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Sistema de Ensino Presencial Conectado
ciencias contábeis
ÉTICA NOS NEGÓCIOS
Cachoeiro de Itapemirim - ES
201
4
ÉTICA NOS NEGÓCIOS
Trabalho apresentado ao Curso 
Ciências
 
Contábeis
 da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral nas 
disciplinas
 
Teoria da Contabilidade, Comportamento Organizacional, Ética, Política e Sociedade
.
Orientador: 
Prof.ª
 Joenice Leandro Diniz dos Santos
 
Prof.ª
Elisete Alice Zampronio de Oliveira
Prof.ª
 Regiane Alice Brignoli Moraes
Prof.ª
 Marcia Bastos de Almeida
Cachoeiro de Itapemirim – ES
2013
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	3
2	Desenvolvimento	4
2.1	Código de Ética do contador	4
2.2	CÓDIGO DE ÉTICA DO CONTADOR (DEVERES E PROIBIÇÕES)	4
2.3	COMPORTAMENTO DO CONTADOR DEIANTE DA FRAUDE EFETUADA PELA SCHINCARIOL	6
3	COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL	9
4	A SITUAÇÃO ECONÔMICA DA ORGANIZAÇÃO, OS DADOS APRESENTADOS ATÉ SEU FECHAMENTO E APÓS SUA REABERTURA COMO UMA NOVA MARCA	11
5	A EXPANSÃO DA EMPRESA E O PAPEL DA CONTABILIDADE	13
6	ASPECTOS ÉTICOS DESCONSIDERADOS NAS ESTRATÉGIAS E ARGUMENTOS DOS RESPONSÁVEIS PELA EMPRESA	16
7	CONCLUSÃO	18
8	REFERÊNCIAS	20
INTRODUÇÃO
O seguinte trabalho tem por objetivo o estudo do caso da empresa SCHINCARIOL, sua análise bem como as devidas interpretações sobre o caso.
Ao longo do mesmo, serão abordados todos os assuntos que dizem respeito a esse caso, como o comportamento organizacional da empresa estudada, sobre o código de ética dos profissionais contábeis que não foi seguido pelos profissionais da empresa, bem como outras informações importantes sobre a empresa que devem ser considerados para o completo entendimento do caso e para que seja possível o aprendizado com o mesmo.
Ser ético, enquanto profissional, significa agir em consonância com as normas e os princípios que regem uma profissão. No entanto, não é tarefa fácil manter - se ético numa época em que as empresas lutam de forma árdua, e buscam alternativas para reduzir gastos, em especial, os decorrentes da alta carga tributária a que estão sujeitas. É de responsabilidade de o contador apresentar opções lícitas para melhor condução dos negócios de seu cliente ou empregador e oferecer – lhe serviços de qualidade e confiabilidade. 
A metodologia para desenvolvimento deste trabalho foi a abordagem, a análise, material complementar e a comparação de assuntos históricos, baseados em pesquisas bibliográficas.
Desenvolvimento
Código de Ética do contador
Ética é um ramo da filosofia que lida com o que é moralmente bom ou mal certo ou errado. É a ciência vinculada ao julgamento de apreciação moral. 
A ética diz respeito aos princípios de conduta que norteiam um indivíduo. Embora pareça uma definição simples e de fácil aplicação, é, na realidade, um conceito complexo, pois engloba juízos de valor, não tão fáceis de serem aplicados. Para que as atitudes de um indivíduo sejam consideradas éticas, é necessário que estejam de acordo com o conjunto de valores imposto pela sociedade. Caso contrário, há o desvio de conduta, e este indivíduo estará sendo antiético. Mas, mesmo a ética, que tem sua conceituação muito relacionada a regras, tem suas exceções, conflitos e relatividades, pois o que é considerado moralmente correto numa sociedade pode ser condenado em outras. Por exemplo, é natural, em alguns países, que um homem tenha mais de uma esposa, algo inaceitável por grande parte das culturas. Assim, o fato de ter uma conduta ética ou não, está também relacionado ao meio no qual o indivíduo está inserido. 
