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Automatização Hidráulica Industrial SENAI - SP, 2004 Trabalho elaborado pela Escola SENAI Roberto Simonsen do Departamento Regional de São Paulo. Coordenação Geral José Carlos Dalfré Coordenação Laur Scalzaretto Alcindo Daniel Favero Organização Takeshi Urakawa Editoração Adriana Ribeiro Nebuloni Écio Gomes Lemos da Silva Silvio Audi Escola SENAI Roberto Simonsen Rua Monsenhor Andrade, 298 – Brás CEP 03008-000 - São Paulo, SP Tel. 11 3322-5000 Fax. 11 3322-5029 E-mail: senaibras@sp.senai.br Home page: http//:www.sp.senai.br Sumário Página Projetos de circuitos hidráulicos industriais 3 Cálculo da haste do cilindro 13 Escolha da bomba 23 Acoplamentos elásticos 35 Dimensionamento de tubulações 37 Dimensionamento do reservatório 47 Dimensionamento das válvulas 49 Projetos hidráulicos - Fórmulas 55 Referências bibliográficas 57 3 Projetos de circuitos hidráulicos industriais Desenho do diagrama — 1º Passo Fazer um levantamento das necessidades da máquina para a qual o projeto está sendo desenvolvido, tais como: • Seqüência de movimentos • Sistema de comando • Condições de trabalho e ambiente • Requerimento de segurança (operador e equipamento). Nesta fase é feita a definição pelos tipos de componentes a serem utilizados no circuito. Basicamente, são quatro as possibilidades: circuito convencional; circuito com cartucho; circuito com válvulas modulares e circuito misto. Circuito convencional Utilizam-se componentes montados por meio de roscas diretamente na tubulação ou em subplacas de montagem. As ligações entre os diversos componentes são feitas por meio de tubos ou mangueiras. 4 Essa instalação ocupa maior espaço, sendo usada geralmente quando é possível instalar a unidade hidráulica ao lado da máquina. Unidade com tubulação posterior oferece proteção a todas as conexões. Circuitos com Cartucho Este tipo de instalação é bastante compacto, pois os cartuchos são montados em um bloco “manifold” e as ligações entre eles são feitas por furação no bloco. Utiliza-se este sistema em circuitos de grande vazão, instalados na estrutura da máquina. 5 Além das válvulas de cartucho, podem ser montadas no bloco, válvulas de embutimento. Um Bloco de montagens (manifold) contém todas as passagens interligadas para eliminar a tubulação entre as válvulas. Circuitos com válvulas modulares São válvulas construídas para serem montadas por empilhamento vertical. As ligações são efetuadas por passagens no corpo da válvula que torna a instalação bastante compacta. Sendo muito usada em máquina ferramenta, esta montagem é ideal para circuitos de baixa vazão. Circuito Misto São combinações das possibilidades anteriormente descritas. Para se obter um diagrama hidráulico funcional que atenda as necessidades da máquina com precisão de operação e baixo consumo de energia, é importante conhecer os componentes hidráulicos existentes, bem como suas aplicações. 6 Exemplo: Tarefa • Elaborar o projeto hidráulico de um dispositivo de armazenagem. Situação problema: Um cilindro hidráulico de dupla ação comanda a operação de descarga de um silo de armazenagem. Deve-se ter a possibilidade de avançar, retornar ou parar em qualquer posição intermediária e não ceder sob a ação da carga, pois o produto pode fluir em maior ou menor quantidade, em função da capacidade de carga do veículo a ser carregado. 7 Elaborar o esquema hidráulico 1. Reservatório aberto à atmosfera 2. Filtro de ar • Qar = Qbomba • Micragem = 125 µm 3. Filtro de sucção • Qfiltro = 3 Qbomba • Micragem = 125 µm 4. Vacuômetro • Vácuo máximo permitido = 3 bar 5. Altura máxima da bomba = 400 mm 6. Filtro de retorno • Qfiltro = 3 Qbomba • Micragem = 25 µm 7. Válvulas de retenção = 3 bar 8 Dimensionar o circuito hidráulico — 2º Passo Ap = área do pistão em cm² Dp = diâmetro do pistão em mm Ah = área da haste em cm² Dh = diâmetro da haste em mm Ac = área da coroa em cm² Fa = força de avanço em kgf Fr = força de retorno em kgf Pa = pressão de avanço em kgf/cm² Pr = pressão de retorno em kgf/cm² Qa = vazão no avanço em lpm Qr = vazão no retorno em lpm Va = volume de fluido ou fluxo necessário para o cilindro avançar em litros Vr = volume de fluido ou fluxo necessário para o cilindro recuar em litros va = velocidade do cilindro no avanço em mm / seg vr = velocidade do cilindro no recuo em mm / seg ta = tempo necessário para o cilindro avançar em segundos tr = tempo necessário para o cilindro recuar em segundos s = curso do cilindro em mm N = ciclo de trabalho 9 Definir uma pressão de trabalho Faixa econômica de pressão • Anterior = 70 bar • Atual = 140 bar (mundial) Limite do equipamento • 8 x Pressão (faixa econômica) Pressão a ser utilizada • 140 bar Sabe-se que: Força necessária para fechar o silo: • Fa = 800 kgf Curso máximo do cilindro: • s = 300 mm Tempo necessário para avançar o cilindro: • ta = 6 segundos Distância entre o ponto de fixação do cilindro e a ponta da haste totalmente estendida: • L = 800mm Rendimento volumétrico: • ηv = 90% Calcular a área do pistão em cm² Fórmulas: • Ap = ²)cm/kgf(Pa )kgf(Fa • Ap = 0.7854.Dp² 10 Dados: • Fa = 800 kgf • Pa = 140 bar • Dp em cm Cálculo: Ap = ²)cm/kgf(Pa )kgf(Fa Ap = ²)cm/kgf140 kgf800 Ap = 5,714 cm² Calcular o diâmetro do pistão em mm Fórmulas: • Dp = 7854,0 )²cm(Ap . 