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EAD-Enfermagem a Distância-Material do Curso_[Doencas Psiquiatricas na Gravidez e no Puerperio]

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DOENÇAS PSIQUIÁTRICAS NA GRAVIDEZ E NO 
PUERPÉRIO 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A gestação é um período de transição que faz 
parte do processo normal do desenvolvimento 
da mulher. São transformações físicas e 
emocionais, vividas pelas mulheres nesse 
período que acabam por contribuir para 
alterações no seu psiquismo. 
 
Além disso, é um momento gerador de 
ansiedade. A mulher grávida por muitas vezes 
torna-se vulnerável ao desenvolvimento de 
perturbações emocionais. 
 
Tem-se dado importância cada vez maior ao 
tema, e estudos atuais têm visado delinear os 
fatores de risco para os transtornos psiquiátricos 
nessas fases da vida, a fim de se realizarem 
diagnóstico e tratamento o mais precocemente 
possível. 
 
Alterações emocionais relacionadas com a 
gravidez e com o puerpério têm sido descritas 
há séculos. A gravidez e o parto podem exercer 
efeitos psicológicos e fisiológicos no corpo e na 
mente das mulheres, assim como as alterações 
hormonais desta fase favorecem repostas 
emocionais que vão desde uma sensibilidade 
muito acentuada a uma grande tristeza, 
chegando até aos sintomas depressivos. 
 
Embora mais de 80% das mães possam sentir 
flutuações de humor a qualquer momento, na 
gravidez e até seis meses após o parto, apenas 
poucas delas irão desenvolver alguma doença 
depressiva mais persistente: aquelas que 
tiverem maior vulnerabilidade genética. 
 
Sabe-se ainda que a presença de ansiedade ou 
depressão na gestação está associada a 
sintomas depressivos no puerpério. Alguns 
fatores podem influenciar na intensidade dessas 
alterações psicológicas, tais como os fatores 
familiares; conjugais; sociais; culturais e até 
mesmo a própria personalidade da gestante. 
 
2. ALTERAÇÕES EMOCIONAIS DURANTE A 
GRAVIDEZ 
Apesar de a gestação ser tipicamente 
considerada um período de bem-estar 
emocional e de se esperar que a chegada da 
maternidade seja um momento jubiloso na vida 
da mulher, o período perinatal não a protege 
dos transtornos do humor. 
Estima-se uma prevalência de depressão na 
gravidez da ordem de 7,4% no primeiro, 12,8% 
no segundo e 12% no terceiro trimestre 
(ZUGAIB, 2012). 
Nas adolescentes, foi verificada prevalência 
quase duas vezes mais elevada que nas 
gestantes adultas, o que pode estar relacionado 
à falta de maturidade afetiva e de 
relacionamentos dessas pacientes, bem como 
ao fato de grande parte delas terem que 
abandonar seus estudos em razão da 
maternidade. 
Os transtornos psiquiátricos durante a gravidez 
incluem desde quadros transitórios benignos até 
situações graves, que podem culminar em 
prejuízos irreparáveis para a gestante e o recém-
nascido, podendo alterar a relação mãe-feto e, 
possivelmente, causar danos futuros a criança. 
Essa disfunção no relacionamento pode ser 
reconhecida através de choro e irritabilidade, 
podendo provocar distúrbios afetivos na fase 
adulta. 
 
Apesar de serem comuns, esses casos são 
subdiagnosticados e subtratados durante a 
assistência pré-natal. 
 
Durante a gestação, os principais tipos de 
transtornos que ocorrem são: 
 
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 Depressão maior; 
 Distúrbio Bipolar; 
 Transtorno de Ansiedade Generalizada; 
 Esquizofrenia. 
 
2.1. Depressão Maior 
 
A partir da menarca, até após a menopausa, 
mulheres sofrem de transtornos de humor e de 
ansiedade associados à infertilidade e 
abortamentos. Esses transtornos incluem 
disforia pré-menstrual, depressão puerperal e 
perimenopáusica. 
As mulheres, quando comparadas aos homens, 
também estão mais propensas a sofrerem de 
tais transtornos, também são mais influenciadas 
pela sazonalidade e por trabalhos em turnos 
alterados e estão mais expostas a fatores 
geradores de estresse, psicológicos e físicos. 
 
