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MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS E APLICAÇÕES ÍNDICE 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA…………………………………………………….…3 1.1 Desenvolvimento histórico………………………………………………….……3 1.2 Princípios Fundamentais……………………………………………………..…3 1.3 Aplicabilidade na Ortodontia……………………………………………………3 1.4 Comparação com outras técnicas…………………………………………...…4 1.5 Desenvolvimento do modelo experimental pelo MEF…………………..……4 1.6 Propriedades dos Materiais………………………………………….…….……5 1.7 Resultados e aplicações práticas………………………………………………5 1.8 Vantagens e desvantagem do MEF……………………………………………6 2. METODOLOGIA………………………………………………………………….…6 3 1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA O Método dos Elementos Finitos (MEF) é uma técnica matemática amplamente utilizada na resolução de problemas complexos de engenharia e ciências aplicadas, incluindo áreas como a ortodontia. O artigo de Raquel S. Lotti et al. aborda de forma detalhada a aplicabilidade científica do MEF, discutindo seu desenvolvimento histórico, suas aplicações práticas em diferentes disciplinas, e os benefícios específicos na pesquisa ortodôntica. 1.1 Desenvolvimento histórico O MEF foi concebido inicialmente no final do século XVIII, com contribuições de matemáticos como Gauss, que sugeriram o uso de funções de aproximação para resolver problemas matemáticos complexos. No entanto, devido à limitação das técnicas de processamento algébrico na época, seu desenvolvimento prático só ocorreu na década de 1950, com o advento dos computadores. Em 1956, Turner, Clough, Martins e Topp propuseram um método de análise estrutural na Boeing, que mais tarde seria denominado de Método dos Elementos Finitos. A partir daí, a técnica se popularizou rapidamente, sendo aplicada em diversas áreas como engenharia, medicina, e odontologia. 1.2 Princípios Fundamentais O MEF funciona discretamente (subdividindo) um meio contínuo em pequenos elementos finitos que retém as propriedades do material original. Cada elemento é descrito por equações diferenciais e solucionado usando modelos matemáticos apropriados, permitindo obter resultados precisos sobre como o sistema responde a diferentes condições. A técnica é especialmente útil em casos onde a geometria do modelo é irregular ou complexa, como ocorre com estruturas biológicas, incluindo dentes e tecidos ósseos. 1.3 Aplicabilidade na Ortodontia Na ortodontia, o MEF é amplamente utilizado para analisar cargas, tensões e deslocamentos em estruturas dentárias e maxilofaciais. O método se destaca em comparação a técnicas convencionais, como modelos fotoelásticos e holograma a laser, 4 que são limitadas pela simplificação excessiva das suposições geométricas e pela incapacidade de replicar precisamente as condições dos tecidos vivos. Por exemplo, os modelos fotoelásticos muitas vezes consideram apenas um plano bidimensional e formas geométricas ideais, o que não reflete a complexidade das estruturas dentárias reais. Além disso, técnicas como a holografia a laser, embora mais avançadas, ainda não conseguem criar materiais que respondam exatamente como os tecidos vivos. 1.4 Comparação com outras técnicas Além dos métodos fotoelásticos e de holograma a laser, outras abordagens como modelos matemáticos analíticos e experimentos in vivo em humanos e animais também são usadas para analisar os efeitos das cargas sobre os dentes. No entanto, essas técnicas têm suas limitações. Por exemplo, as análises matemáticas analíticas simplificam certos aspectos da realidade, como a largura do dente, e experimentos em seres vivos enfrentam desafios significativos em termos de controle de variáveis e precisão na medição de tensões e compressões no ligamento periodontal. O MEF se destaca pela sua capacidade de modelar matematicamente estruturas complexas e pela flexibilidade de modificar os parâmetros da geometria do modelo para ajustar as condições do experimento. Essa característica torna o MEF extremamente útil para estudar a distribuição de tensões e deslocamentos em tecidos dentários e ósseos sob diferentes forças aplicadas, oferecendo informações detalhadas que podem ser aplicadas no planejamento de tratamentos ortodônticos. 1.5 Desenvolvimento do modelo experimental pelo MEF Para desenvolver um modelo experimental utilizando o MEF, é necessário definir a geometria da estrutura a ser analisada e criar uma representação gráfica em softwares especializados como SolidWorks e AutoCAD. Uma vez criado o modelo, ele é discretizado em elementos finitos usando programas específicos como Patran, Nastran ou Cosmos. A precisão do modelo depende da quantidade e da complexidade dos elementos, pois quanto maior o número de elementos, mais precisos serão os resultados obtidos. Cada elemento possui nós em suas extremidades que o conectam a outros elementos, formando uma malha tridimensional ou bidimensional. Esses nós têm graus de liberdade que determinam como eles se movem no espaço, e as informações sobre deslocamentos e tensões são transmitidas entre os elementos por meio desses nós. O 5 pesquisador define as coordenadas (eixos X, Y, e Z) para análise dos resultados, que variam de acordo com o tipo de modelo utilizado (bidimensional ou tridimensional). 