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1ºAula Ethernet Objetivos de aprendizagem ao término desta aula, vocês serão capazes de: • definir o que é Ethernet; • identificar cada um dos componentes do padrão Ethernet e suas principais atualizações; • compreender seu funcionamento. Caros alunos e alunas! iniciaremos nossa disciplina de introdução a Redes ii estudando a tecnologia de Redes locais mais utilizada atualmente, a Ethernet. Estudaremos desde o seu estágio inicial e suas atualizações até os dias de hoje. Estudaremos ainda seus componentes. Desejo a todos e a todas um bom estudo! Bons estudos! 6Introdução a Redes II Seções de estudo 1- Histórico da Ethernet 2- O Padrão iEEE 802 3- O Padrão iEEE 802.3 1- Histórico da Ethernet O padrão Ethernet é o mais utilizado em redes locais. Estima-se que mais de 80% das redes locais implantadas no mundo utilizam a tecnologia Ethernet. Sua história começa no final do ano de 1972, quando Robert Metcalfe, na época funcionário da Xerox, desenvolveu um sistema para conectar os computadores Xerox alto. Esse sistema, que inicialmente recebera o nome de “Alto ALOHA Network”, foi baseado no sistema alOHa desenvolvido pela Universidade do Havaí. Ele tinha uma taxa de transferência de 2.94 Mbps (megabits por segundo) e interconectava 100 estações de trabalho em um cabo com 1 km de comprimento. No ano seguinte, recebeu o nome Ethernet em referência ao éter luminífero (meio através do qual os físicos do século XiX acreditavam que as ondas eletromagnéticas se propagavam) e para deixar claro que o sistema funcionaria em qualquer máquina, não somente em equipamentos Xerox. Em 1976, Metcalfe, junto com seu assistente, David Boggs, apresentou ao público o sistema através da publicação de um artigo na revista Communications of the aCM, sob o título: “Ethernet: Distributed Packet-Switching For Local Computer Networks”. O diagrama mostrado na figura 1 foi feito a mão por Metcalfe, para ser apresentado na National Computer Conference, em junho de 1976, a fim de mostrar o padrão Ethernet ao público. Figura 1 – Diagrama do Ethernet feito a mão por Metcalfe imagem disponível em: http://www.ieee802.org/3/ethernet_diag.html último acesso: 10/03/2013 Em 1978, a Xerox requisitou a sua patente. Em 1979, Metcalfe deixou a Xerox e fundou a 3COM. Devido ao sucesso desse sistema, em 1980, uma parceria entre DEC, Intel e Xerox especificou uma rede Ethernet a 10 Mbps (padrão DIX). Essa especificação foi liberada para a criação de sistemas abertos baseados nessa tecnologia. Esse padrão veio para competir com os padrões TOKEN RiNG e aRCNET. Em pouco tempo a Ethernet superou os concorrentes e se tornou líder do mercado. O crescimento e o sucesso do padrão Ethernet se devem a vários fatores como, por exemplo: • Custo dos equipamentos: o fato de o padrão Ethernet ser declarado aberto (o direito de propriedade não pertencer a uma empresa) fez com os equipamentos Ethernet fossem fabricados por várias empresas. Com essa competitividade entre as empresas, os preços dos equipamentos caíram. Com isso, ganhou o consumidor final que passou a contar com uma variedade de componentes a preços competitivos. a invenção do par trançado não foi feita pela iEEE, mas por uma empresa chamada SynOptics Comunnications [spurgeon]; a IEEE apenas o padronizou. Esse novo meio não ficou em poder somente dessa empresa, ao contrário, todos poderiam fabricar e comercializar esse novo meio de transmissão. Com esse novo meio de transmissão mais barato e mais fácil de trabalhar, a Ethernet começou um crescimento vertiginoso. • Facilidade de Expansão: desde o primeiro padrão Ethernet a 10 Mbps (mega bits por segundo) até os dias de hoje sempre houve uma preocupação do comitê gestor do padrão 802.3 em relação à compatibilidade entre a nova versão do padrão com a anterior. No início a Ethernet era a 10 Mbps (half duplex), utilizando cabos coaxiais, depois surgiu o par trançado que aproveitou a estrutura de cabeamento telefônico existente. Note que a adoção de um novo meio físico não alterou a arquitetura interna do protocolo, no que diz respeito ao formato do quadro e do protocolo de acesso ao meio. Foi necessária apenas a modificação dos componentes de sinalização e componentes de mídia. Depois veio a fast Ethernet (100 Mbps) e novamente o formato do quadro não foi alterado. Utilizou-se o cabeamento já existente. Os novos equipamentos eram compatíveis com os antigos e, assim, o padrão vem evoluindo até os dias de hoje, quando já temos velocidades disponíveis no mercado de até 100 Gbps (somente em fibra ótica). além desses dois fatores citados acima, também devemos salientar que a confiabilidade da Ethernet foi outro fator decisivo para seu sucesso. Hoje já se utiliza a Ethernet pelas operadoras de telecomunicações na chamada last mile, a última milha, nome que se dá ao sistema de comunicação entre o prédio da operadora e a casa do assinante. 2- O Padrão IEEE 802 a iEEE é uma organização de padronização que estabelece normas nas áreas de engenharia elétrica e informática. instituída em fevereiro de 1980, a família de padrões 802 da iEEE trata de padrões para redes locais e metropolitanas. Especificamente, esses padrões descrevem protocolos para as camadas de enlace e física. A figura 2 ilustra a arquitetura adotada pelo iEEE 802. 