Quando a depressão se instala, a mulher 
apresenta oscilações de apetite e sono. A libido 
diminui a energia também. Perde o prazer pelas 
atividades cotidianas, de que normalmente 
gostava. Pode ter sentimentos de culpa ou 
pânico, e até mesmo pensamentos suicidas. 
 
Curiosamente, as mulheres que ficam 
deprimidas durante a gravidez pensam em 
suicídio como em outros períodos da vida, mas o 
índice de tentativas é bem menor que em 
qualquer outra época. Nesse caso, a gravidez 
funciona, sim, como uma espécie de proteção. 
 
Ela se sente culpada, claro. Todos esperam que 
esteja imensamente feliz, em êxtase. Por isso, 
muitas gestantes silenciam, e não contam aos 
médicos ou familiares que estão se sentindo 
tristes, infelizes. Isso leva a um subdiagnóstico 
nessa fase. O risco de não se tratar a doença é 
enorme. Gestantes com depressão tendem a 
não seguir corretamente as orientações do pré-
natal. 
 
Afora os riscos causados pelos sintomas, a 
depressão por si só pode alterar o 
desenvolvimento do bebê. Ele tem mais chances 
de nascer prematuro e com baixo peso. 
 
Além disso, gestantes com ansiedade ou 
depressão têm mais chances de ter bebês que 
terão problemas de sono por volta dos 18 
meses, pesquisas realizadas com animais 
sugerem que pode haver danos na formação de 
estruturas do sistema nervoso central e até 
morte de neurônios. 
 
2.2. Distúrbio Bipolar 
 
A Doença Bipolar, tradicionalmente designada 
Doença Maníaco-Depressiva, é uma doença 
psiquiátrica caracterizada por variações 
acentuadas do humor, com crises repetidas de 
depressão e mania. 
 
Geralmente alternados com depressão e a 
normalidade. Também podem incluir: 
 
 Irritabilidade; 
 Agressividade; 
 Incapacidade de controlar 
adequadamente os impulsos; 
 Aceleração do pensamento 
 
As mudanças de humor, num sentido ou noutro 
têm importante repercussão nas sensações, nas 
emoções, nas ideias e no comportamento da 
pessoa, com uma perda importante da saúde e 
da autonomia da personalidade. A ocorrência de 
episódios de mania, que incluem: 
 
 Exaltação do humor; 
 Euforia; 
 Hiperatividade; 
 Diminuição do sono; 
 Exacerbação da sexualidade. 
 
 
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Grande parte dos casos iniciam-se na 
adolescência. Os casos mais tardios podem 
surgir na faixa etária de 45 a 49 anos. 
Apresentam início súbito, com rápida 
progressão de sintomas. 
 
2.3. Transtorno de Ansiedade Generalizada - 
TAG 
 
A principal característica do Transtorno de 
Ansiedade Generalizada (TAG) é a preocupação 
excessiva. É comum nos preocuparmos de 
alguma forma em algum ponto sobre 
algo das nossas vidas. 
 
No entanto, a preocupação sentida pelas 
pessoas que sofrem de TAG, está claramente 
fora de proporção em relação à probabilidade 
real ou impacto do evento temido. 
 
Os motivos podem incluir a sua saúde, finanças, 
responsabilidades do trabalho, segurança dos 
filhos ou até mesmo estar atrasado para os 
compromissos. Esse transtorno é considerado 
um dos mais prevalentes na população mundial. 
Geralmente, compreende: 
 
 Ansiedade Generalizada; 
 Transtorno do Pânico; 
 Agorafobia; 
 Fobia social 
 Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC); 
 Fobias; 
 Estresse pós-traumático 
 
Para a realização do diagnóstico, recomenda-se 
o reconhecimento de pelo menos seis dos 
seguintes sintomas: 
 
 Tremores ou sensação de fraqueza; 
 Tensão ou dor muscular; 
 Inquietação; 
 Fadiga fácil; 
 Falta dear ou fôlego curto; 
 Palpitações; 
 Sudorese; 
 Mãos frias e úmidas; 
 Boca seca; 
 Vertigens; 
 Náuseas e diarreia; 
 Rubor ou calafrios; 
 Polaciúria; 
 Impaciência; 
 Resposta exagerada a surpresas; 
 Dificuldade de concentração; 
 Déficit de memória; 
 Alterações do sono; 
 Irritabilidade. 
 
Durante o diagnóstico, descartar depressão ou 
avaliar se os sintomas acima estão sendo 
provocados por alguns motivos emocionais. 
 