A ética é uma importante fonte de direitos do homem. Ela condiciona - o a impor limites a si mesmo de modo contínuo, para que possa manter o equilíbrio necessário para a vida em sociedade. Portanto, pode conceituar - se a ética como a ciência que estuda a conduta dos seres humanos, analisando os meios que devem ser empregados para que a referida conduta reverta-se sempre em favor do homem. 
CÓDIGO DE ÉTICA DO CONTADOR (DEVERES E PROIBIÇÕES)
O verbo dever indica a existência de uma norma de eficácia plena, absoluta, ou seja, um preceito "jure et juris" . O contador é obrigado compulsoriamente a seguir os nove incisos deste artigo sob pena de cometer uma infração ética. Inexiste a Opção de escusa - ao descumprir qualquer um destes incisos, mesmo que involuntariamente, incorre o contabilista a punições pelo Conselho de Regional de Contabilidade. É, portanto uma regra deontológica.
A nobreza do exercício profissional exige um comportamento qualitativo. A perfeição dos serviços, aliadas à atenção e responsabilidade, constituem-se deveres fundamentais do contabilista. A honestidade, sem subestimar as outras características é essencial, pois também é reflexo da conduta moral. Obviamente que a legislação deve ser seguida, pois se ninguém pode alegar o desconhecimento da lei, o contabilista deve sempre estar atualizado em relação à legislação. 
As informações contábeis trazem consigo dados extremamente valiosos para a empresa, sendo que jamais devem ser revelados à concorrência, eis que amparadas pelo sigilo profissional. Somente o profissional contábil deve ser o responsável pela orientação técnica das tarefas de seu setor. A ingerência de outros profissionais é vedada, já que não possuem o requisito objetivo de atuação - o registro no Conselho Regional de Contabilidade, imprescindível para a execução dos Serviços contábeis da empresa. 
O código de Ética do contador rege, regulamente e respalda a atuação do profissional, descrevendo direito, deveres, obrigações e penalidades em caso de delitos. No caso da fraude realizada pela empresa Schincariol, é possível observar os descumprimento dos item abaixo descritos no Artigo 2º do Capítulo II: Dos Deveres e das Proibições:
Art. 2º. São deveres do Profissional da Contabilidade:
I – exercer a profissão com zelo, diligência e honestidade, observada a legislação vigente e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo de dignidade e independências profissionais; II- guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito de serviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridades competentes, entre estas os Conselhos de Contabilidade; 
III- zelar pela sua competência exclusiva na orientação técnica dos Serviços a seu cargo; 
Denota extrema falta de ética, a crítica à colega de profissão, visando angariar seus clientes ou sua posição dentro de uma instituição. O melhor modo de conseguir clientes ou promoções é pela competência profissional. O contabilista, com os estudos e a prática, vai crescendo e desenvolvendo-se como um excelente profissional, sem precisar diminuir os colegas e a classe. É permitida a divulgação de sua Carteira de clientes, tabela de Serviços e trabalhos realizados, além de sua especialização acadêmica (cursos de extensão universitária, pós-graduação, mestrado e doutorado). 
Atividades ilícitas, legalização de empresas fantasmas, auditorias "maquiadas", são terminantemente vedadas ao contabilista, pois ocasionam terríveis manchas para toda a classe contábil. O contabilista empresário deve sempre especificar em contrato as suas atribuições, sendo proibido o recebimento de valores "por fora". Já o profissional empregado, deve abster-se de aceitar dinheiro e presentes que possam vincular a uma futura cobrança ilegal por parte de quem os ofereceu. 
