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Teoria Geral Direito Societário

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1 
DIREITO SOCIETÁRIO 
 
 
DAS SOCIEDADES 
 
1. Natureza Jurídica: 
 
Antes de conceituar sociedades não vamos esquecer sua natureza jurídica, toda sociedade 
será uma pessoa jurídica de direito privado, conforme o comando legal do Código Civil: 
 
“Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
(...) 
II - as sociedades; 
 
2. Conceito de Sociedades 
 
“Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a 
contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, 
dos resultados. 
 
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios 
determinados.” 
 
 Do artigo 981 do CC se depreende que sociedades são contratos ou estatutos 
(convenção) celebrados entre pessoas, naturais ou jurídicas, que se obrigam a contribuir com a 
sociedade para o efetivo exercício de atividade econômica. 
 
 Segundo o professor Vinicius Gontijo: Sociedade é o contrato ou convenção em que 
duas ou mais pessoas, mutuamente se obrigam a contribuir com esforços ou recursos 
visando atingir fins comuns cujos resultados serão divididos. 
 
Da leitura do artigo 981 podemos extrair três princípios que informam o tópico geral das 
sociedades: 
1. Princípio da pluralidade de sócios. 
2. Princípio da obrigatoriedade de contribuição 
3. Princípio da partilha dos resultados 
 
Vamos analisar ponto por ponto do conceito, inclusive pela ótica desses princípios: 
 
1º. Sociedade é o contrato ou convenção em que duas ou mais pessoa, mutuamente se 
obrigam a contribuir com esforços ou recursos visando atingir fins comuns cujos resultados 
serão divididos. 
 
 Podemos ter Sociedades Contratuais e Sociedade estatutárias ou Institucionais, 
mediante a análise de qual documento será levado a Registro. Seja na Junta Comercial ou 
RPEM, no caso das sociedades empresárias, ou no RCPJ, no caso das sociedades simples. 
Assim, estatutária ou institucional são as sociedades que se organizam mediante um 
ESTATUTO SOCIAL, como por exemplo as comanditas por ações e as Sociedades Anônimas. 
Já todas as demais sociedades serão contratuais, pois apresentação um CONTRATO SOCIAL 
para o registro e se guiarão por ele. 
 
2º. Pelo principio da pluralidade dos sócios: Sociedade é o contrato ou convenção em que 
duas ou mais pessoa, mutuamente se obrigam a contribuir com esforços ou recursos visando 
atingir fins comuns cujos resultados serão divididos. 
 
 
 
2 
 Não existe sociedade com apenas uma pessoa. Nosso ordenamento jurídico determina, 
no mínimo, a existência de dois sócios, porém haverá algumas exceções a serem 
consideradas. Uma dessas exceções é a sociedade unipessoal, vejamos: 
 
A) Sociedades Unipessoais 
 
O artigo 251 da Lei 6.404/76 estabelece a exceção da subsidiária integral: 
 
“Art. 251. A companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, 
tendo como único acionista sociedade brasileira. 
§ lº A sociedade que subscrever em bens o capital de subsidiária integral 
deverá aprovar o laudo de avaliação de que trata o artigo 8º, 
respondendo nos termos do § 6º do artigo 8º e do artigo 10 e seu 
parágrafo único. 
§ 2º A companhia pode ser convertida em subsidiária integral mediante 
aquisição, por sociedade brasileira, de todas as suas ações, ou nos 
termos do artigo 252.” 
 
A subsidiária integral é uma companhia que tem como único acionista uma sociedade 
brasileira, ou seja, existe validamente uma sociedade com um único sócio, sem precisar 
compor pluralidade de sócios jamais. 
 
Em verdade, a subsidiária integral é sempre unipessoal. Note-se que a subsidiária integral 
somente pode adotar o tipo societário S/A, pois assim prevê a lei, neste artigo 251. Todas as 
suas ações estão detidas por um único acionista. Tem que ser uma outra sociedade brasileira, 
sede no país ou organizada de acordo com a lei brasileira. Exemplos: Transpetro, cujo único 
sócio é a Petrobrás. A Varig Log cujo único acionista era a Varig, e o Bradesco Saúde ou 
Banco Bradesco cujo único acionista é a Bradepar. 
 
