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www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 1 Pessoa Jurídica Tema III 1. Conceito e Aquisição da Personalidade Jurídica Proposta atual de leitura da Pessoa Jurídica sobre o influxo da Função Social. Nesse contexto o enunciado nº 53 da Jornada de Direito Civil: Deve-se levar em consideração o princípio da função social na interpretação das normas relativas à empresa, a despeito da falta de referencia externa. Quando adquire a personalidade? Art. 45 – Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do poder executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. Qual a teoria adotada no Brasil para o surgimento da Pessoa Jurídica? O que se leva à registro? Faz-se necessária alguma outra autorização? Qual a natureza jurídica do registro da Pessoa Jurídica? 2. Princípio da Separação ou Independência ou Autonomia Desprovido de artigo específico versando sobre ele no Código Civil, decorre da inteligência dos artigos 46, V e 1052, ambos do Código Civil. Art. 46. O registro declarará: V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. 2.1 Desconsideração da Pessoa Jurídica: (“Disregard Doutrine”) Código de Processo Civil: Art. 592. Ficam sujeitos à execução os bens: I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória; (Redação dada pela Lei nº 11.382, de 2006). II - do sócio, nos termos da lei; III - do devedor, quando em poder de terceiros; IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação respondem pela dívida; V - alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução. Código Civil: Art. 50. Em caso de abuso de personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. O CC adota uma teoria maior e objetiva. E os outros ramos do direito? # A jurisprudência do STJ tem diferenciado a “teoria maior” da “teoria menor” da desconsideração da pessoa jurídica: (Idem no Informativo 415, STJ). Responsabilidade civil e Direito do consumidor. Recurso especial. Shopping Center de Osasco-SP. Explosão. Consumidores. Danos materiais e morais. Ministério Público.Legitimidade ativa. Pessoa jurídica. Desconsideração. Teoria maior e teoria menor. Limite de responsabilização dos sócios. Código de Defesa do Consumidor. Alex Pencil www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 2 Requisitos. Obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. Art. 28, § 5º. - Considerada a proteção do consumidor um dos pilares da ordem econômica, e incumbindo ao Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, possui o Órgão Ministerial legitimidade para atuar em defesa de interesses individuais homogêneos de consumidores, decorrentes de origem comum. - A teoria maior da desconsideração, regra geral no sistema jurídico brasileiro, não pode ser aplicada com a mera demonstração de estar a pessoa jurídica insolvente para o cumprimento de suas obrigações. Exige-se, aqui, para além da prova de insolvência, ou a demonstração de desvio de finalidade (teoria subjetiva da desconsideração), ou a demonstração de confusão patrimonial (teoria objetiva da desconsideração). - A teoria menor da desconsideração, acolhida em nosso ordenamento jurídico excepcionalmente no Direito do Consumidor e no Direito Ambiental, incide com a mera prova de insolvência da pessoa jurídica para o pagamento de suas obrigações, independentemente da existência de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial. - Para a teoria menor, o risco empresarial normal às atividades econômicas não pode ser suportado pelo terceiro que contratou com a pessoa jurídica, mas pelos sócios e/ou administradores desta, ainda que estes demonstrem conduta administrativa proba, isto é, mesmo que não exista qualquer prova capaz de identificar conduta culposa ou dolosa por parte dos sócios e/ou administradores da pessoa jurídica. - A aplicação da teoria menor da desconsideração às relações de consumo está calcada na exegese autônoma do § 5º do art. 28, do CDC, porquanto a incidência desse dispositivo não se subordina à demonstração dos requisitos previstos no caput do artigo indicado, mas apenas à prova de causar, a mera existência da pessoa jurídica, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores. - Recursos especiais não conhecidos. (RESP 279.273/SP, Rel. Ministro ARI PARGENDLER, Rel. p/ Acórdão Ministra NANCY ANDRIGHI,TERCEIRA TURMA, julgado em 04.12.2003, DJ 29.03.2004 p. 230) # Questões polêmicas sobre desconsideração: a) Extingue a pessoa jurídica? b) Pode atingir qualquer modalidade de pessoa jurídica? (Enunciado 284, CJF) c) Pode ser argüida pela própria pessoa jurídica? (Enunciado 285, CJF) d) Pode ser na modalidade inversa? (Enunciado 283, CJF) e) E na Justiça do Trabalho? e) E sucessiva? f) Pode ser na esfera administrativa? (RMS 151661/BA) 3. Sociedades Despersonificadas Inclui-se neste rol as sociedades irregulares, sociedades de fato ou grupos ou entes despersonificados, família, massa falida, herança jacente, herança vacante... São agrupamento de pessoas ou patrimônios que, embora tenham finalidade, não estão constituídos nos termos da lei. Porém, apesar dessas ainda não dotarem de existência legal, elas tem previsão legal (regulada a partir do art. 986). Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples. Implicações: a) Pode figurar em Processo - art. 12, CPC: Art. 12 - Serão representados em juízo, ativa e passivamente: I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Territórios, por seus procuradores; II - o Município, por seu Prefeito ou procurador; III - a massa falida, pelo síndico; Alex Highlight Alex Highlight Alex Highlight Alex Highlight Alex Pencil Alex Highlight Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Highlight Alex Highlight Alex Highlight Alex Highlight Alex Highlight Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Typewriter se previsto em norma Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 3 IV -a herança jacente ou vacante, por seu curador; V - o espólio, pelo inventariante; VI - as pessoas jurídicas, por quem os respectivos estatutos designarem, ou, não os designando, por seus diretores; VII - as sociedades sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração dos seus bens; VIII - a pessoa jurídica estrangeira, pelo gerente, representante ou administrador de sua filial, agência ou sucursal aberta ou instalada no Brasil (Art. 88, parágrafo único); IX - o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico. b) Responsabilidade dos Sócios é ilimitada e solidária, não tendo aquele que contratou em nome da sociedade direito ao benefício de ordem - Art. 990 do CC: Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade. Art. 1.024. Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais. Nesse sentido, foi aprovado o enunciado 59 da Jornada de Direito Civil do CJF: Enunciado 59 da jornada de direito civil – Arts. 990, 1.009, 1.016, 1.017 e 1.091: os sócios- gestores e os administradores das empresas são responsáveis subsidiária e ilimitadamente pelos atos ilícitos praticados, de má gestão ou contrários ao previsto no contrato social ou estatuto, consoante estabelecem os arts. 990, 1.009, 1.016, 1.017 e 1.091, todos do Código Civil. b) Pacto limitativo de poderes entre os sócios não terá eficácia contra terceiro, salvo se este soubesse ou devesse saber - Art. 989 do CC: Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer. c) Os sócios apenas podem comprovar a existência da sociedade por escrito, enquanto que os terceiros podem fazê-lo de qualquer forma - Art. 987 do CC: Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo. 4. Classificação das Pessoas Jurídicas 4.1 Quanto à nacionalidade: Nacional ou Estrangeira 4.2 Quanto à atividade executada 4.2.1 de Direito público – são aquelas previstas em Lei. Podem ser: a) DIREITO PÚBLICO INTERNO: poder público constituído (União, Estados, DF, Municípios, Territórios, suas autarquias e fundações). Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno: I - a União; II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios; III - os Municípios; IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; V - as demais entidades de caráter público criadas por lei. b) DIREITO PÚBLICO EXTERNO: submetidas ao direito internacional público (as diversas nações, inclusive a Santa Sé, e os organismos internacionais como a ONU, a OEA, a FAO, a UNESCO etc) – art. 42, CC Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. 4.2.2 De direito privado - todas as demais (que não são previstas em lei): Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Typewriter exceto para aquele que contratou pela sociedade Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Typewriter Podem ser de dto público e de dto privado www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 4 IV – as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) V – os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) VI – Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada – EIRELI. Como é na hora da prova? 1. TJ -PE 2012 - FCC Com relação às pessoas jurídicas de direito público interno e as de direito privado, é correto afirmar que: a) a criação, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas é livre, mas o poder público pode negar-lhes o registro dos atos constitutivos necessários ao seu funcionamento. b) as fundações e organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito público interno. c) os partidos políticos e as associações são pessoas jurídicas de direito público interno. d) o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito no respectivo ato constitutivo, decai em três anos, contados na publicação da inscrição no registro competente. e) a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado começa com a inscrição dos atos constitutivos no respectivo registro, precedida, em qualquer hipótese, de aprovação ou autorização do Poder Executivo. 