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TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 019.634/2023-4 
 
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GRUPO I – CLASSE VII – Plenário 
TC 019.634/2023-4 
Natureza: Denúncia 
Unidade: Hospital Geral do Rio de Janeiro (HGeRJ) 
Denunciante: Identidade preservada 
Interessado: M3 Manutenção e Montagens Ltda. 
 
SUMÁRIO: DENÚNCIA. HGERJ. PREGÃO. MANUTENÇÃO 
PREDIAL. REPETIÇÃO DE IMPROPRIEDADES APONTADAS 
PELO ACÓRDÃO 2.659/2022 – PLENÁRIO. CONCESSÃO DE 
MEDIDA CAUTELAR. OITIVAS E DILIGÊNCIAS. 
CONFIRMAÇÃO DA EXISTÊNCIA DE IRREGULARIDADES. 
PRESERVAÇÃO DA COMPETITIVIDADE DO CERTAME. 
ECONOMICIDADE DA NOVA CONTRATAÇÃO. 
REVOGAÇÃO DA CAUTELAR. OITIVA DA UNIDADE 
VISANDO À CONSTRUÇÃO PARTICIPATIVA DE 
DELIBERAÇÃO. CIÊNCIA. 
 
RELATÓRIO 
 
 Trata-se de denúncia acerca de irregularidades ocorridas no Pregão 69/2022, promovido pelo 
Hospital Geral do Rio de Janeiro (HGeRJ), vinculado ao Comando do Exército, para a contratação de 
serviços de manutenção predial. 
2. Reproduzo, a seguir, a instrução elaborada pela Unidade de Auditoria Especializada em 
Contratações (AudContratações) que analisou os argumentos apresentados após a oitiva da unidade 
jurisdicionada, bem como as informações encaminhadas em atendimento às diligências realizadas: 
 
 “O denunciante alega, em suma, que: 
 a) o edital do PE 50/2021, conduzido pela Base Administrativa do Complexo de Saúde do Rio 
de Janeiro, e o contrato dele resultante (Contrato 1/2022), firmado com a empresa M3 Manutenção 
e montagens Ltda., foram examinados pelo Tribunal de Contas da União (TC 004.520/2022-0), 
tendo sido identificadas diversas irregularidades que resultaram na determinação quanto à não 
prorrogação do ajuste (peça 1, pp. 1-3); 
 b) o valor estimado no PE 69/2022, cujo objeto é o mesmo do PE 50/2021, é inferior ao valor 
pactuado no Contrato 1/2022 (resultante do PE 50/2021), o que sugere que houve sobrepreço no 
ajuste firmado em 2021 (peça 1, p. 5); 
 c) o edital do PE 69/2022 prevê que não é necessário comprovar a aquisição de insumos por 
meio de nota fiscal (peça 1, p. 5); 
 d) a regra contida no edital quanto à possibilidade de a licitante informar que não fará a visita 
técnica, três dias antes da data prevista para a realização da sessão pública, permite que ocorra 
conluio entre as licitantes, eis que o contratante terá conhecimento antecipado das participantes da 
disputa (peça 1, p. 5); 
 e) o edital prevê a atuação de engenheiro sênior, porém, não esclarece que especialidade da 
engenharia seria essa, acrescentando que seria suficiente que a contratada disponibilizasse um 
engenheiro civil para a supervisão dos serviços a serem prestados (peça 1, p. 8); 
 f) é indevida a exigência quanto ao registro no Crea nos ramos de Telecomunicações, Química 
e Segurança do Trabalho, na forma do item 26.1.1.1 do Termo de Referência (peça 1, pp. 7-9); 
 g) a exigência quanto ao registro no Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro e na Rioluz/GEM 
é indevida e deve ser justificada (peça 1, pp. 9-11); 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 019.634/2023-4 
 
