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Trabalho ECA - G2

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
CURSO DE DIREITO - ULBRA GUAÌBA
TATIANA BANDEIRA DELGADO
A Importância dos Conselhos Tutelares para a Efetividade e Concretização dos Direitos da Criança e do Adolescente
Estatuto da Criança e do Adolescente
Professora Fabiani Severo Rios
Semestre 2015/1
Guaíba 25, de junho de 2015.
Resumo
O artigo aborda o tratamento dado a criança e ao adolescente, pela Constituição da República Federativa do Brasil, descrevendo os direitos fundamentais como mecanismos para o pleno desenvolvimento do infante. Observa o Conselho Tutelar na efetividade de atuação, junto ao combate à violação dos direitos da criança e do adolescente. 
Palavras-chave: Crianças e do Adolescentes; Conselho Tutelar; Estatuto da Criança e Adolescente
Introdução
O presente trabalho ocupa-se sobre os direitos da infância e juventude, tendo como foco a análise sobre o papel do Conselho Tutelar na efetividade dos direitos da criança e do adolescente. Elucidando suas competências e atribuições, assim como as dificuldades encontradas para que as garantias fundamentais sejam devidamente garantidas e efetivadas.
 Embora em constante aperfeiçoamento, constata-se que, para efetiva garantia dos direitos das crianças e adolescentes, sobre o que é o Conselho Tutelar e qual é a sua natureza jurídica, a abrangência e o significado técnico de cada uma de suas atribuições.
 O estudo foi desenvolvido a partir da evolução histórica das legislações internacionais e menoristas brasileiras até as bases para atual legislação, assim, analisando o processo de construção dos direitos da criança e do adolescente. Prosseguindo com a análise dos direitos fundamentas da criança e adolescente onde o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, foi criado para fazer-se cumprir e regularizar as conquistas obtidas em favor da infância e da juventude.
1. A criança e o adolescente após a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil
 A promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil, em 5 de outubro de 1988, incorporou a concepção dos novos direitos de crianças e adolescentes, trazendo entre seus princípios a democracia participativa e a formulação de políticas públicas como ferramentas para a garantia de direitos humanos.
 A Constituição Federal de 1988 trouxe consigo uma série de direitos aplicáveis à criança e ao adolescente representando “[...]um marco na conquista de novos direitos, os quais foram resultado da participação ativa de toda a sociedade junto à Assembléia Nacional Constituinte, num trabalho que se estendeu por mais de um ano”(VERONESE, 1999, p. 44).
 Desse modo, a Constituição Federal trouxe em seu artigo 6º os direitos sociais, tais como o direito à educação, à saúde, ao trabalho, à segurança, à previdência social, à proteção a maternidade e à infância, bem como à assistência aos desamparados. Nesse sentido, o artigo 227 dispõe:
 É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. (BRASIL, 2010-A)
A partir daí o Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990, trouxe um conjunto de normas disciplinadoras dos direitos fundamentais de meninos e meninas, destinando-se a implantação do sistema de garantias, pois
[...] apesar de toda a inovação no que tange à assistência, proteção, atendimento e defesa dos direitos da criança e do adolescente, constantes na Constituição Federal, estes não poderiam se efetivar se não regulamentados em lei ordinária. Se assim não fosse, a Constituição nada mais seria do que uma bela mas ineficaz carta de intenções. (VERONESE, 1999, p. 47) AA Constituição da República Federativa do Brasil assegura uma ampla participação e controle da sociedade no desenvolvimento das políticas públicas,principalmente com o surgimento do Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente, envolvendo todos os setores sociais, no sentido de se trabalhar em rede, de forma sistemática, integrada e em parceria, em prol dos interesses de crianças e adolescentes.
Assim, o Estado assume a responsabilidade em assegurar e efetivar os direitos fundamentais, não devendo mais atuar como antes, com repressão e força, mas com políticas públicas de atendimento, promoção, proteção e justiça.
 Com a intensão de intensifar cada vez mais as formas de intervenção social em busca da promoção e restituição do direito violado. O Estatuto da Criança e do Adolescente concebeu um Sistema de Garantia de Direitos – SGD, cujo modelo estabelece uma ampla parceria entre o Poder Público e a sociedade civil para elaborar e monitorar a execução de todas as políticas públicas voltadas para o universo da infância e adolescência. 