10 Dados: • Ap = 5,714 cm² Cálculo: Dp = 7854,0 ²cm714,5 . 10 Dp = 26,972 mm Escolha da haste do cilindro Para a escolha da haste devemos levar em consideração 3 fatores: • Verificar a flambagem. • Quando maior o diâmetro da haste mais rápido retorna o cilindro. • Quanto maior o diâmetro mais caro custa o cilindro Obs: Se o tempo de retorno é longo, por critérios de economia, o 3° item prevalece ao 2° e procuramos adotar a menor haste possível. 11 Quanto à flambagem, sabemos que ela pode ocorrer devido a 3 causas: • Tipo de fixação do cilindro. • Curso do cilindro (corresponde ao tamanho da haste). • Carga aplicada na haste. Quando o comprimento “L” exceder a 1 metro, será necessário especificar um tubo de parada. Para cada 250mm que “L” exceder a 1 metro, usa-se 25mm de tubo de parada. Se a velocidade do pistão for superior a 10 cm/ seg, é necessário o uso de um amortecedor de fim de curso. Calcular o diâmetro mínimo da haste em mm Fórmulas: • Dh = 91,2 ²)LF.(F4 Onde: • F = força em toneladas • L = comprimento livre de flambagem em mm Obs: “LF” é encontrado analisando-se a montagem do cilindro na máquina e comparando-a com as situações de montagem da tabela 1 (em anexo). Dados: • F = 0,8 ton • L = 800 mm • LF = L Obs: consultando-se a tabela 1, encontramos a situação 2 (cilindro e carga, articulados e guiados) LF = L. Cálculo da haste: Dh = 91,2 ²)LF.(F4 Dh = 91,2 ²800.8,04 Dh= 20,48 mm 12 13 Cálculo da haste do cilindro Aqui você vai chegar ao mínimo diâmetro necessário da haste D (mm) para que a mesma não sofra flambagem. Aplique a equação: D = 4 912 2 , Fx(LF) Onde: D = Diâmetro da haste (mm) F = Força do Equipamento (Ton) LF = Comprimento livre de flambagem (em mm) L = Distância em mmentre o ponto de fixação do cilindro e a ponta da haste (com ela totalmente aberta). LF = Depende da situação de montagem do cilindro (veja figura ao lado) e é obtido em função de L. 14 Observações: 1. Na calculadora comum para extrair a raiz quarta, extraia a raiz quadrada da raiz quadrada (extrair a raiz quadrada duas vezes). 2. Está embutido nos cálculos um coeficiente de segurança = 3,5. Procurar no catálogo do fabricante os cilindros existentes: Exemplos: • Catálogo Rexroth – tabela 1 • Catálogo Parker – tabela 2 • Catálogo Racine – tabela 3 15 Dados: • Dp = 26,972 mm (calculado) • Dh = 20,48 mm (calculado) • Catálogo Rexroth • Dp = 40 mm • Dh = 25 mm • Catálogo Parker • Dp = • Dh = • Catálogo Racine • Dp = • Dh = Tabela Rexroth (tabela 1) Diâmetro do êmbolo em mm Diâmetro da haste em mm Relação das áreas 40 25 *18 1.25 ÷ 1 1.6 ÷ 1 50 *22 36 1.25 ÷ 1 2 ÷ 1 63 *28 45 1,25 ÷ 1 2 ÷ 1 80 *36 56 1,25 ÷ 1 2 ÷ 1 100 *45 70 1,25 ÷ 1 2 ÷ 1 125 *56 90 1,25 ÷ 1 2 ÷ 1 150 *70 100 1,25 ÷ 1 1,8 ÷ 1 180 *90 125 1,35 ÷ 1 2 ÷ 1 200 *90 140 1,25 ÷ 1 2 ÷ 1 16 Recalcular a área do pistão em cm² Dados: • Ap = área do pistão em cm² • Dp = diâmetro do pistão = 40 mm = 4 cm (tabela Rexroth) • P = pressão em kgf/ cm² Fórmulas: • Ap = 0,7854 . Dp² ou • Ap = ²)cm/kgf(Pa )kgf(Fa Cálculo: Ap = 0,7854 . Dp² Ap = 0,7854 . 4² Ap = 12,5664 cm² Recalcular a área da haste Fórmulas: • Ah = 0,7854 . Dh² ou • Ah = Ap – Ac Dados: • Ah = área da haste em cm² • Dh = diâmetro da haste = 2,5 cm (tabela Rexroth = 25 mm) • Ap = área do pistão em cm² • Ac = área da coroa em cm² Cálculo: 0Ah = 0,7854 . Dh² Ah = 0,7854 . 2,5² Ah = 4,9087 cm² * Quando desenvolvemos uma força no cilindro é o resultado da pressão hidráulica agindo sobre a área do pistão do cilindro. 17 Exemplo: Se uma carga oferece uma resistência ao movimento de 2275kgf e a área do pistão é de 65cm², para mantê-lo é necessária uma pressão de ? P = A F = ²cm65 kgf2275 P = 35 kgf/cm² Em todos esses problemas, assumimos que nenhuma pressão hidráulica está presente do outro lado do pistão. Mesmo que o lado da haste seja drenado ao reservatório, toda vez que o pistão está avançando, a pressão da linha do tanque ou a contrapressão pode ser tão alta quanto 7kgf/ cm² em alguns sistemas. Com essa contrapressão, agindo sobre o pistão no lado da haste, é gerada uma força que tenta retrair o pistão e a haste. Essa força, mais a resistência oferecida pela carga, deve ser vencida antes que a carga possa se mover. 