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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNICARIOCA 
 
 
 
A CONTRIBUIÇÃO DA LEITURA NA 
EDUCAÇÃO BÁSICA PARA A FORMAÇÃO DO 
CIDADÃO. 
 
 
 
EVELYN DA C. ELOY 
Rio de Janeiro 
2 
 
2019.2 
3 
 
EVELYN DA C. ELOY 
 
 
 
A CONTRIBUIÇÃO DA LEITURA NA 
EDUCAÇÃO BÁSICA PARA A FORMAÇÃO DO 
CIDADÃO. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador: Juliana Cassia de Avellar Serpa 
 
 Rio de Janeiro 
 2019.2 
Trabalho de conclusão 
de curso apresentado ao 
Centro Universitário Carioca, 
como requisito parcial pra 
obtenção do grau de 
Licenciado em Pedagogia. 
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DEDICATÓRIA 
 
Dedico este trabalho, primeiramente a Deus, pois 
sem ele nada disso teria dado certo. Aos meus pais, pois 
a todo momento estiveram ao meu lado quando pensei 
em desistir. Ao meu noivo, por ter sido meu ombro amigo 
quando eu mais precisei e aos meus amigos e familiares 
que embarcaram comigo neste sonho. Obrigada a todos! 
Amo vocês. 
 
 
 
 
 
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AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço a Deus, aos meus pais e familiares por 
toda dedicação e a todos os professores em especial 
minha orientadora e professora Juliana Serpa e a 
professora Glória Graçano, que nos deixou este ano. 
 
 
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RESUMO 
Este trabalho teve como objetivo de estudo a leitura na educação básica como 
fator determinante na formação do cidadão. Com objetivo de investigar o quanto a leitura 
é fundamental para os seres humanos e o porquê que atualmente está tão difícil 
despertar o interesse das crianças para os livros, se sabemos que é de pequeno que 
formamos leitores. Desta forma, é possível afirmar que a realização da pesquisa tem 
grande relevância uma vez que ressalta a importância de os alunos serem 
apresentados/estimulados a leitura de maneira significativa para eles e que faça sentido 
para sua vida, com isto iremos despertar cada vez mais o interesse pela leitura e pelos 
livros. A partir das informações obtidas, foram discutidos e analisados a transcendência 
dos alunos terem opção de escolha, podendo então, escolher o que ler e assim estariam 
contribuindo para sua formação como leitor, a necessidade de ter professores leitores, 
o incentivo à leitura dentro e fora da escola e que façam sentido para aquele aluno. 
Conclui-se que, a leitura ou a falta dela, vem se tornado uma grande preocupação, que 
vai além da escola, porém é da escola que esperamos que sejam formados estes 
leitores e que se mantenha esse vínculo e essa conexão, para que não se forme apenas 
um leitor, mas sim, um cidadão com gosto pela leitura, que consiga interpretar melhor 
textos lidos. Para isto, precisamos apresentar aos alunos diferentes gêneros textuais, 
com objetivo de mostrar que a leitura pode ser prazerosa e interessante. 
 
 
Palavras–chave: Leitura; Educação básica; Formação do cidadão. 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
 
 
 
Nº da 
página 
1 – INTRODUÇÃO 8 
2 – REFERENCIAL TEÓRICO 10 
3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES 24 
4 - CONCLUSÃO 30 
5 - REFERÊNCIAS 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 INTRODUÇÃO 
 O despertar do gosto pela leitura e algo muito desafiante, principalmente 
quando falamos da troca professor/aluno, pois tomar gosto pela leitura e 
sobretudo ter consciência de que irá se expandir cada vez mais sua capacidade 
de conhecer um mundo surpreendente e mágico. Sabemos que neste processo 
alguns alunos poderão apresentar algumas dificuldades e outros não. 
Os índices do PISA (programa internacional de avaliação de estudantes) 
vem mostrando que alguns alunos que já concluíram o ensino fundamental I, 
apresentam uma grande defasagem quando se fala de interpretação de textos, 
ou seja, o aluno ler, porém não consegue extrair nada do texto que leu, com isso 
notamos uma necessidade muito grande de melhoria na nossa metodologia de 
ensino, para futuramente esses resultados venham mudar, pois o letramento é 
algo fundamental na vida de um cidadão, pois o mesmo já letrado consegue 
compreender, refletir e utilizar tudo do texto que por ele foi lido. 
A presente pesquisa tem como interesse a compreensão do motivo da 
leitura ser afastada dos alunos logo na educação básica, que é de onde sai todo 
seu embasamento para uma vida de sucesso e quando é introduzida só é aceita 
de uma maneira obrigatória, ou seja, os alunos só leem quando são impostos a 
leitura, ao invés de ser um ato prazeroso ou de distração, acaba tornando-se um 
ato didático e muita das vezes avaliativo. 
Por este motivo precisamos investigar meios que despertem nos alunos a 
vontade de ler, buscando sempre leituras significativas e dando ao aluno o poder 
dele mesmo escolher o que ele quer ler. 
 
1.1 Objetivos 
Este relatório de pesquisa tem como objetivo geral analisar os aspectos 
da leitura na educação básica no desenvolvimento e na formação de um cidadão. 
9 
 
Sendo os objetivos específicos: (1) conceituar a leitura, ressaltando a sua 
importância na vida do cidadão;(2) Descrever o conceito ‘’estímulo’’ como 
principal causa negativa da leitura não ser algo primordial; (3) Retratar os 
problemas que um cidadão sem o estimulo a leitura convive aos longos dos anos. 
1.2 Justificativa 
No mundo de hoje, onde a tecnologia está por toda parte, é difícil 
você estimular a leitura em crianças e adolescentes, pois são muitas 
distrações e logo se entende o motivo da leitura está sendo esquecida. 
É relevante que a família e a escola trabalhem da mesma maneira, 
trazendo para a escola projetos envolvendo toda a família, com leituras 
significativas para os alunos, não apenas cobrando leituras de livros 
didáticos, onde muitas das vezes desperta o desinteresse do aluno para a 
leitura, o afastando cada vez mais dos livros e tirando a sua vontade e ler que 
aflora a sua criatividade. 
O livro precisa ser apreciado e apresentado como uma fonte de 
prazer, onde qualquer indivíduo consegue viajar em sua imaginação e o 
fazendo ter pensamentos críticos sore as suas escolhas. O papel da escola 
é exatamente esse, formar cidadãos com pensamento crítico e de visão 
ampliada para o mundo, mas para isso a escola precisa estimular a leitura 
dentro e fora da escola, despertando o gosto pela leitura de maneira 
relevante, que faça sentido para o aluno e não o fazendo ler obrigatoriamente. 
É de extrema importância que o contato com a leitura seja estabelecido desde 
cedo com a criança, assim como se estabelece com brinquedos, estimulando 
o interesse e o cuidado com os livros, desta forma a curiosidade é 
despertada. 
 
