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Gestão de Obras Módulo: Desempenho nas Construções - NBR 15.575:2013 Professora: D.Sc. Ana Paula Abi-faiçal Castanheira 02GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções IPOG - INSTITUTO DE PÓS-GRADUAÇÃO E GRADUAÇÃO Todos os direitos quanto ao conteúdo desse material didático são reservados ao(s) autor(es). 03GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Sumário Apresentação Objetivos Introdução Conceitos iniciais Incumbências Avaliação de desempenho Métodos de avaliação de desempenho Desempenho estrutural Segurança contra incêndio Segurança no uso e operação Durabilidade e manutenibilidade Saúde, higiene e qualidade do ar Funcionalidade e acessibilidade Conforto tátil, antropodinâmico e adequação ambiental Condições de exposição Diretrizes para o estabelecimento de prazos de garantia Desempenho térmico Estanqueidade I Estanqueidade II Desempenho acústico I Desempenho acústico II Desempenho lumínico I Desempenho lumínico II Como atender a Norma de desempenho Como atender a Norma de desempenho II Consequências para a cadeia prod. da construção de edifícios Sumário 05 06 07 09 12 14 17 18 22 29 32 39 43 48 52 56 59 66 72 77 80 84 90 93 99 102 04GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Indica conteúdos adicionais, como vídeos ou links externos. Indica um tópico ou assunto para o qual o leitor deve reservar especial atenção. Indica uma atividade prática ou exercício a ser realizado. Indica uma observação que merece destaque ou advertência. Glossário de Ícones 05GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Apresentação O Setor da construção civil absorve um número expressivo de mão de obra, porém a mesma se encontra despreparada para os desafios dos novos tempos. O Setor, que é responsável por uma parte bastante significativa do PIB gerado no Brasil, vem crescentemente assumindo seu papel na trans- formação desta realidade. O mercado está cada vez mais competitivo e as margens dos novos negó- cios cada vez menores. Tais fatores exigem dos profissionais, da área gestão de obras, maior domínio dos temas específicos, assim como maior precisão na elaboração de trabalhos que envolvam tais conhecimentos. A Gestão de Obras atualmente extrapola as barreiras das obras e dos canteiros das obras, pois construir sem controle efetivo de custos, sem pla- nejamento, sob riscos de patologias e desempenho aquém das necessidades dos clientes, potencializam os erros e consomem os resultados. A conexão com os novos princípios de gestão, aplicados à construção civil, exige novos modelos mentais, novos conhecimentos e aprimoramento de tantos outros, já adquiridos, imprescindíveis para o mercado atual e para profissionais que nele atuam. 06GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Objetivos › Capacitar o aluno a gerenciar o processo de execução de obras, através das boas práticas e ferramentas, visando a sua aplicação para a definição e acompanhamento do custo de um empreendimento, do planejamento e controle da construção. › Aplicar os conhecimentos de gestão propostos na ementa do curso, utilizando-se de ferramentas compatíveis com a sistematização do mesmo, e sua comprovação em campo através de controles, medições e feedbacks, para melhoria e obtenção de resultados satisfatórios. › Analisar o empreendimento sob os aspectos econômicos e financei- ros, capacitando os alunos acerca dos métodos de avalições de resultado e viabilidade do empreendimento. › Capacitar o aluno para gestão de pessoas (operários, parceiros, pro- jetistas e clientes, dentre outras), preparando-o para uma atitude inovadora de liderança, para negociação de expectativas, desenvolvimento e aprimo- ramento de equipes e gestão de conflitos, visando o melhor resultado. 07GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções 1. Introdução “O foco desta Norma está no comportamento em uso dos elementos e sistemas do edifício no atendimento dos requisitos dos usuários e não na prescrição de como os sistemas são construídos” (NBR 15575/2013). As normas de desempenho traduzem as exigências dos usuários em re- quisitos e critérios, e são consideradas como complementares às normas prescritivas, sem substituí-las. A utilização simultânea delas visa atender às exigências do usuário com soluções, tecnicamente adequadas. “Todas as disposições contidas nesta Norma, aplicáveis a edificações ha- bitacionais e a sistemas projetados, construídos, operados e submetidos a intervenções de manutenção que atendam às instruções específicas do respectivo manual de operação, uso e manutenção” (NBR 15575/2013). Esta parte da NBR 15.575: 2013 não se aplica a: • obras em andamento; • edificações concluídas até a data da entrada em vigor desta norma; • obras de reformas; • obras pra “retrofit”; • edificações provisórias. “Esta parte da ABNT NBR 15575 é utilizada como um procedimento de avaliação do desempenho de sistemas construtivos” (NBR 15575/2013). Os sistemas elétricos das edificações habitacionais fazem parte de um conjunto mais amplo de Normas com base na ABNT NBR 5410 e, portanto, os requisitos de desempenho para esses sistemas não estão estabelecidos nesta ABNT NBR 15575. “Esta parte ABNT NBR 15575 estabelece critérios relativos ao desempenho térmico, acústico, lumínico e de segurança ao fogo, que devem ser atendidos individual e isoladamente pela própria natureza conflitante dos critérios de 08GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções medições, por exemplo, desempenho acústico (janela fechada) versus de- sempenho de ventilação (janela aberta)” (NBR 15575/2013). Norma de desempenho: “Conjunto de requisitos e critérios estabelecidos para uma edificação habi- tacional e seus sistemas, com base em exigências do usuário, independente- mente da sua forma ou dos materiais constituintes” (AUTOR, ANO). Exigências do usuário: “Conjunto de necessidades do usuário da edificação habitacional a serem satisfeitas por este (e seus sistemas), de modo a cumprir com suas funções” (AUTOR, ANO). • Segurança: › Segurança estrutural; › segurança contra o fogo; › segurança no uso e na operação. • Habitabilidade: › estanqueidade; › desempenho térmico; › desempenho acústico; › desempenho lumínico; › saúde, higiene e qualidade do ar; › funcionalidade e acessibilidade; › conforto tátil e antropodinâmico. • Sustentabilidade: › durabilidade; › manutenibilidade; › impacto ambiental. 09GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções 2. Conceitos iniciais Incorporador “Pessoa física ou jurídica, comerciante ou não, que, embora não efetuando a construção, compromisse ou efetive a venda de frações ideais de terreno objetivando a vinculação de tais frações a unidades autônomas, em edifi- cações a serem construídas ou em construção sob regime condominial, ou que meramente, aceita propostas para efetivação de tais transações, coorde- nando e levando a termo a incorporação e responsabilizando-se, conforme o caso, pela entrega em certo prazo, preço e determinadas condições das obras concluídas” (AUTOR, ano). Usuário “Pessoa que ocupa a edificação habitacional” (AUTOR, ano). Elemento “Parte de um sistema com funções específicas. Geralmente é composto por um conjunto de componentes (exemplo: parede de vedação de alvenaria, painel de vedação pré-fabricado, estrutura de cobertura)” (NBR 15.575/2013). * Foto de Diego Pontes no Pexels. 10GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todosser estanque à água de chuva, evitar a formação de umidade e evitar a proliferação de insetos e microrganismos. 69GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • O sistema de cobertura não deve apresentar escorrimento, goteja- mento de água ou gotas aderentes. Aceita-se o aparecimento de manchas de umidade, desde que restritas, a no máximo, 35 % da área das telhas. • “O projeto deve estabelecer a necessidade do cumprimento da regu- laridade geométrica da trama da cobertura, durante a vida útil de projeto, a fim de que não resulte prejuízo à estanqueidade do SC”. • O projeto do sistema de cobertura deve: › mencionar as Normas Brasileiras dos componentes para os SC ou, na inexistência de Normas Brasileiras, as indicações do fabricante do com- ponente telha ou de normas estrangeiras ou internacionais; › indicar as sobreposições das peças (longitudinal e transversal); › indicar as dimensões dos panos; › indicar declividade do SC face aos componentes especificados; › detalhar, quando exigível ou previsto, a presença de barreiras: › barreiras à radiação solar devem atender ao limite de emissividade (£ = 0,2), conforme método ASTM C 1371; › barreira isolante térmica, deve possuir resistência térmica, igual ou superior a 90% da resistência térmica informada pelo fabricante, quando determinada, segundo o método constante na ABNT NBR 15220-5; › barreira ao vapor, deve apresentar permeabilidade ao vapor, menor ou igual à 11,4 x 10–8 g /Pa.s.m2, conforme método ASTM E 96; › detalhar a forma de aplicação e fixação da subcobertura; › detalhar as sobreposições e tamanhos das emendas; › detalhar os acessórios necessários; • indicar materiais e detalhes construtivos dos arremates, de forma a prevenir avarias decorrentes de movimentações térmicas e assegurar a estanqueidade; 70GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • indicar a forma de fixação dos componentes; • indicar a ação do vento no local da edificação habitacional , e que foi considerada no projeto. Ver ABNT NBR 6123; • o projeto deve detalhar e posicionar os sistemas de aberturas e de saídas que atendam ao critério de estanqueidade e ventilação, de maneira que o ático permaneça imune à entrada de água e de animais, dentro das condições previstas em projeto. • considerar as disposições da ABNT NBR 10844, no que diz respeito à avaliação da capacidade do sistema de captação e drenagem pluvial da cobertura; • especificar o sistema de águas pluviais; • compatibilizar entre si, os projetos de arquitetura do telhado, da im- permeabilização, elaborado de acordo com a ABNT NBR 9575 e a NBR 9574, e deste sistema; • especificar os caimentos dos panos, encontros entre panos, projeção dos beirais, encaixes, sobreposições e fixação das telhas; • especificar os sistemas de impermeabilização de lajes de cobertura, terraços, fachadas e outros componentes da construção; • detalhar os elementos que promovam a dissipação ou afastamento do fluxo de água das superfícies das fachadas, visando prevenir o acúmulo de água e infiltração de umidade. 71GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • O projeto do sistema de cobertura deve ainda, especificar: › todos os materiais necessários; › condições de armazenagem e de manuseio; › equipamentos de proteção individual necessários; › acessórios, ferramentas, equipamentos, processos e controles en- volvidos na execução do sistema de impermeabilização; › as normas utilizadas; › forma de execução; › detalhes construtivos e de fixação; e › todos os detalhes compatibilizados com as interfaces e interferên- cias da cobertura. Método de avaliação: Para sistemas de coberturas, de acordo com a NBR 15.575-5, deve-se fazer a avaliação das seguintes formas: Requisitos e critérios Método de avaliação Condições de salubridade no ambiente habitável Ensaio de impermeabilidade, conforme ABNT NBR 5642. Estanqueidade do sistema de cobertura Ensaio da estanqueidade à água do SC, de acordo com o método apresentado no Anexo D, com base nas condições de ensaio descritas na Tabela 2. Estanqueidade das aberturas de ventilação Análise das premissas de projeto e das especificações técnicas dos componentes utilizados. Captação e escoamento de águas pluviais Análise das premissas de projeto e verificação da compatibilidade entre as aberturas. Estanqueidade para SC impermeabilizado Análise de projeto e atendimento às premissas de projeto, e do memorial de execução, considerando as disposições das ABNT NBR 9575 Os produtos que não possuem Normas Brasileiras específicas, devem 72GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções atender às normas estrangeiras ou internacionais, estando sujeitos à análise. 17. Estanqueidade II Sobre a estanqueidade em vedações, a NBR 15.575:2013-4 possui os se- guintes requisitos: • 10.1 – infiltração de água nos sistemas de vedações verticais externas (fachadas); e • 10.2 - umidade nas vedações verticais externas e internas decorrente da ocupação do imóvel. Sobre o Requisito 10.1 – infiltração de água nos sistemas de vedações ver- ticais externas (fachadas), as vedações devem ser estanques à água prove- niente de chuvas incidentes ou de outras fontes. A presente Norma estabelece as condições de exposição conforme as regiões brasileiras mostradas na Figura 1 Figura 1 - Condições de exposição conforme as regiões brasileiras. 73GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Para estas regiões, a Tabela 11 mostra as condições de ensaio de estan- queidade à água de sistemas de vedações verticais externas. Tabela 11 - Condições de ensaio de estanqueidade à água de sistemas de vedações verticais externas: Para as condições de exposição, indicadas na Tabela 11 e conforme as re- giões de exposição ao vento, indicadas na Figura 1, os sistemas de vedação vertical externa da edificação habitacional, incluindo a junção entre a janela e a parede devem permanecer estanques e não apresentar: • infiltrações que proporcionem borrifamentos; • escorrimentos ou formação de gotas de água, aderentes na face in- terna; • porém, poderá ocorrer pequenas manchas de umidade, com áreas limitadas aos valores indicados na Tabela 12. Manchas de umidade permitidas na face oposta à incidência da água, em relação à área total do corpo-de-prova submetido ao ensaio de aspersão de água. Tabela 12 - Estanqueidade à água de vedações verticais externas (fachadas) e esquadrias: 74GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Os níveis de desempenho para sistemas de vedações verticais externas, quando ensaiados, segundo os métodos descritos em 10.1.1.1, com relação à estanqueidade à água de chuva, considerando-se a ação dos ventos, são os indicados na Tabela F.7. Tabela F.7 - Níveis de desempenho para estanqueidade à água de vedações verticais externas (fachadas) e esquadrias Para esquadrias externas, devem ser também, atendidas as especificações constantes na ABNT NBR 10821. 75GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Método de avaliação: Em função do sistema de vedação vertical externa, deve ser selecionado um dos seguintes ensaios: • realização de ensaio de tipo, em laboratório, de acordo com o Anexo C, para a verificação da estanqueidade à água de vedações verticais externas (ver Tabela 12); • realização de ensaio de tipo em laboratório, de acordo com a ABNT NBR 10821 parte 3, para a verificação da estanqueidade à água de esquadrias externas (janelas, fachadas-cortina e portas externas); • Análise do projeto. Observaçõesimportantes sobre os métodos de avaliação: • “Os corpos-de-prova (paredes e esquadrias externas), quando forem ensaiados, conjuntamente, devem reproduzir fielmente o projeto, as espe- cificações e características construtivas dos sistemas de vedações verticais externas, janelas e caixilhos, com especial atenção, às juntas entre os ele- mentos ou componentes”. • “Para as edificações térreas, com beirais, de no mínimo, 0,50 m de projeção, a pressão estática do ensaio pode ser reduzida de 10 Pa, em qual- quer das regiões (esta condição é válida para ensaio conforme anexo C, ou ensaio no conjunto (parede + esquadria externa)”. Premissas de projeto “O projeto deve indicar os detalhes construtivos para as interfaces e juntas entre componentes, a fim de facilitar o escoamento da água e evitar a sua penetração para o interior da edificação. Esses detalhes devem levar em consideração, as solicitações a que os componentes da vedação externa estarão sujeitos durante a vida útil de projeto da edificação habitacional. O projeto deve contemplar também obras de proteção no entorno da cons- trução, a fim de evitar o acúmulo de água nas bases da fachada da edificação”. 76GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Nível de desempenho • O nível mínimo para aceitação é o M (denominado mínimo), ou seja, atende ao projeto e às premissas de projeto. O Requisito 10.2 - Umidade nas vedações verticais externas e internas do imóvel – recomenda não permitir infiltração de água, através de suas faces, quando em contato com áreas molháveis e molhadas. Para tanto, o Requisito 10.2 apresenta dois critérios: • 10.2.1 - estanqueidade de vedações verticais internas e externas com incidência direta de água – Áreas molhadas; e • 10.2.2 - estanqueidade de vedações verticais internas e externas em contato com áreas molháveis. Critério 10.2.1 – Estanqueidade de vedações verticais internas e externas com incidência direta de água – Áreas molhadas A quantidade de água que penetra não deve ser superior à 3 cm3, por um período de 24h, numa área exposta com dimensões de 34 cm x 16 cm. Método de avaliação: • Análise de projeto ou realização de ensaio de estanqueidade, conforme método estabelecido no Anexo D. Premissas de projeto: • O projeto deve mencionar os detalhes executivos dos pontos de in- terface do sistema. Nível de desempenho: • O nível mínimo para aceitação é o M (denominado mínimo), ou seja, atende às premissas de projeto, além de que, quando realizada análise de projeto ou ensaio de acordo com o Anexo D, atende aos critérios indicados em 10.2.1. 77GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Critério 10.2.2 - Estanqueidade de vedações verticais internas e externas em contato com áreas molháveis Não deve ocorrer presença de umidade perceptível nos ambientes contí- guos, desde que respeitadas as condições de ocupação e manutenção, pre- vistas em projeto e descritas no manual de uso e operação. Método de avaliação: • Analisar o projeto ou proceder à inspeção visual a 1,0 m de distância, quando em campo. Premissas de projeto: • O projeto deve contemplar os detalhes construtivos necessários. Nível de desempenho: • O nível mínimo para aceitação é o M (denominado mínimo), ou seja, atende às premissas de projeto e atende ao critério indicado em 10.2.2. 18. Desempenho acústico I A edificação habitacional deve apresentar isolamento acústico adequado das vedações externas, no que se refere: • aos ruídos aéreos provenientes do exterior da edificação habitacional; e • isolamento acústico adequado entre áreas comuns e privativas. Desempenho acústico das vedações externas Critérios: A edificação deve atender ao limite mínimo de desempenho, conforme estabelecido na ABNT NBR 15575-4 e 15575-5. 78GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • NBR 15.575-4: Desempenho acústico das vedações externas • NBR 15.575-5: Desempenho acústico das coberturas Métodos de avaliação: • Métodos disponíveis para a verificação: › Método de engenharia (Realizado em campo) › Método simplificado (Realizado em campo) › Método de precisão (Realizado em laboratório) • NBR 15.575-4: Desempenho acústico das vedações externas Método de engenharia (Realizado em campo): • Níveis de desempenho acústico das vedações externas 79GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Método de engenharia (Realizado em campo): • Níveis de desempenho acústico das vedações entre ambientes. Método de precisão (Realizado em laboratório): • Níveis de desempenho acústico para componentes de fachada Método de Precisão (Realizado em laboratório): 80GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • Níveis de Desempenho Acústico para Componentes da Edificação 19. Desempenho acústico II Desempenho acústico nas coberturas Sabendo-se que o sistema de cobertura (SC) é o “conjunto de elementos / componentes , disposto no topo da construção, com as funções de assegurar estanqueidade às águas pluviais e salubridade, proteger demais sistemas da edificação habitacional ou elementos e componentes da deterioração por agentes naturais, e contribuir positivamente para o conforto termoacústico da edificação habitacional”. “Esta parte 5 da ABNT-NBR-15575, apresenta os requisitos e critérios para a verificação do isolamento acústico entre o meio externo e o interno de coberturas.” 81GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções São considerados os isolamentos de: • sons aéreos do conjunto fachada/cobertura de edificações; e • o nível de ruído de impacto no piso (caminhamento, queda de objetos e outros) para as coberturas acessíveis de uso coletivo. Métodos disponíveis para avaliação: As avaliações poderão ser realizadas utilizando-se: • 12.2.1.1 - Método de engenharia realizado em campo • 12.2.1.2 - Método simplificado de campo Método de engenharia realizado em campo (método mais preciso): • Isolamento de ruído aéreo (Norma ISO 140-5): “determina, em campo, de forma rigorosa, o isolamento acústico global da vedação externa (conjunto fachada e cobertura), caracterizando de forma direta o comportamento acústico do sistema” (AUTOR, ano). • Ruído de impacto em pisos (Norma ISO 140-7): “determina, em campo, de forma rigorosa, o nível de pressão sonora de impacto padronizado do piso entre a laje de uso coletivo e unidade autônoma, caracterizando de forma direta o comportamento acústico do sistema. Os resultados obtidos restringem-se somente às medições efetuadas” (AUTOR, ano). Método simplificado de campo • O método simplificado é descrito na ISO 10052. 82GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • O método permite obter uma estimativa do isolamento acústico global da vedação externa (conjunto fachada e cobertura) e do ruído de impacto em pisos, em situações onde não se dispõe de instrumentação necessária para medir o tempo de reverberação, ou quando as condições de ruído ambiente não permitem obter este parâmetro. • Os resultados obtidos restringem-se somente às medições efetuadas. Parâmetros de avaliação: Os parâmetros de avaliação adotados nesta parte da norma, constam da Tabela 4. Tabela 4 - Parâmetros acústicos de avaliação Requisito - Isolamento acústico da cobertura devido a sons aéreos Critério – Isolamento acústico da cobertura devido a sons aéreos, em campo. Método de avaliação: • Deve-se utilizar um dos métodos de campo de 12.2.1, para a determi- nação dos valores da diferença padronizada de nível ponderada, D2m,nT,w; • devem ser avaliados os dormitórios da unidade habitacional;e • as medições devem ser executadas com portas e janelas fechadas. Os valores mínimos de desempenho são indicados na Tabela 5. Tabela 5 - Valores mínimos da diferença padronizada de nível ponderada, 83GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções D2m,nT,w, da vedação externa de dormitório Os demais níveis de desempenho são indicados na Tabela I.5. Tabela I.5 - Diferença padronizada de nível ponderada da vedação externa, D2m,nT,w, para ensaios de campo Requisito – Nível de ruído de impacto nas coberturas acessíveis de uso coletivo Deve-se “avaliar o som resultante de ruídos de impacto (caminhamento, queda de objetos e outros), naquelas edificações que facultam acesso cole- tivo à cobertura.” 84GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Método de avaliação: • Deve-se utilizar um dos métodos de campo de 12.2.1, para a deter- minação dos valores do nível de pressão sonora de impacto padronizado ponderado, L’nT,w.; e • devem ser avaliados os dormitórios e as salas de estar da unidade habitacional. As coberturas de uso coletivo devem apresentar nível de pressão sonora de impacto padronizado ponderado (L’nT,w), conforme Tabela 6. Tabela 6 - Nível de pressão sonora de impacto padronizado ponderado, L'nT,w Os demais níveis de desempenho são indicados na Tabela I.6. 20. Desempenho lumínico I Para atender o desempenho lumínico, de acordo com a NBR 15.575, “du- rante o dia, as dependências da edificação habitacional listadas na Tabela 85GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções 13.1 e Tabela 13.2 devem receber iluminação natural conveniente, oriunda diretamente do exterior ou indiretamente, através de recintos adjacentes”. Desempenho lumínico com iluminação natural Avaliação de desempenho: O Fator de Luz Diurna – FLD é dado pela relação entre a iluminância interna e a iluminância externa à sombra, de acordo com a seguinte equação: FLD = 100 X Ei / Ee Onde: • Ei = Iluminância no interior da dependência • Ee = Iluminância externa à sombra 86GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Contando, unicamente, com iluminação natural, os níveis gerais de ilumi- namento nas diferentes dependências do edifício habitacional devem atender ao disposto para iluminação na Tabela 13.1. Para maior conforto dos usuá- rios, recomenda-se para os níveis, intermediário (I) e superior (S), os valores apresentados na Tabela E.3 e Tabela E.4. Tabela E.3 - Níveis de iluminamento natural 87GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções As avaliações de desempenho lumínico podem ser feitas por simulação, uti- lizando-se um algoritmo, ou por medição in loco, utilizando-se um luxímetro. Avaliação de desempenho com algoritmo: As simulações para o plano horizontal, períodos da manhã (9:30 h) e da tarde (15:30 h), respectivamente, para os dias 23 de abril e 23 de outubro e sua avaliação deve ser realizada com emprego do algoritmo, apresentado na ABNT NBR 15215 – 3, atendendo as seguintes condições: • considerar a latitude e a longitude do local da obra, supor dias com 88GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções nebulosidade média (índice de nuvens 50 %); • supor desativada a iluminação artificial, sem a presença de obstruções opacas (janelas e cortinas abertas, portas internas abertas, sem roupas es- tendidas nos varais etc.); • simulações para o centro dos ambientes, na altura de 0,75m, acima do nível do piso; • simulações nos pontos centrais de corredores internos ou externos à unidade, a 0,75m do nível do piso; • para escadarias, simulações nos pontos centrais dos patamares e a meia-largura do degrau central de cada lance, a 0,75m, acima do nível do piso; • para o caso de conjuntos habitacionais constituídos por casas ou so- brados, considerar todas as orientações típicas das diferentes unidades; • para o caso de conjuntos habitacionais, constituídos por edifícios mul- tipiso, considerar, além das orientações típicas, os diferentes pavimentos e as diferentes posições dos apartamentos nos andares; e • em qualquer circunstância, considerar os eventuais sombreamentos resultantes de edificações vizinhas, taludes, muros e outros possíveis an- teparos, desde que se conheçam o local e as condições de implantação da obra” (AUTOR, ano). Avaliação de desempenho com medição in loco: A avaliação de desempenho com medição in loco deve ser realizada fazen- do-se medições no plano horizontal, com o emprego de luxímetro portátil, erro máximo ± 5% do valor medido, no período compreendido entre 9 h e 15 h, nas seguintes condições: • medições em dias com cobertura de nuvens maior que 50%, sem ocorrência de precipitações; • medições realizadas com a iluminação artificial desativada, sem a presença de obstruções opacas (janelas e cortinas abertas, portas internas abertas, sem roupas estendidas nos varais etc.); 89GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • medições no centro dos ambientes, a 0,75m, acima do nível do piso; • medições nos pontos centrais de corredores internos ou externos à unidade; • para escadarias, medições nos pontos centrais dos patamares e a meia-largura do degrau central de cada lance; • para o caso de conjuntos habitacionais constituídos por casas ou so- brados, considerar todas as orientações típicas das diferentes unidades; • para o caso de conjuntos habitacionais, constituídos por edifícios mul- tipiso, considerar, além das orientações típicas, os diferentes pavimentos e as diferentes posições dos apartamentos nos andares; e • na ocasião das medições não pode haver incidência de luz solar direta sobre os luxímetros, em nenhuma circunstância; Premissas de projeto • Os requisitos de iluminância natural podem ser atendidos mediante: › adequada disposição dos cômodos (arquitetura); › correta orientação geográfica da edificação; › dimensionamento e posição das aberturas; › tipos de janelas e de envidraçamentos; › rugosidade e cores dos elementos (paredes, tetos, pisos etc.); › inserção de poços de ventilação / iluminação; › eventual introdução de domus de iluminação; › etc. • a presença de taludes, muros, coberturas de garagens e outros obs- táculos do gênero, não pode prejudicar os níveis mínimos de iluminância especificados; • nos conjuntos habitacionais integrados por edifícios, a implantação relativa dos prédios, de eventuais caixas de escada ou de outras construções, não pode prejudicar os níveis mínimos de iluminância especificados. 90GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Comunicação com o exterior • Recomenda-se que a iluminação natural das salas de estar e dormi- tórios, seja provida de vãos de portas ou de janelas. No caso das janelas, recomenda-se que a cota do peitoril esteja posicionada, no máximo, à 100 cm do piso interno, e a cota da testeira do vão, no máximo, à 220 cm, a partir do piso interno, conforme figura. 21. Desempenho lumínico II O Requisito – Iluminação artificial visa propiciar condições de iluminação artificial interna satisfatórias, segundo as Normas Brasileiras vigentes, para ocupação dos recintos e circulação nos ambientes com conforto e segurança. Desempenho lumínico com iluminação artificial Critério: “Os níveis gerais de iluminação, promovidos nas diferentes dependências dos edifícios habitacionais por iluminação artificial, devem atender ao dis- posto na Tabela 13.3”. NOTA: Para iluminação de emergência, consultar a ABNT NBR 10.898:1999. 91GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitosreservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções “Os níveis gerais de iluminação promovidos nas diferentes dependências dos edifícios habitacionais por iluminação artificial, devem atender ao dis- posto na Tabela 13.3. Para maior conforto dos usuários, recomenda-se para os níveis, intermediário (I) e superior (S), os valores apresentados na Tabela E.4”. Método de avaliação: • Análise de projeto ou inspeção em protótipo; • medição in loco para iluminação artificial; ou • método de cálculo para iluminação artificial. 92GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Medição in loco para iluminação artificial: • Realização de medições no período noturno, no plano horizontal, a 0,80 m, acima do nível do piso, com o emprego de luxímetro portátil com erro máximo de ± 5% do valor medido, nas seguintes condições: › medições sem nenhuma entrada de luz externa (portas, janelas e cortinas fechadas); › medições realizadas com a iluminação artificial do ambiente to- talmente ativada, sem a presença de obstruções opacas (exemplo: roupas estendidas nos varais); › medições no centro dos ambientes; › medições nos pontos centrais de corredores internos ou externos à unidade; › para escadarias, medições nos pontos centrais dos patamares e a meia largura do degrau central de cada lance. Método de cálculo para iluminação artificial: • De acordo com a ABNT NBR 5382, para o período noturno, calculando o nível de iluminamento para o plano horizontal, sempre à 0,80 m, acima do nível do piso, nas seguintes condições: › cálculos sem nenhuma entrada de luz externa (portas, janelas e cortinas fechadas); › cálculos realizados com a iluminação artificial do ambiente total- mente ativada, sem a presença de obstruções opacas (exemplo: roupas es- tendidas nos varais); › cálculos no centro dos ambientes; › cálculos nos pontos centrais de corredores internos ou externos à unidade; › para escadarias, cálculos nos pontos centrais dos patamares e a meia largura do degrau central de cada lance. 93GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções 22. Como atender a Norma de desempenho Pode-se atender os requisitos da Norma de desempenho, cumprindo-se o solicitado na referida norma, seguindo-se as tabelas que serão mostradas a seguir e as demais, elaboradaspor COSTELLA, M. F. (2018), em seu livro “Norma de desempenho de edificações – modelo de aplicação em constru- toras”. Daremos um exemplo, referente ao item 10, da Norma de desempenho, que diz respeito à estanqueidade. Mostraremos as partes da norma que possuem requisitos quanto à es- tanqueidade em várias tabelas. Parte 1: Requisitos gerais Adaptado do livro de COSTELLA, M.F. (2018). Norma de desempenho de edificações: modelo de aplicação em construtoras, 202 p. 94GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Parte 2: Sistemas de pisos Adaptado do livro de COSTELLA, M.F. (2018). Norma de desempenho de edificações: modelo de Aplicação em Construtoras, 202 p. 95GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Parte 4: Sistemas de Vedações Verticais Internas e Externas - SVVIE Adaptado do livro de COSTELLA, M.F. (2018). Norma de Desempenho de Edificações: Modelo de Aplicação em Construtoras, 202 p. 96GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Parte 5: Sistemas de cobertura 97GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Adaptado do livro de COSTELLA, M.F. (2018). Norma de Desempenho de Edificações: Modelo de Aplicação em Construtoras, 202 p. 98GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Parte 6: Sistemas hidrossanitários Adaptado do livro de COSTELLA, M.F. (2018). Norma de Desempenho de Edificações: Modelo de Aplicação em Construtoras, 202 p. 99GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções 23. Como atender a Norma de desempenho II Para atendimento à Norma NBR 15.575, pode-se elaborar e aplicar uma lista ou tabela com itens para verificar se os requisitos da referida estão sendo atendidos pela edificação. Os requisitos dos usuários, de acordo com a NBR 15.575-1, são: › 7. Segurança estrutural › 8. Segurança contra incêndio › 9. Segurança no uso e na operação › 10. Estanqueidade › 11. Desempenho térmico › 12. Desempenho acústico › 13. Desempenho lumínico › 14. Saúde, higiene e qualidade do ar › 15. Funcionalidade e acessibilidade › 16. Conforto tátil e antropodinâmico › 17. Durabilidade e manutenibilidade › 18. Impacto ambiental Como sugestão, apresentamos algumas tabelas adaptadas, elaboradas por COSTELLA, M.F. (2018), em seu livro, “Norma de desempenho de edificações – modelo de aplicação em construtoras”. As tabelas possuem itens que correspondem aos requisitos solicitados pela referida Norma, por parte. * Foto de Lex Photography no Pexels. Elas podem ser elaboradas seguindo-se as partes da Norma ou seguindo-se 100GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções os requisitos dos usuários. A partir de agora, mostraremos algumas tabelas referentes ao requisito de segurança contra incêndio para as partes que o contemplam. Parte 1: Requisitos gerais Parte 2: Sistemas estruturais Primeiramente, mostraremos uma tabela referente a todo sistema es- trutural. 101GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções › 7. Segurança estrutural › 14. Saúde, higiene e qualidade do ar Parte 3: Sistemas de pisos Parte 4: Sistemas de vedações verticais internas e externas 102GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Parte 5: Sistemas de coberturas Parte 6: Sistemas hidrossanitários Assim, poderão SER CONSTRUÍDAS listas ou tabelas para cada exigência dos usuários, como foram construídas essas, para a exigência sobre a se- gurança contra incêndio. 24. Consequências para a cadeia produtiva da construção de edifícios As consequências sobre a aplicação da Norma NBR 15.575 para a cadeia 103GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções produtiva da construção de edifícios, são muitas. O desempenho das edificações, entendido como o comportamento de uma edificação ao longo de sua vida útil, conforme seu uso, condições de exposição e manutenções, passou a ser mais valorizado por todos os elos da cadeia produtiva da construção civil, com o objetivo de atender à Norma NBR 15.575 e, consequentemente, às exigências dos usuários. Critérios de desempenhos mínimos passaram a ser exigidos pela Norma, compulsoriamente, independentemente, da classe social, gerando uma mo- bilização do setor da construção civil para o atendimento à nova realidade. Por outro lado, os requisitos de desempenho intermediários e superiores da presente Norma, poderão gerar diferenciais competitivos para as empre- sas, favorecendo uma construção com maior qualidade. A adaptação da cadeia produtiva à NBR 15575, é gradual e depende da mobilização de todos os agentes nela incluídos. Para fins de orientação e auxílio das partes interessadas, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) produziu um Guia Orientativo para aten- dimento da Norma. O Guia tem o objetivo de subsidiar o entendimento e decisões de fornece- dores, construtoras, projetistas e usuários. Cada um dos agentes envolvidos possui, resumidamente, as seguintes responsabilidades a serem cumpridaspara o atendimento da norma de de- sempenho (CBIC, 2013). Para o atendimento à Norma: • incorporador - definição dos níveis de desempenho; • projetistas - soluções e especificações; • fornecedores de materiais e produtos - qualidade e desempenho; • construtora - execução da obra; • usuário - Manutenções. Para confirmar o atendimento à NBR 15.575: • laboratórios - ensaios comprobatórios; e 104GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • gerenciador – coordenação de projetos e interfaces, fiscalização da execução, verificação e compilação da documentação. Pode-se citar como algumas consequências da NBR 15.575:2013, para a cadeia produtiva da construção de edifícios os seguintes itens: • evidência da grande necessidade de considerar as normas técnicas na elaboração de projetos e na construção das edificações; • incentivo ao acréscimo de qualidade nas edificações devido ao cum- primento das exigências dos usuários; • melhoria na comunicação, no trabalho colaborativo e na visão sistê- mica dos envolvidos. • indução dos projetistas a conhecerem melhor as necessidades dos clientes e detalharem mais os projetos, favorecendo uma boa execução; • alterações nos planejamentos, projetos, compras de insumos, contra- tos de fornecedores, eleições de fabricantes realizados pelas incorporadoras e construtoras; • necessidade de manutenções preventivas rotineiras realizadas pelos usuários; 105GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • necessidade de conhecer e saber avaliar os materiais e sistemas ado- tados para a edificação; • despertamento da necessidade de entendimento e assimilação de normas baseadas em desempenho; • ensaios obrigatórios não são tão acessíveis às empresas de pequeno porte; • de forma geral, as empresas de grande porte estão liderando as alte- rações necessárias para o cumprimento da NBR 15.575, ganhando vantagens competitivas quanto à qualidade final de seus produtos; • as empresas que estão buscando se adaptar à Norma de desempenho se transformam em clientes, apresentando novas demandas, impulsionando projetistas, fabricantes e empreiteiras a atenderem os requisitos normativos; • observação de que falhas pontuais podem comprometer o trabalho de áreas interdependentes e o desempenho das edificações; • com as especificações de responsabilidades atribuídas pela Norma, os agentes presentes na produção das edificações identificaram um aumento no risco de negócio; • surgiu uma grande necessidade de melhoria nos processos, eviden- ciando que as empresas devem produzir com maior qualidade, visando o atendimento do desempenho mínimo requerido pela Norma; • surgiu, também, uma grande necessidade de se utilizar produtos de grande qualidade; • maior demanda de um esforço para a capacitação e treinamento de profissionais para implantar um sistema de gestão, capazes de rapidamente multiplicar procedimentos que garantam o atendimento da norma de de- sempenho; • a coordenação de projetos é fundamental para o desenvolvimento do projeto, após a implantação da NBR 15575, devendo levar a uma maior integração e diálogo entre projetistas e os outros elos da cadeia produtiva; 106GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • conhecer os materiais e os sistemas construtivos e seus comporta- mentos frente às variações ambientais é fundamental na fase do projeto, considerando que sua definição e avaliação são necessárias desde o estudo preliminar; • percebe-se um aumento no tempo de realização dos projetos, devido aos requisitos da NBR 15575. Esta realidade confere maior valor ao projeto de arquitetura, que colabora, fundamentalmente, para a garantia do desem- penho do produto final, também implicando na necessidade de mudança na cultura de modificação do projeto durante a fase de execução; • surgiu a necessidade dos fornecedores comprovarem os desempe- nhos de seus produtos por meio de ensaios. Se o fornecedor escolhido não apresentar uma especificação de desempenho, o projetista deverá buscar outro fornecedor que contenha as qualificações necessárias; • o projetista deverá encontrar uma solução de projeto que atenda o desempenho estabelecido pelo incorporador; • as decisões quanto à elaboração dos projetos passaram a contar com a participação da equipe em reuniões frequentes e consultas aos fornece- dores, práticas que não eram muito utilizadas; • uma dificuldade encontrada para implantação da qualidade, conforme a Norma de desempenho foi a obtenção do desempenho de sistemas que dependem, exclusivamente, de ensaios para a comprovação de conformi- dade. Neste quesito, as construções realizadas por empresas de pequeno porte têm se deparado com a impossibilidade de capacitar os profissionais envolvidos e inviabilidade financeira para se adequarem à nova realidade; • um dos riscos imediatos observados no mercado, após a implantação da NBR 15575, foi o crescimento de demandas judiciais por parte dos consu- midores finais e incorporadores; • Foi possível observar nos primeiros anos de vigência da Norma: › maior procura por qualificação; › redução no número de escritórios, por não adaptação às novas exigências; › maior qualificação dos escritórios remanescentes; e › busca de proteção por meio de seguros. 107GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • Os projetos estruturais não sofreram modificações significativas; • as atividades gerenciais ganharam maior importância, a partir da vi- gência da NBR 15.575, pois, essas atividades devem garantir a cooperação dos agentes envolvidos, coordenar a solução global dos projetos, garantir a integração técnica do projeto entre as diversas especialidades e garantir a execução da obra conforme o projeto; • é de fundamental importância que os projetistas especifiquem com mais conhecimento e que os fabricantes adquiram a cultura do ensaio, para definirem níveis de desempenho em seus produtos e sistemas. • com a vigência da NBR 15.575, estabeleceu-se padrões de qualidade. Assim, o consumidor ficou mais atento à qualidade e se tornou mais exigente. Consequentemente, as construtoras começaram a utilizar produtos com maior qualidade, sendo fiscalizada pelos usuários. Desta forma, os fornecedo- res acabaram tendo uma maior demanda por produtos de maior qualidade; e • a norma, também permite a cobrança do desempenho previsto dos responsáveis pela construção do empreendimento, com respaldo do Código de Defesa do Consumidor. 108GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Mini Currículo - Profª D.Sc. Ana Paula Abi-faiçal Castanheira Engenheira Civil pela PUC-GO (1992), Especialista em Estruturas pela UFG (1993), Mestre em Estruturas e Construção Civil (com ênfase em Patologia das Estruturas) pela UnB (1997), Doutora em Engenharia Ambiental pela Universidad Politécnica de Cataluña - UPC (2010), professora de pós-gradua- ção do IPOG nos MBAs em Gerenciamento de Obras, Qualidade & Desempenho da Construção; Projeto, Execução e Desempenho de Estruturas e Fundações; e professora e coordenadora do MBA em Patologia das Construções: Diagnósticos e Tratamentos; professora de graduação e membro do núcleo estruturante do departamento de Engenharia Civil do IPOG, consultora e perita na área de patologia das construções e estruturas, sócia da empresa Diagnóstico, Treinamentos e Consultoria Ltda. e prestadora de serviço, me- diante licitação, para órgãos públicos. 109GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Referências Bibliográficas Bibliografia Básica: GOMIDE, Tito Lívio Ferreira; NETO, Jerônimo Cabral Pereira Fagundes; GULLO, Marco Antônio. “Normas Técnicaspara Engenharia Diagnóstica em Edificações”. São Paulo: PINI, 2009. HELENE, PAULO. “REHABILITAR, RED - Manual de Reparo, Proteção e Reforço de Estruturas de Concreto”. Ed. Degussa. São Paulo, 2003. SOUZA, Vicente Custódio Moreira de; Ripper, Thomaz. “Patologia, Recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto”. São Paulo: PINI, 1998. Bibliografia Complementar: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “NBR 15.577-1: Agregados – Reatividade álcali-agregado – Parte 1: Guia para Avaliação da Reatividade Potencial e Medidas Preventivas para Uso de Agregados em Concreto”. 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “NBR 15.577-2: Agregados – Reatividade álcali- agregado – Parte 2: Coleta, Preparação e Periodicidade de Ensaios de Amostras de Agregados para Concreto”. 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “NBR 15.577-3: Agregados – Reatividade álcali-agregado – Parte 3: Análise Petrográfica para Verificação da Potencialidade Reativa de Agregados em Presença de Álcalis do Concreto”. 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “NBR 15.577-4: Agregados – Reatividade álcali-agregado – Parte 4: Determinação da Expansão em Barras de Argamassa pelo Método Acelerado”. 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “NBR 15.577-5: Agregados – Reatividade álcali-agregado – Parte 5: Determinação da Mitigação da Expansão em Barras de Argamassa pelo Método Acelerado”. 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “NBR 15.577-6: Agregados – Reatividade álcali-agregado – Parte 6: Determinação da Expansão em 110GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Prismas de Concreto”. 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “NBR 15.577-7: Agregados – Reatividade álcali-agregado – Parte 7: Determinação da Expansão em Prismas de Concreto pelo Método Acelerado”. 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “NBR 15.575: Edificações Habitacionais – Desempenho. Parte 1: Requisitos Gerais”. 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “NBR 6118: Projetos de Estruturas de Concreto - Procedimento”. 2014. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “NBR 12.655: Concreto de Cimento Portland – Preparo, Controle, Recebimento e Aceitação – Procedimento”. 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “NBR 5674: Manutenção de edificações — Requisitos para o sistema de gestão de manutenção”. 2012. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. “NBR 16.747: Inspeção Predial – Diretrizes, Conceitos, Terminologia e Procedimento”. 2020. FIORITO, Antônio J. S. I. “Manual de Argamassas e Revestimentos: Estudos e Procedimentos de Execução”. 2ª edição. São Paulo: PINI, 2009. MARCELLI, Maurício. “Sinistros na Construção Civil – Causas e Soluções para Danos e Prejuízos em Obras”. São Paulo: PINI, 2007. BERTOLINI, LUCA. “Materiais de Construção: Patologia, Reabilitação, Prevenção”. São Paulo. Oficina Textos. 414p., 2010. RIBEIRO, Fabiana Andrade; BARROS, Mércia Maria Semensato Bottura. “Juntas de Movimentação em Revestimentos Cerâmicos de Fachadas”. São Paulo: PINI, 2010. 111GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Anotaçõesos direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Sistema “A maior parte funcional do edifício. Conjunto de elementos e componentes destinados a cumprir com uma macrofunção que a define (exemplo: funda- ção, estrutura, vedações verticais, instalações hidrossanitárias, cobertura)” (NBR 15575/2013). Vida útil “Período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às atividades para as quais foram projetados e construídos considerando a pe- riodicidade e correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção (a vida útil não pode ser confundida com prazo de garantia legal e certificada)” (NBR 15575/2013). Desempenho “Comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas” (NBR 15575/2013). 11GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Desempenho frente à corrosão de armaduras Desempenho “Comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas” (NBR 15575/2013). Critérios de desempenho “Especificações quantitativas dos requisitos de desempenho, expressos em termos de quantidades mensuráveis, a fim de que possam ser, objetivamente, determinados” (NBR 15575/2013). Durabilidade “Capacidade da edificação ou de seus sistemas de desempenhar suas fun- ções, ao longo do tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas” (NBR 15575/2013). 12GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Inspeção predial de uso e manutenção “Verificação através de metodologia técnica, das condições de uso e de manutenção preventiva e corretiva da edificação” (AUTOR, ano). Manual de operação, uso e manutenção “Documento que reúne, apropriadamente, todas as informações necessá- rias para orientar as atividades de operação, uso e manutenção da edificação” (AUTOR, ano). Nota: Também conhecido como manual do proprietário, quando aplicado para as unidades autônomas, e manual das áreas comuns ou manual do síndico, quando aplicado para as áreas de uso comum. 3. Incumbências • Incumbências do fornecedor de insumos, materiais, componentes e/ ou sistemas “Cabe ao fornecedor de sistemas, caracterizar o desempenho, de acordo com esta norma” (AUTOR, ano). “Convém que fabricantes de produtos, sem normas brasileiras específicas ou que não tenham seus produtos com o desempenho caracterizado, que forneçam resultados comprobatórios do desempenho de seus produtos com base nesta norma ou em normas específicas internacionais ou estrangeiras” (AUTOR, ano). • Incumbências do projetista “Os projetistas, devem estabelecer a VIDA ÚTIL PROJETADA (VUP), de cada sistema que compõe esta Norma, com base na Seção 14” (AUTOR, ano). 13GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções “Cabe ao projetista, o papel de especificar materiais, produtos e processos que atendam o desempenho mínimo estabelecido nesta norma, com base nas normas prescritivas e no desempenho declarado pelos fabricantes dos produtos a serem empregados em projeto” (AUTOR, ano). • Incumbências do incorporador e/ou projetista “..... a identificação dos riscos previsíveis na época do projeto, devendo o incorporador, neste caso, providenciar os estudos técnicos requeridos e ali- mentar os diferentes projetistas com as informações necessárias”. Como riscos previsíveis, exemplifica-se: presença de aterro sanitário na área de implantação do empreendimento, contaminação do lençol freático, presença de agentes agressivos no solo e outros riscos ambientais. “Elaborar o manual de operação, uso e manutenção, ou documento similar, conforme 3.18, atendendo à ABNT NBR 14037 e ABNT NBR 5674, que deve ser entregue ao proprietário da unidade, quando da disponibilização da edificação para uso, cabendo também elaborar o manual das áreas comuns, que deve ser entregue ao condomínio”. › ABNT NBR 14.037 - Manual de operação, uso e manutenção das edificações – Conteúdo e recomendações para elaboração e apresentação. › ABNT NBR 5.674 - Manutenção de edificações – Procedimentos. 14GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • Incumbências do usuário “Ao usuário, ou seu preposto, cabe realizar a manutenção, de acordo com o que estabelece a ABNT NBR 5674 e o manual de operação, uso e manu- tenção, ou documento similar” (AUTOR, ano). 4. Avaliação de desempenho “A avaliação de desempenho busca analisar a adequação ao uso de um sistema ou de um processo construtivo destinado a cumprir uma função, independentemente da solução técnica adotada” (AUTOR, ano). Para atingir esta finalidade, na avaliação do desempenho: • Deve-se realizar uma investigação sistemática com métodos consis- tentes. • Possuir o domínio de uma ampla base de conhecimentos científicos sobre: › cada aspecto funcional de uma edificação; › materiais; › técnicas de construção; e › exigências dos usuários. • Limitar o número de requisitos, conforme Seções 7 a 17 desta Norma. 