Nas palavras do professor Michell Nunes Maron: Algumas empresas públicas são outro 
exemplo de sociedades que podem assumir a forma unipessoal perenemente. Em essência, 
não são unipessoais: são empresas em que a totalidade do capital social é detido pelo Poder 
Público, mas não necessariamente a um só ente. Se calhar de um só ente público deter cem 
por cento de seu capital, é caso de unipessoalidade, e esta pode ser permanente. No Brasil, há 
um exemplo: a Caixa Econômica Federal é da União, sem mais sócios. 
 
Ainda segundo Michell Maron: Tavares Borba defende que a sociedade em que haja 
composição dos quadros por mais de um sócio, mas é notória a atividade de um só sócio, 
sendo que a divisão do capital lhe contempla a absoluta maioria, deixando parte ínfima ao 
outro sócio, é sociedade aparente, ou fictícia, que só se compõe com o fito de burlar as regras 
da responsabilidade ilimitada, caso este sócio realizasse a empresa sozinho (quando seria 
empresário individual). Neste caso, há unipessoalidade de fato, mesmo que formalmente haja 
pluralidade. 
 
 Com o advento da lei Lei 13.247/16 (anexada na parte final dessa apostila) que altera o 
Estatuto da Advocacia (Lei no 8.906/94) e permite, em seu artigo 15 a criação de uma 
sociedade unipessoal de advocacia ( lembrando que a atividade não é empresária e sim 
simples, natureza intelectual – científica). 
 
 É cediço, como se viu no conceito de sociedades, que a pluralidade de sócios é 
elemento necessário, em regra. Ocorre que a lei admite, de forma temporária ou perene, a 
unipessoalidade, a título excepcional. Vimos a possibilidade da unipessoalidade de forma 
perene, ou seja, sociedades que são unipessoais (como exemplo a subsidiária integral e 
algumas empresas públicas) vejamos agora de forma temporária, ou seja, sociedades que 
estarão unipessoais. 
 
 
3 
O legislador preferiu estabelecer situações excepcionais em que se tolera o 
funcionamento da sociedade com um só sócio apenas, visando promover a preservação da 
atividade empresa e salvaguardar a função social da empresa. Tais são as exceções: 
 
A.1) Sociedades Unipessoais acidentais ou temporárias: 
 
- A Lei 6.404/76, no artigo 206, I, “d”, garante o funcionamento da sociedade com um só 
acionista pelo período compreendido entre a constatação da unipessoalidade e a assembléia 
geral ordinária do próximo ano. É o primeiro caso de unipessoalidade temporária, em que se 
admite um período para recomposição do quadro social plural, ao invés de se dissolver a 
sociedade de plano. Veja: 
 
“Art. 206. Dissolve-se a companhia: 
I - de pleno direito: 
d) pela existência de 1 (um) único acionista, verificada em assembléia-
geral ordinária, se o mínimo de 2 (dois) não for reconstituído até à do ano 
seguinte, ressalvado o disposto no artigo 251; (...)” 
 
Não é técnico se falar que este prazo é de um ano, pois o período entre as assembléias pode 
variar muito. 
 
O artigo 1.033, IV, do CC, estabelece situação similar para as sociedades regidas pelo codex 
civilista: 
 
“Art. 1.033. Dissolve-se a sociedade quando ocorrer: 
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento 
e oitenta dias; 
 
A diferença, de fato, entre esta situação e a do artigo 206 da lei 6.404/76, é o prazo: aqui, a 
recomposição deve ser feita em até cento e oitenta dias, sob pena de dissolução de pleno 
direito, a qual, se não procedida, torna o sócio remanescente ilimitadamente responsável. 
 
3º. Pelo princípio da obrigatoriedade de contribuição: Sociedade é o contrato ou convenção 
em que duas ou mais pessoa, mutuamente se obrigam a contribuir com esforços ou 
recursos visando atingir fins comuns cujos resultados serão divididos. 
 
Permite-se que o sócio, ao ingressar na Sociedade contribua, além de dinheiro ou bens 
suscetíveis de avaliação em dinheiro. Porém nas S.As há proibição legal para que um sócio 
contribua apenas com seu trabalho (esforço), no artigo 7º da Lei de S.A (lei 6.404/76):Art. 7º O capital social poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer 
espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro. 
 