1.3 Metodologia 
O Projeto é inserido na perspectiva de uma pesquisa qualitativa, por 
mostrar características narrativas, não com o intuito de obter resultados em 
números. A pesquisa qualitativa, de acordo com Oliveira (2011) tem como 
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proposito usar os dados buscando o seu significado, procurando esclarecer as 
origens, relações e mudanças, tentando compreender as suas consequências. 
Os dados dessa pesquisa são pertinentemente descritivos, o material 
é rico em descrições, fatos, fazendo que o pesquisador tenha como fonte o seu 
ambiente de pesquisa. 
 O Projeto classifica-se como pesquisa exploratória, por envolver 
levantamento bibliográfico, possibilitando aumentar o conhecimento sobre os 
fatos, promovendo critérios e compreensão sobre o tema, para que isso ocorra 
serão realizadas observações, facilitando o entendimento na busca do propósito 
da criança em conhecer determinados livros e qual a sua motivação para lê-lo. 
A Pesquisa Bibliográfica apoiar-se-á em autores de grande relevância 
acadêmica tais como: Kramer (2001), Fernandes; Paula (2018), Martins (2018) 
e Carvalho (2018) entre outros selecionados com critérioscientíficos rigorosos. 
 
1.4 Organização do Trabalho 
Este trabalho está assim dividido: introdução, parte na qual se apresenta 
o trabalho e demonstra a sua importância; pressupostos teóricos, na qual se 
exploram as teorias que embasam o trabalho; resultados e discussões, onde se 
discute os dados coletados e os seus resultados; conclusão onde se apresentam 
as considerações finais sobre o trabalho e sobre os principais resultados obtidos 
e referências, onde são citadas as referências utilizadas no desenvolvimento do 
trabalho. 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 – A relação da criança com a leitura para uma formação crítica e significativa. 
Quando falamos da desmotivação dos alunos no que se refere a leitura o 
ideal é saber sobre as experiências de docentes com os livros quando ainda 
11 
 
estavam na primeira infância e quando estavam na escolaridade. No ano de 
2001, Kramer quis se aprofundar no assunto e a sua inspiração foi ‘’ cultura 
moderna e linguagem: o que narram, leem e escrevem os professores’’. Em suas 
entrevistas, ela buscou entender quais ligações eles tiveram com os livros 
durante a sua vida. 
Tivemos que aprender a escutar, nas vozes, nas palavras que falavam 
da importância de um pai, de uma mãe, de uma avó ou de um irmão 
na criação do gosto de ler e do papel secundário desempenhado pela 
escola; depoimento que contavam da leitura forçada, antigo (e perdido) 
gosto de ler, de muitas boas e más lembranças que a conversa de 
leitura e escrita suscitava, do dever de ler imposto pela escola em que 
um dia foram alunos (KRAMER, 2001, p. 135) 
Depois de ouvir cada um deles e suas histórias desmotivacionais sobre a 
imposição a leitura e o desprazer que essa obrigatoriedade trazia a vontade de 
não ler. Por um número quase q unanime, a autora expõe o quanto a escola cria 
não leitores, o que preocupa, pois vemos que a preocupação está em suas notas 
e não com seu futuro na leitura. 
 
A leitura de escola se encapsula em leitura da escola, onde notas, ‘’ 
provas de livros’’, fichas e apostilas com resumo de histórias ocupam 
o tempo e o espaço que, na concepção daqueles que – como eu – 
preferem o gosto ao hábito, precisariam ser tempo/espaço de desfrutar 
o livro (KRAMER, 2001, p. 136). 
Com este sentido, a autora supracitada cole de seus alunos informações, 
para fazer um levantamento com o objetivo de saber quais eram os que 
gostavam de ler e que por algum momento deixaram de gostar e o porquê, se 
tratando de futuros docentes iriam ter que motivar seus alunos, sendo que, nem 
os mesmos tinham esse gosto pela leitura. 
A autora concretizou a seguinte ideia, realizar um trabalho para 
desmitificar a ausência de interesse ou a presença dele pela leitura: 
• Individual – cada aluno escreveria sua própria história, fazendo 
ligações com os textos e os debates feitos em sala. 
• Em grupos – os grupos escolheriam um autor de seu interesse e 
um livro, depois preparariam uma apresentação com o objetivo de 
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despertar em seus amigos de sala a vontade de saber mais sobre 
o autor e o livro. 
Com esta proposta os alunos que ‘não gostavam de ler’, se aproximariam 
da leitura, e tirariam suas próprias conclusões e vivencias de tal leitura, 
despertando então o interesse pela leitura e a fazendo com que eles se 
aproximassem dos livros de maneira natural. 
Em sua pesquisa muitos alunos falavam que não gostavam de ler, 
principalmente depois que a leitura passou a ser obrigatória. Já outros, relatam 
o quanto era bom ler, porém uma leitura significativa para eles 
Um dos relatos mais relevantes foi de uma aluna, no qual ela conta como 
foi perdendo o interesse pela leitura a partir do momento que a leitura se tornou 
obrigatória: 
Lembro-me bem que dos 3 e 4 anos, ganhei um lindíssimo livro de 
história. Alice no País das Maravilhas. Este fora o meu primeiro livro. 
Desde então fiquei ansiosa para aprender a ler. Insistia todos os dias 
para ir à escola... Mesmo sendo enorme não me cansava de leva-lo 
para cima e para baixo. Ele me parecia mágico... Porém a cada ano de 
escolaridade que se passava, o desejo que outrora me alimentava foi 
sendo sufocado. Cada vez mais fui deixando o mundo fantástico da 
leitura: ler passou a ser obrigação [...]. (KRAMER, 2001, p.143) 
Porém, também houve relatos positivos, onde a leitura ocorreu de maneira 
prática e real estimulando positivamente ao ato de ler e criando gosto pela leitura. 
Para Kramer (2001, p. 144) “o fato é o gosto de ler apareceu – nos – depoimentos 
– junto com ações que tinham um forte significado cultural e um claro sentido 
social”. 
No entendimento da autora supracitada a separação de o desligamento 
do interesse pela a leitura começa quando a mesma se torna uma obrigação 
curricular, onde os alunos são impostos a ler por obrigação ou para cumprirem 
um regra, não ocorre uma leitura de maneira natural com práticas culturais, onde 
13 
 
