCIS GALTON foi convidado pelo “Real Ins-
tituto de Londres” para opinar sobre o melhor sistema de identificação; deveria 
proceder a estudos comparativos entre os sistemas de BERTILLÓN (Antropo-
métrico) e o das impressões digitais. GALTON concluiu pela superioridade deste 
último e esboçou um sistema de classificação datiloscópico, adotando três tipos, 
denominados arcos, presilhas e verticilos, publicado na revista Nature; 
17) Na Argentina, em 01/09/1891, JUAN VUCETICH, encarregado da Oficina 
de Identificação de La Plata, apresentou um sistema de identificação, deno-
minado Icnofalangometria (combinação do sistema de BERTILLÓN com as 
impressões digitais); 
18) Em 1892, em Graz, Áustria, o mais ilustre e distinguido criminalista de 
todos os tempos, o Doutor em Direito HANS GROSS publicou sua obra: Ma-
nual do Juiz de Instrução – todos os sistemas de Criminalística; em 1893, foi 
impressa na mesma cidade austríaca, a segunda edição de sua obra, e a ter-
ceira em 1898. Do conteúdo científico desta obra se depreende que o Doutor 
HANS GROSS, em sua época, constituiu a Criminalística com as seguin-
tes matérias: Antropometria, Contabilidade, Criptografia, Desenho Forense, 
Documentoscopia, Explosivos, Fotografia, Grafologia, Acidentes de Trânsito 
Ferroviário, Hematologia, Incêndios, Medicina Legal, Química Legal e In-
terrogatório; Avaliação e Reparação de Danos; Exames de Armas de Fogo; 
Exames de Armas Brancas; Datiloscopia; Exame de Pegadas e Impressões; 
Escritas Cifradas (uso de símbolos para a formação de frases), etc. 
19) Em 1896, JUAN VUCETICH (nascido na Croácia, Yugoslávia), consegue 
que a Polícia do Rio da Prata, Argentina, deixe de utilizar o método antro-
pométrico de BERTILLÓN; ainda, reduz a quatro os tipos fundamentais da 
Datiloscopia, determinados pela presença ou ausência de delta; 
20) Em 1899, na Áustria, HANS GROSS criou os Arquivos de Antropologia 
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e Criminalística; 
21) Em 1902, em Portugal, começou a utilização das impressões plantares e 
palmares como complemento da identificação datiloscópica; 
22) Em 1903, no Rio de Janeiro, Brasil, foi fundado o Gabinete de Identifi-
cação, onde já estava estabelecido o Sistema Datiloscópico de VUCETICH;
23) Em 1908, na Espanha, CONSTANCIO BERNALDO DE QUIROZ reduzia a 
três as fases da formação e evolução da Polícia Científica: a) uma primeira fase, 
equívoca, quando os policiais, incluindo o Chefe, como VIDOCQ, eram recruta-
dos entre os próprios delinquentes porque eram conhecedores dos criminosos 
e as artes dos malfeitores; b) uma segunda fase, empírica, na qual o pessoal, 
já não recrutado entre os delinquentes, luta com meios empíricos e com as fa-
culdades naturais, vulgares ou excepcionais; c) uma terceira fase, a científica, 
em que a estas faculdades naturais se unem métodos de investigação técnica 
fundados na observação racional e nas experiências químicas, fotográficas, etc.; 
24) Em 1909, nos Estados Unidos, OSBORN publicou um livro intitulado 
Questioned Documents; 
25) Em 1920, no México, o Prof. BENJAMIM MARTINEZ fundou o Gabinete 
de Identificação e o Laboratório de Criminalística; 
26) Em 1933, nos Estados Unidos, foi criado o F.B.I. (Federal Bureau of In-
vestigation), em Washington, por iniciativa do Procurador Geral da Repúbli-
ca, Mr. HOMER CUMMINGS (STUMVOLL, 2019, P. 109).
Deveras, a análise do histórico acima mencionado, indica que 
os acontecimentos que concorreram para o desenvolvimento da crimi-
nalística, como conhecemos, se desenvolveram ao longo de mais de 
500 anos. Ademais, vislumbra-se que estudiosos de diversos países 
do mundo contribuíram para o avanço da pesquisa e sistematização de 
dados, a fim de que um método científico se desenvolvesse.
Princípios e Postulados da Perícia Criminalística 
Como ciência, a criminalística baseia-se em métodos científicos 
para chegar às conclusões de suas análises. Entretanto, nem sempre foi 
assim. Antes da atual fase científica, a verdade era buscada através de 
métodos primitivos ou mágicos, que somente foram suplantados a partir 
dos estudos realizados na Grécia Clássica. Dentre tais métodos primitivos 
podemos destacar a ordália, que se materializava em espécie de prova 
judiciária, na qual eram impingidos sacrifícios ao próprio corpo do culpado, 
como marcação a ferro, submissão à prova do fogo ou da água, a fim de 
que, se o acusado saísse ileso, poderia ser declarado inocente etc.
Avançando no estudo da ciência, o acúmulo de evidências pas-
sou a ser obtido através de observação e coleta de fatos comprobató-
rios, que se utilizam de métodos racionais, para obtenção de resultados. 
Edmond Locard foi precursor da Ciência Forense e destacou-se com 
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estudos do “triângulo do crime”, que pressupõe a análise de três ele-
mentos: a vítima, o criminoso e o local. 
A vítima pode ser conceituada como o ofendido ou sujeito pas-
sivo de crime. Fatores como sua participação na empreitada criminosa, 
sua vulnerabilidade e consequente vitimização podem se relevantes 
para a análise dos fatos. O criminoso se refere ao sujeito ativo, ou seja, 
aquele que praticou a ação delituosa. Já o local, pode ser conceituado 
como a posição geográfica onde aconteceu o fato e que expõe caracte-
rísticas ou configuração de um crime.
A partir da análise dos elementos supracitados, Locard desen-
volveu o princípio de que "todo contato deixa uma marca", que ficou 
conhecido como “Troca de Locard”. Inspirados nos estudos de Locard, 
a ciência moderna desenvolveu outros princípios básicos, os quais sedi-
mentam a criminalística como conhecemos. Destes, podemos destacar 
os princípios da observação, da análise, da interpretação, da descrição 
e da documentação, conforme leciona STUMVOLL (2019): 
a) Princípio da observação: O local do crime deve ser atentamente observado, 
pois todas as ações deixam marcas ou vestígios que poderão ser observados 
b) Princípio da análise: As condutas periciais sempre se baseiam em méto-
dos científicos, os quais podem ser analisados. Diferentemente, não há que 
se falar em perícia.
c) Princípio da Interpretação ou da individualidade. “Dois objetos nunca serão 
idênticos”, por esse motivo, podem ser individualizados entre si. 
d) Princípio da Descrição: O resultado de uma perícia é invariável em relação 
ao tempo, e deve ser descrito no documento criminalístico de maneira clara 
e fundamentada.
e) Princípio da Documentação: “Toda amostra deve ser documentada, desde 
seu nascimento no local de crime até sua análise e descrição final, de forma 
a se estabelecer um histórico completo e fiel de sua origem”. Isso é o que 
chamamos cadeia de custódia da prova material, que lhe confere fidelidade 
e credibilidade (STUMVOLL, 2019. P. 38).
Com relação aos postulados da criminalística, três premissas 
se destacam: 
O conteúdo de um laudo pericial criminalístico é invariante com relação ao 
perito que o produziu. As conclusões de uma perícia criminalística são in-
dependentes dos meios utilizados para alcançá-las. Perícia criminalísticaé 
independente do tempo, pois a verdade é imutável em relação ao tempo 
decorrido (STUMVOLL, 2019, P.87).
Verifica-se, portanto, que diversos princípios e postulados fo-
ram erigidos com o escopo de dar embasamento científico à crimina-
lística. Fatores como documentação, observação e análise se tornaram 
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imprescindíveis para definição da criminalística como área de estudo, 
gerando tecnicismo e confiança. Através da análise minuciosa desses 
princípios, é que se torna possível refazer a fatualidade material que 
sustenta a investigação criminal.
Análise do Local de Crime e dos Vestígios
A escola criminalística brasileira estuda os locais de crime, fa-
zendo referência à posição geográfica e à natureza dos vestígios en-
contrados, classificando-os em local mediato, imediato e relacionado.
Local de crime imediato é aquele abrangido pelo corpo de delito 
e seu entorno, onde a maior parte dos vestígios materiais serão encontra-
dos; local de crime mediato é a área adjacente, especialmente próxima ao 
local de crime imediato, onde também podem ser encontrados vestígios. 
Já o local relacionado é aquele que possui ligação direta com o crime, ou 
onde pode existir informação que auxilie no contexto do exame pericial.
Por vestígios se entendem qualquer marca, objeto ou sinal 
sensível que possa ajudar a esclarecer a autoria ou identidade de uma 
vítima ou de um crime. Quando depurados pelos peritos, os vestígios se 
consubstanciarão em evidências.
Principais Exames Realizados pela Criminalística
Ao longo dos anos, diversos exames foram desenvolvidos ou 
aprimorados pela criminalística, com o escopo de auxiliar na elucidação 
da autoria e materialidade delitiva. Entre os principais exames, pode-
mos destacar:
Balística forense: este exame estuda as armas de fogo, as mu-
nições e os efeitos dos tiros produzidos por tais artefatos. Será realizado 
quando houver uma relação direta ou indireta da arma de fogo ou das 
munições com a prática delitiva. Pode ser dividido em: Balística interna, 
que estuda o funcionamento das armas de fogo, desde a sua estrutura 
até as técnicas do tiro; balística externa, que se ocupa do trajeto e a 
trajetória do projétil, após o disparo; e balística dos efeitos ou balística 
do ferimento, que cuida das implicações produzidas como, por exemplo, 
os tipos de ferimento produzidos pelo projétil.
Exame no local de morte: a expressão “local de crime” é in-
correta, pois nem sempre o exame é realizado no local em que houve 
um crime. Podem ocorrer diversos tipos de situações, como suicídio, 
acidente ou morte suspeita, que ensejam a realização de uma perícia 
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técnica. Por esse motivo, recomenda-se utilizar as denominações: “exa-
me de local de morte”, “exame de local dos fatos” ou “perinecroscopia”. 
Neste exame, será analisado o local em que o cadáver foi encontrado, 
de modo a elucidar a dinâmica do falecimento.
Exames toxicológicos: na seara das toxicofilias, os exames pe-
riciais vão desde a identificação do conteúdo tóxico, quantidade utiliza-
da, até o estudo do indivíduo. Poderão ser realizados exames no autor 
dos fatos para caracterização do seu estado de dependência e da sua 
capacidade de entendimento e autodeterminação.
