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OAB 1ª FASE – XVIII 
Direito Civil 
 Luciano Figueiredo 
 
 
 
 
www.cers.com.br 
 
 
1 
Direito das Famílias 
Tema I 
Casamento 
 
Material para o Curso de Primeira Fase da 
OAB. 
Elaboração: Luciano L. Figueiredo1. 
 
1. Conceito 
 
Art. 1.511. O casamento estabelece 
comunhão plena de vida, com base na 
igualdade de direitos e deveres dos cônjuges. 
 
2. Capacidade Núbil 
 
Art. 1.517. O homem e a mulher com 
dezesseis anos podem casar, exigindo-se 
autorização de ambos os pais, ou de seus 
representantes legais, enquanto não atingida 
a maioridade civil. 
Parágrafo único. Se houver divergência entre 
os pais, aplica-se o disposto no parágrafo 
único do art. 1.631. 
 
Se houver divergência entre os pais, o 
magistrado é instado a solucionar a questão, 
aplicando o art. 1631 do CC, como faz 
remissão o parágrafo único do art. 1517 do 
CC: 
 
Art. 1631. Durante o casamento e a União 
Estável, compete o Poder Familiar aos pais; 
na falta ou impedimento de um deles, o outro 
exercerá com exclusividade. 
 
Parágrafo Único: Divergindo os pais quanto 
ao exercício do Poder Familiar, e assegurado 
 
1 Advogado. Sócio do Figueiredo & Figueiredo 
Advocacia e Consultoria. Graduado em Direito pela 
Universidade Salvador (UNIFACS). Especialista (Pós-
Graduado) em Direito do Estado pela Universidade 
Federal da Bahia (UFBA). Mestre em Direito Privado 
pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Professor 
de Direito Civil. Palestrante. Autor de Artigos 
Científicos e Livros Jurídicos. Fan Page: Luciano Lima 
Figueiredo. Site: www.direitoemfamilia.com.br. 
Twitter: @civilfigueiredo. Instagram: 
@lucianolimafigueiredo. 
a qualquer deles recorrer ao Juiz para 
solução do desacordo. 
 
E se um dos responsáveis houver falecido? 
 
E o padastro, terá que autorizar? 
 
Art 1.636. O pai ou a mãe que contrai novas 
núpcias, ou estabelece união estável, não 
perde, quanto aos filhos do relacionamento 
anterior, os direitos ao poder familiar, 
exercendo-os sem qualquer interferência do 
novo cônjuge ou companheiro. 
Parágrafo único. Igual preceito ao 
estabelecido neste artigo aplica-se ao pai ou 
à mãe solteiros que casarem ou 
estabelecerem união estável. 
 
E se forem divorciados? 
 
Art. 1.632. A separação judicial, o divórcio e a 
dissolução da união estável não alteram as 
relações entre pais e filhos senão quanto ao 
direito, que aos primeiros cabe, de terem em 
sua companhia os segundos. 
 
Demais disto, a denegação injusta da 
autorização pode ser suprimida pelo 
magistrado (Art. 1519): 
Art. 1.519. A denegação do consentimento, 
quando injusta, pode ser suprida pelo juiz. 
 
A autorização dos responsáveis pode ser 
revogada até o momento da celebração do 
matrimônio (Art. 1518). 
 
Art. 1.518. Até à celebração do casamento 
podem os pais, tutores ou curadores revogar 
a autorização. 
 
Outrossim, antes dos 16 anos é possível, 
excepcionalmente, hipóteses de casamento, 
desde que seja: 
 
Art. 1.520. Excepcionalmente, será permitido 
o casamento de quem ainda não alcançou a 
idade núbil (art. 1517), para evitar imposição 
ou cumprimento de pena criminal ou em caso 
de gravidez. 
 
 
 
OAB 1ª FASE – XVIII 
Direito Civil 
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2 
 
3. Impedimentos matrimoniais 
 
Os impedimentos trazem hipóteses nas quais 
é vedado o casamento. 
 
Art. 1.521. Não podem casar: 
I - os ascendentes com os descendentes, seja 
o parentesco natural ou civil; 
II - os afins em linha reta; 
III - o adotante com quem foi cônjuge do 
adotado e o adotado com quem o foi do 
adotante; 
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e 
demais colaterais, até o terceiro grau 
inclusive; 
V - o adotado com o filho do adotante; 
VI - as pessoas casadas; 
VII - o cônjuge sobrevivente com o 
condenado por homicídio ou tentativa de 
homicídio contra o seu consorte. 
 
É possível o casamento entre parentes de 3 
grau? 
 
E. 98, CJF –Art. 1.521, IV, do novo Código 
Civil: o inc. IV do art. 1.521 do novo Código 
Civil deve ser interpretado à luz do Decreto-
Lei n. 3.200/41 no que se refere à 
possibilidade de casamento entre colaterais 
de 3º grau 
 
A oposição dos impedimentos pode acontecer 
até o momento da celebração. 
 
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser 
opostos, até o momento da celebração do 
casamento, por qualquer pessoa capaz. 
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de 
registro, tiver conhecimento da existência de 
algum impedimento, será obrigado a declará-
lo. 
 
Os impedimentos, quando verificados, 
causam a nulidade do casamento (art. 1548, 
II). 
 
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído: 
I - pelo enfermo mental sem o necessário 
discernimento para os atos da vida civil; 
II - por infringência de impedimento. 
 
4. Causas Suspensivas 
 
As causas suspensivas estão elencadas no 
art. 1523 do Código Civil: 
 
Art. 1.523. Não devem casar: 
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge 
falecido, enquanto não fizer inventário dos 
bens do casal e der partilha aos herdeiros; 
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se 
desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até 
dez meses depois do começo da viuvez, ou 
da dissolução da sociedade conjugal; 
III - o divorciado, enquanto não houver sido 
homologada ou decidida a partilha dos bens 
do casal; 
IV - o tutor ou o curador e os seus 
descendentes, ascendentes, irmãos, 
cunhados ou sobrinhos, com a pessoa 
tutelada ou curatelada, enquanto não cessar 
a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas 
as respectivas contas. 
Parágrafo único. É permitido aos nubentes 
solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas 
as causas suspensivas previstas nos incisos 
I, III e IV deste artigo, provando-se a 
inexistência de prejuízo, respectivamente, 
para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a 
pessoa tutelada ou curatelada; no caso do 
inciso II, a nubente deverá provar nascimento 
de filho, ou inexistência de gravidez, na 
fluência do prazo. 
 
Legitimidade (art. 1524 do CC): 
 
Art. 1.524. As causas suspensivas da 
celebração do casamento podem ser argüidas 
pelos parentes em linha reta de um dos 
nubentes, sejam consangüíneos ou afins, e 
pelos colaterais em segundo grau, sejam 
também consangüíneos ou afins. 
 
A ocorrência de causa suspensiva leva como 
conseqüência a observância, obrigatória, do 
regime de separação legal de bens (art. 
1641): 
 
Art. 1.641. É obrigatório o regime de 
separação de bens no casamento: 
I – das pessoas que contraírem com 
inobservância das causas suspensivas de 
celebração do casamento 
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II – da pessoa maior de setenta anos 
III – de todos que dependerem, para casar, di 
o suprimento judicial 
 
5. Anulabilidade do Casamento 
 
As causas de anulação estão elencadas a 
partir do art. 1550 do CC. 
 
Art. 1.550. É anulável o casamento: 
I - de quem não completou a idade 
mínima para casar; 
II - do menor em idade núbil, quando 
não autorizado por seu representante 
legal; 
III - por vício da vontade, nos termos 
dos arts. 1.556 a 1.558; 
IV - do incapaz de consentir ou 
manifestar, de modo inequívoco, o 
consentimento; 
V - realizado pelo mandatário, sem que 
ele ou o outro contraente soubesse da 
revogação do mandato, e não 
sobrevindo coabitação entre os 
cônjuges; 
VI - por incompetência da autoridade 
celebrante. 
Parágrafo único. Equipara-se à 
revogação a invalidade do mandato 
judicialmente decretada. 
 
