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Pós-Graduação_Indicadores Nutricionais_Corrigido 09_09_2024 Indicadores Nutricionais

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1
Indicadores 
Nutricionais
2
3
Sumário
Avaliação Antropométrica ‘
 Peso 
 Estatura/Comprimento 
 Índice de Massa Corpórea (IMC) 
 Circunferências 
 Dobras Cutâneas 
 Perímetros 
Indicadores de Crescimento: Avaliação e Interpretação de Curvas
 As Curvas de Crescimento 
 Curvas de Crescimento Peso para Idade (P/I) 
 Curvas de Crescimento Peso para Estatura (P/E) 
 Curvas de Crescimento Índice de Massa Corporal para 
Idade (IMC/I) 
 Curvas de Crescimento Estatura para Idade (E/I) 
 Interpretação das Curvas de Crescimento 
Exames Laboratoriais 
	 Perfil	Lipídico	
	 Níveis	Glicêmicos	
	 Exames	Laboratoriais	para	Identificação	de	Anemia	Ferropriva
 Proteínas 
CLIQUE NO CAPÍTULO PARA SER REDIRECIONADO
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Sumário
Outros Indicadores Nutricionais 
	 Inquéritos	Alimentares	
 Recordatório de 24 horas 
 Registro Alimentar 
 Questionário de Consumo Alimentar 
	 Exame	Físico	
 Desnutrição Grave 
 Obesidade 
 Hipovitaminose A 
 Anemia Ferropriva 
Referências 
CLIQUE NO CAPÍTULO PARA SER REDIRECIONADO
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45
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49
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5
Objetivos Definição
Explicando Melhor Você Sabia?
Acesse Resumindo
Nota Importante
Saiba Mais Reflita
Atividades Testando
Para o início do 
desenvolvimento	de	uma	
nova competência;
Se houver necessidade 
de se apresentar um novo 
conceito;
Algo	precisa	ser	melhor	
explicado	ou	detalhado;
Curiosidades	indagações	
lúdicas	sobre	o	tema	em	
estudo, se forma necessárias;
Se for preciso acessar um 
ou mais sites para fazer 
download,	assistir	vídeos,	ler	
textos, ouvir podcast;
Quando for preciso se fazer 
um	resumo	acumulativo	
das	últimas	abordagens;
Quando forem necessárias 
observações	ou	
complementações	para	o	
seu conhecimento;
As	observações	escritas	
tiveram que ser priorizadas 
para você;
Textos, referências 
bibliográficas	e	links	para	
aprofundamento do seu 
conhecimento;
Se houver a necessidade 
de chamar a atenção 
sobre	algo	a	ser	refletido	ou	
discutido sobre;
Quando	alguma	atividade	
de	autoaprendizagem	for	
aplicada;
Quando	o	desenvolvimento	de	
uma	competência	for	concluído	
e	questões	forem	explicadas.	
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@faculdadelibano_
1
Avaliação 
Antropométrica
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Indicadores Nutricionais Capitulo	1
Avaliação Antropométrica
É importante para o nutricionista conhecer e dominar as técnicas de avaliação 
antropométrica infantil a fim de minimizar os erros e tornar a sua avaliação nutricional 
mais segura e com menos possibilidades de erros na sua interpretação. Durante uma 
avaliação nutricional muitos dados coletados são subjetivos, um bom exemplo são as 
anamneses nutricionais, instrumentos muito válidos para a construção do diagnóstico 
nutricional, que são mais sensíveis à percepção do profissional e da interpretação do 
entrevistado. 
Apesar de o termo “antropometria” parecer complicado os procedimentos realizados são 
simples, porém precisam ser executados com precisão e necessitam de equipamentos 
adequados e devidamente calibrados. É considerado um método de fácil e rápida 
coleta. São procedimentos não invasivos e de baixo custo, o que facilita a sua aplicação 
nos diversos serviços de saúde, inclusive nos serviços públicos de saúde.
Objetivos
Ao término deste capítulo, você será capaz de utilizar os métodos 
antropométricos padronizados para a infância e adolescência. Conhecer 
os métodos para a coleta dos dados antropométricos é importante 
para minimizar os erros na coleta e favorecer a análise correta do 
estado nutricional do indivíduo ou de uma população. Imagine que 
legal ter dados objetivos, coletados por você, obtidos da avaliação 
antropométrica realizada pelos protocolos padronizados pelo Ministério 
da Saúde! E então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Vamos lá. Avante!
8
Indicadores Nutricionais Avaliação Antropométrica Capitulo	1
Peso
É uma das medidas mais utilizadas na avaliação nutricional: é uma medida simples, não 
invasiva e tem alta sensibilidade em agravos nutricionais agudos ou crônicos. Tem como 
limitação englobar todos os componentes corporais, isso quer dizer que não permite 
avaliar as diferentes composições corporais, massa magra, tecido adiposo, água e osso. 
Para aferir o peso de crianças de 0 a 24 meses é necessário utilizar uma balança 
pediátrica mecânica ou balança pediátrica eletrônica. Vale lembrar que a criança 
deve estar despida. No caso de crianças maiores de 24 meses, utilizar a balança de 
plataforma mecânica ou eletrônica.
Acesse
O Ministério da Saúde tem um instrumento elaborado para padronizar a 
coleta dos dados antropométricos em serviços de saúde. Para acessar, 
clique aqui. 
A seguir serão descritos os principais parâmetros de avaliação 
antropométrica, incluindo circunferências, dobras cutâneas, peso, IMC, 
estatura, entre outros.
 
FIGURA 1
Criança medindo peso
FONTE
Freepik
9
Indicadores Nutricionais Avaliação Antropométrica Capitulo	1
Quando falamos em peso devemos conhecer a classificação do recém-nascido (RN) 
conforme o peso de nascimento e acompanhar o seu ganho regularmente, a fim 
de identificar alguma alteração no estado nutricional da criança e realizar possíveis 
intervenções. Veja o Quadro 1 com a classificação do RN segundo o peso de nascimento.
O aumento ponderal médio do peso durante o 1° ano de vida varia entre os trimestres, 
podendo ser definido da seguinte maneira:
• Crianças no 1° trimestre ganham de 25 a 30 g/dia, o que resulta em ganho total do 
trimestre em 2.100 g, o equivalente a 700 g por mês.
• Crianças no 2° trimestre ganham 20 g/dia, o que resulta em ganho total do trimestre 
em 1.800 g, o equivalente a 600 g por mês.
• Crianças no 3° trimestre ganham 15 g/dia, o que resulta em ganho total do trimestre 
em 1.500 g, o equivalente a 500 g por mês.
• Crianças no 4° trimestre ganham 10 g/dia, o que resulta em ganho total do trimestre 
em 1.200 g, o equivalente a 300 g por mês.
FIGURA 1
Carteira de trabalho
FONTE
Freepik
QUADRO 1
Classificação do RN conforme peso de nascimento
FONTE
Adaptada de Tavares e Rego (2007).
10
Indicadores Nutricionais Avaliação Antropométrica Capitulo	1
Estatura/Comprimento
Assim como o peso, essa medida reflete alterações nutricionais recentes e pregressas, 
porém leva mais tempo para recuperar essa alteração, o que torna um parâmetro que 
reflete melhor alterações que ocorreram há mais tempo. Para crianças menores de 2 
anos utiliza-se o termo “comprimento” e, para as demais faixas etárias, o termo “estatura”. 
No momento de aferir o comprimento de crianças menores de 2 anos deve-se utilizar 
o antropômetro e posicionar a criança deitada, com a cabeça sem adereços, apoiada 
firmemente na parte fixa do equipamento, deixando-a reta para apoiar os pés na parte 
móvel do antropômetro. Para as demais faixas etárias utilizar o antropômetro vertical e 
executar o mesmo procedimento realizado em adultos.
Você Sabia?
O peso de uma criança que nasceu a termo, dentro do número de 
semanas esperado para o parto, com peso adequado e condições 
apropriadas para o seu crescimento e desenvolvimento dobra com 5 
meses de vida, triplica com 1 ano e quadriplica com 2 anos? Fantástico, 
não é?