se pode ter escolha do que vai ler o que é fundamental para se despertar o gosto 
e o prazer pela leitura. 
Tratando-se dos alunos que não liam e nem eram interessados pela 
leitura, mas com uma abordagem e uma didática diferente, uma respectiva aluna 
escolheu Carlos Drummond de Andrade para ser seu ponta pé inicial a leitura, o 
que aflorou seu interesse, não só pelo autor, mas pela leitura de maneira geral 
“Me apaixonei por Carlos. Nunca imaginei que alguém podia escrever falando 
coisas que eu sentia” (KRAMER, 2001, p. 147). Com este relato fica nítido o 
quanto é preciso incentivar para que se desperte o prazer pela leitura. 
Depois de todos os relatos, Kramer (2001, p. 149) afirma ‘’ é possível 
voltar a ser leitor, voltar a ler e a gostar de ler’’. É de extrema importância 
destacar o quanto a opção de escolha e uma prática vivenciada podem ser feitas 
pela escola. 
Continuando com o aspecto de formação de leitores a leitura precisa ser 
inclusa desde a educação infantil, pois é um recurso muito importante para o 
letramento/alfabetização. 
Continuando sobre o assunto, a leitura a bastante tempo vem sido 
vinculada e interligada ao prazer. Com a ideia de adquirir ainda mais leitores a 
sociedade idealizou que ler sempre é um ato prazeroso. Para que assim, seja 
desvinculado que a leitura precisa estar interligada somente ao ambiente 
escolar. 
Para estimular e apresentar a leitura, as mídias e as editoras para 
promover o estímulo mostram sempre crianças sorridentes sobre um 
determinado livro; pessoas lendo em locais públicos como praças, parques com 
aquela grama bem bonita, sempre sorridentes; pais fazendo contação de história 
aos seus filhos antes de dormir. 
Carvalho; Baroukh (2018) afirmam que a leitura em si, provocam infinitas 
emoções, não só o prazer. 
14 
 
