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Código de Hammurabi

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História do 
Direito 
O Código de Hammurabi 
 O rei Hammurabi surge no cenário da 
Mesopotâmia como grande líder. 
 Seu reinado durou de 1792 a.C. a 1750 
a.C. 
 Hammurabi agrega aos poucos à 
Babilônia outras cidades, até atingir a 
hegemonia. 
 Atacava suas cidades-satélites, e com o 
enfraquecimento e conquista das 
“colônias”, as cidades principais eram 
conquistadas. 
 
 Hammurabi foi hábil político e 
estrategista. Realizou várias conquistas 
militares e edificou um canal paralelo ao 
rio Eufrates, da Babilônia até o Golfo 
Pérsico. 
 O rei Hammurabi construiu um grande 
império que abrangia os territórios 
dominados anteriormente pela dinastia 
de Agadé – do mar Imferior e do Elam 
até a Síria e o litoral do Mediterrâneo. 
 Assumiu os títulos de rei de Sumer, rei de 
Acad, rei das Quatro Regiões, rei do 
Universo e Pai de Amurru. 
 Hammurabi foi um grande conquistador, 
excelente estrategista e exímio 
administrador. 
 Hammurabi soube como poucos 
promover a unificação de vários povos 
diferentes, de línguas, raças e culturas 
diversas. 
 Para unificar tão grande região com 
tamanhas diversidades, Hammurabi 
utilizou três elementos: a língua, a religião 
e o direito. 
 O acádio se tornou a língua oficial. 
 Fixou-se o panteão dos deuses. 
 O Código de Hammurabi foi feito 
servindo-se de toda a legislação 
precedente. 
 Hammurabi ainda reorganizou a 
utilização da Justiça. 
 A sociedade babilônica ao tempo de 
Hammurabi consistia em três grupos 
sociais: awilum, mushkênum e escravos. 
 A economia era basicamente agrícola e 
a maior parte das terras pertencia ao 
Palácio. 
 Havia comércio bastante ativo e forte, 
principalmente o externo. 
 Mulheres dominavam o pequeno 
comércio varejista, as conhecidas 
taberneiras, que vendiam bebidas e 
gêneros de primeira necessidade. 
 A moeda corrente era a cevada ou a 
prata. 
 “ Se uma taberneira não aceitou cevada como 
preço da cerveja, (mas) aceitou prata em peso grande 
ou diminuiu o equivalente de cerveja em relação ao 
curso da cevada, comprovará (isso) contra a taberneira 
e a lançarão na água” (§ 108) 
 Questões acerca dos escravos. 
 Escravo é coisa, bem alienável. 
 Não havia exigência na Antiguidade, de 
que o indivíduo fosse de outra raça para 
tornar-se escravo. A escravidão 
originava-se por guerras, dívidas, ou pelo 
nascimento. 
 O Código de Hammurabi encontra-se 
gravado em uma estela de diorito 
escuro, de 2,25 m de altura e base com 
circunferência de 1,90 m, na qual se leem 
282 artigos escritos em acádio. 
 
 
 É dotado de um prólogo, o corpo das leis 
e um epílogo, método utilizado pelos 
povos daquela época. 
 Nessa pedra aparece a figura de 
Hammurabi, em pé, recebendo de 
Shamash, o deus do sol e da justiça, as 
insígnias reais. 
 Assim está inscrito: “A mim, Hammurabi, 
Shamash faz o presente das leis.” 
 Na primeira parte, Hammurabi se 
apresenta, afirma que praticará a justiça 
e a igualdade para o bem de todos. 
 
 
 No Código de Hammurabi encontramos 
os parágrafos de 1 a 5 cuidando de 
penalidades para alguns delitos, 
principalmente o de falso testemunho; de 
6 a 126 fala-se de regras sobre o 
patrimônio; de 127 a 195 encontramos 
normas sobre família e sucessões; dos 
parágrafos 196 a 214 há regras sobre o 
talião; de 215 a 240, trata de direitos e 
obrigações de certas classes; do 241 a 
277, versa sobre preços e salários e de 
278 a 282, estabelece leis 
complementares sobre propriedade de 
escravos. 
 