7 Figura 2-Relação entre o modelo OSI e o padrão IEEE 802 Fonte: acervo pessoal Segundo Soares (1995, p. 141): O padrão iEE 802.1 é um documento que descreve o relacionamento entre os diversos padrões iEE 802 e o relacionamento deles com o modelo de referência OSi. Esse documento contém também padrões para gerenciamento da rede e informações para a ligação inter- redes. O padrão aNSi/iEEE 802.2 (iSO 8802/2) descreve a subcamada superior do nível de enlace, que utiliza o protocolo logical link Control Protocol. Os outros padrões que aparecem na figura especificam diferentes opções de nível físico e protocolos da subcamada MaC para diferentes tecnologias de redes locais. Segundo o autor, os padrões inferiores (802.3, 802.4, 802.5, entre outros) definem os tipos de acesso físico para diferentes tecnologias de redes locais. Cada padrão é de responsabilidade de um subcomitê. O 802.3, por exemplo, especifica o padrão Ethernet, o 802.4 Token Bus, o 802.5 Token Ring. ao receber alguma atualização para poder contemplar algum novo meio de transmissão ou alguma nova facilidade ao padrão, é publicado um suplemento sobre as novas normas. O suplemento tem o nome da norma, adicionado de uma letra ao final. Por exemplo, o suplemento da norma 802.3 que contempla cabos coaxiais finos é a 802.3a, a 802.3u é o suplemento que descreve a Fast Ethernet (100BaSET) e a 802.3z é a descrição da Gigabit Ethernet (1000BaSE-X). após esse suplemento ser aprovado, ele se torna parte da norma básica e não é mais publicado como um complemento. abaixo listamos algumas das normas iEEE 802: • 802.2: Comitê llC (Logical Link Control) • 802.3: Comitê Ethernet • 802.4: Comitê Token Bus • 802.5: Comitê Token Ring • 802.6: Comitê MaN (Metropolitan Area Network) • 802.11: Comitê Wireless LAN • 802.15: Comitê Wireless Personal Area Network (WPaN) • 802.16: Comitê Broadband Wireless Access (WiMax) 3- O Padrão IEEE 802.3 antes de estudarmos os diversos modelos do padrão 802.3, vamos olhar alguns detalhes do padrão Ethernet. Primeiro vamos deixar claro que Ethernet não é um protocolo, mas sim uma tecnologia de redes locais. Ela atua nas duas camadas do modelo OSi (física e enlace) e não possui as camadas superiores (rede, transporte, etc.). as arquiteturas de redes (TCP/iP, iPX/SPX, AppleTalk, etc) a utilizam como meio para transportar os seus dados. Podemos enxergar a Ethernet como um meio de transporte para as arquiteturas de redes, figura 3. Figura 3 – Relação entre Ethernet e arquiteturas de rede Fonte: acervo pessoal. abaixo listamos a cronologia de alguns suplementos da norma 802.3:Tabela 1. Suplementos da norma 802.3 Data Suplemento Descrição 1983 802.3 10BASE5 (10 MBit/s) sobre cabo coaxial grosso 1985 803.3a 10BASE2 (10 MBit/s) sobre cabo coaxial fino 1985 802.3c Especificação de repetidores a 10 Mbit/s 1987 802.3d Link de fibra ótica entre repetidores (FOIRL) 1987 802.3e 1BASE5 (1 Mbits/s) StarLAN 1990 802.3i 10BASE-T (10 Mbit/s) sobre par trançado 1993 802.3j 10BASE-F (10 Mbit/s) sobre fibra ótica 1995 802.3u 100BASE-TX, 100BASE-T4, 100BASE-FX Fast Ethernet a 100 Mbit/s 1998 802.3z Gigabit Ethernet 1000BASE-X sobre fibra ótica 8Introdução a Redes II 1998 802.3 Revisão do padrão básico para incorporação dos suplementos citados anteriormente 1999 802.3ab Gigabit Ethernet 1000BASE-T sobre par trançado 2000 802.3ad Link Agregation: utilização de vários links (comportando-se como se fosse um) para aumentar a taxa de transferência 2002 802.3 Revisão da norma para acrescentar os suplementos anteriores 2003 802.3ae 10 GBit Ethernet sobre fibra ótica. 2003 802.3af PoE (Power over Ethernet) formato que permite enviar dados junto com energia (corrente contínua) em um cabo de par trançado 2004 802.3ak 10GBASE-CX4 – 10 GBit Ethernet sobre cabo de cobre de baixo custo 2005 802.3 Revisão da norma para acrescentar os suplementos anteriores 2006 802.3an 10GBASE-T - 10Gbit Ethernet sobre cabo UTP 2006 802.3aq 10GBASE-LRM – 10GBit Ethernet sobre fibra multímodo 2007 802.3aw Errata da publicação 10GBASE-T 2009 802.3av Ethernet 10Gbit EPON – Específica o uso da Ethernet das operadora de telecomunicações até as residências. 2010 802.3ba Descreve a Ethernet a 40Gbit/s e a 100 Gbit/s. Fonte: acervo pessoal. 3.1. Componentes da Ethernet O sistema Ethernet é composto por quatro elementos: • o quadro Ethernet (frame); • o protocolo de acesso ao meio; • sistema de sinalização; • o meio físico. O sistema de sinalização é composto por placas de redes, hubs e switches. O meio físico são as mídias utilizadas na transmissão dos dados (coaxial, par trançado e fibra). 