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Aleitamento artificial Apresentação O leite materno (LM) atende às necessidades dos lactentes, sendo um alimento que oferta todos os nutrientes de forma quali e quantitativamente adequada, além de conter substâncias com atividades protetoras e imunomoduladoras. A orientação é que apenas seja oferecido o LM até o 6o mês de vida, complementado com alimentação a partir do 6o mês de vida. Na impossibilidade de manter o aleitamento materno, é recomendado o uso de fórmula infantil, conforme orientação das diversas sociedades científicas brasileiras e internacionais. As fórmulas infantis têm composição nutricional semelhante ao leite materno, de forma a minimizar as repercussões digestivas e metabólicas da criança desmamada precocemente ou em aleitamento materno misto. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as principais causas do desmame precoce e as características das fórmulas infantis existentes no mercado. Você também vai conhecer as fórmulas infantis que são indicadas para condições especiais de saúde. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar as causas de interrupção do aleitamento materno exclusivo.• Explicar as características das fórmulas infantis.• Reconhecer as fórmulas infantis para condições especiais.• Desafio A alimentação do lactente é sempre pauta de grande debate. Embora o aleitamento materno deva ser exclusivo até o 6o mês de vida e complementado até os 2 anos, o desmame precoce é uma realidade na população brasileira. A introdução precoce do leite de vaca como opção ao leite materno é comum, e as consequências para o lactente podem ser permanentes. Nesse contexto, orientações e condutas que tornem a amamentação menos estressora podem ser de grande valia para evitar o desmame precoce e promover o bem-estar e a saúde da mãe e do filho. Com base nessas informações, imagine a seguinte situação: Diante desse caso, responda: como você, profissional nutricionista, orientaria Catarina? Infográfico As fórmulas infantis são a primeira linha de substitutos na impossibilidade de oferta do leite materno. A composição nutricional desses produtos é padronizada por legislação e atende às demandas específicas dos lactentes. É parte do trabalho do nutricionista conhecer as diferentes fórmulas disponíveis no mercado brasileiro, sua composição e como realizar sua indicação com segurança e perícia. Neste Infográfico, você vai conhecer algumas fórmulas infantis disponíveis para oferta na impossibilidade do aleitamento materno. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conteúdo do livro A Organização Mundial da Saúde e o Ministério da Saúde recomendam que o aleitamento materno exclusivo seja empregado até o 6o mês de vida do lactente, e de forma complementar até 2 anos de idade ou mais. Não há dúvidas de que o leite materno traz inúmeros benefícios à saúde da criança, melhora a imunidade, reduz o número de doenças, possibilita um bom desenvolvimento físico, psicológico e neurológico, além de aumentar o vínculo mãe/filho. Contudo, na impossibilidade de a mãe alimentar o bebê com leite materno, as fórmulas infantis são indicadas para substitui-lo na alimentação da criança no primeiro ano de vida, uma vez que apresentam composição nutricional adaptada à velocidade de crescimento do lactente. Nesse âmbito, existem formulações específicas para cada grupo etário e condição de saúde que precisam atender às determinações de regulamentos técnicos peculiares, justamente para contemplarem as demandas nutricionais e exigências sanitárias. No capítulo Aleitamento artificial, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar as principais causas da interrupção do aleitamento materno exclusivo. Também vai conhecer os conceitos básicos relacionados às fórmulas infantis, seus tipos, composição e características nutricionais, além das indicações de uso. Boa leitura. NUTRIÇÃO MATERNO-INFANTIL Helena Simões Dutra de Oliveira Fulginiti Aleitamento artificial Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar as causas de interrupção do aleitamento materno ex- clusivo. � Explicar as características das fórmulas infantis. � Reconhecer as fórmulas infantis para condições especiais. Introdução Você sabe qual é o alimento ideal para o bebê? É o aleitamento ma- terno, que deve ser oferecido, de preferência, de forma exclusiva até o 6º mês de vida e complementado até os 2 anos. Entretanto, existem situações em que o aleitamento não é recomendado ou é interrom- pido. Nesses casos, as fórmulas infantis são mais indicadas, visto que sua composição nutricional é ajustada para o crescimento do lacten- te, sobretudo ao longo do primeiro ano de vida. Neste capítulo, você vai estudar as principais causas de desmame precoce, as características das fórmulas infantis existentes no merca- do e as fórmulas destinadas a condições especiais. Causas de interrupção do aleitamento materno Órgãos nacionais e internacionais recomendam o aleitamento materno ex- clusivo até o 6º mês de vida e complementado até os 2 anos. Em relação ao crescimento, o aleitamento exclusivo fornece todos os nutrientes que o bebê precisa, sobretudo em áreas de maior vulnerabilidade social, além de impedir o uso de mamadeira, que requer técnica adequada de preparo e água lima, o que nem sempre é