Alguns pontos do Código de 
Hammurabi 
 § 1º. “Se um awilum acusou um (outro) 
awilum e lançou sobre ele (suspeita de) 
morte, mas não pode comprovar: o seu 
acusador será morto.” 
 Pontos a serem abordados: 
 Acusação feita pelo particular; 
 As provas eram ônus do acusador; 
 Tênue princípio in dubio pro reo. 
 § 4º. “Se se apresentou com um testemunho 
(falso em causa) de cevada ou de prata: ele 
carregará a pena desse processo.” 
 Observação: 
 Verifica-se aqui a presença da ideia da 
equivalência das situações e suas 
consequências. 
 A acusação de homicídio não provada, 
acarreta em pena de morte. 
 Acusação de faltas que acarretem pena de 
multa e que não sejam provadas, importam 
na aplicação da pena de multa ao 
acusador. 
 
 Em nosso país no art. 342 do Código 
Penal há o crime de falso testemunho 
apenado com pena de 1 a 3 anos de 
reclusão e multa, se o crime é cometido 
em processo cível e de 2 a 6 anos de 
reclusão e multa, se em processo 
criminal. 
 No Código de Hammurabi não há 
distinção entre roubo e furto. 
 § 6º. “Se um awilum roubou um bem (de 
propriedade) de um deus ou do palácio; 
esse awilum será morto; e aquele que 
recebeu de sua mão o objeto roubado, 
será morto”. 
 
 § 10. “Se o comprador não trouxe o 
vendedor que lhe vendeu (o objeto) e as 
testemunhas diante das quais comprou e 
o dono do (objeto) perdido trouxe as 
testemunhas que conhecer seu (objeto) 
perdido; o comprador é um ladrão, ele 
será morto; o dono do (objeto) perdido 
tomará seu (objeto) perdido.” 
 § 11. “Se o dono do (objeto) perdido não 
trouxe as testemunhas que conhecem 
seu objeto perdido; ele é um mentiroso, 
levantou uma falsa denúncia: ele será 
morto.” 
 
 § 13. “Se as testemunhas desse awilum 
não estão perto, os juízes conceder-lhe-
ão um prazo de seis meses; se no sexto 
mês ele não trouxer suas testemunhas: 
esse awilum é um mentiroso, ele 
carregará a pena desse processo.” 
 Havia possibilidade de prova da 
propriedade do bem. 
 § 25. “Se pegou fogo na casa de um 
awilum e um (outro) awilum que veio 
para apagá-lo, levantou seu olho para 
um utensílio do dono da casa ele pegou 
um utensílio do dono da casa: esse 
awilum será lançado nesse fogo.” 
 A mulher apresenta situação social sui 
generis, visto que pode trabalhar fora, e 
pedir o divórcio. Porém, no que concerne 
ao pedido de divórcio evidencia-se sua 
inferioridade em relação ao homem, pois 
este podia pedir o divórcio alegando não 
cumprimento dos deveres de esposa ou 
dona de casa, sem nenhum outro 
requisito. Porém a mulher, para pedir 
divórcio, devia antes provar a sua própria 
conduta ilibada, e depois comprovar a 
conduta errônea do consorte. 
 
 Para validade do casamento bastava o 
contrato escrito. 
 § 128. “Se um awilum tomou esposa e 
não redigiu o seu contrato, essa mulher 
não é esposa.” 
 § 142. “Se uma mulher tomou aversão a 
seu esposo e disse-lhe: ‘Tu não terás 
relações comigo’, seu caso será 
examinado em seu distrito. Se ela se 
guarda e não tem falta e seu marido é 
um saidor e a despreza muito, essa 
mulher não tem culpa, ela tomará seu 
dote e irá para casa de seu pai.” 
 
 O casamento inicialmente é 
monogâmico, porém, permite-se esposas 
secundárias. 
 A esposa secundária é diferente da 
amtum, que é dada ao marido pela 
esposa estéril. 
 Em caso de doença grave da mulher 
principal, ele podia ter uma segunda 
esposa, sem repudiar a primeira. Se a 
primeira mulher quisesse, apenas nesse 
caso, podia deixar o lar. (§§ 148 e 149) 
 O objetivo do casamento era a 
procriação, a continuidade da família 
e a perpetuidade do culto. 
 Havia sanções penais de casamento em 
linha reta e de filho com a segunda 
mulher do pai morto. (§§ 157, 158, 154, 
155 e 156) 
 A viúva com filhos menores podia casar, 
mas com autorização do Tribunal. A viúva 
e o segundo marido teriam apenas a 
administração dos bens, para educar os 
filhos do primeiro leito, que eram os 
verdadeiros proprietários dos bens.(§ 
177) 
 