O casamento do qual resulte gravidez não 
gera anulabilidade,em razão de ser esta uma 
hipótese na qual se torna desnecessária a 
autorização legal (art. 1551 c/c 1520). 
 
Art. 1.551. Não se anulará, por motivo 
de idade, o casamento de que resultou 
gravidez. 
 
A legitimação para pleitear anulação do 
casamento do menor de 16 anos é do 
cônjuge menor, representantes legais ou 
ascendentes (art. 1552). 
 
Art. 1.552. A anulação do casamento 
dos menores de dezesseis anos será 
requerida: 
I - pelo próprio cônjuge menor; 
II - por seus representantes legais; 
III - por seus ascendentes. 
 
Traz ainda o Código Civil, como hipótese 
outras de anulação do casamento o Erro 
Essencial quanto à Pessoa, disciplinado nos 
arts. 1556 e 1557: 
 
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por 
vício da vontade, se houve por parte de um 
dos nubentes, ao consentir, erro essencial 
quanto à pessoa do outro. 
 
Art. 1.557. Considera-se erro essencial sobre 
a pessoa do outro cônjuge: 
I - o que diz respeito à sua identidade, sua 
honra e boa fama, sendo esse erro tal que o 
seu conhecimento ulterior torne insuportável a 
vida em comum ao cônjuge enganado; 
II - a ignorância de crime, anterior ao 
casamento, que, por sua natureza, torne 
insuportável a vida conjugal; 
III - a ignorância, anterior ao casamento, de 
defeito físico irremediável, ou de moléstia 
grave e transmissível, pelo contágio ou 
herança, capaz de pôr em risco a saúde do 
outro cônjuge ou de sua descendência; 
IV - a ignorância, anterior ao casamento, de 
doença mental grave que, por sua natureza, 
torne insuportável a vida em comum ao 
cônjuge enganado. 
 
# Questões de Prova: 
 
Casou-se com transexual? 
 
Link com Direito da Personalidade e Resp - 
REsp 1.008.398-SP, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 15/10/2009. 
 
Quais os prazos para anulabilidade? 
 
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação 
de anulação do casamento, a contar da data 
da celebração, é de: 
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV 
do art. 1.550; 
II - dois anos, se incompetente a autoridade 
celebrante; 
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do 
art. 1.557; 
IV - quatro anos, se houver coação. 
§ 1o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o 
direito de anular o casamento dos menores 
de dezesseis anos, contado o prazo para o 
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menor do dia em que perfez essa idade; e da 
data do casamento, para seus representantes 
legais ou ascendentes. 
§ 2o Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o 
prazo para anulação do casamento é de 
cento e oitenta dias, a partir da data em que o 
mandante tiver conhecimento da celebração. 
 
# Observações: 
 
a) Demais disto, há no Código Civil adoção da 
tese do casamento putativo: 
 
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, 
se contraído de boa-fé por um ou ambos os 
cônjuges, o casamento, em relação a estes 
como aos filhos, produz todos os efeitos até o 
dia da sentença anulatória. 
§ 1º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao 
celebrar o casamento, os seus efeitos civis só 
a ele e aos filhos aproveitarão. 
§ 2º Se ambos os cônjuges estavam de má-fé 
ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis 
só aos filhos aproveitarão. 
 
b) Note-se que o novo CC acolheu, ainda, a 
teoria do funcionário de fato (teoria da 
aparência) – Art. 1554 do CC: 
 
Art. 1.554. Subsiste o casamento celebrado 
por aquele que, sem possuir a competência 
exigida na lei, exercer publicamente as 
funções de juiz de casamentos e, nessa 
qualidade, tiver registrado o ato no Registro 
Civil. 
 
6. Eficácia Patrimonial: Regime de Bens 
 
Trata-se do estatuto patrimonial do 
casamento, o qual se inicia com o matrimônio, 
regido pelos princípios: 
 
a) Liberdade de Escolha e Variedade 
b) Mutabilidade 
 
a) Liberdade de Escolha e Variedade 
 
- Pacto Antenupcial: 
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial 
se não for feito por escritura pública, e 
ineficaz se não lhe seguir o casamento. 
 
Art. 1.654. A eficácia do pacto 
antenupcial, realizado por menor, fica 
condicionada à aprovação de seu 
representante legal, salvo as hipóteses 
de regime obrigatório de separação de 
bens. 
 
Art. 1.655. É nula a convenção ou 
cláusula dela que contravenha 
disposição absoluta de lei. 
 
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou 
sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, 
quanto aos bens entre os cônjuges, o 
regime da comunhão parcial. 
 
Parágrafo único. Poderão os nubentes, 
no processo de habilitação, optar por 
qualquer dos regimes que este código 
regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a 
termo a opção pela comunhão parcial, 
fazendo-se o pacto antenupcial por 
escritura pública, nas demais escolhas. 
 
b) Mutabilidade (art. 1639) 
 
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de 
celebrado o casamento, estipular, quanto aos 
seus bens, o que lhes aprouver. 
§ 1º O regime de bens entre os cônjuges 
começa a vigorar desde a data do casamento. 
§ 2º É admissível alteração do regime de 
bens, mediante autorização judicial em pedido 
motivado de ambos os cônjuges, apurada a 
procedência das razões invocadas e 
ressalvados os direitos de terceiros. 
 
O NCC, no §2º do art. 1639, permite a 
mudança do regime de bens, sendo 
necessário: 
 
a) Pedido conjunto e motivado de ambos os 
cônjuges 
b) Procedimento de jurisdição voluntária (não 
pode haver lide). 
c) O juízo competente é o juízo de família. 
d) Não pode vim a prejudicar terceiros. Por 
isso devem publicar editais. 
 
6.1 Espécies 
 
a) comunhão universal; 
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b) comunhão parcial; 
c) separação convencional; 
d) separação legal ou obrigatória; 
e) participação final nos aquestos. 
 
Passa-se a verificação um a um dos regimes. 
 
a) Regime Da Comunhão Parcial De Bens Ou 
Regime Supletivo 
 
Art. 1.658. No regime de comunhão 
parcial, comunicam-se os bens que 
sobrevierem ao casal, na constância do 
casamento, com as exceções dos 
artigos seguintes. 
 
Art. 1.661. São incomunicáveis os bens 
cuja aquisição tiver por título uma causa 
anterior ao casamento. 
 
Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, 
presumem-se adquiridos na constância do 
casamento os bens móveis, quando não se 
provar que o foram em data anterior. 
 
O que não entra (não-comunica) na 
comunhão parcial (art. 1659): 
 
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: 
I - os bens que cada cônjuge possuir ao 
casar, e os que lhe sobrevierem, na 
constância do casamento, por doação 
ou sucessão, e os sub-rogados em seu 
lugar; 
II - os bens adquiridos com valores 
exclusivamente pertencentes a um dos 
cônjuges em sub-rogação dos bens 
particulares; 
III - as obrigações anteriores ao 
casamento; 
IV - as obrigações provenientes de atos 
ilícitos, salvo reversão em proveito do 
casal; 
V - os bens de uso pessoal, os livros e 
instrumentos de profissão; 
VI - os proventos do trabalho pessoal 
de cada cônjuge; 
VII - as pensões, meios-soldos, 
montepios e outras rendas 
semelhantes. 
 
O que entra (comunicam – aquestos) na 
comunhão parcial (art. 1660): 
 
Art. 1.660. Entram na comunhão: 
I - os bens adquiridos na constância do 
casamento por título oneroso, ainda 
que só em nome de um dos cônjuges; 
II - os bens adquiridos por fato eventual, 
com ou sem o concurso de trabalho ou 
despesa anterior; 
III - os bens adquiridos por doação, 
herança ou legado, em favor de ambos 
os cônjuges; 
IV - as benfeitorias em bens 
particulares de cada cônjuge; 
V - os frutos dos bens comuns, ou dos 
particulares de cada cônjuge, 
percebidos na constância do 
casamento, ou pendentes ao tempo de 
cessar a comunhão.b) Regime Da Comunhão Universal De Bens: 
 
Art. 1.667. O regime de comunhão 
universal importa a comunicação de 
todos os bens presentes e futuros dos 
cônjuges e suas dívidas passivas, com 
as exceções do artigo seguinte. 
 