Nessa toada, o artigo 50, § 1º da Lei 11.343/2006, dispõe que 
para lavratura do auto de prisão em flagrante “é suficiente o laudo de 
constatação da natureza e da quantidade da droga, firmado por perito 
oficial ou, na sua ausência, por pessoa idônea”. Já o § 2º determina 
que “o perito que subscrever o laudo preliminar não ficará impedido de 
participar da elaboração do laudo definitivo”.
Exame de corpo de delito: o termo corpo, pode transmitir a 
ideia errônea de que a perícia se realiza no corpo de uma pessoa viva. 
De acordo com FRANÇA (2017), o corpo de delito representa todo o 
“CONJUNTO DOS VESTÍGIOS MATERIAIS RESULTANTES DA PRÁ-
TICA CRIMINOSA”, tais como: pessoas, objetos, instrumentos, armas, 
fragmentos etc., e seu exame é de atribuição dos peritos.
O Art. 158 do Código de Processo Penal disciplina que “quan-
do a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de 
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado” 
(BRASIL, 1941). 
Desse modo, o exame direto se realiza a partir do contato dire-
to do perito com o objeto que será periciado. No indireto, realiza-se com 
base em vestígios indiretos do crime, como fotografias, relatórios mé-
dicos ou até em depoimentos testemunhais. Vale destacar que a prova 
testemunhal não se confunde com o exame de corpo de delito indireto, 
a ser realizado por um perito. 
A Lei nº 13.721/2018 acrescentou um parágrafo único ao 
art. 158 do CPP, que determina que o EXAME DE CORPO DE DE-
LITO SEJA PRIORITÁRIO quando se tratar de crime que envolva 
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA MULHER, VIOLÊN-
CIA CONTRA CRIANÇA OU ADOLESCENTE, VIOLÊNCIA CONTRA 
IDOSO OU VIOLÊNCIA CONTRA PESSOA COM DEFICIÊNCIA.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: PC-ES Provas: INSTI-
TUTO AOCP - 2019 - PC-ES - Assistente Social 
Tratando das perícias em geral, com base no Código de Processo 
Penal, assinale a alternativa correta.
a) Os peritos elaborarão o laudo pericial no prazo máximo de 10 dias 
improrrogáveis, onde descreverão minuciosamente o que examinarem 
e responderão aos quesitos formulados. 
b) Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a 
subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de des-
crever os vestígios, indicarão com que instrumentos, porque meios e 
em que época presumem ter sido o fato praticado.
c) O laudo sobre o cadáver encontrado deve ser redigido pelos peritos 
de maneira textual e descritiva, sendo vedado qualquer desenho que 
não represente a fotografia real do corpo.
d) Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente 
para a eventualidade de nova perícia e, obrigatoriamente, os laudos se-
rão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos 
ou esquemas.
e) A autópsia será feita pelo menos doze horas depois do óbito, sendo 
vedado aos peritos fazer a autópsia antes daquele prazo.
QUESTÃO 2
Ano 2019. Banca Instituto AOCP ÓRGÃO PC-ES Prova Médico Legista 
A Medicina Legal pode ser classificada sob diversos enfoques, 
dentre os quais destaca-se o histórico. A fase evolutiva da Medi-
cina Legal que discute os assuntos ligados à Ética, à Moral e à 
Bioética Médica em face do exercício da Medicina a:
a) Medicina Legal Pericial. 
b) Medicina Legal Legislativa. 
c) Medicina Legal Doutrinária. 
d) Medicina Legal Filosófica. 
e) Medicina Legal Judiciária.
QUESTÃO 3
Ano 2018. Banca CESPE ÓRGÃO PC-MA Prova Médico Legista 
Medicina legal é definida como:
a) a ciência que investiga métodos, processos e técnicas de identifica-
ção da identidade. 
b) um conjunto de conhecimentos médicos destinados a servir ao direito 
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e que cooperam na elaboração, interpretação e execução de dispositi-
vos legais, no seu campo de ação de medicina aplicada.
c) a análise racional da participação da vítima na eclosão e justificativa 
das infrações penais. 
d) a arte de fazer laudos médicos, segundo o cirurgião Ambroise Paré. 
e) a ciência que estuda as doenças profissionais, os acidentes de traba-
lho, a higiene e a insalubridade laborais.
QUESTÃO 4
Ano 2018. Banca VUNESP PC-SP Prova Papiloscopista Policial 
Um eminente médico e professor de medicina legal de renomada 
universidade recebeu uma consulta sobre determinado assunto de 
sua especialidade. Portanto, ao responder porescrito, objetivan-
do esclarecer dúvidas existentes em um relatório médico legal, ele 
emitirá um documento denominado: 
a) Parecer. 
b) Declaração. 
c) Atestado. 
d) Comunicação. 
e) Auto.
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: INSTITUTO AOCP Órgão: ITEP - RN Prova: INSTI-
TUTO AOCP - 2018 - ITEP - RN - Agente de Necrópsia.
Dentre as atribuições dos agentes (de necropsia e técnico foren-
se), estão aquelas relacionadas ao registro de fotografias técnicas 
relativas aos exames periciais. Considerando a fotografia associa-
da às principais perícias elencadas no Código de Processo Penal, 
assinale a alternativa cujo procedimento NÃO tem previsão nesse 
código de ritos.
a) Em caso de exumação para exame cadavérico, a sepultura será fo-
tografada antes, durante e depois da abertura, e os peritos poderão 
instruir seus laudos com tais fotografias.
b) Para o efeito de exame do local de crime, os peritos poderão instruir 
seus laudos com fotografias, desenhos ou esquemas elucidativos.
c) Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quan-
do possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas 
ou desenhos, devidamente rubricados.
d) Nas perícias de laboratório, sempre que conveniente, os laudos se-
rão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos 
ou esquemas. 
e) Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem 
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encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões exter-
nas e vestígios deixados no local do crime.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Disserte sobre o exame de corpo de delito e explicite em quais situa-
ções é possível a sua substituição por outros elementos de prova.
TREINO INÉDITO
O exame de corpo de delito pode ser realizado:
a) somente na região corporal indicada pela vítima.
b) em uma caneta. 
c) na pessoa viva. 
d) em pessoas
e) por dois peritos oficiais.
NA MÍDIA
BRUMADINHO: IDENTIFICAÇÕES USAM SOFTWARE QUE "MON-
TA CORPOS" E AVAL DO MP
O texto relata acerca do trabalho de medicina legal para identificação dos 
corpos provenientes da tragédia de Brumadinho-MG, que deixou mais de 
200 mortos. Além dos softwares, foram realizados trabalhos de odontologia 
forense e DNA para obter resultados na identificação das vítimas fatais.
Fonte: Uol
Data: 24 jul. 2019.
Leia a notícia na íntegra: https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-no-
ticias/2019/07/24/brumadinho-seis-meses-trabalho-de-identificacao.htm
NA PRÁTICA
A atuação do médico legista é permeada por questionamentos. Segue 
abaixo documentário, realizado pelo Projeto Cine Trabalho, contendo 
depoimentos de trabalhadores do Serviço de Verificação de Óbitos 
(SVO) da Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA) relatando suas 
histórias de vida e trabalho com a experiência da morte.
Assista em: https://www.youtube.com/watch?v=upQYubQHl1s
PARA SABER MAIS
Acesse os links
https://www.dizerodireito.com.br/2020/04/lei-139882020-autoriza-o-u-
so-da.html
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-e-feito-um-exame-de-
-corpo-de-delito/
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GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
A regra insculpida no sistema brasileiro é a publicidade dos atos, que é 
assim estabelecida na Constituição Federal, no Pacto de São José da 
Costa Rica e Código de Processo Penal. 
Esse preceito somente pode ser restringido, quando presentes duas 
espécies de tipos de sigilo: interno e externo. a) sigilo interno - consis-
te na limitação da informação a determinado sujeito da investigação. 
Normalmente a publicidade é limitada ao investigado. b) sigilo externo 
- consiste na limitação da informação para o público externo, para a 
sociedade em geral.
O art. 20 do CPP quando prevê que “a autoridade assegurará no inqué-
rito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da 
sociedade”, tem por destinatário o público em geral, limitando o acesso 
da sociedade em geral aos atos da investigação.
 Já o sigilo interno, é exceção em nosso sistema. Desta forma, não 
poderá haver limitação do acesso das partes aos atos da investigação. 
Isto vem garantido pelas regras acima apresentadas e, também, pelo 
disposto no Estatuto da OAB, que assegura o direito de acesso aos 
autos ao advogado conforme se vê do art. 7.º, XIII, XV, XVI e § 1.º (Es-
tatuto da OAB, Lei 8.906/1994) e súmula vinculante 14 STF.
 Excepcionalmente, há situações em que o sigilo interno deve incidir. 
Estas situações ligam-se à natureza da medida tomada ou então à pró-
pria cautelaridade do ato, que possibilita a restrição do acesso de uma 
das partes aos atos de investigação, sob pena de perda de sua eficácia.
TREINO INÉDITO
Gabarito: D
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CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
A cadeia de custódia se refere ao registro em documento da movimentação 
dos elementos da prova quando do seu envio, conservação e análise nos 
laboratórios. Nucci (2006) define a cadeia de custódia como "o conjunto de 
procedimentos que visa garantir a autenticidade dos materiais que serão 
submetidos a exames, desde a coleta até o final da perícia realizada".
Entretanto, a cadeia de custódia não termina quando acaba a perícia. A 
fim de assegurar a credibilidade das provas produzidas, haverá a guar-
da dos vestígios desde o momento da colheita até o trânsito em julgado 
do procedimento.
Portanto, o principal escopo da cadeia de custódia incide em resguardar 
a fidelidade da prova material, de forma a impedir desconfianças quanto 
aos elementos probatórios. Todo caminho do vestígio deve ser docu-
mentado de forma oficial. 
Importante destacar que o pacote anticrime trouxe a regulamentação 
legal para a cadeia de custódia. O que antes estava previsto apenas 
como Procedimento Padrão, ou seja, uma recomendação do Ministério 
da Justiça, passou a vincular como regra obrigatória a todos os estados, 
considerando sua inserção no art. 158-A do CPP.
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
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CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
O exame de corpo de delito se insere dentre as diligências que deverão 
ser determinadas pela autoridade policial.
De acordo com o art. 6º CPP, logo que tiver conhecimento da prática da in-
fração penal, a autoridade policial deverá: (...) VII - determinar, se for caso, 
que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias.
O termo corpo de delito, presente na expressão, pode de forma equivo-
cada imprimir a ideia exame realizado no corpo da vítima. Porém, corpo 
de delito importa todo o CONJUNTO DOS VESTÍGIOS MATERIAIS RE-
SULTANTES DA PRÁTICA CRIMINOSA (pessoas, objetos, instrumen-
tos, armas, fragmentos etc.). Este exame se insere na atribuição dos 
peritos, profissionais portadores de diploma de curso superior, respon-
sáveis pelo levantamento e interpretação dos vestígios, com o escopo 
de elucidar a autoria e materialidade delitiva.