7.0 Desempenho estrutural 8.0 Segurança contra incêndio 9.0 Segurança no uso e na operação 10.0 Estanqueidade 11.0 Desempenho térmico 12.0 Desempenho acústico 15GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções 13.0 Desempenho lumínico 14.0 Durabilidade e manutenibilidade 15.0 Saúde, higiene e qualidade do ar 16.0 Funcionalidade e acessibilidade 17.0 Conforto tátil e antropodinâmico • Registrar os resultados por meio de documentação fotográfica, memo- rial de cálculo, observações instrumentadas, catálogos técnicos dos produtos e registro de eventuais planos de expansão de serviços públicos. • Realizar as verificações com base nas condições do meio físico na época do projeto e da execução do empreendimento. Nota: Recomenda-se que a avaliação do desempenho seja realizada por instituições de ensino ou pesquisa, laboratórios especializados, empresas de tecnologia, equipes multiprofissionais ou profissionais de reconhecida capacidade técnica. “O relatório deve ser elaborado pelo responsável pela avaliação e deve cumprir com as exigências estabelecidas” (AUTOR, ano). • Relação entre Normas: › Quando uma Norma Brasileira prescritiva contiver exigências su- plementares a esta Norma, elas devem ser integralmente cumpridas. › Na ausência de Normas Brasileiras prescritivas para sistemas, podem ser utilizadas Normas Internacionais prescritivas relativas ao tema.” As diretrizes para implantação do edifício ou conjunto habitacional, reco- mendam: • Desenvolver os projetos de arquitetura, da estrutura, das fundações, 16GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções contenções e outras eventuais obras geotécnicas, com base nas caracterís- ticas do local da obra (topográficas, geológicas etc.). • Avaliar, convenientemente, os riscos de: › deslizamentos; › enchentes; › erosões; › vibrações transmitidas por vias férreas; › vibrações transmitidas por trabalhos de terraplenagem e compac- tação do solo; › ocorrência de subsidência do solo; (rebaixamento da superfície do terreno) › presença de crateras em camadas profundas; › presença de solos expansíveis ou colapsíveis; › presença de camadas profundas deformáveis; e › outros. • Considerar os riscos de explosões oriundas do confinamento de gases, resultantes de aterros sanitários, solos contaminados, proximidade de pedrei- ras e outros, tomando-se as providências necessárias para que não ocorram prejuízos à segurança e à funcionalidade da obra. • Prever as interações entre construções próximas, considerando-se as eventuais sobreposições de bulbos de pressão, efeitos de grupo de estacas, rebaixamento do lençol freático e desconfinamento do solo, em função do corte do terreno. 17GESTÃO DE OBRAS - MBA EADIPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • Cumprir as disposições das Normas Brasileiras aplicáveis, particular- mente, da ABNT NBR 8044, ABNT NBR 5629, ABNT NBR 11682, ABNT NBR 6122 e NBR 12722, pois, o desempenho da edificação, está intimamente associado a todos os projetos de implantação e ao desempenho das fundações. • Considerar as condições de agressividade do solo, do ar e da água, na época do projeto, prevendo-se, quando necessário, as proteções pertinentes à estrutura e suas partes: › Ataques por sulfato › Ataques por cloretos › Águas e solos ácidos 5. Métodos de avaliação de desempenho “Os requisitos de desempenho devem ser verificados aplicando-se os res- pectivos métodos de ensaio previstos nesta Norma” (AUTOR, ano). Os métodos de avaliação estabelecidos nesta Norma, consideram a rea- lização de: • ensaios laboratoriais; • ensaios de tipo (garante a conformidade); • ensaios em campo; • inspeções em protótipos ou em campo; • simulações e análise de projetos. A realização de ensaios laboratoriais deve ser baseada nas Normas, expli- citamente, referenciadas, em cada caso, nesta Norma. Amostragem para avaliação de desempenho Se a edificação habitacional ou o sistema estiverem construídos, a avalia- ção de desempenho poderá ser realizada por meio de inspeções de campo, atendendo aos requisitos e critérios de desempenho estabelecidos nesta Norma, desde que a amostragem seja representativa. Deve-se ter os se- guintes cuidados: 18GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • As avaliações de campo só devem ser aceitas, se a construção ou instalação tiver ocorrido há pelo menos dois anos. • Não se inferir ou extrapolar resultados para condições diversas de clima, implantação, agressividade do meio e utilização. • Sempre que a avaliação estiver baseada na realização de ensaios de laboratório, a amostragem deve ser aleatória. Documentos com os resultados da avaliação do sistema “A partir dos resultados obtidos deve ser elaborado um documento de avaliação do desempenho, baseado nos requisitos e critérios avaliados, de acordo com esta Norma” (AUTOR, ano). Desta forma, o relatório deve conter: • Informações que caracterizem o edifício habitacional ou o sistema analisado. • Havendo necessidade de ensaio laboratorial, o relatório deve conter a solicitação para a realização do ensaio com a explicitação dos resultados pretendidos e a metodologia a ser seguida, de acordo com as Normas refe- renciadas. • A amostra tomada para ensaio deve ser acompanhada de todas as informações que a caracterizem, considerando sua participação no sistema. 6. Desempenho estrutural Estabilidade e resistência estrutural “As estruturas devem ser projetadas, construídas e montadas de forma a atender aos requisitos estabelecidos na ABNT NBR 15575-2, consideradas as especificidades registradas nas Normas Brasileiras vigentes” (AUTOR, ano). 19GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções “No estado limite último, o desempenho estrutural de qualquer edificação deve ser verificado pelas Normas Brasileiras de Projeto Estrutural específi- cas” (AUTOR, ano). Requisitos estabelecidos na ABNT NBR 15.575-2: • Não ruir ou perder a estabilidade de nenhuma de suas partes. • Prover segurança aos usuários sob ação de impactos, choques, vibra- ções e outras solicitações decorrentes da utilização normal da edificação, previsíveis na época do projeto. • Não provocar sensação de insegurança aos usuários pelas deforma- ções de quaisquer elementos da edificação, admitindo-se tal exigência aten- dida, caso as deformações se mantenham dentro dos limites estabelecidos nesta Norma. • Não repercutir em estados inaceitáveis de fissuração de vedação e acabamentos. • Não prejudicar a manobra normal de partes móveis, como portas e janelas, nem repercutir no funcionamento normal das instalações em face das deformações dos elementos estruturais. • Cumprir as disposições da ABNT NBR 5629, ABNT NBR 11682 e ABNT NBR 6122, relativamente, às interações com o solo e com o entorno da edi- ficação (ABNT NBR 15.575-2). Métodos de avaliação: “Análise do projeto estrutural, verificando sua conformidade com as Normas Brasileiras específicas e com as premissas de projeto e na ABNT NBR 15575-2” (AUTOR, ano). Desta forma, devem ser atendidos todos os requisitos estabelecidos nas Normas a seguir: ABNT NBR 6118 para estruturas de concreto ABNT NBR 6122 para fundações 20GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções ABNT NBR 7190 para estruturas de madeira ABNT NBR 8800 para estruturas de aço ou mistas ABNT NBR 9062 para estruturas de concreto pré-moldado ABNT NBR 10837 para alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto ABNT NBR 14762 para estruturas de aço constituídas por perfis formados a frio Ou outras Normas Brasileiras de Projeto Estrutural vigentes. Requisito – Deformações, fissurações ocorrência de outras falhas As deformações resultantes das cargas de serviço e as deformações im- postas ao edifício habitacional ou sistema, não devem causar prejuízos ao desempenho de outros sistemas e nem comprometerem a durabilidade da estrutura. O edifício habitacional ou o sistema deve ser projetado, construído e mon- tado de forma a atender aos requisitos e critérios especificados na ABNT NBR 15575-2 (Sistemas estruturais) à ABNT NBR 15575-6 (Sistemas hidros- sanitários). Premissas de projeto: “O comportamento em serviço da edificação habitacional ou do sistema 21GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções deve ser previsto em projeto, de forma que os estados-limites de serviço (ELS), por sua ocorrência, repetição ou duração, não causem efeitos estru- turais que impeçam o uso normal da construção ou que levem ao compro- metimento da durabilidade da estrutura” (AUTOR, ano). Métodos de avaliação: As análises do projeto estrutural devem ser feitas conforme: • Norma Brasileira específica • Verificações estabelecidas nas ABNT NBR 15575-2 à ABNT NBR 15575-6 (AUTOR, ano). Critério - Estados-limites de serviço (NBR 15.575-2): Sob a ação de cargas gravitacionais, de temperatura, de vento (ABNT NBR 6123), recalques diferenciais das fundações (ABNT NBR 6122) ou quaisquer outras solicitações passíveis de atuarem sobre a construção, conforme ABNT NBR 8681, os componentes estruturais não devem apresentar: • Deslocamentos maiores que os estabelecidos nas normas de projeto estrutural (ABNT NBR 6118, NBR 7190, NBR 8800, NBR 9062, NBR 10837 e NBR 14762) ou, na falta de Norma Brasileira específica, usar as Tabelas 1 ou 2. 22GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • Fissuras com aberturas maiores que os limites indicados nas ABNT NBR 6118 e NBR 9062, ou outra norma específica, para o método construtivo adotado, ou abertura superior à 0,6 mm em qualquer situação. 7. Segurança contra incêndio As exigências dessa Norma, relativamente, à segurança contra incêndio visam: 23GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • proteger a vida dos ocupantes das edificações e áreas de risco, em caso de incêndio; • dificultar a propagação do incêndio, reduzindo danos ao meio ambiente e ao patrimônio; • proporcionar meios de controle e extinção do incêndio; • dar condições de acesso para as operações do Corpo de Bombeiros. A resistência ao fogo pelos elementos estruturais tem como objetivos principais: • possibilitar a saída dos ocupantes da edificação em condições de se- gurança; • garantir condições razoáveis para o emprego de socorro público, onde se permita o acesso operacional de viaturas, equipamentos e seusrecursos humanos, com tempo hábil para exercer as atividades de salvamento (pes- soas retidas) e combate a incêndio (extinção); • Evitar ou minimizar danos à própria edificação, às outras adjacentes, à infraestrutura pública e ao meio ambiente (AUTOR, ano). Requisito – Dificultar o princípio do incêndio Critérios para dificultar o princípio do incêndio: • proteção contra descargas atmosféricas, de acordo com ABNT NBR 5419, e demais Normas Brasileiras aplicáveis; • proteção contra risco de ignição nas instalações elétricas, de acordo com a ABNT NBR 5410, e Normas Brasileiras aplicáveis, sobretudo, em função de curto circuitos e sobretensões; e • proteção contra risco de vazamentos nas instalações de gás, cujas instalações devem ser projetadas e executadas de acordo com as Normas ABNT NBR 13.523 e NBR 15.526. Métodos de avaliação da segurança relativa ao princípio do incêndio: 24GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções A comprovação do atendimento ao requisito de 8.2 (Dificultar o princípio de incêndio), pelos critérios estabelecidos a seguir, deve ser feita pela análise do projeto ou por inspeção em protótipo. 8.2.1.1 Proteção contra descarga atmosférica 8.2.2.2 Proteção contra risco de ignição nas instalações elétricas 8.2.1.3 Proteção contra risco de vazamentos nas instalações de gás Onde houver ambiente enclausurado, devem ser atendida a ABNT NBR 15526 e outras Normas Brasileiras aplicáveis. Requisito – Facilitar a fuga em situação de incêndio As rotas de fuga dos edifícios devem atender ao disposto na ABNT NBR 9077. O método de avaliação aplicado deverá ser a partir da análise do projeto ou por inspeção em protótipo. Norma ABNT NBR 9077 estabelece que: • A saída de emergência compreende o seguinte: › acessos ou rotas de saídas horizontais (acessos às escadas, portas, espaço livre exterior); › escadas ou rampas; e › descarga. • as saídas de emergência são dimensionadas em função da população da edificação; • a largura das saídas deve ser dimensionada em função do número de pessoas que por elas transitarem, com os seguintes critérios: › os acessos são dimensionados em função dos pavimentos que servirem à população; 25GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções › as escadas, rampas e descargas são dimensionadas em função do pavimento de maior população; • as larguras mínimas das saídas, em qualquer caso, devem ser as se- guintes: › 1,10 m, correspondendo a duas unidades de passagem e 55 cm, para as ocupações em geral; › 2,20 m para permitir a passagem de macas, camas e outros para hospitais e assemelhados. Requisito – Dificultar a inflamação generalizada Os materiais de revestimento, acabamento e isolamento termoacústico empregados na face interna dos sistemas ou elementos que compõem a edificação, devem ter as características de propagação de chamas controla- das, de forma a atender aos requisitos estabelecidos na ABNT NBR 15575-3 à ABNT NBR 15575-5. Requisito – Dificultar a ocorrência da inflamação generalizada NBR 15.575-3: Figura: Exemplo genérico de um sistema de pisos e seus elementos (NBR 15.575-3:2013). Requisito – Reação ao fogo dos materiais de revestimento e acabamento Dificultar a propagação de chamas no ambiente de origem do incêndio e 26GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções não criar impedimento visual que dificulte a fuga dos ocupantes em situa- ções de incêndio. * Foto de Pixabay no Pexels. Requisito – Dificultar a ocorrência da inflamação generalizada – NBR 15.575-3 Dificultar a ocorrência da inflamação generalizada no ambiente de origem do incêndio e não gerar fumaça excessiva, capaz de impedir a fuga dos ocu- pantes em situações de incêndio. * Foto de Flavio Gasperini no Unsplash. 27GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Requisito – Dificultar a propagação do incêndio – NBR 15.575-1 Critérios para dificultar a propagação do incêndio para unidades contíguas: • Isolamento de risco à distância A distância entre edifícios deve atender à condição de isolamento, consi- derando-se todas as interferências previstas na legislação vigente. • Isolamento de risco por proteção As medidas de proteção, incluindo no sistema construtivo, o uso de portas ou selos corta-fogo, devem possibilitar que o edifício seja considerado uma unidade independente. • Assegurar estanqueidade e isolamento Os sistemas ou elementos de compartimentação que integram os edifícios habitacionais devem atender à NBR 14.432, para minimizar a propagação do incêndio, assegurando estanqueidade e isolamento. Caso não seja possível o atendimento ao critério de isolamento de risco à distância ou proteção (8.5.1), a edificação não é considerada independente, e o dimensionamento das medidas de proteção contra incêndio deve ser feito considerando o conjunto de edificações como uma única. Método de avaliação: Análise do projeto ou inspeção em protótipo, aplicando-se a ABNT NBR 6479 para a determinação da resistência ao fogo de portas e selos corta-fogo, bem como, obedecendo-se à legislação vigente. 28GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Requisito – Segurança estrutural Minimizar o risco de colapso estrutural da edificação em situação de in- cêndio. A edificação habitacional deve atender: • Norma ABNT NBR 14432 • Normas específicas para o tipo de estrutura conforme citado em, 8.6.2 (Métodos de avaliação) Métodos de avaliação: • Análise do projeto estrutural em situação de incêndio. • Atendimento às Normas de projeto estrutural: › ABNT NBR 14323, para estruturas de aço; › ABNT NBR 15200, para estruturas de concreto; e › para as demais estruturas, aplica-se o Eurocode correspondente, em sua última edição. 29GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Requisito - Sistema de extinção e sinalização de incêndio Dispor de sistemas de extinção e sinalização de incêndio. Critério – Equipamentos de extinção, sinalização e iluminação de emer- gência • O edifício habitacional deve dispor de sinalização, iluminação de emer- gência e equipamentos de extinção do incêndio, conforme a ABNT NBR 9441, ABNT NBR 10898, ABNT NBR 12693, ABNT NBR 13434 e ABNT NBR 13714, atendendo à legislação vigente. Métodos de avaliação: • Análise do projeto ou por inspeção em protótipo. 8. Segurança no uso e operação “A segurança no uso e operação dos sistemas e componentes da edificação habitacional deve ser considerada em projeto” (AUTOR, ano). Requisito – Segurança na utilização do imóvel “Assegurar que tenham sido tomadas medidas de segurança aos usuários da edificação habitacional” (AUTOR, ano). Critério – Segurança na utilização dos sistemas Os sistemas não devem apresentar: • rupturas, instabilizações, tombamentos ou quedas que possam colocar em risco a integridade física dos ocupantes ou de transeuntes nas imediações do imóvel; • partes expostas cortantes ou perfurantes; e • deformações e defeitos, acima dos limites especificados na ABNT NBR 15575-2 à ABNT NBR 15575-6. 30GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Sobre as deformações e defeitos, acima dos limites especificados nas ABNT NBR 15575-2: • não provocar sensação de insegurança aos usuários pelas deforma- ções de quaisquer elementos da edificação, admitindo-se tal exigência aten- dida caso as deformações se mantenham dentro dos limites estabelecidos nesta Norma; • não prejudicar a manobra normal de partes móveis, como portas e janelas, nem repercutir no funcionamento normal das instalações em face das deformações dos elementos estruturais;• devem ser consideradas nos projetos, as cargas permanentes, aciden- tais (sobrecargas de utilização), devidas ao vento e a deformações impostas (variação de temperatura e umidade, recalques das fundações), conforme ABNT NBR 8681, NBR 6120, NBR 6122 e NBR 6123. Premissas de projeto Devem ser previstas no projeto e na execução formas de minimizar, durante o uso da edificação, o risco de: • queda de pessoas em altura, telhados, áticos, lajes de cobertura e quaisquer partes elevadas da construção; • acessos não controlados aos riscos de quedas; • queda de pessoas em função de rupturas das proteções às quais 31GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções deverão ser testadas conforme NBR 14718, ou possuírem memorial de cál- culo assinado por profissional responsável que comprove seu desempenho; • queda de pessoas em função de irregularidades nos pisos, rampas e escadas, conforme a ABNT NBR 15575-3; • ferimentos provocados por ruptura de subsistemas ou componentes, resultando em partes cortantes ou perfurantes; • ferimentos ou contusões, em função da operação das partes móveis de componentes como janelas, portas, alçapões e outros; • ferimentos ou contusões em função da dessolidarização ou da proje- ção de materiais ou componentes, a partir das coberturas e das fachadas, tanques de lavar, pias e lavatórios, com ou sem pedestal, e de componentes ou equipamentos normalmente fixáveis em paredes; e • ferimentos ou contusões em função de explosão resultante de vaza- mento ou de confinamento de gás combustível. Método de avaliação da segurança na utilização dos sistemas: “Análise do projeto ou inspeção em protótipo” (AUTOR, ano). Requisito – Segurança das instalações • “evitar a ocorrência de ferimentos ou danos aos usuários, em condições normais de uso; 32GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • a edificação habitacional deve atender às exigências das Normas per- tinentes, como, por exemplo, ABNT NBR 5410, ABNT NBR 5419, ABNT NBR 13523, ABNT NBR 15526 e ABNT NBR 15575-6” (AUTOR, ano). O método de avaliação utilizado, deve ser a análise do projeto ou inspeção em protótipo. 9. Durabilidade e manutenibilidade Durabilidade “Capacidade da edificação ou de seus sistemas de desempenhar suas funções, ao longo do tempo e sob condições de uso e manutenção especi- ficadas” (AUTOR, ano). Manutenção “Conjunto de atividades a serem realizadas ao longo da vida total da edi- ficação para conservar ou recuperar a sua capacidade funcional e de seus sistemas constituintes de atender as necessidades e segurança dos seus usuários” (AUTOR, ano). Manutenibilidade “Grau de facilidade de um sistema, elemento ou componente de ser man- tido ou recolocado no estado no qual possa executar suas funções requeri- das, sob condições de uso especificadas, quando a manutenção é executada sobre condições determinadas, procedimentos e meios prescritos” (AUTOR, ano). • Durabilidade: “A durabilidade de um produto se extingue quando ele deixa de cumprir as 33GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções funções que lhe forem atribuídas, quer seja pela degradação que o conduz a um estado insatisfatório de desempenho, quer seja por obsolescência funcional” (AUTOR, ano). “O edifício e seus sistemas devem apresentar durabilidade compatível com a Vida Útil de Projeto VUP, preestabelecida em 14.2.1” (AUTOR, ano). “As condições de exposição do edifício devem ser especificadas em pro- jeto, a fim de possibilitar uma análise da Vida Útil de Projeto (VUP) e da durabilidade do edifício e seus sistemas” (AUTOR, ano). • Manutenibilidade: “Especificações relativas à manutenção, uso e operação do edifício e seus sistemas que forem considerados em projeto para definição da Vida Útil de Projeto (VUP) devem estar também, claramente detalhadas na documen- tação que acompanha o edifício ou subsidia sua construção” (AUTOR, ano). Requisito – Manutenibilidade do edifício e de seus sistemas Manter a capacidade do edifício e de seus sistemas e permitir ou favorecer as inspeções prediais, bem como, as intervenções de manutenção previstas no manual de operação, uso e manutenção. Conforme responsabilidades estabelecidas na Seção 5 desta parte 1. * Foto de ThisIsEngineering no Pexels. 34GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções As edificações devem ser projetadas para que o edifício e os sistemas projetados tenham acesso para inspeção predial, através da instalação de suportes para fixação de andaimes, balancins ou outro meio que possibilite a realização da manutenção. “A incorporadora ou construtora (no caso de não haver incorporação) deve fornecer ao usuário manual atendendo a ABNT NBR 14037” (AUTOR, ano). “Na gestão de manutenção, deve-se atender à NBR 5674, para preservar as características originais da edificação, prevenir a perda de desempenho decorrente da degradação de seus sistemas, elementos ou componentes” (AUTOR, ano). Vida Útil Considerando que vida útil é o período de tempo compreendido entre o início de operação ou uso de um produto, e o momento em que o seu de- sempenho deixa de atender às exigências pré-estabelecidas pelo usuário. Vida Útil = Vida Útil Teórica de Projeto ± A ± B ± C ± D Onde: • A = Manutenção • B = Intempéries • C = Fatores internos de controle do usuário • D = Fatores externos (naturais) As edificações devem ser projetadas para que os sistemas tenham vida útil de projeto, de acordo com valores teóricos preestabelecidos na Tabela 14.1. 35GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Vida Útil de Projeto Para parametrização da VUP, com fundamento nestes conceitos, foram utilizados conhecimentos já consolidados internacionalmente, principal- mente, os da BS 7453. 36GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções As Tabelas C.1, C.2 e C.3 relacionam os parâmetros adotados para a de- terminação da VUP. A Tabela C4 foi construída com base nos parâmetros descritos nas Tabelas C1, C2 e C3. 37GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções “Na ausência de indicação em projeto da VUP dos sistemas, admite-se que os valores adotados correspondem aos relacionados na Tabela 14.1 para o desempenho mínimo” (AUTOR, ano). “O projeto do edifício deve atender aos parâmetros mínimos de VUP indi- cados na Tabela 14.1. Caso sejam adotados valores superiores ao da Tabela 14.1, estes devem ser explicitados no projeto” (AUTOR, ano). Na análise do projeto, a avaliação do atendimento à Vida Útil de Projeto VUP pode ser realizada pela utilização da metodologia proposta pelas ISO 15686-1 a 15686-3 e ISO 15686-5 a 15686-7. Complementarmente, o Anexo F relaciona a bibliografia recomendada para avaliação do atendimento à Vida Útil de Projeto VUP. Os valores de Vida Útil de Projeto também podem ser comprovados por: • verificações de cumprimento das normas nacionais prescritivas na data do projeto; • constatações, em obra, do cumprimento integral do projeto pela cons- trutora. Método de avaliação: Verificar o cumprimento das exigências estabelecidas em Normas Brasileiras que estejam relacionadas com a durabilidade dos sistemas do edifício. São exemplos de Normas com estas características: 38GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • NBR 6118 – Projetos de Estruturas de Concreto – Procedimento; • NBR 8800 – Projetos de Estruturas de Aço e de Estruturas Mistas de Aço e Concreto de Edifícios; • NBR 9062 – Projeto e Execução de Estruturas de Concreto Pré- Moldado; • NBR 14762 –Dimensionamento de Estruturas de Aço Constituídas por Perfis Formados a Frio. Comprovar a durabilidade dos elementos e componentes dos sistemas, bem como, de sua correta utilização, conforme as Normas específicas, suas aplicações e métodos de ensaios, como ABNT NBR 5649, NBR 6136, NBR 8491, NBR 9457, NBR 10834, NBR 11173, NBR 13281, NBR 13438, ABNT NBR 13858-2, NBR 15210-1, NBR 15319, NBR 6565; NBR 7398; NBR 7400; NBR 8094; NBR 8096 e outras Normas Brasileiras específicas, conforme o caso. Em caso de inexistência de Normas Brasileiras, pode-se observar as exigências estabelecidas em Normas estrangeiras específicas e coerentes com os componentes empregados na construção e sua aplicação, como ASTM G154-06, ASTM E 424-71, ASTM D 1413-07 e outras. Inspecionar protótipos e edificações que possibilitem a avaliação da dura- bilidade por conhecimento das características do sistema, obedecendo ao tempo mínimo de comprovação da durabilidade (ver Seção 6 – Avaliação de desempenho) e considerando a vida útil pretendida. Analisar os resultados obtidos em estações de ensaios de durabilidade do sistema, desde que seja possível comprovar sua eficácia. * Foto de ThisIsEngineering no Pexels. 39GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções 10. Saúde, higiene e qualidade do ar As exigências relativas à saúde devem atender à legislação vigente. Além disso, recomenda-se que sejam cumpridos os requisitos sobre: • Proliferação de microrganismos; • Poluentes na atmosfera interna à habitação. Requisito – Proliferação de microrganismos “Propiciar condições de salubridade no interior da edificação, considerando as condições de umidade e temperatura no interior da unidade habitacional, aliadas ao tipo do sistema utilizado na construção” (AUTOR, ano). Os microrganismos que podem se proliferar nos ambientes são: fungos, bactérias e algas, provocando mofos. Evitar as infiltrações que podem provocar mofos devido a: • problemas em tubulações; • calhas mal dimensionadas; • calhas entupidas; • ausência de rufos; • rufos mal instalados; • telhas trincadas, quebradas ou mal posicionadas; • inclinações das telhas incompatíveis com a inclinação do telhado; • insuficiência de impermeabilização na base da edificação; • revestimentos externos inadequados; • falha na vedação das esquadrias; 40GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • falha no trespasse e inclinação inadequada do peitoril da janela; • falta de pingadeira no peitoril; • inclinação invertida da calçada de proteção; • condensação devido ao excesso de umidade e falta de ventilação; • fissuras de canto; • outros. Os sistemas de coberturas (SC) exercem funções importantes nas edifi- cações habitacionais, desde a contribuição para preservação da saúde dos usuários, até a própria proteção do corpo da construção, interferindo, dire- tamente, na durabilidade dos demais elementos que a compõem. Os sistemas de coberturas (SC) impedem a infiltração de umidade, oriunda das intempéries para os ambientes habitáveis e previnem a proliferação de microrganismos patogênicos e de diversificados processos de degradação dos materiais de construção, incluindo apodrecimento, corrosão, fissuras de origem hidrotérmica e outros. “As instalações hidrossanitárias são responsáveis diretas pelas condições de saúde e higiene requeridas para a habitação, além de apoiarem todas as funções humanas nelas desenvolvidas (cocção de alimentos, higiene pessoal, condução de esgotos e águas servidas etc.)” (AUTOR, ano). Requisito – Contaminação da água a partir dos componentes das instalações O sistema de água fria deve ser separado, fisicamente, de qualquer outra instalação que conduza água não potável ou fluida de qualidade insatisfatória, 41GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções desconhecida ou questionável. Os componentes da instalação do sistema de água fria não devem trans- mitir substâncias tóxicas à água ou contaminar a água por meio de metais pesados. Método de avaliação: Verificação do projeto, quanto ao atendimento à ABNT NBR 5626, NBR 5648, NBR 5688, NBR 7542, NBR 13206, NBR 15813-1, NBR 15813-2, NBR 15813-3, NBR 15884-1, NBR 15884-2, NBR 15884-3, NBR 15939-1, NBR 15939-2 e NBR 15939-3. Verificação da menção, em projeto da utilização de componentes que as- segurem a não existência de substâncias nocivas ou presença de metais pesados. Requisito – Poluentes na atmosfera interna à habitação Os materiais, equipamentos e sistemas empregados na edificação, não podem liberar produtos que poluam o ar em ambientes confinados, originando níveis de poluição, acima daqueles verificados no entorno. Enquadram-se nesta situação, os aerodispersóides, gás carbônico e outros. Obs.: Aerodispersóides é uma dispersão de partículas sólidas ou líquidas no ar. Um exemplo típico é a poeira. Podem ser gerados, também, pela falta de manutenção em equipamento de ar condicionado e outros. A poeira pode advir de: • processo de britagem; • terraplanagem; • detonação de rochas; • destruição de paredes e outros; • trabalhos com cimento; • lixamento de materiais; • peneiramento de minérios; 42GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • corte de granito; e • outros. * Foto de Ono Kosuki no Pexels. Método de avaliação: Verificação pelos métodos de ensaios estabelecidos na legislação vigente. Requisito – Poluentes no ambiente de garagem Gases de escapamento de veículos e equipamentos não podem invadir áreas internas da habitação. O sistema de exaustão ou ventilação de garagens internas deve permitir a saída dos gases poluentes gerados por veículos e equipamentos, de acordo com a legislação vigente. Método de avaliação: Verificação pelos métodos de ensaios estabelecidos na legislação vigente. 43GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções 11. Funcionalidade e acessibilidade Para garantia de funcionalidade e acessibilidade, este item da Norma de desempenho especifica três requisitos importantes: • altura mínima de pé-direito; • disponibilidade mínima de espaços para uso e operação da habitação; • adequação para pessoas com deficiências físicas ou pessoas com mo- bilidade reduzida. Requisito – Altura mínima de pé-direito • Apresentar altura mínima de pé-direito dos ambientes da habitação compatíveis com as necessidades humanas; • a altura mínima de pé-direito não pode ser inferior a 2,50 m; • em vestíbulos, halls, corredores, instalações sanitárias e despensas, admite-se que o pé-direito se reduza ao mínimo de 2,30 m; • Pelo menos, em 80% da superfície do teto, deve-se manter o pé-direito livre de, no mínimo, 2,30 m nos seguintes casos: › nos tetos com vigas; › tetos inclinados; › tetos abobadados; ou › que contenham superfícies › salientes. 44GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Método de avaliação: • Análise de projeto Requisito – Disponibilidade mínima de espaços para uso e operação da habitação • Apresentar espaços mínimos dos ambientes da habitação compatíveis com as necessidades humanas. • Para os projetos de arquitetura, de unidades habitacionais, sugere-se prever, no mínimo, a disponibilidade de espaço nos cômodos do edifício ha- bitacional para colocação e utilização dos móveis e equipamentos-padrão, conforme Tabelas 1 e 2. 45GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Método de avaliação: • Análise de projeto Requisito – Adequação para pessoas com deficiências físicas ou pessoas com mobilidade reduzida A edificação deve prever o número mínimo de unidades para pessoas com 46GESTÃO DE OBRAS- MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções deficiência física ou com mobilidade reduzida, estabelecido na legislação vigente, e estas unidades devem atender aos requisitos da NBR 9050. As áreas comuns devem prever acesso à pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida e idosos. As áreas privativas devem receber as adaptações necessárias para pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida nos percentuais previstos na legislação, e as áreas de uso comum, sempre devem obedecer o que estabelece a ABNT NBR 9050. Método de avaliação: Análise de projeto. Premissas de projeto O projeto deve prever para as áreas comuns e, quando contratado, também para as áreas privativas, as adaptações que normalmente se referem a: • acessos e instalações; • substituição de escadas por rampas; • limitação de declividades e de espaços a percorrer; • largura de corredores e portas; • alturas de peças sanitárias; e • disponibilidade de alças e barras de apoio. Requisito – Possibilidade de ampliação da unidade habitacional “Para unidades habitacionais térreas e assobradadas de caráter evolutivo, já comercializadas com previsão de ampliação, a incorporadora ou constru- tora deverá fornecer ao usuário, projeto arquitetônico e complementares, juntamente, com o manual de uso, operação e manutenção com instruções para ampliação da edificação. Recomendando-se utilizar recursos regionais e os mesmos materiais e técnicas construtivas do imóvel original”. “No projeto e na execução das edificações térreas e assobradadas de caráter 47GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções evolutivo, deve ser prevista pelo incorporador ou construtor, a possibilidade de ampliação, especificando-se os detalhes construtivos necessários para ligação ou a continuidade de paredes, pisos, coberturas e instalações” (AUTOR, ano). As especificações e detalhes construtivos fornecidos devem permitir, no mínimo, a manutenção dos níveis de desempenho da construção não am- pliada, relativamente, ao comportamento estrutural, segurança ao fogo, estanqueidade à água, desempenho térmico, desempenho, acústico e dura- bilidade. Método de avaliação: • Análise de projeto 48GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções 12. Conforto tátil, antropodinâmico e adequação ambiental Conforto tátil e antropodinâmico Requisito - Conforto tátil e adaptação ergonômica • Não prejudicar as atividades normais dos usuários, dos edifícios habi- tacionais, quanto ao caminhar, apoiar, limpar, brincar e semelhantes. • Os elementos e componentes da habitação (trincos, puxadores, cre- monas, guilhotinas etc.) devem ser projetados, construídos e montados, de forma a não provocar ferimentos nos usuários. • Os elementos e componentes que contam com Normalização especí- fica (portas, janelas, torneiras e outros) devem ainda, atender às exigências das respectivas Normas. • Relativamente, às instalações hidrossanitárias, devem ser atendidas as disposições da ABNT NBR 15575-6: › as peças de utilização, inclusive, registros de manobra, devem pos- suir volantes ou dispositivos com formato e dimensões que proporcionem torque ou força de acionamento de acordo com as normas de especificação de cada produto, além de serem isentos de rebarbas, asperezas ou ressaltos que possam causar ferimentos. › Para avaliar, basta inspecionar as peças de utilização in loco. Se o componente possuir declaração do fabricante ou embalagem que assegure o atendimento às normas vigentes sobre os componentes específicos, o sistema está isento desta verificação. Requisito - Adequação antropodinâmica de dispositivos de manobra • Apresentar formato compatível com a anatomia humana. Não requerer excessivos esforços para a manobra e movimentação. 49GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • Os componentes, equipamentos e dispositivos de manobra devem ser projetados, construídos e montados de forma a evitar que a força necessária para o acionamento não exceda, 10 N, nem o torque ultrapasse, 20 Nm. Métodos de avaliação: • Análise de projetos, métodos de ensaio relacionados às Normas Brasileiras específicas dos componentes. Adequação ambiental De forma geral, os empreendimentos e sua infraestrutura (arruamento, drenagem, rede de água, gás, esgoto, telefonia, energia) devem ser projeta- dos, construídos e mantidos, de forma a minimizar as alterações no ambiente. Projeto e implantação de empreendimentos A implantação do empreendimento deve considerar os riscos de: • desconfinamento do solo; • deslizamentos de taludes; • enchentes; • erosões; • assoreamento de vales ou cursos d’água; • lançamentos de esgoto a céu aberto; • contaminação do solo ou da água por efluentes ou outras • substâncias; • outros riscos similares. As Normas ABNT NBR 8044, NBR 11682 e a legislação vigente devem ser obedecidas. Seleção e consumo de materiais • Recomenda-se que os empreendimentos sejam construídos mediante exploração e consumo racionalizado de recursos naturais, objetivando a 50GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções menor degradação ambiental, menor consumo de água, de energia e de matérias primas. • Recomenda-se utilizar madeiras, cuja origem possa ser comprovada por certificação legal ou aprovadas pelos órgãos ambientais. • Recomenda-se utilizar madeiras que não estejam em extinção, con- forme Anexo F (Publicação IPT 2980 - Madeiras – Uso sustentável na cons- trução civil) da Norma de desempenho. • “Durante a construção, deve-se implementar um sistema de gestão de resíduos no canteiro de obras, de forma a minimizar sua geração e possibi- litar a segregação de maneira adequada para facilitar o reuso, a reciclagem ou a disposição final em locais específicos”. Requisito – Utilização e reuso de água • As águas servidas, provenientes dos sistemas hidrossanitários, devem ser encaminhadas às redes públicas de coleta e, na indisponibilidade destas, deve-se utilizar sistemas que evitem a contaminação do ambiente local. • Recomenda-se minimizar o consumo de água e reutilizá-la (reduzindo a demanda da água da rede pública de abastecimento e minimizando o volume de esgoto conduzido para tratamento), sem reduzir a satisfação do usuário ou aumentar a probabilidade de ocorrência de doenças. • No caso de reuso de água para destinação não potável, esta deve 51GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções atender aos parâmetros estabelecidos na Tabela 18.1 abaixo: Método de avaliação: • Análise de projetos, métodos de ensaio relacionados às Normas Brasileiras específicas. * Foto de Karolina Grabowska no Pexels. Consumo de energia no uso e ocupação da habitação As instalações elétricas devem privilegiar a adoção de soluções, caso a caso, que minimizem o consumo de energia, entre elas, a utilização de 52GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções iluminação e ventilação natural e de sistemas de aquecimento baseados em energia alternativa. Tais recomendações devem também ser aplicadas aos aparelhos e equi- pamentos utilizados, durante a execução da obra e no uso do imóvel (guin- chos, serras, gruas, aparelhos de iluminação, eletrodomésticos, elevadores, sistemas de refrigeração etc.). 13. Condições de exposição “Conjunto de ações atuantes sobre a edificação habitacional, incluindo, cargas gravitacionais, ações externas e ações resultantes da ocupação”. 53GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções “As condições de exposição do edifício devem ser especificadas em projeto,a fim de possibilitar uma análise da Vida Útil de Projeto (VUP) e a durabilidade do edifício e seus sistemas”. Cargas: • peso próprio da edificação; • peso dos móveis; • peso dos usuários; • ventos; • chuvas; e • Outras. Deve-se saber, a qual classe de agressividade a edificação estará subme- tida, de acordo com a NBR 6118:2014. Tabela 6.1 – Classe de agressividade ambiental: Classe de agressividade ambiental (CAA) Agressividade Classificação geral do tipo de ambiente para efeito de projeto Risco de deterioração da estrutura I fraca Rural insignificante II moderada Urbana 1 ) 2) pequeno III forte Marinha 1 ) Industrial 1 ) 2) grande IV muito forte Industrial 1 ) 3) Respingo de maré elevado 1) Pode-se admitir um microclima com uma classe de agressividade mais branda (em um nível acima), para ambientes internos secos, como salas, dormitórios, banheiros, cozinhas e áreas de serviço de apartamentos resi- denciais, conjuntos residenciais e conjuntos comerciais ou ambientes com concreto revestido com argamassa e pintura. 2) Pode-se admitir uma classe de agressividade mais branda (um nível acima), em obras em regiões de clima seco, com umidade relativa do ar 54GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções menor ou igual a 65%, com partes da estrutura protegidas de chuva em ambientes predominantemente secos, ou regiões onde chove raramente. 