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 h) é indevida a exigência de demonstração de experiência anterior na manutenção de prédios 
tombados ou históricos; 
 i) é indevida a exigência de comprovação de experiência anterior em serviços de manutenção 
de Central de Telecomunicações, uma vez que não está prevista a disponibilização de um 
engenheiro de telecomunicações (peça 1, pp. 11-13); 
 j) é indevida a exigência de gerenciamento de conta de energia elétrica, eis que tal encargo é 
do funcionário do HGeRJ e não da empresa contratada para a prestação de serviços de 
manutenção predial (peça 1, p. 13); 
 k) é descabida a exigência de experiência anterior na limpeza de fossas com utilização de 
equipamento de jato d’água de alta pressão e equipamento de sucção, eis que o HGeRJ está ligado 
à rede de esgotos e, aparentemente, não há fossas sépticas a serem higienizadas, e, adicionalmente, 
se trata de serviço de baixa complexidade, que pode ser realizado por uma empresa subcontratada 
(peça 1, p. 13); 
 l) é indevida a exigência de implementação e/ou operação de Sistema de Gerenciamento de 
Manutenção (SGM), que contemplem, no mínimo, três índices de Classe Mundial de Manutenção, 
questionando a necessidade de experiência no mencionado sistema, que é produto existente no 
mercado (peça 1, p. 13); 
 m) é indevida a exigência de experiência em manutenção em sistemas de ar-condicionado 
central para áreas limpas classe 10.000 (ISO Classe 4), eis que seria suficiente a comprovação de 
experiência em ambientes com áreas críticas, não necessariamente ISO Classe 4 (peça 1, p. 14); 
 n) o edital repetiu as exigências quanto à experiência na manutenção de equipamentos 
frigorígenos com temperatura de trabalho de -20° C, de coifas com filtros inerciais e em câmera 
mortuária, que haviam sido consideradas descabidas no âmbito do TC 004.520/2022-0 (peça 1, p. 
15); 
 o) é indevida a exigência de experiência na manutenção de gases medicinais, inclusive em suas 
centrais, com oxigênio, ar comprimido, vácuo e óxido nitroso, uma vez que, normalmente, a 
Central de Oxigênio é contratada com fornecedor, por exemplo a White Martins, Liquid Air e 
outras, que instalam suas centrais e respondem pela sua manutenção. Da mesma forma, há 
empresas que instalam centrais de ar comprimido; vácuo e óxido nitroso mediante contratos 
próprios. Assim, a menos que seja comprovada a inexistência de empresas responsáveis pelas 
centrais, a exigência é descabida (peça 1, p. 15); 
 p) é descabida a exigência de comprovação de experiência em serviços de inspeção interna 
não destrutiva em rede de esgoto sanitário e/ ou águas pluviais por meio de imagem, eis que tal 
serviço é realizado por firma especializada e pode ser subcontratado, tal como a limpeza de fossas 
(peça 1, p. 15); e 
 q) não foi anexada, ao edital do certame, planilha de custos com serviços unitários (peça 1, p. 
18). 
 2. Na instrução inicial (peça 15), após a análise empreendida, decidiu-se pelo conhecimento 
da denúncia, pelo deferimento da concessão da medida cautelar pleiteada e pela necessidade de 
realização de oitivas e diligências à unidade jurisdicionada, com o que anuiu o Ministro-Relator 
(peça 17). Foi prolatado o Acórdão 1.489/2023 – Plenário (peça 18) para referendar a medida 
cautelar e as oitivas e diligências adotadas pelo Relator. 
 3. Promovidas as oitivas e diligência quanto às alegações do denunciante e demais questões 
levantadas por esta unidade técnica, passa-se a analisar as respostas apresentadas, tópico a 
tópico, conforme transcrição/contextualização a seguir. 
 E. EXAME TÉCNICO 
 Item ‘a’ da oitiva: falta de publicação, junto com o edital da licitação, da planilha com os 
custos unitários da mão de obra, dos materiais e dos demais elementos da contratação, em 
desconformidade com o art. 7º, § 2º, e o art. 40, § 2º, ambos da Lei 8.666/1993, e com o art. 3º, 
inciso XI, item 2, do Decreto 10.024/2019. 
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 Manifestação da Unidade Jurisdicionada sobre os indícios de irregularidades (peça 45, pp. 5-
8): 
 a) o valor jurídico buscado pelo Tribunal ao exigir a publicação da planilha com os custos 
unitários é a isonomia, a possibilidade de que todos os licitantes apresentem suas propostas 
fundados nas mesmas premissas, sem assimetria de informação; 
 b) é certo que o art. 3º, inciso XI, item 2, do Decreto 10.024/2019, prevê que o termo de 
referência deve conter ‘o valor estimado do objeto da licitação demonstrado em planilhas, de 
acordo com o preço de mercado’. Embora se reconheça o equívoco que culminou com a falta do 
cumprimento literal dessa disposição e da ausência da publicação das planilhas, juntamente com o 
termo de referência, afirma-se que os valores jurídicos pretendidos pela norma foram preservados; 
 c) assimpode visar o 
conhecimento prévio dos licitantes, facilitando o conluio e o direcionamento do certame. Assim, 
diante do exposto, considera-se não acatadas as justificativas da unidade jurisdicionada quanto a 
este item da oitiva. 
 Item ‘h’ da oitiva: exigência, para fins de qualificação técnica, de comprovação de experiência 
em manutenção em prédio histórico e/ou tombado (item 26.1.1.5 do Termo de Referência), 
considerando que, no âmbito do TC 004.520/2022-0, foi registrado que os Decretos 14.741, de 
22/4/1996, e 24.029, de 16/3/2004, ambos da Prefeitura do Rio de Janeiro, indicados pelo HGeRJ 
como fundamentação legal para a exigência, não justificam tal exigência e, ainda, que a 
comprovação da capacidade técnico-operacional, prevista no art. 30, inciso II, da Lei 8.666/1993, 
deve ser limitada, simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto 
a ser contratado, conforme a Súmula-TCU 263, demonstrando, de forma inequívoca, que a 
execução dos serviços em prédios tombados ou históricos envolve complexidade técnica que 
afastaria a capacidade para prestação dos serviços por empresas que somente tenham executado 
esses mesmos serviços em prédios ‘comuns’. 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada sobre os indícios de irregularidades (peça 45, pp. 
11-12): 
 a) o ETP da contratação tratou de justificar a imprescindibilidade do que foi pedido. As razões 
de fundamentação e a demonstração do caráter histórico das edificações se encontram 
adequadamente lançadas naquele estudo, devendo-se destacar que o item 3.2.7.2 do Termo de 
Referência especificamente assinalou, em seu item 1.1.1.1: 
 ‘Edificação histórica, datada de 1914, com a cobertura executada em telhas coloniais, 
constituída de 1 pavimento, abrigando os setores de fisioterapia, incluindo uma piscina 
(desativada) coberta para hidroterapia. (Neste prédio histórico, dentro desta Vila Militar, 
deseja-se manter as características históricas do mesmo).’ 
 b) outrossim, existe em um prédio centenário peculiaridades que somente uma 
empresa/profissional com experiência em bens tombados/históricos poderá perceber; 
 c) a manutenção, conjunto de operações destinadas a manter, principalmente, a edificação em 
bom funcionamento e uso, carece de expertise técnica para identificar e corrigir a tempo fissuras 
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ou rachaduras que possam comprometera estrutura do imóvel, haja vista tratar-se de uma 
construção com mais de 100 anos; 
 d) em decorrência disso, é de suma importância que potenciais indícios, sejam de fissuras, 
rachaduras, infiltrações, não passem despercebidos com pretextos de que ‘é normal’. E, em 
decorrência dessa percepção ‘comum’, ocorrerem acidentes nas áreas hospitalares que causem 
prejuízos irreparáveis. Por isso a importância dessa qualificação, pois esse tipo de ‘detalhe’ não 
seria ignorado por uma empresa com experiência e expertise técnica; 
 e) ademais, esse critério não foi utilizado como desclassificação, e nem para fins de cobrança 
de atestados. Representa, apenas um destaque para qualificação da empresa responsável pela 
descentralização administrativa; 
 f) torna-se importante demonstrar a preocupação desta Administração no tocante à 
responsabilização da presente contratação, pois caso ocorram situações que venham a prejudicar 
a integridade original das instalações atuais do HGeRJ, possivelmente, poderá acarretar críticas 
de terceiros, não pertencentes à administração militar. Com isso, busca-se com a referida 
exigência precaver o juízo de apontamentos que visem garantir a aplicação de ações 
constitucionais, como por exemplo a Ação Popular; 
 g) assim, esta Administração busca priorizar os interesses da Instituição Exército Brasileiro, 
de modo a garantir a integridade cultural e histórica de seus feitos sem deixar de observar a 
concorrência, o julgamento da proposta mais vantajosa e a isonomia. Logo, ao requerer essas 
qualificações, o que se busca é uma empresa capaz de prestar serviço de qualidade e ainda 
preservando a memória e a história do HGeRJ, hospital que há muitos anos cuida e trata da 
família militar com excelência. 
 Análise: 
 57. Apontou-se, na instrução anterior e no TC 004.520/2022-0, que os Decretos 14.741, de 
22/4/1996 (peça 84), e 24.029, de 16/3/2004 (peça 85), ambos da Prefeitura do Rio de Janeiro, 
indicados pelo HGeRJ como fundamentação legal para a exigência, não justificariam a exigência. 
De fato, analisando os decretos mencionados, verifica-se que não consta em seus textos a 
informação relativa ao tombamento do edifício onde se situa a sede do hospital (Av. Duque de 
Caxias, 1551 – Deodoro/RJ), havendo fortes indícios de que o prédio não seja nem mesmo 
tombado. E, em reforço a essa argumentação, é possível visualizar que as justificativas 
apresentadas pela unidade jurisdicionada giram em torno das características históricas do edifício, 
e não do seu suposto tombamento. Não sendo nem mesmo tombado o edifício, não seria legal nem 
mesmo razoável a exigência. 
 58. A unidade jurisdicionada afirma, ainda, que esse critério não teria sido utilizado como 
desclassificação e nem para fins de cobrança de atestados, mas que apenas representaria um 
destaque para qualificação da empresa responsável pelo contrato, o que, sendo verdade, 
caracterizaria um descumprimento do instrumento convocatório, já que o edital coloca a exigência 
como um critério de habilitação. Porém, a afirmação não é verdadeira. Consultando a ata do 
pregão, verifica-se que as empresas Manutec Montagem e Empreendimentos Ltda., primeira 
colocada no certame, e Real Forte Manutenção Predial Ltda., quarta colocada, foram inabilitadas, 
dentre outros motivos, por não terem apresentado atestado de capacidade técnica operacional 
comprovando a execução dos serviços em prédios históricos ou tombados (peça 87, pp. 8-9). 
 59. Não se ignora as peculiaridades e a necessidade de maior cuidado na manutenção de 
prédios históricos, com mais de cem anos de existência. Porém, a exigência de comprovação de 
execução de serviços em prédios históricos como critério de habilitação, por ser medida de 
restrição à competição, exigiria avaliação cuidadosa no sentido de se investigar, dentre outros 
critérios, qual tipo de especialização seria necessária para essa manutenção, quais equipamentos, 
técnicas, metodologias ou materiais especiais seriam necessários, se existem treinamentos 
específicos para isso e, principalmente, quantas e quais empresas estariam aptas a prestar o 
serviço com essa exigência. Nada disso foi levantado. 
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 60. Por fim, importante ressaltar que a unidade jurisdicionada enviou, em resposta à 
diligência, editais anteriores ao do Pregão 50/2021 (peças 35 a 37), relativos à contratação de 
manutenção predial no HGeRJ, e é possível verificar que somente nos dois últimos editais (50/2021 
e 69/2022) essa exigência foi prevista, o que reforça a argumentação anterior pela sua 
desnecessidade e pela conclusão pelo possível direcionamento do certame. Assim, considera-se 
procedente a denúncia quanto a essa questão. 
 Item ‘i’ da oitiva: exigência, para fins de qualificação técnica, de experiência no 
gerenciamento de contas de energia (item 26.1.1.17.C do Termo de Referência), uma vez que 
gerenciar contas de luz e apresentar estudos que permitam a redução do consumo de luz são 
atividades que extrapolam o objeto do PE 69/2022, e considerando, ainda, que a comprovação da 
capacidade técnico-operacional, prevista no art. 30, inciso II, da Lei 8.666/1993, deve ser limitada, 
simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, 
conforme a Súmula-TCU 263. 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionadasobre os indícios de irregularidades (peça 45, p. 17): 
 a) a experiência em gerenciamento de luz abrange a atuação do corpo técnico na análise de 
dados emitidos pela concessionária, a fim de realizar o gerenciamento dos fatores de demanda que 
impactam nos custos elétricos com o intuito de mitigar multas pelo consumo além da faixa 
referencial e proporcionar a efetividade no consumo; 
 b) seu conceito tem como base o uso racional da energia, consistindo na relação entre a 
energia utilizada por aparelhos, equipamentos, máquinas e a energia despendidas por eles. Em 
verdade, pode-se afirmar que a empresa vencedora do certame atenderá o hospital não apenas com 
a manutenção predial, mas também no controle de gasto energético e gerenciamento de luz, 
constituindo pilar fundamental para que a prestação dos serviços não se dê de forma protocolar, e 
que a empresa contratada efetivamente se empenhe na obtenção de resultado de desempenho 
satisfatório no consumo energético; 
 c) em conclusão, o gerenciamento de energia no processo de eficiência energética permite 
mensurar as curvas de consumo que possibilitarão ao gestor a tomada de decisões com base nos 
perfis de consumo, com vistas à maior economicidade para a Administração ao evitar desperdícios, 
conciliado a ações sustentáveis. 
 Item ‘j’ da oitiva: exigência, para fins de qualificação técnica, de experiência na limpeza de 
fossas com utilização de equipamento de jato d’água de alta pressão e equipamento de sucção 
(item 26.1.1.7.D do Termo de Referência), considerando que a comprovação da capacidade 
técnico-operacional, prevista no art. 30, inciso II, da Lei 8.666/1993, deve ser limitada, 
simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, 
conforme a Súmula-TCU 263, e que o edital admite a subcontratação (item 6 do Termo de 
Referência). 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada sobre os indícios de irregularidades (peça 45, p. 17): 
 a) a limpeza de fossas com utilização de equipamentos compreende o sistema completo de 
resíduos e detritos, passíveis de esgotamento, bem como caixas de passagem ou decantação, que 
abarcam todo despejo sanitário, caixas de armazenagem de detritos e gordura, manejo físico-
químico de matéria sólida ou semissólida; 
 b) as denominadas fossas recebem, principalmente em ambiente hospitalar, um volume alto de 
resíduos, podendo ser caracterizados como contaminados ou passíveis de contaminação, motivo 
que demanda um grande cuidado no seu manejo e trato, quando da manutenção preventiva e, 
ocasionalmente, corretiva, cabendo constante monitoramento, manutenção, limpeza e atuação 
técnica, com grau de complexidade médio a elevado a demandar pela estrutura predial, evitando 
impactos negativos que possam ocasionar impossibilidade de atuação da Unidade Hospitalar; 
 c) por conseguinte, assim como em todos os serviços utilitários que lidam com manejo de 
efluentes, é usual haver entupimento em função do volume de resíduos despejados nas 
denominadas fossas. Para evitá-los, o mais indicado são manutenções preventivas através de 
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empresa capacitada, pessoal técnico e maquinário capazes de efetuar avaliação e desobstrução. 
Quando o serviço de manutenção é periódico, garante-se perfeito funcionamento a todo o ramal, 
prevenindo em primeiro plano a paralisação da unidade hospitalar e o mau cheiro. 
 Item ‘k’ da oitiva: exigência, para fins de qualificação técnica, de experiência na 
implementação e/ou operação de Sistema de Gerenciamento de Manutenção (SGM) que contemple, 
no mínimo, três índices de Classe Mundial de Manutenção, considerando que a comprovação da 
capacidade técnico-operacional, prevista no art. 30, inciso II, da Lei 8.666/1993, deve ser limitada, 
simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, 
conforme a Súmula-TCU 263. 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada sobre os indícios de irregularidades (peça 45, pp. 
17-18): 
 a) sobre o Sistema de Gerenciamento de Manutenção (SGM), julga-se incontestável a sua 
implantação e/ou operação para atender à necessidade presente e preponderante de gerir, 
monitorar e controlar as demandas, bem como Ordens de Serviços diversas, proporcionando a 
possibilidade de realização de avaliações compatíveis à medição dos resultados apresentados na 
prestação do serviço; 
 b) na verdade, é esse sistema que permitirá a aferição adequada dos níveis de serviços 
prestados. Considerando a obrigatoriedade citada no Anexo V da IN Seges/MPDG 5/2017, que cita 
que ‘o Instrumento de Medição do Resultado ou seu substituto, quando utilizado, deve ocorrer, 
preferencialmente, por meio de ferramentas informatizadas para verificação do resultado, quanto à 
qualidade e quantidade pactuadas’, entende-se que através do Sistema de Gerenciamento é 
possível propiciar transparência nos resultados, associando a qualificação dos relatórios 
apresentados com os resultados auditados; 
 c) destaca-se que ações de manutenção sempre ocorrem alinhadas a questões financeiras com 
vistas nos custos, desenvolvimento pessoal das equipes, treinamentos específicos em gestão de 
qualidade, produtividade, auditoria e inspeções, além de atuação expressiva na 
detecção/diagnóstico de inconformidades, implementação de estratégias de manutenção contínua e 
aplicação de metodologia sistemática de melhoria dos processos através dos índices de Classe 
Mundial: Tempo Médio Entre Falhas (TMEF); Tempo Médio Para Repara (TMPR); Tempo Médio 
Para Falha (TMPF); Disponibilidade de equipamentos (DISP); Confiabilidade de equipamentos 
(CONF); Custo de Manutenção por Faturamento (CMFT); Custo de Manutenção por Valor de 
Reposição (CMVR); 
 d) resguardando a ampla concorrência e o princípio de legalidade, aponta-se minimamente a 
necessidade de o Sistema de Gerenciamento contemplar no mínimo três índices de Classe Mundial 
de Manutenção, enquadrando assim como cabível exigência de qualificação técnica operacional e 
profissional dos licitantes. 
 Análise: 
 61. As análises das respostas aos itens ‘i’, ‘j’ e ‘k’ da oitiva serão feitas conjuntamente, devido 
a sua similaridade. 
 62. Conforme apontado na fundamentação da oitiva, de acordo com a Lei 8.666/1993 e a 
Súmula-TCU 263, as exigências de comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes 
devem se ater, simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a 
ser contratado. 
 63. As justificativas apresentadas pela unidade jurisdicionada se atêm à relevância técnica, 
não adentrando na análise acerca do possível valor significativo das atividades frente ao valor 
total do contrato. A própria relevância técnica destes itens não foi plenamente esclarecida, a ponto 
de se justificar as exigências de que a empresa contratada possua experiência pretérita 
comprovada nessas atividades, que parecem ser meramente acessórias, por meio de atestados de 
capacidade técnica. 
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 64. Destaque-se as empresas Manutec Montagem e Empreendimentos Ltda. e Real Forte 
Manutenção Predial Ltda. foram inabilitadas, dentre outros motivos, por não atenderem o subitem 
26.1.2.’c’ do termo de referência, do qual esses itens objeto da oitiva fazem parte. Portanto, 
procedente a denúncia quanto a essas irregularidades. 
 Item ‘l’ da oitiva: exigência, para fins de qualificação técnica, de experiência na manutenção 
de sistemas de ar-condicionado central para áreas limpas Classe 1.000 (ISO Classe 4) (item 
26.1.1.7.F do Termo de Referência), considerando que, segundo o representante, o correto seria 
exigir a comprovação de experiência em manutenção de ar-condicionado central em ambientes 
com áreas críticas,não sendo necessariamente ISO Classe 4, em afronta ao previsto no art. 3º, § 
1º, inciso I, da Lei 8.666/1993; 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada sobre os indícios de irregularidades (peça 45, p. 18): 
 a) o sistema de ar-condicionado para áreas limpas tem como objetivo alcançar parâmetros de 
limpeza, temperatura, umidade, pressão e fluxo do ar por meio de controle e monitoramento 
padrão de qualidade necessário à Unidade Hospitalar, ou seja, ambiente sensível e de propícias 
proliferações infectocontagiosas, devido ao alto risco de contaminação. As salas limpas em 
hospitais, principalmente em setores mais críticos como: centros cirúrgicos, CTI, UTI e quartos de 
pacientes especiais, são muito importantes no combate a transmissões de endemias e pandemias; 
 b) em situações extremas e pandêmicas, a manutenção rigorosa e adequada do sistema de ar-
condicionado se torna imprescindível e importante no interior dos hospitais, tendo em vista tratar-
se de ambiente controlado e estéril, evitando a circulação de partículas contaminantes como vírus 
e outros disseminadores respiratórios. Juntamente com os procedimentos triviais de assepsia, 
auxilia na proteção à saúde dos pacientes e profissionais; 
 c) é de clareza meridiana, portanto, a importância da manutenção de um sistema dessa 
natureza no conjunto das ações de manutenção predial. 
 Análise: 
 65. A Unidade Jurisdicionada discorre acerca da importância da manutenção dos sistemas de 
ar condicionado, o que não se questiona. O que foi questionado na oitiva, e não enfrentado na 
resposta do órgão, é a exigência da certificação ISO Classe 4, que tem potencial restritivo, 
merecendo, portanto, justificativas da necessidade de sua exigência. 
 66. Destaque-se as empresas Manutec Montagem e Empreendimentos Ltda. e Real Forte 
Manutenção Predial Ltda. foram inabilitadas, dentre outros motivos, por não atenderem o subitem 
26.1.1.7 do termo de referência, do qual esse item objeto da oitiva faz parte. Assim, mantém-se a 
irregularidade apontada na oitiva. 
 Item ‘m’ da oitiva: exigência de comprovação mínima de três anos na prestação dos serviços 
em manutenção compatível ao objeto, local e tipo de licitação (item 9.11.1.4 do Edital), sem estar 
justificada e embasada em estudos prévios e na experiência pretérita do contratante, de forma a 
demonstrar que tal lapso temporal é indispensável para assegurar a prestação do serviço em 
conformidade com as necessidades do órgão, em razão de sua essencialidade, quantitativo, risco, 
complexidade ou qualquer outra particularidade, afronta a jurisprudência do TCU (Acórdão 
503/2021 – Plenário, Relator: Ministro Augusto Sherman) 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada sobre os indícios de irregularidades (peça 45, p. 13): 
 a) não há reiteração da impropriedade encontrada no Pregão 50/2021, tendo em vista que 
agora a exigência é dirigida à empresa, enquanto naquele certame era dirigida aos profissionais 
envolvidos na contratação. 
 Análise: 
 67. O fato de ter havido mudança na forma da exigência, deslocando-a do profissional para a 
empresa, não afasta a irregularidade. A instrução anterior foi clara em apontar que, apesar de a 
exigência de experiência, por parte da empresa, de três anos na prestação dos serviços estar 
prevista na IN Seges/MPDG 5/2017, a jurisprudência do TCU é clara e farta no sentido da 
necessidade de adequada fundamentação, baseada em estudos prévios e na experiência pretérita 
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do órgão contratante, que indiquem ser tal lapso indispensável para assegurar a prestação do 
serviço em conformidade com as necessidades específicas do órgão, por força da sua 
essencialidade, quantitativo, risco, complexidade ou qualquer outra particularidade. Exemplos 
dessas decisões são os Acórdãos 503/2021 – Plenário, Relator: Ministro Augusto Sherman, 
utilizado como fundamentação da oitiva, 7.164/2020 – 2ª Câmara, Relator: Ministro André de 
Carvalho e 2.870/2018 – Plenário, Relator: Ministro Walton Alencar Rodrigues. 
 68. Destaque-se as empresas Manutec Montagem e Empreendimentos Ltda. e Real Forte 
Manutenção Predial Ltda. foram inabilitadas, dentre outros motivos, por não atenderem este item 
do termo de referência. Assim, não restou justificada a exigência de comprovação mínima de três 
anos na prestação de serviços em manutenção compatível com o objeto, que tem potencial 
restritivo e, na prática, de fato restringiu a participação de licitantes no certame, mantendo-se a 
irregularidade apontada na oitiva. 
 Item ‘n’ da oitiva: exigência, para fins de qualificação técnica, de inscrição/registro junto a 
três Conselhos Profissionais (CREA/CAU/CRT) e de demonstração de atuação nos ramos de 
elétrica, telecomunicações, mecânica, química e segurança do trabalho (item 26.1.1.1 do Edital), 
uma vez que o registro da empresa no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – CREA é 
suficiente para demonstrar a sua aptidão nos referidos ramos. 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada sobre os indícios de irregularidades (peça 45, pp. 
14-15): 
 a) quanto à suposta exigência de registro concomitante da contratada nos três Conselhos 
(CREA/CAU/CRT), pode-se concluir que, no texto do item 26.1.2 do Termo de Referência, a 