Em mulheres com transtornos ansiosos, deve-se 
planejar o melhor momento para a gravidez e a 
gestação deve ser evitada até que ocorra o 
controle do quadro clínico. 
 
2.4. Esquizofrenia 
 
É uma síndrome clínica complexa que 
compreende manifestações psicopatológicas 
variadas, tanto de pensamento, percepção, 
emoção, movimento e comportamento. 
 
Talvez seja a psicopatologia de maior 
comprometimento ao longo da vida, caracteriza-
se essencialmente por uma fragmentação da 
estrutura básica dos processos de pensamento, 
acompanhada pela dificuldade em estabelecer a 
distinção entre experiências internas e externas. 
Pode ser classificada por sintomas positivos e 
negativos. 
 
São exemplos de sintomas positivos: 
 
 Alucinações, sendo as auditivas mais 
comuns; 
 Delírios; 
 
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 Catatonia, que se caracteriza como um 
comportamento motor que pode ter 
tanto uma causa psicológica ou 
neurológica. 
 
Os sintomas negativos se apresentam como: 
 
 Falta de motivação e apatia; 
 Embotamento afetivo. As emoções não 
são sentidas como antes; 
 Alogia; 
 Avolição; 
 Isolamento social; 
 
Atentar para que os sintomas negativos não 
sejam confundidos com depressão. Durante a 
consulta de enfermagem, deverá acontecer a 
exclusão de outros fatores. 
 
Quanto à origem, não existe uma causa única 
para desencadeá-lo deste transtorno. 
Entretanto, existem alguns fatores que podem 
influenciar no surgimento da esquizofrenia. São 
eles: 
 
 o ambiente; 
 histórico familiar da doença e de outros 
transtornos mentais; 
 uso de substâncias psicoativas poderem 
ser responsáveis pelo desencadeamento 
de surtos e afloração de quadros 
psicóticos. 
 
As complicações obstétricas e perinatais mais 
relacionadas em gestantes com esquizofrenia 
são: 
 
 Baixo peso ao nascer; 
 Prematuridade; 
 Trabalho de parto prolongado; 
 Maior incidência de apresentações 
anômalas; 
 Pré-eclâmpsia; 
 Amniorrexe prematura; 
 Sofrimento fetal. 
 
A relação da doença psiquiátrica com a 
ocorrência dessas complicações ainda não está 
perfeitamente estabelecida, uma vez que a 
maioria dos estudos baseia-se apenas na 
lembrança materna das complicações 
obstétricas, sem registro médico adequado. 
 
3. TRATAMENTO DOS TRANSTORNOS 
PSIQUIÁTRICOS DURANTE A GESTAÇÃO 
 
A decisão do tipo de tratamento às gestantes é 
um processo decisório complexo que envolve 
uma interação constante entre paciente, família, 
enfermeiro, obstetra e psiquiatra. Estabelecer 
uma aliança terapêutica é fundamental. 
 
Diante de uma história clínica a mais completa 
possível, as opções de tratamento são 
oferecidas, incluindo-se a de não tratar. 
 
Entre as opções estão os tratamentos biológicos, 
onde os medicamentos são escolhidos levando-
se em consideração a sua eficácia e os riscos 
particulares para mãe e feto. Os possíveis riscos 
envolvem toxicidade fetal, considerando-se a 
morte intrauterina, malformações físicas, 
prejuízo de crescimento, teratogenicidade 
comportamental e toxicidade neonatal. 
 
Durante o primeiro trimestre não recomenda-se 
o uso de psicoterápicos, principalmente pelo 
risco de malformação. Depois dessa fase, de 
acordo com o estado da mulher, eles poderão 
ser indicados, mas com precaução pela 
exposição que o bebê pode sofrer pelos efeitos 
das medicações. 
 
Outras opções para o tratamento é a 
psicoterapia, que nessa fase pode ajudar muito 
a mulher, funcionando como um isolamento 
num momento de estresse, pois algumas 
pacientes às vezes necessitam evitar a exposição 
às situações que possam deixá-las ansiosas. Uma 
rotina organizada também pode ajudar, pois a 
 
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pessoa sabe de seus limites, e pode planejar 
suas tarefas, tendo mais controle da situação. 
 