Podemos sentir acuados por um texto, desafiados, aborrecidos ou 
entediados. Abandonamos os livros com os quais não conseguimos 
dialogar, lutamos, com as leituras mais difíceis e ficamos felizes por 
conseguir avançar e conhecer, por exemplo, a escrita de um clássico, 
depois de muito trabalho. (CARVALHO; BAROUKH, 2018, p. 108) 
De acordo com as autoras supracitadas, a ideia de sempre ligarmos a 
leitura ao prazer cria um aspecto de que ler sempre vai ser fácil, rápido e 
maravilhoso, mas nem sempre é assim. Sendo assim, quando o leitor se depara 
com uma leitura sem essas características, acaba ficando confuso e assustado, 
pois não é nada daquilo que ele imaginava ser comparando ao prazer. Segundo 
as autoras o leitor “pode se sentir ludibriado e querer desistir da leitura que não 
lhe ofereceu o prometido e conhecido prazer” (CARVALHO; BAROUKH, 2018, 
p. 108) 
Britto (2007, apud CARVALHO; BAROUKH, 2018, p. 108) afirma em sua 
literatura que a leitura vai além do prazer, o que nos permites vivenciar 
experiências profundas para a vida, vertente inexorável da vida humana. 
Podemos ver que a literatura como um incentivo diário ao fluxo da vida. Para a 
formação do leitor não sepode esquecer de apresentar essas questões, pois 
precisam entender o que a humanidade já viveu e o quanto evoluiu sobre seus 
pensamentos sobre si. 
É notável que se esperava que as crianças começassem a ler com 
implantação da literatura infanto-juvenil em sala de aula, sendo que isto não 
acontece, pois a leitura vem acompanhada como tarefa a ser realizada e de 
maneira avaliativa imposta pela escola, quebrando e desfazendo todo o encanto 
e magia da leitura, é o que afirma a autora. 
Cada criança tem seu tempo, seu ritmo de leitura, mas é deixado tudo isso 
para trás quando a escola delimita tempo para terminar determinada leitura, 
mostrando ao aluno aquela leitura obrigatória e esquecendo de preservar o 
individual de cada um e sem respeitar o que realmente a criança precisa. 
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É valido destacar que cada aluno precisar ter opção e voz para suas 
escolhas, nem sempre o que é significativo e interessante para um será para 
todos. 
Mesmo nas escolas mais democráticas, onde se dá o direito de 
escolher entre dois ou três, quais os referenciais reais para essa prévia 
seleção? Por que não ampliar os horizontes, indos ás livrarias ou 
bibliotecas e deixando cada aluno manusear, folhear, buscar, achar, 
repensar, rever, reescolher, até se decidir por aquele volume, aquele 
autor, aquele gênero, que, naquele determinado dia, lhe desperta a 
curiosidade, a vontade, a inquietação? Claro que, para isso, a 
professora teria que ler muito mais livros, e a questão que fica é esta: 
ela está disposta a fazer isso? (ABRAMOVICH, 2005, p. 140) 
Pontuando ainda mais sobre, é necessário que os professores ampliem 
suas opções literárias pois só conhecem os livros que existem nas suas casas e 
nas escolas, não procuram aqueles com um conteúdo significativo. Tratando-se 
de uma leitura monótona, onde não desperta o interesse e abordam assuntos 
que não fazem significado algum para a criança, onde gera o afastamento cada 
vez mais da leitura, pois não há como se criar um relação prazerosa e de 
exploratória. 
Além disso, os professores usam textos gramaticais apenas para serem 
feitos os exercícios, tirando totalmente o poder de escolha dos alunos sobre os 
livros que querem ler, deixando totalmente de lado o aprofundamento do senso 
crítico do aluno. 
É importante destacar que, textos juntamente com exercícios não 
desenvolvem o senso crítico do aluno, pois não tem como os mesmo refletirem 
sobre o que leram e nem tão pouco esperar os sentimentos e todo tipo de 
sensação que sentiram durante a leitura. 
Abramovich (2005, p. 143) afirma que “Ao ler uma história a criança 
desenvolve todo potencial crítico. A partir daí ela pode pensar, duvidar, se 
perguntar, questionar”. Por isso que é fundamental manter um diálogo com as 
crianças sobre o tipo de leitura que as atraem, para poder apresentar novos, os 
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ajudando a fazerem novas descobertas, o que é extremamente importante para 
a formação do seu senso crítico. 
A criança precisar estabelecer este contato com o livro, estar sozinha com 
ele para se familiarizar, despertar esse interesse dentro dela e que haja 
momentos de troca de com os colegas de sala, para um mostrar ao outros as 
diferentes visões e interpretações de um mesmo livro e/ou texto, aprendo a 
respeitar a visão do outro e sua opinião. 
Tratando-se da formação de cidadãos críticos, os professores devem 
sempre estar abertos a aceitarem os diferentes tipos de interpretação, pois cada 
aluno terá sua própria opinião e iram trazer para sala de aula algo deferente, pois 
caso isso não aconteça, esses alunos estram lendo por ler e/ou para ganhar 
nota. Contemplando Abramovich (2005, p.148) “Se ler for mais uma lição de 
casa, a gente bem sabe no que é que dá... cobrança nunca foi passaporte ou 
aval pra vontade, descoberta ou pro crescimento de ninguém...” 
Profundamente, o ato de ler engloba toda compreensão crítica, não só 
apenas da decodificação de palavras, mas sim de tudo ao seu redor, o seu 
mundo. Freire (1989, p.9) destaca que “A leitura do mundo precede a leitura da 
palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade 
da leitura daquele. Linguagem e realidade se aprendem dinamicamente”. 
O texto só terá compreensão se for almejada relações com o seu contexto. 
O ato de ler acontece a partir das experiências existências. Em primeiro temos 
a leitura do mundo, para despois termos a leitura da palavra escrita, entretanto 
para Freire nem sempre haverá a leitura da “palavramundo”. Por isso tudo que 
é vivido na infância irá refletir positivamente na construção das primeiras leituras, 
aumentando cada vez mais sua capacidade de enxergar tudo a sua volta, 
compreendendo então tudo que tem em sua volta e estabelecendo uma ligação 
com o meio que está sendo inserido. 
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Quando se faz a leitura do mundo que está em sua volta, faz com que a 
leitura da palavra tenha mais significado. “A decifração da palavra fluía 
naturalmente da “leitura” do mundo particular”, afirma Freire (1989, p. 11). 
Só se compreende a importância do ato de ler, quando se tem noção 
crítica que é construída quando se prática, experimentando então, a ideia crítica 
de cada texto lido. 
De acordo com Freire (1989) devemos despertar a curiosidade dos 
estudantes, nada de engolir eles com a regência verbal, sintaxe de concordância, 
crase, o pronome, devemos sim apresentar de uma maneira dinâmica e viva 
dentro de um texto, onde este texto seja desvelado por eles, aguçando seu 
interesse. Nada de aprender de maneira forçada e mecânica, mas sim dando 
sentido e significado. “[...] a leitura da palavra não é apenas precedida pela leitura 
do mundo, mas por uma certa forma “escrevê-lo”, quer dizer, de transformá-lo 
através de nossa prática consciente.” (FREIRE, 1989, p.13). 
Notamos então que para se torna um adulto crítico se faz necessário o 
estímulo à leitura desde a infância, só assim a criança terá deferentes opiniões 
sobre o que lê, já um adulto sem este estimulo, dificilmente conseguirá expressar 
ou expor suas experiências na formação de opinião. 
2.2- O Professor sendo Mediador para a Formação do Leitor. 
Segundo Carvalho; Baroukh (2018) as atividades de leitura precisam 
sempre ser planejadas, tendo clareza em suas finalidades, se são para diversão, 
tratando-se de um texto legal; se é um texto desafiador; se são texto com ligação 
aos estudos. 
O professor sempre deve ler os textos antes, para saber o que deseja 
extrair do aluno e o que deseja alcançar com determinada leitura. Não se pode 
esquecer também de como essa leitura será apresentada, quais ligações o aluno 
terá com o texto e como será a conclusão. 
18 
 
Alguns professores só trazem a leitura para sala de aula quando se tem 
tempo sobrando, ou seja, não se planeja nada para aquele momento, pegando 
qualquer livro de maneira aleatória sem ter noção alguma de como será feita a 
abordagem em sala de aula, pode ser pego de surpresa por um livro com uma 
linguagem inadequada ou até mesmo com um livro danificado. 
Carvalho; Baroukh (2018) ressaltam que a leitura literária não deve ser 
apresentada de maneira isolada, a mesma deve acontecer em um momento 
contextualizado trazendo sentido para o aluno. 
Há que se considerar um percurso, um plano de leituras a partir do que 
os alunos já leram, para onde vão, o que falta mostrar a eles, em 
termos da produção literária. Tudo isso faz parte de um planejamento 
maior a ser realizado pelo professor, apoiado pelo coordenador 
pedagógico e pela equipe escolar, considerando que os roteiros de 
leitura devem surgir no plano geral da escola e conversarem entre si. 
(CARVALHO, BAROUKH, 2018, p. 110) 
Portanto, a grande maioria dos professores possuem uma lista de livros 
que dividem com seus alunos todos os anos, desta maneira a leitura acontece 
sem contexto algum. 
Entretanto, é inevitável que as escolhas dos livros sejam feitas pelos 
professores, já queos mesmos têm a função de ensinar e mostrar todo 
conhecimento construído e vivido pela sociedade. 
Carvalho; Baroukh (2018) levantam a questão sobre as escolhas das 
obras literárias. Elas seriam a penas responsabilidade do professor ou os alunos 
também deveriam voz, uma vez que participam apresentando suas ideias como 
leitores. 
A discursão tem início a partir de quando o professor faz suas próprias 
escolhas em obras do qual os alunos que iram ler. 
Da mesma forma que cada leitor faz a escolha dos textos que vai ler 
com base em um propósito, o professor também o faz quando 
seleciona um título para compartilha. Em geral, ele escolhe as leituras 
19 
 