18 No nosso exemplo, se a área do lado da haste (área da coroa) é de 55cm², a contrapressão é: F = P . Ac F = 7kgf/cm² . 55cm² F = 385 kgf Então, a força total é de: Ftotal = Fa + Fcontrapressão Ftotal = 2275kgf + 385kgf Ftotal = 2660 kgf A pressão necessária no pistão do cilindro para mover a carga é de: P = A F P = ²cm65 kgf2660 P = 40,923 kgf/cm² Calcular a área da coroa em cm² Fórmulas: • Ac = ²)cm/kgfPr( )kgf(Fr ou • Ac = Ap - Ah Dados: • Ac = área da coroa em cm² • Fr = força de retorno em kgf • Pr = pressão de retorno em kgf/cm² • Ap = área do pistão = 12,566 cm² • Ah = área da haste = 4,908 cm² 19 Cálculo: Ac = Ap – Ah Ac = 12,566cm² - 4,908cm² Ac = 7,658 cm² Calcular a força de contrapressão do cilindro em kgf (Fcp) Fórmula: • Fcp (kgf) = Pcp (kgf/cm²) . Ac (cm²) Dados: • Fcp = força de contrapressão em kgf • Pcp = contrapressão em kgf/ cm² = 7 kgf/ cm² • Ac = área da coroa em cm² = 7,658 cm² Cálculo: Fcp = Pcp . Ac Fcp = 7kgf/cm² . 7,658 cm² Fcp = 53,606 kgf Calcular a força total de avanço do cilindro em kgf Fórmula: • Ftotal(kgf) = Fa(kgf) + Fcp(kgf) Dados: • Ftotal = força total em kgf • Fa = força de avanço em kgf = 800 kgf • Fcp = força de contrapressão = 53,606 kgf Cálculo: Ftotal = Fa + Fcp Ftotal = 800kgf + 53,606 kgf Ftotal = 853,606 kgf 20 Recalcular a regulagem nominal da válvula de segurança ou a pressão de trabalho em kgf/ cm² Fórmula: • Pnom (kgf/ cm²) = ²)cm(Ap )kgf(Ft Dados: • Pnom = pressão de trabalho em kgf/cm² • Ft = força total em kgf = 853,606 kgf • Ap = área do pistão em cm² = 12,566 cm² Cálculo: Pnom = Ap Ft Pnom = 12,566cm² 853,606kgf Pnom = 67,929 kgf/cm² Calcular a regulagem efetiva da válvula de segurança em kgf/cm² Fórmula: • Pef(kgf/cm²) = Pnom(kgf/cm²) . 1,2 Dados: • Pef = pressão efetiva da válvula de segurança em kgf/cm² • Pnom = pressão nominal da válvula de segurança ou pressão de trabalho cm kgf/cm² = 66,397 kgf/cm² Cálculo: Pef = Pnom . 1,2 Pef = 67,929 kgf/cm².1,2 Pef = 81,514 kgf/cm² Calcular a força de retorno do cilindro em kgf Fórmula: • Fr(kgf) = Ac(cm²) . Pnom(kgf/cm²) 21 Dados: • Fr = força de retorno em kgf • Ac = área da coroa em cm² = 7,658 cm² • Pnom = pressão nominal da válvula de segurança = 67,929 kgf/cm² Cálculo: Fr = Ac . Pnom Fr = 7,658cm² . 67,929 kgf/cm² Fr = 520,200 kgf/cm² Calcular o fluxo necessário (volume de fluido) para o cilindro avançar em litros Fórmula: • Va(litros) = 10000 s(mm) . ²)cm(Ap Dados: • Va = volume de fluido necessário para o cilindro avançar em litros • Ap = arca do pistão em cm² = 12,566 cm² • s = curso do cilindro em mm = 300 mm Cálculo: Va = 10000 s.Ap Va = 10.000 mm 300 . ²566,12 cm Va = 0,37698 litro Calcular o fluxo necessário (volume de fluido) para o cilindro recuar em litros Fórmula: • Vr(litros) = 10.000 s(mm) . ²)(cmAc 22 Dados: • Vr = volume de fluido necessário para recuar o cilindro em litros • Ac = área da coroa em cm² = 7658 cm² • s = curso do cilindro em mm = 300 mm Cálculo: Vr = 000.10 .sAc Vr = 10.000 300mm . ²658,7 cm Vr = 0,22974 litros Calcular a velocidade de avanço do cilindro em mm/seg Fórmulas: • va (mm/seg) = )seg(ta )mm(s ou • va (mm/seg) = ²).0,006( )( cmAp lpmQsis Dados: • va = velocidade de avanço do cilindro em mm/ seg • s = curso do cilindro em mm = 300 mm • ta = tempo necessário para o cilindro avançar em segundos = 5s • Qsis = vazão do sistema ou vazão de trabalho em lpm • Ap = área do pistão Cálculo: va = ta s va = seg5 300 va = 60 mm/ seg Obs: Quando a velocidade do cilindro for igual ou superior a 100 mm/ seg, deve ser colocado amortecimento no final do curso do cilindro. 23 Escolha da Bomba Calcular a vazão (Q) mínima necessária no sistema em lpm (Qsis) Fórmulas: • Qsis (lpm) = )seg(ta 60).litros(Va ou • Qsis (lpm) = )seg(ta 0,006 . s(mm) . ²)cm(Ap • Qsis (lpm) = va (mm/seg) . Ap(cm²) . 0,006 Dados: • Qsis = vazão do sistema = vazão fornecida pela bomba na pressão de trabalho em lpm. • Va = volume de fluido no avanço do cilindro em litros = 0,377 litro • ta = tempo necessário para avançar o cilindro em segundos = 5 seg • Ap = área do pistão em cm² = 12,566 cm² • s = curso do cilindro em mm = 300 mm • va = velocidade no avanço do cilindro = 60 mm/ seg • 60 = constante para transformação de segundos para minuto • 0,006 = constante para transformação em lpm. 24 Cálculos: Qsis = ta 60.Va = seg5 60.litros377,0 Qsis = 4,524 lpm ou Qsis = ta 006,0.s.Ap Qsis = 5seg 006².300mm.0,cm566,12 Qsis = 4,52376 lpm ou Qsis= va . Ap . 0,006 Qsis = 60 mm/seg . 12.566cm² . 