 
FIGURA 2
Medindo comprimento e estatura
FONTE
Freepik
11
Indicadores Nutricionais Avaliação Antropométrica Capitulo	1
Em crianças e adolescentes com idade entre 2 e 12 anos que não possam ser medidas 
no antropométrico por limitações físicas, é possível fazer a estatura estimada. Essa 
estimativa pode ser realizada com a medida do comprimento superior do braço (CSB), 
comprimento tibial (CT) ou comprimento do joelho (CJ).
Você Sabia?
O comprimento é a medida que vai da sola dos pés descalços ao topo 
da cabeça. É um termo utilizado para crianças menores de 2 anos; já o 
termo “estatura” é a medida do indivíduo na posição de pé, encostado 
em uma parede ou antropômetro vertical. Existe diferença entre a 
medida aferida em pé e a aferida deitada, e essa diferença giraem torno 
de 0,5 cm, nada que venha a trazer grandes mudanças na avaliação 
antropométrica.
Definição
CSB é a distância do acrômio até a cabeça do rádio medida com o 
membro superior fletido a 90°. CT é a medida da borda superomedial da 
tíbia até a borda do maléolo medial inferior.
FIGURA 3
Comprimento da tíbia
FONTE
Wikimedia Commons.
 
12
Indicadores Nutricionais Avaliação Antropométrica Capitulo	1
CJ é o comprimento do joelho ao tornozelo.
Para calcular a estimativa de estatura é necessário encontrar os valor es de CSB, CT ou 
CJ, aplicando as medidas nas fórmulas definidas por Stevenson (1995).
 
FIGURA 3
Comprimento da tíbia
FONTE
Wikimedia Commons.
FIGURA 3
Comprimento da tíbia
FONTE
Wikimedia Commons.
13
Indicadores Nutricionais Avaliação Antropométrica Capitulo	1
Como acontece com o ganho de peso, existem referências para acompanhar a 
velocidade do crescimento de crianças e adolescentes. Em se tratando de crianças 
recém-nascidas, o seu crescimento é de 3,5 cm/ mês até o terceiro mês de vida; do 
quarto ao sexto mês 2,0 cm/mês; do sétimo ao nono mês 1,5 cm/mês; e do décimo até 
o primeiro ano de vida 1,2 cm/mês. 
Quando nos referimos à fase pré-púbere, o crescimento gira em torno de 5 a 7 cm/ano. 
Na fase puberal existe diferença na velocidade de crescimento entre meninas e meninos. 
Enquanto as meninas iniciam o seu crescimento mais cedo, os meninos apresentam o 
estirão de crescimento na puberdade, e a velocidade de crescimento é de 1 a 1,5 cm/
ano.
Fórmula:
Paciente do sexo feminino = (estatura do pai – 13) + estatura da mãe
 2
Paciente do sexo masculino= (estatura do pai + 13) + estatura da mãe
 2
Você Sabia?
Ao completar 1 ano de vida a criança deve apresentar o dobro da 
estatura do seu nascimento? Isso mesmo, se uma criança nascer com 
50 cm, em 1 ano ela apresentará 100 cm. Devemos levar em consideração 
que a velocidade de crescimento é influenciada por fatores intrínsecos 
e extrínsecos. Um dos fatores intrínsecos que se relaciona com o 
crescimento da criança e do adolescente é a carga genética, isso quer 
dizer que a altura do indivíduo tem muita relação com a altura dos seus 
pais. Vale lembrar que não é apenas esse fator que irá determinar a 
altura final. Para calcular a estatura-alvo, podemos utilizar as seguintes 
fórmulas:
14
Indicadores Nutricionais Avaliação Antropométrica Capitulo	1
Índice de Massa Corpórea (IMC)
Consiste na relação entre o peso, expresso quilogramas; e a estatura, expressa em metros, 
elevada ao quadrado. O seu resultado reflete o excesso de peso entre as populações, 
incluindo as crianças e os adolescentes. 
Uma das diferenças entre a avaliação do IMC em adultos e idosos da avaliação realizada 
nessas fases da vida é a inclusão da idade para a classificação do estado nutricional. 
Outra diferença na sua análise é a existência de curvas de crescimento definidas pela 
Organização Mundial da Saúde (OMS), que permitem a avaliação do estado nutricional.
Fórmula:
IMC = Peso (kg) / Estatura (m)².
Circunferências
São medidas fáceis e não necessitam de equipamentos de alto custo. Assim como o 
peso. não diferenciam a composição corporal. Entre as circunferências mais utilizadas 
destacam-se a circunferência do braço (CB) e a circunferência abdominal (CA).
A circunferência do braço (CB) é muito utilizada na prática clínica. No entanto, a 
circunferência é um conjunto da massa corporal daquela região, isso quer dizer que 
inclui massa muscular, osso e tecido adiposo. 
É muito eficaz para acompanhamento e evolução do estado nutricional individual 
quando é inviável realizar outras medidas. Para medir a CB é necessário usar uma fita 
métrica inelástica, que será passada em volta do ponto médio encontrado entre a 
medida do acrômio e a cabeça do rádio medida com o braço em ângulo de 90°.
15
Indicadores Nutricionais Avaliação Antropométrica Capitulo	1
A circunferência muscular do braço (CMB) é um parâmetro baseado em duas medidas: 
a CB e a dobra cutânea tricipital (DCT), permitindo verificar a reserva de tecido muscular. 
Como referência para a avaliação da CMB é utilizada a tabela de referência de Frinsancho 
(1990).
Fórmula:
CMB (cm) = CB (cm) – (0,314 x DCT).
A CMB, além de calcular a quantidade de músculo, inclui a área referente à reserva 
óssea do braço, a fim de fazer a correção desse valor. Quando encontramos o valor 
apenas muscular dessa área, devemos utilizar a seguinte fórmula:
Fórmula:
AMB (cm²) = CB (cm) – (0,314 x DCT)² / 4 x 3,14.
Explicando Melhor
Veja como a CB se torna imprescindível na avaliação nutricional. Exemplo: 
criança internada para realizar tomografia computadorizada devido a 
quadro de cefaleia intensa. Após realizar exame foi diagnosticado um 
tumor cerebral muito extenso com indicação cirúrgica. Se pesarmos 
essa criança na balança estaremos pesando também o tumor dela 
e, após cirurgia para retirada do tumor, não teremos um valor real de 
comparação para acompanhamento durante internação e tratamento, 
porém se usarmos a CB também como padrão na avaliação, teremos o 
seu diâmetro tanto antes quanto após a cirurgia. Então, se o peso aferido 
antes da cirurgia foi 30 kg e, após cirurgia foi 26 kg; e CB antes da cirurgia 
15 cm e, após cirurgia, 15 cm, significa dizer que a criança não perdeu 
peso, a redução do peso está relacionada à retirada do tumor. Já se 
após a cirurgia encontrássemos peso de 26 kg e CB 13 cm, esse achado 
sugere que a redução do peso não se refere apenas à retirada do tumor, 
mas também a redução de peso.
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Indicadores Nutricionais Avaliação Antropométrica Capitulo	1
• Circunferência do pescoço: essa medida tem sido utilizada para diagnóstico da 
síndrome metabólica, risco de doenças cardiovasculares e resistência insulínica 
tanto em adultos como em adolescentes a partir de 10 anos. Comparando com a 
circunferência abdominal, tem vantagem de não sofrer alteração durante os horários 
de aferição dessa medida. Para ficar mais: ao medirmos a circunferência abdominal 
de uma criança antes da refeição teremos um valor como resultado, porém se 
realizarmos a medida após uma grande refeição esse valor poderá apresentar outro 
resultado. Esse fato não acontece quando medimos a circunferência do pescoço.