3.1.1. O Quadro Ethernet O componente principal do Ethernet é o quadro, a função dos outros componentes é realizar a transmissão desses quadros de uma máquina a outra. O quadro Ethernet é composto por bits dispostos em campos descritos conforme a figura 4. Figura 4 – Campos do Quadro Ethernet Fonte: acervo pessoal O tamanho mínimo e máximo que um quadro pode ter é de 64 e de 1518 bytes, respectivamente (não entram no cálculo o preâmbulo e o SFD). A definição de cada campo do quadro é a seguinte: • Preâmbulo: Sequência composta por 56 bits (ou 7 bytes) utilizado para que o receptor e o transmissor sincronizem seus circuitos eletrônicos, alertando que um quadro irá ser transmitido. Cada um dos sete bytes é composto pela sequência 10101010. • SFD: Stall Frame Delimiter composto por 1 byte também faz parte do preâmbulo e é composto pela sequência 10101011. Os dois últimos bits 1 indicam que o preâmbulo acabou e que o quadro começa nos próximos bits. • Endereço de destino/Endereço de Origem: Cada interface Ethernet possui um endereço exclusivo de 48 bits. Os 24 primeiros bits (3 bytes) recebem o nome de Organizationally Unique Identifier (OUI) e identificam o fabricante da interface. A IEEE é responsável pelo controle do OUI. O fabricante deve requisitar a IEEE seu identificador. Uma lista com todos os OUI pode ser encontrada em http:// standards.ieee.org/regauth/oui/oui.txt. Os outros 24 bits são atribuídos pelos fabricantes. Não pode (ou não deveria) haver no mundo duas interfaces com o mesmo endereço. Nesses dois campos são colocados os endereços a quem se destina o quadro e o endereço de quem o está enviando. ao receber um quadro, a estação checa o endereço de destino. Caso seja igual ao seu ela continuará a receber o resto do quadro, caso contrário o descartará. Existe um endereço especial chamado de broadcast o qual indica que o quadro se destina a todas as estações, no Ethernet ele possui o valor FF:FF:FF:FF:FF:FF. você poderá visualizar o endereço físico da interface de rede de seu computador através dos seguintes passos (considerando que você utilize o sistema operacional Windows XP): clique no menu iniciar, depois em acessórios, prompt de comando, depois digite ipconfig /all localize a linha endereço físico. Um exemplo seria: 00-17-31-2D-a3-72. Nesse caso, 00-17- 31 (os 3 primeiros bytes) identificam o fabricante (AsusTek), e os 3 últimos foram atribuídos pelo fabricante. • Tipo/Tamanho: Esse campo indica o tamanho do campo dados ou o tipo de informação que o mesmo carrega. Como distinguir se o valor nesse campo é referente ao tipo ou ao tamanho: se o valor for menor ou igual a 1518, então o valor se refere ao tamanho. Caso for maior ou igual a 1536, então o campo está sendo utilizado para informar o tipo de protocolo que está sendo transportado no campo dados. • Dado: é a informação sendo transmitida. Caso o tamanho, conteúdo a ser transmitido for menor que 46 bytes, deverão ser acrescidos caracteres de preenchimento até que se complete o tamanho mínino. • CRC: FCS do quadro, utilizado para verificar se o quadro foi transmitido corretamente. 9 3.1.2. Protocolo de acesso ao meio No padrão original Ethernet o meio físico era compartilhado, sendo necessário um mecanismo para controlar o acesso a esse meio. Para isso, é utilizado o protocolo CSMA/CD. Esse protocolo só é utilizado no modo half- duplex. Em full-duplex ele é desligado (existe um canal para transmissão e outro para recepção, não mais o meio compartilhado). Nesse protocolo, quando a estação possui dados a transmitir, deve escutar o meio físico (também chamado de canal). ao detectar que o canal está livre (não está ocorrendo uma transmissão) ela esperará por um período de 9,6 microssegundos (tempo correspondente à transmissão de 96 bits) chamado de intervalo entre quadros (IFG-InterFrame Gap). Esse intervalo de tempo é necessário para que uma estação não monopolize o canal. Transcorrido esse tempo e o canal ainda estiver livre, ela começa a sua transmissão. Dizemos que ocorreu uma colisão quando duas estações estiverem transmitindo ao mesmo tempo. vamos olhar mais de perto a ocorrência de colisão. Suponha duas estações (a e b), uma em cada extremidade do barramento. ao detectar que o canal estava livre, a estação “a” começa a sua transmissão. O sinal injetado no canal levará algum tempo até atingir o outro extremo do barramento; chamamos esse tempo de t. No instante t-1 a estação “b” ainda detecta o canal como livre e pode também transmitir. Se ela o fizer, uma colisão irá ocorrer, e será detectada primeiro por ela. Somente depois de transcorrido outro instante t de tempo será detectada pela estação “a” (tempo que levará o sinal transmitido por “b” para percorrer o canal até a outra extremidade). a esse intervalo de tempo 2t nós chamamos de tempo de slot ou tempo de contenção (tempo que o sinal levaria para ir de um extremo do barramento ao outro e voltar). Na ethernet a 10 e a 100 Mbps o tempo de slot é o tempo que se leva para transmitir 512 bits (51,2 microssegundos na transmissão a 10 Mbps). ao detectar uma colisão, a estação continuará a transmitir 32 bits de dados (chamado de Jam) para reforçar a ocorrência da colisão. Note que se a colisão for detectada durante o envio do preâmbulo, ela transmitirá o Jam somente após o envio do preâmbulo. após o envio desse sinal, as estações executam o algoritmo de espera aleatória exponencial truncada que consiste em esperar por um tempo que é calculado da