Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

Curso
Gestão de Unidades Públicas de 
Saúde em parceria com OSS: 
Contrato de Gestão
Quinta-feira – 4 de abril de 2024 
Renilson Rehem
AULA 1
19H00 AS 20H30
SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO
 
Antecedentes do SUS – um pouco de história
O processo histórico e político de criação do SUS
Os Princípios do SUS
Gestão e Financiamento do SUS
Sistema de saúde brasileiro
Renilson Rehem
Por que falar sobre o SUS?
Por que falar sobre o SUS?
Porque o modelo de OSS existe para a 
Gestão de Unidades Públicas de Saúde, 
consequentemente é uma ferramenta a 
serviço do SUS
Por que falar sobre o SUS?
Não existe a possibilidade de se celebrar uma 
boa parceria com uma OSS sem entender o 
SUS
Não existe a possibilidade de bem executar 
um Contrato de Gestão sem entender e se 
relacionar com o SUS. Seja com a gestão do 
SUS seja com as demais unidades do SUS
Por que falar sobre Regiões de Saúde?
Porque a região é fundamental para definir e 
entender o papel de qualquer unidade e 
daquela especificamente. Tanto para preparar 
o Projeto Básico quanto para preparar o 
Plano de Trabalho
Por que falar sobre Redes?
Porque é fundamental para definir e 
entender o papel de qualquer unidade e 
daquela especificamente.
Como veremos adiante, definir o papel da 
unidade é fundamental 
Portanto para obter sucesso numa parceria 
para a gerência de uma unidade pública de 
saúde é preciso compreender o modelo de 
OSS, o seu uso adequado, conhecer e 
entender o SUS, o processo de 
Municipalização x Regionalização e as Redes 
Antecedentes do SUS 
Antes do SUS, saúde não era uma questão 
do estado
No Brasil, a assistência à saúde foi, 
durante muito tempo, uma 
responsabilidade exclusiva da 
sociedade, ou seja, do que é hoje 
chamado “Terceiro Setor”. 
UM POUCO DE HISTORIA
Contexto da saúde na virada do século XIX/XX
• Pouca tecnologia
• Baixos custos
• População pouco velha
• País rural
• Doenças do subdesenvolvimento
• Sanitarismo
UM POUCO DE HISTORIA
Um pouco mais adiante no início do século XX
(há mais ou menos 100 anos atrás)
• Início da industrialização
• Chegada imigrantes europeus
• Mobilização dos trabalhadores urbanos
• Caixas e Institutos
Caixas de Aposentadoria e Pensões
• As Caixas de Aposentadoria e Pensões instituídas 
pela chamada Lei Elói Chaves, de janeiro de 1923, 
beneficiavam poucas categorias profissionais. 
• As CAPs se organizavam por empresas ou 
empregados, em regime de capitalização, mas, como 
tinham poucos contribuintes e muitas fraudes, não 
pareciam capazes de sobreviver por muito tempo.
• Após a Revolução de 1930, o novo Ministério do 
Trabalho incorporou-as e passou a tomar 
providências para que esses benefícios fossem 
estendidos a um número maior de trabalhadores. 
Os institutos de Aposentadoria e 
Pensões (IAPs)
Os IAPs descenderam das Caixas de 
Aposentadoria e Pensões (CAPs), que 
ofereciam o benefício da aposentadoria a 
muito poucos trabalhadores. 
Institutos de Aposentadoria e Pensões
• O Instituto de Aposentadoria e Pensões dos 
Marítimos (IAPM) foi criado em junho de 1933, o dos 
Comerciários (IAPC) em maio de 1934, o dos 
Bancários (IAPB) em julho de 1934, o dos 
Industriários (IAPI) em dezembro de 1936, e os de 
outras categorias profissionais nos anos seguintes. 
• Em fevereiro de 1938, foi criado o Instituto de 
Previdência e Assistência aos Servidores do Estado 
(IPASE). 
• A presidência desses institutos era nomeada pelo 
presidente da República.