O Sistema de Garantia de Direito (SGD) é composto, no campo do Controle Social e, subsidiariamente, na Promoção dos Direitos, pelos seguintes órgãos e instituições: os Conselhos Nacional, Estaduais e Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente; e, no Campo da Defesa dos direitos pelo Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, Centros de Defesa (CEDECAS), Segurança Pública e Conselhos Tutelares. 
 Importa destacar também, a ANCED - Associação Nacional dos Centros de Defesa da Criança e do Adolescente e os Centros de Defesa devem integrá-lo com prioridade e em primeiríssimo lugar, isto é, a condição para a legitimidade e para a intervenção nos outros eixos do Sistema, previstos no Estatuto.
O Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece conselhos de direitos, configurados como instrumentos de discussão, formulação e deliberação da política social para criança e adolescente, numa co-responsabilidade dos poderes públicos e da sociedade civil para cumprir suas normativas. 
2. O Conselho Tutelar
O Conselho Tutelar foi criado a partir da Lei Federal nº 8069/90, como órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, criado com a responsabilidade de zelar pelos direitos das crianças e dos adolescentes e fazer com que se cumpram os direitos garantidos a eles, por parte da família, da sociedade e do Estado, conforme o Art. 131 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
De acordo com BRAGAGLIA, O Conselho Tutelar é uma organização recente, criada em 1990, com características da modernidade.
A criação e institucionalização dos Conselhos Tutelares, além de objetivar uma atenção maior as crianças e adolescentes, visou à instrumentalidade de desjudicialização de questões sociais, direcionando políticas sociais e não ações repressivas. Ainda podem ser classificados como instrumentos de controle social, uma vez que, protegem pelas garantias das crianças e adolescentes previstas na Constituição Federal e no ECA e devem fiscalizar as demais instituições que prestam atendimento a esse público.
O Conselho Tutelar é um órgão público municipal, que deve ser constituído por Lei de iniciativa do Poder Executivo do município, deve integrar-se ao conjunto de instituições nacionais que estão vinculadas ao ordenamento jurídico nacional.
A Lei Municipal que institui o Conselho Tutelar também deve disciplinar sua organização e o procedimento de escolha dos conselheiros tutelares, como dispõe o artigo 132² do Estatuto.
A essência do Conselho Tutelar é zelar pelos direitos das crianças e adolescentes, viabilizando a promoção de direitos, a defesa e o controle institucional e social da promoção e defesa De seus direitos.
No entanto sua natureza jurídica é constituída através de normas legais como Estatuto da Criança e do Adolescente e leis municipais. São órgãos públicos e não instâncias organizativas da sociedade civil, portanto integram o poder público e a administração pública. 
Ainda no dispor sobre sua natureza jurídica do Conselho Tutelar é fato dizer que é essencialmente um colegiado, isto é um órgão integrado por vários agentes públicos, o que faz com que seus atos administrativos sejam atos jurídicos complexos e formais, não decididos por um singular, mais sim pela coletividade.
Por fim a essência e a natureza jurídica esta ligada a experiência dos conselhos tutelares a política e institucionalização, como meio de garantir a participação popular no exercício de poder, no desenvolvimento e sua organização perante o Estado, é como meio social de participação política, para que a sociedade civil se torne cada vez mais ligada e atenta as políticas públicas institucionais.
É necessário para a candidatura a membro do Conselho Tutelar, preencher os requisitos do dispositivo (art. 133 ECA), reconhecida idoneidade moral, com idade superior a vinte e um anos, e por ultimo residir no município, preenchendo todos os requisitos do artigo anterior é possível se candidatar.
Contudo outros critérios podem ser criados dependendo de cada município, devendo os mesmos ser estabelecido em lei municipal. 
3. Competências do Conselho Tutelar
No que se refere à atuação do Conselho Tutelar, diz respeito ao limite funcional, às áreas de abrangência que correspondem à atuação do serviço público a ser prestado à população, em relação ao território art.138³, conforme a Lei federal 8.069/90.
Seguindo-se as determinadas no art. 147 da mesma lei, a competência do Conselho Tutelar, quanto à área de abrangência, define-se da seguinte forma:
“A competência será determinada:
I - pelo domicílio dos pais ou responsável;
Quando não é possível esse elemento, atua-se pela localidade onde se encontra a criança ou adolescente
II - pelo lugar onde se encontre a criança ou adolescente, à falta dos pais ou responsável.”