Portanto é vedado nas S.A., mas é permitida em outras sociedades, a existência do chamado 
“sócio de indústria” que é aquele que realiza a sua participação no capital social mediante a 
entrega de apenas trabalho. Veja o artigo 997, V: 
 
Art. 997. A sociedade constitui-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de 
cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: 
V - as prestações a que se obriga o sócio, cuja contribuição consista em serviços; 
 
Podemos nos deparar com “sócio de indústria” ou sócio que contribua com seu trabalho nas 
sociedades simples (atividade não empresária, e sim intelectual: artística, científica ou literária). 
 
 
 
 
4 
4º. Pelo Principio da Partilha dos Resultados: Sociedade é o contrato ou convenção em que 
duas ou mais pessoa, mutuamente se obrigam a contribuir com esforços ou recursos visando 
atingir fins comuns cujos resultados serão divididos. 
 
Após a união de duas ou mais pessoas visando montar uma sociedade, obviamente os sócios 
esperam obter lucro, pode haver também prejuízos, como a atividade pode trazer um resultado 
neutro (nem lucro nem prejuízo). Inobstante qual o tipo do resultado (seja ele neutro, positivo 
ou negativo) os sócios irão dividi-los. A lei civilista no artigo 1008 rejeita a existência de 
sociedade leonina que é aquela em que se faz a distribuição do lucro em benefício de apenas 
um dos sócios: Art. 1.008. É nula a estipulação contratual que exclua qualquer sócio de 
participar dos lucros e das perdas. 
 
3. Classificação das Sociedades: 
 
3.1. SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS x SOCIEDADES PERSONIFICADAS 
 
A pessoa natural, quando do nascimento, tem-se registrada no Registro Civil de 
Pessoas Naturais, o RCPN. Quando esta pessoa pretende desenvolver atividade econômica 
organizada, será necessário que se registre, também, num dos órgãos de registro das pessoas 
jurídicas, RCPJ ou RPEM, Junta Comercial. A sociedade adquire personalidade jurídica 
quando realiza seu registro no órgão competente. 
 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a 
inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de 
autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações 
por que passar o ato constitutivo. 
 
 Art. 985. A sociedade adquire personalidade jurídica com a inscrição, no registro próprio 
e na forma da lei, dos seus atos constitutivos. 
 
 Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de 
Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil 
das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a 
sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária. 
 
A) SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS 
 
A.1. Sociedade IRREGULAR, sociedade EM COMUM ou sociedade DE FATO 
 
Quando uma sociedade não tem registro, ela se chama sociedade em comum, 
sociedade irregular ou sociedade de fato. Se tem contrato, se não tem, não importa. Pelo fato 
de não ter sido levado o contrato a registro, vai ser chamada de sociedade em comum. 
 
Qual é a grande característica da sociedade em comum? A responsabilidade de cada 
sócio será ilimitada. 
 
Há uma regra, que é a responsabilidade que o sócio tem perante os demais sócios. 
Essa responsabilidade é uma responsabilidade solidária. Exemplo: uma pessoa jurídica 
(sociedade em comum) com três sócios. Se os bens da sociedade não são suficientes para 
saldar a dívida, não será preciso respeitar a proporcionalidade das cotas dos sócios (se um 
tem 20, outro 30 e o outro 50), não! Eu posso cobrar a totalidade da dívida de apenas um deles 
porque, entre eles, a responsabilidade vai ser solidária. Tais sociedades estão positivadas no 
Código Civil no artigo 986 a 990. 
 
 
 
5 
Exemplo mais claro da presença de atributos e ausência de personalidade são os entes 
formais ou despersonalizados, como o condomínio, espólio e massa falida, que são 
sabidamente desprovidos de personalidade. 
 
 Nas sociedades não personificadas os bens afetados à atividade de empresa 
constituem um patrimônio especial, mas que ainda pertence aos sócios, e não à sociedade, 
pois esta não tem personalidade. 
 
A.2. Sociedade em Conta de Participação 
 
 Topograficamente tal sociedade não possui personalidade pois o legislador a colocou 
nesse tópico no Código Civil, nos artigos 991 a 996. 
 