Institutos de Aposentadoria e Pensões + Saúde
• Após 1945, os Institutos de Aposentadoria e Pensões 
expandiram suas áreas de atuação, que passaram a 
incluir serviços na área de alimentação, habitação e 
saúde. 
• Essa ampliação de funções, porém, não foi acompanhada 
da necessária reformulação da sua gestão financeira, o 
que acarretou sérios problemas posteriormente. 
• A falta de um planejamento central foi também 
responsável por graves disparidades na qualidade da 
assistência prestada às diversas categorias profissionais.
E a crise...
Já no final da década de 1950, as consequências 
da ampliação dos serviços dos institutos 
manifestaram-se através de uma séria crise 
financeira. 
Na verdade, essa crise era também resultado 
da permanente dívida da União e dos 
empregadores para com a previdência social.
Continuando com um pouco mais de história
Meados do século XX (pós guerra)
• Início do processo de desenvolvimento
tecnologico na saúde
• Elevação dos custos da atenção a saúde
• País cada vez mais urbano
• População mais velha
• Sanitarismo X Medicalismo
Década de 1970 do século XX 
• Regime militar – ditadura
• Prev Social - Unificação dos Institutos
• Aceleração do processo de 
desenvolvimento tecnologico na saúde
• Aceleração da elevação dos custos
• País urbano
• População mais velha
O Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
• Uma das características marcantes da gestão da 
Saúde nos governos militares, no período 
1964/1985, foi a centralização. 
• No caso da Previdência, a partir de 1966 (Decreto-
Lei 72, de 21 de novembro de 1966) o Governo 
Federal criou o INPS (Instituto Nacional da 
Previdência Social) tomou para si todos os Institutos 
de Pensão e Aposentadoria (IAPs).
Isso foi fundamental para a criação do SUS
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0072.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/Del0072.htm
Centralizando o comando
A partir de então, o comando foi centralizado, 
inicialmente no próprio INPS, depois no INAMPS 
(Instituto Nacional de Assistência Médica da 
Previdência Social), para oferecer assistência 
médica aos trabalhadores, e no Ministério da Saúde, 
para as campanhas de combate a endemias e 
epidemias, basicamente. 
Os estados e municípios tinham papel secundário 
ou irrelevante
Os anos 1970 e início dos 1980 
• Ditadura militar
• Movimento de redemocratização
• Aceleração do desenvolvimento
tecnológico e da elevação dos custos
• País urbano e população mais velha
• Crise da Previdência
• Movimento da Reforma Sanitária
O Sistema Nacional de Saúde (SNS)
O SNS foi criado pela Lei nº 6.229, de julho de 
1975, com o objetivo de superar a 
descoordenação no campo das ações de saúde. 
O SNS foi constituído pelo
 “complexo de serviços, do setor público e do 
setor privado, voltados para ações de interesse 
da saúde... organizados e disciplinados nos 
termos desta lei...”. 
INSTITUTO NACIONAL DE ASSISTÊNCIA MÉDICA DA PREVIDÊNCIA 
SOCIAL (INAMPS)
• O INAMPS, autarquia federal, foi criado em 1977, 
pela Lei nº 6.439, que instituiu o Sistema Nacional 
de Previdência e Assistência Social (Sinpas). 
• O novo sistema transferiu parte das funções até 
então exercidas pelo Instituto Nacional de 
Previdência Social (INPS) para duas novas 
instituições:
• A assistência médica aos segurados foi atribuída ao 
INAMPS e 
• A gestão financeira, ao Instituto de Administração 
Financeira da Previdência e Assistência Social (IAPAS), 
permanecendo no INPS apenas para a concessão de 
benefícios.
UM POUCO MAIS DE HISTORIA
Segunda metade da década de 1980
• Fim do regime militar – redemocratização
• Aceleração do desenvolvimento tecnologico e 
da elevação dos custos na saúde
• País urbano e População mais velha
• Crise da Previdência
• Movimento da Reforma Sanitária
• VIII Conferência Nacional de Saúde
• O SUDS
• Constituição Federal de 1988 – O SUS 
A crise conduz a Universalidade. Como?