viável. Para a mãe, o aleitamento também produz efeitos muito positivos. Estudos mostram que a gestação e o parto são experiências importantes, mas que a realização da mulher como mãe somente acontece com a amamentação. Ao mesmo tempo, ajuda a reduzir o risco de câncer de mama, ovário e endomé- trio e ajuda a mulher a voltar ao peso pré-gestacional de forma mais rápida e efetiva. Apesar das múltiplas vantagens, com grande divulgação, houve declínio da prática no início do século XX e, a partir da década de 1980, políticas públicas foram elaboradas visando a incrementar os números praticada ama- mentação. Tenha em mente que as causas do desmame precoce estão ligadas ao pro- cesso de urbanização e industrialização: os diversos papéis que a mulher as- sume na sociedade (e cada vez mais), os produtos lácteos exclusivos para lac- tentes, a propaganda excessiva e a valorização da mama como símbolo sexual. A entrada da mulher no mercado de trabalho, na década de 1950, teve grande impulso. Com isso, as tarefas de casa passaram a ser mais divididas. O leite artificial corroborou para esse processo, já que a mulher necessitava assumir mais espaço na sociedade. A sociedade, antes rural e de família estendida (pais, tios, avós e primos) passa a ser urbana, com família nuclear (pai, mãe e filhos), e a rede de apoio para a amamentação passa a não mais existir. A menina não ter mais o con- vívio próximo com outras mulheres da família, além de sua própria mãe, e tem menos oportunidade de aprender as técnicas de cuidados maternos. Quando recebe informações sobre aleitamento materno de outras mulheres, não há vínculo de confiança, e essas instruções costumam ter efeito negativo. Considera-se que a estrutura nuclear da família urbana moderna é uma das razões mais importantes do declínio do aleitamento materno. Estresse materno Você sabe que, no momento da alta hospitalar, a mãe pode não estar restabe- lecida do parto. Chegará em casa e, muitas vezes, assumirá os cuidados de um bebê pequeno e os afazeres domésticos. Além disso, o aleitamento nem sempre é intuitivo, necessitando apoio e conhecimento da arte de amamentar. Com o possível estresse resultante dessa situação, a ejeção do leite pode ser prejudicada. Pode também ocorrer ingurgitamento mamário, mamada inefi- ciente, choro de fome, fissuras e possibilidade de formação de abscesso ma- mário. Nutrição materno infantil168 Serviços médicos pouco adequados ao incentivo do aleitamento materno Nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e em ambulatórios pediátricos, hácerto tempo, a assistência à criança costumava ser curativa, em detrimento de medidas educativas. Essa postura facilitava o desmame precoce pela pouca atenção ao uso de chupetas, mamadeira, água, chás, introdução inadequada de alimentos sólidos ou em outra consistência. É bastante relatado pelas nutrizes que as orientações sobre aleitamento eram conflituosas e pouco encorajadoras. Depois de um período de experi- ência, em 2003, o Ministério da Saúde instituiu a Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação, para aperfeiçoar e intensificar a promoção da ama- mentação às gestantes e nutrizes. Fatores psicossociais Você, fazendo parte da equipe de saúde que atende gestantes e nutrizes, deve conhecer fatores anatômicos e hormonais envolvidos na lactogênese, mas seu conhecimento a respeito de fatores psicológicos e sociais também é funda- mental para o sucesso da orientação e da reversão das taxas de desmame precoce. Quando a amamentação não é uma obrigação, mas uma opção da mulher, o estilo de vida e os fatores psicossociais são decisivos na escolha entre amamentar ou não. Pesquisas quantitativas demonstram que baixa escolaridade, primipa- ridade, maternidade na adolescência, falta de confiança na capacidade de amamentar, falta da Iniciativa Hospital Amigo da Criança, volta ao trabalho/ escola, problemas mamários, problemas econômicos e, possivelmente, taba- gismo, são fatores associados ao desmame precoce. Por outro lado, pesquisas qualitativas informam que o desmame precoce está relacionado com a ideia da mãe de insuficiência láctea (“pouco leite”). As mães consideram o aleitamento como uma escolha que envolve consciente e inconsciente. O “querer” e o “não querer” podem gerar sentimento de am- bivalência. Como a amamentação é como reconhecida como o melhor para os bebês, é difícil para as mães afirmarem que não desejam amamentar. Além de culpa e autocensura, surge o temor da exposição à crítica e da condenação de familiares e profissionais de saúde. Você verá, então, a mãe escondendo, até de si mesma, a decisão de não querer amamentar, transformando o “não 169Aleitamento artificial quero” em “não consigo”. Na introdução da mamadeira e no término da lac- tação, uma mistura de frustração e alívio tomam conta. A falta de apoio e incentivo facilitam essa opção. Você deve reparar, que a amamentação não é apenas biológica, mas, acima de tudo, a percepção da mãe a respeito de si própria e de suas interações, in- cluindo família e sociedade. Baby Blues Acredita-se que o blues puerperal, ou baby blues, esteja ligado às mudanças hormonais que acontecem na primeira semana após do parto. O corpo da mãe está se adaptando, o que inclui recuperar-se da dose de adrenalina que recebeu quando o bebê chegou. Aos poucos, os