para apresentar determinado gênero literário; ampliar o repertório de 
seus alunos; “trabalhar” certo tema ou autor; promover o encantamento 
dos alunos com a leitura. (CARVALHO; BAROUKH, 2018, p. 100) 
De acordo com as autoras, os professores fazem as escolhas dos livros a 
partir do que já leram e do que conhecem e de acordo com suas bagagens 
leitoras, mas a escola precisa ter esta troca com os professores para ter domínio 
e influencia total nessas escolhas. 
Para se selecionar livros, o professor precisa ser um leitor atípico, tendo 
um leque de opções para que assim se amplie ainda mais seus títulos e com 
isso mude sempre de livros, caso contrário apresentará a mesma leitura todos 
os anos. 
É o caso de professores que acreditam que apresentar obras de 
autores que já são conhecidos pela crítica e pela história basta. Muitas 
vezes, eles não se aprofundam no conhecimento de como a geração 
de seus alunos está enxergando o mundo [...] (CARVALHO; 
BAROUKH, 2018, p. 101) 
Carvalho; Baroukh (2018) afirmam que ainda existem professores com 
uma grande necessidade de apresentar autores com grande relevância por 
conta de seus textos, mas esquecem o quando é importante acrescentar no 
acervo dessas crianças autores novos, mas na prática isto não acontece. 
 A cada ano, inclusive por conta de programas de governo e de 
políticas de incentivo à compra de livros para as escolas, vemos 
aumentar o número de publicações destinadas ao público jovem e 
infantil. No entanto, é curioso que, em muitas escolas, ainda vemos 
sempre os mesmos autores circulando. As mesmas coleções que 
estão há anos nas prateleiras das escolas (CARVALHO; BAROUKH, 
2018, p. 101) 
As autoras destacam que os alunos precisam poder escolher o que ler e 
serem estimulados a lerem livre e espontânea vontade, porém para isto 
acontecer os livros precisam estar ao seu alcance e disponíveis, mostrando 
sempre que “se há as escolhas de livros a serem lidos por todos, há também 
20 
 
livros que precisam circular livremente pela escola, pela sala de aula, para serem 
escolhidos pelos alunos.” (CARVALHO; BAROUKH, 2018, p. 102) 
Até porque o professor precisa compreender que ensinar está além de 
transferir conhecimento, mas de criar novas perspectivas para que o próprio 
aluno crie. O professor precisa sempre estar disposto a ser questionado para 
então poder ensinar e não fazer transferência de conhecimento. 
É preciso insistir; este saber necessário ao professor- que ensinar não 
é transferir conhecimento- não apenas precisa ser apreendido por ele 
e pelos educandos nas razoes de ser- antológicas, políticas, éticas, 
epistemológica, pedagógica, mas também precisa ser constantemente 
testemunho, vivido. (FREIRE, 1996, p. 27) 
De acordo com o autor supracitado, o discurso sobre a Teoria precisa ser 
algo concreto, não se pode apenas falar sobre suas razões. Tratando-se de 
construção de conhecimento necessita estar envolvido nela e envolver 
totalmente os alunos. 
O autor ainda destaca o inacabamento do ser humano, sendo próprio da 
existência vital. Freire (1996, p. 29) afirma quando diz, “Onde há vida, há 
inacabamento”. Através de suas vivências o ser humano se transforma e não 
vira um deposito de conteúdo. 
 Com possibilidades de arrumar ou desarrumar o mundo, o ser humana 
tem capacidade de criar e realizar grandes ações, se inserindo no mundo de 
maneira positiva, mas também podendo agir de maneira negativa infligindo com 
sua ética. 
Falando de um ser humano em formação, podemos afirmar que nada 
ainda estar certo, ou seja, pode acontecer algo fazendo tudo mudar. 
Para Freire, quando temos consciência do que se trata quando falamos 
de um ser inacabado, temos a ideia de que podemos ir mais longe, tendo a noção 
de saber em que meio está sendo inserido. É importante que o educador sempre 
preserve a curiosidade de eu aluno. Não deixando que seus conteúdos tornem-
21 
 
se mecânicos, afastando os alunos de suas capacidades de explorar-se. Freire 
(1996) destaca que o professor precisa sempre respeita a autonomia do seu 
aluno e sua curiosidade. Sempre que preciso estabelecer uma diálogo, para que 
cresçam respeitando as diferenças, pois é de direito do aluno ser curioso, o que 
ajuda e muito na sua aprendizagem. 
A curiosidade desperta no aluno seu senso crítico, pois faz com que o 
mesmo vá atrás de seus objetivos. E é importante entender que a leitura vai além 
da decodificação de símbolos, porém está também ligada a compreensão do lê 
e como se lê fazendo relação com todo o conhecimento adquirido. 
2.3- Estratégias e Dificuldades de Inserir a Leitura nas Escolas. 
É muito importante que a escola tenha disponível diversas opções de 
livros, para que os alunos possam fazer trocas e conversar sobre eles, livros que 
tenham uma significância para essas crianças, fazendo com que elas consigam 
se identificar com aquilo que estão lendo. Os livros precisam estar sempre 
disponíveis para as crianças e tem uma variedade literária grande, com gêneros 
e estilos diversificados, para atender todos os tipos de gostos e quaisquer 
competência leitora, salienta as autoras supracitadas. 
As escolas param de apresentar alguns livros por acharem que os alunos 
cresceram na sua competência literária ou por terem idealizado que os livros não 
são mais adequados a sua faixa etária. Sendo que, os livros antigos aguçam 
suas memórias leitoras e traz uma satisfação por sentir o domínio sobre tal 
leitura. 
Quando se tira, das salas de crianças de oito e nove anos, livro 
amplamente ilustrados, pensando que as ilustrações são necessárias 
apenas para crianças que ainda não são alfabetizadas, está se 
cometendo esse equívoco. As ilustrações não são apenas apoio para 
leitura, mas fazem parte do livro, ampliam as linguagens presentes nele 
e são formas de arte, construindo uma linguagem para além do texto. 
(CARVALHO; BAROUKH, 2018, p. 103-104) 
22 
 