Art.3 - No desempenho de suas funções, é vedado ao contabilista: 
I- anunciar, em qualquer modalidade ou veículo de comunicação, conteúdo que resulte na diminuição do colega da Organização Contábil ou da classe, sendo sempre admitida a indicação de títulos, especializações, Serviços oferecidos, trabalhos realizados e relação de clientes; 
II- assumir direta ou indiretamente, Serviços de qualquer natureza, com prejuízo moral ou desprestígiopara a classe; 
III- auferir qualquer provento em função do exercício profissional que não decorra exclusivamente de sua prática lícita; 
Uma forma de verificar a homogeneidade de procedimentos contábeis é pela fiscalização do CRC e do CFC. O contabilista deve facilitar este trabalho, com a apresentação da documentação exigida. 
COMPORTAMENTO DO CONTADOR DEIANTE DA FRAUDE EFETUADA PELA SCHINCARIOL
Primo Schincariol trata-se de uma empresa de bebidas criada em 1939, por Primo Schincariol, na cidade de Itu, São Paulo. O seu mercado ampliou-se para outras cidades e estados com o passar dos anos, até tornar-se a segunda maior indústria de bebidas no Brasil, principalmente no ramo de cerveja, perdendo apenas para a Ambev. Seu auge de mercado acontece em 2003 com o lançamento da cerveja Nova Schin.
Como afirmam Cruz, Menese, Sierra e Parahybuna (2006), a Schincariol movimentava um mercado bilionário, com cerca de 7 mil funcionário diretos e 25 mil indiretos. A rivalidade entre está indústria e as demais era acirrada, e os percentuais de prevalência do mercado variavam em poucos graus. Nos anos anteriores a um grande escândalo envolvendo ilegalidades fiscais, entre outras irregularidades, a Schincariol havia quadriplicado de tamanho.
O destaque financeiro despertou nos concorrentes dúvidas a cerca das formas de crescimento exacerbado e desconfiança em relação ao uso de formas ilegais para adquirir mercado. Foi então que denuncias foram realizadas na Polícia Federal e na Receita Federal e iniciaram as investigações. O que foi chamado de ‘Operação Cevada’ iniciou-se secretamente no ano de 2004.
Sites como folha UOL, conjur, exame abril e ig noticiaram o escândalo, relatando na maioria dos casos as justificativas dadas pela Polícia Federal para a forma pela qual as investigados e as posteriores apreensões foram realizadas. Segundo Mano (2005), a Schincariol foi acusada de sonegação de impostos, evasão de divisas, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção ativa. Cruz, Menese, Sierra e Parahybuna (2006) afirmam que a empresa já havia acusações no Ministério Público por fraudes contábeis e crimes contra ordem tributária desde 1996.
Com base em Mano (2005) é possível afirmar que foram presos cerca de 70 pessoas, entre as quais os 5 eram sócios da Schincariol, os filhos, o irmão e os dois sobrinhos de Nelson Schincariol, morto em assalto em 2003. As buscas prisões começaram na manhã do dia 15 de Junho de 2005, envolvendo 180 agentes da Receita e 600 policiais federais munidos de armamento pesado em 12 estados brasileiros.
Como afirmam Cruz, Menese, Sierra e Parahybuna (2006), o esquema envolvia, além dos sócios e donos da Schincariol, policiais, fiscais, transportadoras, distribuídos e até mesmo empresas ligadas ao grupo. Ainda segundo os autores, cogitou-se a participação de alguns políticos nessas atividades ilegais da empresa. É possível afirmar também a negligência em relação às atividades realizadas pelo profissional contador, ou a conivência do responsável desta empresa com o caso, realizando de forma equivocada e antiética seu trabalho.
Através de uma megaoperação iniciada em silêncio em 2004, uma força - tarefa, formada por agentes da Polícia Federal e da Inteligência da Receita Federal descobriu um grande esquema de sonegação de impostos. A operação ficou conhecida como “Operação Cevada”. 