hormônios vão se estabilizando no organismo, à medida que ele co- meça a produzir leite . O lado emocional não fica para trás. O tamanho da responsabilidade com a chegada do bebê tem potencial de assustar qualquer pessoa. A preocupação em não saber como cuidar de um recém-nascido tão frágil, além do cansaço típico do período de adaptação às novas rotinas, são fatores contribuintes para essas sensações. O baby blues não é uma doença. O pior momento costuma ser entre o terceiro e o quinto dia pós-parto. A melancolia deve ir embora até o fim da segunda semana, ainda mais se a mãe puder descansar um pouco e contar com o apoio da família. Caso a puérpera continue se sentindo muito triste, por mais de um mês depois do parto, aí sim pode estar sofrendo de depressão pós-parto. Essas condições de adap- tação à rotina de cuidados do bebê, baby blues ou depressão pós-parto podem atra- palhar a amamentação e, se a situação não for bem diagnosticada, pode resultar em desmame precoce. Fonte: BabyCenter Brasil (2016). Fórmulas infantis Em 1885, foi determinada a composição do leite materno e, em 1915, foi de- senvolvida a primeira fórmula em pó contendo leite de vaca desnatado, lactose e óleo vegetal, já armazenada em latas, para ser oferecida como substituto do leite materno em casos de ausência da mãe. O grande apelo da indústria favoreceu a desvalorização do leite materno e o consequente aumento da utilização das fórmulas infantis. Com o aumento Nutrição materno infantil170 indiscriminado do uso de fórmulas industrializadas (ainda pouco elaboradas até então), surgiram diversos problemas nutricionais. Em virtude da baixa quantidade de ferro, da pouca biodisponibilidade (que ainda é quelado pelo cálcio) e de favorecer micro-hemorragias na mucosa do intestino, o leite de vaca favorece a anemia ferropriva. Sendo assim, era imprescindível aperfei- çoar o leite de vaca para as necessidades humanas. Nos últimos 50 anos, as empresas produtoras de alimentos lácteos fizeram alto investimento na produção e modificação desses produtos, buscando atingir a composição do leite materno, com ajustes nos teores proteicos, de gorduras e carboidratos e nas concentrações de micronutrientes. O Brasil regulamentou, em 1998, por meio de Portaria da Secretaria de Vi- gilância Sanitária (MS nº 977), o Regulamento Técnico referente às fórmulas infantis para lactentes e às fórmulas infantis de seguimento, tendo como re- ferência o Codex Alimentarius de 1984 (referência internacionalmente aceita) e a Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos para Lactentes, de 1992 — Resolução nº 31/1992 (BRASIL, 1992, 1998). Essas legislações têm os objetivos de atender às exigências nutricionais determinadas pelo Codex Alimentarius e promover a comercialização de produtos de qualidade, ca- pazes de atender de forma adequada às necessidades nutricionais de cada grupo etário. Assim, qualquer que seja o fabricante, existe a garantia de que a criança estará recebendo um produto seguro e nutricionalmente adequado. Porém, as fórmulas não são todas iguais e, mesmo que sejam pequenas, as diferenças existentes permitem aos profissionais a individualização da pres- crição, possibilitando à criança receber um alimento ainda mais específico para suas necessidades. Portanto, é fundamental que você, como profissional, conheça as particularidades que diferenciam cada produto. Veja a seguir os detalhamentos das definições e as principais caracterís- ticas das fórmulas infantis, retirados da legislação brasileira vigente. � Fórmula infantil para lactentes: também conhecida como “fórmula 1”, tem apresentação na forma líquida ou em pó, utilizada sob pres- crição e especialmente fabricada para satisfazer 100% das necessi- dades nutricionais dos lactentes sadios durante os primeiros seis meses de vida, que não estejam recebendo leite materno ou que necessitem de complementação. � Fórmula de seguimento para lactentes: conhecida como “fórmula 2”, é o produto, em forma líquida ou em pó, utilizado sob prescrição e especialmente fabricado para satisfazer, por si só, as necessidades nu- 171Aleitamento artificial tricionais dos lactentes sadios a partir de 6 meses até completar 1 ano, podendo ser usado até os 36 meses. � Se o leite de vaca for a única fonte de proteína: o produto pode ser de- signado como “fórmula infantil para lactentes à base de leite de vaca”. � Se a soja for a única fonte de proteína: o produto pode ser designado como “fórmula infantil para lactentes à base de soja”. Veja agora as indicações das fórmulas infantis! � Substituto ou complemento do leite materno para crianças cujas mães não têm leite ou estão momentaneamente impossibilitadas de ama- mentar. � Substituto do leite materno quando este for contraindicado, como nos casos das infecções causadas por retrovírus, como HIV, e por alguns erros inatos do metabolismo. � Complementação do leite materno para recém-nascidos que não estão ganhando peso da forma adequada. Características nutricionais das fórmulas infantis O leite de vaca é modificado para adequar-se às necessidades fisiológicas da criança, quanto à qualidade e à quantidade de proteínas, gorduras, carboi- dratos,vitaminas e minerais. Energia Depois de ser reconstituída, a fórmula infantil deve conter, por 100 mL, de 60 a 70 kcal. Proteína Em fórmulas para