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Gestão Hospitalar
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. João Luiz Souza Lima
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Gestão e Responsabilidade Socioambiental
• Ética Empresarial
• Questão Ambiental
• Questão Ambiental na Empresa
• Plano Ambiental
• Considerações Finais
 · Discutir de dois assuntos sobre os quais muito se tem falado e dis-
cutido no mundo empresarial: a Ética Empresarial e a Responsa-
bilidade Socioambiental. Porém, devemos tomar muito cuidado ao 
abordarmos esses assuntos, para que eles não se tornem apenas um 
modismo passageiro.
 · O gestor deve se utilizar da Ética e da Responsabilidade Social 
como ferramentas mercadológicas, visando à busca da Vanta-
gem Competitiva.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
O gestor deve se utilizar da Ética e da Responsabilidade Social como 
ferramentas mercadológicas, visando à busca da Vantagem Competitiva. 
Assim, a Unidade está estruturada em quatro tópicos que vão nos guiar em 
nossa Disciplina.
São eles:
1. Ética Empresarial;
2. Questão Ambiental;
3. Questão Ambiental na Empresa;
4. Plano Ambiental.
A atividade reflexiva irá explorar o nível de teorização de todos vocês para 
introduzir os conceitos de Ética e Responsabilidade Social e Empresarial e 
os seus impactos sobre a gestão contemporânea.
Também serão disponibilizadas outras indicações de leituras no espaço 
“material complementar”, em “documentos da Disciplina”, e as Referências 
Bibliográficas utilizadas para a elaboração desta Unidade.
ORIENTAÇÕES
Gestão e Responsabilidade 
Socioambiental
UNIDADE Gestão e Responsabilidade Socioambiental
Contextualização
A partir da década de 1970, a Ética empresarial e a questão ambiental sob 
enfoque econômico se tornaram cada vez mais criticadas e analisadas pelos atores do 
mundo globalizado: governos e empresas constituem-se num processo irreversível, 
estimulado pela crescente preocupação das organizações contemporâneas com a 
Ética e com o meio ambiente.
A Empresa, após realizar o Plano Ambiental, deve gerar as ações e os investimen-
tos necessários, definir seu preço/custo, distribuí-lo, promovê-lo e implementá-lo. 
Portanto, um Plano Ambiental deve ser muito bom e deve ter excelente estrutura 
técnica. A etapa final do Processo de Gestão Ambiental é o controle, que é a maneira 
pela qual se identificam falhas na implementação ou na estratégia de gestão.
O gestor deve se utilizar da Ética e da Responsabilidade Social como ferramentas 
mercadológicas, visando à busca da vantagem competitiva.
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7
Ética Empresarial
O gestor deve se utilizar da Ética e da Responsabilidade Social como ferramentas 
mercadológicas, visando à busca da Vantagem Competitiva.
Para entender o significado da palavra Ética, buscamos a concepção filosófica 
do termo, baseado em dois autores: Rohmann (2000) e Sánchez Vázquez (2001).
Para Rohmann (2000), Ética é o estudo dos princípios e do comportamento 
Moral e da natureza do bem. O termo provém do radical grego ethos, que 
significa costume e caráter. Pode-se dividir a Ética em Ética normativa e metaética. 
A primeira considera os princípios da conduta correta e a segunda indaga o uso e 
a fundamentação de conceitos como certo e errado, bem e mal.
Sánchez Vázquez (2001) define Ética como a teoria ou ciência do compor-
tamento moral dos homens em sociedade. A Ética não cria a Moral. Ainda que 
toda Moral suponha normas ou regras de comportamento, não é a Ética que os 
estabelece numa determinada comunidade.
A Ética se depara com uma experiência histórico-social no terreno da Moral, 
ou seja, com uma série de práticas morais já em vigor. Com base nelas, procura 
determinar a essência da Moral, sua origem, as condições objetivas e subjetivas do 
ato moral, as fontes da avaliação moral, a natureza e a função dos juízos morais, os 
critérios de justificação desses juízos e o princípio que rege a mudança e a sucessão 
de diferentes sistemas morais.
Dessa forma, a Ética, voltada para a retidão moral dos atos humanos, é uma 
ciência prática, de caráter filosófico. Sob esse aspecto, a inteligência humana 
adverte para a bondade ou a malícia dos atos livres, haja vista o remorso ou a 
satisfação que se experimenta por ações livremente realizadas.
Porém, o que é o bem e o mal? Ou por que tal ação é boa ou má?
Ao considerar as potências da inteligência, que tende para a verdade, e a da 
vontade, que tende para o bem, quanto mais o homem conseguir atingir essa 
realidade, a verdade e o bem, tanto mais próximo estará de sua realização plena 
e, portanto, mais perto de alcançar a felicidade. A inteligência, iluminada pela 
verdade, considera todas as circunstâncias que envolvem a ação. A consciência 
julga a validade moral dessa ação.
7
UNIDADE Gestão e Responsabilidade Socioambiental
A liberdade confere ao homem a capacidade de escolha. A vontade, livre, adere 
à ação, praticando-a se for boa ou a desprezando, se for má. Se não houvesse livre 
arbítrio, o homem não poderia fazer essa opção pelo bem ou pelo mal. Por essa 
razão, a ação que não se revista de liberdade está destituída de um dos componentes 
essenciais das ações éticas. O homem será tanto mais livre quanto mais sua escolha 
aproximar-se de seus fins existenciais (ARRUDA et al., 2001).
O senso ético no homem é construído constantemente. A Ética se aprende e se 
pratica em casa, na escola, na rua e nas organizações. Ao longo da vida, por meio 
de diferentes experiências, é reforçada ou alterada, mas o certo é que o homem 
anseia pelos melhores valores norteadores de seu comportamento e de seu modo 
de pensar.
Dessa forma, do homem empresário exige-se alto senso ético, especialmente, 
porque de suas atitudes resultarão maiores benefícios ou malefícios a um conjunto 
maior de pessoas.
A Ética nas empresas pode ser entendida como o estudo da forma pela qual as 
normas morais e pessoais se aplicam às atividades e aos objetivos das empresas. 
Não se trata de um padrão moral separado, mas do estudo de como o contexto 
dos negócios cria seus problemas próprios e exclusivos à pessoa que atua como um 
Gerente desse Sistema.
A sociedade está a exigir cada vez mais o comportamento ético por parte das 
empresas. No cotidiano das empresas surgem alguns dilemas, pois as regras de 
mercado e o pluralismo da sociedade apresentam oportunidades e necessidades de 
ação que, a princípio, não parecem dar motivo para dúvidas morais pessoais, mas, 
quando examinados a fundo, representam problemas morais importantes para o 
indivíduo. A Ética está por toda parte.