0,006 Qsis = 4,52376 Obs: • A bomba é escolhida, consultando-se o catálogo dos fabricantes. • A seleção da bomba é baseada na vazão necessária para acionamento dos atuadores, calculada anteriormente. • A maior vazão requerida no sistema determina o tamanho da bomba, contudo se o circuito apresenta variação na necessidade de vazão é recomendável o uso de bombas duplas ou variáveis. • Analisar o ambiente quanto a: • Lugar sujo • Calor • Ácido • Choque, etc Tipos de bombas Bomba de palhetas de vazão variável com compensação de pressão • Para trabalhos de até 70 bar intermitente • Dispensam válvulas de alívio (economia) • Possui controle de vazão • Motor elétrico menor (economia) • Vazão até 114 lpm • Na máxima pressão, a vazão é nula para o sistema 25 • Necessita um acumulador de pressão para absorver o impacto – liga/ desliga. Bomba de engrenagens • Dimensionados para trabalhos de até 210 bar intermitentes • Vazão de 265 lpm • 1800 rpm • Barato (economia) • Admite sujeira Bomba de pistões • Algumas são dimensionadas para trabalhos de até 210 bar intermitentes • Vazão de 42 lpm • 1800 rpm • Caro • Mais preciso • Não admite sujeira • Grande variedade de pressão • São geralmente empregadas “em paralelo” com outro tipo de bomba, pois suportam uma alta pressão, apesar de fornecerem uma baixa vazão. Costumam ser usadas em sistemas que precisam ter forças elevadas, com baixa velocidade no final do curso do cilindro. • As bombas hidráulicas apresentam uma perda de vazão (Q) através de vazamentos internos ocasionando uma vazão real (Qsis) inferior à vazão teórica (Qnominal). Vazão nominal (Qnom) é toda vazão lida no gráfico na pressão de 7 bar (zero da hidráulica). Vazão do sistema (Qsis) é toda vazão lida no gráfico da pressão de trabalho (exemplo 120 bar). A vazão efetivamente enviada ao sistema é denominada rendimento volumétrico (ηv) e deve ser considerada no dimensionamento da bomba. O rendimento volumétrico varia em função do modelo construtivo da bomba e da pressão na qual ela opera. 26 A melhor maneira de fazermos a seleção é através das curvas (gráfico) de rendimento da bomba, encontradas nos catálogos dos fabricantes, que apresentam a vazão real (Qsis) em função da pressão de trabalho e da rotação de acionamento. Caso não tenhamos um gráfico adequado à pressão de trabalho devemos recalcular o cilindro. As máquinas hidráulicas só trabalham se a bomba tiver o rendimento mínimo de 80%. Fórmula para cálculo de rendimento volumétrico: • ηv = Qnom Qsis • ηv = rendimento volumétrico • Qsis = vazão do sistema em lpm • Qnom = vazão nominal em lpm Curvas características – Valores Médios (medidas a n=1450 min 1− ; v = 46 mm²/ s; t = 40 °C) 27 Curvas características (valores médios) medidas a n = 1450 mm; v = 41 mm²/s e t = 50°C. 28 Calcular a vazão nominal da bomba em lpm (Qnom) Fórmula: • Qnom(lpm) = v )lpm(Qsis η Dados: • Qnom = vazão da bomba em lpm • Qsis = vazão do sistema em lpm = 4,523 lpm • ηv = rendimento volumétrico = 0,9 Cálculo: Qnom = v Qsis η = 9,0 lpm523,4 Qnom = 5.0255 lpm Consultando-se o catálogo do fabricante, temos as bombas: Qnom = 4 lpm Qnom = 8 lpm Qnom = 12 lpm Qnom = 16 lpm Qnom = 20 lpm Qnom = 24 lpm 29 Qnom = 28 lpm Qnom = 32 lpm Conforme o cálculo anterior (5,0255 lpm), a bomba escolhida é a de Qnom = 8lpm. Recalcular a vazão do sistema (Qsis) em lpm Fórmulas: • Qsis(lpm) = )seg(ta 60).litros(Va ou • Qsis(lpm) = (seg) ta 0.006 . (mm) s ²)(cmAp ou • Qsis(lpm) = va(mm/seg) . Ap(cm²) . 0,006 ou • Qsis(lpm) = Qnom(lpm) . ηv Dados: • Qnom = 8 lpm • ηv = 0,9 Cálculo: Qsis = Qnom . ηv Qsis = 8 lpm . 0,9 Qsis = 7,2 litros Recalcular o tempo necessário para avançar o cilindro (ta) em segundos Fórmulas: • ta(seg) = )seg/mm(va )mm(s • ta(seg) = Qsis(lpm) 0,006 . s(mm) . ²)cm(Ap • ta(seg) = )lpm(Qsis 60).litros(Va 30 Dados: • ta = tempo necessário para o cilindro avançar em segundos. • s = curso do cilindro em mm = 300 mm. • Va = volume de fluido necessário para o cilindro avançar em litros = 0,3769 litros. • va = velocidade do cilindro no avanço em mm/ seg. • Ap = área do pistão em cm² = 12,5664 cm². • Qsis = vazão do sistema em lpm = 7,2 lpm. • 0,006 = constante para transformar em lpm. Cálculos: ta = Qsis 006,0.s.Ap ta = lpm 7,2 0,006 . 