Dobras Cutâneas
A avaliação do percentual de gordura por meio das dobras cutâneas é baseada na 
hipótese que metade da gordura corporal se encontra no tecido adiposo da região 
subcutânea, o que reflete diretamente na massa gorda total do corpo. Pode ser uma 
alternativa na estimativa de estatura ou peso de crianças e adolescente que estão 
impossibilitados de realizar tais medidas, podendo ser utilizada no acompanhamento de 
pacientes com doenças como o câncer, que tem característica de catabolismo rápido, 
sendo importante avaliar e monitorar os compartimentos corporais e relacionar a perda 
de peso com o que de fato foi perdido, se foi perda de tecido adiposo ou muscular.
Apesar de ser uma técnica não invasiva, precisa ser realizada por avaliador bem treinado, 
além de utilizar equipamento específico para aferir as dobras, o plicômetro, que deve estar 
 
FIGURA 5
Imagem ilustrando a medida 
da circunferência abdominal
FONTE
Freepik
17
Indicadores Nutricionais Avaliação Antropométrica Capitulo	1
calibrado. Para crianças e adolescentes utiliza-se como referência as dobras cutâneas 
bicipital (DCB), a dobra cutânea tricipital (DCT), a dobra cutânea subescapular (DCSE) 
e a dobra cutânea suprailíaca (DCSI). Para avaliar os valores encontrados, verificar as 
tabelas de referência de Frisancho (1990).
Perímetros
 
• Perímetro cefálico: é o perímetro mais usado para acompanhamento do crescimento 
e desenvolvimento da criança, sendo um indicador usado para acompanhar o 
crescimento do encéfalo até o terceiro ano de vida, isso significa que se o perímetro 
cefálico da criança for classificado como reduzido ou aumentado pela recomendação 
para idade e sexo, essa alteração está associada a um prognóstico neurológico.FIGURA 6
Imagem ilustrando como medir DCSI
FONTE
Freepik
Você Sabia?
O perímetro cefálico é um parâmetro usado para diagnosticar bebês 
com microcefalia secundária ao Zika vírus. Inclusive, os valores adotados 
para a classificação sofreram alterações no ano de 2006, reduzindo 
a faixa de normalidade que era entre 34 e 35 cm para 31,9 e 31,5 cm, 
parâmetro que já é utilizado pela OMS.
18
Indicadores Nutricionais Avaliação Antropométrica Capitulo	1
Para medir o perímetro cefálico, recomenda-se:
I. Que a fita seja posicionada sobre a proeminência occipital e sobre o arco das orelhas.
II. Que a cabeça da criança seja fixada.
III. Que a fita deve ser colocada firmemente ao redor do osso frontal sobre o sulco 
supraorbital, passando-a ao redor da cabeça, no mesmo nível de cada lado, e 
colocando-a sobre a proeminência occipital máxima.
 
FIGURA 7
Imagem ilustrando como 
medir perímetro cefálico
FONTE
Freepik
Nota
Além do perímetro cefálico é importante avaliar o fechamento da 
fontanela. Se referindo à fontanela anterior (bregmática), ela se fecha 
entre os 9 e 18 meses; já se tratando da fontanela posterior (lambdoide), 
a criança pode nascer com ela já fechada ou ocorrer o seu fechamento 
aos 2 meses de vida. Caso o fechamento ultrapasse esses períodos, esse 
achado pode estar associado a um quadro de desnutrição.
• Perímetro torácico: até os 2 anos é um parâmetro usado para avaliar a reserva de 
tecidos adiposo e muscular. Para realizar a medida é necessária uma fita inelástica. 
Durante a infância a medida é aferida passando a fita pelos mamilos com o tórax em 
inspiração; já na adolescência, a medida é realizada passando a fita pelo apêndice 
xifoide. Pode ser utilizado para avaliar desnutrição em crianças por meio da relação 
19
Indicadores Nutricionais Avaliação Antropométrica Capitulo	1
do perímetro torácico e do perímetro cefálico. Até os 6 meses essa relação é igual 
a 1. As duas medidas são bem próximas e, muitas vezes, o perímetro torácico é até 2 
cm menor que o perímetro cefálico. Com idade superior a 6 meses e inferior a 5 anos 
essa relação é maior que 1. Caso esteja inferior é um indicativo de desnutrição.
Resumindo
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? 
Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste Capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve 
ter aprendido neste módulo os principais parâmetros antropométricos 
utilizados para determinar e/ou acompanhar as medidas de crianças e 
adolescentes, os equipamentos que deverão ser utilizados para coletar 
essas medidas, algumas formas de realizar as medidas, termos que 
são utilizados apenas nessa faixa etária, assim como já ficou ciente 
que existem tabelas específicas para acompanhar essa população e 
as curvas de crescimento. Sei que você já está ansioso para desvendar 
as curvas, mas calma, isso será abordado no próximo módulo. Ainda 
sobre o que você aprendeu, você conheceu os valores de referência 
determinados para a classificação de peso de uma criança recém-
nascida e alguns fatores que influenciam no crescimento e no 
desenvolvimento da criança. De posse das informações contidas neste 
módulo você é capaz de determinar qual é o melhor parâmetro a ser 
coletado e avaliado segundo a faixa etária desse público. Pronto! Cientes 
dos principais parâmetros preconizados pela OMS, vamos dar início aos 
instrumentos utilizados para avaliar as curvas de crescimento.
20
@faculdadelibano_
2
Indicadores de 
Crescimento: 
Avaliação e 
Interpretação 
de Curvas
21
Indicadores Nutricionais Capitulo	2
Indicadores de Crescimento: 
Avaliação e Interpretação de 
Curvas
De forma resumida, o crescimento está relacionado ao aumento da altura do indivíduo. 
No entanto, se formos buscar um conceito mais amplo para o seu significado, 
entenderemos que o crescimento é iniciado muito antes do nosso nascimento, no início 
da vida intrauterina, e não acaba após alcançarmos a nossa estatura na vida adulta, o 
crescimento termina no final da vida. 
Adotado pela OMS como parâmetro de avaliação nutricional, é considerado um dos 
melhores indicadores de saúde da criança, pois é sensível a alterações ambientais, a 
exemplo da qualidade e da quantidade de alimentos ofertados, higiene e cuidados com 
a saúde, a ocorrência de doenças, acesso ao saneamento básico, entre outros. 
Esses exemplos citados anteriormente são fatores extrínsecos que afetam o crescimento 
linear (altura) da criança. Vale salientar que o crescimento pode sofrer alterações 
intrínsecas também, a exemplo de doenças como hipotireoidismo, síndrome de Down e 
fatores genéticos.
Objetivos
Ao término deste Capítulo você será capaz de avaliar e interpretar as 
curvas de crescimento de crianças e adolescentes preconizadas pela 
OMS. Isso será fundamental para o exercício de sua profissão. Imagine 
que legal poder realizar a análise dos dados obtidos da avaliação 
antropométrica e estar capacitado para classificar o indivíduo segundo 
os parâmetros utilizados em diversos países! E então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Vamos lá. Avante!
22
Indicadores Nutricionais Indicadores de Crescimento: Avaliação e Interpretação de Curvas Capitulo	2
As Curvas de Crescimento
As curvas de crescimento são ferramentas usadas para registrar, monitorar e 
acompanhar o crescimento e desenvolvimento durante a infância e adolescência. As 
referências das curvas foram elaboradas com base no estudo de referência sobre o 
crescimento multicêntrico da OMS. 
São consideradas referenciais antropométricas utilizadas para avaliar medidas aferidas 
no exame físico, incluindo peso, comprimento e estatura, circunferência do braço, 
perímetro cefálico e torácico, dobras cutâneas, entre outros parâmetros. Essas curvas 
apresentam valores de comparação diferentes entre os sexos e a faixa etária.
No Quadro 3 estão descritos os índices antropométricos usados pelo Ministério da Saúde 
por faixa etária para realizar a avaliação e a classificação de crianças e adolescentes.
Explicando Melhor
O nosso crescimento acontece até o último dia das nossas vidas. O 
termo “crescimento” está relacionado tanto ao nosso crescimento 
linear (altura) como também com a síntese e regeneração de alguns 
tecidos. Para você entender melhor, um adolescente, mesmo que já tenha 
alcançado a sua altura máxima, passa por transformações hormonais, 
estruturais, de maturação sexual (exemplo: aumento das mamas em 
meninas e aumento dos testículos em meninos).