seguinte forma: é sorteado um número entre 0 e 2n-1, em que n representa o número consecutivo de colisões para um mesmo quadro. Esse número é multiplicado pelo tempo de slot, resultando no tempo em que a estação deve esperar antes de tentar uma nova transmissão. Caso o número de colisões ultrapasse a 10, esse número aleatório é truncado em 1023 (210-1). Caso ocorram16 colisões, a transmissão é abortada. as estações fazem uma estimativa da quantidade de estações que estão fornecendo carga no canal através do número de colisões sucessivas. a tabela 2 ilustra as estimativas do tempo de espera e de estações estimadas utilizando o canal em um sistema de 10 mbps (SPURGEON, 2000). Tabela 2 - tempos de espera máximos em um sistema de 10Mbps (µs=microssegundos; ms=milissegundos). Colisões Sucessivas Número Estimado de outras Estações Intervalo de números Aleatórios Intervalo de tempo de espera 1 1 0... 1 0...51,2 µs 2 3 0... 3 0...153,6 µs 3 7 0... 7 0...358,4 µs 4 15 0... 15 0...768 µs 5 31 0... 31 0...1,59 ms 6 63 0... 63 0..3,23 ms 7 127 0... 127 0...6,50 ms 8 255 0... 255 0...13,1 ms 9 511 0... 511 0...26,2 ms 10-15 1023 0... 1023 0...52,4 ms 16 Muito Alto N/D Descarta o quadro Fonte: acervo pessoal. Notamos que em um sistema Ethernet half-duplex temos um limite máximo de 1024 estações. Se a estação transmitiu 512 bits e não houve uma colisão dizemos que ela ganhou o canal e o protocolo CSMA/CD garante que não ocorrerão colisões. Chamamos de diâmetro da rede o tamanho total do cabo em que o sinal pode trafegar (ida e volta) em tempo de 512 bits. Em sistemas a 10 mbps esse diâmetro é de 2.800 metros (10BASE5) e a 100 mbps é de 205 metros (100BASE-T). a ocorrência de colisão é um fato normal e esperado em um sistema Ethernet half-duplex e o protocolo foi justamente projetado para lidar com essas colisões. O que não é normal é a ocorrência de uma colisão depois de decorrida a transmissão de 512 bits do quadro (depois da estação ter ganhado o canal). O protocolo não está preparado para lidar com esse erro que deve ser detectado pelo software aplicativo. a ocorrência de colisões tardias é uma anomalia e pode derrubar uma rede inteira. Uma das causas pode ser a utilização de dispositivos full-duplex em sistemas half-duplex ou problemas na mídia, causados pelo efeito de cross-talk ou linha cruzada, que é a interferência que um canal gera em outro. 3.2. 10 Mbps ETHERNET A especificação inicial do 802.3 padrão utilizava como mídia o cabo coaxial grosso (thick net) e topologia em barra, e utilizava o protocolo CSMa/CD como método de acesso ao meio. a sinalização utilizada é a Manchester, que emprega duas transições para representar um bit. Note que isso gera uma largura de banda de 20 MHz, pois temos que transmitir 10 Mbps, e cada bit requer dois pulsos. 10Introdução a Redes II 3.2.1. 10BaSE5 O sistema 10BaSE5 utiliza o cabo coaxial grosso operando a 10 Mbps por segundo, topologia em barra, com o tamanho máximo do segmento de 500 metros, podendo se estender por até 2.500 metros, utilizando 4 repetidores (5 segmentos de 500 metros cada). a cada 2,5 metros existem marcações no cabo indicando onde devem ser colocados os transceptores, que são conectados a interface de rede do computador através de um cabo. Pode haver no máximo 100 estações por segmento. A codificação utilizada é a Manchester. as tensões envolvidas na sinalização são: 0v para o bit 1 e -2v para o bit 0, conforme ilustrado na figura 5. Foi introduzida uma nova definição, o tempo de bit, que é o tempo necessário para sinalizar um bit. Na ethernet esse tempo é de 100 nano segundos (1 bit / 10000000 Mbps = 0,0000001s ou 100 ns), ou seja, a cada 100 nano segundos ela sinaliza um bit no canal. Esta transmissão é half-duplex. Figura 5 – Codificação Manchester para 10Base5 Fonte: acervo pessoal. 3.2.2. 10BaSE2 Utiliza cabo coaxial fino. Topologia em barra. O tamanho máximo de cada segmento é de 185 metros. Podemos estender por até cinco segmentos com a utilização de quatro repetidores, ficando o barramento com 925 metros de comprimento. Nas extremidades do barramento deve ser conectado um terminador de 50 ohms para evitar a ocorrência de ecos no cabo. as estações são conectadas ao barramento através de conectores BNC em formato de “T”. a codificação é semelhante ao 10BASE5 e a transmissão é half-duplex. 3.2.3. 10BaSE-T Esse sistema utiliza o par trançado como meio físico de transmissão. Utiliza a topologia em estrela, os dispositivos utilizados para conectar as estações são: hubs e switches. O modo de transmissão pode ser half-duplex ou full-duplex. Quando utilizado o modo full-duplex o protocolo CSMA- CD é desligado, pois não existe mais o meio de transmissão compartilhado, existindo um par para transmissão e outro para recepção. a distância máxima entre as estações e o concentrador (hub ou switch) é de 100 metros, tanto em half como em full- duplex. Note que a limitação do comprimento se deve à atenuação do sinal no cabo de par trançado e não mais à limitação do tempo de slot de 512 tempos de bit. A codificação adotada é a Manchester. O sistema utiliza a transmissão diferencial balanceada. Por um fio é transmitido o sinal com a amplitude positiva (0 a 2,5v) e pelo outro com a amplitude negativa (0 a -2,5V), como podemos verificar na figura 6. Figura 6 – Codificação Manchester e transmissão diferencial balanceada Fonte: acervo pessoal. 