300mm ².cm5664,12 ta = 3,1416 seg ou ta = Qsis 60.Va ta = lpm2,7 60.litros37698,0 ta = 3,1415 seg Calcular a velocidade de avanço do cilindro em mm/ seg (va) Fórmulas: • va (mm/seg) = )seg(ta )mm(s • • va (mm/seg) = 006,0. )( Ap lpmQsis 31 Dados: • va = velocidade de avanço do cilindro em mm/ seg. • s = curso do cilindro em mm = 300 mm • ta = tempo necessário para avançar o cilindro em segundos=3,1416 seg • Qsis = vazão do sistema em lpm = 7,2 lpm • Ap = área do pistão em cm² = 12,5664 cm² • 0,006 = constante de transformação para lpm Cálculos: va = ta s va = seg1416,3 mm300 va = 95,4927 mm/ seg ou va = 006,0.Ap Qsis va = 0,006 . ²5664,12 2,7 cm lpm va = 95,4927 mm/ seg Calcular o tempo necessário para recuar o cilindro em segundos (tr) Fórmulas: • tr(seg) = )seg/mm(vr )mm(s • tr(seg) = Qsis(lpm) 0,006 s(mm). . ²)cm(Ac • tr(seg) = Qsis(lpm) .60Vr(litros) 32 Dados: • tr = tempo necessário para o cilindro recuar em segundos. • s = curso do cilindro em mm = 300 mm • vr = velocidade do cilindro no recuo em mm/ seg • Ac = área da coroa em cm² = 7,658 cm² • Qsis = vazão do sistema em lpm = 7,2 lp No de Pólos RPM fornecido RPM sob Carga Máx. 2 3600 3450 4 1800 1725 6 1200 1140 A velocidade do motor elétrico (RPM) deve ser dimensionada a partir das velocidades mínimas, ideais e máximas, recomendadas pelo fabricante da bomba que será acionada pelo motor. Fator de Serviço Geralmente, vêm em uma plaqueta na carcaça do motor todos os dados característicos do motor como, por exemplo, a potência, a rotação, a voltagem, etc. Um desses dados é o fator de serviço que é um fator de multiplicação da potência do motor. Para motores de até 200 HP esse fator de serviço normalmente é igual a 1.15. Isso quer dizer que o motor poderá operar continuadamente com uma potência acima do nominal, indicada na plaqueta. Exemplos: Dados HP nominal = 50 HP Fator de serviço = 1.15 33 Cálculo HP máximo = HP nominal . fator de serviço HP máximo = 50 HP 1.15 HP máximo = 57,5 HP Calcular a potência hidráulica (PH) em cv, HP e Watts (W) Fórmulas PH (cv) = ηv . 450 (lpm) Qnom . )(kgf/cm Pef 2 PH (HP) = ηv . 1714 (gpm) Qnom . (psi) Pef Sabe-se que: 1 galão = 3.785 litros 1 cv = 0,986 HP 1 cv = 736 W (Watts) 1 HP = 746 W (Watts) 1 Kgf/ cm 2 = 14.223 psi gpm = galões por minuto Dados PH = potência hidráulica em cv (cavalo vapor) PH = potência hidráulica em HP (horse power) Pef = pressão efetiva da válvula de segurança em kgf/ cm2 ou em psi = 79.676 kgf/ cm2 Qnom = vazão nominal da bomba em lpm ou gpm = 8 lpm η v = rendimento volumétrico da bomba = 0,9 Cálculo PH = Pef . Qnom 450 . η v PH = 0,9 . 450 lpm .8cmkgf/ 79.676 2 PH = 405 408.637 34 PH = 1.5738 CV ou se 1 cv = 0.986 HP 1.5738 cv = PH (HP), então PH = 1cv 1.5738cv. 0.986HP PH = 1.5517 HP ou se 1 cv = 736 W 1.5738 cv = PH (W), então: PH (W) = cv 1 .5738cv .1 736W PH = 1.158 . 3168 W 35 Acoplamentos Elásticos É muito importante observar o alinhamento entre os eixos da bomba e do motor. Desalinhamento máximo permitido igual a 0.127 mm. Como é muito difícil de se ter um alinhamento totalmente perfeito, lançamos mão dos acoplamentos elásticos. Através da observância da tabela que se segue, podemos determinar que tipo de acoplamento Falk pode ser utilizado. Tabela de dimensionamento do acoplamento RMP HP 1 1,5 2 3 5 7,5 10 15 20 25 30 40 50 60 75 100 1750 1450 1160 Acoplamentos PL1 3FB 4FB 5FB 6FB 7FB 8FB 9FB 10FB 11FB Exemplo: Potência do motor Rotação Acoplamento 3 1450 4FB 15 1750 6FB 25 1160 8FB 100 1450 10FB De acordo com o tipo de acoplamento teremos um diâmetro máximo de eixo do motor, como mostra a tabela a seguir: 36 Tabela de diâmetro máximo do eixo do motor de acordo com o tipo de acoplamento Acoplamento PL1 3FB 4FB 5FB 6FB Diâmetro máximo do eixo do motor (mm) 19 27 31,8 38,1 46 Acoplamento 7FB 8FB 9FB 10FB 11FB Diâmetro máximo do eixo do motor (mm) 55,5 66,9 71,4 82,5 90,5 37 Dimensionamento de Tubulações Para o diâmetro calculado resultar em diâmetro comercial e com o mínimo de perda de carga, devemos seguir “velocidades recomendadas” para o escoamento do fluido. Velocidades recomendadas do fluido hidráulico nas tubulações Linhas (tubulações) Velocidade mínima recomendada Velocidade máxima recomendada Sucção (vs) 0,6 m/ seg 60,96 cm/ seg 1,2 m/ seg 121,92 cm/ seg Retorno (vr) 3 m/ seg 304,8 cm/ seg 4,6 m/ seg 457,2 cm/seg Pressão (vp) 6 m/ seg 609 cm/ seg 7,6 m/ seg 762 cm/ seg Obs: Para cálculo, utiliza-se a maior velocidade recomendada devido ao espaço de montagem e a facilidade de se curvar. Calcular o diâmetro mínimo do tubo instalado na linha de sucção em mm (ds) Fórmulas: • As(cm²) = )seg/m(vs 170,0).lpm(Qnom • Ds(mm) = 10 . 0,7854 ²)(cmAs 38 Dados: • As = área do tubo instalado na linha de sucção em cm² • Qnom = vazão nominal da bomba em lpm = 8 lpm • vs = velocidade recomendada do fluido hidráulico nas tubulações instaladas na linha de sucção em m/seg. Utiliza-se a maior velocidade recomendada = 1,2 m/seg • 0,170 = constante de transformação das unidades para cm² • Ds = diâmetro mínimo do tubo instalado na linha de sucção em mm. Cálculos: As = vs 170,0.Qnom = seg/m2,1 170,0.lpm8 As = 1,1333 cm² Ds(mm) = 10. 