• O INAMPS no esforço de adequar oferta e demanda, sem 
aumentar o déficit financeiro da previdência, buscou o 
estabelecimento de convênios com unidades de saúde das 
secretarias de saúde, do Ministério da Saúde e das 
universidades públicas. 
• Além de prestar serviços a um custo inferior à rede privada, 
a forma de repasse de recursos do INAMPS para os serviços 
públicos conveniados, via orçamento global, permitia maior 
controle e planejamento dos gastos. 
• Dessa forma, o INAMPS inicia um processo de integração 
da rede pública que resultaria no fim dasdiferenças entre 
a clientela segurada e a não-segurada.
A Crise (financeira e política) e a Reforma
• Sob a pressão da crise financeira, surgiu no INAMPS 
um processo de reforma que incorporou elementos 
de uma visão crítica do sistema.
• Isso ocorreu num quadro de perda crescente de 
legitimidade social e política do sistema.
• Técnicos progressistas na máquina burocrática, se 
inspiraram nas propostas de igualdade e 
universalização do direito à saúde - “Saúde para 
Todos até o Ano 2000.” OMS
A Nova República
Com a Nova República, em 1985, o INAMPS foi 
assumido por um grupo de técnicos progressistas, 
que tratou de aprofundar seus aspectos mais 
inovadores. 
Expresso no I Plano Nacional de Desenvolvimento da 
Nova República, o princípio da descentralização, cuja 
implementação foi liderada pela saúde colocou em 
xeque o próprio INAMPS.
A VIII Conferência Nacional de Saúde
Aconteceu em março/1986, em Brasília, teve grande 
representatividade e cumpriu o papel de sistematizar 
tecnicamente e disseminar politicamente um projeto 
democrático de Reforma Sanitária, com:
• universalização do acesso,
• igualdade no atendimento,
• integralidade da atenção,
• unificação institucional do sistema, 
• descentralização, 
• regionalização e hierarquização da rede de serviços
• participação da comunidade.
O sistema unificado e descentralizado de saúde 
(SUDS)
Em julho de 1987, foi criado o SUDS - Decreto nº 95.657.
As iniciativas de reorganização do pacto federativo 
favoreceram esse projeto que colocava os estados e 
municípios como os gestores do futuro sistema de saúde. 
A exposição de motivos conjunta dos ministros da Saúde e da 
Previdência reforça os princípios de descentralização, gestão 
colegiada e participativa e integração de recursos, como 
pontos centrais do novo sistema, a ser formalmente “unificado 
e descentralizado”. 
Sacramentava o compromisso com a democratização do 
acesso aos serviços de saúde.
A Portaria nº. 4.169 (janeiro – 1988) do Ministro da 
Previdência e Assistência Social alterou a estrutura do 
INAMPS nos estados onde já tivesse sido implantado o 
SUDS e determinou que as atividades remanescentes das 
Superintendências Regionais fossem imediatamente 
transferidas para as Secretarias Estaduais de Saúde. 
As Superintendências Regionais foram extintas por meio da 
Portaria nº. 4.235 do Ministro da Previdência e Assistência 
Social de maio de 1988.
A CRIAÇÃO DO SUS
A nova Constituição Federal e o Sistema Único de Saúde 
(SUS)
A nova Constituição Federal, promulgada a 3 de 
outubro de 1988, instituiu o Sistema Único de 
Saúde (SUS), cuja formatação final e 
regulamentação ocorreram mais tarde através 
das leis nº 8.080 e 8.142, ambas de 1990.
E o INAMPS vai para o MS
Em 7 de março de 1990, na última semana do 
governo Sarney, o INAMPS foi finalmente transferido 
do MPAS para o Ministério da Saúde, através do 
Decreto nº 99.060. 
A partir daí, a presidência da autarquia passou a ser 
exercida pelo Secretário de Assistência à Saúde do 
Ministério da Saúde, numa progressiva diluição de 
sua identidade institucional. 