23
Indicadores Nutricionais Indicadores de Crescimento: Avaliação e Interpretação de Curvas Capitulo	2
Curvas de Crescimento Peso para Idade (P/I)
Esse parâmetro de avaliação permite verificar a relação entre o peso e a idade da criança. 
Avalia desde crianças com meses de vida até os 9 anos e 11 meses. É um bom método 
para acompanhar o ganho de peso da criança, porém apresenta a desvantagem de 
não diferenciar se a criança apresenta comprometimento nutricional atual ou pregresso.
Curvas de Crescimento Peso para Estatura (P/E)
Esse índice expressa a relação entre os dados antropométricos de massa corporal (peso) 
e estatura. É importante falar que a análise do resultado obtido dessa relação não inclui 
a faixa etária. É usada tanto para verificar emagrecimento como ganho excessivo de 
peso.
Curvas de Crescimento Índice de Massa Corporal para Idade (IMC/I)
Para esse parâmetro é avaliado o peso dividido pela estatura ao quadrado, relacionado 
com a idade das crianças e adolescentes. É um bom índice para avaliar excesso de 
peso, tendo a grande vantagem de poder ser acompanhado durante as outras fases 
da vida.
QUADRO 3 
Sociedade Brasileira 
de Pediatria (2009).
FONTE
Sociedade Brasileira 
de Pediatria (2009).
24
Indicadores Nutricionais Indicadores de Crescimento: Avaliação e Interpretação de Curvas Capitulo	2
Curvas de Crescimento Estatura para Idade (E/I)
É considerado o melhor índice para apontar desordens nutricionais pregressas, além deser sensível para aferir a qualidade de vida de uma população. Analisa o crescimento 
linear da criança, e tem parâmetros desde a primeira infância até adolescência.
Interpretação das Curvas de Crescimento
Para fazermos a interpretação das curvas de crescimento é importante você saber 
como elas foram elaboradas.
As curvas de crescimento representam os dados obtidos por meio de índices, ou 
seja, da combinação de dois dados antropométricos (exemplo: peso e estatura) ou a 
combinação de um dado antropométrico com um dado demográfico (exemplo: peso e 
idade). A classificação desses índices é feita através de percentis ou em escore-z. 
São valores de referência que foram elaborados em uma população considerada 
saudável, com boas condições sociais, econômicas, ambientais e culturais, que 
permitisse o crescimento e o desenvolvimento esperado da criança. Podemos realizar a 
classificação dos dados antropométricos por percentil ou por escore. Quando utilizamos 
o percentil para classificação, significa dizer que o percentil ao qual o índice se encontra 
representa a posição que aquele valor tem na distribuição ordenada dos valores 
considerados como normais.
Explicando Melhor
Se ao analisarmos a curva de crescimento referente ao peso para idade 
(P/I) e classificarmos a criança no percentil 93, isso significa que apenas 
7% das crianças com a mesma idade e sexo apresentam peso maior que 
o dela. Mais um exemplo: se ao medirmos o comprimento de um bebê e 
na classificação de percentil ele se encontrar no percentil 5, significa que 
95% dos bebês que se encontram na mesma faixa etária e têm mesmo 
sexo, têm comprimento maior que o dele.
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Indicadores Nutricionais Indicadores de Crescimento: Avaliação e Interpretação de Curvas Capitulo	2
Quando utilizamos o parâmetro escore-z avaliamos a distância do valor encontrado do 
índice avaliado (exemplo: P/I) em relação à mediana desse índice. Existe uma fórmula 
para encontrar o valor de escore-z que corresponde à diferença padronizada entre o 
valor aferido e a mediana dessa medida.
Fórmula:
Escore-z = (valor observado) – (valor da mediana de referência) / desvio padrão da 
população de referência.
Entendendo o que são os índices e como eles foram elaborados você deve estar se 
perguntando como é possível utilizar e/ou interpretar esses valores encontrados para 
realizar o diagnóstico antropométrico. 
Então vamos lá! Para elaborar um diagnóstico antropométrico precisamos fazer a 
comparação entre o valor encontrado na avaliação e os valores de referência, que são 
os pontos de corte. 
Para padronizar a avaliação do crescimento de crianças e adolescentes no Brasil, o 
Ministério da Saúde adotou como referência as curvas de crescimento da OMS, sendo 
Explicando Melhor
Ao realizar a medida de estatura de uma menina com idade de 3 anos, 
encontrou-se 115 cm, sendo a mediana de estatura para idade 106 cm 
e o desvio padrão 3 cm. Para encontrar o escore-z dessa criança basta 
aplicar a fórmula que se encontra logo acima: valor observado (115 cm) 
– valor da mediana (106 cm) / desvio padrão (3 cm) = 3. Então, podemos 
concluir que ela se encontra no escore-z = 3. Vamos praticar um pouco 
mais! Caso a medida de estatura dessa mesma menina tivesse sido 100 
cm em vez de 115 cm, em qual escore ela se encontraria? Aplicando a 
fórmula: valor observado (100 cm) – valor da mediana (106 cm) / desvio 
padrão (3 cm) = -2. Então, podemos concluir que ela se encontraria no 
escore-z = -2.
26
Indicadores Nutricionais Indicadores de Crescimento: Avaliação e Interpretação de Curvas Capitulo	2
A seguir, são apresentados os pontos de corte para a avaliação do estado antropométrico 
de crianças e adolescentes segundo cada índice. É importante saber interpretar as 
curvas de crescimento para realizar a classificação antropométrica por meio dos pontos 
de corte preconizados pela OMS.
Acesse
Veja a Caderneta de saúde da criança: meninas. Para acessar, clique 
aqui. 
Veja, também, a caderneta destinada aos meninos. Para acessar, clique 
aqui. 
utilizada a referência de 2006 (WHO, 2006) para as crianças menores de 5 anos, e a 
referência de 2007 (WHO, 2007) para crianças acima de 5 anos e adolescentes.
QUADRO 4
Pontos de corte 
peso para idade 
(0 a 10 anos)
FONTE
Adaptada Brasil 
(2011).
27
Indicadores Nutricionais Indicadores de Crescimento: Avaliação e Interpretação de Curvas Capitulo	2
Apesar de existirem parâmetros que indicam peso elevado, o índice peso para idade 
não é o mais utilizado para acompanhar excesso de peso infantil. A recomendação 
para a avaliação desse índice é peso para estatura para crianças menores de 5 anos 
ou IMC para idade para crianças maiores de 5 anos e adolescentes.
QUADRO 5
Pontos de corte 
estatura para idade 
(0 a 10 anos)
FONTE
Brasil (2011).
QUADRO 6
Pontos de corte 
peso para estatura 
(0 a 5 anos)
FONTE
Adaptada de Brasil 
(2011).
28
Indicadores Nutricionais Indicadores de Crescimento: Avaliação e Interpretação de Curvas Capitulo	2
QUADRO 7
Pontos de corte 
IMC para idade 
( -2 escore e -3 escore e 0 escore eque são os cortes referentes a E/I, P/I e IMC/I.
4. Segundo os pontos de corte no Quadro 4, Luísa é classificada como peso adequado 
para idade; no Quadro 5, Luísa é classificada como baixa estatura para idade; e no 
Quadro 8, Luísa é classificada como eutrofia. Que fácil, então posso dizer que Luíza é 
eutrófica?
Na verdade, Luísa se encontra eutrófica nessa fase da vida, mas fazendo a análise 
crítica das curvas podemos notar que essa criança tem baixa estatura para idade, o 
que nos traz um reflexo sobre o crescimento linear insatisfatório evidenciando que essa 
menina sofreu um quadro de má nutrição anteriormente. Vale verificar se há registros 
anteriores na curva de crescimento e investigar quais fatores estão associados a essa 
baixa estatura.