0,7854 ²)(cmAs Ds(mm) = 10. 0,7854 ²cm13333,1 Ds = 12,012 mm Calcular o diâmetro mínimo do tubo instalado na linha de retorno em mm (Dr) Fórmulas: • Ar(cm²) = )seg/m(vr 170,0).lpm(Qnom • Dr(mm) = 10. 0,7854 ²)(cmAr Dados: • Ar = área do tubo instalado na linha de retorno em cm² • Qnom = vazão nominal da bomba em lpm = 8lpm • vr = velocidade recomendada do fluido hidráulico nas tubulações instaladas na linha de retorno em m/ seg. Utiliza-se a maior velocidade recomendada = 4,6 m/ seg • 0,170 = constante de transformação das unidades para cm² • Dr = diâmetro mínimo do tubo instalado na linha de retorno em mm. 39 Cálculo: Ar = vr 017.Qnom = seg/m6,4 170,0.lpm8 Ar = 0,29565 cm² Dr(mm) = 10. 7854,0 ²)(cmAr Dr(mm) = 10. 0,7854 ²cm29565,0 Dr = 6,1354 mm Calcular o diâmetro mínimo do tubo instalado na linha de pressão em mm (Dp) Fórmulas: • Ap(cm²) = )seg/m(vp 170,0).lpm(Qnom • Dp(mm) = 10. 0,7854 ²)cm(Ap Dados: • Ap = área do tubo instalada na linha de pressão em cm² • Qnom = vazão nominal da bomba em lpm = 8 lpm • Vp = velocidade recomendada no fluido hidráulico nas tubulações instaladas na linha de pressão em m/seg. Utiliza-se a maior velocidade recomendada = 7,6 m/seg • 0,170 = constante de transformação das unidades para cm² • Dp = diâmetro mínimo do tubo instalado na linha de pressão em mm. Cálculo: Ap = Ap(cm²) = vp 170,0.Qnom = seg/m6,7 170,0.lpm8 Ap = 0,17894 cm² Dp(mm) = 10. 0,7854 ²)cm(Ap Dp(mm) = 10. 0,7854 ²cm17894,0 Dp = 4,7731 mm 40 Para usar a tabela, coloque uma régua ligando dois valores conhecidos e leia o valor procurando na terceira coluna. 41 Calcular a espessura da parede da tubulação instalada na linha de sucção em mm Fórmula (utilizada quando o catálogo do fabricante não contém a espessura): • es(mm) = ²))cm/kgf(Pef..(2 10).cm(Ds).²cm/kgf(Pef. δ−τ δ Dados: • es = espessura da parede da tubulação instalada na linha de sucção em mm • δ = coeficiente de segurança para a linha de sucção = 8 • Pef = pressão efetiva da válvula de segurança em kgf/ cm² = 79.676 kgf/ cm² • Ds = diâmetro do tubo instalado na linha de sucção em cm = 1,2012 cm • τ = resistência do material do tubo (2500 a 5000 kgf/ cm²) Cálculos es = )Pef..2 10.Ds.Pef. τ δ es = ²)cm/kgf676,79.83500.(2 10.cm2012,1.²cm/kgf676,79.8 − es = 184,5725 5448,7656 es = 1,3373 mm es = )Pef..(2 10.Ds.Pef. δ−τ δ es = ²)cm/kgf676,79.85000.(2 10.cm2012,1.²cm/kgf676,79.8 − es = 184,8725 5448,7656 es = 0,877 mm 42 Calcular a espessura da parede da tubulação instalada na linha de retorno em mm Fórmula (Utilizada quando o catálogo do fabricante não contém a espessura): • er(mm) = ²))cm/kgf(Pef..(2 10).cm(Dr).²cm/kgf(Pef. δ−τ δ Dados: • er = espessura da parede da tubulação instalada na linha de retorno em mm. • δ = coeficiente de segurança para a linha de retorno = 8 • Pef = pressão efetiva da válvula de segurança em kgf/ cm² = 79,676 kgf/cm² • Dr = diâmetro do tubo instalado na linha de retorno em cm = 0,61354 cm • τ = resistência do material do tubo (3500 a 5000 kgf/ cm²) Cálculo: er = )Pef..(2 10.Dr.Pef. δ−τ τ er = ²)cm676,79.83500.(2 10.cm61354,0.²cm/kgf676,79.8 − er = 0,683 mm er = )Pef..(2 10.Dr.Pef. δ−τ δ er = ²)cm676,79.85000.(2 10.cm61354,0.²cm/kgf676,79.8 − er = 8725,184 753,3910 er = 0,448 mm 43 Calcular a espessura da parede da tubulação instalada na linha de pressão em mm Fórmula (Utilizada quando o catálogo do fabricante não contém a espessura): • ep(mm) = ²))Pef(kgf/cm . δ(τ . 2 .10 Dp(cm) . (kgf/cm²)Pef . δ − Dados: • ep = espessura da parede da tubulação instalada na linha de pressão em mm. • δ = coeficiente de segurança para a linha de pressão = 4. Obs: O fator de segurança na pressão é menor pois, do contrário, teríamos a parede do tubo excessivamente espessa. • Pef = pressão efetiva da válvula de segurança em kgf/ cm² = 79,676 kgf/ cm². • Dp = diâmetro do tubo instalado na linha de pressão em mm = 0,4773 cm. • τ = resistência do material do tubo (3500 a 5000 kgf/ cm²). Cálculo: ep = Pef) . δ.(τ 2 .10 Dp . Pef . δ − ep = ²)4.79,676cm(3500 . 2 .10 0,4773cm . cm² 79,676kgf/ . 4 − ep = 592.362.6 1741.1521 ep = 0,239 mm ep = Pef) . δ(τ . 2 .10 Dp . Pef . δ − ep = cm²)kgf/ 79,676 . 4(5000 . 2 .10 cm 0.4773 . /cm²kgf 79.676 4 − 44 ep = 592.362.9 1.521.1741 ep = 0,1624 mm Obs: • Conhecendo-se o diâmetro interno e a espessura da parede de cada tipo de tubo, determina-se o cano que será utilizado através de pesquisas de catálogos, de forma a se verificar a disponibilidade de mercado. • Alguns catálogos de fabricantesde tubos trazem no seu interior, ábacos que nos permitem determinar o diâmetro interno da tubulação e tabelas que indicam a espessura disponível de tubo no comércio para uma determinada pressão. 