O artigo 158 CPP dispõe que “quando a infração deixar vestígios, será 
indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não poden-
do supri-lo a confissão do acusado” Da leitura do artigo destacam-se 
duas espécies de corpo de delito: Direto e Indireto.
O exame direto é aquele realizado diretamente sobre os vestígios oriun-
dos da prática criminosa, como exames nos corpos das vítimas, em 
locais de crime, objetos e instrumentos, documentos com suspeita de 
falsificação, dentre outros. O exame indireto é realizado indiretamen-
te, quando da impossibilidade de realizaçãodo exame direto sobre os 
vestígios do fato, com base em vestígios indiretos do crime, fotografias, 
relatórios ou até em depoimentos etc.
Na impossibilidade de realização do exame de corpo de delito direito e 
também indireto, pelo desaparecimento de todos os vestígios do crime, 
a prova testemunhal poderá ser admitida no processo: Art. 16 CPP: 
Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desapa-
recido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
TREINO INÉDITO
Gabarito: B
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ADI: Trata-se da Sigla que identifica a Ação Direta de Inconstituciona-
lidade
DIRETRIZES: linhas de pesquisas que deverão ser observadas para 
cumprimento de determinações.
CADEIA DE CUSTÓDIA: é o processo usado para manter e documen-
tar a história cronológica dos elementos materiais, que visa garantir a 
idoneidade e o seu rastreamento desde a identificação e coleta, até sua 
destinação final.
CONFERÊNCIA DO MATERIAL: procedimento realizado pela equipe 
pericial, no qual os equipamentos e materiais utilizados no plantão peri-
cial são conferidos, repostos ou complementados, para que possam ser 
utilizados no exame de local de crime.
JURISPRUDÊNCIA: julgamentos reincidentes acerca do mesmo posi-
cionamento sobre determinada situação e que serve de base para que 
novas decisões sejam tomadas sobre novos assuntos correlatos.
PERITO OFICIAL: em razão do exercício das atividades de perícia ofi-
cial de natureza criminal, os peritos de natureza criminal estão sujeitos a 
regime especial de trabalho, observada a legislação específica de cada 
ente a que se encontrem vinculados. Observado o disposto na legisla-
ção específica de cada ente a que o perito se encontra vinculado, são 
peritos de natureza criminal os peritos criminais, peritos médico-legistas 
e peritos odonto-legistas com formação superior específica detalhada 
em regulamento, de acordo com a necessidade de cada órgão e por 
área de atuação profissional (Lei 12.030/2009).
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A presente unidade abordou os aspectos relevantes da in-
vestigação forense e do inquérito policial, com o escopo de incutir no 
pós-graduando uma visão sistemática destes institutos basilares para a 
persecução criminal. O tema é desafiador, pois demanda análise crítica, 
diante do atual contexto político social.
No primeiro capítulo, foram discorridas informações sobre o in-
quérito policial, instrumento efetivo para a colheita de elementos probató-
rios que fundamentam a persecução penal. Mormente o inquérito policial 
não seja o único meio para obtenção de provas, sendo até mesmo dispen-
sável à acusação, não se pode olvidar que a maioria das ações penais se 
iniciam através desse procedimento administrativo. Por esse motivo, sua 
importância para a investigação e para o Estado Democrático de Direito. 
Foram discorridas informações sobre a origem e a história do 
inquérito policial, a natureza dos atos praticados, suas características, 
formas de instauração, principais diligências e forma de arquivamento. 
Tudo sob o enfoque das recentes modificações implementadas pelo Pa-
cote Anticrime, parcialmente em vigor.
O segundo capítulo foi dedicado à Polícia Científica, destacan-
do sua estrutura no Brasil, as principais carreiras que a compõem, o 
objeto da polícia científica e, por fim, as inovações trazidas pela imple-
mentação da cadeia de custódia. 
O terceiro capítulo disciplinou sobre a medicina legal e a cri-
minalística. Foi realizada uma explanação conglobante da temática, 
discorrendo sobre a origem e desenvolvimento da medicina legal, prin-
cipais exames, documentos médico legais e, por fim, foram passados 
conceitos basilares a respeito da criminalística.
Desta feita, a partir do estudo desta unidade, o aluno obterá 
conhecimento acerca dos principais institutos que regem a persecução 
criminal, outorgando subsídios para sua aplicação prática em diversas 
áreas do conhecimento.
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Acesso em: 10 mar 2020.
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da União. Brasília, DF. 10 de janeiro de 2002. Disponível em: . Aces-
so em: 12 mar. 2020.
________Lei 12.030/2009. Dispõe sobre as perícias oficiais e dá ou-
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de 2009. Disponível em . Acesso em: 12 mar 2020.
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Sa identificação da autoria e materialidade delitivas.
A partir daí, nasce para o Estado o direito de realizar a investi-
gação criminal, que se consubstancia em um inquérito policial ou outro 
procedimento investigativo, com vista a se obter elementos probatórios 
mínimos, que indiquem a justa causa para a ação penal.
Verifica-se, portanto, que a investigação criminal é gênero, que 
abrange todo procedimento inquisitivo, destinado a esclarecer a mate-
rialidade e a autoria de infrações penais. Entre as espécies de procedi-
mentos investigatórios, podem ser apontados os inquéritos policiais, os 
inquéritos policiais militares, os procedimentos investigatórios criminais, 
propostos pelo Ministério Público e os termos circunstanciados.
O presente estudo possui como finalidade precípua o estudo 
do inquérito policial, com destaque para as formas em que se desenca-
deia a investigação, perpassando pela análise da polícia técnica cientí-
fica, da medicina legal e da criminalística.
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ORIGEM E HISTÓRIA DO INQUÉIRO POLICIAL
Não há documento preciso que esclareça a origem do inquérito 
policial. Na antiguidade, o Código de Hamurabi, XVIII a.C trazia, de for-
ma bastante arcaica, mecanismos sistematizados para a imposição de 
castigos. Também foram identificados, no Código de Manu (do século 
IV A.C,) e na Arthasastra hindu (por volta do século II A.C) certa investi-
gação criada para imputar penalidades ao criminoso. Embora possuam 
certa sistematização, tais escritos ainda não podem ser reconhecidos 
como procedimento investigativo.
Analisando a antiguidade clássica, vislumbra-se na Grécia an-
tiga e no Império Romano, a figura das quaestiones perpetuae, em que 
o acusador desenvolvia uma investigação e instrução do caso apresen-
INQUÉRITO POLICIAL
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tado ao pretor. Também existia, entre os atenienses, uma prática inves-
tigatória criada com o escopo de apurar a probidade individual e familiar 
daqueles que eram eleitos magistrados.
Durante a idade média, a Magna Carta de 1215, que represen-
ta o grande marco do constitucionalismo medieval, estabeleceu formal-
mente a proteção de importantes direitos individuais, como a liberdade, 
mas nada dispôs acerca dos mecanismos de investigação.
A partir da idade moderna é que começam a se desenvolver, 
principalmente na França e na Inglaterra dos séculos XVIII e XIX, pe-
quenos corpos de investigadores, para apuração das condutas delitivas.
O inquérito, como conhecemos atualmente, teve sua origem 
em Roma, de forma bastante rudimentar, posteriormente, a legislação 
portuguesa introduziu certos conceitos de investigação, que foram utili-
zados no solo brasileiro.
A inserção do Inquérito no Direito Brasileiro
No Brasil, o inquérito policial foi inaugurado a partir da Lei nº 
261, de 3 de dezembro de 1841, que disciplinou, no artigo 4º, § 9º, a 
atribuição aos Chefes de Polícia, bem como aos seus delegados “de 
remeter, quando julgarem conveniente, todos os dados, provas e escla-
recimentos que houverem obtido sobre um delito, aos juízes competen-
tes, a fim de formarem a culpa” (BRAGA, 2019, P. 53).
Pouco tempo depois, o Regulamento nº 120, em 31 de janeiro 
de 1842, foi publicado. Tal ato normativo consagrou a divisão das polí-
cias em polícia administrativa e judiciária, e sistematizou as competên-
cias de cada uma dessas instituições.
No período imperial, o direito processual penal se tratava de 
competência estadual, e por esse motivo, cada estado possuía seu pró-
prio Código de Processo Penal. Não obstante, o procedimento de inves-
tigação criminal, instituído pelo Império, foi adotado de forma ampla, por 
todos os estados, para a elucidação de infrações penais.
Do Império à República, ainda hoje, o inquérito policial é utili-
zado para o esclarecimento de infrações penais, servindo como arca-
bouço para a formação da livre convicção tanto do Parquet, quanto do 
órgão judicial, a fim de que exerçam suas funções institucionais.
Importante destacar que o inquérito policial não é o único ins-
trumento processual à disposição da investigação criminal. Nos termos 
do art. 4º do CPP , outras formas de investigação poderão ser formali-
zadas, desde que previstas em lei. 
Conforme destaca ALVES (2019), são exemplos de investiga-
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ção criminal:
1. Inquérito por crime praticado por Juiz ou Promotor de Justiça. 
Nesse caso, a investigação é realizada no âmbito do tribunal de justiça ou 
da procuradoria de justiça (art. 33, parágrafo único da lei complementar 
35/79- Lei orgânica da Magistratura nacional e art. 41, parágrafo único da 
lei 8625/93, Lei orgânica do Ministério Público dos estados).
2. Inquérito parlamentar, presidido pela Comissão Parlamentar 
de Inquérito (art. 58, §3, CF).
3. Inquérito Policial Militar - presidido pela polícia militar (art. 8º 
do Código de Processo Penal Militar);
4. Investigação feita pelo Ministério Público em sede de inqué-
rito civil público (art. 8º, § 1º da lei 7347/85).
O indiciamento é ato privativo do delegado de polícia, nos 
termos do art. 2º, § 6º lei 12.830/2013 e dar-se-á por ato fundamen-
tado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar 
a autoria, materialidade e suas circunstâncias.
NATUREZA E ATOS DO INQUÉRITO POLICIAL
 
 O ordenamento legal pátrio não fornece o conceito de inquérito 
policial, como outrora previsto pela Lei nº 261, de 3 de dezembro de 1841. 
De forma resumida, podemos conceituá-lo como um procedimento investi-
gatório, preliminar, instaurado em virtude da prática de uma infração penal. 