O SISTEMA DE SAÚDE BRASILEIRO
Sistema Público – SUS
Saúde Suplementar – Planos e Seguros de 
Saúde (individuais, empresa, auto gestão e 
de servidores públicos)
Desembolso direto - serviços particulares 
autônomos
Sistema de Saúde Brasileiro
Os sistemas se comunicam de várias formas 
O setor público regula tudo inclusive o setor 
privado – como deve ser construído e como deve 
funcionar
A vigilância sanitária e epidemiológica é para todo 
o sistema de saúde não apenas para o sistema 
público
Sistema de Saúde Brasileiro
O setor de saúde suplementar
O sistema de saúde atual conta com a participação 
privada por meio de duas formas de financiamento 
principais:
• desembolso direto; e
• apólices de planos privados de assistência à saúde. 
O setor de saúde suplementar, que corresponde ao 
mercado das OPS, é regido pela Lei nº 9.656/1998 e 
regulamentado pela Agência Nacional de Saúde 
Suplementar (ANS). 
Aproximadamente 25% da população brasileira 
possui seguros e planos de saúde a maioria 
plano empresa) 
 
O ressarcimento ao SUS por parte das empresas 
cujos clientes sejam atendidos no SUS, é 
obrigatório mas enfrenta forte resistência das 
empresas 
O SUS e o Sistema de Saúde Suplementar:
Taxa de Cobertura da População pela Saúde 
Suplementar, por UF
Fonte: ANS – Cadastro de Beneficiários 1
O Sistema Único de Saúde - SUS 
Sistema público de saúde, formado por 
instituições públicas das três esferas de 
governo, com participação complementar 
do setor privado
	Slide 1
	Slide 2
	Slide 3
	Slide 4
	Slide 5
	Slide 6
	Slide 7
	Slide 8
	Slide 9
	Slide 10: Antes do SUS, saúde não era uma questão do estado
	Slide 11: UM POUCO DE HISTORIA
	Slide 12: UM POUCO DE HISTORIA
	Slide 13: Caixas de Aposentadoria e Pensões 
	Slide 14: Os institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs)
	Slide 15: Institutos de Aposentadoria e Pensões 
	Slide 16: Institutos de Aposentadoria e Pensões + Saúde 
	Slide 17: E a crise...
	Slide 18: Continuando com um pouco mais de história 
	Slide 19
	Slide 20: O Instituto Nacional de Previdência Social (INPS). 
	Slide 21: Centralizando o comando
	Slide 22
	Slide 23: O Sistema Nacional de Saúde (SNS)
	Slide 24: Instituto nacional de assistência médica da previdência social (inamps) 
	Slide 25: UM POUCO MAIS DE HISTORIA
	Slide 26: A crise conduz a Universalidade. Como?
	Slide 27: A Crise (financeira e política) e a Reforma
	Slide 28: A Nova República
	Slide 29: A VIII Conferência Nacional de Saúde
	Slide 30: O sistema unificado e descentralizado de saúde (SUDS)
	Slide 31
	Slide 32: A CRIAÇÃO DO SUS
	Slide 33: A nova Constituição Federal e o Sistema Único de Saúde (SUS)
	Slide 34: E o INAMPS vai para o MS
	Slide 35: O Sistema de Saúde Brasileiro
	Slide 36: Sistema Público – SUS Saúde Suplementar – Planos e Seguros de Saúde (individuais, empresa, auto gestão e de servidores públicos) Desembolso direto - serviços particulares autônomos
	Slide 37: Os sistemas se comunicam de várias formas O setor público regula tudo inclusive o setor privado – como deve ser construído e como deve funcionar A vigilância sanitária e epidemiológica é para todo o sistema de saúde não apenas para o sistema
	Slide 38: O setor de saúde suplementar
	Slide 39: Aproximadamente 25% da população brasileira possui seguros e planos de saúde a maioria plano empresa) O ressarcimento ao SUS por parte das empresas cujos clientes sejam atendidos no SUS, é obrigatório mas enfrenta forte resistência das emp
	Slide 40
	Slide 41

Mais conteúdos dessa disciplina