Há vários comportamentos tidos como antiéticos pelas empresas, entre os quais 
se podem destacar: pagamentos de propinas e subornos; sonegação fiscal e evasão 
de divisas; falsificação de registros contábeis; concorrência desleal; propaganda 
enganosa; más condições de trabalho; assédio sexual no ambiente de trabalho; 
poluição ambiental; tráfico de informações e espionagem industrial.
Não há nenhuma fórmula mágica para auxiliar o administrador na determinação 
daquilo que é certo ou errado. Tais dilemas não são o centro do trabalho de cada 
administrador, e sua resolução está em parte na fundamentação dos valores que ele 
traz para a tarefa, e também em muitas condições que fogem ao controle direto de 
um administrador.
Umas das alternativas para evitar esses comportamentos é o Código de Ética, 
que nada mais é do que a declaração formal das expectativas da Empresa à conduta 
de seus executivos e demais funcionários. Os códigos de Ética não têm a pretensão 
de solucionar os dilemas éticos da organização, mas fornecer critérios ou diretrizes 
para que as pessoas descubram formas éticas de se conduzir.
8
9
Os programas de Ética são desenvolvidos por meio de um processo que envolve todos 
os integrantes da Empresa e que passa pelas etapas de sensibilização, conscientização, 
motivação, capacitação e, fi nalmente, adoção de um código de conduta baseado 
em princípios e valores. Uma vez implantado, deve ser desenvolvido um trabalho de 
acompanhamentoe adequação às circunstâncias internas e externas da Organização, fruto 
das contínuas mudanças inerentes ao desenrolar dos negócios.
Ex
pl
or
Questão Ambiental
A partir da década de 1970, tornam-se cada vez mais numerosas as iniciativas 
para transformar materiais usados em novos produtos, um processo estimulado 
pela crescente preocupação com o meio ambiente. Especialistas alertam para 
o fato de que é preciso, antes de qualquer coisa, diminuir a quantidade de lixo. 
Didaticamente, fala-se nos “três erres”: (1) redução; (2) reutilização; (3) reciclagem.
O primeiro “erre” é realizado por meio do consumo consciente (de produtos 
com embalagens retornáveis, por exemplo). O segundo, pelo reaproveitamento 
de materiais que possam ter nova utilidade. O terceiro, pelo reenvio do lixo não 
orgânico ao processo produtivo, para a fabricação de novos produtos. 
As sociedades pressionam as indústrias a aliar a exploração econômica à 
preservação ambiental, incentivando atividades como a coleta seletiva de lixo e 
a reciclagem.
Redução e Reaproveitamento
 As medidas adotadas para reduzir a produção de lixo e o desperdício de materiais, 
por meio do reaproveitamento, multiplicam-se em vários países. O Japão reutiliza 
90% do lixo sólido, inclusive com a produção de compostos orgânicos para a 
agricultura, e reaproveita a água usada no banho para a descarga no vaso sanitário.
Nos Estados Unidos da América (EUA) e na Europa, as autoridades estão 
eliminando os aterros sanitários. Esses locais, embora planejados para evitar que o 
lixo polua o ambiente, exigem grandes espaços e não são completamente seguros.
Por isso, a melhor solução é reciclar quantidades cada vez maiores de detritos. 
Um decreto da União Europeia (UE) determina que a partir de 2006 os fabricantes 
de automóveis se responsabilizem pelo destino final de 85% do material dos 
veículos. No parque de Kalundborg, na Dinamarca, uma indústria farmacêutica, 
uma fábrica de lambris, uma refinaria de óleo e uma usina de energia reduzem 
resíduos industriais ao dividir o uso de produtos como água refrigerada e gás.
9
UNIDADE Gestão e Responsabilidade Socioambiental
O papel, o alumínio, o vidro e o plástico são os materiais que mais se prestam à 
reciclagem. Além de reduzir a poluição, esse procedimento diminui notavelmente 
o gasto energético e os custos industriais. A fabricação de papel reciclado, por 
exemplo, consome 74% menos energia e 50% menos água que a produção 
convencional. Entre 1970 e 2014, a porcentagem de papel reciclado cresce de 
23% para 87% no mundo inteiro.
Lixo Urbano
Com o crescimento da população e o maior consumo de matérias-primas, a 
quantidade de resíduos sólidos e líquidos vai aumentando cada vez mais, configurando 
outro tipo de ameaça para o meio ambiente e para a sociedade. 
Os principais problemas causados pelo acúmulo de lixo são a proliferação 
de insetos transmissores de doenças, a decomposição de matérias orgânicas 
poluentes, a contaminação do solo e das pessoas que manipulam lixo com 
produtos tóxicos e o acúmulo de materiais não degradáveis. A poluição do solo é 
provocada principalmente pelo lixo urbano, pelos esgotos domésticos e industriais 
e pelos agrotóxicos.
A produção de lixo atinge números impressionantes no mundo. Apenas os 
Estados Unidos (EUA) produzem cerca de 500 milhões de toneladas por ano, uma 
média de 2.000 quilos por habitante. O crescimento econômico, o desperdício de 
materiais e o uso de produtos descartáveis são os principais responsáveis pela cifra.
 A decomposição da parte orgânica biodegradável do lixo (restos de alimentos), 
feita por microrganismos, libera gases e um líquido chamado chorume, ambos 
muito poluentes. Num lixão, esse processo causa a poluição do solo, das águas 
superficiais e subterrâneas e do ar. Além disso, alguns materiais não se degradam 
facilmente, permanecendo no meio ambiente por muito tempo. O vidro, por 
exemplo, leva cerca de 5 mil anos para se decompor. E certos tipos de plástico 
perduram por prazo indeterminado.
O destino mais adequado para o lixo urbano é sua disposição em aterros 
sanitários ou sua incineração, que deve contar com um sistema de tratamento 
para os gases produzidos durante o processo. O ideal, porém, é reciclar a maior 
parte dos materiais e, assim, reduzir a quantidade de lixo. Além disso, é importante 
incentivar o uso de materiais não descartáveis ou biodegradáveis.
 A crescente preocupação com os efeitos das substâncias tóxicas tem produzido 
medidas positivas, como a Convenção de Estocolmo, de 2001, que proibiu a 
produção e o uso de 12 (doze) compostos químicos classificados como poluentes 
orgânicos persistentes (POPs). O acordo foi assinado por representantes de 90 
países, entre eles o Brasil, mas ainda não entrou plenamente em vigor.
10
11
Importante!
