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Material de apoio não deve ser utilizado como única fonte de estudo. AULA 5 – TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO. Conceito de sociedade empresária O que caracteriza a pessoa jurídica de direito privado como sociedade simples ou empresária é a forma como ela explora seu objeto. O objeto social explorado sem empresarialidade (sem profissionalmente organizar os fatores de produção) confere à sociedade o caráter de simples, enquanto a exploração empresarial do objeto social caracterizará a sociedade como empresária. Vejamos o art. 982 do CC.: Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. É bom que se diga que as sociedades anônimas serão sempre empresárias, ainda que o seu objeto não seja empresarialmente explorado. As cooperativas nunca serão empresarias, mas necessariamente sociedades simples, independentemente de qualquer outra característica que as cerque. Salvo nestas hipóteses – sociedades anônimas, em comandita por ações ou cooperativas -, o enquadramento de uma sociedade no regime jurídico empresarial dependerá, exclusivamente, da forma com que explora seu objeto. Uma sociedade limitada, em decorrência, poderá ser empresária ou simples: se for exercente de atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou serviços, será empresária; caso contrário ou se dedicando a atividade econômica civil, será simples. Personalização A pessoa jurídica não se confunde com as pessoas que as compõem. Este princípio, de suma importância para o regime dos entes morais, também se aplica à sociedade empresária. Tem a personalidade jurídica distinta da de seus sócios; são pessoas inconfundíveis, independentes entre si. De qualquer forma, a sociedade empresária, como uma pessoa jurídica, é sujeito de direito personalizado, e poderá, por isso, praticar todo e qualquer ato ou negócio jurídico em relação ao qual inexista proibição expressa. A personalização das sociedades empresariais gera três conseqüências bastante precisas, a saber: Titularidade negocial – embora a sociedade empresarial realize negócios jurídicos pelas mãos de seus representantes, é ela, pessoa jurídica, como sujeito de direito autônomo, personalizado, que assume um dos pólos da relação negocial. Titularidade processual – a pessoa jurídica pode demandar e ser demandada em juízo; tem capacidade para ser parte em um processo. Responsabilidade patrimonial – sujeito de direito personalizado autônomo, a pessoa jurídica responderá com seu patrimônio pelas obrigações que assumir. Somente em hipóteses excepcionais, que serão examinadas a seu tempo, poderá ser responsabilizado o sócio pelas obrigações da sociedade. Tipos de Sociedade Antes de examinar a classificação das sociedades, faz-se necessário apresentar a enumeração dos tipos societários existentes no direito empresarial. São eles: a sociedade em nome coletivo (N/C), a sociedade em comandita simples (C/S), a sociedade em comandita por ações (C/A), a sociedade em conta de participação (C/P), a sociedade limitada (Ltda), e a sociedade anônima ou companhia (S/A). Classificação Quanto à responsabilidade dos sócios Em razão do principio da autonomia patrimonial, ou seja, da personalização da sociedade empresária, os sócios não respondem, em regra, pelas obrigações desta. Se a pessoa jurídica é solvente, quer dizer, possui bens em seu patrimônio suficientes para o integral cumprimento de todas as suas obrigações, o ativo do patrimônio particular de cada sócio é, absolutamente, inatingível por divida social. Mesmo em caso de falência, somente após o completo exaurimento do capital social é que se poderá cogitar de alguma responsabilidade por parte dos sócios, ainda assim condicionada a uma série de fatores. É preciso destacar que a limitação ou ilimitação de responsabilidade dos sócios diz respeito à sua responsabilidade pessoal por dívidas da sociedade, ou seja, à possibilidade de os credores da sociedade executarem o patrimônio pessoal dos sócios para satisfação de obrigações sociais. A responsabilidade dos sócios é que será limitada ou ilimitada. A responsabilidade da sociedade, por sua vez, será sempre ilimitada. A responsabilidade dos sócios pelas obrigações da sociedade empresária é sempre subsidiária. As sociedades empresárias, portanto, segundo o critério que considera a responsabilidade dos sócios pelas obrigações sociais, dividem-se em: Sociedade ilimitada – em que todos os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações sociais, O direito contempla um só tipo de sociedade desta categoria, que é a sociedade em nome coletivo (N/C). Sociedade mista – em que uma parte dos sócios tem responsabilidade ilimitada e outra parte tem responsabilidade limitada. São desta categoria as seguintes sociedades: em comandita simples (C/S), cujo sócio comanditado responde ilimitadamente pelas obrigações sociais, enquanto o sócio comanditário responde limitadamente; Sociedade limitada – em que todos os sócios respondem de forma limitada pelas obrigações sociais. São desta categoria a sociedade limitada (Ltda.) e a anônima (S/A). Quanto ao regime de constituição e dissolução Sociedades contratuais – cujo ato constitutivo e regulamentar é o contrato social. Há causas específicas para a dissolução, como a morte de um dos sócios. Ex.: C/S e Ltda. Sociedades institucionais – cujo ato regulamentar é o estatuto social. Podem ser dissolvidas pela maioria societária e há causas específicas como a intervenção e liquidação extrajudicial. Ex.: S/A e C/A. Observação: A sociedade contratual tem sua constituição e dissolução regidas pelo Código Civil, ao passo que a sociedade institucional rege-se, neste ponto, pelas normas específicas da Lei n. 6.404/76. Quanto às condições de alienação ou composição Sociedades de pessoas – em que os sócios tem direito de vetar o ingresso de estranho no quadro associativo. A figura pessoal do sócio tem muita importância. Sociedades de capital – em relação às quais vige o princípio da livre circulabilidade da participação societária. Importa a contribuição para o capital social. A entrada de um novo sócio independe do consentimento dos demais. Sociedades não personificadas O CC divide as sociedades em personificadas e não-personificadas. As personificadas são a sociedade limitada, a sociedade anônima (essas duas são as únicas que são registradas na prática), a sociedade em nome coletivo, a sociedade em comandita simples e a sociedade em comandita por ações. E as não personificadas, que são as que nos interessam neste momento, são a sociedade comum e a sociedade em conta de participação. A sociedade em comum é a que conhecemos tradicionalmente com os nomes de sociedade irregular ou sociedade de fato. Segundo o art. 986 do CC, trata-se a sociedade comum da sociedade que ainda não inscreveu seus atos constitutivos no órgão de registro competente. Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples. �PAGE \* MERGEFORMAT�5�
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