expressão possui natureza alternativa, concretizando-se no termo ‘ou’. Demais, na norma culta 
padrão da língua portuguesa, a barra oblíqua (/) é um sinal gráfico usado para indicar disjunção e 
exclusão, podendo ser substituída pela conjunção ‘ou’. Neste sentido, significa que esta 
administração envidou esforços para ampliar a participação de empresas no certame, uma vez que 
foi observado o princípio da ampla concorrência, possibilitando um número maior de empresas 
participantes; 
 b) de toda sorte, nenhuma das empresas participantes do pregão foi inabilitada pela falta de 
registro nos três conselhos conjuntamente, tendo em vista que é de conhecimento deste Comando 
Militar que a inscrição no Crea bastaria para o tipo da habilitação necessária com base no objeto 
licitado, por ser obrigatório por lei para empresas que implementam serviços ou obras nas áreas 
da engenharia, agronomia e demais atividades regulamentadas pelo Conselho. 
 c) mesmo raciocínio serve para os outros conselhos previstos no edital, já que certas 
atividades são conduzidas por Arquitetos e ou Técnicos, respectivamente registrados no CAU/CRT 
por parte da empresa; 
 d) de maneira vertical, quem pode o mais, pode o menos, por isso, o registro tão somente no 
Crea seria suficiente, restando, opcionalmente os demais registros com fulcro no objetivo de 
atingir um maior número de licitantes. 
 Análise: 
 69. Quanto à suposta exigência de registro nos três conselhos, apesar da confusa redação do 
edital, foi esclarecido que eram alternativos, isto é, poderia ser qualquer um dos três, o que afasta 
a suposta restrição à competitividade. Contudo, a jurisprudência do TCU considera que a 
exigência de registro ou inscrição na entidade profissional competente, para fins de comprovação 
de qualificação técnica (art. 30, inciso I, da Lei 8.666/1993), deve se limitar ao conselho que 
fiscalize a atividade básica ou o serviço preponderante da licitação, sendo possível citar, nesse 
sentido, o Acórdão 3.334/2015 – Plenário, Relatora: Ministra Ana Arraes. O objeto do certame em 
questão consiste na contratação de serviços contínuos de manutenção predial, cabendo, portanto, 
considerar desarrazoada a exigência alternativa de registro no CAU ou no CRT, pois a atividade 
preponderante da contratação é considerada um serviço de engenharia, cabendo considerar 
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suficiente e necessário o registro da empresa no Crea. Portanto, a impropriedade deve ser objeto 
de ciência à unidadejurisdicionada quando da instrução de mérito. 
 70. Porém, o edital também exige que seja demonstrada a atuação em diversos ramos de 
atividade (arquitetura/engenharia civil, elétrica, telecomunicações, mecânica, química e segurança 
do trabalho), regra que, além de aparentemente não ter amparo legal, poderá restringir 
severamente a competitividade do certame. Como já apontamos anteriormente, a comprovação da 
capacidade técnico-operacional deve ser limitada, simultaneamente, às parcelas de maior 
relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, conforme o art. 30, inciso II, da Lei 
8.666/1993 e a Súmula-TCU 263, o que não foi demonstrado pela unidade jurisdicionada. 
 71. Portanto, permanece a irregularidade concernente à comprovação de atuação em diversos 
ramos de atividade (arquitetura/engenharia civil, elétrica, telecomunicações, mecânica, química e 
segurança do trabalho). 
 Item ‘a’ da diligência: Estudos Técnicos Preliminares do Pregão Eletrônico 69/2022 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada (peça 31, p. 2 e peça 34): 
 a) o Estudo Técnico Preliminar da contratação foi remetido e consta à peça 34. 
 Análise: 
 72. O Estudo Técnico Preliminar foi levado em consideração nas análises empreendidas. 
 Item ‘b’ da diligência: Planilha Estimativa de Custos detalhada do PE 69/2022 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada (peça 31, p. 2 e peça 33): 
 a) a planilha estimativa de custos detalhada foi remetida e consta à peça 33. 
 Análise: 
 73. Considera-se a diligência atendida. 
 Item ‘c’ da diligência: informação sobre a existência ou não de fossas sépticas nas instalações 
do HGeRJ, encaminhando documentação comprobatória. 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada (peça 31, p. 2): 
 a) esta Administração declara não existir nas instalações do Hospital Geral do Rio de Janeiro 
a presença de fossas sépticas. Neste sentido, percebe-se que, no texto do Edital publicado, a 
palavra ‘sépticas’ surge apenas uma vez no item 6.1.14.5, contudo, pode-se observar nos demais 
itens (6.16.6, 6.1.16.6.3, 7.1.5.1, 26.1.1.7D e 26.1.2.1C) o uso taxativo do termo pretendido 
(‘fossas’); 
 b) ademais, faz-se possível concluir que essa alteração ficou perceptível por qualquer pessoa. 
Neste sentido, considera-se ‘qualquer pessoa’ a materialização do ‘homem médio’, que é uma 
abstração criada pelo Direito, para que sirva de parâmetro com o intuito de utilizar como medida 
para o comportamento de todos os demais seres humanos; 
 c) desta forma, a presença da palavra ‘sépticas’ não passou de um equívoco na elaboração e 
escrita dos dizeres do Termo de Referência, podendo considerar essa inserção como erro material. 
Sendo assim, o erro não é um vício de conteúdo do julgamento proferido, mas sim da forma que foi 
exteriorizado. 
 Análise: 
 74. De fato, a palavra ‘sépticas’ somente aparece no edital no item 6.1.14.5 (peça 2, p. 33) do 
Anexo I (Termo de Referência), no tópico que trata da forma de prestação dos serviços. A 
exigência, para fins de qualificação técnica, de experiência na limpeza de fossas com utilização de 
equipamento de jato d’água de alta pressão e equipamento de sucção, constante do item 26.1.1.7.D 
do Termo de Referência e objeto da alínea ‘j’ da oitiva, não previa a palavra ‘sépticas’, de modo 
que a informação prestada não teve influência na análise empreendida. 
 Item ‘d’ da diligência: esclarecimentos quanto ao texto do item 26.1.1.1 do Edital, que exige a 
comprovação de inscrição/registro no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, bem como 
no Crea, CAU e CRT. 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada (peça 31, pp. 2-3): 
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 a) a qualificação técnica tem como escopo a verificação da habilidade ou aptidão (capacidade 
técnica) para execução da pretensão contratual. Por isso mesmo, ela deve ser proporcional ao 
objeto contratual, limitando sua restrição à garantia do cumprimento das obrigações; 
 b) ademais, os serviços que compõem o objeto principal do presente certame necessitam de 
profissionais técnicos habilitados. Neste sentido, cada especialista mencionado no instrumento 
convocatório para garantir a segurança da Administração e a confiabilidade do serviço prestado 
na contratação necessita de registro perante os respectivos conselhos profissionais; 
 c) outrossim, a exigência de comprovação de registro/inscrição garante para a Administração 
que a pessoa jurídica contratada tenha capacidade técnica mínima, ao ter seus profissionais 
vinculados a seus órgãos responsáveis por verificar, orientar e fiscalizar o exercício profissional, 
bem como garantir confiança para esta Unidade Gestora sobre a prática ilegal nas atividades de 
engenharia, arquitetura e técnicos; 
 d) ainda em respeito à legalidade em sentido estrito, tais cargos só podem ser exercidos por 
especialistas especificamente registrados. Continuando no cenário da legalidade em sentido 
estrido, salienta-se que a lei deve ser utilizada em concordância com a razoabilidade na 
elaboração do Edital, de forma a não incluir exigências além das definidas no art. 30 da Lei 
8.666/1993, sob pena de comprometimento à competitividade do certame; 
 e) no tocante ao item 26.1.1.1, trata-se de parte integrante do Anexo I - Termo de Referência. 
Nesse sentido, nota-se que a suposta ‘exigência’ não engloba a inscrição concomitante nos três 
Conselhos (Crea/CAU/CRT), em contrário, pode-se concluir que, no texto do item 26.1.2 do Termo 
de Referência, a expressão possui natureza alternativa, concretizando-se no termo ‘ou’. Ademais, 
na norma culta padrão da língua portuguesa, a barra oblíqua (/) é um sinal gráfico usado para 
indicar disjunção e exclusão, podendo ser substituída pela conjunção ‘ou’; 
 f) por fim, diante do exposto, significa que esta Administração envidou esforços para ampliar a 
participação de empresas no certame, uma vez que foi observado o princípio da ampla 
concorrência, possibilitando um número maior de empresas participantes. 
 Análise: 
 75. Esta situação já havia sido esclarecida na resposta ao item ‘n’ da oitiva, que concluiu pela 
ciência à unidade jurisdicionada quando da instrução de mérito do presente processo. 
 Item ‘e’ da diligência: cópia dos cinco últimos editais de licitações que tiveram como objeto a 
prestação de serviços de manutenção preventiva e corretiva nas instalações do HGeRJ 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada (peça 31, p. 4): 
 a) a Base Administrativa do Complexo de Saúde do Rio de Janeiro foi criada em 2019, com a 
missão crescente de contemplar as Organizações Militares de Saúde no âmbito do Rio de Janeiro, 
e desde então realizou 2 (dois) processos de manutenção predial em prol do HGeRJ, o PE 50/2021 
e o PE 69/2022; 
 b) em consulta aos termos ‘manutenção predial’ na Consulta Detalhada de Compras Públicas, 
verifica-se que o HGeRJ realizou ao todo 6 processos de serviço de manutenção predial, conforme 
documentação comprobatória anexa, sendo que essas licitações referentes ao HGeRJ nos anos 
anteriores não foram realizadas pela Administração da Base Administrativa do Complexo de Saúde 
do Rio de Janeiro. 
 Análise: 
 76. Os editais anteriores remetidos foram considerados nas análises empreendidas. 
 Item ‘f’ da diligência: análises técnicas e pareceres que embasaram o julgamento das 
propostas e dos documentos de habitação 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada (peça 31, pp. 4-5): 
 a) ao realizar consulta ao Comprasnet, por meio da Ata do Pregão Eletrônico 69/2022, foi 
observado que, de fato, o pregoeiro inabilitou quatro empresas antes de realizar o aceite e 
habilitação da licitante vencedora. Contudo, diversas foram as razões pelas quais as empresas 
foram inabilitadas, as quais trataremos a seguir; 
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26b) as empresas Manutec Montagem e Empreendimentos Ltda. e Real Forte Manutenção 
Predial Ltda. foram desclassificadas por descumprirem inúmeros requisitos editalícios, dentre eles: 
subitens 9.9.2, 9.9.4, 9.10.2, 9.10.4.1, 9.10.4.2, 9.10.4.3, 9.11.1.4, 9.11.1.6, 9.12.7, 7.1.14.13.3, 
7.1.15, 26.1.1.1, 26.1.1.2, 26.1.1.3, 26.1.1.5, 26.1.1.6, 26.1.1.7, 26.1.2 ‘A’, 26.1.2 ‘B’ e 26.1.2 ‘C’; 
 c) já quanto às licitantes Lopes e Monteiro Instalações Industriais e Comerciais Ltda. e Grupo 
Klingner Serviços de Apoio a Empresas Ltda. foram desclassificadas pelos itens 9.8, 9.10, 9.11 e 
seus respectivos subitens; 
 d) nesta lógica, convém ressaltar que, muito embora os itens 26.1.1.1 e 26.1.1.2, que 
inabilitaram os licitantes Manutec e Real Forte, estejam entre os questionamentos da diligência, os 
supramencionados licitantes deixaram de cumprir uma série de outros requisitos estipulados no 
Edital; 
 e) desta forma, caso as exigências inexistissem, ambas as empresas não possuiriam condições 
de habilitação, sendo, portanto, desclassificadas. Assim, evidencia-se que as exigências 
estabelecidas não foram preponderantes na desclassificação dos licitantes inabilitados, 
constituindo apenas um entre diversos motivos. Válido ressaltar que nenhuma das empresas, com 
prazo hábil concedido via sistema, decidiu por ingressar com recurso administrativo, podendo esta 
administração aduzir que as licitantes desclassificadas estavam de acordo com as ações realizadas 
no certame; 
 f) pontua-se, ainda, que houve estrita observância ao disposto no art. 39 do Decreto 
10.024/2019, uma vez que a habilitação das empresas foi cuidadosamente analisada, tendo os fatos 
anteriormente expostos sido constatados e, de imediato, informados no chat da sessão, mostrando 
a transparência do pregoeiro quanto aos seus atos; 
 g) dessa forma, é válido pontuar que o pregoeiro, em respeito ao princípio da vinculação ao 
instrumento convocatório, conduziu a sessão pública nos conformes da legislação em vigor, 
adotando formalismo moderado, tendo ainda observado o que dispõe o art. 38 do Decreto 
10.024/2019, sendo realizada negociação, por meio do chat, com o objetivo de reduzir o valor da 
licitante classificada. 
 Análise: 
 77. De fato, nenhum licitante foi inabilitado por desatender exclusivamente algum item 
questionado na oitiva, o que está sendo levado em consideração nos encaminhamentos propostos. 
 Item ‘g’ da diligência: informações adicionais 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada (peça 31, pp. 5-6): 
 a) o pregão está homologado, contudo, não possui contrato celebrado. Ademais, em virtude do 
acolhimento da medida cautelar de suspensão, o presente processo encontra-se sem previsão de 
realização de próximos atos, e não há decisão judicial ou administrativa determinando a suspensão 
do andamento do certame. 
 Análise: 
 78. Conforme as informações prestadas, considera-se respondido este item da diligência. 
 CONCLUSÃO 
 79. A unidade jurisdicionada justificou que as irregularidades identificadas não restringiram a 
competição, visto que participaram dezesseis empresas no certame, e não teriam alterado o 
resultado do certame, tendo em vista que as empresas inabilitadas incorreram em descumprimento 
de outras condições do edital além das aqui questionadas. De fato, a quantidade de participantes 
no certame foi razoável, porém, há de se considerar que esses dispositivos editalícios têm potencial 
restritivo da competição, e sua não inclusão no edital poderia ter aumentado a participação de 
licitantes, com possível alteração do resultado e com a obtenção de melhores preços. 
 80. Assim, devido às irregularidades identificadas, agravadas pelo fato de que a maioria delas 
já tinha sido objeto de reprovação do Tribunal no âmbito do TC 004.520/2022-0, que analisou o 
Pregão 50/2021 da unidade jurisdicionada, entende-se cabível a realização de audiências aos 
responsáveis identificados. Porém, considerando que o principal objetivo buscado neste processo é 
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a resolução de mérito das irregularidades para que a unidade jurisdicionada refaça a licitação, 
livre dos defeitos apontados, o mais rápido possível, propõe-se que essas audiências sejam 
realizadas em etapa posterior, após a conclusão da construção participativa de deliberações 
constante do encaminhamento desta instrução. 
 81. Verificou-se, além das irregularidades levantadas inicialmente na denúncia, que foi 
realizada previsão dos quantitativos dos postos de mão de obra residente, incluindo quatro postos 
diferentes de engenheiros, o que parece ser uma quantidade excessiva e representa valor 
significativo em relação ao total da contratação, sem justificativas e desacompanhada das 
memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, contrariando o art. 7º, inciso V, da 
Instrução Normativa Seges/ME 40/2020 e os princípios da eficiência, motivação, razoabilidade e 
economicidade. 
 82. Por fim, considerando que a manutenção da cautelar deferida está gerando um dispêndio 
de R$ 74.317,33 mensais a mais, relativo à diferença entre o contrato atual e o valor homologado 
do Pregão 69/2022, propõe-se a sua revogação, com construção participativa de deliberações para 
futura determinação no sentido de se permitir a assinatura do contrato decorrente somente até a 
conclusão de novo procedimento licitatório livre dos defeitos apontados. 
 83. Diante do exposto, propõe-se o conhecimento da denúncia, satisfeitos os requisitos de 
admissibilidade constantes no art. 113, § 1º, da Lei 8.666/1993, c/c o art. 234, do Regimento 
Interno/TCU, e no art. 103, § 1º, da Resolução-TCU 259/2014. 
 84. Será proposta, portanto, a revogação da medida cautelar adotada e construção 
participativa de deliberações, na forma descrita nesta instrução. 
 (...) 
 PROPOSTA DE ENCAMINHAMENTO 
 85. Em virtude do exposto, propõe-se: 
 85.1. conhecer da denúncia, satisfeitos os requisitos de admissibilidade constantes nos arts. 
234 e 235 do Regimento Interno deste Tribunal, e no art. 103, § 1º, da Resolução-TCU 259/2014; 
 85.2. revogar a medida cautelar adotada; 
 85.3. realizar a oitiva da Base Administrativa do Complexo de Saúde do Rio de Janeiro – 
Hospital Geral do Rio de Janeiro (HGeRJ), com amparo no art. 250, inciso V, do Regimento 
Interno/TCU, para que, no prazo de quinze dias, se pronuncie quanto ao seguinte ponto relativo ao 
Pregão 69/2022: 
 a) previsão, no termo de referência, dos quantitativos dos postos de mão de obra residente, 
incluindo quatro postos diferentes de engenheiros, sem justificativas e desacompanhada das 
memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, infringindo o art. 7º, inciso V, da 
Instrução Normativa Seges/ME 40/2020 e os princípios da eficiência, motivação, razoabilidade e 
economicidade; 
 b) informações complementares a seguir: 
 b.1) demais informações que julgar necessárias; e 
 b.2) designação formal de interlocutor que conheça da matéria para dirimir eventuais dúvidas, 
informando nome, função/cargo, e-mail e telefone de contato; 
 85.4. considerando a possibilidade de construção participativa das deliberações deste 
Tribunal, nos termos do art. 14 da Resolução-TCU 315/2020, bem como o previsto nas Normas de 
Auditoria (NAT) aprovadas pela Portaria-TCU 280/2010, referente aos comentários dos gestores 
(no que se aplica a representações e denúncias): 
 a) solicitar à Base Administrativa do Complexo de Saúde do Rio de Janeiro – Hospital Geral 
do Rio de Janeiro (HGeRJ), caso queira, no prazo de quinze dias: 
 a.1) a apresentação de possíveis ações corretivas que poderão ser tomadas pela Base 
Administrativa do Complexo de Saúde do Rio de Janeiro – Hospital Geral do Rio de Janeiro 
(HGeRJ) para prevenir ou corrigir os indícios de irregularidades detectados no Pregão 69/2022 ou 
remover seus efeitos, especialmente em relação aos seguintes itens: 
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 i) falta de publicação, junto com o edital da licitação, dos Estudos Técnicos Preliminares; 
 ii) exigência, para fins de qualificação técnica, dos registros relacionados nos itens 26.1.1.2 e 
26.1.1.3 do Termo de Referência (CBMERJ e Rioluz/GEM), uma vez que, de forma a ampliar a 
competitividade, deveria ser cobrado apenas para a execução contratual; 
 iii) previsão de que as empresas que optarem pela não realização da Visita Técnica enviem, 
para o e-mail do pregoeiro, até o terceiro dia útil anterior à data prevista para a abertura da 
sessão pública, declaração de que possui pleno conhecimento do objeto da presente licitação e não 
poderão alegar o desconhecimento das condições e grau de dificuldade existente como justificativa 
para se eximirem das obrigações assumidas em decorrência da licitação (item 3.10.1 do Edital), 
considerando, ainda, que a adoção de medidas que visem o conhecimento prévio dos licitantes 
atenta conta a essência do pregão eletrônico, que é a não identificação das licitantes até concluída 
a fase de lances, e facilita o conluio e o direcionamento do certame; 
 iv) previsão de que as empresas que optarem pela não realização da Visita Técnica enviem, 
para o e-mail do pregoeiro, até o terceiro dia útil anterior à data prevista para a abertura da 
sessão pública, declaração de que possui pleno conhecimento do objeto da presente licitação e não 
poderão alegar o desconhecimento das condições e grau de dificuldade existente como justificativa 
para se eximirem das obrigações assumidas em decorrência da licitação (item 3.10.1 do Edital), 
regra que impede que empresas que tenham conhecimento do edital do certame após o referido 
prazo participem da disputa; 
 v) exigência, para fins de qualificação técnica, de comprovação de experiência em manutenção 
em prédio histórico e/ou tombado (item 26.1.1.5 do Termo de Referência), considerando que, no 
âmbito do TC 004.520/2022-0, foi registrado que os Decretos 14.741, de 22/4/1996, e 24.029, de 
16/3/2004, ambos da Prefeitura do Rio de Janeiro, indicados pelo HGeRJ como fundamentação 
legal para a exigência, não justificam tal exigência e, ainda, que a comprovação da capacidade 
técnico-operacional, prevista no art. 30, inciso II, da Lei 8.666/1993, deve ser limitada, 
simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, 
conforme a Súmula-TCU 263, demonstrando, de forma inequívoca, que a execução dos serviços em 
prédios tombados ou históricos envolve complexidade técnica que afastaria a capacidade para 
prestação dos serviços por empresas que somente tenham executado esses mesmos serviços em 
prédios ‘comuns’; 
 vi) exigência, para fins de qualificação técnica, de experiência no gerenciamento de contas de 
energia (item 26.1.1.17.C do Termo de Referência), uma vez que gerenciar contas de luz e 
apresentar estudos que permitam a redução do consumo de luz são atividades que extrapolam o 
objeto do PE 69/2022, e considerando, ainda, que a comprovação da capacidade técnico-
operacional, prevista no art. 30, inciso II, da Lei 8.666/1993, deve ser limitada, simultaneamente, 
às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, conforme a 
Súmula-TCU 263; 
 vii) exigência, para fins de qualificação técnica, de experiência na limpeza de fossas com 
utilização de equipamento de jato d’água de alta pressão e equipamento de sucção (item 26.1.1.7.D 
do Termo de Referência), considerando que a comprovação da capacidade técnico-operacional, 
prevista no art. 30, inciso II, da Lei 8.666/1993, deve ser limitada, simultaneamente, às parcelas de 
maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, conforme a Súmula-TCU 263, e 
que o edital admite a subcontratação (item 6 do Termo de Referência); 
 viii) exigência, para fins de qualificação técnica, de experiência na implementação e/ou 
operação de Sistema de Gerenciamento de Manutenção (SGM) que contemple, no mínimo, três 
índices de Classe Mundial de Manutenção, considerando que a comprovação da capacidade 
técnico-operacional, prevista no art. 30, inciso II, da Lei 8.666/1993, deve ser limitada, 
simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, 
conforme a Súmula-TCU 263; 
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 ix) exigência, para fins de qualificação técnica, de experiência na manutenção de sistemas de 
ar-condicionado central para áreas limpas Classe 1.000 (ISO Classe 4) (item 26.1.1.7.F do Termo 
de Referência), considerando que, segundo o representante, o correto seria exigir a comprovação 
de experiência em manutenção de ar-condicionado central em ambientes com áreas críticas, não 
sendo necessariamente ISO Classe 4; 
 x) exigência de comprovação mínima de três anos na prestação dos serviços em manutenção 
compatível ao objeto, local e tipo de licitação (item 9.11.1.4 do Edital), sem estar justificada e 
embasada em estudos prévios e na experiência pretérita do contratante, de forma a demonstrar que 
tal lapso temporal é indispensável para assegurar a prestação do serviço em conformidade com as 
necessidades do órgão, em razão de sua essencialidade, quantitativo, risco, complexidade ou 
qualquer outra particularidade, afronta a jurisprudência do TCU; 
 xi) exigência, para fins de qualificação técnica, de demonstração de atuação nos ramos de 
elétrica, telecomunicações, mecânica, química e segurança do trabalho (item 26.1.1.1 do Edital), 
uma vez que o registro da empresa no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) é 
suficiente para demonstrar a sua aptidão nos referidos ramos; e 
 xii) previsão dos quantitativos dos postos de mão de obra residente, incluindo quatro postos 
diferentes de engenheiros, sem justificativas e desacompanhada das memórias de cálculo e dos 
documentos que lhe dão suporte; 
 a.2) na hipótese de serem consideradas insuficientes, pelo TCU, as alternativas apresentadas 
pela unidade jurisdicionada, a manifestação quanto aos possíveis impactos da determinação para 
assinatura do contrato decorrente do Pregão 69/2022 com vigência somente até a conclusão de 
novo procedimento licitatório livre dos defeitos apontados; 
 b) alertar a Base Administrativa do Complexo de Saúde do Rio de Janeiro – Hospital Geral do 
Rio de Janeiro – (HGeRJ), com relação à construção participativa de deliberações, de que: 
 b.1) a sua manifestação quanto às alternativas para corrigir os indícios de irregularidades 
verificados e quanto aos impactos das possíveis medidas a serem adotadas pelo TCU será avaliada 
na proposição de mérito, mas não vincula as decisões desta Corte de Contas, notadamente quando 
os riscos decorrentes de sua adoção e/ou da manutenção de situação irregular não se coadunarem 
com o interesse público que se pretende tutelar; 
 b.2) a ausência de manifestação no prazo estipulado não impedirá o andamento processual, 
podendo o TCU vir a prolatar decisão de mérito, caso haja elementos suficientes que caracterizem 
afronta às normas legais e/ou possibilidade de ocorrência de prejuízos à Administração; e 
 b.3) a ausência de manifestação não será considerada motivo de sanção; 
 85.5. encaminhar cópia da presente instrução à Base Administrativa do Complexo de Saúde do 
Rio de Janeiro – Hospital Geral do Rio de Janeiro – (HGeRJ).” 
 