lactentes à base de proteínas hidrolisadas ou não hidro- lisadas, o teor mínimo de proteína deve ser de 1,8 g para cada 100 kcal; o máximo deve ser 3 g por 100 kcal. Quando houver proteína isolada de soja, ou combinação de proteína de soja com leite de vaca, o teor mínimo deve ser de 2,25 g/100 kcal a 3 g/100 kcal. Você sabia que a alteração na qualidade e na quantidade de proteína reduz o estresse metabólico sobre os órgãos ainda imaturos dos bebês? Além disso, Nutrição materno infantil172 proporciona crescimento comparável ao de crianças amamentadas, evitando obesidade futura. As fórmulas são elaboradas a partir da mistura de leite de vaca integral e soro de leite. Há redução na quantidade de proteínas e realiza-se desnaturação proteica (ou seja, a quebra da caseína em moléculas menores), formando pro- teínas que favorecem a digestão e a absorção, com razão proteína/caseína que se assemelha à do leite materno (60:40). Com o acréscimo de proteínas do soro de leite (α-lactoalbumina), a composição de aminoácidos também se aproxima do leite materno. Lipídios O teor de gordura total deve variar de 4,4 a 6 g/100 kcal, não podendo ser utilizadas gorduras ou óleos hidrogenados. Os ácidos láurico e mirístico não devem ultrapassar 20% do total de ácidos graxos, e os ácidos graxos trans não podem ultrapassar 3% do produto. A gordura das fórmulas infantis é proveniente da gordura láctea e de fontes de origem vegetal (soja, milho, girassol, canola, palma, palmiste), vi- sando a melhorar a digestibilidade e a composição de ácidos graxos essen- ciais. O Codex Alimentarius (2016) orienta que as fórmulas devem conter, no mínimo, 300 mg/100 kcal de ácido alfalinoleico. De uns tempos para cá, você percebeu como tem havido interesse na qualidade dos lipídios fornecidos pela alimentação? O lipídio funciona como determinante do crescimento e do desenvolvimento visual e neurológico, além de promover saúde a curto e longo prazos. Por isso, é possível encontrar fórmulas acrescidas de óleo de peixe, com o objetivo de aumentar o aporte de ácidos graxos de cadeias longa e média, importantes para a mielinização e maturação do sistema nervoso central e da retina, além de prevenir sintomas alérgicos e a modulação da resposta inflamatória. A razão mínima de ácido linoleico/ácido linolênico deve ser de 5:1 e a máxima de 15:1. Carboidratos O conteúdo mínimo de carboidratos deve ser de 9 g/100 kcal e o máximo de 14 g/100 kcal. Alguns produtos são acrescidos de lactose, objetivando-se o ajuste ao teor do leite humano, mas são permitidos outros tipos de carboidratos, como mal- tose, sacarose, glicose, maltodextrina, polímero de glicose e amido. A lactose 173Aleitamento artificial está relacionada com a acidez das fezes e formação da microbiota intestinal (lactobacilos e bifidobactérias), o que você deve considerar muito importante, pois auxilia na absorção de cálcio, fósforo e outros minerais, além de impedir o crescimento de bactérias indesejáveis. O teor mínimo de lactose nas fór- mulas de primeiro e segundo semestres deve ser de 4,5 g por 100 kcal (pro- duto pronto para o consumo). A sacarose só pode ser acrescida em fórmulas infantis para lactentes nos produtos feitos com proteína hidrolisada e, no máximo, deve representar 20% do total de carboidratos. Se a glicose for o carboidrato adicionado à fórmula para os lactentes (somente aceita em fórmulas com proteína hidrolisada), não deve ultrapassar 2 g/100 kcal. Quando a fórmula contiver amido, saiba que só serão permitidos os amidos pré-gelatinizados ou pré-cozidos, naturalmente isentos de glúten, até o máximo de 30% do total de carboidratos e até 2 g/100 mL. Vitaminas e minerais A Portaria RDC 47/2011 é a legislação que determina o teor de vitaminas e minerais das fórmulas infantis, sendo que todas são enriquecidas com ferro para atender à demanda do lactente (BRASIL, 2011). Os minerais são ajus-tados para aproximar-se das taxas encontradas no leite materno, em especial a relação cálcio/fósforo para favorecer a mineralização óssea. Outros micro-nutrientes são ferro, zinco, cobre e selênio, os quais você deve saber que são importantes para a defesa do organismo. A indústria também tem trabalhado no incremento de arginina, zinco, se- lênio, nucleotídeos e vitamina A para garantir crescimento e desenvolvimento da microbiota intestinal — com predominância de bifidobactérias — e favo- recer o sistema imunológico. Outros nutrientes — opcionais Os ingredientes que você estudará agora podem ser adicionados para garantir que a fórmula seja mais adequada, considerando o leite humano como re- ferência, ou para que os benefícios de quem é amamentado exclusivamente com leite humano sejam atingidos. Considerando 100 kcal do produto pronto, pode-se encontrar: Nutrição materno infantil174 � Taurina: não pode ultrapassar 5 mg/100 kcal. � Ácido docosa-hexaenoico: o limite superior de referência deve corres- ponder a 0,5% do conteúdo total de gorduras, ou o conteúdo do ácido araquidônico deve atingir pelo menos a mesma concentração do ácido D, ou, ainda, o conteúdo de ácido eiosapentaenoico, que pode ocorrer em ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa (LC PUFA), não pode exceder o conteúdo de ácido docosa-hexaenoico. � Fruto-oligossacarídeos e galacto-oligossacarídeos: a quantidade adi- cionada não deve