31
Indicadores Nutricionais Indicadores de Crescimento: Avaliação e Interpretação de Curvas Capitulo	2
Resumindo
E então? Aprendeu tudo sobre as curvas de crescimento? Agora, só para 
termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
Capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que as curvas 
de crescimento da OMS são ferramentas utilizadas mundialmente para 
acompanhar as crianças e os adolescentes. Ainda, aprendeu que essas 
curvas têm dois tipos de parâmetros para avaliação, os valores expressos 
em percentis e os valores expressos em escore. Depois de estudar as 
curvas, você deve ter entendido que é importante termos valores reais 
ou próximos da realidade (caso sejam medidas estimadas), pois é a 
partir das medidas encontradas que fazemos a análise das curvas de 
crescimento e podemos classificar a criança e o adolescente conforme 
escore ou percentil.
32
@faculdadelibano_
3
Exames 
Laboratoriais
33
Indicadores Nutricionais Capitulo	3
Exames Laboratoriais
Os exames laboratoriais são ferramentas de auxílio na elaboração do diagnóstico 
nutricional, além de fornecerem informações objetivas relacionadas ao estado nutricional 
e dados sobre o estado geral da criança e do adolescente. É de extrema importância 
tanto para diagnosticar doenças como para acompanhar a evolução de tratamentos.
Por meio da avaliação laboratorial é possível confirmar deficiências nutricionais e até 
mesmo descobrir carências que ainda não são observadas no exame físico ou que não 
apresentem sintomas. 
Com a análise dos resultados laboratoriais, o nutricionista ainda pode verificar a eficácia 
de condutas nutricionais adotadas para melhoria ou cura de algumas doenças, a 
exemplo do perfil lipídico em crianças dislipidêmicas. Para interpretar os resultados dos 
exames laboratoriais é preciso considerar a condição clínica, o estado nutricional, a 
hidratação e os processos inflamatórios.
Objetivos
Ao concluir a leitura e estudo deste Capítulo, você vai ser capaz de 
identificar quais são os principais exames laboratoriais utilizados na 
prática clínica da avaliação pediátrica e do adolescente, além de 
interpretar os seus resultados. Imagine só que fantástico você ser capaz 
de verificar alterações nos exames de sangue, colesterol, glicemia e 
utilizar esses resultados para auxílio de suas condutas dietoterápicas, 
que podem ajudar na melhora dos padrões laboratoriais. E então? Não é 
interessante e importante desenvolver estas competências? Vamos lá..
34
Indicadores Nutricionais Exames Laboratoriais Capitulo	3
Veja os exames mais solicitados para avaliar o estado nutricional.
Perfil Lipídico
A expressão “perfil lipídico” se refere aos triglicérides, colesterol total e suas frações. É 
o parâmetro laboratorial que avalia dislipidemias, porém o seu diagnóstico só pode ser 
fechado após repetição de exame, coletado no mesmo laboratório, seguindo de jejum 
de, pelo menos, 12 horas.
A preocupação com esses parâmetros está na relação direta das dislipidemias e o 
surgimento das doenças cardiovasculares. Acredita-se que o perfil lipídico da criança 
tende a se manter na sua vida adulta. Mesmo ciente dos riscos de uma dislipidemia na 
infância, não existe consenso para determinar dislipidemia nesse período. Em diversos 
países utiliza-se a referência do National Heart, Lung and Blood Institute (NHLBI), parâmetro 
também usado no Brasil, associado aos valores recomendados pela V Diretriz brasileira 
de dislipidemia e prevenção da aterosclerose, da Sociedade Brasileira de Cardiologia 
(2013).
Você Sabia?
Que o nutricionista tem regulação para solicitação dos exames 
laboratoriais? Compreendendo que os exames laboratoriais são 
complementares para o acompanhamento do estado nutricional, 
a Lei Federal n°. 8.234, de 17 de setembro de 1991, art. 4°, inciso VIII, 
regulamenta essa prática. Que legal, não é? No entanto, mesmo com 
essa regulamentação alguns planos e seguros de assistência à saúde 
recusam as solicitações feitas por nutricionistas. É preciso verificar antes 
de qualquer atendimento quais os planos e locais que aceitam a guia 
de solicitação de exames carimbada por um nutricionista a fim de evitar 
constrangimentos.
35
Indicadores Nutricionais Exames Laboratoriais Capitulo	3
Os valores de referência para crianças e adolescente estão descritos no Quadro 9.
Saiba Mais
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a leitura do artigo a 
seguir. Para acessar, clique aqui. Segundo a Sociedade Brasileira de 
Cardiologia (2013), a determinação do perfil lipídico deve ser realizada 
quando: avós, pais, irmãos e primos de primeiro grau apresentam 
dislipidemia, principalmente grave ou manifestação de aterosclerose 
prematura; há clínica de dislipidemia; tenham outros fatores de risco; 
há acometimento por outras doenças, como hipotireoidismo, síndrome 
nefrótica, imunodeficiência etc.; há utilização de contraceptivos, 
imunossupressores, corticoides, antirretrovirais e outras drogas que 
possam induzir a elevação do colesterol.
QUADRO 9
Valores de referência 
do perfil lipídico (de 2 
a 19 anos)
FONTE
Adaptada de 
Sociedade Brasileira 
de Cardiologia (2017).
36
Indicadores Nutricionais Exames Laboratoriais Capitulo	3
Níveis Glicêmicos
A avaliação laboratorial dos níveis glicêmicos é um dos parâmetros mais úteis e 
acessíveis na rotina de atendimento nutricional em ambulatório. Devido à elevada taxa 
de sobrepeso/obesidade que vem acometendo crianças e adolescentes é comum 
verificarmos, durante atendimento nutricional, sinais e sintomas sugestivos de alterações 
de parâmetros relacionados à resistência insulínica, à hiperglicemia e até mesmo ao 
diabetes mellitus (DM). No Quadro 10, estão descritos os valores de referência para os 
níveis glicêmicos.
Exames Laboratoriais para Identificação de Anemia Ferropriva
A anemia ferropriva apresenta alta prevalência no Brasil mesmo havendo medidas 
profiláticas e educativas. Como a infância é uma das fases da vida com maior 
susceptibilidade de desenvolver anemia ferropriva, é de extrema importância avaliar 
parâmetros que os evidenciam para diagnóstico e tratamento adequados, a fim de 
FIGURA 1
Carteira de trabalho
FONTE
Freepik
QUADRO 10
Critérios de laboratoriais para diagnóstico do DM
FONTE
Sociedade Brasileira de Diabetes (2017).
37
Indicadores Nutricionais Exames Laboratoriais Capitulo	3
minimizar as alterações resultantes dessa doença no crescimento e desenvolvimento 
dessa população.
 
Antes de ocorrer as manifestações clínicas da anemia ferropriva o indivíduo pode já 
estar apresentando alterações laboratoriais que são assintomáticas, a exemplo da 
depleção e a deficiência de ferro.
• Depleção de ferro: é a diminuição dos depósitos de ferro no fígado, baço e medula 
óssea. Para avaliar a depleção são utilizados os valores de ferritina sérica. Como 
indicativo de depleção temos:
Crianças menores de 5 anos: valores inferiores a 12 µg/L.
Crianças e adolescente de 5 a 12 anos: valores inferiores a 15 µg/L.
• Deficiência de ferro: é a diminuição do ferro sérico (ferro circulante no nosso sangue), 
aumento da transferrina e diminuição da saturação de transferrina. É considerada 
deficiência quando o ferro sérico se encontra menor que30mg/dl.
Nota
A transferrina é a proteína responsável por se ligar ao ferro e realizar o seu 
transporte pelo corpo. Se há aumento dessa proteína, entende-se que 
existe pouco ferro se ligando à transferrina e pouco ferro sendo distribuído 
pelo corpo. Já a saturação de transferrina corresponde ao percentual 
de transferrina que está ocupada pelo ferro. A anemia ferropriva ocorre 
após depleção e deficiência de ferro, estando relacionada a alterações 
no hemograma: diminuição da hemoglobina e hematócritos e alterações 
hematimétricas.