Os compostos da “dúzia suja”, como fi caram conhecidos, que comprovadamente 
causam câncer e má-formação em seres humanos e animais, além de outros males 
são os seguintes: Aldrin, Clorano, Mirex, Dieldrin, DDT, Dioxinas, Furanos, PCB, Endrin, 
Heptacloro, HCB e Toxafeno.
Você Sabia?
Sistemas Urbanos
Desde o descobrimento, as atividades econômicas adotadas no Brasil são 
prejudiciais ao ambiente. No início, foi a exploração do pau-brasil, seguida pela 
derrubada sem critério de amplas extensões de mata para a instalação de pastagens 
ou monoculturas, como a cana-de-açúcar e o café. Dessa forma, instalou-se uma 
tradição de práticas danosas, como as queimadas e o corte de árvores, sem o 
cuidado de garantir a reposição das espécies.
Atualmente, agricultores e madeireiras continuam a devastar grandes áreas da 
floresta Amazônica, da Mata Atlântica, do cerrado e da caatinga. O país sofre com 
outros problemas ambientais graves, como as queimadas – que contribuem para o 
aquecimento global e para as alterações climáticas – e o aumento da emissão de 
monóxido de carbono, que afeta a saúde da população das grandes cidades.
 Um estudo do Banco Mundial (BIRD) sobre o Brasil, de 1998, ressalta que 
os poluentes que causam mais danos à saúde da população são o monóxido de 
carbono (CO), emitido pelo setor industrial e de transporte, os coliformes (bactérias) 
existentes nos esgotos residenciais e os metais pesados lançados pelas indústrias.
No caso dos ecossistemas aquáticos, as maiores ameaças são poluentes de 
origem orgânicos produzidos tanto pelos dejetos domiciliares quanto pelas indús-
trias e, ainda, o fósforo, presente em produtos como os detergentes. Em contato 
com o nitrogênio, o fósforo estimula o crescimento de enormes quantidades de 
bactérias azul-esverdeadas. O processo, que deixa as águas de rios e represas 
verdes, provoca a perda de oxigênio e a consequente mortandade de peixes.
Despejado sem tratamento em rios e córregos, ou muitas vezes deixado 
a céu aberto, o lixo contamina as águas da superfície e as subterrâneas. 
A impermeabilização desordenada do solo é um dos motivos do aumento no 
número de enchentes e inundações.
Transformadas em verdadeiras ilhas de concreto, com poucas áreas verdes 
preservadas, as cidades sofrem ainda com a elevação da temperatura e com 
a poluição sonora e visual. Por isso, governos, ONGs e ambientalistas têm se 
dedicado a elaborar programas de preservação e desenvolvimento sustentável 
específico para as grandes cidades e conglomerados urbanos.
11
UNIDADE Gestão e Responsabilidade Socioambiental
O presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou, em julho de 2001, 
o Estatuto da Cidade, Lei que define nova regulamentação para o uso do solo 
urbano. Ela prevê mecanismos como cobrança de IPTU progressivo de até 15% 
para terrenos ociosos, simplificação da legislação de parcelamento, uso e ocupação 
do solo, de modo a aumentar a oferta de lotes, e proteção e recuperação do meio 
ambiente urbano.
Para muitos urbanistas, o Estatuto da Cidade pode trazer benefícios ambientais 
aos grandes centros urbanos ao estimular a instalação da população de baixa renda 
em áreas com infraestrutura.
Com isso, diminuiriaa tendência de os setores sociais excluídos ocuparem áreas 
frágeis ou precárias do ponto de vista ambiental, como mangues, encostas de morro 
e zonas inundáveis. A nova Lei estimula as prefeituras a adotar a sustentabilidade 
ambiental como diretriz para o planejamento urbano e, ainda, prevê normas 
como a obrigatoriedade de estudos de impacto urbanístico para grandes obras, 
como a construção de shopping centers. Também lista, entre os instrumentos do 
planejamento municipal, a gestão orçamentária participativa.
Desenvolvimento Sustentável
O avanço acelerado das características urbano e industrial da sociedade moderna 
tem agravado os impactos ambientais. Cerca de 40% da população do Planeta já 
não dispõe de água suficiente para o dia a dia. Mais de 3 milhões de mortes, a cada 
ano, devem-se a problemas respiratórios decorrentes da poluição do ar.
A contaminação das águas e do solo, o desmatamento, o agravamento do 
efeito estufa e a destruição da camada de ozônio são problemas que atravessam as 
fronteiras formais dos países.
A busca de soluções requer cooperação em nível internacional, além de exigir 
grandes investimentos e mobilização em escala mundial. Nos últimos anos, 
consolidam-se as noções de “responsabilidade comum, mas diferenciada” e 
de “poluidor pagador”. Esses conceitos sinalizam que, embora o mundo inteiro 
deva comprometer-se com o controle ambiental, os países desenvolvidos têm 
responsabilidade especial. Como emitem poluentes em maior quantidade e há mais 
tempo, devem ter metas de redução mais altas e dar ajuda financeira às nações 
pobres, como compensação pela poluição que causam.
O conceito que norteia as discussões atuais sobre proteção do meio ambiente 
é o de Desenvolvimento Sustentável. Definido em 1987, no relatório Nosso 
Futuro Comum, da Organização das Nações Unidas (ONU), propõe atender às 
necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras 
acatarem as próprias necessidades. Pressupõe, portanto, a utilização de formas 
mais racionais de exploração da natureza, baseadas em Tecnologias não predatórias 
que preservem o equilíbrio ecológico. Esse estudo alerta também para o vínculo 
estreito entre pobreza e degradação ambiental.
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A Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada 
em Estocolmo, na Suécia, em 1972, é o primeiro grande evento da ONU que 
discute as questões ambientais. Realizado no período da Guerra Fria, o encontro 
não chega a definir políticas efetivas por causa das divergências entre os países dos 
blocos capitalista (liderado pelos Estados Unidos – EUA) e socialista (encabeçado 
pela União Soviética – URSS). Um dos poucos resultados efetivos foi à criação 
do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Ainda assim, 
o fórum colocou em pauta questões importantes, como a proposta de repasse de 
parte do Produto Interno Bruto (PIB) das nações ricas para os países pobres, como 
forma de auxiliá-los na resolução de problemas ambientais.
Em 1982, ocorre novo encontro, em Nairóbi, no Quênia, durante o qual se 
constata não ter havido avanços consideráveis desde a Conferência de Estocolmo. 
A reunião limita-se a avaliar o plano de ação aprovado dez anos antes, sem definir 
uma política global.
O debate ambiental ganha impulso em 1992, com a Conferência das Nações 
Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, no Rio de Janeiro, no Brasil. 