Decompõe-se em uma série de diligências que são materiali-
zadas em um caderno investigatório, cujo objetivo precípuo é obter ele-
mentos de convicção para embasar a ação penal. O artigo 9º do Código 
de Processo Penal (CPP) disciplina que “todas as peças do inquérito 
policial serão, num só processado, reduzidas a escrito e rubricadas pela 
autoridade” (BRASIL,1941).
Desta feita, quando cometido um delito, o Estado, por intermé-
dio da polícia judiciária, colhe as provas iniciais acerca da autoria e da 
materialidade delitiva, para apresentá-las ao titular da ação penal (que 
pode ser tanto o Ministério Público ou ofendido - nos casos de ação 
penal privada), a fim de que seja oferecida denúncia ou queixa-crime.
 Nessa hipótese, o inquérito policial as acompanhará, ficando 
vinculado aos autos (art.12 CPP ). Por esse motivo, é correto afirmar que 
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o destinatário imediato do inquérito é o titular da ação (Ministério Público 
ou ofendido) e o destinatário mediato é o juiz. Nesse mesmo sentido, 
NUCCI (2008) nos apresenta um conceito didático de inquérito policial:
Preparatório da ação penal, de caráter administrativo, conduzido pela polícia 
judiciária e voltado à colheita preliminar de provas para apurar a prática de uma 
infração penal e sua autoria. Seu objetivo precípuo é a formação da convicção 
do representante do Ministério Público, mas também a colheita de provas ur-
gentes, que podem desaparecer, após o cometimento do crime. Não podemos 
olvidar, ainda, que o inquérito serve à composição das indispensáveis provas 
pré-constituídas que servem de base à vítima, em determinados casos, para a 
propositura da ação penal privada (NUCCI, 2008, p.143).
O inquérito policial não é processo. Por conta disso, não 
há que se falar, em regra, na existência de contraditório nesta eta-
pa, vigendo, pois, um sistema inquisitivo.
Características do InquéritoPolicial
O inquérito policial se trata de um procedimento administrativo, 
dispensável, que se inicia em razão da prática da uma infração penal. 
Nessa toada, tem como escopo obter elementos de prova, a fim de que 
o titular da ação possa propô-la contra aquele que infringiu a lei penal. 
ALVES (2019) destaca, de forma sistematizada, algumas característi-
cas próprias do inquérito policial:
A) Formalizado pela Polícia Judiciária (Polícia Civil ou Fede-
ral). O inquérito policial é presidido pela autoridade policial (Delegado 
de Polícia Civil ou da Polícia Federal), a fim de que sejam realizadas as 
diligencias elucidativas de autoria e materialidade delitiva, o delegado é 
auxiliado por outros servidores policiais, como: investigadores de polí-
cia, escrivães, agentes policiais etc.; 
B) Inquisitivo. O inquérito é um procedimento investigatório. 
Não vigora nessa fase extraprocessual o princípio do contraditório que, 
nos termos do art. 5º, LV , da Constituição Federal, só existe após o 
início da ação penal, quando admitida pelo Estado-juiz;
C) Sigiloso. De acordo com o art. 20 do Código de Processo 
Penal, “a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à eluci-
dação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade”. Interessante men-
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cionar que o sigilo do inquérito policial não restringe o direito de acesso 
aos autos, dos advogados, nos termos da Súmula Vinculante nº 14. 
D) Escrito. Os atos do inquérito devem ser reduzidos a ter-
mo em um só caderno investigatório. Segundo o art. 9º do CPP, “to-
das as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas 
a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade” 
(BRASIL,1941). A despeito desta previsão, o art. 405, § 1º, do CPP dis-
põe que “o registro do depoimento do investigado, indiciado, ofendido 
e testemunhas, sempre que possível, será feito por meio de gravação 
magnética” (inclusive audiovisual), “sem a necessidade de posterior 
transcrição” (art. 405, § 2º CPP). Outrossim, o próprio legislador previu 
a utilização de meios audiovisuais na investigação, os quais, quando 
utilizados, empregam maior fidedignidade ao procedimento.
E) Dispensável. O inquérito policial não é imprescindível para 
que a ação penal seja deflagrada. O Código de Processo Penal permite, 
expressamente, que a denúncia ou queixa sejam apresentadas com a 
partir das peças de informação. Outrossim, quaisquer documentos que 
demonstrem a existência de indícios suficientes de autoria e prova da 
materialidade delitiva poderão servir de base para a denúncia. Ex.: sindi-
câncias administrativas, instauradas no âmbito da Administração Pública.
Formas de Instauração do Inquérito Policial
O Código de Processo Penal estabelece que o inquérito pode 
ser iniciado por cinco diferentes modos: a) de ofício; b) por requisição 
do juiz; c) por requisição do Ministério Público; d) em razão de requeri-
mento do ofendido; e) pelo auto de prisão em flagrante.
- De ofício (art. 5º, I, do CPP ). Ocorre nos casos de delitos su-
jeitos à ação penal pública incondicionada. Nessa hipótese, o inquérito é 
iniciado por ato voluntário da autoridade policial, independentemente de 
pedido expresso do ofendido ou do MP. O art. 5º, § 3º, do Código de Pro-
cesso Penal dispõe que qualquer pessoa pode levar ao conhecimento 
da autoridade policial a ocorrência de uma infração penal (BRASIL,1941).
O art. 66 da Lei das Contravenções Penais, estabelece que 
funcionários públicos ou da área de saúde têm a obrigação de in-
formar a ocorrência de crimes de ação pública incondicionada de 
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que venham a tomar conhecimento no desempenho das funções 
(BRASIL,1941). 
- Requisição judicial ou do Ministério Público (art. 5º, II, 1ª parte, 
do CPP ). Requisição se refere a uma ordem, não há discricionariedade. 
Entretanto, é necessário que as autoridades requisitantes especifiquem, 
no ofício requisitório, o fato criminoso, que deve merecer apuração.
- Requerimento do ofendido (art. 5º, II, 2ª parte, do CPP). Quan-
do uma vítima leva ao conhecimento da autoridade a ocorrência de um 
delito, geralmente se lavra um boletim de ocorrências e, com base neste 
documento, o delegado dá início ao inquérito por meio de portaria. 
- Auto de prisão em flagrante (art. 301 CPP ). Após a prisão em 
flagrante, o agente deve ser encaminhado à Delegacia de Polícia para 
lavratura do APFD. Lavrado o auto, o inquérito está instaurado.
Jurisprudência
- Informativo n. 652, STJ: É possível a deflagração de in-
vestigação criminal com base em matéria jornalística. Inicialmente, 
para a configuração de justa causa, seguindo o escólio da doutri-
na, "torna-se necessário [...] a demonstração, prima facie, de que 
a acusação não (seja) temerária ou leviana, por isso que lastreada 
em um mínimo de prova. Este suporte probatório mínimo se rela-
ciona com os indícios da autoria, existência material de uma con-
duta típica e alguma prova de sua antijuridicidade e culpabilidade. 
Somente diante de todo este conjunto probatório é que, a nosso 
ver, se coloca o princípio da obrigatoriedade da ação penal públi-
ca". Nesse sentido, consigne-se que é possível que a investigação 
criminal seja perscrutada pautando-se pelas atividades diuturnas 
da autoridade policial, verbi gratia, o conhecimento da prática de 
determinada conduta delitiva a partir de veículo midiático, no caso, 
a imprensa, como de fato ocorreu. É o que se convencionou a de-
nominar, em doutrina, de notitia criminis de cognição imediata (ou 
espontânea), terminologia obtida a partir da exegese do art. 5º, in-
ciso I, do CPP, do qual se extrai que "nos crimes de ação pública 
o inquérito policial será iniciado de ofício". Ademais, e por fim, há 
previsão, de jaez equivalente, no art. 3º da Resolução n. 181, de 
2017 do Conselho Nacional do Ministério Público, in verbis: o pro-
cedimento investigatório criminal poderá ser instaurado de ofício, 
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por membro do Ministério Público, no âmbito de suas atribuições 
criminais, ao tomar conhecimento de infração penal de iniciativa 
pública, por qualquer meio, ainda que informal, ou mediante pro-
vocação (redação dada pela Resolução n. 183, de 24 de janeiro de 
2018). (RHC 98.056-CE, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta 
Turma, por unanimidade, julgado em 04/06/2019, DJe 21/06/2019). 
Prazos do Inquérito Policial
Iniciado o inquérito, a autoridade dispõe de prazos específicos 
para concluí-lo, a depender de estar o indiciado solto ou preso. Estando 
o réu solto, o prazo para sua conclusão, de acordo com o art. 10, caput, 
do Código de Processo Penal é de 30 dias. Porém, este prazo poderá 
ser prorrogado quando o fato for de difícil elucidação (art. 10, § 3º CPP 
). Caso o indiciado esteja preso, o prazo para a conclusão é de 10 dias, 
a partir do ato da prisão em flagrante (prazo penal).
Havendo prisão temporária (Lei n. 7.960/89) o inquérito deverá 
ser concluído em 5 dias, prorrogáveis por mais 5, nos crimes comuns, e 
em 30 dias, prorrogáveis por igual período, nos crimes definidos como 
hediondos, tráfico de drogas, terrorismo e tortura.
O art. 51, caput, da Lei n. 11.343/2006 (Lei Antitóxicos) estipula 
que, para os crimes de tráfico, o prazo será de 30 dias, se o indiciado 
estiver preso, e de 90 dias, se estiver solto. Estes prazos poderão ser 
duplicados pelo juiz, mediante pedido justificado da autoridade policial, 
ouvido o Ministério Público (art. 51, parágrafo único).
Nos crimes de competência da Justiça Federal, o prazo é de 15 
dias, prorrogáveis por mais 15 (art. 66 da Lei n. 5.010/66). Importante 
salientar que no tráfico internacional de entorpecentes, apesar de com-
petir à JustiçaFederal, o prazo mencionado segue a Lei de Tóxicos, que 
é especial e posterior.
PRINCIPAIS DILIGÊNCIAS POLICIAIS QUE TRANSITAM NO INQUÉ-
RITO
Instaurado o inquérito, a autoridade deverá determinar a rea-
lização das diligências pertinentes ao esclarecimento do fato delituoso, 
previstas nos artigos 6º e 7º do Código de Processo Penal, desde que 
cabíveis no caso concreto. Vejamos cada uma das diligências elencadas:
I - Dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o 
estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais: 
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este inciso disciplina acerca da preservação do local do crime, cuja fi-
nalidade é evitar que alterações feitas pelos autores do delito ou por 
populares possam prejudicar a realização da perícia.
II - Apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após 
liberados pelos peritos criminais: de acordo com o art. 11 do CPP , “os 
objetos apreendidos deverão acompanhar o inquérito, salvo se não mais 
interessarem à prova, hipótese em que serão restituídos ao proprietário” 
(BRASIL,1941). Ademais, o art. 175 CPP determina “realização de perí-
cia nos objetos apreendidos, a fim de que seja constatada sua natureza 
e sua eficácia” (BRASIL,1941).