1.6 Propriedades dos Materiais A determinação das propriedades físicas e mecânicas das estruturas envolvidas no modelo é crucial para garantir a fidelidade dos resultados. Essas propriedades incluem fenômenos como elasticidade não-linear, plasticidade, viscoelasticidade e viscoelasticidade, que descrevem o comportamento dos materiais quando submetidos a forças de deformação. No contexto de estudos ortodônticos, é importante considerar que o movimento dentário é classificado como um fenômeno viscoplástico, onde o deslocamento dos dentes depende do tempo e não retorna completamente à posição original após a remoção da força. As propriedades dos materiais podem ser classificadas como isotrópicas, anisotrópicas ou ortotrópicas, dependendo de como suas características mecânicas variam em diferentes direções. No modelo de MEF, também são determinados o Coeficiente de Poisson e o Módulo de Young, que descrevem a relação entre as deformações longitudinais e transversais, e a elasticidade dos materiais, respectivamente. 1.7 Resultados e aplicações práticas Após a modelagem e determinação das propriedades dos materiais, aplicam-se as cargas necessárias e analisam-se os resultados, que são visualizados através de escalas de cores em softwares especializados. Essas escalas indicam a quantidade de deslocamento ou tensão gerada nas estruturas, permitindo identificar como ocorreram os deslocamentos, quais regiões apresentaram maior magnitude de movimento, e como as tensões se distribuem sobre as estruturas analisadas. A análise das tensões pode ser realizada pelo critério de Von Mises, que calcula a média das tensões em todas as direções, permitindo a localização dos pontos de maior tensão nas estruturas. As etapas para obtenção dos resultados, conforme descritas por Cook, Malkus e Plesha, incluem a divisão da estrutura em elementos finitos, a formulação das propriedades dos elementos, a aplicação das cargas, a especificação do comportamento da estrutura, e a resolução das equações algébricas e lineares. 1.8 Vantagens e desvantagem do MEF 6 O MEF oferece vantagens significativas em comparação a outros métodos de análise estrutural, principalmente devido à sua capacidade de controlar variáveis relacionadas ao experimento e de modelar estruturas complexas com alta precisão. No entanto, o método também tem suas limitações. A precisão dos resultados depende da qualidade da modelagem e da determinação das propriedades dos materiais. Além disso, há limites de tolerância inerentes ao modelo matemático que precisam ser considerados na interpretaçãodos resultados. 2. METODOLOGIA A metodologia iniciou-se com a seleção de uma estrutura dento-maxilo-facial, escolhendo-se um canino e seu suporte alveolar como objeto de estudo. A estrutura foi modelada graficamente em softwares como SolidWorks ou AutoCAD, utilizando dados anatômicos de atlas, tomografias computadorizadas, crânios secos e/ou dentes extraídos. Em seguida, a geometria modelada foi discretizada em pequenos elementos finitos usando programas como Patran e Nastran ou Cosmos, formando uma malha tridimensional conectada por nós. Após a discretização, definiu-se as propriedades físicas e mecânicas de cada componente, considerando diferentes comportamentos dos materiais, como elasticidade e viscoelasticidade, além de especificar o módulo de Young e o coeficiente de Poisson. Com as propriedades estabelecidas, aplicaram-se as cargas necessárias à estrutura, e a análise dos resultados foi realizada com o auxílio de softwares, que permitiram a visualização das distribuições de tensões e deformações em escalas de cores, considerando as direções X, Y e Z. A interpretação focou-se nas distribuições de deslocamento e tensões, incluindo análises de Von Mises para identificar pontos de maior concentração de tensão. Por fim, foram discutidas as vantagens do método, destacando-se a capacidade de modelar geometrias complexas, e suas limitações, como a precisão dos resultados e possíveis erros na execução do modelo. A importância da definição correta das propriedades do material e da discretização adequada da malha foi ressaltada como essencial para a obtenção de resultados confiáveis. 7 3. RESULTADOS 4. CONCLUSÕES Este trabalho demonstrou a importância e a eficácia do Método dos Elementos Finitos (MEF) na análise de estruturas dento-maxilo-faciais, com foco na simulação do comportamento de um canino e seu suporte alveolar. A aplicação do MEF permitiu uma modelagem detalhada e precisa, possibilitando a avaliação de como as tensões e deslocamentos se distribuem quando diferentes cargas são aplicadas. A capacidade do método de lidar com geometrias complexas e com materiais que exibem comportamentos variados, como elasticidade e viscoelasticidade, confirmou seu valor como ferramenta essencial em pesquisas na área de ortodontia. O trabalho também apontou as limitações do método, como a importância de definir com precisão as propriedades dos materiais e de garantir uma discretização de malha adequada para assegurar a confiabilidade dos resultados. Dessa forma, a colaboração entre engenheiros e profissionais de odontologia se mostra crucial para explorar ao máximo o potencial do MEF em pesquisas futuras. Em resumo, o MEF se mostrou uma metodologia eficaz para a simulação e análise de estruturas complexas na odontologia, proporcionando informações valiosas para o diagnóstico, planejamento e tratamento ortodôntico, além de contribuir de maneira significativa para o avanço das pesquisas científicas nessa área. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS LOTTI, Raquel S.; MACHADO, André Wilson; MAZZIEIRO, Ênio Tonani; LANDRE JÚNIOR, Janes. Aplicabilidade científica do método dos elementos finitos. R Dental Press Ortodon Ortop Facial, Maringá, v. 11, n. 2, p. 35-43, mar./abr. 2006. OLIVEIRA, João Carlos de. Método dos Elementos Finitos: Aplicações em Engenharia Química e Mecânica. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Técnica, 2015.