 É o relatório. 
 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 019.634/2023-4 
 
1 
 
 
VOTO 
 
 Em exame denúncia acerca de irregularidades ocorridas no Pregão 69/2022, promovido pelo 
Hospital Geral do Rio de Janeiro (HGeRJ), vinculado ao Comando do Exército, para a contratação deserviços de manutenção predial. 
2. A sessão pública do certame ocorreu no dia 3/7/2023, sendo que, após a inabilitação de quatro 
licitantes, foi declarada vencedora a empresa M3 Manutenção e Montagens Ltda., atual prestadora de 
serviços de manutenção predial para o HGeRJ. A homologação do pregão e a adjudicação de seu 
objeto à referida empresa se deram em 13/7/2023. 
3. Na denúncia houve a indicação de que o pregão conteria 17 irregularidades, capazes de 
comprometer seu caráter competitivo. Em sua primeira intervenção nos autos, a Unidade de Auditoria 
Especializada em Contratações (AudContratações) considerou pertinente a quase totalidade dessas 
alegações, propondo, em decorrência, a concessão de medida cautelar sem oitiva prévia da unidade 
jurisdicionada, para que fosse determinada a imediata suspensão do certame. 
4. Ante a presença da fumaça do bom direito e do perigo da demora e, ainda, ante a inexistência 
do perigo de dano reverso, uma vez que havia contrato em vigência para a prestação desses serviços. 
concedi, em 19/7/2023, medida cautelar determinando à Base Administrativa do Complexo de Saúde 
do Exército no Rio de Janeiro, ao qual se vincula o HGeRJ, que suspendesse qualquer ato relativo ao 
certame até decisão definitiva desta Corte de Contas. A cautelar foi referendada por meio do Acórdão 
1.489/2023 – Plenário. 
5. Paralelamente, foi promovida a oitiva do HGeRJ para que apresentasse explicações acerca de 
cada um dos pontos contestados, bem como foram realizadas diligências, para que a unidade 
encaminhasse informações sobre temas adicionais. 
6. Após analisar detidamente os argumentos do Hospital, a AudContratações concluiu pela 
procedência dos seguintes apontamentos, que não lograram ser justificados pela unidade 
jurisdicionada: 
 
 “i) falta de publicação, junto com o edital da licitação, dos Estudos Técnicos Preliminares; 
 ii) exigência, para fins de qualificação técnica, dos registros relacionados nos itens 26.1.1.2 e 
26.1.1.3 do Termo de Referência (CBMERJ e Rioluz/GEM), uma vez que, de forma a ampliar a 
competitividade, deveria ser cobrado apenas para a execução contratual; 
 iii) previsão de que as empresas que optarem pela não realização da Visita Técnica enviem, 
para o e-mail do pregoeiro, até o terceiro dia útil anterior à data prevista para a abertura da 
sessão pública, declaração de que possui pleno conhecimento do objeto da presente licitação e não 
poderão alegar o desconhecimento das condições e grau de dificuldade existente como justificativa 
para se eximirem das obrigações assumidas em decorrência da licitação (item 3.10.1 do Edital), 
considerando, ainda, que a adoção de medidas que visem o conhecimento prévio dos licitantes 
atenta conta a essência do pregão eletrônico, que é a não identificação das licitantes até concluída 
a fase de lances, e facilita o conluio e o direcionamento do certame; 
 iv) previsão de que as empresas que optarem pela não realização da Visita Técnica enviem, 
para o e-mail do pregoeiro, até o terceiro dia útil anterior à data prevista para a abertura da 
sessão pública, declaração de que possui pleno conhecimento do objeto da presente licitação e não 
poderão alegar o desconhecimento das condições e grau de dificuldade existente como justificativa 
para se eximirem das obrigações assumidas em decorrência da licitação (item 3.10.1 do Edital), 
regra que impede que empresas que tenham conhecimento do edital do certame após o referido 
prazo participem da disputa; 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 019.634/2023-4 
 
2 
 
 v) exigência, para fins de qualificação técnica, de comprovação de experiência em manutenção 
em prédio histórico e/ou tombado (item 26.1.1.5 do Termo de Referência), considerando que, no 
âmbito do TC 004.520/2022-0, foi registrado que os Decretos 14.741, de 22/4/1996, e 24.029, de 
16/3/2004, ambos da Prefeitura do Rio de Janeiro, indicados pelo HGeRJ como fundamentação 
legal para a exigência, não justificam tal exigência e, ainda, que a comprovação da capacidade 
técnico-operacional, prevista no art. 30, inciso II, da Lei 8.666/1993, deve ser limitada, 
simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, 
conforme a Súmula-TCU 263, demonstrando, de forma inequívoca, que a execução dos serviços em 
prédios tombados ou históricos envolve complexidade técnica que afastaria a capacidade para 
prestação dos serviços por empresas que somente tenham executado esses mesmos serviços em 
prédios ‘comuns’; 
 vi) exigência, para fins de qualificação técnica, de experiência no gerenciamento de contas de 
energia (item 26.1.1.17.C do Termo de Referência), uma vez que gerenciar contas de luz e 
apresentar estudos que permitam a redução do consumo de luz são atividades que extrapolam o 
objeto do PE 69/2022, e considerando, ainda, que a comprovação da capacidade técnico-
operacional, prevista no art. 30, inciso II, da Lei 8.666/1993, deve ser limitada, simultaneamente, 
às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, conforme a 
Súmula-TCU 263; 
 vii) exigência, para fins de qualificação técnica, de experiência na limpeza de fossas com 
utilização de equipamento de jato d’água de alta pressão e equipamento de sucção (item 26.1.1.7.D 
do Termo de Referência), considerando que a comprovação da capacidade técnico-operacional, 
prevista no art. 30, inciso II, da Lei 8.666/1993, deve ser limitada, simultaneamente, às parcelas de 
maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, conforme a Súmula-TCU 263, e 
que o edital admite a subcontratação (item 6 do Termo de Referência); 
 viii) exigência, para fins de qualificação técnica, de experiência na implementação e/ou 
operação de Sistema de Gerenciamento de Manutenção (SGM) que contemple, no mínimo, três 
índices de Classe Mundial de Manutenção, considerando que a comprovação da capacidade 
técnico-operacional, prevista no art. 30, inciso II, da Lei 8.666/1993, deve ser limitada, 
simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, 
conforme a Súmula-TCU 263; 
 ix) exigência, para fins de qualificação técnica, de experiência na manutenção de sistemas de 
ar-condicionado central para áreas limpas Classe 1.000 (ISO Classe 4) (item 26.1.1.7.F do Termo 
de Referência), considerando que, segundo o representante, o correto seria exigir a comprovação 
de experiência em manutenção de ar-condicionado central em ambientes com áreas críticas, não 
sendo necessariamente ISO Classe 4; 
 x) exigência de comprovação mínima de três anos na prestação dos serviços em manutenção 
compatível ao objeto, local e tipo de licitação (item 9.11.1.4 do Edital), sem estar justificada e 
embasada em estudos prévios e na experiência pretérita do contratante, de forma a demonstrar que 
tal lapso temporal é indispensável para assegurar a prestação do serviço em conformidade com as 
necessidades do órgão, em razão de sua essencialidade, quantitativo, risco, complexidade ou 
qualquer outra particularidade, afronta a jurisprudência do TCU; 
 xi) exigência, para fins de qualificação técnica, de demonstração de atuação nos ramos de 
elétrica, telecomunicações, mecânica, química e segurança do trabalho (item 26.1.1.1 do Edital), 
uma vez que o registro da empresa no Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea) é 
suficiente para demonstrar a sua aptidão nos referidos ramos; e 
 (...)” 
 
5. Adicionalmente, verificou-se que o termo de referência do certame prevê a disponibilização, 
pela contratada, de quatro postos diferentes de engenheiros (Engenheiro Senior, Civil Pleno, Elétrico e 
Mecânico), alguns com carga horária parcial, totalizando 671 horas mensais, sem justificativas da 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DAUNIÃO TC 019.634/2023-4 
 
3 
 
necessidade desses profissionais serem disponibilizados de forma residente, bem como do quantitativo 
demandado. Essa questão, apenas constatada após a análise da documentação fornecida pelo HGeR, 
levou a AudContratações a propor nova oitiva do Hospital para que prestasse os devidos 
esclarecimentos. 
6. Quanto aos demais achados, apesar de serem irregularidades relevantes, capazes de 
comprometer o resultado da licitação, a unidade técnica entende cabível a revogação da cautelar 
anteriormente expedida e a autorização para que o HGeRJ dê prosseguimento à contratação em face 
das seguintes ponderações. 
7. Não obstante o caráter restritivo de algumas exigências de habilitação, o certame contou com a 
participação de 16 empresas interessadas. Assim, em termos concretos, não se vislumbrou um prejuízo 
excessivo à competitividade do certame. 
8. O maior problema restaria configurado pela inabilitação das 4 empresas com melhores 
propostas. A vencedora, empresa M3 Manutenção e Montagens Ltda., foi apenas a quinta colocada na 
disputa, com melhor lance de R$ 8.478.960,00 (referente a 12 meses), negociado posteriormente para 
o valor de R$ 8.450.192,04. Esse montante é cerca de 24% superior ao melhor lance do pregão (R$ 
6.818.700,00). 
9. De todo modo, constatou-se que as quatro empresas inabilitadas incorreram no 
descumprimento de outras condições do edital, além das impugnadas neste processo. Ou seja, mesmo 
que o edital não contivesse as irregularidades apontadas, o resultado, considerado apenas o universo 
das empresas que participaram do certame, não seria diferente. 
10. É importante notar, contudo, que, se o edital, desde o início, não contivesse os dispositivos 
questionados, poderia ter atraído um maior número de licitantes, com possível alteração do resultado e 
obtenção de melhores preços. 
11. Mesmo reconhecendo que o resultado da licitação poderia ter sido melhor, a AudContratações 
alertou para o fato de o valor homologado no Pregão 69/2022 ser substancialmente inferior ao do 
contrato ora vigente, celebrado com a mesma empresa que venceu o novo certame. Assim, a 
manutenção da cautelar deferida anteriormente seria inadequada na medida em que está gerando um 
gasto de R$ 74.317,33 mensais a mais para o HGeRJ, relativo à diferença entre o contrato atual e a 
proposta vencedora do pregão. 
12. Nesse contexto, além da oitiva já mencionada, a unidade técnica opina pela revogação da 
cautelar, cogitando a expedição futura de determinação no sentido de se limitar a vigência do contrato 
decorrente do pregão somente até a conclusão de novo procedimento licitatório, livre dos defeitos 
apontados. Considerando a possibilidade de construção participativa das decisões deste Tribunal, nos 
termos do art. 14 da Resolução-TCU 315/2020, também foi proposto conceder à unidade 
jurisdicionada oportunidade de se manifestar sobre esse encaminhamento, 
13. Estou plenamente de acordo com a análise e as conclusões da AudContratações, propondo 
apenas pequenos ajustes em sua proposta. 
14. Como o novo certame, apesar dos problemas constatados, constituiu evidente evolução em 
comparação ao anterior e como esse tipo de procedimento, por sua complexidade, importa em custos 
significativos para a Administração, entendo que futura deliberação do Tribunal poderá autorizar que o 
contrato a ser assinado possa viger por um ano, vedando-se sua renovação. Adicionalmente, a unidade 
jurisdicionada deve ser alertada para a obrigação de iniciar os procedimentos licitatórios com a 
antecedência necessária ao cumprimento desse prazo. 
15. Observo, ainda, que, como as irregularidades identificadas estavam também presentes no 
pregão anterior realizado pelo HGeRJ (Pregão 50/2021) e já tinham sido objeto de reprovação por 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 019.634/2023-4 
 
4 
 
parte do Tribunal no âmbito do TC 004.520/2022-0, a unidade técnica entende cabível a realização de 
audiências dos responsáveis nas próximas fases de instrução deste processo. 
16. De fato, o aspecto que mais se destaca no presente processo é a existência de uma decisão do 
Tribunal (Acórdão 2.659/2022 – Plenário) que analisou a edição anterior do edital para a contratação 
dos serviços e apontou praticamente as mesmas questões que estão sendo impugnadas neste momento. 
17. Por seu didatismo, vale a pena reproduzir o quadro comparativo elaborado pela unidade técnica 
em sua primeira instrução, que correlaciona as regras constantes dos editais dos dois certames (PE 
50/2021 e PE 69/2022) e algumas das irregularidades apontadas pelo TCU no Acórdão 2.659/2022 – 
Plenário: 
Edital PE 50/2021 Edital PE 69/2022 Irregularidades apontadas no 
Acórdão 2.659/2022-P 
 
 
Item 152.2.1.a. vi) falta de 
publicação, junto com o edital da 
licitação, de planilha com os 
custos unitários da mão de obra, 
dos materiais e dos demais 
elementos da contratação, em 
afronta ao violou os arts. 7º, § 2º, 
e 40, § 2º, da Lei 8.666/1993 e 
com o art. 3º, inc. XI, item 2, do 
Decreto 10.024/2019; 
9.21.1.1.2 A empresa 
deverá comprovar 
possuir registro de 
conservadora junto ao 
CBMERJ – Corpo de 
Bombeiros Militar do 
Estado do Rio de 
Janeiro, consoante 
Capítulo XXI do 
Decreto nº 897/1976 – 
COSCIP, que 
regulamenta o Decreto 
nº 247/1975 do Estado 
do Rio de Janeiro, em 
plena validade. 
26.1.1.2 A empresa deverá 
comprovar possuir 
registro de 
conservadora/mantenedora 
junto ao CBMERJ – 
Corpo de Bombeiros 
Militar do Estado do Rio 
de Janeiro, consoante 
Capítulo XXI do Decreto 
nº 897/1976 – COSCIP, 
que regulamenta o 
Decreto nº 247/1975 do 
Estado do Rio de Janeiro, 
em plena validade. 
9.21.1.1.3 A empresa 
deverá comprovar 
possuir registro de 
empresa conservadora 
no órgão municipal 
competente – OMC 
(no caso do município 
do Rio de Janeiro, a 
RIOLUZ/GEM – 
Gerência de 
Engenharia Mecânica), 
consoante com os 
artigos 117 e 127 do 
26.1.1.3 A empresa deverá 
comprovar possuir 
registro de empresa 
conservadora/mantenedora 
no órgão municipal 
competente – OMC (no 
caso do município do Rio 
de Janeiro, a 
RIOLUZ/GEM – Gerência 
de Engenharia Mecânica), 
consoante com os artigos 
117 e 127 do regulamento 
do Decreto Municipal nº 
Item 152.2.1.vii) exigência, 
como critério de habilitação, 
prevista no item 9.21.1.1.2 do 
edital, que os licitantes 
possuíssem registro de 
conservadora junto ao Corpo de 
Bombeiros Militar do Estado do 
Rio de Janeiro, e comprovação 
de registro de empresa 
conservadora no órgão municipal 
competente – OMC (item 
9.21.1.1.3), bem como a 
constante no item 9.21.1.1.3 do 
edital do PE 50/2021, que 
determinou que o licitante 
comprovasse possuir registro de 
empresa conservadora no órgão 
municipal competente – OMC 
(no caso do município do Rio de 
Janeiro, a RIOLUZ/GEM – 
Gerência de Engenharia 
Mecânica), consoante com os 
artigos 117 e 127 do regulamento 
do Decreto Municipal 22.281, 
2002, do Município do Rio de 
Janeiro, não foi devidamente 
examinada e justificada durante a 
elaboração dos estudos técnicos 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 019.634/2023-4 
 
5 
 
Edital PE 50/2021 Edital PE 69/2022 Irregularidades apontadas no 
Acórdão 2.659/2022-P 
regulamento do 
Decreto Municipal nº 
22.281 de 19/11/2002 
do Município do Rio 
de Janeiro, em plana 
validade 
22.281 de 19/11/2002 do 
Município do Rio de 
Janeiro, em plena 
validade. 
preliminares do certame, 
violando o parágrafo único do 
art. 1º da Instrução Normativa 
40, de 2020, do Ministério da 
Economia, bem como o princípio 
da Motivação dos atos 
administrativos, em especial, por 
não ter sido abordada a questão 
do tempo necessário para 
obtenção do aludido registro 
diante do Corpo de Bombeiros, o 
que seria determinante paradecidir se este deveria ser 
cobrado para os fins de 
habilitação ou para a execução 
contratual, o que, na última 
hipótese, seria mais bem 
alinhado à jurisprudência atual 
do TCU (v.g Acórdão 
2569/2017-TCU. Relator: 
Ministro José Múcio), com o 
potencial, ainda, de ampliar a 
competição do certame 
9.21.1.1.5 Manutenção 
em prédio histórico 
e/ou tombado 
26.1.1.5 Manutenção em 
prédios tombados ou 
históricos; 
Item 152.2.1. viii) exigência de 
comprovação de experiência em 
manutenção em prédio histórico 
e/ou tombado (item 9.21.1.1.5 do 
Edital), sem justificativas que 
demonstrem ser essencial para a 
prestação dos serviços licitados, 
o que acabou por criar restrição à 
competitividade não amparada 
na motivação necessária; 
9.21.1.1.7: 
d) equipamentos de 
refrigeração; 
e) equipamentos de 
frigogenia com 
temperatura de 
trabalho – 20o C ou 
menor; 
f) manunteção de 
câmera mortuária; 
g) caldeira com 
inspeção de segurança 
. 
9.21.1.1.1 Manutenção 
preventiva e corretiva 24 
horas de Edificações 
Hospitalares com área 
construída mínima de 
10.000,00m² (Dez mil 
metros quadrados) com 
leitos, dentre os quais, 
leitos de UTI’s, 
compreendendo serviços 
de: 
d. Equipamentos de 
refrigeração; 
e. Equipamentos de 
frigogenia com 
Item 152.2.1. xi) exigência, 
contida no item 9.21.1.1.7, 
alíneas ‘d’ a ‘g’, do edital, de que 
os licitantes apresentassem, para 
os fins de qualificação técnico 
operacional, comprovação de 
experiência em serviços de 
manutenção preventiva e 
corretiva em equipamentos de 
refrigeração, frigogenia com 
temperatura de trabalho – 20º C 
ou menor, manutenção em 
câmara mortuária e caldeira com 
inspeção de segurança (item 
9.21.1.1.7, alíneas ‘d’ a ‘g’), sem 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 019.634/2023-4 
 
6 
 
Edital PE 50/2021 Edital PE 69/2022 Irregularidades apontadas no 
Acórdão 2.659/2022-P 
temperatura de trabalho – 
20°C ou menor; 
f. Manutenção em câmara 
mortuária; 
g. Caldeira com inspeção 
de segurança; 
justificativas nos estudos 
preliminares do certame, em 
afronta ao previsto ao princípio 
da motivação dos atos 
administrativos, bem como o art. 
7º da Instrução Normativa Seges 
40, de 2020, do Ministério da 
Economia 
Item 9.21.1.2.4. 
Deverá haver a 
comprovação da 
experiência mínima de 
3 anos na prestação dos 
serviços em 
manutenção 
compatível ao objeto, 
local e tipo da 
licitação, sendo aceito 
o somatório de 
atestados de períodos 
diferentes, não 
havendo 
obrigatoriedade de os 3 
anos serem 
ininterruptos, conforme 
item 10.7.1 do Anexo 
VII-A da IN Seges 
MPDG 5/2017 
Item 9.11.1.4 Deverá 
haver a comprovação da 
experiência mínima de 03 
anos na prestação dos 
serviços em manutenção 
compatível ao objeto, 
local e tipo da licitação, 
sendo aceito o somatório 
de atestados de períodos 
diferentes, não havendo 
obrigatoriedade de os 03 
anos serem ininterruptos, 
conforme item 10.7.1 do 
Anexo VII-A da IN 
Seges/MPDG 5/2017 
Item 152.2.1.xii) exigência de 
comprovação de experiência da 
experiência mínima de três anos 
na prestação dos serviços ligados 
à atividade econômica principal 
ou secundária especificada no 
contrato social vigente (item 
9.21.1.2.4 do Edital do PE 
50/2021) não encontra suporte 
normativo, considerando que o 
Anexo VII-A, cláusula 10.6., 
alínea ‘b’, da Instrução 
Normativa 5, de 2017, do 
Ministério da Economia admite 
que tal exigência seja feita 
apenas para comprovação de 
capacidade técnico operacional 
da empresa licitante, e não do 
profissional envolvido na 
condução da contratação futura, 
e desde que devidamente 
justificada no processo 
administrativo da contratação, 
conforme jurisprudência do TCU 
(a exemplo dos Acórdãos 
503/2021-Plenário e 7.164/2020-
Segunda Câmara). 
 