 A mulher que faz loucuras ou desorganiza 
a casa e descuida do marido, podia ser 
repudiada ou reduzida à escrava, e o 
marido podia casar de novo (§ 141). 
 Se o repúdio não fosse causado por ela, 
a mulher retomava o dote (§ 137). 
 Os filhos ilegítimos para concorrer na 
sucessão com os filhos legítimos deviam 
ser reconhecidos pelo pai (§ 170). 
 
 Adultério. 
 Apenas a mulher cometia o crime de 
adultério. O homem era, no máximo, cúmplice. 
Um homem que mantivesse relações com uma 
mulher casada seria cúmplice de adultério, e 
ela seria julgada adúltera. Se a mulher fosse 
solteira e ele casado não havia crime, pois era 
um povo que permitia o concubinato. 
 § 129. “Se a esposa de um awilum for 
surpreendida dormindo com um outro 
homem, eles os amarrarão e os lançarão 
n’água. Se o esposo deixar viver sua esposa, 
o rei deixará viver seu servo.” 
 Justiça. 
 Há juízes do templo e juízes leigos. 
 Os sacerdotes são os únicos que podem 
receber declarações sob juramento. 
 O rei é o juiz supremo. 
 Sentenças parciais são anuladas. 
 O Código de Hammurabi previa a pena de 
morte 34 vezes, por afogamento, cremação 
ou empalamento. 
 Havia fixação de penas pecuniárias com 
fixação do montante (§§ 203 e 204). 
 Não há pena de trabalhos forçados ou pena 
de prisão. 
 O juiz venal é destituído e condenado a 
pagar 12 vezes o valor do litígio. 
 
 §5. “Se um juiz fez um julgamento, tomou 
uma decisão, fez exarar um documento 
selado e depois alterou o seu julgamento: 
comprovarão contra esse juiz a alteração 
do julgamento que fez; ele pagará, 
então, doze vezes a quantia reclamada 
nesse processo e, na assembleia fá-lo-ão 
levantar-se do seu trono de juiz. Ele não 
voltará a sentar-se com os juízes em um 
processo.” 
 
 Princípio de Talião. 
 § 196. “Se um awilum destruiu o olho de 
um outro awilum, destruirão o seu olho.” 
 § 197. “Se quebrou um osso de um 
awilum, quebrarão o seu osso.” 
 § 198. “Se destruiu o olho de um 
mushkênum ou quebrou o osso de um 
mushkênum, pesará uma mina de prata.” 
 § 199. “Se destruiu o olho de um escravo 
de um awilum ou quebrou o osso do 
escravo de um awilum, pesará a metade 
de seu preço. 
 
 O talião em Hammurabi transcende a 
pessoa do infrator. 
 § 229. Se um pedreiro edificou uma casa 
para um awilum, mas não reforçou o seu 
trabalho e a casa, que construiu, caiu e 
causou a morte do dono da casa, esse 
pedreiro será morto. 
 § 230. Se causou a morte do filho do 
dono da casa, matarão o filho desse 
pedreiro. 
 § 203. “Se um awilum bateu na face de 
outro awilum, que é igual a ele, pesará 
uma mina de prata.” 
 § 205. “Se um escravo de um awilum 
bateu na face de um awilum, cortarão a 
sua orelha.” 
 
 Patriarcado. 
 
 § 195. “ Se um filho bateu em seu pai, 
cortarão a sua mão.” 
 
 Estupro. 
 O estupro sem pena para a mulher era 
previsto apenas para “virgens casadas”. 
 
 § 130. “Se um awilum amarrou a esposa 
de um (outro) awilum, que (ainda) não 
conheceu um homem e mora na casa 
de seu pai, dormiu em seu seio, e o 
surpreenderam, esse awilum será morto, 
mas a mulher será libertada.” 
 Família – era monogâmica e patriarcal, 
mas admitia-se o concubinato. Algumas 
características pitorescas: 
 - Mulher possuía personalidade jurídica e 
era proprietária do seu dote, podendo levá-
lo no fim do casamento, caso não tivesse 
culpa; 
 - O casamento apresentava certa 
comunhão, eis que ambos responderiam 
pelas dívidas feitas depois que a mulher 
entrava na casa do homem. 
 