ultrapassar o limite de 08g0ml, e uma combinação de10% de fruto-oligossacarídeos e 90% de galacto-oligossacarídeos ou outras combinações e níveis máximos desses elementos podem ser utilizados, desde que comprovados cientificamente como seguros e adequados por revisões sistemáticas de ensaios clínicos randomizados. As fórmulas podem ser classificadas de acordo com a complexidade dos nutrientes em poliméricas ou intactas, oligoméricas ou semielementares e monoméricas ou elementares. � Fórmulas poliméricas ou intactas: a criança deve ter preservadas as funções digestivas e absortivas normais. Essa fórmula é a primeira es- colha para crianças com trato gastrintestinal funcionante. � Fórmulas oligoméricas ou semielementares: os macronutrientes estão hidrolisados, ou seja, parcialmente digeridos, necessitando de função intestinal mínima para absorção. As proteínas estão quebradas em peptídeos (lactoalbumina ou caseína), os carboidratos são oligos- sacarídeos (maltodextrina ou polímeros de glicose), e as gorduras nor- malmente são triglicerídeos de cadeia média e óleos vegetais. Essas fórmulas são indicadas para pacientes com alergias ou intolerâncias alimentares. � Fórmulas monoméricas ou elementares: os nutrientes estão presentes na forma mais simples e de fácil absorção. Proteínas estão hidrolisadas em aminoácidos, os carboidratos estão quebrados em monossacarídeos (glicose, amido modificado), e o lipídio na forma de triglicerídeos de cadeia média ou ácidos graxos essenciais. As fórmulas monoméricas ou elementares são indicadas para crianças que não toleram fórmulas hidrolisadas ou que têm alergias graves. 175Aleitamento artificial Regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de fórmulas in- fantis para lactentes Leia, na íntegra, a Portaria da Secretaria de Vigilância Sanitária sobre identidade e qua- lidade de fórmulas infantis para lactentes (BRASIL, 1998). Fórmulas infantis para condições especiais Você deve levar em conta diversos fatores no momento da indicação de uma fórmula. Podemos citar os seguintes fatores: faixa etária, indicação clínica, característica dos nutrientes, densidade calórica, intolerâncias, alergias ali- mentares e custos. Fórmulas antirregurgitação São formulações mais espessas, tendo efeito benéfico no refluxo e com qua- lidade nutricional. Tenha em mente que espessar fórmulas convencionais produz desproporção entre os nutrientes, excedendo as recomendações de carboidratose aumentando o risco de sobrepeso e obesidade. O princípio das formulações antirregurgitação é a troca de parte da lactose por amido de milho ou de arroz pré-gelatinizado, ou, ainda, por goma gataí, isto é, açúcares que, ao entrarem em contato com o pH ácido do estômago, so- frem gelatinização, proporcionando maior consistência ao conteúdo gástrico e dificultando o refluxo da fórmula ingerida. A adição do soro de leite melhora o perfil dos aminoácidos e, com isso, a relação caseína/proteínas assegura o esvaziamento gástrico adequado. Fórmulas isentas de lactose Seguem o mesmo padrão nutricional das fórmulas convencionais, sendo di- ferentes em relação à composição dos carboidratos por terem como fonte a maltodextrina no lugar da lactose. As fórmulas que não contêm glúten estão Nutrição materno infantil176 indicadas na alactasia congênita, na galactosemia e nas diversas situações associadas à intolerância secundária à lactose por lesão do epitélio intestinal, como diarreia persistente (transição entre fórmula à base de hidrolisado pro- teico e fórmula infantil convencional), doença celíaca, desnutrição grave e tratamento pós-operatório (gastrectomia e colostomia). As fórmulas de soja têm sido incluídas nessa categoria e sua principal in- dicação clínica não é a intolerância à lactose, mas a alergia à proteína do leite de vaca, IgE mediada. Fórmulas de proteína isolada de soja As fórmulas de proteína isolada de soja são isentas de proteína de leite de vaca e de lactose. São fórmulas completas e poliméricas. Têm indicação para crianças alérgicas à proteína do leite de vaca mediadas por IgE, intolerância à lactose e galactosemia acima dos 6 meses de vida. Esteja atento a esta diferença: existem no mercado produtos à base de soja que apresentam soro do leite de vaca ou lactose em sua composição, além de um perfil inadequado para lactentes menores de 1 ano. Não oriente o con- sumo desses produtos nessa faixa de idade. Fórmulas de proteína extensamente hidrolisadas As fórmulas de proteínas extensamente hidrolisadas são formulações completas no aspecto nutricional, semielementares e hipoalergênicas. A pro- teína (do soro ou da caseína do leite ou da soja) encontra-se extensamente hidrolisada em pequenos peptídeos e aminoácidos livres. São a primeira indi- cação no manejo da alergia à proteína do leite de vaca. O mercado já oferece versões com ou sem lactose. 