O evento, que ficou conhecido como ECO-92 ou Rio-92, faz novo balanço tanto 
dos problemas existentes quanto dos progressos realizados e elabora documentos 
importantes que continuam atualmente a ser referência para as discussões.
Duas convenções são aprovadas nesse momento: uma sobre biodiversidade 
e outra sobre mudanças climáticas. Outro resultado positivo é a assinatura da 
Agenda 21, um plano de ação com metas para a melhoria das condições ambien-
tais do Planeta. Grande número de organizações não governamentais participa 
da ECO-92 e realiza de forma paralela o Fórum Global, que aprova a Declaração 
do Rio (ou Carta da Terra). Segundo esse documento, os países ricos têm maior 
responsabilidade na preservação do Planeta. E, se os avanços tecnológicos em 
Curso não forem suficientes para assegurar a integridade da biosfera, será neces-
sário diminuir o padrão de produção e consumo, especialmente nessas nações.
Outro fórum mundial é realizado em 2002, em Johanesburgo, na África do 
Sul. Com o nome de Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, a 
Rio+10, como também fica conhecida, integra o conjunto de iniciativas da ONU 
para reduzir pela metade o número de pessoas que vivem abaixo da linha de 
pobreza (com menos de 1 dólar por dia) até 2015. Também são discutidas questões 
importantes sobre fornecimento de água e saneamento, energia, saúde, agricultura 
e biodiversidade. Sua pauta previu a implementação da Agenda 21 por meio de 
parcerias entre governos e sociedade civil.
A meta é avaliar as ações tomadas em defesa do meio ambiente e discutir 
novas estratégias de desenvolvimento que não comprometam o patrimônio eco-
lógico do planeta.
No evento, não fica definido nenhum compromisso das nações desenvolvidas 
como o cancelamento das dívidas dos países mais pobres, uma questão considerada 
essencial para a redução da pobreza e a consequente defesa do meio ambiente. 
13
UNIDADE Gestão e Responsabilidade Socioambiental
Um dos poucos progressos obtidos refere-se ao abastecimento de água. Os países 
concordam com a meta de reduzir pela metade o número de pessoas que não têm 
acesso à água potável nem a saneamento básico, até 2015.
Outro acordo assumido prevê a recuperação, também até 2015, dos estoques 
de peixes por meio do controle da pesca oceânica, para que as espécies possam 
reproduzir-se antes de ser capturadas. Os demais itens da Agenda 21, ainda que 
adotados, ficam sem definição de metas ou prazos.
O principal caminho para enfrentar globalmente os problemas ambientais tem 
sido a criação de fóruns de discussão e a aprovação de documentos nas conferências 
internacionais promovidas pela Organização das Nações Unidas (ONU) a cada 
dez anos. Esses documentos são as chamadas convenções, cujos textos regulam e 
coordenam a ação dos países que as adotam.
As primeiras conferências procuraram definir, de imediato, convenções que 
detalhassem os direitos e os deveres dos envolvidos, para só depois entrar em vigor. 
Esse procedimento se mostrou demorado, desgastante e ineficaz: os problemas 
ambientais se avolumavam, e poucas medidas eram adotadas. Foi assim em 1972 
e em 1982.
Nas conferências seguintes (1992, 2002 e 2012), a ONU adotou um novo 
método. Passou-se a definir convenções gerais, apenas com propostas de consenso. 
Os países concordantes assinam e, nos anos subsequentes, podem ratificá- 
-las. O passo seguinte: os países enviam delegações para participar de comitês 
ou convenções, que se reúnem anualmente para aprofundar as discussões sobre 
o documento original. Daí resulta a redação de um protocolo que detalha outras 
propostas de lei conjuntas. Na ECO-92, por exemplo, foi assinada a Convenção 
sobre Mudanças Climáticas. O aprofundamento dela resultou no Protocolo 
de Kyoto, de 1997, que pormenorizou metas para reduzir a emissão de gases 
causadores do efeito estufa.
Para que uma convenção e os protocolos entrem em vigor, é preciso que cada 
país os aprove e os ratifique. Ao fazer isso, ele se compromete a adotá-los com leis 
internas, o que geralmente implica metas a serem cumpridas. Em contrapartida, 
passa a gozar de benefícios, como a transferência de Tecnologias, intercâmbios de 
estudo e acesso a recursos financeiros para desenvolver seu programa.
Dois quóruns são habitualmente exigidos para que as novas regras entrem em 
vigor no mundo, e eles podem ou não se sobrepor: um número mínimo de países 
ratificantes e um número de nações que, juntas, respondam por uma porcentagem 
expressiva da produção do impacto ambiental que se quer diminuir. Por exemplo: 
50 países e/ou um conjunto de paísesque respondam por 55% da produção de 
um gás prejudicial ao ambiente.
Uma vez que o documento entra em vigor no mundo, as nações que não o 
assinaram podem sofrer restrições, como dificuldade para exportar produtos e 
para obter transferência de Tecnologias e recursos do Banco Mundial, do Banco 
14
15
Interamericano de Desenvolvimento (BID) e de bancos privados ou de outras 
organizações de atuação específica da ONU.
A Convenção de Viena para a Proteção da Camada de Ozônio foi criada em 
1985 e conta com a ratificação de 196 países e territórios.
Importante!
Em 1987, foi assinado o Protocolo de Montreal, que objetiva erradicar gradualmente 
as substâncias nocivas à camada de ozônio, entre elas os clorofl uorcarbonos (CFCs), os 
hidros clorofl uorcarbonos (HCFCs) e o brometo de metila, usado como solvente.
Você Sabia?
Um ambiente de expectativas, indefinição e principalmente de divergências e 
impasse antecedeu os preparativos para a Conferência da Organização das Nações 
Unidas sobre Mudança do Clima, agendada para ocorrer no período de 7 a 18 de 
dezembro de 2009, em Copenhague, na Dinamarca.
Esperava-se da Conferência, com representantes de 189 países, um acordo 
global para uma segunda etapa do Protocolo de Kyoto. A primeira, que é o 
protocolo propriamente dito, vigoraria somente até o ano de 2012 e, se nada 
fosse encaminhado para substituí-lo, a questão do aquecimento global ficaria num 
vácuo, sem um novo acordo legal em vigor.
Em 2011 e 2012 ocorreram, respectivamente, a Convenção de Johanesburgo 
na África do Sul e a Rio+20. Em 2014, ocorreu a Convenção do Clima em New 
York. Em 2015, ocorreu a Convenção do Clima de Paris (França). 