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento 
do fato e suas circunstâncias: nesse caso, há permissão genérica para 
que a autoridade produza qualquer prova que entenda pertinente, mes-
mo que não elencada expressamente nos demais incisos.
IV - Ouvir o ofendido: importante prova para delimitar as cir-
cunstâncias da prática delitiva. Tratando-se de criança ou adolescente 
vítima de violência, a autoridade policial deve zelar pela observância 
das garantias previstas na Lei n. 13.431/2017 .
V - Ouvir o indiciado: o dispositivo refere-se ao interrogatório do 
indiciado. Importante destacar que o réu possui direito ao silêncio e a não 
autoincriminação (inciso LXIII do artigo 5º, CF: “o preso será informado de 
seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegu-
rada a assistência da família e de advogado” (BRASIL, 1988).
VI – Efetivar o reconhecimento tanto de pessoas quanto de 
coisas, conforme o delito que se está investigando, e eventuais acarea-
ções: o reconhecimento de pessoa visa apontar o autor do crime. Esta 
diligência é realizada por aqueles que presenciaram a infração penal, 
nos moldes do art. 226 CPP . De acordo com o entendimento doutriná-
rio, o reconhecimento é ato passivo, assim sendo, o suspeito pode ser 
compelido a dele participar. O reconhecimento de objetos, por sua vez, 
destina-se a verificar, instrumentos utilizados no crime. Já a acareação 
consiste no confronto entre duas pessoas que prestaram depoimen-
tos divergentes em aspectos considerados relevantes pela autoridade. 
Pode ser realizado entre acusados, entre acusado e testemunha, entre 
testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e en-
tre as pessoas ofendidas (arts. 229 e 230 do CPP).
VII - Determinar, no caso concreto, que seja realizado exame 
de corpo de delito e a quaisquer outras perícias imprescindíveis para o 
deslinde do feito: o exame de corpo de delito, nos termos do art. 158, 
é “indispensável para a prova da materialidade dos delitos que deixam 
vestígios” (BRASIL, 1941). A sua ausência é causa de nulidade da ação 
(art. 564, III, b).
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VIII – “Ordenar a identificação do indiciado pelo processo da-
tiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antece-
dentes” (BRASIL, 1941). O art. 5º, LVIII, estabelece que a pessoa ci-
vilmente identificada não será submetida a identificação criminal, salvo 
nas hipóteses previstas em lei. Desse modo, esta diligência só é cabível 
na hipótese de o indiciado não apresentar documentação válida que o 
identifique eficazmente.
IX - Averiguar a vida pregressa do indiciado, ou seja, suas re-
lações passadas, no que tange tanto ao seu aspecto pessoal quanto 
familiar, abarcando “condição econômica, sua atitude e estado de âni-
mo antes e depois do crime” (BRASIL, 1941). Poderão ser analisados 
“quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu 
temperamento e caráter” (BRASIL, 1941). Esta diligência auxilia o juiz 
a fixar adequadamente a pena-base do réu (em caso de condenação), 
conforme art. 59 do Código Penal. 
X - Colher informações sobre a “existência de filhos, respecti-
vas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de 
eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa 
presa” (BRASIL, 1941). Dispositivo inserido no Código pelo estatuto da 
primeira infância. 
 Art. 7o: Para verificar a possibilidade de haver a infração ter 
sido praticada de determinado modo, “a autoridade policial poderá pro-
ceder à reprodução simulada dos fatos, desde que não contrarie a mo-
ralidade ou a ordem pública” (BRASIL, 1941). Este artigo disciplina que 
a autoridade policial poderá realizar a reprodução simulada dos fatos, 
com a finalidade de verificar a possibilidade de ter a infração sido pra-
ticada de determinada forma. Deve ocorrer quando não contrarie a or-
dem pública ou os bons costumes.
Após a realização de todas as diligências, caberá ao delegado 
de polícia elaborar um relatório minucioso, mencionando as providências 
que foram adotadas durante as investigações. Esse relatório é a peça final 
do inquérito, que será então remetido ao juízo. Nesse documento, serão 
mencionados os elementos de informação colhidos, tanto objetivos quanto 
subjetivos, e eventuais testemunhas que não puderam ser ouvidas.
A doutrina majoritária entende que o delegado de polícia não 
deve manifestar-se acerca do mérito da prova colhida, salvo no caso da 
lei de drogas, em que deve justificar as razões que o levaram à classifi-
cação do delito (art. 52 lei 11343/06) .
É possível que no relatório final a autoridade proceda ao indi-
ciamento do investigado (embora possa ser realizado a qualquer mo-
mento). Este ato consubstancia na comunicação feita ao réu de que é 
o principal suspeito da prática do crime. Conforme lei 12.830/13: “§ 6º, 
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o indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato funda-
mentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a 
autoria, materialidade e suas circunstâncias” (BRASIL, 2013).
Arquivamento do Inquérito Policial
Em virtude das alterações promovidas pelo pacote anticrime, 
houve substancial modificação da disciplina do arquivamento do Inqué-
rito Policial no Código de Processo Penal. Entretanto, foi ajuizada a ADI 
nº. 6305, que suspendeu a eficácia da redação do novo art. 28 do CPP, 
e manteve, temporariamente, a redação original, até que seja decidido 
o mérito da ação de controle de constitucionalidade.
Na redação original do Código de Processo Penal, a regra é 
assim disposta:
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, 
requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de in-
formação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, 
fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e 
este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para 
oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o 
juiz obrigado a atender. (BRASIL, Decreto Lei 3689/41. Institui o Código de 
Processo Penal. Diário Oficial da União. Brasília, DF. 03 de outubro e 1941).
Pela redação original, caso o representante do Ministério Públi-
co não ofereça denúncia, por qualquer motivo pertinente (falta de justa 
causa, por exemplo), e decidida pela necessidade do arquivamento do 
inquérito policial, deverá requerero arquivamento ao juízo competente. 
Desta forma, caberia ao juiz arquivar ou não os autos do inquérito. 
Se o juiz decidisse, de acordo com o requerimento do MP, realizaria a ho-
mologação. Entretanto, caso discordasse, caberia suscitar a regra do artigo 
28 CPP para remeter os autos do inquérito policial ao procurador-geral. 
Se concordasse com o juiz, o Procurador-Geral nomearia ou-
tro representante do órgão ministerial para oferecer denúncia ou, se 
concordasse com o pedido de arquivamento, confirmaria a ordem de 
arquivamento, que deveria ser acatada.
A Lei anticrime (Lei 13.964/19), alterou a redação do artigo 28 
do CPP, privilegiando a atuação do Ministério Público, vejamos:
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer ele-
mentos informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público co-
municará à vítima, ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os 
autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação, na 
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forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquiva-
mento do inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimen-
to da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância competente do 
órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído pela 
Lei nº 13.964, de 2019)
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, 
Estados e Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial pode-
rá ser provocada pela chefia do órgão a quem couber a sua representação 
judicial. (BRASIL, Decreto Lei 3689/41. Institui o Código de Processo Penal. 
Diário Oficial da União. Brasília, DF. 03 de outubro e 1941).
A redação imposta pelo Pacote Anticrime (Lei 13964/2019), 
caso seja mantida pelo Supremo Tribunal Federal, põe fim ao pedido 
de arquivamento formulado pelo Ministério Público. Além disso, cria a 
obrigatoriedade do Parquet comunicar à vítima, ao investigado e à au-
toridade policial, acerca da decisão, remetendo, em seguida, os autos à 
instância de revisão ministerial para fins de homologação. Desta forma, 
abre-se a possibilidade de a vítima recorrer da decisão de arquivamen-
to, o que não existia na redação anterior.
CRÍTICAS ESTRUTURAIS, SISTEMÁTICAS E DOS DIREITOS HU-
MANOS
Embora sua vital importância para a persecução criminal, pois se 
trata do principal instrumento utilizado para apuração da autoria e mate-
rialidade delitiva, muitas são as críticas endereçadas ao inquérito policial. 
O autor Aury Lopes Júnior, em crítica à figura do inquérito, já escreveu: 
Atualmente existe um consenso: o IP está em crise. Os juízes apontam para 
a demora e a pouca confiabilidade do material produzido pela polícia, que 
não serve como elemento de prova na fase processual. Os promotores re-
clamam da falta de coordenação entre a investigação e as necessidades de 
quem, em juízo, vai acusar. O inquérito demora excessivamente e nos casos 
mais complexos, é incompleto, necessitando novas diligências, com evidente 
prejuízo à celeridade e à eficácia da persecução. Por outro lado, os advoga-
dos insurgem-se, com muita propriedade, da forma inquisitiva como a polícia 
comanda as investigações, negando um mínimo de contraditório e direito de 
defesa, ainda que assegurados no art. 5º, LV da CF, mas desconhecidos em 
muitas delegacias brasileiras. No meio policial, ainda domina o equivocado 
entendimento de que a CF é que deve ser interpretada restritivamente, para 
adaptar-se ao modelo previsto no CPP (de 1941), e não ao contrário, com 
o CPP adaptando-se à nova ordem constitucional (LOPES JR, 2006. P.22).
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De fato, não se pode olvidar que, nas últimas décadas, as polí-
cias têm sido relegadas a um segundo plano, o que interfere diretamen-
te na qualidade dos inquéritos policiais produzidos. Alguns estudiosos 
consideram o atual sistema arcaico e totalmente superado, pois divide a 
tarefa de polícia ostensiva e repressiva em duas polícias distintas, que 
se enfraquecem ao longo dos anos.
De acordo com o magistério de LOPES JUNIOR (2006), entre 
as principais críticas direcionadas à polícia judiciária se destacam:
• A eficácia da atuação policial está associada à camada mais bai-
xa da sociedade, não atingindo a classe mais elevada (punição seletiva);
• A própria existência da polícia judiciária, haja vista que em outros 
países, como nos Estados Unidos, se adota a figura do promotor-investi-
gador, no qual o membro do Ministério Público titulariza a apuração das 
infrações penais, estando as polícias juridicamente subordinadas a ele.
• A polícia está muito mais suscetível do que outros órgãos à 
contaminação política (especialmente os mandos e desmandos de quem 
ocupa o governo) e poderá sofrer a pressão dos meios de comunicação;
• A credibilidade da atuação policial constantemente é colocada 
em xeque, em virtude de denúncias de corrupção e de abuso de auto-
ridade.