4.3 Quanto à estrutura: 4.3.1 Corporações (universitas personarum). Dividem-se em: a) Sociedades > Simples – são as antigas civis. > Empresárias – são as antigas comerciais. # Segundo o Código Civil, a sociedade empresária há de observar dois requisitos: I) tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário (art. 966); Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. II) Registro no Registro Público de Empresas (Junta Comercial). # Segundo o art. 982: Sociedade de ações – sociedade empresária Sociedade cooperativa – sociedade simples # Sociedade entre cônjuges: (art. 977) é possível. A restrição imposta é de que não tenha casado no regime de comunhão universal de bens ou no da separação obrigatória. Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória. b) Associações Tem finalidade ideal: Art. 53 – Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não-econômicos. Tem estatuto, sendo os requisitos: I - a denominação, os fins e a sede da associação; II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos para sua manutenção; V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; (Redação dada pela Lei nº11.127, de 2005) VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas. (Incluído pela Lei nº11.127, de 2005) Qual o quórum de convocação? Estatuto pode instituir categorias de associados com diferentes vantagens: Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Typewriter Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 5 Art. 55. Os associados devem ter iguais direitos,mas o estatuto poderá instituir categorias com vantagens especiais. A qualidade de associado transmite-se? A associação é formada por um: I) conselho deliberativo; II) um conselho fiscal; III) uma presidência; IV) a assembléia geral de associados (art. 59 do CC) Para exclusão do associado há de ter devido processo legal e justa causa (art. 57 do CC): Art. 57. A exclusão do associado só é admissível havendo justa causa, assim reconhecida em procedimento que assegure direito de defesa e de recurso, nos termos previstos no estatuto. O que fazer com o patrimônio na hipótese de extinção? Art. 61. Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. § 2º Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. Na hora da prova? 2. ( Prova: FCC - 2012 - TRF - 2ª REGIÃO - Analista Judiciário - Execução de Mandados / Direito Civil / Das Pessoas - Pessoa Jurídica; ) Segundo o Código Civil brasileiro, no tocante às Associações, a qualidade de associado, em regra, é a) intransmissível. b) transmissível de forma onerosa ou gratuita. c) transmissível apenas de forma onerosa. d) transmissível apenas de forma gratuita. e) pública, incondicional e transmissível. 4.3.2 Fundações (universitas bonorum) – (universalidade de bens) Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá- la. Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. Esse rol de finalidades previstos no art. 62 e taxativo ou exemplificativo? Posicionamento para Prova: Taxativo. Etapas para a criação de uma fundação - há uma série ordenada de etapas que devem ser observadas, a saber: 1º) Afetação de Bens Livres por meio do Ato de Dotação Patrimonial, seja mediante Escritura Pública (para atos inter vivos) ou Testamento (para atos causa mortis – público, particular ou cerrado). Aplicam-se as mesmas restrições de qualquer ato de disposição patrimonial: a) Vedação de Doação Inoficiosa: Art. 549 do Código Civil.: Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento. b) Vedação à Doação Universal: Art. 548, CC. Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador. Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Typewriter em regra é intransmissível, salvo nullnulldisposição contrária no estatuto Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 6 O ato de instituição, acaso realizado por mecanismo inter vivos, é irretratável. Art. 64, CC: Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial. Caso o patrimônio afetado seja insuficiente. art. 63: Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. 2º) Elaboração dos Estatutos (não é contrato social); - Pode ser: a) Direta: feita pelo próprio instituidor. b) Indireta ou Fiduciária: quando nomeia alguém para fazê-lo. E se não o fizer? 3º) Aprovação dos Estatutos Quem aprova é o MP, na dicção do art. 65 do CC: Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. E se for o próprio MP quem o fez? 4º) Realização do Registro Civil do Estatuto (no Cartório de Pessoa Jurídica) A Alteração do Estatuto - Art. 67: Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; III - seja aprovada pelo órgão do Ministério Público, e, caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. A minoria de gestores vencida (aqueles 1/3 que opinaram em desfavor da alteração), terão o prazo de 10 dias para impugnar a modificação estatutária. Art. 68: Art. 68. Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias. A Fiscalização (§2°, art. 66) das fundações deve ser feita pelo MP Estadual, ainda que as referidas as Fundações tenham abrangência nacional, sendo a competência a da localização da fundação. “Art. 66. Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. § 1º. Se funcionarem no Distrito Federal, ou no Território, caberá o encargo ao Ministério Público Federal. § 2º. Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público”. Diga-se que o §1º do art. 66 foi declarado inconstitucional pelo ADI 2794, proposta pela ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO – CONAMP. Seguiu o STF o Enunciado 10 do CJF. No caso de extinção – art 69: Art. 69. Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Typewriter do DF e Territórios Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex PencilAlex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 7 5. Extinção da Pessoa Jurídica Direitos da Personalidade Tema IV 1. Introdução e Conceito - A personalidade como centro do ordenamento jurídico nacional, ao revés da pessoa. A relação dos direitos da personalidade no CC é taxativa ou exemplificativa? Súmula 364, STJ - o conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. E. 274 CJF – Direitos da personalidade são exemplificativos por causa da cláusula geral da dignidade da pessoa humana e são ponderados. 2. Características Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. a) Segundo a Lei: intransmissíveis + irrenunciáveis + impossibilidade de limitação voluntária b) A doutrina alarga: 2.1 Indisponíveis Enunciado nº 4 do CJF. Enunciado 4 – Art.11: o exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral. 2.2 Absolutos 2.3 Extrapatrimoniais 2.4 Inatos (Jusnaturalistas) 2.5 Imprescritíveis # Imprescritível é o direito, não a pretensão de ressarcimento por sua violação. Esta prescreve no prazo de três anos (art 206, p. 3, III, CC). Art. 206. Prescreve: § 3º Em três anos: V - a pretensão de reparação civil; 2.6 Vitalícios # Lesados indiretos Art. 12, parágrafo único, do CC: Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. - São lesados indiretos na norma geral: a) cônjuge sobrevivente b) ascendente c) descendente d) colaterais até 4 grau # Exemplo prático de lesado indireto: Resp 521697/RJ. “Caso Garrincha”. REsp 521697 / RJ Ministro CESAR ASFOR ROCHA (1098) T4 - QUARTA TURMA Data do Julgamento: 16/02/2006 CIVIL. DANOS MORAIS E MATERIAIS. DIREITO À IMAGEM E À HONRA DE PAI FALECIDO. Os direitos da personalidade, de que o direito à imagem é um deles, guardam como principal característica a sua intransmissibilidade. Nem por isso, contudo, deixa de merecer proteção a imagem e a honra de quem falece, como se fossem coisas de ninguém, porque elas permanecem perenemente lembradas nas memórias, como bens imortais que se prolongam para muito além da vida, estando até acima desta, como sentenciou Ariosto. Daí porque não se pode subtrair dos filhos o direito de defender a imagem e a honra de seu falecido pai, pois eles, em linha de normalidade, são os que mais se desvanecem com a exaltação feita à sua memória, como são os que mais se abatem e se deprimem por qualquer agressão que lhe possa trazer mácula. Ademais, a imagem de pessoa famosa projeta efeitos econômicos para além de sua morte, pelo que os seus sucessores passam a ter, por direito próprio, legitimidade para Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Typewriter companheiro só entra caso a prova peça por doutrina, jurisprudência etc. Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Typewriter NÃO É legitimação extraordinária NEM substituição processual Alex Pencil Alex Typewriter é legitimação ordinária/autônoma - tentam lesar o morto e acabam lesando terceiro por reflexo Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 8 postularem indenização em juízo, seja por dano moral, seja por dano material. Primeiro recurso especial das autoras parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente provido. Segundo recurso especial das autoras não conhecido. Recurso da ré conhecido pelo dissídio, mas improvido. # Parágrafo único do art. 20 do CC - lesados indiretos para pleitos relacionados a direito à imagem: Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. - São lesados indiretos no direito à imagem: a) cônjuge sobrevivente b) ascendente c) descendente Como fazer? - Enunciado nº 5 da Jornada de direito civil do STJ. Enunciado nº 5 – Arts. 12 e 20: 1) as disposições do art. 12 têm caráter geral e aplicam-se, inclusive, às situações previstas no art. 20, excepcionados os casos expressos de legitimidade para requerer as medidas nele estabelecidas; 2) as disposições do art. 20 do novo Código Civil têm a finalidade específica de regrar a projeção dos bens personalíssimos nas situações nele enumeradas. Com exceção dos casos expressos de legitimação que se conformem com a tipificação preconizada nessa norma, a ela podem ser aplicadas subsidiariamente as regras instituídas no art. 12. 3. Tutela (proteção) O artigo 12 do CC - medida preventiva ou repressiva. 4. Classificação 4.1 Pilar da Integridade Física > Art. 13 - Tutela ao Corpo Vivo; > Art. 14 - Tutela ao Corpo Morto; > Art. 15 - Autonomia do Paciente ou Livre Consentimento Informado. 4.1.1 Corpo Vivo (Art. 13 CC): Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. 4.1.2 Tutela ao Corpo Morto (art. 14) Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 4.1.3 Autonomia do Paciente ou Livre Consentimento Informado (art. 15) Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. 