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1 Professora: Ângela Pereira Accioly MINERALOGIA O que é a Geologia? Prof. Dra. Maria Cristina Motta de Toledo Geologia é a ciência natural que, através das ciências exatas e básicas (Matemática, Física e Química) e de todas as suas ferramentas, investiga o meio natural do planeta, interagindo inclusive com a Biologia em vários aspectos. Geologia e Biologia são as ciências naturais que permitem conhecer o nosso habitat e, por conseqüência, agir de modo responsável nas atividades humanas de ocupar, utilizar e controlar os materiais e os fenômenos naturais. Embora tenha permanecido distante dos conhecimentos gerais da população no Brasil, a Geologia tem um papel marcante e decisivo na qualidade da ocupação e aproveitamento dos recursos naturais, que compreendem desde os solos onde se planta e se constrói, até os recursos energéticos e matérias primas industriais. O desconhecimento quantitativo e qualitativo da dinâmica terrestre tem resultado em prejuízos muitas vezes irreparáveis para a Natureza em geral e para a espécie humana em particular. Hoje, já se sabe muito mais sobre o funcionamento do Planeta do que 30 anos atrás. Este progresso no conhecimento deve ser divulgado e assimilado, sendo a compreensão do ciclo natural terrestre undamental para a valorização das relações entre o ser humano e a Natureza e para a adoção de uma postura mais crítica e mais consciente frente aos mecanismos de desenvolvimento da sociedade. Podemos definir Geologia como a ciência cujo objeto de estudo é a Terra: sua origem, seus materiais, suas transformações e sua história. Estas transformações produzem materiais ou fenômenos naturais com influência direta ou indireta em nossas vidas. É preciso saber aproveitar adequadamente as características da Natureza, bem como prever e conviver com os fenômenos catastróficos que são sinais da dinâmica do planeta. Os objetivos da geologia podem ser sintetizados desta forma: Estudo das características do interior e da superfície da Terra, em várias escalas; compreensão dos processos físicos, químicos e físico-químicos que levaram o planeta a ser tal como o observamos; definição da maneira adequada (não destrutiva) de utilizar os materiais e fenômenos geológicos como fonte de matéria prima e energia para melhoria da qualidade de vida da sociedade; resolução de problemas ambientas causados anteriormente e estabelecimento de critérios para evitar danos futuros ao meio ambiente, nas várias atividades humanas; valorização da relação entre o ser humano e a Natureza. http://www.igc.usp.br/geologia/ A petrologia, do grego petros (rocha) + logos (conhecimento), é o ramo da geologia que trata da origem, ocorrência, estrutura e história das rochas. Existem três campos de estudo principais em petrologia: ígnea, sedimentar e metamórfica. A petrologia ígnea foca a composição e textura de rochas ígneas (como o granito e o basalto, que cristalizam a partir de rocha fundida ou magma). A petrologia sedimentar foca a composição e textura de rochas sedimentares (como o calcário e o arenito, compostas por partículas sedimentares cimentadas por uma matriz de material mais fino). A petrologia metamórfica foca a composição e textura de rochas metamórficas (como o gneisse e o xisto, que começaram por ser rochas ígneas ou sedimentares mas que sofreram alterações químicas, mineralógicas ou texturais devido a temperaturas e/ou pressões extremas). A petrologia faz uso da mineralogia, da petrografia microscópica e das análises químicas para descrever a composição e textura das rochas. Modernamente, são também aplicados os princípios da geoquímica e geofísica através do estudo de tendências e ciclos geoquímicos e da utilização de dados termodinâmicos em experiências com o objectivo de melhor compreender as origens das rochas. Polimorfismo: Propriedade de minerais que possuem a mesma composição química mas estruturas cristalinas diferentes. Exemplo clássico são o diamante e a grafita. 2 Estes dois minerais são compostos de C (carbono elementar), no entanto, em virtude de organização cristalina diferentes, apresentam propriedades químicas e físicas totalmente diferentes. Enquanto o diamante é o mais duro dos minerais, a grafite é extremamente macia, a ponto de deixar um traço sobre uma folha de papel. Apesar de formas cristalinas distintas, apresentam as mesmas composições químicas, carbono puro. Outros exemplos são as formas α e β; que pode assumir o quartzo, cuja fórmula química é SiO2. Da mesma forma temos os minerais microclina, ortoclásio e sanidina, todos feldspatos potássicos. Isomorfismo:(do grego iso=igual e morphos=forma)- Propriedade apresentada por minerais que possuem a mesma, ou quase a mesma, estrutura cristalina mas composições químicas levemente diferentes. É o caso dos minerais fayalita (Fe2 SiO4) e forsterita (Mg2 SiO4), que pertencem à série isomorfica das olivinas. Minerais isomorfos tendem a apresentar solução sólida, na qual elementos químicos diferentes, mas com raios iônicos semelhantes, podem se substituir mutuamente, dando origem às séries isomórficas, como a das olivinas e a dos plagioclásios. Alguns minerais, mesmo não formando série contínua, são isomorfos, como é o caso dos carbonatos calcita (CaCO3), magnesita (MgCO3), siderita(FeCO3), rodocrosita MnCO3 e smithsonita (ZnCO3). Pseudomorfismo: Como diz o nome, é um processo em que um mineral ou mineralóide apresenta o hábito de outro,mas tem composição química distinta. São produtos de transformações, onde a composição química muda, mantendo o hábito cristalino (forma externa). As transformações podem ser causadas por: Intemperismo Pseudomorfos de granada O intemperismo químico pode alterar total ou parcialmente um mineral, mantendo os produtos desta alteração