177Aleitamento artificial Suspensão de aminoácidos A suspensão de aminoácidos corresponde a fórmulas completas, elementares e hipoalergênicas, nas quais a proteína (do soro ou da caseína do leite ou da soja) encontra-se em sua forma mais simples, com 100% de aminoácidos li- vres. A fonte de carboidratos é a matodextrina. Esse produto é indicado nos casos de alergia alimentar grave resistente ao uso de fórmulas altamente hi- drolisadas ou na transição da nutrição parenteral total para a nutrição enteral ou, ainda, na realimentação de pacientes críticos. Fórmulas para erros inatos do metabolismo Essas são fórmulas indicadas para doenças metabólicas hereditárias causadas por erros inatos do metabolismo, em que há falta da atividade de uma ou mais enzimas específicas ou de defeitos no transporte de proteínas. No Brasil, encontra-se fenilcetonúria, doença do xarope de bordo e deficiência de bioti- nidase em recém-nascidos. Fórmulas para prematuros Os recém-nascidos prematuros têm necessidades energéticas maiores do que o recém-nascido a termo. Você deve ter em mente que, em virtude da limi- tada capacidade gástrica do prematuro, é necessário o uso de formulações com maior densidade energética, a fim de manter a velocidade de crescimento intrauterino. Essas fórmulas apresentam maior densidade energética, níveis aumentados de proteínas e minerais e menores teores de lactose. Nutrição materno infantil178 Doença da urina do xarope de bordo A doença da urina do xarope de bordo — que também é chamada de leucinose — corresponde a um erro inato do metabolismo, o qual foi gerado pela deficiência da atividade do complexo da desidrogenase dos α-ceto-ácidos de cadeia ramificada de- pendente de tiamina. A elevação dos fluidos fisiológicos dos aminoácidos de cadeia ramificada leucina, valina e isoleucina é causada pela deficiência deste complexo, E o sistema nervoso central é a principal região afetada pelo problema. A doença da urina do xarope de bordo ocorre em quem a herda de forma autossô- mica recessiva. Isso ocorre da seguinte maneira: a pessoa afetada recebe uma mutação do pai e outra da mãe. Se o casal tiver mais filhos, a doença pode se repetir com uma probabilidade de 25%, ou seja, um quarto de chance. Quais sinais mostram aos pais a ocorrência da doença em seu filho? A doença da urina do xarope de bordo se manifesta de forma muito variada, depen- dendo da atividade enzimática residual. Dos indivíduos afetados, em torno de 80% têm a forma neonatal clássica da doença. Conheça agora os sintomas mais comuns da doença da urina do xarope de bordo: � sucção débil (o bebê tem dificuldade em sugar); � letargia (o bebê apresenta o corpo rígido); � perda de peso; � falta de apetite; � hipoglicemia; e � odor adocicado na urina ou no cerúmen, trazendo à memória o cheiro do xarope de bordo. O cheiro já pode ser observado nas primeiras 12 horas de vida do bebê, sendo forte e aparente quando se deixa que a urina seque na roupa ou na fralda. Outro momento em que o cheiro fica óbvio é na descompensação metabólica. Os cuidadores da criança podem senti-lo nesse momento. Quando a equipe de saúde sentir o cheiro, na descompensação metabólica, devem ser feitos de ime- diato exames laboratoriais, para que o bebê não sofra graves danos neurológicos. Fonte: Adaptado de Rede DXB (2016). 179Aleitamento artificial 1. Quais são as possíveis causas de desmame precoce? a) Dificuldade na produção do leite, mesmo o aleitamento sendo algo intuitivo. b) Depois da criação da Iniciativa Unidade Básica Amiga da Ama- mentação, as Unidades Básicas de Saúde contam com profissionais menos capacitados para orientar as nutrizes. c) Gestação acima de 35 anos. d) A autoestima sobre a capacidade de amamentar pode causar frustração. e) A ambivalência entre saber os benefícios do leite materno e a vontade de não amamentar, ver- balizada como “não consigo”. 2. São características das fórmulas de seguimento para lactentes: a) O uso pode ser estendido até os 36 meses de vida. b) O uso pode ser feito até os 12 meses de vida. c) São conhecidas como “fórmulas 1”. d) São recomendadas para lactentes até 6 meses de vida. e) Podem ser utilizadas desde os 4 meses de vida. 3. Qual deve ser a adequação de energia e macronutrientes (car- boidratos, proteínas e gorduras) das fórmulas infantis, respectiva- mente? a) 60 a 70 kcal por 100 mL – 1,8 a 3 g por 100 kcal – 4,4 a 6 g por 100 kcal – 9 a 14 g por 100 kcal. b) 60 a 70 kcal por 100 mL – 4,4 a 6 g por 100 kcal – 9 a 14 g por 100 kcal – 1,8 a 3 g por 100 kcal. c) 70 a 100 kcal por 100 mL – 9 a 14 g por 100 kcal – 1,8 a 3 g por 100 kcal – 4,4 a 6 g por 100 kcal. d) 60 a 70 kcal por 100 mL – 9 a 14 g por 100 kcal – 1,8 a 3 g por 100 kcal – 4,4 a 6 g por 100 kcal. e) 60 a 120 kcal por 100 mL – 9 a 14 g por 100 kcal – 1,8 a 3 g por 100 kcal – 4,4 a 6 g por 100 kcal. 4. O que caracteriza as fórmulas oligo- méricas? a) Os nutrientes estão presentes na forma mais simples e de fácil absorção. b) Os macronutrientes são parcial- mente digeridos (hidrolisados), necessitando função intestinal mínima para absorção. c) A criança deve ter preservadas as funções digestivas e absortivas. d) As proteínas são hidrolisadas em aminoácidos. e) Os carboidratos são hidrolisados em monossacarídeos. 5. Com relação às fórmulas de proteína isolada de soja, marque a opção correta. a) São fórmulas completas e oligo- méricas. Nutrição materno infantil180 BABYCENTER BRASIL. Melancolia pós-parto ou blues puerperal. [S.l.]: Baby Center,2016. Disponível em: . Acesso em: 16 set. 2016. BRASIL. Ministério da Saúde. Conselho Nacional da Saúde. Resolução CNS/MS nº 31, de 12 de outubro 1992. Brasília: MS, 1992. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 977, de 5 de dezembro de 1998. Brasília: MS, 1998. Disponível em: . Acesso em: 16 set. 2016. CODEX Alimentarus. Site. [S.l.]: Codex Alimentarus, 2016. Disponível em: . Acesso em: 16 set. 2016. REDE DXB. Doença da urina do xarope de bordo: conheça a doença. [S.l.]: Rede DXB, 2016. Disponível em: . Acesso em: 16 set. 2016. Leituras recomendadas ISLLER, H. et al. O aleitamento materno no contexto atual: políticas, prática e bases cien- tíficas. São Paulo: Sarvier, 2008. NOGUEIRA-DE-ALMEIDA, C. A.; MELLO, E. D. Nutrologia pediátrica. São Paulo: Manole, 2016. WELFORT, V. R. S.; LAMOUNIER, J. A. Nutrição em pediatria: da neonatologia à adolescên- cia. São Paulo: Manole, 2009. b) São indicadas para crianças prematuras. c) São completamente isentas de proteína de leite de vaca e de lactose. d) São indicadas para crianças prematuras. e) São indicadas para crianças com intolerância à lactose e não há recomendação de idade mínima para consumir. 181Aleitamento artificial Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Dica do professor Diversas condições de saúde podem influenciar negativamente o aleitamento materno, entre as quais se encontram as fissuras labiopalatais. Essas fissuras representam defeitos congênitos mais comuns entre as malformações que afetam a face do ser humano, atingindo uma criança a cada 700 nascidas vivas (Dixon et al., 2011). Em virtude disso, as crianças portadoras dessas malformações têm comprometimento anatômico facial que pode impedir ou dificultar a realização de importantes funções, entre as quais está o aleitamento materno. Quando as fissuras são simples, a criança apresenta melhores condições de adaptação para o aleitamento. Porém, na ocorrência de fissuras labiopalatinas mais severas, as crianças podem apresentar baixo peso em virtude da inviabilidade do aleitamento materno. Nesta Dica do Professor, você vai ver que, dada a importância da oferta nutricional qualitativa e quantitativamente adequada para o lactente, a oferta de fórmulas artificiais, nesses casos, pode beneficiar os bebês; para isso, uma avaliação criteriosa e orientação de como fazer essa oferta são fundamentais. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/b65ef62331fe2c11e2b386225cf6be86 Exercícios 1) Existe consenso mundial de que o leite materno é o alimento perfeito para o bebê até o 6o mês de vida, devendo ser oferecido de forma exclusiva até essa idade. Assim como o aleitamento materno traz diversos benefícios à criança, a mulher que amamenta também é beneficiada com a prática. Contudo, mesmo com esse panorama altamente positivo gerado pela amamentação, em muitos casos, ocorre a interrupção do aleitamento materno. Sobre as possíveis causas de desmame precoce, marque a alternativa correta. A) Dificuldade na produção do leite materno, mesmo o aleitamento representando um ato intuitivo. B) Qualificação inadequada dos profissionais após a implementação da iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação. C) Idade avançada da gestante, especialmente aquelas que apresentam mais de 35 anos. D) A autoestima da lactante sobre a capacidade de amamentar pode gerar certa frustração. E) A ambivalência entre saber os benefícios do leite materno e a vontade de não amamentar verbalizada como “não consigo”. Pedrinho é recém-nascido pré-termo (32 semanas gestacionais) e encontra-se internado na Unidade de Terapia Intensiva neonatal após seu nascimento. A mãe não consegue amamentá-lo nesse momento devido ao uso de medicamentos que contraindicam a amamentação, por isso ele precisará utilizar fórmula infantil. Sobre essa situação, avalie as afirmativas a seguir: I. Pedrinho deve utilizar a fórmula de partida para lactentes padrão, pois ele já tem capacidade digestiva e metabólica para digerir e absorver os nutrientes desse alimento. II. Pedrinho deve utilizar fórmula específica para prematuros, pois ela apresenta maior densidade calórica, ideal para ganho de peso e melhor desenvolvimento de recém-nascidos pré-termos. III. Como o risco de alergia à proteína do leite de vaca é maior em prematuros, é indicado e mais seguro iniciar a alimentação com fórmula elementar com aminoácidos isolados. 2) IV. Após a recuperação da lactante, é desejável que o leite materno seja oferecido a Pedrinho. Está correto apenas o que se afirma em: A) II e IV. B) I. C) II. D) III. E) I e IV. 3) Joana é nutricionista e atende crianças na unidade ambulatorial de referência em alergias alimentares de sua cidade. Ela recebeu em consulta Pietra, uma lactente de 7 meses e 5 dias de idade, com a sua mãe. Pietra tem o diagnóstico de alergia à proteína do leite de vaca mediada por IgE, dado aos 5 meses de idade. A lactente apresenta crescimento e ganho de peso dentro dos parâmetros de normalidade. Além das orientações pertinentes à introdução alimentar, a mãe da criança quer orientações sobre a utilização de fórmula infantil, uma vez que não seguirá oferecendo leite materno à criança devido ao retorno ao trabalho associado a dificuldades na ordenha do leite. Sobre essa situação, avalie as afirmativas a seguir e assinale a resposta correta: I. A nutricionista deve orientar para a manutenção da oferta do leite materno, explicando como ordenhá-lo e armazená-lo. II. Pietra deve utilizar fórmula infantil de seguimento à base de proteína isolada de soja. III. Pietra deve utilizar fórmula infantil de seguimento à base de proteína do leite de