4.2 Integridade Psíquica ou Moral 4.2.1 Imagem a) Noções: São as características pelas quais alguém pode ser identificado.. b) Aspectos da Imagem I) IMAGEM-RETRATO: É o pôster da pessoa. II) IMAGEM-ATRIBUTO: É o qualitativo social. III) IMAGEM-VOZ: Timbre sonoro identificador. Art. 5º V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 9 manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagemde uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. # Autorização expressa ou tácita # Mitigações à necessidade de autorização? necessária à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública b) Direito à imagem x direito à informação c) Direito a imagem em locais públicos d) Direito à imagem de pessoas pública sou quem estão com elas. Na hora da prova? 01. (FCC – TRT 23 - Analista Judiciário – Área Judiciária/2011) Considere as seguintes publicações: I. Foto de criminoso foragido, condenado e procurado pela Justiça em locais públicos e em jornais de grande circulação. II. Imagem de sambista em anúncio, com objetivo comercial, sem a sua autorização. III. Imagem de grupo folclórico em jornal destinado à divulgação das atividades artísticas da cidade. Cabe proibição, a requerimento da pessoa cuja imagem foi exposta, publicada ou utilizada e sem prejuízo da indenização que couber, APENAS em A) II e III. B) I e II. C) I e III. D) II. E) I. 02. (FCC – TRT 22 - Analista Judiciário – Exec. Mandados/2010) Num comercial exibido na televisão, a imagem de Pedro,sem a sua autorização, aparece correndo numa esteira deacademia. A utilização de sua imagem A) pode ser proibida a seu requerimento e enseja indenização, por se destinar a fins comerciais. B) pode ser proibida a seu requerimento, mas não enseja indenização, por não lhe atingir a honra. C) não pode ser proibida a seu requerimento, por não lhe atingir a honra, mas enseja indenização, por não ter sido autorizada. D) não pode ser proibida a seu requerimento, nem enseja indenização, por não lhe atingir a honra. E) só pode ser proibida e só gera direito à indenização se implicar em ofensa à sua boa fama e respeitabilidade. 4.2.2 Vida Privada ou Privacidade a) Noções b) Aspectos da privacidade I) INTIMIDADE II) SEGREDO OU SIGILO # Enquanto a intimidade é blindada, o segredo não é, pois pode ser relativizado. c) Previsão Legal Há uma proteção constitucional – art. 5º, XII XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; No CC, está previsto no art. 21: Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. 4.2.3 Honra a) Noções É o direito a reputação social, a boa fama. b) Faces da honra I) HONRA OBJETIVA Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Typewriter Súm. 403 STJ Alex Typewriter Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Typewriter reputação perante outros www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 10 II) HONRA SUBJETIVA 4.2.4 Nome (Art 16 a 19 CC) a) Noções O nome é, em regra, composto pelo prenome e sobrenome (patronímico) (art 16). Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. É possível que o nome ainda seja composto pelo agnome (elemento acessório). Limite à escolha do nome: não é possível escolher um nome que venha a expor o titular ao ridículo. O § único do art. 55 da LRP (Lei 6.015/73) Parágrafo único. Os oficiais do registro civil não registrarão prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores. Quando os pais não se conformarem com a recusa do oficial, este submeterá por escrito o caso, independente da cobrança de quaisquer emolumentos, à decisão do Juiz competente. É vedada a utilização do nome em publicações ou representações que exponham ao desprezo público, ainda que inexista intenção difamatória. (art 17). Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. A utilização de nome em propaganda comercial necessita de autorização, sempre (art 18). Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. Ademais, confere o Código Civil proteção ao pseudônimo utilizado para atividades licitas idêntica àquela do nome (art 19). Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. É possível, ainda, a averbação no registro civil do nome utilizado para atividade profissional, conforme regula o art 57 da LRP Art. 57. Qualquer alteração posterior de nome, somente por exceção e motivadamente, após audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do Juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alteração pela imprensa. § 1º Poderá, também, ser averbado, nos mesmos termos, o nome abreviado, usando como firma comercial registrada ou em qualquer atividade profissional. § 2º A mulher solteira, desquitada ou viúva, que viva com homem solteiro, desquitado ou viúvo, excepcionalmente e havendo motivo ponderável, poderá requerer ao Juiz competente que, no registro de nascimento, seja averbado o patrominico de seu companheiro, sem prejuíso dos apelidos próprios, de família, desde que haja impedimento legal para o casamento, decorrente do estado civil de qualquer das partes ou de ambas. § 3º O Juiz competente somente processará o pedido, se tiver expressa concordância do companheiro, e