Em rebate a tais críticas, LOPES JUNIOR (2006) afirma que o 
inquérito policial não é unidirecional, pois se manifesta não apenas para 
fornecer subsídios mínimos à acusação, mas também se direciona à 
colheita de elementos probatórios aptos a esclarecer eventual atipicida-
de, ou excludente de ilicitude, por exemplo. Com efeito, nem todos os 
inquéritos policiais originarão uma ação penal. 
Ademais, o brilhante autor, ao discorrer sobre as vantagens da 
investigação preliminar policial, ressalta: 
Não há dúvida de que a polícia tem condições de atuar em qualquer rincão do 
país, desde os grandes centros até os povoados mais afastados e isolados. 
Isso confere, principalmente, em países de grandes dimensões territoriais 
como o Brasil, uma nota de efetividade da persecução, pois a polícia está em 
todos os lugares. Definitivamente, sua abrangência é maior que a dos juízes 
de instrução ou dos promotores investigadores (LOPES JR, 2006. P. 25).
No que tange à ausência da paridade de armas, e eventual cer-
ceamento de direitos, verifica-se que tanto a lei 13.245/16, que alterou 
o art. 7º da Lei nº 8.906/94, quanto a súmula vinculante nº 14 , foram 
editados com o escopo de efetivar a participação do causídico na fase 
investigatória, garantindo amplo acesso aos elementos de informação 
já documentados, que digam respeito ao exercício do direito de defesa.
Em relação ao suposto desrespeito aos direitos e garantias 
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fundamentais, verifica-se que tais desvios de conduta não devem ser 
tomados como regra na persecução criminal. Deveras, o comportamen-
to desviado reflete a atuação de uma minoria dos policiais brasileiros, 
que não possui o condão de macular todo o bom trabalho que é desem-
penhado Brasil afora.
 Ademais, já consta do Código de Processo Penal a figura do 
juiz de garantias, cuja função precípua se destina a fiscalizar os atos in-
vestigatórios, coibindo ilegalidades e salvaguardando direitos individuais. 
Em que pese os artigos que disciplinam a atuação do juiz de ga-
rantias encontrarem-se suspensos, em virtude de liminar deferida na ADI 
6305, o atual sistema processual, já prevê nas corregedorias de polícia o 
aparato necessário para realizar o controle interno de eventuais desvios 
praticados pelos policiais. Não bastasse tal controle interno, o Ministério 
Público atua como órgão de controle externo das polícias, a fim de asse-
gurar que a investigação respeite direitos e garantias fundamentais.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2019 Banca: IESES Órgão: TJ-SC Prova: IESES - 2019 - TJ-SC- Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção
É INCORRETO afirmar que o inquérito policial poderá ser iniciado:
a) Por requisição da autoridade judicial ou do Ministério Público, ou por 
requerimento do ofendido ou seu representante, nos crimes de ação 
pública incondicionada.
b) Por requerimento do ofendido, nos crimes de ação pública condi-
cionada à representação, ainda que não a ofereça de pronto, devendo 
fazê-lo, contudo, no prazo decadencial de seis meses, sob pena de ar-
quivamento do inquérito instaurado.
c) Apenas por requerimento do ofendido ou seu representante, nos cri-
mes de ação penal privada.
d) De ofício, pela autoridade policial, nos crimes de ação pública incon-
dicionada.
QUESTÃO 2
Ano: 2019 Banca: Instituto Acesso Órgão: PC-ES Prova: Instituto 
Acesso - 2019 - PC-ES - Delegado de Polícia
A referida classificação do sistema brasileiro como um sistema 
acusatório, desvinculador dos papéis dos agentes processuais e 
das funções no processo judicial, mostra-se contraditória quando 
confrontada com uma série de elementos existentes no processo.” 
(FERREIRA. Marco Aurélio Gonçalves. A Presunção da Inocência e 
a Construção da Verdade: Contrastes e Confrontos em perspectiva 
comparada (Brasil e Canadá). EDITORA LUMEN JURIS, Rio de Ja-
neiro, 2013). Leia o caso hipotético descrito a seguir.
O Ministro OMJ, do Supremo Tribunal Federal, rejeitou o pedido 
da Procuradoria-Geral da República (PGR), de arquivamento do in-
quérito aberto para apurar ofensas a integrantes do STF e da sus-
pensão dos atos praticados no âmbito dessa investigação, como 
buscas e apreensões e a censura a sites. Assinale a alternativa 
INCORRETA quanto a noção de sistema acusatório.
a) Inquérito administrativo instaurado no âmbito da administração pública.
b A determinação de ofício de instauração de inquérito policial pelo juiz.
c) A Instauração de inquérito policial pelo Delegado de Polícia.
d) A requisição de instauração de inquérito policial pelo Ministério Público.
e) Inquérito instaurado por comissões parlamentares.
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QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: COPS-UEL Órgão: PC-PR Prova: COPS-UEL - 
2018 - PC-PR - Escrivão de Polícia
Quanto ao inquérito policial, assinale a alternativa correta.
a) Em virtude do sistema inquisitivo que orienta o inquérito policial e do 
poder discricionário da autoridade policial, do despacho que indeferir o 
requerimento de abertura de inquérito policial não caberá recurso.
b) Nos casos de crime de ação penal de iniciativa privada, para instau-
rar o inquérito policial, a autoridade policial dependerá de requerimento 
de quem tenha qualidade para intentá-la, o qual consistirá na chamada 
queixa- -crime, que deverá ser apresentada por advogado munido de 
procuração com poderes especiais.
c) Notitia criminis de cognição indireta ou mediata ocorre quando a auto-
ridade policial toma conhecimento de um fato aparentemente delituoso 
por meio de suas atividades habituais, como, por exemplo, pela impren-
sa ou em uma determinada investigação.
d) Uma das formas de se iniciar o inquérito policial é pela requisição do 
ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo, constituindo 
uma hipótese do que se denomina notitia criminis de cognição indireta 
ou mediata.
e) Conforme determina o Código de Processo Penal, logo que tiver co-
nhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá 
dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e a 
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais.
QUESTÃO 4
Ano 2017. Banca Vunesp ÓRGÃO Magistratura/SP Prova Juiz de 
Direito
Durante o inquérito, o advogado:
a) pode ter delimitado, pela autoridade competente, o acesso aos ele-
mentos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não 
documentadas nos autos, quando houver risco de comprometimento da 
eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências.
b) pode examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir a 
investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investi-
gações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que con-
clusos à autoridade, mas não pode copiar peças e tomar apontamentos 
por meio digital.
c) pode assistir a seus clientes investigados durante a apuração de in-
frações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou 
depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigató-
rios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamen-
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te, mas não pode apresentar razões e quesitos.
d) não precisa apresentar procuração para examinar autos sujeitos a 
sigilo, desde que ainda não conclusos à autoridade.
QUESTÃO 5
Ano 2017. Banca FGV ÓRGÃO OAB Prova OAB 
Paulo foi preso em flagrante pela prática do crime de corrupção, 
sendo encaminhado para a Delegacia. Ao tomar conhecimento dos 
fatos, a mãe de Paulo entra, de imediato, em contato com o advo-
gado, solicitando esclarecimentos e pedindo auxílio para seu filho. 
De acordo com a situação apresentada, com base na jurisprudên-
cia dos Tribunais Superiores, deverá o advogado esclarecer que
a) diante do caráter inquisitivo do inquérito policial, Paulo não poderá 
ser assistido pelo advogado na delegacia.
b) a presença da defesa técnica, quando da lavratura do auto de prisão 
em flagrante, é sempre imprescindível, de modo que, caso não esteja 
presente, todo o procedimento será considerado nulo.
c) decretado o sigilo do procedimento, o advogado não poderá ter aces-
so aos elementos informativos nele constantes, ainda que já documen-
tados no procedimento.
d) a Paulo deve ser garantida, na delegacia, a possibilidade de assistên-
cia de advogado, de modo que existe uma faculdade na contratação de 
seus serviços para acompanhamento do procedimento em sede policial.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Disserte sobre o sigilo do inquérito policial, frente às prerrogativas dos 
advogados, insculpidas no art. 7, XIV, do Estatuto da OAB (lei 8906/94) 
e súmula vinculante nº 14.
TREINO INÉDITO
Após recebimento de denúncia anônima, versando sobre a prática 
de crime de ação penal pública incondicionada, qual a postura cor-
reta a ser adotada pelo Delegado de Polícia?
a) Instaurar IP para apurar os fatos;
b) Arquivar a denúncia, pois a Constituição Federal veda o anonimato;
c) Encaminhar a denúncia para o órgão do MP;
d) Proceder com diligências preliminares para averiguar a veracidade 
dos fatos e só depois de confirmado, instaurar o IP;
e) Encaminhar a denúncia para o judiciário.
NA MÍDIA
DECISÃO DE FUX SUSPENDE MAIS TRÊS PONTOS DO PACOTE 
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ANTICRIME
O grande enfoque da matéria foi a decisão monocrática do ministro do 
Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, que suspendeu, por prazo 
indeterminado, três importantes pontos do pacote anticrime, dentre os 
quais o art. 28 CPP, que prevê o arquivamento do Inquérito Policial.
Esta decisão substituiu a anterior, proferida pelo ministro Dias Tófolli, 
que previa um prazo inicial de seis meses para que certas alterações 
entrassem em vigor.
Fonte: Agência Brasil
Data: 22 jan. 2020.
Leia a notícia na íntegra: https://agenciabrasil.ebc.com.br/justica/noti-
cia/2020-01/decisao-de-fux-suspende-mais-tres-pontos-do-pacote-anti-
crime
NA PRÁTICA
Um dos temas mais consentâneos, no que tange à atuação prática no in-
quérito policial, refere-se à importância do advogado na fase extraproces-
sual. Após as inovações trazidas pela lei 13.245/16, que alterou o artigo 
7º do Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (Lei 8.906/94) diversas 
celeumas têm sido levantadas sobre a atuação do causídico nessa fase. 
Os questionamentos são extremamente relevantes para a atuação práti-
ca daqueles que militamcom o direito penal e processual penal.
Fonte: Consultório Jurídico
Data: 08/03/2019
Leia a notícia na íntegra: https://www.conjur.com.br/2019-mar-08/stf-
-volta-discutir-necessidade-advogado-fase-inquerito
Fonte: Canal Ciências Criminais
Data: 20/02/19
Leia a notícia na íntegra: 
https://canalcienciascriminais.com.br/advogado-durante-o-inquerito-po-
licial/
PARA SABER MAIS
Acesse os links: 
https://www.migalhas.com.br/quentes/297859/stf-tramitacao-direta-de-
-inquerito-policial-entre-mp-e-policia-civil-e-tema-de-repercussao-geral
https://www.dizerodireito.com.br/2019/03/nao-e-necessaria-mesmo-
-apos-lei.html
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ORIGEM DA POLÍCIA CIENTÍFICA
 
Embora remonte à épocas pré-científicas, foi a partir do século 
XVI, que a Criminalística ou Ciência Forense iniciou seu processo de sis-
tematização, formando um corpo de conhecimento estruturado. Dentre 
os grandes nomes da época, a doutrina destaca o trabalho de Alphonse 
Bertillon que, século XIX, após realização de estudos, implantou uma sé-
rie de métodos que deram origem a uma polícia científica na França.