individualizados na forma do mineral anterior. Granadas, piritas, magnetitas são minerais que podem ser encontrados como pseudomorfos por alteração intempérica. No caso da fotografia ao lado estes nódulos são de limonita, um mineraloide, derivado do intemperismo químico de granadas. Um produto comum que pseudomorfoseia a magnetita é a martita, hematita intempérica com hábito octaédrico. Também é possível encontrar cubos de limonita ou goethita produzidos pela alteração da pirita. Metassomatismo Metassomatismo é um processo metamórfico onde líquidos e gases jogam um papel importante. Metamorfismo deste tipo, em geral estão restritos às imediações de um corpo intrusivo, que fornece os fluidos capazes de provocar a metasomatização das rochas encaixantes. Enquanto o metamorfismo é pensado como um processo isoquímico, o metassomatismo é um processo que se dá com troca de matéria e provoca grandes mudanças nas composições químicas das rochas envolvidas, levando ao surgimento de novos minerais mantendo a forma dos anteriores, como é caso de feldapatos totalmente seriticizados ou caolinizados. 3 Substituição Madeira silicificada Um mineral ou mineralóide substitui outras substâncias de um corpo, mantendo sua forma. Este é um processo comum de fossilização. Dependendo da substãncia mineral recebe nomes especĩficos como: silicificação, quando entra a sílica amorfa ou criptocristalina; piritização, quando entra a pirita. Na foto temos um caso de silificação de madeira fóssil, originário de Santa Maria, Rio Grande do Sul, Brasil. Desequilibrio físico-químico Pseudomorfos de leucita A leucita, um silicato de alumínio potássico,é um mineral cuja estabilidade é muito dependente das condições de pressão. Leucitas formadas a uma pressão, quando atingem pressões menores se transformam numa mistura de nefelina, ortoclásio e analcima, mantendo a forma externa da leucita. No caso da foto ao lado, esta pseudo-leucita, que já era um pseudomorfo, foi intemperizada e os minerais, nefelina, ortoclásio e analcima, se transformaram em argila colinítica, mantendo a forma de uma pretérita leucita. Moldagem Na moldagem um mineral secundário pode crescer numa cavidade deixada pela dissolução de outro, tomando pois a forma daquele. As estruturas conhecidas na mineração como "boxwork", são deste tipo e se formam pela oxidação e lixiviação e minerais sulfetados. Metamictização Zircão metamítico 4 A presença de isótopos radioativos num mineral pode levar à destruição de seu retículo cristalino pelo bombardeio constante e prolongado por partículas provenientes da desintegraçaõ dos isótopos radioativos. Esta mundança ocorre não somente nos minerais portadores destes isótopos, como nos minerais adjacentes. O zircão,um silicato de zircônio, um mineral rico em isótopos radioativos, pode ser totalmente alterado para para malacon ou zircão metamítico. Da mesma forma a radioatividade da allanita, um silicato de cério, cálcio, ítrio, alumínio e ferro, comum em granitos, provoca a destruição do retículo cristalino dos minerais que a cercam, dando origem a uma feição conhecida como halo pleocróico. Clivagem: Propriedade que possuem alguns minerais de se partirem em planos paralelos entre si. A clivagem, quando existente, é sempre paralelo a uma possível face do cristal. Quando isto não ocorre, dizemos que temos uma partição, como é o caso do coríndon, que apesar de não possuir clivagem, normalmente se parte em planos. Alguns minerais, tem partição induzida por esforços tectônicos. A clivagem é uma propriedade condicionada pela estrutura cristalina dos minerais, isto é do seu arranjo cristalino interno. Quando os planos produzidos são bem definidos e brilhantes, dizemos que pertencem a uma direção de clivagem perfeita ou proeminente, em caso contrário dizemos de uma clivagem pouco definida ou pobre. Os minerais podem possuir um ou mais planos de clivagem. Como a clivagem reflete a estrutura cristalina, sendo uma tendência de ruptura ao longo de planos onde as ligações químicas são mais fracas, é uma propriedade muito útil na identificação de um mineral. Os minerais do grupo das micas se caracterizam por apresentarem um só sistema de clivagem muito proeminente. Os minerais do grupo dos feldspatos têm dois sistemas de clivagens perfeitas, perpendiculares entre si, ou quase, dependendo do tipo de feldspato, e uma terceira clivagem imperfeita. A calcita possue três planos bem característicos de clivagens proeminentes. Minerais como a fluorita podem apresentar boa clivagem em quatro direções distintas, levando à formação de faces triangulares pertencentes a octaedros. O quartzo é um mineral que se caracteriza por não possuir clivagem alguma, rompendo-se em superfícies irregulares e aleatórias (fratura conchoidal). Muito importante é não confundir face de cristal com clivagem. A face de um cristal é, muitas vezes, um plano único que quando se quebra não é mais reproduzido. A face de cristal é a forma externa que este toma ao se cristalizar, por isto, todos os minerais, independentemente de possuírem ou não clivagem, sempre podem desenvolver faces de cristal, dependendo do meio e do tempo que levam para se cristalizarem. Um mineral clivado tende a apresentar vários planos paralelos, na forma de degraus, e que podem ser identificados facilmente por brilharem ao mesmo tempo quando analisados sob um foco de luz. O fato de vários planos, em alturas distintas, brilharam simultaneamente ao observador, só é possível se eles forem paralelos entre si. Para se investigar corretamente a clivagem de um mineral, deve-se partí-lo como um martelo sobre um apoio firme. Nos minerais pouco duros como mica e talco, o procedimento é tentar produzir placas com o uso de uma lâmina (canivete).
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