A Primo Schincariol Indústria de Cerveja e Refrigerantes S/A já possuía uma acusação feita pelo Ministério Público Federal de São Paulo por crimes contra a ordem tributária e fraudes contábeis. O escândalo fiscal ocorrido no caso do grupo Schincariol mostra que na forma que as fraudes se deram, o trabalho do contador ético foi negligenciado ou mal realizado por este profissional, já que segundo os parâmetros que regem a profissão, o profissional deveria impedir que fossem realizadas ações contra o fisco, demonstrando como estas seriam desvantajosas para a empresa. Caso suas tentativas fossem em vão, o bom profissional se afastaria dessas atividades ilícitas e faria uma denúncia, para que seu nome ou a profissão do contador não fosse relacionado a um escândalo, e os profissionais da área não saíssem prejudicados.
Ainda segundo o Código de Ética do contador, já no que concerne ao Capítulo V: Das Penalidades, o código aponta como penalidade:
Art. 12. A transgressão de preceito deste Código constitui infração ética, sancionada, segundo a gravidade, com a aplicação de uma das seguintes penalidades:
I – Advertência Reservada;
II – Censura Reservada;
III – Censura Pública.
§ 1º. Na aplicação das sanções éticas, podem ser consideradas como atenuantes: 
I – ação desenvolvida em defesa de prerrogativa profissional;
II – ausência de punição ética anterior; 
III – prestação de relevantes serviços à Contabilidade. 
§ 2º. Na aplicação das sanções éticas, podem ser consideradas como agravantes: 
I – Ação cometida que resulte em ato que denigra publicamente a imagem do Profissional da Contabilidade; 
II – punição ética anterior transitada em julgado. 
A realidade do caso estudado trata-se um caso de infração grave, já que além da comprovação das fraudes houve divulgação pública da participação do profissional contador no ato ilícito. A punição para este profissional chegaria ao ponto de proibi-lo de exercer a profissão por tempo indeterminado, configurando um caso de cesura pública, como determina o item III, do Artigo 12 do Capítulo V do Código de Ética.
COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL
Para se entender o comportamento organizacional da empresa SCHINCARIOL é necessário primeiro entender do que se trata o mesmo, pois entender o comportamento organizacional é fundamental na dinâmica de manutenção e melhoria da gestão de pessoas, pois facilita o trabalho dos líderes e confere a estes a possibilidade de prever, e especialmente evitar problemas individuais ou coletivos entre os colaboradores.
Comportamento Organizacional consiste no estudo sistemático do comportamento humano focando ações e atitudes dos indivíduos, grupos no ambiente das organizações. No intuito de alcançar produtividade, reduzir o absenteísmo e a rotatividade e promover a cidadania organizacional.
Segundo Rubini (2010), é possível afirmar que comportamento organizacional deriva das relações humanas, assim como da psicologia, sociologia e das teorias organizacionais. Parafraseando Chanlatatal (1996) o comportamento organizacional apresenta-se hoje como uma imensa colcha de retalhos, um campo aberto a quase todos os ventos teóricos. Porque, além do ecumenismo aparente, completamente relativo sem sombra de dúvida, observa-se no interior desse conjunto teórico heterogêneo, mesmo heteróclito, a ocultação ou ausência de certas dimensões humanas [...]. Como as ciências administrativas, o campo do comportamento organizacional parece ter se desenvolvido até o presente isoladamente, negligenciando em larga medida os conhecimentos mais recentes [...].
A partir disso é possível afirmar que o comportamento organizacional vem negligenciando ou considerando triviais diversos aspectos primordiais para a contabilidade. Esta situação aplica-se ao caso estudado nesta proposta de trabalho, no qual as atividades centrais de um contador foram ignoradas ou mal realizadas. Com isso, ainda não é possível afirmar que isso tenha se dado por influencia do comportamento organizacional, já que a infração cometida pelos empresários e sócios do grupo Schincariol fere também os princípios deste, pois nem as relações humanas são respeitadas em um caso de fraude como este. 