3.2.4. 10BaSE-FL Padrão que evoluiu do FOIRL (Fiber Optic Inter-Repeater Link) que era utilizado para interconectar concentradores a uma distância de até 1.000 metros. O padrão FOIRL foi desenvolvido em 1989 e o 10BASE-FL em 1993. a distância atingida na interconexão é de até 2.000 metros, utilizando fibra multimodo 62,5 μm/125 μm (especificação do diâmetro do núcleo da fibra=65 micrômetros e da casca=125 micrômetros). São empregados transceiveres ópticos que convertem os sinais elétricos para luminosos e vice-versa. A codificação é a Manchester. Para sinalizar os pulsos altos necessita-se da presença de luz e para os baixos pulsos a luz não é necessária. Existe uma fibra que envia (TX) e outra que recebe (RX) o sinal luminoso. 3.3. 100BaSE-FX Na década de 80, a velocidade de 10 Mbps era suficiente, mas à medida que os computadores começaram a evoluir, essa velocidade deixou de ser suficiente. Dessa necessidade surgiu o Fast-Ethernet oficialmente descrita pelo padrão IEEE 802.3u. 11 Foi mantido o formato do quadro Ethernet, sendo abandonada a utilização do cabo coaxial. Foi padronizado somente o par trançado e a fibra óptica. As diferenças em relação ao padrão anterior são: o InterFrame Gap (IFG), que passou de 9,6 nano segundos para 0,96 nano segundos (décima parte do IFG anterior); o tempo bit passou de 100 nano segundos para 10 nano segundos; a utilização do preâmbulo ficou obsoleta, pois agora, quando não há dados a serem transmitidos, é emitido um sinal constante no canal, chamado de sinal IDLE. Mas a sua existência foi mantida para manter a compatibilidade. A codificação também foi mudada. Não é usada mais a Manchester, e sim a 4B/5B, que mapeia um grupo de 4 bits de dados a serem transmitidos em um grupo de 5 bits, conforme a tabela 3. apesar de adicionar uma sobrecarga de 25%, essa codificação envia o sinal de clock, juntamente com os dados (note que sempre haverá uma transição nos dados sendo transmitidos; somente no sinal de IDLE que não há), além de transmitir sinais de controle como os delimitadores SSD e ESD. Tabela 3 – Codificação 4B5B Bloco de 4 bits (Dados) Bloco de 5 bits a ser transmitido Descrição 0000 11110 0 16 0001 01001 116 0010 10100 216 0011 10101 316 0100 01010 416 0101 01011 516 0110 01110 616 0111 01111 716 1000 10010 816 1001 10011 916 1010 10110 a16 1011 10111 B16 1100 11010 C16 1101 11011 D16 1110 11100 E16 1111 11101 F16 - 11111 IDLE - 11000 SSD #1 - 10001 SSD #2 - 01101 ESD #1 - 00111 ESD #2 - 00100 Halt Fonte: acervo pessoal. a sinalização desse bloco de 5 bits é feito utilizando-se a sinalização MLT-3 (MultiLevel Threshold 3). Cada transição de sinal pode assumir um dos 3 níveis de voltagens (-1v, 0v e 1v). Para transmitir o bit 1 há uma mudança de nível e para transmitir o bit 0 não há mudança. A figura 7 demonstra a sinalização do dado hexadecimal E9 apóspassar pela codificação 4B/5B (em binário: E=11100 e 9=10011). Essa sinalização emite menos interferência eletromagnética e requer menos banda que a codificação Manchester. Figura 7 – Exemplo da sinalização MLT-3 Fonte: acervo pessoal. a sinalização física para o 100BASE-FX (fibra óptica) é a NRZI, que modifica o sinal quando envia bit 0, e inverte o sinal do estado anterior quando enviando bit 1. A figura 8 ilustra essa sinalização. Figura 8 – Exemplo da sinalização NRZI Fonte: acervo pessoal. 3.4. GIGaBIT ETHERNET Ao final do ano de 1995 o comitê 802 institui um grupo de estudos (The Higher Speed Study Group) com a missão de pesquisar novas velocidades para o padrão Ethernet. Em meados de 1996 foi aprovado o 802.3z (1000BASE-X) que definiu o padrão Gigabit Ethernet desenvolvido para utilizar basicamente como meio de transmissão a fibra ótica e ser utilizado como backbone para rede campus ou conectar servidores ou estações de trabalho que necessitavam de uma alta taxa de transferência de dados. No ano de 1999 foi aprovado o comitê 802.3ab (1000BASE-T) para operar o padrão Gigabit Ethernet em cabo de par trançado. O 1000BASE-X adota três meios físicos de transmissão: fibras monomodo (diâmetro do núcleo de 9 mícron), fibras multimodo (com diâmetro do núcleo de 50 e 62,5 mícron) e cabo de par trançado blindado (que não foi muito difundido devido à distância que alcançava, 25 metros). as distâncias máximas alcançadas (para o 1000BASE-X) em um único lance são descritas na tabela 4. 