Bens excluídos (não comunicam) da 
comunhão universal (art. 1668): 
 
Art. 1.668. São excluídos da comunhão: 
I - os bens doados ou herdados com a 
cláusula de incomunicabilidade e os 
sub-rogados em seu lugar; 
II - os bens gravados de fideicomisso e 
o direito do herdeiro fideicomissário, 
antes de realizada a condição 
suspensiva; 
III - as dívidas anteriores ao casamento, 
salvo se provierem de despesas com 
seus aprestos, ou reverterem em 
proveito comum; 
IV - as doações antenupciais feitas por 
um dos cônjuges ao outro com a 
cláusula de incomunicabilidade; 
V - Os bens referidos nos incisos V a 
VII do art. 1.659. 
 
c) Regime Da Separação Convencional De 
Bens: 
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6 
 
Neste regime cada conjugue possui 
patrimônio próprio e separado, podendo 
administrar livremente os seus bens (art. 
1687) 
 
Art. 1.687. Estipulada a separação de 
bens, estes permanecerão sob a 
administração exclusiva de cada um 
dos cônjuges, que os poderá livremente 
alienar ou gravar de ônus real. 
 
Malgrado a separação, as despesas do casal 
devem ser custeadas por ambos os cônjuges, 
na proporção dos seus rendimentos, salvo 
estipulação em contrário do pacto antenupcial 
(art. 1688). 
 
Art. 1.688. Ambos os cônjuges são 
obrigados a contribuir para as despesas 
do casal na proporção dos rendimentos 
de seu trabalho e de seus bens, salvo 
estipulação em contrário no pacto 
antenupcial. 
 
d) Separação Obrigatória De Bens (art. 1.641) 
 
Situações em que o legislador impõe o regime 
de separação obrigatória. 
 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da 
separação de bens no casamento: 
I - das pessoas que o contraírem com 
inobservância das causas suspensivas 
da celebração do casamento; 
II - da pessoa maior de setenta anos; 
III - de todos os que dependerem, para 
casar, de suprimento judicial. 
 
Segundo súmula do STF, a separação 
obrigatória de bens incide nos bens presentes 
à época do casamento, e não nos aquestos 
futuros – bens adquiridos onerosamente na 
constância do casamento (súmula 377, STF): 
 
Súmula 377, STF: no regime de separação 
legal de bens, comunicam-se os adquiridos 
na constância do casamento. 
 
Assim é que o STJ, mesmo com a publicação 
do NCC, continua aplicando a referida 
súmula. Transcreve-se: 
 
Incide a súmula 377 do STF que, por sinal, 
não cogita do esforço comum, presumido, 
neste caso, segundo o entendimento 
pretoriano majoritária 
(STJ, 4 T, REsp 154.896/RJ, Rel. Min. 
Fernando Gonçalves. Julgado. 20.11.03) 
 
Mesmo entendimento: (STJ, 3 T, REsp 
736.627/PR, Rel. Min. Carlos Alberto 
Menezes Direto. Julgado. 11.04.06) 
 
e) Participação Final Nos Aquestos 
 
Neste novo regime, cada cônjuge possui 
patrimônio próprio (como no regime da 
separação), cabendo, todavia, à época da 
dissolução da sociedade conjugal, direito à 
metade dos bens adquiridos pelo casal, a 
título oneroso, na constância do casamento 
(art. 1672 e 1673). 
 
Art. 1.672. No regime de participação 
final nos aqüestos, cada cônjuge possui 
patrimônio próprio, consoante disposto 
no artigo seguinte, e lhe cabe, à época 
da dissolução da sociedade conjugal, 
direito à metade dos bens adquiridos 
pelo casal, a título oneroso, na 
constância do casamento. 
 
Art. 1.673. Integram o patrimônio 
próprio os bens que cada cônjuge 
possuía ao casar e os por ele 
adquiridos, a qualquer título, na 
constância do casamento. 
Parágrafo único. A administração 
desses bens é exclusiva de cada 
cônjuge, que os poderá livremente 
alienar, se forem móveis. 
 
Não entram no patrimônio comum (art. 1674): 
 
Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução da 
sociedade conjugal, apurar-se-á o 
montante dos aqüestos, excluindo-se 
da soma dos patrimônios próprios: 
I - os bens anteriores ao casamento e 
os que em seu lugar se sub-rogaram; 
II - os que sobrevieram a cada cônjuge 
por sucessão ou liberalidade; 
III - as dívidas relativas a esses bens. 
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Parágrafo único. Salvo prova em 
contrário, presumem-se adquiridos 
durante o casamento os bens móveis. 
 
7. Divórcio 
 
Coloca fim ao vinculo matrimonial. 
 
As modalidades estão previstas no art. 1580 
do CC e art 226, §6º da CF. Pode ser o 
divórcio. Os prazos permanecem? 
 
E. 517 do CJF: Art. 1.580. A Emenda 
Constitucional n. 66/2010 extinguiu os prazos 
previstos no art. 1.580 do Código Civil, 
mantido o divórcio por conversão. 
 
a) Indireto ou Conversão: Subsiste? 
 
Art. 1.580. Decorrido um ano do trânsito em 
julgado da sentença que houver decretado a 
separação judicial, ou da decisão concessiva 
da medida cautelar de separação de corpos, 
qualquer das partes poderá requerer sua 
conversão em divórcio. 
§ 1º A conversão em divórcio da separação 
judicial dos cônjuges será decretada por 
sentença, da qual não constará referência à 
causa que a determinou. 
 
b) Direto: Tem prazo? 
 
Pode ser decretado independente da partilha 
dos bens (art. 1581 CC): 
 
Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem 
que haja prévia partilha de bens. 
 
Legitimidade: cônjuge, e em caso se 
incapacidade seu curador, ascendente ou 
irmão 
 
Art. 1.582. O pedido de divórcio somente 
competirá aos cônjuges. 
Parágrafo único. Se o cônjuge for incapaz 
para propor a ação ou defender-se, poderá 
fazê-lo o curador, o ascendente ou o irmão. 
 
Quais os efeitos da culpa? 
 
- Possível perda do direito aos alimentos (art. 
1704) 
Art. 1.704. Se um dos cônjuges 
separados judicialmente vier a 
necessitar de alimentos, será o outro 
obrigado a prestá-los mediante pensão 
a ser fixada pelo juiz, caso não tenha 
sido declarado culpado na ação de 
separação judicial. 
 
Parágrafo único. Se o cônjuge 
declarado culpado vier a necessitar de 
alimentos, e não tiver parentes em 
condições de prestá-los, nem aptidão 
para o trabalho, o outro cônjuge será 
obrigado a assegurá-los, fixando o juiz 
o valor indispensável à sobrevivência. 
 
- Possível interferência no uso do nome. 
 
Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado na 
ação de separação judicial perde o direito de 
usar o sobrenome do outro, desde que 
expressamente requerido pelo cônjuge 
inocente e se a alteração não acarretar: 
I - evidente prejuízo para a sua identificação; 
II - manifesta distinção entre o seu nome de 
família e o dos filhos havidos da união 
dissolvida; 
III - dano grave reconhecido na decisão 
judicial. 
§ 1º O cônjuge inocente na ação de 
separação judicial poderá renunciar, a 
qualquer momento, ao direito de usar o 
sobrenome do outro. 
§ 2º Nos demais casos caberá a opção pela 
conservação do nome de casado. 
 
Cabe extrajudicial? 
 
Nasceu com a Lei 11.441/2007, tendo como 
requisitos: 
 
a) Todos os envolvidos maiores e capazes 
b) Consenso 
c) Presença de Advogado 
d) Feita em cartório, sem necessidade de 
oitiva do Ministério Publico e Homologação 
Judicial. 
e) Na escritura publica há de constar: divisão 
dos bens, pensão alimentícia e alteração 
do nome. 
f) Possível pedido de gratuidade. 
 