Em concordâncias com as autoras supracitadas, mostra que a leitura 
literária precisa estar inserida na rotina dos alunos, no qual se faz necessário “ler 
todos os dias para os alunos selecionando textos diversos: poemas, contos, 
romances, novelas, crônicas, contos breves, histórias em quadrinhos faz com 
que os alunos ampliem seu repertório [...]” (CARVALHO; BAROUKH, 2018, p. 
105). 
É importante também que os alunos saibam o que os outros estão lendo, 
para que ocorra dicas literárias, onde ocorra um grande número de 
recomendações, o professor precisa sempre apresentar propostas para os 
alunos. Sendo assim, “organizar murais literários, caixa de dicas, escrita de 
resenhas troca de leituras entre as turmas são propostas interessantes” 
(CARVALHO; BAROUKH, 2018, p. 105). 
É importante destacar o quando é preciso se preocupar com a formação 
de leitores, pois os alunos que estão na escola e o seu papel deve ser este, não 
se deve apenas incentivar o prazer pela leitura e sim fazer com que ela aconteça. 
A escola tem grande importância quando trata-se de forma leitores, pois 
é na escola que muitas das vezes este contato é estabelecido e muitas da vezes 
sendo a primeira vez. 
O espaço para leitura se restringe, em grande parte, ao ambiente 
escolar, já que a quantidade de bibliotecas públicas e de fácil acesso é 
pequena,além dos meios de comunicação em massa, em especial a 
televisão, e jogos virtuais e internet ocuparem grande parte do tempo 
livre das crianças e de jovens. (FERNANDES, PAULA, 2015, p. 72) 
A leitura precisa ser uma atividade boa de ser fazer e a escola tem um 
papel importante para que isso aconteça. De acordo com Azevedo (2001, p.3, 
apud FERNANDES; PAULA, 2015, p. 72) “textos didáticos são essenciais para 
a formação das pessoas, mas não formam leitores. É preciso que 
concomitantemente haja acesso á leitura de ficção, ao discurso poético, à leitura 
prazerosa e emotiva, para que isso aconteça”. De acordo com Fernandes; Paula 
23 
 
(2015) a leitura infanto-juvenil é indispensável para a formação de leitores, pois 
é com a leitura que a criança consegue confabular e criar histórias. 
Ressaltando as autoras supracitadas, as escolas precisam incentivar o 
uso das bibliotecas e construir salas de leitura. 
Podemos ressaltar também que boa parte dos livros lançados por 
editoras, são comprados pelo governo e levados para as escolas de rede pública, 
por esse motivo, os livros precisam ser passados uma avaliação. “É fundamental, 
nesse cenário de compras de acervos a ser enviados às escolas, levantar dados 
referentes às políticas públicas de leituras e aos programas governamentais de 
incentivo à leitura escolar no Brasil [...]” (FERNANDES; PAULA, 2015, p. 72) 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
A partir dos autores e escolhidos que ajudam e enriquecem está pesquisa 
dando total embasamento e direcionamento, está terceira etapa da pesquisa tem 
como principal objetivo fazer uma crítica externa e interna com três autores que 
falam sobre o tema em questão. Dentre os autores, seus livros e/ou artigos foram 
escolhidos para a análise “MARTINS 1986”, “Freire 2008” e FERNADES; 
PAULA, 2015. 
3.1 Despertar para a leitura. 
25 
 
Freire (2008) já postulava que “A leitura do mundo precede a leitura da 
palavra, daí que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade 
da leitura daquele. Linguagem e realidade se prendem dinamicamente” 
(FREIRE, 2008, p. 11). Freire (2008) demonstra que mesmo sem nunca ter tido 
um contato com o livro, o indivíduo já tem contato com sua janela de mundo, 
trazendo consigo sua bagagem de vida, pois cada ser humano traz com ele uma 
interpretação das coisas que vê a sua volta, assim, a leitura o mundo, torna-se 
indispensável para a importância o ato e ler, ou de escrever e reescrever e de 
se reinventar através a prática. Com isso, a realidade do aprendiz reflete 
diretamente no seu processo de aprendizagem e interpretação de palavras e 
frases. Sendo assim sabemos que a leitura acrescenta significado, esses que 
precisam ser descobertos para o entendimento do ser humano pela sua 
subjetividade. Por isso a leitura é um grande tesouro da civilização humana. 
Maria Elena Martins (1986) afirmava também que o ato de ler vai além da 
escrita. “Enfim, dizem os pesquisadores da linguagem, em crescente convicção: 
aprendemos a ler lendo. Eu diria vivendo”. (MARTINS, 1986, p. 14). Em vista 
que para Martins (1986) tanto quanto para Freire (2008) a leitura vem bem antes, 
isto é, com a leitura do mundo, e ao ler, muitos se encontram na leitura escrita. 
 
3.2 Os alunos não gostam de ler? 
 No que se refere a estímulos, temos a noção da palavra estímulo estar 
associada ao verbo estimular, que quer dizer que aviva ou aflora algo dentro do 
indivíduo, por tanto a prática da leitura pode ser realizada dentro de sala, 
bibliotecas, jardins entre outros lugares, usando livro, revistas, jornais etc., 
transformando o contato textual do leitor com o mundo. Incentivar é um ato que 
não pode deixar passar, o aluno precisa ser incentivado pelo professor e pelos 
pais, assim eles passarão a buscar suas próprias leituras, criando gosto e 
admiração pela leitura. Assim o leitor passa a se tornar crítico e não vai ser um 
leitor passivo, sendo capaz de transformar e criar seus próprios conceitos. 
26 
 
Por esse motivo o uso a biblioteca é algo de muita importância na escola, 
onde a mesma deve ser visitada e usada pelos professores frequentemente, 
para que os alunos tenham contato com diversos gêneros textuais e tomem 
gosto por elas, a qual pode ser usada como influência social ao ato de ler. 
Grande parte dos alunos não gostam de ler e temos alguns fatores que 
podem comprovar isto. Na família, por exemplo, os pais não leem, e com isso, a 
leitura não é estimulada em seus filhos, mas é porque os mesmos não foram 
estimulados a ler quando pequenos, com isso, cria-se um ciclo vicioso. Na família 
brasileira, pouco se fala sobre os livros, na verdade, só é falado por famílias que 
nascem em meio à leitura, ou que frequentam um ambiente escolar que motiva 
e estimula a leitura. Sabemos que a escola deveria ser o lugar onde a leitura 
devia ser mais estimulada incansavelmente, mas o foco até hoje é mais na 
gramática, não que seja menos importante, e sim por saber que um bom leitor 
escreve e fala muito melhor, por este motivo que a escola deve estimular os 
alunos a leem livros, revistas, gibis, jornais etc. 
Não se pode esquecer a carência existente nas escolas públicas, o 
governo precisa investir em uma educação de qualidade para que nessas 
instituições existam livros e bibliotecas e qualidade. 
Ser leitor, também requer treinamento e disciplina. Martins (1986, p. 84) 
mostra que “o homem é um ser pensante por natureza, mas sua capacidade de 
raciocínio precisa de tanto treinamento quanto necessita seu físico para, por 
exemplo, tornar-se um atleta.” Isso mostra que para se tornar um ótimo leitor é 
preciso ter atenção, pensar, desafiar a memória e ler diariamente. Como Martins 
(1986), Freire (2008) demonstram que a disciplina na leitura já que; “estudar 
exige disciplina. Estudar não é fácil porque estudar é criar e recriar é não repetir 
o que os outros dizem.” (FREIRE, 2008, p.59). 
Percebemos então que para ler bem, precisa ler muito e com isso muitos 
alunos se desanimam e acabam tendo “preguiça” quando se trata e leitura. 
Esses não querem estimular sua mente, porque ler requer concentração e força 
27 
 