Contudo, Rubini (2010) aponta uma questão importante, relatando que o comportamento organizacional se define dessa forma com base em dois fatores primordiais: o primeiro seria a supervalorização do econômico e os segundo é o fato dos empresários acomodarem-se e realizarem apenas atividades relacionadas ao próprio interesse. Esses fatores é que podemos afirmar que influenciaram na conduta dos empresários fraudadores da empresa Schincariol. O autor afirma ainda, que os principais esforços da empresa,em geral, têm ocorrido no sentido de potencializar a força de trabalho dos funcionários, o que configura o verdadeiro gerador de lucro para eles.
A SITUAÇÃO ECONÔMICA DA ORGANIZAÇÃO, OS DADOS APRESENTADOS ATÉ SEU FECHAMENTO E APÓS SUA REABERTURA COMO UMA NOVA MARCA
A Primo Schincariol Indústria de Cervejas e Refrigerantes S/A, foi fundada em 1939, na cidade paulista de Itu. Com o passar dos anos ampliou suas atividades e fundou várias filiais 
O Grupo Schincariol firmou-se no mercado consumidor a partir de 1993 quando apresentou um forte crescimento, o que acendeu a disputa entre os fabricantes. A melhor personificação dessa guerra no mercado foi detonada em setembro de 2003 com o lançamento da Nova Schin, do grupo ituano Schincariol.
A marca Schincariol, que era dona de uma participação de modestos 6% do mercado de cerveja e que possuía, ainda, os produtos Primus e Glacial, chegou a 9% com o lançamento da Nova Schin, e elevou assim para 11,5% a participação do grupo com apenas um mês de campanha. Os números da pesquisa realizada pelo instituto de pesquisas de mercado, o grupo já havia abocanhado a fatia de 15,2% das vendas. Cada ponto percentual do mercado valia, na época, R$ 80 milhões, tornando-se a segunda maior produtora de cerveja do país com 7 (sete) fábricas em plena atividade e alcançou respeito e admiração de toda a sociedade brasileira.
Com a escandalosa fraude descoberta a Schincariol viveu uma crise econômica. Ao contrário do que se esperava, mesmo que não tenham existido alterações nos produtos, a marca sofreu perdas significativas e o então administradores concordaram em vender parte do grupo. A compradora foi uma empresa japonesa, Kirin, sucesso no ramo de bebidas alcoólicas e não alcoólicas em seu país de origem.
O Grupo Schincariol, após ter registrado um prejuízo de R$ 12 milhões em 2003, fechou 2004 com um lucro operacional de R$ 83 milhões. O faturamento bruto da empresa totalizou R$ 2,4 bilhões em 2004, quase R$ 1 bilhão a mais do que em 2003, quando lançou a cerveja Nova Schin. As cervejas do Grupo Schincariol responderam por 80% das vendas, e a área dos não alcoólicos por 20%, isto em 2004. 
Os superintendentes do Grupo afirmaram que fizeram a aposta certa ao reposicionar o produto no mercado. Outro fator que influenciou o crescimento do grupo, que chegou a 58% em relação a 2003, foi à reformulação da rede de distribuidores parceiros, o crescimento do número de pontos de venda fez com que procurassem uma saída mais rápida para atender a demanda de venda e distribuição dos produtos. 
Como aponta Portela (2012b), a compra inicial foi de 50,45% das ações da empresa, por R$ 3,95 bilhões em agosto de 2011. Três meses depois, os donos da minoria das ações acharam viável a venda da totalidade dos ativos, por mais R$ 2,9 bilhões. A Schincariol passou a pertencer então a Kirin. Ainda segundo o autor, uma das primeiras mudanças foi a saída dos antigos acionistas da família Schincariol de seus cargos, tanto os minoritários quanto os majoritários, fontes de mercado dizem que a fábrica de bebidas era um “cabide de empregos” de familiares. O autor ainda aponta que as finanças da Schincariol eram controladas de forma ‘frouxa’, na qual os gastos pessoais da família se confundiam com as despesas da empresa.