OAB 1ª FASE – XVIII 
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8 
“Art. 1.124-A. A separação consensual 
e o divórcio consensual, não havendo 
filhos menores ou incapazes do casal e 
observados os requisitoslegais quanto 
aos prazos, poderão ser realizados por 
escritura pública, da qual constarão as 
disposições relativas à descrição e à 
partilha dos bens comuns e à pensão 
alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à 
retomada pelo cônjuge de seu nome de 
solteiro ou à manutenção do nome 
adotado quando se deu o casamento. 
§ 1o A escritura não depende de 
homologação judicial e constitui título 
hábil para o registro civil e o registro de 
imóveis. 
§ 2o O tabelião somente lavrará a 
escritura se os contratantes estiverem 
assistidos por advogado comum ou 
advogados de cada um deles, cuja 
qualificação e assinatura constarão do 
ato notarial. 
§ 3o A escritura e demais atos notariais 
serão gratuitos àqueles que se 
declararem pobres sob as penas da lei.” 
 
União Estável 
Tema II 
 
1.1 Conceito 
 
Art. 1.723. É reconhecida como entidade 
familiar a união estável entre o homem e a 
mulher, configurada na convivência pública, 
contínua e duradoura e estabelecida com o 
objetivo de constituição de família. 
 
Necessário prazo mínimo? 
 
Precisa morar junto? 
S. 382. A vida em comum sob mesmo teto, 
more uxório, não é indispensável à 
caracterização da união estável. 
 
Ter filhos? 
 
Como distinguir do namoro? 
 
STJ (REsp 474.962/SP): intenção de 
constituir família (mero passatempo ou 
namoro). 
 
DIREITOS PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. 
UNIÃO ESTÁVEL. REQUISITOS. 
CONVIVÊNCIA SOB O MESMO TETO. 
DISPENSA. CASO CONCRETO. LEI N. 
9.728/96. ENUNCIADO N. 382 DA 
SÚMULA/STF. ACERVO FÁTICO- 
PROBATÓRIO. REEXAME. 
IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADO N. 7 DA 
SÚMULA/STJ. DOUTRINA. 
PRECEDENTES. RECONVENÇÃO. 
CAPÍTULO DA SENTENÇA. TANTUM 
DEVOLUTUM QUANTUM APELLATUM. 
HONORÁRIOS. INCIDÊNCIA SOBRE A 
CONDENAÇÃO. ART. 20, § 3º, CPC. 
RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE. 
I - Não exige a lei específica (Lei n. 9.728/96) 
a coabitação como requisito essencial para 
caracterizar a união estável. Na realidade, a 
convivência sob o mesmo teto pode ser um 
dos fundamentos a demonstrar a relação 
comum, mas a sua ausência não afasta, de 
imediato, a existência da união estável. 
II - Diante da alteração dos costumes, além 
das profundas mudanças pelas quais tem 
passado a sociedade, não é raro encontrar 
cônjuges ou companheiros residindo em 
locais diferentes. 
III - O que se mostra indispensável é que a 
união se revista de estabilidade, ou seja, que 
haja aparência de casamento, como no caso 
entendeu o acórdão impugnado. 
IV - Seria indispensável nova análise do 
acervo fático-probatório para concluir que o 
envolvimento entre os interessados se tratava 
de mero passatempo, ou namoro, não 
havendo a intenção de constituir família. 
V - Na linha da doutrina, “processadas em 
conjunto, julgam-se as duas ações [ação e 
reconvenção, em regra, 'na mesma sentença' 
(art.318), que necessariamente se desdobra 
em dois capítulos, valendo cada um por 
decisão autônoma, em princípio, para fins de 
recorribilidade e de formação da coisa 
julgada". 
VI - Nestes termos, constituindo-se em 
capítulos diferentes, a apelação interposta 
apenas contra a parte da sentença que tratou 
da ação, não devolve ao tribunal o exame da 
reconvenção, sob pena de violação das 
regras tantum devolutum quantum apellatum 
e da proibição da reformatio in peius. 
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9 
VII - Consoante o § 3º do art. 20, CPC, "os 
honorários serão fixados (...) sobre o valor da 
condenação". E a condenação, no caso, foi o 
usufruto sobre a quarta parte dos bens do de 
cujus. Assim, é sobre essa verba que deve 
incidir o percentual dos honorários, e não 
sobre o valor total dos bens. 
(REsp 474.962/SP, Rel. MIN. SÁLVIO DE 
FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, 
julgado em 23.09.2003, DJ 01.03.2004 p. 
186) 
 
Cabe união estável entre pessoas do mesmo 
sexo? 
 
ADPF 132 / RJ - RIO DE JANEIRO 
ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE 
PRECEITO FUNDAMENTAL 
Relator(a): Min. AYRES BRITTO 
Julgamento: 05/05/2011 Órgão 
Julgador: Tribunal Pleno 
Publicação 
DJe-198 DIVULG 13-10-2011 PUBLIC 14-10-
2011 
EMENT VOL-02607-01 PP-00001 
Parte(s) 
REQTE.(S) : GOVERNADOR DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-
GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
INTDO.(A/S) : GOVERNADOR DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
INTDO.(A/S) : TRIBUNAIS DE JUSTIÇA 
DOS ESTADOS 
INTDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA 
LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE 
JANEIRO 
AM. CURIAE. : CONECTAS DIREITOS 
HUMANOS 
AM. CURIAE. : EDH - ESCRITÓRIO DE 
DIREITOS HUMANOS DO ESTADO DE 
MINAS GERAIS 
AM. CURIAE. : GGB - GRUPO GAY DA 
BAHIA 
ADV.(A/S) : ELOISA MACHADO DE 
ALMEIDA 
AM. CURIAE. : ANIS - INSTITUTO DE 
BIOÉTICA, DIREITOS HUMANOS E 
GÊNERO 
ADV.(A/S) : EDUARDO BASTOS 
FURTADO DE MENDONÇA 
AM. CURIAE. : GRUPO DE ESTUDOS 
EM DIREITO INTERNACIONAL DA 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS 
GERAIS - GEDI-UFMG 
AM. CURIAE. : CENTRO DE 
REFERÊNCIA DE GAYS, LÉSBICAS, 
BISSEXUAIS, TRAVESTIS, TRANSEXUAIS 
E TRANSGÊNEROS DO ESTADO DE 
MINAS GERAIS - CENTRO DE 
REFERÊNCIA GLBTTT 
AM. CURIAE. : CENTRO DE LUTA 
PELA LIVRE ORIENTAÇÃO SEXUAL - 
CELLOS 
AM. CURIAE. : ASSOCIAÇÃO DE 
TRAVESTIS E TRANSEXUAIS DE MINAS 
GERAIS - ASSTRAV 
ADV.(A/S) : RODOLFO COMPART DE 
MORAES 
AM. CURIAE. : GRUPO ARCO-ÍRIS DE 
CONSCIENTIZAÇÃO HOMOSSEXUAL 
ADV.(A/S) : THIAGO BOTTINO DO 
AMARAL 
AM. CURIAE. : ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE GAYS, LÉSBICAS, 
BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS 
- ABGLT 
ADV.(A/S) : CAPRICE CAMARGO 
JACEWICZ 
AM. CURIAE. : INSTITUTO 
BRASILEIRO DE DIREITO DE FAMÍLIA - 
IBDFAM 
ADV.(A/S) : RODRIGO DA CUNHA 
PEREIRA 
AM. CURIAE. : SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE DIREITO PÚBLICO - SBDP 
ADV.(A/S) : EVORAH LUSCI COSTA 
CARDOSO 
AM. CURIAE. : ASSOCIAÇÃO DE 
INCENTIVO À EDUCAÇÃO E SAÚDE DO 
ESTADO DE SÃO PAULO 
ADV.(A/S) : FERNANDO QUARESMA 
DE AZEVEDO E OUTRO(A/S) 
AM. CURIAE. : CONFERÊNCIA 
NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL - 
CNBB 
ADV.(A/S) : FELIPE INÁCIO ZANCHET 
MAGALHÃES E OUTRO(A/S) 
AM. CURIAE. : ASSOCIAÇÃO 
EDUARDO BANKS 
ADV.(A/S) : RALPH ANZOLIN 
LICHOTE E OUTRO(A/S) 
 