Quanto às atribuições e competências, consoante dos incisos I e II do artigo citado, estas se equivalem quando se tratar de espaço geográfico e físico do local de domicílio ou residência dos pais, responsáveis ou onde se localiza a criança e o adolescente.[61]
“§ 1º. Nos casos de ato infracional, será competente a autoridade do lugar da ação ou omissão, observadas as regras de conexão, continência e prevenção.”
Esse inciso diz respeito ao juiz da infância e juventude, pois em se tratando de ato infracional, somente o juiz poderá aplicar mediadas sócio-educativas pertinentes a cada caso.
“§ 2º A execução das medidas poderá ser delegada à autoridade competente da residência dos pais ou responsável, ou do local onde sediar-se a entidade que abrigar a criança ou adolescente.
§3º Em caso de infração cometida através de transmissão simultânea de rádio ou televisão, que atinja mais de uma comarca, ser competente, para aplicação da penalidade, a autoridade judiciária do local da sede estadual da emissora ou rede, tendo a sentença eficácia para todas as transmissoras ou retransmissoras do respectivo Estado”.
Assim em matéria de competência atribuída ao Conselho Tutelar, segundo a Lei Estatutária 8.069/90 art. 138, aplica-se o determinado no art. 147, ou seja, há uma limitação funcional determinada segundo as atribuições que estão previstas no art. 136, e limite segundo o território, também denominada competência de foro.
Esta competência em relação ao foro é aquela que vincula o Conselho Tutelar ao local onde haja sido sediado, desta feita os conselheiros que atuam nesta unidade é que atenderão as demandas que digam respeito às crianças e adolescentes daquela localidade, sem a possibilidade de delegar a terceiros aquilo que for de sua competência.
Resta ainda salientar no que se refere a competência o que bem define Maria Dinair Acosta Gonçalves:
“A respeito da competência do Conselho Tutelar, expressa no artigo 138, da Lei 8069/90, e equiparada à competência dos juízes de direito, conforme artigo 147 se esclarece fixando-se na diferença de atribuição entre órgão jurisdicional que profere decisões erga omnes no devido processo legal, assegurado o contraditório e ampla defesa às partes em lide e a atribuição do Conselho Tutelar, órgão não jurisdicional que só pode aplicar medidas de proteção às Crianças e Adolescentes em situação de risco, conforme artigo 98, da Lei 8069/90.
4. As Atribuições do Conselho Tutelar
 As tarefas concretas derivadas da redação do artigo 131 do Estatuto, onde se diz competir ao Conselho Tutelar “zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente definidos nesta Lei”, estão minuciosamente especificadas, precipuamente no artigo 136 do citado diploma legal. O único acréscimo está no artigo 95, sem desconsiderar a legitimação para agir nas hipóteses dos procedimentos regulamentados a partir dos artigos 191 e 194 do Estatuto.
A compreensão da importância e da verdadeira dimensão social, jurídica e institucional do Conselho Tutelar depende, portanto, do minucioso estudo e da atenta observação dos nominados dispositivos, evidenciadores da delegação, não só de responsabilidade, mas também de abrangente autoridade pública ao Município.
Deve-se ressaltar que em nenhum outro momento e em nenhuma outra área, o legislador federal delegou tanta autoridade a agentes do Município como fez o Estatuto da Criança e do Adolescente, ao criar o Conselho Tutelar, investindo os conselheiros em atribuições e, especialmente, em prerrogativas de função até então inimagináveis a outros órgãos ou agentes das municipalidades. O rol de atribuições do artigo 136 do Estatuto vem apresentado de forma assistêmica, porque trata como idênticas categorias de funções complemente diferentes.
As atribuições condizentes com a realização das finalidades institucionais do Conselho, situam-se, na categoria das funções instrumentais, vejamos as principais atribuições:
4.1 - A atribuição de ATENDER:
 Compete ao Conselho Tutelar ATENDER a criança e o adolescente e seus pais ou o responsável nas situações definidas pelos artigos 98 e 105 do Estatuto. O artigo 105 exclui, expressamente, a criança autora de ato infracional do sistema sócio-educativo, sistema de responsabilidade da Justiça da Infância e da Juventude. Com o que se afirma, categoricamente, a total e absoluta irresponsabilidade da criança autora de conduta descrita como crime ou contravenção, sujeita tão-só, nas circunstâncias, a medidas de proteção, medidas sem qualquer sentido ou fundamento de retribuição. A responsabilidade pela verificação do ato infracional praticado por criança, não importa a natureza nem a gravidade da conduta, assim como a imposição da medida de proteção correspondente, é da alçada exclusiva do Conselho Tutelar. 