 Segundo o professor Michell Maron é atécnico tratar desta sociedade em direito de 
empresas, pois não se trata de uma espécie ou forma de sociedade, simples ou empresaria, 
mas sim de uma modalidade de contrato de parceria, ou contrato de investimento. O objetivo 
desta sociedade é fomentar o desenvolvimento de atividades econômicas, ou seja, abrir 
caminho para promoção de investimentos. 
 
 Exemplo: uma construtora, buscando implementar um empreendimento, busca junto a 
investidores a parceria para, como seus recursos, realizar a obra, e nesta parceria fica 
estipulado que, após a venda do produto da obra, será o lucro rateado na forma que se 
pactuar, nas proporções que bem entenderem. Este contrato é uma sociedade, no sentido 
técnico? Veja que não há autonomia, não há patrimônio próprio, não há domicílio, não há 
sequer nome empresarial da sociedade: o que há é um contrato de investimento, em que todos 
os atos negociais são realizados pela construtora. Assim, a relação entre a construtora e os 
investidores é um mero contrato civil de parceria – a sociedade em conta de participação não 
tem nenhum dos atributos oriundos da teoria da personificação. 
 
 Ao menos em um aspecto o legislador andou bem: é sociedade não personificada, pois 
atribuir personalidade jurídica a um mero contrato de parceria seria uma aberração jurídica. 
 
 Há, nesta “sociedade”, duas figuras fundamentais: o sócio ostensivo, aquele que 
aparece aos olhos do mercado, quem negocia, posta seu nome empresarial (ou civil, se 
pessoa física), e, conseqüentemente, quem responde por toda a atividade de empresa com 
seu patrimônio; e o sócio oculto, hoje denominado sócio participante, que é o investidor, 
parceiro que não atua na atividade empresária. 
 
 O contrato da “sociedade” em conta de participação pode ser verbal ou escrito, e não 
precisa ser registrado em qualquer órgão, pois é documento a ser exigido entre os sócios, 
apenas, tendo efeitos somente nas relações intra societárias, pois como visto quem se expõe 
ao mercado é apenas o sócio ostensivo (é por isso que se conhece esta sociedade como 
“sociedade de gaveta”). Se quiserem, os sócios podem até levar o contrato ao registro, mas 
como é um contrato de parceria, de investimento, e não um ato constitutivo, será registrado no 
Cartório de Títulos e Documentos – e não no RCPJ ou RPEM – e é claro que não ganha 
personalidade jurídica com este registro, mas apenas publicidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
B. SOCIEDADES PERSONIFICADAS 
 
Quanto ao OBJETO, a sociedade personificada pode ser: Sociedade empresária ou 
Sociedade simples 
 
B.1 Sociedade Empresária (art. 982, do Código Civil) 
 
É aquela que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a 
registro. Quando a sociedade explora, exerce uma atividade, considerada empresarial e com 
organização empresarial, então, ela é uma sociedade empresária. Sociedade empresária é 
aquela que tem organização empresarial e produção ou circulação de bens ou de serviços 
 
 
B.2. Sociedade SIMPLES (art. 982, do Código Civil) 
 
E qual é a definição de sociedade simples? É o inverso. Olha o que a lei diz: 
 
Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se 
empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de 
atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, 
simples, as demais. 
 
O método trazido pelo legislador foi o método de exclusão.Ou a sociedade é 
empresária ou ela será simples. 
 
Quer uma definição melhor? “Sociedade simples é aquela que exerce uma atividade 
não classificada como de empresária.” E aí você vai lembrar da primeira aula. Se a sociedade 
simples tem como atividade uma profissão intelectual de natureza científica, literária ou 
artística, então essa sociedade não pode ser empresária e se ela não for empresária, ela só 
pode ser sociedade simples. Como essa atividade, de acordo com o Código Civil, não é 
atividade de empresário, aquela sociedade que tem por objeto uma atividade intelectual, 
literária ou artística, será uma sociedade simples. 
 
Para ser empresária precisa de organização empresarial. Não adianta eu produzir ou 
circular um bem ou serviço se não possuo organização, não posso ser empresário. A 
sociedade que não possui organização empresária é uma sociedade simples. Se a pessoa 
exerce circulação ou produção de bens ou serviços e não tem organização empresarial, ela 
não pode ser empresária e, pelo método de exclusão, quem não é empresária, é sociedade 
simples. Quanto ao objeto, a sociedade pode ser empresária ou simples, mas que forma, que 
tipo, essa sociedade pode adotar? 
 