4. ALTERAÇÕES EMOCIONAIS NO PÓS-
PARTO 
 
O puerpério é o período que vai desde o 
nascimento do bebê, até seis semanas após o 
parto, onde a mulher atravessa uma série de 
transformações de várias naturezas. Seu corpo 
vai se recuperar do parto e das modificações 
ocorridas durante a gestação acontece à 
adaptação à nova rotina do bebê; a 
amamentação; enfim, um mundo de novas 
sensações e necessidades. 
 
Entretanto, podem ocorrer alterações 
emocionais em decorrência aos motivos 
supracitados, sem que necessariamente haja 
uma história psiquiátrica prévia. 
 
As alterações no pós-parto inclui sintomas 
depressivos leves e pode ser identificada em 
50% a 85% das puérperas, dependendo dos 
critérios diagnósticos utilizados. A psicose 
puerperal é um quadro mais raro, e a incidência 
encontrada foi entre 1,1 e 4 para cada 1.000 
nascimentos (FREITAS, 2011). 
 
Os principais tipos incluem: 
 
 Blues Puerperal; 
 Depressão Puerperal; 
 Psicose Puerperal; 
 Distúrbios de humor, TOC e Síndrome 
do Pânico 
 
4.1. Blues Puerperal ou baby blues 
 
Desordem psiquiátrica mais comum no 
puerpério, afetando entre 50 e 80% das mães. 
 
Trata-se de um conjunto de sintomas que 
aparecem geralmente entre as duas primeiras 
semanas e consiste em alterações de humor, 
com tristeza ou irritabilidade, e insegurança 
perante a nova responsabilidade de cuidar do 
bebê. 
 
É comum que as novas mamães não consigam 
captar direito o que está acontecendo em suas 
vidas, principalmente em um momento em que 
parecem ter realizado um sonho. Essa 
melancolia pós-parto está geralmente ligada a 
mudanças hormonais que acontecem três ou 
quatro dias depois do parto, quando os 
hormônios da gestação desaparecem e a 
produção de leite se inicia. Além disso, há um 
certo "anticlímax" físico e emocional que se 
segue ao parto, acompanhado da volta para a 
casa e de uma possível sensação de incerteza 
sobre o que vem pela frente. 
 
Nessa situação, muitas delas se sentem 
exauridas, incapazes de dormir, ansiosas e com 
uma impressão de estarem "reféns" da situação. 
Pode haver também oscilações no apetite, 
irritabilidade, preocupação excessiva quanto ao 
papel de mãe e até uma sensação de que a 
maternidade nunca será prazerosa. Ou às vezes 
os motivos da tristeza são aparentemente 
"bobos", mas a consciência de que eles não são 
tão importantes assim não adianta nada para 
eliminar a vontade de chorar. A causa do Blues 
ainda não é conhecida. 
 
Por ser uma síndrome autolimitada e de 
prognóstico favorável, acabam evoluindo sem 
deixar sequelas em menos de duas semanas. 
Nesse período, a puérpera necessita apenas de 
esclarecimento e apoio. 
 
4.2. Depressão Pós-Parto 
 
É um episódio depressivo maior que inicia-se 
nos primeiros seis meses após o parto. Sua 
manifestação clínica é igual a das depressões, ou 
seja, é prolongada e incapacitante requerendo o 
uso de antidepressivos. 
 
 
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Os principais fatores de risco psicossociaisrelacionados à depressão maior no puerpério 
são: 
 
 Idade inferior a 16 anos; 
 História de transtorno psiquiátrico 
prévio; 
 Eventos estressantes experimentados no 
último ano; 
 Conflitos conjugais, ser solteira ou 
divorciada; 
 Esperar um bebê do sexo oposto ao 
desejado; 
 Baixo suporte social; 
 Desemprego; 
 Depressão diagnosticada durante o pré-
natal; 
 Ansiedade pré-natal; 
 Tristeza pós-parto; 
 Baixa autoestima; 
 Gestação não planejada; 
 Tentativa de interromper a gestação; 
 Sentimentos negativos em relação à 
criança. 
 
A etiologia da depressão puerperal ainda não é 
completamente conhecida, mas acredita-se que, 
além dos fatores de risco anteriormente 
mencionados, fatores hormonais e hereditários 
também estejam envolvidos. 
 
Na gestação, os níveis de estrógeno e 
progesterona são superiores àqueles vistos nas 
mulheres fora do período gestacional e esse 
fator pode estar envolvido nas alterações do 
humor que ocorrem nessa fase. A queda brusca 
desses hormônios no pós-parto também estaria 
envolvida na etiologia da depressão puerperal. 
 