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10 
Ementa 
 
Ementa: 1. ARGUIÇÃO DE 
DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO 
FUNDAMENTAL (ADPF). PERDA PARCIAL 
DE OBJETO. RECEBIMENTO, NA PARTE 
REMANESCENTE, COMO AÇÃO DIRETA 
DE INCONSTITUCIONALIDADE. UNIÃO 
HOMOAFETIVA E SEU RECONHECIMENTO 
COMO INSTITUTO JURÍDICO. 
CONVERGÊNCIA DE OBJETOS ENTRE 
AÇÕES DE NATUREZA ABSTRATA. 
JULGAMENTO CONJUNTO. Encampação 
dos fundamentos da ADPF nº 132-RJ pela 
ADI nº 4.277-DF, com a finalidade de conferir 
“interpretação conforme à Constituição” ao 
art. 1.723 do Código Civil. Atendimento das 
condições da ação. 2. PROIBIÇÃO DE 
DISCRIMINAÇÃO DAS PESSOAS EM 
RAZÃO DO SEXO, SEJA NO PLANO DA 
DICOTOMIA HOMEM/MULHER (GÊNERO), 
SEJA NO PLANO DA ORIENTAÇÃO 
SEXUAL DE CADA QUAL DELES. A 
PROIBIÇÃO DO PRECONCEITO COMO 
CAPÍTULO DO CONSTITUCIONALISMO 
FRATERNAL. HOMENAGEM AO 
PLURALISMO COMO VALOR SÓCIO-
POLÍTICO-CULTURAL. LIBERDADE PARA 
DISPOR DA PRÓPRIA SEXUALIDADE, 
INSERIDA NA CATEGORIA DOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS DO INDIVÍDUO, 
EXPRESSÃO QUE É DA AUTONOMIA DE 
VONTADE. DIREITO À INTIMIDADE E À 
VIDA PRIVADA. CLÁUSULA PÉTREA. O 
sexo das pessoas, salvo disposição 
constitucional expressa ou implícita em 
sentido contrário, não se presta como fator de 
desigualação jurídica. Proibição de 
preconceito, à luz do inciso IV do art. 3º da 
ConstituiçãoFederal, por colidir frontalmente 
com o objetivo constitucional de “promover o 
bem de todos”. Silêncio normativo da Carta 
Magna a respeito do concreto uso do sexo 
dos indivíduos como saque da kelseniana 
“norma geral negativa”, segundo a qual “o que 
não estiver juridicamente proibido, ou 
obrigado, está juridicamente permitido”. 
Reconhecimento do direito à preferência 
sexual como direta emanação do princípio da 
“dignidade da pessoa humana”: direito a auto-
estima no mais elevado ponto da consciência 
do indivíduo. Direito à busca 
da felicidade. Salto normativo da proibição do 
preconceito para a proclamação do direito à 
liberdade sexual. O concreto uso da 
sexualidade faz parte da autonomia da 
vontade das pessoas naturais. Empírico uso 
da sexualidade nos planos da intimidade e da 
privacidade constitucionalmente tuteladas. 
Autonomia da vontade. Cláusula pétrea. 3. 
TRATAMENTO CONSTITUCIONAL DA 
INSTITUIÇÃO DA FAMÍLIA. 
RECONHECIMENTO DE QUE A 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL NÃO 
EMPRESTA AO SUBSTANTIVO “FAMÍLIA” 
NENHUM SIGNIFICADO ORTODOXO OU 
DA PRÓPRIA TÉCNICA JURÍDICA. A 
FAMÍLIA COMO CATEGORIA SÓCIO-
CULTURAL E PRINCÍPIO ESPIRITUAL. 
DIREITO SUBJETIVO DE CONSTITUIR 
FAMÍLIA. INTERPRETAÇÃO NÃO-
REDUCIONISTA. O caput do art. 226 confere 
à família, base da sociedade, especial 
proteção do Estado. Ênfase constitucional à 
instituição da família. Família em seu 
coloquial ou proverbial significado de núcleo 
doméstico, pouco importando se formal ou 
informalmente constituída, ou se integrada 
por casais heteroafetivos ou por pares 
homoafetivos. A Constituição de 1988, ao 
utilizar-se da expressão “família”, não limita 
sua formação a casais heteroafetivos nem a 
formalidade cartorária, celebração civil ou 
liturgia religiosa. Família como instituição 
privada que, voluntariamente constituída entre 
pessoas adultas, mantém com o Estado e a 
sociedade civil uma necessária relação 
tricotômica. Núcleo familiar que é o principal 
lócus institucional de concreção dos direitos 
fundamentais que a própria Constituição 
designa por “intimidade e vida privada” (inciso 
X do art. 5º). Isonomia entre casais 
heteroafetivos e pares homoafetivos que 
somente ganha plenitude de sentido se 
desembocar no igual direito subjetivo à 
formação de uma autonomizada família. 
Família como figura central ou continente, de 
que tudo o mais é conteúdo. Imperiosidade da 
interpretação não-reducionista do conceito de 
família como instituição que também se forma 
por vias distintas do casamento civil. Avanço 
da Constituição Federal de 1988 no plano dos 
costumes. Caminhada na direção do 
pluralismo como categoria sócio-político-
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11 
cultural. Competência do Supremo Tribunal 
Federal para manter, interpretativamente, o 
Texto Magno na posse do seu fundamental 
atributo da coerência, o que passa pela 
eliminação de preconceito quanto à 
orientação sexual das pessoas. 4. UNIÃO 
ESTÁVEL. NORMAÇÃO CONSTITUCIONAL 
REFERIDA A HOMEM E MULHER, MAS 
APENAS PARA ESPECIAL PROTEÇÃO 
DESTA ÚLTIMA. FOCADO PROPÓSITO 
CONSTITUCIONAL DE ESTABELECER 
RELAÇÕES JURÍDICAS HORIZONTAIS OU 
SEM HIERARQUIA ENTRE AS DUAS 
TIPOLOGIAS DO GÊNERO HUMANO. 
IDENTIDADE CONSTITUCIONAL DOS 
CONCEITOS DE “ENTIDADE FAMILIAR” E 
“FAMÍLIA”. A referência constitucional à 
dualidade básica homem/mulher, no §3º do 
seu art. 226, deve-se ao centrado intuito de 
não se perder a menor oportunidade para 
favorecer relações jurídicas horizontais ou 
sem hierarquia no âmbito das sociedades 
domésticas. Reforço normativo a um mais 
eficiente combate à renitência patriarcal dos 
costumes brasileiros. Impossibilidade de uso 
da letra da Constituição para ressuscitar o art. 
175 da Carta de 1967/1969. Não há como 
fazer rolar a cabeça do art. 226 no patíbulo do 
seu parágrafo terceiro. Dispositivo que, ao 
utilizar da terminologia “entidade familiar”, não 
pretendeu diferenciá-la da “família”. 
Inexistência de hierarquia ou diferença de 
qualidade jurídica entre as duas formas de 
constituição de um novo e autonomizado 
núcleo doméstico. Emprego do fraseado 
“entidade familiar” como sinônimo perfeito de 
família. A Constituição não interdita a 
formação de família por pessoas do mesmo 
sexo. Consagração do juízo de que não se 
proíbe nada a ninguém senão em face de um 
direito ou de proteção de um legítimo 
interesse de outrem, ou de toda a sociedade, 
o que não se dá na hipótese sub judice. 
Inexistência do direito dos indivíduos 
heteroafetivos à sua não-equiparação jurídica 
com os indivíduos homoafetivos. 
Aplicabilidade do §2º do art. 5º da 
Constituição Federal, a evidenciar que outros 
direitos e garantias, não expressamente 
listados na Constituição, emergem “do regime 
e dos princípios por ela adotados”, verbis: “Os 
direitos e garantias expressos 
nesta Constituição não excluem outros 
decorrentes do regime e dos princípios por 
ela adotados, ou dos tratados internacionais 
em que a República Federativa do Brasil seja 
parte”. 5. DIVERGÊNCIAS LATERAIS 
QUANTO À FUNDAMENTAÇÃO DO 
ACÓRDÃO. Anotação de que os Ministros 
Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e 
Cezar Peluso convergiram no particular 
entendimento da impossibilidade de ortodoxo 
enquadramento da união homoafetiva nas 
espécies de família constitucionalmente 
estabelecidas. Sem embargo, reconheceram 
a união entre parceiros do mesmo sexo como 
uma nova forma de entidade familiar. Matéria 
aberta à conformação legislativa, sem 
prejuízo do reconhecimento da imediata auto-
aplicabilidade da Constituição. 6. 
INTERPRETAÇÃO DO ART. 1.723 DO 
CÓDIGO CIVIL EM CONFORMIDADE COM 
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL (TÉCNICA DA 
“INTERPRETAÇÃO CONFORME”). 
RECONHECIMENTO DA UNIÃO 
HOMOAFETIVA COMO FAMÍLIA. 
PROCEDÊNCIA DAS AÇÕES. Ante a 
possibilidade de interpretação em sentido 
preconceituoso ou discriminatório do art. 
1.723 do Código Civil, não resolúvel à luz dele 
próprio, faz-se necessária a utilização da 
técnica de “interpretação conforme à 
Constituição”. Isso para excluir do dispositivo 
em causa qualquer significado que impeça o 
reconhecimento da união contínua, pública e 
duradoura entre pessoas do mesmo sexo 
como família. Reconhecimento que é de ser 
feito segundo as mesmas regras e com as 
mesmas consequências da união estável 
heteroafetiva. 
 