C) Quanto à FORMA ou TIPO, a sociedade personificada pode ser: 
 
� Sociedade Em Nome Coletivo 
� Sociedade Em Comandita Simples 
� Sociedade Em Comandita Por Ações – Só pode ser empresária 
� Sociedade Anônima (S.A.) – Só pode ser empresária 
� Sociedade Limitada 
� Cooperativa – Só pode ser simples 
 
 
Parágrafo único do art. 982. Independentemente de seu 
objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, 
simples, a cooperativa. 
 
 
 
7 
Então, as sociedades por ações serão sempre empresárias e as cooperativas, sempre 
simples. 
 
 
SOCIEDADE EMPRESÁRIA 
Pode ter as formas/tipos: 
SOCIEDADE SIMPLES 
Pode ter as formas/tipos: 
� Sociedade Em Nome Coletivo � Sociedade Em Nome Coletivo 
� Sociedade Em Comandita 
Simples 
� Sociedade Em Comandita 
Simples 
� 
� Sociedade Limitada � Sociedade Limitada 
� Sociedade Em Comandita Por 
Ações – Só pode ser 
empresária 
 
� Sociedade Anônima (S.A.) – 
Só pode ser empresária 
 � Cooperativa – Só pode ser 
simples 
 � Sociedade Simples Simples 
ou Simples Pura 
 
 
D) O REGISTRO da sociedade personificada 
 
Essa é mais uma coisa importante a ser dita. Vimos à regrinha do art. 985, do Código 
Civil, que diz que uma sociedade só vai adquirir personalidade jurídica depois que fizer o seu 
registro e o registro tem que ser feito no órgão competente. Só depois que ela faz o registro é 
que pode ser uma sociedade personificada. Agora, temos que saber onde que se faz o registro 
dessas sociedades. Para responder à pergunta, temos que ir para o art. 1.150, do Código Civil: 
 
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária 
vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo 
das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil 
das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas 
para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos 
de sociedade empresária. 
 
� Se for sociedade empresária – O registro tem que ser feito na Junta Comercial 
 
� Se for sociedade simples – O registro tem que ser feito no Registro Civil de 
Pessoa Jurídica, que é o famoso Cartório. 
 
Tem alguma exceção? Tem! Há duas exceções a essa regra: 
 
1ª Exceção: Sociedade de advogados. É empresária ou é simples? A sociedade de 
advogados é simples. E o registro não é no cartório. O registro tem que ser feito na 
OAB. Lá é que você faz o registro da sociedade de advogados. Só com o registro na 
OAB que a sociedade de advogados adquire personalidade jurídica. 
 
2ª Exceção: Cooperativa. Em que pese ser sociedade simples, tem que ser 
registrada na junta comercial. “Ah, mas eu conheço cooperativa que fez registro no 
cartório”. Até faz! Mas só consegue aprovação na Receita Federal, só consegue CNPJ, 
se tiver registro na junta comercial porque a Lei 8.934/94, no seu art. 32, diz que a 
cooperativa tem que ter registro na junta comercial. 
 
 
 
8 
 3.2. SOCIEDADE DE PESSOA - SOCIEDADE DE CAPITAL ou SOCIEDADE 
HÍBIRIDA 
 
É a primeira classificação que temos que conhecer. A sociedade pode ser uma 
sociedade de pessoa (intuitu personae) ou uma sociedade de capital (intuitu rei ou 
intuitu pecunae). Qual é o critério para essa classificação, para uma sociedade ser de pessoa 
ou de capital? Critério: Leva em conta o grau de dependência da sociedade em relação às 
qualidades subjetivas dos sócios. Como também a possibilidade ou condições de alienação da 
participação societária. 
 
Então, quando uma sociedade vai ser de pessoa? Sociedade de pessoa é aquela que 
os atributos, as características subjetivas dos sócios, as suas qualificações, são indispensáveis 
para o desenvolvimento da sociedade. Então, uma sociedade que tem por objeto a prestação 
de serviços de informática, se o sócio é um sócio que é o responsável técnico por aquilo, o 
conhecimento da atividade depende do sócio, trata-se de uma sociedade de pessoa. Da 
mesma forma que será uma sociedade de pessoas, quando no contrato social ou no estatuto 
tivermos a proibição de venda da participação societária à terceiros. Ou seja: vedado a entrada 
de pessoas estranhas ao quadro social, ou só é permitido mediante o consentimento dos 
outros sócios. 
 