Para que o diagnóstico da depressão pós parto 
seja estabelecido, é necessária a apresentação 
dos sintomas na maior parte do dia, todos os 
dias, durante pelo menos duas semanas. 
 
4.3. Psicose Puerperal 
 
Desordem psiquiátrica mais grave, porém, 
menos frequente. Incidem de 1 a 2:1.000 
gestações e se manifestam nas primeiras duas 
semanas pós-parto. 
 
A psicose puerperal tem características de um 
desajuste bipolar ou depressão maior com 
traços psicóticos em até 70% dos casos. 
 
Frequentemente exibem sinais de confusão 
mental e desorientação, intercaladas com 
momentos de lucidez, alucinações, distorções da 
realidade, insônia e pensamentos anormais em 
relação aos filhos. 
 
Nesse caso, há necessidade de internação e 
tratamento farmacológico. 
 
4.4. Distúrbios do Humor, TOC e Síndrome 
do Pânico no puerpério 
 
No puerpério, existe um risco aproximadamente 
7 vezes maior de internação por primeiro 
episódio e duas vezes maior para recorrência de 
um desses transtornos. 
 
Assim como durante a gestação, no puerpério o 
tratamento deve ser cuidadosamente escolhido 
de acordo com a realidade de cada caso. 
 
5. IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL 
 
Sabemos que a função da enfermagem vai além 
de prestar unicamente assistência curativa. Nos 
últimos tempos, passou-se a dar, cada vez mais, 
importância à assistência preventiva voltada 
para a comunidade. 
 
O atendimento pré-natal é o momento para o 
rastreamento das gestantes para possíveis 
distúrbios psiquiátricos, onde o enfermeiro tem 
a oportunidade de aplicar um processo 
educativo para essas gestantes, sempre 
 
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investigando os sintomas e a história de cada 
paciente e assim, realizando avaliação dos 
fatores de risco. 
 
A presença de doença mental sem adequado 
tratamento pode ter impacto negativo tanto na 
evolução obstétrica quanto no desenvolvimento 
neuropsicomotor e social da criança. 
 
Durante esse período de gestação e puerpério, 
há uma necessidade de uma atenção maior do 
enfermeiro em relação à gestante em busca da 
manutenção ou recuperação do bem-estar 
materno e assim, prevenir dificuldades futuras 
ao recém-nascido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DOENÇAS PSIQUIÁTRICAS NA GRAVIDEZ E 
PEURPÉRIO 
 
AVALIAÇÃO 
 
1) O Transtorno de Ansiedade 
Generalizada compreende os seguintes 
tipos, EXCETO: 
 
a) Ansiedade Generalizada; 
b) Blues puerperal; 
c) Estresse pós-traumático; 
d) Agorafobia. 
 
2) A Esquizofrenia é uma síndrome clínica 
complexa que compreende 
manifestações psicopatológicas 
variadas. Seus sintomas podem ser 
positivos e negativos. Qual desses é um 
sintoma negativo? 
 
a) Alucinações; 
b) Catatonia; 
c) Embotamento afetivo; 
d) Delírios. 
 
3) O atendimento pré-natal é o momento 
para o rastreamento das gestantes para 
possíveis distúrbios psiquiátricos. O que 
pode NÃO ser feito pelo enfermeiro? 
 
a) Aplicar um processo educativo para 
essas gestantes 
b) Investigar os sintomas e a história de 
cada paciente; 
c) Realizar avaliação dos fatores de risco; 
d) Prescrever medicamentos psicotrópicos. 
 
4) São fatores de risco psicossociais 
relacionados à depressão maior no 
puerpério: 
 
a) Gestação não planejada; 
b) Tentativa de interromper a gestação; 
c) Sentimentos negativos em relação à 
criança; 
d) Todas as alternativas acima estão 
corretas. 
 
5) Em relação ao tratamento dos 
transtornos psiquiátricos durante a 
gestação, responda a alternativa 
CORRETA: 
 
a) Deve haver a avaliação dos possíveis 
riscos que envolvem toxicidade fetal; 
b) A decisão do tipo de tratamento às 
gestantes é um processo decisório que 
envolve uma interação constante entre 
paciente, família e farmacêutico; 
c) Entre as opções estão os tratamentos 
químicos, onde os medicamentos são 
escolhidos levando-se em consideração 
a sua eficácia e os riscos particulares 
para mãe e feto; 
d) Durante o primeiro trimestre 
recomenda-se o uso de psicoterápicos. 
 