38
Indicadores Nutricionais Exames Laboratoriais Capitulo	3
Proteínas
Algumas proteínas séricas podem ser utilizadas na avaliação da condição nutricional. 
Antes de você conhecer os valores de referência de algumas proteínas séricas é 
importante saber que estas sofrem alterações em algumas condições clínicas e que 
conhecer o tempo de meia-vida de cada uma delas será essencial para você fazer a 
melhor interpretação possível dessas proteínas.
Veja a descrição das condições clínicas que causam alterações dos resultados, tempo 
de meia-vida e valores de referência.
• Albumina: é uma proteína sintetizada pelo fígado. Encontra-se reduzida na fase 
aguda no processo inflamatório, em disfunções renais e hepáticas e enteropatias 
perdedora de proteína, sendo alterada pela hidratação.
Meia-vida: 18 a 20 dias.
FIGURA 1
Carteira de trabalho
FONTE
Freepik
QUADRO 11
Pontos de corte para diagnóstico de anemia
FONTE
Adaptado de OMS (2017).
Saiba Mais
Quer se aprofundar neste tema? Confira a seguinte fonte de consulta. 
Para acessar, clique aqui. 
39
Indicadores Nutricionais Exames Laboratoriais Capitulo	3
Valores normais: 1 a 3 meses: 3 a 4,2 g/dL.
3 a 12 meses: 2,7 a 5 g/dL.
1 ano: 3,2 a 5 g/dL.
• Pré-albumina: tem papel fundamental no transporte dos hormônios tireoidianos. 
Encontra-se reduzida nas doenças hepáticas, fibrose cística, hipertireoidismo, 
infecções e traumas.
Meia-vida: 2 a 3 dias.
Valor de referência: 20 a 50 mg/dL.
• Transferrina: também é uma proteína hepática. É responsável por se ligar ao ferro, 
mas também se liga a outros micronutrientes, como zinco, cobre, vanádio e cromo. É 
alterada pela hidratação, sofre redução no processo inflamatório agudo e disfunção 
hepática, no entanto, encontra-se elevada na deficiência de ferro.
Meia-vida: 8 a 9 dias.
Valor de referência: 180 a 260 mg/dL.
• Proteína transportadora de retinol: como o próprio nome já diz, é uma proteína 
responsável pelo transporte de retinol (vitamina A). Encontra-se reduzida nas doenças 
hepáticas, deficiência de zinco e vitamina A; e elevada nas doenças renais. Também 
é uma proteína de fase aguda, sofrendo redução nos processos inflamatórios.
Meia-vida: 12 horas.
Valor de referência: 30 a 40 ug/dL.
40
Indicadores Nutricionais Exames Laboratoriais Capitulo	3
Resumindo
E então? Aprendeu tudo sobre os exames laboratoriais? Agora, só para 
termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo 
deste Capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você aprendeu que os 
achados laboratoriais podem evidenciar situações clínicas e nutricionais 
que ainda não podem ser percebidas na semiologia nutricional, além 
de serem utilizadas para concluir o diagnóstico nutricional baseado em 
sinais e sintomas clínicos. Os exames laboratoriais abordados incluíram 
o perfil lipídico com descrição dos parâmetros utilizados e valores de 
referência; perfil glicêmico, sendo descrito os parâmetros utilizados 
pela Sociedade Brasileira de Diabetes e as classificações que incluem 
glicemia de jejum alterada, pré-diabetes e diagnóstico de diabetes; 
além dos exames solicitados para avaliar depleção de ferro, deficiência 
de ferro e anemia ferropriva. Além disso, viu quais são as proteínas 
séricas mais utilizadas para avaliar estado nutricional, o tempo de meia- 
vida de cada uma dessas proteínas e as possíveis situações clínicas que 
causam alterações dos resultados laboratoriais dessas proteínas.1
41
@faculdadelibano_
4
Outros Indicadores 
Nutricionais
42
Indicadores Nutricionais Capitulo	4
Outros Indicadores 
Nutricionais
A avaliação do consumo alimentar é de extrema importância para completar o 
diagnóstico nutricional da criança e do adolescente. Conhecendo os inquéritos 
alimentares você poderá identificar a ingestão qualitativa e/ou quantitativa do indivíduo 
ou de uma população.
Esses parâmetros auxiliarão você, futuro nutricionista, na prescrição dietética, na 
estratégia nutricional que deverá ser adotada em uma população, direcionam as 
atividades de educação alimentar, além de serem utilizados para identificar indivíduos 
ou grupos em risco nutricional, o que chamamos de “vigilância alimentar”. Apesar 
da utilidade dos inquéritos alimentares, temos que estar cientes que nenhuma das 
ferramentas é capaz de apresentar os dados coletado sem erros. 
De modo a minimizar os erros desses instrumentos é necessário ter um avaliador treinado, 
bem como conhecer bem as vantagens e desvantagens dos inquéritos alimentares, o 
que possibilitará a escolha do método mais adequado para cada situação. Além os 
Objetivos
Conhecer outros indicadores nutricionais possibilitará a você, futuro 
nutricionista, a identificar o padrão de consumo alimentar dessa 
população, além de avaliar e associar os sinais e sintomas encontrados 
a possíveis deficiências ou excesso de alguns macros e micronutrientes. 
Imagine só você poder avaliar o padrão de consumo alimentar e fazer 
intervenções caso seja necessário, a fim de melhorar o padrão alimentar 
do indivíduo ou da população, além de ser capaz de identificar alterações 
no exame físico que evidenciam distúrbios nutricionais? E então? Não é 
interessante e importante desenvolver estas competências? Vamos lá. 
Avante!
43
Indicadores Nutricionais Outros Indicadores Nutricionais Capitulo	4
inquéritos, nesse módulo serão abordados os achados do exame físico, conhecido 
também como “semiologia nutricional”, o que lhe auxiliará na conclusão do estado 
nutricional, além de confirmar queixas da anamnese, resultados evidenciados pela 
antropometria e análise dos exames laboratoriais.
 
Inquéritos Alimentares
 
Em se tratando de crianças e adolescentes é importante saber que as informações 
coletadas na anamnese alimentar nem sempre serão fornecidas por eles. Os dados 
coletados de crianças menores de 7 anos, em sua maior partem são fornecidos pelos 
pais ou responsáveis. 
Após essa idade as informações podem ser fornecidas pelas próprias crianças e 
adolescentes. Caso os dados coletados estiverem incompletos ou incompreensíveis 
pode-se solicitar aos pais ou responsáveis informações complementares.
Para a escolha do inquérito alimentar que melhor se aplica à situação do paciente é 
necessário conhecer algumas vantagens e desvantagens desses métodos.
Nota
Em relação à temporalidade, os inquéritos são divididos em prospectivos 
e retrospectivos. Os métodos prospectivos coletam informações recentes 
que refletem a dieta atual. Como exemplo para caracterizar esses 
métodos temos o recordatório de 24 horas, o registro alimentar diário, 
a pesagem direta e o orçamento familiar. Os métodos retrospectivos 
refletem tanto o consumo alimentar de um passado imediato quanto 
o consumo alimentar de um passado a longo prazo. Exemplificando 
esses métodos temos a frequência alimentar, a história dietética e os 
recordatório periódicos de 24 horas.
44
Indicadores Nutricionais Outros Indicadores Nutricionais Capitulo	4
Recordatório de 24 horas
É um dos inquéritos mais utilizados na prática clínica consiste em coletar os dados 
referentes à alimentação no dia anterior, das últimas 24 horas. Nessa coleta é necessário 
que o entrevistador colete todos os alimentos, incluindo as bebidas consumidas nesse 
período.
As medidas, geralmente, são mencionadas pelo entrevistado em medidas caseiras 
(exemplo: 1 xícara de chá equivale a 250 ml). Cabe ao entrevistador encontrar a forma 
mais clara de comunicação a fim de coletar os dados de formamais detalhada possível, 
tendo o cuidado de não fazer indução nas respostas.