12Introdução a Redes II Tabela 4 – Distância máxima (1000BASE-X) para um lance de cabo Tipo do Meio Físico Distância Máxima Fibra monomodo (núcleo com 9 mícron) 5 Km (LX) Fibra Multimodo (núcleo de 62,5 mícron) 275 metros (SX) Fibra Multimodo (núcleo de 62,5 mícron) 550 metros (LX) Fibra Multimodo (núcleo de 50 mícron) 550 metros (SX) Fibra Multimodo (núcleo de 50 mícron) 550 metros (LX) Cabo de Cobre (trançado blindado) 25 metros (CX) Fonte: acervo pessoal. a nomenclatura lX e SX se refere ao comprimento de onda (L=Long, comprimento de onda entre 1270 – 1355 nm, S=short, comprimento entre 770 – 860 nm), CX faz referência ao cobre (Copper). A codificação utilizada no 1000BASE-X é a 8B/10B, ou seja, 8 bits de dados são transformados em 10 bits antes de serem transmitidos. a sinalização é a NRZ. Nível alto é sinalizado com a presença de luz e o nível baixo pela sua ausência. O 1000BASE-T descreve o padrão Gibabit Ethernet para ser adotado o par trançado como meio físico de transmissão. inicialmente foi desenvolvido o 1000BASE-T e depois o 1000BASE-TX. a diferença entre os dois se encontra na arquitetura dos transceptores utilizados na sinalização. O 1000BASE-T se utiliza de uma arquitetura mais complexa implicando em um preço mais elevado dos equipamentos. Já a TX adota uma arquitetura menos complexa, refletindo um preço menos elevado dos equipamentos. Por outro lado, o BASE-T pode ser empregado em cabos categoria 5e, que eram os cabos utilizados na época, já o BASE-TX necessita de cabos categoria 6. Quem desejasse migrar para gigabit e pretendesse utilizar o TX teria que trocar todo o cabeamento, implicando em um custo elevado. O cabo cat 6 é mais caro que o cat 5e. Por isso, no mercado, é comum encontrar equipamentos 1000BASE-T, não só pela questão do cabeamento, mas também porque o valor dos ativos caíram bastante de preço. O 1000BASE-T utiliza os 4 pares de fios para sinalização através de um mecanismo complexo de codificação chamado 4D-PAM5, que envia 8 bits de dados codificado em quatro símbolos e sinalizados em cinco níveis de amplitude (PAM5, o MLT3 utiliza-se de três níveis). a transmissão e a recepção são feitas nos quatro pares simultaneamente, graças à presença de um circuito híbrido que consegue separar o sinal emitido do sinal recebido através da diferença de suas fases. O circuito de transmissão do 1000BASE-TX é cerca de 75% menos complexo que o do BASE-T. São utilizados dois pares para transmissão e dois para recepção. Cada par transmite a 250Mbps, necessitando de uma banda passante maior do cabo. A figura 9 ilustra esses circuitos. Figura 9 - Circuitos 1000BASE-TX e 1000BASE-T Fonte: acervo pessoal. 3.4.1. CaRRIER EXTENSION O padrão Ethernet específica um tamanho mínimo de quadro de 64 bytes, que corresponde a 512 bits, também chamado de slot time ou tempo de contenção. Esse é o tempo necessário para o sinal ir do início do barramento até o seu final e voltar. Esse tempo é utilizado para garantir que no caso de uma colisão, esta será percebida pela estação transmissora no início do cabo. Note que o diâmetro de rede diminuiu da Ethernet (2.500 metros) para o Fast Ethernet (200 metros), essa diminuição foi na ordem de dez vezes. Se for mantido o mesmo slot time, o diâmetro de rede no gigabit ethernet seria na ordem de 20 metros. Esse diâmetro de rede é suficiente para interconectar equipamentos dentro de uma sala, mas para uma rede local não é. Para resolver esse impasse foi adotado que o slot time seria de 512 bytes, mas manteria o tamanho mínimo do quadro em 64 bytes. Quando o tamanho do quadro a ser transmitido estivesse entre 64 e 512 bytes ele seria completado com símbolos de extensão (carrier extension). O tamanho do quadro não é aumentado, mas sim o tempo da portadora (ver figura 10-a). O problema foi solucionado, mas foi criado outro, se forem transmitidos quadros com o tamanho mínimo de 64 bytes teremos um desperdício de 448 bytes. Com isso, o desempenho do gigabit ethernet seria um pouco melhor que o fast ethernet, algo em torno de 25%. Para contornar esse problema foi desenvolvida uma técnica chamada de packet bursting, na qual a estação adiciona à sua transmissão mais de um pacote, obedecendo à seguinte regra: o primeiro pacote deve ter o slot time de 512 bytes, os pacotes subsequentes são adicionados com uma separação entre eles chamada de IGP (inter packet gap) (ver figura 10-b). Dessa maneira tem-se um aumento substancial na taxa de vazão. Na transmissão full-duplex não é utilizado o Carrier Extension e nem o Packet Bursting. ao invés de adotar o CSMa/CD é empregado o flow control, que permite que um dispositivo sinalize outro que não envie mais pacotes, pois não pode mais processá-los devido à sobrecarga ou falta de recursos, como buffers, por exemplo. 13 Figura 10 - a) Carrier Extension. b) Packet Bursting. Fonte: acervo pessoal 3.4.2. 10 Gigabit Ethernet O padrão 10 Gigabit Ethernet está sob o comando da 10GEa (Gigabit Ethernet aliance). as normas iEEE para o 10 Giga são: 802.3ae (10GBaSE-SR, 10GBaSE-lR, 10GBaSE-ER, 10GBaSE-lX4), 802.3ak (10GBaSE-CX4, cobre twin-ax), 802.3an (10GBaSE-T, par trançado de cobre), 802.3ap (10GBaSE-KX4 e 10GBaSE-KR, backplane) e 802.3aq (10GBaSE-lRM). as normas 802.3ae e 802ak já foram incorporadas na 802.3. Espera-se a incorporação das outras para este ano. Com a introdução desse padrão, a Ethernet entra na briga pelas redes metropolitanas e de longa distância, concorrendo diretamente com o ATM. a IEEE tem pretensões de levar a Ethernet a velocidade de 40, 80 e 100 Gigabits por segundo. Somente o modo full-duplex é suportado. 3.4.2.1. 