A organização em estudo apresentava bons rendimentos, mas os tributos pagos não correspondiam ao valor real do lucro, devido às fraudes e a sonegação que ocorria na empresa.
A EXPANSÃO DA EMPRESA E O PAPEL DA CONTABILIDADE
Rejeitada por muitos, mais pelo estigma de cerveja popular, do que propriamente pelo sabor, a verdade é que a outrora SCHINCARIOL, depois NOVA SCHIN e agora apenas SCHIN, é um caso a ser estudado. Apesar da rejeição por parte de alguns consumidores a marca é uma das mais conhecidas e consumidas do competitivo mercado brasileiro. 
A redução drástica no ritmo de crescimento das vendas influenciou negativamente na contabilidade da empresa, que tinha feito investimentos maciços em infraestrutura. Estava aceso o sinal de alerta e tinha chegado a hora de promover mudanças radicais se o grupo, ainda quisesse continuar a crescer no competitivo mercado brasileiro de cervejas. Foi então que a empresa contratou uma agência de publicidade que já tinha experiência no ramo. A primeira providência da agência foi encomendar uma pesquisa de mercado. O estudo revelou que as dificuldades de expansão estavam vinculadas a um grave problema de imagem da marca. 
Para reverter essa rejeição era preciso criar uma nova marca de cerveja, produzida por uma NOVA empresa. Esse foi o bordão criado pela agência de publicidade para o lançamento da cerveja NOVA SCHIN. A nova fórmula foi, com base em pesquisas sobre o sabor que mais agrada ao consumidor brasileiro. Os anúncios da campanha, veiculados de forma maciça em todas as mídias, surpreenderam o mercado publicitário e coroaram toda uma estratégia traçada para reinventar uma cerveja e uma marca. Houve uma revitalização nas vendas com um trabalho para recuperar a autoestima das equipes responsáveis pela comercialização e distribuição do produto. Afinal, a rejeição da antiga marca era tão forte que essas equipes estavam desmotivadas e acomodadas, acabando, por muitas vezes, utilizar apenas o preço como argumento de venda. Convenções, eventos e programas especiais foram desenvolvidos para valorizar a marca e reforçar o conceito da NOVA cerveja e do novo sabor.
As metas de crescimento projetadas para dois anos foram atingidas em apenas quatro meses. A NOVA SCHIN conquistou rapidamente importantes pontos em participação de mercado e trouxe aos cofres da empresa milhões de reais. Além das mudanças na linha produtiva, investiu-se em logística, com a aquisição de 80 novos caminhões, o que possibilitou a expansão geográfica da nova marca para outras regiões do país. 
Para o relançamento da cerveja no mercado, a empresa mudou tudo, formulação, comunicação, posicionamento e identidade visual, que apareceu muito mais moderna e com forte personalidade. A inclusão do termo “nova” era decorrente do anúncio de que o produto era comercializado com fórmula renovada. A redução do nome para SCHIN era pronunciada mais facilmente e mais rapidamente, além de soar como um apelido.
Em 2009, o logotipo da marca passou por um facelift, e o nome SCHIN ganhou mais destaque. A alteração agregou dinamismo, uma vez que a palavra SCHIN é mais prática e sonora para os consumidores. A palavra isoladamente facilita o reconhecimento de toda linha de produtos, além de ampliar o campo visual. 
A operação brasileira representa 5% do faturamento do grupo Kirin no mundo – sendo que o Japão responde por mais de 50% do total. Nos dez primeiros meses do ano, a Brasil Kirin teve crescimento de 12% no faturamento, alcançando participação de mercado de 16,6% em cervejas e de 6,83% em refrigerantes, segundo dados do Sistema de Controle de Produção de Bebidas (Sicobe), da Receita Federal. (Portela 2012a).