45 46 47 Dimensionamento do reservatório O reservatório deve possuir um volume de óleo, tal que, teoricamente todo o volume armazenado circule uma vez pelo circuito a cada 3 (três) minutos. Calcular a capacidade total do reservatório com chicana em litros (Ct) Fórmula: • Ct (litros) = 3 . Qnom (lpm) . 1,1 Dados: • Ct = capacidade total do reservatório em litros • Qnom = vazão nominal da bomba em lpm = 8 lpm • 1,1 = 10% de ar para permitir a circulação do óleo. Cálculo: Ct = 3 . Qnom . 1,1 = 3 . 8 lpm . 1,1 Ct = 26,4 litros Calcular a capacidade total do reservatório sem chicana em litros (Ct) Fórmula: • Ct (litros) = 5 . Qnom (lpm) . 1,1 Dados: • Ct = capacidade total do reservatório em litros • Qnom = vazão nominal da bomba em lpm = 8 lpm • 1,1 = 10% de ar para permitir a circulação do óleo Cálculo Ct = 5 . Qnom . 1,1 = 5 . 8 lpm . 1,1 Ct = 44 litros 48 49 Dimensionamento das válvulas Normalmente, os catálogos trazem através de tabelas a máxima vazão que uma determinada válvula de determinado tamanho deixa passar. Teoricamente, uma válvula deixaria passar qualquer vazão dependendo, é claro, da perda de carga que queremos ter através dela. Por outro lado, se ultrapassarmos a vazão indicada no catálogo, poderemos ocasionar o mau funcionamento da válvula devido às características de fabricação interna dos componentes, dimensionamentos, etc. Válvulas A seleção do tamanho nominal (TN) das válvulas a serem utilizadas no circuito é baseada em 2 (dois) parâmetros: • Pressão máxima de operação • Vazão que circula pela válvula Estes parâmetros são obtidos quando do dimensionamento dos atuadores e da bomba. Válvulas direcionais São disponíveis com acionamento direto para vazão de até 120 lpm. Acima desta vazão utilizam-se as válvulas pré-operadas. Um ponto importante na seleção das válvulas direcionais é a queda de pressão produzida pela passagem do fluido no seu interior. O valor desta queda de pressão depende do tipo de êmbolo que a válvula possui e da vazão que circula através da mesma. 50 Nos catálogos dos fabricantes, existem tabelas que permitem determinar esse valor. O valor máximo aceitável de queda de pressão depende do tamanho nominal (TN) da válvula direcional e da complexidade do circuito. Contudo, na maioria das aplicações, uma queda de pressão de até 5 bar é tolerável. Quando a válvula direcional comandar cilindros de dupla ação com relação de área grande (2:1, 3:1, etc.), é preciso atenção, pois a vazão que deixa o cilindro (vazão induzida) no movimento de retorno será superior à vazão da bomba, causando uma queda de pressão elevada na válvula direcional. Exemplo: No esquema abaixo, a vazão que entra na câmara do lado da haste é de 30 lpm, porém a vazão que deixa a câmara oposta é de 90 lpm. Com isso, a vazão através da válvula direcional será: • P → B = 30 lpm • A → T = 90 lpm Vazão Induzida O óleo que sai causa resistência. Fórmulas: • Qi (retorno) (lpm) = Ac(cm²) ²)cm(Ap . Qsis (lpm) • Qi (avanço) (lpm) = Ap(cm²) Ac(cm²) . Qsis (lpm) Dados: 51 • Qi (retorno) = vazão induzida no retorno do cilindro em lpm • Qi (Avanço) = vazão induzida no avanço do cilindro em lpm • Qsis = vazão do sistema em lpm = 7,2 lpm • Ap = área do pistão em cm² = 12,5664 cm² • Ac = área da coroa em cm² = 7,65765 cm² Cálculos: Qi(retorno) = Ac Ap . Qsis Qi(avanço) = ²cm65765,7 12,5664cm² . 7,2 Qi (avanço) = 11,814 lpm Qi(retorno) = Ap Ac . Qsis Qi(avanço) = 12,5664cm² ²cm65765,7 . 7,2 Qi (avanço) = 4,3875 lpm Válvulas para controle de pressão São selecionadas a partir da vazão que circula pela válvula e da pressão a ser ajustada no sistema. Em uma válvula de segurança existem faixas de ajuste de pressão próximas do limite máximo. É recomendado que o valor a ser ajustado não fique próximo do limite máximo. Para válvulas redutoras de pressão, seqüência, contrabalanço, etc., é necessário verificar no catálogo do fabricante o valor da queda de pressão, conforme visto em válvula direcional. Válvulas reguladoras de vazão O tamanho nominal (TN) da válvula é definido pela vazão a ser controlada. Neste caso, também é necessário consultar o catálogo do fabricante para verificar o valor máximo de vazão controlável. Em válvulas com retenção incorporada para permitir fluxo livre de retorno, é necessário verificar a queda de pressão durante este movimento. Nos casos particulares onde o catálogo não indica a máxima vazão (retorno simples, por exemplo), recomenda-se que seja adotada a 52 válvula cujo diâmetro da tomada seja igual ou imediatamente superior ao diâmetro interno da tubulação onde será instalada a válvula. Cálculo da perda de carga em linhas de pressão, potência, eficiência e perdas no sistema Cálculo de perda de carga distribuída na linha Fórmula: • ∆P(kgf/cm²) = f . )cm(D )cm(L . 