se da vida em comum houverem decorrido, no mínimo, 5 (cinco) anos ou existirem filhos da união. § 4º O pedido de averbação só terá curso, quando desquitado o companheiro, se a ex- esposa houver sido condenada ou tiver renunciado ao uso dos apelidos do marido, ainda que dele receba pensão alimentícia. § 5º O aditamento regulado nesta Lei será cancelado a requerimento de uma das partes, ouvida a outra. § 6º Tanto o aditamento quanto o cancelamento da averbação previstos neste artigo serão processados em segredo de justiça. § 7º Quando a alteração de nome for concedida em rezão de fundada coação ou ameaça decorrente de colaboração com a apuração de crime, o Juiz competente determinará que haja a averbação no registro de origem de menção da existência de sentença conceciva da alteração, sem a averbação do nome alterado, que semente poderá ser procedida mediante determinação posterior, que levará em considerção a cessação da coação ou ameaça que deu causa à alteração. (Acrescentado pela L-009.807-1999) Em relação ao nome vige o denominado principio da imutabilidade relativa, sendo possível a sua alteração: Alex Pencil Alex Pencil Alex Typewriter é a reputação perante si mesmo Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Typewriter ex.: Jr; filho; neto Alex Pencil Alex Typewriter responsabilidade objetiva Alex Pencil Alex Pencil Alex Typewriter dano presumido Alex Pencil Alex Pencil AlexTypewriter Ex.: Xuxa, Pelé Alex Pencil www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 11 - As hipóteses legais de alteração do nome são: a) Casamento (art. 1565, § 1º) b) união estável (na LRP – art 57) c) dissolução do casamento (separação e divórcio) d) dissolução da união estável e) aquisição de nacionalidade brasileira f) em razão de fundada coação ou ameaça decorrente colaboração com proteção de crime – art 58 da LRP g) adoção – pode alterar o prenome e inserir sobrenome h) nome vexatório, que expõe o titular ao ridículo i) Substituição por apelido publico notório (art 58 LRP) j) Modificação no primeiro ano após a maioridade através de decisão judicial (art. 56, da LRP). - A jurisprudência criou ainda outras possibilidades: a) homonímia depreciativa b) transexual c) viuvez 4.3 Direito à Integridade Intelectual Diz respeito às criações do intelecto, a exemplo da Propriedade Intelectual. Como é na hora da prova? 03. (TRE – MATO GROSSO – 2007- FCC). No que concerne aos direitos da personalidade é correto afirmar que a) o pseudônimo adotado para atividades lícitas e ilícitas goza da proteção que se dá ao nome. b) a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte, é válida com objetivo altruístico. c) é lícito o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, mesmo se não houver exigência médica. d) eles são intransmissíveis e irrenunciáveis, em regra, mas o seu exercício poderá sofrer limitação voluntária. e) em se tratando de pessoa pública o nome desta poderá ser utilizado em propaganda comercial, ainda que sem autorização. Direitos da Personalidade Tema IV 1. Introdução e Conceito - A personalidade como centro do ordenamento jurídico nacional, ao revés da pessoa. A relação dos direitos da personalidade no CC é taxativa ou exemplificativa? Súmula 364, STJ - o conceito de impenhorabilidade de bem de família abrange também o imóvel pertencente a pessoas solteiras, separadas e viúvas. E. 274 CJF – Direitos da personalidade são exemplificativos por causa da cláusula geral da dignidade da pessoa humana e são ponderados. 2. Características Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. a) Segundo a Lei: intransmissíveis + irrenunciáveis + impossibilidade de limitação voluntária b) A doutrina alarga: 2.1 Indisponíveis Enunciado nº 4 do CJF. Enunciado 4 – Art.11: o exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral. 2.2 Absolutos 2.3 Extrapatrimoniais 2.4 Inatos (Jusnaturalistas) 2.5 Imprescritíveis # Imprescritível é o direito, não a pretensão de ressarcimento por sua violação. Esta prescreve no prazo de três anos (art 206, p. 3, III, CC). Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Typewriter ex.: Fernandino Beira-Mar Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil Alex Pencil www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 12 Art. 206. Prescreve: § 3º Em três anos: V - a pretensão de reparação civil; 2.6 Vitalícios # Lesados indiretos Art. 12, parágrafo único, do CC: Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. - São lesados indiretos na norma geral: a) cônjuge sobrevivente b) ascendente c) descendente d) colaterais até 4 grau # Exemplo prático de lesado indireto: Resp 521697/RJ. “Caso Garrincha”. REsp 521697 / RJ Ministro CESAR ASFOR ROCHA (1098) T4 - QUARTA TURMA Data do Julgamento: 16/02/2006 CIVIL. DANOS MORAIS E MATERIAIS. DIREITO À IMAGEM E À HONRA DE PAI FALECIDO. Os direitos da personalidade, de que o direito à imagem é um deles, guardam como principal característica a sua intransmissibilidade. Nem por isso, contudo, deixa de merecer proteção a imagem e a honra de quem falece, como se fossem coisas de ninguém, porque