3) Ambientes quimicamente agressivos, tanques industriais, galvanoplastia, branqueamento em indústrias de celulose e papel, armazéns de fertilizantes, indústrias químicas. Deve-se conhecer a classe de agressividade ambiental para adotar a rela- ção água/cimento (a/c) adequada, de acordo com a Tabela 2 a seguir: NBR 12655:2015. Deve-se conhecer a classe de agressividade ambiental para adotar o co- brimento adequado: NBR 6118:2014. 55GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Deve-se conhecer as condições especiais de exposição para adotar a a/c e o fck adequados, atentando-se, também, para o cobrimento das armaduras: NBR 12655:2015. 56GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções 14. Diretrizes para o estabelecimento de prazos de garantia Garantia legal é o direito do consumidor de reclamar reparos, recompo- sição, devolução ou substituição do produto adquirido, conforme legislação vigente. Garantias certificadas são as condições dadas pelo fornecedor, por meio de certificado ou contrato de garantia para reparos, recomposição, devolução ou substituição do produto adquirido. Prazo de garantia legal é o período de tempo previsto em lei, que o con- sumidor dispõe, para reclamar dos vícios (defeitos) verificados na compra de produtos duráveis. Prazo de garantia certificado é o período de tempo, acima do prazo de garantia legal, oferecido, voluntariamente, pelo fornecedor (incorporador, construtor ou fabricante) na forma de certificado ou termo de garantia ou contrato, para que o consumidor possa reclamar dos vícios (defeitos) veri- ficados na compra de seu produto. Este prazo pode ser diferenciado para cada um dos componentes do produto a critério do fornecedor. Diretrizes para o estabelecimento de prazos de garantia O desempenho dos sistemas que compõem o edifício habitacional durante a sua Vida Útil (VU) está atrelado às: • condições de uso para o qual foi projetado; • execução da obra de acordo com as Normas; • utilização de elementos e componentes sem defeito de fabricação; e • implementação de programas de manutenção corretiva e preventiva no pós-obra. “A contagem dos prazos de garantia indicados na Tabela D.1, inicia-se a partir da expedição do “Auto de conclusão”, denominado “Habite-se””. Pode ocorrer que alguns elementos componentes, ou mesmo sistemas específicos, próprios de cada empreendimento, não estejam incluídos na Tabela D.1. Nestes casos, recomenda-se ao construtor ou incorporador, fazer 57GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções constar em seu manual de uso e operação ou de áreas comuns, os prazos de garantia desses itens. 58GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções 59GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções 15. Desempenho térmico A edificação habitacional deve atender às exigências de desempenho tér- mico, de acordo com a zona bioclimática definida na ABNT NBR 15220-3. 60GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • Para os casos em que a avaliação de transmitância térmica e capaci- dade térmica, conforme os critérios e métodos estabelecidos na ABNT NBR 15575-4 e ABNT NBR 15575-5, resultem em desempenho térmico insatisfa- tório, o projetista deve avaliar o desempenho térmico da edificação como um todo, pelo método da simulação computacional. conforme o item 11.2. • Para realizar as simulações computacionais, deve-se utilizar as Tabelas A1, A2 e A3 (Anexo A), que fornecem informações sobre a localização geográ- fica de algumas cidades brasileiras e os dados climáticos, correspondentes aos dias típicos de projeto de verão e de inverno. • Na falta de dados para a cidade onde se encontra a habitação, reco- menda-se utilizar os dados climáticos de uma cidade com características climáticas semelhantes. Se o clima na cidade, não for semelhante ao de nenhuma outra que tenha dados disponíveis, recomenda-se evitar o método da simulação computacional. • Se o clima na cidade, não for semelhante ao de nenhuma outra que tenha dados disponíveis, recomenda-se evitar o método da simulação com- putacional. • Recomenda-se utilizar o programa EnergyPlus ou similares para as simulações computacionais. • Para a simulação, a habitação deve ser considerada como um todo, considerando cada ambiente como uma zona térmica. • Na composição de materiais para a simulação, deve-se utilizar dados das propriedades térmicas dos materiais e/ou componentes construtivos. • Os dados das propriedades térmicas dos materiais e/ou componentes construtivos podem ser obtidos: › em laboratório, através de método de ensaio normalizado. Para os ensaios de laboratório, recomenda-se a utilização dos métodos apresentados na Tabela 11.1. Obs.: Na ausência destes dados ou na impossibilidade de obtê-los junto aos fabricantes, é permitido utilizar os dados disponibilizados na NBR 15220- Parte 2 como referência. 61GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Exigências de desempenho no verão Apresentar condições térmicas no interior do edifício habitacional, melho- res ou iguais, às do ambiente externo, à sombra, para o dia típico de verão, conforme o item 11.3.1. O valor máximo diário da temperatura do ar interior de recintos de perma- nência prolongada, como, por exemplo, salas e dormitórios, sem a presença de fontes internas de calor (ocupantes, lâmpadas, outros equipamentos em geral), deve ser sempre menor ou igual ao valor máximo diário da tempe- ratura do ar exterior. O nível de desempenho para aceitação é o M (mínimo), para atender ao critério de 11.3.1. Este nível está mostrado na Tabela 11.2 abaixo: 62GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Os níveis de desempenho I (intermediário) e S (superior) estão mostrados na Tabela E.1 a seguir: Método de avaliação: • Simulação computacional A unidade habitacional que não atender aos critérios estabelecidos para verão, deve ser simulada, novamente, considerando-se as seguintes altera- ções: • ventilação: configuração da taxa de ventilação de cinco renovações do volume de ar doambiente por hora (5,0 Ren/h) e janelas sem sombreamento; • sombreamento: inserção de proteção solar externa ou interna da es- quadria externa, com dispositivo capaz de cortar, no mínimo, 50% da radiação solar direta, que entraria pela janela, com taxa de uma renovação do volume de ar do ambiente por hora (1,0 ren/h); • ventilação e sombreamento: combinação das duas estratégias ante- riores, ou seja, inserção de dispositivo de proteção solar e taxa de renovação do ar de 5,0 Ren/h. Exigências de desempenho no inverno Apresentar condições térmicas no interior do edifício habitacional, me- lhores que do ambiente externo, no dia típico de inverno, conforme 11.4.1, 63GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções nas zonas bioclimáticas 1 a 5. Nas zonas 6, 7 e 8, não é necessário realizar avaliação de desempenho térmico para inverno. Os valores mínimos diários da temperatura do ar interior de recintos de permanência prolongada, como por exemplo, salas e dormitórios, no dia típico de inverno, devem ser sempre maiores ou iguais à temperatura mínima externa, acrescida de 3 °C. O nível de desempenho para aceitação é o M (mínimo), para atender ao critério de 11.4.1. Este nível está mostrado na Tabela 11.3 abaixo: Os níveis de desempenho I (intermediário) e S (superior) estão mostrados na Tabela E.2 a seguir: 64GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções Método de avaliação: • Simulação computacional Edificações em fase de projeto • A avaliação deve ser feita para um dia típico de projeto, de verão e de inverno. • Para conjuntos habitacionais ou edifícios multipiso, selecionar unidades habitacionais representativas, conforme estabelecido a seguir: • Conjunto habitacional de edificações térreas: selecionar uma unidade habitacional com o maior número de paredes expostas e seguir o procedi- mento estabelecido em 11.5.1 e 11.5.2; • Edifício multipiso: selecionar uma unidade do último andar, com cober- tura exposta, e seguir o procedimento estabelecido em 11.5.1 e 11.5.2. • Para unidades habitacionais isoladas, seguir o procedimento estabe- lecido em 11.5.1 e 11.5.2. › Escolher a unidade que apresente a condição mais crítica do ponto de vista térmico. › Simular todos os recintos da unidade habitacional, considerando as trocas térmicas entre os seus ambientes e avaliar os resultados dos recintos dormitórios e salas. • Como condição crítica do ponto de vista térmico, recomenda-se: › verão: janela do dormitório ou da sala voltada para oeste e a outra parede exposta, voltada para norte. › Caso não seja possível, o ambiente deve ter, pelo menos, uma janela voltada para oeste; › Inverno: janela do dormitório ou da sala deve estar voltada para sul e a outra parede exposta, voltada para leste. 65GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções › Caso não seja possível, o ambiente deve ter pelo menos, uma janela voltada para sul; › Obstrução no entorno: considerar que as paredes expostas e as janelas estão desobstruídas, ou seja, sem a presença de edificações ou ve- getação nas proximidades que modifiquem a incidência de sol e/ou vento. › Esta informação deve constar na documentação de comprovação de desempenho; › Obstrução por elementos construtivos, previstos na edificação: dis- positivos de sombreamento (exemplos: para-sóis , marquises, beirais) devem ser consideradas na simulação. › Adotar uma taxa de ventilação do ambiente e da cobertura de 1 ren/h. • A absortância à radiação solar das superfícies expostas, deve ser defi- nida conforme a cor e características das superfícies externas da cobertura e das paredes expostas, conforme orientações a seguir: › cobertura: valor especificado no projeto, correspondente, portanto, ao material declarado para o telhado ou outro elemento utilizado que cons- titua a superfície exposta da cobertura; › parede: assumir o valor da absortância à radiação solar, correspon- dente, à cor definida no projeto. Caso a cor não esteja definida, simular para três alternativas de cor: 66GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções • cor clara: α = 0,3; • cor média: α = 0,5 • cor escura: α = 0,7. 16. Estanqueidade I A umidade proveniente da água da chuva, do solo e do uso da edificação deve ser considerada na etapa de projeto, pois, a umidade pode provocar e acelerar mecanismos de deterioração na edificação e acarretar perda das condições de habitabilidade e de higiene do ambiente construído. Requisito – Estanqueidade a fontes de umidade externas à edificação “Assegurar estanqueidade às fontes de umidades externas ao sistema”. Critério – Estanqueidade à água de chuva e à umidade do solo e do lençol freático “Atendimento aos requisitos especificados na ABNT NBR 15575-3 à ABNT NBR 15575-5”. Premissas de projeto Devem ser previstos nos projetos, a prevenção de infiltração da água de chuva e da umidade do solo nas habitações, por meio dos detalhes indicados a seguir: • drenagem adequada da água da chuva incidente em ruas internas, lotes vizinhos ou mesmo no entorno próximo ao conjunto, na implantação dos conjuntos habitacionais; • impermeabilização das fundações e pisos em contato com o solo; • impermeabilização, de acordo com a NBR 9575, sem prejuízo da 67GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções utilização do ambiente e dos sistemas correlatos e sem comprometer a segurança estrutural: › porões e subsolos; › jardins contíguos às fachadas; e › quaisquer paredes em contato com o solo. • prevenção contra infiltração na ligação entre os diversos elementos da construção (como paredes e estrutura, telhado e paredes, corpo principal e pisos ou calçadas laterais). Requisito e critérios – Estanqueidade a fontes de umidade internas à edificação Devem ser previstos no projeto, detalhes que assegurem a estanqueidade de partes do edifício que tenham a possibilidade de ficar em contato com a água gerada na ocupação ou manutenção do imóvel, devendo ser verificada a adequação das vinculações entre instalações de água, esgotos ou águas pluviais e estrutura, pisos e paredes, de forma que as tubulações não venham a ser rompidas ou desencaixadas por deformações impostas. Método de avaliação: • Análise do projeto e métodos de ensaio especificados na ABNT NBR 15575-3 à ABNT NBR 15575-5. Premissas de projeto • O projeto de pisos deve indicar, de acordo com a NBR 15.575-3: › o sistema construtivo que impeça a ascensão da umidade para o sistema de piso; › a resistência mecânica contra danos durante a construção e utili- zação do imóvel; e › previsão eventual de um sistema de drenagem. • Em áreas molháveis, deve-se impedir a passagem da umidade para 68GESTÃO DE OBRAS - MBA EAD IPOG 2021 © Todos os direitos reservados. @ipoggoias Módulo: Desempenho nas construções outros elementos construtivos da habitação. Método de Avaliação: Análise do projeto e métodos de ensaio especificados na ABNT NBR 15575-3 (pisos) à ABNT NBR 15575-5 (coberturas). Para sistemas de pisos, de acordo com a NBR 15.575-3, deve-se fazer a avaliação das seguintes formas: • a superfície da face inferior e os encontros com as paredes e pisos adjacentes, reproduzindo-se as respectivas condições de utilização, devem permanecer secos, quando submetidos a uma lâmina de água de no mínimo, 10 mm, em seu ponto mais alto, por 72 h. • para todas as áreas molhadas comuns, deve-se atender a ABNT NBR 9574. • para as áreas privativas molhadas, caso sejam utilizados os tipos de sistema de impermeabilização, previstos na ABNT NBR 9575, deve-se atender o método da ABNT NBR 9574. * Foto de Jonathan Borba no Pexels. Premissas de projeto • O sistema de cobertura deverá