4.2 - A atribuição de APLICAR medidas:
 As medidas com as quais trabalha o Conselho Tutelar são as previstas nos incisos I a VII do artigo 101 e I a VII do artigo 129 do Estatuto, medidas aplicáveis, respectivamente, à criança ou ao adolescente em situação de proteção especial ou aos pais ou ao responsável. O responsável, na hipótese, é o responsável legal, ou seja, o guardião ou o tutor. As chamadas medidas de proteção suscetíveis de aplicação pelo Conselho Tutelar, por sua natureza, não têm qualquer sentido retributivo, prevalecendo, sempre, a necessidade pedagógica e a inclusão familiar como nortes de aplicação (artigo 100 do Estatuto). O que não significa impossibilidade de aplicação unilateral e cogente. 
4.3 - A atribuição de EXECUTAR as suas decisões:
 A lei tutelar, além de outorgar ao Conselho Tutelar autoridade administrativa para determinar providências no caso concreto, conferiu-lhe também a atribuição de executar, ele próprio, as suas decisões, reforçando a autonomia funcional do órgão e conferindo aos agentes tutelares a instrumentalidade necessária à efetividade do ônus público que
lhe restou incumbindo. As decisões a que se refere o inciso dizem respeito ao fim próprio do Conselho. As decisões executáveis são, por isso, as decisões das quais resulta a aplicação de determinada medida de proteção. 
4.4 - A atribuição de ASSESSORAR:
 As funções do Conselho Tutelar são nitidamente de natureza técnica, voltadas ao atendimento do caso individual e concreto. Não se constitui o Conselho Tutelar em órgão executor da política de atendimento do Município e tampouco é agente de execução de programas de atendimento. A formulação da política de atendimento e o controle das ações competem ao Conselho de Direitos, com o qual o Conselho Tutelar, exceto expressa previsão da legislação municipal, não tem nenhuma vinculação nem subordinação hierárquica. A execução da política e a execução dos programas públicos municipais dependem das providências dos órgãos do Executivo Municipal. A única vinculação do Conselho Tutelar com a definição da política ou com a execução das ações do Município em prol da criança e do adolescente está na atribuição prevista no inciso IX do artigo 136 do Estatuto. 
4.5 - A atribuição de PROVIDENCIAR:
 O Estatuto da Criança e do Adolescente, ao formular procedimentos, ao instituir medidas específicas e ao atribuir a autoridades, ou judiciária ou administrativa, a possibilidade de determinar providências, distinguiu o atendimento do adolescente autor de ato infracional das demais situações de atendimento derivadas da conduta da criança ou do adolescente (artigo 98, inciso III).
4.8 - A atribuição de REPRESENTAR:
 O Conselho Tutelar tem a atribuição de representar junto à autoridade judiciária nos casos de descumprimento injustificado de suas deliberações (inciso III, letra “b”, do artigo 136); em nome da pessoa e da família, contra a violação dos direitos previstos no artigo 220, parágrafo terceiro, inciso II, da Constituição Federal (inciso X do artigo 136); e, ao Ministério Público, para efeito das ações de perda ou suspensão do pátrio poder (inciso XI do artigo 136). Pode, outrossim, sob a modalidade de representação, dar início ao procedimento de apuração de irregularidade em entidade de atendimento (artigo 191 do Estatuto) e ao procedimento de apuração de infração administrativa (artigo 194 do Estatuto).
4.9 - A atribuição de NOTIFICAR:
 A notificação constitui-se em um instrumento, usual no campo administrativo, destinado a comunicar, dar conhecimento ou ciência, ou avisar na forma legal, a alguém, de uma decisão ou medida ou para a realização de uma providência ou diligência. Significa a notificação nada mais do que o instrumento de comunicação oficial entre a autoridade pública e o cidadão sempre que se exige do notificado alguma providência ou a ciência de ou para determinada providência. O legislador, ao conferir ao Conselho Tutelar a atribuição de expedir notificações (inciso VII do artigo 136), municiou o órgão da possibilidade de se comunicar oficialmente com as pessoas envolvidas com o atendimento, não só para que compareçam a sua presença, mas também para cientificá-las do dever de cumprir determinada obrigação resultante de uma medida aplicada. 