elas permanecem perenemente lembradas nas memórias, como bens imortais que se prolongam para muito além da vida, estando até acima desta, como sentenciou Ariosto. Daí porque não se pode subtrair dos filhos o direito de defender a imagem e a honra de seu falecido pai, pois eles, em linha de normalidade, são os que mais se desvanecem com a exaltação feita à sua memória, como são os que mais se abatem e se deprimem por qualquer agressão que lhe possa trazer mácula. Ademais, a imagem de pessoa famosa projeta efeitos econômicos para além de sua morte, pelo que os seus sucessores passam a ter, por direito próprio, legitimidade para postularem indenização em juízo, seja por dano moral, seja por dano material. Primeiro recurso especial das autoras parcialmente conhecido e, nessa parte, parcialmente provido. Segundo recurso especial das autoras não conhecido. Recurso da ré conhecido pelo dissídio, mas improvido. # Parágrafo único do art. 20 do CC - lesados indiretos para pleitos relacionados a direito à imagem: Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. - São lesados indiretos no direito à imagem: a) cônjuge sobrevivente b) ascendente c) descendente Como fazer? - Enunciado nº 5 da Jornada de direito civil do STJ. Enunciado nº 5 – Arts. 12 e 20: 1) as disposições do art. 12 têm caráter geral e aplicam-se, inclusive, às situações previstas no art. 20, excepcionados os casos expressos de legitimidade para requerer as medidas nele estabelecidas; 2) as disposições do art. 20 do novo Código Civil têm a finalidade específica de regrar a projeção dos bens personalíssimos nas situações nele enumeradas. Com exceção dos casos expressos de legitimação que se conformem com a tipificação preconizada nessa norma, a ela podem ser aplicadas subsidiariamente as regras instituídas no art. 12. 3. Tutela (proteção) O artigo 12 do CC - medida preventiva ou repressiva. 4. Classificação 4.1 Pilar da Integridade Física > Art. 13 - Tutela ao Corpo Vivo; > Art. 14 - Tutela ao Corpo Morto; > Art. 15 - Autonomia do Paciente ou Livre Consentimento Informado. 4.1.1 Corpo Vivo (Art. 13 CC): Alex Pencil www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 13 Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. 4.1.2 Tutela ao Corpo Morto (art. 14) Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. 4.1.3 Autonomia do Paciente ou Livre Consentimento Informado(art. 15) Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. 4.2 Integridade Psíquica ou Moral 4.2.1 Imagem a) Noções: São as características pelas quais alguém pode ser identificado.. b) Aspectos da Imagem I) IMAGEM-RETRATO: É o pôster da pessoa. II) IMAGEM-ATRIBUTO: É o qualitativo social. III) IMAGEM-VOZ: Timbre sonoro identificador. Art. 5º V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem; X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. # Autorização expressa ou tácita # Mitigações à necessidade de autorização? necessária à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública b) Direito à imagem x direito à informação c) Direito a imagem em locais públicos d) Direito à imagem de pessoas pública sou quem estão com elas. Na hora da prova? 01. (FCC – TRT 23 - Analista Judiciário – Área Judiciária/2011) Considere as seguintes publicações: I. Foto de criminoso foragido, condenado e procurado pela Justiça em locais públicos e em jornais de grande circulação. II. Imagem de sambista em anúncio, com objetivo comercial, sem a sua autorização. III. Imagem de grupo folclórico em jornal destinado à divulgação das atividades artísticas da cidade. Cabe proibição, a requerimento da pessoa cuja imagem foi exposta, publicada ou utilizada e sem prejuízo da indenização que couber, APENAS em A) II e III. B) I e II. C) I e III. D) II. E) I. 02. (FCC – TRT 22 - Analista Judiciário – Exec. Mandados/2010) Num comercial exibido na televisão, a imagem de Pedro,sem a sua autorização, aparece correndo numa esteira deacademia. A utilização de sua imagem A) pode ser proibida a seu requerimento e enseja indenização, por se destinar a fins comerciais. www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 14 B) pode ser proibida a seu requerimento, mas não enseja indenização, por não lhe atingir a honra. C) não pode ser proibida a seu requerimento, por não lhe atingir a honra, mas enseja indenização, por não ter sido autorizada. D) não pode ser proibida a seu requerimento, nem enseja indenização, por não lhe atingir a honra. E) só pode ser proibida e só gera direito à indenização se implicar em ofensa à sua boa fama e respeitabilidade. 4.2.2 Vida Privada ou Privacidade a) Noções b) Aspectos da privacidade I) INTIMIDADE II) SEGREDO OU SIGILO # Enquanto a intimidade é blindada, o segredo não é, pois pode ser relativizado. c) Previsão Legal Há uma proteção constitucional – art. 5º, XII XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal; No CC, está previsto no art. 21: Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. 4.2.3 Honra a) Noções É o direito a reputação social, a boa fama. b) Faces da honra I) HONRA OBJETIVA II) HONRA SUBJETIVA 4.2.4 Nome (Art 16 a 19 CC) a) Noções O nome é, em regra, composto pelo prenome e sobrenome (patronímico) (art 16). Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. É possível que o nome ainda seja composto pelo agnome (elemento acessório). Limite à escolha do nome: não é possível escolher um nome que venha a expor o titular ao ridículo. O § único do art. 55 da LRP (Lei 6.015/73) Parágrafo único. Os oficiais do registro civil não registrarão prenomes suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores. Quando os pais não se conformarem com a recusa do oficial, este submeterá por escrito o caso, independente da cobrança de quaisquer emolumentos, à decisão do Juiz competente. É vedada a utilização do nome em publicações ou representações que exponham ao desprezo público, ainda que inexista intenção difamatória. (art 17). Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. A utilização de nome em propaganda comercial necessita de autorização, sempre (art 18). Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. Ademais, confere o Código Civil proteção ao pseudônimo utilizado para atividades licitas idêntica àquela do nome (art 19). Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. É possível, ainda, a averbação no registro civil do nome utilizado para atividade profissional, conforme regula o art 57 da LRP Art. 57. Qualquer alteração posterior de nome, somente por exceção e motivadamente, após www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 15 audiência do Ministério Público, será permitida por sentença do Juiz a que estiver sujeito o registro, arquivando-se o mandado e publicando-se a alteração pela imprensa. § 1º Poderá, também, ser averbado, nos mesmos termos, o nome abreviado, usando como firma comercial registrada ou em qualquer atividade profissional. § 2º A mulher solteira, desquitada ou viúva, que viva com homem solteiro, desquitado ou viúvo, excepcionalmente e havendo motivo ponderável, poderá requerer ao Juiz competente que, no registro de nascimento, seja averbado o patrominico de seu companheiro, sem prejuíso dos apelidos próprios, de família, desde que haja impedimento legal para o casamento, decorrente do estado civil de qualquer das partes ou de ambas. § 3º O Juiz competente somente processará o pedido, se tiver expressa concordância do companheiro, e se da vida em comum houverem decorrido, no mínimo, 5 (cinco) anos ou existirem filhos da união. § 4º O pedido de averbação só terá curso, quando desquitado o companheiro, se a ex- esposa houver sido condenada ou tiver renunciado ao uso dos apelidos do marido, ainda que dele receba pensão alimentícia. § 5º O aditamento regulado nesta Lei será cancelado a requerimento de uma das partes, ouvida a outra. § 6º Tanto o aditamento quanto o cancelamento da averbação previstos neste artigo serão processados em segredo de justiça. § 7º Quando a alteração de nome for concedida em rezão de fundada coação ou ameaça decorrente de colaboração com a apuração de crime, o Juiz competente determinará que haja a averbação no registro de origem de menção da existência de sentença conceciva da alteração, sem a averbação do nome alterado, que semente poderá ser procedida mediante determinação posterior, que levará em considerção a cessação da coação ou ameaça que deu causaà alteração. (Acrescentado pela L-009.807-1999) Em relação ao nome vige o denominado principio da imutabilidade relativa, sendo possível a sua alteração: - As hipóteses legais de alteração do nome são: a) Casamento (art. 1565, § 1º) b) união estável (na LRP – art 57) c) dissolução do casamento (separação e divórcio) d) dissolução da união estável e) aquisição de nacionalidade brasileira f) em razão de fundada coação ou ameaça decorrente colaboração com proteção de crime – art 58 da LRP g) adoção – pode alterar o prenome e inserir sobrenome h) nome vexatório, que expõe o titular ao ridículo i) Substituição por apelido publico notório (art 58 LRP) j) Modificação no primeiro ano após a maioridade através de decisão judicial (art. 56, da LRP). - A jurisprudência criou ainda outras possibilidades: a) homonímia depreciativa b) transexual c) viuvez 4.3 Direito à Integridade Intelectual Diz respeito às criações do intelecto, a exemplo da Propriedade Intelectual. Como é na hora da prova? 03. (TRE – MATO GROSSO – 2007- FCC). No que concerne aos direitos da personalidade é correto afirmar que a) o pseudônimo adotado para atividades lícitas e ilícitas goza da proteção que se dá ao nome. b) a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte, é válida com objetivo altruístico. c) é lícito o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, mesmo se não houver exigência médica. d) eles são intransmissíveis e irrenunciáveis, em regra, mas o seu exercício poderá sofrer limitação voluntária. e) em se tratando de pessoa pública o nome desta poderá ser utilizado em propaganda comercial, ainda que sem autorização. Alex Pencil www.cers.com.br CURSO TRIBUNAIS DO TRABALHO 2013 Direito Civil Luciano Figueiredo 16
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