10BaSE-SR É o módulo mais barato, o que consome menos energia e o de menor tamanho da família 10 giga. O termo SR indica “short range” (curto alcance), utiliza codificação 64B/66B, operando sobre fibras multimodo com laser, com comprimento de onda de 850 nm. atinge distâncias de 26 metros ou 300 metros quando usa novas fibras multimodos OM3 com 50 μm. 3.4.2.2. 10BaSE-LR O 10BaSE-lR (Long Range) opera sobre cabo de fibra monomodo com laser com comprimento de onda de 1310 nm. atinge distâncias de no máximo 25 km. 3.4.2.3. 10BaSE-ER O 10BaSE-ER (Extended Range) utiliza fibra mono modo usando laser com comprimento de onda de 1550 nm. atinge distâncias de até 40 Km. Existe um padrão que não é definido pelo iEEE, chamado de 10GBaSE-ZR, capaz de alcançar a 80km. 3.4.2.4. 10GBaSE-LX4São utilizados 4 lasers como fonte transmissora, cada um operando em comprimento de onda. atinge distâncias de até 300 metros quando operando sobre fibras multimodo e de até 10 km quando operando sobre fibra mono modo. 3.4.2.5. 10GBaSE-LRM Esse padrão permite alcançar maiores distâncias utilizando os cabos multimodo utilizados pelo 10GBaSE-SR. Em vez dos 26 metros normais podemos alcançar 220 metros utilizando o mesmo cabo óptico. 3.4.2.6. 10BaSE-CX4 Utiliza quatro pares de cabos Twinax para transmitir dados a até 15 metros. Geralmente utilizado dentro de data centers para interconexão de servidores aos switches. Na figura 11 temos um exemplo do conector utilizado. Figura 11 – Conector tipo infiniband imagem disponível em: http://store.cablesplususa.com/qsfpcables.html último. acesso em: 10/03/2013. 3.4.2.7. 10GBaSE-T Esse padrão disponibiliza 10 Giga sobre cabo de par trançado blindado ou não, até uma distância de 55 metros, utilizando cabos categoria 6 e 100 metros, quando adotados cabos categoria 6a. 3.4.2.8. 10GBaSE-KX4 and 10GBaSE- KR Esse padrão foi desenvolvido para ser utilizado em backplanes (placas de circuito impresso que são utilizadas em switches, roteadores e blade servers). O comprimento máximo do trilho de cobre não pode ultrapassar 1 metro de comprimento. 3.5 Conclusão O Ethernet consolidou-se como padrão líder em redes locais, posição esta conquistada através da robustez do padrão e pela competência do grupo IEEE. Mostrou também que o mercado só tem a ganhar na adoção de sistemas abertos. a grande quantidade de fabricantes fez com que o preço dos 14Introdução a Redes II equipamentos caísse e impulsionasse o desenvolvimento do padrão. agora o Ethernet bate à porta das redes metropolitanas e de longa distância, mercado dominado pelo padrão ATM. Na transmissão de dados, o Ethernet é imbatível; já em transmissão de dados que são sensíveis a atrasos e latência (como vídeo, voz e aplicações em tempo real) o ATM é imbatível. Hoje os dois padrões se complementam, Ethernet em redes locais e ATM em backbone. Parece que estamos indo bem. Então para encerrar essa aula, vamos recordar o que foi estudado em nossa primeira aula. Retomando a aula 1- Histórico da Ethernet Nessa seção, conhecemos a história da tecnologia Ethernet, vimos que surgiu no final do ano de 1972, criada pelo então funcionário da Xerox Robert Metcalf. Em 1976 foi publicada na revista científica Comunicados da ACM a sua especificação. Em 1980 um consórcio entre as empresas Digital, Intel e Xerox especificou o padrão Ethernet a 10 Mb/s. Podemos citar três fatores que a levou a ser hoje a tecnologia usada em mais de 80% das redes locais: • especificação foi considerada livre (tal qual o modelo OSi para criação de arquiteturas de redes de computadores): qualquer fabricante pode produzir dispositivos para essa tecnologia não sendo necessário o pagamento de royalties; com isso aumentou a oferta de dispositivos forçando a queda do preço e com consequente popularização da tecnologia. • a retro compatibilidade: sempre que a tecnologia evoluía ela mantém compatibilidade com as anteriores. Por exemplo, uma placa Ethernet de 1Gb/s deverá funcionar com o padrão antigo de 10Mb/s. 2- O Padrão IEEE 802 Nessa seção, conhecemos o que é o iEEE e o que é o padrão 802. A IEE é um organismo internacional que define padrões nas áreas de engenharia elétrica e informática. É composta por vários comitês, cada um responsável por um padrão. O padrão que trata sobre redes locais e metropolitanas chama-se 802. O 802 trabalha nas duas primeiras camadas do modelo OSi: física e enlace. Portanto é responsável pela correta sinalização em um meio físico dos dados enviados pela camada superior, a de rede. Ele foi composto em três subcamadas. Na mais inferior estão os padrões que lidam diretamente com o meio físico. aqui se encaixa o padrão Ethernet (que no iEE recebeu o nome de 802.3), além dele existem outros como o 802.4 (Token Bus), 802.5 (Token Ring) e o 802.11 (padrão wireless). Esses padrões realizam as funções descritas na primeira camada do modelo OSi e uma porção da segunda, a de enlace. acima dessa subcamada do 802 está o 802.2 que é responsável pela ligação entre a camada superior do modelo OSi, a de rede, com a subcamada inferior do 802. Gerenciando a comunicação entre essas duas subcamadas está a 802.1. 