 
Decisão 
 
Chamadas, para julgamento em conjunto, a 
Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.277 e 
a Argüição de Descumprimento de Preceito 
Fundamental 132, após o voto do Senhor 
Ministro Ayres Britto (Relator), que julgava 
parcialmente prejudicada a ADPF, recebendo 
o pedido residual como ação direta de 
inconstitucionalidade, e procedentes ambas 
as ações, foi o julgamento suspenso. 
Impedido o Senhor Ministro Dias Toffoli. 
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12 
Ausente, justificadamente, a Senhora Ministra 
Ellen Gracie. Falaram, pela requerente da ADI 
4.277, o Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, 
Procurador-Geral da República; pelo 
requerente da ADPF 132, o Professor Luís 
Roberto Barroso; pela Advocacia-Geral da 
União, o Ministro Luís Inácio Lucena Adams; 
pelos amici curiae Conectas Direitos 
Humanos; 
Instituto Brasileiro de Direito de Família - 
IBDFAM; Grupo Arco-Íris de Conscientização 
Homossexual; Associação Brasileira de Gays, 
Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais 
- ABGLT; Grupo de Estudos em Direito 
Internacional da Universidade Federal 
de Minas Gerais - GEDI-UFMG e Centro de 
Referência de Gays, Lésbicas, Bissexuais, 
Travestis, Transexuais e Transgêneros do 
Estado de Minas Gerais - Centro de 
Referência GLBTTT; ANIS - Instituto de 
Bioética,Direitos Humanos e Gênero; 
Associação de 
Incentivo à Educação e Saúde de São Paulo; 
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - 
CNBB e a Associação Eduardo Banks, 
falaram, respectivamente, o Professor Oscar 
Vilhena; a Dra. Maria Berenice Dias; o Dr. 
Thiago Bottino do Amaral; o Dr. Roberto 
Augusto Lopes Gonçale; o Dr. Diego 
Valadares Vasconcelos Neto; o Dr. Eduardo 
Mendonça; o Dr. Paulo Roberto Iotti 
Vecchiatti; o Dr. Hugo José Sarubbi Cysneiros 
de Oliveira e o Dr. Ralph Anzolin Lichote. 
Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso. 
Plenário, 04.05.2011. 
Decisão: Prosseguindo no julgamento, o 
Tribunal conheceu da Argüição de 
Descumprimento de Preceito Fundamental 
132 como ação direta de 
inconstitucionalidade, por votação unânime. 
Prejudicado o primeiro pedido originariamente 
formulado na ADPF, por 
votação unânime. Rejeitadas todas as 
preliminares, por votação unânime. Em 
seguida, o Tribunal, ainda por votação 
unânime, julgou procedente as ações, com 
eficácia erga omnes e efeito vinculante, 
autorizados os Ministros a decidirem 
monocraticamente 
sobre a mesma questão, independentemente 
da publicação do acórdão. Votou o 
Presidente, Ministro Cezar 
Peluso. Impedido o Senhor Ministro Dias 
Toffoli. Plenário, 05.05.2011 
 
1.2 Deveres Pessoais 
 
Art. 1.724. As relações pessoais entre 
os companheiros obedecerão aos 
deveres de lealdade, respeito e 
assistência, e de guarda, sustento e 
educação dos filhos. 
 
1.3 Eficácia Patrimonial 
 
Art. 1.725. Na união estável, salvo 
contrato escrito entre os companheiros 
(contrato de convivência), aplica-se às 
relações patrimoniais, no que couber, o 
regime da comunhão parcial de bens. 
 
1.4 Concubinato 
 
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o 
homem e a mulher, impedidos de casar, 
constituem concubinato. 
 
Segundo o STF, quais os efeitos do 
concubinato? 
 
Súmula 380 do Supremo Tribunal Federal 
(STF): “Comprovada a existência de 
sociedade de fato entre os concubinos, é 
cabível a sua dissolução judicial, com a 
partilha do patrimônio adquirido pelo esforço 
comum.” 
 
Atualmente, ainda, nega o STJ direito a 
indenização por serviços prestados. Veja-se: 
 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM 
RECURSO ESPECIAL. ART. 535. 
OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. 
RECONHECIMENTO DE RELAÇÃO 
CONCUBINÁRIA ENTRE A AUTORA E O 
FALECIDO. PARTILHA DE BENS. NÃO 
COMPROVAÇÃO DE ESFORÇO COMUM 
PARA A AQUISIÇÃO DO PATRIMÔNIO. 
INDENIZAÇÃO. SERVIÇOS PRESTADOS. 
DESCABIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL A 
QUE SE NEGA PROVIMENTO COM 
APLICAÇÃO DE MULTA. 
1. Não caracteriza omissão quando o tribunal 
OAB 1ª FASE – XVIII 
Direito Civil 
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13 
adota outro fundamento que não aquele 
defendido pela parte. Destarte, não há que se 
falar em violação do art. 535, do Código de 
Processo Civil, pois o tribunal de origem 
dirimiu as questões pertinentes ao litígio, 
afigurando-se dispensável que venha 
examinar uma a uma as alegações e 
fundamentos expendidos pelas partes. Além 
disso, basta ao órgão julgador que decline as 
razões jurídicas que embasaram a decisão, 
não sendo exigível que se reporte de modo 
específico a determinados preceitos legais. 
2. O Tribunal de origem erigiu seu 
entendimento totalmente calcado nas provas 
dos autos, valendo-se delas para afastar a 
existência de união estável, bem como a 
ausência de contribuição direta da agravante, 
com o objetivo de meação dos bens. Rever os 
fundamentos que ensejaram esse 
entendimento exigiria reapreciação do 
conjunto probatório, o que é vedado em 
recurso especial. Incidência do enunciado da 
Súmula 7/STJ. 
3. Inviável a concessão de indenização à 
concubina, que mantivera relacionamento 
com homem casado, uma vez que tal 
providência eleva o concubinato a nível de 
proteção mais sofisticado que o existente no 
casamento e na união estável, tendo em vista 
que nessas uniões não se há falar em 
indenização por serviços domésticos 
prestados, porque, verdadeiramente, de 
serviços domésticos não se cogita, senão de 
uma contribuição mútua para o bom 
funcionamento do lar, cujos benefícios ambos 
experimentam ainda na constância da união. 
4. Agravo regimental a que se nega 
provimento com aplicação de multa. 
(AgRg no AREsp 249761 / RS. Relator 
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO. T4 - 
QUARTA TURMA. Julgado em 28/05/2013). 
 
Alimentos 
Tema III 
 
1. Conceito e Noções Gerais. 
 
2. Espécies de Alimentos Civis 
 
2.1 Quanto a sua natureza (critério novo 
criado pelo CC/2002) 
 
2.1.1 Naturais (“necessarium persone”) 
 
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges 
ou companheiros pedir uns aos outros os 
alimentos de que necessitem para viver de 
modo compatível com a sua condição social, 
inclusive para atender às necessidades de 
sua educação. 
 