614,1884 .δυ Dados: • ∆P = perda de carga distribuída na linha em kgf/ cm² • f = fator de fricção (n° puro) • f = R X • X = é uma constante que depende do tipo de tubulação e variação da temperatura do fluido. • X = 60 – para tubos rígidos e temperatura constante • X = 75 – para tubos rígidos e temperatura variável ou para tubos flexíveis e temperatura constante • X = 90 – para tubos flexíveis e temperaturas variáveis Obs: Como fator de segurança recomenda-se utilizar sempre “X = 90” • R = é o número Reynolds que deverá ser sempre menor do que 2000 para que o tipo de escoamento seja laminar, onde teremos sempre a mesma perda de carga. • Em realidade, entretanto, um sistema a óleo hidráulico estará sempre sujeito a turbulências em blocos manifolds, válvulas, etc. • Assim sendo, observe que o cálculo do número de Reynolds indicará um valor menor que 2000, mas não necessariamente o escoamento será laminar em todo o sistema. 53 Fórmula para cálculo do N° de Reynolds (R) R = )st( )cm(D).seg/m(v υ (N° Puro) Onde: • D = diâmetro interno da tubulação em cm • υ = viscosidade cinemática do fluido em st (centistoks) (1st=1cm²/seg) • Para óleo hidráulico, varia de 0,45 a 0,50 st • Dessa forma, recomendamos que sejam calculados 2 n°s de Reynolds. • R1 – usando υ = 0,45 st • Resultará em N° de Reynolds menor possível que deverá ser menor do que 2000. • R2 – usando υ = 0,50 st • Resultará em N° de Reynolds menor possível, resultando em um fator de fricção “f” maior possível e portanto ∆P maior possível (segurança). • L = comprimento total da tubulação em cm • L = Ll + Ls Onde: • Ll = comprimento total da canalização “retilínea” do sistema em cm. • Ls = comprimento equivalente das singularidades do sistema (curvas, cotovelos, etc.) em canalização retilínea em cm. • D = diâmetro interno da tubulação em cm = 0,6 a 1,2 m/ seg • v = velocidade de escoamento do fluido em m/ seg (recomendado) • Sucção = 60,96 a 121,92 cm/ seg ou 0,6 a 1,2 m/ seg • Retorno = 304,8 a 457,2 cm/ seg ou 3 a 4,6 m/ seg • Pressão = 609 a 762 cm/ seg ou 6 a 7,6 m/ seg • δ = Peso específico do fluido • Para óleo hidráulico = 0,818kg/ dm3 ou 0,00818kg/ cm³ • 1884,614 = fator de conversão que harmoniza as utilizadas da forma que a resposta de ∆P seja fornecida em bar. Obs: Neste cálculo de perda de carga distribuída não foi levada em consideração a perda originada nos blocos manifolds (bloco de aço onde 54 são montadas as válvulas).Nestes blocos, as curvas internas de interligação são feitas a 90° com canto vivo, gerando assim uma turbulência e, por conseguinte, perda de carga maior. Sugerimos que, na prática, para cada 5 blocos manifolds, acrescentemos 10% ao valor de ∆P (∆Preal = 1,1. ∆P). 55 Projetos Hidráulicos — Fórmulas Cilindros 1. Cálculos de áreas em cm² • Ap(cm²) = ²)cm/kgf(Pnom )kgf(Fa • Ap(cm²) = 0,7854 . D²(cm²) • Ac(cm²) = Ap(cm²) – Ah(cm²) • Ac(cm²) = ²)cm/kgf(Pnom )kgf(Fr • Ah(cm²) = Ap(cm²) – Ac(cm²) • Ah(cm²) = 0,7854 . Dh² Dados: • Ap = área do pistão em cm² • Ac = área da coroa em cm² • Ah = área da haste em cm² • Fa = força no avanço em kgf • Fr = força no retorno em kgf • Dp = diâmetro do pistão em cm • Dh = diâmetro da haste em cm • Pnom = pressão de trabalho em kgf/ cm² • 0,7854 = constante 2. Cálculo do diâmetro em milímetros Dp(mm) = 7854,0 )²cm(Ap . 10 Dh(mm) = 2,91 ²)LF).(ton(F 56 Dados: • Dp = diâmetro do pistão em mm • Dh = diâmetro da haste em mm • Ap = área do pistão em cm² • F = força de avanço do cilindro em toneladas (1 ton = 1000 kgf) • LF = comprimento livre de flambagem em mm depende da situação de montagem do cilindro e é obtido em função de “L” (consultar tabela anexa) • L = distância em mm entre o ponto de fixação do cilindro e a ponta da haste (com ela totalmente aberta) • 2,91 = constante Obs: para extrair a raiz quarta na calculadora comum, extraia a raiz quadrada duas vezes. Obs: está embutido nos cálculos um coeficiente de segurança = 3,5. 3. Cálculos de forças em kgf • Fa (kgf) = Pnom (kgf/cm²) . Ap(cm²) • Fr (kgf) = Pnom (kgf/cm²) . Ac(cm²) Dados: • Fa = força no avanço do cilindro em kgf • Fr = força no retorno do cilindro em kgf • Pnom = pressão nominal da válvula de segurança = pressão de trabalho em kgf/cm² • Ap = área do pistão do cilindro em cm² • Ac = área da coroa do cilindro em cm² 57 Referências bibliográficas SENAI SP. Projetos Pneumáticos. Núcleo de Automação Hidráulica e Pneumática. São Paulo. sd.
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