vaca extensamente hidrolisada. IV. Pietra deve utilizar fórmula infantil de seguimento elementar, com aminoácidos livres. Está correto apenas o que se afirma em: A) I. B) II. C) I e IV. D) III. E) I e II. 4) Embora o aleitamento materno seja a indicação primária de alimentação das crianças nos primeiros meses de vida, em algumas situações, ele é contraindicado. Veja, a seguir, a situação clínica de Mariana. Mariana é uma recém-nascida com 28 dias de vida. Ela é levada à nutricionista porque, após o teste do pezinho, foi diagnosticado um erro inato do metabolismo, a galactosemia. Sobre esse caso, avalie as afirmativas a seguir: I. Deverá ser oferecida a fórmula de partida para Mariana, uma vez que aleitamento materno não é indicado. POIS II. Fórmulas específicas para crianças com galactosemia não estão disponíveis no mercado brasileiro. Considerando as duas frases acima, é correto afirmar que: A) as duas frases são verdadeiras, e a frase II não está relacionada à primeira. B) a frase I é verdadeira, e a frase II é falsa. C) a frase I é falsa, e a II é verdadeira. D) as duas frases são falsas. E) as duas frases são verdadeiras, e a frase II está relacionada à primeira. As fórmulas infantis à base de soja têm grande importância, pois atendem a demandas específicas de crianças que não podem receber leite materno ou fórmulas com componentes do leite de vaca. Considerando essas informações, avalie as afirmativas a seguir sobre as fórmulas infantis à base de soja. I. As fórmulas à base de soja são completas do ponto de vista nutricional e poliméricas, o que significa que seus macronutrientes já se encontram parcialmente digeridos. II. As fórmulas à base de soja são opções viáveis para crianças com alergia à proteína do leite de vaca, podendo ser utilizadas por crianças com idade superiora 6 meses de vida com essa condição. III. Por não conterem resíduos de leite de vaca, as fórmulas infantis à base de soja podem ser utilizadas também por crianças com intolerância à lactose. 5) Está correto o que se afirma apenas em: A) I. B) II. C) II e III. D) III. E) I e II. Na prática Os principais benefícios do leite materno relacionam-se a sua composição nutricional e à proteção imune ao lactente. Assim, o leite materno é reconhecidamente o melhor alimento para o lactente. Contudo, em algumas situações, sua oferta é contraindicada, e outras opções de alimentação para a criança devem ser consideradas. Nesse contexto, as fórmulas infantis são a melhor opção de escolha, uma vez que sua composição nutricional assemelha-se ao leite materno. Portanto, conhecer a sua indicação e forma de uso é necessário para uma indicação assertiva e segura. Neste Na Prática, você vai ver uma situação em que o aleitamento materno é contraindicado e vai descobrir como garantir uma alimentação segura para o lactente. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/fff47188-3532-496a-b7aa-b61b69ed8304/597a1c42-6d0f-4f9a-ad63-97fe02a1a106.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Aleitamento materno versus distribuição gratuita de fórmulas infantis pelo Sistema Único de Saúde A dispensação de fórmulas infantis para situações específicas é realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) brasileiro. Essa medida permite a melhor nutrição daquelas crianças que não podem receber o leite materno e retarda a introdução precoce de outros alimentos, como você poderá ver nesse artigo. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Fórmulas e compostos lácteos infantis: em que diferem? Atualmente, os compostos lácteos têm sido bastante utilizados na alimentação diária de lactentes e crianças. Entretanto, a maioria dos consumidores não sabe a diferença entre tais produtos e as fórmulas infantis. Da mesma forma, existem muitas dúvidas quanto à indicação e/ou necessidade de uso de ambas as categorias de substitutos do leite materno. Nesse contexto, o departamento científico de nutrologia, da Sociedade Brasileira de Pediatria, elaborou o manual de orientação “Fórmulas e compostos lácteos infantis: em que diferem?”. Acesse o link e aprofunde seus conhecimentos sobre o tema! Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Application of infant formulas in patients with galactosemia: an integrative review O artigo a seguir é uma revisão sobre galactosemia, um erro inato do metabolismo que exige ajustes importantes na dieta do lactente, a fim de evitar acometimentos graves à saúde dessas https://journal.einstein.br/wp-content/uploads/articles_xml/2317-6385-eins-19-eAO6451/2317-6385-eins-19-eAO6451-pt.pdf https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/22701g-MO_Formulas_e_compostos_Lacteos_Infantis_LayNew.pdf crianças. Dentre os ajustes, inclui-se a utilização de fórmula infantil específica, conteúdo abordado no trabalho. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Perguntas e respostas: fórmulas infantis A Agência Nacional de Vigilância Sanitária responde a 51 questões sobre a aplicação do marco regulatório de fórmulas infantis. Essas questões versam sobre composição, ingrediente, rotulagem e procedimentos de registros dessas fórmulas. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/43122 https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/alimentos/perguntas-e-respostas-arquivos/faq_formulas-infantis-4a-edicao.pdf