“Com a mudança, a empresa de bebidas passa a ter três focos centrais: o desenvolvimento de marcas, o envolvimento dos colaboradores e o crescimento da distribuição” (Portela 2012a). O autor ainda aponta a nomeação de Di Domenico diretor da empresa como uma ação na tentativa de encaixar a nova aquisição aos padrões japoneses das demais empresas do grupo e também uma sinalização dos japoneses de que o processo de gestão teria um caráter de continuidade e não de ruptura.
Funcionários com 26 anos de trabalho relata que uma das principais mudanças consiste na prática de um planejamento estratégico. Está estratégia de mercado remete ao trabalho do contador, até por que não seria possível colocar em prática o que se planeja em uma empresa sem a presença do profissional em contabilidade. É observável também a presença deste profissional em estratégias de avaliação de mercado, na observação de atuais estratégias, assim como na adoção de novas. O nome do grupo mudou de Primo Schincariol para Brasil Kirin, está foi uma das estratégias de marketing para desvincular a empresa do escândaloe também para legitimar a marca japonesa no país. 
Outra estratégia consiste na manutenção dos produtos, os que faziam sucesso foram mantidos, da mesma forma e com o mesmo nome, contudo, produtos próprios da empresa em outros países foram adicionados na produção, com o intuito de não apenas manter os clientes, mas ganhar novos. A atuação do contador é também imprescindível na avaliação do mercado para a introdução de novos produtos, como para se manter os antigos. Este é o profissional que assessora e auxilia na criação de novas estratégias, pois ajudar a dar contar do crescimento da empresa no que concerne a aumento de renda, contratação de novos funcionários, abertura de filiais, entre outros acontecimentos na realidade empresarial.
ASPECTOS ÉTICOS DESCONSIDERADOS NAS ESTRATÉGIAS E ARGUMENTOS DOS RESPONSÁVEIS PELA EMPRESA
Os funcionários da Schincariol de Itu vão recorrer ao governador porque temem que a fábrica possa ser fechada, e os trabalhadores, demitidos. "Não sabemos nem se a empresa vai conseguir liberar o pagamento dos salários dos funcionários", diz Manoel Martins, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Bebidas e de Alimentação de Campinas.
A Schincariol informou, por sua assessoria de imprensa, que foram pagos 40% da folha de pagamento da empresa, que é de R$ 13,5 milhões mensais. Os 60% restantes devem ser pagos até o próximo mês.
Segundo a nota, as obrigações trabalhistas das empresas do Grupo "são rigorosamente cumpridas nas respectivas datas de vencimento". O comunicado afirma que os fundamentos usados para justificar as prisões são "todos de natureza tributária e passíveis de questionamento na esfera administrativa". A nota divulgada pela Schincariol esclarece que a empresa sequer foi autuada pelo FISCO por causa da Operação, "desconhecendo-se por completo quais as infrações fiscais/tributárias eventualmente imputadas".
Outra justificativa da Schincariol seria de que a empresa foi vítima de perseguição e exposição desnecessária, já que toda imprensa foi chamada para cobrir toda a ação policial, expondo de forma desnecessária os antigos funcionários e suas famílias. Em nota, a Schincariol relatou sofrer também sofrer de diferenciação perante a justiça, acusando a Ambev de realizar atividades semelhantes e não sofrer por punições.
Questões éticas são evidentes, já que foi comprovado que o grupo realizou uma série de atividades ilícitas, envolvendo inclusive o fisco. Tentar tirar vantagem perante os concorrentes e também órgãos públicos consiste em infração ética e social grave. Além de falta ética, as ações da antiga Schincariol configuram despreparo dos funcionários e acionistas envolvidos, além de falta de profissionalismo e contadores e demais profissionais coniventes com a ação.