O Papa Francisco publicou a sua tão famosa Encíclica Laudato Si (Louvado 
Seja) sobre a questão ambiental e o Presidente Norte-Americano Barack Obama 
propôs leis para a preservação ambiental nos EUA e no mundo.
Apesar da importância do problema proposto, que é a necessidade de frear 
o aquecimento global, os encontros preparatórios foram tomados por impasses 
diplomáticos, calcados nos interesses econômicos envolvidos.
Definir acordos globais em que há perdas econômicas e custos é historicamente 
um desafio que separa os países ricos dos pobres, sempre ameaçado pela possibi-
lidade do fracasso.
Produtos transgênicos
A oposição ao desenvolvimento de plantas transgênicas – vegetais modificados 
geneticamente em laboratório – cresce a partir de 1999, quando ocorrem pro-
testos em diversos países europeus contra a introdução indiscriminada de seus 
subprodutos no mercado.
Essas manifestações forçam as empresas envolvidas a adotar postura mais 
cautelosa. Elas estão colocando menos novidades no Mercado, enquanto tentam 
15
UNIDADE Gestão e Responsabilidade Socioambiental
convencer os opositores de que seus produtos são seguros. Além disso, estão 
evitando recorrer à introdução de novos genes na tentativa de melhorar os alimentos 
— em vez disso, procuram chegar ao mesmo fim apenas estudando com mais 
precisão os genes já existentes nas plantas e animais.
A crítica aos transgênicos leva a uma diminuição de cerca de 3% da área 
cultivada com esse tipo de semente nos Estados Unidos, em 1999. Ainda assim, 
quase metade dos vegetais que chegam à mesa dos americanos é transgênica; 50% 
do milho e da soja cultivados são geneticamente modificados. O arroz transgênico 
também é cultivado em larga escala no Hemisfério Norte. A mandioca, a batata 
e a banana transgênicas devem ser introduzidas em breve na América do Sul, na 
África e na Ásia.
Em 2000, para conseguir uma postura mais favorável aos seus produtos, a empresa norte-
americana Monsanto (adquirida recentemente pela Bayer), a maior do mundo no setor, libera 
do pagamento de royalties o chamado arroz dourado, um grão modificado geneticamente. 
A grande vantagem desse arroz sobre outras variedades é ser rico em betacaroteno, 
o precursor da vitamina A. Como o arroz é alimento básico de 75% da população pobre 
mundial, a empresa considera estar contribuindo para o combate à desnutrição.
Ex
pl
or
Outro reflexo dessa discussão é a assinatura do Protocolo de Cartagena, por 
representantes de 130 países. O acordo é fechado em janeiro de 2000, durante 
reunião da ONU realizada em Montreal, Canadá. O texto do documento procura 
regulamentar, internacionalmente, a produção e o consumo de plantas transgênicas. 
Os países signatários se comprometem, entre outras coisas, a informar sempre que 
um produto possa conter organismos geneticamente modificados. Essa rotulagem 
dá a possibilidade de opção ao comprador e ajuda a evitar que sementes alteradas 
sejam introduzidas sem nenhum controle na natureza.
Em 2001, vários acontecimentos influenciam o movimento crescente na agricul-
tura pela introdução de genes novos em plantas e animais comestíveis — os novos 
pedaços de DNA são geralmente tirados de outras espécies e servem para provocar 
uma mudança que interessa aos plantadores, comerciantes e consumidores.
Uma dessas experiências, anunciada em janeiro de 2001, pelo norte-americano 
Gerald Schatten, da Universidade Stanford, na Califórnia, é o surgimento de um 
macaco luminoso criado a partir da inclusão de um gene de uma alga fluorescente. 
É a primeira vez que se faz esse tipo de alteração em um primata. O objetivo 
desse experimento não é comercial, mas o de ampliar ainda mais o conhecimento 
das técnicas de engenharia genética usadas nos transgênicos. Espera-se que esses 
testes em macacos geneticamente modificados, que se tornam suscetíveis aos 
males, ajude a entender melhor certas doenças.
 Nesse mesmo ano, uma equipe australiana mostra os riscos da Engenharia 
Genética ao produzir, acidentalmente, um vírus mortal em laboratório. O micróbio, 
que é uma variante do vírus da varíola, dizimou os ratos usados na experiência.
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17
Desde o final da década de 1970, pesquisadores do mundo inteiro começaram 
a transferir genes de um organismo animal ou vegetal para outro, alterando suas 
características naturais.
Com isso, tornaram possível criar porcos com menos gordura na carne, plantar 
feijão com mais proteína nos grãos ou soja resistente a herbicidas. O lançamento da 
soja transgênica no mercado aumenta a polêmica sobre a biotecnologia, em 1999.
Essa planta tem em suas células um gene que não faz parte do organismo 
de nenhum vegetal. Retirado de uma bactéria, a agrobacterium, ele controla a 
fabricação de uma proteína, conhecida pela sigla EPSPS, que bloqueia a ação dos 
herbicidas. Isso permite eliminar o mato sem risco de prejudicar a planta cultivada.
Os críticos dos alimentos geneticamente alterados dizem que a Ciência não tem 
controle total sobre o funcionamento dos genes. Para eles, as pesquisas devem 
ser aprofundadas antes que os novos produtos sejam liberados. No caso da soja 
modificada, existe o temor de que a substância EPSPS provoque efeitos inesperados 
no organismo dos consumidores, como alergias ou outro tipo de doença. Mesmo 
que o gene tenha sido preparado em Laboratório para funcionar apenas nas folhas, 
e não nos grãos – a parte comestível da planta, não há como garantir que ele se 
desenvolverá da forma prevista.
Além da aplicação da Biotecnologia pela indústria alimentícia, plantas e 
animais vêm sendo alterados para outras finalidades, como a produção de tecidos. 
Em 1999, um algodão que nasce nas cores verde, vermelho ou amarelo, conforme 
o interesse do produtor é produzido nos EUA.
Outra linha de pesquisa avançada é a da modificação de organismos para a 
produção de medicamentos. Na Escócia, o Instituto Roslin – o mesmo que fez a 
clonagem da ovelha Dolly – cria carneiros em cujo leite é gerada uma droga que 
estimula a coagulação do sangue. Chamada de Fator IX, ela deverá ser empregada 
no combate à hemofilia.
Em junho de 2002, o Brasil deu os primeiros passos para a produção de trans-
gênicos, com a aprovação do plantio pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Na Europa, o Parlamento Europeu cria medidas mais rigorosas, como a rotulagem 
compulsóriapara alimentos geneticamente modificados. Em setembro, o governo 
americano e a Pioneer anunciaram que a empresa teria eliminado da sua soja o 
gene P34, que causa as reações alérgicas decorrentes do alimento. Em outubro, os 
japoneses teriam achado a enzima lacrimejante da cebola. A descoberta pode levar 
à produção de cebolas transgênicas, que não fazem chorar.