 Adoção – instituto com previsão de casos 
específicos, havendo determinação de 
penas para adotados em casos de repúdio 
do adotante, ou de perda do adotado por 
parte do adotante em situação 
determinada. 
 A adoção é instituto muito importante 
demonstrando os valores da sociedade 
hammurabiana. 
 Por isso, é necessário um estudo mais 
aprofundado de tal instituto o que será feito a 
partir de agora. 
 
 - Se uma criança fosse adotada logo após 
seus nascimento não poderia mais ser 
reclamada. 
 - Se a criança fosse adotada para aprender um 
ofício e o ensinamento estivesse sendo realizado, 
a criança não poderia ser reclamada. Porém, se o 
ensinamento não estivesse sendo ministrado, o 
adotado deveria ser devolvido à casa paterna. 
 - Se a criança ao ser adotada fosse um pouco 
crescida e tivesse algum discernimento, ao 
reclamar por seus pais, tinha que ser devolvida. 
 - Porém, em outros casos, se o adotado 
renegasse o adotante, seria severamente punido. 
 - Se o casal, após adotar, tivesse filhos e 
desejasse romper o contrato de adoção, o 
adotado teria direito a uma parte do patrimônio 
do adotante a título de indenização. 
 Parágrafos 185 e ss. do Código de 
Hammurabi. 
 
 Bem de Família. 
 § 36. O campo, o horto e a casa de um 
oficial, gregário ou vassalo, não podem ser 
vendidos. 
 O bem de família é previsto na Lei 
8.009/90. 
 Pedrosa leciona: “Hammurabi tinha o hábito 
de remunerar alguns servidores com campos 
férteis, maiores ou menores, mais próximos ou 
mais afastados do Palácio, consoante a 
classe social e o mérito do beneficiário. A 
expressão biltim significa um campo de onde 
se podem extrair rendas, provenientes de 
arrendamentos.” 
 
 
 Continua o autor: “Alguns soldados 
recebiam, pelos serviços prestados, terras 
especialmente destinadas a esse mister, 
não podendo, contudo vendê-las, 
Apenas explorá-las. Chama-se a esse 
serviço ilkum. É uma espécie de usufruto.” 
 
Lei nº 8009/90. 
 Faço saber que o PRESIDENTE DA 
REPÚBLICA adotou a Medida Provisória nº 
143, de 1990, que o Congresso Nacional 
aprovou, e eu, NELSON CARNEIRO, 
Presidente do Senado Federal, para os 
efeitos do disposto no parágrafo único do 
art. 62 da Constituição Federal, promulgo 
a seguinte lei: 
 
 Art. 1º O imóvel residencial próprio do casal, 
ou da entidade familiar, é impenhorável e 
não responderá por qualquer tipo de dívida 
civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de 
outra natureza, contraída pelos cônjuges ou 
pelos pais ou filhos que sejam seus 
proprietários e nele residam, salvo nas 
hipóteses previstas nesta lei. 
 Parágrafo único. A impenhorabilidade 
compreende o imóvel sobre o qual se 
assentam a construção, as plantações, as 
benfeitorias de qualquer natureza e todos os 
equipamentos, inclusive os de uso profissional, 
ou móveis que guarnecem a casa, desde 
que quitados. 
 
 Art. 2º Excluem-se da impenhorabilidade 
os veículos de transporte, obras de arte e 
adornos suntuosos 
 Parágrafo único. No caso de imóvel 
locado, a impenhorabilidade aplica-se 
aos bens móveis quitados que 
guarneçam a residência e que sejam de 
propriedade do locatário, observado o 
disposto neste artigo. 
 