Item 152.2.1. xiii) contratações 
dos serviços por posto de 
trabalho, em detrimento de forma 
que permita a mensuração dos 
resultados para o pagamento da 
contratada, sem as devidas 
justificativas demonstrando ser o 
modelo mais vantajoso para a 
Administração, em afronta ao 
item 2.5, d.1, Anexo V da IN 
5/2017 SEGES/MPOG e à 
jurisprudência do TCU (...) 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 019.634/2023-4 
 
7 
 
18. Mesmo assim, ao contrário da unidade técnica, não vislumbro na repetição dos problemas uma 
intenção deliberada dos agentes envolvidos em descumprir as determinações desta Corte de Contas, 
mas uma forma peculiar – e inadequada – de analisar a matéria. Ilustro essa percepção com um 
exemplo. 
19. No caso da exigência de comprovação de experiência em manutenção em prédio histórico e/ou 
tombado o Tribunal condenou, no Acórdão 2.659/2022 – Plenário, a adoção desse critério de 
habilitação técnica “sem justificativas que demonstrem ser essencial para a prestação dos serviços 
licitados”. Mesmo assim, na nova fase do certame, o HGeRJ repetiu a exigência, mas, dessa vez, a fez 
acompanhar de uma série de arrazoados que, do seu ponto de vista, justificariam a medida. 
20. A justificativa foi completamente rechaçada pela análise da AudContratações, tendo ficado 
evidente que o Hospital sequer foi capaz de demonstrar que o único prédio antigo que possui é 
tombado, que constitui parcela relevante dos serviços ou que sua manutenção requer capacitação 
extraordinária, principalmente em uma cidade como o Rio de Janeiro, onde não é raro as edificações 
possuírem mais de 100 anos. 
21. Esse comportamento, de reproduzir exigências já condenadas pelo Tribunal, mas agora 
acompanhados por uma tentativa de fundamentação técnica, se repetiu em quase todos os casos. 
Assim, apesar de considerar que a unidade jurisdicionada precisa aprimorar suas análises e estudos, 
não vejo, por enquanto, motivo suficiente para promover a audiência de seus gestores. 
22. Em relação às irregularidades apontadas no pregão anterior e repetidas no atual, entendo que 
não subsistem mais dúvidas quanto à sua inadequação. Assim, ao contrário da proposta da 
AudContratações, entendo que essas questões não precisam mais ser submetidas aos comentários do 
HGeRJ, cabendo, nesta fase processual, dar ciência de sua ocorrência à unidade jurisdicionada, para 
que não sejam mais reproduzidos nos editais dos futuros certames, sob pena, agora sim, de 
responsabilização dos agentes envolvidos. 
 Assim, feitos os reparos indicados acima, manifesto-me de acordo com a proposta de 
encaminhamento formulada pela unidade técnica e VOTO por que o Tribunal adote a minuta de 
acórdão que ora submeto à consideração do Plenário. 
 
TCU, Sala das Sessões, em 11 de outubro de 2023. 
 
 
 
 
JORGE OLIVEIRA 
Relator 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 019.634/2023-4 
 
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ACÓRDÃO Nº 2076/2023 – TCU – Plenário 
 
1. Processo nº TC 019.634/2023-4 
2. Grupo I – Classe de Assunto: VII – Denúncia 
3. Denunciante: Identidade preservada 
3.1. Interessado: M3 Manutenção e Montagens Ltda. (74.024.274/0001-57) 
4. Unidade: Hospital Geral do Rio de Janeiro (HGeRJ) 
5. Relator: Ministro Jorge Oliveira 
6. Representante do Ministério Público: não atuou 
7. Unidade Técnica: Unidade de Auditoria Especializada em Contratações (AudContratações) 
8. Representação legal: Jorge Maurício Rodrigues da Silva (07493/OAB-DF) 
 
9. Acórdão: 
VISTOS, relatados e discutidos estes autos, que tratam de denúncia, com pedido de medida 
cautelar, acerca de irregularidades no Pregão Eletrônico 69/2022, promovido pelo Hospital Geral do 
Rio de Janeiro (HGeRJ) para a contratação de serviços de manutenção predial, 
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em sessão do 
Plenário, com fundamento nos arts. 250, inciso V, e 276, §§ 1º e 6º,do Regimento Interno/TCU; arts. 
9º e 14 da Resolução-TCU 315/2020; na Súmula-TCU 263 e ante as razões expostas pelo Relator, em: 
9.1. revogar a medida cautelar referendada pelo Acórdão 1.489/2023 – Plenário, 
autorizando o HGeRJ a dar prosseguimento ao Pregão Eletrônico 69/2022; 
9.2. dar ciência ao HGeRJ acerca da ocorrência das seguintes irregularidades, que não 
deverão constar nos editais dos futuros certames, sob pena de responsabilização dos agentes 
envolvidos: 
9.2.1. falta de publicação, junto com o edital da licitação, dos Estudos Técnicos 
Preliminares; 
9.2.2. previsão de que as empresas que optarem pela não realização da Visita Técnica 
enviem, para o e-mail do pregoeiro, declaração de que possuem pleno conhecimento do objeto; 
9.2.3. exigência, para fins de qualificação técnica, de: 
9.2.3.1. registro junto ao CBMERJ e à Rioluz/GEM, somente cabível na fase de execução 
contratual; 
9.2.3.2. demonstração de atuação nos ramos de elétrica, telecomunicações, mecânica, 
química e segurança do trabalho, quando o registro da empresa no Conselho Regional de Engenharia e 
Agronomia (Crea) seria suficiente para demonstrar a sua aptidão nos referidos ramos; 
9.2.4. exigência, para fins de qualificação técnica, de comprovação de experiência: 
9.2.4.1. em manutenção em prédio histórico e/ou tombado, considerando que: (i) nenhuma 
das instalações do HGeRJ é tombada; (ii) a comprovação da capacidade técnico-operacional deve ser 
limitada às parcelas de maior relevância; e (iii) a matéria não envolve complexidade técnica 
excepcional que justifique sua inclusão entre os requisitos de qualificação; 
9.2.4.2. em gerenciamento de contas de energia uma vez que: (i) esta atividade extrapola o 
objeto da licitação e (ii) a comprovação da capacidade técnico-operacional deve ser limitada às 
parcelas de maior relevância; 
9.2.4.3. em limpeza de fossas com utilização de equipamento de jato d’água de alta pressão 
e equipamento de sucção, considerando que: (i) a comprovação da capacidade técnico-operacional 
deve ser limitada às parcelas de maior relevância; e (ii) há a possibilidade de subcontratação desse 
serviço; 
9.2.4.4. em implementação e/ou operação de Sistema de Gerenciamento de Manutenção 
(SGM) que contemple, no mínimo, três índices de Classe Mundial de Manutenção, considerando que a 
comprovação da capacidade técnico-operacional deve ser limitada às parcelas de maior relevância; 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 019.634/2023-4 
 
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9.2.4.5. em manutenção de sistemas de ar-condicionado central para áreas limpas Classe 
1.000 (ISO Classe 4), se for suficiente exigir a comprovação de experiência em manutenção de ar-
condicionado central em ambientes com áreas críticas, não necessariamente ISO Classe 4; 
9.2.4.6. mínima de três anos na prestação de serviços compatíveis ao objeto, local e tipo de 
licitação (i) sem estar comprovado que tal lapso temporal é indispensável para assegurar a prestação do 
serviço em conformidade com as necessidades do órgão e (ii) em afronta à jurisprudência do TCU; 
9.3. realizar a oitiva do HGeRJ, para que, no prazo de quinze dias, se pronuncie quanto ao 
seguinte ponto, preste outras informações que julgar necessárias e designe interlocutor para dirimir 
eventuais dúvidas: 
9.3.1. previsão, no termo de referência do Pregão 69/2022, dos quantitativos dos postos de 
mão de obra residente, incluindo quatro postos diferentes de engenheiros, sem justificativas e 
desacompanhada das memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, infringindo o art. 7º, 
inc. V, da Instrução Normativa Seges/ME 40/2020 e os princípios da eficiência, motivação, 
razoabilidade e economicidade; 
9.4 considerando a possibilidade de construção participativa das deliberações deste 
Tribunal, facultar ao HGeRJ, caso queira, que se manifeste, no prazo de quinze dias, sobre possíveis 
ações corretivas que poderão ser tomadas para mitigar os efeitos das irregularidades detectadas no 
Pregão 69/2022, em particular quanto aos possíveis impactos de determinação para realização 
tempestiva de novo procedimento licitatório, livre dos defeitos apontados, e limitação da vigência do 
contrato a ser firmado a um ano; 
9.5. alertar o HGeRJ, com relação à construção participativa de deliberações, de que: 
9.5.1. a sua manifestação quanto às alternativas para corrigir os indícios de irregularidades 
verificados e quanto aos impactos das possíveis medidas a serem adotadas pelo TCU será avaliada na 
proposição de mérito, mas não vincula as decisões desta Corte de Contas, notadamente quando os 
riscos decorrentes de sua adoção e/ou da manutenção de situação irregular não se coadunarem com o 
interesse público que se pretende tutelar; 
9.5.2. a ausência de manifestação no prazo estipulado não impedirá o andamento 
processual, podendo o TCU vir a prolatar decisão de mérito, caso haja elementos suficientes que 
caracterizem afronta às normas legais e/ou possibilidade de ocorrência de prejuízos à Administração; e 
9.5.3. a ausência de manifestação não será considerada motivo de sanção; 
9.6. autorizar o acesso da empresa M3 Manutenção e Montagens Ltda à peça 98 dos autos, 
em atendimento ao seu requerimento de peça 101; 
9.7. dar ciência deste acórdão ao denunciante, à empresa M3 Manutenção e Montagens 
Ltda., ao Hospital Geral do Rio de Janeiro (HGeRJ) e à Base Administrativa do Complexo de Saude 
do Exército no Rio de Janeiro, ao qual se vincula, com a informação de que a íntegra do relatório e do 
voto que o fundamentam podem ser consultados no endereço eletrônico www.tcu.gov.br/acordaos. 
 
10. Ata n° 43/2023 – Plenário. 
11. Data da Sessão: 11/10/2023 – Ordinária. 
12. Código eletrônico para localização na página do TCU na Internet: AC-2076-43/23-P. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13. Especificação do quórum: 
13.1. Ministros presentes: Bruno Dantas (Presidente), Walton Alencar Rodrigues, Benjamin Zymler, 
Augusto Nardes, Aroldo Cedraz, Vital do Rêgo, Jorge Oliveira (Relator), Antonio Anastasia e 
Jhonatan de Jesus. 
13.2. Ministros-Substitutos presentes: Augusto Sherman Cavalcanti, Marcos Bemquerer Costa e 
Weder de Oliveira. 
 
 
(Assinado Eletronicamente) 
BRUNO DANTAS 
(Assinado Eletronicamente) 
JORGE OLIVEIRA 
Presidente Relator 
 
 
Fui presente: 
 
 
(Assinado Eletronicamente) 
CRISTINA MACHADO DA COSTA E SILVA 
Procuradora-Geral 
 
 
Para verificar as assinaturas, acesse www.tcu.gov.br/autenticidade, informando o código 74684023.é porque o edital listou componentes dos itens de custos a serem preenchidos pelos 
licitantes, com parâmetros objetivos dos quais aqueles não poderiam se afastar, a exemplo da 
remuneração do pessoal, as produtividades adotadas, a quantidade de pessoal envolvido na 
execução contratual, os encargos previdenciários, trabalhistas, tributários, comerciais e outros 
custos indiretos, apurados mediante o preenchimento do modelo de Planilha de Custos e Formação 
de Preços, conforme anexo ao edital. O item 8.5 do edital, por outro lado, informou as parcelas 
que não deveriam ser incluídas nas planilhas de custos. O termo de referência, em complemento, 
detalhou os equipamentos e verificações de manutenção necessárias, inclusive sua periodicidade, 
com total transparência para que os licitantes conhecessem de forma adequada o universo da 
contratação e preparassem suas propostas. O item 7 do termo de referência (‘Informações 
relevantes para o dimensionamento da proposta’) é um exemplo claro dessa transparência. Na 
mesma toada, o item 12.2.2.1 do termo de referência informou o valor mensal máximo de 
manutenção corretiva, fixado em R$ 179.977,57, com a informação complementar de que os 
insumos utilizados para composição dessa verba teriam como referência a tabela Emop/RJ. E o 
item 12.3.1 do TR fixou o valor mensal máximo de R$ 20.140,43 com materiais de manutenção 
preventiva. Por fim, foi fixado e divulgado o preço máximo a ser pago pela Administração, não 
sendo segredo para nenhum dos competidores; 
 d) o TCU já relativizou em alguns julgados a ausência de publicação das planilhas e 
estimativas de custos no edital do pregão, como no Acórdão 1.153/2013 – Plenário, Relator: 
Ministro Valmir Campelo, que permitiu que constasse apenas dos autos do processo; 
 e) o Estudo Técnico Preliminar que antecedeu a licitação diz, em seu item 6.9, que ‘todas as 
informações relativas ao estabelecimento do valor de referência encontram-se pormenorizadas no 
Relatório da Pesquisa de Preços e na Planilha Estimativa de Custos, anexos a este ETP’. Em 
sintonia, o ETP descreveu discriminadamente as diversas categorias profissionais necessárias, a 
quantidade de profissionais para cada uma das funções e o número de horas unitárias, inclusive 
das equipes operacional, de manutenção, de emergência e de emergência/sobreaviso. Frisa, ainda, 
que ‘as estimativas das quantidades de mão de obra, serviço e insumos foram baseadas na Tabela 
Sinapi e o histórico de consumo do HGeRJ’; 
 f) a formação do orçamento referencial e a coleta de preços, baseados em uma cesta de itens 
referenciais – como reza a jurisprudência do TCU – constituiu uma das principais preocupações 
desta unidade militar na etapa interna da licitação. Assim é que o processo foi fruto de diversas 
etapas de controles internos – sobretudo aqui representado pela AGU – culminando com a integral 
adequação às recomendações apresentadas por aquele órgão de Advocacia. Disso resultou a 
elaboração da requerida Planilha de Custos, que constou do processo administrativo, seguida das 
estimativas de quantidades, com tabelas referentes aos diversos itens de composição de custos, 
como uniformes, EPI e EPC, ferramentas, além da demonstração do cálculo do BDI; 
 g) ainda que as planilhas não tenham sido publicadas, inexistiu qualquer prejuízo aos 
licitantes, que conheciam o ambiente da contratação, os itens de formação de custos, suas bases 
referenciais e o preço máximo que a Administração se dispunha a pagar. Não houve nenhuma 
solicitação de acesso aos autos do processo administrativo, o que demonstra que os licitantes 
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 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO TC 019.634/2023-4 
 