Entre os pontos positivos temos: baixo custo, fácil e rápida aplicação, podendo ser 
usado em várias faixas etárias, incluindo crianças e adolescentes. Além disso, os dados 
podem ser coletados em pacientes analfabetos, já que o questionário é preenchido 
pelo entrevistador; não influencia na ingestão habitual do indivíduo, pois se trata de 
relatos do dia anterior; os dados coletados podem ser usados para estimar ingestão 
de calorias e nutrientes (o nutricionista pode utilizar um software específico para fazer 
esses cálculos). Caso esse método seja realizado várias vezes em períodos diferentes 
ele fornecerá uma estimativa da ingestão habitual do entrevistado.
Parece ser uma ferramenta perfeita, não é? Mas, tenha calma! Todos os métodos têm 
limitações e com o recordatório de 24 horas não é diferente. Entre as limitações no 
uso desse questionário destacam-se: o entrevistador deverá ser treinado para evitar 
induções e coletar o máximo de informações possíveis; além disso, mesmo que o 
entrevistador esteja preparado o recordatório depende da memória do entrevistado; e 
a coleta de dados não reflete diferenças entre os dias da semana, então, o dia anterior 
à consulta pode ter sido um dia atípico.
Fique atento às consultas nas segundas-feiras, pois o dia anterior foi um domingo, dia 
que geralmente as pessoas exageram na alimentação; bem como às terças-feiras, pois 
segunda-feira, geralmente, é considerado o dia da dieta.
Ainda sobre as limitações do recordatório de 24 horas, muitas pessoas têm dificuldade 
de estimar o tamanho das porções e omitem as bebidas e os lanches que realizam 
entre as grandes refeições (café da manhã, almoço e jantar).
45
Indicadores Nutricionais Outros Indicadores Nutricionais Capitulo	4
Registro Alimentar
 
Nesse método de inquérito alimentar é necessário o registro com o máximo de detalhes 
(inclui tipo de preparação, ingredientes, marca do produto, porção em medidas caseira e 
registro do horário das refeições) de todos os alimentos e bebidas que foram consumidos 
em um intervalo de tempo determinado. A recomendação é realizar o registro alimentar 
no período de 3 a 7 dias, realizando as anotações em dias alternados.
Além dessa forma de registro, existe a variação desse método, que é o registro alimentar 
por pesagem, isso significa que todos os alimentos e bebidas devem ser pesados, 
incluindo a sobra deles. Essa variação exige a utilização de uma balança calibrada.
Apesar de mais precisa, é pouco utilizada na prática clínica porque requer a aquisição 
de um equipamento, a balança, bem como treinamento. Entre os pontos positivos 
destacam-se: não depende da memória do entrevistado, isso minimiza possíveis 
omissões sobre o que consumiu anteriormente; e possibilita uma maior precisão 
quantitativa dos alimentos, isso facilita a realização dos cálculos de calorias e nutrientes 
de forma mais precisa, como as informações ficam anotadas é mais fácil identificar as 
preparações, tipos de alimentos e os intervalos entre as refeições.
Bem legal esse instrumento, mas vamos conhecer as suas limitações? Sendo um registro 
que requer anotações é impossível utilizar esse inquérito alimentar com indivíduos 
analfabetos. Além disso, para preencher as planilhas é necessário tempo disponível, já 
que ela envolve várias informações. Outro ponto limitante para o registro alimentar é 
que após a consulta e as orientações, as anotações podem sofrer modificações e não 
registrar o consumo habitual anterior à consulta.
Questionário de Consumo Alimentar
Esse inquérito alimentar estima o consumo habitual de alimentos ou se determinado 
grupo alimentar foi ingerido durante um período estabelecido, que pode ser dia, semana 
ou mês. É elaborado com dois componentes: uma lista de alimentos e um espaço para 
preencher com a frequência de consumo do alimento ou grupo alimentar.
Tem entre as vantagens ser uma ferramenta simples e de fácil aplicação, o que não 
46
Indicadores Nutricionais Outros Indicadores Nutricionais Capitulo	4
exige muito treinamento do entrevistador, podendo ser autoaplicável, de forma a gerar 
resultados padronizados, o que possibilita a utilização de suas pesquisas epidemiológicas.
Falando de algumas limitações, assim como o recordatório de 24 horas, o questionário de 
consumo alimentar depende da memória do entrevistado. Caso esse questionário seja 
aplicado pelo próprio paciente, é necessário que este seja alfabetizado. Os questionários 
devem ter itens limitados para serem interrogados a fim de evitar cansaço e indução 
nas respostas.
Apesar de não haver padronização no questionário de frequência do consumo alimentar 
para crianças, essa ferramenta pode ser utilizada para avaliar o consumo de alguns 
grupos alimentares, de forma a relacioná-los com o surgimento de algumas doenças, 
um bom exemplo é aplicar o questionário em uma população que apresenta sobrepeso 
e obesidade com perguntas direcionadas ao consumo de alimentos ultraprocessados, 
bebidas açucaradas, gorduras saturadas, entre outras informações que possam 
justificar o desenvolvimento da doença em questão.
Com relação aos outros inquéritos alimentares, na literatura existem algumas 
recomendações específicas relacionadas à cada faixa etária. Com lactentes em 
aleitamento exclusivo, basta avaliar o número de mamadas, as trocas de fraldas por 
diurese e por dejeções, monitorar cor e quantidade destas, bem como se o ganho 
de peso está satisfatório para a sua idade. Quando o lactente está em alimentação 
complementar e/ou aleitamento misto, o que deverá ser contabilizado como calorias 
e nutrientes são os alimentos ofertados além do leite materno; nesse caso não 
contabilizamos o que foi consumido por meio do leite materno. 
Caso o lactente esteja utilizando fórmula láctea ou leite de outra espécie é importante 
saber da diluição, da oferta de água, do modo de armazenamento e se há adição de 
farináceos ou outros preparados. O método que deverá ser utilizado é o recordatório de 
24 horas ou dia alimentar habitual.
 
Em se tratando de pré-escolares deve-se realizar o recordatório de 24 horas ou dia 
alimentar habitual associado ao registro alimentar de, pelo menos, 3 dias. Nesse registro 
alimentar é possível avaliar variações no consumo alimentar que são comuns nessa 
faixa etária. Avaliar dias da semana e dias do final de semana trará dados mais reais da 
alimentação dessa criança, já que é muito comum o apetite variar muito nessa etapa 
da vida.
47
Indicadores Nutricionais Outros Indicadores Nutricionais Capitulo	4
Crianças em fase escolar, maiores de 7 anos, já podem responder alguns inquéritos, e 
é recomendado utilizar o dia alimentar habitual. Durante a aplicação desse inquérito 
é possível observar, além do consumo alimentar, o estilo de vida da criança. Cabe ao 
nutricionista, no momento de aplicar o inquérito alimentar, optar entre o recordatório 
de 24 horas ou a ingestão habitual, vai depender de como será a abordagem com a 
criança. 
Por meio da utilização dos inquéritos alimentares podemos observar, além do consumo 
alimentar da criança e do adolescente, o grau de autonomia que ele tem para se 
alimentar, como as refeições são feitas, se há refeições que são realizadas em família, 
se há utilização de algum equipamento multimídia (exemplo: televisão, computador, 
celular, tablet) e observar o comportamento dos pais e/ou responsáveis durante as 
refeições.
Exame Físico
O exame físico é realizado de forma geral e específica. Já que é uma avaliação geral, 
inclui os achados clínicos e antropométricos; e o específico requer uma avaliação mais 
minuciosa, que inclui o registro da avaliação de todas as partes do corpo, que se inicia 
no cabelo e termina na região plantar.
Vale destacar que na adolescência é necessário avaliar a maturação sexual, que inclui 
desenvolvimento das mamas, pelos pubianos e genitália. Essa avaliação pode ser 
realizada com o auxílio da escala de Tanner, que é baseadana avaliação do adolescente 
sobre o seu corpo.