2.1.2 Necessários (art. 1694, § 2º e 1704, 
p.u). 
 
§ 2o Os alimentos serão apenas os 
indispensáveis à subsistência, quando a 
situação de necessidade resultar de culpa de 
quem os pleiteia. 
 
Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados 
judicialmente vier a necessitar de alimentos, 
será o outro obrigado a prestá-los mediante 
pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha 
sido declarado culpado na ação de separação 
judicial. 
 
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado 
culpado vier a necessitar de alimentos, e não 
tiver parentes em condições de prestá-los, 
nem aptidão para o trabalho, o outro cônjuge 
será obrigado a assegurá-los, fixando o juiz o 
valor indispensável à sobrevivência. 
 
O que são alimentos transitórios? 
 
3. Características 
 
3.1 Personalíssimos (intuito persone) 
 
3.1.1 Binômio Capacidade-Necessidade. 
 
3.1.2 Transmissão da obrigação de prestar 
alimentos 
 
Art. 1.700. A obrigação de prestar alimentos 
transmite-se aos herdeiros do devedor, na 
forma do art. 1.694. 
 
3.2 Irrenunciáveis (art. 1707, CC) 
 
Art. 1.707. Pode o credor não exercer, porém 
lhe é vedado renunciar o direito a alimentos, 
sendo o respectivo crédito insuscetível de 
cessão, compensação ou penhora. 
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14 
 
3.3 Irrepetíveis 
 
3.4 Imprescritíveis 
 
Mas, apesar da imprescritibilidade na 
cobrança dos alimentos, o art. 206, § 2 do CC 
estabeleceu um prazo para executá-los, que é 
de dois anos. 
 
§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver 
prestações alimentares, a partir da data em 
que se vencerem. 
 
3.5 Irretroativos 
 
Significa que os alimentos são futuros, ou 
seja, alimentos são fixados dali para frente - a 
partir da data da citação (art. 13, § 2º da lei de 
alimentos, bem como sumula 277 do STJ). 
 
§ 2º. Em qualquer caso, os alimentos fixados 
retroagem à data da citação. 
 
S. 277, STJ - Julgada procedente a 
investigação de paternidade, os alimentos 
são devidos a partir da citação. 
 
3.6 Impenhoráveis e Incompensáveis 
 
4. Sujeitos da Obrigação 
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges 
ou companheiros pedir uns aos outros os 
alimentos de que necessitem para viver de 
modo compatível com a sua condição social, 
inclusive para atender às necessidades de 
sua educação. 
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a 
obrigação aos descendentes, guardada a 
ordem de sucessão e, faltando estes, aos 
irmãos, assim germanos como unilaterais. 
 
São aqueles que podem demandar e serem 
demandados: são os CÔNJUGES, 
COMPANHEIROS E PARENTES, 
reciprocamente. Essa consiste na causa de 
pedir. 
 
4.1 Alimentos entre cônjuges e 
companheiros 
 
Novo casamento, união estável ou 
concubinato do credor exonera o alimentante. 
Idem caso tenho procedido de indigno em 
face do devedor (Art 1708). 
 
Art.1.708. Com o casamento, a união estável 
ou o concubinato do credor, cessa o dever de 
prestar alimentos. 
Parágrafo único. Com relação ao credor 
cessa, também, o direito a alimentos, 
se tiver procedimento indigno em 
relação ao devedor. 
 
O namoro faz cessar o direito aos alimentos? 
Há Jurisprudência do STJ no sentido que o 
namoro não extingue a pensão alimentícia 
(RESP 111476 MG). 
 
DIREITO DE FAMÍLIA. CIVIL. ALIMENTOS. 
EX-CÔNJUGE. EXONERAÇÃO. NAMORO 
APÓS A SEPARAÇÃO 
CONSENSUAL. DEVER DE FIDELIDADE. 
PRECEDENTE. 
RECURSO PROVIDO. 
I - Não autoriza exoneração da obrigação de 
prestar alimentos à ex-mulher o só fato desta 
namorar terceiro após a separação. 
II - A separação judicial põe termo ao dever 
de fidelidade recíproca. As relações sexuais 
eventualmente mantidas com terceiros após a 
dissolução da sociedade conjugal, desde que 
não se comprove desregramento de conduta, 
não têm o condão de ensejar a exoneração 
da obrigação alimentar, dado que não estão 
os ex-cônjuges impedidos de estabelecer 
novas relações e buscar, em novos parceiros, 
afinidades e sentimentos capazes de 
possibilitar-lhes um futuro convívio afetivo e 
feliz. 
III - Em linha de princípio, a exoneração de 
prestação alimentar, estipulada quando da 
separação consensual, somente se mostra 
possível em uma das seguintes situações: a) 
convolação de novas núpcias ou 
estabelecimento de relação concubinária pelo 
ex-cônjuge pensionado, não se 
caracterizando como tal o simples 
envolvimento afetivo, mesmo abrangendo 
relações sexuais; b) adoção de 
comportamento indigno; 
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15 
c) alteração das condições econômicas dos 
ex-cônjuges em relação às existentes ao 
tempo da dissolução da sociedade conjugal. 
(RESP 111.476/MG, Rel. MIN. SALVIO DE 
FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, 
julgado em 25.03.1999, DJ 10.05.1999 p. 
177) 
 
4.2 Alimentos entre Parentes 
 
Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos 
em primeiro lugar, não estiver em condições 
de suportar totalmente o encargo, serão 
chamados a concorrer os de grau imediato/; 
sendo várias as pessoas obrigadas a prestar 
alimentos, todas devem concorrer na 
proporção dos respectivos recursos, e, 
intentada ação contra uma delas, poderão as 
demais ser chamadas a integrar a lide. 
 
São devedores de alimentos: 
 
I) Os parentes em linha reta sem limites 
 
II) Os parentes colaterais somente até 
segundo grau (que são os irmãos). 
 
Não devem alimentos: 
 
I) Colaterais de terceiro e quarto graus. 
 
II) Os parentes por afinidade 
 
No que relaciona-se aos alimentos dos filhos, 
aplica-se a regra binária: 
 
a) Se o filho é menor? 
 
b) Se o filho é maior? 
S. 358, STJ - O cancelamento de pensão 
alimentícia de filho que atingiu a maioridade 
está sujeito à decisão judicial, mediante 
contraditório, ainda que nos próprios autos. 
Cabem Alimentos Gravídicos (Lei 
11.804/2008) 
 
De quem é a legitimidade ativa? 
 
Art. 1o Esta Lei disciplina o direito de 
alimentos da mulher gestante e a forma como 
será exercido. 
 
O que englobam tais alimentos? 
 
Art. 2o Os alimentos de que trata esta Lei 
compreenderão os valores suficientes para 
cobrir as despesas adicionais do período de 
gravidez e que sejam dela decorrentes, da 
concepção ao parto, inclusive as referentes a 
alimentação especial, assistência médica e 
psicológica, exames complementares, 
internações, parto, medicamentos e demais 
prescrições preventivas e terapêuticas 
indispensáveis, a juízo do médico, além de 
outras que o juiz considere pertinentes. 
Parágrafo único. Os alimentos de que trata 
este artigo referem-se à parte das despesas 
que deverá ser custeada pelo futuro pai, 
considerando-se a contribuição que também 
deverá ser dada pela mulher grávida, na 
proporção dos recursos de ambos. 
 
Quando houver o nascimento extingue? 
 
 Art. 6o Convencido da existência de indícios 
da paternidade, o juiz fixará alimentos 
gravídicos que perdurarão até o nascimento 
da criança, sopesando as necessidades da 
parte autora e as possibilidades da parte ré. 
Parágrafo único. Após o nascimento com 
vida, os alimentos gravídicos ficam 
convertidos em pensão alimentícia em favor 
do menor até que uma das partes solicite a 
sua revisão. 
 
Prazo de resposta? 
 
Art. 7o O réu será citado para apresentar 
resposta em 5 (cinco) dias. 
 
E as demais questões procedimentais? 
 