O Governo brasileiro deu passos importantes, em 2003, para controlar 
o plantio, a venda e o consumo de transgênicos. O primeiro foi um Decreto 
determinando que os rótulos dos produtos devam informar que se trata de alimentos 
geneticamente modificados. As empresas resistiam à rotulagem, mas ela vem sendo 
adotada no mundo todo. O Governo também anunciou a criação de uma comissão 
interministerial, que ficará encarregada de regulamentar toda atividade associada a 
esse tipo de alimento.
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UNIDADE Gestão e Responsabilidade Socioambiental
Matriz Energética brasileira
A Matriz Energética é o conjunto dos recursos de energia e seu uso na sociedade. 
O balanço entre a produção e o consumo é feito pelo Ministério das Minas e 
Energia (MME) e consolidado no relatório Balanço Energético Nacional (BEN).
A matriz divide-se em dois aspectos. Primeiro, os materiais usados (petróleo, 
água, carvão mineral, gás natural etc.) e as Tecnologias de geração, como mecânica, 
térmica, nuclear, solar e eólica. Depois, a forma do consumo: eletricidade, 
combustível e queima industrial ou doméstica, entre outros. Cabe ao Governo 
brasileiro planejar, organizar e definir políticas de uso dos combustíveis na matriz.
As diretrizes para o setor são definidas pelo Comitê Nacional de Política 
Energética e implementadas pelo MME.
A regulamentação, inclusive a definição de preços, políticas localizadas e 
fiscalização, são feitas pelas agências criadas nos anos 1990, após as privatizações, 
com destaque para a ANEEL (eletricidade), ANP (petróleo e derivados, gás natural e 
álcool) e ANA (água). O planejamento deve considerar a participação dos recursos 
renováveis para um crescimento sustentável e o impacto ambiental na saúde da 
população e na Economia.
Para elaborar a Matriz, é preciso usar uma padronização entre os diferentes 
materiais e processos. O padrão internacional é converter o potencial calórico de 
cada recurso de energia pelo seu equivalente ao de um barril de petróleo (BEP = 
Barril Equivalente de Petróleo). A unidade BEP, por sua vez, dá origem à unidade 
TEP (Tonelada Equivalente de Petróleo).
Questão Ambiental na Empresa
No princípio, as organizações precisavam preocupar-se apenas com a eficiência 
dos sistemas produtivos. Até a década de 1960, essa foi à mentalidade predominante 
na prática da Administração, refletindo a noção de mercados e recursos ilimitados.
Em curto espaço de tempo, essa noção revelou-se equivocada, pois ficou evidente 
que o contexto de atuação das empresas tornava-se, a cada dia, mais complexo e 
que o processo decisório sofreria restrições cada vez mais severas.
Um dos componentes importantes dessa reviravolta nos modos de pensar e agir 
envolve o crescimento da consciência ecológica, na sociedade, no governo e nas 
próprias empresas, que passaram a incorporar essa orientação em suas estratégias.
O impacto dessa revolução pode ser observado na mudança de ênfase da teoria da 
administração: passa-se a preocupação com novos conceitos, como stakeholders, 
Ética e variável ecológica, entre outros.
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O conceito de Desenvolvimento Sustentável é a nova palavra de ordem desde 
que a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente da Organização das Nações Unidas 
(ONU) publicou seu relatório, em abril de 1987, sob a denominação de “Nosso 
Futuro Comum”, que teve sua inspiração na Primeira Conferência das Nações 
Unidas sobre Meio Ambiente, realizada em 1972, em Estocolmo (Suécia).
O relatório produzido pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento das Organizações das Nações Unidas não é uma previsão de 
decadência, pobreza e dificuldades ambientais cada vez maiores num mundo 
cada vez mais carente de recursos. Deve ser entendido como a possibilidade do 
surgimento de uma nova era de crescimento econômico, que se apoie em políticas 
que mantenham e expandam a base dos recursos naturais.
Nesse documento, a esperança da Comissão está condicionada a uma ação 
política decisiva, que deve ser empreendida já por todos os povos, para que se 
começa a administrar os recursos naturais no sentido de assegurar o progresso 
humano continuado e a sobrevivência da Humanidade.
A Economia Brasileira caracterizou-se historicamente por ciclos que enfatizam a 
exploração de determinados recursos naturais. As estratégias de desenvolvimento 
adotadas também assumem essa mesma característica ao privilegiar o crescimento 
econômico de curto prazo, mediante a modernização maciça e acelerada dos meios 
de produção.
A industrialização, a implantação de grandes projetos de infraestrutura e a 
exploração de recursos minerais e agropecuários para fins de exploração fazem 
parte das estratégias que têm produzido importante impacto negativo no meio 
ambiente. Isso tudo, aliado ao acelerado processo de urbanização, causou profunda 
degradação do ambiente.
Após a Primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, com a 
criação da Secretaria Especial de Meio Ambiente, inaugurou-se nova fase no Brasil, 
na qual se manifesta uma vontade política no tratamento explícito da problemática 
ambiental como suporte à vida, e não apenas fonte de recursos.
Mais tarde, com a criação do Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento 
(PND) para o período de 1975/79, em seu capítulo sobre desenvolvimento urbano, 
controle da poluição e preservação do meio ambiente, define uma prioridade para 
o controle da poluição industrial por meio de normas antipoluição e de uma política 
de localização industrial nas regiões densamente urbanizadas.
Essa mudança de orientação governamental se consubstancia por meio da 
publicação de várias leis, entre as quais a Lei Federal nº 6803 de 1980, a Lei de 
6938 de 1981 e o Decreto do Executivo nº 88351, que resultam na criação de 
diversos agentes de controle ambiental, em nível federal, estadual e municipal.
Como consequência, atitudes e medidas racionais para proteger e conservar o 
meio ambiente tornou-se rapidamente condição sine qua non para a realização de 
bons negócios e para a própria sobrevivência das empresas no mercado.
19
UNIDADE Gestão e Responsabilidade Socioambiental
Nesse quadro, firma-se o conceito de Excelência Ambiental, que avalia a 
indústria não só por seu desempenho produtivo-econômico, mas também por sua 
performance em relação ao meio ambiente.
Essa evolução levou algumas organizações a integrar o controle ambiental à sua 
gestão administrativa, projetando-o nas mais altas esferas de decisão. Olhar o futuro, 
horizontalizar a análise e planejar corporativamente passou a ser o caminho natural. 