 
 Art. 3º A impenhorabilidade é oponível em qualquer 
processo de execução civil, fiscal, previdenciária, 
trabalhista ou de outra natureza, salvo se movido: 
 I - em razão dos créditos de trabalhadores da própria 
residência e das respectivas contribuições previdenciárias; 
 II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento 
destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite 
dos créditos e acréscimos constituídos em função do 
respectivo contrato; 
 III -- pelo credor de pensão alimentícia; 
 IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas 
e contribuições devidas em função do imóvel familiar; 
 V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido 
como garantiareal pelo casal ou pela entidade familiar; 
 VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para 
execução de sentença penal condenatória a 
ressarcimento, indenização ou perdimento de bens. 
 VII - por obrigação decorrente de fiança concedida em 
contrato de locação. (Incluído pela Lei nº 8.245, de 1991) 
 
 Art. 4º Não se beneficiará do disposto nesta lei 
aquele que, sabendo-se insolvente, adquire de 
má-fé imóvel mais valioso para transferir a 
residência familiar, desfazendo-se ou não da 
moradia antiga. 
 § 1º Neste caso, poderá o juiz, na respectiva ação 
do credor, transferir a impenhorabilidade para a 
moradia familiar anterior, ou anular-lhe a venda, 
liberando a mais valiosa para execução ou 
concurso, conforme a hipótese. 
 § 2º Quando a residência familiar constituir-se em 
imóvel rural, a impenhorabilidade restringir-se-á à 
sede de moradia, com os respectivos bens 
móveis, e, nos casos do art. 5º, inciso XXVI, da 
Constituição, à área limitada como pequena 
propriedade rural. 
 
 Art. 5º Para os efeitos de impenhorabilidade, de que 
trata esta lei, considera-se residência um único 
imóvel utilizado pelo casal ou pela entidade familiar 
para moradia permanente. 
 Parágrafo único. Na hipótese de o casal, ou 
entidade familiar, ser possuidor de vários imóveis 
utilizados como residência, a impenhorabilidade 
recairá sobre o de menor valor, salvo se outro tiver 
sido registrado, para esse fim, no Registro de Imóveis 
e na forma do art. 70 do Código Civil. 
 Art. 6º São canceladas as execuções suspensas pela 
Medida Provisória nº 143, de 8 de março de 1990, 
que deu origem a esta lei. 
 Art. 7º Esta lei entra em vigor na data de sua 
publicação. 
 Art. 8º Revogam-se as disposições em contrário. 
 Senado Federal, 29 de março de 1990; 169º da 
Independência e 102º da República. 
 NELSON CARNEIRO 
 
 Herança. 
 § 168. “Se um awilum resolveu deserdar seu 
filho e disse aos juízes: ‘Eu quero deserdar 
meu filho’, os juízes examinarão a questão. Se 
o filho não cometeu falta suficientemente 
grave para excluí-lo da herança, o pai não 
poderá deserdar seu filho.” 
 O filho mais velho escolhia primeiro e havia 
divisão em partes iguais (§ 170). 
 As filhas ao casar recebiam o dote, e se o pai 
morresse com as filhas ainda solteiras, os 
irmãos seriam responsáveis por entregar o 
dote quando do casamento delas (§§ 183 e 
184). 
 Processo. 
 As leis hammurabianas permitiam e previam 
a mistura do sagrado e do profano no 
julgamento. Um juiz podia ser leigo, um 
sacerdote ou até forças da natureza. 
 Escravos. 
 § 117. “Se uma dívida pesa sobre um awilum 
e ele vendeu sua esposa, seu filho ou sua filha 
ou os entregou em serviço pela dívida, 
durante três anos trabalharão na casa de seu 
comprador ou daquele que os têm em 
sujeição, no quarto ano será concedida sua 
libertação.” 
 Trabalho. 
 
 § 218. “Se um médico fez em um awilum 
uma operação difícil com um escapelo 
de bronze e causou a morte do awilum 
ou abriu o nakkaptum de um awilum com 
um escapelo de bronze e destruiu o olho 
do awilum, eles cortarão a sua mão.” 
 Encontramos regras sobre pagamento de 
vários profissionais como lavradores, 
pastores, tijoleiros, alfaiates, carpinteiros 
etc. 
 O Tráfego Fluvial. 
§ 240. Se o barco de um piloto que navega 
rio acima colidiu com o barco de um piloto 
que navega rio abaixo e (o) afundou, o 
proprietário, cujo barco foi ao fundo, 
declarará, diante de Deus, tudo que se 
perdeu em seu barco e o piloto do barco 
que navegava rio acima, que afundou o 
barco que navega rio abaixo, deverá 
indenizá-lo por seu barco e por tudo o que 
se perdeu. 
Aqui encontramos a origem remota da 
responsabilidade presumida. 
 