Art. 11. Aplicam-se supletivamente nos 
processos regulados por esta Lei as 
disposições das Leis nos 5.478, de 25 de julho 
de 1968, e 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - 
Código de Processo Civil. 
 
Filiação 
Tema V 
 
1. Filiação 
 
Norteada pela igualdade filial. 
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16 
 
Estágios: 
 
a) Paternidade Legal 
 
Temos presunções de paternidade? 
 
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na 
constância do casamento os filhos: 
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo 
menos, depois de estabelecida a 
convivência conjugal; 
II - nascidos nos trezentos dias 
subseqüentes à dissolução da 
sociedade conjugal, por morte, 
separação judicial, nulidade e anulação 
do casamento; 
III - havidos por fecundação artificial 
homóloga, mesmo que falecido o 
marido; 
IV - havidos, a qualquer tempo, quando 
se tratar de embriões excedentários, 
decorrentes de concepção artificial 
homóloga; 
V - havidos por inseminação artificial 
heteróloga, desde que tenha prévia 
autorização do marido. 
 
Impotência e adultério ilidem as presunções 
de paternidade? 
 
Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge 
para gerar, à época da concepção, ilide a 
presunção da paternidade. 
 
Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, 
ainda que confessado, para ilidir a presunção 
legal da paternidade. 
 
b) Paternidade Biológica 
 
Sobre o exame de DNA: 
 
Súmula 301 do STJ: 
 
S 301. Em ação investigatória, a recusa do 
suposto pai a submeter-se ao exame de DNA 
induz presunção juris tantum de paternidade. 
 
 
Lei 12.004/2009 – positivou a Súmula: 
 
Art. 2o A Lei no 8.560, de 29 de dezembro de 
1992, passa a vigorar acrescida do seguinte 
art. 2o-A: 
“Art. 2o-A. Na ação de investigação de 
paternidade, todos os meios legais, bem 
como os moralmente legítimos, serão hábeis 
para provar a verdade dos fatos. 
Parágrafo único. A recusa do réu em se 
submeter ao exame de código genético - DNA 
gerará a presunção da paternidade, a ser 
apreciada em conjunto com o contexto 
probatório.” 
 
 Art. 3º. A assistência judiciária compreende 
as seguintes isenções: VI – das despesas 
com a realização do exame de código 
genético – DNA que for requisitado pela 
autoridade judiciária nas ações de 
investigação de paternidade ou maternidade. 
 
Arts. 231 e 232 do CC: 
 
Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a 
exame médico necessário não poderá 
aproveitar-se de sua recusa. 
 
Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada 
pelo juiz poderá suprir a prova que se 
pretendia obter com o exame. 
 
c) Paternidade Socioafetiva 
 
Guarda 
Tema VI 
 
1. Conceito e Modalidades. 
 
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou 
compartilhada. (Redação dada pela Lei 
nº 11.698, de 2008). 
§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a 
atribuída a um só dos genitores ou a alguém 
que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por 
guarda compartilhada a responsabilização 
conjunta e o exercício de direitos e deveres 
do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo 
teto, concernentes ao poder familiar dos filhos 
comuns. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 
2008). 
§ 2o Na guarda compartilhada, otempo de 
convívio com os filhos deve ser dividido de 
forma equilibrada com a mãe e com o pai, 
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17 
sempre tendo em vista as condições fáticas e 
os interesses dos filhos. (Redação dada 
pela Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade 
considerada base de moradia dos filhos será 
aquela que melhor atender aos interesses dos 
filhos. (Redação dada pela Lei nº 13.058, 
de 2014) 
§ 4o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 11.698, 
de 2008). 
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a 
mãe que não a detenha a supervisionar os 
interesses dos filhos, e, para possibilitar tal 
supervisão, qualquer dos genitores sempre 
será parte legítima para solicitar informações 
e/ou prestação de contas, objetivas ou 
subjetivas, em assuntos ou situações que 
direta ou indiretamente afetem a saúde física 
e psicológica e a educação de seus filhos. 
(Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014) 
 
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou 
compartilhada, poderá ser: (Redação 
dada pela Lei nº 11.698, de 2008). 
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela 
mãe, ou por qualquer deles, em ação 
autônoma de separação, de divórcio, de 
dissolução de união estável ou em medida 
cautelar; (Incluído pela Lei nº 11.698, de 
2008). 
II – decretada pelo juiz, em atenção a 
necessidades específicas do filho, ou em 
razão da distribuição de tempo necessário ao 
convívio deste com o pai e com a mãe. 
(Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
§ 1o Na audiência de conciliação, o juiz 
informará ao pai e à mãe o significado da 
guarda compartilhada, a sua importância, a 
similitude de deveres e direitos atribuídos aos 
genitores e as sanções pelo descumprimento 
de suas cláusulas. (Incluído pela Lei nº 
11.698, de 2008). 
§ 2o Quando não houver acordo entre a mãe 
e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-
se ambos os genitores aptos a exercer o 
poder familiar, será aplicada a guarda 
compartilhada, salvo se um dos genitores 
declarar ao magistrado que não deseja a 
guarda do menor. (Redação dada pela Lei 
nº 13.058, de 2014) 
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e 
da mãe e os períodos de 
convivência sob guarda compartilhada, o juiz, 
de ofício ou a requerimento do Ministério 
Público, poderá basear-se em orientação 
técnico-profissional ou de equipe 
interdisciplinar, que deverá visar à divisão 
equilibrada do tempo com o pai e com a 
mãe. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 
2014) 
§ 4o A alteração não autorizada ou o 
descumprimento imotivado de cláusula de 
guarda unilateral ou compartilhada poderá 
implicar a redução de prerrogativas atribuídas 
ao seu detentor. (Redação dada pela Lei nº 
13.058, de 2014) 
§ 5o Se o juiz verificar que o filho não deve 
permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, 
deferirá a guarda a pessoa que revele 
compatibilidade com a natureza da medida, 
considerados, de preferência, o grau de 
parentesco e as relações de afinidade e 
afetividade. (Redação dada pela Lei nº 
13.058, de 2014) 
§ 6o Qualquer estabelecimento público ou 
privado é obrigado a prestar informações a 
qualquer dos genitores sobre os filhos destes, 
sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos 
reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia 
pelo não atendimento da solicitação. 
(Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014) 
 
2. Observações. 
 
Art. 1.585. Em sede de medida cautelar de 
separação de corpos, em sede de medida 
cautelar de guarda ou em outra sede de 
fixação liminar de guarda, a decisão sobre 
guarda de filhos, mesmo que provisória, será 
proferida preferencialmente após a oitiva de 
ambas as partes perante o juiz, salvo se a 
proteção aos interesses dos filhos exigir a 
concessão de liminar sem a oitiva da outra 
parte, aplicando-se as disposições do art. 
1.584. (Redação dada pela Lei nº 13.058, 
de 2014) 
Art. 1.586. Havendo motivos graves, poderá o 
juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, 
regular de maneira diferente da estabelecida 
nos artigos antecedentes a situação deles 
para com os pais. 
Art. 1.587. No caso de invalidade do 
casamento, havendo filhos comuns, observar-
se-á o disposto nos arts. 1.584 e 1.586. 
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18 
Art. 1.588. O pai ou a mãe que contrair novas 
núpcias não perde o direito de ter consigo os 
filhos, que só lhe poderão ser retirados por 
mandado judicial, provado que não são 
tratados convenientemente. 
Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda 
não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-
los em sua companhia, segundo o que 
acordar com o outro cônjuge, ou for fixado 
pelo juiz, bem como fiscalizar sua 
manutenção e educação. 
Parágrafo único. O direito de visita estende-
se a qualquer dos avós, a critério do juiz, 
observados os interesses da criança ou do 
adolescente. (Incluído pela Lei nº 12.398, 
de 2011) 
Art. 1.590. As disposições relativas à guarda 
e prestação de alimentos aos filhos menores 
estendem-se aos maiores incapazes. 
 
Guarda tem relação com competência? 
 
Súmula 383, STJ: A competência para 
processar e julgar as ações conexas de 
interesse de menor é, em princípio, do foro do 
domicílio do detentor de sua guarda.

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