A proteção ambiental deslocou-se mais uma vez, deixando de ser uma função 
exclusiva de produção para tornar-se, também, uma função da administração.
Importante!
Em abril de 1987, o Relatório da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e 
Desenvolvimento denominado “Nosso Futuro Comum” disseminou a expressão de 
“desenvolvimento ecologicamente sustentado”. 
Você Sabia?
O conceito de Desenvolvimento Sustentado tem três vertentes principais:
• Crescimento econômico;
• Equidade social;
• Equilíbrio ecológico.
Esse conceito apresenta pontos básicos que devem considerar de maneira 
harmônica crescimento econômico, maior percepção com os resultados sociais 
decorrentes e equilíbrio ecológico na utilização dos recursos naturais.
Na visão empresarial, prevalece a ideia de que a preocupação com a questão 
ambiental aumenta as despesas e o custo do processo produtivo. Porém, algumas 
empresas têm demonstrado que é possível proteger o meio ambiente e, com certa 
dose de criatividade, transformaram as restrições e as ameaças ambientais em 
oportunidades de negócios. Entre essas oportunidades,podem ser citados:
• O reaproveitamento dos resíduos internamente ou sua venda para outras 
empresas por meio de bolsas de resíduos ou negociações bilaterais;
• A reciclagem de materiais que tem trazido grande economia de recursos para 
as empresas;
• O desenvolvimento de novos processos produtivos com a utilização de tec-
nologias mais limpas para ambiente se transforma em vantagens competi-
tivas possibilitando, até mesmo, a venda de patentes;
• O desenvolvimento de novos produtos para um Mercado cada vez maior de 
consumidores conscientizados com a questão ecológica;
• A geração de materiais de grande valor comercial a partir de lodo tóxico, 
estações portáteis de tratamento;
• As mini-usinas de uso de pequenas empresas;
20
21
• O aparecimento de um Mercado de Trabalho promissor ligado à variável 
ambiental, que deverá envolver auditores ambientais, gerentes de meio 
ambiente, advogados ambientais, bem como o incremento de novas funções 
técnicas específicas.
O Marketing e a Logística Empresarial têm consagrado grandes esforços em 
estudos e aperfeiçoamentos, em universidades e empresas modernas, à disciplina 
dos “canais de distribuição” e da “distribuição física” dos bens produzidos. Essa 
preocupação se justifica não somente pela oportunidade dos custos envolvidos, mas 
também pela possível diferenciação dos níveis de serviço oferecidos em mercados 
globalizados e extremamente competitivos da atualidade, em técnicas e filosofias 
empresariais modernas como, por exemplo:
• Gerenciamento da Qualidade Total (TQM);
• Just-in-Time (JIT) ou Bem-no-Tempo (BET);
• Tecnologia da Informação (TI) em Logística;
• Logística Reversa.
A Logística Reversa é caracterizada pelos sistemas integrados de gerenciamento 
do fluxo dos produtos depois de finalizada sua utilidade original e que retornam ao 
ciclo produtivo de alguma maneira. Distinguem-se dois subsistemas no âmbito da 
Logística Reversa: os canais reversos de reciclagem e os canais reversos de reuso.
No contexto de desenvolvimento sustentável, a Universidade exerce um 
papel fundamental na disseminação desse conceito e em seu amadurecimento, 
funcionando como uma incubadora, um laboratório, para o desenvolvimento de 
ideias, projetos e planos, formando profissionais capacitados a interagir com a 
nova demanda ambiental do Mercado.
Desse modo, a Universidade deve estar sempre atenta às novas exigências do 
mercado de trabalho e às novas tendências.
Recentemente, a preocupação com a destinação final de produtos sólidos gerou 
o conceito de Logística Reversa, o qual se constitui numa Disciplina em vários 
Cursos oferecidos à comunidade acadêmica.
Os Canais de Distribuição Reversos de Pós-Venda são constituídos por diferentes 
formas e possibilidades de retorno de uma parcela de produtos, com pouco ou 
nenhum uso, que fluem no sentido inverso, do consumidor ao varejista ou ao 
fabricante, do varejista ao fabricante, entre as empresas, motivados por problemas 
relacionados à qualidade em geral ou a processos comerciais entre empresas, 
retornando ao ciclo de negócios de alguma maneira.
A Logística inclui o gerenciamento de fluxos de matérias-primas, desde a sua 
obtenção junto ao fornecedor até o seu armazenamento na empresa (Logística 
de Entrada). Por outro lado, envolve a movimentação do produto acabado que 
sai da produção até a sua entrega ao cliente, no respectivo mercado de consumo 
(Logística de Saída).
21
UNIDADE Gestão e Responsabilidade Socioambiental
De acordo com o Council of Logistic Management (USA), Logística é o processo 
de planejamento, implementação e controle do fluxo e armazenamento de bens 
e serviços, com eficiência e economia, bem como as informações a ele relativas, 
desde o ponto de origem até o ponto de consumo, satisfazendo as exigências dos 
clientes (LIMA, 2003).
De acordo com Lima (2003), o conceito de Logística Reversa pode ser sintetizado 
em “o final é o princípio”.
Por Logística Reversa se entende a área da Logística Empresarial que planeja, opera e 
controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes ao retorno dos bens de pós- 
-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios ou ao ciclo produtivo por meio de canais de 
distribuição reversos, agregando-lhes valores de diversas naturezas: econômico, ecológico, 
legal, logístico e de imagem corporativa, entre outros.
Ex
pl
or
Plano Ambiental
O Profissional de Gestão deve criar um Plano Ambiental para a Empresa, vi-
sando a um determinado produto ou linha de produtos. No caso de uma pequena 
Empresa, ele pode abranger as atividades operacionais da Empresa como um todo.
A seguir, apresenta-se um roteiro das informações e componentes que um Plano 
Ambiental deve conter:
• Página de rosto;
• Resumo executivo;
• Índice;
• Introdução;
• Análise do ambiente organizacional;
• Planejamento ambiental da organização;
• Logística reversa;
• Implementação e controle do plano;
• Resumo;
• Apêndice: análise financeira, análise mercadológica e análise ambiental;
• Referências.
A Página de Rosto permite ao Plano Ambiental uma aparência profissional e 
facilita sua identificação. Ela deve conter as seguintes informações:
• Nome Organização, a qual será objeto do Plano Ambiental;
• Período abrangido pelo Plano;
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• Nome(s) e cargo(s) de quem apresentou o Plano;
• Data em que o Plano está sendo apresentado.
O Resumo Executivo sintetiza os elementos do Plano Ambiental num máximo 
de 3 (três) páginas e fornece informações úteis para os executivos que desejam 
familiarizar-se com o Plano, mas não precisam conhecer seus detalhes.