3- O Padrão IEEE 802.3 Nessa seção, estudamos o padrão Ethernet. vimos que ele é utilizado como um meio de transporte por várias arquiteturas de redes. Para cada nova atualização do padrão é criado um suplemento que é nomeado adicionando uma letra ao final do nome original do padrão. assim o suplemento que descreve o Ethernet a 100 Mb/s chama-se 802.3u. Todo dispositivo Ethernet possui em sua descrição todos os suplementos que foram incorporados em sua fabricação. assim, ao ver na descrição do equipamento o nome 802.3ab, você sabe que ele suporta o Gigabit Ethernet. Estudamos os quatro elementos da Ethernet: o quadro, o protocolo de acesso ao meio, o sistema de sinalização e o meio físico. aprendemos que o tamanho de um quadro Ethernet pode ser de 64 a 1518 bytes. Que o tamanho máximo do dado que um quadro poder carregar é de 1500 bytes. vimos cada uma das sinalizações (codificações) utilizadas em cada atualização do padrão que permitiram o aumento de velocidade. vimos também que para manter a compatibilidade com versões anteriores, mais especificamente com transmissões half- duplex, foram desenvolvidas as técnicas do carrier extension e o packet-bursting. Técnicas essas que são desligadas ao se utilizar conexões full- duplex, assim como o CSMa/CD, que em seu lugar utiliza-se o flow control. Disponível em: WiKiPEDia. Xerox alto. Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Xerox_ alto. acesso em: 01/03/2013. NEW MEDia iNSTiTUTE. History of The internet. Disponível em : http://www. newmedia.org/history-of-the- Vale a pena acessar TaNENBaUM, andrew S. Redes de Computadores. Rio de Janeiro: Campus, 1997. SPURGEON, Charles E. ETHERNET – O Guia Definitivo. Rio de Janeiro: Campus, 2000. Vale a pena ler Vale a pena 15 YOUTUBE. 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Disponível em: http:// www.projetoderedes. com.br/aulas/ugb_infraestrutura/UGB_apoio_aula3_ Cabeamento_Optico.pdf. acesso em: 01/03/2013. acesso em: 01/03/2013. YOUTUBE. Como Funciona a Fibra Óptica - Parte 2. Disponível em: http://www.youtube. com/ watch?v=Tc1C2_Jp9Ro&NR=1&feature=endscreen. acesso em: 01/03/2013. YOUTUBE. Entenda os Conceitos da Fibra Óptica. Disponível em: http://www. youtube.com/ watch?v=vpfYeYSmfPY. acesso em: 01/03/2013. Glossário µm Micrometros ou mícrons. Unidade de medida, submúltiplo do metro. É definida como a milionésima parte do metro (1 × 10-6 m). µs Microssegundos. Unidade de tempo, submúltiplo do segundo. É definida como a milionésima parte do segundo (1 × 10-6 s) 3com Empresa fundada em 1979 (sendo um dos fundadores o Sr.Metcalfe) destinada à fabricação de produtos de infraestrutura para redes de computadores (switches, roteadores, placas de rede, etc). adquirida em 2010 pela empresa HP. AppleTalk arquitetura de redes locais de propriedade da empresa apple para ser utilizada em seus computadores e dispositivos. Arcnet arquitetura antiga de redes locais. Foi amplamente utilizada entre os meados dos anos 70 e início dos anos 80. após a aparição da Ethernet caiu em desuso. Sua velocidade era de 2.5Mbps. Utiliza a passagem de token para controlar o acesso ao meio físico. ATM acrônimo de Modo de Transferência assíncrono. É tecnologia de redes metropolitanas e longa distância de alta velocidade. atua na camada dois do modelo OSI. Os pacotes de dados são chamados de células ao invés de quadros como no Ethernet. Backbone É a espinha dorsal de uma operadora de Internet. É a rede principal de dados da operadora. Dela se ramificam as redes menores que irão atender uma determinada região. Blade Servers São servidores com design modular. Cada servidor se assemelha a uma placa mãe de computador comum. São acoplados a um gabinete chamado blade enclosure. Cada uma pode acodomar várias lâminas (nome dado a um servidor blade). Seu propósito é aumentar a densidade de servidores por rack. Um rack comum pode ter até 42 servidores. Com a utilização de blades esse número pode aumentar para 128. além do aumento da densidade há também o ganho na eficiência térmica e energética. Figura 12: Uma enclosure com 16 Lâminas Fonte: Dell Computadores 16Introdução a Redes II Cabos Twinax Cabos semelhantes aos coaxiais, porém com dois filamentos de fios internos. DIX Consórcio formado pelas empresas Digital, Intel e Xerox. IPX/SPX Protocolos de redes de computadores proprietários da empresa Novell utilizados em seu sistema operacional de rede Netware. IPX é um protocolo de rede (camada 3 do modelo OSI) e SP um protocolo de transporte (camada 4 do modelo OSI). Mbps Megabits por segundo. Unidade de transferência de dados que equivale a 1.000.000 bits por segundo. Mícron Ver µm ms Milissegundos. Unidade de tempo, submúltiplo do segundo. É definida como a miléssima parte do segundo (1 × 10-3 s) Nanossegundos Unidade de tempo, submúltiplo do segundo. É definida como a bilionésima parte de um segundo (1 × 10-9 s) Token Ring Tecnologia de redes locais cuja topologia lógica é em anel. atua na camada 2 do modelo OSI. O controle de acesso ao meio se dá pela utilização de um token. apenas a estação que possui o token poderá transmitir no canal. Esse token de estação em estação. Minhas anotações