Quando as características subjetivas do sócio não é relevante, o que importa é o capital 
que o sócio está investindo na sociedade, pouco importa suas qualificações. Nesse caso, 
temos uma sociedade de capital. Da mesma forma quando observarmos que o ingresso de 
outra pessoa no quadro social é livre, independe de aprovação dos outros sócios. Em regra, a 
sociedades anônima e a comandita por ações são sociedades de capital, vejam os 
ERESP 111.294 e ERESP 419.174 do STJ. Obs.: Haverá uma exceção para as sociedades 
anônimas de capital fechado de cunho familiar por decisão do STJ são consideradas sociedade 
de pessoas, pois só integrantes daquela mesma família podem figurar como sócios. 
 
Já as sociedades Ltdas poderão ser de pessoas ou de capital, para sabermos qual 
modalidade ela adotou devermos ler seu contrato social, por isso chamamos as sociedades 
Ltdas de Sociedades Híbridas (pois podem adotar ou um ou outro), já, todas as demais 
sociedades (excluindo as SAs e as Ltdas) serão de pessoas. 
 
 
 3.3. SOCIEDADE DE RESPONSABILIDADE LIMITADA, ILIMITADA ou MISTA 
 
A responsabilidade pode ser limitada, ilimitada ou pode ser mista. Critério: 
Responsabilidade do sócio pelas obrigações sociais 
 
Ilimitada significa que o sócio responderá com o seu patrimônio pessoal pelas dívidas 
da sociedade. Exemplos: Sociedades de fato/irregular/comum e sociedades em nome coletivo. 
 
Responsabilidade limitada – o patrimônio pessoal do sócio não responde pelas dívidas 
da sociedade. Exemplo: Ltda e Sociedades Anônimas. 
 
Responsabilidade mista – quando é que uma sociedade tem responsabilidade mista? 
Quando tem sócio de responsabilidade limitada e sócio com responsabilidade ilimitada. 
Exemplo: Sociedade em comandita simples: o sócio comanditado responde de forma ilimitada 
e o sócio comanditário responde limitadamente; Comandita por ações: o acionista diretor 
responde ilimitadamente e os demais acionistas limitadamente; e na Sociedade em conta de 
participação o sócio oculto/participante terá responsabilidade limitada enquanto que o sócio 
ostensivo responderá ilimitadamente. 
 
 
 
 
9 
 3.4. SOCIEDADE NACIONAL ou SOCIEDADE ESTRANGEIRA 
 
Um argentino, com 70% e um paraguaio, com 30%, resolvem constituir uma sociedade 
no Brasil. Pergunta: Essa sociedade é nacional? Resposta: não dá para saber porque pouco 
importa a nacionalidade do sócio para definir se ela é nacional ou não. 
 
Para uma sociedade ser nacional, ela tem que atender a dois requisitos do art. 1.126, 
do Código Civil: Art. 1.126. É nacional a sociedade organizada de conformidade com a lei 
brasileira e que tenha no País a sede desua administração. 
 
Dois requisitos apenas: 
 
� 1º Requisito: Tem que ser organizada de acordo com a lei brasileira. 
� 2º requisito: A sede da administração tem que ser no País. 
 
Foi organizada de acordo com a lei brasileira? Foi! A sede da administração é no País? 
É. Então, ela é uma sociedade nacional, pouco importa se o sócio é chileno, argentino, sueco. 
Não importa! 
 
E quando vai ser estrangeira? Quando faltar um dos dois requisitos. Ah! Tem sede e 
administração no País, mas foi organizada com a lei estrangeira. Então, é estrangeira. Ela foi 
organizada de acordo com a lei brasileira, mas a sede da administração é no exterior. Então, 
ela não é nacional. Ela é estrangeira. 
 