É importante começar o registro com a impressão do estado geral, e isso inclui a 
percepção do indivíduo sobre a sua condição, além da percepção do entrevistador.
Em crianças e adolescente são observadas alterações no exame físico que estão 
relacionadas a distúrbios nutricionais. Para tanto, devemos estar mais atentos a essas 
condições clínicas e aos seus sinais e sintomas a fim de promover recuperação ou 
melhora do estado nutricional de forma rápida e eficaz, de forma a minimizar os danos 
no seu crescimento e desenvolvimento.
48
Indicadores Nutricionais Outros Indicadores Nutricionais Capitulo	4
Desnutrição Grave
É uma doença que pode ser identificada na avaliação antropométrica e laboratorial. No 
entanto, com o exame físico podemos avaliar características específicas entre as duas 
condições.
Obesidade
A obesidade é uma doença crônica que resulta do acúmulo excessivo de gordura 
corporal, resultado de fatores que englobam fatores endócrinos, psicológicos e externos 
(alimentação, estilo de vida, prática de atividade física, etc.).
Em adultos, basta utilizar o IMC para sua classificação, porém em crianças e adolescentes 
o IMC sofre alterações devido ao crescimento e desenvolvimento acelerado dessas 
fases de vida, o que torna necessário avaliar o IMC em relação à sua idade.
QUADRO 12
Características 
entre os tipos 
de desnutrição 
grave
FONTE
Adaptado de 
Sociedade 
Brasileira de 
Pediatria (2009).
49
Indicadores Nutricionais Outros Indicadores Nutricionais Capitulo	4
Além do IMC, é importante verificar a circunferência abdominal, pois ela está 
relacionada à obesidade central e ao risco de doenças cardiovasculares. Atentar para 
a hepatomegalia, sinal sugestivo relacionado à esteatoepatite não alcóolica. 
Observar manchas na pele, principalmente na região do pescoço, axilas, região 
inframamária e superfícies flexoras dos membros: essas manchas são sinais clássico 
de Acanthosis nigricans. Verificar a presença de pelos com crescimento de padrão 
masculino em pacientes do sexo feminino, a exemplo de pelos no rosto e nas costas: 
esses sinais estão relacionados ao hirsutismo. Tanto a Acanthosis nigricans como o 
hirsutismo estão relacionados à resistência insulínica.
Nota
A Acanthosis nigricans é uma condição dermatológica caracterizada 
por espessamento, hiperpigmentação e acentuação das linhas da pele, 
gerando aspecto grosseiro e aveludado no local afetado. É comum 
crianças e adolescentes com obesidade apresentarem edema e dor 
nas articulações, desvios na coluna vertebral e alterações de marcha.
Saiba Mais
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a leitura das Diretrizes 
brasileiras de obesidade. Para acessar, clique aqui. .
Hipovitaminose A
A hipovitaminose A é um problema de saúde pública no Brasil que acomete, 
principalmente, crianças na fase pré-escolar. As causas que justificam esses dados 
são baseadas na falta de amamentação ou desmame precoce (antes dos 6 meses) 
e alimentação infantil desequilibrada com baixa ingestão de gorduras. A vitamina A é 
lipossolúvel, sendo necessários lipídios para a sua absorção, além da baixa ingestão 
50
Indicadores Nutricionais Outros Indicadores Nutricionais Capitulo	4
desse micronutriente. A sua deficiência afeta as estruturas epiteliais de diversos órgãos, 
destacando alterações nos olhos e na visão. Por ser uma vitamina antioxidante, é comum 
a redução das respostas imunológicas.
Ao exame físico devemos estar atentos, principalmente, às alterações de crescimento, 
maior predisposição a infecções, alterações cutâneas e alterações oculares. Nas 
alterações cutâneas podemos encontrar pele seca com aspecto escamoso, conhecida 
como xerose; e pele áspera e acúmulo de células descamadas, o que chamamos de 
hiperceratose folicular.
Já as alterações oculares são divididas em seis estágios, que ocorrem de forma 
progressiva.
• A primeira alteração é a nictalopia, conhecida como cegueira noturna. É caracterizada 
como redução da acuidade visual em ambientes pouco iluminados. Esse sintoma é 
de difícil percepção por crianças menores de 7 anos, o que dificulta o seu tratamento 
nas crianças dessa faixa etária.
• A segunda alteração é a xerose conjuntival, caracterizada pela perda de brilho e 
umidade da conjuntiva; os reflexos luminosos se tornam difusos e de baixa intensidade.
• A terceira alteração são as manchas de Bitot, placas com coloração acinzentada 
de aparência espumosa que, geralmente, acometem a região nasal da conjuntiva 
ocular.
• A quarta alteração corresponde à xerose corneal, momento em que a córnea se 
encontra seca e sem brilho, apresentando aspecto granular.
• A quinta alteração é a ulceração de córnea, resultado da xerose corneal, que gera a 
destruição do epitélio e estroma corneal, podendo haver perfuração.
• O último estágio é a queratomalácia, que é o resultado progressivo da ulceração 
da córnea, gerando destruição do globo ocular e, consequentemente, cegueira 
irreversível.
Saiba Mais
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos a leitura da matéria a 
seguir. Para acessar, clique aqui. 
51
Indicadores Nutricionais Outros Indicadores Nutricionais Capitulo	4
Anemia Ferropriva
É uma doença com alta prevalência na nossa população, antes de surgir a doença 
ocorrem estágios anteriores, que podem ser assintomáticos, assim como a deficiência 
de ferro e a depleção de ferro, o que dificulta a sua investigação no exame físico.
Alguns sinais e sintomas são comuns em indivíduos anêmicos como: apatia, astenia 
e mucosas e pele hipocrômica. Verificar a ocorrência de processos infecciosos de 
repetição, visto que esse sintoma pode estar associado a um comprometimento 
do sistema imune. Ainda devemos estar atentos ao padrão de crescimento peso/
estatura e ao desenvolvimento neuropsicomotor. A anemia ferropriva pode resultar em 
comprometimento do desenvolvimento motor e da coordenação. Além disso, devem 
ser analisados os sinais de fadiga, insegurança e grau de atenção durante a avaliação 
nutricional.
Resumindo
E então? Estamos finalizando mais um módulo e, nesse último Capítulo 
você conheceu os inquéritos alimentares e a semiologia aplicada à 
nutrição de crianças e adolescentes. Entre os inquéritos aprendidos 
você pôde conhecer quais os inquéritos são utilizados por faixa etária, 
sua classificação quanto à temporalidade e seus pontos positivos 
e limitantes. Essas competências lhe auxiliarão na escolha do melhor 
método a ser aplicado. Além dos inquéritos, você aprendeu sobre os 
principais sinais e sintomas associados às doenças e condições clínicas 
que mais se relacionam com o estado nutricional. Antes de concluirmos 
esse Capítulo sobre avaliação nutricional, é importante lembrar que 
você aprendeu os principais parâmetros antropométricos utilizados em 
crianças e adolescentes, as curvas de crescimento da OMS, a avaliação 
laboratorial, a semiologia nutricional e os inquéritos alimentares. Para 
concluir o diagnóstico nutricional é imprescindível analisar as diversas 
ferramentas utilizadas na avaliação nutricional, além de associar os 
achados clínicos à condição socioeconômica, cultural e regional do 
indivíduo. Agora, é só praticar bastante tudo que vimos até aqui e se 
tornar um expert em avaliação nutricional.
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Indicadores Nutricionais
Referências
BRASIL. Lei Federal n°. 8.234, de 17 de setembro de 1991. Regulamenta a profissão de 
nutricionista e determina outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1991.
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Básica. Orientações para a coleta e análise de dados antropométricos em serviços de 
saúde: norma técnica do sistema de vigilância alimentar e nutricional – Sisvan.Brasília: 
Ministério da Saúde, 2011.
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Básica. Manual de condutas gerais do programa nacional de suplementação de 
vitamina A. Brasília: Ministério da Saúde, 2013b.
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Básica. Programa nacional de suplementação de ferro: manual de condutas gerais. 
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