6) Os principais tipos de transtornos 
psiquiátricos do pós parto, incluem: 
 
a) Blues Puerperal; 
b) Depressão Puerperal; 
c) Disforia pré-menstrual; 
d) Psicose Puerperal. 
 
7) Grande parte dos casos de distúrbio 
bipolar iniciam-se na adolescência. Os 
casos mais tardios podem surgir na 
faixa etária de: 
 
a) 15 a 19 anos; 
b) 25 a 29 anos; 
c) 35 a 39 anos; 
d) 45 a 49 anos. 
 
 
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8) O blues puerperal é uma síndrome 
autolimitada e de prognóstico 
favorável, evoluindo sem deixar 
sequelas em menos de duas semanas. 
Qual a melhor conduta para esse caso? 
 
a) Apenas esclarecimento e apoio 
psicológico; 
b) Alternar entre medicação e terapia 
psicotrópica; 
c) Medicação psicotrópica por três meses; 
d) Nenhuma das alternativas acima. 
 
9) Durante o período de gestação e 
puerpério, há uma necessidade de uma 
atenção maior do enfermeiro em 
relação à gestante em busca de que? 
 
a) Prevenção da saúde mental do bebê; 
b) Manutenção do humor durante a nova 
fase materna; 
c) Evitar danos físico aos filhos, em virtude 
da oscilação de humor da mãe; 
d) Manutenção ou recuperação do bem-
estar materno e assim, prevenir 
dificuldades futuras ao recém-nascido. 
 
10) Uma puérpera apresenta um quadro 
em que frequentemente exibe sinais de 
confusão mental e desorientação, 
intercalados com momentos de lucidez, 
alucinações, distorções da realidade, 
insônia e pensamentos anormais em 
relação aos filhos. Estamos falando 
sobre: 
 
a) Depressão maior; 
b) Psicose puerperal; 
c) Blues puerperal; 
d) Depressão pós parto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
1- AZEVEDO, K. R.; ARRAIS, A. R. O mito da 
mãeexclusiva e seu impacto na 
depressão pós-parto. Psicologia 
Reflexão e Crítica, v.19, n.2. 2006 
 
2- BAPTISTA, M. N.; BAPTISTA, A. S. D.; 
TORRES, E. C. R. Associação entre 
suporte social, depressão e ansiedade 
em gestantes. Revista de Psicologia da 
Vetor Editora, 7(1), 39-48. 2006 
 
3- KLEIN, M. M. S.; GUEDES, C. R. 
Intervenção psicológica a gestantes: 
contribuições do grupo de suporte para 
a promoção da saúde. Psicol. cienc. prof. 
[online], vol.28, n.4. 2008. 
 
4- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria 
de Políticas de Saúde. Urgências e 
Emergências Maternas: guia para 
diagnóstico e conduta em situações de 
risco de morte materna / Secretaria de 
Políticas de Saúde, Área Técnica da 
Saúde da Mulher. 2ª ed. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2000. 
 
5- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria 
de Atenção à Saúde. Departamento de 
Ações Programáticas Estratégicas. Área 
Técnica de Saúde da Mulher. Pré-natal e 
Puerpério: Atenção Qualificada e 
Humanizada – manual 
técnico/Ministério da Saúde, Secretaria 
de Atenção à Saúde, Departamento de 
Ações Programáticas Estratégicas – 
Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 
 
6- FREITAS F, MARTINS-COSTA S.H, RAMOS 
J.G. L, MAGALHÃES J.A. Rotinas em 
Obstetrícia. 6ª ed. Porto Alegre: Artmed, 
2011. 
 
7- LOWDERMILK, D.L.; PERRY, S.E.; BOBAK, 
I.M. O Cuidado em Enfermagem 
Materna. 5ª ed. São Paulo: Artmed, 
2002. 
 
8- NEME, B. Obstetrícia Básica. 2ª ed. São 
Paulo: SP: Sarvier, 2000 
9- REZENDE J. Fundamentos em 
Obstetrícia. 12ª ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2013. 
 
10- ZUGAIB, M. Obstetrícia. 2ª ed. Barueri – 
SP: Manole, 2012.