Nove diretores da empresa, incluindo o dono, foram presos. Eles são suspeitos de crimes como sonegação fiscal, formação de quadrilha, corrupção, entre outros. O grupo deveria ter sido solto no domingo, mas a Justiça prorrogou o período de prisão por mais cinco dias.
A estratégia dos advogados de defesa do grupo Schincariol para libertar o comando da companhia da prisão descarta a possibilidade de um pedido de habeas corpus, apurou a Folha. Agora, a liberdade dos diretores está nas mãos do juiz Vlamir Costa Magalhães, da 1ª Vara Federal de Itaboraí (RJ). Em rápido encontro com o juiz na tarde de ontem, os advogados pediram que a prisão temporária dos envolvidos fosse revogada antes de completar mais cinco dias.
A entrada de um pedido de habeas corpus foi estratégia abortada por questão de prazo. O inquérito está no Ministério Público Federal. Portanto existe a chance de o juiz conceder o fim da prisão temporária em poucos dias.
O delegado encarregado do inquérito policial, afirmou que foram feitas no Espírito Santo, paralelamente à Operação Cevada, apreensões de documentos e computadores em empresas ligadas ao advogado também apontado como suspeito de participar de um esquema de fraude em impostos envolvendo a cervejaria.
CONCLUSÃO
Neste trabalho vimos que, devido aos escândalos contábeis, a conduto e o perfil do profissional contábil na execução de suas atividades passaram a ser muito discutido pelas empresas e, principalmente, pela sociedade, o que exige deles um perfil ético e moral, como estabelecido na legislação profissional.
O contador é um profissional constantemente exposto a questionamentos éticos, pois ele está ligado diretamente aos fatos econômicos e financeiros das empresas, mas quando subordinado tem que obedecer as ordens que, muitas vezes não estão em seus padrões éticos.
A excessiva carga tributaria traz grande impacto as empresas brasileiras e na busca de competitividade, as vezes, induzem o profissional contábil a praticar a sonegação fiscal, levando tal fato a discussão sobre a responsabilidade do profissional contábil subordinado, as penalidades a que ele poderá sofrer, e os impactos que a profissão pode sofrer.
Essas práticas caracterizam crime contra a ordem tributária e afetam diretamente a responsabilidade do profissional contábil, que é a de gerar e transmitir a todos uma imagem íntegra das empresas. Isso provoca descredibilidade nas informações que o profissional repassa, e na sua conduta ética. 
Diante disso, pode dizer-se que, frente a escândalos e fraudes contábeis, a imagem do profissional contábil sofre grandes impactos e ele é questionado pela sociedade e por outros profissionais quando a sua responsabilidade, honestidade e conduta.
A redução das cargas tributária através de um planejamento bem feito seria impulso para mudanças nas empresas q, assim, poderiam reformular sua conduta e evitar fraudes.
REFERÊNCIAS
CONSELHO REGIONAL DE CONTABILIDADE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Código de Ética Profissional do Contador./Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo. 9. Ed. São Paulo: CRC SP, 2011.
CRUZ, Débora Andrade Teixeira; MENESE, Karla Regina;SIERRA Vanessa Pulheis; PARAHYBUNA, Marisa Favareto. Responsabilidade, Honestidade E Conduta Do Profissional Contábil: Uma Discussão Dialética, Tendo Por Base O Caso Schincariol. 2006.
MANO, Cristiane. O que sobra da Schincariol. Disponível em: http://exame.abril.com.br/revistaexame/edicoes/0846/noticias/o-que-sobra-da-schincariol-m0079858. Acessado em 23 de Abril de 2014. 2005.
RUBINI, Rosângela Guzzi. Comportamento Organizacional: um estudo de caso em um escritório de contabilidade. Disponível em: http://acasadomarcelo.blogspot.com.br/2010/07/comportamento-organizacional-um-estudo.html. Acessado em 24 de Abril de 2014. 2010.
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