 Mercadorias com defeito. 
 § 278. Se um awilum comprou um escravo 
ou uma escrava e, antes de completar o 
seu mês, foi acometido de epilepsia, ele (o) 
reconduzirá ao seu vendedor e o 
comprador receberá de volta a prata que 
tiver pesado. 
 
Nosso Código Civil: 
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, 
redibindo o contrato (art. 441), pode o 
adquirente reclamar abatimento no preço. 
 
Nosso Código de Defesa do Consumidor: 
Art. 18. 
 § 1° Não sendo o vício sanado no prazo 
máximo de trinta dias, pode o 
consumidor exigir, alternativamente e à 
sua escolha: 
 I - a substituição do produto por outro da 
mesma espécie, em perfeitas condições 
de uso; 
 II - a restituição imediata da quantia 
paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos; 
 III - o abatimento proporcional do preço. 
 
Outros itens a serem estudados. 
§7. Se alguém, sem testemunhas ou contrato, 
compra ou recebe em depósito, ouro ou prata 
ou um escravo ou uma escrava, ou um boi ou 
uma ovelha, ou um asno, ou outra coisa de um 
filho alheio ou de um escravo, é considerado 
com um ladrão e morto. 
§ 22. Se alguém comete roubo e é preso, ele é 
morto. 
§ 132. Se contra a mulher de um homem livre é 
proferida difamação por causa de um outro 
homem, mas não é ela encontrada em contato 
com outro, ela deverá saltar no rio por seu 
marido. 
 
 Palma leciona: 
 “De qualquer modo, é mister concluir que 
as Leis de Hammurabi demonstram ser 
bem mais abrangentes que as suas 
antecessoras. A amplitude e a gama de 
situações abarcadas pelo código em 
questão é absolutamente incontestável. 
Prova disso pode ser percebida nos 
estudo desenvolvidos por Giordani, que, 
a seu turno, achou por bem dividir os 
crimes previstos por aquela codificação 
em categorias distintas: 
 1. Crimes contra a reputação alheia e crime 
de falso testemunho. 
 2. Crimes contra a família. 
 3. Crimes contra os costumes. 
 4. Crimes contra o patrimônio. 
 5. Lesões corporais. 
 6. Desonestidade, imperícia ou negligência 
no exercício da profissão. 
 7. Crimes contra a segurança pública. 
 No que concerne ao orbe do Direito Civil, o 
código do monarca da Babilônia novamente 
se destaca. O texto dá ciência de algumas 
modalidades bem variadas de contratos e 
transações celebrados por todo o império.” 
 Continua: 
 “O Código de Hammurabi e os numerosos 
atos da prática do mesmo período dão-nos 
conhecer um sistema jurídico muito 
desenvolvido, sobretudo no domínio do 
direito privado, principalmente os contratos. 
Os Mesopotâmios praticaram a venda 
(mesmo a venda a crédito), o arrendamento 
(arrendamentos de instalações agrícolas, de 
casas, arrendamento de serviços), o 
depósito, o empréstimo a juros , o título de 
crédito à ordem (com a cláusula de 
reembolso ao portador), o contrato social. 
 Eles faziam operações bancárias e 
financeiras em grande escala e tinham já 
comandita de comerciantes. Graças ao 
desenvolvimento da economia de trocas 
e das relações comerciais, o direito da 
época de Hammurabi criou a técnica 
dos contratos, ainda que os juristas não 
tivessem chegado a construir uma teoria 
abstrata do direito das obrigações; da 
Babilônia, esta técnica de contratos 
espalhou-se por toda a bacia do 
Mediterrâneo; os romanos herdaram-na 
finalmente e conseguiram sistematizá-la.” 
 Referência bibliográficas: 
 
 CASTRO, Flávia Lages de. História do 
Direito Geral e do Brasil. Rio de Janeiro: 
Lumen Juris, 2008. 
 PALMA, Rodrigo F. História do Direito. 
 PEDROSA, Ronaldo Leite. Direito em 
História. Rio de Janeiro,: Lumen Juris, 2008.

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