4.10 - A atribuição de ENCAMINHAR: 
Segundo o inciso IV do artigo 136 do Estatuto, o Conselho Tutelar deve encaminhar ao Ministério Público notícia de fato que constitua infração administrativa ou penal contra os direitos da criança ou adolescente. Além da precaução de que os encaminhamentos entre órgãos públicos sempre devam ser formalizados, por ofício ou outra forma estabelecida em comum entre o encaminhante e o encaminhado, há a assinalar de que o Estatuto, pelo menos em relação às incumbências do inciso IV do artigo 136.
Percebe-se então, que se faz de extrema importância o conhecimento e sensibilidade dos responsáveis pelo órgão de proteção ao direito da criança e do adolescente, pois é através deles que se conseguirá combater as práticas de violação de direitos. Devido a isso que
 [...] um dos papeis do Conselheiro tutelar é tensionar o poder público e a sociedade de garantia dos direitos previstos no ECA e pelo provimento de políticas e serviços públicos. Nesse sentido, é um agente político. É também um agente social, à medida que interage com uma comunidade para a qual deve prestar contas de seu trabalho. (FERREIRA, 2002, p.130)
Considerações finais
A criança e o adolescente somente foram reconhecidos como sujeitos de direitos em processo de desenvolvimento com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil e consequentemente com o Estatuto da Criança e do Adolescente, onde buscou-se romper com a cultura menorista discriminatória e opressora em relação a meninas e meninos. 
E os Conselheiros Tutelares são fundamentais por atender, de maneira ágil e efetiva, os casos de ameaças ou violações de direitos, encaminhando-os aos órgãos competentes, sem prejuízo de aplicação das medidas de proteção previstas em lei. São também responsáveis pela fiscalização, conforme o artigo 95 do ECA.
 Nesse contexto, a instituição Conselho Tutelar ficou fortalecida, ganhou força em todos os municípios brasileiros. Isto fez que os gestores municipais se empenhassem em oferecer ao Conselho Tutelar local boa estrutura e melhores condições de trabalho.
 Embora, a instituição Conselho Tutelar seja alvo constante de interpretações diversas em relação ao seu papel e atribuições, na maioria das vezes, equivocadas, tem prestado à sociedade um serviço relevante.
 Registre-se que a implantação do Conselho Tutelar foi um avanço significativo no Brasil e, por isso, é visto com simpatia pelos organismos internacionais, defensores dos direitos de crianças e adolescentes.
 Assim, essa entidade representa, reconhecidamente, uma significativa conquista de espaço da sociedade civil organizada no enfrentamento às questões referentes à defesa e proteção dos direitos de crianças e adolescentes brasileiros. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
BLANES, Denise Neri, CARVALHO, Maria do Carmo Brant de, e BARREIRA, Maria Cecília Rôxo Nobre, Trabalhando Conselhos Tutelares, publicação de IEE – PUC/SP e CBIA/SP, 1995.
 Revista do Ministério Público do Rio Grande do Sul nº37, Editora Revista dos Tribunais, 1996. 
 Manual de Procedimentos dos Conselhos Tutelares no RS – Pg 45
Características e Atribuições – O que é Conselho Tutelar. Disponível em:www.promenino.org.br
BRAGAGLIA, Monica. Auto-organização: um caminho promissor para o conselho tutelar. São Paulo: Annablume, 2005. BRASIL. Constituição (1988).
 Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Saraiva, 2010-A
VERONESE, Josiane Rose Petry. Os direitos da criança e do adolescente. São Paulo: LTR, 1999. 
ROSÁRIO, Maria do. O Conselho Tutelar como órgão de defesa de direitos num cenário de exclusão social. In: NAHRA, Clícia Maria Leite; BRAGAGLIA, Monica (Org). Conselho tutelar: gênese, dinâmica e tendências. Canoas, RS: ULBRA, 2002. 
ECA - http://www.planalto.gov.br/CCIVIL_03/leis/L8069.htm

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