de vontade. Então preferem ficar na frente do computador ou celular do que 
pegar um livro e ler. 
É relevante ressaltar que é preciso ter a preocupação de formar leitores, 
pois os alunos estão na escola e esse deve ser o seu papel, não incentivando 
apenas o prazer pela leitura, porém garantir que isto ocorra. 
Para formar leitores há várias questões envolvidas. A escola tem grande 
importância nesse processo, pois é onde a maioria tem contato com a leitura, às 
vezes o primeiro contato com os livros ocorre na instituição de ensino. 
O espaço para leitura se restringe, em grande parte, ao ambiente escolar, 
já que a quantidade de bibliotecas públicas e de fácil acesso é pequena, além 
dos meios de comunicação em massa, em especial a televisão, e jogos virtuais 
e internet ocuparem grande parte do tempo livre das crianças e jovens. 
(FERNANDES, PAULA, 2015, p. 72) 
A leitura precisa ser uma atividade agradável para as crianças e a escola 
tem um importante papel para que isso ocorra. 
3.3 Os incentivos ao uso da biblioteca nas escolas 
 De acordo com Azevedo (2001, p.3, apud FERNADES; PAULA, 
2015, p. 72) “textos didáticos são essenciais para a formação das pessoas, mas 
não formam leitores. É preciso que concomitantemente haja acesso à leitura de 
ficção, ao discurso poético, à leitura prazerosa e emotiva, para que isso 
aconteça”. Segundo Fernandes; Paula (2015) a leitura infanto-juvenil é essencial 
para a formação de leitores, pois a leitura permite que as crianças imaginem, 
criem histórias e entre no mundo da fantasia. 
Na compreensão das autoras supracitadas as escolas necessitam 
incentivar o uso das bibliotecas e a criação das salas de leitura.Outra questão 
destacada é que, boa parte dos livros produzidos pelas editoras é comprada pelo 
governo e enviada para as escolas públicas, por esse motivo há uma criteriosa 
avaliação dos títulos. “É fundamental, nesse cenário de compras de acervos a 
28 
 
ser enviado às escolas, levantar dados referentes às políticas públicas de leitura 
e aos programas governamentais de incentivo à leitura escolar no Brasil[..]” 
(FERNANDES; PAULA, 2015, p. 72) 
O Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) é uma política pública, 
criada em 1997. 
Tem como principal objetivo apoiar o cidadão no exercício da reflexão, da 
criatividade e da crítica, por meio da distribuição de acervos de obras de 
literatura, pesquisa e referência. Garantir o acesso à informação e à cultura, além 
do incentivo à formação do leitor na escola e na comunidade, foi o que incentivou 
a criação deste programa que vem distribuindo livros para as escolas e para a 
comunidade. (FERNANDES; PAULA, 2015, p. 74). 
 
Em 2001, o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) mudou sua 
abordagem, não enviando mais os livros às bibliotecas, mas distribuindo direto 
aos alunos. “O objetivo foi que os alunos tivessem acesso direto às coleções 
com obras representativas da literatura nacional e estrangeira e que levassem 
os livros para casa, favorecendo a troca em casa e entre colegas.” 
(FERNANDES; PAULA, 2015, p. 74) 
Sob o ponto de vista de Fernandes; Paula (2015) quando foi implantada 
essa mudança houve muitas críticas, pois o aluno se tornava proprietário dos 
livros, deixando o livro de ser da comunidade escolar. 
Na concepção das autoras supracitadas (2015, p. 75) “a posse de livros é 
de grande importância para o leitor durante a infância, período em que ainda está 
adquirindo o hábito de leitura.” Ter ou não livros à disposição é um fator 
determinante para a formação de leitores. 
Fernandes; Paula (2015) também ressaltam o projeto Leitura em Minha 
Casa, com o objetivo dos alunos compartilharem o contato com a leitura em 
casa. 
29 
 
No primeiro ano do projeto Literatura em Minha Casa, foram distribuídas 
obras de literatura infanto-juvenil aos matriculados nas 4ª e 5ª séries do ensino 
fundamental. Nesse ano, o acervo contou com 30 títulos, organizado em seis 
coleções de cinco volumes (poesia de autor brasileiro, conto, novela, clássico da 
literatura universal e texto de tradição popular brasileira ou peça teatral). Com 
um total de 8,56 milhões de livros distribuídos para 60,92 milhões alunos 
beneficiados: cada uma das 139.119 mil escolas contempladas recebeu quatro 
acervos, com vinte e quatro coleções, totalizando um investimento de R$ 
57.638.015,60. (FERNANDES; PAULA, 2015, p. 78) 
 
Fernandes; Paula (2015, p.78) destacam que os critérios para a seleção 
das obras são basicamente dois, sendo eles: 
• Diversidade (de gêneros, assuntos, títulos e autores de diferentes 
épocas e regiões). 
• Materialidade da obra (projeto gráfico e ilustrações que levem em 
consideração o público-alvo em questão, tais como tamanho da letra e fonte). 
Verifica-se que as editoras que abastecem o mercado de literatura infanto-
juvenil brasileira nos anos de PNBE estão na sua maioria localizadas na região 
Sudeste e apenas uma editora (Newtec) na região sul. 
De acordo com as autoras supracitadas (2015, p. 78) o projeto Leitura em 
Minha Casa contempla apenas editoras grandes, “as obras eram escolhidas 
apenas por coleções, e não obras individuais, o que levou à exclusão de editoras 
pequenas. Além do mais, os autores consagrados, em sua maioria, pertencem 
às editoras de maior porte”. 
Paiva (2008 apud FERNANDES; PAULA, 2015, p. 82) propõe três 
categorias do programa Leitura em Minha Casa, são elas: 
30 
 