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sequer cogitaram da necessidade de maior transparência acerca da composição do preço máximo 
divulgado; 
 h) ademais, esta Administração realizou a divulgação do edital com todos seus anexos de 
modelo de preenchimento, através da plataforma eletrônica do Comprasnet, garantindo, de forma 
expressa, o acesso aos autos do presente processo para todos os interessados, conforme item 11.4 
do Edital; 
 i) em síntese, conclui-se que a ausência de publicação das planilhas, embora seja desconforme 
com o Decreto 10.024/2019, não trouxe reflexos negativos ao certame realizado, motivo pelo qual 
roga-se seja entendida como falha de natureza formal e relativizada, quando sopesados os avanços 
procedimentais já alcançados por esta unidade. 
 Análise: 
 4. A unidade jurisdicionada afirma que o Estudo Técnico Preliminar da contratação traz como 
anexo, dentre outros, a planilha estimativa de custos elaborada pela Administração. De fato, 
consta no seu item 6.9 (peça 34, p. 13), como informado que ‘todas as informações relativas ao 
estabelecimento do valor de referência encontram-se pormenorizadas no Relatório da Pesquisa de 
Preços e na Planilha Estimativa de Custos, anexos a este ETP’. A planilha estimativa de custos foi 
enviada pela unidade jurisdicionada e anexada à peça 33. Porém, como já se abordou 
anteriormente, sendo inclusive um item da oitiva realizada, não houve publicação do Estudo 
Técnico Preliminar junto ao edital da licitação, não tendo sido tornada pública, consequentemente, 
também a mencionada planilha estimativa de custos. 
 5. Porém, há outras considerações a serem feitas acerca da suposta irregularidade apontada. 
 6. Foram apontados, na instrução anterior, como fundamentação para este item da oitiva o art. 
7º, § 2º, e o art. 40, § 2º, ambos da Lei 8.666/1993, e ainda o art. 3º, inciso XI, item 2, do Decreto 
10.024/2019. Os dispositivos da Lei 8.666/1993 seguem transcritos abaixo: 
 ‘Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços 
obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência: 
 (...) 
 § 2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando: 
 (...) 
 II - existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os 
seus custos unitários; 
 (...) 
 Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série anual, o nome da 
repartição interessada e de seu setor, a modalidade, o regime de execução e o tipo da 
licitação, a menção de que será regida por esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da 
documentação e proposta, bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará, 
obrigatoriamente, o seguinte: 
(...) 
 § 2º Constituem anexos do edital, dele fazendo parte integrante: 
 (...) 
 II - orçamento estimado em planilhas de quantitativos e preços unitários;’ 
 7. O dispositivo constante do art. 7º apenas prescreve que deve existir orçamento detalhado em 
planilhas para a licitação, nada dizendo sobre a publicação dessas planilhas junto ao edital de 
licitação, diferente do art. 40, que estabelece o orçamento estimado em planilhas como anexo do 
edital. 
 8. Porém, no caso do pregão, modalidade utilizada no certame, a norma de regência é a Lei 
10.520/2002, utilizando-se a norma geral (Lei 8.666/1993), como prescreve o art. 9º daquela lei, 
apenas de forma subsidiária, isto é, quando a lei específica da modalidade não trata do assunto em 
questão. Quanto ao tema da publicação do orçamento estimado, a Lei 10.520/2002 regrou da 
seguinte forma: 
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 ‘Art. 3º A fase preparatória do pregão observará o seguinte: 
 (...) 
 III - dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no 
inciso I deste artigo e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem 
apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, 
dos bens ou serviços a serem licitados;’ 
 9. Observa-se, portanto, que a lei do pregão tratou do assunto de forma diversa da 
estabelecida pela Lei 8.666/1993, não sendo aplicável, portanto,a norma geral nesse caso. 
 10. Regulamentando a Lei 10.520/2002 em relação ao pregão eletrônico em âmbito federal, o 
Decreto 10.024/2019 foi mais além, disciplinando acerca do chamado orçamento sigiloso, 
conforme abaixo: 
 ‘Art. 15. O valor estimado ou o valor máximo aceitável para a contratação, se não 
constar expressamente do edital, possuirá caráter sigiloso e será disponibilizado exclusiva e 
permanentemente aos órgãos de controle externo e interno. 
 § 1º O caráter sigiloso do valor estimado ou do valor máximo aceitável para a 
contratação será fundamentado no § 3º do art. 7º da Lei 12.527, de 18 de novembro de 2011, 
e no art. 20 do Decreto 7.724, de 16 de maio de 2012. 
 § 2º Para fins do disposto no caput, o valor estimado ou o valor máximo aceitável para 
a contratação será tornado público apenas e imediatamente após o encerramento do envio de 
lances, sem prejuízo da divulgação do detalhamento dos quantitativos e das demais 
informações necessárias à elaboração das propostas. 
 § 3º Nas hipóteses em que for adotado o critério de julgamento pelo maior desconto, o 
valor estimado, o valor máximo aceitável ou o valor de referência para aplicação do 
desconto constará obrigatoriamente do instrumento convocatório.’ 
 11. Percebe-se que o decreto em questão nem mesmo exige justificativas para a adoção do 
orçamento sigiloso, sendo, portanto, discricionária a opção da Administração pela divulgação ou 
não do orçamento. 
 12. A jurisprudência do TCU também caminha no sentido de considerar regular a não 
publicação do orçamento estimado em planilhas e preços unitários no edital do pregão, conforme, 
por exemplo, a decisão citada pela unidade jurisdicionada em sua resposta, o Acórdão 1153/2013 
– Plenário. Abaixo segue trecho elucidativo do voto do Relator, Ministro Valmir Campelo: 
 ‘11. O fato dessa planilha ter sido inserida no edital sem o preenchimento dos valores 
não traduz prática que viola os dispositivos legais atinentes à matéria. Como visto, na 
licitação na modalidade pregão, o orçamento estimado em planilhas e preços unitários não 
constitui um dos elementos obrigatórios do edital, devendo estar inserido obrigatoriamente 
no bojo processo relativo ao certame. Ficará a critério do gestor, no caso concreto, a 
avaliação da oportunidade e conveniência de incluir esse orçamento no edital ou de 
informar, no ato convocatório, a sua disponibilidade aos interessados e os meios para obtê-
lo.’ 
 13. Mais recentemente, no Acórdão 2.989/2018 – Plenário, Relator: Ministro Walton Alencar 
Rodrigues, o Tribunal enfrentou a questão da necessidade ou não de publicação do orçamento 
estimado quando este servir de critério de aceitabilidade das propostas, decidindo, ao fim, que, 
mesmo nesse caso, não seria obrigatória a divulgação dos preços unitários no edital do pregão. 
Segue abaixo trechos do voto do relator, que foi seguido pelo Plenário: 
 ‘7. Ademais, compulsando o repositório da jurisprudência desta Casa, verifico que o 
assunto comporta decisões aparentemente contraditórias proferidas pelos diversos 
colegiados do TCU. 
 (...) 
 9. A matéria foi enfrentada em algumas ocasiões pelo TCU, que decidiu no sentido de 
que é obrigatória a divulgação do preço de referência em editais de licitação, na modalidade 
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pregão, quando for utilizado como critério de aceitabilidade das propostas (Acórdão 
10.051/2015 – 2ª Câmara, 2.166/2014 – Plenário e 7.213/2015 – 2ª Câmara). 
 10. Todavia, o aludido entendimento parece despido de qualquer aplicação prática, 
pois o orçamento estimativo será sempre critério de aceitabilidade da proposta em licitações 
na modalidade pregão eletrônico, nos exatos termos do art. 25 do Decreto 5.450/2005, in 
verbis: 
 ‘Art. 25. Encerrada a etapa de lances, o pregoeiro examinará a proposta 
classificada em primeiro lugar quanto à compatibilidade do preço em relação ao 
estimado para contratação e verificará a habilitação do licitante conforme disposições 
do edital.’ 
 11. Como decorrência lógica, a Administração estaria sempre obrigada a divulgar os 
preços unitários do orçamento estimativo no edital do pregão, que, nessa linha de 
entendimento, constituiria elemento obrigatório do edital. 
 12. Todavia, entendo que essa não é a melhor exegese. Afinal, o art. 4º, inciso III c/c o 
art. 3º da Lei 10.520/2002 não incluiu o orçamento estimativo como peça obrigatória no 
edital do pregão, in verbis: 
 (...) 
 20. Por esses motivos, compreendo que a Lei 10.520/2002 admite que o orçamento seja 
mantido em sigilo, mesmo que ele seja adotado como critério de julgamento da proposta. 
 (...) 
 26. Ademais, reputo adequado enfatizar que a decisão de divulgar ou não o orçamento 
estimativo no edital do pregão constitui opção discricionária da entidade contratante, que 
deve sopesar as circunstâncias de cada caso concreto.’ 
 14. Verifica-se, no caso destes autos, que não constaram no edital, conforme apontado, 
planilhas com os custos unitários, pois constavam como anexos do Estudo Técnico Preliminar, que 
não foi publicado junto ao edital. Porém, conforme argumentado pela unidade jurisdicionada, o 
edital, o estudo técnico preliminar e o termo de referência trouxeram informações detalhadas para 
embasar a elaboração das propostas pelos licitantes, especialmente nos itens 6 (peça 2, pp. 27-53), 
‘Forma de Prestação dos Serviços’ e 7 (peça 2, pp. 53-63), ‘Informações Relevantes para o 
Dimensionamento da Proposta’, do termo de referência, que possuem informações detalhadas 
referentes às atividades incluídas no escopo do objeto, quantidade de profissionais para cada uma 
das funções, número de horas unitárias, serviços necessários, quantitativos de serviços e insumos, 
atribuições dos profissionais etc. Além disso, foram divulgados o valor máximo da licitação e os 
valores máximos mensais para a manutenção preventiva e para a corretiva, prevendo a utilização 
da tabela da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop/RJ). 
 15. Assim, conforme o exposto, considerando que não há, no pregão eletrônico, conforme a 
legislação aplicável e a jurisprudência desse Tribunal, obrigatoriedade de divulgação do 
orçamento estimado em planilhas de custos unitários no edital do certame, e que as informações 
necessárias ao dimensionamento das propostas constavam dos documentos da contratação, 
considera-se improcedente a denúncia quanto a esse ponto. 
 Item ‘b’ da oitiva: falta de publicação, junto com o edital da licitação, dos Estudos Técnicos 
Preliminares, em violação aos princípios da publicidade e da transparência. 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada sobre os indícios de irregularidades (peça 45, p. 7): 
 a) a Administração realizou a divulgação do edital com todos seus anexos de modelo de 
preenchimento, através da plataforma eletrônica do Comprasnet, na qual, de maneira taxativa, 
garantiu o acesso aos autos do presente processo para todos os interessados, conforme item 11.4 
do Edital, que materializou o intuito da preservação dos princípios da publicidade e isonomia, não 
só do ETP, como também todas as demais folhas presentes na composição do processo do Pregão 
Eletrônico 69/2022. 
 Análise: 
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 16. Na documentação constante do Portal de Compras do Governo Federal, não consta o 
Estudo Técnico Preliminar da contratação como um anexo do edital. O mencionado item 11.4 do 
edital (peça 2, p. 15) dispõe que ‘os autos do processo permanecerão com vista franqueada aos 
interessados, no endereço constante neste edital’. 
 17. A mera disponibilização dos estudos técnicos preliminares nos autos do processo, com 
vistas franqueadas aos interessados, não atende aos requisitos legais e jurisprudenciais relativosà 
publicidade desse documento. A Instrução Normativa Seges/MPDG 5/2017, que dispõe sobre as 
regras e diretrizes do procedimento de contratação de serviços sob o regime de execução indireta 
no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional, estabelece no seu 
Anexo V, item 2.2, alínea ‘a’, que os estudos preliminares serão anexos do termo de referência, 
que, por sua vez, é um anexo do edital. 
 18. Além disso, o TCU tem decisões no mesmo sentido, entendendo que o ETP deve ser 
publicado junto com o edital da licitação. O Acórdão 488/2019 – Plenário, Relatora: Ministra Ana 
Arraes, por exemplo, foi claro ao ‘recomendar ao Ministério da Economia que oriente seus 
jurisdicionados a respeito da obrigatoriedade da publicação dos estudos técnicos preliminares 
juntamente com o edital da licitação’. Mais recentemente, o Acórdão 1.414/2023 – Plenário, 
Relator: Ministro Jorge Oliveira, expediu ciência ao órgão jurisdicionado quanto à irregularidade 
consistente na ausência de publicação de informações essenciais ao certame, se referindo, entre 
outros documentos, ao estudo técnico preliminar da contratação, conforme excerto do relatório 
transcrito abaixo: 
 ‘22. Dessa forma, entende-se que a ausência da publicação dos anexos e do ETP, a 
qual configura uma ilegalidade, além de outras que serão tratadas nos tópicos seguintes, 
prejudicaram a competitividade e a formulação das propostas, por conterem informações 
essenciais para a disputa, podendo levar a Administração Pública a realizar uma 
contratação não vantajosa.’ 
 19. Dessa forma, a unidade jurisdicionada não logrou afastar a irregularidade em questão. 
 Item ‘c’ da oitiva: não parcelamento do objeto da contratação, inserindo, no escopo da 
contratação, a obrigação de que a contratada preste serviços especializados, a exemplo do 
gerenciamento de contas de energia elétrica, da manutenção preventiva e corretiva completa de 
gases medicinais, inclusive em suas centrais com oxigênio, ar comprimido, vácuo e óxido nitroso e 
da inspeção interna não destrutiva em rede de esgoto sanitário e/ou águas pluviais por meio de 
imagem, o que restringe a competitividade do certame e viola a jurisprudência do TCU (Súmula 
TCU 247). 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada sobre os indícios de irregularidades (peça 45, pp. 
18-20): 
 a) a unidade hospitalar em questão atende à Vila Militar no bairro de Deodoro/RJ, onde está 
localizado o maior contingente da guarnição do Estado do Rio de Janeiro, que, por sua vez, é a 
maior guarnição militar do Território Nacional. Isso já demonstra a importância desse nosocômio, 
o intenso fluxo diário de pessoas e de atendimento, a necessidade de soluções rápidas e integradas 
que evitem a paralisação ou o retardamento na prestação de serviços essenciais; 
 b) a complexidade da gestão predial é, portanto, enorme. Seus diversos sistemas mostram-se, 
no geral, interdependentes, com comprometimento de outras áreas e setores, todos vitais. Não se 
pode, em face da sensibilidade da atividade finalística do objeto licitado, correr o risco de que 
falhas em subsistemas isolados (eventualmente mantidos por prestadores de serviços também 
isolados) pretextem a paralisia de outras áreas ou componentes que venham, ao fim e ao cabo, 
concorrer para a ineficácia do hospital como um todo, com a prestação ineficiente de serviços ou, 
na pior hipótese, a perda de vidas humanas. A prestação unificada dos serviços integrantes dos 
diversos sistemas e componentes facilita, além da fiscalização e gestão, a atribuição de 
responsabilidades à contratada, sem contar com os ganhos decorrentes da economia de escala 
proporcionada pela unificação de centros de custos; 
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 c) um hospital, independentemente de seu tamanho, é uma instituição complexa, que recebe 
uma vasta quantidade de pacientes e que inúmeros processos e procedimentos ocorrem 
simultaneamente. Para que a instituição atinja a sua função finalística, faz-se necessário, portanto, 
uma série de atividades de apoio que fornecem a retaguarda necessária para que as equipes 
médico-assistenciais executem seus serviços com qualidade e presteza que o assunto requer; 
 d) a inexistência de uma manutenção planejada e executada corretamente pode provocar 
falhas que, além de trazer prejuízos financeiros à Organização, podem gerar danos incalculáveis 
aos usuários do hospital, tais como o cancelamento de exames, o adiamento de cirurgias, o 
bloqueio de leitos, a propagação de infecções devido a manutenções inadequadas e, em último 
caso, a morte de pacientes devido à interrupção do fornecimento de oxigênio; 
 e) nesse sentido, o Estudo Técnico Preliminar assinalou, em seu item 10 e respectivos subitens, 
os motivos que levaram à opção pelo modelo de contratação que não contemplou o parcelamento 
dos serviços. Destaca-se a dificuldade de execução de um plano de manutenção das edificações por 
empresas diferentes e a interdependência entre os diversos itens que compõem o conjunto predial, 
inclusive rede de energia e climatização; 
 f) desta forma, esta Administração procurou uma solução que viesse atender às peculiaridades 
do Hospital, de maneira unificada em um objeto que pudesse ser mensurado por intermédio de 
especificações utilizadas no mercado, padrões de qualidade e desempenho peculiares ao objeto, de 
modo que fosse possível a decisão entre os serviços ofertados pelos participantes com base no 
menor preço; 
 g) a solução, ocorrendo de maneira parcelada, poderia acarretar riscos consideráveis para a 
Administração Pública na execução do objeto, a partir da realização de serviços interdependentes 
por empresas vencedoras distintas; 
 h) neste escopo, a decisão de não parcelar a solução obteve como motivação a tentativa de 
realizar ligação entre a eficiência e a vantajosidade, em concordância com as necessidades 
específicas do Hospital. Além disso, o parcelamento da solução poderia acarretar a oneração não 
apenas em virtude das possíveis paralisações dos demais serviços, bem como aumento no valor 
final do objeto, considerando que a soma de todos os itens não parcelados, possivelmente, 
resultaria em um custo mais elevado, em função das redundâncias que existiriam nos diversos 
contratos; 
 i) pode-se concluir que esta medida adotada visou atingir a economia em escala, com uma 
maior quantidade de serviços em um objeto centralizado, almejando menor custo no resultado 
final, levando-se em conta que os custos estariam distribuídos por um número maior de serviços 
por preço unitário; 
 j) outra questão são os riscos proeminentes sobre possíveis deficiências na execução de 
contratos individuais de sistemas correlacionados e interdependentes, pois, ao contrário, a 
metodologia escolhida visa ampliar o controle de desempenho e qualidade do contrato exercido 
por empresa única; 
 k) o parcelamento da solução teria como resultado diversas contratações, com a formalização 
de múltiplos contratos, o que acabaria impossibilitando a execução satisfatória pelo ônus de gerir 
contratos variados, além de necessitar aumento significativo dos custos de controle operacional e 
administrativo pelo Órgão Gestor. Assim, a centralização da responsabilização em uma única 
empresa contratada mostrou-se mais adequada, não apenas sob o prisma do acompanhamento de 
problemas e soluções, mas sobremaneira para facilitar a verificação das causas e atribuições de 
responsabilidade; 
 l) sustenta a pertinência da solução escolhida o voto condutor do Acórdão 861/2013 – 
Plenário, do TCU, do qual se extrai a afirmativa de que ‘lidar com um único fornecedor diminui o 
custo administrativo de gerenciamento de todo o processo de contratação’ e ‘o aumento da 