Entre 1880 e 1914 (ano da morte de Bertillon), o estudioso de-
senvolveu diversos procedimentos sistemáticos para fins de identifica-
ção de criminosos e outros indivíduos tidos como suspeitos à época. 
Estes procedimentos foram denominados como "sistema Bertillon" ou 
"bertillonagem", nomes pelos quais até hoje são conhecidos.
POLÍCIA CIENTÍFICA
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Em 1908, na França, foi criado o “Instituto de Polícia Científi-
ca” localizado na Universidade de Lausanne. Paulatinamente, a ciência 
foi incorporada às forças policiais. 
Na américa, por sua vez, a polícia científica não se desen-
volveu tão rapidamente quanto na Europa. A criação de laboratórios 
policiais nos EUA, ocorreu somente entre os anos de 1920 e 1930. En-
tretanto, esse retardo não atrapalhou o desenvolvimento da polícia cien-
tífica nos Estados Unidos, que hoje desponta como grande expoente 
na investigação criminal, dados os avanços da polícia técnico científica.
Polícia Científica no Brasil
Em solo brasileiro, a origem da Polícia Científica também se en-
contra atrelada ao próprio desenvolvimento da Medicina Legal, quando 
a ciência deixou a universidade e se tornou elemento do trabalho policial.
Em grande parte dos estados brasileiros, a exemplo de São 
Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, as Polícias Científicas estão inseri-
das como órgãos autônomos da administração pública, subordinadas à 
Secretaria de Segurança Pública ou Secretaria congênere. Entretanto, 
em alguns estados, tais polícias ainda pertencem à estrutura da Polícia 
Civil, podendo citar o estado de Minas Gerais. 
De modo geral, cabe à Polícia Científica coordenar as ativida-
des do Instituto de Criminalística (IC) e Instituto Médico-Legal (IML), ór-
gãos téncicos que, dentro de suas áreas de competência, realizam pe-
rícias técnico-científicas que contribuem para a elucidação dos crimes.
Em São Paulo, estado no qual a Polícia Científica mais se 
desenvolveu ao longo dos anos, a Superintendência da Polícia Técni-
co-Científica (SPTC) erigiu-se como órgão autônomo no ano de 1998, 
com o escopo de gerir tanto as perícias criminalísticas e médico-legais, 
realizadas no estado. 
A Lei Estadual 756, de 1994, regulametou a criação da Supe-
rintendência Técnico Científica, posteriormente, o Decreto do Executi-
vo nnº 42.847, de 9 de fevereiro de 1998, disciplinou a hierarquia de sua 
estrutura. Atualmente, a superintendência é responsável pela coorde-
nação dos trabalhos do Instituto de Criminalística e do Instituto Médico 
Legal, editando normas, ações conjuntas e implementando políticas de 
atendimento à população. 
Já em Minas Gerais, conforme relatado alhures, o segmento 
técnico-científico está inserido no âmbito da Polícia Civil, sendo repre-
sentado por três órgãos: Instituto de Identificação, Instituto Médico-Le-
gal e Instituto de Criminalística, todos subordinados à Superintendência 
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de Polícia Técnico-Científica.
Independentemente da sua estutura estar centrada como órgão 
autônomo, ou subordinado às polícias civis, é função precípua da Polícia 
Técnico-Científica a coordenação e supervisão dos trabalhos de pesqui-
sa, tanto nos campos da Criminalística, quanto da Medicina Legal.
Instituto de Criminalística
Trata-se de uma divisão da polícia técnico científica, respon-
sável pela realização das perícias em geral. Tanto pode ser criado no 
âmbito estadual (de forma autônoma ou inerente às polícias), quanto 
federal, hipótese em que se insere na estrutura da Polícia Federal.
O profissional que atua na realização das perícias é denomina-
do perito, servidor público de carreira, com formação superior. De acor-
do com o Manual de orientação de quesitos da perícia criminal (BRA-
SIL, 2012), redigido pelo Departamento de Polícia Federal, os principais 
exames realizados por esses peritos são:
Perícia de Quimica Forense– Envolve os vestígios em exames periciais de 
drogas, fármacos, medicamentos, explosivos, combustíveis, produtos sane-
antes, cosméticos, agrotóxicos e outros produtos químicos em geral.
Perícia de Genética Forense - Envolve a análise de material genético con-
tido em vestígios de origem biológica. Visam à materialização de delitos ou 
identificação de pessoas envolvidas com o material genético, identificação 
de espécies para materialização de crimes ambientais ou até identificação 
de desaparecidos ou vitimas de acidentes. 
Perícia Contábil-Financeira – Envolve o processamento de vestígios da ocor-
rência de fato administrativo, contábil, financeiro ou econômico em meios físi-
cos ou em sistemas informatizados. Objetiva interpretar informações fiscais, 
indicando, por exemplo, a existência ou não de sonegação fiscal, lavagem de 
dinheiro ou malversação de recursos públicos ou privados;
Perícia de Informática – Envolve a busca, coleta e análise dos vestígios de 
informática, contidos nas chamadas “mídias de armazenamento eletrônico”. 
Também envolve a análise dos sistemas informatizados e dos equipamentos 
de informática em geral, quando se questiona a respeito de sua natureza, 
funcionalidade, histórico de utilização, entre outras características.
Perícia de Engenharia Legal – Exames que envolvam a realização de exame 
de local e/ou as análises de contratos públicos e/ou a qualidade e/ou quanti-
dades relativas às obras.
Perícia de Documentoscopia – Exame a ser realizado em qualquer documen-
to físico ou digital.
Perícia de Audiovisual - O escopo dessa área de perícia envolve os vestígios 
de áudio e imagens, contidos em mídias analógicas ou digitais, que materia-
lizam os delitos investigados 
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Perícia em Veículos – Envolve os exames realizados em aeronaves, embar-
cações e veículos terrestres, quando se questiona sobre sua função, fun-
cionamento, presença de danos, adulterações, modificações, vestígios de 
material ilícito transportado, bem como na determinação do valor de mercado 
do veículo, de suas partes ou peças. 
Perícia em Armas de Fogo e Balística - Os exames balísticos envolvem balís-
tica interna (armas e fenômenos ocorridos durante seu funcionamento), ex-
terna (projétil e sua trajetória) e terminal (interação projétilalvo). Além disso, 
são executadas análises para caracterizar a natureza dos vestígios materiais 
Perícia Merceológicas - Os exames dessa área levam em consideração a 
análise das características físicas, técnicas e comerciais de uma determina-da mercadoria ou da res furtiva.
Perícia de Meio-Ambiente – Perícias que compreendem a realização de exa-
mes em locais e de laboratório relacionados a crimes contra o meio ambien-
te, bens minerais, patrimônio arqueológico e monumentos naturais ou que 
envolvam vestígios de produtos de origem vegetal, animal, minérios, qua-
lidade da água, solo, ar e água e equipamentos, maquinário, materiais e 
petrechos utilizados especificamente em crimes contra o meio ambiente com 
efeito direto ou indireto.
Perícia de Local - Envolve os exames realizados em uma porção do espa-
ço, onde tenha ocorrido um evento de interesse criminalístico e para colher 
dados que subsidiem comparações e análises com o objetivo de verificar a 
possibilidade de a infração ter sido praticada de determinado modo (BRASIL. 
Departamento de Polícia Federal (DPF). Manual de orientação de quesitos 
da perícia criminal/ Departamento de Polícia Federal, Instituto Nacional de 
Criminalística. – 1. ed. – Brasília: Diretoria Técnico Científica, 2012).
Instituto Médico Legal
O Instituto Médico Legal, popularmente denominado IML, é um 
instituto responsável pelos exames periciais realizados tanto no indivíduo 
vivo, como em cadáveres e também em segmentos corporais. Os médicos 
legistas, profissionais com formação superior em medicina, são os respon-
sáveis pelos diversos exames realizados, entre os quais se destacam:
• Autópsia ou Necropsia. Exame que se realiza no corpo, já 
sem vida (corpo morto) com o objetivo de identificar a causa mortis.
• Exame de toxicologia. Exame para identificar tanto as ca-
racterísticas de uma substância quanto a sua utilização pelo indivíduo 
como droga, álcool, etc.
• Exame de lesões de lesões corporais. É perícia criminal de 
natureza médico-legal corriqueira, realizada no indivíduo vivo, com o es-
copo de verificar a existência de lesão corporal e delimitar sua gravidade.
• Exame de constatação de violência sexual. Realizado tanto 
no indivíduo de sexo feminino quanto masculino e objetiva averiguar a 
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prática de estupro ou atos libidinosos.
• Exame de sanidade mental. É exame pericial de natureza mé-
dico-legal especificamente realizado sobre o indivíduo vivo, para diag-
nóstico de sanidade ou doença mental.
• Exame de constatação de idade: Utilização de parâmetros 
técnicos, antropométricos e biométricos com o escopo de aferir a idade 
de indivíduos vivos.
• Exame de odontologia forense: Exame de natureza médico-
-legal, realizado sobre o corpo morto.
Carreiras das Polícias Científicas
Embora a nomenclatura possa variar, de acordo com a lei que 
rege cada estado, de forma geral, pode-se afirmar que a polícia científi-
ca conta com as seguintes carreiras:
Atendente de necrotério: o atendente de necrotério tem como 
responsabilidade recolher cadáveres ou parte deles em locais de crime, 
entre outras atividades relacionadas ao corpo morto. Geralmente, não 
se exige curso superior para esta atividade, sendo obrigatório o ensino 
fundamental ou médio, e ser portador de CNH, no mínimo categoria B.
Auxiliar de necropsia: trata-se do profissional que auxilia o mé-
dico legista na realização do exame de necropsia, atuando na identifica-
ção e manuseio dos cadáveres.
Desenhista técnico-pericial: o desenhista técnico pode atuar 
em diversos campos, a depender de sua área de atuação. Na pollícia 
técnico científica, o profissional atuará reproduzindo cenas de crimes e 
retratos-falados.
Fotografo técnico-pericial: o Fotógrafo Pericial é o profissional que 
irá fotografar as diversas ocorrências policiais, deslocando-se ao local de 
crime com ou sem vítimas. Ex: locais de desabamentos, homicídios, incên-
dios, catástrofes, acidentes de trânsito, roubo, furto, entre outros.