O art. 1.134 é importantíssimo. Fala da sociedade estrangeira e diz que não importa que 
tipo de atividade a sociedade estrangeira explore. Não importa. Ela sempre vai precisar, para 
ser constituída, de autorização do Poder Executivo e Federal. Uma sociedade estrangeira só 
pode constituir no Brasil se o Poder Executivo Federal autorizar, não importa o tipo de atividade 
que ela explore. Qualquer atividade que seja, ela precisa de autorização do Poder Executivo 
Federal. 
 
Art. 1.134. A sociedade estrangeira, qualquer que seja o seu objeto, não pode, sem 
autorização do Poder Executivo, funcionar no País, ainda que por estabelecimentos 
subordinados, podendo, todavia, ressalvados os casos expressos em lei, ser acionista de 
sociedade anônima brasileira. 
 
 
3.5. SOCIEDADE CONTRATUAL ou SOCIEDADE ESTATUTÁRIA (INSTITUCIONAL) 
 
Já vimos que toda sociedade é pessoa jurídica de direito privado e para que recebe a 
personalidade jurídica deverá levar seus documentos a registro, como acontece com qualquer 
pessoa (inclusive as pessoas naturais que também possuem documentos de identificação). 
Portanto, quando a sociedade é estatutária ou institucional significa dizer que a mesma se 
organiza mediante um ESTATUTO SOCIAL, como por exemplo as comanditas por ações e as 
Sociedades Anônimas. Já todas as demais sociedades serão contratuais, pois estarão 
organizadas e registrarão um CONTRATO SOCIAL seja na Junta Comercial (RPEM) – para o 
caso das sociedades empresárias, ou no RCPJ, para o caso das sociedades simples. 
 
Nas sociedades contratuais observamos que os sócios possuem mais autonomia, pois eles 
podem disciplinar todas as regras sociais mediante sua vontade e criarem um contrato social 
voltado para os seus interesses particulares. Já nas sociedades estatutárias ou institucionais a 
autonomia dos sócios será mínima, pois o estatuto cuidará dos interesses da sociedade (como 
uma instituição) e não dos interesses particulares dos sócios. 
 
 
 
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Obs.: Vejam que a lei 13.247/16 criou a figura da sociedade unipessoal de advocacia, mais 
uma exceção ao principio da pluralidade de sócios, mas lembrando que advocacia não é 
atividade empresa, é atividade simples, científica. 
 
LEI Nº 13.247, DE 12 DE JANEIRO DE 2016. 
 
Altera a Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994 - Estatuto da Advocacia. 
 
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu 
sanciono a seguinte Lei: 
Art. 1o Esta Lei altera a Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994 - Estatuto da Advocacia. 
Art. 2o Os arts. 15, 16 e 17 da Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994 - Estatuto da Advocacia, 
passam a vigorar com as seguintes alterações: 
“Art. 15. Os advogados podem reunir-se em sociedade simples de prestação de serviços de 
advocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e 
no regulamento geral. 
§ 1º A sociedade de advogados e a sociedade unipessoal de advocacia adquirem 
personalidade jurídica com o registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho 
Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede. 
§ 2º Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade unipessoal de advocacia o Código de 
Ética e Disciplina, no que couber. 
§ 4º Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de 
uma sociedade unipessoal de advocacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de 
advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou filial na mesma área 
territorial do respectivo Conselho Seccional. 
§ 5º O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade e arquivado no 
Conselho Seccional onde se instalar, ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade 
unipessoal de advocacia, obrigados à inscrição suplementar. 
§ 7º A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentração por um advogado 
das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das razões que motivaram 
tal concentração.” (NR) 
“Art. 16. Não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades 
de advogados que apresentem forma ou características de sociedade empresária, que adotem 
denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam como 
sócio ou titular de sociedade unipessoal de advocacia pessoa não inscrita como advogado ou 
totalmente proibida de advogar. 
§ 4º A denominação da sociedade unipessoal de advocacia deve ser obrigatoriamente 
formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão ‘Sociedade Individual 
de Advocacia’.” (NR) 
“Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia 
respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou 
omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que 
possam incorrer.” (NR) 
Art. 3o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 12 de janeiro de 2016; 195o da Independência e 128o da República. 
 
DILMA ROUSSEFF 
José Eduardo Cardozo 
Este texto não substitui o publicado no DOU de 13.1.2016

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