eficiência administrativa do setor público passa pela otimização do gerenciamento de seus 
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contratos de fornecimento. Essa eficiência administrativa também é de estatura constitucional e 
deve ser buscada pela administração pública’. 
 Análise: 
 20. De fato, os serviços listados neste item da oitiva (gerenciamento de contas de energia 
elétrica, da manutenção preventiva e corretiva completa de gases medicinais, inclusive em suas 
centrais com oxigênio, ar comprimido, vácuo e óxido nitroso e da inspeção interna não destrutiva 
em rede de esgoto sanitário e/ou águas pluviais por meio de imagem) não parecem ser comumente 
realizados por empresas do ramo de manutenção predial, por se revelarem especializados, 
prestados por empresas também especializadas nesses objetos. A junção desses objetos no escopo 
da contratação não é, a princípio, irregular, mas tem o potencial de restringir a competitividade do 
certame, requerendo, portanto, justificativas do órgão licitante. 
 21. A par das justificativas técnicas e econômicas prestadas na resposta à oitiva e também 
constantes do item 10 do Estudo Técnico Preliminar da contratação (peça 34, pp. 15-17), há outras 
considerações a serem feitas que permitem afastar a suposta irregularidade apontada. 
 22. O documento Riscos e Controles nas Aquisições do TCU, ferramenta disponibilizada pela 
Corte de Contas como produto do Acórdão 1.321/2014 – Plenário, Relatora: Ministra Ana Arraes, 
relacionando 117 riscos e 150 possíveis controles internos para mitigá-los, dispõe sobre os riscos 
decorrentes de não parcelar o que deve ser parcelado, bem como de utilizar método de 
parcelamento inadequado, conforme exposto a seguir: 
 ‘Há 4 métodos para proceder o parcelamento do objeto da licitação: 
 a) realização de licitações distintas, uma para cada parcela do objeto (parcelamento 
formal); 
 b) realização de uma única licitação, com cada parcela do objeto sendo adjudicada em 
um lote (ou grupo de itens) distinto (parcelamento formal); 
 c) realização de uma única licitação, com todo o objeto adjudicado a um único 
licitante, mas havendo permissão para que as licitantes disputem o certame em consórcios 
(parcelamento material); 
 d) realização de uma única licitação, com todo o objeto adjudicado a um único 
licitante, mas havendo permissão para que a licitante vencedora subcontrate uma parte 
específica do objeto (parcelamento material).’ 
 23. Em sentido semelhante ao do documento acima, temos, por exemplo, o Acórdão 
10.264/2018 – 2ª Câmara, Relatora: Ministra Ana Arraes, que, ao analisar supostas 
irregularidades em contratação de empresa para prestação de serviços preventivos e corretivos na 
modalidade denominada Facilities Full, concluiu o seguinte: 
 ‘Em licitações de serviços diversos em contrato único (Facilities Full), a permissão de 
formação de consórcios e a possibilidade de subcontratação de serviços são meios que 
podem amenizar a restrição à concorrência decorrente da junção de inúmeros serviços em 
único objeto.’ 
 24. A oitiva questionava, de acordo com a classificação do RCA, a ausência do parcelamento 
formal, que seria a contratação dos serviços listados por empresas especializadas, por meio de 
itens específicos da licitação ou por meio de licitações individualizadas. 
 25. Porém, deve se considerar que, conforme exposto anteriormente, existem outras formas de 
se proceder ao parcelamento do objeto. O item 6.1 do edital (peça 2, p. 85) dispõe que ‘é permitida 
a subcontratação parcial do objeto no limite máximo de até 25%, do valor total do contrato’. A 
subcontratação, como vimos, é uma das formas de parcelamento material do objeto da 
contratação. 
 26. Ademais, segundo informado pela unidade jurisdicionada e constatado por essa Unidade 
Técnica, dezesseis empresas participaram do certame, o que garantiu sua competitividade, e, 
ainda, verifica-se que não foram exigidos atestados de capacidade técnico-operacional de serviços 
listados entre os passíveis de serem subcontratados (item 6.3 do termo de referência). Assim, a não 
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divisão formal do objeto não parece ter restringido sobremaneira a competição, atendendo às 
necessidades da administração, cujas justificativas não se mostraram desarrazoadas. Podem ser 
aceitos, pois, os argumentos apresentados pela UJ na resposta à oitiva e considerada improcedente 
a denúncia quanto a essa questão. 
 Item ‘d’ da oitiva: contratação dos serviços por posto de trabalho, em detrimento de forma que 
permita a mensuração dos resultados para o pagamento da contratada, conforme item 7.1.11 do 
termo de referência, sem as devidas justificativas, demonstrando ser o modelo mais vantajoso para 
a Administração, em afronta ao item 2.5, d.1, do Anexo V da Instrução Normativa Seges/MPDG 
5/2017 e à jurisprudência do TCU (Acórdão 2.346/2016 – Plenário, Relator: Ministro Raimundo 
Carreiro; 449/2017 – Plenário, Relator: Ministro José Mucio Monteiro). 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada sobre os indícios de irregularidades (peça 45, pp. 
15-17): 
 a) a contratação por postos de trabalho foi a solução que tem se mostrado bastante eficaz no 
que diz respeito à melhor execução e maior produtividade. Por conseguinte, os profissionais 
alocados para a prestação do serviço passam a compor a rotina do hospital, tomando 
conhecimento dos processos e rotinas inerentes à área demandada; 
 b) o objeto ora licitado perfaz a manutenção predial corretiva e preventiva de uma unidade 
hospitalar, o que por si só demanda atenção peculiar por tratar do cuidado de vidas. Neste plano, 
a manutenção predial hospitalar tem como escopo de serviço a organização de processos, 
definição de padrões de vistoria, delimitação de cronograma de manutenção que, por meio dele, a 
equipe de manutenção sabe o que precisa ser acompanhado, quando e como a vistoria deve ser 
feita e que equipamentos devem ser usados para testes de performance; 
 c) esse conjunto de práticas contínuas, rotineiras e diárias tem como missão a prevenção de 
falhas de equipamentos e recursos, a solução de erros e a garantia da funcionalidade dos sistemas 
envolvidos, incluindo aqueles de vital importância para a manutenção das vidas atendidas. Com 
tamanha responsabilidade no funcionamento integral do hospital, é recomendado que se conte com 
uma empresa de manutenção predial hospitalar terceirizada. Com isso, entre os benefícios dessa 
opção, está a garantia de equipamentos modernos para a identificação de necessidade de troca ou 
reparo de peças e equipamentos, profissionais altamente capacitados, segurança em vistorias e 
mais; 
 d) assim sendo, a contratação por postos de trabalho permite que a empresa busque 
profissionais com experiência e habilidades específicas, o que pode levar a um aumento 
significativo na qualidade do trabalho realizado, bem como a facilitação do processo de 
treinamento, permitindo que a empresa identifique claramente as necessidades de treinamento de 
cada colaborador com base em suas funções específicas, tornando o processo de treinamento mais 
direcionado e eficiente; 
 e) à vista disso, aponta-se ainda uma significativa melhoria na gestão do tempo ao designar 
profissionais para postos de trabalho específicos, sendo possível otimizar o uso do tempo dos 
colaboradores, garantindo que eles dediquem seus esforços às atividades mais relevantes para suas 
funções, além do aumento da produtividade, uma vez que, ao alocar profissionais em postos de 
trabalho que correspondem às suas habilidades, a equipe como um todo pode alcançar maior 
produtividade, visto que cada membro está mais apto a executar suas tarefas com eficiência; 
 f) contextualizando, para obtenção de melhor entendimento, em um cenário de centro 
cirúrgico, por exemplo, a ocorrência de qualquer falha nos setores secundários ao andamento da 
cirurgia, como rede de geradores, distribuiçãode energia elétrica, rede de gases medicinais 
(oxigênio e nitrogênio), controle de ar condicionado para equilíbrio séptico, dentre outros, 
ocasionaria grave comprometimento à segurança dos procedimentos médicos envolvendo a 
integridade física e a vida do paciente. Neste sentido, principalmente pela demora no cumprimento 
da ordem de serviço, a contratação por quantidade de horas de serviço/tarefa, não se mostra 
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confiável e adequada, ao se tratar de atenção especial às enfermidades, com diagnósticos, 
tratamento, reabilitação, cirurgia e atendimento de emergência; 
 g) a contratação por postos de trabalho torna o processo de contratação mais ágil, uma vez 
que existe definição clara dos postos de trabalho, reduzindo também conflitos internos, já que as 
atribuições e responsabilidades de cada funcionário estão claramente especificadas. Com isso, 
evita-se sobreposição de funções com vistas a um ambiente de trabalho mais harmonioso; 
 h) toda essa justificativa, aliada ao cerne do objeto, qual seja, manutenção predial hospitalar, 
justifica a escolha da licitação ser por postos de trabalho. 
 Análise: 
 27. A oitiva realizada refere-se à formatação da presente contratação por meio de postos de 
trabalho, conforme estabelecido no item 7.1.11 do termo de referência (peça 2, pp. 54-55), em 
detrimento da contratação por resultados, contrariando a legislação vigente, como a IN 
Seges/MPDG 5/2017 e o Decreto 9507/2018, e a jurisprudência do Tribunal. 
 28. Para melhor análise da questão, primeiramente se faz necessária a adequada 
caracterização do que seja o ‘pagamento com base no resultado’, de que tratam o Decreto 
9.507/2018 e a IN Seges/MPDG 5/2017, citados como fundamento para a caracterização da 
irregularidade na oitiva. Do Anexo V (Diretrizes para a Elaboração do Projeto Básico ou Termo 
de Referência) da IN Seges/MPDG 5/2017 extrai-se: 
 ‘2. São diretrizes específicas a cada elemento do Termo de Referência ou Projeto 
Básico: 
 (...) 
 2.6. Modelo de gestão do contrato e critérios de medição e pagamento: 
 (...) 
 d) Definir a forma de aferição/medição do serviço para efeito de pagamento com base 
no resultado, conforme as seguintes diretrizes, no que couber: 
 d.1. estabelecer a unidade de medida adequada para o tipo de serviço a ser contratado, 
de forma que permita a mensuração dos resultados para o pagamento da contratada e 
elimine a possibilidade de remunerar as empresas com base na quantidade de horas de 
serviço ou por postos de trabalho, observando que: 
 d.1.1. excepcionalmente poderá ser adotado critério de remuneração da contratada por 
quantidade de horas de serviço, devendo ser definido o método de cálculo para quantidade, 
qualificação da mão de obra e tipos de serviços sob demanda, bem como para manutenção 
preventiva, se for o caso; 
 d.1.2. excepcionalmente poderá ser adotado critério de remuneração da contratada por 
postos de trabalho, devendo ser definido o método de cálculo para quantidades e tipos de 
postos necessários à contratação;’ 
 29. Segundo o Ministro Augusto Sherman (CAVALCANTI, Augusto Sherman. ‘O Novo Modelo 
de Contratação de Soluções de TI pela Administração Pública’, p. 147. Editora Fórum, 2013), 
existem basicamente duas formas de se formalizar um contrato com previsão de pagamento por 
resultados: 
 a) mediante o estabelecimento de uma métrica ou unidade de medida; 
 b) mediante a fixação de um Acordo de Nível de Serviços (ANS), ou Instrumento de Medição de 
Resultados (IMR), como é denominado atualmente na IN Seges/MPDG 5/2017. 
 30. Detalhando melhor a questão, na mesma obra o Ministro Sherman considera que o ideal 
seria se estabelecer uma métrica para definir os resultados da contratação. Porém, 
justificadamente, a depender da natureza do objeto, pode haver casos em que a única, ou a melhor, 
forma possível de se contratar seja por postos de serviço. Nesses casos, a previsão de um Acordo 
de Nível de Serviços, em que se vincula os pagamentos devidos à contratada aos resultados 
alcançados, em termos de qualidade, prazo, ou outros critérios, atenderia também ao paradigma 
da contratação por resultados. Ressalta, ainda, que essas duas formas de se remunerar por 
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resultado não são excludentes entre si. O Acordo de Nível de Serviços ou Instrumento de Medição 
de Resultados pode ser previsto tanto em contratos que preveem postos de trabalho, como vimos 
acima, para atender ao paradigma da contratação por resultados, quanto em contratos que 
utilizam métricas para aferir resultados, propondo, por meio do ANS ou IMR, adequações de 
pagamento caso não se alcancem as metas previstas. 
 31. O Tribunal tem adotado a orientação acima em suas decisões, como pode se constatar nos 
Acórdãos 11.082/2021 – 2ª Câmara, Relator: Ministro André de Carvalho, e 1.565/2023 – 
Plenário, Relator: Ministro Antônio Anastasia. 
 32. A contratação em questão prevê a adoção do Instrumento de Medição de Resultados (IMR) 
(peça 2, pp. 66-68), estabelecendo, no item 8.18 do TR (peça 2, p. 88), que a ‘fiscalização técnica 
dos contratos avaliará constantemente a execução do objeto e utilizará o Instrumento de Medição 
de Resultado (IMR), conforme modelo previsto no Anexo, ou outro instrumento substituto para 
aferição da qualidade da prestação dos serviços, devendo haver o redimensionamento no 
pagamento com base nos indicadores estabelecidos...’. 
 33. Assim, a previsão do IMR no termo de referência atende, segundo a doutrina e as decisões 
acima citadas, ao paradigma da contratação por resultados, obedecendo ao disposto no Decreto 
9.507/2018 e na IN 5/2017, sendo considerada, portanto, improcedente a denúncia quanto a essa 
questão. 
 34. Porém, outro ponto merece ser analisado. A Instrução Normativa Seges/ME 40/2020, que 
dispõe sobre a elaboração dos Estudos Técnicos Preliminares para a aquisição de bens e a 
contratação de serviços e obras, no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e 
fundacional, estabelece, no seu art. 7º, inciso V, que o mencionado documento deve conter 
‘estimativa das quantidades a serem contratadas, acompanhada das memórias de cálculo e dos 
documentos que lhe dão suporte’. 
 35. No Estudo Técnico Preliminar da contratação, no tópico referente à estimativa das 
quantidades a serem contratadas, constam as seguintes justificativas (peça 34, p. 15): 
 ‘8.1. As estimativas das quantidades de mão de obra, serviço e insumos foram baseadas 
na Tabela Sinapi e no histórico de consumo do HGeR. 
 8.2. O cálculo da quantidade de 50 (cinquenta) profissionais da MO Ded Excl também 
foi embasado na quantidade de profissionais necessários para mobilizar todas as áreas alvo 
do objeto, que, direta ou indiretamente, dão suporte à atividade-fim de saúde daquele 
nosocômio. 
 8.3. Ainda, buscando-se a melhor opção de contratação para a Administração, sendo 
observados os Princípios da Economicidade, da Competitividade e da Isonomia, bem como, 
não ferindo o disposto no art. 23 da Lei 8.666/1993 a Equipe de Planejamento realizou o 
levantamento de preços, conforme Instrução Normativa 5/2017, que dispõe sobre os 
procedimentos administrativos básicos para a realização de pesquisa de preços. 
 8.4. Para aquisição de bens e contratação de serviços em geral, foi realizada pesquisa 
no Painel de Preços, consulta aos órgãos públicos e pesquisa de mercado, com a finalidade 
de auxiliar a apuração da estimativa de preços dos serviços e insumos, objeto desta 
contratação. 
 8.5. Tais estimativas de quantidade estão apresentadas no Relatório de Pesquisa de 
Preços e seus anexos. 
 8.6. As licitantes deverão encaminhar, durante a análise das propostas, na formação da 
planilha de preços/custos conformemodelo disponibilizado na licitação e no formato Excel, 
no que couber, com memória de cálculo e células destravadas.’ 
 36. Portanto, pode-se observar que foram estimados 50 profissionais para a prestação do 
serviço, porém, sem a demonstração, por meio de uma memória de cálculo, de como se chegou a 
esse quantitativo, descumprindo, dessa forma, a IN Seges/ME 40/2020. 
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 37. A irregularidade é agravada pelo fato de que foram previstos quatro tipos de postos 
diferentes de engenheiros de forma residente (Engenheiro Senior, Civil Pleno, Elétrico e 
Mecânico), alguns com carga horária parcial, totalizando 671 horas mensais, sem justificativas da 
necessidade desses profissionais de forma residente e no quantitativo previsto nos documentos da 
contratação. Apesar de o edital anterior (Pregão 50/2021) prever um quantitativo maior (cinco 
postos com carga horária integral), ainda assim o número chama a atenção. 
 38. Importante ressaltar que o custo mensal desses engenheiros é de R$ 89.852,53, conforme 
proposta da empresa declarada vencedora disponível no Portal de Compras do Governo Federa, 
isto é, 12,75% do valor total proposto. 
 39. Em pesquisa na internet, é possível verificar que a maior parte dos editais de contratação 
de manutenção predial para hospitais não prevê a disponibilização de engenheiros de forma 
residente, como os Pregões 32/2022 da Uasg 155908 (peça 88) e o 112/2023 da Uasg 155125 
(peça 89), ou prevê apenas um, como o Pregão 4/2023 da Uasg 250105 (peça 90). Assim, como 
essa irregularidade está diretamente relacionada com o custo da contratação, e não foi 
considerada na oitiva inicial, será incluída em nova oitiva a ser proposta. 
 Item ‘e’ da oitiva: exigência, para fins de qualificação técnica, dos registros relacionados nos 
itens 26.1.1.2 e 26.1.1.3 do Termo de Referência (CBMERJ e Rioluz/GEM), em desconformidade 
com o item 2.2 do Anexo VII-B da Instrução Normativa Seges/MPDG 5/2017 e com o Acórdão 
2.659/2022 – Plenário, uma vez que, de forma a ampliar a competitividade, deveria ser cobrado 
apenas para a execução contratual. 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada sobre os indícios de irregularidades (peça 45, pp. 8-
11): 
 a) na análise do Pregão Eletrônico 50/2021 foi apontada a existência de lacuna nos estudos 
técnicos preliminares do certame, sem que existisse motivação para a exigência daquele registro. 
Essa constatação conduziu à determinação do TCU. A situação agora examinada, contudo, é 
diferente. O ato administrativo foi devidamente motivado, uma vez que o ETP abordou 
adequadamente a questão e frisou o porquê da necessidade dessa exigência; 
 b) não se discute a necessidade de que o prestador dos serviços possua registro junto ao Corpo 
de Bombeiros ou à RioLuz/GEM. O que está sendo questionado por esse Tribunal é o momento em 
que deveria ser exigida a comprovação dos referidos registros; 
 c) entende-se que a análise então procedida pela unidade técnica e o entendimento dela 
decorrente não foi a mais congruente (diga-se que o Acórdão 2.659/2022 – Plenário foi prolatado 
por Relação, o que implica em uma menor discussão das teses pelos órgãos colegiados). 
Inicialmente, no que se refere ao Acórdão 670/2013 – Plenário mencionado naquela análise, seu 
relator deixou claro que as normas de hierarquia inferior admitidas para a realização de 
exigências deveriam ser ‘inerentes ao funcionamento do mercado no qual se está adquirindo o bem 
ou o serviço’. Ora, não há que se questionar que o registro junto ao Corpo de Bombeiros é inerente 
ao funcionamento de qualquer empresa que realize a manutenção de sistemas de detecção e 
combate de incêndio e pânico. Sob esse prisma, então, estaria resguardado o entendimento de que 
a exigência prevista encontra amparo no inciso IV do art. 30 da Lei 8.666/1993. Esse entendimento 