Perito criminal (lato sensu): o cargo de perito criminal ou cri-
minalístico (estadual ou federal) exige formação de nível superior. Os 
profissionais que atuam nessas areas são classificados em três catego-
rias: peritos criminais, peritos médico-legistas e peritos odontolegistas, 
conforme disciplina a lei 12.030/2009:
Art. 5o Observado o disposto na legislação específica de cada ente a que 
o perito se encontra vinculado, são peritos de natureza criminal os peritos 
criminais, peritos médico-legistas e peritos odontolegistas com formação su-
perior específica detalhada em regulamento, de acordo com a necessidade 
de cada órgão e por área de atuação profissional (Lei 12.030/2009. Diário 
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Oficial da União. Brasília. DF.17 de setembro de 2009.).
Esta lei disciplinou, de forma tímida, as disposições gerais so-
bre as perícias oficiais, enfatizando que a atividade de perícia oficial 
detém natureza criminal, sendo-lhe assegurada autonomia técnica, 
científica e funcional.
Médico legista: este profissional, graduado em medicina, reali-
zará o exame de corpo de delito em vítimas vivas ou mortas, indicando, 
através de laudo pericial, as principais incidências e lesões, bem como 
as causas prováveis do ferimento. No Instituto médico Legal são reali-
zados exames clínicos e laboratoriais fundamentais para obtenção dos 
elementos de prova.
Perito odontolegista: no âmbito criminal, o odontolegista pode 
atuar em diversas espécies de perícias, quer “na identificação no vivo, no 
cadáver e em perícias antropológicas (no crânio esqueletizado)” (BRA-
SIL, 2012). Sua atuação também pode ser realizada em outras espécies 
de perícias congêneres, a exemplo das perícias de lesões corporais, nos 
exames para aferição da idade, determinação do estado de embriaguez 
alcoólica, nos crimes de trânsito, e em outros exames periciais.
Perito Criminal: com formação superior em diversas áreas do 
conhecimento, o perito criminal atuará sobre uma matéria técnica, com 
o escopo de elucidar questões, relacionadas a determinado processo. 
O Código de Processo Civil disciplina, nos artigos 156 a 158, a figura 
do perito judicial, que não se confunde com o perito criminal, vejamos 
a disposição legal acerca do perito oficial (Código de Processo Penal):
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por 
perito oficial, portador de diploma de curso superior. 
§ 1o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas 
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área 
específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a na-
tureza do exame. 
§ 2o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente 
desempenhar o encargo. 
§ 7o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de 
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um 
perito oficial, e a parte indicar mais de um assistente técnico. 
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosa-
mente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 
dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a reque-
rimento dos peritos. (BRASIL, Decreto Lei 3689/41. Diário Oficial da União. 
Brasília, DF. 03 de outubro e 1941).
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 Disposição legal acerca do perito Judicial (Código de Proces-
so Civil):
Art. 156. O juiz será assistido por perito quando a prova do fato depender de 
conhecimento técnico ou científico.
§ 1º Os peritos serão nomeados entre os profissionais legalmente habilitados 
e os órgãos técnicos ou científicos devidamente inscritos em cadastro manti-
do pelo tribunal ao qual o juiz está vinculado.
§ 2º Para formação do cadastro, os tribunais devem realizar consulta pública, 
por meio de divulgação na rede mundial de computadores ou em jornaisde 
grande circulação, além de consulta direta a universidades, a conselhos de 
classe, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e à Ordem dos Advogados 
do Brasil, para a indicação de profissionais ou de órgãos técnicos interessados.
§ 3º Os tribunais realizarão avaliações e reavaliações periódicas para manu-
tenção do cadastro, considerando a formação profissional, a atualização do 
conhecimento e a experiência dos peritos interessados.
§ 4º Para verificação de eventual impedimento ou motivo de suspeição, nos 
termos dos arts. 148 e 467 , o órgão técnico ou científico nomeado para rea-
lização da perícia informará ao juiz os nomes e os dados de qualificação dos 
profissionais que participarão da atividade.
§ 5º Na localidade onde não houver inscrito no cadastro disponibilizado pelo 
tribunal, a nomeação do perito é de livre escolha pelo juiz e deverá recair 
sobre profissional ou órgão técnico ou científico comprovadamente detentor 
do conhecimento necessário à realização da perícia.
Art. 157. O perito tem o dever de cumprir o ofício no prazo que lhe designar 
o juiz, empregando toda sua diligência, podendo escusar-se do encargo ale-
gando motivo legítimo.
§ 1º A escusa será apresentada no prazo de 15 (quinze) dias, contado da 
intimação, da suspeição ou do impedimento supervenientes, sob pena de 
renúncia ao direito a alegá-la.
§ 2º Será organizada lista de peritos na vara ou na secretaria, com disponibili-
zação dos documentos exigidos para habilitação à consulta de interessados, 
para que a nomeação seja distribuída de modo equitativo, observadas a ca-
pacidade técnica e a área de conhecimento.
Art. 158. O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas 
responderá pelos prejuízos que causar à parte e ficará inabilitado para atuar 
em outras perícias no prazo de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, independentemente 
das demais sanções previstas em lei, devendo o juiz comunicar o fato ao 
respectivo órgão de classe para adoção das medidas que entender cabíveis 
(BRASIL. Lei 10.406. Brasília, df. 10 de janeiro de 2002.).
Estas duas figuras também não se confundem com o ASSIS-
TENTE TÉCNICO, que é o perito particular, indicado geralmente por 
uma das partes, para auxiliar em sua defesa tecnicamente, elaborando 
laudos ou contestando outros já existentes, ou formulando quesitos:
Art. 159 § 3º CPP Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de 
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acusação, ao ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos 
e indicação de assistente técnico. 
§ 4o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a 
conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as 
partes intimadas desta decisão. (BRASIL, Decreto Lei 3689/41. Diário Oficial 
da União. Brasília, DF. 03 de outubro e 1941).
Os peritos encontram-se sujeitos a certas disciplinas para for-
malização de seu mister, dada a relevância do trabalho formalizado. O 
Código de Processo Penal o destaca como sendo um “auxiliar do juízo”: 
Art. 275. O perito, ainda quando não oficial, estará sujeito à disciplina judi-
ciária.
Art. 276. As partes não intervirão na nomeação do perito.
Art. 277. O perito nomeado pela autoridade será obrigado a aceitar o encar-
go, sob pena de multa de cem a quinhentos mil-réis, salvo escusa atendível.
Parágrafo único. Incorrerá na mesma multa o perito que, sem justa causa, 
provada imediatamente:
a) deixar de acudir à intimação ou ao chamado da autoridade;
b) não comparecer no dia e local designados para o exame;
c) não der o laudo, ou concorrer para que a perícia não seja feita, nos prazos 
estabelecidos.
Art. 278. No caso de não-comparecimento do perito, sem justa causa, a 
autoridade poderá determinar a sua condução.
Art. 279. Não poderão ser peritos:
I - os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e IV 
do art. 69 do Código Penal;
II - os que tiverem prestado depoimento no processo ou opinado anterior-
mente sobre o objeto da perícia;
III - os analfabetos e os menores de 21 anos.
Art. 280. É extensivo aos peritos, no que Ihes for aplicável, o disposto sobre 
suspeição dos juízes.
Art. 281. Os intérpretes são, para todos os efeitos, equiparados aos peritos. 
(BRASIL, Decreto Lei 3689/41. Diário Oficial da União. Brasília, DF. 03 de 
outubro e 1941).
OBJETO DA POLÍCIA CIENTÍFICA
A atividade precípua da polícia científica é coletar e analisar 
os vestígios deixados no local do crime, para formalização da prova 
técnica, que sustentará, juntamente com outros elementos de prova, a 
autoria e materialidade delitiva. A prova técnica traz clareza ao inquérito, 
uma vez que suas conclusões são baseadas em uma análise científica. 
Desta feita, os laudos periciais são importantes suportes para funda-
mentar as decisões dos atores da persecução penal, pois são capazes 
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de elucidar certas nuances intangíveis ao primeiro olhar.
Deveras, cabe à autoridade policial proceder com a requisição 
de exame pericial, formular quesitos pertinentes, bem como companhar 
os exames, caso necessário à elucidação dos fatos. Em regra, o obje-
to da prova são os fatos que as partes pretendem comprovar no caso 
concreto. Ou seja, situações relevantes que possuam correlação com 
a infração que será apurada. Por esse motivo, a doutrina destaca que 
independem de prova os fatos notórios, que contenham presunção legal 
absoluta, fatos impossíveis, fatos axiomáticos ou intuitivos e fatos rele-
vantes, impertinentes ou inúteis.
De acordo com ALVES (2019) podem ser listados quatro crité-
rios utilizados, doutrinariamente, para classificar a prova:
Quanto ao objeto: a prova pode ser direta, quando se refere 
diretamente ao fato probante, ou indireta, quando se refere a um outro 
elemento que, por ilação, remete ao fato principal.
Quanto ao efeito ou valor: a prova pode ser plena, quando im-
prime ao julgador um juízo de certeza, ou não plena ou indiciária, que 
apenas fornece indícios para formalizar um juízo de valor.
Quanto ao sujeito ou causa: a prova pode ser considerada real, 
quando emerge de um objeto ou de um fato, ou pessoal, quando reali-
zada a partir do conhecimento ou da análise de um indivíduo.
Quanto à forma ou aparência: a prova pode ser testemunhal, 
que se realiza a partir da análise de uma testemunha. Documental 
quando as provas estão previstas graficamente, através de um docu-
mento; ou material, realizada a partir da análise de um corpo ou objeto, 
a exemplo do exame de corpo de delito.
Prova
A prova pode ser conceituada, latu sensu, como sendo qual-
quer meio apto empregado para se demonstrar uma verdade. No âmbi-
to do processo penal, dadas as características intrínsecas dos direitos 
que estão em tela (liberdade, dignidade da pessoa humana etc.), ainda 
é relevante discorrer sobre o princípio da busca pela verdade real.
Diferentemente do processo civil, que se satisfaz com a verda-
de processual, ou seja, aquela que pode ser inferida a partir das provas 
obtidas nos autos, através do ônus de distribuição da prova; no pro-
cesso penal, tais elementos são insuficientes, por si sós, para embasar 
uma condenação.
Deveras, não obstante a verdade seja um conceito relativo, 
que muitas vezes não consegue ser reproduzido nos autos, o magistra-
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do somente poderá proferir uma sentença condenatória fundamentada 
em um juízo de certeza. Caso exista dúvida acerca da autoria ou mate-
rialidade delitiva, a absolvição é a medida que se impõe, em homena-
gem ao princípio in dubio pro réu. Por esse motivo, é que se destaca a 
importância da prova no processo penal, como elemento fundamental 
para realização da justiça no caso concreto.
Existem três sistemas

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