1. A fantasia como tradição: são livros de contos de fadas, fábulas, 
pois são os que mais atraem as crianças. 
2. O conteúdo como opção: tratando de temas transversais, como a 
pluralidade cultural. 
3. A realidade como aposta: abordando temas com experiências 
cotidianas, vivenciadas pelo ser humano. 
A pluralidade cultural faz parte dos Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCN). 
Esta se refere ao desafio de respeitar os diferentes grupos étnicos e 
culturas que compõem a população brasileira e mundial, para que se tenha o 
convívio dos diversos grupos e para que essa característica se transforme em 
um fator de enriquecimento cultural e valorização da própria identidade cultural 
e regional.” (FERNANDES; PAULA, 2015, p.84) 
É destacada a importância da representatividade cultural nos livros, não 
apenas para os leitores de diferentes etnias, mas para que todos possam 
respeitar e conviver com as diferenças. É reforçada, também, a importância das 
políticas públicas de leitura, especialmente aquelas que os livros literários são 
voltados para a formação de leitores. “Estes programas, é importante retomar, 
visam garantir aos alunos, não passatempo, mas sim nutrição do intelecto e da 
sensibilidade.” (MEIRELES, 1984 apud FERNANDES; PAULA, 2015, p. 87). 
 
 
4 CONCLUSÃO 
 Mesmo sabendo o quanto a leitura precisa ser incentivada pela 
sociedade, notamos que é da escola que vem o principal incentivo na formação 
de um leitor. Em que ele interage de forma ativa com determinado texto, 
destacando o texto literário, que um dos maiores portais onde a grande maioria 
31 
 
das pessoas estabelecem o primeiro conato com a leitura. Sendo assim, fica nas 
mãos dos professores esse papel de mediar e conduzir essa leitura, pois não se 
pode contar com a presença de um bibliotecário ou até mesmo de uma 
biblioteca. 
Nos tempos atuais, os alunos não tem interesse pela leitura por conta de 
vários fatores: o próprio professor não é um leitor de literatura, nem infantil e por 
conta disso não tem como indicar livros se ele não leu; uma ideia muito errada 
sobre a indicação de livros é quando se é comparada a imposição da leitura, e 
as escolas nem tem esse número de obras suficiente que são merecidas a serem 
indicadas para ler. 
Podemos dizer também que a escola de recusa a procura meios que 
possam desenvolver o gosto pela leitura, somente falam da sua importância para 
a vida, porém pouco se incentiva. Dentro de casa família faz exatamente igual e 
acaba que o aluno fica sem referência alguma e tornasse um ciclo vicioso, pois 
o aluno reproduz as atitudes dos seus pais e dos seus professores. 
Para se haver uma comunicação entre pais x escola, com a intenção de 
que o aluno busque leituras significativas, agradáveis e que faça com que ele 
estabeleça uma relação com os livros, se faz indispensável antes de tudo que 
os pais também vão precisar ser incentivados a leitura, pois como não foram 
incentivado na idade de seus filhos acabam também não incentivando os mesmo 
a le, já que na infância não conseguiram ter esse contato com a leitura 
provocando a curiosidade e os levando a ter pensamentos críticos. 
Já dentro de sala é muito importante que os alunos tragam para sala a 
sua visão de determinada leitura, estabelecendo uma troca com seus colegas. A 
leitura sugerida pelo professor precisa ser coerente com a vivência desse aluno 
fora da escola, pois assim ele terá mais interesse. Por isso que os textos 
precisam ser legais, pois a partir daí o aluno se sentirá à-vontade em procuras 
textos de seu gosto, pois terá se autonomia e poder de escolha e não precisaram 
ficar limitado aos livros escolhidos na escola. Faz-se necessário uma leitura mais 
participativa ou até mesmo mais dinâmica nada pronto para que o aluno possa 
32 
 
pensar sobre o que está sendo pedido, usando sua análise crítica surpreendendo 
o professor e mostrando que pode ir muito mais além. 
Também precisa-se ir à biblioteca mais de uma vez da semana, 
estabelecendo um contato diário com os livros, para se desenvolver uma 
familiarização com os textos e o hábito da leitura. 
Para se formar leitores dentro da escola ainda precisa de muitamudam, 
uma delas é tornar a leitura prazerosa para o aluno, deixando para trás aquela 
leitura forçada, para isso a escola precisa oferecer diferentes opções de gêneros 
textuais, pois assim o aluno não estará limitado somente em textos didático e 
sim, conhecerá diferentes obras literárias, e tornando ele capaz de escolher o 
livro mais lhe agrada. Nesse mesmo contexto é necessário disponibilizar textos 
com alguns acontecimentos da sociedade para desenvolver a capacidade de 
entender tudo o que acontece em sua volta. 
Em destaque, percebemos que para se formar leitores da escola existe 
uma distância entre a intenção e o que se coloca em prática. O desejo e a 
consciência da importância da leitura são existentes, porém ainda não foi 
encontrado o caminho. Perdidos a cobranças e em um ensino tradicional, os 
acabam não formando os leitores que eles acreditam ser o modelo exemplar. 
 
 
 
 
 
5 REFERÊNCIAS 
33 
 
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prazeroso. In:______. Ler Antes de Saber Ler: Oito Mitos Escolares Sobre a 
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CARVALHO, A. Carolina; BAROUKH, J. Aline. Sétimo Mito. Na escola, 
quem escolhe a leitura é o professor. In:______. Ler Antes de Saber Ler: Oito 
Mitos Escolares Sobre a Leitura Literária. 1. ed. São Paulo: Panda Books, 26 set 
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FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se 
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FREIRE, Paulo. A pedagogia da autonomia. In:______. Ensinar não é 
transferir conhecimento. 36.ed.São Paulo: Paz e Terra, 1999. p. 27-51. 
KRAMER, Sonia. Ler, escrever e contar: os professores e suas 
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OLIVEIRA, Maxwell Ferreira de. Metodologia científica: um manual para 
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	evelyn da c. eloy

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