adere, em tudo, às disposições contidas no voto condutor daquele mencionado Acórdão 670/2013 – 
Plenário; 
 d) a respeito do deslocamento da exigência da fase de habilitação para a fase de contratação 
invocada pela Selog, o precedente constante do Acórdão 2.569/2017 – Plenário, então trazido pela 
unidade técnica, em nada se assemelha à situação ora discutida. Naquele, era discutida exigência 
relacionada à atuação geográfica da contratada. Nesse, de forma diversa, a exigência se relaciona 
à própria demonstração de capacidade da empresa, inegavelmente relevante para que a empresa 
seja considerada apta a participar de processo destinado à sua contratação; 
 e) por último, ainda a respeito do assunto, não se prestam ao caso ora em exame as anotações 
da Selog relativas aos Estudos Técnicos Preliminares, uma vez que, como já se demonstrou 
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anteriormente, o ETP que fundamentou o PE 69/2022 justificou adequadamente as razões da 
exigência, no momento da habilitação, diferentemente do que ocorreu em relação ao PE 50/2021. 
 Análise: 
 40. As exigências constantes deste item da oitiva já tinham sido objeto de reprovação pelo 
Tribunal no certame anterior (Pregão 50/2021). A diferença agora, conforme apontado pela 
unidade jurisdicionada, é que o Estudo Técnico Preliminar da contratação tratou de justificar as 
exigências dos registros na fase de habilitação. De fato, o ETP da contratação trouxe justificativas 
para tal, conforme transcrição abaixo (peça 34, pp. 5 e 7): 
 ‘5.9. O registro junto ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro 
possui a finalidade de garantir que, na execução do contrato, a empresa vencedora esteja 
regular perante a instituição fiscalizadora responsável (Corpo de Bombeiros Militar do 
Estado do Rio de Janeiro). Tal exigência, decorre da necessidade da futura contratada 
possuir previsão de realizar manutenção no sistema de detecção e combate de incêndio e 
pânico, composto por duas bombas de pressurização de 5 cv que atendem aos hidrantes 
instalados nos blocos B e C, e sistemas de sprinklers de mercúrio. Essa determinação 
encontra-se amparada no Decreto 897/1976, que regulamenta o Decreto 247/1975 do Estado 
do Rio de Janeiro, em plena validade. 
 5.10. Em consulta a editais de contratações similares ao presente certame, observou-se 
a existência da exigência supracitada no momento da habilitação, sendo certo que a ausência 
de tal previsão poderá provocar significativos impactos negativos, sobretudo por se tratar de 
um nosocômio. A título de exemplificação, caso a empresa, no momento de celebração do 
contrato, não apresente o referido registro junto ao Corpo de Bombeiros poderá acarretar 
impedimento e/ou atraso no início da execução contratual, podendo inclusive gerar a 
necessidade de retomar fases do certame, mediante abertura de Processo Administrativo 
(prazo mínimo de 30 dias). Desta forma, com fulcro no princípio constitucional da eficiência, 
esta Administração considera a exigência como condição sine qua nom, frente ao objeto 
licitado. 
 5.11. Ademais, salienta-se que é imperiosa a preocupação da Administração Militar no 
tocante à responsabilidade, em evitar perda de vidas, materializados pela descontinuidade do 
serviço público, bem como pela precariedade na manutenção dos sistemas de incêndio do 
hospital. 
 (...) 
 5.13. Em respeito ao Decreto 22.281/2002, responsável por instituir o regulamento 
para instalação, conservação e sistemas de ar condicionado e ventilação mecânica no 
Município do Rio de Janeiro, materializado no art. 127-A, foi averiguada a necessidade de 
exigência referente ao registro perante a OMC (Rioluz/GEM - Gerência de Engenharia 
Mecânica). Neste escopo, o certame possui também como objeto a manutenção dos sistemas 
refrigeração, sendo razoável considerar esse requisito como cláusula editalícia. 
 5.14. Referidosregistros constam de legislação especial, regulados e normatizados pela 
competência municipal e estadual local, sendo indispensáveis para a habilitação técnica do 
licitante. Exigir os referidos requisitos, tão somente, na ocasião da assinatura do contrato é 
contraproducente e poderá ocasionar significativos atrasos quando da hipótese de sua falta 
junto aos emitentes responsáveis, como atrasos na emissão do registro ou até seu 
indeferimento. Retomando a licitação ao concorrente antecessor, culminando no 
alargamento do prazo para início dos serviços e consequente prejuízos ao erário. Neste 
plano, com fulcro na eficiência, ambas as exigências são condições sine qua nom, frente o 
objeto licitado. Restando frisar que toda empresa prestadora de serviços, compatíveis com o 
objeto a ser licitado, devem requerê-los após sua constituição, previamente para início das 
atividades. Caso contrário, estaremos diante de um cenário de irregularidade formal, quando 
da solicitação somente na assinatura do contrato. Inclusive, inexiste prazo determinado e 
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máximo, podendo levar-se meses para emissão de ambos os registros o que, mais uma vez, 
toma-se precário exigi-los apenas na ocasião da assinatura do contrato. 
 5.15. Com relação ao referido registro, esta Equipe de Planejamento averiguou que no 
interior do nosocômio existem setores sensíveis que demandam o perfeito funcionamento dos 
sistemas de ventilação e climatização tais como ventiladores, fluxos laminares para combate 
séptico, aparelhos de ar condicionado, entre outros. Neste escopo, havendo qualquer 
interrupção nos sistemas em tela, o prejuízo poderá ser fatal em se tratando de um ambiente 
hospitalar, fazendo-se necessário a exigência do registro no momento da habilitação, posto 
que se deve manter a rigorosa prevenção a infecções hospitalares.’ 
 41. É possível se concluir, sem necessidade de maiores discussões, que as exigências dos 
registros junto ao CBMERJ e Rioluz/GEM, relacionados nos itens 26.1.1.2 e 26.1.1.3 do Termo de 
Referência, encontram amparo no inciso IV do art. 30 da Lei 8.666/1993. A discussão posta se 
refere ao momento da exigência, se na fase de habilitação, a ser exigida de todos os licitantes, ou 
somente para a contratação, a ser exigida somente do licitante vencedor. 
 42. O item 2.2 do Anexo VII-B (Diretrizes Específicas para Elaboração do Ato Convocatório) 
da IN Seges/MPDG 5/2017, utilizado como fundamento da oitiva, assim dispõe: 
 ‘2.2. Exigências de comprovação de propriedade, apresentação de laudos e licenças de 
qualquer espécie só serão devidas pelo vencedor da licitação; dos proponentes poder-se-á 
requisitar tão somente declaração de disponibilidade ou de que a empresa reúne condições 
de apresentá-los no momento oportuno;’ 
 43. Equiparando-se os registros em questão às ‘licenças de qualquer espécie’ de que trata o 
dispositivo, verifica-se que não seria adequada a exigência entre os documentos de habilitação, 
como constou no termo de referência. No mesmo sentido é a jurisprudência do Tribunal, como os 
Acórdãos 2.659/2022 – Plenário, Relator: Ministro Vital do Rêgo, e 2.569/2017 – Plenário, 
Relator: Ministro José Múcio. 
 44. A unidade jurisdicionada alega que o caso tratado no Acórdão 2.569/2017 – Plenário, 
então trazido pela unidade técnica, em nada se assemelharia à situação ora discutida, posto que 
naquele processo era discutida exigência relacionada à atuação geográfica da contratada, 
enquanto nesse, de forma diversa, a exigência se relaciona à própria demonstração de capacidade 
da empresa. 
 45. Não prospera a alegação da unidade jurisdicionada. O Acórdão 2.569/2017 – Plenário 
cuidou da exigência de apresentação do ‘Certificado de Registro e Autorização de Funcionamento 
no Distrito Federal’, sendo considerada indevida, à semelhança do entendimento exarado pelo 
TCU no Acórdão 2.787/2015 – Plenário, Relator: Ministro Raimundo Carreiro, a exigência de 
apresentação na fase de habilitação, cabendo ser demandada apenas para o momento da 
contratação, tendo em vista que prestigiaria empresas com sede no DF, em detrimento de empresas 
localizadas noutras unidades federativas, afetando, com isso, a isonomia entre os licitantes. 
 46. A mesma lógica pode ser observada no caso dos presentes autos. As exigências de registro 
de conservadora/mantenedora junto ao CBMERJ – Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio 
de Janeiro e junto à Rioluz/GEM – Gerência de Engenharia Mecânica, constantes, 
respectivamente, dos itens 26.1.1.2 e 26.1.1.3 do termo de referência (peça 2, p. 101), privilegiam 
empresas sediadas no município do Rio de Janeiro, que já possuem, a princípio, os registros. O 
deslocamento da exigência para a contratação ampliaria a competitividade do certame e se 
compatibilizaria com o disposto na IN Seges/MPDG 5/2017 e com a jurisprudência do Tribunal. 
 47. Transcrevemos novamente abaixo trecho constante do Estudo Técnico Preliminar da 
contratação, relacionado ao que foi dito acima (peça 34, p. 7): 
 ‘Restando frisar que toda empresa prestadora de serviços, compatíveis com o objeto a 
ser licitado, devem requerê-los após sua constituição, previamente para início das atividades. 
Caso contrário estaremos diante de um cenário de irregularidade formal, quando da 
solicitação somente na assinatura do contrato.’ 
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 48. Ora, o dito acima é verdade somente para empresas sediadas ou que já prestam serviços 
na cidade do Rio de Janeiro, posto que os registros são exigíveis por decretos municipais. 
Empresas de outros estados não têm a obrigação de se registrar junto a esses órgãos, podendo 
estar plenamente regulares e aptas à prestação do serviço, mas estariam alijadas do certame pela 
regra posta. 
 49. Assim, considera-se não afastada a irregularidade, que será levada em consideração na 
conclusão desta instrução. 
 Item ‘f’ da oitiva: previsão de que as empresas que optarem pela não realização da Visita 
Técnica enviem, para o e-mail do pregoeiro, até o terceiro dia útil anterior à data prevista para a 
abertura da sessão pública, declaração de que possui pleno conhecimento do objeto da presente 
licitação e não poderão alegar o desconhecimento das condições e grau de dificuldade existente 
como justificativa para se eximirem das obrigações assumidas em decorrência da licitação (item 
3.10.1 do Edital), em afronta ao contido no art. 19, inciso II, do Decreto 10.024/2019, e, 
considerando, ainda, que a adoção de medidas que visem o conhecimento prévio dos licitantes 
atenta conta a essência do pregão eletrônico, que é a não identificação das licitantes até concluída 
a fase de lances, e facilita o conluio e o direcionamento do certame, em violação aos princípios da 
isonomia, impessoalidade e da moralidade. 
 Item ‘g’ da oitiva: previsão de que as empresas que optarem pela não realização da Visita 
Técnica enviem, para o e-mail do pregoeiro, até o terceiro dia útil anterior à data prevista para a 
abertura da sessão pública, declaração de que possui pleno conhecimento do objeto da presente 
licitação e não poderão alegar o desconhecimento das condições e grau de dificuldade existente 
como justificativa para se eximirem das obrigações assumidas em decorrência da licitação (item 
3.10.1 do Edital), regra que impede que empresas que tenham conhecimento do edital do certame 
após o referido prazo participem da disputa, restringindo a competitividade e dificultando a 
obtenção da proposta mais vantajosa. 
 Manifestação da Unidade Jurisdicionada sobre os indícios de irregularidades (peça 45, pp. 
13-14): 
 a) esclareça-se que houve inegável avanço em relação ao tema, uma vez que no Pregão 
50/2021 o TCU havia determinado à esta BaseAdministrativa do Complexo de Saúde do Rio de 
Janeiro que adotasse providências quanto à ‘exigência de visita (vistoria) técnica obrigatória, (...), 
sem possibilidade de substituição por declaração prestada pelo licitante de que tem conhecimento 
do local e das condições de prestação dos serviços, (...)’. Buscando atender a referida 
determinação. inseriu-se no edital do PE 69/2022 a previsão ora inquinada, que constou de seu 
item 3.10.1. Não há que se falar, no caso, em descumprimento de determinação do TCU. Ao 
contrário, a decisão foi cumprida e a visita técnica não mais se fez presencialmente obrigatória. 
Ocorre que a unidade técnica entende que o disciplinamento da dispensa da visita presencial, 
efetuada neste certame, não se mostra perfeito; 
 b) sem pretender discordar, entende-se as preocupações trazidas pela AudContratações, muito 
embora se possam fazer as seguintes ponderações: a) a fixação do prazo e o meio de envio 
caracterizam-se como procedimentos meramente operacionais, que foram adaptados às 
necessidades e estrutura desta unidade militar; b) o prazo fixado buscou possibilitar o adequado 
atendimento aos licitantes, uma vez que as vistorias, caso desejadas, deveriam ser previamente 
agendadas e acompanhadas por militar designado para esse fim; c) não existe previsão legal que 
disponha sobre o prazo para registro da declaração de desistência da visita; d) o envio da 
declaração, com três dias de antecedência não se apresenta ‘como medida voltada ao 
conhecimento prévio dos licitantes’ que possa favorecer a formação de conluio, como disse a 
unidade técnica, uma vez que os e-mails, por serem dirigidos ao pregoeiro, não eram de 
conhecimento dos demais licitantes, em nada diferindo, nesse ponto, da própria realização da 
visita presencial, que já possibilita o conhecimento dos concorrentes; 
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 c) nada obstante e buscando o aprimoramento dos procedimentos adotados, as considerações 
expendidas pela unidade técnica serão levadas em consideração nos próximos certames elaborados 
por esta unidade. Mas, reitera-se, não há descumprimento de determinação, neste caso, uma vez 
que a impropriedade apontada foi diversa: no PE 50/2021 detectou-se a impossibilidade de 
desistência da visita e no PE 69/2022 questionou-se a forma pela qual foi regulamentada essa 
desistência, agora já possível. 
 Análise: 
 50. Os itens ‘f’ e ‘g’ da oitiva foram respondidos conjuntamente, e, por essa razão e pela 
relação entre eles, as análises também serão aqui realizadas conjuntamente. 
 51. Inicialmente, cumpre transcrever os trechos do edital relativos à vistoria, no que 
interessam à presente análise (peça 2, p. 76): 
 ‘3.9. O prazo para vistoria iniciar-se-á no dia útil seguinte ao da publicação do Edital, 
estendendo-se até o terceiro dia útil anterior à data prevista para a abertura da sessão 
pública. 
 3.10. O atestado de vistoria poderá ser substituído por declaração emitida pelo 
licitante em que conste, alternativamente, que conhece as condições locais para execução do 
objeto; que tem pleno conhecimento das condições e peculiaridades inerentes à natureza do 
trabalho, assume total responsabilidade por este fato e não utilizará deste para quaisquer 
questionamentos futuros que ensejem desavenças técnicas ou financeiras com a contratante. 
 3.10.1. As empresas que optarem por não realizar a Visita Técnica, deverão enviar 
para o(s) e-mail(s) do pregoeiro descritos no caput deste e para salc.badmcsau@gmail.com, 
até o terceiro dia útil anterior à data prevista para a abertura da sessão pública, declaração 
assinada pelo técnico responsável conforme item anterior e de que possui pleno 
conhecimento do objeto da presente licitação e não poderão alegar o desconhecimento das 
condições e grau de dificuldade existente como justificativa para se eximirem das obrigações 
assumidas em decorrência da licitação. 
 3.10.2. Após o envio será emitida a declaração de visita que fará parte integrante dos 
documentos de habilitação, e estará à disposição da licitante para retirada e anexação aos 
documentos de habilitação.’ 
 52. De fato, houve mudança em relação ao disposto no edital do Pregão 50/2021, agora sendo 
possível a substituição da vistoria pela declaração da empresa se responsabilizando pelo pleno 
conhecimento do objeto da licitação, conforme aponta a jurisprudência do TCU e a legislação 
aplicável. Mas o fato de ter havido evolução em relação à disciplina anterior não resolve a 
questão, posto que a forma da substituição da vistoria pela declaração do licitante, conforme foi 
materializada no termo de referência, com necessidade de envio de e-mail ao pregoeiro até três 
dias antes da abertura da sessão pública, não encontra amparo legal, conforme já apontado na 
instrução precedente. 
 53. Primeiramente, como bem foi apresentado na instrução anterior, não se vislumbra 
necessidade nem mesmo amparo legal para o envio de e-mail ao pregoeiro por parte dos licitantes 
que optarem por não realizar a vistoria. A não realização de vistoria deve ser substituída por 
declaração do licitante de que possui pleno conhecimento do objeto, das condições e das 
peculiaridades inerentes à natureza dos trabalhos, conforme aponta vasta jurisprudência dessa 
Corte, como, por exemplo, os Acórdãos 1.737/2021 – Plenário, Relator: Ministro Weder de 
Oliveira e 2.098/2019 – Plenário, Relator: Ministro Bruno Dantas. E essa declaração deve ser 
juntada aos documentos de habilitação, como prevê a Lei 14.133/2021, utilizada aqui apenas como 
referência, e enviada exclusivamente via sistema, conforme determina o inciso II do art. 19 do 
Decreto 10.024/2019. 
 54. Ademais, também merece crítica a exigência de limitação da visita e da declaração de não 
visita ao prazo de três dias anteriores ao certame, o que restringe desnecessariamente a 
competição, podendo impedir, por exemplo, que empresas que tenham conhecimento do edital a 
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dois dias do certame participem da disputa, além de, na prática, reduzir o prazo previsto em lei 
para a publicidade do certame. 
 55. O Tribunal enfrentou questão semelhante no Acórdão 714/2014 – Plenário, Relator: 
Ministro José Jorge, que concluiu que, ‘sendo a visita técnica um critério de habilitação, não há 
razoabilidade em limitar sua realização a um curto período de tempo, sendo plenamente possível 
sua realização até a data de recebimento das propostas’. Segue abaixo transcrição de partes do 
voto do relator para melhor elucidação do caso: 
 ‘19. Quanto à segunda irregularidade antes referenciada, relacionada ao período 
fixado para a realização da visita técnica (15/1/2014 a 17/1/2014, no período da manhã), a 
municipalidade não apresentou esclarecimentos específicos acerca dessa ocorrência, de 
forma que ratifico as considerações que fiz quando da prolação da medida cautelar. 
 20. De fato, não vejo razoabilidade para se limitar a visita técnica a tão curto espaço 
de tempo (três dias), quando existente a possibilidade de ser efetivada até a data de 
recebimento das propostas, ou seja, 27/1/2014, de modo que se reduziu o prazo para que 
potenciais interessados participassem da licitação. 
 21. Essa limitação temporal, associada ao fato de ser a visita técnica critério de 
habilitação, teve o condão de fixar o dia final para as licitantes participarem do certame a 
data de 17/1/2014, importando, assim, em violação à disposição do art. 21, § 2º, inciso II, da 
Lei 8.666/1993, que estabelece o prazo mínimo de 30 (trinta) dias para as licitantes 
acorrerem ao certame, quando, na prática, só foram 22 (vinte e dois) dias desde a publicação 
do edital.’ 
 56. A previsão de envio de e-mail ao pregoeiro, conforme previsto no edital,

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