Nele, deve-se explicitar a oportunidade básica identificada e a estratégia global 
de aproveitamento dessa oportunidade. Também é útil inserir nesse ponto um 
resumo do orçamento financeiro envolvido.
O Índice, que lista todas as seções do Plano Ambiental e o número das páginas 
em que elas se concentram, ajuda os profissionais de Gestão Ambiental a verificar 
se o plano está completo e bem organizado. Se o Plano Ambiental contiver muitas 
Tabelas e Figuras, é conveniente listá-las depois do Índice.
A Introdução apresenta os antecedentes necessários ao entendimento do 
Plano. Para uma nova situação como, por exemplo, a consolidação do Plano 
Ambiental na Empresa e das razões pelas quais se espera obter sucesso como o 
empreendimento. Ela também pode adiantar para o leitor sobre qual assunto o 
resto do Plano discorrerá.
A Análise do Ambiente traz as condições relevantes ao provável sucesso do 
Plano. Ela descreve onde a organização se encontra no momento. Inclui uma 
“análise do setor”, isto é, uma seção que descreve o ambiente competitivo. A 
análise do setor abrange questões como quem são os concorrentes, qual a par-
ticipação de mercado, forças e fraquezas de cada um e quais as chances de que 
novos concorrentes ingressem no mercado.
O Planejamento Ambiental abrange os objetivos de Gestão Ambiental, o 
público alvo, composto de marketing (especificando as estratégias escolhidas 
para o principal produto da Instituição: venda do conhecimento). Além da análise 
do produto, serão abordados outros compostos de marketing, tais como: preço, 
distribuição no mercado e promoção, e justifica por que cada um desses elementos 
foi mencionado.
A Logística Reversa entra no Plano como um diferencial da Instituição junto 
à comunidade externa, na qual a Empresa irá receber itens nocivos ao meio 
ambiente, após a sua vida útil, tais como: baterias de celular, baterias automotivas, 
pilhas, acumuladores em geral etc.
A partir da recepção dos itens citados, a Instituição se encarregará de devolver 
os resíduos aos respectivos fabricantes.
A Implementação e Controle especificam quem será responsável pelas 
campanhas, devendo fornecer, também, um cronograma. Normalmente, um Plano 
Ambiental abrange um ano, embora alguns cubram um período de 5 (cinco) anos.
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UNIDADE Gestão e Responsabilidade Socioambiental
Nessa parte, é preciso, também, explicitar como será mensurado o sucesso ou o 
fracasso. Via de regra,isso é determinado pela comparação entre os resultados da 
implementação do Plano e os objetivos estratégicos da Organização.
O Resumo do Plano Ambiental assemelha-se ao Resumo Executivo, mas pode 
ser um pouco mais extenso e detalhado.
A Análise Financeira do Plano Ambiental pode figurar como apêndice. Ela deve 
conter uma previsão das receitas e a estimativa dos gastos envolvidos na implemen-
tação do plano, de forma que se possa ter uma estimativa de lucros resultantes. 
Os itens a serem incluídos na estimativa de gastos são: comercial, materiais, Recur-
sos Humanos, financeiros, administrativos, tecnológicos, equipamentos etc.
As Referências servem para listar todas as fontes de informação utilizadas na 
compilação do Plano Ambiental.
Considerações Finais
Vimos o quanto às mudanças no ambiente de negócios afetam decisivamente 
a estratégia de a Organização alcançar seus objetivos e metas de Mercado, 
principalmente em se tratando de um Mercado globalizado.
A partir da década de 1970, a questão ambiental sob enfoque econômico se 
tornou cada vez mais criticada e analisada pelos atores do mundo globalizado: 
governos, empresas e entidades ligadas ao meio ambiente. A Gestão Ambiental, 
portanto, constitui-se num processo irreversível estimulado pela crescente 
preocupação das organizações contemporâneas com o meio ambiente.
A Empresa, após realizar o Plano Ambiental, deve gerar as ações e investimentos 
necessários, definir seu preço/custo, distribuí-lo, promovê-lo e implementá-lo. 
Portanto, um Plano Ambiental deve ser muito bom e deve ter uma excelente estrutura 
técnica. A etapa final do Processo de Gestão Ambiental é o controle, que é a maneira 
pela qual se identificam falhas na implementação ou na estratégia de Gestão.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
IBAMA
Site Institucional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos 
Naturais Renováveis;
http://www.ibama.gov.br/
ONUBR – Nações Unidas no Brasil
Site Institucional da Organização das Nações Unidas (ONU) na RIO + 20.
http://www.onu.org.br
 Livros
Nosso Futuro Comum
COMISSÃO Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso Futuro 
Comum. Rio de Janeiro: FGV, 1991;
Gestão Ambiental – Responsabilidade Social e Sustentabilidade
DIAS, Reinaldo. Gestão Ambiental – Responsabilidade Social e Sustentabilidade. São 
Paulo: Atlas, 2011.
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UNIDADE Gestão e Responsabilidade Socioambiental
Referências
ARRUDA, Maria Cecília Coutinho de; WHITAKER, Maria do Carmo; RAMOS, 
José Maria Rodriguez. Fundamentos de Ética empresarial e econômica. São 
Paulo: Atlas, 2001.
BARBIERI, J. C. Gestão Ambiental Empresarial. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
CHOWDHURY, S. et al. Administração no século XX – O Estilo de Administrar 
Hoje e no Futuro. São Paulo: Prentice Hall, 2006.
COMISSÃO Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Nosso Futuro 
Comum. Rio de Janeiro: FGV, 1991.
DONAIRE, D. Gestão Ambiental na Empresa. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999.
LEITE, P. R. Logística Reversa. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
LIMA, J. S. L. Proposta Metodológica para a Implementação da Reengenharia 
de Processos em Empresas dos Segmentos Químico e Petroquímico Brasileiro. 
1996. Dissertação de Mestrado. (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo –
PUC-SP). São Paulo, 1996.
LIMA, J. S. L. Tecnologia, Novas Formas de Gerenciamento e Desemprego 
Industrial. 2003. (Tese de Doutorado defendida na Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo –PUC-SP). São Paulo, 2003.
ROHMANN, Chris. O livro das ideias: pensadores, teorias e conceitos que formam 
nossa visão de mundo. Tradução de Jussara Simões. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
SÁNCHEZ VÁZQUEZ, Adolfo. Ética. Tradução de João Dell´Anna. Rio de Janeiro: 
Civilização Brasileira, 2001.
SLACK, N. et al. Vantagem Competitiva em Manufatura. São Paulo: Atlas, 1993.
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